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SEMANA 02

AULA 01 PROCESSO DO TRABALHO

FONTES, PRINCIPIOS, ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

1. Súmula 414 do TST I - A tutela provisória concedida na sentença não comporta


impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso
ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º,
do CPC de 2015.

II - No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença,


cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado
de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.

2. Abusividade de greve realizada por funcionários públicos, inclusive celetistas =


justiça comum. RE 846854 (Tema 544).
Concurso público para empregados públicos = justiça comum. RE 960429 ED-
segundos (Tema 992).
Demissão de empregado público = justiça comum. RE 655283 (Tema 606).
Complementação de aposentadoria paga diretamente por SEM/EP = justiça
comum. RE 1265549 (Tema 1092).
3) Ações relacionadas ao ambiente de trabalho (normas trabalhistas relativas à
segurança, higiene e saúde dos trabalhadores) = justiça do trabalho. Súmula 736/STF.
É irrelevante que no local trabalhem servidores públicos estatutários (Rcl 49516 AgR).

3. De acordo com o artigo 800 da CLT a exceção de incompetência territorial deverá


ser apresentada no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e
em peça que sinalize a existência desta exceção. A Fazenda Pública tem prazo em
dobro, logo o prazo será de 10 dias.

No caso em tela, a Fazenda Pública do Estado poderá arguir exceção de


incompetência territorial em peça apartada, em até 10 dias após a sua citação
pessoal.

4.
 Indenização por dano moral oriundas de acidente de trabalho = JUSTIÇA
DO TRABALHO(SV 22) – ainda que proposta pelos dependentes ou
sucessores do falecido
 Indenização do empregador pela falta de fornecimento das guias de seguro-
desemprego = JUSTIÇA DO TRABALHO (S. 389 – TST)
 Complementação de pensão, requerida por viúva de ex-empregado de
empresa privada = JUSTIÇA DO TRABALHO (OJ26/TST-SDI-I)
 Execuções de contribuições previdenciárias = JUSTIÇA DO TRABALHO (ART.
114 VIII CF)
5. Ações do sindicato x empregador são de competência da Justiça do Trabalho

6. OJ 130/SDI2 - I - A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela extensão do dano
II - Em caso de dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à jurisdição de
mais de uma Vara do Trabalho, a competência será de qualquer das varas das Localidades
atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho distintos.
III - Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há competência
concorrente para a Ação Civil Pública das varas do trabalho das sedes dos Tribunais
Regionais do Trabalho.
IV - Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido distribuída

7. Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que


declara a existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou
empresa pública, após a Constituição Federal de 1988, sem a prévia aprovação em
concurso público, pois é matéria de ordem pública de acordo com a Orientação
Jurisprudencial 237, II da SDI - 1 do TST.

8. SÚMULA Nº 303 FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. (incorporadas as


Orientações Jurisprudenciais nºs 9,71, 72 e 73 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ
20.04.2005.
I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na
vigência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo:
a) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta)
salários mínimos; (ex-OJ nº 09 incorporada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do
Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho. (ex-Súmula nº 303 - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita
ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto
nas hipóteses das alíneas “a” e “b” do inciso anterior. (ex-OJ nº 71 - Inserida em
03.06.1996)
III - Em mandado de segurança, somente cabe remessa ex officio se, na relação
processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela
concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como
impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de
matéria administrativa. (ex-OJs nº 72 - Inserida em 25.11.1996 e nº 73 - Inserida em
03.06.1996)

9. CLT. Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: a) conciliar e julgar: (...) III - os dissídios
resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice.

10. testemunhas: comparecerão independente de intimação, salvo apenas será deferida e


expedida se a parte interessada juntar aos autos a prova do convite
Rito Sumaríssimo: duas testemunhas;
Procedimento Comum Ordinário: três testemunhas;
Inquérito para apuração de falta grave: seis testemunhas
11. Contra decisão de TRT em mandado de segurança, cabe à fazenda pública interpor
recurso ordinário, no prazo de 16 dias, dirigido ao TST. (prazo em dobro Fzda Publica)

12. SÚMULA 425 do TST O Jus Postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT,
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do
Tribunal Superior do Trabalho.

13. A prescrição não pode ser declarada de ofício. No DT apenas a prescrição


intercorrente.

14. artigo 852-A da CLT estabelece que os dissídios individuais cujo valor não exceda a
quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam
submetidos ao procedimento sumaríssimo. E, o parágrafo único do referido artigo
dispõe que estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é
parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

15. Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e
o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre
o valor atualizado da causa.

§ 5 São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

16. Art. 770 CLT - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte)
horas.

Art. 813 CLT - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e
realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8
(oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo
quando houver matéria urgente.

17. SÚMULA 436 TST - ATUAÇÃO DE PROCURADOR PÚBLICO INDEPENDE DE


JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO
I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações
públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus
procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de
comprovação do ato de nomeação.
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se
exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição
na Ordem dos Advogados do Brasil.

18. OJ n°. 318 da SDI-I do TST


I - Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome das
autarquias e das fundações públicas.
II – Os procuradores estaduais e municipais podem representar as respectivas
autarquias e fundações públicas em juízo somente se designados pela lei da
respectiva unidade da federação (art. 75, IV, do CPC de 2015) ou se investidos de
instrumento de mandato válido.
19. Súmula nº 338 do TST, Os cartões de ponto que demonstram horários de
entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus
da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo
a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ
11.08.2003). É o chamado "ponto britânico"

20. Súmula 350 do TST O prazo de prescrição com relação à ação de


cumprimento de decisão normativa flui apenas da data de seu trânsito em
julgado.
21. Art. 11-A da CLT Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no
prazo de dois anos.
§ 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa
de cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de
ofício em qualquer grau de jurisdição.

22. Súmula 382 do TST A transferência do regime jurídico de celetista para estatutário
implica extinção do contrato de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir
da mudança de regime.

23. Súmula 326 do TST A pretensão à complementação de aposentadoria jamais


recebida prescreve em 2 (dois) anos contados da cessação do contrato de trabalho.

Súmula 327 do TST A pretensão a diferenças de complementação de aposentadoria


sujeita-se à prescrição parcial e quinquenal, salvo se o pretenso direito decorrer de
verbas não recebidas no curso da relação de emprego e já alcançadas pela prescrição,
à época da propositura da ação.

AÇÃO E PROCESSO

1. súmula 629 do STF: “A impetração de mandado de segurança


coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes".
2. “Os sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária para
defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais
dos integrantes da categoria que representam, inclusive nas
liquidações e execuções de sentença, independentemente de
autorização dos substituídos", conforme o tema 823 do STF.
3. Inesclarabilidade: É em face da prova bilateralmente diabólica que a
situação ganha contornos de maior gravidade. Aqui, seria demasiadamente
iníquo inverter o ônus da prova, pois qualquer das partes se desveste de
meios para comprovar a “veracidade” daquilo que alega. Seria anti-
isonômico e profundamente injusto aliviar o encargo de um sujeito em total
detrimento do outro, que se encontra em situação analogamente
desfavorável. Quando sucede deste modo, têm-se o que Marinoni
convencionou chamar de crise de inesclarecibilidade. Em situações desse
viés, pode, o juiz, ao fim da instrução probatória, não chegar a um mínimo
de convencimento acerca de como se passaram os fatos, estando proibido,
entretanto, de pronunciar o non liquet. Diante disso, deve o magistrado
distribuir dinamicamente o ônus da prova, proferindo decisão contrária
àquele que, com sua conduta material, assumiu o ônus da
inesclarecibilidade, definindo, em cada caso, a regra de julgamento
aplicável.
4. Acerca dos princípios do processo coletivo, a doutrina explica que "é
preciso pensar em um devido processo legal coletivo... O processo coletivo
exige regramento próprio para diversos institutos, que devem acomodar-se
às suas peculiaridades: competência, legitimidade, coisa julgada,
intervenção de terceiro, execução, etc... Alguns aspectos do devido processo
legal coletivo merecem destaque, constituindo-se em verdadeiros princípios
autônomos do direito processual coletivo, não obstante extraídos da
mencionada cláusula geral (de resto, como todos os demais princípios
processuais). São eles: princípio da adequada representação, princípio da
competência adequada, princípio da certificação adequada, princípio da
informação e publicidade adequadas e o princípio da coisa julgada
diferenciada com extensão secundum eventum litis da decisão favorável ao
plano individual" (DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de Direito
Processual Civil, v. 4. 7 ed. Salvador: Jus Podiam, 2012. p. 113-114).
Conforme se nota, o processo coletivo possui peculiaridades que o
diferencia do processo civil em geral, sendo necessária a releitura do
princípio do devido processo legal a fim de que ele possa ser lido como
devido processo legal coletivo, princípio este que servirá de cláusula geral
para nortear todos os outros princípios específicos do processo coletivo,
tais como o da representatividade adequada, o da ampla divulgação da
demanda coletiva e o da extensão subjetiva e transporte da coisa julgada.

