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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDONIA

“Quando a política penetra no recinto dos


Tribunais, a Justiça se retira por alguma porta”.

François Pierre Guillaume Guizot (1787-1874).

MILENA YURIKO BATISTA NAKAI, brasileira, solteira, Técnica de Enfermagem,


atualmente desempregada, RG 394474235 SSP-SP, CPF 421.173.178-55, residente e
domiciliada à Rua Monte Santo, 2302, CEP 76.807-480, Porto Velho – RO - vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, via do advogado in fine subscrito (mandato
anexo) com fundamento no inciso LXIX do art. 5º da Constituição Federal, c/c artigo 87,
IV, “f”, (1) da Constituição do Estado de Rondônia C/C a Lei n.º 12.016/2009 e
alterações posteriores, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR, inaudita altera pars,

Contra ato ilegal e abusivo do Senhor GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDONIA,


podendo ser notificado nas dependências do PALÁCIO RIO MADEIRA, sede do
Governo do Estado, situado à Av. Farquar, 2986 - Pedrinhas, Porto Velho - RO, 76.801-
470, Porto Velho - RO, AUTORIDADE COATORA QUE EXERCE O CARGO DE
GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDONIA, pessoa jurídica de direito público interno,
CNPJ/MF nº 00.394.585/0001-71, sediado Av. Farquar, 2986 - Pedrinhas, Porto Velho -
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Avenida 7 de Setembro, 1239, Esquina com Rua Mal. Deodoro, Centro, Porto Velho – RO
Twitter: @auditorsergio – Celular: (69) 99368-6526 (whatsapp)
e-mail: sergio.pvh-ro@hotmail.com
RO, 76801-470, em razão dos motivos fáticos, jurídicos e probatórios que passa a
expor:

1. Preliminarmente

a) Pedido de Gratuidade das Custas Processuais:

I. Eminente Desembargador Relator, douto Tribunal. A Impetrante é Técnica de


Enfermagem, estando atualmente desempregada, não possuindo, pois, recursos
para o pagamento das custas deste processo. Tal assertiva é documentada
através da Declaração de Hipossuficiência em anexo.
II. Assim, requer seja deferido o processamento deste mandamus com gratuidade
de custas.
III. Alternativamente, seja deferida a possibilidade de efetuar o pagamento das
custas ao final do processo.

b) Da Legitimidade Passiva Ad Causam

IV. Na dicção da melhor jurisprudência, o Impetrante entende que a "Autoridade


coatora é quem ordena a prática do ato impugnado ou se omite em praticá-lo, e
não o superior que recomenda ou baixa normas para sua execução" (RMS
8856/RJ, Rel. Min. Garcia Vieira);

V. Trata-se de atos de nomeação (Decreto nº 24.889/2020_DOE Suplementar nº


53.1 de 20-03-2020) – Doc. 01 - e posterior cancelamento de nomeação
(Decreto 20.890/2020_DOE Suplementar nº 54.1 de 23-03-2020) – Doc. 02 -
para cargos de provimento efetivo via concurso público no âmbito da Secretaria

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de Estado da Saúde- SESAU, executado pela FUNRIO, de acordo com os termos
do Processo n° 01-1712.00477-0000/2015, regido pelo Edital n°
013/GCP/SEGEP , de 20 de janeiro de 2017, publicado no Diário Oficial do
Estado de Rondônia – DOE n° 019, de 30 de janeiro de 2017,homologado pelo
Edital n° 116/GCP/SEGEP , de 3 de julho de 2017,divulgado no DOE n° 122, de
3 de julho de 2017, em concordância com os quantitativos de vagas previstos na
Lei n° 3.503, de 30 de janeiro de 2015, propalado no DOE n° 2632, de 30 de
janeiro de 2015, considerando os termos dos documentos contidos nos Autos do
Processo SEI n° 0036.022389/2019-55.

VI. Nesse contexto, não há como deixar de se perceber a legitimidade do eminente


GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDONIA, para figurar no polo passivo do
presente writ, já que, conforme se observa em ambos os decretos de nomeação
e cancelamento de nomeação, que acompanham a inicial, é esta autoridade
quem procedeu a nomeação e o cancelamento da nomeação dos candidatos
aprovados no aludido certame, como também vem praticando todos os demais
atos atinentes ao concurso em questão;

VII.A Autoridade Coatora integra a estrutura do ESTADO DE RONDONIA NOS


TERMOS DO ARTIGO 6º DA NOVA LEI DO MANDAMUS;

VIII. Segundo orientação Pretoriana “(...) incabível é a segurança contra


autoridade que não disponha de competência para corrigir a ilegalidade (...) (RT
492⁄198)”.

IX. Sobre o tema há vários precedentes do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:

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‚RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. LEGITIMIDADE. AUTORIDADE. I – A
autoridade q ue deve figurar como coatora na impetração é aquela que
praticou a ação ou omissão lesiva ao direito dos impetrantes, bem como
detém poderes para corrigir a ilegalidade.II – A tabela que impôs os
valores tidos como ilegais pelos impetrantes foi editada pelo próprio
Prefeito Municipal e não pelo Sr. Diretor do Departamento de Recursos
Humanos, autoridade que apenas adequou os valores dos vencimentos dos
servidores aos níveis impostos pelo Chefe do Executivo que, portanto, é o
legitimado para integrar o feito.Recurso provido.‛ (RMS 14.475⁄SP, de minha
relatoria, DJU de 01⁄07⁄2002).

‚AGRAVO INTERNO – MANDADO DE SEGURANÇA – LEGITIMIDADE PASSIVA – GOVERNADOR


DO DISTRITO FEDERAL – AUTORIDADE COATORA – ATO DE EFEITO CONCRETO –
INCORPORAÇÃO DE QUINTOS I - Autoridade coatora é aquela que pratica ou
ordena concreta e especificamente a execução ou inexecução do ato impugnado
e responde pelas suas conseqüências administrativas. II - O Decreto
expedido pelo Governador do Distrito Federal teve efeitos concretos, sendo
este, portanto, autoridade legítima para figurar no pólo passivo do mandado
de segurança. Precedentes: ERESP 113378⁄DF, Rel. Min. Hamilton Carvalhido,
RESP 147784⁄DF, Rel. Min. Fernando Gonçalves e RESP 113661⁄DF, Rel. Min.
Edson Vidigal.III – Agravo Regimental desprovido.‛ (AgRg⁄Resp 113.014⁄DF,
Rel. Min. Gilson Dipp, DJU de 25⁄06⁄2001).

‚(...).1. A autoridade que tem poderes para corrigir o ato impugnado é a


que detém legitimidade passiva para figurar no Mandado de Segurança,
sobretudo quando tal autoridade é a signatária da norma na qual lastreou-se
a impugnada redução no valor da pensão. (...).‛ (MS 7.372⁄DF, Rel. Min.
Edson Vidigal, DJU de 03⁄09⁄2001).

‚EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA. LEGITIMIDADE PASSIVA.


GOVERNADOR E SECRETÁRIO DE ESTADO. SERVIDORES PÚBLICOS VINCULADOS A
FUNDAÇÃO PÚBLICA. AUTORIDADE COATORA – Autoridade coatora é aquela que
pratica ou ordena concreta e especificamente a execução ou inexecução do
ato impugnado e responde pelas suas conseqüências administrativas –
Embargos rejeitados.‛ (EREsp 113.378⁄DF, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU
de 18⁄09⁄2000)‛.

