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UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL

USCS

CARLOS APARECIDO DE BRITO JÚNIOR

POSSE E PORTE DE ARMA DE FOGO

São Caetano do Sul – SP


2019
CARLOS APARECIDO DE BRITO JÚNIOR

POSSE E PORTE DE ARMA DE FOGO

Trabalho apresentado como


requisito para avaliação da
Disciplina de Monografia I, do
curso de Direito oferecido
pela Universidade Municipal
de São Caetano do Sul-
USCS, orientado pelo
professor Ulysses Molitor.

São Caetano do Sul – SP


2019
CARLOS APARECIDO DE BRITO JÚNIOR

POSSE E PORTE DE ARMA DE FOGO

Trabalho apresentado como


requisito para avaliação da
Disciplina de Monografia I, do
curso de Direito oferecido
pela Universidade Municipal
de São Caetano do Sul-
USCS, orientado pelo
professor Ulysses Molitor.

Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Municipal de São Caetano do sul

USCS
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Municipal de São Caetano do sul

USCS
_____________________
__/__/___
Prof. Nome do Professor
DIDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me ajudaram e incentivaram a
concretizar meus sonhos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus e a todas as pessoas que passaram por


minha vida durante esse período. Pessoas que mesmo sem perceberem, cada um do
seu jeito, ensinaram coisas muito importantes que levarei por toda a vida. Aos meus
pais, que me aconselharam nas horas difíceis e com muita paciência me mostraram que
o nervosismo e a aflição fariam com que as coisas ou situações mudassem de rumo.
Ao meu orientador que desde o primeiro momento em que precisei dele, sempre esteve
disposto a nos atender e tirar minhas dúvidas. E por fim, agradecer a todos os alunos
do curso que, fizeram com que o trabalho e o companheirismo pudessem prevalecer
em sala de aula.
RESUMO

Este trabalho nos apresenta o assunto sobre a posse e o porte de armas


de fogo no Brasil. Observaremos durante a pesquisa, que as funções da arma
foram modificadas de acordo com as necessidades do homem. A questão que
se lida ao longo deste trabalho mostrarão que sempre foi controversa, encontra-
se aqueles que são defensores da posse de armas, bem como seus detratores.
Enunciar-se-á os diferentes usos de armas, também os seus fins militares para
esportes e defensivos. A escolha do tema se limita a metodologia em pesquisa
bibliográfica que é o passo inicial para a investigação do tema abordado, terá
como base materiais já publicados como: artigos de periódicos, sites
especializados tratando sobre o tema e livros. A posse de armas é um assunto
que gera controvérsias nas esferas políticas e da sociedade civil. Hoje no Brasil,
a permissão da arma de fogo é emitida pela polícia federal ou estadual,
dependendo do campo de competência, de modo que quem tiver um registro de
sua arma possa circular com ela fora de sua casa para poder receber uma
permissão.
Palavras-Chaves. Porte; Posse; Armas; Legislação.
ABSTRACT

This paper presents the subject about the possession and possession of
firearms in Brazil. We will observe during the research, that the functions of the
weapon were modified according to the needs of the man. The issue that is
addressed throughout this work will show that it has always been controversial,
there are those who are proponents of gun ownership, as well as their detractors.
It will state the different uses of weapons, also their military purposes for sports
and defensive purposes. The choice of topic is limited to the methodology in
bibliographic research which is the initial step for the investigation of the topic
addressed, will be based on materials already published as: articles of
periodicals, specialized websites dealing with the subject and books. The
possession of arms is a subject that generates controversies in the political and
social spheres civil. In Brazil today, firearm permits are issued by the federal or
state police, depending on the field of jurisdiction, so anyone who has a record of
their firearm can travel with it outside their home to receive a permit.
Keywords. Porte; Possession; Weapons; Legislation.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9
1 O USO DE ARMAS NO MUNDO. 11
1.1 Controle sobre posse de armas civis 12
2 CONTROLE SOBRE A PRODUÇÃO DE UM PAÍS 16
2.1 Controle sobre a produção de certos tipos de armas 17
2.2 Acordos internacionais de não proliferação 17
3 O ESTATUTO DO DESARMAMENTO 19
3.1 Histórico 19
3.2 Apoio internacional 21
3.3 História da indústria de armas pequenas no Brasil 23
3.5 Estatuto do desarmamento 34
4 LEIS DE ARMAS DE FOGO NO BRASIL 36
4.1 Enquadramento jurídico 38
4.2 A posse e o porte de armas de fogo 38
4.2.1 Princípio Constitucional 39
4.2.2 Código Penal 39
4.2.3 Estatuto da Criança e do Adolescente 39
4.2.4 Estatuto do desarmamento 39
4.2.5 Registro e Aquisição de Arma de Fogo 40
4.3 Criminalização 42
4. 4 Novo decreto de posse de armas 43
5 A NATUREZA DAS ARMAS 47
5.1 Razões éticas em favor da liberdade de armas 48
5.2 Razões morais a favor da liberdade de armas 50
CONCLUSÃO 52
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54
9

INTRODUÇÃO

O direito ao porte de armas consiste no direito à posse, uso e transporte


de armas, para fins defensivos, esportivos, de caça (como esporte), escolta
privada ou de outra natureza, sem prejuízo de outras atividades legais.

Este direito é geralmente associado aos Estados Unidos da América,


onde é totalmente reconhecido com algumas limitações por lei. É o país onde há
mais armas em mãos privadas do que em qualquer outro país do mundo. De
fato, suas origens são mais antigas e sua interpretação original está longe da
atual.

A Declaração de Direitos de 1689 permitiu que os cidadãos protestantes


da Inglaterra tivessem armas para sua defesa adequadas às suas condições e
permitidas por lei e restringiam a capacidade da coroa inglesa de ter um exército
permanente ou interferir no direito dos protestantes.

A maioria dos países tem uma política restritiva sobre a posse de armas
de fogo, e apenas algumas legislações são classificadas como permissivas. A
jurisdições que regem o acesso a armas de fogo normalmente restringir o acesso
apenas a determinadas categorias de armas de fogo e, em seguida, especificar
as categorias de pessoas que serão concedidas uma licença para ter acesso a
uma arma de fogo. Em alguns países, como os Estados Unidos, o controle de
armas pode ser legislado em nível federal ou local.

No Brasil, depois que as leis de desarmamento foram aprovadas em 2003,


60 mortes por armas de fogo diminuíram 8% em 2004 em comparação com o
ano anterior, o primeiro declínio observado em uma década. As internações
relacionadas a armas de fogo também inverteram sua tendência anterior,
diminuindo 4,6% de 2003 para 2004 (GOMES, 2002).

Uma nova proposta foi apresentada a Camarado Deputados que prevê


que, para adquirir uma arma de fogo, necessário ter 21 anos (atualmente a idade
10

mínima é 25), verifique a residência fixa e renda lícita, sem antecedentes


criminais, não estar sob investigação no crime investigação policial contra Vida,
verifique a saúde mental e tenha sido aprovado no curso de manipulação de
armas e tiro.

Em relação ao que foi analisado até agora, a problemática dessa pesquisa


é: se o cidadão que tiver o direito de possuir uma arma também poderá portá-
la?

Nota-se que a proposta defendida por esse trabalho é que o cidadão


possa ter o direito de posse e não de porte. A posse permite ao usuário legítimo
manter a arma em sua posse, transportá-la descarregada e separada de sua
munição e usá-la para fins lícitos (caça, tiro esportivo, etc.). O transporte é
feito disponível em um lugar público ou de acesso público, uma arma carregada
em condições de uso imediato. A autorização de detenção é restritiva
na natureza.

É importante ressaltar que a posse de armas está sujeita à obtenção de


uma autorização. A posse de tais armas é proibida, assim como o seu transporte
sem motivo legítimo.

.
11

1 O USO DE ARMAS NO MUNDO.

A maioria dos países tem uma política restritiva sobre a posse de armas
de fogo, e apenas algumas legislações são classificadas como permissivas.

As jurisdições que regulam o acesso a armas de fogo normalmente


restringem o acesso a apenas certas categorias de armas de fogo e, em seguida,
restringem as categorias de pessoas que receberão uma licença para ter acesso
a uma arma de fogo. Em alguns países, como os Estados Unidos, o controle de
armas pode ser legislado em nível federal ou local (PINHEIRO, 2016).

Em 2017, estimou-se que havia cerca de 875 milhões de armas pequenas


em todo o mundo nas mãos de civis, agências policiais e forças armadas. Destas
armas de fogo, 650 milhões, ou 75%, estão nas mãos de civis. Civis dos EUA
eles representam 270 milhões desse total. Outros 200 milhões são controlados
pelas forças militares do estado (ABEL, 2018).

As agências de aplicação da lei possuem cerca de 26 milhões de armas


pequenas. Grupos armados não estatais (como grupos insurgentes ou milícias)
têm cerca de 1,4 milhão de armas de fogo. Finalmente, os membros de gangues
têm entre 2 e 10 milhões de armas pequenas. Juntos, os arsenais de armas
pequenas de grupos armados e gangues não estatais representam um máximo
de 1,4% do total mundial (ABEL, 2018).

Com poucas exceções, a maioria dos países no mundo permitir que os


civis para comprar armas de fogo com algumas restrições. Em 2011 uma
pesquisa em 28 países nos cinco continentesdescobriu que uma importante
distinção entre os diferentes regimes nacionais regulando armas de fogo é se a
posse dos mesmos por civis é considerado um direito ou um privilégio.

De acordo com Pinheiro (2016), o estudo concluiu que tanto a Estados


Unidos e Iêmen eram diferentes dos outros entrevistados considerando que a
posse de armas de fogo era um direito básico de civis e têm regimes armas mais
permissivas em países mãos de civis. Nos outros países incluídos na amostra,
a posse de armas de fogo civil é considerada um privilégio e a legislação que
rege a posse de armas de fogo é, portanto, mais restritiva.
12

Nos Estados Unidos, que tem uma tradição de direito consuetudinário em


inglês, um direito de longa data de manter e portar armas foi reconhecido antes
da criação de uma constituição nacional escrita. Hoje, o direito é especificamente
protegido pela Constituição dos EUA. UU e muitas constituições estaduais, que
concedem o direito de possuir armas para uso individual e transportar essas
mesmas armas tanto para proteção pessoal quanto para uso em uma milícia
(CAPEZ, 2012)

1.1 Controle sobre posse de armas civis

A posse de armas é um assunto que gera controvérsias nas esferas


políticas e da sociedade civil. Hoje no Brasil, a permissão da arma de fogo é
emitida pela polícia federal ou estadual, dependendo do campo de competência,
de modo que quem tiver um registro de sua arma possa circular com ela fora de
sua casa para poder receber uma permissão de Portação, é necessário
comprovar adequação, comportamento social produtivo, necessidade efetiva,
capacidade técnica e aptidão sociológica para o manejo da arma

Os cidadãos que possuem armas só podem mantê-los em suas casas


ou propriedades que não sejam públicas ou semipúblicas. Todas as licenças
emitidas até agora perderão sua validade após noventa dias da data da
promulgação da nova lei (PRADO, 2004. NUCCI, 2009).

