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05/09/23, 10:36 LTPS - JORNADA DE TRABALHO - Normas Gerais

Informativo 28 - Página 0 - Ano 2023

ORIENTAÇÃO
JORNADA DE TRABALHO - Intervalos

Saiba quais os intervalos o empregador está obrigado a conceder aos empregados

Como o trabalho ininterrupto leva o homem à fadiga física e ao esgotamento mental, o empregado terá,
obrigatoriamente, de dispor de tempo para repor as energias despendidas durante a jornada de trabalho.
Para tanto, o empregador deve conceder ao empregado períodos para repouso ou alimentação, bem como
para descanso entre as jornadas de trabalho, não sendo essas interrupções computadas na duração do
trabalho.
Neste Comentário, vamos analisar os intervalos obrigatórios que o empregador está obrigado a conceder
aos empregados.

1. JORNADA DE TRABALHO
A  Constituição Federal/88  fixa em 44 horas a duração da jornada de trabalho semanal e em 8 horas a
jornada de trabalho diária, além de repouso semanal remunerado, com duração de 24 horas ininterruptas,
preferencialmente aos domingos.
Já na CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, temos a fixação dos intervalos obrigatórios:
a) Descansos intrajornada: que ocorrem dentro da jornada de trabalho e
b) Descanso entre jornadas: que ocorre entre as jornadas diárias de trabalhando, separando uma da outra.

(Constituição Federal/88 – Art. 7º, Inciso XIII; Lei 605/49 – Art. 1º; CLT – Arts. 66, 67 e 71)

1.1. CONTROLE DE HORÁRIO


Para os estabelecimentos com mais de 20 empregados será obrigatória a anotação da hora de entrada e de
saída em registros manuais, mecânicos ou eletrônicos individualizados de controle de horário de trabalho,
permitida a pré-assinalação do período de repouso ou alimentação.
Assim, os intervalos para descanso deverão estar anotados diariamente  no controle de horário dos
empregados, seja através de pré-assinalação, seja através de registro no ponto.

(CLT – Art. 74, § 2º)

1.2. NÃO COMPUTADO  NA DURAÇÃO DA JORNADA


Os intervalos estabelecidos na legislação para descanso e alimentação não serão computados na duração
da jornada de trabalho.
Portanto, não são remunerados, não gerando custos diretos para as empresas.
Como pode ser observado no exemplo do subitem 2.1, desta Orientação, o empregado pode permanecer
nas dependências da empresa por até 9 horas, mas somente será remunerado pelas 8 horas trabalhadas.

(CLT – Art. 71, § 2º)

2. INTERVALO INTRAJORNADA
É o lapso temporal no transcorrer da própria jornada, isto é, dentre o início e término da prestação de
serviços.
(CLT – Art. 71)

2.1. JORNADA SUPERIOR A 6 HORAS


Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo
para repouso ou alimentação, o qual deve ser, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato
coletivo em contrário, não pode exceder duas horas.
A legislação não fixa o momento em que deve ser concedido o intervalo para o descanso. Logo, em uma
jornada normal de 8 horas de trabalho, o descanso pode ser estabelecido em qualquer momento, desde que
seja dentro e não após a jornada, como observamos a seguir:
- 8:00h às 12:00h (1º período)
- 12:00h às 13:00h (intervalo para descanso)
- 13:00h às 17:00h (2º período)
Neste caso, o empregador não necessita conceder dois intervalos na mesma jornada de trabalho, ou seja, o
de 1 hora e o de 15 minutos, cumulativamente, pois a expressão “trabalho contínuo” contida no artigo 71 da
CLT deve ser entendida como jornada diária e não como períodos individuais que antecedem ou sucedem o
horário de repouso. 

(CLT – Art. 71)

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2.1.1. Intervalo Superior a Duas Horas
O intervalo somente poderá ser superior a duas horas, se houver previsão no acordo ou convenção coletiva
neste sentido. Se tais requisitos não forem atendidos, o que exceder duas horas irá configurar tempo à
disposição do empregador e será remunerado como horas extras.