5. Classificação dos pressupostos processuais:


 Pressupostos de existência:
 Subjetivos: sujeitos do processo
 a) Juiz ser investido de jurisdição;
 b) A Parte possuir capacidade de ser parte.
 Objetivos: objeto do processo
 a)Existência de uma demanda (ação, litígio)
 Requisitos de validade:
 Subjetivos: sujeitos
 a) Juiz competente e imparcial;
 b) Parte com capacidade processual
 c) Advogado com capacidade postulatória
 d) A parte possuir Legitimidade ad causam quando
necessária
 Objetivos: objeti
 a) Intrínsecos -
 Respeito ao formalismo processual;
 b) Extrínsecos -
 1) Negativos: Inexistência de perempção, litispendência,
coisa julgada ou convenção de arbitragem
 2) Positivo: interesse de agir.
6. É o princípio da disponibilidade que indica que, como regra, cabe ao
interessado decidir se vai exercer ou não o seu direito, peticionando
perante os órgãos competentes.
7. Princípio da efetividade/celeridade/razoável duração do processo: As
partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do
mérito, incluída a atividade satisfativa. CF, LXXVIII - a todos, no
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
8. Princípio da cooperação: Todos os sujeitos do processo devem
cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de
mérito justa e efetiva.
9. Princípio da não taxatividade e atipicidade (máxima amplitude) da ação e
do processo coletivo
7.1. Generalidades
Este importante princípio tem uma faceta dupla: ao tempo em que não se
pode negar o acesso à justiça aos direitos coletivos novos, já que o rol do
art. 1º da Lei n. 7.347/1985 é expressamente aberto ("qualquer outro
interesse difuso ou coletivo", inciso V desse artigo; também
constitucionalmente assegurados, art. 129, III, da CF/1988, "outros
interesses difusos e coletivos"), quaisquer formas de tutela serão admitidas
para a efetividade desses direitos, nos termos do que prevê o art. 83 do
CDC ("Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código
são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua
adequada e efetiva tutela").
Ou seja: a) o rol legal de direitos coletivos é exemplificativo - há direitos
coletivos atípicos; b) todos os procedimentos podem servir à tutela coletiva
- mandado de segurança, ação possessória, reclamação, ação rescisória,
ação de exigir contas etc., até mesmo procedimentos de jurisdição
voluntária, como o protesto. (DIDIER JR., Fredie; ZANETTI JR., Hermes. Curso
de Direito Processual Civil, v.4. 11 ed. Salvador: Jus Podivm, 2017. p. 121).
10. Não se exige a verificação da intenção do sujeito processual quando se
avalia a boa-fé processual. Isso porque a boa-fé exigida no processo é
objetiva e não subjetiva. O princípio da boa-fé objetiva foi positivado no art.
5º, do CPC/15, nos seguintes termos: "Aquele que de qualquer forma
participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé". A
doutrina explica o seu conteúdo de forma sucinta: "Comporta-se com boa-
fé aquele que não abusa de suas posições jurídicas. São manifestações da
proteção à boa-fé no processo civil a exceptio doli, o venire contra factum
proprium, a inalegabilidade de nulidades formais, a supressio e a surrectio,
o tu quoque e o desequilíbrio no exercício do direito. Em todos esses casos
há frustração à confiança ou descolamento da realidade, o que implica
violação do dever de boa-fé como regra de conduta. (...)" (MARINONI, Luiz
Guilherme, e outros. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo:
Revista dos Tribunais. 1 ed. 2015. p. 99
11. Quando uma sentença proferida em um processo em que falta algum
pressuposto processual transita em julgado, o reconhecimento desta
ausência e as consequências dele decorrentes são distintas, a depender se
ela se refere a um pressuposto processual de existência (presença de órgão
jurisdicional, de autor e de réu) ou a um pressuposto processual de
validade (petição inicial apta, juiz competente e imparcial, capacidade de ser
parte e de estar em juízo, ausência de litispendência ou de coisa julgada). É
o que explica a doutrina: "15.6. A relevância da distinção entre
pressupostos de existência e de validade: (...) há uma diferença
fundamental: - a falta de pressuposto de validade (positivo ou negativo)
implica nulidade do processo e da sentença nele proferida. Mas, ainda que
nula, se transitar em julgado, a sentença dada no processo em que falta
pressuposto de validade existe juridicamente e faz coisa julgada. Se for de
mérito, tal sentença (ou mesmo decisão interlocutória, nos termos do art.
356 do CPC/2015) fará inclusive coisa julgada material. Ainda depois disso,
haverá uma última chance de desconstituí-la, mediante ação rescisória, que
tem prazo e fundamentos restritos (art. 966 e ss, do CPC/2015). Mas é um
pronunciamento que tende a perpetuar-se, se não for desconstituído na
forma e prazo legalmente previstos; - a falta de pressuposto de existência
implica a própria ausência do aperfeiçoamento da relação jurídica
processual. Juridicamente não há processo - ao menos ele não existe em
sua configuração plena, de relação trilateral, a única apta a produzir
pronunciamentos eficazes contra qualquer das partes. Sem a presença do
órgão jurisdicional, simplesmente nem se tem atividade jurisdicional. Sem a
presença de qualquer das partes, nada do que se produzir no processo
vinculará a parte ausente. Assim, a decisão que se proferir nesse arremedo
de processo, ao qual falta pressuposto de existência, será juridicamente
inexistente - ou, conforme parte da doutrina, absolutamente ineficaz. O
nome que se dá a tal defeito é o menos relevante. Importa é que, nessa
hipótese, não há coisa julgada. A inexistência (ou ineficácia) poderá ser
reconhecida a todo tempo, por qualquer via - independentemente de ação
rescisória" (WAMBIER, Luiz Rodrigues; e TALAMINI, Eduardo. Curso
Avançado de Processo Civil, v. 1. 16 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2016, p. 302/303).
12. Quando o prazo processual restar vencido, tratando-se de prazo
próprio, ocorrerá a preclusão temporal e não a preclusão consumativa.
Sobre os diferentes tipos de preclusão, a doutrina explica que "a preclusão
consiste na perda, extinção ou consumação de uma faculdade processual
em face do decurso do tempo (preclusão temporal), da prática de ato
incompatível (preclusão lógica) e do efetivo exercício de determinada
faculdade processual (preclusão consumativa)
13. IRDR - Instituto sui generis, nem recurso nem ação.
- STF/STJ julgar uma só vez questão objeto de demandas repetitivas.
- Grande quantidade de processos.
- Questão de direito.
- Evitar instabilidade e risco à isonomia, segurança jurídica e previsibilidade.
- QUALQUER MOMENTO.
PROCESSAMENTO:
- Colegiado faz juízo de admissibilidade.
- Juiz de ofício; MP, parte e Defensoria: por petição.
- em 1º grau: suspenso por 1 ano, aguardando solução. Após admissão do
incidente: julgado em 1 ano, enquanto suspensos todos os processos pendentes.
- cabe amicus curiae e audiência pública.
- Do IRDR caberá RESP ou REXT com suspensivo.
- cabe nos JUIZADOS ESPECIAIS.
14. A legitimidade das partes continuou sendo considerada pelo novo Código de
Processo Civil como uma condição da ação, razão pela qual, estando ausente, leva à
extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 485, VI, CPC/15).
15.

CONSTITUCIONAL

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1. Súmula Vinculante n. 10 diz exatamente o contrário: "Viola a cláusula de


reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal
que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte".
2. "Os limites da despesa total com pessoal e as vedações à concessão de vantagens, reajustes e
aumentos remuneratórios previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal somente podem ser afastados
quando a despesa for de caráter temporário, com vigência e efeitos restritos à duração da
calamidade pública, e com propósito exclusivo de enfrentar tal calamidade e suas consequências
sociais e econômicas. STF. Plenário. ADI 6394/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
20/11/2020 (Info 1000)."
3. "O STF determinou que a União elaborasse plano de combate à Covid-19 para
população quilombola, com a participação de representantes da Coordenação
Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq.
Além disso, o STF deferiu pedido para suspender os processos judiciais,
notadamente ações possessórias, reivindicatórias de propriedade, imissões na
posse, anulatórias de processos administrativos de titulação, bem como os
recursos vinculados a essas ações, sem prejuízo dos direitos territoriais das
comunidades quilombolas até o término da pandemia. STF. Plenário. ADPF
742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado
em 24/2/2021 (Info 1006)."
4. Conforme entendimento do STF, nos casos em que se busca garantir a
aplicação de decisão tomada em recurso extraordinário com repercussão
geral, somente é cabível reclamação ao STF quando esgotados todos os
recursos cabíveis nas instâncias antecedentes.
5. Nos termos do art. 988, I, do CPC, caberá reclamação da parte interessada ou
do Ministério Público para preservar a competência do tribunal.
6. De acordo com o art. 7º, §1º, da Lei 11.417/2006, contra omissão ou ato da
administração pública, o uso da reclamação só será admitido após
esgotamento das vias administrativas.
7. Só cabe reclamação contra decisão judicial ou ato administrativo (não cabe
contra dispositivo de lei).
8. Não cabe recurso contra o indeferimento dos pedidos de retirada de
processos da pauta de julgamento virtual.
9. Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso".
10. Súmula 734 do STF trata do tema: Não cabe reclamação quando já houver
transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado
decisão do Supremo Tribunal Federal.
11. Não se admite a reclamação se o ato impugnado é anterior à publicação
da súmula vinculante indicada como paradigma.
12. e uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente,
ou seja, em sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle
abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes.
O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se
o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de
uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os
mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e
vinculante.
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação
deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo
em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga
omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida
Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido.
STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em
29/11/2017 (Info 886).
13. Importante ressaltar que a sistemática de repercussão geral foi inserida pela
EC nº 45/2004, sendo, portanto, fruto do poder constituinte derivado
reformador. Além disso, a repercussão geral APROXIMOU o controle
concentrado e o difuso, na medida em que as decisões proferidas em Recursos
Extraordinários com Repercussão Geral possuem eficácia erga omnes, assim
como no controle concentrado, esvaziando o papel do Senado Federal no
controle de constitucionalidade.
14. As técnicas de autocomposição são compatíveis com o exercício da jurisdição
constitucional, inclusive na fase pré-processual, podendo ser aplicadas em
ações de competência da Suprema Corte.
15. Supremo Tribunal Federal, o advogado-geral da União, dada a sua autonomia
funcional, não está obrigado a defender a lei ou o ato normativo impugnado
por ADI, sendo, inclusive, permitido opinar por sua inconstitucionalidade,
quando verificar que há ofensa direta à Constituição Federal.
16. O princípio da indisponibilidade, que rege o processo de controle normativo
abstrato, impede - por razões exclusivamente fundadas no interesse público -
que o autor da ação direta de inconstitucionalidade venha a desistir do pedido
de medida cautelar por ele eventualmente formulado. – (...) (ADI 892 MC,
Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 27/10/1994, DJ 07-11-
1997 PP-57230 EMENT VOL-01890-01 PP-00057)
17. A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) foi introduzida na
Constituição de 1988 pela emenda constitucional n. 3, de 1993, e representou
uma verdadeira “inovação" no ordenamento jurídico brasileiro.
18. É possível a modulação de efeitos no âmbito da Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ADC). A modulação de efeitos consiste na fixação de um
prazo, condição ou outra limitação temporal para que os efeitos da decisão de
constitucionalidade produzam efeito.
19. deferimento de medida cautelar em ADC: Art. 21, Lei 9.868/99. O Supremo
Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá
deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os
Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a
aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento
definitivo."
20. Não é possível o controle de constitucionalidade de lei municipal em face da Constituição
Federal, podendo haver, via ADPF, no STF, a análise.
21. O controle de constitucionalidade é de competência originária do STF quando o
debate envolve leis ou atos normativos federais em face da Constituição
Federal, ou, ainda, dos Tribunais de Justiça de cada Estado, nos casos de
dissonância entre as leis locais e a Constituição estadual. Não há controle de
leis e atos municipais.
22. Quando tramitam paralelamente duas ações diretas de inconstitucionalidade,
uma no Tribunal de Justiça local e outra no Supremo Tribunal Federal, contra a
mesma lei estadual impugnada em face de princípios constitucionais estaduais
que são reprodução de princípios da Constituição Federal, suspende-se o curso
da ação direta proposta perante o Tribunal estadual até o julgamento final da
ação direta proposta perante o Supremo Tribunal Federal, não o contrário.
23. A ADPF vem prevista no artigo 102, §1º, da CRFB e é regulamentada pela Lei nº 9.882/99.
Segundo o artigo 1º da Lei nº 9.882/99, ela será proposta perante o Supremo Tribunal Federal e
terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder
Público. Ela será cabível também quando for relevante o fundamento da controvérsia
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à
CRFB.
24. É cabível controle abstrato por meio de ADPF no STF, mas também pelo
controle difuso.
25. o STF tem entendimento consolidado no sentido de que cabe arguição de
descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra súmula do Tribunal
Superior do Trabalho:
I - Viabilidade da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
ajuizada em face de enunciado de Súmula de Jurisprudência
predominante editada pelo Tribunal Superior do Trabalho. II – Atendimento
ao princípio da subsidiariedade, uma vez que não há instrumento processual
capaz de impugnar ações e recursos que serão obstados com base em preceito
impositivo no âmbito da Justiça trabalhista. III - Agravo regimental a que se dá
provimento. (ADPF 501 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Relator(a) p/
Acórdão: RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 16/09/2020,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-265 DIVULG 04-11-2020 PUBLIC 05-11-2020).
26. O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões
proferidas em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a
ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.
A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto
como legitimado pelo art. 103 da CF/88).
Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos
processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
05/04/2018.
26. A cláusula de reserva de plenário não se aplica em caso de reconhecimento de
constitucionalidade de determinada lei estadual. Ainda, são situações em que não
será necessária a observância da cláusula de reserva de plenário:
1) se o órgão fracionário declarar a constitucionalidade da norma;
2) se a lei ou ato normativo for anterior ao texto da Constituição Federal;
3) se o órgão fracionário faz apenas uma interpretação conforme;
4) para juízos singulares;
5) para Turmas Recursais (Colégios Recursais);
6) para o STF no caso de controle difuso;
7) quando o Plenário (ou órgão especial) do Tribunal que estiver decidindo já tiver
se manifestado pela inconstitucionalidade da norma;
8) quando o Plenário do STF já tiver decidido que a norma em análise é
inconstitucional.
27. A inconstitucionalidade formal se configura sempre que o ato normativo é
editado com inobservância de alguma norma procedimental prevista na
Constituição. Exemplos: lei proposta por quem não tem iniciativa para fazê-lo;
ato normativo aprovado com quórum inferior ao exigido; inobservância de
restrições materiais na edição de determinado ato normativo; invasão, por lei
ordinária por ou outro ato normativo, do campo material reservado à lei
complementar. Entende-se por inconstitucionalidade material
a incompatibilidade da matéria veiculada no ato normativo com o conteúdo da
Constituição.
28. § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
29. É inconstitucional a Lei nº 13.269/2016, que autorizou o uso da
fosfoetanolamina sintética ("pílula do câncer) por pacientes diagnosticados
com neoplasia maligna mesmo sem que existam estudos conclusivos sobre os
efeitos colaterais em seres humanos e mesmo sem que haja registro sanitário
da substância perante a ANVISA. Ante o postulado da separação de Poderes,
o Congresso Nacional não pode autorizar, atuando de forma abstrata e
genérica, a distribuição de medicamento. Compete à ANVISA permitir a
distribuição de substâncias químicas, segundo protocolos cientificamente
validados. O controle dos medicamentos fornecidos à população leva em
conta a imprescindibilidade de aparato técnico especializado, supervisionado
pelo Poder Executivo. O direito à saúde não será plenamente concretizado se o
Estado deixar de cumprir a obrigação de assegurar a qualidade de droga
mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desengano, charlatanismo e
efeito prejudicial. STF. Plenário. ADI 5501/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 23/10/2020 (Info 996).
30. ação direta de inconstitucionalidade: Art. 8º, lei 9.868: Decorrido o prazo das
informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o
Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo
de quinze dias.
31. Normas de imitação são aquelas que poderiam ter disciplina diversa, a
critério de cada Estado-membro, mas que na verdade são apenas imitações do
texto constitucional federal. Nesse caso, a competência para julgamento da
ação direta será do Tribunal de Justiça, sem recurso para o STF.
Normas de reprodução obrigatória são dispositivos da Constituição Federal
de 1988 que são repetidos obrigatoriamente nas Constituições Estaduais.
Nesse caso, a competência para julgamento da ação direta será do Tribunal de
Justiça, e da sua decisão caberá recurso extraordinário ao Supremo Tribunal
Federal.
O entendimento do STF: “(...) Tratando-se de ação direta de
inconstitucionalidade da competência do Tribunal de Justiça local – lei estadual
ou municipal em face da Constituição estadual –, somente é admissível o
recurso extraordinário diante de questão que envolva norma da Constituição
Federal de reprodução obrigatória na Constituição estadual. (...)" (2ª Turma. RE
246903 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/11/2013).
32. A legitimidade para provocação para edição de súmulas vinculantes pode ser
ampliada por lei federal.

33. CF/88
Art. 103-A. (...)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão
ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem
propor a ação direta de inconstitucionalidade.

34. Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar


enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente
caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos
ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só
será admitido após esgotamento das vias administrativas.
§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o
ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que
outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.
35. O controle de constitucionalidade preventivo ocorre antes da promulgação
de uma lei ou emenda. Pode ser exercido pelo Poder Legislativo, por meio
das Comissões de Constituição e Justiça, pelo Poder Executivo, através
do veto jurídico, e excepcionalmente pelo Poder Judiciário.
O Poder Judiciário, ainda que de forma excepcional, também poderá exercê-lo
caso seja impetrado um mandado de segurança por Parlamentar, em razão da
inobservância do devido processo legislativo constitucional , como ocorre no caso
de deliberação de uma proposta de emenda tendente a abolir cláusula pétrea.
Os parlamentares têm direito público subjetivo à observância do devido
processo legislativo constitucional. Por isso, apenas eles, e nunca terceiros
estranhos à atividade parlamentar, têm legitimidade para impetrar o mandado
de segurança nessa hipótese. A iniciativa somente poderá ser tomada por
membros do órgão parlamentar perante o qual se achem em curso o projeto
de lei ou a proposta de emenda. Trata-se de um controle concreto, uma vez
que a impetração do mandamus surge a partir da suposta violação de um
direito (ao devido processo legislativo).
Conforme ensinamentos do Professor Marcelo Novelino ( Direito Constitucional . São
Paulo: Editora Método, 2009, 3ª ed. p. 221):
36. a propositura de ação direta no STF vai acarretar a suspensão do processo em
sede estadual. Se o STF, na ADI prolatar decisão no sentido da
inconstitucionalidade da norma, a ação direta no Tribunal de Justiça será
extinta sem julgamento de mérito pela perda do objeto. Todavia, caso o STF
decida pela constitucionalidade da norma perante a CF, a ação no TJ terá seu
trâmite continuado. Como o TJ decidirá tendo por base outro parâmetro
(Constituição Estadual) poderá, inclusive, declarar a inconstitucionalidade da
norma, retirando-a do ordenamento estadual, sem que isso implique
desrespeito à decisão do STF.

37. IMULTANEUS PROCESSUS


Em havendo dupla fiscalização de constitucionalidade (TJ e STF,
respectivamente, em face da CE e CF/88), de forma simultânea, o processo de
aferição de constitucionalidade estadual deve ser suspenso, tendo em vista o
processo federal constituir causa prejudicial daquele.
Nesse passo, se for declarada pelo STF a:
(1) INCONSTITUCIONALIDADE da lei submetida ao controle, será ela expurgada
do mundo jurídico, não havendo razão para a continuação do processo local,
que deve ser extinto por perda superveniente do objeto;
(2) CONSTITUCIONALIDADE da lei objetada, o TJ ainda terá interesse em
examinar a constitucionalidade do ato em face da CE, desde que por outros
fundamentos.
DUPLA FISCALIZAÇÃO EM MOMENTOS DISTINTOS
Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante
o tribunal de justiça local e outra perante o STF, o julgamento da primeira –
estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se preenchidas duas
condições cumulativas:
1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e
2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da
Constituição do Estado sem correspondência na Constituição Federal.
Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha correspondência
na Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o controle abstrato
de constitucionalidade.
38. 1º Em se tratando de instituição de leis, a CF/88 estabelece as matérias
que são privativas da União (art. 22 da CF/88) e as que são concorrentes
entre a União, Estados e DF (art. 24 da CF/88). 2º Em se tratando de
Processo Administrativo, a competência é concorrente. Portanto, se um
Estado institui, por exemplo, uma lei sobre Processo Administrativo, esta
será formalmente constitucional, pois este Ente da federação também
possui competência para tal. 3º Porém, se essa lei estadual estipular prazo
decadencial superior a 5 anos, ela será tida como materialmente
inconstitucional, pois a competência suplementar dos Estados não pode
contrariar os princípios essenciais estabelecidos pela União, garantindo a
uniformidade mínima das normas em todo o país. 4º A lei 9.784/99, que
dispõe sobre Processo Administrativo em nível federal, fixa o prazo decadencial
de cinco anos para a anulação de atos administrativos reputados inválidos pela
Administração Pública.
39. Segundo o STF, os Estados e os Municípios devem observar as normas do
processo legislativo insculpidas na CF/88, por força do princípio da simetria,
sendo, assim, normas de reprodução obrigatória.
Assim, quando não houver essa observância, a impugnação da norma
municipal que desafia tanto o texto federal quanto o estadual, pode ser
feita perante o Tribunal local por meio do ajuizamento de ação de
controle concentrado. Sendo ausente o requisito da subsidiariedade.
Bem como pode ser feita no STF, não por meio de ADPF, mas sim por meio
de recurso extraordinário de ação direta de inconstitucionalidade
processada no âmbito do Tribunal local.
Portanto, a alteração na Lei Orgânica pode ser passível de controle perante o
STF e perante o TJ, mesmo que não tenha sido prevista na Constituição
Estadual.
40. Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade
de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal,
desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. STF. RE
650898-RS, Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 01/02/2017 (repercussão geral).
Vale lembrar que normas de reprodução obrigatória são dispositivos da
Constituição Federal de 1988 que devem ser repetidos nas Constituições Estaduais.
41. Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato
judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal
Federal" (Súmula n. 734).
42. As normas constitucionais de processo legislativo não impossibilitam, em regra,
a modificação, por meio de emendas parlamentares, dos projetos de lei
enviados pelo Chefe do Poder Executivo no exercício de sua iniciativa privativa.
Essa atribuição do Poder Legislativo brasileiro esbarra, porém, em duas
limitações: a) a impossibilidade de o parlamento veicular matérias diferentes
das versadas no projeto de lei, de modo a desfigurá-lo; e b) a impossibilidade
de as emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa do
Presidente da República, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art.
166, implicarem aumento de despesa pública (inciso I do art. 63 da CF) (STF,
ADI 3.114-SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Britto, 24-08-2005, v.u., DJ 07-04-
2006, p. 15).
43. As normas constitucionais de processo legislativo não impossibilitam, em
regra, a modificação, por meio de emendas parlamentares, dos projetos de lei
enviados pelo Chefe do Poder Executivo no exercício de sua iniciativa privativa.
Essa atribuição do Poder Legislativo brasileiro esbarra, porém, em duas
limitações: a) a impossibilidade de o parlamento veicular matérias diferentes
das versadas no projeto de lei, de modo a desfigurá-lo; e b) a impossibilidade
de as emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa do
Presidente da República, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art.
166, implicarem aumento de despesa pública (inciso I do art. 63 da CF) (STF,
ADI 3.114-SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Britto, 24-08-2005, v.u., DJ 07-04-
2006, p. 15).
44. Alterando o entendimento de 2010, em 2018, o Plenário do Supremo Tribunal
Federal decidiu ser aplicável a cláusula de reserva de plenário ao próprio STF
tanto no controle difuso quanto no controle concentrado. Trata-se do ARE
791932, no qual o Tribunal decidiu que “a cláusula de reserva de plenário atua
como condição de eficácia jurídica da própria declaração jurisdicional de
inconstitucionalidade dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os
tribunais, via difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10)”. Ou seja, a decisão mais recente do
STF é no sentido de que aplica-se a cláusula de reserva de plenário ao próprio
STF no controle difuso (que é o caso do RE) e também no concentrado.
45. a cláusula constitucional de reserva de plenário, insculpida no art. 97 da
CF, fundada na presunção de constitucionalidade das leis, não impede que
os órgãos fracionários ou os membros julgadores dos tribunais, quando
atuem monocraticamente, rejeitem a arguição de invalidade dos atos
normativos" (Segundo Ag.reg. no Recurso Extraordinário 636.359/Amapá)
46. Nos termos da jurisprudência do STF, a Constituição Federal acolheu o
federalismo cooperativo, sobretudo na promoção da saúde pública.
47. Conforme jurisprudência do STF, compete à União definir regras de suspensão
e interrupção do fornecimento dos serviços de energia elétrica. Logo, é
inconstitucional lei estadual que isente trabalhadores desempregados do
pagamento pelo consumo água e energia elétrica, por tratar de matéria
consumerista.
48. O conceito de "dificuldade contramajoritária" tem origem no pensamento de
Alexander Bickel e define a situação em que, afastando o direito consagrado
em legislação positiva aprovada pelo Parlamento, o poder judiciário afirma
direitos constitucionalmente previstos, sobrepondo a sua interpretação da
Constituição àquela que foi feita por agentes políticos investidos de mandato
representativo e legitimidade democrática (houve muita discussão teórica
sobre isso). Em outras palavras, a tese clássica sobre a dificuldade
contramajoritária rechaça a possibilidade de existência do controle de
constitucionalidade pelo Poder Judiciário,
De toda sorte, é importante lembrar que atualmente esta visão tem recebido
outras leituras, como é o caso do e. Ministro Luis Roberto Barroso, que
defende o papel contramajoritário das cortes constitucionais (v. o livro Direito
Constitucional Esquematizado, do Pedro Lenza).
Dois fundamentos principais asseguram a legitimidade democrática da
jurisdição constitucional (mesmo sem ter sido constituído mediante processo
eletivo), segundo o e. Ministro:
a) a proteção dos direitos fundamentais, onde tais direitos correspondem ao
mínimo ético e à reserva de justiça de uma comunidade política e são
insuscetíveis de serem atropelados por deliberação política, mesmo que seja
amplamente majoritária;
b) a proteção das regras do jogo democrático e dos canais de participação
política de todos, na medida em que a maior parte dos países do mundo
confere ao Poder Judiciário o status de "sentinela contra o risco da tirania das
maiorias" (conceito de JOHN STUART MILL).
Hodiernamente há razoável consenso de que o conceito de democracia
transcende a ideia de governo da maioria, exigindo a incorporação de
outros valores fundamentais e devendo ser considerada, também, a sua
dimensão substantiva, a incluir igualdade, liberdade e justiça.
49. a proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de
receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto
orçamentário e financeiro, sob pena de incorrer em vício de
inconstitucionalidade formal
50. “Não existe na CF/88 e nem na LINDB nenhuma diretriz sobre a exigência de
motivação no projeto de lei para que ele possa ser considerado válido após a
sua aprovação. Se houver essa exigência de motivação no regimento interno
das casas legislativas não é passível de controle de constitucionalidade em
razão de se tratar de matéria interna corporis. Assim, embora a exigência de
motivação, aparentemente se revele salutar em razão de garantir
transparência do juízo político realizado para a propositura do projeto de
lei e facilitar o controle de legitimidade, não consta entre as normas
constitucionais pertinentes ao processo legislativo (CF, arts. 59 a 69). Nesse
sentido, em observância ao princípio da separação dos poderes, o STF já teve a
oportunidade de afirmar que é defeso ao Poder Judiciário exercer o controle
jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance de normas
meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria interna
corporis. STF. Plenário. RE 1297884/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
11/6/2021 – Repercussão Geral – Tema 1120 (Info 1021)."
51. Lei municipal que contraria a Constituição Federal:
Competência: STF
Ação cabível: ADPF
Legitimidade para a propositura: é dos legitimados previstos no art. 103 da
CF/88.
A sentença terá efeitos “erga omnes” e vinculantes.
Lei municipal que contraria a Constituição Estadual
Competência: no Tribunal de Justiça do Estado
Ação cabível: ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade)/Representação de
inconstitucionalidade (art. 125, § 2º, da CF/88)
*STF: Estados-membros têm competência para instituírem representação de
inconstitucionalidade de atos normativos municipais e estaduais em face da
Constituição Estadual, com uma única restrição: a de ser vedada a atribuição
da legitimação para agir a um único órgão (ADI 3659 / AM)
A sentença terá efeitos “erga omnes” e vinculantes.
Lei municipal que contraria norma de reprodução obrigatória da
Constituição Federal
· Em regra: os TJs exercem controle abstrato de constitucionalidade de leis
municipais e devem examinar a validade dessas leis à luz da Constituição
Estadual.
· Exceção: os Tjs podem exercer controle abstrato de constitucionalidade
de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal,
desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados.
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de
leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição
Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos
estados.
STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852).
Recurso Extraordinário para o STF:
Se a representação de inconstitucionalidade/ADI estadual sustentar que a
norma apontada como violada (parâmetro) é uma norma de reprodução
obrigatória, então, neste caso, caberá recurso extraordinário para o STF
contra a decisão do TJ:
(...) Tratando-se de ação direta de inconstitucionalidade da competência do
Tribunal de Justiça local – lei estadual ou municipal em face da Constituição
estadual –, somente é admissível o recurso extraordinário diante de questão
que envolva norma da Constituição Federal de reprodução obrigatória na
Constituição estadual. (...)
STF. 2ª Turma. RE 246903 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
26/11/2013.
A decisão do STF neste recurso extraordinário terá eficácia erga omnes porque
foi proferida em um processo objetivo de controle de constitucionalidade.
Lei municipal que contraria a Lei Orgânica
Não sofre controle de constitucionalidade.
O controle de constitucionalidade de normas municipais tendo como
parâmetro a Lei Orgânica de um determinado município é impossível, já que
não existe previsão constitucional.
*É CONTROLE DE LEGALIDADE.
52. Tema 1.120 da repercussão geral, ocasião em que fixada a seguinte tese: “Em
respeito ao princípio da separação dos Poderes, previsto no art. 2º da Constituição
Federal, quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais
pertinentes ao processo legislativo, é defeso ao Poder Judiciário exercer o controle
jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance de normas
meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria interna
corporis."
53. QUÓRUM EM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
MEDIDA CAUTELAR: Maioria absoluta (6)
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE: Maioria absoluta (6)
QUÓRUM DE SESSÃO: 8 membros (2/3)
QUÓRUM DE JULGAMENTO: Maioria absoluta (6)
MODULAÇÃO DE EFEITOS: 2/3 (8)
SÚMULA VINCULANTE (EDIÇÃO/REVISÃO/NCANCELAMENTO): 2/3 (8)

