Você está na página 1de 6

AULA II-TIPOS DE CONTRATOS

A primeira ação a ser tomada pelo empregador ao seu empregado para formalizar o
vínculo empregatício é o seu acordo legal, ou seja, o contrato de trabalho, no intuito de
proporcionar à segurança e proteção de ambas as partes.

É através do contrato de trabalho onde claramente são definidas as obrigações,


deveres e acordos sobre todas as condições de trabalho entre as partes envolvidas.

Para o contrato de trabalho tenha segurança é preciso que o trabalhador tenha


consciência de todas as cláusulas, bem como, o empregador cumprir com todas as
suas obrigações.

conceito de contrato de trabalho:

“contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação


de emprego”.

O objeto do contrato de trabalho é a prestação de serviço subordinado e não eventual


do empregado ao empregador, mediante o pagamento de salário.

Conforme o artigo Art. 468 da CLT, nos contratos individuais de trabalho só é lícita a
alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde
que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Para que um contrato de Trabalho seja válido é preciso que sejam obedecidos os
seguintes requisitos:

 Continuidade – O trabalho deve ser prestado com continuidade.


 Subordinação – O empregado exerce sua atividade com dependência ao
empregador, por quem é dirigido. Essa subordinação pode ser econômica,
técnica, hierárquica, jurídica ou até mesmo social.
 Onerosidade – O contrato de trabalho é remunerado, pois o empregado deve
receber salário pelos serviços prestados ao empregador.
 Pessoalidade – O Contrato de trabalho é “intuitu personae”, ou seja, o
Empregado não pode fazer-se substituir por outra pessoa, sob pena do vínculo
se formar com a última.

Portanto, o Contrato de Trabalho é bilateral, consensual, oneroso, comutativo e de trato


sucessivo.

Os principais tipos de Contrato de Trabalho são:


 Contrato por Tempo Determinado
 Contrato por Tempo Indeterminado
 Contrato Temporário (Especial)
 Contrato de Aprendizagem

Vale salientar que todo o contrato de trabalho deve ser anotado na CTPS do empregado,
bem como, todas as alterações contratuais existentes ao longo da vigência deste.

Contrato por tempo indeterminado

A regra geral é de que os contratos de trabalho sejam firmados por prazo


indeterminado, atendendo-se ao princípio da continuidade da relação de emprego.
Dessa forma, o empregado passa a integrar, de maneira permanente, a atividade
empresarial, contribuindo com seu labor para as atividades da empresa.

Vale mencionar que, uma vez celebrado o vínculo empregatício, em razão do princípio
citado, existe uma presunção (relativa) de que o contrato tenha sido firmado por tempo
indeterminado. Assim sendo, cabe ao empregador provar o contrário, conforme o
entendimento da Súmula 212 do TST.

Quanto à rescisão desse contrato, pode ser requisitada a qualquer tempo, desde que
seja feito o aviso prévio, seja da parte do empregado, quando solicitar o seu
desligamento, quanto do empregador, ao demitir o trabalhador.

O contrato de trabalho intermitente é aquele no qual a prestação de serviços não é


realizada de maneira contínua, ou seja, existe uma alternância entre a prestação dos
serviços e a inatividade, determinados em horas, dias ou meses.

Essa modalidade de contrato deve ser celebrada por escrito e trazer, de forma expressa,
o valor da hora de trabalho. Esse valor não pode ser menor que o valor horário do
salário mínimo ou o valor pago aos demais empregados que desempenham funções
idênticas.

É importante mencionar que ao final de cada período de prestação de serviço, o


empregado receberá, de forma imediata, o pagamento das parcelas referentes a:

 remuneração;
 férias proporcionais, acrescidas de um terço;
 décimo terceiro salário proporcional;
 repouso semanal remunerado;
 demais adicionais legais.

Além do mais, nesse espécie de contratação, o empregador efetuará o recolhimento da


contribuição previdenciária e o depósito do FGTS, conforme legislação vigente, levando
em conta os valores pagos no período mensal, e fornecerá ao empregado comprovante
do cumprimento dessas obrigações.