(CLT – Arts. 71 e 611-A, inciso III)

2.1.2. Redução do Intervalo


A princípio o limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do
Trabalho e Emprego, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o
estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando
os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
Contudo, com a reforma trabalhista, foi definido que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho
têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre intervalo intrajornada, respeitado o limite
mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas.
Assim, desde 11-11-2017, data do início da vigência da reforma trabalhista, cabe ao sindicato autorizar,
através de acordo ou convenção coletiva, a redução do horário de intervalo para período inferior a uma hora,
sendo a duração mínima de 30 minutos, nas jornadas superiores a 6 horas. Observe que a redução do
intervalo irá gerar, consequentemente, alteração da jornada de trabalho.

Por exemplo: Empresa com jornada regular de 8h diárias, acordou com o sindicato da categoria dos
empregados redução do horário de intervalo para 45 minutos diários. Assim, teremos a seguinte alteração de
jornada:
a) Jornada de trabalho antes da redução do intervalo
Das 8h30 às 12h30 – 4 horas trabalhadas
Das 12h30 às 13h30 – 1 hora de intervalo
Das 13h30 às 17h30 – 4 horas trabalhadas
Total = 8 horas trabalhadas

b) Jornada de trabalho após a redução do intervalo


Das 8h30 às 12h30 – 4 horas trabalhadas
Das 12h30 às 13h15 – 45 minutos de intervalo
Das 13h15 às 17h15 – 4 horas trabalhadas
Total = 8 horas trabalhadas

(CLT – Arts. 71, § 3º e 611-A, Inciso III)

2.2. JORNADA SUPERIOR A 4 ATÉ 6 HORAS


Quando a jornada de trabalho for inferior a 6 horas, mas superior a 4 horas, como os contratados com tempo
parcial, será obrigatório um intervalo de 15 minutos para descanso.
Este intervalo se aplica somente quando a jornada diária estiver compreendida entre 4 e 6 horas.
Portanto, não se aplica aos empregados que tenham jornada diária de mais de 6 horas, mas que, por força
do intervalo para descanso ou refeição, acabam tendo um dos períodos com jornada de mais de 4 horas,
como pode ser observado no exemplo do subitem 2.1, desta Orientação. No exemplo, será devido somente
o intervalo de uma hora.
O intervalo de 15 minutos deverá ser concedido durante a jornada para o empregado contratado para
trabalhar de 4 a 6 horas por dia, podendo o mesmo ser concedido a qualquer momento, desde que dentro
da jornada e nunca após a mesma.

Exemplo:
8:00h às 11:00h (1º período)
11:00h às 11:15h (intervalo para descanso)
11:15h às 14:15h (2º período)

(CLT – Art. 71, § 1º)

2.2.1. Prorrogação Habitual da Jornada de 6 Horas


Segundo o  item IV da Súmula 437 do TST, ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de
trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador ao
pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período não usufruído do intervalo, com acréscimo de
50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, conforme analisado no subitem 2.4 desta
Orientação.
Em outras palavras, se a jornada efetivamente trabalhada é superior a seis horas de trabalho, considerando,
por exemplo, a prestação de horas extras, ou acordo de compensação, o direito ao intervalo intrajornada
mínimo passa a ser de uma hora e não de quinze minutos.

(CLT – Art. 71, § 4º; Súmula 437 do TST)

2.3. JORNADA DE ATÉ 4 HORAS


Na jornada de trabalho de até 4 horas, não será obrigatória a concessão de intervalo para descanso ou
alimentação.
Neste caso, toda a jornada poderá ser executada de forma contínua, pois se entende que não há sintomas
de fadiga, não sendo necessário dar tempo ao empregado para se recompor.

(CLT – Art. 71, § 1º)

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2.4. AUSÊNCIA OU CONCESSÃO PARCIAL DO INTERVALO
O empregador que não conceder o intervalo para repouso ou alimentação ou conceder parcialmente o
intervalo mínimo, fica sujeito ao pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com
acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.  
Assim, se o empregado foi contratado para trabalhar 8 horas por dia, com salário-hora de R$ 20,00, e a
empresa não concedeu o intervalo mínimo de uma hora para descanso ou alimentação, ele terá direito a
receber, pelo intervalo de uma hora não concedido:
a) Intervalo suprimido (1 hora) = R$ 20,00
b) Adicional de 50% = R$ 20,00 x 1,5 = R$ 10,00
Total = R$ 30,00
Agora supondo que esse mesmo empregado, retornou do horário para descanso ou alimentação com 30
minutos de antecedência, ou seja, só gozou 30 minutos. Neste caso, o empregado terá direito a receber,
pelo período de intervalo suprimido:
a) Intervalo suprimido (30 minutos) = R$ 10,00
b) Adicional de 50% = R$ 10,00 x 1,5 = R$ 5,00
Total = R$ 15,00

