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INTRODUÇÃO
O presente texto de apoio foi sugerido para os alunos da 12ª Classe da Escola
do I e II Ciclo da Paroquia de Santo Estevão B-1024, em Benguela sita na Zona “A”.
Numa linguagem cuidada, para os alunos deste nível de ensino, tratamos de sistematizar
os conteúdos referentes a disciplina de “Introdução ao Direito”, constantes do
programa curricular, resultante da Reforma Educativa fornecido pelo INIDE (Instituto
Nacional de Investigação e Desenvolvimento Educacional), sem entretanto retirar a
linguagem técnico-jurídica, merecida ao Direito.
A intenção deste texto, é de facilitar a compreensão do direito aos alunos deste
nível, já que ao longo do seu percurso estudantil, isto é desde a iniciação à 9ª classe, os
alunos não conheceram o Direito como disciplina, somente no II Ciclo, isto na 10ª
Classe, os alunos conhecem a disciplina. A novidade da disciplina no percurso de
formação pode justificar a má compreensão ou falta de interesse do aluno pela
disciplina, por este facto, entendemos haver toda a necessidade da elaboração deste
texto, com vista a atrairmos a atenção do aluno, no sentido de tornarmos o conteúdo
mais acessível de ser compreendido para colher melhores resultado no processo de
avaliação, adotando todos os métodos pedagógicos necessários, sem alterarmos o texto
do Manual da 12ª Classe, sugerido pelo INID, tratamos de resumir o conteúdo,
obedecendo a sua estrutura sumaria com as devidas interpretações e enquadramento em
concertação com a coordenação da Disciplina, procuramos igualmente, atualizar o
conteúdo em função da nova legislação e realidades sociais, dando exemplos práticos a
cada senário que se coloca.
A construção deste texto é resultado dos três (3) anos de aulas ministrados
nesta classe, as dificuldades por nós constatadas, suscitaram o interesse em tornar os
sumários desenvolvidos em texto escrito, que agora apresentamos ao caro aluno,
desejando que o mesmo lhe ajude a perceber melhor os conteúdos programados para a
tua classe.
Noção.
Trabalho domestica;
Trabalho prisional em instituições penitenciárias
Atividade desportiva profissional;
Intervenção em operações comerciais por conta de uma ou mais empresas e;
Qualquer outro trabalho que por lei seja declarado como relação de caracter
especial.
Os sujeitos;
Objecto;
Retribuição e;
Subordinação jurídica.
São sujeitos do contrato de trabalho e da relação jurídica-laboral, o trabalhador
e o empregador. O trabalhador é sempre uma pessoa física, já o empregador pode ser
uma pessoa física ou colectiva (art.12º lgt). Os sujeitos da relação jurídico-laboral,
devem ter capacidade jurídica prevista nos artigos 13º da LGT e 160º do Cód. Civil.
O objeto do contato de trabalho é o trabalho. Ou seja, é a categoria, função ou
posto a ocupar pela atividade a realizar dentro da empresa seja intelectual (ex: um
professor) ou física (ex: um operário de construção civil). Art. 14º lgt.
O contrato de trabalho, trata-se de uma atividade prestada mediante retribuição.
Ou seja é oneroso. A retribuição é a contrapartida da atividade realizada pelo
trabalhador.
O contrato de trabalho é exercido sob subordinação jurídica do trabalhador à
entidade patronal. Ou seja, o trabalhador exerce as suas atividades sujeito as orientações
e direcção do empregador (dentro dos limites do objeto do contrato).
A distinção entre estes dois contratos nem sempre é fácil, vejamos o seguinte
exemplo prático:
“João celebra um contrato com um taxista em que o taxista leva-o ao
emprego, todos os dias às 8 horas e às 18 horas busca-lhe de regresso a casa”.
Em princípio estamos diante de um contrato de prestação de serviço. Mas se
João possuir um automóvel e contratar umas motoristas duas horas por dia
(das 9h às 10h e das 17h às 18h), tendo este que fazer o mesmo que o taxista, o
contrato seria em princípio considerado como sendo de trabalho.
“A distinção entre ambos não é o facto de no segundo caso o carro pertencer
ao João, mas sim no critério da subordinação jurídica, uma vez que o cliente
não tem poder disciplinar sobre o taxista, mas já terá sobre o motorista”.
