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MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS


FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

TRABALHO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL-ACÇÃO DECLARATIVA

MEIOS DE PROVAS-PROVA DOCUMENTAL, PROVA POR CONFISSÃO E PROVA PERICIAL

DOCENTE
_______________________

ADOLOSI BAÚ

LUANDA, 2023
MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR
UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

TRABALHO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL-ACÇÃO DECLATIVA

Trabalho de busca realizado por estudante do 3.º ano do curso de Direito da Unversidade
Óscar Ribas no âmbito da cadeira de Direito Processual Civil-Acção Declarativa.
Orientado por: Adolosi Baú

LUANDA, 2023
INTEGRANTES DO GRUPO

Clementina bentinho Kanjamba-20201376


N’diwene Diogo-20200166
Ofélia josiane Rocha - 20200085
Naomi Suana Gaspar- 20190815
Gracieth Patrícia Xavier-20200894
Lizete Mariano-20200579
Amélia Mendes -20201448
Neusa Regina – 20201147
Nazareth Vladimira Guerra Cuzingua- 20200097
Dulce Goma- 20200902
Adelina Bernardo-20201499
Janeth Leopoldo -20200462
Nilsa Janota-20201456
Jasmin Silva-20201185
Edvânia Cahango-20200637
Edmilson Pedro- 20200442
Lukeny Capitango-20200468
AGRADECIMENTOS

Sintamo-nos honrados em ter a chance de elaborar um trabalho de tamanha importância, pois é


sempre um grande prazer para nós enquanto estudantes. Ficam, portanto, especiais
agradecimentos, primeiramente a Deus pelo fôlego da vida, aos nossos pais pelo apoio e motivação
continua aos nossos estudos e em seguida a todos aqueles que contribuíram para materialização
desse trabalho.
DEDICATÓRIA

Dedica-se o presente trabalho ao professor da cadeira de Direito Processual Civil-Acção Declarativa e


aos demais alunos da Universidade Óscar Ribas da Faculdade de Ciências Humanas (Direito).
RESUMO

As provas são utilizadas para demonstrar que os fatos narrados ocorram da forma como foram
expostas, ficando assim as partes do processo, autor e réu, responsáveis por demonstrarem que
suas afirmações são verdadeiras e que possuem respaldo na lei, buscando o seu direito através dos
meios jurídicos.

O código do Processo Civil, no seu Capítulo III, enumera vários tipos de provas, mas vale aqui
ressaltar algumas, tais como: a prova documental, a prova por confissão e a prova pericial.
As provas podem ser classificadas segundo vários critérios. Assim, segundo seu objeto, podem ser
diretas e indiretas; quanto à fonte podem ser pessoais e reais; quanto à forma podem ser
testemunhais, documentais, pericial e documental e, por fim, quanto à preparação, serão causais ou
pré-constituídas.

A prova documental é um meio de prova bastante utilizado, pois documentos podem fornecer
informações fidedignas e objetivas. A prova confissão é o acto de uma pessoa admitir ou confessar a
prática de um acto ilícito ou irregular. A prova pericial é aquela que pretende trazer elementos de
convicção sobre fatos que dependem de conhecimento especializado ou técnico.
ABSTRAC T

The evidence is used to demonstrate that the narrated facts were authorized in the way they were
exposed, thus leaving the parties to the process, plaintiff and defendant, the responsibility of
demonstrating that their statements are true and that they have support in the law, seeking their
right by means cool. The Code of Civil Procedure, in its Chapter III, lists several types of evidence, but
it is worth mentioning here some, such as: documentary evidence, evidence by confession and
expert evidence. Evidence can be classified according to several criteria. Thus, according to their
object, they can be direct and indirect; as to the source, they may be personal and real; in terms of
form, they can be testimonial, documentary, expert and documentary and, finally, in terms of
preparation, they will be causal or pre-constituted. Documentary evidence is a widely used means of
proof, as documents can provide reliable and objective information. Proof of confession is the act of
a person admitting or confessing to the practice of an illicit or irregular act. The expert evidence is
the one that intends to bring elements of occurrences about facts that depend on specialized or
technical knowledge.
INTRODUÇÃO

O presente trabalho insere-se no âmbito da disciplina de Direito Processual Civil-Acção Declarativa e


a temática de reflexão que é Os Meios de Provas ( prova por confissão, prova documental e prova
pericial.

