Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Regras gerais
___(1/12)___(2/12)___(3/12)___(4/12)___(5/12)___(6/12)___(7/12)___(8/12)___(9/12)___(10/
12)___(11/12)___(12/12)
Ou seja:
-etc;
1
Este documento não cuida de todos os aspectos do regime jurídico do direito a férias, pretendendo-se
somente uma síntese dos pontos mais relevantes e/ou que suscitam maiores dúvidas.
-no final de Dezembro, está formada a totalidade, um direito a férias inteiro, uma
unidade (representada pela fracção 12/12).
-22 dias úteis de férias, nos termos do artigo 238.º, n.º 1, que podem ser mais,
nomeadamente por previsão de IRCT ou contrato individual;
-um subsídio de férias que incorpora a retribuição base e todas as prestações salariais
que sejam contrapartida do modo específico de realização do trabalho (caberá nessa prestação,
por exemplo, um subsídio de risco, mas, aparentemente, não, por exemplo, as diuturnidades2),
de acordo com o n.º 2 do artigo 264.º.
Atendendo ao que vem de ser dito, pode responder-se a uma elementar questão prática,
que se coloca nos seguintes termos: se o contrato de certo trabalhador, iniciado, por exemplo, há
2
Cfr. art. 262.º, n.º 2, b), do CT.
cinco anos atrás (importa que não se tenha iniciado no próprio ano em que cessa, nem no ano
imediatamente anterior, pois, então, aplicar-se-ão regras distintas), terminar no dia 31 de Março
de 2012, que direitos poderá o trabalhador, nessa altura, reclamar ao seu empregador, a título de
férias, sabendo que, no ano da extinção do contrato, não gozara ainda qualquer dia de férias nem
recebera qualquer montante atinente a esse direito?
Ano de 2011:
___(1/12)___(2/12)___(3/12)___(4/12)___(5/12)___(6/12)___(7/12)___(8/12)___(9/12)___(10/
12)___(11/12)___(12/12)
Ano de 2012:
___(1/12)___(2/12)___(3/12)______________________________
Nota: num exercício como este, teremos de ter em conta não apenas o ano da extinção
do contrato, mas igualmente o anterior, pois as férias vencidas no ano da extinção referem-se
às formadas ao longo do ano anterior. Os anos anteriores a esses podem ser desconsiderados,
não sendo fornecido mais nenhum dado, por se supor que, então, estão liquidados todos os
créditos por férias devidos por esses anos de execução contratual.
Observe-se, porém, que o trabalhador ainda laborou nos primeiros três meses do ano de
2012. Portanto, durante esses três meses, formaram-se férias. Formou-se uma proporção de
3/12. Se o contrato se executasse até ao fim do ano, nessa altura estariam formados 12/12, ou
seja, um direito completo, que seria gozado em 2013, após o seu vencimento a 1 de Janeiro de
2013. Como cessou no final de Março, formou-se a proporção de 3/12. O vencimento antecipa-
se para o momento da extinção do contrato e vence-se somente a parte formada até então. Uma
vez que o contrato se extingue, não importa considerar os dias de férias que, potencialmente, se
gozariam. Eles não serão gozados, pela elementar razão de que o contrato termina. Mas nem por
isso o trabalhador deixará de ter direito à parte proporcional dos créditos pecuniários devidos
por essas férias.
12__________1200
3___________x
Deve operar-se este raciocínio para a retribuição e também para o subsídio de férias.
Por último, cabe referir que o disposto no n.º 5 só se compreende quando seja previsível
que o contrato cessará antes de se perfazer a duração de seis meses. Não o sendo, não se
concebe que se inicie, na última fase do contrato, o gozo de férias. Assim, quando o contrato
cessar, não haverá lugar ao gozo de férias, mas deverão se pagos os correspondentes créditos.