(CLT – Art. 71, § 4º)

2.4.1. Contribuição Previdenciária


A Cosit – Coordenação-Geral de Tributação, da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, aprovou
a Solução de Consulta 108, de 7-6-2023, que possui a seguinte ementa:
“CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA. INTERVALO
INTRAJORNADA INDENIZADO. BASE DE CÁLCULO.
Após a vigência da Lei nº 13.467, de 2017, ocorrida em 11 de novembro de 2017, a verba paga em razão da
supressão parcial ou total do intervalo intrajornada integra a base de cálculo para fins de incidência das
contribuições sociais previdenciárias sobre a folha de salários e salário-de-contribuição.”
Desta forma, o valor pago ao empregado pela supressão parcial ou total do intervalo mínimo estabelecido na
legislação, conforme analisado no subitem 2.4, desta Orientação, entra na base de cálculo da contribuição
previdenciária.

(Solução de Consulta 108 Cosit/2023)

3. INTERVALOS ESPONTÂNEOS
Os intervalos concedidos de forma espontânea pelo empregador, ou por força de convenção ou acordo
coletivo, devem ser computados na jornada diária do empregado, ou seja, este período deverá ser
remunerado normalmente.
Se o intervalo não está previsto na legislação, e pelo seu tempo a jornada normal de trabalho é prorrogada,
define-se como tempo à disposição do empregador, impondo-se sua remuneração como hora extra, não
sendo admissível incluí-lo no espaço de tempo destinado a repouso e alimentação.
Isto normalmente ocorre nas empresas que espontaneamente concedem lanche a seus empregados e não
computam o tempo deste na jornada de trabalho. Neste caso, como o tempo gasto com o lanche é somado
ao da jornada normal de trabalho, acaba havendo a prorrogação desta, com o consequente pagamento do
período extraordinário.

Por exemplo: Jornada de trabalho de 8h diárias, com início às 7h30m. Às 10h o empregador concede 10min
de intervalo para café e às 15h concede 10min de intervalo para lanche. O intervalo de almoço ocorre das
12h às 13h. Esta é a maneira correta de computar esta jornada:
a) Das 7h30 às 12h = 4h30 trabalhadas
b) Das 13h às 16h30 = 3h30 trabalhadas
c) Total da jornada = 8h trabalhadas 
Observe que os intervalos de café/lanche foram computados normalmente na jornada, como horas
trabalhadas. Caso os intervalos de café/lanche não fossem computados na jornada, teríamos, ao final do
dia, 20 minutos de horas extras a serem pagos a estes empregados.

(CLT – Arts. 71 e 444; Súmula 118 do TST)

4. INTERVALO PARA MULHERES ANTES DA PRORROGAÇÃO DA JORNADA


O artigo 384 da CLT determinava que em caso de prorrogação do horário normal de trabalho das mulheres,
era obrigatório um descanso de 15 minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do
trabalho. 
Contudo, o  artigo 384 da CLT  foi expressamente revogado em novembro/2017 pela  Lei
13.467/2017  (Reforma Trabalhista). Antes da revogação do referido artigo, havia muita discussão se o
referido dispositivo havia ou não sido recepcionado pela  Constituição Federal /88  e se realmente ainda
estava válido.
O Pleno do STF – Supremo Tribunal Federal no dia 14-9-2021, terminou o julgamento do  Recurso
Extraordinário 658.312, e firmou a seguinte tese jurídica de Repercussão Geral: 
“'O  art. 384 da CLT, em relação ao período anterior à edição da  Lei n. 13.467/2017, foi recepcionado
pela  Constituição Federal de 1988, aplicando-se a todas as mulheres trabalhadoras.” Dessa forma,
constatamos que para o período de trabalho até 10-11-2017, deve ser aplicado o disposto no artigo 384 da
CLT, ou seja, a trabalhadora terá direito a um descanso de 15 minutos no mínimo, antes do início do período
extraordinário do trabalho. Para o período trabalhado após 11-11-2017 (data da entrada em vigor da Lei da
Reforma trabalhista), não existe mais a obrigatoriedade da concessão do descanso de 15 minutos no
mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho das mulheres, em virtude da revogação
do artigo 384 da CLT.

