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Legislação Social e

Trabalhista
Término do contrato de
trabalho e autonomia privada
coletiva
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Bons estudos!

Nesta webaula estudaremos um importante instrumento


jurídico: o aviso prévio, em que abordaremos duas
modalidades de ruptura contratual:

O pedido de demissão
A dispensa sem justa causa

Fonte: iStock.

O próprio termo “aviso prévio” já nos diz muita coisa sobre seu significado, pois revela a necessidade de
avisar/comunicar/dar ciência a alguém previamente/com antecedência da vontade de dissolver um contrato de trabalho.

É importante ressaltar que um contrato de trabalho é bilateral, ou seja, envolve duas partes – empregado e empregador.
Dessa forma, quando uma das partes resolve romper esse contrato é justo que comunique previamente a outra parte.
A finalidade do aviso prévio é impedir que as partes sejam
pegas de surpresa com a ruptura brusca de um contrato de
trabalho indeterminado.

Sendo assim, o aviso prévio pode ser concedido tanto pelo


empregado como pelo empregador, a depender de quem
toma a iniciativa de romper o contrato.

Fonte: iStock.

O aviso poderá ser trabalhado ou indenizado. E quem decide


se o aviso será trabalhado ou indenizado é a pessoa que o
concede: Aviso prévio indenizado: o empregado recebe em
dinheiro o valor correspondente ao aviso.
O empregador decide na hipótese de dispensa sem
justa causa. Aviso prévio trabalhado: o empregado cumpre o
O empregado decide na hipótese de pedido de período prestando serviços na empresa.
demissão.

O artigo 7º, XX, da Constituição Federal de 1988, determina que o prazo mínimo do aviso prévio é de 30 dias. E, no que se
refere ao período máximo, a Lei 12.506/2011 (BRASIL, 2011) estabeleceu uma proporcionalidade em relação ao tempo do
contrato de trabalho, conhecido como aviso prévio proporcional.

Aviso prévio proporcional: 30 dias + 03 dias a cada ano de trabalho até o máximo de 60 dias = 90 dias):

Contrato de até 01 ano 30 dias

Contrato de 01 até 02 anos 33 dias

Contrato de 02 até 03 anos 36 dias

Contrato de 10 até 11 anos 60 dias

Contrato a partir de 20 anos 90 dias

Sobre o aviso prévio proporcional cabe frisar que, segundo entendimento do TST, este só é cabível nas hipóteses de dispensa
sem justa causa, não se aplicando nos casos em que o empregado pede demissão.

Imagine a situação de um trabalhador com mais de 20 anos em uma mesma empresa que, ao pedir demissão porque
encontrou um novo emprego, tivesse de conceder um aviso à empresa de 90 dias. Provavelmente não conseguiria assumir o
novo posto de trabalho. Por isso, o entendimento no poder judiciário de que o aviso prévio proporcional apenas se aplica nas
hipóteses de dispensa do empregado tem prevalecido.
Outra regra importante aplicada apenas nas situações em
que o aviso prévio é concedido pelo empregador :

O empregado terá direito a uma redução de duas horas


diárias sem prejuízo do salário ou poderá deixar de
trabalhar durante sete dias corridos durante o aviso,
nos termos do artigo 488 da CLT (BRASIL, 1943).

Fonte: iStock.

Trata-se de uma opção à disposição do empregado, que também não se aplica quando o aviso é concedido pelo trabalhador,
nas hipóteses de pedido de demissão.

E por quê? Simplesmente porque a redução das duas horas diárias ou a ausência de labor de 07 dias seguidos tem a
pretensão de possibilitar ao empregado à busca de um novo trabalho.

Além disso, apenas se concretiza nas hipóteses em que o aviso prévio é trabalhado.

O aviso prévio tem um efeito jurídico muito importante: o


seu período é computado como tempo de serviço para todos
os efeitos legais. Isso significa que mesmo nos casos em que
o aviso é indenizado, o seu período conta como de trabalho
efetivo.

Fonte: iStock

No dia a dia, é comum nos referirmos a todas as hipóteses Resilição


de ruptura de um contrato de trabalho como rescisão ou
cessação/dissolução/terminação. Essas nomenclaturas não
Resolução
estão erradas e podem ser utilizadas. Porém, sob o ponto de
vista técnico do Direito do Trabalho, as formas principais de
ruptura do contrato são divididas em três espécies: Rescisão

Explore a galeria para saber mais sobre as formas de ruptura do contrato de trabalho: resilição, resolução e rescisão.
Rescisão: ocorre quando ele termina por nulidade (BARROS, 2017), a exemplo de um contrato com a
administração pública sem a realização de um concurso público, que é vedado pela Constituição.
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Direitos e verbas rescisórias


Pedido de demissão Dispensa sem justa causa
salário pelos dias trabalhados aviso prévio
férias vencidas e proporcionais saldo de salário
décimo terceiro salário vencido e proporcional férias vencidas e proporcionais
13º terceiro salário vencido e proporcional
saque de FGTS e multa de 40%
acesso ao seguro desemprego.

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