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Aula 05

Noções de Direito do Trabalho p/ TRT-RJ (Técnico Judiciário - Área Administrativa)


Com videoaulas

Professor: Antonio Daud Jr

10778190722 - JULIANA DE LIMA SANTOS


DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ
Teoria e Questões
Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

AULA 05
Jornada de trabalho e descansos.
Sumário
1 - Considerações Iniciais ......................................................................... 2
2 - Desenvolvimento ................................................................................ 2
2.1. Jornada de trabalho .......................................................................... 2
2.1.1. Tempo à disposição do empregador .............................................. 4
2.1.2. Tempo in itinere ......................................................................... 5
2.1.3. Prontidão e sobreaviso .............................................................. 10
2.1.4. Tempo residual à disposição do empregador ................................ 13
2.2. Modalidades de jornada de trabalho .................................................. 15
2.2.1. Jornada padrão (normal) de trabalho .......................................... 15
2.2.2. Jornadas especiais de trabalho ................................................... 16
2.3. Jornada extraordinária .................................................................... 25
2.3.1. Compensação de jornada .......................................................... 27
2.3.2. Prorrogação de jornada em necessidades imperiosas .................... 31
2.4. Hora noturna ................................................................................. 34
2.5. Descansos ..................................................................................... 37
2.5.1. Intervalo intrajornada ............................................................... 42
2.5.2. Intervalo interjornada ............................................................... 48
2.5.3. Repouso semanal remunerado ................................................... 50
2.6. Controle de jornada ........................................................................ 52
2.6.1. Jornada controlada ................................................................... 52
2.6.2. Jornada não controlada ............................................................. 55
2.6.3. Jornada não tipificada ............................................................... 57
3 – Questões comentadas ....................................................................... 58
4 – Lista das Questões Comentadas ....................................................... 115
5 – Gabarito........................................................................................ 141
6 – Resumo ........................................................................................ 142
7 – Conclusão ..................................................................................... 144
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8 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados ao tema ........... 145

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AULA 05 - JORNADA DE TRABALHO E DESCANSOS.


1 - Considerações Iniciais
Oi pessoal,
Nesta aula estudaremos sobre o tema Jornada de Trabalho e descansos,
abordando tópicos como Jornada Legal e Convencional, Limitação da Jornada,
Formas de Prorrogação, Horário de Trabalho, Trabalho Noturno, Repouso
Semanal Remunerado, Jornadas Especiais de Trabalho etc.
Estes são assuntos que sempre caem em prova.
Ressaltamos que parte deste conteúdo já foi abordado na aula 0.

Vamos ao trabalho!

2 - Desenvolvimento
Veremos nesta aula um dos assuntos mais exigidos em provas, que são duração
do trabalho, jornada de trabalho e descansos.
É um assunto que cai em muitas questões, além de ser extremamente importante
no dia a dia, pois gera inúmeras ações trabalhistas em curso nos Tribunais do
Trabalho.

2.1. Jornada de trabalho


Antes de adentrar ao assunto jornada de trabalho vejamos a diferenciação entre
os conceitos relacionados.
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Jornada de trabalho é o tempo diário em que o empregado presta serviços ao


empregador ou então permanece à disposição do mesmo.
Exemplo: vamos imaginar o caso de um hospital veterinário pouco frequentado,
no qual nenhum cliente entrou durante determinado dia. A recepcionista não
atendeu ninguém, mas permaneceu à disposição do empregador, então aquele
período é contado como jornada de trabalho normalmente.
Neste sentido, o artigo 4º da Consolidação das leis do Trabalho (CLT):
CLT, art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o
empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

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Também se inclui no conceito de jornada de trabalho o tempo in itinere, que


se caracteriza quando ocorre simultaneamente o conjunto de circunstâncias
elencadas no art. 58, § 2º:
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer
a condução.
Além do tempo efetivo de trabalho, do tempo à disposição do empregador e da
jornada in itinere, também se inclui no termo jornada de trabalho o tempo de
prontidão e o tempo de sobreaviso, que são definidos, respectivamente, pelos
§§ 2º e 3º do art. 244:
CLT, art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados
extranumerários, de sobre-aviso e de prontidão, para executarem serviços
imprevistos ou para substituições de outros empregados que faltem à escala
organizada.
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer
em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o
serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e quatro
horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão contadas à
razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências
da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de
doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à
razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
Esquematizando os conceitos que acabamos de ver (“subconjuntos” integrantes
do “conjunto” jornada de trabalho):

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Já a duração do trabalho é um conceito que envolve a jornada de trabalho, os


horários de trabalho e os descansos trabalhistas, tanto é que o Capítulo II da
CLT, intitulado “Da Duração do Trabalho”, divide-se nas Seções “Da Jornada de
Trabalho”, “Dos Períodos de Descanso” e “Do Quadro de Horário”.
O horário de trabalho, por sua vez, limita o período entre o início e o fim da
jornada de trabalho diária. Este conceito pode ser associado ao seguinte artigo
da CLT:
CLT, art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado
conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comercio,
e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de
não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção
ou turma.
Feitas as distinções, façamos agora uma análise aprofundada das regras
importantes para nossa preparação para concursos públicos.

2.1.1. Tempo à disposição do empregador


Em diversas circunstâncias, pelos mais variados motivos, o empregado
permanece no centro de trabalho mas não pode realizar suas tarefas.
Exemplo 1: a indústria não tem a quantidade de pedidos necessária e deixa de
produzir em sua capacidade máxima, o que faz com que máquinas e empregados
deixem de trabalhar durante parte do dia.
Exemplo 2: em alguns casos, o empregador concede intervalo não previsto em
lei como, por exemplo, um intervalo para lanche de 15 minutos aos que laboram
8 horas por dia.
Nestes períodos o empregador não trabalha, mas permanece à disposição do
empregador e, portanto, os períodos devem ser incluídos na jornada de trabalho.
Em relação ao exemplo do intervalo, como foi concedido pelo empregador sem
previsão em lei, é um tempo considerado à disposição do empregador.
Cuidado para não confundir os conceitos: os intervalos legais, como para almoço,
têm previsão legal e por isso não são considerados à disposição do empregador.
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Vejamos um exemplo prático envolvendo estes dois tipos de intervalo:

08h00min Intervalo 14h00min


12h00min 2h 18h00min

Neste caso acima, o intervalo de 2 horas – entre 12h00min e 14h00min - é para


almoço (com previsão legal1), não computado na jornada de trabalho.

1
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo,
de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder
de 2 (duas) horas.

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Neste outro exemplo há o mesmo intervalo de almoço e outro, não previsto em


lei – das 15h45min às 16h00min:

08h00min Intervalo 14h00min Interva 16h00min


12h00min 2h 15h45min lo 15’ 18h00min

Neste 2º exemplo, o intervalo de 15 minutos concedido no período da tarde é


considerado tempo à disposição do empregador (e, portanto, integra a
jornada de trabalho).
Se a jornada fosse estendida até às 18h15min (para “compensar” o intervalo de
15’), a jornada diária seria de 08h15min, e não apenas de 08h00min.
Neste exemplo, como a jornada superou as 08 horas, o período de 15 minutos
deve ser remunerado como hora extraordinária. Segue a Súmula 118 do TST,
que corrobora este entendimento:
SUM-118 JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS
Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não
previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa,
remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da
jornada.
Feitas as considerações, vamos reler o art. 4º da CLT para reforçar o que
aprendemos neste tópico:
CLT, art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o
empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

2.1.2. Tempo in itinere


Em regra, o tempo in itinere, ou horas in itinere (tempo de deslocamento do
empregado de casa para o trabalho e do trabalho para casa) não é computado
como jornada de trabalho no Brasil.
A exceção é feita nos casos em que, concomitantemente, o local de trabalho for
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de difícil acesso (ou não servido por transporte público) e o empregador forneça
a condução:
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não
será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local
de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.

Local de trabalho é de difícil acesso ou


Horas in itinere
não servido por transporte público

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O empregador fornece a condução

Assim, podemos ter as seguintes situações:

Local de difícil acesso; Serão devidas as


CASA TRABALHO
empregador fornece a condução horas in itinere

Local não servido por transporte


Serão devidas as
CASA público; empregador fornece a TRABALHO
horas in itinere
condução

Vejamos uma questão sobre o assunto:


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MPT – 16° Concurso para Procurador do Trabalho - 2010


O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para seu
retorno, por qualquer meio de transporte, será computado na jornada de
trabalho, exceto se o empregador fornecer a condução.
Comentários
A alternativa está incorreta, pois confundiu o conceito: o fornecimento da
condução pelo empregador é requisito para configuração da hora in itinere.

➢ Fornecimento da condução

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Em face das circunstâncias, quando o empregador fornece a condução pode-se


configurar a jornada in itinere.
Percebam que se o empregador fornece a condução, mas o local de trabalho é
servido por transporte público e não se enquadra como difícil acesso, não será o
caso de horas in itinere!