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X. Inúmeras são as decisões daquela corte no sentido do que vem sendo defendido,
que para não alongar demais o arrazoado se deixa de transcrever;

XI. E para que não reste qualquer sombra de dúvida, com relação à legitimidade do
SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDONIA para figurar no polo
passivo deste mandamus o Impetrante, apela mais uma vez a lição do insigne
mestre Hely Lopes Meireles que “Considera autoridade coatora a pessoa que
ordena ou omite a prática do ato impugnado(...)”;

XII. “Coatora é a autoridade superior que pratica ou ordena concreta e


especificamente a execução ou inexecução do ato impugnado e responde pelas
suas consequências administrativas; executor é o agente subordinado que
cumpre a ordem por dever hierárquico, sem se responsabilizar por ela”.
(Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de
Injunção, Habeas Data, Malheiros, 19ª edição, 1998, p. 54).

c) Da Tempestividade Da Impetração

XIII. In casu, o ato coator (Decreto nº 24.890 – última página, foi publicado no
Diário Oficial do Estado de Rondônia – Edição Suplementar nº 54.1 de 23-03-
2020) – Doc. 02;
XIV. Referido Decreto Revogou o nº 24.889/2020_DOE Suplementar nº 53.1 de
20-03-2020-páginas 5 e seguintes) – Doc. 01;

XV. Portanto, ainda não decaiu o prazo para impetração do presente


mandamus.

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2. No Mérito

d) Súmula Fática

XVI. O Estado de Rondônia promoveu concurso público no âmbito da


Secretaria de Estado da Saúde- SESAU, executado pela FUNRIO, de acordo
com os termos do Processo n° 01-1712.00477-0000/2015, regido pelo Edital n°
013/GCP/SEGEP , de 20 de janeiro de 2017, publicado no Diário Oficial do
Estado de Rondônia – DOE n° 019, de 30 de janeiro de 2017,homologado pelo
Edital n° 116/GCP/SEGEP , de 3 de julho de 2017,divulgado no DOE n° 122, de
3 de julho de 2017, em concordância com os quantitativos de vagas previstos na
Lei n° 3.503, de 30 de janeiro de 2015, propalado no DOE n° 2632, de 30 de
janeiro de 2015, considerando os termos dos documentos contidos nos Autos do
Processo SEI n° 0036.022389/2019-55;

XVII. Submetida ao referido concurso, a Impetrante logrou aprovação na 705ª


posição, consoante comprova o DECRETO de NOMEAÇÃO Nº 24.889 de 20 de
março de 2020, página 9 do DOE suplementar nº 53.1 – DOC. 02;

XVIII. Conforme referido acima, em 20 de março de 2020, a Impetrante foi


NOMEADA através do Decreto 24.889/2020 para o CARGO DE PROVIMENTO
EFETIVO DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM 40h;

XIX. Salienta-se que referido Decreto de nomeação foi publicado na mesma


edição suplementar do DOE em que fora publicado o Decreto de Calamidade
Pública em decorrência da pandemia do COVID-19, in casu o Decreto nº 24.887

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de 20-03-2020, tratando-se, pois, de complementação das ações de governo
para conter a referida pandemia mundial no âmbito do Estado de Rondônia. No
caso específico, o Governador do Estado buscou prover as unidades de saúde
do Estado de mais profissionais de saúde;

XX. Ocorre que, 3 (três) dias após a nomeação dos aprovados, o Governador
do Estado edita o ATO COATOR - Decreto nº 24.890/2020 – última página do
Diário Oficial do Estado de Rondônia – Edição Suplementar nº 54.1 de 23-03-
2020) – Doc. 02, simplesmente REVOGANDO O DECRETO DE NOMEAÇÃO
DOS APROVADOS, verbis:

‚DECRETO N° 24.890, DE 23 DE MARÇO DE 2020. Revoga o Decreto nº 24.889, de


20 de março de 2020. O GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso das
atribuições que lhe confere o inciso V do artigo 65 da Constituição
Estadual, D E C R E T A:

Art. 1°Fica revogado o Decreto nº 24.889, de 23 de março de 2020, que


‚Dispõe sobre a nomeação de candidatos aprovados em Concurso Público da
Secretaria de Estado da Saúde - SESAU, para ocuparem cargo efetivo.‛

Art. 2°Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos a
contar de 20 de março de 2020.

Palácio do Governo do Estado de Rondônia, em 23 de março de 2020, 132° da


República.

MARCOS JOSÉ ROCHA DOS SANTOS


Governador
SILVIO LUIZ RODRIGUES DA SILVA
Superintendente Estadual de Gestão de Pessoas
FERNANDO RODRIGUES MÁXIMO
Secretário de Estado da Saúde‛.

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XXI. Observe Vossa Excelência e Egrégia Corte Estadual que o Decreto que
revogou as nomeações é totalmente desprovido de motivação, desobedecendo
comezinha regra de Direito Administrativo (Requisitos do Ato Administrativo);

XXII. Eminente Relator, doutos sobrejuízes, conforme veiculado na imprensa


local, o Governo do Estado estava preparando convocação para provimento de
cargos na saúde estadual mediante contrato emergencial (matérias) – Doc. 03 -
https://www.rondoniagora.com/politica/coronavirus-governo-vai-contratar-
servidores-emergenciais-diz-secretario-a-deputados;

XXIII. Conforme prometido, o Executivo Estadual fez publicar na noite de ontem,


26-03-2020, Edital de Abertura de Processo Seletivo nº 053/2020 para
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA E EMERGENCIAL DE SERVIDORES PARA A
SESAU – Doc. 04, burlando a nomeação dos aprovados em concurso público,
EXATAMENTE PARA OS MESMOS CARGOS objeto do Decreto de nomeação,
verbis:

‚EDITAL Nº 53/2020/SEGEP-GCP

TORNA PÚBLICA A INTENÇÃO DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA, EM CARÁTER EMERGENCIAL,


DE PROFISSIONAIS POR TEMPO DETERMINADO, com vistas à ampliação imediata da
cobertura assistencial à população, em decorrência da pandemia provocada
pelo COVID-19 (Novo Coronavírus). O Superintendente Estadual de Gestão de
Pessoas Senhor Silvio Luiz Rodrigues da Silva, no uso de suas atribuições
legais, considerando a necessidad e inadiável de excepcional interesse
público de contratação de profissionais habilitados, com base nos termos de
inciso IX, do argo 37, da Constuição Federal, em harmonia com o inciso I,
Argo 2º da Lei Estadual n. 4.619 de 22 de outubro de 2019, publicada no
Diário Oficial do Estado de Rondônia, edição n. 199 de 23 de outubro de
2019, Considerando a Lei Federal n° 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 e a
Portaria n° 356, de 11 de març o de 2020, do Ministério da Saúde,

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Considerando o Decreto n. 24.887, de 20 de março de 2020, que versa sobre
o Estado de Calamidade Pública em todo o território do Estado de Rondônia,
para fins de prevenção e enfrentamento à pandemia causada pelo novo
Coronavírus - COVID-19, e ainda Considerando os term os do Oficio id
(0010793236) constante nos aut os do Processo Administravo n.
0036.128466/2020-13, torna público as normas para a realização de Processo
Selevo Simplificado de Avaliação de Títulos, para atender, no âmbito da
Secretaria de Estado da Saúde – SESAU/RO, as Unidades de Saúde Pública
Estadual dos municípios de Buris, Cacoal, Extrema, Porto Velho e São
Francisco do Guaporé, para atendimento de necessidade temporária de
excepcional interesse público para AMPLIAÇÃO IMEDIATA das equipes de saúde,
de forma a atuar de maneira rápida e célere no enfrentamento da emergência
de saúde pública decorrente do COVID-19 (Novo Coronavírus) mediante as
condições especiais estabelecidas neste Edital e seus Anexos.

XXIV. Tal fato indica que os candidatos aprovados em Concurso Público


certamente serão preteridos através da contratação de servidores emergenciais o
que traduz incongruência administrativa;

XXV. Ora, se existem candidatos aprovados em concurso público, devidamente


nomeados através do Decreto 24.889/2020 – Doc. 01, denota-se a verdadeira
intenção do Governo do Estado ao cancelar ilegalmente referida nomeação
através do Ato Coator ora impugnado – Decreto 24.890/2020 – Doc. 02;

XXVI. Somente após a nomeação de todos os aprovados, persistindo a


necessidade do serviço, o Executivo poderia lançar mão da figura do servidor
emergencial temporário.

