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AVISO-PRÉVIO

AVISO-PRÉVIO

CONCEITO

A Constituição Federal/1988, art. 7º, XXI, prevê que é direito dos


trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social, o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da Lei.

O aviso-prévio é concedido nos contratos a prazo indeterminado e a


prazo determinado, desde que, neste último, haja expressa cláusula
assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada e tal direito
seja exercido por qualquer das partes.
AVISO-PRÉVIO

CONCEITO

Concedido pelo empregador, possibilita ao empregado a procura de


novo emprego. Por outro lado, se o empregado pede demissão, a
finalidade é dar ao empregador a oportunidade de contratar outro
empregado para o cargo.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde
11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT para determinar, entre outras disposições, que
constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) a supressão
ou redução do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias,
nos termos da lei.
AVISO-PRÉVIO

INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO

O prazo correspondente ao aviso-prévio conta-se a partir do dia seguinte ao da


comunicação, que será formalizada por escrito.

AVISO-PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO

A Lei nº 12.506/2011 determinou que o aviso-prévio será concedido na proporção de 30


dias aos empregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa. A este
aviso serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o
máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
AVISO-PRÉVIO

AVISO-PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO

O art. 1º da Lei 12.506/2011 dispõe que:

Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano
de serviço na mesma empresa.

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três)
dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60
(sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
AVISO-PRÉVIO
AVISO-PRÉVIO PROPORCIONAL - QUADRO DEMONSTRATIVO
Tempo de Serviço Aviso-Prévio Proporcional Tempo de Serviço Aviso-Prévio Proporcional
Anos completos ao Tempo de Serviço Anos completos ao Tempo de Serviço
(Número de dias) (Número de dias)

0 ano 30 dias 11 anos 63 dias


1 ano 33 dias 12 anos 66 dias
2 anos 36 dias 13 anos 69 dias
3 anos 39 dias 14 anos 72 dias
4 anos 42 dias 15 anos 75 dias
5 anos 45 dias 16 anos 78 dias
6 anos 48 dias 17 anos 81 dias
7 anos 51 dias 18 anos 84 dias
8 anos 54 dias 19 anos 87 dias
9 anos 57 dias 20 anos 90 dias
10 anos 60 dias
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FORMAS DE CONCESSÃO

Trabalhado

Ocorre o aviso-prévio trabalhado quando o empregado trabalha normalmente durante


o aviso-prévio (seja o aviso-prévio recebido do empregador ou concedido pelo
empregado).

Exemplo:

Empregado recebeu ou concedeu aviso-prévio de 30 dias, com data da comunicação


em 02.01.2020 e trabalhou até o dia 1º.02.2020.
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FORMAS DE CONCESSÃO

Trabalhado

Quando o aviso-prévio é superior a 30 dias em virtude do acréscimo


da proporcionalidade relativa ao tempo de serviço.

Dessa forma, a parte do aviso-prévio a ser trabalhado não poderia


superar a 30 dias, sendo que os dias restantes de aviso-prévio a que o
empregado fizer jus deveria ser indenizado.
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FORMAS DE CONCESSÃO

Indenizado - Rescisão por iniciativa do empregador (dispensa sem justa causa)

Neste caso, o empregador dispensa o empregado, sem justa causa, e não concede o aviso-
prévio, lhe indenizando, portanto, o valor correspondente.

Indenizado - Rescisão por iniciativa do empregado (pedido de demissão)


Hipótese em que o empregado pede demissão e não quer cumprir o aviso-prévio, o que lhe
acarreta o desconto do valor correspondente nas verbas rescisórias, ou seja, o empregado
indeniza o empregador da falta de cumprimento do aviso-prévio a que se obrigou.

No tocante ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço (superior a 30 dias) a matéria é


controvertida. Nesta situação, em caso de pedido de demissão o empregado estaria
obrigado a conceder apenas 30 dias de aviso-prévio ao empregador.
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DATA DA BAIXA DA CTPS

O aviso-prévio indenizado e a data da baixa na Carteira de Trabalho

Quando a ruptura do contrato de trabalho ocorre por iniciativa do empregador e sem justo
motivo, figura entre as verbas rescisórias devidas ao empregado dispensado o aviso-prévio,
cabendo ao empregador optar pela concessão do aviso na sua forma trabalhada ou
indenizada, observados os comentários anteriores.