➢ Local de trabalho de difícil acesso ou não servido


por transporte público
Essas características não precisam ser concomitantes, ou seja, basta que uma
delas se configure.
Não há definição legal do que seja local de “difícil acesso”. Em geral locais de
trabalho nos centros urbanos não são de difícil acesso, enquanto no meio rural
tendem a ser de difícil acesso. Isto não é uma regra fixa, pois há que se
analisarem as reais condições do local.
Quanto à expressão “não servido por transporte público”, frise-se que se o
transporte regular for incompatível com os horários de início e término da jornada
dos empregados poderá configurar-se a jornada in itinere.
Caso haja transporte público regular, mas este não coincida com a jornada dos
empregados, isso é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
Para fazermos os demais comentários pertinentes sobre tempo in itinere, vamos
utilizar o recurso de perguntas e respostas:
1- Quando o empregador terceiriza o transporte, permanece o direito às
horas in itinere?
Resposta: sim.
Conforme entendimento dominante, não é necessário que o empregador forneça
a condução diretamente para que se configure a jornada in itinere.
Caso ele contrate uma empresa terceirizada de transporte, por exemplo,
permanecerão as horas in itinere (isto considerando que o local é de difícil acesso
ou não servido por transporte público regular).
2- Se o empregador fornecer diretamente o transporte (com veículo
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próprio), mas cobrar pelo serviço, permanece o direito às horas in itinere?


Resposta: sim.
A cobrança do transporte pelo empregador não afasta o direito às horas in itinere.
Segue abaixo a Súmula do TST que se relaciona às 2 perguntas feitas:
SUM-320 HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA
JORNADA DE TRABALHO
O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo
transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por
transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".
A questão abaixo, incorreta, propôs o contrário disso:

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CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2009


Quando o empregador cobra importância pelo transporte fornecido pela
empresa, para local de difícil acesso, afasta do empregado o direito à
percepção do pagamento das horas in itinere.

3- Se um empregado termina seu torno de trabalho às 22h00min e o último


ônibus do transporte regular passa no local às 21h00min, poderá ser o caso
de horas in itinere?
Resposta: Sim.
Conforme entendimento do TST, havendo incompatibilidade entre os horários
de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular
é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
4- Considere a situação de um frigorífico, localizado a 20 km da área urbana
do município, em localidade rural (difícil acesso) servida por transporte
público regular apenas até a metade do caminho. Se o empregador fornecer
a condução, será o caso de horas in itinere?
Resposta: Sim, apenas em relação ao trecho não servido por transporte
público.
Vamos acrescentar essa hipótese no nosso quadro anterior:

Local não servido por


Local servido por Ponto de transporte público;
CASA TRABALHO
transporte público ônibus empregador fornece
a condução

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Não cabe a exigência Serão devidas as horas in


de horas in itinere itinere

Segue a Súmula do TST que baliza tais entendimentos:


SUM-90 HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo
empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por

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transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada


de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada
do empregado e os do transporte público regular é circunstância que
também gera o direito às horas "in itinere".
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de
horas "in itinere".
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido
em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao
trecho não alcançado pelo transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de
trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.
Quanto a esta última alínea da Súmula 90, vamos pensar o seguinte: considere
a jornada in itinere de um empregado que labora 8 horas diárias, além de 30
minutos in itinere pela manhã (itinerário casa-trabalho) e 30 minutos in itinere à
tarde (itinerário trabalho-casa).
Neste caso deve haver meio de controle da jornada no veículo de transporte (um
registrador eletrônico de ponto móvel, por exemplo) e, como está havendo 9
horas de jornada por dia (8 horas de trabalho efetivo e 1 hora in itinere), em
princípio o empregado deve ser remunerado em 1 hora extraordinária (inclusive
com seu respectivo adicional).
Quanto ao tempo in itinere, a CLT permite que haja um controle diferenciado para
as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP):
CLT, art.58, § 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas
de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de
transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo
empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração.
Assim, empresas de um modo geral cujos deslocamentos de empregados
demandem horas in itinere devem controlar a jornada e registrar o tempo efetivo
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de deslocamento para seu pagamento.


No caso da ME/EPP, por meio de negociação coletiva, pode-se estabelecer o
tempo médio in itinere.

Percebam que não é permitido às


negociações coletivas envolvendo ME/EPP
simplesmente desconsiderar as horas in
itinere, mas apenas estipular o tempo
médio de tal deslocamento.

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2.1.3. Prontidão e sobreaviso


Os conceitos de prontidão e sobreaviso foram aplicados inicialmente à categoria
dos ferroviários, tendo em vista as peculiaridades de organização do trabalho
no setor.
Posteriormente legislações específicas estenderam o regime de sobreaviso a
aeronautas e petroleiros, e também houve extensão do sobreaviso aos
eletricitários por meio de entendimento do TST. Seguem abaixo os artigos da CLT
respectivos:
CLT, art. 244, § 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo,
que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o
chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de
vinte e quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão
contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
CLT, art. 244, § 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar
nas dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão
será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos
os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
À época da elaboração da CLT não existiam aparelhos como BIP, Pager, celular,
etc., que podem ser utilizados para manter contato com o empregado casa haja
necessidade do comparecimento do mesmo ao local de trabalho.
Quanto à utilização destes aparelhos na relação de trabalho e sua relação com o
regime de sobreaviso existe Súmula do TST com entendimento de que o uso de
tais equipamentos, por si só, não caracteriza o sobreaviso.
É de se destacar, também, que o referido verbete foi alterado em setembro de
2012:
SUM-428 SOBREAVISO
O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, “pager” ou
aparelho celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de
sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência
aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço.
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SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT


I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela
empresa ao empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso.
II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido
a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados,
permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
A atual redação do item I tem o mesmo sentido da anterior, de modo que não
basta apenas o uso de meios de comunicação fornecidos pela empresa para que
se configure o sobreaviso.

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Sobre o instituto do sobreaviso e sua relação com os meios de comunicação é


interessante conhecer a lição de Sérgio Pinto Martins2:
“O sobreaviso se caracteriza pelo fato do empregado ficar em sua casa (e
não em outro local), aguardando ser chamado para o serviço. Permanece
em estado de expectativa durante o seu descanso, aguardando ser
chamado a qualquer momento. Não tem o empregado condições de assumir
outros compromissos, pois pode ser chamado de imediato, comprometendo
até os seus afazeres familiares, pessoais e até o seu lazer. (...) Em razão
da evolução dos meios de comunicação, o empregado tanto pode ser
chamado pelo telefone ou pelo telégrafo (como ocorria nas estradas de
ferro), como também por BIP, “pagers”, lap top ligado à empresa, telefone
celular, etc. O artigo 244 da CLT3 foi editado exclusivamente para os
ferroviários, pois os últimos meios de comunicação na época ainda não
existiam. O Direito do Trabalho passa, assim, a ter de enfrentar essas novas
situações para considerar se o empregado está ou não à disposição do
empregador, principalmente quanto à liberdade de locomoção do obreiro”.
Sobre o uso, no verbete, da expressão “instrumentos telemáticos ou
informatizados” cite-se a alteração feita na CLT em 2011, a partir da qual o seu
art. 6º passou a contar com o § único cuja redação segue abaixo:
CLT, art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento
do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a
distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação
de emprego.
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando,
controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
alheio.
Voltando à Súmula 428, vejamos seu item II:
II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido
a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados,
permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
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Como frisamos ao comentar o item I, não basta que o empregado utilize meio
de comunicação da empresa para configurar o sobreaviso: deve haver algum tipo
de restrição de locomoção, como o regime de plantão.

2
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 340.

3 CLT, art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-aviso e de prontidão,
para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que faltem à escala
organizada.
(...)
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a
qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e
quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do
salário normal.

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Seguem abaixo três julgados cuja leitura ajuda a fixar este entendimento:
HORAS DE SOBREAVISO. REGIME DE PLANTÃO. USO DE APARELHO
CELULAR. Nos termos da novel Súmula 428, item I, do TST- o uso de
instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao
empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso-. Ocorre que,
na hipótese dos autos, a condenação para pagamento das horas de
sobreaviso foi fixada em razão de haver prova de que o empregado ficava
de plantão desde a sexta-feira de uma semana até a sexta-feira
subsequente. (...)
(RR - 45400-34.2006.5.09.0072 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,
Data de Julgamento: 26/09/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012)

HORAS DE SOBREAVISO. USO DE CELULAR. De acordo com o


entendimento desta Corte, o simples uso de instrumentos telemáticos ou
informatizados fornecidos pela empresa ao empregado não caracteriza o
regime de sobreaviso. Entretanto, considera-se em sobreaviso o
empregado que é submetido a controle patronal pelos referidos
instrumentos, desde que permaneça em regime de plantão ou equivalente.
Essa é a dicção da Súmula nº 428 do TST, alterada pelo Tribunal Pleno
desta Corte em sessão do dia 14/09/2012. Na presente hipótese, há
registro de que o reclamante tenha permanecido em casa, aguardando
eventual chamado do empregador. De fato, consta no acórdão regional que
- o autor ficava à disposição da ré à noite e em finais de semana, em sua
residência, à espera de chamados por telefone celular, para realizar a
manutenção em transmissores e antenas da RBS TV (...) que,
evidentemente, redundava em tolhimento de sua liberdade de locomoção.
(...)
(RR - 7200-44.2009.5.04.0701, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de
Julgamento: 26/09/2012, 7ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012)

EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 11.496/2007 HORAS DE SOBREAVISO -


USO DE BIP OU APARELHO CELULAR - SUBMISSÃO À ESCALA DE
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ATENDIMENTO - SÚMULA Nº 428 DO TST. O acórdão da Turma,


transcrevendo a decisão regional, dispôs que a Corte de origem considerou
caracterizado o regime de sobreaviso, amparando-se não apenas na
utilização do uso do aparelho celular, mas na constatação, extraída do
conjunto probatório, de que o reclamante permanecia, efetivamente, à
disposição do empregador fora do horário normal de trabalho, uma vez que
estava submetido à escala de atendimento, devendo permanecer pronto
para a chamada. (...) Destarte, a condenação do reclamado ao pagamento
de horas de sobreaviso não decorreu unicamente da utilização de bip ou
celular pelo reclamante, mas do fato de que ele estava submetido a escalas
de atendimento. (...).