Relativamente à duração, as primeiras férias duram 2 dias por cada mês de execução do
contrato nesse ano de admissão. Segundo a posição que parece ser maioritária, devem
considerar-se todos os meses desse ano3. Assim, se o trabalhador for admitido a 1 de Março de
2011, conta-se o período de 1 de Março até 31 de Dezembro (meses do ano de admissão, a
contar desde o momento da admissão), o que perfaz 10 meses, os quais, à razão de dois dias por
cada um, dão origem a 20 dias úteis de férias. Se o trabalhador for admitido a 1 de Outubro,
serão 6 dias (3 meses x 2 dias).
Se esta multiplicação der mais do que 20 dias, reduz-se para 20, que é o limite legal
(artigo 239.º, n.º 1).
Quanto ao momento do vencimento, ele ocorre seis meses após o início de execução do
contrato. No caso da admissão a 1 de Março, o vencimento ocorre a 1 de Setembro. As férias
devem ser gozadas a partir desse dia e até ao final do ano. No caso da admissão a 1 de Outubro,
ocorre a 1 de Abril do ano seguinte. Nesse caso, as férias devem ser gozadas a partir desse dia e
até 30 de Junho (n.º 2 do artigo 239.º).
Nota: causa certa perplexidade que o vencimento ocorra num momento em que ainda
podem não ter decorrido todos os meses que são contemplados na contagem do tempo de
3
Admite-se, porém, que, sendo o contrato a prazo e ocorrendo o seu termo antes do termo do ano civil,
apenas se contemple o período compreendido desde o início da execução contratual até esse momento do termo.
execução do contrato no ano da admissão. Parece ser esse, porém, o regime legal, um regime
que pode conduzir a situações em que o período de férias aparente ser excessivo face à duração
do contrato. Mas, então, o artigo 245.º, n.º 3, permitirá corrigir esse desacerto.
Quid juris se, estando em processo de formação um certo direito a férias, o trabalhador,
entretanto, se vir afastado da empresa, em razão de um impedimento para o trabalho (v. g.
doença)?
O n.º 6 do artigo 239.º reporta-se à solução relativa a esse direito a férias em formação à
data da ocorrência do impedimento (que não ao direito a férias já vencido a 1 de Janeiro desse
mesmo ano do impedimento!).
O artigo 239.º, n.º 6, determina que, regressando o trabalhador, terá direito a férias nos
termos em que o tem um trabalhador contratado nesse ano: um direito que se vence 6 meses
após o regresso e na medida de 2 dias por cada mês de execução do contrato nesse ano.
Esta norma constitui uma regra especial quanto a duas categorias de contratos: 1)
contratos com duração que não ultrapasse 12 meses; 2) contratos que, mesmo ultrapassando 12
meses, terminam no ano civil imediatamente subsequente ao do seu início (contrato iniciado em
Fevereiro de 2010 e extinto em Novembro de 2011, por exemplo).
Obs.: Não se integram aqui os contratos com duração inferior a 6 meses, pois desses
curam os números 4 e 5 do artigo 239.º.
O preceito integra-se no artigo 245.º, que diz respeito aos efeitos da cessação do
contrato sobre o direito a férias, permitindo, designadamente, calcular os montantes pecuniários
a receber a título de férias por ocasião da extinção do vínculo. Efectivamente, aquele n.º 3
relaciona-se com esta matéria, mas o regime que dele consta tem de se conjugar com as regras
gerais sobre o direito a férias e com aquelas que respeitam às primeiras férias, podendo levar à
sua desaplicação, ou à correcção dos resultados a que elas levariam.
A estatuição daquela norma é a seguinte: estando em causa uma daquelas categorias de
contratos, o trabalhador deve beneficiar de um direito a férias apenas limitado ao que seria
proporcional à duração do vínculo. Suponha-se aquele contrato iniciado a 1 de Fevereiro de
2010 e terminado a 30 de Novembro de 2011. A sua duração é de 22 meses. As férias
proporcionais a este período calculam-se com base no pressuposto de que a 12 meses de
execução contratual equivalem 22 dias úteis de férias, bem como uma retribuição e um subsídio.
Desta forma:
12 meses ____________22 dias
22 meses ___________ x
e
12 meses ___________ 1200 euros
22 meses ___________x