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ATO ADMINISTRATIVO - COMPETENCIA - MOTIVAÇÃO

- Conferindo Q lei, a determinada autoridade, competência para


aplicação de pena disciplinar, anulável é o ato respectivo, se prati-
cado por autoridade superior, arrogando-se poderes que não lhe são
legalmente atribuídos. Configura-se, na hip6tese, o excesso de poder,
que é ilegalidade extrínseca do ato.
- A motivação do ato administrativo, que compreende a exi-
gência de demonstração objetiva do interesse da administração, na
remoção ex-officio dos servidores públicos, pode ser contextual ou
aliunde, cumprindo ao juízo de legalidade, o exame da exatidão do
seu conteúdo. Demonstrado o claro na lotação do 6rgão policial e o
interesse da administração em preenchê-lo, em processo administra-
tivo anterior ao ato de remoção, não cabe o exame da sua oportu-
nidade, que se situa no âmbito do poder discricionário.

TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS


Angela Maria Baptista Pereira de Azevedo versus Diretor-Geral
do Departamento de Polícia Federal
Mandado de Segurança nQ 103.848 - Relator: Sr. Ministro
CARLOS MADEIRA

ACÓRDÃO tendência Regional do Departamento de Po-


lícia Federal do Rio de Janeiro, foi dispensa-
Vistos e relatados estes autos, em que são da, por ato do diretor-geral da Polícia Fe-
partes as acima indicadas, decide o Tribunal deral, de 15 de dezembro de 1983, da função
Federal de Recursos, em sessão plena, por de substituta eventual do chefe de coordena-
unanimidade, deferir em parte o mandado ção e controle, e removida, no mesmo dia,
de segurança, para anular o ato administra- para a Divisão de Polícia Federal em Nova
Iguaçu.
tivo de punição disciplinar da impetrante,
na forma do relatório e notas taquigráficas Contra esse ato, impetra a funcionária o
constantes dos autos, que ficam fazendo par- presente mandado de segurança, alegando
que o mesmo foi cometido com ilegalidade
te integrante do presente julgado.
e arbitrariedade, uma vez que não foram
Custas, como de lei.
objetivamente demonstrados a conveniência
Brasília, 23 de agosto de 1984 (data do e o interesse da administração, nem houve
julgamento). - José Fernandes Dantas, Pre- aquiescência dos chefes interessados.
sidente. Carlos Madeira, Relator.
Alega a impetrante que a Seção de Cen-
sura de Diversões Públicas da Divisão de
RELATÓRIO Polícia Federal em Nova Iguaçu está prati-
camente desativada, pois os dois técnicos de
o Sr. Ministro Carlos Madeira (Relator): censura ali lotados foram removidos, a pe-
Técnica de censura, lotada no Serviço de dido, em janeiro e maio de 1983, respectiva-
Censura de Diversões Públicas da Superin- mente. Além disso, o impetrado indeferiu

