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Introdução
O presente resumo é feito com o objectivo de auxiliar os
estudantes, uma vez que o manual de apoio é de difícil acesso para as
aulas. Urgiu a necessidade de se elaborar um pequeno resumo do manual
para que todos estejam munidos de pequenos conceitos de toda a matéria
que vamos abordar ao longo do presente ano lectivo.
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Resumo de Introdução ao Direito 12ª Classe, Ciências Económico-Jurídica
Coordenadora: Rosa Gomes
Liceu nº 792- Lubango - Introdução ao Direito
Resumido para tempo de pandemia da COVID-19
Antes de entrarmos nas temáticas sobre o Direito do Trabalho, entendemos ser necessário
que se defina, de forma sintética, o conceito de trabalho.
O trabalho faz com que o homem aprenda a conviver com outras pessoas, logo é um
elemento poderoso nas relações sociais entre homens.
O trabalho dignifica o homem. Sem o trabalho não há vida, não há desenvolvimento aos
mais diferentes níveis da sociedade humana. Sem trabalho não há sociedade próspera nem capaz
de satisfazer as necessidades materiais e espirituais do Homem.
O trabalho exige uma relação entre duas partes: quem trabalha e quem beneficia do
trabalho. Logo, é uma relação problemática com diferentes interesses, direitos e garantias.
Naturalmente que essa relação tem necessariamente que estar regulada por Lei.
1- Conceito de Direito do Trabalho: é o ramo da ciência do direito que tem por objecto as
normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho
subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à protecção desse
trabalho em sua estrutura e actividade.
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Noção
A LGT no seu artigo 10º dispõe que a relação de trabalho (jurídico-laboral) se constitui
com a celebração do contrato de trabalho e torna mutuamente exigíveis os direitos e os deveres
do trabalhador e do empregador que são partes do contrato.
Sendo um contrato obrigacionista, em virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com a
outra à realização de uma prestação, e, nessa medida, confundível na sua estruturação com um
contrato de prestação de serviços, de compra e vendas ou de empreitada. O contrato de trabalho
ganhou autonomia, exactamente, no sentido de abandonar o carácter livre da negociação e
estipulação contratual e por isso não se considerando vã na órbita do Direito das obrigações.
Contudo, existem muitas semelhanças com um contrato de prestação de serviços pelo que
é importante distinguir estes dois tipos contratuais.
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Para determinar o valor da retribuição variável tomar-se-á como tal a média dos valores
que o trabalhador recebeu ou tinha direito a receber nos últimos doze meses ou no tempo da
execução do contrato, se este tiver durado menos tempo. Se não for praticável este processo, o
cálculo da retribuição variável far-se-á segundo o disposto nas convenções colectivas.
Retribuição mista a medida que lhes for sendo possível estabelecer, para além do
simples rendimento do trabalho, bases satisfatórias para a definição de produtividade, procurarão
as entidades patronais orientar a retribuição dos seus trabalhadores no sentido de incentivar a
elevação de tais níveis. Estas bases terão em conta os elementos que contribuam para a
valorização do trabalhador, compreendendo designadamente as qualidades pessoais com reflexo
na comunidade empresarial.
A retribuição, no entanto, deverá consistir numa parcela fixa(certa) e noutra variável, com
o nível de produtividade determinado a partir das respectivas bases de apreciação.
A LGT é clara no seu artigo 14º a definir o objecto de um contrato de trabalho obriga a
que o trabalhador tenha uma ocupação efectiva, actividade do trabalho, pagamento de salário e
obediência as regras disciplinares.
a) Contrato sinalagmático: trata -se de pacto de natureza bilateral que gera obrigações
recíprocas às partes contratantes, resultando um equilíbrio formal entre as prestações ajustadas
bilateral: pois envolve obrigações tanto do Empregador quanto do empregado, tendo
reciprocidade no conjunto de prestações.
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e) intuito personae: possui carácter pessoal com relação ao empregado, somente este
empregado pode prestar a prestação de serviços. Para o Empregador não se exige o carácter da
pessoalidade.
1.4 O TRABALHADOR
O trabalhador é aquele que desempenha uma actividade sob a orientação de outro, para
receber um salário. O trabalhador é aquele que vive do seu trabalho.
