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UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

DIRETO DO TRABALHO

DIFERENÇA ENTRE CONTRATO DE TRABALHO E FIGURAS


AFINS

Nome: Clementina Bentinho Kanjamba


Sala:: 405
Turno: tarde
N° de estudante: 20201376

Docente: Msc. Arão Guilherme Cariata

LUANDA/2023
DIFERENÇA ENTRE CONTRATO DE TRABALHO E FIGURAS AFINS

O significado do trabalho foi gradativamente se modificando ao longo da história,


partindo da visão de que seria um castigo restrito aos inferiores até tornar-se, nos dias atuais,
um dos elementos principais para a construção da dignidade, mas então o que é um contrato ?
Contrato é um acordo ou vínculo jurídico em que há duas ou mais declarações de vontade, ou
seja, contrato é o instrumento legal pelo qual ajustam as partes pactuantes direitos e
obrigações recíprocas.

O contrato de trabalho é um documento imprescindível que firma o vínculo


empregatício entre a contratante e o funcionário ou seja, o contrato de trabalho é nada mais
que um instrumento que serve para regular a relação de prestação pessoal e não eventual de
uma pessoa natural, perante um empregador que pode ser pessoa natural ou jurídica. Ele visa
estabelecer um acordo entre o empregador e empregado que estipula as especificações do
trabalho, com obrigações e direitos para cada parte. O trabalhador presta serviços manuais ou
intelectuais e a entidade empregadora paga os mesmos através de um vencimento e outros
abonos definidos no contrato.

Normalmente, o contrato é realizado por escrito, impresso em duplicado, assinado e


rubricado, no momento de elaborá-lo, existem diversos modelos deste documento que podem
ser adotados, e poderão variar conforme o tipo de contratação que for exercida. Qualquer
erro em sua elaboração pode acarretar sérios prejuízos legais para as empresas. Por isso, é
necessário saber todas as informações que devem constar no contrato, assim como os tipos de
contrato que existem.

A prestação é pessoal e provida pelo empregado. A contraprestação é monetária


traduzida em salário, na maior parte dos tipos de contrato de trabalho. Quanto à forma, a
maioria dos negócios jurídicos é elaborada por escrito e observa determinadas formalidades,
cuja desobediência poderá ensejar a nulidade do negócio jurídico. Contudo, os contratos de
trabalho são informais, à exceção de alguns.
Este tipo de contrato encontra-se regulado no art° 1152° e seguintes do Código Civil e
no art° 3.º da Lei Geral de Trabalho.
A Teoria dos Contratos, e o Direito Contratual em si, costumam definir diferentes
tipos de contrato pelos princípios que os norteiam. Quando se trata de contrato de trabalho, a
teoria traz-nos quatro princípios que são:

1. Princípio da Continuidade: como o próprio nome já indica, o princípio da


continuidade indica que a relação estabelecida pelo contrato de trabalho, entre
empregador e empregado, deve permanecer e ter continuidade no tempo, ou seja,
deve ser de forma contínua e reiterada. Trata-se, assim, de um contrato de trato
sucessivo, o ordenamento jurídico e a jurisprudência costumam se posicionar,
portanto, em prol da manutenção do vínculo.

2. Princípio da Onerosidade: esse princípio pressupõe que há reciprocidade de


obrigações, assim como, há obtenção de vantagem econômica para as duas partes.
A vantagem econômica do empregador se dá pela utilização da prestação pessoal
do empregado. Já a vantagem do empregado se manifesta pela contraprestação
monetária, ou seja, pelo salário.

3. Princípio da Subordinação: o mesmo se aplica aos contratos de trabalho, à


medida que o empregador está subordinado ao patrão e precisa respeitar uma
hierarquia vigente. Neste cenário, a interpretação mais clássica do princípio
entende que, de um lado, tem-se o empregador em posição e com o direito de dar
ordens. De outro, está o empregador, cujo dever é cumprir essas ordens.

4. Princípio da Pessoalidade: esse princípio se manifesta em diferentes áreas do


Direito, incluindo o Direito Penal. Para o campo trabalhista, no entanto, a
pessoalidade se manifesta pela impossibilidade de que o empregado substitua a si
mesmo, por outra pessoa, sob pena de que o vínculo se forme com esta última.
Assim, a responsabilidade por cumprir as obrigações acordadas em contrato recai
sobre o contratado, não lhe sendo possível transferir essa obrigação a um terceiro.

CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


a) Contrato de trabalho por tempo determinado tem como principal
característica, o estabelecimento de um período no qual o funcionário ficará à
serviço da contratante, ou seja Também conhecido como contrato de trabalho
temporário, esse tipo de contrato apresenta o tempo exato em que o contratado
prestará serviço ao contratante.

b) Contrato de trabalho por tempo indeterminado estabelece uma relação de


emprego sem data para terminar. Trata-se do modelo mais comum de
contratação, no qual não há um prazo previamente estabelecido para a
finalização do vínculo entre a empresa e o funcionário.

c) Contrato de trabalho a termo certo é estabelecido com um prazo.

d) Contrato de trabalho a termo incerto justifica-se pela existência de um


evento que estando delimitado no tempo, não tem, porém, uma data certa para
se verificar.

e) Contrato de trabalho eventual: A principal característica do contrato de


trabalho eventual é que a prestação de serviço possui caráter eventual, ou seja,
temporário.

f) Contrato de estágio: por fim, os contratos para estágio são muito comuns no
mundo corporativo. Este modelo também não confere uma relação
empregatícia entre as partes. Dessa forma, ele funciona como um termo de
compromisso que deve ser assinado entre o estudante e a contratante e deve
conter o trabalho que será realizado. Na prática, o principal benefício deste
tipo de contratação é preparar o estudante para seu desenvolvimento e
crescimento como profissional, ganhando experiências e habilidades no
trabalho.

ELEMENTOS DO CONTRATO
1. A identificação do trabalhador e da empresa;
2. local de trabalho;
3. Descrição das funções a desempenhar pelo trabalhador;
4. A data de início do contrato e do documento;
5. A duração prevista para o contrato (no caso de contratos de trabalho a termo);
6. Indicação dos prazos de período experimental;
7. Os prazos de aviso prévio em caso de cessação do contrato;
8. valor e a periodicidade da remuneração e outros prémios;
9. período normal de trabalho diário e semanal.
10. Capacidade das partes

CONTRATO DE EMPREITADA

Diferente do contrato de trabalho, temos contrato de empreitada que é um documento


no qual fica acordado que um empreiteiro fará a realização de uma obra mediante
remuneração e se compromete com sua entrega. Esse tipo de contrato pode ser firmado tanto
entre pessoa física quanto com incorporadoras e construtoras.

A empreitada, então, pode ser entendida como o negócio jurídico pelo qual uma das
partes, o empreiteiro, se obriga perante outra (chamado de dono da obra, ou comitente) à
realização de determinada obra, por si ou com a ajuda de terceiros, mediante o pagamento de
um determinado preço, sem que se configure relação de dependência ou subordinação entre o
empreiteiro e o comitente. Assim, na empreitada sob administração, o empreiteiro assume o
risco quanto à execução do projeto apresentado pelo dono da obra, devendo executá-lo com
probidade e diligência; o dono da obra por sua vez assume os demais riscos envolvidos.

Sendo a empreitada de mão de obra, o proprietário assume os riscos da obra, exceto se


houver culpa do empreiteiro na execução do objeto contratual, a exemplo de não observar o
dimensionamento das ferragens, é importante observar a regra de que será do proprietário a
responsabilidade e riscos assumidos pela quantidade e qualidade dos materiais fornecidos.
Nesse sentido, a previsão contratual acerca destes materiais assume grande importância para
ambas as partes. Além disso, caso haja negligência ou imperícia do empreiteiro que resulte
em inutilização de materiais que tenha recebido para execução da obra, deverá pagar ao dono
obra os prejuízos advindos da inutilização.

O contrato de empreitada está ligado principalmente com a construção civil, por este
motivo sua relevância econômica e jurídica, por ser largamente executado no âmbito da
construção civil pública e privado, é um dos métodos utilizado pelo estado para formalizar e
contratar, método esse largamente utilizado pelo estado para contratar a execução de obras
viárias dentro das cidades sem ter que dispor de funcionários públicos e equipamentos para
tais obras, terceirizando todos estes serviços. Além da construção civil, pode ser utilizado em
execução de outros serviços. O mesmo está regulado no art° 1207.º do código civil e pelo art°
23.º da Lei Geral do Trabalho.