Havendo a opção pela concessão do aviso-prévio indenizado surge a dúvida relativa à data
da rescisão contratual que deve constar na Carteira de Trabalho do empregado, ou seja,
deve-se fazer a aposição do último dia trabalhado ou da data do último dia de projeção do
aviso-prévio indenizado, uma vez que este integra o tempo de serviço do empregado?
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DATA DA BAIXA DA CTPS


O aviso-prévio indenizado e a data da baixa na Carteira de Trabalho

No caso de concessão de aviso--prévio indenizado por parte do empregador a ruptura


contratual ocorre no dia da comunicação da dispensa, devendo por consequência a data da
rescisão contratual a ser aposta na Carteira de Trabalho corresponder à do último dia de
trabalho do empregado dispensado e não à do último dia do aviso-prévio projetado.

Decisões favoráveis à data da baixa no último dia do aviso-prévio projetado:

[...] Aviso-prévio indenizado - Data da baixa da CTPS - “A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder
à do término do prazo do aviso-prévio, ainda que indenizado” (Orientação Jurisprudencial nº 82 da SDI-1 do TST).
Recurso não conhecido. (TST - RR 691/2000-030-02-00.0 - 4ª T. - Rel. Min. Barros Levenhagen - DJU 09.09.2005)

Agravo de instrumento em recurso de revista - Aplicação da OJ nº 82/SBDI-1/TST, “Aviso-prévio - Baixa na CTPS -


A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso-prévio, ainda que
indenizado”. Agravo de Instrumento desprovido. (TST - AIRR 2222/2003-071-09-40.0 - 4ª T. - Relª Juíza Conv. Maria
de Assis Calsing - DJU 19.08.2005)
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AVISO-PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA

Quanto a esta modalidade de aviso-prévio, não há previsão legal, pois o aviso-prévio ou é


cumprido pelo empregado (trabalhando normalmente) ou é indenizado. Não obstante a falta
de previsão legal, essa forma de aviso-prévio (cumprido em casa) tornou-se prática comum.

A jurisprudência trabalhista, diante da realidade dessa forma de aviso, no sentido de


considerar a adoção do aviso-prévio “cumprido em casa” como indenizado.
AVISO-PRÉVIO

DATA DA BAIXA DA CTPS


O aviso-prévio indenizado e a data da baixa na Carteira de Trabalho

No caso de concessão de aviso--prévio indenizado por parte do empregador a ruptura


contratual ocorre no dia da comunicação da dispensa, devendo por consequência a data da
rescisão contratual a ser aposta na Carteira de Trabalho corresponder à do último dia de
trabalho do empregado dispensado e não à do último dia do aviso-prévio projetado.

Decisões favoráveis à data da baixa no último dia do aviso-prévio projetado:

[...] Aviso-prévio indenizado - Data da baixa da CTPS - “A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder
à do término do prazo do aviso-prévio, ainda que indenizado” (Orientação Jurisprudencial nº 82 da SDI-1 do TST).
Recurso não conhecido. (TST - RR 691/2000-030-02-00.0 - 4ª T. - Rel. Min. Barros Levenhagen - DJU 09.09.2005)

Agravo de instrumento em recurso de revista - Aplicação da OJ nº 82/SBDI-1/TST, “Aviso-prévio - Baixa na CTPS -


A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso-prévio, ainda que
indenizado”. Agravo de Instrumento desprovido. (TST - AIRR 2222/2003-071-09-40.0 - 4ª T. - Relª Juíza Conv. Maria
de Assis Calsing - DJU 19.08.2005)
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Pedido de demissão com cumprimento parcial do aviso-prévio - Prazo para quitação


das verbas rescisórias

Caso o empregado, no curso do aviso-prévio trabalhado, comunique ao empregador que


não cumprirá o restante do aviso, a empresa poderá efetuar o desconto relativo a esse prazo
restante (observados os comentários anteriores relativos ao aviso-prévio proporcional ao
tempo de serviço), salvo quando o empregado, apesar da comunicação, efetivamente
trabalhar durante todo o período.

