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Trata-se de pedido de XX, cumulado com pedido de

obrigação de fazer. A ação tem natureza declaratória para fins de


prova junto à Previdência Social(fls. XX), e constitutiva, estando isto claro
na petição inicial de fls. XX/XX.

O I. Magistrado de primeiro Grau rejeitou a prescrição


extintiva por entender que o pedido autoral possui natureza jurídica
meramente declaratória, por entender que não há pedido de natureza
constitutiva.

Para uma melhor compreensão da questão posta em juízo,


necessário faz-se primeiramente algumas considerações.

A moderna classificação das ações, que leva em conta a


natureza do pronunciamento judicial pleiteado classifica as ações como
declaratórias, constitutivas e condenatórias.

Por sua vez, as ações declaratórias têm por objetivo


conseguir uma certeza jurídica, certificar a existência de um direito.
Servem, tão somente, para declarar se o seu direito existe ou para excluir
o direito alegado pelo adversário. Não se colima à realização de um
direito.

As ações constitutivas, positivas ou negativas, têm


cabimento, quando se procura obter não uma prestação do réu, mas a
criação de um estado jurídico, ou a modificação ou a extinção de um
estado jurídico anterior. São meios de exercício daqueles direitos
insuscetíveis de violação (direitos potestativos). Não pressupõem a
existência de lesão a um direito, como ocorrem nas condenatórias; não
se exige uma prestação do réu, apenas se pleiteia a formação, extinção
ou modificação de um estado jurídico; não são meios para restaurar um
direito lesado, mas meio pelo qual se exercitam duas classes dos direitos
potestativos; não tem por objetivo a satisfação de uma pretensão. As
sentenças constitutivas não carecem de execução, pois o conteúdo
destas ações se esgota com o provimento judicial que determina a
criação, extinção ou modificação do estado jurídico.

As ações condenatórias são aquelas em que o autor


pretende obter do réu uma determinada prestação (positiva ou negativa),
pois correlativo ao conceito de condenação temos a prestação. Estas
ações são meios de proteção daqueles direitos suscetíveis de violação
(direitos a uma prestação).

Ressalte-se se que toda a sentença condenatória ou


constitutiva tem um certo conteúdo declaratório, pois, deve a sentença
conter, necessariamente, a declaração da existência da relação jurídica
sobre a qual versa.

Na presente demanda, verifica-se a cumulação de ação


declaratória de XX, cumulada com ação constitutiva, haja vista pedido
de perícia e obrigação de fazer, qual seja, proceder à XX.

Como visto acima, a ação declaratória é imprescritível.


Porém, somente a ação declaratória pura detém esta qualidade,
sujeitando-se ao prazo prescricional quando também houver pretensão
condenatória, hipótese dos autos.

Observe-se, ainda, que o termo inicial da prescrição se dá no


nascimento da ação (actio nata), determinado, tal nascimento, pela
violação de um direito. A lesão ou violação de um direito é o fato gerador
da ação. No caso, tem-se que o marco inicial da prescrição ocorreu com o
ato de emissão do documento histórico laboral.

Assim, tem-se por aplicável na hipótese a prescrição


bienal extintiva, prevista no art. 7º, inciso XXIX, da CRFB.

Destarte, reformo a r. Sentença para pronunciar a


prescrição extintiva do direito pleiteado pelo autor, extinguindo o feito
com julgamento do mérito, nos termos do art. 487, inciso II, do CPC/2015.

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