O termo “prova” tem vários significados, ele deriva do latim probatio, que significa provar, verificar.
Em linhas gerais a prova é o meio utilizado para o convencimento do juiz a respeito da existência de
determinado fato. As provas sempre estiveram presentes nas relações humanas visando estabelecer
a verdade dos fatos; e no âmbito do processo civil, onde existem inúmeras situações de litígio,
tem objetivo de efetivar o resultado prático favorável à justiça.

Nesse sentido, o vocábulo prova, no processo civil, pode significar tanto a atividade que os sujeitos
do processo realizam para demonstrar a existência dos fatos formadores de seus direitos que
haverão de basear a convicção do julgador, quanto ao instrumento por meio do qual essa verificação
se faz.

As provas são indispensáveis em todos os tipos de processo , através dos meios de


prova é possível a demonstração da verdade nas alegações sobre a matéria fática
controvertida e importante para o julgamento da causa. Sem provas, as decisões judiciais
podem ter sua validade questionada devido a divergência com o sistema jurídico Angolano.

Os meios legais de prova são definidos por lei, estes que são os meios de prova típicos. O Código de
Processo Civil enumera como meios de prova como: prova documental, prova por confissão e prova
pericial, as partes podem utilizar todos os meios legais e morais, ainda que não previstos em lei, para
provar suas alegações no processo.

HIPÓTESES

 As provas são indispensáveis em todos os tipos de processo;


 Os meios de prova devem estar revestidos dos princípios da moralidade e lealdade.

OBJECTIVO GERAL

 Compreender os Meios de prova por confissão, pericial e documental

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever o conceito, os principais autores e a abordagem legais e doutrinais dos Meios de


prova ;

 Explicar os tipos e instrumentos dos Meios de prova.


JUSTIFICATIVA

A escolha da temática surge da necessidade de compreender a conceptualização dos Meios de Prova


bem como o seu enquadramento legal, ainda que seja de forma lacónica.

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Para elaboração do presente descritivo fez-se o uso do método de abordagem, o método dedutivo e
da técnica de pesquisa bibliográfica e exploratório documental, fazendo uso de artigos cientificos,
livros e teses de mestrado e resumos.
1.MEIOS DE PROVA

A produção de provas dentro de um processo é de suma relevância, pois é através dela que o
magistrado julgara o fato, respeitando sempre o contraditório. As provas são utilizadas para
demonstrar que os fatos narrados ocorram da forma como foram expostas, ficando assim as partes
do processo, autor e réu, responsáveis por demonstrarem que suas afirmações são verdadeiras e
que possuem respaldo na lei, buscando o seu direito através dos meios jurídicos.

É de extrema relevância ressaltar que a produção de prova deve ser feita por meios corretos e
adequados, não sendo admitidas provas ilícitas e ilegítimas, bem como as provas inúteis e as
meramente protelatórias. O objeto da prova são os fatos pertinentes e relevantes ao processo, que
podem ser requisitados em momentos distintos, na petição inicial para o autor e na contestação para
o réu e no saneamento quando magistrado determina quais provas deverão ser produzidas, entre
elas as periciais, as orais ou as documentais.

É importante dizer, que os fatos notórios, aqueles que possuem grande relevância social e os que
possuem presunção legal, não estão sujeitos a provas. Conclui-se então, que o objeto de prova são os
fatos controvertidos do processo. Os meios de prova são os elementos trazidos para ajudar o
magistrado na busca da verdade dos fatos.

Normalmente se admite que o procedimento probatório se desenvolve em três momentos: aquele


em que a prova é proposta ou postulada pela parte; aquele em que a prova é admitida; aquele em
que a prova é produzida.