DIREITOS E DEVERES DE CADA PARTE

Como em todos os contratos, existem certos direitos e deveres a cumprir por cada um
dos outorgantes. Um contrato de empreitada não é exceção e, por isso, antes de assinar, os
especialistas sugerem que "domine" os principais direitos e deveres, quer para o dono da
obra, quer para o empreiteiro.

a) Dono da obra

No que diz respeito aos direitos do dono da obra, saiba que este, além do resultado
final especificado no contrato, tem toda a legitimidade para fiscalizar a obra, de forma a
assegurar a qualidade do projeto e detetar possíveis problemas que comprometam o resultado
final. Além disso, também tem direito a desistir da obra, sob condição de indemnizar o
empreiteiro. Esta indemnização inclui as despesas realizadas até ao momento e os possíveis
ganhos que o empreiteiro poderia obter com a obra. Já quanto a deveres do dono da obra,
passam pela responsabilidade de pagar o valor determinado no contrato após aceitar a obra,
prestar auxílio na medida do possível de forma a garantir o progresso natural da obra,
desbloqueando situações que podem atrasá-la

b) Empreiteiro
Os direitos do empreiteiro incluem a possibilidade de suspender a realização dos
trabalhos, caso exista algum tipo de incumprimento por parte do dono da obra ou, em última
instância, cessar o contrato, caso se confirme que o incumprimento não é apenas temporário.
Além disso, o empreiteiro também tem direito a receber os devidos pagamentos pelos
trabalhos realizados, após a aceitação do dono da obra. Isto, assumindo sempre que o
resultado respeita os requisitos da obra em curso.

Relativamente a deveres do empreiteiro, destaque para a necessidade de se


comprometer com a realização da obra dentro do prazo acordado, respeitando as boas práticas
de construção e zelando pela segurança, assim como, de fornecer os materiais necessários
para a execução, e garantir que existe um seguro de acidentes de trabalho que protege os
trabalhadores envolvidos na obra. Além disso, não deve tomar decisões por vontade própria,
devendo sempre informar o dono da obra caso se verifique alguma alteração do plano a
cumprir

ESPÉCIES DE EMPREITADA

Costuma-se dividir a empreitada em duas modalidades:

1. Empreitada de mão de obra (ou de lavor): nesses caso, o empreiteiro


emprega apenas a mão de obra, sem fornecer o material;
2. Empreitada mista: aqui, além de realizar a obra, o empreiteiro também
fornece os materiais que serão empregados. Não havendo nada no contrato,
entende-se que a empreitada é a de mão de obra.

CONTRATO DE AGÊNCIA

Temos também uma outra figura que é o contrato de agência, este com breve resenha
histórica do seu surgimento, tem na sua base a necessidade de sedimentação dos mercados já
existentes assim como a procura de novos mercados, muitas vezes distantes da zona de
produção, inicialmente através de um Contrato de Comissão . Contrato de agência é o
contrato realizado por duas ou mais pessoas, com o objetivo de criar, promover, e/ou
fomentar a conta de outrem, em uma determinada zona, mediante remuneração, sem
configuração de vínculo de emprego. A distribuição fica caracterizada quando o agenciador
tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.

O direito privado tem sido desde as suas origens romanísticas confrontado com a
acelerada evolução económico-social, motivo pelo qual tem havido uma adaptação jurídica
contínua. Essa adaptação, alicerçada pela liberdade contratual para as partes estabelecerem
contratos atípicos tendentes às relações comerciais/contratuais necessárias a cada momento.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Não muito diferente do contrato de trabalho, temos também o contrato de prestação de


serviços que é um documento que formaliza a relação entre as partes na contratação de um
serviço, estabelecendo assim as responsabilidades e os direitos das partes envolvidas. A
prestação de serviços é uma modalidade de trabalho que tem crescido significativamente em
Angola nos últimos anos, principalmente pela variedade de benefícios que oferece.

Nesse sentido, não basta saber escolher o melhor fornecedor para suas necessidades,
também é preciso acompanhar todo o processo de prestação de serviços para garantir que os
acordos firmados sejam honrados. A melhor maneira de conseguir isso é por meio de um
contrato de serviço. Esse modelo contratual, que pode ser oral ou escrito, é mais eficaz no
papel e mais confiável em situações que podem envolver ações judiciais. Para gerenciar o
contrato de serviço de forma eficiente, é necessário declarar, no documento, todos os dados
que fazem parte do acordo entre o contratante e o contratado. É importante ressaltar que os
contratos são ajustados em situações pacíficas, mas geralmente são utilizados em momentos
de conflito. Portanto, quanto mais detalhada for a informação, melhor será a segurança
necessária para cumprir com o que foi acordado.