Tanto é trabalhador aquele que opera numa fábrica, como aquele que está num escritório
a escrever relatórios. A actividade laboral é aquela a que talvez se dediquem mais pessoas no
mundo, pois de um modo geral é aquela de onde provêm os rendimentos.
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As garantias do trabalhador estão ligadas aos seus direitos que estão plasmadas no artigo
43º da LGT, embora se baseiem e tenham como fundamentos os direitos fundamentais pela CRA
e aqueles garantidos pelo artigo 7º da LGT.
Os poderes e deveres da entidade patronal estão plasmados nos artigos 36º e 41º da LGT.
Mas no fundo, reduzem-se a dois grandes aspectos: a organização da actividade da empresa e a
inclusão dos trabalhadores nessa actividade por forma a obter o maior rendimento e a disciplina
laboral. Alguns poderes poder de direcção. Poder de regulamentação, poder disciplinar. Alguns
deveres: deveres de assistência ou de protecção, dever de cooperação, e dever de ocupação
efectiva.
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O período de descanso dado entre uma jornada diária de trabalho e a próxima, entre o
fim de um expediente e o início de outro, haverá um período mínimo de dez horas consecutivas
para o descanso.
Descanso semanal
O artigo 120ª L.G.T diz que os trabalhadores têm direito a pelo menos um dia de
descanso obrigatório por cada semana de trabalho, e que este pode ser gozado em regra aos
domingo. Além disso, têm também direito a um outro dia de descanso, que deve coincidir com o
domingo ou o sábado artigo 122º L.G.T. O domingo é considerado “o” dia de descanso semanal
obrigatório, sendo o sábado considerado um dia de descanso semanal complementar. No entanto,
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é claro, existem excepções à regra, para responder às necessidades das empresas que não podem
parar a sua actividade em nenhum dia da semana.
Feriados
Feriado são considerados os dias em que se suspende o trabalho e as aulas, por prescrição
civil ou religiosa. Os feriados são declarados a nível nacional, no entanto o governo pode
estabelecer outros feriados a nível provincial sob proposta do governador da província. Os
feriados vem regulado na LGT artigo 126ºss
Decreto Presidencial sobre o Regulamento da Lei Nacional feriados, datas comemorativas locais
e nacionais (nº 156/12 de 29 de Junho de 2012) no seu artigo 6.º (Ponte) determina:
1. Quando o dia de feriado nacional coincidir com o dia de Terça ou Quinta-feira, há lugar à
suspensão a actividade laboral no dia útil anterior ou no dia imediatamente a seguir,
respectivamente, Segunda ou Sexta-feira.
3. Na semana que anteceder a ponte é acrescida uma hora e meia diária no período
normal de trabalho.»
Ferias
Lei geral do Trabalho nos seu artigo 129º ss, prevê 22 dias úteis de férias anuais após um
ano completo de serviço. Não inclui fins-de-semana, dias de descanso compensatório e feriados.
Os trabalhadores que começaram o trabalho durante o ano têm direito a dois dias de férias anuais
por cada mês de trabalho (até um limite máximo de 6 dias por mês). Um método semelhante para
determinar o período de férias com o mesmo limiar é aplicado no caso de o contrato de trabalho
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ser suspenso no ano a que se refere o direito a férias anuais. Prevê-se igualmente a redução do
número de dias de férias anuais em consequência das ausências nas condições previstas pela lei
(não podendo, contudo, ser reduzido para menos de 12 dias).
As férias anuais devem ser tomadas durante o ano civil ou antes do final do primeiro
mandato do ano seguinte. Um trabalhador que tenha membros da família que vivem no exterior
pode acumular férias de dois ou três anos. A acumulação de licenças também pode ser
disponibilizada, por acordo, aos trabalhadores que desejam passar as suas férias fora do país ou
numa região diferente do país.
Faltas
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As faltas justificadas são as que estão definidas como tal no artigo 145.º da LGT e não
afectam qualquer direito do trabalhador. As faltas consideradas justificadas prendem-se com
motivos relacionados com o trabalhador ou os seus familiares,
1. Suspensão, que vem regulado nos termos do capítulo IX, artigo 184.º ao 196.º da LGT;
2. Extinção ou termo da relação jurídico laboral por mútuo acordo, caducidade e
despedimento. Nos termos do capítulo X artigo 198.º ao artigo 241.º da LGT
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O despedimento só pode ser validamente aceite com fundamento na justa causa, o n.º 4
do artigo 76.º da CRA conjugado com o artigo 205.º e 206.º onde descreve-se as modalidades da
justa causa e fundamentos da justa causa respectivamente.