54. Súmula nº 614, somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta
interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
55. Súmula nº 679, a fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de
convenção coletiva.
56. Súmula Vinculante nº 42, é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
57. Súmula nº 645, é competente o município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.
58. Tema 917 - "Não usurpa competência privativa do Chefe do
Poder Executivo lei que, embora crie despesa para a Administração, não
trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem do regime
jurídico de servidores públicos (art. 61, § 1º, II, 'a', 'c' e 'e', da Constituição
Federal)."
59. À luz do princípio da simetria, é de iniciativa privativa do chefe do Poder
Executivo estadual as leis que disciplinem o regime jurídico dos militares
(art. 61, § 1º, II, f, da CF/1988). Matéria restrita à iniciativa do Poder
Executivo não pode ser regulada por emenda constitucional de origem
parlamentar . Precedentes. Pedido julgado procedente.
60. Art. 1º, par. único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito
fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos
os anteriores à Constituição;

61. Quanto à natureza do vício, existem duas espécies de inconstitucionalidade:


I. Material (nomoestática). Ocorre quando o conteúdo da lei ou ato normativo está
em desacordo com o conteúdo de uma regra ou princípio constitucional. Ex.: é
inconstitucional lei que estabeleça diferença de tratamento para filhos havidos fora do
casamento. O conteúdo desta lei viola o conteúdo do art. 227, § 6º, da CF/88;
II. Formal (nomodinâmica). Dinâmica = relacionada com o processo (movimento)
legislativo. Ocorre quando é desrespeitada alguma regra do processo legislativo. Há
uma violação no processo de produção da norma. Descumprimento dos requisitos
formais. A inconstitucionalidade formal pode ser subdividida em três espécies:
II. A. Inconstitucionalidade orgânica (ou subjetiva): Ocorre quando há inobservância
das regras de competência para a edição do ato. Ex.: uma lei estadual que trate sobre
direito penal ou sobre direito civil;
II. B. Inconstitucionalidade formal propriamente dita: Ocorre quando é descumprido o
devido processo legislativo previsto na CF/88. Esse descumprimento pode ser:
a) Subjetivo: se houve um vício de iniciativa (vício no “sujeito” que iniciou o processo
legislativo). Ex.: lei de iniciativa parlamentar sobre um assunto do art. 61, § 1º (que são
de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo); b) Objetiva: quando são violados
outros aspectos do procedimento legislativo. Ex.: uma lei complementar que é
aprovada por maioria simples e não maioria absoluta (art. 69);
II. C. Inconstitucionalidade por violação aos pressupostos objetivos do ato: A CF/88
prevê pressupostos objetivos para a edição de determinados atos. Ex.: o art. 62 exige
que a medida provisória somente seja editada em caso de “relevância e urgência”.

61. A regra de ouro encontra-se consubstanciada no art. 167, III, da CRFB/88, e


veda realização de operação de crédito que exceda o montante das despesas
de capital, no entanto, mediante maioria absoluta do Poder Legislativo, será
possível autorização para créditos suplementares.
62. o art. 167, X, da CRFB/88 veda “a transferência voluntária de recursos e a
concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos
Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento
de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios."
63. Em razão do controle difuso ser sobre um caso concreto, é possível a análise
como parâmetro eventual norma constitucional revogada, mormente pelo fato
de que a declaração de inconstitucionalidade da norma arguida pela parte
deverá antes ser confrontada com seu parâmetro no momento de sua criação.
Oportuna a lição do Professor Bernardo Gonçalves Fernandes :
[...] o parâmetro do controle pode ser qualquer norma constitucional em vigor
ou mesmo norma constitucional já revogada (sendo apenas obrigatório
verificar se essa norma constitucional estava em vigor no momento da criação
do ato impugnado). FERNANDES, B.G. Curso de Direito Constitucional. 9ªed.