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XXVII. Não é concebível, por exemplo, que um candidato aprovado em concurso
público para cargo efetivo seja deixado de lado para contratar servidor
emergencial, não há motivo para tal;

XXVIII. Além do mais se torna necessário destacar (e fazemos isso com


destaque) a grande necessidade de recursos humanos que o Estado de
Rondonia, agora mais do que nunca em função da pandemia ocasionada pelo
COROVID-19, o que é público e notório neste Estado;

‚Ação de mandado de segurança. Candidata aprovada em concurso público para


o cargo de nutricionista no município de São Gonçalo em 17º lugar, dentro
do número de vagas previsto no edital (38). Direito subjetivo que decorre
da vinculação ao edital. Cabe à Administração Pública alegar motivo
relevante para justificar a ausência de nomeação dos candidatos aprovados
de acordo com o número de vagas. ‘In casu’, a defesa da autoridade
municipal está baseada no exercício da discricionariedade administrativa.
Concessão da ordem para garantir à impetrante a nomeação e a posse no cargo
de nutricionista.‛ (Mandado de Segurança 2006.004.00688, 5º CC, Rel. JDS.
Des. Ricardo A. Fernandes, em 25-07-06)‛.

‚Mandado de segurança. Inconformismo da impetrante regularmente aprovada em


concurso de provas e títulos para o cargo de nutricionista, não empossada.
Se a impetrante faz prova de classificação suficiente para ocupar um dos
cargos oferecidos, faz jus à sua nomeação. Inércia da Administração que não
se justifica, pois se houve necessidade de contratação de servidores
públicos é, ao mínimo, incongruente que, realizado o certame, não venha
aquele a dar posse a estes que foram regularmente aprovados e que, se
presume, façam falta ao ente público para prestação. A discricionariedade
no atuar da Administração não é absoluta, até mesmo porque a lei impõe
limitações neste atuar; acaso ultrapassados os mesmos, seja por um fazer,
seja por um não fazer, tal conduta passa a ser contraria à lei e sujeita ao
controle pel o Poder Judiciário como tal, se entende presença de
irregularidade na conduta da autoridade apontada como coatora, sendo certo
que assiste à impetrante o direito de haver a posse do cargo público ao

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qual foi aprovada. Mandado de segurança que se conhece e se da provimento
para que seja a impetrante, de pronto, nomeada e empossada para o cargo de
nutricionista do Município de Sã o Gonçalo, como consta da inicial.‛
(Mandado de Segurança 2006.004.00686, 16° CC, Rel. JDS. Des. Pedro Freire
Raguenet, em 18-07-06) (grifamos).

XXIX. Assim, tendo em vista que tanto a melhor doutrina quanto a jurisprudência
mais moderna de nossos Tribunais vêm caminhando no sentido da mais absoluta
ILEGALIDADE NA REVOGAÇÃO DE ATO DE NOMEAÇÃO DE SERVIDOR
APROVADO EM CONCURSO PÚBLICO e, mais ainda pelo fato de que o
preenchimento das vagas ativas na SESAU é necessário e oportuno, a
impetrante ingressa com o presente mandamus a fim de restabelecer a
nomeação efetivada através do DECRETO de NOMEAÇÃO Nº 24.889 de 20 de
março de 2020, página 8 do DOE suplementar nº 53.1 – DOC. 01,
ILEGALMENTE REVOGADO pelo Decreto nº 24.890 – última página do Diário
Oficial do Estado de Rondônia – Edição Suplementar nº 54.1 de 23-03-2020) –
Doc. 02;
XXX. Como visto douto Desembargador Relator, egrégio Tribunal de Justiça,
trata-se de direito líquido e certo de a Impetrante restabelecer os efeitos de sua
nomeação e, posteriormente ser empossada no cargo em que conseguiu
aprovação e classificação de forma legal;

3. Cabimento Do "Writ".

XXXI. O presente remédio constitucional é perfeitamente cabível para a hipótese,


eis que de acordo com expresso dispositivo constitucional o mandado de
segurança será sempre pertinente contra ilegalidade ou abuso de poder praticado

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pelo agente público ou agente de pessoa jurídica no exercício das atribuições de
Poder Público.

XXXII. In litteris, a Constituição Federal, em seu art. 5.º, inciso LXIX preleciona:

"conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


não amparado por ‘habeas-corpus’ ou ‘habeas-data’, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público‛.

XXXIII. Direito líquido e certo, é aquele determinado em seus contornos,


comprovável de plano, que não exige dilação probatória, exatamente como no
caso do Impetrante.

XXXIV. Diz a melhor doutrina que é cabível o writ contra ato concreto de
autoridade, admitindo, igualmente, a concessão do remédio heroico para corrigir
ilegalidade patente na iminência de ocorrer. No caso, tem o presente, natureza
preventiva e repressiva, a primeira, para assegurar, de logo, ao Impetrante o
direito de ser nomeado para o cargo a que se candidatou e logrou aprovação, o
segundo, para lembrar, por assim dizer, a Administração que todos os seus atos
devem ser expressamente motivados;

XXXV. O caso vertente comporta os conceitos albergados pelo mandamus,


tendo em vista ato coator da Autoridade Coatora, totalmente ilegal e
abusivo ao REVOGAR ato de nomeação que se aperfeiçoou com a
publicação do DOE suplementar nº 053.1 do dia 20-03-2020. Ademais
Excelências, conforme dito alhures o Ato Coator impugnado NÃO TROUXE

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QUALQUER MOTIVAÇÃO, traduzindo ilegalidade e inconstitucionalidade
flagrante;

4. Do Direito

e) A Inconstitucionalidade do Ato Coator – Direito


Adquirido Conspurcado:

XXXVI. Considerando que o sistema constitucional brasileiro, no artigo 5º, inciso


XXXVI, em cláusula de salvaguarda, impõe que se respeite o direito, protegendo
o seu detentor de futuras mudanças legislativas que regulem o ato pelo qual fez
surgir seu direito, precisamente porque tal direito já se encontra incorporado ao
seu patrimônio jurídico, vejamos:

Art. 5º, XXXVI, CF/88 - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada;

(grifamos)

XXXVII. A segurança jurídica em sentido objetivo constitui um mecanismo de


estabilização da ordem jurídica (certeza do direito) na medida em que limita a
eficácia retroativa de leis e atos administrativos, impedindo que a modificação de
comandos normativos prejudique o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.

XXXVIII. Desse modo, opera no campo do direito intertemporal, podendo ser


invocada tanto em favor do particular quanto do Estado;

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XXXIX. Fala-se na segurança jurídica como instrumento autocorretor do Estado de
Direito, promovendo uma blindagem do próprio sistema (endossegurança) contra
conflitos e instabilidades geradas pelas normas dentro do ordenamento;

XL.O artigo 6º, §§ 1º, 2º da Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro
(LINDB), diz que reputa-se perfeito o ato jurídico já consumado segundo a lei
vigente quando o mesmo foi praticado e define o direito adquirido como sendo
aquele direito em que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo de exercício tenha por termo prefixo, ou condição
preestabelecida inalterável ao arbítrio de outrem, litteris:

‚Art. 6º, LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente


ao tempo em que se efetuou.

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou


alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha
termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem‛.