Não pode haver despedimento por iniciativa da entidade empregadora, sem justa causa
A justa causa não é exclusiva do Direito do Trabalho, pois é utilizado também no Direito
Civil. A justa causa, é todo o facto subjectivo ou objectivo, que ponha em causa a continuação do
vínculo contratual, outrossim, toda e qualquer ocorrência de motivos objectivamente verificáveis
que tornam praticamente impossível a manutenção da relação jurídico-laboral.
Assim, o trabalhador só poderá ser despedido quando haver justa causa segundo o disposto no
artigo 206.º (Causas Subjectivas) esta está ligada ao trabalhador, e o artigo 210.º (Causas
Objectivas) ligadas a empresa.
Cabe a entidade empregadora o Poder disciplinar que por sua vez é o poder que a
entidade patronal tem sobre os seus trabalhadores com vista à manutenção da ordem e
organização da empresa e consiste na punição de infracções disciplinares. Nos termos do artigo
48.º da LGT.
Assim, não basta a entidade patronal invocar justa causa e despedir o trabalhador. Antes
do despedimento tem que seguir um processo complexo. O detalhe deste processo está contido
nos artigos 46º e seguintes da LGT.
Quando a entidade patronal quiser despedir o trabalhador deve convocá-lo para uma
entrevista, nos termos do artigo 49º da LGT.
O dia, hora e local da entrevista que deve ter lugar antes de decorridos 10 dias úteis sobre
a data da entrega da carta.
1.7.2 DECISÃO
Tomada a decisão esta é comunicada por escrito ao trabalhador nos cinco dias seguintes
por meio de entrega direita ao trabalhador, contra recibo na cópia na presença de duas
testemunhas ou por correio registados, nos termos do artigo 50º nº2 da LGT.
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A lei admite a suspensão preventiva do trabalhador, uma vez que este pode começar a
perturbar o funcionamento da empresa sabendo que vai ser despedido. Assim, nos termos do
artigo 53º da LGT, com a convocatória para a entrevista o empregador pode suspender o
trabalhador de forma preventiva se considerar que a sua presença no local de trabalho pode ser
inconveniente.
A suspensão preventiva do trabalhador não constitui uma sanção disciplinar nem, tão
pouco uma suspensão do contrato de trabalho, mas apenas uma renúncia temporária do
empregador à prestação do trabalho, assente no pressuposto de que a presença continuada do
trabalhador pode prejudicar o procedimento disciplinar ou a actividade da empresa.
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Naturalmente, é inválido todo despedimento que não seja realizado com justa causa, nos
termos dos artigos 24º e 25º da LGT, competindo ao tribunal judicial decretar essa invalidade
(art. 209º da LGT).
Compete aos tribunais tomarem decisões acerca da nulidade ou outra invalidade dos
despedimentos, nos termos dos artigos 305º e 306º da LGT. Se, porventura, o tribunal declarar o
despedimento improcedente o empregador deve após o trânsito em julgado, proceder a
reintegração imediata do trabalhador no posto de trabalho nas exactas condições de que
beneficiava anteriormente, nos termos dos artigos 307º, 273º e 209º da LGT.
Finalmente, o trabalhador tem sempre direito aos salários de base que teria recebido se
estivesse a prestar trabalho, até à data em que tenha novo emprego ou do trânsito em julgado da
sentença se anterior ao novo emprego, mais sempre com o limite de nove meses de salário, nos
termos do artigo 209º nº 3 da LGT.
O órgão representativo dos trabalhadores (sindicato), disporá de sete dias úteis para emitir
o seu parecer fundamentado por escrito, analisando as razões invocadas e medidas pretendidas e
pode sugerir soluções concretas de recolocação dos trabalhadores afectados ou de redução do
número de postos de trabalho a suprimir ou a transformar. A falta de entrega de parecer escrito
ao empregador, no prazo referido faz entender que o órgão de representação aceita as razões
descritas.
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Por sua vez, o representante provincial do Ministério de tutela do trabalho dispõe de dez
dias úteis para decidir, entendendo-se, também, no caso de falta de comunicação fundamentada
ao empregador dentro deste prazo, que não se opõe à medida pretendida. Se o representante
provincial se opuser, pode o empregador reclamar para o director nacional competente na área
das relações colectivas do trabalho, que decidirá em definitivo no prazo de quinze dias contados
da apresentação da reclamação, entendendo-se que atendeu, se naquele prazo nada foi
transmitido ao empregador.
