A.˙. R.˙. L.˙. S.˙.

União Fraternal – 4655 – Rito Moderno

“Painel do Grau de Aprendiz do Rito Moderno”

“LUIZ CARLOS SORBARA” – A.·. M.·.

CIM – 327.571

Cascavel-PR, 28 de fevereiro de 2023.

Introdução
O Painel do Aprendiz, em uma Loja Maçônica, representa em sua
simbologia todos os caminhos que o mesmo deve percorrer, para que, através
de suas ações atinja seu autodominio que é indispensável para a sua
edificação e consequentemente sua constante lapidação.
Ao depararmos com o Painel do Aprendiz, podemos perceber
representação ideal de como deve ser uma Loja Maçônica, pois ali está através
de símbolos, transmitindo suas idéias, seus ensinamentos e todo o
conhecimento e instrumentos de trabalho que forma este devido grau,
transportando ao longo do tempo a verdadeira Maçônaria responsável por
construções vultuosas, onde destaca-se o templo do Rei Salomão.

O Painel do Grau de Aprendiz

Os símbolos expostos no Painel do Aprendiz, deixa claro que herdamos
o antigo conhecimento de nossos antepassados, através das alegorias,
emblemas e instrumentos de trabalho, constituindo o corpo e a alma da nossa
ordem.
Na Maçonaria, os símbolos apresentam uma forma velada de transmitir
esses valores e ensinamentos, não sendo diferente no Painel do Aprendiz que
tem um significado muito mais aprofundado que palavras, facilitanto uma maior
compreensão de forma acessível ao iniciado. Seus ornamentos, nos remetem a
compreensão do Universo, mistério esse ligados aos três estados do tempo,
que são marcados pelo passado que lembram nossos antepassados, o
presente demonstrado pelo nosso trabalho árduo e diário para construírmos
um edificio moral e sólido, conciliando os conhecimentos das gerações
passadas e geração atual de nossas Lojas, afunilando com o futuro,
representado pelos mais elevados ideais humanos.
Ao elucidar algumas questões relativas ao Painel do Aprendiz,
buscamos fazer algumas distinções necessárias que segundo, Joaquim
Gervásio de Figueiredo, nos fala que “é a representação gráfica ou pictórica de
uma idéia ou princípio. Assim, quando nos deparamos em um texto maçônico
com uma escada podemos interpretá-la como um símbolo, ou seja, como uma
representação pictórica que exprime a ideia de ascensão”.
 Onde, José Castellani, nos esclarece que “os Símbolos Maçônicos
representam a maneira velada através da qual a instituição maçônica dá, aos
seus Iniciados, as lições de moral e ética, que fazem parte de sua doutrina. E
eles são, de maneira geral, os instrumentos ou figuras, ligados à arte da
construção, e tanto podem ter uma interpretação alegórica, ou mística”.
Ao demonstrar a essência da comunicação em seus símbolos, através
da cultura, da escrita, dos gestos, das figuras e dos costumes percebemos a
facilidade em entender o nosso cotidiano, conforme nos explica Carl Gustav
Jung, “os seres humanos possuem a premente necessidade de sensibilizarem
diante de símbolos que de alguma forma lhes trazem algum significado
importante”. Assim, deixando claro que através da visualização os sentimentos
afloram, e os conceitos e associações são melhor assimilados”.
A história nos conta que nos períodos mais primitivos da Maçonaria, as
reuniões em Lojas apresentavam seus símbolos desenhados com carvão e giz,
e com o tempo esse costume foi substituido por tecidos ainda em meados de
1730, posteriormente passando por lonas ou tapetes onde os símbolos eram
pintados ou bordados, cabe lembrar que na época não havia uniformidade,
cada um fazia a seu modo. A primeira tentativa de uniformidade doi proposta
por William Dight em 1808, e somente em 1821 com John Harris que era
desenhista que passou a produzir vários painéis que resultou no conjunto
utilizado até hoje, e este significado simbolico do Painel do Aprendiz, resume
todo ensinamento do referido grau, que deve ser estudado para ser
compreendido.
