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VERBAS RESCISÓRIAS

E CÁLCULOS
TRABALHISTAS

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ÍNDICE

1. VERBAS RESCISÓRIAS: CONCEITO............................................................................3

2. VERBAS RESCISÓRIAS EM ESPÉCIE..........................................................................5


Aviso Prévio................................................................................................................................................................................. 5
Décimo Terceiro Salário...................................................................................................................................................... 6
Férias................................................................................................................................................................................................ 6
Saldo Salarial, Horas Extras, Adicionais e FGTS.................................................................................................7
1. Verbas Rescisórias: Conceito
As verbas rescisórias são devidas no final do contrato de trabalho, quando o empregado
é dispensado ou quando ele pede demissão, ou seja, quando o contrato é rescindido.

Prazos de Pagamento
Antes da reforma trabalhista de 2017, existiam dois prazos para pagamento dessas verbas,
de acordo com a modalidade do aviso prévio. Todavia, com as alterações trazidas pela
reforma, os prazos foram igualados. Dessa forma, independentemente da modalidade
de aviso prévio, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é de 10 dias.

Vejamos o art. 477, CLT:

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na


Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e
realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo
[...]

§6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual


aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou
recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.

Quando o prazo previsto para pagamento cair em dia não útil, poderá ser feito no
próximo dia útil.

Atraso e Multa no Pagamento


Na hipótese de descumprimento do prazo é devida multa de valor equivalente a 1 salário
nominal do empregado. A multa, por ser forma de pena, é analisada restritivamente, não
sendo a remuneração base para apurar seu valor; ou seja, quaisquer importâncias que o
trabalhador receba ao final do mês e que não correspondam a seu salário, não se somam
para fins de cálculo do valor da multa.

Ex.: o empregado recebe o salário de R$ 2.200 mensais em decorrência de seu contrato


de trabalho. Por conta do recebimento de vantagens, sua remuneração em dado mês
foi de R$ 3.000. A multa por atraso no pagamento, caso haja, deverá ser de R$ 2.200, e
não de R$ 3.000.

Nesse sentido, essencial explicitar que não é aplicável multa à massa falida porque ela
não pode pagar fora do Juízo de Falência. Porém, se a dispensa ocorreu antes da quebra
e a obrigação não foi cumprida pelo empregador no prazo estabelecido por lei, a multa
deverá ser paga.

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Assim, só não é devida a multa em caso de falência se o rompimento do contrato
de trabalho se deu por causa da falência em si.

Ademais, a multa do art. 477 da CLT também não será devida caso o
atraso no pagamento tenha ocorrido por culpa do empregado. Entretanto,
o ônus do pagamento é do empregador, que deve buscar uma forma de
pagar, devendo entrar como pela ação de consignação em pagamento.

Por fim, na hipótese de o empregado procurar o judiciário afirmando que não recebeu
suas verbas rescisórias e estas forem incontroversas, o empregador deverá pagá-las
em primeira audiência, sob pena de aplicação do art. 467 da CLT (multa extra de +50%
sobre o valor das verbas salariais).

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2. Verbas Rescisórias em Espécie

Aviso Prévio
O aviso prévio é uma espécie de alerta que antecede a rescisão contratual, devendo
indicar a data do término do contrato de trabalho, evitando surpresas na ruptura. Se
concedido o aviso prévio pelo empregador, é possível ao empregado procurar novo
emprego antes de ter extinto seu contrato e, ainda, ao empregador, buscar outro
empregado para o cargo vago.

Assim, o contratante que decidir extinguir o contrato deverá comunicar ao outro


contratante com antecedência, sendo o número de dias que deve anteceder a rescisão
definido em lei Aquele que não respeitar o prazo supramencionado, deverá indenizar
o outro em relação ao período. Dessa forma, o aviso prévio caracteriza-se como uma
comunicação feita por um dos contratantes da intenção de extinguir o contrato de
trabalho.

Ressalte-se que tudo isso se refere ao contrato por tempo indeterminado, não se aplicando
aos contratos por tempo determinado. Estes não possuem aviso prévio.

Em decorrência de previsão constitucional, o aviso prévio é proporcional ao tempo de


serviço; no entanto, como não havia regulamentação até outubro de 2011, a comunicação
deveria ser feita com antecedência de 30 dias, conforme estabelece o art. 7º, XXI da
CF/88:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: [...]

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

Nesse contexto, com a publicação da Lei nº 12.506/2011, a duração do aviso prévio passou
a ser de acordo com o tempo de serviço do empregado. Então, caso o empregado
tenha menos de 1 ano de trabalho, o aviso prévio será de 30 dias; após esse período o
aviso prévio será acrescido de 3 dias para cada ano que o trabalhador permanecer no
cargo, até o limite máximo de 90 (noventa) dias.

Ex.: empregado com 5 anos de trabalho: 45 dias de aviso prévio – salário de R$2.000
mensais (a cada 30 dias), sendo o prazo de 45 dias, a verba será de R$ 3.000.

R$ 2.000 : 30 = R$66,67, multiplicado por 45 dias = R$ 3.000.