O contrato garante legalmente que o serviço será prestado com base em informações
predeterminadas entre duas ou mais partes. Além de obrigações, responsabilidades, direitos e
prazos de cada parte, nele devem constar também todas as informações relevantes sobre o
contratante e o contratado. É importante saber que, embora esse contrato crie vínculo entre as
partes, não constitui vínculo empregatício, principalmente se a empresa prestar serviços com
profissionais de determinada área. Normalmente, esse tipo de contrato tem um prazo
preestabelecido para a execução do serviço associado. Este tipo de contrato está regulado no
artigo 1154.º do Código Civil .

AS PARTES

Para determinar quais partes estão cumprindo seus compromissos, é necessário


fornecer informações das partes (contratante e contratado). Vale lembrar que ambos podem
ser pessoas físicas ou jurídicas. Nesse momento, entram informações como:

1. nome dos envolvidos (contratante e contratado);


2. documentos das partes;
3. endereço, profissão e estado civil;
4. informações do representante legal caso esteja representando uma
pessoa jurídica.

OBRIGAÇÕES DAS PARTES

Nesse ponto, é necessário identificar as responsabilidades de cada parte envolvida,


podendo ser pessoa física ou jurídica. No caso da parte contratante, é preciso informar se
algum equipamento ou assistência alimentar será fornecido. Caso tenham contato com
informações confidenciais, é imprescindível adicionar uma cláusula de NDA (do inglês
Non-Disclosure Agreement e que pode ser livremente traduzido como Acordo de
Confidencialidade).
Já para a parte contratada, deve haver informações sobre como e quando executar o
serviço, se um local específico está definido etc. Existe também a obrigação do cumprimento
da prestação de serviços, seja por pré-pagamento, seja no final da atividade.

VALORES, PAGAMENTOS E PRAZO

Nessa etapa do contrato, são especificados valores, pagamentos e prazos. Aqui, deve
ser assinalado o valor que o cliente paga ao prestador de serviço. Tudo deve ser muito bem
detalhado no contrato, como formas de pagamento, multas por atraso, prazos para conclusão,
entre outros. Os termos e as condições de pagamento devem ser declarados, e também deve
constar se o valor será pago antes da prestação do serviço ou após a conclusão do serviço
sendo que a conversa entre as partes pode definir como preferem que seja feito: a cada parte
do serviço prestado ou por cada dia que ele foi realizado.

CONTRATO DE GRUPO

Esse tipo de contrato é aquele pelo qual um grupo de trabalhadores se obriga a colocar
a sua atividade profissional empresa, erminada lores sob à disposição de um empregador,
sendo que o empregador não assume essa qualidade em relação a cada um dos membros do
grupo, mas apenas em relação ao chefe do grupo. O mesmo está regulado no art° 22.ºda Lei
Geral do trabalho.

CONTRATO DE SOCIEDADE

Por fim, temos o contrato de sociedade que é aquele em que duas ou mais pessoas se
obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de certa actividade
económica, que não seja de mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa
actividade, ou seja, contrato social é um documento jurídico que define as relações entre os
sócios de uma determinada empresa, bem como os seus compromissos e direitos. Trata-se do
documento que define quem são os sócios e responsáveis legais da empresa, no qual todos os
envolvidos na criação do empreendimento devem definir as condições de funcionamento da
sociedade. Logo, é a certidão de nascimento de um negócio. Neste documento, também são
apresentados o nome da companhia, o ramo de atuação e o endereço da sede.

São três os requisitos essenciais do contrato de sociedade : a contribuição dos sócios,


o exercício em comum de certa actividade económica que não seja de mera fruição e a
repartição dos lucros:

A contribuição será de bens ou serviços. Podem os sócios contribuir com a


propriedade ou titularidade de bens, simplesmente com o seu uso e fruição ou com a
prestação de determinada actividade ou com os resultados desta. Falando intencionalmente na
obrigação de contribuir não exige uma contribuição imediata, atenta a natureza obrigacional
que o contrato no fundo reveste, qualquer dos sócios, se o outro ou outros não realiza a
prestação a que ficou adstrito, pode exigir do faltoso ou faltosos a contribuição em dívida,
essa prestação não se destina, porém, a quem tem o poder de a exigir, mas ao conjunto dos
sócios. Neste aspecto se distingue o contrato de sociedade do contrato de troca ou permuta,
em que a prestação de cada um dos contraentes se destina ao património do outro.