XLI. Sendo assim, quando durante a vigência de determinada lei, no presente


caso o DECRETO de NOMEAÇÃO Nº 24.889 de 20 de março de 2020, página
9 do DOE suplementar nº 53.1 – DOC. 01, alguém adquire um direito, este se
incorpora ao patrimônio do titular mesmo que este não o exercite, de tal modo
que o advento de lei nova não atinge o status conquistado, embora não exercido
ou utilizado pelo detentor do direito;

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XLII. Não é qualquer assentamento legal, senão dura e inequívoca
determinação constitucional que disciplina o direito adquirido e as garantias
fundamentais, sendo, portanto, tais garantias cláusulas pétreas, não podendo ser
suprimida nem por emenda constitucional (CF/88, art. 60, § 4º);

XLIII. Considerando, ainda, o caráter intangível dado pela Constituição ao direito


adquirido e ao ato jurídico perfeito, sendo tais institutos protegidos pela
irretroatividade, cristalizando, assim, a segurança jurídica no nosso ordenamento
jurídico pátrio;

XLIV. Destarte, o Decreto Decreto nº 24.890 – última página do Diário Oficial do


Estado de Rondônia – Edição Suplementar nº 54.1 de 23-03-2020) – Doc. 02,
revogando imotivadamente a nomeação da Impetrante é ato abusivo, ilegal e
inconstitucional apto a ser afastado via controle jurisdicional por parte desse
egrégio Pretório Estadual;

f) A Ilegalidade do Ato Coator – Ausência de


Motivação

XLV. Eminente Magistrado, a administração pública não pode praticar ato


desmotivado;

XLVI. Por muito tempo existiu o entendimento de que aquele candidato aprovado
em concurso público tinha apenas expectativa de direito de ser nomeado, ou o
direito de ser nomeado caso fosse preterido na ordem classificatória, ou por
nomeações discricionárias (súmula 15 STF). Hoje o entendimento da mais alta
Corte deste país é no sentido de que “os candidatos aprovados dentro do número

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de vagas existentes à época do edital de abertura do concurso têm direito à
nomeação, a menos que a conveniência administrativa, devidamente
comprovada mediante os motivos do ato, recomende o contrário” (RE
192568, Min. C. Velloso) (grifou-se);

XLVII. E vem sendo assim, pois se após a abertura do certame se tornar


inoportuno ou inconveniente o preenchimento dos cargos, deve a Administração
decidir, de forma expressa e motivada, pelo não provimento, declarando
desnecessários os cargos vagos.

XLVIII. No caso vertente, a Autoridade Coatora efetivou a nomeação via Decreto


24.889/2020 e, após 3 (três) dias, EDITA, IMOTIVADAMENTE o Decreto
24.890/2020, revogando ilegalmente nomeação perfeita e acabada, ferindo
Direito Fundamental expresso no inciso XXXIV do artigo 5º da Carta Política de
1988. Trata-se de inconstitucionalidade flagrante que fere o ato jurídico perfeito e
o direito adquirido da Impetrante;

XLIX. Repita-se a exaustão que o ato administrativo carente de motivação não é


considerada manifestação legítima de vontade, é desvio de poder, ou seja,
violação do interesse público consubstanciado no atentado a requisito de
validade do ato administrativo;

L. Ademais, conforme noticiado na mídia, o Estado de Rondônia pretende contratar


servidores para a SESAU em caráter emergencial em flagrante prejuízo não
somente ao direito do Impetrante como a população como um todo que fica à
míngua de atendimento pela absoluta ausência de profissionais nas unidades de
saúde estaduais;

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LI. A jurisprudência do Pretório Excelso, e também do Egrégio Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro, bem corroboram a tese da Impetrante, verbis:

‚CONCURSO PÚBLICO - EDITAL - PARÂMETROS - OBSERVAÇÃO. As cláusulas


constantes do edital de concurso obrigam candidatos e Administração
Pública. Na feliz dicção de Hely Lopes Meirelles, o edital é lei interna da
concorrência. CONCURSO PÚBLICO - VAGAS - NOMEAÇÃO. O princípio da
razoabilidade é conducente a presumir-se, como objeto do concurso, o
preenchimento das vagas existentes. Exsurge configurador de desvio de
poder, ato da Administração Pública que implique nomeação parcial de
candidatos, indeferimento da prorrogação do prazo do concurso sem
justificativa socialmente aceitável (...) (RE-192568 / PI - RECURSO
EXTRAORDINARIO Relator: Ministro MARCO AURELIO Publicação: DJ DATA-13-09-96
PP-33241 EMENT VOL-01841-04 PP-00662 Julgamento: 23/04/1996 - Segunda
Turma.) (grifou-se).‛

‚CONCURSO PÚBLICO aprovação dentro do número de vagas oferecidas. Direito


ao provimento imediato. Vinculação ao edital. É indiscutível que a mera
aprovação em concurso público não gera direito liquido e certo à nomeação
no cargo, consoante entendimento manso e pacífico de nossa doutrina e
jurisprudência. Entretanto, a aprovação dentro do número de vagas
oferecidas cria expectativa fortíssima, equiparável a direito, que só
poderia ser frustrada pela cabal demonstração de falta de interesse
superveniente da administração na contratação de pessoal, o que não ocorreu
na espécie. Quando da publicação do edital, a municipalidade declarou a
existência de um cargo vago, não havendo comprovação da perda de interesse,
impõe-se o respectivo e imediato provimento, em respeito às normas
editalícias – principio da vinculação ao instrumento convocatório – e ao
postulado da eficiência administrativa (CR, 37, Caput). Portanto, não se há
de falar m simples expectativa de direito. Desprovimento do recurso.(TJRJ,
Ap. Civ. 42617/2005, 5° CC, Rel. JDS Des. Suimei Meira Cavalieri) (grifou-
se)‛

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LII. A doutrina também é neste sentido, como podemos ver a seguir em trecho da
esclarecedora matéria “O Direito à Nomeação em Virtude de Aprovação em
Concurso Público”, Comentário de Jurisprudência, Professor Mauricio Jorge P.
Mota, in: www.uerj.br, verbis:

‚O princípio da moralidade administrativa insculpido no caput do artigo 37


da Constituição impõe que a própria abertura do concurso deva ser tomada
como expressão da necessidade e oportunidade do provimento no cargo:
impensável é, dentro do rigor da moralidade administrativa, que se promova
a abertura de um concurso sem que, ao menos naquele momento inicial, haja a
necessidade e oportunidade (vagas disponíveis) para o preenchimento dos
cargos‛.

LIII. Temos ainda a lição do mestre CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO,


in "Discricionariedade e controle jurisdicional", 2ª ed., Malheiros:

"Mesmo quando a lei se omite em explicitar os motivos necessários para a


produção do ato, nem por isso poder-se-ia abraçar a conclusão de que, em
tais hipóteses, a Administração pode agir sem motivos, isto é, sem apoio em
fatos que lhe sirvam de base para expedir o ato , ou que está livre para
calçar-se em quaisquer fatos, sejam quais forem. Pg. 93/94

LIV. O Ministro Marco Aurélio em voto proferido nos autos do RE 192568


decidiu que “se a administração abre concurso público, para preenchimento de
um certo número de vagas, ela se obriga a nomear, no prazo do concurso, os
aprovados dentro do número de vagas, a menos que surja motivo, com base na
conveniência administrativa, a recomendar o não preenchimento das vagas. O
motivo há de ser consistente, sempre sujeito ao controle judicial. O que deve ser

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tomado em linha de conta é que a administração pública sempre age com base
em motivos sérios, para a realização do interesse público.” (grifou-se);

LV.Sendo este também o entendimento do Superior tribunal de Justiça ao consignar


através de voto do Eminente Ministro Milton Pereira no ROMS 16596 – PI “que
sentido tem para os aprovados, sem explicação da Administração Pública, sem
nenhuma demonstração motivada de conveniência de não os nomear?”.

LVI. Ainda no sentido do que é defendido lembramos que é bastante conhecida


a distinção – e trazemos ao debate a questão puramente em termos didáticos, já
que a distinção é conhecida – que Kelsen faz entre agente público e ente privado,
O particular, o ente privado, pode fazer tudo aquilo que não lhe é proibido pela
lei, mas o agente público somente pode fazer o que a lei lhe permite.

