Prancheta de Traçar
IIRM:. DÁclO DE CARVALHO GARCIA, JAIR ALFREDO
BOZELLI, PAULO AUGUSTO LUCATTO, VALSIR
ALEXANDRINO, ALTINO VIEIRA DA SILVA NETO,
ÂNGELO JOSÉ BRUNELLI ZAGATTI, ARIOVALDO
DEssIMONE, CARLOS EDUARDO IMAIZUMI,
ANTONIO MARTELLI, VALDENIR APARECIDO
DOMINGUES
Ore. ltápolis - SP
A Prancha de Traçar faz parte do
conjunto das Jóias fixas ou imóveis
da Loja Maçônica, que integram o
equipamento necessário à execução
dos trabalhos maçônicos: a Pedra
Bruta, que é a Jóia fixa do Apren-
diz Maçom; a Pedra Cúbica, que é
a Jóia fixa do Companheiro Maçom,
e a Prancha ou Pedra de Traçar, que
é a Jóia fixa do Mestre Maçom.
Recebem o nome de Jóias fixas,
porquanto sempre estão presentes
e expostas na Loja com a finalidade
de refletir a Divina Natureza, bem
como para servir de temas perma-
nentes para os princípios morais dos
Maçons. Sobre estas três Pedras ou
Jóias edifica-se o Templo da Virtu-
de. Acima delas, Colunas às Virtu-
des. Abaixo delas, Masmorras aos
Vícios.
f
I
A Prancha de Traçar, também
conhecida como Prancheta, Quadro
LODAIR
de Traçar, tábua de traçar, pedra de
traçar ou tábua de delinear, designa
a prancha estreita e delgada, de for-
ma retangular, que serve para es-
crever e desenhar. Consiste em um
retângulo sobre os quais são indica-
dos os esquemas que constituem a
chave do alfabeto maçônico - a cha-
ve das letras -, mecanismo que apa-
rece originalmente, na misteriosa
face esquerda da secular Pedra
Cúbica Piramidal, considerada a
base essencial da Maçonaria e figu-
ra de todos os conhecimentos hu-
manos.
A Maçonaria, em seu simbolis-
mo, designa o papel sobre o qual se
escreve de "Prancha de Traçar" e
substitui o verbo escrever pela ex-
pressão "Traçar uma Prancha". A
prancha tem correspondência com
o planejamento mental, a racionali-
zação necessária para dominar a
emoção e a ação, a força do pensa-
mento em prol da construção do
Templo interior.
A chave das letras é um sistema
que permite a decifração da lingua-
gem maçônica. Da Pedra Cúbica foi
transposta para o Painel da Loja do
Primeiro Grau, onde permanece por
tradição. Esta chave das letras, dis-
posta em um retângulo, constitui a
prancheta da Loja e é sua última
Pedra na escala hierárquica.
É sobre a Prancheta que o Mes-
tre Maçom traça e delineia os pro-
jetos da construção, guiando os
Aprendizes e Companheiros no tra-
balho, revelando-Ihes o significado
dos Símbolos essenciais, figurados
no Painel, delineando o caminho que
eles devem seguir para o aperfei-
çoamento, a fim de progredirem nos
trabalhos da arte real. Advirta-se,
porém, que os Aprendizes e Com-
panheiros não devem ignorar o uso
da Prancheta, devendo fazer exer-
cícios nos esboços de suas idéias,
mesmo que errados. E por tal ra-
zão esse Símbolo já aparece no Pai-
nel da Loja de Aprendiz.
Assim, da mesma forma que o
G:. A:. D:. U:. delineou, CriOU,
geometrizou o seu universo para o
nascimento e aperfeiçoamento de ALFABETO MAÇÔN ICO
seus filhos, deverá o Venerável
Mestre, simbolicamente na Pran- a b. c d. ef. s t.
cha, projetar a Oficina, transforman-
gh. 1 J. kl. y z. u v.
do a mente tosca do Aprendiz (Pe-
dra Bruta), no homem instruído - mn. op. q r. WX.