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pedido de remoção para aquela localidade, A autoridade impetrada prestou informa-
de outra técnica de censura. ções, juntando parecer de sua assessoria ju-
Ademais, para a Seção de Censura de Di- rídica, cópia do processo disciplinar instau-
versões Públicas de Nova Iguaçu deveriam rado contra a impetrante, além da cópia das
ser removidos técnicos iniciantes da carreira, informações prestadas no MS nl? 103.298,
já que se trata de órgão sem maior expres- de que é relator o Ministro José Cândido.
são. No parecer, transcreve o assessor a infor-
Rigorosamente, o ato de remoção da im- mação da Diretora da Divisão de Censura
petrante não demonstrou o interesse da ad- de Diversões Públicas de que a chefia da
ministração, conforme o exige o art. 140, seção desse serviço em Nova Iguaçu se en-
parágrafo único, do Decreto nl? 59.310, de contrava ocupada por um delegado de Polí-
1966. A remoção é ato vinculado, não po- cia Federal, tendo corno substituto eventual
dendo a administração afastar-se dos requi- um agente de Polícia Federal, aduzindo:
sitos que o informam. Cita a impetrante li- "A informação acima, da diretora da
ção da doutrina e acórdãos deste tribunal, DCDP/DPF, parece ser, data venia, suficien-
em prol de suas razões. te para demonstrar, objetivamente, a exis-
Por outro lado, a autoridade impetrada tência de claro de lotação, na DPF/Nova
aplicou à impetrante a pena de suspensão Iguaçu, e o inequívoco interesse da adminis-
por 10 dias, por haver faltado ao serviço, tração em remover, para lá, um ou mais
injustificadamente, nos dias 18 e 20 de ja- técnicos de censura.
neiro e 15 e 17 de fevereiro do corrente ano, A administração, usando o poder, discri-
bem como por ter se recusado a prestar cionário, de remover seus servidores, para
qualquer esclarecimento sobre tais faltas ao atender àqueles fins, fez expedir o ato, as-
seu chefe imediato. A punição se baseou sim motivado, de remoção da impetrante
em alegada infringência ao disposto no inci- (item 4.1 c 4.6)" (fls. 62).
so XXX, do art. 364, do Decreto nl? 59.310, O parecer qualifica de ociosa a alegação
de 1966, verbis: de falta de aquiescência dos chefes interes-
"XXX - faltar ou chegar atrasado ao ser- sados, para a efetivação da remoção, tendo
viço, ou deixar de participar com antecedên- em vista o item IH, do art. 141, do Decreto
cia, à autoridade, a impossibilidade de com- nl? 59.310/66, verbis:
parecer à repartição, salvo motivo justo." "Art. 141. No processamento da remo-
A punição é ilegal, já que a impetrante ção ex-olficio deverão ser observadas as se..
comunicou em 17 de fevereiro haver faltado guintes normas:
nos dois dias anteriores por motivo de doen- I - (. .. ).
ça, comprovada com atestado médico. Ten-
H - (. .. ).
do passado funcional ilibado, a injustiça do
ato disciplinar ressalta, constituindo, ade.. 111 - No caso de discordância de um dos
mais, uma contradição, pois na época já chefes, caberá ao diretor-geral do Departa-
estava ela removida para Nova Iguaçu. mento Federal de Segurança Pública ou ao
O mandado de segurança visa, assim, ao secretário de Segurança Pública decidir so-
desfazimento dos atos de remoção e de apli- bre a proposta de remoção; se autorizada,
cação da pena disciplinar, por flagrante ile- baixará o respectivo ato: caso contrário, a
galidade. proposta será arquivada" (fls. 63).
Em outro parecer, a assessoria jurídica, re..
11 ferindo-se brevemente à legalidade da remo-
ção, sustenta o ato que impôs a pena de
Deferi a medida liminar requerida, em 9 suspensão à impetrante.
de abril deste ano, atendendo ao que assenta Na cópia das informações prestadas no
a Súmula nl? 149 deste tribunal sobre a ma- MS nl? 103.298, destacam-se as seguintes
téria. passagens:

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"Ao editar o ato de remoção da impe- 1 . Maria Selma Miranda Chaves, PF-
trante, lastreei meu procedimento nos precei- 503-S·22, matrícula nQ 2.126.369.
tos contidos no art. 67, inciso I, da Lei 2 . Angela Maria Baptista Pereira de Aze-
nQ 4.878, de 3 de dezembro de 1965, no vedo, PF·503-B-I0, matrícula nQ 2.416.889",
art. 140, inciso I e seu parágrafo único, do (fls. 130-1).
Decreto nQ 59.310, de 23 de setembro de Depois de realçar sua competência para
1966, bem como no art. 141, inciso I, art. a remoção, a teor do art. 141 do Decreto
144 e art. 145 do mesmo diploma regula- nQ 59.310, sem a obrigatoriedade de pr~
mentar. Observados os requisitos dos dis- nunciamento de autoridades que lhe são hie-
positivos legais e regulamentares supramen- rarquicamente inferiores, aduz o informante:
cionados, baixei a Portaria nQ 772/83/DG, "Deve-se atentar que a necessidade devi-
de 15 de dezembro de 1983, publicada no damente justificada e o interesse da adminis-
Boletim de Serviço nQ 236 do dia seguinte, tração objetivamente demonstrado, motiva-
página 03, respaldado na competência que dores do ato atacado no presente mandamus,
me é atribuída pelo inciso XIX do art. 30 exigências do art. 145 e do parágrafo único
do Regimento Interno do Departamento de do art. 140 do Decreto n Q 59.310, de 23 de
Polícia Federal, aprovado pela Portaria setembro de 1966, encontram·se no bojo do
n9 359-B, de 29 de julho de 1974, do Exmo. Processo n9 28. 701/83-BS8, que revestem
Sr. Ministro da Justiça. a legalidade do procedimento administrativo
Declara a impetrante no item 20 da peti- remocional.
ção que: 'Como se infere, são condições Cabe esclarecer que a existência da obje-
indispensáveis para a remoção ex-olficio de tividade na demonstração do interesse da
qualquer funcionário público federal: primei- administração deve basilar o ato de remoção,
ro, a existência de claro de lotação; segundo, estando expressa através de considerandos
no interesse da administração, devidamente no cerne do ato administrativo ou justifica-
comprovado; terceiro, a expressa aquiescên- do em processo documental que informe tal
cia, por escrito, de todos os chefes interessa- situação.
dos (sic).' No caso referenciado, o Processo nQ
Apesar da alegação expendida no item 5 28.701/83-8S8 demonstra, com insofismável
da petição inicial que afirma ser o ato rem~ objetividade, o interesse da administração,
cional maculado de ilegalidade, esta direçã~ alicerçando com fatos concretos a materiali-
geral promoveu o ato in casu com o único e zação da remoção ora inquinada" (fls. 134).
exclusivo propósito de atender o interesse
da administração; observando na edição do III
ato ora impugnado as formalidades legais e
regulamentares normatizadoras do instituto A Subprocuradoria-Geral da República
opinou pela denegação do mandado de segu-
da remoção.
rança, em parecer em que aborda os princi-
Como se infere no bojo do próprio ato pais aspectos da impetração.
remocional, vislumbra-se o atendimento das ~ o relatório.
formalidades legais exigidas. Senão vejamos:
'Portarias de 15 de dezembro de 1983. VOTO
N9 772/83-DG. Tendo em vista a exis-
tência de claro de lotação e o interesse da o Sr. Ministro Carlos Madeira (Relator):
administração, conforme restou demonstrado Aprecio, em primeiro lugar, o pedido relati-
no Processo nQ 28. 701/83-BSB. vo ao ato disciplinar.
Resolve remover ex-officio, na forma do A impetrante, que faltara ao serviço dois
item 111, da Instrução Normativa nQ 001/79- dias em janeiro de 1984, faltou nos dias 15
DG, da SR/RJ para a DPF.1/NIG/RJ, os e 16 de fevereiro seguinte. No dia 17, c~
seguintes técnicos de censura: municou que sua ausência ao trabalho fora