64. [...] arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo


do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes,
submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do
processo. Se a arguição for rejeitada, prosseguirá o julgamento, porém se for
acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão
especial, onde houver (devido à cláusula de reserva de plenário). FERNANDES,
B.G.Curso de Direito Constitucional 9ªed.

AULA 10 DIREITO DO TRABALHO

Relação de trabalho e emprego. Sujeitos da relação de emprego

1. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do


empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância,
desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando,
controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
alheio."
2. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de
emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico
e manual."
3. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades
legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a
qualidade de empregado prevista no art. 3º, CLT".
4. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de
relação de emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista
no Estatuto do Policial Militar." (Súmula n° 386 do TST).
5. “Segundo a legislação, o trabalho temporário é prestado por pessoa
física, contratada por uma empresa de trabalho temporário, que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços ou cliente, para atender
à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à
demanda complementar de serviços (diferente de) contrato por prazo
determinado, previsto no artigo 443 da CLT e na Lei 9.601/1998: a vigência
depende de data de término previamente ajustada, da execução de serviços
específicos ou, ainda, da realização de certo acontecimento suscetível de
previsão aproximada. Para ter validade, ele deverá tratar de serviço cuja
natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, de
atividades empresariais de caráter transitório e de contrato de experiência."
(Fonte: TST, 2020).
6. “O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento
de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa
tomadora de serviços." Portanto, o contrato de trabalho na modalidade
temporária poderá ter como objeto atividades-fim.
7. Tese 725 firmada pelo STF, sobre “Terceirização de serviços para a
consecução da atividade-fim da empresa.", cujo teor dispõe que “É lícita a
terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas
jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante."
(RE 958252, Relator(a): Min. Luiz Fux).
8. Art. 75-B da CLT Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de
serviços fora das dependências do empregador, de maneira preponderante ou não,
com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua
natureza, não configure trabalho externo.
§ 1º O comparecimento, ainda que de modo habitual, às dependências do
empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do
empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho ou
trabalho remoto.
§ 2º O empregado submetido ao regime de teletrabalho ou trabalho remoto poderá
prestar serviços por jornada ou por produção ou tarefa.
§ 3º Na hipótese da prestação de serviços em regime de teletrabalho ou trabalho
remoto por produção ou tarefa, não se aplicará o disposto no Capítulo II do Título II
desta Consolidação.
§ 4º O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se confunde nem se equipara
à ocupação de operador de telemarketing ou de teleatendimento.
§ 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária,
bem como de softwares, de ferramentas digitais ou de aplicações de internet
utilizados para o teletrabalho, fora da jornada de trabalho normal do empregado
não constitui tempo à disposição ou regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto
se houver previsão em acordo individual ou em acordo ou convenção coletiva de
trabalho.
§ 6º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou trabalho remoto para
estagiários e aprendizes.
§ 7º Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se as disposições previstas
na legislação local e nas convenções e nos acordos coletivos de trabalho relativas à
base territorial do estabelecimento de lotação do empregado.
§ 8º Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil que optar pela
realização de teletrabalho fora do território nacional aplica-se a legislação
brasileira, excetuadas as disposições constantes da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro
de 1982, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.
§ 9º Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação
entre empregado e empregador, desde que assegurados os repousos legais.
9. é inaplicável ao regime de trabalho temporário, disciplinado pela Lei n.º
6.019/74, a garantia de estabilidade provisória à empregada gestante,
prevista no art. 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias".
10. TELETRABALHO: art.75-C
. deverá constar expressamente, especificando as atividades que serão
realizadas;
. poderá ser alterado entre regime presencial e de teletrabalho, desde que haja
mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual;
. por determinação do Empregador: poderá ser alterado regime de
teletrabalho para o presencial, com prazo mínimo de 15 dias, com registro
em aditivo contratual.
11. Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua
anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se
considerando transferência a que não acarretar necessariamente a
mudança do seu domicílio.
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que
exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição,
implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade
de serviço.
[...]
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o
empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante
as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos
salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa
situação.
Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do
empregador.
12. Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6
(seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste
dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos
acontecimentos.
13. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego, que envolve não eventualidade,
pessoalidade, onerosidade e subordinação entre o empregado, que presta
os serviços contratados, e o empregador, que o aproveita, dirige e
remunera.
Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência
dependa de termo prefixado ou da execução de serviços
especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível
de previsão aproximada.
o contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou
expressamente, for prorrogado por mais de uma vez passará a vigorar sem
determinação de prazo".
O contrato de trabalho por prazo determinado não pode ser estipulado
por mais de dois anos (art. 445 da CLT). O contrato que não pode exceder
de 90 dias é o contrato de experiência (Parágrafo Único do art. 445 da
CLT).

14. RELAÇAO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO: De


acordo com Délio Maranhão, a relação jurídica de
trabalho é a que resulta de um contrato de trabalho,
denominando-se relação de emprego, quando se trata de
um contrato de trabalho subordinado.

A relação de trabalho é gênero, do qual a relação de emprego é


espécie. Por outras palavras: a relação de emprego, sempre, é
relação de trabalho; mas, nem toda relação de trabalho é
relação de emprego.

A relação de emprego possui caráter bilateral, oneroso,


sinalagmático e comutativo. É bilateral, quer no sentido de
depender da vontade de duas ou mais pessoas, quer no sentido
de que as enlaça, simultaneamente, em uma teia, mais ou
menos complexa, de prerrogativas e deveres. É onerosa,
porque dela resultam obrigações recíprocas para os
contratantes. É sinalagmática e comutativa, porque esses
direitos e obrigações nascem a partir do momento em que a
relação jurídica se constitui, dentro do pressuposto de
equivalência perfeita entre os encargos assumidos pelo
trabalhador e pelo empresário, um em face do outro.

15.

AULA 10 a Empregador. Contrato de emprego. Nulidade do CT.


1. O princípio da intangibilidade se desdobra no aspecto Subjetivo e Objetivo.
Aspecto Subjetivo: O CT é mutável do ponto de vista subjetivo, como por exemplo
na sucessão de empregadores, em que há a mudança do chefe, mas o contrato
permanece o mesmo.
Aspecto Objetivo: O CT é intangível do ponto de vista objetivo, ou seja, não pode
ser mudado o conteúdo do contrato.
2. Súmula Vinculante 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
3. Súmula 212, TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho,
quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador,
pois o Princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado.

4. Pela teoria do conglobamento, diante de instrumentos conflitantes, aplica-se


aquele que, no seu conjunto, na sua totalidade, for mais favorável ao
trabalhador, mesmo que ele contenha uma ou outra cláusula menos favorável.

Pela teoria da acumulação, os benefícios de cada instrumento conflitante


seriam reunidos e aplicados a favor do trabalhador, acumulando vantagens e
exacerbando o princípio da proteção. Essa teoria foi rejeitada pela doutrina
pelo fato de criar um novo instrumento excessivamente benéfico ao
trabalhador, contrariando a ótica de equilíbrio promovida pela aplicação
racional do princípio da proteção.

Embora mantido esse princípio como regra geral, a reforma trabalhista


inaugurou algumas importantes exceções ao princípio da norma mais
favorável ao tratar do conflito entre instrumentos coletivos e contrato
individual pactuado pelo empregado hipersuficiente e os instrumentos
coletivos que o abrangem.

5. A norma coletiva pode estipular a exclusão da redução ficta da hora noturna,


prevista no art. 73, § 1º, da CLT, desde que haja a concessão de outras
vantagens que, sob a ótica da teoria do conglobamento, sejam mais benéficas
ao trabalhador que aquelas asseguradas na legislação trabalhista.

6. Princípio Protetor

Norma + Favorável:

 Havendo + de uma norma em vigor regendo o mesmo assunto, deve-se aplicar


ao caso concreto, a que seja mais favorável ao empregado.
 Não é absoluto

Condição + Benéfica:
 vantagens já conquistadas que são benéficas ao trabalhador, NÃO PODEM SER
MODIFICADAS PARA PIOR.

In Dubio Pro Operário:

 Diante de duas interpretações válidas, o intérprete do direito do trabalho deve


aplicar a opção mais vantajosa para o trabalhador.

7. OJ 375 SDI-1 A suspensão do contrato de trabalho, em virtude da


percepção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, não
impede a fluência da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de
absoluta impossibilidade de acesso ao Judiciário.
8. J 392 SDI-1 O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por
força do art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC de 2015. O ajuizamento da ação,
por si só, interrompe o prazo prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º
do art. 240 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 219 do CPC de 1973), incompatível com
o disposto no art. 841 da CLT.
9. OJ 359 SDI-1 A ação movida por sindicato, na qualidade de substituto
processual, interrompe a prescrição, ainda que tenha sido considerado parte
ilegítima “ad causam”.