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(E-ED-RR - 3843800-92.2009.5.09.0651, Redator Ministro: José Roberto Freire


Pimenta, Data de Julgamento: 23/08/2012, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Data de Publicação: 07/01/2013)

2.1.4. Tempo residual à disposição do empregador


Este termo foi cunhado pela jurisprudência para caracterizar pequenos intervalos
de tempo nos quais o empregado está adentrando ou saindo do local de trabalho.
Este conceito se relaciona a pequenos intervalos de tempo em que o empregado,
em tese, aguarda a marcação do seu ponto.
Exemplo: uma empresa possui 100 (cem) empregados e tem apenas 2 (dois)
Registradores Eletrônicos de Ponto (REP) – o chamado “relógio ponto”, onde
os empregados registram as entradas e saídas.
Como não é possível que todos registrem simultaneamente o ponto (e a maioria
chega à empresa no mesmo horário), e considerando a prática jurisprudencial,
foi inserida na CLT regra que permite desconsiderar pequenas variações no ponto
do empregado, qual seja:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
Percebam, então, que a desconsideração do tempo residual somente terá lugar
quando as variações de registro não excederem de 05 (cinco) minutos e, além
disso, sendo observado o limite máximo diário de 10 (dez) minutos.
Se algum destes requisitos for extrapolado, toda a variação será acrescentada na
jornada de trabalho. Reforça tal entendimento a Súmula 366 (com redação
atualizada em maio de 2015):
SUM-366 CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE
ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse
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limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder


a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador,
não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do
tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc)
Além disso, após a Súmula 449 (resultante da conversão da OJ nº 372 da SBDI-
1), não mais se pode elastecer a tolerância de 5 minutos em cada trajeto por
meio de negociação coletiva. Vejamos:
SUM-449
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o §
1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em
convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que

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antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das


horas extras.
Vejamos uma questão sobre o assunto:
ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários.
Gabarito: Certa, conforme comentários anteriores.
A questão abaixo também se relaciona à mesma regra:
FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2011
A Consolidação das Leis do Trabalho prevê a possibilidade de uma variação
de horário no registro de ponto que não será descontado nem computado
como jornada extraordinária. Esta variação de horário possui o limite
máximo diário de
(A) seis minutos.
(B) sete minutos.
(C) oito minutos.
(D) dez minutos.
(E) quinze minutos.
O gabarito, no caso, é a alternativa (D).

Considerando a regra, imaginemos as seguintes situações práticas de um


empregado que labora das 08h00min às 18h00min, com intervalo de almoço das
12h00min às 14h00min:

CARTÃO PONTO

Saída do Retorno do
Dia Entrada Saída
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intervalo intervalo

(...)

Quarta- 07h58min 12h02min 14h02min 18h01min


feira

Quinta-feira 07h55min 12h02min 14h01min 18h08min

Sexta-feira 07h53min 12h01min 13h59min 18h00min

(...)

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Na quarta-feira a jornada totalizou 08h03min, e não houve registro excedente de


05 (cinco) minutos, então não será o caso de descontar nem computar tempo
como jornada extraordinária.
Na quinta-feira a jornada totalizou 08h14min, então deverão ser computados
14min como jornada extraordinária.
Na sexta-feira a jornada totalizou 08h09min, não ultrapassando os 10min diários.
Entretanto, na entrada houve registro que excedeu de 05 (cinco) minutos (a
entrada ocorreu às 07h53min), então os 09min devem ser computados como
jornada extraordinária.
Ressalte-se que esta regra permite as mais diversas interpretações, então caso
haja cobrança em prova será necessário analisar todas as alternativas.
No caso da sexta-feira, por exemplo, há entendimentos no sentido de que
deveriam ser registrados com extraordinários os 07 minutos da entrada
(aplicação direta da Súmula 366), mas não deveriam ser registrados os outros
02 minutos das demais marcações.
É importante, sobre o assunto tempo residual, conhecer a Súmula 429 do TST,
que considera o deslocamento dentro da empresa como tal:
SUM-429 TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT.
PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO
Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o
tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da
empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos
diários.

2.2. Modalidades de jornada de trabalho


Após estudarmos as regras gerais sobre a composição da jornada de trabalho,
passemos agora à definição do que seja uma jornada normal (padrão) e quais
são as jornadas especiais de trabalho.

2.2.1. Jornada padrão (normal) de trabalho


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A jornada normal de trabalho é de 8 (oito) horas por dia, com fundamento na


atual Constituição Federal:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Como deve haver repouso semanal (assunto de outro tópico), chega-se ao limite
máximo trabalho de 220 horas por mês, pelo seguinte:

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Sendo o módulo semanal de 44 horas, respeitado um dia de descanso semanal,


restam 6 dias por semana para o trabalho; dividindo-se 44 por 6, temos
7,33h/dia.
7,33h/dia = 7h + 0,33h = 7h + 1/3h = 7h + 20min = 7h20min
Multiplicando 7h20min por 30 dias = 220h (este é o divisor do salário, sobre o
qual falaremos oportunamente).
Por outro lado, se o empregado laborar 40 horas semanais, observa-se que seu
divisor será 200, nos termos da SUM-431 do TST:
SUM-431
Para os empregados a que alude o art. 58, caput, da CLT, quando sujeitos a
40 horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 (duzentos) para
o cálculo do valor do salário-hora.

Há categorias com jornadas diferenciadas, que serão objeto de estudo em tópico


específico.

2.2.2. Jornadas especiais de trabalho


Diversas categorias possuem jornadas distintas do padrão estudado no tópico
anterior. Veremos abaixo os exemplos que possuem vinculação mais estreita com
a CLT.

2.2.2.1. Turnos ininterruptos de revezamento


Os turnos ininterruptos de revezamento (TIR) possuíram tratamentos
diferenciados ao longo do tempo, e atualmente estão regrados pela Constituição
Federal da seguinte forma:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
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ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;


Para caracterização do turno ininterrupto de revezamento não basta que a
jornada seja de 06 horas. É imprescindível que haja significativa alternância de
horários de trabalho compreendendo dia e noite:
OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS.
HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO
Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o
trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de
turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo
ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância
de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da
empresa se desenvolva de forma ininterrupta.

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Para a caracterização da alternância de horários é necessário que o empregado


labore em períodos alternados que cubram todas as 24 horas do dia?
Resposta: ainda não há definição precisa por parte da doutrina, mas a OJ
exposta acima tende a aceitar como alternância os horários que não cubram as
24 horas do dia.
Como explicado por Mauricio Godinho Delgado4:
“(...) enquadra-se no tipo legal em exame o sistema de trabalho que
coloque o empregado, alternativamente, em cada semana, quinzena, mês
ou período relativamente superior, em contato com as diversas fases do dia
e da noite, cobrindo as horas da composição dia/noite ou, pelo menos, parte
importante das fases diurnas e noturnas. (...) De toda maneira, é evidente
que o contato com os diversos horários da noite e do dia há que ser
significativo – ainda que não integral -, sob pena de se estender
demasiadamente o tipo jurídico destacado pela Constituição.”
Exemplo: um empregado que trabalha na câmara fria de um frigorífico,
cumprindo horários de trabalho alternados nos dias da semana de 08h00min às
14h00min, 17h00min às 23h00min e 01h00min às 07h00min, de acordo com a
necessidade da empresa.
Neste caso, o empregado tem evidentes prejuízos à sua saúde e convívio social,
pois tal organização do trabalho afeta seu ritmo biológico (os horários de sono
sempre variam) e prejudica sua inserção na sociedade (tem dificuldades para
freqüentar uma faculdade ou realizar cursos, por exemplo, visto que a alternância
de horários não lhe permite acompanhar as turmas).
Caso o empregado laborasse em turno fixo (somente de manhã, somente de
tarde ou somente de noite, sem alternância), não seria o caso de aplicabilidade
das regras atinentes ao turno ininterrupto de revezamento (TIR).
Seguindo adiante no assunto precisamos destacar outro aspecto relevante para
fins de prova: se a empresa parar de funcionar um dia por semana (aos
domingos, por exemplo) isto prejudica a tipificação do TIR?
Resposta: Não. Parte da doutrina entende que isso seria necessário, mas o TST
já possui entendimento quanto ao fato de as interrupções da atividade
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empresarial não descaracterizarem o regime de turno ininterrupto de


revezamento; vejamos o verbete relacionado ao tema:
OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS.
HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO
Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o
trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de
turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo
ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de
horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa
se desenvolva de forma ininterrupta.

4 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho.12 Ed. São Paulo: LTr, 2013, p. 930.