Nessa situação, será devido o pagamento dos dias trabalhados a título de aviso-prévio.
Pode ocorrer, ainda, de a empresa, a pedido do empregado, o dispensar do cumprimento do
citado aviso-prévio.
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Pedido de demissão com cumprimento parcial do aviso-prévio - Prazo para quitação


das verbas rescisórias

A aceitação, por parte da empresa, do pedido de dispensa do cumprimento do aviso-prévio


efetuado pelo empregado, não a obriga ao pagamento do respectivo período, na medida em
que, nesse caso, o aviso-prévio figura como dever do empregado e não como direito.

O pagamento das verbas rescisórias, neste caso, deverá ser feito até o 10º dia, contado a
partir da data da dispensa do cumprimento, desde que não ocorra primeiro o termo final do
aviso-prévio.
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REDUÇÃO DE JORNADA – DISPENSA SEM JUSTA CAUSA

Diária (2 horas)

A duração normal da jornada de trabalho do empregado, durante o aviso-prévio, quando a


rescisão tiver sido promovida pelo empregador, é reduzida em 2 horas, diariamente, sem
prejuízo do salário integral. O objetivo principal desta redução é propiciar ao empregado
tempo para que possa encontrar uma nova colocação no mercado de trabalho.

Exemplo:
Empregado com jornada normal diária de 7h e 20min, durante o curso do aviso trabalhará
apenas 5h e 20min, ou seja, há uma redução diária de 2 horas.
AVISO-PRÉVIO

REDUÇÃO DE JORNADA – DISPENSA SEM JUSTA CAUSA

Redução facultativa (em dias)

O empregado poderá optar por trabalhar sem a redução das 2 horas diárias, caso em que
ficará legalmente autorizado a faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por dias
corridos.

A redução da jornada de trabalho tem por finalidade permitir que o empregado, durante o
horário comercial, tenha tempo hábil para procurar nova colocação no mercado de trabalho,
sem sofrer qualquer redução em seus vencimentos.

O art. 488 da CLT prevê que na dispensa sem justa causa, o horário normal de
trabalho do empregado será reduzido em 2 horas diárias ou por 7 dias corridos de
acordo com a opção do empregado.
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Rescisão por iniciativa do empregado (pedido de demissão)

A redução da jornada tem por finalidade proporcionar ao empregado tempo para procurar
outro emprego.

Logo, se o empregado pede demissão do emprego, não há que se falar em redução de


jornada (situação típica no caso de dispensa do empregado sem justa causa) por se
entender já ter obtido nova colocação, ou seja, presume-se que já tenha conseguido novo
emprego, ou por qualquer outro motivo, pois é ato de vontade.
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INTEGRAÇÃO AO TEMPO DE SERVIÇO

O prazo do aviso-prévio concedido pelo empregador, ainda que não trabalhado (indenizado)
integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais.

Se o aviso-prévio é concedido pelo empregado (pedido de demissão), também será


computado como tempo de serviço o respectivo período que for trabalhado.

Somente não se computará a integração ao tempo de serviço quando o empregado


indenizar o período do aviso-prévio ao empregador (pedido de demissão com desconto do
aviso-prévio das verbas rescisórias).
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RECONSIDERAÇÃO

Qualquer das partes (empregado ou empregador) pode propor a reconsideração do aviso-


prévio concedido.

Levando-se em conta que os efeitos do contrato de trabalho terminam somente após o


termo final do aviso-prévio, é Iícita a reconsideração do ato pela parte notificante, sendo
facultado à parte notificada aceitá-la ou não.

A reconsideração pode ocorrer por:

a) manifestação expressa da parte notificante, antes do término do prazo do aviso; e


b) manifestação tácita, quando há continuidade do trabalho além do prazo do aviso.
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REMUNERAÇÃO

O valor a ser pago a título do aviso-prévio trabalhado ou aviso-prévio indenizado


corresponde à remuneração do respectivo período.

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