Destarte, três grandes sistemas existem quanto a avaliação da prova: o sistema da prova legal; o
sistema da livre apreciação da prova; o sistema da persuasão racional

O primeiro deles, prova legal - está praticamente abandonado. Cada prova tem um valor probante
inalterável, previamente estabelecido pela lei, o depoimento de um servo valia menos que o de um
nobre; o depoimento e dez servos valia mais que o de um nobre. Um único depoimento não era
suficiente para demonstrar a veracidade de um fato”testis unus, testis nulus”.

O outro sistema, livre convencimento é oposto ao anterior. O juiz é soberano e livre para formar
sua convicção a respeito dos fatos da causa, apoiando-se não só naquilo que as testemunhas
informaram, mas também em suas impressões pessoais. O juiz está totalmente liberto de qualquer
regra legal atinente à eficácia de uma prova.

O terceiro sistema persuasão racional é o adotado, como regra em nosso ordenamento. Embora
aceite o livre convencimento, impõe ao juiz a observância de algumas regras lógicas e máximas da
experiência comum.

1.1 Classificação das provas

As provas podem ser classificadas segundo vários critérios. Assim, segundo seu objeto, podem ser
diretas e indiretas; quanto à fonte podem ser pessoais e reais; quanto à forma podem ser
testemunhais, documentais, pericial e documental e, por fim, quanto à preparação, serão causais ou
pré-constituídas.

a) Prova directa e indirecta

A prova directa destina-se a comprovar a alegação de um fato, por outro lado a prova indirecta,
destina-se a demonstrar fatos secundários ou circunstanciais (indícios), por meio dos quais o juiz, em
raciocínio dedutivo presume como verdadeiro fato principal.

b) Prova pessoal ou real

Já prova pessoal decorre de declaração de uma pessoa, ao revés, a prova real é constituída por meio
de objetos e coisas.

O código do Processo Civil, no seu Capítulo III, enumera vários tipos de provas, mas vale aqui
ressaltar algumas, tais como: a prova documental, a prova por confissão e a prova pericial.
2.PROVA DOCUMENTAL

Prova documental é um documento escrito ou qualquer material que transmita um registro físico a
respeito de algum fato. Dessa forma, este meio de prova ocorre quando a parte deseja apresentar
um documento para demonstrar a ocorrência ou inocorrência de um acontecimento, ou seja, por sua
vez, é a utilização de documentos para comprovar alguma informação ou facto em um processo
judicial. Esses documentos podem ser diversos, como contratos, recibos, notas fiscais, cartas, e-mails
, gravações de áudio, vídeos, fotografias, entre outros.

A prova documental é um meio de prova bastante utilizado, pois documentos podem fornecer
informações fidedignas e objetivas. No entanto, também é preciso verificar a autenticidade e a
credibilidade desses documentos, para evitar fraudes ou falsificações.

O Código Civil define prova documental e documento do modo seguinte: prova documental
é a que resulta de documento; diz-se documento qualquer objecto elaborado pelo homem
com o fim de reproduzir ou representar uma pessoa, coisa ou facto - art.° 362. e 368.° do
Código Civil. No direito processual civil faz-se normalmente referência ao documento em
sentido estrito, isto é, ao escrito que contém uma declaração de ciência (narrativo) ou
uma declaração de vontade (constitutivo). Embora os art.os 527° e 535° se refiram também
aos documentos em sentido lato, a prova documental baseia-se geralmente em
documentos em sentido estrito.

2.1Classificação dos documentos

Os documentos escritos podem ser autênticos ou particulares, conforme a sua


proveniência.

 Autênticos são os documentos exarados, com as formalidades legais, pelas


autoridades públicas nos limites da sua competência ou, dentro do círculo de
actividade que lhe é atribuído, pelo notário ou outro oficial público provido de fé
pública - art.° 363.°, n.° 2 do Código Civil.

 Particulares ou documentos autenticados nestes documentos é lavrado um termo


notarial de autenticação, do qual consta a declaração das paras, perante o notário,
de que lhes foi lido, de que estão cientes do seu conteúdo e que este corresponde
à sua vontade. Em suma, o documento particular tem-se por autenticado quando as
partes confirmaram o seu conteúdo perante o notário.art°. 363.°, n.° 2 do Código
Civil.

