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O aviso prévio é um processo comum entre colaborador e empresa, regido por leis específicas que
determinam como ele deve acontecer. Por isso, é necessário que o profissional de DP saiba cada
detalhe sobre o tema, para cumprir com a legislação e o contrato de trabalho.
Dependendo do tipo de demissão feita e do período trabalhado pelo colaborador, haverá mudanças
na aplicação do aviso prévio. Ou seja, a regra para uma demissão por justa causa, por exemplo, não
se aplica sobre um pedido de demissão.
Se você necessita saber mais sobre esse assunto e deseja tirar dúvidas sobre situações que podem
ocorrer no processo demissional nestes casos, continue a leitura!
Ele é importante e necessário, pois estipula um período em que a empresa poderá contratar um
substituto e o trabalhador poderá procurar outro emprego. Durante esse tempo, o colaborador
continuará exercendo a sua função, cumprindo horários e tarefas até o prazo final.
Uma das principais dúvidas é saber quanto tempo dura o aviso prévio. Em resumo, em casos de
pedido de demissão, o aviso prévio trabalhado tem uma duração de 30 dias corridos, sem a exclusão
das folgas. Ou seja, o colaborador irá trabalhar durante um mês após a comunicação da demissão.
Já nos casos em que a empresa demitiu o colaborador, durante o aviso prévio, o empregado pode
optar por reduzir sua carga horária em 2 horas nesses 30 dias, ou cumprir a carga horária normal de
trabalho e não trabalhar os últimos 7 dias.
Conforme dito anteriormente, o aviso prévio pode ser trabalhado, indenizado ou proporcional.
Cada tipo funciona de maneira diferente.Para entender um pouco melhor sobre essas variações,
conheça abaixo os tipos de aviso prévio existentes.
Trabalhado
Conforme o próprio nome diz, esse tipo de aviso ocorre quando o colaborador continua trabalhando
após o anúncio da demissão. A duração do aviso prévio trabalhado depende de quem motivou o
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Av. Lauro Muller, 1930 – Artur Maia, CEP 69.980-000
(68) 3322-2210 | (68) 3322-7870
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desligamento. Ou seja, se foi o colaborador que pediu ou se foi a empresa que desligou o
empregado.
Art. 488 – O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão
tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do
salário integral.
Parágrafo único – É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias
previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por
1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso lI do art. 487
desta Consolidação.
Indenizado
Assim como os outros tipos de aviso, a regra que conduz o aviso prévio indenizado é bem simples
de entender.
Se a empresa demitiu o funcionário sem justa causa e não deseja que ele continue trabalhando, o
aviso prévio deverá ser indenizado. Ou seja, o trabalhador é dispensado imediatamente e nas
verbas rescisórias serão pagos os 30 dias referente ao aviso prévio indenizado.
Importante lembrar que trabalhadores demitidos por justa causa não possuem direito ao aviso
prévio, seja trabalhado ou indenizado.
Proporcional
Agora que você já entendeu como funciona o aviso prévio trabalhado e indenizado, chegou a hora
de saber o que significa o aviso prévio proporcional.
Através da Lei 12506/11 foi instituído que o aviso prévio seria proporcional ao tempo de serviço.
Na prática, a cada ano trabalhado o colaborador ganha mais 3 dias de aviso prévio. Esse acréscimo
é realizado até o teto de 20 anos na mesma empresa, que corresponde a 90 dias de aviso.
0 30 dias
1 ano 33 dias
2 anos 36 dias
3 anos 39 dias
4 anos 42 dias
… …
20 anos 90 dias
Exemplo 1: João tem 4 anos de empresa, pediu demissão e deseja cumprir o aviso prévio. Dessa
forma, João cumprirá os 30 dias de aviso prévio na empresa, mas não receberá os valores
referentes ao aviso prévio proporcional.
Exemplo 2: Maria tem 2 anos de empresa. Foi demitida sem justa causa e a empresa a
dispensou de cumprir o aviso. Assim, Maria não cumprirá nenhum dia de aviso e receberá
nas suas verbas rescisórias 36 dias de indenização. 30 dias referente ao aviso prévio
indenizado regular e 6 dias referente ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.
Tanto quando o funcionário trabalha durante seu aviso prévio como quando ele é indenizado, há
uma remuneração a ser recebida. Esse cálculo da rescisão varia de acordo com a modalidade de
aplicação do aviso.
O valor da remuneração será igual a: salário do colaborador no último mês antes do aviso prévio /
número de dias do mês no qual o aviso prévio acontecer x número de dias ao qual o colaborador
faz jus.
Exemplo: um funcionário com salário de R$ 2.000,00 cumpre aviso prévio do dia 06/03 ao dia
04/04. Nesse caso:
Como você sabe, há diversos tipos de demissão – justa causa, sem justa causa e comum acordo.
Dependendo de qual for praticado, a quantidade de dias que o colaborador deverá cumprir do aviso
prévio irá mudar.
Quando é o colaborador que pede demissão, por lei ele deverá dar à empresa 30 dias de aviso
prévio, período no qual trabalhará normalmente. Se o trabalhador pretende não cumprir o período
de aviso-prévio poderá solicitar à empresa sua dispensa, que a seu critério poderá concedê-la ou
não. Caso a empresa não conceda a dispensa e o empregado faltar, cabe o desconto.
