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RESUMÃO

DIREITO EMPRESARIAL
Professor: Rebeca Leal
HISTÓRICO
Direito Comercial
1. Surge formalmente na Idade Média (Senhores feudais e Vassalos – acordos de proteção geralmente vitalício e hereditário)devido
à ascensão de formas de comércio mais organizadas, surgimento das corporações de mercadores e crescimento das cidades
medievais. Tudo isso gerou, naturalmente, a necessidade de se criar normas que regulamentassem essas atividades, as quais foram
criadas pela classe comerciante (regulamentação entre grupos) – Aqui surgem os embriões dos primeiros bancos e os primeiros
títulos de crédito (letras de câmbio).

2. Com a ascensão de Napoleão Bonaparte e o avanço da filosofia liberal da Idade Moderna, que dava ênfase à igualdade entre os
cidadãos, criou-se uma forma de regulamentação das atividades mercantis que não se sujeitasse à conveniência da classe dos
comerciantes, reorientando o foco daqueles que faziam parte das corporações para qualquer um que se enquadrasse como
realizador de uma atividade tida como comercial.

3. Com os novos horizontes alcançados pelo mundo do comércio, com o capitalismo e sua revolução nos sistemas de produção,
também essa forma de regulá-lo ficou obsoleta, o que faz surgir uma nova visão para o Direito Comercial. Nessa nova ótica, entre
em cena a figura do empresário, o conceito de empresa, a distribuição de bens e de serviços em larga escala, e o Direito Comercial
precisou ser o disciplinador, também, das empresas comerciais. Assim, tendo em vista as mudanças de contexto pelas quais passou
o comércio e, consequentemente, o Direito Comercial, sua evolução é dividida em três fases históricas.
HISTÓRICO

Primeiro período: compreende a Idade Média e tem por contexto o mercantilismo, o ressurgimento das
cidades, a aplicação dos usos e costumes mercantis e a codificação privada do Direito Comercial – pelos
comerciantes, tendo assim um caráter subjetivista.
Segundo período – abrange a Idade Moderna que, com a formação dos Estados Nacionais monárquicos e a
consequente monopolização jurisdicional, objetiva o Direito Comercial, que deixa de ser da classe dos
comerciantes e passa a valer para qualquer cidadão que exerça uma atividade comercial; destaque para a
Codificação Napoleônica com a bipartição do direito privado – civil e comercial – e para a teoria dos atos
de comércio.
Terceiro período – corresponde à Idade Contemporânea. tem como marco o Código Civil Italiano de 1942 e
se caracteriza pela unificação formal do direito privado, pela prevalência da teoria da empresa no regime
jurídico-empresarial e pelo papel da empresa como atividade econômica organizada.
ATIVIDADE EMPRESARIAL:
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS

O conceito de atividade empresarial pode ser identificado no artigo 966 do Código Civil. Segundo a
teoria da empresa, “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.

O empresário pode ser pessoa física (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária); em
ambos os casos, são requisitos ou características:

•profissional: o empresário deve exercer sua atividade de forma habitual, não esporádica;
•atividade: o empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa;
•econômica: a busca do lucro na exploração da empresa;
•organizada: segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho, os fatores presentes na empresa são: o capital, a
mão de obra, os insumos e a tecnologia;
•produção: a fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços;
•circulação: a intermediação de mercadorias ou de serviços.
ATIVIDADE EMPRESARIAL:
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
O conceito de empresário : artigo 966 do Código Civil, a definição de empresário:

Artigo 966: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção de bens ou serviços.”

CARACTERÍSTICAS:
1.“profissionalismo” exige-se uma habitualidade, não podendo, portanto, chamar de empresário aquele que
desenvolve atividade de forma esporádica, mesmo que esta seja explorada de forma comercial. A “atividade” é a
empresa, e este conceito é utilizado de modo equivocado muitas vezes no cotidiano, mas empresa deve ser
entendida como empreendimento, sendo esta a atividade em si. Na palavra “econômica” temos a finalidade do
empresário no desemprenho da atividade, que é a obtenção de lucro, pois este é essencial para manter o
empreendimento, para isso é necessário que os rendimentos supere as despesas, caso contrario tal
empreendimento não conseguirá se manter. Lembremos também que para alguns empreendimentos a finalidade
não é a obtenção de lucro, e mesmo diante disto a empresa precisa deste para custear o empreendimento, sendo
o lucro nessa hipótese considerado um meio e não a finalidade. No conceito “organizada” é necessário que o
empresário utilize os quatro fatores para articular sua atividade, sendo eles: Capital, mão de obra, insumos e
tecnologia. Na ultima característica que é a “produção de bens ou serviços”, esta é destinada a fabricação de
produtos ou mercadorias e na prestação de serviços.
ATIVIDADE EMPRESARIAL:
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.