2.2 Prova probatório dos documentos

Os documentos autênticos fazem prova plena dos factos que referem como praticados
pela autoridade ou oficial público respectivo, assim como dos factos que nele são
atestados com base nas percepções da entidade documentadora, os meros juízos pessoais
do documentador só valem como elementos sujeitos à livre apreciação do julgador -
art.°311°, n.° 1 do Código Civil.
Conforme resulta do preceito legal, os factos constantes do documento autêntico devem
ser agrupados em três categorias:

I. Ressaltam em primeiro lugar os factos referidos no documento como tendo


sido praticados pela entidade documentadora. Destes Factos faz o
documento prova plena. Só podem ser impugnada mediante prova do
contrário,isto é, arguindo a sua falsidade, nos termos do art.° 372.°, n.° 1 do
Código Civil;
II. Em segundo lugar, o documento faz prova plena quanto aos actos
praticados pelo documentador e quanto às declarações perante ele
emitidas, mas não quanto à veracidade ou ausência de qualquer vício
destas;
III. Por último, estabelece o preceito que os factos que traduzem meros juízos
pessoais do documentador valem apenas como elementos sujeitos à livre
apreciação do julgador

Os documentos particulares (incluindo os autenticados), logo que apurado que eles provêm
da pessoa a quem são atribuídos, considera-se plenamente provado que essa pessoa
emitiu as declarações que dos mesmos constam, sem prejuízo da arguição e prova da
falsidade do documento- art.° 376.°, n.° 1 do Código Civil. Estando estabelecida a
autenticidade da assinatura, presume-se a autenticidade do texto. Esta presunção admite,
no entanto, prova em contrário. Mas nem todos os factos contidos nessas declarações se
consideram provados. Apenas se consideram provados os factos contrários aos interesses
do declarante - art.° 376.°, n.° 2 do Código Civil.

2.3 Apresentação dos documentos em poder das partes

Os documentos destinados a fazer prova dos fundamentos da accão ou da defesa devem


ser apresentados com o articulado em que se aleguem os factos correspondentes - art°
523.°, n.° 1. Quer dizer, os documentos devem ser oferecidos juntamente com o respectivo
articulado, até mesmo quando se trata de articulado superveniente - art.° 506.°, n.° 5.

Verifica-se, portanto, que os documentos devem ser normalmente juntos ao processo, não
no período de instrução, mas em período anterior, na fase dos articulados. Acontece, por
vezes, que a parte não junta os documentos com o articulado em que alega os factos cuja
prova com eles pretende fazer. Se isso acontecer, não fica a parte impedida de requerer a
sua junção em
momento posterior.

Incumbe ao tribunal, por sua iniciativa ou a requerimento de qual quer das partes,
requisitar informações, pareceres técnicos, plantas, fotografias, desenhos, objectos ou
outros documentos necessários ao esclarecimento da verdade - art.° 535.°, n.° 1.

2.4 Arguição de falsidade do documento

A parte pode arguir a falsidade do documento ou a força probatória a ele atribuída, nas
situações previstas naquele preceito. O próprio representante pode arguir a falsidade
parcial do documento, quando se queira valer da parte não viciada do mesmo art°. 547°,
n.° 1.

A parte contrária é notificada para responder, salvo se a arguição houver sido feita em
articulado que não seja o último; neste caso poder responder no articulado seguinte - art.°
548.°, n.° 1. Com a arguição e com a resposta, podem as partes requerer a produção de
prova - art.° 549.°, n.° 1.

3. PROVA POR CONFISSÃO

A prova confissão é o acto de uma pessoa admitir ou confessar a prática de um acto ilícito ou
irregular. Ela pode ser feita tanto na esfera extrajudicial (fora do processo) quanto na judicial (dentro
do processo), sendo que, quando ocorre de forma voluntária e fundamentada, pode ser um
importante meio de demonstração de culpa ou responsabilidade. Do ponto de vista legal conforme
dispõe o art.° 352. do Código Civil, confissão é o reconhecimento que a parte faz da
realidade de um facto que lhe é desfavorável e favorece a parte contrária.

