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A redução da jornada de trabalho durante o cumprimento do aviso prévio somente ocorre

quando o trabalhador é demitido pela empresa.

No caso de pedido de demissão não há qualquer redução.

Nas relações de emprego quando uma das partes deseja rescindir, sem justa causa, o contrato
de trabalho por prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar a outra através do
aviso prévio.

O aviso prévio é o instituto utilizado por uma das partes para comunicar e dar ciência à outra
da sua decisão de rescindir o contrato de trabalho de forma imediata ou ao final de
determinado período, sendo que, em caso de cumprimento, continuará exercendo as suas
atividades habituais.

A finalidade do aviso é evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao


empregador o preenchimento do cargo vago, e ao empregado a recolocação no mercado de
trabalho.

Ocorrendo a rescisão do contrato por iniciativa do empregado, o mesmo cumprirá a jornada


de trabalho integral durante todo o aviso prévio, ou poderá dispensar o seu cumprimento,
caso comprove já ter encontrado outro emprego, não havendo, portanto, a necessidade de
redução da jornada e tampouco a falta ao trabalho.

Por outro lado, sendo rescindido o contrato de trabalho por iniciativa do empregador, duas
situações podem decorrer neste caso:

a) A redução da jornada de trabalho do empregado em 2 (duas) horas diárias durante o


período do aviso; e

b) A falta ao trabalho por 7 (sete) dias corridos, sendo estes, ao final do aviso.

De outra forma, o empregador pode dispensar o cumprimento do aviso prévio e nesse caso o
período será indenizado na rescisão.

Conforme determina o artigo 488 da CLT, a redução da jornada de trabalho em 2 (duas) horas,
diariamente, não lhe acarretará qualquer prejuízo salarial, ou seja, ainda que o contrato
estabeleça uma jornada de 8 horas, o empregado poderá trabalhar apenas 6 horas e receber
integralmente o salário estabelecido em contrato.

O parágrafo único do referido artigo faculta ao empregado trabalhar sem a redução das 2
(duas) horas da jornada diária, substituindo-a pela falta ao serviço durante 7 (sete) dias
corridos ao final.

Se optar pela redução dos 7 (sete) dias corridos o empregado irá trabalhar as 8 (oito) horas
diárias normalmente durante 23 dias e descansar os últimos 7 (sete) dias, também sem
qualquer prejuízo na remuneração.

A redução da carga horária ou dos dias do aviso prévio permitem ao empregado a busca por
um novo emprego.

Em que pese a Lei 12.509/2011 tenha estabelecido a proporcionalidade no aviso de acordo


com o tempo trabalhado na mesma empresa (acréscimo de 3 dias a cada ano trabalhado), esta
proporção não é aplicada em relação ao aviso trabalhado que permace como sendo de 30 dias,
conforme Nota Técnica MTE 184/2012.
Embora o empregado possa optar por esta substituição (2 horas diárias ou 7 dias ao final), a
data de desligamento, para fins de baixa na CTPS, é a do término dos 30 dias, ou seja, a opção
do empregado por faltar os últimos 7 dias não implica o término antecipado do aviso prévio ou
do contrato de trabalho.

O mesmo entendimento deve ser atribuído no caso da contagem do aviso prévio proporcional,
quando de período superior a 30 dias.

Isto porque no aviso prévio dado pelo empregador, tanto trabalhado quanto indenizado, o seu
período de duração integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive reajustes
salariais, férias, 13º salário e indenizações.

Não ocorrendo a redução da jornada durante o cumprimento do aviso prévio, seja em 2 (duas)
horas diárias ou 7 (sete) dias corridos, este é considerado nulo. Assim, o empregador deverá
conceder um novo aviso prévio ou indenizá-lo, considerando todas as projeções previstas em
lei no respectivo período.

Poderá ser considerado nulo, inclusive, o aviso prévio com redução de 2 (duas) horas quando
em parte dos 30 (trinta) dias o empregado seja obrigado a trabalhar em horas extraordinárias.
Assim, ainda que o empregador conceda 4 horas de folga em um dia por conta de 2 horas
trabalhadas extraordinariamente no dia anterior, o aviso prévio não terá validade e o
empregador poderá ser obrigado a indenizar o empregado.

Lembrando que a opção da redução de 2 horas ou 7 dias é sempre do empregado

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