10. A lei ordinária é fonte formal

a sentença normativa é fonte formal heterônoma.

a convenção coletiva de trabalho é fonte formal autônoma.

o acordo coletivo de trabalho é fonte formal autônoma. GABARITO

o decreto executivo é fonte formal heterônoma,

AULA 12 TRIBUTÁRIO - COMPETÊNCIA

1. Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de


arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Art. 7º. §1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios
processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
2. A concessão de incentivos fiscais, que podem incluir isenções ou benefícios
fiscais, não requer compensação aos entes menores, conforme decidido pelo
STF no RE 705423.

3. E o caso das isenções ou benefícios fiscais no âmbito do ICMS?


STF já decidiu que nestes casos o Município não pode ser prejudicado na
repartição constitucional do ICMS se o Estado resolvesse conceder benefícios
A retenção da parcela do ICMS constitucionalmente devida aos municípios, a
pretexto de concessão de incentivos fiscais, configura indevida interferência do
Estado no sistema constitucional de repartição de receitas tributárias.
4. A postergação do direito do contribuinte do ICMS de usufruir de novas
hipóteses de creditamento, por não representar aumento do tributo, não se
sujeita à anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, "c", da
Constituição" (Plenário. RE 603917, Rel. Rosa Weber, julgado em 25/10/2019 -
Repercussão Geral - Tema 382).
5. Não há reserva de Lei Complementar Federal para tratar de novas
hipóteses de suspensão e extinção de créditos tributários. Possibilidade
de o Estado-Membro estabelecer regras específicas de quitação de seus
próprios créditos tributários.

6. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA:

A) Indelegável: Não pode o ente federado editar norma que atribua a outro ente a
competência para criar tributo que lhe foi outorgado pela CF. Essa é a regra. Em outras
palavras, a competência tributária é indelegável. Base legal: art. 7º do CTN.

B) Privativa: o primeiro objeto da competência privativa são os impostos. Em


relação a eles, temos competência privativa. Todos os entes podem criar impostos,
mas podem criar os impostos discriminados nos arts. 153, 155 e 156, da CF. Então,
há uma distribuição desses impostos entre os entes da federação. Em relação a esses
impostos discriminados na Constituição, não poderá haver invasão da
competência tributária. Por isso é privativa. OBS: em relação à União, a lista do art.
153 não é exaustiva (ela pode criar impostos residuais – art. 154, da CF).

C) Facultatividade: O exercício dessa competência é obrigatório? NÃO. O exercício do


poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada
ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, e,
principalmente, econômica, sobre o exercício da competência tributária. MAS, de
acordo com a LRF, caso o ente não institua o imposto (de sua competência), não
receberá transferências voluntárias (sanção institucional).

D) Irrenunciável: A irrenunciabilidade da competência tributária diz respeito


à impossibilidade de abrir mão da aptidão dos entes federativos de criar tributos. Isso
significa que a faculdade constitucional lhe foi concedida estará sempre atrelada ao
ente federativo. Ele não poderá abdicar dela, seja no todo ou em parte.

E) INCADUCÁVEL: A competência é irrenunciável e incaducável, pois o ente político


não a perde. Nem por motivos de inércia/inatividade, nem se eventualmente exprimir
sua falta de interesse. Irrenunciável significa que se a Constituição estipular que
somente a União poderá tributar, esta não poderá o direito e possibilidade para tal."
Incaducável: Tempo. Irrenunciável: Não se pode renunciar.

7. A imunidade tributária é CONSTITUCIONALMENTE concebida. Não há que se falar


em imunidade disposta em texto infraconstitucional - neste caso, tem-se, em verdade,
ISENÇÃO TRIBUTÁRIA.
8. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR: São constituídas
por princípios e imunidades. A lei complementar não cria limitações ao Poder de
Tributar. Tão somente regula. Nesse sentido, o artigo 146, inciso II, da Constituição
prescreve que cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao
poder de tributar. É possível que uma Emenda Constitucional crie novas limitações
constitucionais ao Poder de Tributar. Mas não é possível uma emenda constitucional
suprimi-las, pois protegidas pela cláusula pétrea. Sendo assim, caso a caso deve ser
analisado sob a ótica do artigo 60, §4º da Constituição Federal.

9. Imposto Residual:

 criação de novos tributos, além daqueles já existentes;


 por lei complementar;
 não-cumulativo;
 FG e BC diversos dos demais impostos já discriminados na CF;
 União

AULA 13 – TRIBUTÁRIO – CONCEITO E ESPÉCIES

1. "Não se pode transportar a noção de não cumulatividade do IPI e do


ICMS para a Contribuição ao PIS/PASEP e para a COFINS, uma vez que
a não cumulatividade dessas contribuições tem contornos distintos.
Isso porque, para referidas contribuições, nos termos das Leis 10.637/2002
e 10.833/2003, não há previsão de que o contribuinte compense na fase
posterior a contribuição devida na etapa anterior do ciclo econômico, mas,
de modo diverso, a técnica utilizada, base sobre base, prevê que do
valor da contribuição calculada no mês (art. 2º) pode o contribuinte
descontar créditos (art. 3º), calculados mediante aplicação da mesma
alíquota aplicada à contribuição (PIS/PASEP ou COFINS) sobre o valor
dos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos no
mês pelo contribuinte (art. 3º, § 3º, III), os quais constam de uma série
de itens listados na respectiva lei, ressalvadas as exceções
expressamente previstas". (REsp n. 1.428.247/RS, relator Ministro Gurgel
de Faria, relatora para acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira
Turma, julgado em 15/10/2019, DJe de 29/10/2019).
2. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da
essencialidade ou relevância, vale dizer, considerando-se a
imprescindibilidade ou a importância de determinado item - bem ou serviço -
para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo
contribuinte.
3. VI - O art. 3º, § 2º, IV, da Lei n. 9.718/1998, exclui da base de cálculo da
contribuição ao PIS e da COFINS no regime cumulativo a receita oriunda
da alienação de bens do ativo permanente (não circulante), previsão que
alcance a receita decorrente da alienação dos bens objeto de operação de
leasing na qual instituição financeira figura como arrendadora.
VII - Os §§ 5º e 6º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 constituem normas
especiais que convivem harmonicamente com as regras gerais previstas
no § 2º do mesmo dispositivo de lei, razão pela qual as instituições
financeiras descritas no art. 22, § 1º, da Lei n. 8.212/1991 podem deduzir
da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS as receitas
oriundas da alienação de bens do ativo permanente.

 3. I. O estorno proporcional de crédito de ICMS efetuado pelo Estado de


destino, em razão de crédito fiscal presumido concedido pelo Estado de
origem, unilateralmente, não viola o princípio constitucional da não
cumulatividade.

 II. As reuniões do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) podem


ser realizadas com a presença de representantes da maioria das unidades da
Federação.

 III. É constitucional a lei estadual que, com amparo em convênio do CONFAZ,


conceda remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais
anteriormente julgados inconstitucionais.

4.
Art. 150. § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos,
taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,
federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

 Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
 II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior;
 § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
 XII - cabe à lei complementar:
 g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.

6. Tributos sujeitos apenas à noventena


IPI;
Contribuições sociais (CSLL, PIS, Cofins, Contribuição Previdenciária,
Contribuições ao Sistema S);
Cide-Combustíveis;
ICMS-Combustíveis.

Tributos sujeitos apenas à anualidade


Imposto de Renda;
Fixação da base de cálculo do IPVA;
Fixação da base de cálculo do IPTU.

Tributos sujeitos à noventena e à anualidade


ICMS (exceto para combustíveis);
ISS;
ITR;
ITCMD;
ITBI;
Alíquota do IPVA;
Alíquota do IPTU.

Tributos que não estão sujeitos à anualidade e à noventena


Imposto de Importação;
Imposto de Exportação;
IOF;
Empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias,
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa.
7. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se
compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as
Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos
Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas
pessoas de direito público.
8. o imposto territorial rural não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas
em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel.
9. Art. 151. É vedado à União:
10. I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;

FINANCEIRO

1. Art. 167. São vedados:


III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;
2. LC 121/06 (cabe controle judicial, pois existem recursos
mínimos a serem transferidos – em saúde, notadamente):
Art. 26. §1º No caso de descumprimento dos percentuais mínimos
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, verificado a
partir da fiscalização dos Tribunais de Contas ou das informações
declaradas e homologadas na forma do sistema eletrônico instituído
nesta Lei Complementar, a União e os Estados poderão restringir, a
título de medida preliminar, o repasse dos recursos referidos nos
incisos II e III do § 2º do art. 198 da Constituição Federal ao
emprego em ações e serviços públicos de saúde, até o montante
correspondente à parcela do mínimo que deixou de ser aplicada em
exercícios anteriores, mediante depósito direto na conta corrente
vinculada ao Fundo de Saúde, sem prejuízo do condicionamento da
entrega dos recursos à comprovação prevista no inciso II do
parágrafo único do art. 160 da Constituição Federal.
3. É possível a retenção de recursos de transferências voluntárias por
previsão em acordo ou convênio, independentemente de procedimento
de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de contas,
após a devida notificação do ente faltoso e após o decurso do prazo
nela previsto.
Jurisprudência do STF:
A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou
outro que dê causa à negativa de realização de convênios, acordos,
ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem
transferência voluntária de recursos), pressupõe o respeito aos
princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo
legal, somente reconhecido: a) após o julgamento de tomada de
contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de
Contas, nos casos de descumprimento parcial ou total de convênio,
prestação de contas rejeitada, ou existência de débito decorrente de
ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta
não prestada); b) após a devida notificação do ente faltoso e o
decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei,
regras infralegais ou em contrato), independentemente de
tomada de contas especial, nos casos de não prestação de
contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de
conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses em que
incabível a tomada de contas especial.
(RE 1067086, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em
16/09/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-254 DIVULG 20-10-2020 PUBLIC 21-10-2020) .
4. Art. 167. São vedados:
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,
inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal
ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
5. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão
fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o
ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

