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Vale lembrar que não existe impedimento para a realização da demissão sem justa
causa pelo empregador no trintídio que antecede a data-base, apenas havendo um
custo considerável que deverá ser observado, o qual consiste no pagamento dessa
indenização ao empregado demitido.
3) Valor da indenização:
Conforme visto na introdução do presente Roteiro de
Procedimentos, a indenização adicional será equivalente a 1 (um) salário mensal
do empregado. Porém, para o cálculo da verba deverão ser considerados, não
apenas o salário mensal fixo, mas, também, as parcelas de natureza remuneratória,
tais como:
a. horas extras;
b. comissões;
c. gratificações;
d. adicional noturno;
e. adicional de insalubridade;
f. adicional de periculosidade;
g. entre outras.
A título de exemplo, vamos imaginar que o colaborador Carlos Neves Junqueira seja
demitido sem justa causa. Vamos imaginar, também, que o mesmo recebia na data
da demissão R$ 3.100,00 (três mil e cem reais) fixo e mais comissões, no valor de
R$ 2.950,00 (dois mil, novecentos e cinquenta reais) considerando a média dos 12
(doze) últimos meses.
Comissões 2.950,00
(2) Caso não houvesse salário variável (comissões), a indenização corresponderia a R$ 3.100,00
(três mil e cem reais).
Base Legal: Art. 9º da Lei nº 7.238/1984 e; Súmula TST nº 306 (Checado pela Valor em
27/04/22).
4) Aviso-prévio:
O aviso-prévio, seja ele trabalhado ou indenizado, integra o tempo de serviço para
todos os efeitos legais, conforme se depreende da leitura do artigo 487, § 1º da
Consolidação das Leis do trabalho (CLT/1943). Portanto, temos que o tempo do
aviso-prévio será contado para fins da indenização adicional, observado o seguinte:
Caso a empresa queira evitar este pagamento não deverá conceder aviso prévio
cujo último dia projetado ou trabalhado tenha seu término dentre as datas
mencionadas.
Observa-se que essa lei específica somente foi publicada no Diário Oficial da União
(DOU) em 13/10/2011, até essa data era praxe dos empregadores a concessão de
aviso-prévio pelo período mínimo (30 dias). Assim, a partir do dia 13/10/2011, com
a entrada em vigor da Lei nº 12.506/2011 ficou estabelecido que o aviso-prévio será
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um)
ano de serviço na mesma empresa, sendo acrescido de 3 (três) dias por ano de
serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias (3).
(3) Esse prazo ainda pode ser dilatado por força de documento coletivo de trabalho (Acordo,
Convenção ou Sentença Normativa) da respectiva categoria profissional, regulamento interno da
empresa ou por mera liberalidade do empregador.
Base Legal: Art. 7º, caput, XXI da Constituição Federal/1988; Art. 487, § 1º da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT/1943; Art. 9º da Lei nº 7.238/1984; Lei nº 12.506/2011; Nota
Técnica nº 184/2012 e; Súmula TST nº 306 (Checado pela Valor em 27/04/22).
Precedentes:
ERR 4996/1981, Ac. TP 2766/1983 - Min. João Wagner
DJ 18.11.1983 - Decisão por maioria
ERR 3677/1982, Ac. TP 2773/1983 - Rel. "ad hoc" Min. João Wagner
DJ 18.11.1983 - Decisão por maioria
Histórico:
Súmula alterada - Res. 5/1983, DJ 09.11.1983
Nº 182 O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito de indenização
adicional do art. 9º, da Lei 6.708/79.
Redação original - Res. 3/1983, DJ 19.10.1983
Nº 182 O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito de indenização
compensatória do art. 9º, da Lei 6.708/79.
Base Legal: Súmula TST nº 182 (Checado pela Valor em 27/04/22).
) Exemplos prático:
Neste capítulo veremos exemplo mais detalhado de verificação do direito ou não à
indenização adicional. Acompanhe-nos os bons.
Base Legal: Equipe Valor Consulting.
5.1) Exemplo 1:
Vamos imaginar que a colaboradora Maria Clara das Neves seja demitido sem justa
causa, com direito a 36 (trinta e seis) dias de aviso-prévio. Considerando que o
cumprimento do aviso-prêvio se iniciou no dia 16/03/20X0 e que sua data-base
ocorrerá no mês de maio, teremos o seguinte:
a. Data-base: maio;
b. Início do aviso-prévio: 16/03/20X0;
c. Término do aviso-prévio: 20/04/20X0;
d. 30 dias antecedentes à data-base: 01/04/20X0 a 30/04/20X0.
Graficamente, temos:
a. Data-base: junho;
b. Início do aviso-prévio: 10/03/20X0;
c. Término do aviso-prévio: 26/04/20X0;
d. 30 dias antecedentes à data-base: 02/05/20X0 a 31/05/20X0.
Graficamente, temos:
Neste caso, o empregado não fará jus à indenização adicional, pois o aviso-prévio
termina fora dos 30 (trinta) dias antecedentes à data-base, ou seja, em 26/04/20X0.
Base Legal: Equipe Valor Consulting.
Precedentes:
IUJRR 5110/1985, Ac. TP 04/1993 - Min. Lourenço Prado
Julgado em 15.09.1993 - Decisão unânime
Histórico:
Redação original - Res. 6/1993, DJ 22, 27 e 29.09.1993
Nº 314 Ocorrendo a rescisão contratual no período de 30 dias que antecede à data-base,
observado o Enunciado de nº 182 do TST, o pagamento das verbas rescisórias com o salário já
corrigido não afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708/1979 e
7.238/1984.
Então, se o aviso-prévio terminar ou a sua projeção recair dentro dos 30 (trinta) dias
que antecedem a data-base do empregado dispensado sem justa causa, é devida
apenas a indenização adicional.
Parecer
Veio, o processo em epígrafe, à Comissão de Súmula, em virtude de incidente de uniformização
de jurisprudência suscitado pelo Eminente Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello,
decorrente de conflito de entendimento entre as Primeira e Segunda Turmas desta Corte, as
quais manifestam opinião antagônica a respeito de ser devido - ou não - o pagamento da
indenização adicional prevista no artigo 9º da Lei nº 6.708/79.
Sustenta, a Primeira Turma, em decisão proferida no RR-6402/83, julgado em 26 de março de
1985, que:
"A indenização adicional objetiva coibir o exercício abusivo do direito de despedimento...
Assim o fato de o empregador haver pago as verbas indenizatórias com o salário corrigido não
afasta o direito à indenização adicional prevista no artigo 9º da Lei nº 6.708/79...
O fato gerador do direito à indenização adicional é o despedimento no período de trinta dias que
antecede à data da correção salarial, pouco importando pague o empregador, por antecipação e
mera liberalidade, as verbas indenizatórias com o valor já corrigido."
Por outro lado, a Egrégia Segunda Turma, no Acórdão nº Processo RR-2036/85.1, julgado em
10 de dezembro de 1985, pronunciou-se em sentido oposto, nos seguintes termos:
"Dado o caráter compensatório da indenização prevista na Lei nº 6.708/79, implica em bis in
idem seu pagamento cumulativo com as verbas rescisórias, quando estas foram calculadas com
base no salário já reajustado pelos novos índices."