Há opiniões fortemente divididas sobre o assunto, entre aqueles que


acreditam que as pessoas portadoras de armas podem impedir a consumação
de um crime e defender suas vidas; e aqueles que argumentam que o porte de
armas não serve para prevenir o crime e que, embora em alguns casos pode
impedir a consumação de um crime, coloca o risco de se tornar uma vítima de
ferimento ou homicídio se estiver usando uma arma para se defender.

A verdade é que os estudos realizados sobre esse assunto sugerem que


a principal motivação cívica para se armar é a falta de segurança pública, onde
a maioria dos que adquirem uma arma o fazem acreditando que, ao fazê-lo,
ficarão mais protegidos.
13

Mas a proliferação de armas nas sociedades deve ser contextualizada


dentro da estrutura dos padrões existentes de violência. O problema subjacente
é a violência e seus fatores associados, desigualdade social, uso e abuso de
álcool e drogas, falta de desenvolvimento humano, crise familiar, entre muitos
outros lei (PRADO, 2004. NUCCI, 2009).

É verdade que comprar uma arma não é a solução para problemas de


insegurança, mas também é verdade que o Estado não pode negar aos cidadãos
o direito de fazê-lo. O direito do cidadão de possuir armas de fogo para uma
finalidade legal prevista na legislação, como a defesa contra uma situação de
violência, pode ser defendido, combatendo ao mesmo tempo o problema real: o
mercado negro e a circulação ilegal e o "controle" de armas ilegais que o Estado
apreende do crime, onde em alguns países forma um circuito ilegal paralelo ao
do crime lei (PRADO, 2004. NUCCI, 2009).

Assim colocada, a questão de frente para aqueles que defendem o


direito dos cidadãos de transportar uma arma de fogo para qualquer finalidade
pretendida pela lei e que afirmam que o único caminho possível para parar a
violência é para o Estado a recuperar o monopólio do uso de armas de fogo e
que um plano de desarmamento maciço da cidadania é enfrentado (QUINTELA,
2015).

O Estado pode permitir que os cidadãos para comprar legalmente uma


arma para proteção pessoal, mas ao mesmo tempo os organismos responsáveis
para o Estado para implementar políticas para desarmar e impedir que
continuem criminosos armar, também ao parar irresponsável ou cidadãos
impróprios para transportar uma arma.

A maioria dos países tem uma política restritiva sobre a posse de armas
de fogo, e apenas algumas legislações são classificadas como permissivas. As
jurisdições que regulam o acesso a armas de fogo normalmente restringem o
acesso a apenas certas categorias de armas de fogo e restringem as categorias
de pessoas a quem será concedida uma licença para ter acesso a uma arma de
fogo. Em alguns países, como os Estados Unidos, o controle de armas pode ser
legislado em nível federal ou local.
14

Com poucas exceções, a maioria dos países no mundo permitir que os


civis para comprar armas de fogo com algumas restrições. Uma pesquisa
realizada em 2011 em 28 países dos cinco continentes constatou que uma
importante distinção entre os diferentes regimes nacionais de armas de fogo é
se a posse de armas civis por civis é considerada um direito ou um privilégio.

O estudo concluiu que tanto os Estados Unidos como o Iêmen eram


diferentes dos outros países pesquisados ao considerar que a posse de armas
de fogo era um direito básico dos civis e ter regimes de armas de fogo mais
permissivos. Nos outros países incluídos na amostra, a posse de armas de fogo
civil é considerada um privilégio e a legislação que rege a posse de armas de
fogo é, portanto, mais restritiva (SILVA, 2016).

Criminosos condenados, pessoas julgadas doentes mentais e outras


pessoas estão proibidas de possuir armas de fogo e munições nos EUA. Na
maioria dos estados, os residentes podem portar uma arma ou outra arma em
público, de forma encoberta ou aberta, pessoalmente ou nas proximidades, mas
isso é restrito por alguns Estados.

Segundo Silva (2016), algumas jurisdições exigem uma permissão de


ocultação, mas a maioria das jurisdições não exige uma autorização para mantê-
la aberta, se permitido. Alguns estados e localidades exigem licenças para
adquirir ou comprar armas e munições, conforme detalhado em um resumo das
leis sobre armas nos Estados Unidos. Outros estados não exigem tais
formalidades.

A formulação legal início pode ser encontrada na Constituição da


Pensilvânia em 1776. Após a Revolução Americana, um dos primeiros atos
legislativos realizados por cada um dos novos Estados independentes foi a
adotar uma recepção estatuto que deu efeito jurídico a corpo existente de direito
comum inglês. Na medida em que a lei dos EUA ou a Constituição não a tenha
explicitamente rejeitado (GOMES, 2015).

Muitas tradições de direito comum inglês, como o direito de manter e


portar armas, habeas corpus, o julgamento por júri e outras liberdades civis foram
listados na Constituição dos Estados Unidos.
15

De acordo com Gomes (2015), a lei comum da Inglaterra continua sendo


a regra de decisão, a menos que entre em conflito com a Constituição dos
Estados Unidos. As constituições estaduais ou os atos do Congresso ou das
legislaturas estaduais, em todos os estados, exceto em Louisiana.
16

2 CONTROLE SOBRE A PRODUÇÃO DE UM PAÍS

Para Lott (2015), o controle de armas é um termo para restrições


internacionais ao desenvolvimento, produção, armazenamento, proliferação e
uso de armas pequenas, armas convencionais e armas de destruição em massa.
O controle de armas é tipicamente exercido por meio do uso de diplomacia que
procura impor tais limitações ao consentimento dos participantes por meio de
tratados e acordos internacionais, embora também possa incluir os esforços de
uma nação ou grupo de nações para impor limitações ao controle.

Tratados e acordos de controle de armas são frequentemente


considerados uma forma de evitar corridas dispendiosas de armas que poderiam
ser contraproducentes para os objetivos nacionais e a paz futura. Alguns são
usados como meios para impedir a disseminação de certas tecnologias militares
(como armas nucleares ou tecnologia de mísseis) em troca de garantias a
possíveis desenvolvedores de que eles não serão vítimas dessas tecnologias
(LOTT, 2015).

Além disso, alguns acordos de controle de armas são introduzidos para


limitar os danos causados pela guerra, especialmente para os civis e o meio
ambiente, o que é considerado prejudicial para todos os participantes,
independentemente de quem vencer uma guerra (PRADO,2012).

O controle de armas também se aplicou em acordos de paz para manter


a supremacia militar sobre os países derrotados: foi aplicado entre outras
ocasiões após a Primeira Guerra Mundial no Tratado de Versalhes, onde a
Alemanha foi proibida de fabricar certos tipos de armas. E também após a
Segunda Guerra Mundial, tanto para a Alemanha como para o Japão.
17

2.1 Controle sobre a produção de certos tipos de armas

O controle também tem sido aplicado a tipos de armas cuja capacidade


de destruição é mais indiscriminada, como no caso de minas, armas biológicas
ou armas químicas: o primeiro testemunho documentado de rejeição contra
armas químicas remonta a 130 aC, com o Condenação romana ao uso de gases
tóxicos pelos aristonianos (MORAES, 2010).

Durante a Convenção de Estrasburgo, assinada em 1675 pela França e


pela Alemanha, o uso de "bombas carregadas de veneno" foi proibido. Mais
recentemente, as armas químicas foram proibidas na Convenção de Haia de
1899 e na Alemanha no Tratado de Versalhes. Em 1993, a Convenção para a
Proibição de Armas Químicas foi assinada em Paris (MORAES, 2010).

Esse fato foi essencial para que se houvesse uma nova forma de
consenso sobre as armas.

2.2 Acordos internacionais de não proliferação

Do ponto de vista atual, e após o surgimento de armas nucleares, o


objetivo do "Controle de Armas" foi focado principalmente em tratados de não-
proliferação: de acordo com Herman Kahn, o objetivo do controle de armas é
"melhorar a estabilidade".

De acordo com Menezes (2014), na era contemporânea, o controle de


armas faz uma aparição significativa na diplomacia mundial durante a primeira
Convenção de Haia, em 1899. A Conferência Naval de Washington, que foi
reconciliada entre 1921 e 1922, além do Pacto Briand-Kellogg de 1928, foi
desfeita sem muito receio de uma possível sanção.

O aparecimento de armas nucleares tem promovido grandes golpes


especialmente e mais graves para controle de armas: em 1961, a ONU aprovou
18

uma resolução que se abstenha de transferir armas ou tecnologia nucleares, 28


e os tratados acordado entre o Unidos

Os Estados Unidos e a União Soviética para controlar a expansão das


armas nucleares durante a Guerra Fria foram levados mais a sério. Em 1968,
essas duas superpotências e a Grã-Bretanha patrocinaram o Tratado de Não-
Proliferação Nuclear, que comprometeu os países (MENEZES, 2014).

Os membros não devem promover a propagação ou o aumento de armas


nucleares para nações que ainda não a possuam, embora nem a França nem a
China, ambas possuidoras de um arsenal nuclear, tenham assinado esse
tratado.

Acordos de restrição e controle de armas continuaram seguindo um: a


Limitação Talks Armas Estratégicas (SALT) e o Anti - Mísseis Balísticos Tratado
(ABM) foram assinados pelas duas superpotências no início dos anos 70 Na
mesma década o Tratado de Proibição do Teste do Limiar, ou "Tratado de
Explosões Nucleares em tempo de paz", foi assinado. Em 1987, o " Centro de
Redução de Risco Nuclear “, ou NRRC, foi estabelecido entre os Estados Unidos
e a antiga União Soviética (PIMENTEL, 2013).