A actividade a exercer em comum o fim comum a todos os sócios – deve ser


determinada (certa), não podem constituir-se sociedades para fins indeterminados. Estes têm
de ser sempre especificados ou individualizados no contrato, embora possam ser vários, esses
fins. O fim comum deve consistir numa actividade económica, o que significa que dela deve
resultar um lucro patrimonial, embora se não deva confundir actividade económica com
simples produção de bens, pois a economia abrange outras actividades além da produção.

A sociedade tem sempre por objecto repartição de lucros, não bastando que o sócio
lucre directamente através da actividade em comum, o fim para o qual converge toda a
actividade societária é a repartição dos lucros. Constitui este, com efeito, o momento da
realização do interesse individual dos sócios, por força do qual se subordinaram ao interesse
social na prossecução do objecto.

Sem esta contribuição frustrar-se-ia a possibilidade de surgirem os outros elementos.


Se o fim do contrato de sociedade é a obtenção de lucros e o lucro representa o aumento do
valor do património no termo da actividade social, ou dos seus ciclos periódicos, em relação
aos elementos utilizados para produzi-lo, é óbvio que a atribuição, por parte dos sócios, dos
meios necessários ao exercício da actividade social, constitui elemento essencial do contrato,
o exercício comum de uma actividade económica que não seja de mera fruição. O que
caracteriza a sociedade é, a funcionalização atribuída a essas prestações que só se tornam
relevantes em ordem à prossecução em comum de determinada actividade. Essa actividade
que os sócios se propõem exercer vem a constituir o segundo elemento do contrato de
sociedade, o chamado objecto social. Esse contraste sócio-sociedade é resolvido através da
interposição de uma organização, destinada a gerir a prossecução desse objecto.
Este tipo de contrato é regulado pela lei n° 1/04 (lei das sociedades comerciais) e pelo
art 980° do Código Civil.

ESPÉCIES DE SOCIEDADE

a) Sociedade por quotas: sociedade por quotas é um tipo de sociedade,na qual, o


capital está dividido em quotas (rigorosamente, os sócios não respondem, via de
regra, com o seu património pessoal pelas dívidas da sociedade apenas o
património da sociedade ou seja, os sócios têm responsabilidade limitada. Este tipo
de sociedade está regulada pelo art°. 217° e segs do Código Comercial;

b) Sociedade anónima (S.A.): Sociedade Anônima é um modelo de empresa


caracterizada por ter o seu capital financeiro dividido por ações, desta forma, a
empresa deve ter sempre dois ou mais acionistas, que são os donos deste negócio,
portanto nesse tipo de companhia, tanto os sócios quanto os acionistas possuem
responsabilidade limitada a respeito do negócio. Este tipo de sociedade está
regulada pelo art°. 301° e segs do Código Comercial;

c) Sociedade em nome coletivo: a sociedade em nome coletivo é um tipo de


sociedade criada necessariamente por duas ou mais pessoas singulares ou coletivas
(sócios),na qual estes, para além de responderem individualmente perante a
sociedade, pela realização da entrada a que se obrigaram (em
dinheiro, espécie ou indústria ), respondem de forma pessoal e ilimitadamente pelas
dívidas da sociedade (perante os credores da sociedade), subsidiariamente em
relação à sociedade, mas solidariamente com os outros sócios. Este tipo de
sociedade está regulada pelo art°. 176° e segs do Código Comercial;

d) Sociedade em comandita: são tipos de sociedades comerciais nas quais existem


duas categorias de sócios, os sócios comanditados, que respondem perante os
credores da sociedade pelas dívidas desta de forma pessoal, ilimitada, subsidiária
em relação à sociedade e solidária com os outros sócios comanditados; e os sócios
comanditários, que não respondem perante os credores da sociedade pelas dívidas
desta. Este tipo de sociedade está regulada pelo art°. 201° e segs do Código
Comercial.

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