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(Lei 13.467/2017 – Art. 5º, Inciso I, Alínea “i”; CLT – Art. 384; Recurso Extraordinário 658.312 do STF)

4.1. MENORES
Considerando que o  artigo 384 da CLT  foi expressamente revogado em novembro/2017 pela  Lei
13.467/2017 (Lei da Reforma Trabalhista), entendemos que para os menores de até 18 anos de idade, do
sexo masculino ou feminino, deve ser observada a mesma regra estabelecida no item 4, desta Orientação.
A empresa também deve observar a convenção coletiva de trabalho, que poderá trazer regras específicas
sobre o assunto.

(Lei 13.467/2017 – Art. 5º, Inciso I, Alínea “i”; CLT – Arts. 413, Parágrafo Único e 611-A; Recurso Extraordinário 658.312 do STF)

5. DESCANSOS DIFERENCIADOS
Determinados tipos de atividades, por levarem mais rapidamente os empregados à fadiga, asseguram
descansos especiais durante a jornada de trabalho.
Estes descansos, diferentemente do assegurado para repouso e alimentação, serão computados na jornada
de trabalho, sendo considerados como de serviço efetivo.
Assim, enquanto o intervalo para repouso e alimentação não é computado na duração da jornada de
trabalho, o descanso especial é computado, não podendo, portanto, ser acrescido ao final da jornada normal
de trabalho.
O descanso especial será concedido sem prejuízo do intervalo para repouso e alimentação que é
assegurado a todos os empregados.
Nos subitens a seguir destacaremos algumas atividades com descanso especial.

5.1. MECANOGRAFIA
Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90
minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 minutos.

(CLT – Art.72)

5.2. DIGITAÇÃO
A  NR-17, com o texto fixado pela  Portaria 3.751 MTPS/90, previa, que nos serviços de digitação, deveria
haver uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados. 
Entretanto a NR-17, ao ser atualizada pela Portaria 423 MTP/2021, não mais estabeleceu a pausa especial
de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados com entrada de dados. 
Contudo, cabe esclarecer, que o  artigo 72 da CLT  assegura a concessão de uma pausa de 10 minutos a
cada 90 minutos de trabalho consecutivos aos empregados que prestem serviços permanentes de
mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), e que o TST, por meio da Súmula 346, determinou a
aplicação analógica do artigo 72 da CLT aos digitadores, equiparando-os aos trabalhadores nos serviços de
mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual, tem direito ao intervalo de descanso de
10 minutos a cada 90 de trabalho consecutivo.
Desta forma, concluímos que a pausa especial dos digitadores a partir de 3-1-2022 (data da atualização
da NR-17), passou a ser 10 minutos a cada 90 de trabalho consecutivo com entrada de dados. 
Ressaltamos que os sindicatos da categoria, têm fixado, em suas cláusulas relativas a intervalos na entrada
de dados, que aos trabalhadores que realizarem a atividade de digitação, será concedido, no mínimo, uma
pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, não deduzidas da jornada normal de trabalho. Assim,
nota-se, nas normas coletivas, a manutenção da previsão anterior à alteração da NR-17.
Neste sentido, é fundamental a observância da norma coletiva da categoria, a fim de evitar problemas
futuros e fixar corretamente o intervalo dos empregados que exercem cargo de digitador.
(CLT - Art. 72; Súmula 346 do TST)

5.3. CÂMARAS FRIGORÍFICAS


Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam
mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de
trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 minutos de repouso, computado esse intervalo como
de trabalho efetivo.

(CLT – Art. 253)

5.4. MINAS DE SUBSOLO


Para os empregados que trabalham em minas de subsolo, será concedida uma pausa de 15 minutos para
repouso em cada período de 3 horas consecutivas de trabalho.