‚Isto por que, quando um agente público pratica um ato administrativo, ele
tem de dizer porque o faz, tem que motivar o ato‛ (RE 192568, Min. C.
Velloso) até mesmo para que esse ato possa ser submetido ao controle
judicial em caso de alegação de ofensa a direito, dado que a Constituição
consagra o princípio da inafastabilidade do controle judicial de lesão ou
ameaça a direito (C.F., art. 5°, XXXV).

LVII. Não podendo ser esquecido que de acordo com o Eminente Ministro
Marco Aurélio, nos autos do RE 192568, as hipóteses como a dos autos, violam
frontalmente os princípios insculpidos no art. 37 CF, já que nessas hipóteses “o
da legalidade foi menosprezado, já que olvidados os parâmetros do edital de
concurso e o resultado deste último; o da impessoalidade, no que, conhecidos os
aprovados e classificados para as vagas, resolveu-se partir para a nomeação
parcial colocando-se em plano secundário, até mesmo, as necessidades
existentes; o da moralidade, no que, espezinhado o primeiro, deixou-se de

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proceder, até mesmo, à prorrogação do concurso, abrindo-se margem à
convocação de outro tão logo esgotado o prazo de dois anos; por último, o da
publicidade, no que as regras insculpidas no edital serviram de estimulo à
inscrição de candidatos, restando ignoradas”.

LVIII. Antecipando-nos a eventual contestação, onde a autoridade impetrada


poderá alegar que não contrata por que existe uma óbice orçamentária no
município, lembramos que “a prévia avaliação da conveniência e oportunidade
quanto à realização do concurso supõe o exame das fontes de custeio salarial”
(TJRJ, Ap. Civ. 42617/2005, 5° CC, Rel. JDS Des. Suimei Meira Cavalieri), sendo
que o entendimento majoritário deste Egrégio Tribunal bem corrobora esta tese,
verbis:

‚CONCURSO PUBLICO – APROVAÇÃO – DIREITO À NOMEAÇÃO. Candidatos aprovados em


concurso público e classificados dentro do número de vagas oferecidas. Ao
abrir o concurso com oferecimento de vagas, presume-se que a administração
já tenha feito, previamente, a avaliação e a necessidade da admissão dos
novos servidores aprovados, bem como da respectiva fonte de custeio para
cobrir as despesas com salários dos novos servidores. (...)‛ (Ap. Civ.
2004.01.03401 – Julgamento: 06/04/2004)‛. (grifamos).

LIX. Assim, definida a presunção da oportunidade e conveniência no momento


da abertura do concurso, e o entendimento jurisprudencial e doutrinário de que
esta só pode ser elidida por prova insofismável em contrário, qual seja, uma
declaração da desnecessidade dos cargos por parte da Administração, a
nomeação do impetrante é uma medida que se impõe;

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LX. Outro aspecto que envolve a questão é que a nomeação é ato vinculado e a
discricionariedade não se confunde com arbítrio;

LXI. O Arbítrio da administração pública está caracterizado pela nomeação de


candidatos classificados em posição posterior a do Impetrante, consoante já foi
dito nas linhas anteriores;

LXII. Por muito tempo (diga-se antes da Constituição de 1988) também se


entendeu que o judiciário não poderia interferir no executivo para substituí-lo no
juízo de oportunidade e conveniência, pois nomear ou não os candidatos
aprovados em concurso público tratar-se-ia de ato discricionário, não sujeito a
sindicabilidade pelo poder judiciário;

LXIII. Mas a jurisprudência mais moderna apoiada na melhor doutrina, hoje, vem
entendendo que no caso de concurso público, a divulgação do edital por si só já
significa que foi realizado um juízo de oportunidade e conveniência, ainda mais
quando da nomeação parcial dos candidatos aprovados, sendo que aí deixaria o
campo da discricionariedade passando a ser ato vinculado.

LXIV. É este o entendimento que vem adotando o Egrégio Superior Tribunal de


Justiça, conforme se vê no voto, em caso idêntico ao dos autos, do brilhante
Ministro Milton Pereira no RMS 16596 – PI: “Reforço que as nomeações, por si,
confortaram a validade do concurso, cuja legalidade ou validade, aliás, não é
discutida para os remanescentes aprovados. Daí a pergunta: está ou não a
administração vinculada à obrigação de cumprir, de reconhecer o exercício de
direito dos aprovados a nomeação? Por essas estrias, se assim se põe,

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inequívoco que as nomeações foram iniciadas, deixa-se o campo da
discricionariedade para o do ato agora vinculado”;

LXV. E ainda no mesmo julgado: “Registrado afirmativamente que a


Administração Pública, dentro do prazo de validade, nomeou candidatos
aprovados, entendo que se vinculou a obrigação, em relação aos demais
aprovados no mesmo concurso e ainda não nomeados, alinhando-me com
a lição de Celso Antônio Bandeira de Melo, que seria deixar inócuo o
disposto constitucionalmente”.

LXVI. Dentre miríades de decisões, citamos uma do Egrégio Tribunal de Justiça


do Rio de Janeiro que também vem adotando este entendimento de que o
judiciário não estará se intrometendo indevidamente no chamado mérito
administrativo (palavrinha que, como num passe de mágica, colocaria a
Administração à margem do controle jurisdicional), já que a situação em tela não
se trata de ato discricionário, mas sim de ato vinculado, pois “ao abrir a
concorrência, a municipalidade avaliou previamente a conveniência e
oportunidade de suprir o seu quadro funcional (...) a publicação do edital
revela a intenção da Administração em suprir as deficiências do seu quadro
pessoal (...) não havendo comprovação de perda de interesse impõe-se o
imediato e respectivo provimento em respeito às normas editalícias –
princípio da vinculação ao instrumento convocatório”. (TJRJ, Ap. Civ.
42617/2005, 5° CC, Rel. JDS Des. Suimei Meira Cavalieri) (grifou-se);

LXVII. Apenas por amor ao debate, e caso esse Eminente Magistrado não esteja,
ainda, filiado a esta corrente que vem se formando e se tornando bem forte;
passaremos agora a demonstrar que mesmo que a hipótese dos autos se
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tratasse de ato discricionário ainda assim seria possível a sindicabilidade do
judiciário, pois, "Partindo-se da premissa de que nenhuma lesão ou ameaça de
lesão a direito (individual, coletivo, difuso, público ou privado) não seja passível
de apreciação pelo Poder Judiciário, resta concluir que também a
discricionariedade administrativa está sujeita ao controle jurisdicional", como
afirma ANA MARIA MOREIRA MARCHESAN, in "Princípio da Prioridade
Absoluta aos Direitos da Criança e do Adolescente, publicado na Revista
Igualdade, Vol. 6., n. 21, out/dez/1998;

LXVIII. A jurisprudência também vem se manifestando neste sentido conforme


podemos ver em julgado RECENTE em que foi relator o Des. NERY DA SILVA,
do TJGO, que ressalta a indeclinabilidade da Jurisdição e do princípio da
legalidade:

‚Não há imunidade legal para quem infringe o Direito. O poder


discricionário não está situado não das fronteiras dos princípios legais
norteadores de toda iniciativa da administração e sujeita-se à regular
apreciação pela autoridade judicante." (RT 721/212).

g) Da Inconstitucionalidade – Ausência de
Discricionariedade para edição do Ato Impugnado

LXIX. Eminentes Sobrejuízes. Com efeito, a nomeação efetivada pela edição do


DECRETO de NOMEAÇÃO Nº 24.889 de 20 de março de 2020, página 8 do
DOE suplementar nº 53.1 – DOC. 01, conforme já debatido em linhas anteriores
traduz ato perfeito que gerou o direito aos candidatos ali nomeados à posse,
incorporando-se ao patrimônio jurídico da Impetrante, não podendo, pois, ser
desfeito por ato posterior imotivado. Não se pode conceber que a Autoridade

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Coatora, in casu, o Governador do Estado, vacile, não tenha a mínima convicção
acerca das necessidades da saúde, para, apenas 3 (três) dias após, no meio de
sinistra pandemia mundial do COROVID-19, volte atrás, repise-se,
imotivadamente, revogando um ato jurídico perfeito. Neste caso, não há que se
falar em discricionariedade do ato administrativo. Ora, o ato de nomeação indica
a necessidade de profissionais para atuar na SESAU, todavia, o Ato Coator
impugnado NÃO PODE SER DEFENDIDO SOBRE O PRISMA DA
DISCRICIONARIEDADE.

