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A PRANCHETA DA LOJA
Numa Loja Maçônica encontramos vários símbolos que decoram seu interior.
Algumas dessas peças, denominadas “joias”, representam física e espiritualmente os
fundamentos maçônicos. Assim são as joias móveis, representadas pelo Esquadro, o
Prumo e o Nível, as quais ficam a guarda do Venerável Mestre, do Primeiro Vigilante e
do Segundo Vigilante, respectivamente. São chamadas “móveis” por serem passadas a
essas autoridades a cada mudança de posição em Loja.
As joias fixas são outros três ornamentos, sempre presentes e inerentes, que
simbolicamente fundamentam a loja como o fazem os alicerces de um edifício, sendo
por isso fixas. Essas joias são representadas pela Pedra Bruta, a Pedra Polida (cúbica)
e pela Prancheta.
Na visão simbólica, a Prancheta é interpretada como sendo a Sabedoria, onde
o Mestre projeta, ilustra e ensina o oficio da Arte Real. A Prancheta é, portanto, o
instrumento de aprendizagem do neófito, como o quadro negro é para os alunos o objeto
que transpõe para a visão concreta, a abstração do conhecimento do mestre.
Segundo o Ritual do Grau de Companheiro Maçom do Rito Escocês Antigo e
Aceito, a prancheta “relaciona-se com os Mestres, cuja autoridade se baseia no talento,
de que dão provas, e no exemplo, que devem dar”.
As outras duas joias fixas relacionam-se ao Aprendiz – Pedra Bruta - e com o
Companheiro – Pedra Polida.
A Prancheta da Loja é um símbolo que aparece nos painéis dos ritos Escocês
Antigo e Aceito, Rito Brasileiro e Rito Adonhiramita, em seus rituais do primeiro e
segundo graus.
No Rito Adonhiramita, no ritual do segundo grau, nas instruções aparece com o
nome de Pedra de Riscar. No Rito Moderno ou Francês, no ritual do terceiro grau, em
suas instruções é citada como Pedra de Traçar.
O Rito de Schröder possui em seu Tapete ou seu painel simbólico, o qual é único
para os três graus, a 47ª Proposição de Euclides que é considerada simbolicamente no
Rito como a Prancheta. Segundo instruções desse Rito, o Venerável Mestre de uma
Loja Operativa preparava os planos através da Prancheta. Referências sobre a
Prancheta existem nos rituais dos graus um e três desse Rito. No ritual do terceiro grau,
o Venerável pergunta: Onde trabalham os Mestres? E a resposta é: na Prancheta para
com a Régua da Verdade, o Esquadro do Direito e o Compasso da Obrigação,
executarem seus projetos. No Rito de Schröder, a Prancheta não traz como no REAA,
a chave do alfabeto maçônico.
Simbolicamente na Prancheta, ou prancha a traçar, os mestres gravavam ou
traçavam os planos estabelecidos, bem como as lições para os aprendizes e
companheiros.
Importante é não confundir Prancheta (Joia Fixa) com Painel do Grau (da Loja),
ou com a Carta Constitutiva (da Obediência da Loja). O Painel da Loja condensa por
Grau toda a senda iniciática e é exposto somente após a abertura dos trabalhos da Loja.
Já a Prancheta sempre se apresenta fixa ou imóvel, o que lhe dá à conotação de um
código de moral e ética, exposta diuturnamente no canteiro para a compreensão de
todos.
Os manuais da Grande Loja do Paraná não citam a localização ou descrevem
algo sobre a Prancheta. Essa, nas Grandes Lojas, é simbolicamente representada pelo
Altar do Venerável Mestre.
Na literatura encontramos várias citações definindo a localização e formas para
a Prancheta. Abaixo alguns relatos encontrados conforme alguns ritos:
- “Em Loja, a Prancheta deve estar no Oriente, ser feita de madeira ou outro
material, estar posicionada em cima de um cavalete ou adaptada em um local próximo
ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre, cuja face gravada fica voltada para o Ocidente.
Possui formato retangular (literalmente como uma prancheta mesmo) com medidas
aproximadas de 50 cm de altura por 35 cm de largura, deve estar encostada à frente e
ao lado esquerdo do Altar ocupado pelo Venerável (de quem do Ocidente olha para o
Oriente). A Carta Constitutiva da Loja também pode ser exposta encostada na frente do
Altar, porém à direita de quem do Ocidente olha para o Oriente”.
- “A Prancheta é um “retângulo” sobre o qual são indicados os esquemas que
constituem a chave do alfabeto maçônico – a chave das letras, mecanismo que aparece,
originalmente na misteriosa face esquerda da secular Pedra Cúbica Piramidal,
considerada a base essencial da Maçonaria e figura de todos os conhecimentos
humanos. O esquema alfabético maçônico moderno (alemão e inglês) e medieval, que
figuram na Prancha de Traçar, lembram ao maçom que ele sempre deve traduzir seu
pensamento de uma forma maçônica, trabalhando com retidão”.
- “Símbolo da memória, alegoricamente demostra o lugar onde o Mestre traça os
planos da obra. Nela são gravados os emblemas das paralelas cruzadas (o que subsiste
e é limitado) e a Cruz de Santo André em formato de um “xis” (o ilimitado e o infinito).
Os dois ideogramas figurativos também são a chave para o alfabeto maçônico. ”
- “Na prancheta podem estar inseridos dois sinais: a) uma cruz quádrupla (quatro
cruzes latinas cristãs) constituída por duas paralelas cruzadas, símbolo do limitado e
também daquilo que homem pode realizar; b) uma cruz de ângulos opostos pelos
vértices, símbolo das díadas e também do infinito. Esta cruz é em forma de X (xis) e
conhecida como cruz de Santo André. Esta cruz, para os maçons esotéricos, simboliza
a união do mundo superior com o mundo inferior. A cruz, representada por duas
paralelas cruzadas, dá as posições das primeiras dezoito letras. A cruz em X (xis), dá
a posição das quatro últimas letras. Este símbolo também contém a chave do alfabeto
maçônico, o qual todos os maçons deveriam conhecê-lo e usá-lo.”
No Painel Alegórico do Aprendiz Maçom, a Prancheta da Loja aparece como