Além dos tratados focados principalmente em deter a proliferação de


armas nucleares, tem havido um movimento recente para regular a venda e o
comércio de armas convencionais. Em dezembro de 2014, as Nações Unidas
estão se preparando para a entrada em vigor do Tratado de Comércio de Armas,
que foi ratificado por 89 nações (PIMENTEL, 2013).

No entanto, atualmente não tem a ratificação dos principais produtores


de armas, como a Rússia e a China, e embora os Estados Unidos tenham
assinado o tratado, ainda não o ratificaram.
19

3 O ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Sobre o Estatuto do desarmamento há alguns elementos fundamentais


para serem considerados. A proposta de proibição de armas recebeu amplo
apoio da imprensa, enquanto as celebridades eram geralmente a favor dela,
apenas os grupos sociais anti-proibicionistas e a imprensa de direita do Brasil, o
mais importante a revista de notícias brasileira (na verdade, publicação semanal
de qualquer tipo) com a imprensa de maior circulação paga no país.

Em 23 de outubro de 2005, o Brasil realizou um referendo nacional sobre


o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento para determinar se aprovaria ou
desaprovaria o artigo, que afirma na íntegra: “A venda de armas de fogo e
munição é proibida em todo o território nacional, exceto àquelas entidades
previstas no artigo 6º desta Lei. " ("Art. 35.". 1) (ABEL, 2018)

O referendo e sua data foram fornecidos pelo próprio Estatuto do


Desarmamento (art. 35, §1o). Durante a elaboração e desenvolvimento da lei,
foi decidido que o artigo 35 deveria ser submetido a um referendo por causa da
importância de seu assunto.

Em 7 de julho de 2005, o Senado Federal do Brasil promulgou o decreto-


lei 780, que autorizou o referendo. O artigo 2 do seu decreto estipulava que a
consulta pública deveria empregar a seguinte questão: "O comércio de armas de
fogo e munição deve ser proibido no Brasil?" ("O fogo de armas e munição deve
ser proibido no Brasil?"

3.1 Histórico

A crença de um direito humano natural fundamental à autodefesa, baixa


eficácia da polícia, altos níveis de uso de armas ilegais em crimes em contraste
com um uso muito raro de armas legais. Esses são alguns dos fatores que
20

podem ter influenciado 65% dos brasileiros a votar contra a proposta de


proibição. A votação era obrigatória para pessoas com idades entre 18 e 70
anos.

Outras mídias e jornais de registro como a Folha de S.Paulo, defenderam


claramente a proibição das armas. O governo federal era um poder declarado de
proibição de armas (ABEL, 2018)

Um argumento decisivo feito pelos ativistas pró-armas foi questionar a


moralidade do governo em remover um direito de seus cidadãos, resultando em
um forte sentimento entre os eleitores de que nenhum direito deveria jamais ser
autorizado a ser levado pelo governo. Além disso, houve debates sobre o status
cultural significativo da posse de armas nos estados do sul do país.

Outro grande argumento usado pelos militantes pró-posse de armas foi o


fato de que a maioria absoluta dos crimes com armas no Brasil foi cometida com
armas não registradas e ilegais, especialmente armas de alto calibre, que já
eram proibidas no Brasil (GOMES, 2015).

Devido a isso, não adianta proibir que os cidadãos cumpridores da lei


possuam armas registradas legalmente de acordo com a lei. Este argumento foi
fortemente reforçado pelo facto de as regiões onde a posse de armas é
generalizada serem as que apresentam o menor número de mortes relacionadas
com armas de fogo.

Na região Sul, onde há o maior número de armas legais por cidadão,


apenas 59% de todos os assassinatos foram causados por armas de fogo, em
contraste com 70% no Nordeste, onde há o menor número de armas de fogo
legais por cidadão (GOMES, 2015).

Os defensores da arma argumentaram que armas são perigosas para a


sociedade e que sua única razão para existir é prejudicar os outros.

Logo, a proibição teve o apoio do governo federal e de seções da Igreja


Católica Romana brasileira. O lobby contra as armas recebeu amplo apoio e
cobertura gratuita da imprensa, incluindo a Rede Globo, a maior rede de TV do
Brasil, apesar da postura neutra da empresa-mãe, que eventualmente se refletiu.
21

Naquela época, a maioria das organizações evangélicas evangélicas-


protestantes havia adotado uma postura claramente anti-proibição (incluindo a
Rede Record, da Rede Universal do Reino de Deus, a principal concorrente da
Globo na época.

3.2 Apoio internacional

Neste próximo ponto será observados como alguns órgão e organismos


internacionais se pautaram sobre o tema da das armas.

Os grupos membros da IANSA, fizeram campanha pela proibição total da


venda de armas civis no Brasil, em apoio ao referendo. Uma semana antes da
votação, a Iansa, uma organização internacional de controle de armas,
coordenou um dia internacional de apoio à proibição brasileira, com
manifestações na Grã-Bretanha, Itália, África do Sul e outros países (CAPEZ,
2012).

A IANSA pediu apoio à proibição para "reforçar o movimento em favor do


controle de armas em outros países latino-americanos marcados pela violência
armada, e apoiar os esforços para controlar a propriedade privada de armas em
nível internacional"

Em nenhum outro país mais pessoas morrem devido a armas de fogo do


que o Brasil. O país representa 2,8% da população mundial, mas representa
13% das mortes causadas pela violência armada no mundo (GOMES,2015).

Segundo o Mapa da Violência dos Municípios brasileiros, entre 1996 e


2006, mais de meio milhão de brasileiros perderam a vida com homicídios por
arma de fogo.1 As principais vítimas de homicídios são jovens do sexo
masculino, entre 15 e 24 anos, que moram nas favelas.) e nas periferias dos
grandes centros urbanos.

O fácil acesso a armas de fogo, a legislação deficiente de controle de


armas e políticas públicas ineficientes agravaram essa situação. Em 2003,
22

segundo estatísticas de saúde do DATASUS, cerca de 40 mil brasileiros


morreram de armas de fogo (GOMES, 2015).

Em dezembro de 2003, após intenso diálogo entre o Estado e


organizações da sociedade civil, o Congresso Nacional aprovou o Estatuto do
Desarmamento, com 37 artigos prevendo o controle estrito de todos fases da
circulação de armas de fogo e munições no país - da produção à destruição, ao
porte e posse de armas de fogo.

Em meados de 2004, quando o Estatuto finalmente entrou em vigor, as


medidas estabelecidas no Estatuto começaram a ser colocadas em prática e,
durante seu primeiro ano de implementação, as estimativas mostram que a lei
foi capaz de evitar cinco mil mortes.

Tendo participado do processo que culminou com a aprovação do


Estatuto do Desarmamento e tendo lutado para defender a lei no Congresso,
percebeu-se que alguns dos artigos da lei estavam sendo implementados pelas
autoridades enquanto outros não haviam sido colocados em prática. Além disso,
a implementação parecia variar de um Estado para outro, apesar de ser uma lei
federal.

Por estas razões, entre 2008 e 2009, realizou uma pesquisa nacional
sobre a implementação do Estatuto do Desarmamento e produziu um conjunto
de recomendações para as instâncias governamentais responsáveis pela
implementação da lei. O estudo foi realizado em colaboração com organizações
da Rede Brasileira de Desarmamento, que têm conhecimento profundo das
realidades de cada Estado e o poder de continuar monitorando a lei no futuro
(MORAES, 2017).

O Estatuto do Desarmamento é, sem dúvida, difícil de aplicar e monitorar,


pois seus padrões estabelecem obrigações para uma variedade de órgãos ou
entidades públicas (Polícia Federal, Civil e Militar, Poder Judiciário, Exército) e
para pessoas jurídicas privadas (lojas de armas e munições e indústrias).
Empresas de segurança privada e clubes de tiro, por exemplo). Avaliar se o
Estatuto está sendo devidamente sustentado, no entanto, é uma tarefa
necessária para tornar o Brasil um país mais seguro.
23

O estudo consistiu na coleta de dados detalhados por meio de entrevistas


com funcionários públicos de diversas agências, acesso a relatórios e
informações oficiais como informação obtida através de mídia e publicações. O
estudo foi realizado em dez estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco,
Pará e Distrito Federal - Brasília) (MORAES, 2017).

3.3 História da indústria de armas pequenas no Brasil

As raízes da posição atual do Brasil de domínio regional na produção de


armas estão mais para trás em sua história.

De acordo com Pimentel (2013), como é o caso em muitos países da


América Latina, a indústria doméstica de armas no Brasil é essencialmente um
fenômeno do século XX, nascido na década de 1930, juntamente com
estratégias de substituição de importações; Antes desse período, o Brasil
dependia quase inteiramente das importações da Europa e dos Estados Unidos
para abastecer suas forças armadas.

A primeira facção da pólvora apareceu durante o período colonial,


quando a corte portuguesa relocou para o Rio de Janeiro, na esteira das Guerras
Napoleônicas. No entanto, foi durante o final do século XIX, que viu uma guerra
com o Paraguai (1865-70) e o estabelecimento de uma república nas mãos de
um golpe militar (1889), que um exército forte e centralizado começou a
expressar a percepção necessidade de independência de armas (PIMENTEL,
2013).

Quando a oferta da Europa e dos Estados Unidos secou abruptamente


durante a Primeira Guerra Mundial, a necessidade de uma indústria doméstica
24

de armas tornou-se patente (PINHEIRO, 2016). Imigrantes da Europa no sul e


sudeste de O Brasil tornou-se o primeiro produtor privado de armas do país. Na
década de 1920, as empresas Boito, Rossi e a Fábrica Nacional de Cartuchos
(hoje conhecida como Companhia Brasileira de Cartuchos ou CBC) começaram
a produzir armas ou munições. Em 1937, a Forjas Taurus, hoje um dos maiores
produtores mundiais de armas curtas Começou a produção (PINHEIRO, 2016).

Foi durante esse período, durante o período inicial do presidente Getúlio


Vargas no poder (1930-1945), que o exército abriu suas primeiras fábricas de
armas pequenas e leves.

Na Segunda Guerra Mundial, os teóricos econômicos e políticos estavam


começando a estabelecer o que seria conhecido uma década depois como a
Doutrina de Segurança Nacional (NSD), um programa abrangente que viu o
desenvolvimento econômico, a industrialização e a criação de uma indústria
doméstica de armas como facetas de um único projeto nacional (PRADO,2004).