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motivada por doença. Encaminhada ao ser- mas quem pode, segundo a norma de direito"
viço médico, foi negado o abono das faltas. (cf. Meirelles, Hely Lopes, Direito adminis-
Procedeu-se, então, a sindicância, que trativo brasileiro, 9. ed. p. 106).
concluiu por apontar a infringência, por O Supremo Tribunal Federal, RE n9
parte da impetrante, dos incisos XXIV e 94.859-DF, relator o Ministro Decio Miran-
XXX do Decreto n 9 59.310/66. Foi aplicada da, decidiu por sua egrégia Segunda Turma,
a pena disciplinar de 10 dias de suspensão, na forma da emenda seguinte:
por portaria do diretor da Divisão de Polí- "Constitucional. Mandado de segurança.
cia Federal em Nova Iguaçu, ratificada pela Ato disciplinar.
Portaria n 9 03/84, assinada pela autoridade Não ocorrendo defeitos por ilegalidade do
impetrada, mas na qualidade de diretor da ato, tais a incompetência da autoridade, a
Divisão de Polícia Federal em Nova Iguaçu inexistência de norma autorizadora da pena
(fls. 107). e a preterição de formalidade essencial, é
O art. 387, inciso VI, do Decreto n 9 59.310, incabível o mandado de segurança, contra
de 1966, diz que são competentes para a ato que aplica pena disciplinar. Não é in-
aplicação da pena de suspensão até 10 dias, constitucional o inciso III do art. 59 da Lei
aos funcionários do DPF, os diretores de n9 1.533, de 31 de dezembro de 1951, quan-
divisão e Serviços do DFSP (atual DPF). do exclui da apreciação em mandado de se-
A Portaria do diretor da Divisão de Nova gurança o ato disciplinar, o que, segundo a
Iguaçu seria, portanto, bastante para a apli- jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
cação da sanção disciplinar. Mas a remessa não concerne a sua legalidade extrínseca,
do ato à Direção-Geral do Departamento e mas aos seus motivos" (RTf, 100/1.381).
a sua reprodução, assinada pelo diretor-geral, No presente caso, trata-se de ilegalidade
além de revelar indisfarçável animadversão extrínseca, em razão do vício de forma e do
à impetrante, resulta na ilegitimidade do ato. excesso de poder da autoridade impetrada,
Com efeito. o ato foi remetido pelo dire- cujo exame é admitido em mandado de se-
tor da Divisão de Nova Iguaçu, ao coorde- gurança.
nador central judiciário da Direção-Geral, Relativamente à ilegalidade do ato de re-
em 9 de março de 1984, de conformidade moção, lê-se no Boletim n 9 236, de 16.12.83,
com entendimento telefônico. O expediente a Portaria n 9 772/83-DG, do seguinte teor:
foi recebido na Direção-Geral em 11 de mar- "Tendo em vista a existência de claro na
ço (fls. 106). Aí o ato foi reproduzido, mas lotação e o interesse da administração, con-
com a data de 9 de março, e assinado pela forme demonstrado no Processo n9 28.701/
autoridade impetrada na qualidade de dire- 83-BSB:
tor da Divisão de Polícia Federal de Nova Resolve remover ex-oflicio, na forma do
Iguaçu (fls. 107). item IH da Instrução Normativa n9 001/79-
O ato é, assim, ilegítimo, por flagrante in- DG, da SR/RJ, para a DPF/NIG/RJ, os se-
competência da autoridade impetrada. Não guintes técnicos de censura:
se trata apenas do vício de forma, que já é 1 - omissis
grave, mas de excesso de poder, caracteriza- 2 - Ângela Maria Baptista Pereira de
do pelo fato de a autoridade impetrada ter- Azevedo, PF 503-B-I0, matrícula n9
se arrogado poderes que não lhe são atribuí- 2.416.889."
dos legalmente. Com efeito, todo ato ema- No que concerne à competência da auto-
nado de agente incompetente, ou realizado ridade impetrada para o ato de remoção, te-
além do limite de que dispõe a autoridade nho que ela se exerce dentro do procedi-
incumbida de sua prática, é inválido, por lhe mento administrativo estabelecido no art.
faltar um elemento básico de sua perfeição, 141 do Decreto n 9 59.310, de 1966: inicia-
qual seja, o poder jurídico para manifestar tiva do diretor-geral, concordância dos che-
a vontade da administração. Como adverte fes interessados, a decisão final do mesmo
Caio Tácito, "não é competente quem quer, diretor-geral. Mas, no caso, houve solicita-