O aviso prévio deve mencionar a data em que o contrato de trabalho cessa e ser
acompanhado de cópia da comunicação global acima referida, nos termos do artigo 219º da
LGT.
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Pelas mesmas razões que justificam o despedimento por justa causa objectiva, pode
existir um despedimento colectivo quando os trabalhadores abrangidos forem cinco ou mais,
mesmo que o despedimento seja feito em datas diferentes, embora no prazo integrado de três
meses, nos termos do artigo 216º da LGT.
Se a entidade patronal obtiver autorização deve enviar a cada trabalhador um aviso prévio
de despedimento que torna o despedimento ‘’o efectivo a partir de determinada data. Também
há neste a possibilidade de recurso aos tribunais e direito a indemnização, nos termos do artigo
238º da LGT.
Rescisão com justa causa respeitante ao trabalhador (art. 226º, 236º e 227º da LGT).
centro de trabalho onde exerce a sua actividade com regularidade e permanência, sem dar directa
ou indirectamente qualquer notícia ao empregador;
A ausência do trabalhador por um período de dez (10) dias consecutivas, sem informar o
empregador do motivo da ausência.
Conflito de trabalho
Conflitos no trabalho são discussões entre duas ou mais pessoas, que acontecem no
ambiente de trabalho, por qualquer razão que as cause. Portanto, podem ser discussões entre
pessoas ou grupos de pessoas, que interagem para atingir o objectivo traçado pela empresa.
Quando estes desentendimentos são mais sérios ou estão relacionados à legislação, caso passa a
se caracterizar como uma disputa trabalhista. Isso significa que para resolver a questão, os
envolvidos deverão recorrer à justiça.
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É absolutamente inquestionável que a questão do ambiente ganha, cada dia que passa
foros de preocupação dominante e candente para toda a humanidade. Trata-se, no fundo, de
consciencializar todos e cada um de nós para a urgência de rapidamente invertemos a tendência
que se vem verificando para a destruição massiva que a acção humana exerce sobre o ambiente.
Em 1972, ainda no seio das nações unidas (ONU), realizou-se a primeira conferência
mundial sobre as questões do ambiente, fruto da qual nasceu a declaração de Estocolmo.
ambiente escassos, podem proporcionar ao homem. Por isso, merecem atenção do direito todos
os bens naturais que gozem deste atributo.
A CRA, no seu artigo 39º nº 2 refere-se à protecção do ambiente, criando as bases para
legislação específica consagrada na lei de bases do ambiente (LBA), Lei nº 5/98 de 19 de Junho.
O Direito do Ambiente é o primeiro ramo do direito que nasce, não para regular as
relações dos homens entre si, mas para tentar disciplinar as relações do homem com a mãe
natureza – os direitos do homem sobre a natureza, os deveres do homem para com a natureza e,
eventualmente os direitos da natureza perante o homem.
Definir as infracções e penalidades por causar danos não autorizados ao meio ambiente.
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O artigo 21º alínea m) da CRA, imputa ao Estado como tarefa fundamental promover o
desenvolvimento harmonioso e sustentado em todo território nacional, protegendo o ambiente, os
recursos naturais e o património histórico, cultural e artístico nacional.
Simultaneamente, o artigo 85º da CRA, determina que todo cidadão tem o direito a
qualidade de vida enquanto, que o 39º da CRA é preclaro a esclarecer que todos têm o direito de
viver no ambiente sadio e não poluído, bem como têm o dever de defender e preservar este
ambiente (nº1 do art.39º da CRA).
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Princípio da prevenção: impõe que qualquer acção com efeito no ambiente, seja imediato,
seja a prazo deve ser antecipada com vista a sua minimização, nos termos dos artigos 39º da
CRA e 4º alínea c) da LBA.
Princípio da participação
Princípio da responsabilização.
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A LBA define no seu capítulo II, nos artigos 6º a 10º qual o funcionamento orgânico da
gestão e protecção ambiental.
O órgão coordenador tem por missão fundamental: realizar e promover junto dos
restantes órgãos do aparelho do Estado e organismos não estatais as actividades que conduzam
ao desenvolvimento sustentável em todas as vertentes da vida nacional (art.7º nº3 da LBA).