As armas foram identificadas como uma indústria-chave para o


desenvolvimento, não só fortalecendo a forças armadas e proporcionando maior
autonomia dos Estados Unidos e da Europa, mas também trazendo novas
tecnologias com efeitos colaterais positivos para a indústria brasileira como um
todo.

Enquanto está doutrina não seria totalmente implementada até depois da


instalação do governo militar em 1964, aspectos de sua agenda política -
protecionismo, investimento governamental em setores-chave, transferência de
tecnologia e substituição de importações - apareceram sob os presidentes
Vargas e Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961), particularmente em
setores básicos de indústrias pesadas, como aço, petróleo e energia, e
infraestrutura (SILVA, 2016).

Este período viu a abertura de uma subsidiária local da empresa italiana


Pietro Beretta em São Paulo (comprada pela Taurus em 1980) (Silva, 2016), bem
como a fundação da privada Indústria Nacional de Armas (INA), que produziu
uma variante da submetralhadora Madsen 1950.45.5 Embora os períodos de
Vargas e Kubitschek tenham sido importantes para o desenvolvimento do Brasil,
25

foram as políticas econômicas protecionistas agressivas do governo militar do


Brasil (1964) que realmente lançou as bases para a indústria diversificada,
orientada para a exportação que existe hoje.

Diferentes versões da Doutrina de Segurança Nacional dirigiam as


políticas de virtualmente todos os governos militares do Cone Sul durante os
anos 60, 70 e 80. Adaptada das doutrinas militares francesas e norte-americanas
contra-insurgentes do final dos anos 1950 e 1960, a NSD procurou usar políticas
políticas, econômicas e sociais nacionais em uma "guerra total" contra a ameaça
de expansão comunista (uma ameaça também real pelo sucesso da Revolução
Cubana em 1959) (SILVA,2016).

O desenvolvimento econômico tornou-se uma frente central nessa


"guerra", pois, segundo a lógica da doutrina, o atraso econômico e a pobreza
deixam a porta aberta à infiltração comunista. Na versão brasileira do NSD, o
desenvolvimento econômico e especialmente o desenvolvimento industrial - era
uma maneira de fazer avançar os interesses da nação a um ponto em que o
país, devido a seu tamanho, vastos recursos, localização estratégica e
singularidade, alcançaria a grandeza nacional e seria respeitado como uma
potência regional com alcance global.

A indústria de defesa era vista como um catalisador para o


desenvolvimento tecnológico e econômico, mas também como uma forma de
construir o poder nacional (MENEZES, 2014).

O resultado final foi uma visão do desenvolvimento nacional - incluindo a


indústria privada - subordinada à estrutura de defesa do Estado. Para fins desta
pesquisa, a tecnologia é o aspecto mais importante desse nexo entre os setores
privado e estatal.

Técnicos civis e militares formados nos institutos técnicos das forças


armadas foram transferidos para empresas de defesa privadas ou semi-
privadas, como a Engesheiros Especializados SA (ENGESA), produtora de
transportes militares e tanques leves, e a Em-presa Brasileira de Aeronáutica.
SA (EMBRAER), um produtor de aviões militares e civis ((MENEZES, 2014).
26

O governo militar defendeu - e várias firmas privadas negociaram com


sucesso - empreendimentos conjuntos com firmas estrangeiras e acordos de
transferência de tecnologia (Capez, 2012). Conforme explicado por Patrice
Franko-Jones: A parceria entre o Estado e as firmas ao longo de cada etapa do
processo permitiram que o Brasil desenvolvesse tecnologias militares de
maneira indigenista.

O controle sobre tecnologias desenvolvidas especificamente para as


condições do Terceiro Mundo promove o uso dual desses produtos em outros
setores, uma taxa aumentada de "spin-offs" de pesquisa sobre produtos e
processos em outras indústrias e câmbio conservado. Em parceria com o estado,
as empresas brasileiras conseguiram desenvolver tecnologias indígenas
adequadas às restrições econômicas nacionais, bem como à demanda militar
(Capez, 2012).

Enfim, com uma visão clara do objetivo da autonomia, foram negociados


acordos de transferência internacional que maximizaram o poder de barganha
da empresa brasileira de controlar a tecnologia importada (Franko-Jones, 1992,
pp. 133-34).

O Brasil é afetado por uma epidemia de violência cujo grupo de risco


primário são homens jovens de 15 a 29 anos que não completaram o ensino
primário A violência está concentrada em áreas urbanas médias e grandes, e as
armas pequenas são centrais para essa violência

O Brasil é o segundo maior produtor de armas de pequeno porte no


hemisfério ocidental e que a produção de armas leves cresceu na mesma
década em que a violência começou a aumentar. Com base na breve análise
dos regulamentos sobre o registro de armas também está claro que o controle
de armas pequenas tem sido cronicamente ineficiente. Se a violência armada no
Brasil é vista como uma epidemia, com armas pequenas como vetor de
transmissão (BRUGIONI, 2012).
27

É muito importante entender a distribuição desse vetor de pequenas


armas em todo o território brasileiro. A relação entre violência e disponibilidade
de armas pequenas só pode ser apreciada com uma melhor compreensão da
localização, armas e tipos de armas no Brasil.

Este estudo procura promover essa compreensão. Uma arma destrutiva


não é apenas determinada pelo seu poder, alcance de tiro e taxa de fogo; o seu
ambiente geográfico e socioeconômico também é relevante (BRUGIONI, 2012)..

Por exemplo, os problemas relacionados às armas pequenas de uma


área rural esparsamente povoada com uma alta concentração de revólveres e
revólveres singulares provavelmente diferirão daqueles de uma megalópole
densamente povoada com uma alta concentração de pistolas semiautomáticas
e armas pequenas do tipo militar usadas em círculos criminais ou informais.

Portanto, este estudo enfatiza a coleta e análise do tipo de arma


predominante em cada estado brasileiro; também se concentra na distribuição
rural-urbana dessas armas de fogo. O estudo baseia-se em uma combinação de
entrevistas, incluindo com membros das forças de segurança na maioria dos
estados do Brasil, e a coleta de dados quantitativos sobre armas pequenas
registradas, apreendidas, vendidas, coletadas ou destruídas (ABREL. 2012).

Como é o caso de pequenas produção de armas a pesquisa sobre as


propriedades é complicada pela má qualidade, bem como por fontes de dados
incompletas ou confidenciais. A descentralização de dados de governos federais
para estaduais contribuiu para um problema adicional: a subnotificação de dados
de autoridades estaduais para federais (ABREL. 2012)..

. É dividido em três partes. Primeiro, analisa os obstáculos na compilação


dos dados, considerando o marco regulatório e sua aplicação na prática.

Em segundo lugar, mapeia as propriedades de armas leves selecionadas


e descreve as metodologias usadas para chegar a estimativas para cada
categoria. Estes são divididos em holdings estatais e holdings privados; este
último grupo inclui tanto participações legais como ilícitas (ABREL. 2012)..
28

Terceiro, oferece uma análise dos dados sobre armas pequenas de


acordo com a distribuição geográfica, com vista a revelar padrões de distribuição
estado por estado e rural-urbano. Entre os principais resultados da pesquisa
estão: Existem 17 milhões de armas pequenas em mãos de brasileiros. As
propriedades ilícitas representam cerca de 56% do total. Setenta e três por cento
das armas de pequeno porte legais são de propriedade privada de indivíduos e
empresas.

Enfim, como resultado, e dada a natureza federal do Brasil e seu tamanho,


a coleta de dados é relativamente demorada

Embora o decreto organizasse e regulamentasse a produção de armas


pequenas e o comércio exterior, não tratava diretamente de vendas domésticas
ou registro de armas de pequeno porte; limitou-se a dar orientações vagas do
Ministério do Exército para que as autoridades estaduais registrassem armas.

De acordo com Nucci (2009), a compra e o uso de armas de fogo por civis
permaneceram sem regulamentação até 1980, quando o Ministério do Exército
introduziu o número e o tipo de armas que os civis com mais de 20 anos
poderiam adquirir e introduzindo o registro obrigatório dessas armas como pré-
condição compra. Armas pequenas foram registradas na polícia civil de cada
estado, mas não havia nenhuma instituição nacional encarregada de centralizar
os dados sobre armas de fogo ou seus donos.

No entanto, isso foi uma melhoria, já que o registro de armas era opcional.
Esta situação, combinada com uma falta histórica de cooperação policial
horizontal (estado-a-estado) e vertical (estado-federal), tornou impossível
rastrear o movimento de pequenas armas importadas e produzidas
domesticamente.

Antes de 1997, com o Sistema Nacional de Armas (SINARM), que um


sistema nacional de controle de armas foi criado e uma exigência legal para o
registro abrangente de armas privadas foi introduzida. A partir de então, um
indivíduo que desejasse comprar uma arma de pequeno porte, primeiro teria
que obter uma permissão de registro do SINARM, que era administrada pela
polícia federal (NUCCI, 2009).
29

As autoridades locais (geralmente a polícia investigativa civil) receberam


o pedido e o arquivaram no SINARM em Brasília, onde os registros criminais
foram verificados antes que a polícia federal autorizasse as autoridades locais a
conceder a permissão de registro e registrar as armas. Essa autorização só
autorizou a pessoa a manter a arma em casa; não era uma licença para carregá-
lo.

A autorização para portar armas de pequeno porte foi concedida sob


procedimentos separados: pelas autoridades estaduais para transporte dentro
das fronteiras estaduais ou pela polícia federal para transporte em todo o
território nacional. Sob a lei, o SINARM era obrigado a centralizar e manter um
banco de dados nacional de todos os registros. armas de fogo apreendidas no
país.

Cada Estado foi solicitado a atualizar essas informações periodicamente.


O processo de digitalização dos registros locais e sua vinculação ao SINARM
por meio de uma interface computadorizada foi dolorosamente lenta, no entanto.

A maioria dos dados sobre armas de fogo registradas e apreendidas


revela subnotificação (evidente sempre que o número de armas registradas no
SI-NARM é menor do que o número de armas relatadas pelos estados durante
a pesquisa de campo para este estudo) (MIRABETE, 2003).