3.4. A mensagem normativa do parágrafo único do art. 11 da LRF,


de instigação ao exercício pleno das competências impositivas
fiscais tributárias dos Entes locais, não conflita com a Constituição
Federal, traduzindo-se como fundamento de subsidiariedade,
congruente com o Princípio Federativo, e desincentivando
dependência de transferências voluntárias.
(ADI 2238, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno,
julgado em 24/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-218
DIVULG 31-08-2020 PUBLIC 01-09-2020 REPUBLICAÇÃO: DJe-
228 DIVULG 14-09-2020 PUBLIC 15-09-2020) .
6. Dicas didáticas [Princípios Orçamentários de acordo com o Manual de
Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP)]
2.1) Princípio da unidade ou totalidade
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320/1964, determina
existência de orçamento único para cada um dos entes federados – União, estados,
Distrito Federal e municípios com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos
paralelos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e
despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento
legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual (LOA).
2.2) Universalidade
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/1964,
recepcionado e normatizado pelo § 5º do art. 165 da Constituição Federal,
determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e
despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público.
2.3) Anualidade ou periodicidade
Estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320/1964, delimita o
exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das
receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir. Segundo o
art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, ou
seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.
2.4) Exclusividade
Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a LOA não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito
suplementar e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei.
2.5) Orçamento bruto
Previsto pelo art. 6º da Lei nº 4.320/1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na
LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.
2.6) Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração
pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo
que a lei expressamente autorizar, ou seja, subordina-se aos ditames da lei. A
Constituição Federal de 1988, no art. 37, estabelece os princípios explícitos da
administração pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a
necessidade de formalização legal das leis orçamentárias:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I) o plano plurianual;
II) as diretrizes orçamentárias;
III) os orçamentos anuais.
2.7) Publicidade
Princípio básico da atividade da Administração Pública no regime democrático, está
previsto no caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica-se especialmente pelo
fato de o orçamento ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a
execução de suas despesas.
2.8) Transparência
Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A
e 49 da LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar o orçamento público
de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a
gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação
da receita e a execução da despesa.
2.9) Não-vinculação (não-afetação) da receita de impostos
O inciso IV do art. 167 da CF/1988 veda vinculação da receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria Constituição
Federal [...].
2.10. Padronização ou uniformidade de apresentação
O orçamento deve manter uma mínima padronização ou uniformidade na
apresentação de seus dados, permitindo a devida comparação com exercícios
anteriores dentro da mesma entidade, objetivando maior racionalidade e acurácia na
observação dos dados orçamentários.
2.11. Economicidade
Princípio que objetiva a minimização dos gastos públicos, sem
comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à capacidade de uma
instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua
disposição. Tem relação direta com a capacidade de um órgão ou instituição
pública gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua disposição.

6. LRF, Art. 2° Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

III - Empresa Estatal Dependente: empresa controlada que receba do ente


controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes
de aumento de participação acionária;

1) Empresa Estatal Dependente é a empresa controlada:

LRF, Art. 2°. II - Empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital


social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

 Sociedade cuja MAIORIA do capital social:


 Com direito a VOTO;
 Pertença, direta ou indiretamente, a ENTE da Federação.

2) Recebe recursos financeiros para pagamento de atividades específicas. Aqui, são 3


hipóteses, que podem ser simultâneas ou pode ser para pelo menos um tipo.

 Despesas com Pessoal; ou


 Custeio em Geral; ou
 Despesa de Capital, excluídos aqueles provenientes de aumento de
participação acionária:

7. A Lei de Responsabilidade Fiscal não se aplica às empresas estatais não


dependentes
8. Orçamento de Investimento integra a Lei Orçamentária Anual (LOA).
 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 5º A lei
orçamentária anual compreenderá:
 I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
 II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
 III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

9. CF, Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

10. CF, Art. 165, § 10. A administração tem o dever de executar as programações
orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito
de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 100, de 2019)
§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019)
I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que
estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não impede o cancelamento
necessário à abertura de créditos adicionais;
II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente
justificados;
III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.

11. REGRA: Art. 167. São vedados:


VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem
prévia autorização legislativa;
EXCEÇÃO: Art. 167, § 5º A transposição, o remanejamento ou a
transferência de recursos de uma categoria de programação para
outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência,
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos
restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade
da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.

12. STF no Tema 864, segundo a qual "a revisão geral anual da remuneração dos
servidores públicos depende, cumulativamente, de dotação na Lei
Orçamentária Anual e de previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias" (STF - RE
905.357/RR - Tema 864, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
29/11/2019).
13. inconstitucional — por violar o art. 113 do ADCT — lei estadual que
concede vantagens e aumento de vencimentos a seus servidores públicos
sem prévia estimativa de impacto orçamentário e financeiro.

STF. Plenário. ADI 6090/RR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/6/2023 (Info
1098).

14. "[...]3. Segundo dispõe o art. 169, § 1º, da Constituição, para a concessão de
vantagens ou aumento de remuneração aos agentes públicos, exige-se o
preenchimento de dois requisitos cumulativos: (I) dotação na Lei Orçamentária
Anual e (II) autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 4. Assim sendo, não
há direito à revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos,
quando se encontra prevista unicamente na Lei de Diretrizes Orçamentárias,
pois é necessária, também, a dotação na Lei Orçamentária Anual. 5.
Homologado o pedido de extinção do processo com resolução de mérito, com
base no art. 487, III, c, do Código de Processo Civil de 2015. 6. Proposta a
seguinte tese de repercussão geral: A revisão geral anual da remuneração
dos servidores públicos depende, cumulativamente, de dotação na Lei
Orçamentária Anual e de previsão na Lei de Diretrizes
Orçamentárias." (RE 905357, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal
Pleno, julgado em 29/11/2019, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-282 DIVULG 17-12-2019 PUBLIC 18-12-2019).

15. Primeiramente, o que seria reserva de contingência? É a reserva prevista no


art. 5º, III, “b", da LRF, que autoriza a criação de uma dotação global para
atender a passivos contingentes e outras despesas imprevistas.

Atentem que a previsão da Reserva de Contingência deve constar na LOA e a


forma da Reserva de Contingência deve constar na LDO.

É exatamente o que determina o art. 5º da LRF:

“Art. 5º. O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível


com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas
desta Lei Complementar:
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos
orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o
§ 1º do art. 4º;
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da
Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e
ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante,
definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
a) (VETADO)
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais
imprevistos".
16. “Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei
orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a
Municípios por meio de:
I - Transferência especial; ou
II - Transferência com finalidade definida. (...)
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo,
os recursos:
I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado,
independentemente de celebração de convênio ou de instrumento
congênere;
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do
Poder Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º
deste artigo. (...)
§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que
trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de
capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo".
17. TRANSFERÊNCIA ESPECIAL:

A) É o repasse feito diretamente ao ente, sem necessidade de convênio ou


qualquer ajuste.

B) Pertencem ao Estado no momento em que são transferidos (serão aplicadas


em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do
ente federado beneficiado).

C) Esses recursos devem ser aplicados em programas do poder executivo dos


Estados e DF.

D) 70%, pelo menos, devem ser aplicados em despesa de capital


(investimentos).

30% das transferências especiais podem ser utilizadas em despesas


correntes (que não seja aplicado em despesa de pessoal e nem serviços da
dívida).

E) Assim, a maioria parcela das transferências especiais deve ser


para INVESTIMENTOS.
Tanto as transferências especiais, quanto as de finalidade definida: NÃO
INTEGRAM RECEITAS DOS ESTADOS, DF e MUNICIPIOS para fins de LIMITES
OU ENDIVIDAMENTO ORÇAMENTÁRIO, não podendo ser usados para:

I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com


pensionistas; e

II - encargos referentes ao serviço da dívida

(ou seja: juros e correção monetária da dívida pública).(art. 166-A, § 1º da


CF/88.)

18.

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