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Outra questão que pode ser exigida em provas: se o empregador concede um


intervalo intrajornada (15 minutos para lanche, por exemplo), isso descaracteriza
o regime de TIR?
Resposta: Não, visto que o termo “ininterrupto” se refere à alternância dos
turnos em si, e não impede que haja intervalo intrajornada (durante o turno)
para descanso dos empregados:
SUM-360 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS
INTRAJORNADA E SEMANAL
A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de
cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o
turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º,
XIV, da CF/1988.
Corrobora o entendimento a posição do Ministro Godinho5:
“(...) a ideia de falta de interrupção dos turnos centra-se na circunstância
de que eles se sucedem ao longo das semanas, quinzenas ou meses, de
modo a se encadearem para cobrir todas as fases da noite e do dia – não
tendo relação com o fracionamento interno de cada turno de trabalho.”
Este tema foi exigido no concurso de AFT 2009/2010:
ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010
De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, a
concessão do intervalo para repouso e alimentação, dentro de cada turno,
ou o intervalo para descanso semanal, descaracteriza o sistema de turnos
ininterruptos de revezamento previsto na Constituição.
Pelo que estudamos, a alternativa é incorreta.

Continuando no assunto precisamos analisar a viabilidade da existência de turno


ininterrupto de revezamento com jornada acima de 06 horas.
Pelo disposto na CF/88 isto é possível, desde que pactuado por meio de
negociação coletiva: 10778190722

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
Deste modo, é permitido que haja turnos de revezamento com jornadas de até
08 horas.
Caso não haja tal previsão na negociação coletiva as horas excedentes à 6ª
deverão ser remuneradas como extraordinárias.

5
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 915.

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Entretanto, se houver previsão no acordo ou convenção, as horas excedentes à


6ª (no caso, a 7ª e 8ª) não serão remuneradas como extra:
SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio
de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª
horas como extras.
No caso de empregado horista que labore em turnos ininterruptos de
revezamento, do mesmo modo caberá o pagamento da hora e seu respectivo
adicional caso a jornada seja prorrogada para além da sexta hora.
Este é o entendimento da do seguinte verbete do TST:
OJ-SDI1-275 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA. HORAS
EXTRAS E ADICIONAL. DEVIDOS
Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado
horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao
pagamento das horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao
respectivo adicional.
Segue abaixo trecho de julgado do TST que corrobora este entendimento:
“Esta Corte tem reiteradamente decidido que, no caso de trabalho realizado
em turnos ininterruptos de revezamento, as horas extras excedentes a
sexta diária devem ser pagas de forma integral, com o respectivo adicional,
independentemente de o empregado ser horista ou mensalista, pois a
contraprestação remunera apenas as seis primeiras horas trabalhadas”.
(RR - 41700-69.2008.5.15.0086, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data
de Julgamento: 29/08/2012, 6ª Turma, Data de Publicação: 31/08/2012)
Se houver previsão em negociação coletiva, por exemplo, de jornada de 07 (sete)
horas em turnos ininterruptos, haveria o pagamento da 7ª hora, mas não caberia
o pagamento do adicional (mínimo de 50%) desta hora, pois o sindicato
concordou em que a jornada fosse de 07 (sete) horas, ou seja, esta 7ª hora não
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será extraordinária.
Para encerrar o tópico sobre turnos ininterruptos é necessário comentar a Súmula
110 do TST, que trata dos casos em que não são respeitados o descanso semanal
e o intervalo interjornada.
Como veremos durante esta aula, o descanso semanal é de 24 horas
consecutivas, enquanto o intervalo entre duas jornadas de trabalho (chamado de
intervalo interjornada) é de no mínimo 11 (onze) horas.
Assim, do término de uma jornada do turno ininterrupto até o início da próxima
jornada que sucede o descanso semanal deve haver 35 horas de intervalo (24 +
11).
Caso não se respeite esse intervalo de descanso deve haver o pagamento das
horas, inclusive com o respectivo adicional:

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SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO


No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso
semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas
consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como
extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.
Exemplo: a jornada de sábado encerrou-se às 22h00min, e o descanso semanal
é domingo. Somando o intervalo interjornada e o descanso semanal, a jornada
de segunda-feira somente poderia iniciar às 09h00min.
Segue abaixo a visualização do exemplo na linha do tempo:

Jornada
Intervalo Descanso Início da jornada às
encerrada às
interjornada de semanal de 24 08h00min de
22h00min de
11 horas horas segunda
sábado

Se a jornada de segunda-feira tivesse iniciado às 08h00min, de acordo com a


Súmula 110, dever-se-ia pagar 1 (uma) hora como extraordinária, inclusive com
o respectivo adicional.
Vejamos uma questão sobre o tema:
CESPE/TRT21 – Técnico Judiciário – Área Judiciária - 2010
Considere que Jacinto esteja sujeito ao turno ininterrupto de revezamento
e tenha trabalhado das 16 horas às 22 horas do sábado e retornado ao
trabalho na segunda-feira seguinte para cumprir jornada das 6 horas às 12
horas. Nessa situação, Jacinto não tem direito ao pagamento de hora extra.
Alternativa incorreta, pois Jacinto faria jus a 3 horas extras.
Observando nosso quadro, podemos ver que Jacinto somente poderia ter iniciado
seu labor na segunda-feira às 09h00min, e como começou antes não foi
respeitado o intervalo mínimo.

2.2.2.2. Outras jornadas especiais 10778190722

Iniciaremos o tópico com as disposições relativas aos bancários, que possuem


previsão de jornada diferenciada na CLT:
CLT, art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos,
casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas
contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total
de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.
§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará
compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao
empregado, no horário diário, um intervalo de 15 (quinze) minutos
para alimentação.

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Pela regra estabelecida os bancários não trabalharão nos sábados e, com isso, o
divisor a ser aplicado para a categoria é 180 (6 horas x 30 dias), diferentemente
do divisor aplicado em regra que é, como vimos acima, de 220 horas.
Entretanto, nem todos os empregados da categoria serão vinculados à limitação
de jornada definida acima, visto que a lei traz a exceção dos ocupantes de funções
de gerência, fiscalização, chefia e equivalentes:
CLT, art. 224, § 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que
exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes,
ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da
gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo
efetivo.
Além disso, o gerente também não estará sujeito a controle de jornada, desde
que cumpridos os requisitos do art. 62 da CLT:
CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
(...)
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos
empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do
cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver,
for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).
No caso do segmento bancário, a regra do art. 62 se aplicaria ao gerente geral
da agência, enquanto a do art. 224 se aplicaria aos gerentes de contas, de
relacionamento, etc. Nesta linha o ensinamento de Valentin Carrion6:
“Gerente de agência bancária. Os hábitos contemporâneos permitem
distinguir duas espécies de empregados absolutamente distintas, apesar de
terem a mesma denominação: de um lado, o gerente titular, ou principal,
da agência bancária, com mais poderes de representação, e de decisão,
sem fiscalização imediata, a não ser a genérica de regulamentos e normas
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internas (...), e, de outro lado, um ou vários gerentes de segundo nível,


que prestam contas e submissão ao gerente-titular. A CLT acolhe o
primeiro, no art. 62, II, e os segundos, verdadeiros subgerentes, apesar de
outra denominação que utilizam, e que estão inseridos, junto com outros
cargos de segundo nível, no art. 224, §2º, da CLT.”
Há também previsão na CLT de regra específica para os trabalhadores em
minas de subsolo:

6
CARRION, Valentim. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012,
p. 150-151.

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CLT, art. 293 - A duração normal do trabalho efetivo para os empregados


em minas no subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36
(trinta e seis) semanais.
O trabalho em subsolo nas atividades de mineração é responsável por uma série
de agravos à saúde, que vão desde o choque elétrico até pneumoconiose (doença
do pulmão ocasionada pelo contato com sílica livre cristalizada, oriunda da poeira
gerada pela extração de minérios).
Dadas as condições de insalubridade da atividade, existe até previsão de redução
deste limite máximo:
CLT, art. 295, parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no
subsolo poderá ser inferior a 6 (seis) horas diárias, por determinação da
autoridade de que trata este artigo, tendo em vista condições locais de
insalubridade e os métodos e processos do trabalho adotado.
Além disso, como em alguns empreendimentos a boca da mina (entrada para o
subsolo) fica a vários quilômetros da frente de trabalho, a CLT também esclareceu
que este tempo de deslocamento deve ser computado:
CLT, art. 294 - O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao
local do trabalho e vice-versa será computado para o efeito de pagamento
do salário.
No que tange às atividades de telefonia, a CLT também trouxe previsões
distintas da regra geral:
CLT, art. 227 - Nas empresas que explorem o serviço de telefonia,
telegrafia submarina ou subfluvial, de radiotelegrafia ou de
radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos operadores a duração
máxima de seis horas contínuas de trabalho por dia ou 36 (trinta e seis)
horas semanais.
Com base nesta previsão legal, o TST estendeu a regra aos empregados que
operam telefone de mesa (de empresas em geral):
SUM-178 TELEFONISTA. ART. 227, E PARÁGRAFOS, DA CLT.
APLICABILIDADE
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É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de


telefonia o disposto no art. 227, e seus parágrafos, da CLT.
Os operadores de teleatendimento e telemarketing (atividades recentes, que
não existiam quando da publicação da CLT) não possuem restrição legal de sua
jornada de trabalho.
Estas pessoas laboram em locais denominados call centers, que são ambientes
de trabalho nos quais a principal atividade é conduzida via telefone e/ou rádio
com utilização simultânea de terminais de computador.
Ainda não há consenso doutrinário sobre a aplicação analógica do artigo 227 da
CLT (comentado acima) para as atividades de teleatendimento e telemarketing.

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Sobre isto é de notar que havia um verbete do TST, cancelado em 2011, que
dispunha ser inaplicável, por analogia, a jornada reduzida do art. 227 a esta
categoria:
OJ-SDI1-273 "TELEMARKETING". OPERADORES. ART. 227 DA CLT.
INAPLICÁVEL
A jornada reduzida de que trata o art. 227 da CLT não é aplicável, por
analogia, ao operador de televendas, que não exerce suas atividades
exclusivamente como telefonista, pois, naquela função, não opera mesa de
transmissão, fazendo uso apenas dos telefones comuns para atender e
fazer as ligações exigidas no exercício da função.
Frise-se que há disposições específicas sobre intervalos durante a jornada de
trabalho dos operadores de teleatendimento e telemarketing na NR 17
(ERGONOMIA), mas este é um assunto a ser tratado no curso de Segurança e
Saúde no Trabalho.
Em relação à categoria dos jornalistas profissionais a CLT possui seção
específica, onde se estipula jornada diferenciada:
CLT, art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados
compreendidos nesta Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto
de dia como à noite.
CLT, art. 304 - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete)
horas, mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado,
correspondente ao excesso do tempo de trabalho, em que se fixe um
intervalo destinado a repouso ou a refeição.
Quanto aos operadores cinematográficos a Consolidação define jornada
padrão de 06 (seis) horas:
CLT, art. 234 - A duração normal do trabalho dos operadores
cinematográficos e seus ajudantes não excederá de seis horas diárias,
assim distribuídas:
a) 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o
funcionamento cinematográfico;
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b) 1 (um) período suplementar, até o máximo de 1 (uma) hora para


limpeza, lubrificação dos aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.
Em relação aos tripulantes de embarcações pode-se destacar o artigo 248:
CLT, art. 248 - Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia
civil, o tripulante poderá ser conservado em seu posto durante 8 (oito)
horas, quer de modo contínuo, quer de modo intermitente.
§ 1º - A exigência do serviço contínuo ou intermitente ficará a critério do
comandante e, neste último caso, nunca por período menor que 1 (uma)
hora.
Aproveitando o tópico, precisamos comentar também sobre a situação dos
trabalhadores contratados a tempo parcial.

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Nesta modalidade de contratação o empregado tem jornada inferior ao padrão


de 08 horas diárias e 44 semanais, com a redução proporcional de seu salário:
CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele
cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.
§ 1º O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial
será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem,
nas mesmas funções, tempo integral.
§ 2º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será
feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista
em instrumento decorrente de negociação coletiva.
Assim, a jornada de um empregado contratado a tempo parcial pode ser, por
exemplo, de 05 horas diárias (de segunda a sexta).
O §2º do artigo 58-A abriu a possibilidade de que, mediante negociação coletiva,
empregados sujeitos à jornada padrão de 08 horas pudessem ter seu regime de
trabalho alterado para tempo parcial, mediante a redução proporcional dos
salários.
Conforme previsto no §4º do artigo 59,
CLT, art. 59, § 4º Os empregados sob o regime de tempo parcial não
poderão prestar horas extras.
Corrobora as regras a seguinte questão, cujo gabarito é a alternativa (E):
FCC/TRT8 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2010
Solange é empregada da empresa Amor Perfeito, trabalhando como
ajudante na elaboração de cestas de café da manhã. Solange é considerada
empregada em regime de tempo parcial. Neste caso, a duração da sua
jornada de trabalho
(A) poderá ser livremente pactuada entre as partes, desde que não
ultrapasse vinte e oito horas semanais, sendo vedada a prestação de horas
extras.
(B) não poderá exceder a vinte horas semanais, sendo vedada a prestação
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de horas extras.
(C) deverá ser obrigatoriamente de vinte e quatro horas semanais.
(D) poderá ser livremente pactuada entre as partes, desde que não
ultrapasse dezoito horas semanais, bem como oito horas extras mensais.
(E) não poderá exceder a vinte e cinco horas semanais, sendo vedada a
prestação de horas extras.

Para facilitar o estudo e a revisão, compilamos o seguinte quadro sobre as


jornadas especiais que acabamos de estudar:

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LIMITES DA JORNADA
ATIVIDADE FUNDAMENTO
ESPECIAL
6 horas diárias e
Bancários CLT, art. 224
30 horas semanais
Serviços de telefonia 6 horas diárias e CLT, art. 227
Minas de subsolo 36 horas semanais CLT, art. 293
5 horas diárias
Jornalistas profissionais (prorrogável até 7 horas, por CLT, arts. 303-304
acordo escrito)
6 horas diárias
Operadores
(5 horas na cabina + 1 hora CLT, art. 234
cinematográficos
para limpeza/lubrificação)
Regime de Tempo parcial 25 horas semanais CLT, art. 58-A

E já que, logo acima, falamos em horas extras, passemos ao próximo assunto da


aula, que é justamente a jornada extraordinária.

2.3. Jornada extraordinária


A jornada extraordinária (também conhecida como sobrejornada ou horas
extraordinárias) é o lapso temporal em que o empregado permanece laborando
após sua jornada padrão (jornada normal).
O limite de horas extraordinárias diárias estabelecido pela CLT é o seguinte:
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
Atenção para o fato de que, por simples acordo escrito entre empregado e
empregador, é possível a realização de horas extraordinárias. Por acordo tácito,
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entretanto, não se permite a prática.


Quanto à expressão contrato coletivo, podemos entendê-la como sinônimo de
negociação coletiva.
O efeito do acordo escrito de horas suplementares é que cabe ao empregador
exigir do empregado a prestação da sobrejornada quando for necessário (jus
variandi do empregador), não podendo o empregado se recusar a prestar tais
horas.
E se a empresa mantém empregados laborando acima do limite máximo
permitido em lei, isso a exime do pagamento das horas extraordinárias
excedentes de 2?

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Certamente não, mas tendo em vista as alegações de que a sobrejornada ilegal


não deveria ser remunerada (por ser ilegal) o TST editou Súmula 376:
SUM-376 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime
o empregador de pagar todas as horas trabalhadas.
Ainda sobre o acordo escrito é oportuno comentarmos sobre a impossibilidade de
pré-contratação de horas extraordinárias.
Seria o caso da contratação de profissional bancário cuja jornada padrão diária
deva ser de 06 horas, sendo contratado para prestar 08 horas diárias.
SUM-199 BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS
I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do
trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas
remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o
adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais não
configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário.
Sobre o assunto, lembremos que não se admite a legalidade de condições que
prejudiquem o empregado:
CLT, art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo
de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação.
Quanto à sobrerremuneração (adicional) da hora suplementar, vejamos o
dispositivo constitucional e as regras celetistas:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;

Isto permite concluir que toda hora suplementar será remunerada com o
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respectivo adicional?
A resposta é negativa.
No caso de regime de compensação de horas haverá a prestação de labor além
da jornada padrão, mas, como as horas serão compensadas, não será devido o
respectivo adicional.
Nesta linha, segue o ensinamento do Ministro Godinho7, citando Amauri Mascaro
Nascimento:
“A noção de jornada extraordinária não se estabelece em função da
remuneração suplementar à do trabalho normal (isto é, pelo pagamento do

7
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 936.

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adicional de horas extras). Estabelece-se em face da ultrapassagem da


fronteira normal da jornada. A remuneração do adicional é apenas um
efeito comum da sobrejornada, mas não seu elemento componente
necessário.”
Quanto ao percentual, cuidado para não confundirmos a disposição da CLT (que
previa 20%) com a redação da CF/88, vista acima, com adicional mínimo de
50%:
CLT, art. 59, § 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá
constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora
suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior à da
hora normal.
Considera-se que este dispositivo celetista supratranscrito não foi recepcionado
pela CF/88.
Também é viável (e bastante comum) que acordos coletivos de trabalho (ACT) e
convenções coletivas de trabalho (CCT) prevejam percentuais maiores que 50%.
Nestes casos, deve-se respeitar a previsão da negociação coletiva, mais benéfica
à categoria.

2.3.1. Compensação de jornada


Falaremos aqui sobre as duas modalidades de compensação de jornada: o acordo
de prorrogação de jornada (compensação intrassemanal) e o banco de horas
(compensação que ultrapassa o módulo semanal).
As principais diferenças para fins de prova são as seguintes:

Compensação de jornada

Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada
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Compensação intrassemanal (dentro Compensação que ultrapassa o


da semana) módulo semanal

Sua validade demanda acordo


Sua validade demanda previsão em
escrito entre empregador e
negociação coletiva
empregado

Vejamos agora outros aspectos importantes sobre o assunto.

➢ Acordo de prorrogação de jornada

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Além de prever a duração normal do trabalho (regra geral) de 08 horas diárias e


44 horas semanais, a CLT prevê a possibilidade de compensação, que ocorre
quando o empregado trabalha algumas horas a mais em um (ou mais) dia(s) e
menos em outro(s):
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.

Segue abaixo um cartão ponto hipotético, para analisar esta regra:

CARTÃO PONTO

Saída do Retorno do
Dia Entrada Saída
intervalo intervalo

Segunda- 07h58min 12h02min 14h02min 18h47min


feira

Teça-feira 07h58min 12h02min 14h01min 18h49min

Quarta-feira 07h56min 12h01min 13h59min 18h47min

Quinta-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h50min

Sexta-feira 07h59min 12h03min 14h01min 18h49min

Sábado - - - -

Domingo - - - -

Neste caso hipotético (que é bem comum no cotidiano) o empregado trabalhou


mais que 08 horas de segunda a sexta, mas não laborou no sábado.
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Desconsiderando as pequenas variações no ponto a jornada do empregado foi de


08h48min de segunda a sexta, o que resulta em 44 horas de trabalho no módulo
semanal (08h48min x 5 dias).
O resultado disto é que não será devido pagamento de adicional de horas extras.
Diferente da compensação de jornada por meio de banco de horas, que exige
previsão em negociação coletiva, o acordo de prorrogação de jornada pode
ser realizado mediante acordo escrito entre empregado e empregador:
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.

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A questão abaixo, incorreta, sugeriu que o acordo de prorrogação poderia ser não
escrito:
CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009
O acordo de prorrogação de horas pode ser celebrado de forma verbal.

É importante notar que o acordo de prorrogação não se confunde com o banco


de horas (tópico anterior), e esta diferença foi destacada na Súmula 85 do TST:
SUM-85 COMPENSAÇÃO DE JORNADA
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo
individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver
norma coletiva em sentido contrário.
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de
jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a
repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se
não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo
adicional.
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de
compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a
jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e,
quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas
o adicional por trabalho extraordinário.
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade banco de horas, que somente pode ser
instituído por negociação coletiva.
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade
insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária
inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art.
60 da CLT.
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Segundo o inciso III, caso tenha sido feito acordo verbal para compensação e o
empregado laborou, por exemplo, 8h48min horas por dia, a descaracterização da
compensação não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à
jornada normal diária.
Isto porque o salário do empregado já inclui todas as horas trabalhadas, e, por
isso, a descaracterização do acordo de compensação implicará no pagamento
apenas do respectivo adicional.
Exemplo: o empregado trabalhou 8h48min de segunda a sexta conforme acordo
verbal. Como é inválido e ele já recebeu o valor das horas trabalhadas, a
descaracterização da compensação implicará no pagamento de adicional de 50%
sobre 48 minutos diários.

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Por outro lado, imaginemos agora que foi devidamente formalizada compensação
de jornada (por acordo escrito) e o empregado deveria laborar 8h48min de
segunda a sexta-feira, para não trabalhar no sábado (no caso, o módulo semanal
continua sendo de 44 horas = 8h48min x 5 dias).
Na prática, entretanto, este empregado trabalha 10h00min de segunda a sexta
e mais 4h00min aos sábados.
Como há prestação habitual de horas extras, descaracteriza-se o acordo de
prorrogação ("IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo
de compensação de jornada (...)").
O que o item IV faz é separar as horas da compensação (os 48 minutos no
exemplo), que deverão ser remunerados pelo seu adicional (pois o valor da hora
normal já foi pago no salário), das outras 1h12min diárias (que excedem as
8h48min) + 4h00min aos sábados, que devem ser remuneradas pela hora normal
+ adicional de hora extraordinária ("IV. (...) as horas que ultrapassarem a
jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias.).
Por fim, o item VI, inserido em 2016, afirma que negociação coletiva não tem o
condão de estipular compensação de jornada em atividade insalubre.

➢ Banco de horas
Outra possibilidade de compensação de jornada é o banco de horas, na qual a
compensação extrapola o período de uma semana.
Para que haja banco de horas (período máximo de um ano) é necessária previsão
em negociação coletiva de trabalho.
O banco de hora atende ao jus variandi do empregador, que exigirá mais labor
(hora extras) quando haja maior demanda do mercado e, ao revés, quando a
produção ficar em ritmo mais lento, poderá dispensar o empregado de alguns
dias de trabalho para compensar as horas positivas do banco, tudo isso sem
pagamento de horas extraordinárias.
A previsão legal é a seguinte:
CLT, art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por
força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em
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um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de


maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das
jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite
máximo de dez horas diárias.

➢ Compensação 12 x 36 horas
Destacamos esta possibilidade em tópico específico tendo em vista a edição da
Súmula 444 em setembro de 2012.
Em algumas profissões é comum se estabelecer organização de escalas de 12
horas de trabalho seguidas de 36 horas de descanso.
Apesar da duração diária do trabalho extrapolar as 10 horas, o módulo semanal
acaba sendo reduzido, pois há 36 horas de descanso entre uma jornada e outra.

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Com a edição da Súmula 444 o TST materializa seu entendimento de que é


admissível a compensação de 12 x 36, desde que haja previsão em negociação
coletiva:
SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.
É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por
trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor
prestado na décima primeira e décima segunda horas.
A Súmula destaca, também, que o empregado que labora em feriado neste
regime de trabalho fará jus a remuneração em dobro.
Segue abaixo um dos julgados que serviram de precedente para a Súmula 444:
HORAS EXTRAS - JORNADA 12X36. A jurisprudência desta Corte é pacífica
em reconhecer a validade do regime de compensação de 12 por 36 horas,
quando autorizado por norma coletiva, considerando indevido o pagamento
como horas extras da 11ª e da 12ª horas diárias. Agravo de Instrumento
não provido. (...)
(ARR - 101800-54.2008.5.04.0002, 8ª Turma, Rel. Juíza Conv. Maria Laura Franco
Lima de Faria, DEJT 27.4.2012).
E se a jornada de 12 x 36 foi pactuada diretamente com o empregado, ou seja,
sem a participação do sindicato obreiro e nem com base em previsão legal?
A teor da Súmula 444, esta pactuação não é admitida. Neste caso, conforme
ementa abaixo, o regime será inválido:
RECURSO DE REVISTA. (...) JORNADA ESPECIAL - 12X36 HORAS - SÚMULA
444/TST. INVALIDADE - SÚMULA 85/TST. O Tribunal Pleno, na sessão
extraordinária do dia 14.09.2012 (Semana do TST), aprovou o enunciado
de Súmula n.º 444, (...). Entretanto, uma vez reconhecida a invalidade
desse regime de jornada 12x36, é razoável a observância dos parâmetros
dos itens III e IV da Súmula 85/TST, para fins de pagamento das horas
extras. Assim, a condenação deve limitar-se ao pagamento do adicional de
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horas extras relativamente às horas laboradas, quando não dilatada a


duração máxima semanal, e da hora extraordinária, acrescida do respectivo
adicional, quando ultrapassada a duração semanal normal. Recurso de
revista conhecido e parcialmente provido no particular.
(RR - 133200-86.2009.5.04.0023, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,
Data de Julgamento: 12/12/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 14/12/2012)

2.3.2. Prorrogação de jornada em necessidades


imperiosas
Existem situações previstas em lei nas quais a realização de horas extraordinárias
independerá de acordo escrito entre empregador e empregado.

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São casos excepcionais nos quais o labor extraordinário torna-se necessário,


situações em que o empregador lança mão de seu poder diretivo para exigir a
prestação da sobrejornada.

➢ Força maior
No caso de força maior aplicam-se os seguintes dispositivos:
CLT, art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do
trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a
motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de
serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto.
(...)
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a
remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos
demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo
menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o
trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.

CLT, art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento


inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização do
qual este não concorreu, direta ou indiretamente.
Quanto ao adicional de hora extraordinária, vimos que atualmente vigora o
percentual de 50%, definido na CF/88.
Ainda quanto à definição de força maior ressalte-se que não se enquadram
neste conceito fatores derivados de planos econômicos.
A sobrejornada em caso de força deverá ser comunicada, dentro de 10 (dez) dias,
à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo,
justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
Por fim, frise-se que há previsão celetista de sobrejornada de menores nos casos
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de força maior:
CLT, art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do
menor, salvo:
(...)
II - excepcionalmente, por motivo de fôrça maior, até o máximo de 12
(doze) horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco
por cento) sôbre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja
imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.

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Quanto ao adicional de hora extraordinária, novamente, vimos que atualmente


vigora o percentual mínimo de 50%, definido na CF/888.

➢ Serviços inadiáveis
Seguindo adiante, os serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar
prejuízo manifesto são caracterizados como situações nas quais o labor do
empregado é emergencial para que não haja prejuízo ao empregador.
A sobrejornada em caso de serviços inadiáveis deverá ser comunicada, dentro de
10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse
prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
O exemplo típico é a guarda de produtos perecíveis, atividade que não pode ser
postergada sob pena de a mercadoria estragar.

➢ Recuperação do tempo perdido


Já as paralisações empresariais para recuperação do tempo perdido estão
previstas no art. 61, §3º da CLT.
São casos nos quais a atividade empresarial sofreu solução de continuidade, e as
horas extras serão exigidas do empregado independente de acordo escrito para
recuperar o tempo perdido com a interrupção da atividade do estabelecimento
causado por força maior:
CLT, art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do
trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a
motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de
serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto.
(...)
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas
acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua
realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo
necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias
indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda
de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco)
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dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade


competente.

8 CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

(...)

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

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Nesta hipótese de sobrejornada a CLT exige prévia autorização da autoridade


competente.
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Elaboramos um quadro resumo com as semelhanças e diferenças entre as 3
espécies de prorrogação de jornada que formam o gênero necessidade imperiosa:

Serviços
Recuperação do
inadiáveis ou
tempo perdido
cuja inexecução
Força maior decorrente de
possa acarretar
causas acidentais
prejuízo
ou força maior
manifesto

Comunicação ao Comunicação ao
Comunicação Comunicação
MTb, dentro de MTb, dentro de 10
ao MTb prévia ao MTb.
10 (dez) dias. (dez) dias.

2 (duas) horas ao
dia, desde que não
exceda de 10 (dez)
Não há limite Não poderá
horas diárias, em
Sobrejornada expressamente exceder de 12
período não
fixado na CLT (doze) horas
superior a 45
(quarenta e cinco)
dias por ano

Máximo de 12
(doze) horas e
Trabalho de desde que o
Proibido Proibido
menores trabalho do
menor seja
imprescindível
10778190722

2.4. Hora noturna


O trabalho no horário noturno é mais gravoso ao ser humano, que naturalmente
utiliza este período para sono e descanso.
Reconhecendo esta situação, o legislador conferiu ao trabalho noturno duas
regras diferenciadas que beneficiam o empregado: o adicional noturno e a hora
ficta noturna.
Em relação à remuneração adicional do trabalho noturno superior à do diurno,
convém relembrarmos a seguinte disposição constitucional:
CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:

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(...)
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
O adicional noturno foi fixado pela CLT nos termos abaixo:
CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito,
sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo
menos, sobre a hora diurna.
Se o trabalho iniciou no período noturno e foi prorrogado, ao labor realizado na
prorrogação também se aplica o adicional noturno:
CLT, art. 73, § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto
neste capítulo.
Neste contexto, relevante mencionar o item II da Súmula 60, que interpreta o
art. 73, § 5º, da CLT desta maneira:
SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E
PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do
empregado para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada
esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese
do art. 73, § 5º, da CLT.
Registre-se que a doutrina9 entende que o trecho inicial do artigo 73, que
excepciona o adicional com os dizeres “Salvo nos casos de revezamento semanal
ou quinzenal” não foi recepcionado pela CF/88, ou seja, mesmo nestes casos
será devido o adicional noturno.
Com relação à hora ficta noturna, esta representa 52º30’, de acordo com o §
1º do mesmo artigo:
CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52
minutos e 30 segundos.
Assim, um empregado que labora das 22h00min às 05h00min trabalha
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efetivamente 07 horas, mas isto representa 08 horas de trabalho para fins de


remuneração (52º30’ x 8 = 7 horas).
Podemos verificar então que o labor de 8 horas em período diurno equivale a 7
horas em período noturno, e o trabalho noturno, ainda, ensejará a percepção do
adicional mínimo de 20%.
Sobre a validade da previsão celetista de hora ficta pós CF/88, o TST entendeu
que a disposição constitucional de remuneração do trabalho noturno superior à
do diurno não revoga a hora ficta:
OJ-SDI1-127 HORA NOTURNA REDUZIDA. SUBSISTÊNCIA APÓS A CF/1988

9 Neste sentido cita-se CARRION, Valentim. Op. cit., p. 164.

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O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi
revogado pelo inciso IX do art. 7º da CF/1988.
Em relação à aplicabilidade da hora ficta às diversas categorias profissionais é
interessante conhecer a Súmula 112, que consolida o entendimento do TST sobre
a não aplicabilidade deste instituto aos petroleiros:
SUM-112 TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO
O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração,
perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto,
indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio
de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe aplicando
a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º, da
CLT.
Da mesma forma, aos portuários, regidos por lei específica, também não foi
estendido o direito à hora ficta noturna nos turnos das 19h00min às 07h00min:
OJ-SDI1-60 PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI Nº
4.860/65, ARTS. 4º E 7º, § 5º)
I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre
dezenove horas e sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.
(...)
Já os vigias (que laboram em período noturno, claro) têm reconhecido o direito
à hora ficta, conforme Súmula 65:
SUM-65 VIGIA
O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia
noturno.
Há também jurisprudência consolidada de que os empregados submetidos aos
turnos ininterruptos de revezamento fazem jus à hora noturna reduzida:
OJ-SDI1-395 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA
REDUZIDA. INCIDÊNCIA.
O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o
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direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as


disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição
Federal.
Quanto à delimitação do que se considera noturno, a CLT estabeleceu como tal o
período entre 22h00min e 05h00min:
CLT, art. 73, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o
trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte.
No caso dos trabalhadores rurais a Lei 5.889/73 (Lei do Trabalho Rural) regulou
o horário noturno de outra forma:

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Lei 5.889/73, art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho


noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas
do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro
horas do dia seguinte, na atividade pecuária.
No tocante à remuneração do trabalho noturno superior à do diurno a lei 5.889/73
também possui regra distinta:
Lei 5.889/73, art. 7º, parágrafo único. Todo trabalho noturno será
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remuneração normal.

Segue abaixo um esquema com a indicação das regras da hora noturna em


relação aos empregados urbanos e rurais:

Trabalhador urbano (CLT) Trabalhador rural

Horário noturno entre as Horário noturno entre as


22h00min de um dia e as 21h00min de um dia e as
05h00min do dia seguinte 05h00min do dia seguinte
(lavoura)

Horário noturno entre as


20h00min de um dia e as
04h00min do dia seguinte
(pecuária)

Hora ficta noturna de 52 minutos 10778190722


Não possui direito a hora ficta
e 30 segundos noturna

Adicional noturno de 20% Adicional noturno de 25%

2.5. Descansos
Tanto a duração do trabalho quanto os períodos de descanso têm reflexos na
saúde do trabalhador, e por isso tais regras se revestem de caráter de normas
de ordem pública.

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Neste sentido, é imperativo que a limitação máxima da jornada e os períodos


mínimos de descanso sejam respeitados de modo a proteger a integridade física
e psíquica dos trabalhadores.
Sendo assim, tais regras não são de livre negociação por parte das entidades
sindicais, conforme veremos neste tópico do curso.
A importância desta natureza imperativa das normas limitadoras da jornada pode
ser materializada no estudo do item II da Súmula 437, que foi criada em
setembro de 2012 (ocasião em que a antiga OJ 342 foi convertida em súmula):
OJ-SDI1-342 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO. NÃO CONCESSÃO OU REDUÇÃO. PREVISÃO EM NORMA
COLETIVA. INVALIDADE. EXCEÇÃO AOS CONDUTORES DE VEÍCULOS
RODOVIÁRIOS, EMPREGADOS EM EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO
URBANO.
I - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.
II – Ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de
trabalho a que são submetidos estritamente os condutores e cobradores de
veículos rodoviários, empregados em empresas de transporte público
coletivo urbano, é válida cláusula de acordo ou convenção coletiva de
trabalho contemplando a redução do intervalo intrajornada, desde que
garantida a redução da jornada para, no mínimo, sete horas diárias ou
quarenta e duas semanais, não prorrogada, mantida a mesma
remuneração e concedidos intervalos para descanso menores e fracionados
ao final de cada viagem, não descontados da jornada.
Em setembro de 2012, como dito, foi feita a conversão da OJ-SDI1-342 (e outras
que também foram canceladas) na Súmula 437, cuja redação atual é a seguinte:
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.
APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT. 10778190722

I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão


parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido

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por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII10, da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.
III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT,
com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando
não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo
de outras parcelas salariais.
IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista
no art. 71, caput e § 4º, da CLT.
O item I da Súmula 437, inicialmente, faz menção à Lei 8.923/94. Esta lei
acrescentou o § 4º ao art. 71 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
prescrevendo sanção a ser aplicada em caso de descumprimento do disposto no
caput do referido artigo.
Vejamos sua redação:
CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto
neste artigo11, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo
cinqüenta por cento sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
Interpretando o dispositivo, o item I da Súmula 437 estabeleceu que a não
concessão total ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento
total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas seguidas sem intervalo,
haverá a obrigatoriedade de remunerá-lo com hora extra o intervalo de 1 hora
10778190722

10
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

(...)

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

11
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze)
minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

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não concedido (o que não afasta a conduta irregular do empregador, que mesmo
pagando o adicional poderá ser autuado).
Nos casos em que o intervalo é parcialmente concedido (por exemplo, deveria
conceder 1 hora e concedeu apenas 30 minutos) o entendimento dominante é de
que deve ser pago como extra a totalidade do intervalo.
Seguindo adiante, reproduzo novamente o item II da Súmula 437 para facilitar o
acompanhamento dos comentários devidos:
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.
Sobre este item II é importante destacar que as normas que regulamentam
limitação de jornada e descansos são imperativas. Neste contexto, trago o
seguinte trecho da lição de Mauricio Godinho Delgado12:
“As normas jurídicas estatais que regem a estrutura e dinâmica da jornada
e duração do trabalho são, de maneira geral, no Direito brasileiro, normas
imperativas. O caráter de obrigatoriedade que tanto qualifica e distingue o
Direito do Trabalho afirma-se, portanto, enfaticamente, neste campo
juslaboral. Em consequência dessa afirmação, todos os princípios e regras
associados ou decorrentes de tal imperatividade incidem, soberanamente,
nesta seara. Por essa razão, a renúncia, pelo trabalhador, no âmbito da
relação de emprego, a alguma vantagem ou situação resultante de normas
respeitantes à jornada é absolutamente inválida”.
Deste modo, não se admite que o sindicato negocie redução de intervalos.
------
Antes de avançar, precisamos fazer uma ressalva. A SUM-437 aplica-se aos
trabalhadores celetistas em geral. Portanto, não se aplica à categoria dos
empregados domésticos, cuja lei de regência (LC 150/2015, art. 13) admite sim
a redução do intervalo intrajornada (até o limite de 30 minutos).
------
10778190722

Seguindo adiante, transcrevo abaixo o item III da Súmula em comento:


III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT,
com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando
não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo
de outras parcelas salariais.
Nos casos em que seja desrespeitado o intervalo mínimo exigido por lei caberá o
pagamento da totalidade do período, como vimos acima.