O SINARM ainda estava incompleto em 2003, quando o novo Estatuto do


Desarmamento - que federalizou e centralizou o controle - foi adotado. Esse
fraco desempenho deveu-se não apenas a deficiências técnicas, como a falta de
pessoal e equipamentos treinados para a digitalização eficiente de dados (um
caso comum em estados pobres com recursos escassos), mas também a
rivalidades políticas entre autoridades locais e federais e a concorrência
burocrática entre órgãos policiais estaduais e federais (MIRABETE, 2003).

Para compensar a falta de registros centralizados e confiáveis, a pesquisa


de campo foi realizada em 25 estados (complementada por entrevistas
telefônicas) para este estudo. Como mencionado acima, em 2003 o Congresso
brasileiro aprovou o Estatuto do Desarmamento, que foi para melhorar o fluxo e
centralização da informação.
30

Os aspectos técnicos e administrativos da nova lei entraram plenamente


em vigor em 1º de julho de 2004 (Presidência da República, 2004a). O Estatuto
atribui responsabilidade pelo registro de armas de fogo e pela concessão de
permissões para levá-los ao governo federal, por meio da Polícia Federal.
departamento.

Assim, revoga a prerrogativa de todos os estados de aprovar e emitir


permissões para possuir e portar armas. Concede à polícia federal a
responsabilidade de controlar as vendas no mercado doméstico e centralizar em
um único banco de dados (ainda denominado SINARM) todas as informações
sobre manufaturados, vendidos, importados, exportados, registrados (por civis e
membros da sociedade civil e federal). corpo de polícia), e armas de fogo
apreendidas, bem como nos inventários de armas de fogo do corpo de polícia
civil em cada estado (PRADO,2004).

O Exército, através da Diretoria de Produtos Controlados do Exército


Brasileiro (DFPC), audita a fabricação, importação, exportação e registro de
armas de fogo de oficiais militares, membros do corpo de policiais militares de
cada estado, caçadores, atiradores de esportes e colecionadores de armas
(QUINTELA, 2015).

Os regulamentos na prática Alguns dos principais obstáculos encontrados


na compilação de dados disponíveis de fontes oficiais foram: • subnotificação de
estatísticas de armas de fogo dos departamentos de polícia estaduais para o
banco de dados central da polícia federal:

falta frequente de dados precisos e atualizados data, estatísticas


computadorizadas sobre armas de pequeno porte registradas e apreendidas em
nível estadual;

falta de registros precisos sobre armas de pequeno porte registradas e


apreendidas em muitos estados brasileiros;

falta de comunicação entre autoridades federais e locais para coleta de


dados leilão e análise;

regras de confidencialidade e difícil acesso a estatísticas militares.


31

Enfim, todas essas informações, juntamente com os inventários de armas


pequenas e leves das três forças armadas, do corpo de policiais militares e das
agências de inteligência federais, estão armazenadas em um banco de dados
do Exército conhecido como Sistema de Gerenciamento Militar de Armas.

No Brasil, o governo federal tem o poder de legislar sobre questões


relacionadas a armas de fogo. O manuseio, comercialização ou posse de
materiais para a produção de armas sem licença é criminalizado. Também é
crime expor uma criança ou adolescente a armas de fogo.

De acordo com Prado (2012), em 2003, uma lei federal mais rígida foi
promulgada para regulamentar o registro, posse e venda de armas de fogo e
munições. Esta lei define crimes envolvendo armas de fogo e promove o
desarmamento da sociedade. I. Enquadramento Legal No Brasil, a produção de
armamentos (material bélico) e o comércio de armas são regulados pelo governo
federal.

Em uma tentativa de diminuir os crimes envolvendo armas de fogo, o


Brasil promulgou a Lei No. 10.826, o Estatuto do Desarmamento, em 22 de
dezembro de 2003 (PRADO,2012).

Esta Lei contém critérios mais rígidos para o controle de armas de fogo.
II. Princípio Constitucional O Artigo 21 (VI) da Constituição determina que o
32

governo federal (União) tem o poder de autorizar e supervisionar a produção e o


comércio de armamentos.

III. Código Penal O Código Penal criminaliza a produção, fornecimento,


aquisição, posse ou transporte, sem licença, de substâncias ou dispositivos
explosivos, gás tóxico ou asfixiante, ou material para sua produção. A punição
por violação desta disposição consiste de seis meses a dois anos de detenção
e multa.

Estatuto da Criança e do Adolescente Em 1990, o Brasil promulgou o


Estatuto da Criança e do Adolescente por meio da Lei nº 8.069, de 13 de julho,
que dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente (SILVA, 2016).

Para os efeitos da lei, considera-se criança pessoa com menos de doze


anos de idade, enquanto um adolescente é uma pessoa entre doze e dezoito
anos de idade.5 Em alguns casos excepcionais previstos no estatuto, também
se aplica a pessoas com idades entre dezoito e vinte e um anos.

Em relação às armas de fogo, o estatuto pune com pena de prisão de


seis a seis anos qualquer um que venda, forneça ou entregue armas de fogo,
munição ou explosivos a uma criança ou adolescente (SILVA, 2016).

Para fins criminais, o Código Penal brasileiro estabelece que menores de


dezoito anos a idade não é criminalmente exigível, mas está sujeita às regras
estabelecidas na legislação especial. Estatuto do Desarmamento A Lei nº 10.826
de 22 de dezembro de 2003, o Estatuto do Desarmamento, regula o registro,
posse e venda de armas de fogo e munições; determina as responsabilidades
do Sistema Nacional de Armas; e define crimes que envolvem a posse não
autorizada, porte, comércio e tráfico internacional de armas de fogo.

Esta Lei revogou e substituiu a Lei No. 9.437 de 20 de fevereiro de 1997,


que criara o Sistema Nacional de Armas (SINARM), estabeleceu as condições
para o registro e a posse de armas de fogo e definiu crimes envolvendo armas
de fogo. A. Sistema Nacional de Armas Nos termos do artigo 1º da Lei nº 10.826,
o SINARM foi criado pelo Ministério da Justiça e subordinado à Polícia Federal.
Sua jurisdição abrange todo o país.
33

O Artigo 2 da Lei nº 10.826 confere ao SINARM a autoridade (I) para


identificar as características e propriedades das armas de fogo no processo de
registrá-las.

3.4 Registro e Aquisição de Arma de Fogo

O registro de uma arma de fogo com a autoridade responsável é


obrigatório. As armas de fogo restritas devem ser registradas no Comando do
Exército de acordo com os regulamentos da Lei. Para adquirir uma arma de fogo
permitida, a pessoa deve, além de declarar a necessidade real de adquirir a arma
de fogo, apresentar evidência de adequação.

Tudo isso dever ser mediante a apresentação de registros que indiquem


atividades criminosas anteriores fornecidas pelos órgãos federais, estaduais,
militares e eleitorais. tribunais e que não tenha sido sujeito a investigação policial
ou processo criminal, que pode ser fornecido por meios eletrônicos
(PINHEIRO,2016).

(II) prova documental de ocupação e local de residência legal; (III)


comprovação de capacidade técnica e capacidade psicológica para o manejo de
armas de fogo, atestada na forma prevista na regulamentação da Lei nº 10.826.

Depois que todos os requisitos estabelecidos forem atendidos pela


pessoa interessada em adquirir uma arma de fogo, o SINARM emitirá uma
autorização intransferível para comprar uma arma de fogo em nome do
solicitante e para a arma indicada no requerimento. Somente munição
correspondente ao calibre da arma registrada pode ser adquirida, e aquela na
quantidade estabelecida nos regulamentos da Lei (PINHEIRO,2016)..

É obrigatório que a empresa que vende as armas de fogo relate a venda


à autoridade responsável e mantenha um banco de dados contendo todas as
características da arma que está sendo vendida, juntamente com cópias dos
documentos mencionados no artigo 4 da Lei (PINHEIRO,2016).
34

Uma empresa que vende armas de fogo, acessórios e munição é


legalmente responsável por eles, e eles devem ser registrados como
propriedade da empresa até que sejam vendidos. O comércio de armas de fogo,
acessórios e munições entre indivíduos só é permitido mediante autorização do
SINARM (PINHEIRO,2016).

A autorização a que se refere o art. 4º (§1º) da Lei deve ser concedida ou


negada, com motivos justificativos, no prazo de trinta dias úteis contados a partir
da data da solicitação do requerente.

Enfim, nota-se que o certificado de registro de uma arma de fogo, válido


em todo o território nacional, autoriza seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente dentro de sua residência ou domicílio, ou em seu local de
trabalho, desde que seja o proprietário ou legalmente responsável pelo
estabelecimento ou empresa.

3.5 Estatuto do desarmamento

Essas regulamentações foram criadas na virada do século 21, quando a


sociedade civil, diante do aumento da violência e da explosão do comércio de
cocaína no Brasil, aumentou a pressão sobre o governo para registrar armas de
fogo e regular seu uso.

Congresso respondeu. Uma lei restritiva conhecida como Estatuto do


Desarmamento, aprovada em 2003, exigia que os requerentes tivessem pelo
menos 25 anos de idade, não tivessem antecedentes criminais, provas de
emprego fixo e residência fixa, passassem por um teste psicológico e tivessem
treinamento com armas.

O regulamento também deu aos brasileiros duas opções: eles podem


obter uma licença para uma arma de autodefesa, que deve ser armazenada
exclusivamente em casa ou em um local de trabalho; ou para uma arma
esportiva, que pode ser armazenada em casa e transportada para clubes de tiro
35

autorizados, sempre com documentação completa. No caso de uma arma de


fogo para autodefesa, o requerente também deve declarar formalmente por que
uma arma é necessária e ter esse argumento aprovado pela polícia.

A taxa de homicídios do Brasil caiu 12% nos quatro anos após a


aprovação do estatuto. Mas os homicídios começaram a subir novamente,
estabelecendo um recorde em 2017 de 30,8 por 100 mil pessoas, segundo o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma organização de pesquisa. (Os
Estados Unidos tiveram cinco homicídios por 100.000 pessoas em 2015 - o ano
mais recente para o qual existem dados disponíveis - abaixo de oito por 100.000
em 1996. Até o México teve uma taxa de homicídios menor de 25 por 100.000
no ano passado.)

As vendas de armas de fogo legais, que também diminuíram


imediatamente após a introdução do Estatuto do Desarmamento, dispararam
anos depois. Em 2017, havia 42.387 novas armas registradas na polícia, em
comparação com 5.159 em 2004.