Por outro lado, se o colaborador quiser cumprir o aviso prévio e a empresa não quiser permitir, o
trabalhador deverá ser indenizado, recebendo os 30 dias em suas verbas rescisórias. Essas regras se
encontram no Art.487 § 1 e 2 da CLT:
§ 1º – A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de
serviço.
Outro ponto importante é que se durante o aviso-prévio trabalhado o colaborador conseguir um novo
emprego, ele poderá solicitar a dispensa dos dias de aviso prévio restantes. Com isso, não poderá
receber nenhuma punição ou desconto das verbas a receber. Mas também não receberá por todo o
período do aviso prévio, mas somente pelos dias trabalhados.
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Também é necessário que o colaborador prove que há um contrato de trabalho em outra empresa e
que há uma solicitação de entrada imediata.
Esse entendimento foi regulamentado pelo Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Súmula
276.
Sim, o aviso prévio integra o tempo de serviço seja ele trabalhado, indenizado ou proporcional.
Sendo assim, o cumprimento de 30 dias ou mais de trabalhos são contabilizados. Durante esse
período, ainda é válido o contrato de trabalho e os direitos trabalhistas.
Com isso, o aviso prévio também entra nos cálculos proporcionais de férias, reajuste salarial, 13º
salário e outras verbas trabalhistas.
Qual a data de saída que deve ser anotada na carteira de trabalho (CTPS)?
Aviso prévio trabalhado: deve ser registrado na CTPS o último dia de trabalho do
colaborador.
Aviso prévio indenizado: na página do Contrato de Trabalho deve ser registrado o último dia
da data projetada para o aviso prévio indenizado. Já na página de Anotações Gerais deve ser
registrada a data do último dia efetivamente trabalhado.
Aviso prévio proporcional: o aviso proporcional também será contabilizado como tempo de
serviço do trabalhador para todos os efeitos legais. Assim, projeta-se a data de acordo com
os dias de aviso a que o trabalhador tem direito.
O que fazer com o colaborador que não quer cumprir com o aviso?
Como visto, existe a possibilidade do trabalhador não cumprir o aviso prévio quando a empresa
decide pela dispensa, em certos casos. Todavia, se for solicitado o cumprimento do período de
trabalho e mesmo assim houver recusa por parte do empregado, haverá consequência financeira.
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Sendo assim, o desconto do salário integral ou proporcional referente ao aviso prévio nas verbas
rescisórias é permitido.
É válido ressaltar que esse desconto só acontecerá caso a empresa decida. O departamento pessoal,
quando deseja corroborar com uma demissão humanizada, pode escolher essa estratégia. Esse
exemplo é comum de ser feito quando se deseja manter uma boa relação entre as partes.
O período de experiência serve justamente para que haja adaptação no trabalho, e por isso há um
prazo determinado para o seu fim. Isso significa que não há necessidade de cumprir aviso prévio após
o término desse contrato, já que seria um adicional de produção fora do tempo experimental.
Por se tratar de um primeiro momento de trabalho num novo ambiente, caso o colaborador ou a
empresa não se identifiquem com o desempenho exercido na nova função, a contratação pode ser
encerrada sem maiores problemas.
Em situações atípicas, como por exemplo, um estagiário que trabalhou durante 1 ano, foi efetivado,
e, após 2 meses de Contrato CLT sofreu demissão. Ele não precisará cumprir o aviso prévio, já que
foi demitido no período de experiência (90 dias).
Todavia, se a demissão sem justa causa ocorrer após o período de experiência, a empresa deverá dar
o aviso prévio e pagar a indenização proporcional. Já se o colaborador solicitar demissão, ele
precisa cumprir o aviso prévio, caso contrário poderá ser descontado em suas verbas rescisórias.
Falecimento de familiares;
Casamento;
Nascimento de filho;
Acompanhamento para o filho;
Questão médica;
Doação voluntária de sangue;
Questão eleitoral;
Reservista;
Vestibular;
Questão judicial;
Questão sindical;
Questão pública.
Com isso, se o funcionário faltar por qualquer outro motivo, ele perderá seu direito à rescisão
integral.
Caso ele cometa algum ato constatado no artigo 482 da CLT ele poderá ser demitido por justa
causa. Os descontos neste caso incidem também sobre os dias de DSR (descanso semanal
remunerado), conforme mostra o art. 6º na Lei n° 605/49.
O aviso prévio, como vimos até aqui, é uma obrigação trabalhista. Com isso, a empresa também
tem responsabilidade de seguir suas regras. Sendo assim, é inapropriado que a instituição obrigue o
colaborador a assinar uma carta que informe seu desinteresse em cumprir o aviso prévio.
É válido ressaltar também que o colaborador pode rescindir indiretamente o contrato a partir do
momento que o empregador praticar atos impróprios. Isso porque, como dito anteriormente, mesmo
com o aviso prévio o contrato de trabalho continua valendo.
Sendo assim, qualquer contravenção de injúria, assédio moral, agressão verbal, etc, pode conceder
ao trabalhador o direito de rescindir seu contrato e receber integralmente seu aviso prévio, sem a
necessidade de cumpri-lo até o prazo final.
Por essas razões, é importante que ambas as partes mantenham uma boa relação, mesmo que haja
discordâncias. Dessa maneira, ações trabalhistas são evitadas.
Além disso, é necessário que haja o devido pagamento do aviso prévio indenizado ou trabalhado. Isso
ajudará o colaborador a enfrentar o momento de instabilidade, e manterá a instituição em
conformidade com a lei.