Contrato de trabalho por prazo determinado

A Consolidação das Leis do Trabalho vigente no Brasil prevê, em seu artigo 443, a
determinação de um contrato de trabalho por prazo determinado. Trata-se,
resumidamente, de uma relação de trabalho que resume-se a um certo tempo ou
prestação pré-definida, no momento da contratação.

Isso garante uma certa flexibilidade para a prestação de um serviço que não seja
contínuo dentro de uma instituição, mas gera uma série de dúvidas adicionais. Entenda
o que é o contrato de trabalho por prazo determinado, suas regras e cuidados legais:

Quais são as situações que permitem o contrato de trabalho por prazo determinado?

Há, na CLT, três hipóteses em que se considera este tipo de contratação válida,
excluindo-se o chamado contrato de aprendizagem, que enquadra-se em uma outra
categoria não relacionada à simples contratação.

São estas três hipóteses os serviços em que haja uma clara transitoriedade de sua
necessidade, justificando um prazo determinado para ele, as atividades empresariais
não recorrentes (de caráter transitório, como a prestação de um serviço por tempo
determinado para um cliente específico, exigindo um certo profissional por aqueles
períodos), e os contratos de experiência, que são temporários por três meses de forma
a garantir segurança para uma futuro contratação sem prazo determinado.

Por isso, um contrato de trabalho por prazo determinado só é válido se seguir uma
destas três hipóteses. É necessário considerar, ainda, que cada uma das três hipóteses
possui sua própria aplicação.

Não se pode, por exemplo, utilizar um contrato de experiência para a prestação de


serviço durante três meses em que um certo evento ocorrerá (como uma temporada de
férias, por exemplo). Neste caso, há transitoriedade no serviço, que é a forma correta
de se justificar essa determinação de prazo.

Quais os direitos garantidos ao trabalhador sob este regime?

De forma geral, são garantidos os mesmo direitos que um contrato de trabalho por
prazo indeterminado, em seu período recorrente. Retira-se, no entanto, algumas das
ações tomadas ao fim de uma prestação indeterminada.

São garantidos, por exemplo, salário de acordo com o piso da categoria, ou salário
mínimo, limitação de oito horas de trabalho diárias, pagamento de horas extra, 13º
salário pago proporcional ao período trabalhado (caso não exceda 12 meses), férias
pagas proporcionalmente ao período trabalhado, repouso semanal remunerado nos
mesmos termos que todos os trabalhadores da classe, adicionais por trabalho noturno,
riscos de trabalho e insalubridade, bem como recolhimento de FGTS, com possibilidade
de seu saque assim que o contrato for encerrado.

Licenças maternidade e paternidade também são direito do trabalhador sob regime de


contrato de trabalho por prazo determinado, incluindo período de estabilidade.

Caso o contrato seja rescindido unilateralmente pela empresa sem justa causa antes
do término do período previsto, também cabe, ao trabalhador, o recebimento de
rescisão.

Já entre os itens que não são garantidos em um contrato de trabalho por prazo
determinado, estão aqueles relacionados ao término do período que, por já ser definido,
não precisa ser adicionalmente indenizado.

Não cabe ao empregador, por exemplo, oferecer aviso prévio caso o contrato vá acabar
no período previsto. Também não é necessária a multa de 40% sobre o FGTS
arrecadado no fim do período, e não cabe, ao trabalhador, receber o seguro
desemprego da Previdência.

Regras do contrato de trabalho por prazo determinado

Existem algumas regras especiais para este tipo de contrato que devem ser
obedecidas. Entre essas regras, destacam-se:

 As regras de sua prestação devem ser escritas e registradas formalmente;


 Um contrato de trabalho por prazo determinado não pode durar mais de dois
anos;
 Pode-se prorrogar o trabalho uma vez. Havendo mais uma prorrogação, passam
as vigorar as normas da CLT sem determinação de prazo;
 Na rescisão antecipada sem justa causa do contrato por prazo determinado, a
regra geral determina que o empregador deve pagar metade do valor restante
daquele contrato, caso fosse terminado, para fins indenizatório. Também pode
ser atribuída rescisão ao trabalhador, caso rompa o contrato sem justificativa.

