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Pontifícia Universidade Católica

Campus São Gabriel


Curso: Direito 7º Período
Disciplina: Direito do Trabalho II
Professora: Carolina de Souza Novaes Gomes Teixeira

Roger Patrick de Souza Gomes

Resumo Aviso Prévio

BELO HORIZONTE
MINAS GERAIS- BRASIL
MAIO/2022
Aviso prévio teve seu início em relações comerciais, em face à um
pedido de aviso sobre o desejo de extinguir um contrato, tendo sua origem nas
áreas laborais em corporações de ofício, de forma unilateral. A sua origem de
modo bilateral se teve só com a promulgação da Consolidação das Leis
Trabalhistas, disposto nos seus artigos 487 a 491.

Em resumo, aviso prévio é uma comunicação prévia, feita pelo


empregado ou empregador, sobre o desejo de rescindir o contrato de trabalho,
ocasionando assim segurança tanto para o empregador, para se preparar em
sua busca em outro funcionário, tanto para o empregado, que ao informado do
aviso prévio se prepara para adentrar na busca de outro emprego. Com o aviso
prévio informado ele fornecerá ao empregado ainda, no mínimo, 30 dias,
contados a partir do próximo dia da comunicação feita, de labor no emprego
enquanto as partes se estabilizam para a já planejada ruptura. Tal quantidade
de dias do prazo é aumentado de acordo com o tempo que perdurou o
contrato, de forma proporcional, perfazendo o máximo de até 90 dias, evitando
assim um susto de uma ruptura imediata, ressaltando que da forma trabalhada
se limita em ocorrer o labor efetivo só até 30 dias, sendo o restante do prazo
proporcional obtido pago de forma indenizada. O respectivo período fornecido é
integrado para todos os fins no contrato de trabalho, com seu respectivo
pagamento, sendo ainda facultativo que tal período seja trabalhado ou
indenizado, sendo que nos dois a integração e pagamento é igual.

Adentrando a fundo do assunto, aviso prévio somente é viável nos casos


sem justa causa, ou em caso de rescisão indireta e culpa recíproca (50% que é
devido nesse último caso), e somente nos contratos de prazo indeterminado,
mesmo se ocorreu a extinção da empresa empregadora. Existem casos de não
concessão por parte do empregador desse aviso prévio, que ocorre também o
não pagamento do respectivo prazo e não ocorre sua contagem, com exceção
de não cumprimento do empregado por conta de ter adquirido outro emprego,
quando o empregado se recusa a cumprir o respectivo prazo, além de
descontar também a título de indenização o valor que seria pago pelo aviso
prévio nas suas verbas rescisórias, e em caso de não permissão do
empregador da realização e/ou não concessão do aviso prévio o empregado
terá sempre a sua respectiva integração e pagamento.
Existem duas formas de fornecer o aviso prévio, como já mencionado,
que é a forma trabalhada e a indenizada. A forma trabalhada ocorre quando o
funcionário permanece trabalhando durante o lapso temporal de aviso,
efetuando suas funções normalmente, contudo na modalidade de dispensa
imotivada o empregado possui duas opções, que é a diminuição da carga
horária diária em duas horas durante o aviso prévio, ou a opção de dispensa do
labor por 7 dias consecutivos, com o objetivo de fornecer ao trabalhador
oportunidade da procura de outro serviço, contudo tal benefício de redução não
se observa quando é demissão a pedido do empregado. A segunda forma que
é a indenizada, dispõe que o pagamento do valor do aviso prévio será pago
junto com o aviso de demissão, sendo que não necessitará do empregado
trabalhar o período do aviso prévio, liberando ele então desse labor, contudo o
tempo dele, mesmo que não foi efetivamente trabalhado, integra no período do
seu contrato, para todos os efeitos legais.

Se faz necessário ressaltar que a redução da jornada comentada no


parágrafo anterior bem como a sua efetiva utilização pelo empregado é dever
de observância do empregador, sendo que ele não pode obrigar o empregado
a realizar a sua jornada normal, sem a devida redução das duas horas diárias
ou os sete dias, nem mesmo oferecer o cumprimento dela de forma integral
com pagamento de horas extras ou qualquer outro tipo de valor, sob pena de
nulidade do aviso prévio, sendo obrigado por essa penalidade de ter que
fornecer outro aviso prévio observando os ditames legais.

Para cálculo do prazo devido de aviso prévio se observa o tempo que o


contrato de trabalho está ativo, sendo seu mínimo 30 dias e ocorrendo um
acréscimo de 3 dias a cada 1 ano laborado para o mesmo empregador , tendo
o limite de 60 dias esse aumento, ocorrendo um total de 90 dias, sendo que
para esse prazo, como já mencionado, não existe a possibilidade de ser todo
trabalhado, sendo que o limite da forma de trabalhada é sempre 30 dias, e o
restante será da forma indenizada.

O aviso prévio é em regra irrenunciável, todavia o empregado pode


renunciar, de forma escrita, o respectivo aviso prévio em caso de ter
encontrado outro emprego, preservando assim a utilidade do aviso prévio para
o devido fim de encontrar outro emprego.
A forma de cálculo do valor do aviso prévio é em face do salário, levando
em conta as horas extras, contudo, como explícito, não se leva em conta a
remuneração, ou seja, as gorjetas e o salário, apenas o salário respectivo para
o devido cálculo. Contudo, deve se levar em conta também aqueles que
recebem salário variável, por conta de comissões e afins, nesses casos o
empregador calcula a média dos últimos 12 messe ou, em caso de menos de
12 meses, a média da totalidade dos meses, para o devido cálculo.

Em caso da possibilidade de ocorrência de algum ato que causa a justa


causa durante o aviso prévio trabalhado, pode sim converter a demissão
imotivada em demissão por justa causa, gerando a interrupção imediata do
aviso prévio, e suas respectivas consequências, excetuando o fato de manter o
pagamento dos dias efetivamente trabalhados no aviso prévio interrompido. E
no caso de justa causa cometida pelo empregador durante o curso do aviso
prévio o empregado tem direito a interromper imediatamente suas atividades e
entrar com uma ação requerendo a rescisão indireta, para restaurar seus
direitos.

Por ultimo, não existe possibilidade de adquirir, durante o curso do aviso


prévio, estabilidade, excetuando as hipótese de estabilidade para gestante e
decorrida do acidente de trabalho, perdurando o tempo da estabilidade e
cancelando o aviso prévio.

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