(CLT – Art. 298)

5.5. MÉDICOS
Aos médicos é assegurado um descanso de 10 minutos para cada 90 minutos de trabalho. Em face da
omissão da lei, há o entendimento de que para os médicos o intervalo não é computado na jornada, não
sendo, portanto, remunerado. Sobre o assunto cabe verificar as regras junto ao sindicato da categoria.
(Lei 3.999/61 – Art.8º, §1º)

5.6. TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING
Para os empregados que trabalham nos serviços de teleatendimento/telemarketing sejam eles nas
modalidades ativo ou receptivo em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com
clientes (call centers), para prestação de serviços, informações e comercialização de produtos, cujo tempo

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de trabalho efetivo é de, no máximo, 6 horas diárias, deve ser concedido um intervalo para repouso e
alimentação de 20 minutos. 
(Portaria 423 MTP/2021 – NR-17 – Itens 6.3 e 6.4.2)

5.6.1. Pausas de Descanso


Além do intervalo para repouso e alimentação, os empregadores devem permitir a fruição de pausas de
descanso com o objetivo de prevenir sobrecarga psíquica, muscular estática de pescoço, ombros, dorso e
membros superiores.
As pausas devem ser concedidas:
a) fora do posto de trabalho;
b) em 2 períodos de 10 minutos contínuos;
c) após os primeiros e antes dos últimos 60 minutos de trabalho em atividade de
teleatendimento/telemarketing.
A instituição de pausas não prejudica o direito ao intervalo obrigatório para repouso e alimentação previsto
no  §1° do artigo 71 da CLT, que deverá ter, na atividade de teleatendimento/telemarketing, duração de 20
minutos, conforme vimos no subitem 5.6 desta Orientação.

(Portaria 423 MTP/2021 – NR-17 – Itens 6.4; 6.4.1e 6.4.1.1)

5.6.2. Trabalho Efetivo de Até 4 Horas


Para tempos de trabalho efetivo de teleatendimento/telemarketing de até 4 horas diárias, deve ser
observada a concessão de 1 pausa de descanso contínua de 10 minutos.
(Portaria 423 MTP/2021 – NR-17 – Itens 6.4.3)

6. DESCANSO SEMANAL
A todo empregado é assegurado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, o qual, salvo motivo de
conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deve coincidir com o domingo, no todo ou em
parte.
A não concessão do descanso semanal implica a obrigação de o empregador remunerá-lo em dobro.
A  Súmula 146 do TST  - Tribunal Superior do Trabalho firmou entendimento que o trabalho prestado em
domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao
repouso semanal.
Portanto, ocorrendo o trabalho em dia de feriado, sem que haja uma folga compensatória, o empregado
deverá receber o valor de 2 dias de salário, sem considerar o dia que já está incluído no salário.
Exemplificando, se o empregado recebe R$ 2.520,00 por mês de salário, e veio a trabalhar no feriado, sem
uma folga compensatória, ele terá o repouso remunerado (o feriado trabalhado) pago da seguinte forma: 
R$ 2.520,00 ÷ 30 dias = R$ 84,00
R$ 84,00 x 2 dias = R$ 168,00 (feriado trabalhado)

(CLT – Arts. 66 e 67; Decreto 10.854/2021 - Art. 154, § 3º)

6.1.  NÃO INCORPORAÇÃO DO DESCANSO SEMANAL E INTERVALO ENTRE JORNADAS


O descanso semanal remunerado não pode absorver o intervalo de 11 horas entre as jornadas, pois eles
têm objetivos distintos.
Desta forma, se o empregado trabalha de segunda a sábado, com jornada diária de 7:20h, ele somente
poderá retornar à empresa depois de decorridas 35 horas (11h + 24h) do término da última jornada de
trabalho.

Por exemplo: O empregado terminou sua jornada de trabalho no sábado, às 23h. A contagem do intervalo e
do repouso semanal será a seguinte:
a) Das 23h de sábado às 10h de domingo: intervalo de 11h entre jornadas;
b) Das 10h de domingo às 10h de segunda-feira: 24h consecutivas do repouso semanal remunerado.
Assim, o empregado que trabalhou até às 23h de sábado somente poderá retornar ao trabalho, depois de
seu repouso semanal, após às 10h da segunda-feira.

