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ÍNDICE

1.Introdução.....................................................................................................................................2

2.Evolução de tempo de trabalho.....................................................................................................3

3.Tempo de Trabalho.......................................................................................................................4

4.Horário de Trabalho......................................................................................................................5

5.Tempo de não trabalho e dias de não trabalho.............................................................................6

6.Trabalho extraordinário................................................................................................................7

7.Trabalho Nocturno......................................................................................................................10

8.Trabalho em regime de turnos....................................................................................................10

9.Trabalho a tempo parcial............................................................................................................11

10.Conclusão.................................................................................................................................12

11.Referências bibliográficas........................................................................................................13
1.Introdução
A gestão do tempo de trabalho é um tema de grande relevância no mundo contemporâneo,
afetando tanto as esferas econômicas quanto sociais. Este trabalho explora as implicações do
tempo de trabalho ao longo da história e os desafios atuais que envolvem sua administração,
abordando questões como produtividade, equidade de gênero, saúde mental e o impacto nas
empresas e na qualidade de vida dos trabalhadores. A compreensão das complexidades
relacionadas ao tempo de trabalho é fundamental para promover ambientes laborais mais
eficazes e sociedades mais justas e saudáveis.

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2.Evolução de tempo de trabalho
A história do tempo de trabalho é uma narrativa fascinante que reflete as mudanças sociais,
econômicas e tecnológicas ao longo dos séculos. Vamos explorar um breve relato sobre a
evolução do tempo de trabalho ao longo da história:

Era Antiga: Nas sociedades antigas, como a egípcia e a mesopotâmica, o tempo de trabalho era
frequentemente ditado pelas estações do ano e pelas necessidades agrícolas. Os agricultores
trabalhavam durante a primavera e o verão, e as colheitas determinavam o ritmo de trabalho.

Idade Média: Durante a Idade Média na Europa, o sistema feudal organizava o tempo de
trabalho de forma hierárquica. Os camponeses trabalhavam nas terras do senhor feudal e
dedicavam parte do tempo à produção para sua própria subsistência. A jornada era muitas vezes
dividida entre o trabalho para a igreja, o senhor e a família.

Revolução Industrial: A Revolução Industrial, que começou no final do século XVIII,


transformou radicalmente o tempo de trabalho. As fábricas introduziram jornadas de trabalho
exaustivas de 12 a 16 horas por dia, seis dias por semana. As condições eram difíceis, com
trabalhadores frequentemente sujeitos a abusos e exploração.

Movimento por Jornada de Oito Horas: No final do século XIX, surgiram movimentos e
greves por melhores condições de trabalho. Um marco importante foi a luta pelo estabelecimento
da jornada de oito horas de trabalho. O lema "Oito horas para o trabalho, oito horas para o lazer,
oito horas para o sono" tornou-se uma bandeira para os trabalhadores.

Século XX e Além: No século XX, muitos países implementaram a jornada de trabalho de 40


horas semanais como padrão, o que permitiu aos trabalhadores mais tempo para suas vidas
pessoais e lazer. No entanto, a globalização, a automação e a tecnologia transformaram
novamente o cenário, introduzindo modelos de trabalho flexíveis, como o trabalho remoto.

Desafios Contemporâneos: No século XXI, o tempo de trabalho enfrenta desafios relacionados


à tecnologia, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, saúde mental e equidade de gênero. A
pandemia de COVID-19 acelerou a adoção do trabalho remoto e trouxe questões urgentes sobre
como gerenciar o tempo de trabalho de maneira eficaz em um mundo cada vez mais conectado.

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3.Tempo de Trabalho
O tempo de trabalho consiste no período durante o qual o trabalhador está a executar a sua
atividade e permanece adstrito à realização da prestação. É de extrema importância a delimitação
do tempo de trabalho, para a proteção da saúde (física e mental) do trabalhador e para que se
possa concretizar o direito de conciliação da vida profissional com a vida pessoal, pelo que a
limitação da jornada de trabalho, o direito a descanso semanal e a férias periódicas pagas são
direitos assegurados constitucionalmente.

Ao analisar o tempo de trabalho, interessa apreciar os conceitos básicos como o período normal
de trabalho diário, horário de trabalho, a problemática dos intervalos durante o período normal de
trabalho, a isenção de horário de trabalho e o estudo de temas de trabalho suplementar como
trabalho extraordinário, trabalho nocturno e trabalho por turno.

