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GRANDE LOJA MACÔNICA DO ESTADO DE GOIÁS

LOJA SIMBÓLICA NASCENTE DAS ÁGUAS Nº 167


“Rito Escocês Antigo e Aceito”

TRABALHO REFERENTE À SEGUNDA INSTRUÇÃO DO


GRAU DE APRENDIZ MAÇOM

Ir.·. Bruno Pereira dos Santos.

Or.·. Cabeceiras, Goiás, 01 de outubro de 2019.


GRANDE LOJA MACÔNICA DO ESTADO DE GOIÁS

SEGUNDA INSTRUÇÃO DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM


Bruno Pereira dos Santos –Brunonng23@hotmail.com
Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Simb.·. Nascente da Águas nº 167
Cabeceiras, 01 de outubro de 2019.

RESUMO: No presente trabalho trataremos da segunda instrução do grau de aprendiz


maçom, cuja instrução é abordada no Ritual do Grau através de um diálogo, com perguntas e
respostas entre o venerável mestre e seus vigilantes, onde são repassados importantes
ensinamentos, como a verdade, sinônimo do G.·. A.·. D.·. U.·., que dotou os seres humanos
com inteligência para que pudéssemos discernir o bem do mal. Além disso, tendo o iniciado
sido submetido as provas de coragem no ritual de iniciação e realizado o juramento de
fidelidade com a Ord.·., receberá um avental branco, sem adornos e com a abeta levantada
para que possa comparecer nos trabalhos realizados em Loja. Sem o avental o aprendiz não
poderá adentrar ao Templo. Sua cor branca e sua abeta levantada possuem significados
esotéricos que serão ministrados pelos M.·. M.·. durante os trabalhos em Loj.·.

PALAVRAS CHAVES: Aprendiz; Avental; Maçonaria; Abeta.

I – INTRODUÇÃO

V.·. M.·., IIr.·. primeiro e segundo VVig.·., poderosos e demais irmãos, hoje trago
até a nossa Loja o trabalho referente a segunda instrução do grau de aprendiz maçom,
instrução esta que nos é repassada através de um diálogo com perguntas e respostas, entre o
Venerável Mestre e seus vigilantes. Neste diálogo realizado entre as luzes de nossa Loja,
podemos compreender uma “grande verdade”, que seria a existência do G.·. A.·. D.·. U.·.
criador de todas as coisas, ente supremo de conhecimento e sabedoria.

Através desta instrução, também podemos compreender que sendo o G.·. A.·. D.·.
U.·. o senhor criador de todas as coisas, coube a ele dotar os seres humanos de inteligência
para que os homens pudessem compreender e realizar a distinção entre o bem e o mal, pois
realizando essa distinção, é possível que o homem pratique a moral, sendo esta, encontrada
através dos ensinamentos aplicados na Maçonaria, consubstanciada no amor ao próximo e no
aperfeiçoamento dos costumes.
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Na segunda instrução compreendemos, ainda, que o profano para ser recebido


maçom, deve ser livre e de bons costumes, pois caso esteja preso a entraves sociais que o
impeçam de sua liberdade integral, não poderá fazer parte da Ordem, vez que não pode
contrair compromissos sérios com nenhuma instituição. Além disso, compreendemos que
somos recebidos na maçonaria, nem nu, nem vestidos, despojados de todos os metais e com
os olhos vendados, simbolizando o homem primitivo, em completa ignorância, devendo
abdicar das vaidades profanas e ir em busca do conhecimento, alicerce da Moral Humana.

Por fim, compreendemos a significação das três viagens que o Profano deve ser
submetido para ser recebido nos augustos mistérios da maçonaria. Tratam-se de provas
puramente simbólicas, com significados exotéricos que apenas os maçons, com a aplicação do
conhecimento devido, conseguem compreender.

Igualmente, depois de realizadas essas viagens, o iniciando deverá realizar um


juramento e uma consagração, garantindo que guardará fielmente os segredos que lhe foram
confiados, além de se comprometer a amar e socorrer os seus irmãos, quando estes estiverem
em necessidade.

Por fim, o iniciado recebe o S.·. a P.·. e o T.·., além de ser contemplado com um
avental de cor branca, paramento necessário para que o futuro aprendiz possa entrar ao templo
e participar dos trabalhos realizados em Loja, sendo este o objeto que passaremos a estudar
através do presente trabalho.

II – O AVENTAL DO APRENDIZ MAÇOM

O uso deste Avental em Loja é uma herança antiga repassada pela maçonaria
operativa, onde o avental era um adorno de proteção, utilizado pelos trabalhadores operativos
no desempenho de suas funções. Tinha o avental, portanto, a finalidade de preservar as
vestimentas dos operários, servindo também como proteção ao indivíduo que o usava,
apresentando as mais variadas formas, conforme a função exercida pelo operário daquela
época.

