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DIREITO PENAL

Princípios do Direito Penal I


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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL I


• O Direito Penal serve como meio de controle formalizado, instituído pelo Estado, que
atua quando a violação a direitos e interesses torna-se especialmente grave, sendo
insuficiente a atuação de outros ramos do Direito para apaziguar o convívio social.
Aqui, trata-se de uma ramo do Direito que refere-se a penas severas, como as privati-
vas de liberdade, um dos atributos mais caros ao indivíduo;
• Objetivo declarado do Direito Penal: proteção de bens jurídicos, isto é, valores relevan-
tes para a vida humana individual e coletiva (Juarez Cirino dos Santos);
• Seleção dos bens jurídicos: critérios político-criminais (CF), dependendo do momento
histórico, evolução da sociedade, costumes do que é aceito, opção política dos
cidadãos etc.;
• Principal ponto de diferenciação do Direito Penal em relação aos demais ramos jurídi-
cos: é a ultima ratio, isto é, somente é acionado em última instância. Essa caracterís-
tica é chamada de fragmentariedade, não se ocupando de toda e qualquer violação
de normas, mas, sim, apenas de bens previamente selecionados de acordo com crité-
rios político-criminais.
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Exemplificação para ultima ratio: o Código de Trânsito Brasileiro.


Ali estão tanto previsões de âmbito administrativo, quanto previsões de sanções penais.
Se um indivíduo está trafegando em alta velocidade ou avança um sinal vermelho, consi-
dera-se que ele está descumprindo uma norma de convívio social. Todavia, também considera-
-se que essa violação possui uma gravidade menor e possui consequências administrativas.
Por outro lado, se o indivíduo, além de trafegar em alta velocidade ou avançar um sinal
vermelho, atropelar um pedestre ou ciclista que venha a falecer, provavelmente será aplicado
o artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro.

Criminalização primária (ou abstrata)


Definição legal dos crimes e das penas, ou seja, as penas são instrumentos da política
criminal do Estado e podem ser:
• Privativas de liberdade;
• Restritivas de direitos;
• Multa.
ANOTAÇÕES

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Medidas de segurança (ou de proteção) são aplicadas aos indivíduos que não possuem
condições de compreender o caráter ilícito de seus atos:
• Internação hospitalar (exceção).
• Tratamento ambulatorial.

Criminalização secundária (ou concreta)


Realizada pelo sistema de justiça criminal.
Aplicação e execução da pena.

ATENÇÃO
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A prova da FGV é de caráter eminentemente prático, isto é, não será cobrada a teoria, as
questões são elaboradas e retratam o dia a dia do advogado criminalista, para que o futuro
profissional dê a melhor solução ou orientação para o cliente hipotético.
Por isso, é importante se ter uma base formada para a solução desses casos.

• Princípios são garantias do cidadão perante o poder punitivo estatal e estão alberga-
dos pela CF/88, em seu art. 5º. Tais princípios orientam o legislador ordinário, no sen-
tido de se promover um Direito Penal da culpabilidade, mínimo e garantista, voltado ao
respeito dos direitos humanos e da dignidade da pessoa (BITENCOURT, 2017);
• Mandamentos nucleares, alicerces do ordenamento, irão guiar e nortear a atividade
legislativa, orientar o aplicador do Direito Penal.

Princípio da estrita legalidade ou da reserva legal


• Art. 5º, inc. XXXIX, da CF/88: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal.” Cláusula pétrea.
• Nullum crimen, nulla poena sine lege, isto é, não há crime e não há pena sem lei.
• O Direito Penal só irá incriminar uma conduta a partir do momento em que ela está de
forma clara e certeira expressa em um tipo penal.
• Mais importante instrumento de proteção individual.
• Art. 1º do CP: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.”
ANOTAÇÕES

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• A elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, em sentido estrito. A


lei deve definir com precisão a conduta proibida e a sanção respectiva.
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• Reserva legal: lei em sentido formal e material (lei ordinária ou complementar). Com-
pete privativamente à União legislar sobre Direito Penal. Aos Estados e Municípios é
vedada a instituição de tipos penais incriminadores.
• Matéria penal incriminadora não pode ser tratada por medida provisória (MP não é lei,
e sim ato do Executivo), pois a MP não é lei em sentido estrito.
• Contravenções penais e medidas de segurança também estão abrangidas pelo princí-
pio da legalidade. Entre crimes e contravenções penais, não existe uma diferença na
essência, mas, sim, na natureza. Na contravenção penal, existe a proteção aos bens
jurídicos que são considerados menos relevantes do que os bens tutelados pelo crime.
• Segurança jurídica e respeito ao sistema político-democrático.

Em suma, a lei penal deve ser:


• Certa;
• Escrita;
• Estrita;
• Prévia.

Não podem existir margens para ambiguidades ou interpretações múltiplas.


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Mandados de criminalização
São matérias elencadas pela CF e em relação às quais é obrigatória a atuação do legis-
lador ordinário. Necessidade premente de proteção a determinados bens jurídicos, muito
valiosos ao convívio social pacífico. Exemplos:
• Art. 5º, XLI: “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais.”. Nesse sentido, houve a elaboração da Lei n. 7.716/1989;
• Art. 5º, XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei.”. (Lei n. 7.716/1989);
• Art. 5º, XLIII: “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
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definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores


e os que, podendo evitá-los, se omitirem;” (Lei n. 9.455/1997, Lei n. 11.343/2006, Lei
n. 8.072/1990)
• Art. 5º, XLIV: “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.” (CP)
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• Art. 227, § 4º: “a lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da
criança e do adolescente.” (CP e ECA);
• No CP está as tutelas mais graves, e no ECA também constam proteções quanto a
essas questões.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Michelle Tonon.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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