O contrato de trabalho temporário está definido no art. 31º da LGT. É como diz
o artigo o contrato pelo qual alguém cede a disponibilidade da força de trabalho de um
ou mais trabalhadores a outra empresa, a título oneroso e de forma temporária. Este
contrato apresenta-se em forma triangular:
1. Empresa cedente
Isto é, a empresa cedente (1), tem os trabalhadores (2) por via de um contrato de
trabalho normal, remunera-os e exerce sobre este o poder disciplina. E, estes
trabalhadores são enviados a empresa utilizadora (3), mediante um contrato entre ambas
empresas, para trabalhador realizar certa atividade nas suas instalações, uma vez que a
empresa utilizadora carece de mão-de-obra. Neste caso o poder disciplinar do
trabalhador fica a cargo da empresa utilizadora por delegação da empresa cedente.
Este tipo de contrato é vantajoso para empresa utilizadora, porque esta não
integra o trabalhador definitivamente por tempo indeterminado. Já por outro lado, tem o
risco de ser um contrato precário para o trabalhador.
1.7. O Trabalhador.
Categoria e função.
Antiguidade.
1.8. O Empregador.
Noção:
Poderes patronais.
Deveres acessórios.
Tal como trabalhador, o empregador também tem deveres de conduta nos termos
do art. 41º da LGT. Entre os deveres acessórios destacamos:
Dever de assistência ou de protecção – tomar medidas adequadas de higiene e
segurança no trabalho.
Dever de cooperação – obrigação de criar as condições técnicas materiais e
organizativas necessárias à prestação de trabalho.
Dever de ocupação efectiva – redução dos períodos normais de trabalho,
suspensão dos contratos de trabalho.
Noções gerais.
Ex: secretário, fiel do armazém, balconista etc. neste caso a determinação consiste
naquilo que o trabalhador vai fazer.
Possibilidade física do objecto – para que o contrato seja valido, exige-se que
seja fisicamente possível a actividade prestada. Ex: o surdo não pode ser telefonista,
cultivar abacates no céu.
Licitude - a prestação de trabalho de trabalho deve ser conforme não apenas com
a lei, mas também com a ordem pública e os bons costumes. Assim por exemplo não
será admitido um contrato de trabalho pelo qual alguém se compromete a cometer crime
ou a exercer a prostituição.
Período experimental.
Nos termos do art 18º da LGT, no contrato por tempo indeterminado, o período
experimental é de 60 dias. No contrato de trabalho por tempo determinado, só há
período experimental se for escrito, não podendo exceder a sua direcção: quinze (15)
dias para trabalhadores não qualificados e trinta (30) para trabalhadores qualificados.
Durante o período experimental qualquer das partes pode cessar o contrato de
trabalho, não havendo lugar a indeminização ou apresentação de justificação sem
obrigação de aviso prévio. O período experimental pode ser alargado até 4 meses
quando se trata de trabalhador que efectuam trabalho de elevada complexidade e até 6
meses em caso de trabalhadores que desempenham funções de gestão e direcção.
O período experimental pode ser deduzido ou excluído, mas terá de haver acordo
escrito de ambas as parte.
Duração do trabalho.
O período normal de trabalho está previsto no art. 95º da LGT. Por regra o
período normal de trabalho é o seguinte:
- Quarenta e quatro (44) horas semanais.
- Oito (8) horas por dia.
Estes períodos podem ser alargados nas seguintes situações:
- Até 54 horas semanais, nos casos em que o empregador adopte os regimes de
horários por turnos ou de horários modulados ou variáveis.
- até 9 horas diárias, nos casos em que o trabalhador seja intermitente ou de
simples presença ou em que o trabalhador concentre o período normal de trabalho
semanal em cinco dias consecutivos e 10 horas diárias, nos casos em que o trabalho seja
intermitente ou se simples presença ou em que o empregador adopte os regimes de
horários modulados ou variáveis.
Os limites máximos dos períodos normais de trabalho diário e semanal podem
ser reduzidos por convenção colectiva de trabalho ou por despacho do Ministro do
trabalho, nas actividades desgastantes, fatigantes ou perigosas ou que acarretem riscos
para a saúde do trabalhador.
A redução dos limites máximos dos períodos normais de trabalho não determina
a diminuição do salário dos trabalhadores nem qualquer alteração das condições de
trabalho que se torne desfavorável aos trabalhadores.
Quanto ao intervalo de descanso previsto no art. 96 º. Diz que o período normal
de trabalho diária deve ser interrompido por um intervalo para descanso e refeição de
duração não inferior a quarenta e cinco (45) minutos e nem superior a uma hora e meia,
de modo que aos trabalhadores não prestem mais de cinco (5) horas de trabalho normal
consecutivo. Este período pode ser alargado para duas horas diárias mediante acordo
das partes.
Trabalho extraordinário.
