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O contrato de trabalho, que vem previsto no artigo 11º CT, é o tipo próprio do contrato
para as relações de trabalho subordinado, na medida em que o Direito do Trabalho apenas
regula o trabalho subordinado. Da lei encontramos não só o mencionado artigo 11º CT, como
também encontramos no CC o artigo 1154º relativo à prestação de serviços.
“Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante
retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organização e
sob a autoridade destas”
Trabalhador é aquele que, por contrato, coloca a sua força de trabalho à disposição
de outrem, mediante retribuição.
Entidade patronal, empregador ou entidade empregadora é a pessoa individual ou
coletiva que, por contrato, adquire o poder de dispor da força de trabalho de
outrem, no âmbito de uma empresa ou não e mediante o pagamento de uma
retribuição.
O elemento-chave passa, portanto, pelo facto de o trabalhador não agir no seio de uma
organização própria, mas sim alheia, dirigida à obtenção de fins igualmente alheios, o que
implica a sua submissão às regras que exprimem o poder de organização do empregador.
É importante ressaltar ainda que estes indicadores têm de ser apreciados em conjunto,
tendo em conta um juízo global. Tome-se a título de exemplo um professor de natação: não é
pelo facto de o mesmo usar a piscina de determinado ginásio, sempre no mesmo horário, que se
pode considerar como trabalhador subordinado, pelo que neste caso seria sempre necessário
ponderar globalmente a existência ou não de outros indícios.
Além disso, nem todos os indícios podem assumir a mesma relevância, por exemplo numa
relação laboral encoberta, como os “falsos recibos verdes”, é de esperar que não haja uma
inscrição na segurança social como trabalhador dependente, tampouco que seja pago subsídio de
férias ou de Natal, já que isso seria contrário aquilo que se pretende encobrir.
4. Presunções de laboralidade
Em primeiro lugar, a função da presunção da laboralidade é inverter o ónus da prova, ou
seja, é a redistribuição do ónus da prova dos factos qualificantes da situação questionada.
O artigo 12º CT prevê a presunção de contrato de trabalho, sendo que no nº1 exige que “se
verifiquem algumas das seguintes características”, ou seja, bastará a existência de duas das
características aí enunciadas e não da sua totalidade.