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2º Grau

Tribunal de Justiça do Rio Grande


do Sul TJ-RS - Mandado de
Segurança: MS XXXXX RS -
Inteiro Teor
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Publicado por Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul


há 5 anos

RESUMO INTEIRO TEOR

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Inteiro Teor

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)

JBSJ

Nº 70076441625 (Nº CNJ: XXXXX-


06.2018.8.21.7000)

2018/Cível
MANDADO DE SEGURANÇA.
DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS.
TUST/TUSD. SECRETÁRIO
ESTADUAL DA FAZENDA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA.

A autoridade coatora em mandado de


segurança é a autoridade que pratica o ato
coator.

No caso, denota-se a ilegitimidade passiva


do Secretário de Estado da Fazenda para
integrar o polo passivo no mandado de
segurança, que objetiva afastar a cobrança
de ICMS incidente sobre as tarifas de
TUST/TUSD e encargos setoriais, pois a
competência para tanto é do Subsecretário
da Receita Estadual (anteriormente
denominado como Diretor do
Departamento da Receita Pública
Estadual).

Portanto, é caso de indeferimento da


inicial, uma vez que descabe a emenda
para correção do polo passivo do
mandamus quando disso resultar
modificação de competência. E, no caso,
este Grupo não possui competência para
julgar mandado de segurança contra ato
do Subsecretário da Receita Estadual.

MANDADO DE SEGURANÇA
EXTINTO.

Primeiro Grupo
Mandado de Segurança
Cível

Nº 70076441625 (Nº
CNJ: XXXXX-
06.2018.8.21.7000)

INSTITUTO METODISTA
CENTENARIO IMPETRANTE

SECRETARIO DE
ESTADO DA FAZENDA COATOR

MINISTÉRIO PÚBLICO
INTERESSADO

DECISÃO MONOCRÁTICA

Vistos.

Trata-se de mandado de segurança,


impetrado pelo INSTITUTO METODISTA
CENTENÁRIO contra ato do
SECRETÁRIO DE ESTADO DA FAZENDA
visando ao afastamento da cobrança de
ICMS sobre a TUST/TUSD e encargos
setoriais sobre as faturas de energia
elétrica.

É o brevíssimo relato.

Entende-se por autoridade coatora quem


pratica o ato supostamente ilegal e não
apenas quem estabelece a sua prática.
Ensina HELY LOPES MEIRELLES, em
sua obra "Mandado de Segurança, Ação
Popular, Ação Civil Pública, Mandado de
Injunção e Habeas Data", Malheiros
Editores, pág. 43, 6ª edição, 1995:

"Considera-se autoridade coatora a


pessoa que ordena ou que omite a prática
do ato impugnado, e não o superior que
recomenda ou baixa normas para sua
execução."

Assim, autoridade coatora é aquela que


pratica ou ordena concreta e
especificamente a execução ou inexecução
do ato impugnado e responde por suas
consequências administrativas, ou seja, a
que tem sob sua responsabilidade a
fiscalização do ato.

No caso, denota-se a ilegitimidade passiva


do Secretário de Estado da Fazenda para
integrar o pólo passivo no mandado de
segurança, que objetiva afastar a cobrança
de ICMS incidente sobre as tarifas de
TUST/TUSD e encargos setoriais, pois a
competência para tanto é do Subsecretário
da Receita Estadual (anteriormente
denominado como Diretor do
Departamento da Receita Pública
Estadual), observadas as competências
que lhe são atribuídas pela Lei
Complementar Estadual nº 13.452/10 (Lei
Orgânica da Administração Tributária do
Estado do Rio Grande do Sul).

Dispõem os artigos 4º e 6º, da citada


legislação:

Art. 4º - A Receita Estadual será dirigida


pelo Subsecretário da Receita Estadual,
designado dentre os Agentes Fiscais do
Tesouro do Estado ativos com mais de 8
(oito) anos de exercício no cargo.

DAS ATRIBUIÇÕES DO
SUBSECRETÁRIO DA RECEITA
ESTADUAL

Art. 6º - Ao Subsecretário da Receita


Estadual compete, além de outras
atribuições que lhe sejam conferidas:

I - dirigir a Receita Estadual;

O Secretário de Estado da Fazenda é, em


verdade, mero agente político, não
podendo figurar como autoridade coatora.

Desta feita, é caso de indeferimento da


inicial, uma vez que descabe a emenda
para correção do polo passivo do
mandamus quando disso resultar
modificação de competência. E, no caso,
este Grupo não possui competência para
julgar mandado de segurança contra ato
do Subsecretário da Receita Estadual.

Corroborando a alegação supra, cito:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.


MANDADO DE SEGURANÇA .
REGIME TRIBUTÁRIO. AUTORIDADE
COATORA. SECRETÁRIO DE ESTADO
DA FAZENDA. ILEGITIMIDADE
PASSIVA. EMENDA À PETIÇÃO
INICIAL. MODIFICAÇÃO DA
COMPETÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
CARÁTER DE IMPUGNAÇÃO CONTRA
LEI EM TESE. PRECEDENTE.

1. O Secretário de Estado da Fazenda do


Estado do Rio de Janeiro não possui
legitimidade passiva para figurar como
autoridade coatora em Mandado de
Segurança que discute regime de
substituição tributária aplicável ao ICMS.

2. O simples fato de a ação fiscal estar


eventualmente pautada em norma
infralegal editada pelo Secretário da
Fazenda não o torna legitimado passivo
para os Mandados de Segurança que
discutem a ilegalidade da autuação (RMS
XXXXX/SP, Rel. Ministro Castro Meira,
Segunda Turma, DJ 17.11.2003, p. 240;
RMS XXXXX/MS, Rel. Ministro Benedito
Gonçalves, Primeira Turma, DJe
22.4.2013).