OU SEJA: TODOS OS PROFISSIONAIS INTELECTUAIS E ARTISTAS NÃO SÃO EMPRESÁRIOS!!

EXEMPLO: Advogados (OAB inclusive veda a atividade mercantil, Contadores, Dentistas, Cantores, Atores, Escultores,
Escritores, Etc.

EXEMPLO 2: E SE UM VETERINÁRIO RESOLVE ABRIR UM PETSHOP?

E A SITUAÇÃO DOS RURALISTAS E ASSOCIAÇÕES FUTEBOLÍSTICAS?


ATIVIDADE EMPRESARIAL
REQUISITOS PARA SER EMPRESÁRIO
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente impedidos.

A) PLENO GOZO DACAPACIDADE CIVIL – 18 ANOS OU PELA EMANCIPAÇÃO. O incapaz não pode começar como
empresário, mas pode continuar como empresário. Aqui a regra é a da continuidade da empresa. Aqui, nesse
caso, o empresário deverá ser assistido por meio de uma autorização judicial chamada alvará.

OBS: EM CASO DE SOCIEDADE, O INCAPAZ PODERÁ INICIAR SENDO SÓCIO DESDE QUE NÃO DESENVOLVA
ADVIDADE ADMINISTRATIVA E O CAPITAL SOCIAL DA EMPRESA DEVERÁ ESTAR TOTALMENTE INTEGRALIZADO.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida
por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.

B) NÃO FOREM LEGAMENTE IMPEDIDOS – Por lei – SERVIDOR PÚBLICO (Magistrados, promotor, delegado,
leiloeiro. Etc). Em caso de aposentadoria, suspende esse impedimento.

OBS: EM CASO DE SOCIEDADE, O SERVIDOR PODERÁ COMPOR SOCIEDADE DESDE QUE NÃO DESENVOLVA
ADVIDADE ADMINISTRATIVA E O CAPITAL SOCIAL DA EMPRESA DEVERÁ ESTAR TOTALMENTE INTEGRALIZADO

O falido também não pode ser empresário.


ATIVIDADE EMPRESARIAL
REQUISITOS PARA SER EMPRESÁRIO
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente impedidos.

A) PLENO GOZO DACAPACIDADE CIVIL – 18 ANOS OU PELA EMANCIPAÇÃO. O incapaz não pode começar como
empresário, mas pode continuar como empresário. Aqui a regra é a da continuidade da empresa. Aqui, nesse
caso, o empresário deverá ser assistido por meio de uma autorização judicial chamada alvará.

OBS: EM CASO DE SOCIEDADE, O INCAPAZ PODERÁ INICIAR SENDO SÓCIO DESDE QUE NÃO DESENVOLVA
ADVIDADE ADMINISTRATIVA E O CAPITAL SOCIAL DA EMPRESA DEVERÁ ESTAR TOTALMENTE INTEGRALIZADO.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida
por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.

B) NÃO FOREM LEGAMENTE IMPEDIDOS – Por lei – SERVIDOR PÚBLICO (Magistrados, promotor, delegado,
leiloeiro. Etc). Em caso de aposentadoria, suspende esse impedimento.

OBS: EM CASO DE SOCIEDADE, O SERVIDOR PODERÁ COMPOR SOCIEDADE DESDE QUE NÃO DESENVOLVA
ADVIDADE ADMINISTRATIVA E O CAPITAL SOCIAL DA EMPRESA DEVERÁ ESTAR TOTALMENTE INTEGRALIZADO

O falido também não pode ser empresário.


ATIVIDADE EMPRESARIAL
CONCEITO DE EMPRESA

1. O conceito de Empresa não está positivado no ordenamento jurídico brasileiro, bem como nos países
precursores da teoria da empresa, portanto, podemos conceituar este termo como a realização de uma
atividade econômica explorada pelo empresário visando a organização, produção e a circulação de bens
e serviços.

