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PROCESSUAL
CIVIL III
Introdução
A execução tem como principal objetivo a satisfação do direito do cre-
dor, que, munido de um título executivo que assegura a existência de
uma obrigação, deseja vê-lo concretizado. Para que possa ocorrer a
execução, aquele que se afirma credor deve possuir um título executivo,
e a obrigação constante nesse título deve ser certa, líquida e exigível.
O processo de conhecimento é aquele que visa conhecer o direito para
então constatar se ele, de fato, existe ou não. Já o processo executivo é
aquele que materializa o que já foi verificado no processo de cognição.
O sincretismo processual é a unificação desses dois tipos de processo,
objetivando maior celeridade e eficiência na jurisdição.
Neste capítulo, você vai ler sobre a execução em geral, o sincretismo
processual, os princípios gerais relacionados à execução e o conceito
de execução fiscal.
Sincretismo processual
A tutela jurisdicional executiva é o objetivo do processo executivo. Busca-se,
por meio dela, a satisfação de um direito do credor, garantido por um título
executivo, que pode ser de duas espécies: judicial e extrajudicial. Com o
inadimplemento do devedor, o credor torna-se legitimado a cobrar tal prestação
por meio de um processo executivo.
2 Execução em geral
Desistência não é o mesmo que renúncia. A desistência significa apenas que o credor
não deseja mais cobrar o direito naquele instante, naquele processo, mas futuramente
poderá ingressar com uma nova ação, idêntica, apenas comprovando o pagamento
das custas referentes à primeira ação (NEVES, 2017). Ou seja, o exequente poderá
desistir da ação específica, independentemente da concordância do executado, e
ainda poderá ingressar com processo idêntico no futuro caso deseje.
[...] nunca é demais lembrar que atualmente a execução não é forma de vingança
privada, como já foi dito em remotas épocas. Trata-se de mecanismo judicial
para a satisfação do direito do credor, e sempre que se entender que esse direito
não pode ser satisfeito não haverá razão plausível para a admissão da execução.
Art. 805 Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gra-
vosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob
pena de manutenção dos atos executivos já determinados (BRASIL, 2015,
documento on-line).
6 Execução em geral
Execução fiscal
A execução fiscal é o processo judicial por meio do qual a Fazenda Pública
cobra os débitos dos devedores inscritos em dívida ativa. A lei que dispõe sobre
a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública é a Lei nº. 6.830, de
22 de setembro de 1980, conhecida como Lei de Execução Fiscal. De acordo
com o art. 2º da referida lei:
Art. 4º [...]
I — o devedor;
II — o fiador;
III — o espólio;
IV — a massa;
V — o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de
pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e
VI — os sucessores a qualquer título.
§ 1º — Ressalvado o disposto no artigo 31, o síndico, o comissário, o liqui-
dante, o inventariante e o administrador, nos casos de falência, concordata,
liquidação, inventário, insolvência ou concurso de credores, se, antes de
garantidos os créditos da Fazenda Pública, alienarem ou derem em garantia
quaisquer dos bens administrados, respondem, solidariamente, pelo valor
desses bens (BRASIL, 1980, documento on-line).
Isso significa, por exemplo, que, mesmo que haja uma dívida de Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU), não necessariamente será penhorado o
imóvel a que se refere a dívida, mas primeiro o dinheiro e os outros bens que
antecedem o imóvel na lista no art. 4º da Lei de Execução Fiscal (BRASIL, 1980).
Leitura recomendada
CÂMARA, A. F. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Editora Atlas, 2015.
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