LXX. É que o instituto da discricionariedade conferida pela Lei ao Administrador,


cuja razão de ser e alcance se encontram muito bem explicitadas nas Lições do
Mestre CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, in "Discricionariedade e
controle jurisdicional", 2ª ed., Malheiros assim disciplina a edição de qualquer ato
administrativo:

"discrição administrativa não pode significar campo de liberdade para que o


administrador, dentre as várias hipóteses abstratamente comportadas pela
norma, eleja qualquer delas no caso concreto. Em última instância, o que se
está dizendo é o seguinte: o âmbito de liberdade do administrador perante a
norma, não é o mesmo âmbito de liberdade que a norma lhe quer conferir
perante o fato. Está-se afirmando que a liberdade administrativa, que a
discrição administrativa, é maior na norma de direito, do que perante a
situação concreta. Em outras palavras: que o plexo de circunstâncias
fáticas vai compor balizas suplementares à discrição que está traçada
abstratamente na norma (que podem, até mesmo, chegar ao ponto de suprimi-
la), pois é isto que, obviamente, é pretendido pela norma atributiva de
descrição, como condição de atendimento de sua finalidade." Pg. 36.

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LXXI. A abordagem dada à discricionariedade administrativa parte sempre da
noção de que é esta a liberdade que detém o administrador em optar, dentre as
várias possibilidades de acordo com a oportunidade e a conveniência da
Administração, pela melhor solução para o caso concreto. Quando, porém,
enfoca-se a discricionariedade à luz da finalidade administrativa e dos princípios
constitucionais evocados acima, o campo de liberdade do administrador reduz-
se;

LXXII. A discricionariedade administrativa, geralmente invocada como forma de


legitimar a omissão do Poder Público no caso concreto e afastar o controle pelo
Judiciário, necessita de critérios objetivos para ser auferida.

LXXIII. Se há muito se vem construindo uma idéia/tese (já consolidada, até) que
limita a discricionariedade da ação administrativa aos ditames legais, de maneira
que não haja afronta aos direitos dos particulares, e que orienta a busca, pelo
Administrador, do ótimo para atingir o interesse social, no caso concreto, a
omissão administrativa que, por via oblíqua, inviabiliza o exercício dos direitos e a
concretização da implementação das políticas ainda não é percebida com
facilidade;

LXXIV. Sendo, na maioria das vezes, atrelada à subjetividade, confundindo-se o


arbítrio com a discricionariedade (já que a inércia pode ser denominada de
oportunidade ou conveniência) ou mesmo desapercebida pela sociedade e pelos
controladores do Poder Público, embora esteja latente, sentida e esteja a
necessitar de critérios objetivos que a destaquem e a realcem;

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LXXV. É por isso que Autores do Quilate da Douta MARIA SYLVIA ZANELLA DI
PIETRO, in Direito Administrativo, 8a ed., Atlas, pg. 176, fazem o alerta:

"O poder de ação administrativa, embora discricionário, não é totalmente


livre, porque, sob alguns aspectos, em especial a competência, a forma e a
finalidade, a lei impõe limitações. Daí porque se diz que a
discricionariedade implica liberdade de atuação nos limites traçados pela
lei; se a Administração ultrapassa esses limites, a sua decisão passa a ser
arbitrária, ou seja, contrária à lei.‛

LXXVI. Possível então o controle da discricionariedade pautado em critérios que


possibilitem a efetivação dos direitos e a implementação de uma política pública
compatível com a proposta administrativa escolhida pela população, através da
eleição de seus administradores, mas também com os ditames constitucionais;

LXXVII. Sob esta ótica, pode-se conformar a ausência de implementação de uma


política pública ao princípio constitucional correlato, que poderia estar sendo
valorizado pela ação ou está a ser afrontado pela inação. E, a partir desta
análise, caracterizar a omissão do Poder Público;

LXXVIII. É neste contesto que se afirma: Uma vez divulgado o edital de concurso
público pela Administração Pública, ou por seus entes competentes, não há
discricionariedade em nomear ou não os candidatos aprovados dentro do número
de vagas, como também não há discricionariedade em nomear primeiro todos os
candidatos da primeira chamada, mesmo sabendo que se nomearão candidatos
fora da ordem de classificação no certame em detrimento da estrita ordem de
aprovação. Se cabe à Administração Pública escolher o momento de divulgar um

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edital de concurso público, não é certo que possua a discricionariedade de
realizar nomeações parciais ou fora da ordem de classificação;

LXXIX. Ou seja, não se pretende obrigar o Poder Executivo a abrir um concurso e


nomear os aprovados, mas a nomear os aprovados em um concurso que já fora
aberto. Não se pretende aqui substituir o Administrador na escolha das
prioridades de sua política social, posto que foi ao mesmo que o Povo confiou a
distribuição da receita pública. Mas há que se reconhecer que certos valores vêm
previamente priorizados pela própria Constituição, e não se pode admitir que
fossem relegados a 2º plano. Que é o que se dá no presente caso;

LXXX. A decisão IMOTIVADA de não nomear os candidatos aprovados dentro do


número de vagas constitui a negação de política pública e social
(CONSIDERANDO A GRANDE FALTA DE PROFISSIONAIS DA AREA DE
SAÚDE NO MUNICIPIO) e de um direito daqueles que empreenderam tempo,
dinheiro e hora de estudos para conseguirem aprovação num concurso tão difícil
como são os da área da saúde;

LXXXI. Cabe repetir que a discricionariedade administrativa tem seu âmbito


delimitado. conforme, mais uma vez, nos ensina o Mestre CELSO ANTÔNIO
BANDEIRA DE MELLO, Ob. cit., ao esclarecer com percuciência o que não é
visto clareza:

"O mérito do ato administrativo não pode ser mais que o círculo de
liberdade indispensável para avaliar, no caso concreto, o que é conveniente

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e oportuno à luz do escopo da lei. Nunca será liberdade para decidir em
dissonância com este escopo‛.

LXXXII. Por tal razão, extrapolam o mérito e maculam o ato de ilegitimidade os


critérios que o agente adote para decidir-se que não tenham sido idoneamente
orientados para atingir o fim legal. É o que se passa naqueles: (a) contaminados
por intuitos pessoais – pois a lei está a serviço da coletividade e não do agente;
(B) correspondentes a outra regra de competência, distinta da exercitada – pois à
lei não são indiferentes os meios utilizados; os que revelam opção desarrazoada
– pois a lei não confere liberdade para providências absurdas; (d) que exprimem
medidas incoerentes: 1. Com os fatos sobre os quais o agente deveria exercitar
seu juízo; 2. Com as premissas que o ato deu por estabelecidas; 3.com decisões
tomadas em casos idênticos, contemporâneos ou sucessivos – pois a lei não
sufraga ilogismos, nem perseguições nem favoritismos, discriminações gratuitas
à face da lei, nem soluções aleatórias; e) que incidem em desproporcionalidade
do ato em relação aos fatos – pois a lei não endossa medidas que excedem ao
necessário para atingimento de seu fim." Pg. 82/83;

h) Dos Candidatos Aprovados

LXXXIII. Com efeito, de um lado a atividade administrativa é "atividade de quem


não é proprietário" e por isso de quem carece da possibilidade de atuar de
acordo com a própria vontade e inconsequentemente, o que só poderia ser
admitido para o proprietário;