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ção da diretora da Divisão de Censura de Na administração brasileira, é comum a
Diversões Públicas à qual está vinculada a prática de atos com motivação em outra de-
impetrante, que atende ao requisito da con- cisão ou em outro processo, ou seja, com mo-
cordância previsto no dispositivo regula- tivação aliunde. Cabe ao juízo da legalidade,
mentar. o exame da exatidão do seu conteúdo. "Le
Já quanto à demonstração do interesse da juge de l'excess de pouvoir - ensina Vedei
administração, o ato faz alusão ao processo - s'il est saisi d'une contestation sur ce
em que a diretora de divisão, acima refe- point, peut et doit controler l'exactitude tant
rida, solicitou a remoção das técnicas de de la qualification juridique que de la ma-
censura, em face da ausência de funcioná- terialité des faits qui sont à la base de la
rios dessa categoria na Divisão de Polícia decision attaqué" (Droit administratif, 1968,
Federal em Nova Iguaçu, em face de esta- p. 527). No caso presente, o ato de remo-
rem sendo as respectivas atribuições desem- ção faz expressa remição ao processo que
penhadas por um delegado e um agente de contém os seus motivos.
Polícia Federal.
A impetrante não nega a existência de cla-
A Súmula nl? 149 do Tribunal Federal de
ros na lotação de técnicos de censura na Di-
Recursos assenta que "no ato de remoção
visão de Polícia Federal em Nova Iguaçu.
ex-oflicio do servidor público, é indispensá-
O que alega a seu favor é a falta de opor-
vel que o interesse da administração seja
objetivamente demonstrado". Baseia-se tal tunidade na remoção. Mas o juízo da opor-
entendimento no parágrafo único, do art. 18, tunidade refoge ao juízo do excesso de po-
do Decreto nl? 53.481, de 1964, e no pará- der sobre a qualificação do ato, pois tanto
grafo único, do art. 140, do Decreto nl? se situa no âmbito do poder discricionário.
59.310, de 1966, que dispõe sobre o regime Contendo o ato impugnado, motivação
jurídico dos funcionários da Polícia Federal. aliunde explícita, e estando nos autos o tex-
A demonstração objetiva do interesse da to do expediente que formou o processo em
administração nada mais é do que a moti- que foi exposto o interesse da administra-
vação da remoção, que a lei quer que conste ção, não há como invalidá-lo, no juízo de sua
do ato. E essa exigência visa ao controle do
legalidade.
excesso de poder na prática do ato admi-
Com estes fundamentos, concedo parcial-
nistrativo, colocando-o sob a condição geral
de legalidade. Por isso mesmo, a doutrina mente o mandado de segurança, apenas para
se refere à motivação como integrante da anular o ato disciplinar praticado por auto-
forma do ato administrativo. ridade incompetente.
No ato de remoção, objeto deste manda-
do de segurança, o que ganha relevo é exa- VOTO