A norma instituidora do período normal de trabalho diário é uma norma imperativa mínima visto
que, a mesma pode, quer por um IRCT ou contrato individual de trabalho ser reduzida. O mesmo
não daríamos quanto ao seu alargamento, pois, o alargamento do período normal de trabalho
apenas pode ocorrer verificado os fundamentos ou pressupostos por lei definido.

Nos termos do número 1, do artigo 85 da L.T. “O período normal de trabalho não pode ser
superior a quarenta e oito horas por semana e oito hora por dia”. A esta regra, a lei estabelece
algumas exceções:

O período normal de trabalho diário poderá ser superior ao limite estabelecido no número 1 e
alargar-se até 9 (nove) horas diárias quando seja concedido ao trabalhador meio-dia de descanso
complementar por semana, nos termos do número 2, do artigo 85 da L.T;

Outrossim, por IRCT pode fixar-se uma jornada diária de 12 horas, desde que a duração do
trabalho semanal não exceda 56 horas, apenas não se contando para este limite o trabalho
excepcional e extraordinário prestado por motivo de força maior, nos termos do número 3 da
L.T.

Segundo DUARTE DA CONCEIÇÃO CASIMIRO “a lei admite que o período normal de


trabalho semanal seja definido, em termos médio, por referência a um determinado período;
assim, a duração média de 48 horas de trabalho semanal deve ser apurada por referência a

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períodos máximos de 6 meses, por meio de compensação das horas anteriormente prestadas pelo
trabalhador, através da redução do horário de trabalho diário ou semanal, nos termos do número
4 e 5 do artigo 85 da L.T.266

A lei prevê a adopção de horários de trabalho específicos em função da natureza das actividades.
Nesta ordem de ideias, os estabelecimentos industriais, com excepcao dos que laborem em
regime de turnos, podem adoptar um período normal de trabalho semanal de 45 horas a ser
concretizadas em 5 dias.

4.Horário de Trabalho
O horário de trabalho se refere ao período específico durante o qual os funcionários estão
programados para desempenhar suas atividades laborais

A matéria do tempo de trabalho é concretizada com o horário de trabalho. A fixação do horário


do trabalho é da competência do empregador, após consulta prévia ao órgão sindical competente,
nos termos conjugado dos artigos 87 número 2 e 61, todos da L.T.

Na determinação do horário, o empregador fica obrigado a obedecer os limites legais e


convencionais do período normal de trabalho. Outrossim, durante o período normalmente
estabelecido para a execução de tarefas, os trabalhadores que exercem cargos de chefia, de
confiança ou de fiscalização bem como aqueles cuja natureza justifica podem ser isentos de
horário de trabalho, nos termos das alíneas a) e b), do número 5, do artigo 87 da L.T.

O trabalhador, na situação de isenção de horário de trabalho, goza do direito de suspender a sua


prestação nos dias não reservados para o trabalho, principalmente o dia reservado para o
descanso semanal que, coincide com o domingo, nos termos do artigo 95 da L.T., bem como aos
feriados, nos termos do artigo 96 da L.T.

O regime de isenção de horário de trabalho foi concebido para funcionar, apenas nos dias de
semana reservados, legalmente, para o trabalho; que é, em regra, de segunda-feira a sábado,
exceptuando-se as situações do número 2, do artigo 95 da L.T, situação em que o dia de descanso
semanal poderá deixar de ser domingo.

Nos termos do número 2 do artigo 95 da L.T, pode deixar de coincidir com o Domingo o dia de
descanso semanal, designadamente em caso de:
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Trabalhadores necessários para assegurar a continuidade dos serviços que não podem ser
interrompidos;

Trabalhadores de estabelecimento de venda ao público ou de prestação de serviços;

Pessoal dos serviços de limpeza e de trabalhos preparatórios e complementares que devem ser
efectuados no dia de descanso dos restantes trabalhadores;

Trabalhadores cuja actividade, pela sua natureza, se deva exercer ao Domingo.

Durante o horário de trabalho, o empregador concede aos trabalhadores uma interrupção do


trabalho, tal como alude o número 1, do artigo 88 da LT. O tempo de interrupção é contabilizado
para o efeito de período normal de trabalho estabelecido.

Dada a natureza jurídica da norma sobre a interrupção do horário do trabalho ser ela imperativa
mínima, nos termos do número 2, do artigo 88 da L.T. o legislador permitiu que as partes
pudessem alargar o período de interrupção das actividades para o gozo do intervalo.