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LXXXIV. De outro lado, os poderes administrativos funcionam como a "contraface"
de deveres e não estão deferidos ao administrador para que atue
desarrazoadamente, ilogicamente, ou em descompasso com a finalidade em
vista da qual lhe estão outorgados, como vem fazendo ao não nomear os
candidatos aprovados dentro do número de vagas de edital publicado após
extensa pesquisa sobre as necessidades de suprir o quadro funcional do
Município, o que torna o ato discricionário falacioso;

LXXXV. Ainda que assim não fosse, o princípio da moralidade administrativa não
pode ser luz que não alumia, fogo que não queima, sino que não toca;

LXXXVI. É preciso anotar que os sentimentos humanos não podem servir de


manobras para as administrações públicas. “Todos os que já prestamos
concursos públicos sabemos das dificuldades que eles geram pera os que se
sujeitem a prestá-los. São noites não dormidas, são gastos que se fazem, muitos
candidatos matriculam-se em curso, comumente caros, livros são adquiridos,
empregos são deixados de lado. Indaga-se: os candidatos metem-se numa
aventura ou enfrentem coisa séria, confiável? claro que, tendo em viste o que
retro foi dito, os candidatos estão se metendo em coisa séria, confiável”. (RE
192568, Min. C. Velloso);

LXXXVII. Aqui se está a dificuldade de aceitar a chamada corrente majoritária (que


entendia que o candidato aprovado em concurso público possuía apenas uma
expectativa de direito), cuja base teórico-doutrinária faz acender a chama ainda
sob o império do país autoritário antidemocrático. O concurso público não é
apenas uma prova. É, por vezes, a esperança de uma vida, que não pode ser

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retirado daquele que empreendeu eficaz e vitoriosa luta, assim como Vossa
Excelência que certamente passou por tais expectativas quando prestou o
concurso da magistratura;

LXXXVIII. Todo aquele que passou por um concurso público sabe a dor que cada um
dele traz para aqueles que são responsáveis. E qualquer sentença será data
maxima venia, mais do que a aplicação de regras e de doutrinas pré-
estabelecidas. Será a estipulação da ética e refletirá a norma de cada ente a ela
subordinado;

LXXXIX. É preciso se afastar das meras repetições, quase acadêmicas e sem vida,
tornando concreta a máxima de Mauro Capelletti, dando conta de que “o
processo jurisdicional deve assumir a sua função social (in problemas de reforma
do processo civil nas sociedades, revista do processo 65, p130) deve ser um
processo de seres humanos, e o desrespeito a esses deve ser veementemente
repudiado, agindo o juízo com os instrumentos para recobrar, na sua mais
extensa e exata medida, a ética possível.”

i) Da Classificação da Impetrante

XC. A Impetrante foi classificada para o cargo de Técnico de Enfermagem


conforme comprova o próprio Decreto de nomeação nº 24.899/2020, página 9.
Assim, para que não sirva de argumento em contestação, vale lembrar que os
tribunais também têm decidido que a nomeação determinada por ordem judicial
não quebra a ordem de classificação, e também a própria LMS determina em seu
artigo 1º, §2º, que quando o direito ameaçado couber a várias pessoas, qualquer

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delas poderá requerer o mandado de segurança, e tem-se que o julgamento
procedente ao pedido abrirá precedentes para que outras pessoas que se
sentirem prejudicadas busquem os seus direitos, inclusive através de
litisconsórcio nesta ação (Art. 3º, caput, LMS);

XCI. E, no sentido do que é defendido, vale a pena citar trecho do voto do


Eminente desembargador Gerson Arraes nos autos do mandado de segurança
1868/2004, em que foram partes os candidatos ao cargo de Procurador do
Município de São Gonçalo-RJ e a Impetrada, verbis:

‚Diga-se que embora haja candidatos aprovados que não fazem parte da
relação de impetrantes, este fato não deve prejudicar o direito dos que
ingressaram com o mandado de segurança, assegurando-se a estes últimos, a
nomeação e posse pleiteadas, tendo-se em linha de conta o principio da
razoabilidade, em que os fins devem guardar relação de proporcionalidade
com o fim colimado, aplicando-se ainda a ponderação de interesses, em que o
direito dos impetrantes últimos colocados na ordem de classificação, não
pode e não deve ser obstado, pelo fato de haver aprovados não impetrantes
que se encontram em colocação anterior na ordem de classificação. A solução
da presente “quaestio”, pois esta a merecer julgamento por critério de
equidade, nada mais do que justiça no caso concreto”. (GRIFOS NOSSOS)

XCII. E neste mesmo sentido é de se lembrar que não há qualquer razão para o
impetrante aguardarem a posse de candidatos que foram aprovados em
melhores condições. “O direito não socorre a quem dorme” já dizia o velho
brocardo. Se os candidatos com melhores condições não buscam o direito, isto
não pode inviabilizar o presente pleito, vez que o edital previa o número de vagas
a contemplar a pretensão do impetrante;

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j)O entendimento do Supremo Tribunal Federal

XCIII. Transcrevemos sobre a temática abordada no presente writ como vem


decidindo o Pretório Excelso:

● Situações que excepcionam o direito subjetivo à nomeação:

"Quando se afirma que a Administração Pública tem a obrigação de nomear os


aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se levar em
consideração a possibilidade de situações excepcionalíssimas que
justifiquem soluções diferenciadas , devidamente motivadas de acordo com o
interesse público. Não se pode ignorar que determinadas situações
excepcionais podem exigir a recusa da Administração Pública de nomear novos
servidores. Para justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de
nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a situação
justificadora seja dotada das seguintes características:
a) Superveniência : os eventuais fatos ensejadores de uma situação
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do
certame público; b)Imprevisibilidade : a situação deve ser determinada por
circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do
edital; c) Gravidade : os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis
devem ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva,
dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do
edital; d) Necessidade : a solução drástica e excepcional de não
cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma
que a Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional
e imprevisível. De toda forma, a recusa de nomear candidato aprovado dentro
do número de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma, passível
de controle pelo Poder Judiciário." (RE 598099, Relator Ministro Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, DJe de 3.10.2011, com
repercussão geral - tema 161);

● Hipótese de preterição ao direito subjetivo à nomeação:

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"Conforme consignado, o Colegiado de origem concluiu pela legalidade da
contratação, a título precário, mediante a adoção da ordem da lista de
classificação em concurso público. Reconheceu estar no âmbito da
discricionariedade administrativa a escolha da forma de admissão do
prestador do serviço em caso, mesmo após a aprovação do agravado em
concurso público para o respectivo cargo. Assim, o acórdão recorrido
revelou dissonância com a jurisprudência do Supremo. Ambas as Turmas já se
manifestaram sobre o tema. Entendeu o Tribunal que a contratação demonstra
a necessidade do serviço, implicando, portanto, a preterição do candidato
aprovado." (ARE 947736 AgR, Relator Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma,
julgamento em 7.3.2017, DJe de 11.4.2017);

● Cadastro reserva e ausência de direito subjetivo à nomeação:

"Este Supremo Tribunal Federal já assentou que candidato aprovado em


concurso público para formação de cadastro reserva é mero detentor de
expectativa de direito à nomeação." (MS 31732 ED, Relator Ministro Dias
Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 3.12.2013, DJe de 18.12.2013);

● Hipótese de direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora do


número de vagas:

"A tese objetiva assentada em sede desta repercussão geral é a de que o


surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo
cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das
vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição
arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizadas por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeaçã o do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de
aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando a
aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099);
ii) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de
classificação (Súmula 15 do STF); iii) Quando surgirem novas vagas, ou for
aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a

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preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima." (RE 837311, Relator
Ministro Lui z Fux, Tribunal Pleno, julgamento em 9.12.2015, DJe de
18.4.2016, com repercussão geral - tema 784)

"2. A simples consulta feita pelo Ministério das Relações Exteriores ao


Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, acerca da viabilidade
orçamentária para o provimento de eventual vaga adicional ao Concurso de
Admissão à Carreira de Diplomata, não caracteriza a existência efetiva de
vaga excedente durante o prazo de validade do certame." (RMS 31478, Redator
para o acór dão Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, julgamento em
9.8.2016, DJe de 21.10.2016)