Contrato temporário (Especial)

A Lei 6.019/1974 foi a responsável por regulamentar o trabalho temporário nas


empresas urbanas. Já no seu art. 2º, cuja redação foi alterada em 2017 pela Lei 13.429,
conceitua o trabalho temporário da seguinte forma:

Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma
empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora
de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.
Na prática, o contrato de trabalho temporário é bastante utilizado, sobretudo pelo
comércio e varejo, em período de final de ano, dado o aumento da demanda gerado
pelas festividades. Nesse caso, é preciso suprir uma necessidade temporária por mais
empregados.

O contrato de trabalho temporário apresenta algumas características que o distinguem


das demais modalidades de contratação. Vejamos algumas delas:

 nesse contrato, três atores estão envolvidos: a empresa de trabalho temporário,


o trabalhador temporário e o tomador de serviços ou cliente;
 conforme a Lei 6.019/74, o contrato temporário só pode ser utilizado em meio
urbano, não sendo possível utilização no meio rural;
 a empresa de trabalho temporário deve ser pessoa jurídica, devidamente
registrada no Ministério do Trabalho;
 só se admite a contratação de trabalhadores temporários em duas hipóteses:
para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou em caso de demanda complementar de serviços;
 qualquer contratação fora das hipóteses da lei é considerada fraude e sujeita a
empresa a sanções;
 em relação ao mesmo empregador, o contrato temporário não pode exceder 180
dias, consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por 90 dias, desde que
comprovada a manutenção das condições que o justificaram.

Contrato de Trabalhador Autónomo


 A contratação do autónomo, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou
não, afasta a qualidade de empregado prevista no artigo 3º da CLT, porém é
fundamental o cumprimento das formalidades legais.
 Entendemos que antes de pensarmos nas formalidade precisamos nos atentar
se a contratação é direta ou se ocorrerá através de cooperativa de trabalho, pois
entendemos que cada contratação tem características próprias.
 No caso da contratação do trabalho autônomo de forma direta, o contratante
deverá exigir de do profissional:
 a) Inscrição municipal do autônomo (Cadastro do Contribuinte Municipal – CCM);
 b) Exigência do Número do PIS e inscrição do INSS; e
 c) Registro profissional no caso de representante comercial, contador,
economista, engenheiros entre outros.
 O contrato de prestação de serviços deverá observar o que determina os artigos
593 a 609 do Código Civil, como é o caso da especificação do serviço a ser
prestado; a remuneração e sua forma de pagamento; o prazo do contrato, se for
o caso; no caso de contrato com prazo indeterminado, os critérios do aviso de
encerramento do contrato; casos de extinção do contrato de trabalho; e motivos
para rescisão do contrato por justo motivo.
 Sobre o pagamento dos serviços prestados, de acordo com o contrato, e
mediante apresentação de RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo) ou Nota
Fiscal de Serviços, deverá se efetuar a tributação e retenção do:
 a) IRRF, de acordo com a tabela progressiva;
 b) ISS, se for o caso de não inscrito ou o comprovante de recolhimento do ISS se
inscrito na Prefeitura.
 Não caracteriza a qualidade de empregado o fato de o autônomo prestar
serviços a apenas um tomador de serviços, pois a relação com o profissional é
de trabalho e não de emprego, não sofrendo subordinação hierárquica, pois é
livre quanto a forma de prestação de serviços, vinculado apenas ao objeto do
contrato com aparo no Código Civil Brasileiro.
 Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício,
tornando-se nulo o contrato de autônomo.
 Outra possibilidade é contratação através de Cooperativa de Trabalho, regulado
pela Lei nº 12.690/2012 e que recomendamos conhecer a estrutura da
cooperativa, seu objeto social, a forma de ingresse do autônomo a ser
contratado na cooperativa, como se relaciona com ela. E verificando que a
cooperativa funciona de acordo com a legislação que a regula e que o autônomo
é cooperado regular desta, procedemos a contratação dos serviços, exigindo-se
do autônomo os documentos que comentamos acima e o contrato de serviços
realizado com a cooperativa de trabalho, observando-se os mesmos critérios do
contratação direta.

Você também pode gostar