2. Conforme o jurista Fábio Ulhôa Coelho, a empresa é a atividade econômica organizada para a produção
ou circulação de bens ou serviços. Sendo uma atividade, a empresa não tem a natureza jurídica de sujeito
de direito nem de coisa. Em outros termos, não se confunde com o empresário (sujeito) nem com o
estabelecimento empresarial (coisa).
ATIVIDADE EMPRESARIAL
CONCEITO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL

O Art. 1142 do CC de 2002 define estabelecimento como:


“Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário,
ou por sociedade empresária”

Noções Gerais:

 A sociedade empresária pode ser titular de mais de um estabelecimento. Nesse caso, aquele que ela
considerar mais importante será a sede, e o outro ou outros as filiais ou sucursais.

 O estabelecimento empresarial pode ser definido como o conjunto de bens organizados pelo
empresário para a exploração da atividade econômica (empresa). Apresentando-se como um conjunto
ou complexo de bens, não se resume, conforme visto, ao local de desenvolvimento da empresa.

 O estabelecimento empresarial não se confunde com o empresário, que é aquele que exerce a atividade
empresarial, e nem com a empresa, que corresponde à própria atividade exercida pelo empresário por
meio do estabelecimento empresarial. O estabelecimento não é sujeito de direito.
ATIVIDADE EMPRESARIAL
CONCEITO DE PONTO COMERCIAL

O ponto comercial é um dos elementos incorpóreos (abstratos) do estabelecimento comercial, é o local onde a atividade
empresaria é desenvolvida, o ponto físico.
Diante da massiva concorrência produtiva e comercial dos últimos anos, o local onde é realizada as atividades
comerciais (ponto empresarial) é considerado um dos elementos mais importantes de um empresa, que repercute
diretamente na freguesia e clientela, por vez aumentando o potencial econômico e financeiro de uma empresa.

Para resguardar o direito a esse potencial de lucratividade gerado pelo ponto comercial, a Lei 8.245/91 (locação
residencial e comercial) trouxe vários requisitos para que haja assim, a defesa dos direitos daquele que explora atividade
comercial em imóvel de outrem.

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato,
por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja
de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três
anos
ATIVIDADE EMPRESARIAL
CONCEITO DE PONTO COMERCIAL

O ponto comercial é um dos elementos incorpóreos (abstratos) do estabelecimento comercial, é o local onde a atividade
empresaria é desenvolvida, o ponto físico.
Diante da massiva concorrência produtiva e comercial dos últimos anos, o local onde é realizada as atividades
comerciais (ponto empresarial) é considerado um dos elementos mais importantes de um empresa, que repercute
diretamente na freguesia e clientela, por vez aumentando o potencial econômico e financeiro de uma empresa.

Para resguardar o direito a esse potencial de lucratividade gerado pelo ponto comercial, a Lei 8.245/91 (locação
residencial e comercial) trouxe vários requisitos para que haja assim, a defesa dos direitos daquele que explora atividade
comercial em imóvel de outrem.

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato,
por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja
de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três
anos
SOCIEDADES
CONCEITO

Toda sociedade tem natureza contratual – bilateral ou plurilateral (art. 981 CC).
Sociedade (desenvolvimento de atividades comerciais) x Associações (sem fins lucrativos)
Sociedade empresária: uma aglutinação de esforços de diversos agentes, interessados nos lucros que uma atividade
econômica complexa, de grande porte, que exige muitos investimentos e diferentes capacitações, promete propiciar. É a
que explora uma empresa, ou seja, desenvolve atividade econômica de produção ou circulação de bens e serviços,
normalmente sob a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima. Duas são as espécies de sociedades no direito
brasileiro: a simples e a empresária.

A sociedade simples: explora atividades econômicas específicas e sua disciplina jurídica se aplica subsidiariamente à das
sociedades empresárias contratuais e às cooperativas. É um tipo societário que serve àqueles que não são empresários,
para aqueles que desempenham uma atividade intelectual (ex: cooperativas, sociedade de rurais e sociedade de
advogados).
Outra função da Sociedade Simples é a subsidiariedade – subsidiariedade legislativa (art. 997 ao art. 1038 CC). Prazo 30
dias para o registro no RCPJ.
SOCIEDADES
SOCIEDADE SIMPLES X SOCIEDADE EMPRESÁRIA
Sociedade empresária, por sua vez, é a pessoa jurídica que explora uma empresa. A própria sociedade é titular da atividade econômica.
OBS: O termo é diferente de sociedade empresarial, que designa uma sociedade de empresários. No caso em questão, a pessoa jurídica
é o agente econômico organizador da empresa. É incorreto considerar os integrantes da sociedade empresária como os titulares da
empresa, porque essa qualidade é a da pessoa jurídica, e não de seus membros.
a principal diferença entre elas é o modo como exercem a sua atividade econômica. Na sociedade simples, a atividade
fim é desenvolvida pelos sócios. Já na sociedade empresária a atividade econômica é organizada e sua finalidade como
um todo é empresarial.