A promessa de Bolsonaro de facilitar a regulamentação de armas e dar à


polícia maior liberdade para atirar está preocupando alguns especialistas que
argumentam que mais armas alimentam mais violência e que a agressão policial
precisa ser contida, e não encorajada. A polícia no Brasil matou 5.144 pessoas
em 2017, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
36

4 LEIS DE ARMAS DE FOGO NO BRASIL

Consequentemente, o Brasil tem uma série de leis sobre armas para


ajudar a restringir a propriedade e o uso ilegal de armas.

Nota-se que algumas destas leis são mostradas abaixo: Geralmente é


ilegal expor qualquer pessoa com menos de 18 anos (às vezes até entre 18 e
21) a uma arma ou bomba (MALCOLM, 2014).

. Geralmente uma pessoa deve ter 25 anos ou mais antes de ser


legalmente capaz de se registrar para uma licença de arma para possuir uma
arma. O registro de armas pode ser feito com a Polícia Federal ou online
(MALCOLM, 2014).

Todas as pessoas que solicitam uma licença de arma no Brasil devem


passar por uma verificação de antecedentes. Isto significa que alguma pesquisa
é feita sobre os candidatos criminal, emprego, saúde e formação mental. Tal
verificação é feita para garantir que uma pessoa seja estável e responsável o
suficiente para possuir uma arma (TURESSI, 2014).

Deve haver uma razão pela qual você solicita uma arma. As razões podem
incluir; caçar animais, fazer tiro ao alvo ou ter proteção de segurança.

É obrigatório o pagamento de uma taxa de registro a cada três anos para


manter válida esta licença de arma. Ser pego com uma arma e sem licença leva
à punição por lei. A punição mais severa é de dois a quatro na prisão com uma
multa (TURESSI, 2014).

Um civil com uma arma particular não pode levar sua arma para uma
igreja, escola, prédio do governo, banco, playground esportivo ou qualquer outro
local de encontro público (TURESSI, 2014).
37

O Estado tem uma política especial sobre o que fazem quando armas são
apreendidas ou encontradas. Essas armas são destruídas! Os civis não podem
legalmente possuir armas totalmente automáticas privadamente.

Também é ilegal possuir armas particulares (pistolas e revólver), exceto


em certos casos legalmente concedidos e aprovados.

A lei do Brasil afirma que um registro verdadeiro deve ser mantido por
traficantes de armas de fogo. Este registro é para a autoridade reguladora
supervisionar todas as compras, vendas ou transferências de armas e munições
(balas) (PRADO, 2012)

Todos os negociantes de armas de fogo devem ser licenciados. Isso


garante que as armas sejam adequadamente rastreáveis. Os fabricantes de
armas também devem ser licenciados.

Os fabricantes de armas são ainda obrigados a manter um registro de


cada arma de fogo que produzam. Todas as armas de fogo fabricadas no Brasil
devem estar disponíveis para verificação pelas autoridades reguladoras. Isso
garante uma qualidade e controle sobre armas (PRADO,2012).

No Brasil, o governo federal tem o poder de legislar sobre questões


relacionadas a armas de fogo. O manuseio, comercialização ou posse de
materiais para a produção de armas sem licença é criminalizado. Também é
crime expor uma criança ou adolescente a armas de fogo. Em 2003, uma lei
federal mais rígida foi promulgada para regulamentar o registro, posse e venda
de armas de fogo e munições. Esta lei define crimes envolvendo armas de fogo
e promove o desarmamento da sociedade.

Inerente à situação, diminuir as chances ou causas imediatas da guerra


dentro do sistema e reduzir a destrutividade e inutilidade de qualquer outra
guerra que poderia acontecer agora, "embora outros autores assumem que o
seu principal objetivo era reduzir o disparou gastos militares durante a guerra
fria.
38

4.1 Enquadramento jurídico

De acordo com Silva (2016), no Brasil, a produção de armamentos


(material bélico) e o comércio de armas são regulamentados pelo governo
federal. O Código Penal criminaliza condutas envolvendo, inter alia, o manuseio
de materiais para a produção de artefatos para armas, enquanto o Estatuto da
Criança e do Adolescente pune aqueles que expõem uma criança ou
adolescente a uma arma de fogo ou explosivo.

Em uma tentativa de diminuir os crimes envolvendo armas de fogo, o


Brasil promulgou a Lei No. 10.826, o Estatuto do Desarmamento, em 22 de
dezembro de 2003. Esta Lei contém critérios mais rígidos para o controle de
armas de fogo.

4.2 A posse e o porte de armas de fogo

Observa-se que os modificadores são combinados, como em "posse


construtiva conjunta". Todos esses diferentes tipos de posse, no entanto, se
originam do que a lei chama de "posse real".

Para Silva (2016), a miríade de distinções entre posse e propriedade e as


muitas nuances da posse são complicadas até mesmo para advogados e juízes.
Para evitar confusão sobre exatamente o que se entende por posse, a palavra é
frequentemente modificada pela adição de um termo descrevendo o tipo de
posse. Por exemplo, a posse pode ser real, adversa, consciente, construtiva,
exclusiva, ilegal, comum, legal, física, sola, superficial ou qualquer um dos vários
outros tipos.
39

4.2.1 Princípio Constitucional

O artigo 21 (VI) da Constituição determina que o governo federal (União)


tem o poder de autorizar e supervisionar a produção e o comércio de
armamentos.

4.2.2 Código Penal

O Código Penal artigo 253 criminaliza a produção, fornecimento,


aquisição, posse ou transporte, sem licença, de substâncias ou dispositivos
explosivos, gás tóxico ou asfixiante, ou material para sua produção. Ele
estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e
transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física
dos trabalhadores A punição por violação desta disposição consiste em seis
meses a dois anos de detenção e uma multa (ABREL, 2018).

4.2.3 Estatuto da Criança e do Adolescente

Em 1990, o Brasil promulgou o Estatuto da Criança e do Adolescente por


meio da Lei nº 8.069, de 13 de julho, que dispõe sobre a proteção integral da
criança e do adolescente. Para os fins da lei, uma criança é considerada uma
pessoa com menos de doze anos de idade, enquanto um adolescente é uma
pessoa entre doze e dezoito anos de idade (Abrel, 2018). Em alguns casos
excepcionais previstos no estatuto, também se aplica a pessoas com idades
entre dezoito e vinte e um anos.

Em relação às armas de fogo, o estatuto pune com pena de prisão de seis


a seis anos qualquer um que venda, forneça ou entregue armas de fogo,
munição ou explosivos a uma criança ou adolescente (BRUGIONI,2014).

Para fins criminosos, o Código Penal brasileiro determina que menores de


dezoito anos de idade não sejam cobrados criminalmente, mas estão sujeitos às
regras estabelecidas em legislação especial (BRUGIONI,2014).

4.2.4 Estatuto do desarmamento

A Lei nº 10.826 de 22 de dezembro de 2003, o Estatuto do


Desarmamento, regula o registro, posse e venda de armas de fogo e munições;
determina as responsabilidades do Sistema Nacional de Armas; e define crimes
40

que envolvem a posse não autorizada, o porte, o comércio e o tráfico


internacional de armas de fogo.

Esta Lei revogou e substituiu a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997,


que criou o Sistema Nacional de Armas (SINARM), estabeleceu as condições
para o registro e a posse de armas de fogo e definiu crimes envolvendo armas
de fogo (BRUGIONI,2014).

Desse modo, a Lei 10.826/2003, conhecida como Estatuto do


Desarmamento, na tentativa de repreender e controlar o uso e o comércio de
armas de fogo, bem como de munições e acessórios a elas relacionados, incluiu
como crimes as condutas de possuir e de portar, irregularmente ou ilegalmente,
arma de fogo, os quais estão descritos nos artigos 12, 14 e 16 da mencionada
Lei.

4.2.5 Registro e Aquisição de Arma de Fogo

O registro de uma arma de fogo com a autoridade responsável é


obrigatório. As armas de fogo restritas devem ser registradas no Comando do
Exército, de acordo com os regulamentos da Lei. Para adquirir uma arma de fogo
permitida uma pessoa deve, além de declarar a real necessidade de adquirir a
arma de fogo, presente:

I. comprovação de adequação, mediante a apresentação de registros que


indiquem ausência de antecedentes criminais.

Atividades prestadas por tribunais federais, estaduais, militares e


eleitorais e que não tenha sido sujeito a investigação policial ou processo
criminal, que pode ser fornecido por meios eletrônicos;

II. provas documentais de ocupação legal e local de residência;

III evidência de capacidade técnica e capacidade psicológica para


manusear armas de fogo, atestada a maneira prevista nos regulamentos da Lei
nº 10.826.

Depois que todos os requisitos estabelecidos forem cumpridos pela


pessoa interessada em adquirir uma arma de fogo, o SINARM emitirá uma
41

autorização intransferível para comprar uma arma de fogo em nome do


solicitante e para a arma indicada no requerimento (BRUGIONI,2014).

Somente munição correspondente ao calibre da arma registrada pode ser


adquirida, e aquela na quantidade estabelecida nos regulamentos da Lei. É
obrigatório para a empresa que vende as armas de fogo denunciar a venda à
autoridade responsável e manter um banco de dados contendo todas as
características da arma que está sendo vendida, juntamente com cópias dos
documentos mencionados no artigo 4 da Lei (NUCCI, 2009).

Uma empresa que vende armas de fogo, acessórios e munição é


legalmente responsável por eles, e eles devem ser registrados como
propriedade da empresa até que sejam vendidos. O comércio de armas de fogo,
acessórios e munições entre indivíduos só é permitido mediante autorização do
SINARM. A autorização a que se refere o artigo 4º (§1º) da Lei deve ser
concedida ou negada, com motivos de apoio, no prazo de trinta dias úteis
contados a partir da data do pedido do solicitante (NUCCI, 2009).

O certificado de registro de uma arma de fogo, válido em todo o território


nacional, autoriza seu proprietário a manter a arma exclusivamente dentro de
sua residência ou domicílio, ou em seu local de trabalho, desde que seja o
proprietário ou legalmente responsável pelo estabelecimento ou empresa
(NUCCI, 2009).