É todo trabalho prestado fora do horário normal de trabalho, tanto aquele que é
prestado em dia útil ou em dia de feriado ou descanso. O trabalho extraordinário o pode
ser prestado quando necessidades imperiosas da produção ou dos serviços o exigirem. O
art. 113º da LGT determina os casos em que devem ser feito o recurso ao trabalho
extraordinário.
A prestação do trabalho extraordinário é obrigatório desde que esteja prévia e
expressamente determinada pelo empregador, sob pena também de não ser exigível a
respectivo remuneração (art. 116º e 117º). No entanto o trabalhador poderá requer
licença do trabalho extraordinário em caso de doença e obrigações escola. Ficam ainda
dispensados do trabalha extraordinário os trabalhadores deficientes, menores e as
grávidas ou com filhos de idade inferior a 10 anos.
Não é considerado trabalho extraordinário, aquele trabalho prestado em dia
normal por trabalhadores isentos do horário de trabalho bem como os trabalhos
prestados para compensar os dias de ponte (art. 114 º).
Os limites máximos de duração do trabalho extraordinário são de duas (2) horas
por dia normal de trabalho; quarenta (40) horas por mês de trabalho e duzentas (200)
horas anuais (art. 115 º).
Trabalho nocturno.
Regime de falta
O regime legal das faltas está previsto no artigo 143º e seguinte da LGT.
a) Justificadas.
b) Injustificadas.
Perda da remuneração;
Desconto nas férias do trabalhador;
Infracção disciplinar.
Descanso semanal:
Feriados:
O empregador deve suspender o trabalho nos dias que a lei consagra como
feriados nacionais (consultar lei dos feriados nacionais). Esta regra não se aplica às
actividade ou estabelecimentos em regime de laboração contínua, ou seja, que não
podem encerrar um dia completo na semana (art. 126º).
O empregador não pode exigir a prestação do trabalho no dia de feriado, salvo
em situações em que seja necessario o trabalho extraordinário (art. 127º)
Os dias de feriados são considerados dias normais de trabalho por isso são
remunerados (art. 128º).
Férias:
Podemos entender as férias como a “ausência ao serviço previamente
autorizado até ao máximo de 30 dias, visando proporcionar um período de descanso
após determinados tempo de serviço”.
O trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um periodo de férias com a duração de
vinte dois (22) dias úteis em cada ano do trabalho prestado no ano civil anterior e vence
no dia (1) de Janeiro de cada ano (art.129º e ss).
A remuneração do trabalhador durante o periodo de férias é igual ao salario
base, acrescido de uma gratificação ou subsidio de acordo a alínea (a) do art. 158º da
lgt.
Local de Trabalho
2.3. RETRIBUIÇÃO
Relevância jurídica:
c) Salário Misto – quando constituído por uma parte certa ou outra variável.
Forma:
Lugar:
O pagamento de salário deve ser feito no local onde o trabalhador presta a sua
actividade ou nos serviços de pegamento do empregador quando esta situada junto ao
local de trabalho. Mas, pode por acordo entre as partes ser noutro local desde que não
sejam em estabelecimento de vendas de bebidas alcoólicas, casas de jogos ou centros de
diversão salvo se aquele for local onde trabalhador presta a sua actividade. O pagamento
do salário deve sepmre que as condições permitir ser feito pelo sistema bancário,
ficando o local, apenas para efeito de registo assinatura e controle (art.170º da LGT).
Nos termos do art. 158º da LGT, o trabalhador tem direito a duas gratificações
anuais, nomeadamente:
Não devem ser efetuados descontos aos salários, a não serem os previstos no
artigo 172º da LGT, nomeadamente:
Assim, os decontos não previstos neste artigo são ilegais, podendo o trabalhador
opôr-se mediante os mecanismos legais.
O pagamento de salário deve ser efectuado no tempo acordado entre as parte que
geralmente é de uma em uma semana ou de 15 em 15 dias ou mesmo de 30 em 30 dias.
O empregador que faltar com o pagamento do salário na data acordada incorre em mora,
constituindo assim crédito salárial.
Noção
Efeitos:
O trabalhador fica impedido de prestar o seu trabalho por factores que não lhe
são imputável nas seguintes circunstâncias (art. 189 da LGT):
O prazo de cinco (5) dias pode ser alargado para doze (12), nos termos do art.
191º, no caso de cumprimento de serviço militar ou quando a suspensão tenha uma
duração não inferior a doze (12) meses.
O contrato de trabalho cessa por causa objectiva, alheia a vontade das partes nas
seguintes circunstâncias (art. 199º):
Morte do trabalhador.
Incapacidade permanente, total ou parcial do trabalhador no periodo de
doze (12) meses.
Reforma do trabalhador.
Condenação do trabalhador por sentença transitada em julgado.