3. Afastada a legitimidade passiva do


Secretário para figurar como autoridade
coatora, o Tribunal de Justiça local deixa
de ser competente para o julgamento do
feito, consoante o art. 161, IV, e, da
Constituição Estadual, o que impossibilita
a aplicação da Teoria da Encampação (
AgRg no REsp XXXXX/RS, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 17.4.2013; RMS XXXXX/MT,
Rel. Ministro Castro Meira, Segunda
Turma, DJe 11.6.2010 REsp XXXXX/MT,
Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma,
DJe 17.12.2010).

4. A jurisprudência do STJ se consolidou


no sentido de que a oportunidade de
emenda à petição inicial de Mandado de
Segurança para correção da autoridade
coatora somente pode ser admitida
quando o órgão jurisdicional em que a
demanda tenha sido proposta for
competente para o conhecimento do
mandamus ( AgRg no AREsp XXXXX/PE,
Rel. Ministro Humberto Martins,
Segunda Turma, DJe 9.10.2013; RMS
XXXXX/PE, Rel. Ministro Teori Albino
Zavascki, Primeira Turma, DJ 16.8.2007,
p. 286).

5. Em hipótese idêntica à dos autos - de


impugnação à Resolução SEFAZ/RJ
201/2009 -, esta Turma reconheceu que
se tratava de Mandado de Segurança
impetrado contra lei em tese, o que não é
admitido, nos termos da Súmula
XXXXX/STF (RMS XXXXX/RJ, Rel.
Ministro Humberto Martins, Segunda
Turma, DJe 14.10.2014).

6. Agravo Regimental não provido.

( AgRg no RMS XXXXX/RJ, Rel. Ministro


HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 10/03/2015, DJe
06/04/2015)

No mesmo sentido são os precedentes


deste Tribunal de Justiça:

MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO


TRIBUTÁRIO. ICMS. SECRETÁRIO
ESTADUAL DA FAZENDA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA. A autoridade
coatora em mandado de segurança é a
autoridade que pratica o ato coator. O
Secretário Estadual da Fazenda do Rio
Grande do Sul não tem legitimidade para
integrar o pólo passivo no mandado de
segurança que objetiva reduzir a alíquota
de ICMS incidente sobre o serviço de
energia elétrica. Mandado de segurança
extinto, com base no art. 267, VI, do CPC
c/c o art. 10, da Lei 12.016/2009. (
Mandado de Segurança Nº 70067274878,
Décimo Primeiro Grupo Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Marco Aurélio
Heinz, Julgado em 12/11/2015)

MANDADO DE SEGURANÇA.
TRIBUTÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO.
ICMS E IPVA INCIDENTES SOBRE
VEÍCULO AUTOMOTOR.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO
SECRETÁRIO DE ESTADO DA
FAZENDA. INDEFERIMENTO DA
INICIAL. EXTINÇÃO DO MANDADO DE
SEGURANÇA. O Secretário de Estado da
Fazenda é parte ilegítima para figurar no
pólo passivo de mandado de segurança
que objetiva a isenção de IPVA e ICMS na
aquisição de veículo automotor. Caso em
que o responsável pela prática do ato é o
Subsecretário da Receita Estadual,
observadas as competências que lhe são
atribuídas pelo art. 6º da Lei
Complementar Estadual nº 13.452/10
(Lei Orgânica da Administração
Tributária do Estado do Rio Grande do
Sul), diante do disposto no art. 194 do
CTN. MANDADO DE SEGURANÇA
JULGADO EXTINTO
MONOCRATICAMENTE. ( Mandado de
Segurança Nº 70069381721, Décimo
Primeiro Grupo Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Francisco José Moesch,
Julgado em 06/05/2016)

MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO


TRIBUTÁRIO. ICMS. ÍNDICE DE
PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS.
COMPETÊNCIA DO SUBSECRETÁRIO
DA RECEITA ESTADUAL. INDICAÇÃO
EQUIVOCADA DA AUTORIDADE
COATORA. IMPOSSIBILIDADE DE
EMENDA À INICIAL COM
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO
INICIAL. - Em que pese a publicação da
lista final dos índices de participação,
veiculada no DOE de 19/12/2015, tenha
sido subscrita pelo Secretário Estadual da
Fazenda - indicado como autoridade
coatora -, o impetrante se insurge contra
a apuração do índice de participação no
produto da arrecadação do ICMS, de
competência do Subscretário da Receita
Estadual, anteriormente denominado
Diretor do Departamento da Receita
Pública Estadual, na forma do art. 14, IV,
do Decreto Estadual 37.297/97. - É caso
de indeferimento da inicial, uma vez que
não é possível a emenda para correção do
polo passivo do mandamus quando disso
resultar modificação de competência. -
Precedentes. INICIAL INDEFERIDA. (
Mandado de Segurança Nº 70067715847,
Décimo Primeiro Grupo Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Marilene
Bonzanini, Julgado em 10/12/2015)

Em assim sendo, indefiro a inicial do


mandado de segurança, forte no artigo 10,
caput, Lei nº 12.016/09, extinguindo o
processo, sem resolução de mérito, c/c
artigo 485, I, CPC.

É isento de custas o impetrante (art. 11 do


Regimento de Custas). Sem honorários,
em face da previsão do artigo 25, da Lei
Federal n. 12.016/09.

Intime-se.

Dil. Legais.

Porto Alegre, 21 de janeiro de 2018.

Des. João Barcelos de Souza Júnior,

Relator.

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