A confissão pode ser considerada como um elemento relevante na análise de um caso, mas é
importante ressaltar que ela deve ser obtida de forma voluntária, sem coação ou pressão indevida
sobre a pessoa que está a confessar. Além disso, a confissão deve ser avaliada juntamente com
outras provas e evidências apresentadas no caso para se chegar a uma conclusão justa.
No processo civil, a prova por confissão também é utilizada, mas de forma um pouco diferente do
que no processo penal. Em um processo civil, a prova por confissão ocorre quando uma das partes
admite determinados fatos relevantes para o caso, seja durante a fase de instrução processual ou em
audiência.

A confissão no processo civil pode ser expressa, quando a parte admite explicitamente os fatos, ou
tácita, quando a parte pratica um ato incompatível com a sua alegação inicial, admitindo,
indiretamente, a veracidade dos factos alegados pela parte contrária.

Entretanto, é importante ressaltar que a confissão em um processo civil não é absoluta e não vincula
automaticamente o juiz a decidir a favor da parte contrária. O juiz analisará a confissão juntamente
com as demais provas e evidências apresentadas pelas partes, levando em consideração a sua
credibilidade, coerência e coerência com as demais provas produzidas no processo.
III.1 Confissão do pedido

Diferente da confissão como meio de prova é a confissão do pedido.


A confissão do pedido não é um meio de prova, mas um meio de extinção da instância - cfr.
art.° 287.°, alínea d). A confissão do pedido, como é óbvio, apenas pode partir do reu, pois é
a ele que o autor dirige o pedido - cft. art.° 293.9, n.° 1. O teu, confessando o pedido,
reconhece o direito do autor, o que terá como consequência vir a acção a ser julgada
procedente, sendo o réu conde-
nado no pedido.

III.2 Modalidades da confissão

A lei distingue, em primeiro lugar, entre confissão judicial e confissão extrajudicial - art.°
355.°, n.° 1 do Código Civil. A confissão judicial é a feita em juízo. A confissão extrajudicial
é a feita por algum modo diferente da confissão judicial - art.° 355.n.os 2 e 4 do Código
Civil.

I. confissão judicial, é aquela considerada quer o processo em que é feita seja


de jurisdição contenciosa quer seja de jurisdição voluntária; quer se trate de
um tribunal comum quer de um tribunal arbitral. Por outro lado, considera-se
ainda confissão judicial a que foi feita em tribunal que depois veio a ser
declarado incompetente - n.° 2 do mesmo art.° 355.° do Código Civil.

A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Chama-se espontânea a que é


feita por iniciativa do confitente e provocada a que tem lugar quando é requerida pela
parte contrária (ao requerer o depoimento de parte) ou ocorreu quando a parte prestava
esclarecimentos ou informações (solicitados pelo juiz) - cfr. art.° 356.°. Na verdade, o juiz,
por sua iniciativa, ou a requerimento de qualquer das partes, pode determinar a
comparência pessoal das partes para a prestação de depoimento sobre factos que
interessam à decisão da causa - art° 552.°.

II. confissão extrajudicial não tem autonomia processual. Advém ao processo


pela via da prova documental ou pela via da prova testemunhal. Quando
proveniente de documento, pode ser autêntica ou particular, em
conformidade com a natureza do documento - documento autêntico ou
particular - em que está escrita - cfr. art.° 358.°, n.° 2 do Código Civil.

III.3 Força probatória da confissão

A confissão judicial escrita tem força probatória plena contra o confidente art.° 358.° n.° 1
do Código Civil. Não admite prova em contrário e muito menos, contraprova. A confissão
judicial escrita, assim como a extrajudicial, só pode ser declarada nula ou anulada, nos
casos previstos no art.°359.° do Código Civil, quando provém de erro ou outro vício da
vontade. A confissão extrajudicial feita em documento autêntico ou particular considera-
se provada nos termos aplicáveis a estes documentos.

III.4 Casos de inadmissibilidade da confissão

A confissão não faz prova contra o confitente nos casos referidos


nas diversas alíneas do art° 354.° do Código Civil. Nestes casos, o pedido de depoimento
de parte, com tal objectivo, deve ser indeferido, visto que, mesmo que o depoente
confessasse os factos articulados pela contraparte, a "confissão" não faria prova contra
si, nem sequer com o valor atenuado atribuído pelo art.° 361.° do Código Civil.

O primeiro dos casos mencionados no art.° 354.° do Código Civil diz respeito à confissão
que, por lei, é declarada insuficiente ou que recai sobre factos cujo reconhecimento ou
investigação a lei proíba - alínea a) do art.° 354.° do Código Civil. A confissão é insuficiente
sempre que a lei determine que os factos
5O possam ser provados por documento, como acontece no caso dos negócios jurídicos
para cuja celebração a lei exige escritura pública.

Também não é admissível a confissão se recair sobre factos relativos a direitos


indisponíveis - alínea b) do art.° 354. do Código Civil. Entre os direitos indisponíveis
referiremos os que dizem respeito ao estado das pessoas. Assim, a confissão não é eficaz
nas acções de impugnação de pa-ternidade, nas acções de investigação de maternidade
ou de paternidade, nas ações de anulação de casamento, de divórcio e de separação de
pessoas e bens.

4 PROVA PERICIAL

Como nem sempre os fatos litigiosos são resolvidos por meio de provas usuais, tais como
documentos e testemunhas, o juiz precisará do apoio de um profissional especializado, como
médico, engenheiro, cirurgião-dentista, entre outros.

A prova pericial é aquela que pretende trazer elementos de convicção sobre fatos que dependem de
conhecimento especializado ou técnico. Ela é elaborada por peritos, que vão analisar determinada
situação a partir de um conhecimento científico, técnico ou especializado.

O objetivo da perícia é trazer aos autos provas materiais ou científicas obtidas por meio de
procedimentos como: exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação
e certificação . A realização de perícia é necessária quando as questões controvertidas sobre
determinado fato exigirem conhecimentos técnicos ou científicos especializados, que não podem ser
demonstrados ou esclarecidos por pessoas sem habilitação profissional na área.

A perícia judicial é dividida em cinco etapas, que são:

I. Indicação pelo juiz da necessidade de prova pericial e indicação de um perito


do juízo nomeado pelo próprio juiz;
II. Apresentação de quesitos e indicação de assistentes técnicos, caso as partes
queiram;
III. Comprovação das alegações através de perícia direta ou indireta;
IV. Confecção do laudo pericial apontando se houve e qual a extensão do dano
e se tem nexo causal, por exemplo;
V. Impugnação ou concordância com o laudo pericial, por parte dos assistentes
técnicos que confeccionam seus pareceres após a perícia.

É a lei substantiva, como se sabe, que define o objecto da prova pericial e a sua força
probatória. Conforme dispõe o art.° 388.° do Código Civil, a prova pericial tem por fim a
percepção ou apreciação de factos por meio de peritos, quando sejam necessários
conhecimentos especiais que os julgadores não possuem ou quando os factos, relativos a
pessoas, não devam ser objecto de inspecção judicial.

Chama-se perito a uma pessoa que, em razão dos seus conhecimentos ou da sua perícia
em qualquer ciência, arte ou ofício, ou simplesmente da sua provada experiência, é...
nomeada para, sob juramento, elucidar determinados factos, para boa aplicação das
leis.202 Como se vê, a perícia tem por finalidade auxiliar o julgador na percepção ou
apreciação dos factos a que há-de aplicar o direito, sempre que sejam exigidos
conhecimentos especiais que só os peritos possuem.

3.1A importância da prova pericial

A falta de conhecimento técnico e científico em áreas específicas, dificulta o trabalho do judiciário na


tomada de decisões; muitas vezes informações, fatos e dados sem fundamentação e sem
comprobabilidade, são levados aos autos e podem propiciar equívocos na tomada de decisões. É
neste momento que surge a necessidade e caracteriza-se a importância do perito judicial para levar
aos autos a prova com base em informações técnicas, no formato do laudo pericial. Os profissionais
de engenharia e arquitetura que atuam nesta específica área de perícia como assistentes técnicos e
peritos, muitas vezes desconhecem a legislação vigente e apresentam informações que induzem
juízes e advogados a erros. A ausência de disciplinas na maioria dos currículos acadêmicos não
preparam os profissionais de engenharia para atuar nas áreas de perícias, ocasionando carência de
especialistas. Desenvolvemos ampla pesquisa que através da metodologia científica dedutiva, com
base em bibliografias consagradas, artigos científicos, monografias, legislação vigente e estudos de
casos vivenciados pela própria autora, visando caracterizar a importância da prova pericial e do
conhecimento técnico dos peritos nos processos judiciais. Os resultados encontrados demonstram
que o papel do perito judicial é de suma importância pois permitem aos juízes tomar decisões com
maior segurança. Diante da importância do trabalho do perito judicial é necessário que univesidades
disponibilizem disciplinas acadêmicas e de pós-graduação que venham a melhor preparar os
profissionais de engenharia para atuar nesta área.
a. Resultado da perícia

Em conformidade com o obiecto da perícia, os peritos procedem à inspeção e


averiguações necessárias à elaboração do relatório. O juiz assiste à inspecção sempre que
o considere necessário. As partes podem assistir à diligência e fazer-se assistir por
assessor técnico, nos termos do art.° 42.°, salvo se a perícia for susceprível de ofender o
pudor ou impli car quebra de qualquer sigilo que o tribunal entenda merecer proteção
- art.° 582.°, n.os 1, 2 e 3.

As partes podem fazer ao perito as observações que entendam e devem prestar os


esclarecimentos que o perito julgue necessários - art.°582.°, n.° 4. Os peritos podem
socorrer-se de todos os meios necessários ao bom desempenho da sua função, podendo
solicitar a realização de diligências ou a prestação de esclarecimentos, ou que lhes sejam
facultados quais art.° 583.9, n.° 1.

CONCLUSÃO

Contudo, podemos concluir que a produção de provas dentro de um processo é de suma


relevância, pois é através dela que o magistrado julgara o fato, respeitando sempre o
contraditório. As provas são utilizadas para demonstrar que os fatos narrados ocorram da
forma como foram expostas, ficando assim as partes do processo, autos e réu,
responsáveis por demonstrarem que suas afirmações são verdadeiras e que possuem
respaldo na lei, buscando o seu direito através dos meios jurídicos. Os meios de prova
devem estar revestidos dos princípios da moralidade e lealdade. Pudemos chegar a
conclusão, também, que os meios de prova são importantes e servem como força
probatória, ao passo que a confissão pode ser considerada como um elemento relevante
na análise de um caso, mas é importante ressaltar que ela deve ser obtida de forma
voluntária, sem coação ou pressão indevida sobre a pessoa que está confessando, a prova
pericial, na medida em que a análise do facto que carece de prova depende de
conhecimentos técnicos ou científicos que, em regra, o juiz não detém e que a
prova documental, por sua vez, é a utilização de documentos para comprovar alguma
informação ou facto em um processo judicial.
RÊFENCIA BIBLIOGRÁFICA

Revista Especialize On-line IPOG 1 (5), 2013

ANTUNES VARELA, J. MIGUEL BEZERRA e SAMPAIO E NORA, pág. 544;


ainda Manuel de Andrade, pág. 244.

AMARAL, Jorge Augusto Pais de. Direito processual civil, Coimbra, Almedina, 2018, p.424-
455.

Pires de Lima e Antunes Varela, Código Civil Anotado, vols. I e II, 3.a edição, Coimbra Editora, 1986.

Michele PAITAX LOPES Eduardo NOVACKI, 2018

Escola Superior de Tecnologia e Gestão, 2016

Código Civil Angolano

Código Processual Civil Angolano

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