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LEGISLAÇÃO EM SAÚDE
DO TRABALHADOR
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
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O direito penal é uma um ramo do direito público, com normas jurídicas de
caráter penal e foco na repressão das condutas delitivas, de modo a dar
penalidades por meio do poder de punir do Estado, para garantir a ordem social,
a boa convivência e o desenvolvimento de toda a coletividade. No entanto, parece
que esse conceito é mais abrangente do que podemos imaginar, então vamos
detalhar algumas partes:
• Ramo do direito público – o que isto quer dizer? Quer dizer que não se pode
afastar esta norma, ela é de observância obrigatória, por exemplo no caso
de um acidente do trabalho com morte, em que teremos a presença da
polícia para o levantamento dos fatos, a perícia criminal e, quando for o
caso, o aparato judiciário, acionado por meio de uma ação penal.
• Normas jurídicas de caráter penal – são normas de conduta e que têm um
objetivo punitivo. Não se trata de um castigo, mas de uma tentativa de que
o culpado não repita o ato, adotando um outro caminho e se recuperando
para viver em sociedade de forma harmoniosa.
• Poder de punir do Estado – este poder também é conhecido como ius
puniende, pois o Estado possui o binômio poder e dever. Se, de um lado,
tem o poder de investigar e mesmo punir, de outro tem o dever de fazê-lo
todas as vezes que algum direito do cidadão for infringido.
Vamos mais uma vez para a Carta Magna, desta feita ao art. 5º, e vejamos
alguns de seus incisos e se eles têm relação com o direito penal:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
liberdades fundamentais;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
se omitirem;
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XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido; (Brasil, 1988)
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Outro fator importante é que as provas devem ser legais e não podem ser
adquiridas por meio ilícitos, tais como coação contra a pessoa ou confissão sob
tortura.
Então, para haver uma condenação, deve existir um processo dentro do
que determina a lei, com todas as possibilidades para que o acusado possa se
defender das alegações contra si, e este só pode ser considerado efetivamente
culpado após a sentença penal da qual não caiba mais nenhum recurso.
Assim, se pelo descumprimento das normas de segurança, higiene e
medicina do trabalho ocorrerem acidentes de trabalho, tal fato poderá ser
enquadrado desde um crime de homicídio, lesão corporal ou de perigo comum,
previstos nos arts. 121, 129 e 132 do Código Penal brasileiro, mas pode haver
agravantes quando analisado se a conduta foi dolosa ou culposa do empregador
e mesmo dos responsáveis, pois a responsabilidade penal é pessoal – seja o
empregador, o preposto, os membros da Cipa e do SESMT, que são responsáveis
pela segurança e saúde dos trabalhadores.
A lei penal assim estabelece:
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Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado
estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em
virtude de dívida;
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza,
mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais
ou contratuais; (Brasil, 1998)
Pois bem, como se pode prevenir que um ato não se enquadre como um
crime? Quando dos levantamentos dos fatos ocorridos, tem-se as atenuantes e
agravantes, pois, quando há morte, seja pelo motivo que for, é obrigatória a
investigação dos fatos até o encerramento. Então, se as pessoas atuaram com
diligência em suas funções, até serão investigadas, mas poderão ser
consideradas “inocentes” por suas condutas.
Saiba mais
Os bens jurídicos não são protegidos somente pelo direito penal. O direito
penal os protege subsidiariamente, em conjunto com as demais áreas do direito.
O direito penal é o braço mais forte do estado. Somente deve ser acionado
quando não houver mais saídas ou quando todas as possibilidades já tiverem sido
tentadas e frustradas – intervenção mínima.
Está previsto na Constituição, art.5º, inciso XXXIX: “Não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” (nullum crime nulla
poena sine lege), e no art. 1º do Código Penal: “Art. 1º - Não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal” (redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11 de julho de 1984) (Brasil, 1984).
No direito penal, o princípio da legalidade possui quatro finalidades vitais:
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4. Proibir incriminações vagas e indeterminadas.
Tido como cláusula pétrea (que não pode ser abolida), confere-se o caráter
de mandamento constitucional. Assim, é uma limitação do poder punitivo do
Estado, assegurando que a lei deve ser a única responsável por tratar, de forma
especialmente clara e objetiva, as condutas enquadradas no tipo penal e suas
penalidades.
Já ouvimos falar que uma pessoa foi presa por ter furtado um pedaço de
carne no mercado, pois estava com fome e também precisava alimentar sua
família. Assim, surge a ideia de que o direito penal não deve se preocupar com
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questões insignificantes, insuficientes para desencadear prejuízo ao bem jurídico
legalmente assegurado.
Dada a ocorrência em que se verifique a ausência de grave lesão ao
ordenamento jurídico, bem como para a ordem social, requer-se por meio deste
princípio que seja devidamente reconhecida a atipicidade penal da conduta.
É importante lembrar que não é suficiente o exame da conduta praticada
considerando tão somente a proporcionalidade nos elementos do tipo penal.
Exige-se também que a conduta em tela provoque lesão ou traga risco a terceiros,
de modo significante ao bem jurídico a que se visa tutelar.
Ou seja, o princípio não deve ser aplicado em abstrato, mas ao caso
concreto, sendo imprescindível a inspeção minuciosa acerca do caso concreto
para fins de obtenção adequada da aplicabilidade do princípio em tela.
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4.4 Princípio da proporcionalidade
Este princípio traz consigo o famoso jargão jurídico ultima ratio, o qual
pressupõe que o direito penal só deve se preocupar com a proteção dos bens
mais caros (liberdade e vida) e necessários à convivência harmoniosa em
sociedade.
Mas o que é um bem caro? Será um conceito financeiro? A resposta reside
no termo importante, e neste norte utilizaremos a vida e a liberdade como os
melhores exemplos dos bens mais caros à pessoa humana, motivo pelo qual
teremos a incidência do direito penal sobre eles.
De outro vértice, temos que, se o objeto da prestação jurídica não for tão
importante, atuam os outros ramos do direito visando resolver a situação, sem que
o direito penal necessariamente atue.
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Lidar com os bens mais caros muitas vezes é danoso ao indivíduo e à
própria sociedade. Esse é o motivo pelo qual o poder penal só deve ser acionado
quando todas as outras alternativas não resolverem.
Saiba mais
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A resposta é: por meio do direito processual penal, no qual a palavra
processo, em seu sentido etimológico, traz a ideia de “avançar ou seguir adiante”.
Assim, é “uma série de sucessão de atos” (Guasp, 1997, p. 8), uma sequência de
acontecimentos interligados e relacionados entre si, em que em cada etapa ou
fase utilizam-se todos os recursos, esgotam-se todas vias para conversão deste
em um resultado final.
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REFERÊNCIAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 17. ed. rev.,
ampl. e atual. de acordo com a Lei n. 12.550, de 2011. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988.