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30 de janeiro de 2024

DIREITO DO TRABALHO III:


COMPETÊNCIA TERRITORIAL, PARTES E PROCURADORES
30 de janeiro de 2024

DIREITO DO TRABALHO II:


COMPETÊNCIA TERRITORIAL, PARTES E PROCURADORES

Competência Territorial da Justiça do Trabalho

"Art. 651. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela


Localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro.

§ 1. º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial,


a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha
agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na
falta, será competente a Vara da Localização em que o empregado
tenha domicílio ou a Localidade mais próxima.

§ 2. A competência das Varas do Trabalho,estabelecida neste


artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial
no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário.

§ 3. Em se tratando de empregador que promova realização de


atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao
empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços".

REGRA GERAL: Local da prestação do serviço (diverge da regra do


CPC de domicílio do réu)

Viajante comercial: agência ou filial e a esta o trabalhador


esteja subordinado. Ou, na falta desta, onde o empregado tenha
domicílio (veja, nesse caso, não há um local fixo de prestação de
serviço para fixar a competência).
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Exceção 2 ao princípio da territorialidade: contratado para


laborar no exterior. Competência da Justiça do Trabalho. Regra
processual: direito brasileiro, pois julgado pela JT. Regra
material: estrangeiro. No entanto, a Lei 11.962/2009 diz que deve
ser aplicada a lei brasileira, se mais benéfica.

Exceção 3: atividades fora do lugar da celebração do contrato


(motorista de linha intermunicipal, circos, feiras) - ou foro da
celebração ou na prestação do serviço. Livre escolha. Nesse caso,
a competência é relativa! A incompetência não pode ser declarada
de ofício. (OJ 149).

PARTES

Partes: AUTOR e RÉU

Independência da JT: Reclamante (autor) e Reclamado (réu)

Capacidade de ser parte (capacidade de direito) = personalidade


civil - nascimento com vida (art. 2, CC), embora a lei ponha a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Capacidade processual - pode praticar os atos pessoalmente, sem


estar assistido ou representado. Capacidade civil plena (18 ANOS)

Capacidade postulatória - no processo civil, advogado


regularmente inscrito na OAB. No direito do trabalho, esta também
é conferida às próprias partes - jus postulandi

Art. 791, CLT

a Súmula 425 do TST, que dispõe: "O jus postulandi das partes,
estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e
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aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação


resC:isória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho" -
Recurso de Revista deve ser interposto por advogado!

Doutrina: jus postulandi apenas para as relações de emprego, pela


literalidade do art. 791 da CLT - não extensível às relações de
trabalho

Partes e Procuradores

Art. 843 - presente o reclamante e reclamante, independente dos


seus patronos, exceção ação plúrima em que pode ser representado
pelo sindicato. - NÃO HAVERIA ESPAÇO NA SALA DE AUDIÊNCIA

Art. 843, parágrafo 1 - ATENÇÃO reforma - empregador pode ser


substituído pelo gerente ou preposto - o preposto não precisa ser
empregado - Código de Ética da OAB, art. 25 - advogado não pode
ser patrono e preposto.

O empregador doméstico poderá ser substituído por qualquer pessoa


da família.

843, parágrafo 2 - empregado doente ou imprevisto - outro


empregado da mesma profissão - entendimento majoritário - apenas
para pedir adiamento da audiência.

PROCURADORES

Advogado - necessária a procuração.

Exceções: 1) Evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para


praticar ato considerado urgente, devendo a procuração ser
juntada em 15 dias. O ato não ratificado será considerado
ineficaz, respondendo o advogado pelas perdas e danos (art. 104,
parágrafo 1 e 2, CPC).
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Art. 104, CPC. O advogado não será admitido a postular em


juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou
prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

§ 1º Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá,


independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15
(quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do
juiz.

§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz


relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o
advogado pelas despesas e por perdas e danos.

Irregularidade processual na fase recursal: Admite-se que o


advogado, independente de intimação, exiba a procuração no prazo
de 5 dias após a interposição do recurso.

Verificada a irregularidade da representação, em procuração ou


substabelecimento juntado aos autos, o relator designará prazo de
5 dias para que seja sanado o vício.

Sumula 383 – Recurso. Mandato. Irregularidade de


representação. CPC de 2015, arts. 104 e 76, § 2º (nova redação em
decorrência do CPC de 2015). (Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 149 e 311 da SDI-1 – Res. 129/2005, DJ
20.04.2005 – Alterada pela Res. 210/2016 – DeJT 30/06/2016).

I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração


juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo
mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015),
admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a
procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do
recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz.
Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se
conhece do recurso.

II – Verificada a irregularidade de representação da parte em


fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante
dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do
recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o
vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do
recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o
desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao
recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

MANDATO TÁCITO - PECULIARIDADE DA JT

Nesse caso, não há nenhum instrumento formal de mandato, isto é,


não há procuração escrita. O advogado que realizar a audiência
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pede que seja registrada em ata a sua constituição como


procurador, desde que a parte representada manifeste a sua
anuência.

O mandato tácito se presta apenas para o FORO EM GERAL, não


podendo o advogado exercer as ações que demandam procuração com
poderes especiais, sendo estas: “receber citação, confessar,
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir,
renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula
específica.”
(artigo)

Art. 791, § 3o A constituição de procurador com poderes para o


foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em
ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.

O TST, por meio da OJ 200 da SDI-I, firmou entendimento no


sentido de considerar inválido o substabelecimento de advogado
investido de mandato tácito (OJ 200, SDI-1, do TST).

Representação da União, Estados e DF

Com base no art. 75, I e II, do CPC, a União será representada


pela Advocacia-Geral da União; os Estados e o Distrito Federal,
por seus procuradores; e os Municípios, por prefeitos ou
procuradores, o que torna dispensável a juntada da procuração,
visto que os .atos de nomeação são publicados pelo Diário
Oficial. É essencial que tal signatário ao menos declare-se
exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do
número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.

"SÚMULA 436 DO TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA


UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E
FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO

(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 52 da SBDI-I e


inserção

do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e

27.09.2012

I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas


autarquias e
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fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e


passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada
de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação.

II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o


signatário ao

menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a

indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do


Brasil".

Por hoje é só, pessoal!

Até o nosso próximo encontro.

Professora Anna Paula

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