minar se a motivação nele contida é sufi-


ciente. o Sr. Ministro William Patterson: Sr. Pre-
A motivação pode ser contextual, vale di- sidente, acompanho o eminente relator, tendo
zer, expressa juntamente com o ato, ou ali- em vista a irregularidade da expedição do
unde, ou seja, apenas referido, pois se con- ato, apontada por S. Ex•. Não concordo, po-
tém em outro ato administrativo. Agustin rém, quanto ao fundamento sobre a incom-
Gordilho observa que "si bien lo normal es petência da autoridade. Entendo que a au-
que la motivación sea concomitante aI acto toridade superior pode expedir ato discipli-
y esté incluida en el mismo texto en que se nar que cabe à autoridade de nível hierár-
inserta la parte dispositiva, se ha admitido quico inferior. Quem pode o mais pode o
a veces que puedan servir como motivación menos.
prévia de un acto los informes y dictámenes Houve, contudo, uma irregularidade quan-
que lo preceden" (El acto administrativo, 2. to à formação do ato, razão pela qual dou
ed. 1969, p. 314). minha adesão ao ilustre relator.

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EXTRATO DA ATA Votaram com o Sr. Ministro Relator os
Srs. Ministros Gueiros Leite, Torreão Braz,
MS nQ 103.848-DF (5621100) - ReI. Min. OUo Rocha, William Patterson, Adhemar
Carlos Madeira. Reqte: Angela Maria Bap- Raymundo, Bueno de Souza, Sebastião Reis,
tista Pereira de Azevedo. Reqdo: Diretor- Miguel Jeronymo Ferrante, José Cândido, Pe-
Geral do Departamento de Polícia Federal dro Acioli, Américo Luz, Antônio de Pá-
(adv.: Dr. José Calixto Uchoa Ribeiro). dua Ribeiro, Flaquer Scartezzini, Costa Li-
Decisão: o tribunal, por unanimidade, de- ma, Geraldo Sobral, Armando Rollemberg,
feriu em parte o mandado de segurança, para Lauro Leitão e Hélio Pinheiro. Não partici-
anular o ato administrativo de punição dis- param do julgamento os Srs. Ministros Moa-
ciplinar da impetrante (Tribunal Pleno cir Catunda, Washington Bolívar, Carlos M.
23.8.84). Sustentaram, oralmente, o Dr. José Velloso, Leitão Krieger e Carlos Thibau. Li-
Calixto Uchoa Ribeiro (pela requerente), e cenciado o Sr. Ministro Jarbas Nobre. Pre-
o Dr. Geraldo Andrade Fonteles, Subpro- sidiu o julgamento o Exmo. Sr. Ministro
curador-geral da República. José Dantas.

AUTORIZAÇÃO - ATO VINCULADO - SOCIEDADE SEGURADORA

- O ato de autorização para funcionamento das sociedades se-


guradoras é vinculado, não podendo o administrador fugir aos limites
traçados na legislação que rege o assunto, sob pena de se constituir
em ato inválido.
- Desde que a sociedade reúna certos requisitos, previamente
estabelecidos em lei, desaparece para a administração a possibilidade
de escolha. Sua conduta, in casu, é regida, vinculada, predeterminada
- Decreto-Iei n.O 73/66, art. 36.

TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS


Sérgio Sulisk Wais e outros versus Ministro da Fazenda
Mandado de Segurança nQ 103.576 - Relator para o acórdão: Sr. Ministro
PEDRO ACIOLl

ACÓRDÃO Brasília, 27 de setembro de 1984 (data do


julgamento). - José Dantas, Presidente. Pe-
Vistos e relatados estes autos, em que são dro Acioli, Relator para o acórdão.
partes as acima indicadas, decide o Tribu-
nal Pleno do Tribunal Federal de Recursos, RELATÓRIO
por maioria, deferir o mandado de seguran-
ça, na forma do relatório e notas taquigráfi- o Sr. Ministro José Cândido: Sérgio Su-
cas constantes dos autos, que ficam fazendo lisk Wais e outros impetram mandado de
parte integrante do presente julgado. segurança contra ato do ministro da Fazen-
Custas, como de lei. da, na qualidade de presidente do Conselho

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