Esse órgão pode-se fazer representar aos vários níveis da administração central e local e
também pode criar organismos especializados para levarem em avante actividades específicas da
gestão ambiental (art.7º da LBA).
Este Ministério tutela os seguintes serviços: o instituto de gestão ambiental, instituto nacional da
biodiversidade e áreas de conservação e fundo do ambiente.
No entanto, a protecção ambiental envolve geralmente uma acção intensa por parte do
Estado. Essa acção pode ser feita de duas formas, ou através de regulamentação directa,
proíbem-se umas actividades e permitem-se outras, o que implica sempre uma intervenção
intensa do Estado eventualmente severas distorções de mercado. Aliás neste caso o Estado pode
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Em Angola, a LBA trata das medidas de protecção ambiental nos seus artigos 11º á 20º.
A escolha do legislador angolano assentou em medidas regulamentadoras intensas,
designadamente de licenciamento de actividades (vide art. 17º da LBA).
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Explosão do comércio nas cidades (Norte de Itália e Florenza), que deu origem a
corporações profissionais de mercadores e a tribunais próprios que vieram a dar início a normas
consuetudinárias e codificações.
As fontes do Direito Comercial não são muito diferentes das fontes tradicionais do
direito: a CRA, as normas internacionais e as leis, além do costume desde que não seja contrário
a dignidade da pessoa humana e respeite a CRA (art. 7º). Em concreto, em Angola a fonte de
direito primacial de um Estado absolutamente soberano (não incluindo em qualquer espécie de
união ou acordo internacional, como acontece na Europa) é a constituição.
Como seria normal a CRA, contém normas fundamentais que determinam a natureza do
Direito Comercial o sentido e alcance. Destacaríamos o artigo 14º da CRA que garante e protege
a propriedade privada e a livre iniciativa económica e empresarial; O artigo 38º da CRA, que vai
no mesmo sentido de liberdade e protecção estatal do livre funcionamento do mercado e das
empresas.
O Direito Comercial por ser o Direito dos negócios, assume características específicas
importantes que se podem enumerar da seguinte forma:
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Actos de Comércio são todos aqueles que se acharem especialmente regulados no Código
Comercial. A Lei distingue entre actos de comércio objectivos e actos de comércio subjectivos.
Aliás, a LAC (Lei da Actividade Comercial), define acto de comércio, no seu art. 4º nº2
da seguinte forma: são considerados actos de comércio todos aqueles que se achem
especialmente regulados na presente lei e demais legislações complementares e além deles, todos
os contratos e obrigações dos comerciantes que forem de natureza exclusivamente civil, se o
contrário do próprio acto não resultar.
Actos de comércio objectivos: são os que correspondem aos tipos de actos previstos e
regulados unicamente pela lei comercial, independentemente de quem os pratica, ou seja são
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aqueles cuja relevância jurídica deriva do seu próprio conteúdo independentemente da pessoa
que os praticou. Por exemplo: Letras, livranças, cheques, operações bancárias.
Actos de comércio subjectivos: são aqueles praticados por quem exerce o comércio ou
uma sociedade comercial, salvo se resultar do próprio acto ou contrato que é de natureza não
comercial. Por exemplo: não é comercial o casamento do comerciante, o testamento do
comerciante, ainda que abranja bens empresariais. Também não é comercial a compra ou venda
do comerciante, não é comercial o empréstimo que o comerciante contrai para pagar dividas
contraídas com a formação profissional do seu filho.
3.6 OS COMERCIANTES
Comerciante é a pessoa que tendo capacidade para praticar actos de comércio faz deste a
profissão, assim como as sociedades comerciais (vide art. 13º e 18º do CC).
São aquelas que têm por objecto a prática de actos de comércio e adoptem o tipo de
sociedades definidos por lei. Nas sociedades comercias vigora o princípio da tipicidade (numerus
clausus). Segundo este princípio só se podem constituir sociedades comerciais as que adoptem
um dos tipos taxativamente previsto na lei. O fundamento deste princípio tem a ver com a
segurança do comércio ao nível jurídico.
capital social pode ser descrito como o montante investido pelos sócios para a formação
da própria sociedade, não se confundindo com o património desta.
O capital social não se confunde com o património social, mas sua vocação é a de
constituir o fundo originário, o núcleo inicial do património da pessoa jurídica, através do qual se
viabilizará o início da vida económica da sociedade.