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Décimo Terceiro Salário
O 13º salário é devido aos empregados urbanos, rurais e domésticos, bem como aos
trabalhadores avulsos. Essa gratificação é compulsória e consiste em uma verba de
natureza salarial equivalente a 1/12 da remuneração do empregado por cada mês
trabalhado ou fração igual ou superior a quinze dias, devida e paga em duas parcelas,
até o dia 20 de dezembro de cada ano.

Dessa forma, ainda que o empregado trabalhe por apenas 1 mês, ele já terá direito ao 13º
salário, proporcionalmente ao tempo trabalhado. Ao final de 12 meses, o empregado terá
direito a um salário inteiro.

Observe que esses valores são apurados dentro do ano comercial, ano civil, ou seja, aquele
compreendido de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

Ex.: empregado admitido em 20 de abril, permanecendo até 15 de dezembro: terá,


pelo menos, 8/12 de 13º salário, porque trabalhou menos de 15 dias no mês abril, não
considerando-o como mês integral. Salário R$ 2.000 : 12 = R$ 166,67, multiplicado por 8
períodos = R$ 1.333,366.

Férias
As férias representam o direito do empregado de abster-se de trabalhar durante um
determinado número de dias consecutivos por ano, após cumpridas as obrigações
contratuais, em especial, a assiduidade no serviço, sem prejuízo de sua remuneração.

Portanto, todo empregado que tenha completado um período aquisitivo, anualmente,


terá direito a usufruir de férias remuneradas nos 12 (doze) meses subsequentes. As férias
são um direito irrenunciável, então não podem ser objeto de renúncia ou de qualquer
transação que seja lesiva ao descanso necessário do trabalhador.

Da mesma forma que o 13º salário, as férias são devidas na proporção de 1/12 para cada
mês de trabalho, diferenciando-se, porém, quanto ao período de apuração. São apuradas
pelo mês corrido até completar um período aquisitivo, adicionado de 1/3.

Nesse contexto, o período aquisitivo pode ser compreendido como aquele em que se
adquire o direito às férias. Assim, o período inicial de 12 meses, nos quais o empregado
estará adquirindo o direito às férias, é chamando de período aquisitivo, e o período
seguinte de 12 meses, quando o empregado tem o direito de tirar as férias, é chamado
de período concessivo. Dessa forma, esse período concessivo já deve ser considerado
um período aquisitivo para as próximas férias, e assim sucessivamente.

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Ressalte-se que a contagem não é continuada no período civil, não precisando
terminar em 31 de dezembro.

Logo, adquirido o direito às férias, por exemplo, em 22 de abril do ano seguinte ao da


admissão, terá o empregador o até o dia 22 de abril do ano seguinte para gozar desse
descanso.

Observe que as férias possuem alguns requisitos:

• Aviso com antecedência de 30 dias pelo empregador ao empregado de que elas serão
concedidas;
• Impossibilidade de o empregador autorizar as férias fora do período concessivo, sob
pena de dobra.

Assim, qualquer irregularidade cometida pelo empregador no pagamento das férias


resulta na sanção prevista como dobra, ou seja, as férias serão devidas em dobro ao
empregado. Ex.: empregado admitido em 20 de abril, tendo permanecido até 15 de
dezembro, terá 8/12 de férias, contados do dia 20/04 a 19/05. Repise-se que é tomado
por base o mês corrido. No exemplo da admissão em 20/04, são devidos ao empregado
8/12 + 1/3. R$ 2.000 : 12 = R$ 166,67, multiplicado por 8 = R$ 1.333,36 + 1/3 = R$ 1.777,77.

Saldo Salarial, Horas Extras, Adicionais e FGTS


O saldo de salário refere-se à quantidade de dias e horas em que o empregado
trabalhou no mês corrente em que ocorreu a rescisão. Esta indenização será devida ao
empregado junto com as demais verbas rescisórias decorrentes do fim do vínculo. Para
o cálculo desses valores, seguiremos o exemplo do salário base de R$ 2.000. Vejamos:
empregado que recebe R$ 2.000 mensais, dispensado em 15 de dezembro:

• Saldo Salarial: R$ 2.000: 30 = R$ 66,67, multiplicado pelos 15 dias trabalhados = R$


1.000.
• Horas Extras: o cálculo é simples; devemos dividir o salário pelo número de horas tra-
balhadas no mês para descobrir o valor da hora normal do empregado e multiplicar pelo
adicional de hora extra (geralmente é 50%) – R$ 2.000: 220 = R$ 9,09, multiplicado pelo
percentual de hora extra, R$ 9,09 x 1,5 (50%) = R$ 13,64 – assumiremos que o empregado
trabalhou 25h extras: R$ 13,64 x 25 = R$ 340,90.
• Adicional de Insalubridade: mais simples, apenas adiciona-se 10%, 20%, 30% ou 40% de
acordo com o grau de insalubridade, sobre o salário mínimo nacional, se não previsto difer-
entemente em convenção coletiva.
• Adicional de Periculosidade: aqui é mais simples ainda, apenas adiciona-se 30% fixo
sobre o salário do empregado.
• FGTS: é descontado do empregador, no percentual de 8% das verbas incidentes dentro

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do mês, devendo ser depositado na Caixa Econômica Federal e, no caso, de rescisão con-
tratual, o empregador é obrigado a pagar 40% sobre o total dos valores presentes no fundo
depositado.

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Verbas Rescisórias e
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