O certificado de registro de armas de fogo deve ser emitido pela Polícia


Federal e precedido por uma autorização emitida pelo SINARM. Um certificado
de registro de arma de fogo deve ser renovado a cada três anos, sendo a
renovação condicionada ao cumprimento dos requisitos enumerados nas seções
I, II e III do artigo 4 da Lei.

Esses aspectos mostrados pela lei querem colocar alguns paradigmas em


relação desarmamento e o controle de armas.
42

4.3 Criminalização

No ponto a seguir, verificar-se-á que falha do proprietário ou possuidor


de uma arma de fogo em observar as precauções necessárias para impedir que
uma pessoa com menos de dezoito anos de idade ou com deficiência mental
pegue a arma de fogo é punida com a prisão de um a dois anos e multa.

Para Gomes (2012) uma pessoa possuir ou possuir armas de fogo


permitidas, acessórios ou munição em violação da lei ou regulamento, dentro de
sua residência ou uma parte adjacente a ela, ou em seu local de trabalho,
quando ele ou ela é o proprietário ou a um responsável pela empresa, é
considerado crime e punível com detenção de um a três anos e multa.

As mesmas penalidades são aplicáveis ao proprietário ou diretor de uma


empresa envolvida na segurança privada e transporte de valores que não
registre um relatório policial e notifique a Polícia Federal sobre a extravio, roubo
ou perda de armas de fogo, acessórios ou munição que estejam sob custódia da
empresa, nas primeiras vinte e quatro horas após o fato (GOMES, 2012).

O porte, posse, aquisição, fornecimento, recebimento, depósito,


transporte, entrega, empréstimo, envio, custódia ou ocultação de armas de fogo,
acessórios ou munições permitidas sem autorização e em violação de uma lei
ou regulamento são puníveis. Com prisão de dois a quatro anos e multa. A
publicação de fiança por tal delito não é permitida, exceto se a arma de fogo
estiver registrada em nome da pessoa ofensora (GOMES, 2012).

Quem atirar com uma arma de fogo ou disparar munição em um lugar


habitado ou em sua vizinhança, na rua ou em direção à rua sem intenção de
perpetrar outro crime também está sujeito a prisão de dois a quatro anos e multa.
O pedido de fiança por tal crime não é permitido.

Enfim, a posse, porte, posse, aquisição, fornecimento, recebimento,


depósito, transporte, entrega, empréstimo, envio, custódia ou ocultação de
armas de fogo, acessórios ou munições proibidas ou restritas, sem autorização
43

e em violação de uma lei. Ou regulamento, é punível com pena de prisão de três


a seis anos e multa

4. 4 Novo decreto de posse de armas

O presidente Jair Bolsonaro cumpriu uma de suas principais promessas


de campanha, quando assinou Decreto 5.123 de 1º de julho de 2004 decreto
alterando as regulamentações sobre posse de armas no Brasil. A ordem tem
efeito imediato e permite que cidadãos particulares possuam armas sem ter que
provar uma necessidade real, como manda a lei anterior (FOLHA DE SÃO
PAULO, 2019).
A partir de então passou-se a vigorar o decreto alar do DECRETO Nº
9.684, DE 14 DE JANEIRO DE 2019. De acordo com o novo decreto sobre
a posse de armas, o indivíduo que ele que dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição. Além de se enquadrar nos critérios
para posse de armas, essas pessoas também precisam fazer um teste de porte,
que serve para verificar se ela tem características violentas, controle emocional
e até mesmo constatar se alguma característica está sendo omitida na avaliação.

De acordo com o novo decreto sobre a posse de armas, o indivíduo que tiver a
autorização poderá ter até quatro armas em casa.
Além disso, segundo o documento assinado pelo Presidente Jair
Bolsonaro, o prazo de validade do certificado que autoriza a posse passa de 5
para 10 anos.
Sem maiores esforços, observam-se, como principais mudanças, o
estabelecimento de presunções relativa e absoluta de efetiva necessidade para
aquisição de uma arma de fogo (tornando mais objetiva a análise da Polícia
Federal).

Com essa medida, o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro


cumpriu uma das promessas que fez durante a campanha presidencial.

Como o povo soberanamente optou por proteger seu legítimo direito de


defesa, como presidente, usarei essa arma", disse Presidente da República Jair
44

Messias Bolsonaro, mostrando sua caneta para as câmeras e os


convidados. "Com grande satisfação eu assino este decreto, que foi criado por
muitas pessoas boas, para que nossos bons cidadãos possam ter paz dentro de
suas casas (FOLHA DE SÃO PAULO, 2019).

A posse de armas legais tem sido muito restrita no Brasil, fazendo com
que os civis passem por um processo de aplicação longo e burocrático. Mas
Bolsonaro, que desde sua época no Congresso em 1991 era a favor das armas
de fogo, prometeu tornar as leis de controle de armas mais flexíveis (GOMES,
2012).

No Brasil, todas as armas de fogo devem ser registradas com a idade


mínima para posse de armas, sendo 25. Geralmente, é ilegal levar uma arma
para fora de uma residência, e uma permissão especial concedendo o direito de
fazê-lo é concedida a certos grupos, como policiais.

Para possuir uma arma legalmente, o proprietário deve possuir uma


licença de porte de arma, que custa R $ 1.000,00, e paga uma taxa a cada três
anos para registrar a arma, atualmente em R $ 85,00. A inscrição pode ser feita
online ou pessoalmente na Polícia Federal. Até 2008, armas não registradas
poderiam ser legalizadas de graça (MORAES, 2017).

Estima-se que existam cerca de 17 milhões de armas de fogo no Brasil,


dos quais 9 milhões não são registrados. Cerca de 39.000 pessoas morreram
em 2003 devido a ferimentos causados por armas em todo o país. [6] Em 2004,
o número era de 36.000. O Brasil tem a segunda maior indústria de armas do
Hemisfério Ocidental (MORAES, 2017).

Aproximadamente 80% das armas fabricadas no Brasil são exportadas,


principalmente para países vizinhos; muitas dessas armas são então
contrabandeadas de volta para o Brasil. Algumas armas de fogo no Brasil vêm
da polícia e dos arsenais militares, ou foram roubadas ou vendidas por soldados
e oficiais corruptos.

Em 2005, a maioria da população brasileira votou contra a proibição da


venda de armas e munições para civis em um referendo. A Ordem Executiva nº
45

5.123, de 1º de julho de 2004, permite à Polícia Federal confiscar armas de fogo


que não sejam possuídas por motivo válido; autodefesa não é considerada um
argumento válido (MORAES, 2017).

Essas medidas tiveram sucesso misturado. Inicialmente, a taxa de


criminalidade caiu, mas subiu subsequentemente nos anos posteriores. 2012
marcou a maior taxa de mortes por arma de fogo em 35 anos para o Brasil, 8
anos após a proibição de porte de armas de fogo em público, e 2016 registrou o
pior número de mortes por homicídio no Brasil, com 61.619 mortos. 12] O número
de mortos subiu novamente em 2017 para 63.880, um aumento de 3,7% em
relação a 2016 (MORAES, 2017).

O atual presidente Jair Bolsonaro é fortemente a favor de revogar a lei de


desarmamento e permitir que os cidadãos possuam e portem armas para a
defesa. Em 15 de janeiro de 2019, Bolsonaro assinou um decreto para facilitar
temporariamente a compra de armas.

Portanto, verifica-se que decreto aumenta o período de posse de armas


válido de cinco para dez anos e permite que os cidadãos possuam até quatro
armas de fogo.

No dia 7 de maio de 2019, DECRETO Nº 9.785/19 o presidente Jair


Messias Bolsonaro colocou em vigência o novo decreto de porte de armas.

As novas regras são adicionais às regras sobre a posse de armas, que


tratam do direito de portar armas em casa, e foram mitigadas por um decreto
assinado no décimo quinto dia do governo.

Funcionários da Segurança Pública criticaram o decreto porque


considerou perigoso para atiradores, franco-atiradores e pescadores
transportarem armas carregadas em movimento para facilitar a autodefesa.

Eles estão autorizados a transportar armas longe de grandes grupos:


como um político no escritório, advogado, gravador, motorista de caminhão,
cobrador, Pescador com certificado, Lojista, escola fogo, residente rural, agente
de trânsito ou conselheiro guardião, fogo ou armeiro, coletor ou caçador, um
46

agente público em segurança pública - mesmo se ele estiver inativo - entre outras
coisas.

A licença para portar armas foi concedida apenas a categorias como as


forças armadas, a guarda municipal, a polícia civil, as forças armadas, os
federais, a guarda prisional, a agência de inteligência brasileira, o gabinete de
segurança institucional da presidência, as autoridades fiscais. , os auditores e os
grupos de serviço judiciário; parte desse grupo poderia carregar armas mesmo
sem horário de trabalho.

Entre as mudanças incluíam a inclusão de armas permitidas na lista de


armas usadas anteriormente pelas forças da SS, como a pistola de 9 mm, que
só pode ser usada pela polícia federal, militar, policial e rodoviária federal; e .40
calibre pistola, comumente usado pela Polícia Civil e Militar.
47

5 A NATUREZA DAS ARMAS

A primeira coisa a notar é a natureza das armas, já que esse é o propósito


imediato para o qual elas são criados. Seu próprio design os torna meios
adequados para prejudicar terceiros, das mais diversas formas e em diferentes
âmbitos, de acordo com a arma em questão.

Uma das características dos indivíduos é que eles são capazes de


descobrir novos usos na mídia que possuem e, muito em breve, descobriu-se
que sua própria natureza ofensiva lhes confere outra defesa, da qual são
inseparáveis (MORAES, 2017).

Um estudo afirma que nos Estados Unidos cerca de três milhões de usos
defensivos de armas de fogo são feitos sem a necessidade de um único tiro. O
outro lado deste raciocínio é a verificação de que existem meios que não são
especialmente destinados a armas ou uso prejudicial e, no entanto, este
propósito é conferido a ele (BITENCOURT, 2014).

O gás não é essencialmente ruim, mas seu uso se mostrou letal nas mãos
do governo nacional socialista alemão. Na Espanha, as mortes de mulheres nas
mãos de seus maridos ou parceiros são feitas com todos os tipos de utensílios
que podemos encontrar em qualquer casa (BITENCOURT, 2014).

Por outro lado, há uma distinção entre dois tipos de armas, tais como
Murray Rothbard corretamente enfatizadas, tem implicações éticas importantes,
e é referenciada entre aqueles que podem discriminar o objeto de sua ação e
não.