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O património social é o conjunto de valores de que esta dispõe. Nesse património existem
valores activos – tudo o que a sociedade tem (dinheiro, créditos, imóveis, móveis etc); e valores
passivos – tudo o que a sociedade deve (títulos a pagar, saldo devedor de empréstimos, folha
salarial, impostos devidos). Fala-se assim em património líquido, que é a diferença entre o activo
e o passivo. Se o activo for superior ao passivo, a sociedade terá um património líquido positivo;
se inferior, terá património líquido negativo.
A lei das sociedades comerciais (LSC) angolana define, sociedades comerciais no seu
artigo 1º como” aquelas que tenham por objecto a prática de actos de comércio e se constituam
nos termos da presente lei”.
No seu art. 5º retracta que as sociedades gozam de personalidades jurídica partir da data
do seu registo de contrato pelo qual se constituem.
O artigo 2º da LSC determina que as sociedades devam ter um dos seguintes tipos legais:
Sociedade singular
Sociedade anónima
A empresa é titulada por um individuo ou pessoa singular, o qual poderá exercer a sua
actividade na área comercial, industrial, de serviços ou agrícola; responde ilimitadamente perante
os credores em caso de dívidas (incluindo dívidas fiscais e no caso e falência) contraídas no
exercício da sua actividade;
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ou não incluir uma expressão alusiva à sua actividade; Não é requerido capital mínimo; Não é
necessário pacto social, este tipo de sociedade é a excepção a regra.
Sociedades em nome colectivo são aquelas em que cada socio responde individualmente
pela sua entrada e pode entrar com bens de industria. A quantia que cada socio apresenta chama-
se entrada. Esta sociedade é formada por duas pessoas, os termos do art. 176 º da L.S.C, os
sócios respondem pela sua entrada, responde ilimitadamente pelas obrigações sociais,
subsidiariamente em relação a sociedade, e solidariamente com outros sócio.
A sociedade por quota é uma sociedade de responsabilidade limitada – dai a firma dever
terminar pela palavra “limitada” ou abreviatura “Lda.”, neste tipo de sociedade a
responsabilidade dos sócios encontra-se limitada ao capital social. Os sócios apenas são
obrigados a outras prestações quando a lei ou o contrato assim o estabelece. Apenas o património
da sociedade responde perante os credores pelas dividas da sociedade. O seu gestor denomina-se
gerente e o mínimo de sócios são 2. Encontramos regulamentada na LSC a partir do art. 217 º ss
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São aquelas que não existem participações sociais representadas por acções.de acordo o
art.210º LSC, os direitos subsidiários neste tipo de sociedade aplicam-se as disposições relativas
as sociedades em nome colectivo.
SOCIEDADES COLIGADA
È controlada a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas
deliberações dos quotistas ou da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos
administradores; a sociedade cujo controle, referido no item antecedente, esteja em poder de
outra, mediante ações ou quotas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já controladas.
Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participa com dez
por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.
Participação recíproca salvo disposição especial de lei, a sociedade não pode participar de
outra, que seja sua sócia, por montante superior, segundo o balanço, ao das próprias reservas,
excluída a reserva legal.
Aprovado o balanço em que se verifique ter sido excedido esse limite, a sociedade não
poderá exercer o direito de voto correspondente às acções ou quotas em excesso, as quais devem
ser alienadas nos cento e oitenta dias seguintes àquela aprovação.
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A informação é vista como o quarto poder, por isso não admira que o Direito se debruce
cada vez mais sobre a sua regulação, pois a informação actua em dois sentidos: por um lado
garante a liberdade, mas por outro, sobretudo quando falsa e caluniosa, condena sem julgamento
as pessoas que alveja. Há uma tensão entre liberdade e privacidade, entre democracia e direito ao
bom-nome que fazem do Direito de informação um dos estandartes de uma sociedade avançada.
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Volta-se a repetir aqui o carácter tensional do Direito de informação: por um lado existe
como um responsável da liberdade e democracia, mas por outro lado deve ser limitado por outros
valores tão importantes como a segurança e defesa do País, a dignidade pessoal ou a vida
privada.
O diploma legal essencial acerca do Direito de informação é a Lei de Imprensa, Lei nº.