1. A sociedade simples é uma sociedade entre duas ou mais pessoas, que tem como objetivo a prestação de serviços por
meio de seus sócios. Neste tipo de parceria, os sócios exercem a suas profissões ou prestam serviços de natureza
pessoal. Esse tipo de sociedade geralmente abrange atividades intelectuais. Cooperativas e associações, por exemplo,
com fins sociais e culturais, sempre se enquadram como sociedades simples.

A sociedade empresária tem como objetivo a atividade econômica organizada para a produção e/ou circulação de bens
ou de serviços. Ou seja, a atividade empresarial está diretamente relacionada aos meios de produção de produtos ou
serviços. Mas o que significa “atividade econômica organizada”? Esse termo refere-se ao ao fato de que o produto ou
serviço que resulta desta sociedade é produzido pela empresa e não diretamente pelos seus sócios. Por isso existem
diferentes tipos de sociedades empresárias e nos mais variados formatos.
SOCIEDADES
SOCIEDADE PERSONIFICADA X SOCIEDADE NÃO
PERSONIFICADA
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS: é uma forma de organização na qual os membros ou proprietários
individuais são diretamente responsáveis por todas as obrigações e ações da entidade. Nesse tipo de sociedade,
não há separação legal entre a entidade e seus membros. Exemplos de sociedades não personificadas incluem
sociedades de pessoas e parcerias gerais. Nessas estruturas, os membros têm responsabilidade ilimitada pelas
dívidas e obrigações da sociedade, o que significa que eles podem ser pessoalmente responsabilizados por essas
questões.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS: entidade legalmente distinta e separada de seus proprietários ou membros
individuais. Nesse tipo de sociedade, a lei reconhece a entidade como uma pessoa jurídica, conferindo-lhe direitos
e obrigações próprios. Nessas estruturas, a sociedade possui identidade jurídica separada e pode ser
responsabilizada por suas ações, dívidas e obrigações legais.

•TIPOS: Sociedade Simples; Sociedade Limitada; Sociedade em Nome Coletivo; Sociedade em Comandita
Simples; Sociedade Comandita por Ações; Sociedade Anônima; Sociedade Cooperativa; Sociedade em Conta de
Participação.
SOCIEDADES
REGIMES ESPECIAIS: SOCIEDADE UNIPESSOAL
Para facilitar o empreendedorismo no Brasil, a Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) foi instituída pela Lei de

Liberdade Econômica (13.874/2019) e representa mais uma opção ao empreendedor que deseja constituir um

negócio com atuação individual.

permite a abertura de uma empresa com apenas um sócio, o qual possui responsabilidade limitada sobre o

capital social.

não é mais possível abrir uma empresa no formato Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada).

Isso ocorreu com a publicação da Lei n° 14.195, de 26 de agosto de 2021 que determinou o fim da Eireli,

substituindo-o automaticamente pelo SLU (Sociedade Limitada Unipessoal).

Meu cliente tem uma Eireli. O que devo fazer?

Não é preciso de preocupar. As empresas existentes serão transformadas em Sociedades Limitadas Unipessoais

(SLU) automaticamente. Assim sendo, não haverá a necessidade de qualquer alteração em seu ato constitutivo
SOCIEDADES
REGIMES ESPECIAIS: EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O Empresário Individual (EI) pode ser entendido como um regime empresarial constituído por uma única pessoa. Sendo

assim, não há a presença de nenhuma outra pessoa física nem jurídica. Contudo, o empresário deve ficar atento e

descobrir se preenche os requisitos mínimos para se inscrever nesse regime.

O empresário responde com seu patrimônio pessoal pelas obrigações contraídas por sua empresa. Em outras palavras,

a responsabilidade do empresário é sempre ilimitada.