Morte, incapacidade total ou permanente ou reforma do empregador.
Falência ou insolvência do empregador.
Caso fortuito ou de força maior que impossibilite definitivamente a
prestar ou receber o trabalho.
Causa Justa:
Nos termos do art. 206º das LGT, são fundamentos para o despedimento
individual por justa causa as seguintes infracções disciplinar do trabalhador:
a) Faltas injustificadas ao trabalho, desde que excedem três (3) dias por mês ou
doze (12) por ano ou, independentemente do seu número, desde que sejam causa
de prejuízos ou riscos graves para a empresa;
b) Incumprimento do horário de trabalho mais de cinco anos (5) vezes por mês;
c) Desobediência grave, ou repetida, a ordens e instruções legítimas dos superiores
hierárquicos e dos responsáveis pela organização e funcionamento da empresa
ou centro de trabalho;
d) Desinteresse repetido pelo cumprimento das obrigações inerentes ao cargo ou
funções que lhe estejam atribuídas;
e) Ofensas verbais ou físicas a trabalhadores da empresa, ao empregador e sues
representante ou superiores hierárquicos;
f) Indisciplina grave, perturbadora da organização e funcionamento do centro de
trabalho;
g) Furto, ou roubo, abusa de confiança, burla e outras fraudes praticadas na
empresa ou durante a realização do trabalho;
h) Quebra de sigilo profissional ou de segredos da produção e outros casos de
deslealdade, de que resultem prejuízos graves para a empresa;
i) Danos causados intencionalmente ou com negligencia grave, nas instalações,
equipamentos e instrumentos de trabalho ou na produção, e que sejam causa de
redução ou interrupção do processo produtivo ou prejuízo grave para empresa;
c) Despedimento Colectivo.
a) Justa causa:
Nos termos dos art. 226º e 227º, são fundamentos para o trabalhador rescindir o
contrato por justa causa os seguintes:
Diz o art. 228º que não havendo justa causa, o trabalhador pode extinguir a
relação jurídica laboral, mediante aviso prévio escrito ao empregador com antecedência
de trinta (30) dias, na falta do aviso o trabalhador fica obrigado a indeminizar o
empregador.
c) Abandono do trabalho:
(i) O salario-base;
(ii) Os anos de srviço (antiguidade);
(iii) A natureza da empresa quanto à tipologia (grande, media, pequena e micro).
a) Compensações:
Há compensação por cessão do contrato por motivos relativos ao empregador nas
seguintes situações (art.236º):
Cálculo:
Lembrar que este cálculo acima, se refere às grandes empresas. Sendo certo que para as
médias empresas o limite de anos é de 3 anos e a percentagem baixa para 40%. Quanto
as pequenas e micros empresas o limite de anos reduz para 2 e as percentagem dos
restantes anos baixa para 30% e 20% respectivamente.
Exemplo:
Salário-base = 100.000,00
Anos de serviço = 8
b) Indemnizações:
Cálculo:
Lembrar igualmente o cálculo acima, se refere às grandes empresas. Sendo certo que
para as médias, pequenas e micros empresas as percentagem baixa para 40%, 30% e
20% respectivamente.
Exemplo:
Salário-base = 100.000,00
Anos de serviço = 8
3.1.TRABALHO DA MULHER.
Assim nos termos dos artigos 242º, 243º à 252º, constituem condicões especiais
das mulheres as seguintes:
b) Protecção da Maternidade:
3.2.TRABALHO DE MENOR.
Assim nos termos dos artigos 253º, à 261º, constituem condicões especiais do
trabalho de Menores as seguintes:
Trabalhos que pela sua natureza e riscos potenciais, ou pelas condições em que
são prestados, sejam prejudiciais ao seu desenvolvimento físico, menta e moral;
Trabalhos em teatros, cinemas, boites, cabarés, dancing e estabelecimentos
análogos, bem como o exercício das actividades de vendedores ou
propagandistas de produtos farmacêuticos;
O salário não pode ser inferior a 40% e superior a 70% com referência ao
salário de um adulto;
O periódo normal de trabalho é reduzido a seis (6) horas diárias e trinta e quatro
(34) por semana;
Só pode ser despedido mediante autorização prévia da Inspencção-Geral do
Trabalho.
Assim nos termos dos artigos 262ºº, à 265º, constituem condicões especiais do
trabalho de Menores as seguintes:
Por essa razão não se aplica o príncipio para trabalho igual, salário igual.
Assim nos termos dos artigos 267º, à 271º, devem os empregadores em função
da sua capacidade económica, criar as condicões que visam a promoção social e cultural
dos trabalhores: