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Direito do Trabalho II

Profa. Andreia Ribeiro

SEMANA 10
• Partes e Representação

Referencial, MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do


Trabalho
 PARTES NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

DENOMINAÇÃO
 AUTOR = RECLAMANTE
 RÉU = RECLAMADO
 Nos Dissídios Coletivos: Suscitante X Suscitado
 Inquérito para apuração de falta grave: Requerente X Requerido

CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO
 Capacidade Jurídica ou de Gozo (aptidão da pessoa de gozar de seus direitos)
 Capacidade Processual (capacidade de pleitear a tutela jurisdicional do Estado)
 Art. 403 CLT: É proibido qualquer trabalho a menor de 16 anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
 Representação: menores até 16 anos.
 Representante Legal: Sindicato, Diretores (pessoas jurídicas).
 Representante convencional: preposto.
CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO
 Assistência: relativamente incapaz (maior de 16 e menor de 18).
 NO PROCESSO DO TRABALHO:
- Menores de 18 podem firmar contrato de trabalho, com assistência dos pais,
tutores ou responsáveis legais, podendo receber salários sem assistência
(devem estar assistidos no momento da homologação das rescisão do contrato
de trabalho).
- A partir dos 16 anos o menor tem capacidade laborativa (CF art. 7º, XXXIII).
- A partir de 14 anos o menor pode trabalhar como aprendiz.
- Aos 18 anos o trabalhador pode ajuizar reclamação trabalhista, sem
assistência.
 A Procuradoria do Trabalho deverá intervir nas reclamações de todos aqueles
que não souberem/puderem expressar sua vontade.
 As partes devem comparecer PESSOALMENTE à audiência, independente do
comparecimento de seus representantes (art. 843, CLT - §3º preposto não
precisa ser empregado).
 O EMPREGADOR pode ser representado por gerente ou qualquer outro
preposto que tenha conhecimento do fato.
CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO
 A Sociedade sem personalidade Jurídica, deve ser representada pela pessoa a
quem couber a administração de seus bens (art. 75, IX, CPC).
 A Pessoa Jurídica Estrangeira é representada pelo gerente, representante ou
administrador da filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 75,
X, CPC).
 A União é representada pela Advocacia Geral da União. Os Estados, o DF e os
Municípios por seus procuradores (art. 75, I, CPC). Esses entes podem ser
representados, no processo do trabalho, por qualquer preposto, desde que seja
empregado, juntamente com o patrocínio do advogado ou procurador. O
Município pode ser representado pelo Prefeito ou procurador (art. 75, II, CPC).
 A Massa Falida é representada em Juízo pelo administrador Judicial ou pelo
preposto deste.
 Em ações plúrimas, com vários reclamantes, costuma-se tolerar que haja a
formação de uma comissão, para que não haja necessidade de todos os
empregados comparecerem à Justiça do Trabalho. O Correto é que nas ações
plúrimas e nas ações de cumprimento os empregados sejam representados
pelo sindicato da categoria (art. 843, CLT).
 Se o empregado estiver doente ou por qualquer outro motivo poderoso
(ponderoso) não possa comparecer à audiência, poderá fazer-se substituir por
outro empregado que pertença à mesma profissão ou pelo sindicato: §2º, art.
843, CLT (para evitar o arquivamento). Tais pessoas não são procuradores do
reclamante, por isso não poderão acordar, confessar ou tomar ciência de
qualquer ato processual.
 Empregador doméstico = qualquer pessoa da família, que resida no local,
poderá comparecer à audiência.
IUS POSTULANDI
 Direito que a pessoa tem de estar em juízo, praticando pessoalmente todos os
atos autorizados para o exercício do direito de ação, independentemente do
patrocínio de advogado.
 Art. 791 CLT: os empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
(art. 791-A: honorários de 5 a 15%)
 Súmula 425 TST: exercício do ius postulandi só nas Varas do Trabalho e nos
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal
Superior do Trabalho.
REFLEXÃO ACERCA DO IUS POSTULANDI

 O advogado deveria ser necessário em todo e qualquer processo, inclusive na


Justiça do Trabalho, pois é a pessoa técnica, especializada na postulação.

 A ausência de advogado para o Reclamante implicaria em DESEQUILÍBIRO na


relação processual pois não terá possibilidade de postular tão bem quanto o
empregador representado por advogado, podendo perder seus direitos pela não
observância de prazos etc.

 A assistência deveria ser fornecida pelos sindicatos ou, em sua impossibilidade,


pelo Estado, que deveria fornecer gratuitamente advogados para quem deles
necessite na Justiça do Trabalho, conforme acontece no Juízo Criminal
(indicação de advogado dativo).
 PARTES NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

MANDATO TÁCITO
 Ocorre pelo comparecimento da parte acompanhada de advogado à audiência,
aceitando os atos praticados em seu nome e em sua presença pelo causídico
(Súmula 164 TST).
 O Mandato tácito só alcança os poderes para o foro em geral (ad judicia). Os
poderes especiais referidos no art. 105 do CPC devem ser outorgados
mediante mandato expresso.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

 Antes da REFORMA TRABALHISTA havia uma discussão sobre a possibilidade


de condenação por litigância de má-fé no processo do trabalho (conflito =
haveria o deferimento de uma verba de natureza não trabalhista).
 Sérgio Pinto Martins, já apontava algumas hipóteses que poderiam acontecer
no processo do trabalho, dentre elas:
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
- Autor ajuizar ação pedido verbas pagas, pleiteando tudo, inclusive o indevido.
- Perícia sabidamente desnecessária.
- Oposição de embargos à execução ou impugnações vazias, com fins
meramente protelatórios.
- Dizer que as testemunhas não compareceram à audiência, quando, na
verdade, não foram convidadas.
- Oferecer endereços incompletos ou errados (das testemunhas e das partes).
- Alegar que o reclamante trabalhou em uma empresa, quando, na verdade,
trabalhou para empresa completamente distinta.
 O autor endente que se o juiz verificar a litigância de má-fé no processo poderá
aplicar a penalidade no próprio processo do trabalho de maneira incidente,
desde que caracterizado o intuito de lesar a parte contrária.
 ARGUMENTO: O juiz do trabalho tem por obrigação coibir as chicanas e
excessos praticados por aqueles que estão imbuídos de má-fé. Essas
penalidades devem ser aplicadas inclusive ao reclamante, ainda que em valor
módico, mas apenas para ressaltar o caráter pedagógico da pena, de acordo
com as possibilidades do trabalhador. (REFORMA: 793 A até 793 D)
SUCESSÃO PROCESSUAL
 É UMA FORMA DE SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES NO PROCESSO.
 Substituto Processual = atua em nome próprio e defende interesse/direito alheio
(sindicato: nas ações plúrimas; art. 872, CLT; §2º do art. 195, CLT).
Obs. A legitimação para o sindicato instaurar dissídio coletivo é a ordinária, decorrente da
representação da categoria em juízo, não se tratando, assim, de substituição processual (art.
857, CLT).
 Sucessor Processual = atua em nome próprio e defende interesse/direito próprio
(herdeiro/ espólio: inventariante)
 Se o empregado falece e não deixa bens nem filhos menores, não há porque se falar em
inventário. Tem-se entendido que a viúva e os filhos podem ingressar no polo ativo da
ação em curso, mediante apresentação da certidão de casamento e de nascimento dos
filhos OU por meio de certidão do INSS que comprove a dependência das pessoas
mencionadas.
 A substituição processual trabalhista é AUTÔNOMA (o substituído pode ingressar na lide
como assistente litisconsorcial, desistir da ação, transacionar, independente de anuência
do sindicato), CONCORRENTE (não é exclusiva, podendo o substituído assumir o polo
ativo) e PRIMÁRIA (o substituto não precisa aguardar a inércia do substituído em propor a
ação, nem precisa de sua autorização).
PRÓXIMA AULA:

Ação Trabalhista: Dissídios Individuais e Coletivos – Introdução

Referencial: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do


Trabalho.

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