Empresário Individual conta com um limite de faturamento equivalente a R$ 360 mil ao ano como Microempresa (ME)

ou 4,8 milhões como Empresa de Pequeno Porte (EPP). Porém, quem possui profissão regulamentada, como

advogados, arquitetos e médicos, não pode aderir a esse tipo societário.

De acordo com a Lei nº 12.441, de 2011, todas as atividades econômicas que são lícitas, possíveis e determinadas, que

não possuam vedação legal previstas no CNAE poderão ser enquadradas neste formato

Para abrir empresa, é preciso formalizar o pedido de registro de Empresário Individual, sendo necessário fazer um

registro na Junta Comercial do seu município ou da sua região e então já optar pelo enquadramento como Micro

Empresa ou Empresa de Pequeno Porte.


SOCIEDADES
REGIMES ESPECIAIS: MEI
O regime de Microempreendedores Individuais, também conhecido como MEI, é uma forma simplificada de formalização para
pequenos empreendedores. Foi criado no Brasil com o objetivo de facilitar a regularização de negócios de baixo porte, incentivando a
formalização e oferecendo benefícios especiais.
Para se enquadrar como MEI, é necessário atender a alguns requisitos. O empreendedor deve ter faturamento anual de até R$
81.000,00 (valor válido em 2021), não ser sócio ou titular de outra empresa e exercer uma das atividades permitidas pelo programa.
Ao se tornar um MEI, o empreendedor passa a ter um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e fica isento de algumas obrigações
e impostos federais, como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o
Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI).
O MEI também recolhe um valor fixo mensal, conhecido como DAS (Documento de Arrecadação Simplificada), que engloba o
pagamento de tributos como o Imposto sobre Serviços (ISS) para atividades de serviços e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS) para atividades de comércio e indústria. Esse valor é calculado de acordo com o setor de atuação do
empreendedor e é atualizado anualmente.
Além disso, o MEI tem direito a benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade, entre
outros. Também pode contratar um funcionário, desde que seja um único empregado que receba o salário mínimo ou o piso da
categoria.
É importante ressaltar que o MEI possui algumas limitações. O faturamento anual não pode ultrapassar o limite estabelecido, caso
contrário, o empreendedor precisará migrar para outro regime tributário. Além disso, o MEI deve cumprir obrigações acessórias,
como a entrega da Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN-SIMEI) e a emissão de notas fiscais para pessoas jurídicas.
TÍTULOS DE CRÉDITO
CONCEITO
1. Criados ainda na Idade Média, os títulos de crédito surgiram da necessidade de tornar as trocas mais
seguras e fáceis de serem realizadas. Ainda, vale lembrar que nos primórdios o comércio era praticado
através do escambo. Isto é, mediante a troca de uma mercadoria por outra.
2. Na medida em que o comércio evoluiu, os meios de troca precisaram evoluir para acompanhar o
dinamismo da economia. Nesse contexto, alguns bens de consumo passaram a servir como moeda, tais
como o sal e os metais preciosos.
3. Posteriormente, houve a substituição dos bens de consumo pelo papel-moeda emitido pelo Estado. E,
como etapa seguinte, avançou da “economia monetária” para a “economia creditória”.
4. Mas, embora ele tenha diminuído a utilização dos títulos de crédito tradicionais, ainda não os extinguiu.
Por exemplo, como é o caso da Lei 13.775/2018 que fala sobre a duplicata escritural eletrônica.
5. É o Código Civil que trata sobre o tema nos artigos 887 a 926. Além disso, temos as denominadas Leis
Uniformes de Genebra, incorporadas pelos Decretos 57.663/1966 e 57.595/1966. Ainda temos a aplicação
de leis especiais, como por exemplo:

•Lei 7.357/85: Lei do Cheque;


•Lei 5.474/68: Lei da Duplicata Mercantil;
1.1 Características:
1. Títulos formais, tipificados em Lei;
2. NATUREZA JURÍDICA: Bens móveis;
3. Títulos de apresentação;
4. Títulos Executivos Extrajudiciais, ou seja, podem ser cobrados sem uma ação prévia para a constituição da
dívida;

1.2 Princípios:
1. CARTULARIDADE: A representação material do título de crédito é uma carta. Para que o direito seja exercito
é preciso que o beneficiário esteja em posse do título;
2. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA: a autonomia do título significa que cada pessoa que se comprometer
no título assume uma obrigação, independente das obrigações pelos outros assumidas, não existindo
vinculação das obrigações. A autonomia é a desvinculação da causa do título em relação a todos os
coobrigados;
3. LITERALIDADE: Ele estabelece que o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Portanto, existe uma
correspondência exata entre o teor do título e o direito nele mencionado.
1.3 Fases Gerais (emissão ao pagamento):
1. SAQUE: EMISSÃO DO TÍTULO;
2. ACEITE: Concordância do devedor;
3. VENCIMENTO: Quando o título se torna exigível