Entre as armas de destruição discriminadas e as de destruição em


massa. Enquanto o primeiro só pode ser direcionado para aqueles que invadiram
os nossos direitos ou ameaçar fazê-lo, este último não pode ser limitado a esse
objetivo, assim também terminaria a vida de muitas vítimas inocentes que não
iniciaram qualquer ação ofensiva contra aqueles que usar, sem o qual eu posso
evitá-lo (SILVA, 2016).
48

Portanto, o seu uso será sempre injusto, independentemente da vontade


da pessoa que o exerce. Armas de uso discriminado são aquelas de indivíduos
e de destruição em massa.

5.1 Razões éticas em favor da liberdade de armas

Com estas primeiras considerações, a defesa do caráter ético da


liberdade das armas pode ser iniciada, o que é sustentado, por mais paradoxal
que possa parecer a princípio, com base no direito à vida.

Esse direito não pode ser inteiramente abstrato, sustentado em si


mesmo, já que a própria manutenção da vida depende das ações que tomamos
para preservá-lo (SILVA,2016).

Ao contrário das plantas e dos animais, as pessoas têm a capacidade de


usar a razão e seguir um curso de ação ou outro, que depende tanto das chances
de manter suas vidas quanto da qualidade delas.

A natureza não automática da luta pela vida implica que o direito à vida
não é diferente de tomar as medidas que o indivíduo considera necessárias para
mantê-lo e melhorá-lo. Se a pessoa se limitar as possibilidades de ação, se ele
é proibido de lutar para se manter, o direito à vida é esvaziado de conteúdo; No
final, ele é negado o mesmo direito de viver, que é procurar os meios para mantê-
lo.

O homem enfrenta perigos constantes, alguns provenientes da natureza, outros


da vida em sociedade. Portanto, uma das tarefas mais essenciais da atividade
humana é a proteção contra esses perigos ou essas ameaças.

No âmbito da sociedade, é fato que crimes contra pessoas e seus direitos


são cometidos. Desde que o direito à vida e o que você obteve com a sua
atividade é inteiramente e exclusivamente seu, o direito de defendê-los
também. A pessoa pode exercê-lo diretamente, como o proprietário do direito a
sua própria defesa, ou pode, por outro lado, contratar um serviço de proteção de
49

terceiros. Mas a defesa, como o resto dos direitos essenciais da pessoa, é


exclusiva e inalienável (FRAGOSO, 2006).

O próximo passo é o que vai do direito à defesa até o da posse e uso de


armas, sob o princípio de que o exercício dos direitos inclui o uso dos meios que
o ator considera mais apropriados para ele. No caso da defesa, armas de uso
discriminatório são ideais para esse propósito (FRAGOSO.2006).

Em suma, a proibição do direito de portar e usar armas supõe uma


negação substancial do direito à vida. O direito às armas não tem objetivo como
tal, uma vez que é autossustentável. Mas aponta para o desaparecimento de
criminosos, daqueles que vivem violando direitos individuais, dos quais o porte
de armas serve como defesa (BONAVIDES, 2014).

Se a lei proíbe a posse de armas, somente aqueles que não a respeitam


irão dispor delas. Os dados coletados em vários países, especialmente nos
Estados Unidos, mostram que quanto maior a liberdade das armas, menor a taxa
de criminalidade

Por outro lado, a liberdade das armas tem um alcance maior que o da luta
contra o crime e que deriva do fato de supor um meio eficaz contra a tirania. Essa
ideia foi exposta pelos mais diversos pensadores. Muitos autores perceberam
que uma república não poderia durar sem uma cidadania armada (BONAVIDES,
2014).

Podem ser citados Aristóteles Cicero, Machiavelli, Pai Mariana,


Montesquieu, Beccaria, John Locke, Sydney. Vejamos o exemplo do que eles
pensavam que os pais fundadores americanos, que criaram a Constituição que
foi certamente a maior fonte de liberdade história Patrick Henry disse: "Cuidado
com atenção ciumento a liberdade pública Sospéchese que chega perto de esta
jóia Infelizmente, nada irá preservá-lo, mas força flagrante Se você deixar essa
força, você está em ruínas (BONAVIDES, 2014). .

. A história mostra que todos os conquistadores que permitiram a posse


raças submetidas armas estavam preparando sua queda ao fazê-lo. na verdade,
ir tão longe como a alegação de que o fornecimento de armas para os
50

perdedores é uma condição sine qua non para a derrubada de qualquer


soberania". Esta declaração também mostra que o próprio Hitler tinha pensado
sobre uma questão que diz diretamente respeito e chegou a uma conclusão
razoável e mau presságio de novas situações semelhantes (BONAVIDES,
2014).

Nem os Estados Unidos nem na Suíça são concebíveis essas


atrocidades, e seus sistemas democráticos são densamente povoada, e não
pelas crenças democráticas sem mácula desses povos, mas porque os cidadãos
têm os meios para se defender se um ataque ocorrido a democracia e suas
liberdades (MENEZES, 2014).

A capacidade de defesa de uma comunidade armada contra outro


agressor pode ser mais poderosa do que podemos pensar em princípio.

Enfim, as armas são as melhores e, às vezes, o único meio adequado de


defesa contra a ação violenta. Da mesma forma que a negação do direito de
seguir os passos que garantem a vida vazia de conteúdo e anula o direito a ela,
a recusa de recorrer aos meios apropriados para defender-se supõe a negação
do direito de legítima defesa.

5.2 Razões morais a favor da liberdade de armas

Neste subitem- se observará que embora o argumento final em defesa da


liberdade de possuir e usar armas seja o ético, existem razões morais que
reforçam essa defesa que não deve ser posta de lado.

A liberdade é favorável às virtudes morais, já que seu exercício está


inextricavelmente ligado à responsabilidade individual (MIRABETE, 2013).

Ambos os valores promovem a dignidade do indivíduo e a igualdade entre


todos eles no julgamento moral de seu comportamento, uma ideia tipicamente
ocidental. Também incentiva o apoio à solidariedade fraca e pessoal. Um
51

fenômeno conhecido do passado no estudo da liberdade das armas é o chamado


"bom samaritano"; e é que comunidades com liberdade de armas estão mais
inclinadas a ajudar o próximo, em situações de dificuldades (MIRABETE, 2013).

O caso da liberdade de armas não é diferente. Sabe-se, por exemplo, que


as comunidades sem restrições ao uso da liberdade das armas são mais
propensas à solidariedade na defesa dos vizinhos e ao apoio daqueles que são
mais fracos.

Um exemplo é o que aconteceu em duas das cidades do oeste americano


(Aurora e Bodie) mais popular no século XIX pela violência e crime, embora os
níveis de esses males parecem-nos, com padrões de hoje, espantosamente
ridículo. Nessas cidades, as mulheres poderiam andar na frente da sala, ou as
ruas mais escuras livremente, seguro não haveria mais que estupradas ou
agredidas, mas que nem os rufiões rudes iria dirigir-lhes uma palavra ruim, desde
que eu sabia o que teria que enfrentar (BONAVIDES, 2014).

As leis negaram-lhes o direito de se defenderem até que a 14ª Emenda


garantisse a todos os cidadãos, incluindo escravos libertos, todos os direitos
constitucionais. Entre eles está o que garante a Segunda Emenda, a de ter e
portar armas. A ideologia da supremacia da raça branca alcançou então novos
sucessos e foi imposta graças à pressão desses grupos nas primeiras leis de
controle de armas. O desejo de controlar a população negra é a principal razão
para essa legislação restritiva (TURESSI, 2014).

Enfim, as considerações morais que podem ser formuladas em favor da


liberdade das armas é a da igualdade. Nos Estados Unidos, uma das liberdades
negadas pelos brancos racistas aos negros é a posse de armas, para que não
se defendam dos ataques dos mais radicais.
52

CONCLUSÃO

É importante ressaltar que o porte de armas tem uma norma específica,


pois não se trata da permissão para estabelecer autodefesas armadas, mas sim
da complementação das tarefas de segurança pública confiadas ao Estado.

Em suma, as armas são um método efetivo, imediato e barato de


autodefesa, que é mais necessário para as minorias mais indefesas, aquelas
com menos recursos e proteção menos efetiva da polícia.

A simples ameaça do uso de uma arma, ou o fato de dar a conhecer que


alguém possui, são meios perfeitamente adequados para se defender, já que os
possíveis invasores percebem o perigo em que podem incorrer se,
finalmente, eles tomam a medida de executar uma ação violenta contra aqueles
que estão armados. Portanto, as armas têm um caráter duplo, uma ofensiva e a
outra defensiva.

As armas de fogo desempenham um papel preponderante nessas ondas


de violência. Somente eles são a arma homicida preferida, mas seu uso para
cometer homicídios é mais frequente do que no resto do mundo. Com o aumento
da insegurança, também aumenta sua proliferação em uma cidadania que se
sente assustada e desprotegida. Para isso, deve-se acrescentar que o
importante não é o meio, mas o uso que é feito deles. A posse de uma arma não
predispõe a um uso ofensivo dela. Além disso, seu uso defensivo não precisa
ser levado às últimas consequências.

O Estado pode permitir que os cidadãos possam comprar legalmente


uma arma para proteção pessoal, mas ao mesmo tempo os organismos
responsáveis para o Estado para implementar políticas para desarmar e impedir
que continuem criminosos armar, também ao parar irresponsável ou cidadãos
impróprios para transportar uma arma.

Tendo este quadro claro, a pesquisa procurou analisar e ver a eficácia


das iniciativas e políticas de desarmamento dos cidadãos que têm sido
realizadas em diferentes países, bem como a nível nacional, com o qual procura
sensibilizar a população civil para restringir o transporte desses objetos que são
usados para cometer homicídios. Os conceitos foram considerados para este
53

documento, um contexto global sobre os dados, dados relacionados às armas


de fogo, bem como os argumentos a favor ou contra as armas. de fogo. A
legislação que existe no âmbito internacional, regional e local e se aplica às
armas de fogo em relação à sua comercialização, posse e porte será analisada.

Enfim, nota-se hoje que se ter o direito ao porte de armas poderá dar ao
cidadão uma facilidade maior para a sua defesa pessoal e dos seus familiares.
Todavia, ao se ter uma arma é fundamental que o seu possuidor haja com
responsabilidade perante a Lei existente,
54

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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