"Ementa: (...) 1. No RE 607.590, o STF, por força da Resolução TSE n.º


21.832/2004, excepcionalmente reconheceu o direito d os reclamantes,
integrantes de cadastro de reserva de concurso público para ingresso nos
quadros do TRE/PR, o direito à nomeação, devido à criação de cargos durante
o prazo de validade do certame." (Rcl 21507 AgR, Relator Ministro Roberto
Barroso, Primeira Turma, julgamento em 2.2.2016, DJe de 24.2.2016);

● Desistência de candidato melhor posicionado e inclusão de candidato


dentro do número de vagas:

"O direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do


número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas
em decorrência da desistência de candidatos classificados em colocação
superior. Precedentes." (RE 946425 AgR, Relator Ministro Roberto Barroso,
Primeira Turma, julgamento em 28.6.2016, DJe de 9.8.2016)

No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que, com a desistência da


candidata classificada em primeiro lugar, a ora agravada, classificada
inicialmente em quarto lugar, tornava-se a terceira, na ordem
classificatória, passando a figurar entre os classificados para as três
vagas previstas no instrumento convocatório, motivo pelo qual fazia jus à
nomeação. Destarte, aplica-se ao caso o que decidido pelo Plenário desta
Corte, o qual, no exame do RE nº 598.099/MS, Relator o Ministro Gilmar
Mendes, DJe de 3/10/11, reconheceu a repercussão geral do tema e, no
mérito, concluiu que o candidato aprovado em concurso público dentro do
número de vagas tem direito subjetivo à nomeação." (ARE 866016 AgR, Relator

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Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, julgamento em 12.5.2015, DJe de
9.6.2015);

● Inexistência de desrespeito à ordem de classificação em caso de nomeação


por força de decisão judicial:

"É pacífica a jurisprudência da Corte de que não há falar em desrespeito à


ordem de classificação em concurso público quando a Administração nomeia
candidatos menos bem classificados por força de determinação judicial."
(ARE 869153 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, julgamento
em 26.5.2015, DJe de 19.6.2015)‛

k) Da Inconstitucionalidade da Revogação –
Preterição de Aprovados em Concurso para
Seleção de Servidores Temporários Emergenciais –
Afronta a Súmula nº 15 do STF

XCIV. Eminente Relator, o fato de o Governo Estadual ter publicado o Edital


053/2020 para contratação de servidores emergenciais temporários para a
SESAU é forte indicativo da intenção de burla à nomeação dos aprovados via
concurso público. Referido ato afronta a Súmula nº 15 do STF, litteris:

Súmula 15

‚Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito


à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da
classificação‛.

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5. Do "Fumus Boni Iuris" e do "Periculum In Mora"

XCV. Induvidosamente estão presentes os pressupostos específicos para a


concessão do writ, haja vista que, demonstrado de modo pleno, os relevantes
fundamentos do "fumaça" do bom direito, existindo na hipótese mais do que
fumaça, mas um verdadeiro incêndio do boni iuris. Além deste aspecto, é de se
verificar que a Impetrante sofrerá dano irreparável, ou pelo menos de difícil
reparação na hipótese remotíssima de ser indeferido o pleito liminar;

XCVI. Diz-se isto pelo motivo de que o Estado já se movimenta para prover os
cargos da SESAU através de contratos temporários conforme amplamente
divulgado na mídia local IRÁ NOMEAR SERVIDORES TEMPORÁRIOS EM
AFRONTA AO DIREITO DA IMPETRANTE, BEM COMO, NENHUM PREJUÍZO
OCORRERÁ PARA A MUNICIPALIDADE POIS O IMPETRANTE ESTARÁ
PRESTANDO SERVIÇOS COMO MÉDICO NA REDE ESTADUAL DE SAÚDE;

XCVII. A fumaça do bom direito está insculpida em todos os entendimentos


jurisprudenciais e doutrinários expostos no presente mandamus, bem como no
ATO DE NOMEAÇÃO ATRAVÉS DO DECRETO 24.899/2020, ILEGALMENTE
REVOGADO PELO ATO IMPUGNADO. O fato de a Autoridade Coatora ter
procedido a nomeação é indicativo da existência de vagas em aberto e a
possibilidade da utilização de servidores EMERGENCIAIS em detrimento da
nomeação de candidatos aprovados e já nomeados, gerando o direito do
Impetrante à convocação e nomeação;

XCVIII. O perigo na demora é patente, pois a continuar as arbitrariedades da


administração pública, certamente o Impetrante continuará a ser preterido na sua

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nomeação, SENDO PRETERIDO POR SERVIDORES TEMPORÁRIOS
CONFORME QUER FAZER O EXECUTIVO ESTADUAL, situação comprovada
pela publicação do Edital 053/2020.

XCIX. Tal fato OCASIONARÁ O VENCIMENTO DO CERTAME EM QUE FORA


APROVADA, visto que a prescrição do concurso já se avizinha, perdendo
definitivamente o direito à nomeação, deixando de trabalhar e auferir rendimentos
por esse trabalho, vendo minguar a sua expectativa de vida;

C. Enfim, o perigo na demora extrapola os limites subjetivos do presente


mandamus, eis que a população do Estado de Rondônia, continuará a padecer
pela falta de atendimento nas unidades de saúde, conforme tem sido
amplamente divulgado na mídia local;

6. Dos Requerimentos

CI. Ex positis, com base nos dispositivos legais, constitucionais e no entendimento


pretoriano firmado no ponto e trazido à baila, requer-se:

1) A concessão imediata de liminar, in initio litis e inaudita altera pars, nos termos
da Nova Lei do Mandado de Segurança, com efeito cautelar, para determinar que
a autoridade coatora (GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA) torne sem
efeito o Decreto 24.890/2020 – Ato Coator Impugnado, para nomeação e
posterior posse, determinando à Autoridade Coatora que restabeleça,
imediatamente a nomeação da impetrante no cargo de CARGO DE TÉCNICO
DE ENFERMAGEM 40h, da rede Estadual de saúde, restabelecendo, em
relação à Impetrante os efeitos do Decreto 24.889/2020;

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2) A notificação da autoridade apontada como coatora (GOVERNADOR DO
ESTADO DE RONDONIA) para, querendo, prestar informações no prazo legal,
bem assim do representante da Pessoa Jurídica a qual o mesmo pertence
(PROCURADORIA GERAL DO ESTADO);
3) Seja notificado o Ilustre Representante do Ministério Público para ofertar parecer
nos autos;
4) Ao final julgar PROCEDENTE a ordem mandamental, em caráter definitivo,
ratificando a pretensão principal ora requerida, assegurando imediata nomeação
e posse do Impetrante para cargo NOMEANDO A IMPETRANTE PARA O
CARGO DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM 40h, da rede Estadual de saúde,
além da condenação do impetrado a todos os encargos do processo, inclusive
em honorários advocatícios;
5) Requer a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, uma vez que
a IMPETRANTE se encontra desempregada, é hipossuficiente e não pode arcar
com as custas da ação sem prejuízo do próprio sustento e de sua família – vide
Declaração em Anexo, ou, alternativamente seja deferido o recolhimento das
custas ao final da presente demanda;
6) Seja, ao final, concedida a segurança vindicada para o fim específico de
determinar a NOMEAÇÃO DA IMPETRANTE PARA O CARGO DE TÉCNICA EM
ENFERMAGEM 40 h, convocando-a para posse no aludido cargo;
7) Ausente previsão específica a Impetrante fixa o valor da causa (provisoriamente e
aproximadamente) em R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
Respeitosamente, pede deferimento.

Porto Velho – RO, terça feira, 12 de maio de 2020.


Sérgio Araújo Pereira
Advogado
OAB/RO 6539

“Assinado por certificação digital – Pje”

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