1.4 Atos Cambiais


1. PROTESTO: Ato formal e solene que demonstrará o descumprimento na obrigação cambiária – leva-se até o
cartório de títulos e o tabelião notificará o devedor para o cumprimento da obrigação em até 3 dias, sob pena
de se cumprir com o protesto (espécie de controle de crédito);
2. AVAL: autorização de terceiro à garantia de pegamento do título junto com o devedor principal (aval é
diferente de fiança);
3. ENDOSSO: Meio utilizado por um credor de um título de crédito para transferir o conteúdo daquele título para
outro devedor. Transferência do título, na maior parte das vezes. (EM BRANCO – ASSINATURA NO VERSO, SEM
DESTINATÁRIO - OU EM PRETO – ASSINATURA NO VERSO COM DESTINATÁRIO: “PAGUE-SE À FULANO DE TAL”)
2. LETRA DE CÂMBIO

1. SACADOR: pessoa que dá a ordem de pagamento, criando a letra.


2. SACADO: pessoa que, aceitando a letra, deve pagar seu valor
3. TOMADOR: pessoa que recebe a letra de câmbio do sacador e pode cobrá-la no
vencimento, ou seja, a pessoa a quem a letra deve ser paga.
3. CHEQUE
O cheque é uma ordem de pagamento à vista. Pode ser recebido em dinheiro diretamente na agência em que
o emitente mantém conta. Ou pode ser depositado em outra agência, para ser compensado e creditado na
conta do beneficiário. Ao emitir um cheque, lembre-se de que ele poderá ser descontado imediatamente.

E o cheque pré-datado? Súmula 370 do STJ


4. NOTA PROMISSÓRIA
• A nota promissória é uma promessa de pagamento.
• O prazo prescricional da nota promissória é de três anos, contados a partir do
vencimento.
5. DUPLICATA
• Título de Crédito causal, ou seja, só pode ser emitido em duas hipóteses: compra e venda mercantil e
prestação de serviços.
• Quem emite é o próprio credor, diferente dos demais títulos de crédito, e terá 30 dias após a
comercialização do produto ou serviço para realizar a sua emissão
• O comprador poderá aceitar ou recusar no prazo de 10 dias, se recusar, deve fazer isso por expressamente.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
CONCEITO E PREVISÃO LEGAL

CONCEITO: A recuperação judicial é uma medida legal destinada a evitar a falência,


proporcionando ao empresário devedor a possibilidade de apresentar, em juízo, aos seus
credores, formas para quitação do débito.
PREVISÃO LEGAL: Lei 11.101/2005 (lei 14.112/2020 nova Lei de Recuperação Judicial -
reforma).
O legislador brasileiro definiu nova postura em relação ao tratamento dispensado às empresas em
crise, extinguindo do ordenamento jurídico o “favor legal” da Concordata, por um novo sistema que
desse real possibilidade à preservação da fonte produtiva de riqueza, no sentido mais amplo da
palavra, como forma de proteger os interesses sociais em benefício da comunidade e até como
forma de tutela dos direitos humanos, em particular, da dignidade da pessoa humana, no caso de
manutenção da fonte de trabalho dos empregados da empresa em crise.
REQUISITOS
Processo falimentar
Processo falimentar

CONSEQUENCIAS JURÍDICAS

•Formação da massa falida subjetiva;


•Suspensão das execuções individuais em curso contra a sociedade falida;
•Suspensão da fluência dos juros;
•Vencimento antecipado dos créditos contra a sociedade falida.

Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também
acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade
falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem. (grifo nossos)
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido
excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da
alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência.
(...)
Art. 190. Todas as vezes que esta Lei se referir a devedor ou falido, compreender-se-á que a disposição também se
aplica aos sócios ilimitadamente responsáveis.
OBRIGADA!

QUALQUER DÚVIDA ESTOU À DISPOSIÇÃO!

E-MAIL: rebeca.cssleal@gmail.com
INSTAGRAM: @rebecacleal
LINKEDIN: Rebeca Leal

Até breve!

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