Companheiro (Pedra Polida), e este

no homem perfeito - Mestre
Maçom (Pedra Cúbica), capaz de
edificar um mundo melhor, um mun-
\jL~<~LJn LÍ"~U
s E G U N. D. o E R. A C

do perfeito.
Há dois séculos, o Quadro de
Traçar era delineado a giz no
assoalho da Loja pelo Venerável
Mestre antes de cada Sessão. Era
considerado apto o Venerável Mes-
tre que o traçasse rapidamente e
perfeito, sem necessidade de um
modelo. Atualmente, o Quadro é
exposto fixado em um cavalete ou
por outros meios, no último degrau
de acesso ao Altar do Venerável
Mestre, no lado norte, em Loja de
qualquer Grau.
A Prancheta mostra duas figuras
específicas, invariáveis e de alto
conteúdo simbólico: a Cruz Quá-
drupla, formada de paralelos cruza-
dos, duas verticais e duas horizon-
tais, criando um conjunto fechado,
simboliza a limitação da capacidade
do homem, e a cruz de Santo An-
dré, um "X" de ângulos opostos pe-
lo vértice, simbolizando o infinito.
A cruz é encontrada em gran-
des variações, mas o modelo básico
é sempre a intersecção de dois seg-
mentos, um vertical e outro hori-
Í"L~~D>~LJn
R. E A l. Z. A D. o
Li E M
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T. A Q U A R. I T. I N. G A
a idéia de união dos opostos. A cruz textos. Assim, tivemos os alfabe-
de Santo André (como um "X") sim- tos inglês e alemão da Idade Média
boliza a união do mundo superior e inglês e alemão modernos. No
com o mundo inferior. Brasil utilizou-se o alfabeto inglês
Esses dois Símbolos da Pranche- moderno.
ta servem como chave para a com- O Maçom escreve por meio de
posição do alfabeto maçônico. O Esquadros e quadrados. No mode-
uso preliminar da prancheta maçô- lo acima, a 2a letra inscrita é repre-
nica é fácil. Basta conhecer a chave sentada pelo Esquadro ou quadra-
particular. Não é, porém, uma cha- do acrescido de um ponto.
ve única e universal, pois uma sim-
ples troca de posições, combinações BI BLlOCRAFIA
e permutas, resulta em possibilida-
de de milhões de construções gráfi- BUCK, ANTONio GERAldo. MAÇONARiA ESOTÉRicA -
GRAU de APRENdiz.
cas. As letras podem ser colocadas
CASTELLANI, JosÉ. DicioNÁRio Ettteoloclco MAÇÔNi-
de outra forma qualquer, pode-se co.
trocar as posições das letras, que são CRUZ, AIMiR SANT'ANA. Sinboloci» MAÇÔNiCA dos
difíceis de serem decifradas por PAiNÉis.

zontal, significando a junção dos quem desejar descobrir os segredos FIGUEIREDO, JOAQuiMGERvÁsio de. DicioNÁRio de
MAÇONARiA.
opostos: o eixo vertical (masculino) da instituição. Pode-se, ainda, es-
com o eixo horizontal (feminino), o GOMES, MANUEL MANUAL do MESTRE MAÇOM.
crever da direita para a esquerda.
positivo com o negativo, o superior JÓiAS FiXAS - VIII ERAC REAliZAdo EM CAMpOS do
Infelizmente, tais códigos não são JORdÃoEM 25.5 .1996.
com o inferior, o tempo com o es- mais utilizados. RIGHETIO, ARMANdo E ORTEGA, Oswsldo. MAÇO-
paço, o ativo com o passivo, o Sol No passado a Maçonaria adotou NARiA - ° CAMiNHO dAs PEdRAS.

com a Lua, a vida com a morte, etc. alfabetos hieróglifos baseados em VAROU FILHO, THEObAldo. CURSO de MAÇONARiA
SiMbóliCA.
A cruz Quádrupla (com dois ramos ângulos para dificultar aos olhos pro-
verticais e dois horizontais), reforça fanos o entendimento de alguns