(Súmula 110 do TST)

7. DESCANSO ENTRE JORNADAS


Entre duas jornadas de trabalho, deve haver um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso.
Este período de descanso deve ser rigorosamente observado, pois a sua não concessão, ou concessão
parcial, poderá acarretar sanção administrativa por parte do Ministério do Trabalho e Emprego, além de seu
pagamento como hora extra.
Este intervalo é sempre considerado em relação a cada empresa em que o empregado trabalhe. Assim, se
em determinada empresa o empregado termina sua jornada de trabalho às 18:00h, ele somente poderá
retornar à mesma para nova jornada a partir das 5:00h do dia seguinte, não importando a hora em que ele
iniciou e terminou a jornada de trabalho na segunda empresa.
Não há previsão legal que autorize a redução do intervalo de 11 horas entre jornadas através de acordo ou
convenção coletiva.

(CLT – Art. 66) 

7.1. ESCALA DE REVEZAMENTO


O intervalo, muitas vezes, é desrespeitado nas empresas que trabalham em turnos ininterruptos de serviço
em que os empregados ficam sujeitos à escala de revezamento.

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Isso acontece, por exemplo, quando o empregado que terminou o primeiro turno é convocado para retornar
no terceiro turno.
Nessa situação, o empregado somente terá como intervalo o período correspondente a uma jornada normal
de trabalho (trabalhou no primeiro, descansou no segundo e voltou a trabalhar no terceiro), que é inferior às
11 horas, como impõe a legislação.
Outra situação em que não se respeita o intervalo é a troca de turno após o retorno do repouso remunerado.
Neste caso, o Tribunal Superior do Trabalho, através da Súmula 110, firmou posição, determinando que:
  “No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com
prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o
respectivo adicional.”
Essa tese está reforçada pela SIT – Secretaria de Inspeção do Trabalho quando da aprovação do
Precedente Administrativo 84, cujo teor é o seguinte:
“O intervalo interjornada corresponde ao lapso temporal de 11 horas consecutivas que deve separar uma
jornada e outra de trabalho. Tal intervalo não se confunde ou se compensa com o descanso semanal
remunerado, de 24 horas consecutivas. Entre módulos semanais somam-se os dois intervalos: 11 horas
(entre dias) e 24 horas (entre semanas), totalizando, pois, 35 horas.”
Assim, em qualquer situação, a empresa deve observar o intervalo mínimo de 11 horas entre uma jornada e
outra e o intervalo mínimo de 35 horas na concessão do repouso semanal remunerado.

 (CLT – Art. 66; Súmula 110 do TST)

8. OCORRÊNCIA DE NECESSIDADE IMPERIOSA


A Secretaria de Inspeção do Trabalho, por meio do Precedente Administrativo 79, se posicionou no sentido
de que a ocorrência de necessidade imperiosa não autoriza: 
a) a não concessão do intervalo mínimo intrajornada;
b) o descumprimento do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre duas jornadas de
trabalho;
c) a não concessão do descanso semanal de 24 horas consecutivas.
Considera-se necessidade imperiosa a ocorrência de força maior ou a urgência para atender à realização ou
conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, conforme os
conceitos do artigo 61 da CLT.

(CLT -  Art. 61; Precedente Administrativo 79 SIT)

9. PENALIDADES
O não cumprimento das normas relativas à duração do trabalho sujeitará a empresa, segundo a natureza da
infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou, à penalidade que varia de R$ 40,25 a R$ 4.025,33.
Em caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade, a multa será aplicada em
dobro.

(Portaria 667 MTP/2021 – Anexo II)

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:  Constituição Federal – 1988  – artigo 7º, inciso XIII;  Lei 3.999, de 15-12-
61;  Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 – Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – artigos 66, 67, 71, 72, 75,
235-C, 235-D, 235-E, 253, 298 e 413;  Portaria 423 MTP, de 7-10-2021;  Portaria 667 MTP, de 8-11-
2021; Portaria 671 MTP, de 8-11-2021; Portaria 3.214 MTb, de 8-6-78 – Segurança e Medicina do Trabalho –
NR-17 – Anexo II;  Ato Declaratório 10 SIT, de 3-8-2009 – Precedentes Administrativos 73, 79, 82 e
84; Resolução 121 TST, de 28-10-2003 – Súmulas 110, 118, 146 e 346; Resolução 174 TST, de 24-5-2011 –
Súmula 291;  Resolução 185 TST, de 25-9-2012 – Súmula 437;  Recurso Ordinário 1.118 TRT;  Solução de
Consulta 108, de 7-6-2023; Recurso Extraordinário 658.312, de 13-6-2022.

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