17/06, de 15 de Maio. Existem outras normas importantes, quer no Código Pena, de punição de
crimes de injúrias e difamação, quer nas leis eleitorais e dos partidos políticos referentes a
liberdade de expressão cumpre-nos centrar no diploma básico e alargado sobre a imprensa, uma
vez que o seu conteúdo é bastante mais amplo do que o epigrafe.
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Esta lei no seu artº 2º contem algumas definições que diz respeito a Comunicação Social,
que é considerada como a comunicação de massas dirigida a um grande público heterogéneo e
anónimo, a partir de empresas ou órgãos de comunicação social, que organizam e fazem interagir
informação proveniente de fontes diversificadas e as divulgam através de veículos de transporte
suportados na imprensa escrita ou em meios de telecomunicações que incluem sinais de voz e
imagem.
Tal como a CRA, a LI garante a liberdade de imprensa no seu artº 6º, designadamente é
garantida:
O mesmo artigo 6º. Garante que nenhum cidadão deva ser prejudicado na sua vida
privada, social e profissional em virtude do exercício legítimo do direito a liberdade de expressão
do pensamento através da comunicação social.
Contudo e tal a CRA, a Lei impõe limites a liberdade de imprensa. São os seguintes:
Para que fique claro, nunca é demais que o artº 29º da Lei de Imprensa impõe que todos
os órgãos de comunicação social devem ter um estatuto editorial, devidamente aprovado que
define a sua orientação e os seus objectivos e especifique o seu compromisso em reger a sua
actividade de acordo com a CRA, a Lei de imprensa e os princípios deontológicos dos
jornalistas.
A L.I também prevê no seu artº 16. Que as publicações informativas, as emissoras de
radiodifusão e de televisão devem publicar, gratuitamente, com a máxima diligência e o devido
relevo, as notas oficiais provenientes dos órgãos de soberania do Estado.
Importa frisar que hoje em Angola existe um órgão que vela sobre a comunicação social.
Isto é a ERCA, composta por representantes indicados pelos partidos políticos.
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os jornalistas tem os seus direitos definidos ne garantidos pela LI, bem como o enquadramento
geral da sua profissão. Assim temos nos termos do artigo 17º da LI os seguintes direitos:
Pela sua natureza característica e por consistir na trave-mestra daquilo a que se chama o
quarto poder, a empresa de comunicação social merece um tratamento especial na LI, o que
acontece no artº 23.º.
O direito de resposta e rectificação está garantido para todos os cidadãos, quer na CRA,
quer na LI, e abrange qualquer pessoa singular ou colectiva, organização, serviço ou organismo
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Nestes termos, quem se sentir afectado pode exercer o direito de resposta e rectificação
tanto relativamente a textos e som, como a imagens.
Pelos actos lesivos de interesses e alores protegidos por Lei, cometidos através da
imprensa, respondem os seus autores, disciplinar, civil e criminalmente, artº 69º da LI.
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4.8. A IMPRENSA
Existe diferença entre publicação nacional e estrangeira (artigo 40º e 41º da LI),
consideram publicações angolanas as editadas em território nacional e que sejam de direito
angolano, independentemente da língua em que forem redigidas. São publicações estrangeiras as
editadas em outros países sob a marca e responsabilidade de empresa ou organismo oficial,
estrangeiro e que não preencham os requisitos estabelecidos para sem consideradas angolanas.
4.9. A RÁDIO
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O Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) é um órgão que tem por finalidade
regulamentar e monitorar a actividade de prestação de serviços de telecomunicações abertos à
concorrência competindo-lhe também a aplicação, gestão e fiscalização do espectro de
frequências radioeléctricas.
Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM) é uma instituição tutelada pelo que
busca assessorar e representar o Executivo através da regulação, supervisão e fiscalização do
Sector das Comunicações, incluindo as comunicações electrónica
4.10 A Televisão
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A TPA rege-se pela Lei nº 9/95, de 25 de Setembro e pela Lei nº 22/91, de 15 de Junho.
Wiener introduz a expressão cibernética, como o estudo das mensagens que comandam
uma qualquer operação em máquina, animais ou homens, no fundo o estudo da comunicação e
controlo.
A criminalidade e informática,
A doutrina aponta alguns princípios que podem servir como orientação para o
desenvolvimento do Direito da Informática. Neste Âmbito poderíamos considerar os seguintes
princípios orientadores:
Princípio da boa-fé – todo homem nos seus actos deve agir de boa fé, esta deve ser
entendida no significado objectivo do cumprimento honesto e escrupuloso das obrigações e
também como tradução do interesse social da segurança das relações jurídicas. Acima de tudo
entre os contraentes deve sempre haver credibilidade, sem esta os negócios não encontrariam
ambiente propício para se efectivarem.