Naquele tempo, devido a escassez de matéria-prima, o Avental dos operários eram


produzidos com pele de cordeiro, que por sua natureza prevaleciam na cor branca, e por
possuir finalidade para o trabalho, não era costume levar atributos decorativos, pois deveriam
ser simples e baratos.
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Contudo, após a transição da maçonaria operativa para a maçonaria especulativa,


houve uma alteração em sua razão de uso, deixando de ser um adereço de proteção, para se
tornar uma peça importante do traje maçônico, possuindo um grande simbolismo dentro da
maçonaria, devendo o maçom mantê-lo sempre limpo para representar a pureza de caráter,
cujo aquele que usa deve ter.

Por isso, o Avental é a parte principal do traje maçônico, sem o qual o maçom não
estará maçonicamente trajado.

Atualmente, após a cerimônia de iniciação, o Venerável Mestre entrega o Avental


ao M.·. de Cer.·. para que ele possa revestir o iniciado. Vestido com o avental, o maçom
aprendiz poderá entrar no Templo de sua Loja ou de qualquer outra; reconhecido como uma
insígnia, o avental é símbolo do trabalho que o aprendiz deverá ter, sendo indispensável em
qualquer ato litúrgico praticado na maçonaria.

O Avental do Aprendiz é branco, sem adornos, com a abeta levantada formando


um triângulo sobre um retângulo, medindo 35cm de altura e 40cm de largura, circundando a
cintura por intermédio de uma fita branca ou preta.

A respeito do Aventa de aprendiz, explica Rizzardo da Camino (2011):

O aprendiz usa o avental com a abeta erguida, formando, assim, um polígono de cinco
lados; o triângulo é o emblema do Espírito do Homem, o quadrado representa a matéria
e seu corpo; o polígono simboliza o trabalho material do Iniciado ao se entregar à
desbastação da Pedra Bruta; o Aprendiz educa o seu espírito para dominar a matéria,
dominando suas paixões, que são os defeitos dessa matéria; essa tarefa, o aprendiz a
executa para poder viver harmonicamente entre os seus Irmãos. (pag. 162).

A cor branca do Avental de Aprendiz simboliza a inocência do iniciado. A pureza


da alma e das boas intenções de um maçom, como sendo o último depositário da moral,
dentro de nossa sociedade moderna. O branco, portanto, representaria a pureza e inocência
que o maçom deve interiorizar para guiar seus pensamentos e atos.

Além da cor branca, o Avental do Aprendiz maçom tem a sua abeta levantada,
visto que na antiguidade, acreditava-se que a sede das emoções humanas seria o epigástrio
(boca do estômago); assim, estando o avental com a abeta levantada cobriria exatamente essa
região. Esotericamente, isso significa que o aprendiz não sabendo ainda trabalhar, precisa
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proteger-se, devendo ter o seu epigástrio coberto, para que essas emoções não atrapalhem os
trabalhos em Loja e para que não influam, deleteriamente, na espiritualidade das sessões.

A abeta levantada, ainda significa a necessidade de maior esforço e proteção do


aprendiz no desbaste da Pedra Bruta enquanto indivíduo em plena evolução.

III - CONCLUSÃO

Portanto, para nós maçons, o avental possui significado ativo, representando o


trabalho desprendido para o aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade, fazendo-o refletir
sobre as virtudes da honra, sabedoria e trabalho que requerem predominar sobre todas as
coisas.

Destacando-se o avental do aprendiz maçom, devemos lembrar que ele nos faz
pensar sobre a oportunidade que nos foi dada para realizarmos o aprimoramento, enquanto
construtores de uma sociedade dotada de qualidades morais; todos nós maçons devemos
carregar o atributo do avental mesmo não estando em Loja, levando para o mundo profano a
prática do labor, pois o verdadeiro maçom nunca pode se esquecer que sua principal função
na sociedade é de construtor social.

Or.·. de Cabeceiras – GO, 01 de outubro de 2019.

Apr.·. M.·. Bruno Pereira dos Santos


CIM: 13.856
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SANSAO, Valdemar. Aventais Maçônicos. Masonic.com. Disponível em:


http://www.masonic.com.br/, acessado em: 01/10/2019;

CAMINO, Rizzardo da. Aprendizado Maçônico. São Paulo: Livraria Maçônica Paulo Fuchs,
2001;

CAMINO, Rizzardo da. Simbolismo do Primeiro Grau: Aprendiz. 5º ed. Rio de Janeiro:
Aurora, 1992;

G.·.L.·.E.·.G.·., Ritual do Simbolismo Maçônico, APRENDIZ-MAÇOM. Administração


2017/2019 4ª Edição.

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