Você está na página 1de 3

Primeira questão:No que se refere ao item eficácia da sentença e satisfação,

conceitue cada uma das cinco classes, expostas por Araken de Assis,
conceituando-as e explicando como se dará o cumprimento (execução) das
referidas sentenças, apresentando exemplo(s) concretos para cada uma delas.

Resposta - São as classes da Eficácia da Sentença e Satisfação: 1) a


Declarativa; 2) Constitutiva; 3) Condenatória; 4)Mandamental; e 5) Executiva.
Na declarativa Reconhece-se a existência ou inexistência de alguma situação
jurídica, por exemplo: reconhecimento da autenticidade de documento, débito
ou relação.
Sentença constitutiva: cria ou modifica uma relação jurídica. Há constituição de
um novo estado jurídico. As ações constitutivas tanto podem criar como
extinguir uma determinada relação jurídica. Diz-se então que elas tanto podem
constituir como desconstituir. Exemplo: rescisão contratual, há uma extinção da
relação jurídica (constitutiva negativa). outro ex decretação do divórcio.
Sentença condenatória: "condena" o réu à prestação de uma obrigação. A ex:
Imposição do dever de pagamento de perdas e danos, decorrentes da mora
contratual.
Sentença mandamental: contém uma ordem expedida para que alguma das
partes cumpra um fazer ou um não fazer. A sentença mandamental é aquela
que se caracteriza por uma ordem. O juiz não condena, ordena. Essa ordem
tem como principal escopo coagir o réu. Exemplo: o mandado de reintegração
de posse expedido em favor do demandante. outro exemplo Ex: reintegração
ao cargo de funcionário público em razão da ilegalidade da demissão.
Sentença executiva: é a sentença que determina, no seu próprio corpo e,
portanto, sem a necessidade de iniciativa por parte do autor, que o provimento
jurisdicional seja efetivado. A sentença executiva é aquela que se realiza
através dos meios de execução direitos e adequados à tutela específica.
Podemos citar como exemplo as sentenças que determinam o despejo ou
mesmo uma obrigação de fazer.

2 Questão: Estabeleça a relação entre execução indireta e tutela mandamental

Os meios destinados a obter o resultado pretendido pela jurisdição, seja pela


execução direta (sub-rogação), seja pela execução indireta (coação) estão
dimensionadas nos já citados artigos 273, 461 e 461-A do Código de Processo
Civil.

Através da tutela mandamental, o juiz não se limita a condenar (convidar o


autor a pagar), ele ordena o cumprimento da decisão utilizando mecanismos
coercitivos (multa por tempo de atraso), exercendo seu poder de imperium.
Exatamente neste ponto, a sentença mandamental se distingue das demais,
por tutelar o direito do autor impondo ao réu adimplir a ordem judicial, dado a
carga coercitiva que emana da decisão. A mandamentalidade da tutela está,
precisamente, na conjugação entre ordem e força que se empresta à sentença,
que tem o poder de fazer com que o réu cumpra obrigação imposta sob pena
de multa, visto que, sem as quais a decisão teria apenas cunho declaratório.
Da mesma forma que a condenação só é condenação porque aplica sanção, a
sentença mandamental somente é mandamental porque há coerção.
O sincretismo da tutela mandamental é obvio, já que ela implica na admissão,
em uma única demanda, existência de conhecimento e execução, expressando
a força da jurisdição na mesma relação processual em que é concedida,
independentemente de nova relação executiva.
A decisão já é proferida com execução, e não para execução, de forma que,
assim como a mandamental, também não depende de execução autônoma,
como é o caso a ação de reintegração de posse, ação de despejo, ação
reivindicatória, entre outras.

3 Questão: Se Araken diverge do STJ (para quem sentença de improcedência


pode ser título executivo), você concorda com Araken ou com o
posicionamento do STJ? Explique.
Não, vejamos: O art. 515, I do CPC/15 define os títulos executivos, inserindo no
seu rol “as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de
entregar coisa”.
É notório, como se primeiramente observa, que a eficácia executiva não está
vinculada ao resultado ou muito menos ao êxito do demandante no processo.
A decisão pode ser passível de ser executada independente de ser de
procedência ou improcedência. Basta que a decisão reconheça, na dicção do
art. 515, I, uma obrigação assim entendida como a situação jurídica
correspondente a um dever exigível de prestar. redação do enunciado
normativo favorece a interpretação, já defendida no Brasil mesmo sob a
vigência do CPC/73, de que a decisão de improcedência, quando traga em si o
reconhecimento de um dever de prestar a cargo do autor, pode ser
considerada um título executivo judicial. Essa tese, perfeitamente compatível
com a disciplina dos títulos judiciais no CPC/15, se revela de grande utilidade
nas ações declaratórias de inexistência de dívidas, julgadas improcedentes.
Isso porque da negação do pedido para se declarar inexistente uma obrigação
resulta a afirmação de sua existência. Logo, o réu vencedor em demanda
declaratória negativa de débito, julgada improcedente, pode utilizar a sentença
de improcedência como título executivo judicial a seu favor, a fim de promover
a execução por cumprimento de sentença de seu crédito, agora já reconhecido
em juízo, mesmo que não tenha formulado reconvenção a seu favor.
Não basta, porém, a simples improcedência. É necessário que haja cognição e
certificação judicial sobre a existência do dever de prestar a cargo do autor,
dotado de exigibilidade.
Embora a força (eficácia preponderante) da decisão de improcedência seja
declaratória negativa, é possível concluir que o art. 515, I do CPC/15 confere
eficácia executiva a qualquer decisão, inclusive quando for de improcedência,
se trouxer em si o reconhecimento da existência de obrigação. Por isso,
evidencia-se o caráter complexo da composição e eficácia das decisões de
improcedência no processo civil brasileiro.
Uma vez que a sentença de improcedência é preponderantemente declaratória,
mas pode apresentar outra eficácia para além da simples declaração de
inexistência do direito reclamado pelo demandante, inclusive efeitos
mandamentais e executivos.
4 Questão: Mesmo que a grande maioria das sentenças se executem como
fase do processo sincrético, pode-se falar no surgimento de uma nova
pretensão, de natureza executiva, após a sentença da fase de conhecimento?
Ou seja, mesmo que entenda que não surge novo processo, surge nova
pretensão?
Mesmo com a configuração de um processo sincrético, pode-se sim falar no
surgimento de uma nova pretensão, de natureza executiva, após a sentença
da fase de conhecimento. Essa nova pretensão consiste exatamente na
pretensão executória da sentença obtida.
Em resumo, processo sincrético é como chamamos o processo que passa a
aglutinar dois ou mais processos. No lugar de termos, por exemplo, dois
processos autônomos, passamos a ter, no processo sincrético, apenas um
processo com duas fases.
Assim,, por exemplo, na sistema processual anterior ao CPC de 2015 tínhamos
o processo de conhecimento, por meio do qual procurávamos obter sentença
a nosso favor, e, de forma autônoma, o processo de execução, para a
execução daquela sentença obtida.
Atualmente, isso não ocorre mais assim. A execução, agora chamada de
"cumprimento de sentença", é uma fase processual posterior ao processo de
conhecimento. Desse modo, após a sentença do processo de conhecimento, o
advogado do interessado protocola nos próprios autos do processo de
conhecimento o pedido de cumprimento de sentença.
Veja que, diferente da pretensão inicial, referente ao processo de
conhecimento, temos agora (na segunda fase processual) um pretensão de
cumprimento de sentença (ou, nos termos "antigos", executória").

Você também pode gostar