Observando o Painel, percebemos o caminho que deverá ser trilhado
pelo Maçon para alcançar através da observação e do trabalho, o domínio de sí
mesmo. Segundo o Rito Moderno, O Painel do Aprendiz é rígido e emoldurado,
contendo nele: As jóas móveis, representada pelo esquadro, símbolo do
equilíbio, o campasso, símbolo da perfeição, o nível que representa a
igualdade entre os homens e o prumo representando o caminho correto para o
crescimento intelectual, da mesma forma que temos as jóias fixas,
representadas pela pedra bruta, pedra polida e prancheta que simbolizam os
aprendizes, os companheiros e os mestres respectivamente.
 Temos o Sol e a Lua, símbolos da dualidade, entre o claro e o escuro, o
bem e o mal, o certo e o errado, onde o Sol é a luz, fonte da vida, e a Lua o
princícpio feminino do universo, a constância e a regularidade.
O nosso passado é simbolizado pelas estrelas, lembrado que após
conhecê-lo é que podemos pensar no futuro, e a forma que está no Painel
representa os muitos Maçons distribuidos pelo mundo que tem o dever de levar
a luz onde reinam as trevas. Ao lado da coluna J temos os instrumentos
simbólicos do Aprendiz Maçom que são representados pelo Maço e o Cinzel,
que é a força de vontade, e a coragem de admitir que existem coisas em nós
que precisam ser mudadas, tendo a capacidade de enxergar o que precisa
mudar, a autocrítica e assim dar sequência ao desbaste de nossa
personalidade bruta.
A abertura para iluminação do templo localizadas no Oriente, no
Ocidente e Sul, onde ficam o Venerável, o Primeiro Vigilante e o Segundo
Vigilante, as luzes da Lojas, são representadas pelas três janelas. Cabe
lembrar neste estudo, que a Maçonaria teve origem no hemisferio setentrional,
onde as edificações não recebem luz na face norte. A Corda de sete nós
representa a corda de 81 nós que circunda o templo, descreve o tempo
necessário para formar um aprendiz.
Os três degraus, representam os três anos necessários para o Aprendiz
se tornar um Companheiro Maçom. O pórtico, simbolizando a entrada do
templo são guarnecidas pelas colunas J e B, tendo acima a letra grega Delta,
representada pela forma triangular perfeita em todos os ângulos iguais, as
colunas J e B, entende-se que J inicial da palavra sagrada Jachin, que
significa “ Ele estabelecerá” estando a esquerda de quem entra ao lado do
segundo vigilante, na coluna do Norte, onde ficam os aprendizes indicando que
ali eles recebiam seus salários. A coluna com B, inicial da palavra sagrada
Boaz, que significa “na força”, estando a direita, ao lado do Primeiro Vigilante,
onde se encontram os companheiros, indicando que nestas colunas eles
recebiam seus salários.
Por fim, temos as Romãs dispostas sobre as colunas, tendo vários
significados, como caridade, as virtudes, e assim como esse fruto, podemos
representar a humildade, que esconde sob sua casca tantos grãos suculentos,
e ainda representa a fecundidade da gereção de riqueza. Significando também
pelas suas divisões, os bens produzidos pelas estações e representam as
Lojas e os Maçons espalhados pelo mundo.

Conclusão
Com este estudo, pode-se perceber que tudo que esta simbolicamente
representado no Painel do Aprendiz, é a soma da união, do conhecimento, da
honestidade resultando no Maçon fraternalmente ligado a todos, tendo como
objetivo maior seu crescimento pessoal, fazendo que suas ações, sejam
efetivas mudanças do bem, para gerações futuras.

Fontes Bibliográficas

AFFEZZOLLI, I∴ Daniel – Peça de Arquitectura: O Painel do Grau Aprendiz.

FAGGIAN, I∴ Danilo – Peça de Arquitectura: O Painel do Grau Aprendiz.
https://www.freemason.pt/painel-do-grau-de-aprendiz-no-rito-moderno/
COSTA, Frederico Guilherme e CASTELLANI, José. O Rito Moderno -- a
Verdade Revelada, Londrina, Editora "A Trolha", 2005
FILHO, Theobaldo Varoli. Simbologia e Simbolismo da Maçonaria. Londrina,
Editora "A Trolha",2000