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A∴G∴D∴G∴A∴D∴U∴

Resp∴ Ir∴Delegado

V ∴ M∴

Ir∴ 1º Vig∴

Ir∴ 2º Vig∴

Demais IIr∴

A Pedra Bruta

A Pedra Bruta, símbolo do Aprendiz Maçom, é uma das três joias fixas da loja
e está colocada à esquerda da Coluna “B”, próxima ao Altar do 1º Vigilante, nela
trabalham os Aprendizes, marcando-a e desbastando-a até que seja julgada polida
pelo Venerável Mestre.

Na antiguidade, a arquitetura sempre foi considerada como arte sagrada e


intimamente ligada aos sacerdotes e à religião. Posteriormente, na Idade Média, foi
a arte dos maçons operativos aos quais a maçonaria especulativa sucedeu. Por
isso, constituindo a arquitetura uma das bases do simbolismo maçônico, a pedra
nele ocupa abundante representação, simbolizando em geral todas as obras morais
e todos os materiais de inteligência empregados para fins maçônicos.

Uma Loja Justa e Perfeita, proporciona-lhe essa Luz e, ao mesmo tempo,


liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por
uma pedra bruta, com a qual ele se identificará.

O Obreiro da Grande Obra, há de consagrar a primeira parte de sua vida


maçônica em desbastá-la.

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 Segundo ALDO LAVAGNINI (2008) Desbastar a pedra bruta,
aproximando-a a uma forma em relação com seu destino: eis aqui a tarefa ou
trabalho simbólico ao qual todo Aprendiz tem que se dedicar para chegar a ser o
operário que possui inteiramente sua Arte.

Neste trabalho simbólico, o Aprendiz é ao mesmo tempo operário, matéria


prima e instrumento. Ele mesmo é a pedra bruta, emblemática de seu
desenvolvimento atual, ainda muito imperfeito, à qual tem que converter numa
forma, ou perfeição interior, que se acha em estado latente dentro dessa imperfeição
evidente, de maneira que possa tomar e ocupar o lugar que lhe corresponde, de
acordo com o Plano, no edifício ao qual está destinada.

Dado que a Perfeição é infinita, e em seu estado absoluto inexequível


unicamente podemos esperar nos aproximar à perfeição ideal que nos é dado
conceber no estado ou etapa de progresso em que atualmente nos encontramos.
Nosso progresso se desenvolve, pois, através de graus sucessivos de perfeição
relativa, e o próprio reconhecimento de nossa imperfeição por um lado (a pedra
bruta), e o de um ideal que desejamos, pelo outro, são as primeiras condições
indispensáveis, para que possa haver tal esforço ou trabalho.

O trabalho mesmo consiste em despojar à pedra de suas asperezas, pondo


primeiro em evidência as faces ocultas no estado de rudeza da pedra; em seguida,
retificando essas faces, tornando-as lisas e tirando-lhes todas as protuberâncias que
a afastam de uma forma harmoniosa como a que é preciso obter.

É importante notar que não se trata de aproximar a pedra à forma de um


determinado modelo exterior, embora isto possa servir de incitação e inspiração,
mas sim o modelo ou perfeição ideal tem que ser buscado dentro da própria pedra,
de cujo foro íntimo tem que ser manifestada ou reduzida a forma própria que a cada
pedra idealmente pertence. Ou seja, deixando a metáfora, trata-se de reconhecer e
manifestar a perfeição inata do Ser Íntimo, da Ideia Divina que habita cada um de
nós, cuja expressão relativa e progressiva é o objeto constante da existência.

O termo desbastar é bem mais amplo do que se percebe ao primeiro exame,


e é esta abrangência que dá luzes sobre o trabalho da Ordem. A Maçonaria não

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acrescenta nada à matéria prima, as colunas estão contidas em cada maçom, a
Ordem fornece as ferramentas necessárias para desnudá-las e depois aproveitá-las
para o bem da humanidade. Ao ser iniciado então devemos nos dedicar ao trabalho
para sejamos uma coluna bela, forte e sábia como esperam os irmãos que nos
iniciaram.

As marcas deixadas ao longo da vida são infinitas e de infinitas


características, algumas evidentes, mas facilmente aparadas, outras embora
discretas, representam passagens delicadas de nossa história exigindo portanto,
mais atenção do obreiro. Os vícios são fissuras recorrentes que enfraquecem a
coluna e serão sempre obstáculos ao entalhe perfeito.

Os caminhos que percorremos em nossa vida trazem as marcas de nossa


caminhada, às vezes de nossas qualidades, mas muitas destas de nossos defeitos,
pois estas marcas são mais evidentes. Para desbastar a pedra é preciso rever e, se
possível, reparar os estragos e pagar pelos prejuízos, para que estes não voltem a
nos marcar futuramente, como se fosse uma prova de um crime que tentamos
ocultar.

CONCLUSÃO:

 A “Pedra Bruta” representa, a natureza humana ainda não trabalhada,


simbolizando a imperfeição da personalidade do aprendiz que ele deve desbastar de
sua ganga original. Libertando o seu espírito de preconceitos e vícios num trabalho
contínuo de aperfeiçoamento.

É uma estratégia de ensinamento utilizada no ensino de aprendizado


Maçônico, que de forma muito eficaz se difunde no seio desta organização,
ajudando no entendimento da alegoria e no aperfeiçoamento de muitas
personalidades no mundo afora.

Esculpir a si mesmo é o trabalho de tornar-se esclarecido. A metáfora da


pedra se encaixa com a constituição do Templo e que sem uma pedra trabalhada
não é possível construir algo com ela.

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O transformar, então, de uma pedra informe numa pedra esculpida representa
que o Homem-Maçom adquiriu força de caráter voltado para um ideal elevado,
ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade bem dirigida aos
interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os traços de egoísmo e
ambição, que se verdadeiramente postos em prática contribuirá para uma contínua
transformação do Mundo para melhor.

Somos pedras brutas, e está contida, em cada um de nós, a coluna que à


sublime obra maçônica irá: enfeitar, com sua beleza, sustentar, com sua força, e, ou,
ensinar, com a sabedoria gravada em seus entalhes. Assim, o Grau I da maçonaria
é dedicado ao aprendiz, e para nos tornarmos colunas confiáveis, devemos
desbastar nossas imperfeições com inteligência, firmeza e objetividade. Mas antes
de desbastar devemos reconhecer as imperfeições em nossa estrutura, e, antes
ainda, para reconhecê-las devemos primeiro conhecê-las à luz da Maçonaria.

Venerável Mestre, queridos irmãos, estas foram às conclusões a que cheguei


neste trabalho sobre a pedra bruta. Aos Mestres mais sábios e conhecedores do
tema, peço compreensão se cometi erros ou equívocos ante as opiniões que
formulei, em virtude de ser Aprendiz Maçom.

A∴M∴

Or∴De Araraquara, Fevereiro de 2018 da E∴ V∴

 REFERÊNCIAS:

LAVAGNINI, ALDO. Manual do Aprendiz Maçom, 16ª edição, Editora Apu Inti,

Tradução por Juan Ricardo e Ricardo Salvador Sasso

GLESP. Aprendiz Maçom, Ritual do Simbolismo, 8ª edição, Editora GLESP, São


Paulo 2012.

SITE: http://luz-vida-e-amor.blogspot.com.br/2012/09/a-pedra-bruta.html - Acessado


dia 04/02/2018.

SITE: https://masonic.com.br/rito/trb12.htm - Acessado 05 e 06/02/2018

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