5.Tempo de não trabalho e dias de não trabalho


O tempo de não trabalho se refere a qualquer período em que uma pessoa não esteja ocupada
com tarefas relacionadas ao emprego ou a atividades produtivas, como: lazer, tempo livre, tempo
de família. O tempo de não trabalho não se pode confundir com os dias de não trabalho,
porquanto na primeira situação, o trabalhador está obrigado a executar a sua tarefa num
determinado dia, todavia, até um certo número de horas; é o que se chama por período por regra,
em 8 (oito) horas diárias, nos termos do número 1, do artigo 85 da L.T.

Por sua vez, nos dias de não trabalho, o trabalhador, em regra, esta inibido de executar a tarefa
durante o dia todo.

Sobre a matéria, cabe falar de descanso semanal, dos feriados, do direito a férias, e ainda as
ausências do trabalhador do local de trabalho durante o tempo por faltas justificadas.

Segundo MARIA DO ROSÁRIO PALMA RAMALHO, "a delimitação do tempo de trabalho é


um aspecto do conteúdo do contrato de trabalho com grande relevância para o trabalhador, por
dois motivos: por um lado, porque contribui para limitar a sua subordinação perante o
empregador; por outro lado, porque tutela a sua saúde”.

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A determinação do tempo de trabalho limita a subordinação do trabalhador perante o empregador
e assegura a sua liberdade pessoal, que constitui um pressuposto axiológico fundamental do
vínculo laboral. Aliás, em bom rigor, a limitação em termos do objecto da relação jurídico-
laboral e, por outro lado, limitação do tempo de execução do próprio objecto são elementos que
mais protegem o trabalhador da dependência do empregador.

À esta tutela ao trabalhador, uma questão podemos levantar: Quid iuris se o trabalhador; após o
cumprimento da jornada diária de trabalho decidir em dar continuidade ao exercício de mesmas
actividades numa outra empresa abdicando a "tutela social” do direito ao repouso definido pelo
legislador?

Ora, entenda-se que, na situação acima, não tendo o empregador, por exemplo, acordado com o
trabalhador a cláusula de exclusividade, nada o obstará de, no mesmo dia, após a concretização
dos seus deveres junto do empregador, possa trabalhar numa outra empresa.

O empregador não poderá, por exemplo, accionar o procedimento disciplinar contra o mesmo,
pois, enquanto não estiver convencionado, por via de uma cláusula de exclusividade, o repouso
após o cumprimento do limite da jornada diária de trabalho, constitui só e só um direito do
trabalhador e nunca o dever.

Ora, voltando ao tempo de não trabalho, importa frisar que o primeiro elemento a ter em conta
quanto à tempo de não trabalho é o descanso semanal, previsto no artigo 95 da L.T. Em regra, o
legislador concebeu o domingo como sendo o dia de descanso semanal e, excepcionalmente em
dias diferentes de domingo, nos termos do número 2, do mesmo artigo.

6.Trabalho extraordinário
O trabalho extraordinário, também conhecido como horas extras ou horas suplementares, refere-
se ao período de trabalho que um funcionário realiza além da sua jornada regular de trabalho.
Essa prática é comum em muitos locais de trabalho e é frequentemente necessária para atender a
demandas imprevistas, cumprir prazos apertados ou lidar com picos de trabalho sazonais.

O trabalho extraordinário é uma prática comum em muitos locais de trabalho, mas deve ser
gerenciado com cuidado para garantir que os direitos dos funcionários sejam respeitados e que
eles sejam devidamente compensados pelo esforço adicional.

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Segundo ANTÓNIO MONTEIRO FERNANDES “o conceito do trabalho suplementar é mais
amplo que o de trabalho extraordinário; nele cabem todas as situações de desvio ao programa
normal de actividade do trabalhador: fora do horário em dia útil, trabalho em dias de descanso
semanal e feriados.

O limite de jornada diária de trabalho é de oito horas, salvo nas situações em que a lei abre
espaço para 9 horas, nos termos do número 2, do artigo 85 da L.T.

Será trabalho extraordinário o que for; excessivamente, prestado pelo trabalhador ou o que for
prestado além do período normal de trabalho diário?

Ora, qualificar o trabalho extraordinário como sendo as horas que o trabalhador executa, de
forma excessiva, ou seja, fora do período normal de trabalho diário, pôr em causa as razões que
terão motivado o legislador a definir o tempo ou limite de jornada diária.

Uma das motivações ao se definir os limites de jornada diária de trabalho tem que ver com a
possibilidade de o trabalhador dispor de um tempo pós laboração para atender as situações de
índole social, incluindo o seu próprio repouso físico.

Ora, admitir, literalmente, que horas extraordinárias sejam o tempo prestado para o trabalho de
forma excessiva, abriria espaço para que os empregadores, por exemplo, tendo em conta que a
jornada diária de trabalho numa empresa fosse das 8 às 16 horas, atribuam tarefas ao trabalhador,
das 8 às 12 horas e, em seguida, o dispensariam com a obrigação de voltar, horas depois, das 20
às 24 horas para completar as 4 horas em falta.

Felizmente, o posicionamento colhido pelo legislador é de que, constitui horas extraordinárias, o


trabalho que for executado pelo trabalhador além do período normal de trabalho diário concebido
na empresa. Este entendimento nada tem a ver com o excesso de horas prestadas durante o dia.

Do entendimento acima, facilmente percebe-se que, por exemplo, se o trabalhador tiver o seu
período normal de trabalho diário compreendido entre 8 e 16 horas, independentemente do
mesmo ter, ecfetivamente, executado as suas tarefas neste período, o seu chamamento para
realizar qualquer actividade após 16 horas, qualificar-se-á como trabalho extraordinário, nos
termos do artigo 90 da L.T.

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Existe, quanto aos fundamentos para o trabalho extraordinário, o princípio do numerus clausus,
ou seja, as partes nem se quer podem, no âmbito do exercício do princípio da autonomia privada
das partes, nos termos do artigo 405 do C.C., por exemplo, acordar outros fundamentos para a
dilação de jornada diária de trabalho com fundamentos diferente dos que constam da lei.

Segundo DUARTE CONCEIÇÃO CASIMIRO et al, “o trabalhador in-corre,assim, em


desobediência se recusar a efectuar o trabalho ordenado, mas a desobediência é legítima quando
não se verifiquem os pressupostos ou sejam ultrapassados os limites indicados, situações em que
estará perante ordens ilegítimas do empregador".

A lei estabelece limites para o exercício do trabalho extraordinário. Assim, o trabalho


extraordinário realizado nos termos do número 3 da L.T, fica sujeito a 8 horas por semana; 96
horas por trimestre e 200 horas por ano.

O que acima está dito só são limitações objectivas, todavia, o legislador

Também apresenta limite ou proibição subjectiva. Referimo-nos ao que resulta b), do número 1,
do artigo 11 da L.T. Que impede que durante o período da gravidez e aos o parto, a mulher não
realize trabalho extraordinário.

O trabalho extraordinaria deve ser remunerado, nos termos do número 1, do artigo 115 da L.T.
com um acréscimo sobre a remuneração normal de 50% se prestada até às 20 horas e 100% se
prestado para além das 20 horas e até a hora de início do período normal de trabalho do dia
seguinte.

Nos termos da lei, o trabalho extraordinário visa a realização de actividades que o empregador
necessita para fazer face aos acréscimos de trabalho que não justifiquem a admissão de
trabalhador em regime de contrato a prazo certo ou por tempo indeterminado, nos termos da a),
do número 2, do artigo 90 da L.T.

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7.Trabalho Nocturno
Em regra, o exercício da actividade laboral foi concebido para ser executado durante o dia. O
trabalho nocturno tem sido objeto de um tratamento especial dado a penosidade da sua execução.

Considera-se como trabalho nocturno o que for prestado entre as vinte horas de um dia e a hora
de início do período normal de trabalho do dia seguinte, exceptuando-se o trabalho realizado em
regime de turnos.

Todavia, o legislador deixou ao critério das partes, por meio de um instrumento de


regulamentação coletiva de trabalho, por exemplo a faculdade de qualificarem como sendo
trabalho nocturno, o que for prestado em sete das nove horas que mediam entre as vinte horas de
um dia e as cinco horas do dia seguinte, conforme estabelece o número 2, do artigo 91 da L.T.

Quanto à duração do período normal de trabalho nocturno, a lei em nada considera, de forma
especial, entendendo-se que ela é fixada nos termos idênticos ao período normal de trabalho
diurno. Entretanto, não será considerado como trabalho nocturno o trabalho realizado em regime
de turnos, mesmo quando realizado dentro do referido período. Interessa, também, sublinhar de
que é proibido o trabalho nocturno das mulheres trabalhadoras, nos termos do n.º 1, b), do artigo
11 da L.T.

Por último, Refira-se ao regime remuneratório especial. Nos termos do n.°3, do artigo115 da
L.T., o trabalho nocturno deve ser retribuído com um acréscimo de vinte e cinco por cento
relativamente à remuneração do trabalho correspondente, prestado durante o dia.