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Princípio da efectividade – o juiz é incompetente para proferir sentença que não tenha
possibilidade de executar. É um intuitivo que o exercício da jurisdição depende da efectivação do
julgado. Este princípio é fundamental para dirimir as relações virtuais em virtude da mobilidade
das transacções e atribuição para execução do julgado.
Por exemplo na Europa em Abril de 2011, uma quebra de segurança de alto grau numa
empresa de tecnologia comprometeu as contas de 77 milhões de clientes: nomes, e-mails e
endereços postais, datas de nascimentos, senhas e informações de login, históricos de compras e
informações de cartões de créditos. Demorou quase uma semana antes de a empresa reconhecer a
violação de dados e informar os clientes afectados. Tal procedimento abriu uma janela de
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oportunidades para os eventuais criminosos que utilizam registos roubados. Houve um prazo de
uma semana em que puderam fazer o que quisessem, sem ninguém tomar medidas preventivas.
Existem várias medidas jurídicas que podem ser tomadas para a protecção de dados. Um
Direito ao esquecimento ajudará a gerir os riscos de transmissão de dados online quando uma
pessoa não quiser mais que os seus dados sejam processados, estes serão apagados. Um segundo
aspecto é o mais fácil acesso aos dados de cada um, bem como a facilitação da transparência de o
provedor de serviços para outro. Mas, o mais importante é a proibição de usos contrários às
liberdades fundamentais e a abertura ao cidadão dos dados que se encontrem em nome dele.
Nesse sentido é fundamental existir um forte apoio legal na protecção de dados pessoais.
Esta forte protecção legal só pode ser dada pela constituição que é a lei suprema e mais
importante do País.
Como seria de esperar numa constituição moderna e que pretende criar um Estado de
Direito Democrático a CRA, contém várias normas acerca de informática, sobretudo no sentido
da protecção e garantia das liberdades dos cidadãos.
Desde logo o 32.º da CRA determina que é reconhecido o direito a reserva de intimidade
da vida privada, afastando as incursões informáticas na vida íntima e pessoal de cada um,
prescrevendo que a lei ordinária estabeleça garantias efectivas contra a obtenção e utilização de
informações abusivas relativas às pessoas e famílias. De seguida o artigo 34º da CRA dispõe que
é inviolável o sigilo da correspondência e dos demais meios de comunicação privada,
designadamente os meios telemáticos. Só poderá haver acesso a essa informação por decisão de
autoridade judicial competente.
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2. Protecção dos dados pessoais a que devem ser tratados de forma lícita e com
respeito ao Princípio da Boa fé e reconhecido para finalidades determinadas, explicitas e
legítimas.
titular, é punido com pena de prisão ate 2 anos ou com multa ate 240 sias, este este acesso for
conseguido através da violação das regras de segurança ou de um serviço protegido apena vai de
2 a 8 anos nos termos do atrigo 438º CP.
Sabotagem informática artigo 441º CP É punido com pena de prisão até 2 anos ou multa
até 240 dias quem, de modo ilícito: alterar danificar, interromper, destruir, parte ou todo de uma
rede de comunicações electrónicas sistema informáticos; todo de uma rede de comunicações
electrónicas ou sistema informáticos; Perturbar gravemente o funcionamento de uma rede de
comunicações electrónicas, e sistemas informáticos; Se o dano emergente da perturbação for de
valor elevado, o agente é punido com a pena de prisão de 2 a 5 anos. Se o dano emergente da
perturbação for de valor consideravelmente elevado, ou atingir de forma grave ou duradoura uma
rede de comunicações electrónica, e sistemas informáticos que apoiem uma actividade destinada
a assegurar funções sociais essenciais, o agente é punido com a pena é de prisão de 2 a 8 anos.
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Burla informática e nas comunicações: é punido com as penas estabelecidas para o crime
de furto qualificado (1 a 12 anos), prejuízo material causado, quem, com o propósito de obter
para si ou para terceiros vantagem patrimonial pelas formas descritas, causar a outrem prejuízos
de natureza patrimonial, artigo 443º CP
Conclusão
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