8.Trabalho em regime de turnos


O trabalho nocturno foi concebido para garantir a prossecução das actividades nas empresas de
laboração contínua. Ora, não obstante a permissão para que se trabalhe a noite, o período normal
de trabalho diário será o mesmo a que os demais trabalhadores têm trabalhado de dia. Conforme
DUARTE CASIMIRO nas situações em que o período de funcionamento da empresa ultrapasse
o período normal de trabalho diário, os horários de trabalho que ocupam o mesmo posto de
trabalho podem ser articulados de modo a que o final do período de trabalho de um trabalhador
coincida com o início do período de trabalho de outro, através do trabalho em regime de turnos.

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Ainda na esteira de DUARTE DA CONCEIÇÃO CASIMIRO et al “o trabalho por turnos é, nos
termos da lei, uma forma de organização do trabalho em que, por necessidade do regular e
normal funcionamento da empresa ou estabelecimento, há lugar à prestação de trabalho em pelo
menos dois períodos diários e sucessivos, sendo cada um de duração não inferior à duração
média diária do trabalho e em que os trabalhadores ocupam sucessiva e rotativamente os mesmos
postos de trabalho em períodos regulares de trabalho”.

Os turnos podem ser concebidos para funcionar de forma rotativa ou em fixo. O regime rotativo
caracteriza-se pela prestação de trabalho em horários diferentes, com rotação periódica de uns
para outros trabalhadores, enquanto os turnos fixos, caracteriza-se pelo facto de se praticar o
mesmo horário de trabalho.

Assim, tal como o trabalho extraordinário, ao trabalho nocturno também se proíbe que as
mulheres, durante a gravidez bem como no período pós-parto, realizem o trabalho por turnos,
nos termos da b), do n.º 1, do artigo 11 da L.T.

Por último, importa frisar que os trabalhadores por turnos têm direito ao seguinte: (i) a que a
duração de trabalho de cada turno não ultrapasse os limites máximos dos períodos normais de
trabalho e (ii) a um dia de descanso compensatório para além do período de descanso semanal,
nos turnos em regime de laboração contínua e dos trabalhadores que assegurem serviços que não
possam ser interrompidos, nomeadamente guardas, vigilantes e porteiros.

9.Trabalho a tempo parcial


A duração do trabalho estabelecido pelo empregador, em conformidade com a lei, para funcionar
numa determinada empresa, pode ser determinada por meio de contrato de trabalho, em plena
manifestação do princípio da autonomia privada das partes.

No entendimento de DUARTE DA CONCEIÇÃO CASIMIRO et al"a doutrina entende por


trabalho a tempo parcial o trabalho desempenhado num lapso de tempo inferior à duração
usualmente fixada para o período normal de trabalho diário ou semanal, como aquele que apenas
é executado em certos dias da semana”. O trabalho a tempo parcial inscreve-se ao n.°4, do artigo
93 da L.T.

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10.Conclusão
O tema do tempo de trabalho é fundamental para entendermos como as atividades profissionais
afetam nossas vidas. À medida que a sociedade evolui e as demandas de trabalho mudam, é
essencial equilibrar produtividade e bem-estar. Discutimos várias facetas desse tema, incluindo
trabalho regular, horas extras, trabalho noturno e regime de turnos.

As considerações sobre o tempo de trabalho envolvem questões legais, como regulamentações


trabalhistas e direitos dos trabalhadores, bem como questões de saúde e qualidade de vida.
Encontrar um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é crucial para o bem-estar dos
funcionários, e as empresas têm um papel importante em oferecer políticas flexíveis e apoio aos
trabalhadores.

Além disso, é vital reconhecer que o tempo de trabalho pode variar significativamente em
diferentes setores e países, e a conformidade com as regulamentações locais é essencial.

Em resumo, o tempo de trabalho é um aspecto crítico da nossa vida profissional e pessoal.


Encontrar maneiras de gerenciar e otimizar o tempo de trabalho, mantendo um equilíbrio
saudável, é fundamental para promover a qualidade de vida e o sucesso profissional.

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11.Referências bibliográficas
MADEIRA JÚNIOR, Domingos Carlos, lições de direito do trabalho, Lisboa, AAFDL,2022

CASIMIRO, Duarte Da Conceição et al, lei de trabalho anotado de Moçambique anotado,


Maputo, Escolar Editora, 2015

RAMALHO, Maria Do Rosário Palma, tratado de direito do trabalho, parte I-dogmática geral, 5 ª
edição, revista e actualizada, Almedina, 2020.

FERNANDES, António Monteiro, direito do trabalho, 11ª edição, Almedina, 1999

LEI 23/2007 DE 1 DE AGOSTO

CODICO CIVIL

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