12
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 894.

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Este item trata da natureza desta parcela, que, segundo a redação da Súmula, é
salarial. Neste aspecto, percebam que a própria CLT não fala de indenizar, e sim
de remunerar:
CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto
neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo
cinqüenta por cento sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.

Para finalizar os comentários sobre a Súmula 437, vamos analisar seu item IV:
IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista
no art. 71, caput e § 4º, da CLT.
A duração mínima do intervalo intrajornada varia de acordo com a jornada
praticada pelo empregado, a saber:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.

Assim, quanto ao intervalo intrajornada, temos

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de concessão


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Igual ou inferior a 04 horas


de intervalo intrajornada

Maior que 04 horas e igual ou


Intervalo de 15 minutos
inferior a 06 horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Desta maneira, se a jornada do empregado é de 6 horas, cabe o intervalo de 15


minutos. Entretanto, como assevera o item IV da Súmula 437, ultrapassada
habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo
intrajornada mínimo de uma hora.

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Descumprida esta regra (ou seja, prática habitual de jornada superior a 6 horas
sem o descanso mínimo de 1 hora), caberá o pagamento do período de intervalo
como hora extraordinária.
Passemos agora ao estudo das regras concernentes ao intervalo intrajornada,
interjornada e descanso semanal.

2.5.1. Intervalo intrajornada


Intervalo intrajornada é o intervalo concedido durante a jornada, para descanso
e alimentação.
Segue novamente o artigo da CLT que delimita a duração do intervalo
intrajornada:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
Assim, como adiantado no tópico anterior, temos 3 situações:

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de
Igual ou inferior a 04 horas
concessão de intervalo intrajornada

Maior que 04 horas e igual ou inferior a


Intervalo de 15 minutos
06 horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas


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Segue uma questão que explorou a regra, cujo gabarito é (E):


FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2008
Maria, Joana e Diana são empregadas da empresa ÁGUA, atuando as três
na função de auxiliar administrativo. Maria possui jornada de trabalho diária
de seis horas; Joana possui a jornada de trabalho diária de cinco horas e
Diana possui jornada de trabalho diária de quatro horas. Neste caso, de
acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, será obrigatório um
intervalo intrajornada de quinze minutos para
(A) Diana, apenas.
(B) Maria, Joana e Diana, igualmente.

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(C) Joana e Diana.


(D) Maria, apenas.
(E) Maria e Joana.

Para que haja intervalo intrajornada superior a 2 horas é necessário acordo


escrito (entre empregador e empregado) ou previsão em negociação coletiva.
A redução do intervalo mínimo, por sua vez, deve ocorrer somente quando
autorizado pelo MTb, conforme previsto no próprio art. 71, em seu §3º:
CLT, art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar
que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

Incorporando estas regras ao nosso quadro anterior:

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de
Igual ou inferior a 04 horas concessão de intervalo
intrajornada

Maior que 04 horas e igual ou inferior a


Intervalo de 15 minutos
06 horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Superior a 2 horas somente se


Superior a 06 horas houver acordo escrito ou previsão
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em negociação coletiva

Inferior a 1 hora somente se


Superior a 06 horas
houver autorização do MTb

E nos casos em que o empregador não concede o intervalo intrajornada mínimo,


quais são as consequências?
No âmbito administrativo haverá a autuação pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, e
na esfera trabalhista a obrigatoriedade do pagamento do período não concedido
com o respectivo adicional:
CLT, art. 71, § 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto
neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a

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remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%


(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas seguidas sem intervalo,
haverá a obrigatoriedade de remunerá-lo com hora extra o intervalo de 1 hora
não concedido (o que não afasta a conduta irregular do empregador, que mesmo
pagando o adicional poderá ser autuado).
Nos casos em que o intervalo é parcialmente concedido (por exemplo, deveria
conceder 1 hora e concedeu apenas 30 minutos) o entendimento dominante é de
que deve ser pago como extra a totalidade do intervalo:
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.
APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.
I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão
parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
O verbete fala em “após edição da lei 8923/94” porque esta lei é que incluiu o §
4º (acima transcrito) no art. 71 da CLT.
------
Neste momento precisamos comentar sobre situações peculiares que, de acordo
com a legislação, configuram repousos remunerados.
A CLT prevê descansos intrajornada específicos para os exercentes de atividades
de mecanografia e para os empregados que laboram em ambientes refrigerados.
O intervalo para quem labora em ambientes refrigerados é disciplinado pelo
art. 253:
CLT, art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das
câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do
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ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma)


hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um
período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como
de trabalho efetivo.
Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente
artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas
do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º
(quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e
sétima zonas a 10º (dez graus)13.

13 Esta divisão geográfica em zonas climáticas utiliza o mapa Brasil Climas, elaborado pelo IBGE.

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Sobre este intervalo é importante conhecer a Súmula 438 do TST, criada em


setembro de 2012:
SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO.
AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA.
O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente
frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não
labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto
no caput do art. 253 da CLT.
O intervalo intrajornada específico para os exercentes de atividades em
ambientes refrigerados é o seguinte:
CLT, art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das
câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do
ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma)
hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um
período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como
de trabalho efetivo.
O parágrafo único deste artigo dispõe que
CLT, art. 253, parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os
fins do presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira
zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e
Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas
quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).
O importante a ser destacado neste verbete é que ele garante o direito à pausa
de 20 minutos a cada 1h40min ao empregado que esteja submetido a trabalho
contínuo em ambiente artificialmente frio, mesmo que não labore em
câmara frigorífica.
------
Sobre o intervalo nas atividades de mecanografia, a CLT estabelece que
CLT, art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia,
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escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de


trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não
deduzidos da duração normal de trabalho.
Deste modo, estas são situações em que o empregado não estará prestando
serviços, mas por força de lei, e tendo em vista que a natureza gravosa destes
serviços assim o exige, deverão ser concedidos tais intervalos remunerados.
A atividade de digitação não existia à época da elaboração da CLT, pois não
havia a utilização generalizada de computadores.
Como o exercício da atividade do digitador possui efeitos semelhantes às outras
funções citadas no artigo 72 da CLT (problemas nos tendões em face da
repetitividade da tarefa) a Súmula 346 consolida a aplicação analógica do
intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho:

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SUM-346 DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO


ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT
Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se
aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração
ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez)
minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.
Estamos quase no fim do assunto Intervalo Intrajornada (ufa!). Vamos lá!
-------
Outra categoria que possui intervalo diferenciado são os trabalhadores em
minas de subsolo:
CLT, art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de
trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para
repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo.
-------
Por fim, outra categoria de trabalhadores que merece comentário especial, diz
respeito ao maquinista ferroviário. Em virtude da existência da Súmula 446
transcrita abaixo, consideramos oportuno analisarmos também o intervalo
intrajornada desta categoria.
SUM-446 MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA.
SUPRESSÃO PARCIAL OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS.
COMPATIBILIDADE ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA CLT.
A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por
constituir-se em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é
aplicável também ao ferroviário maquinista integrante da categoria "c"
(equipagem de trem em geral), não havendo incompatibilidade entre as
regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT.
Os trabalhadores ferroviários foram divididos pela CLT em categorias 14, e a
categoria C é a dos trabalhadores da equipagem de trens em geral.
Vamos ler os dispositivos celetistas citados na Súmula 446:
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14
CLT, art. 237 - O pessoal a que se refere o artigo antecedente [do serviço ferroviário] fica dividido nas
seguintes categorias:

a) funcionários de alta administração, chefes e ajudantes de departamentos e seções, engenheiros residentes,


chefes de depósitos, inspetores e demais empregados que exercem funções administrativas ou fiscalizadoras;

b) pessoal que trabalhe em lugares ou trechos determinados e cujas tarefas requeiram atenção constante;
pessoal de escritório, turmas de conservação e construção da via permanente, oficinas e estações principais,
inclusive os respectivos telegrafistas; pessoal de tração, lastro e revistadores;

c) das equipagens de trens em geral;

d) pessoal cujo serviço é de natureza intermitente ou de pouca intensidade, embora com permanência
prolongada nos locais de trabalho; vigias e pessoal das estações do interior, inclusive os respectivos
telegrafistas.

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CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6


(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
(...)
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%
(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
[SEÇÃO V - DO SERVIÇO FERROVIÁRIO] CLT, art. 238. Será computado
como de trabalho efetivo todo o tempo, em que o empregado estiver à
disposição da estrada.
(...)
§ 5º O tempo concedido para refeição não se computa como de trabalho
efetivo, [senão] então para o pessoal da categoria c, quando as refeições
forem tomadas em viagem ou nas estações durante as paradas. Esse tempo
não será inferior a uma hora, exceto para o pessoal da referida categoria
em serviço de trens.
Verifica-se, portanto, que o intervalo intrajornada da referida categoria de
ferroviários é diferente da regra geral que estudamos ao longo do curso, balizada
pelo artigo 71 da CLT. Neste caso a CLT admite intervalo inferior a 1 hora.
Em que pese o fato, a Súmula dispõe que a não concessão do intervalo fará com
que o empregador seja obrigado a indenizar o período de repouso não concedido,
nos termos do art. 71, § 4º.
Ou seja: o artigo 71 da CLT não é aplicável aos ferroviários, mas o § 4º do
mesmo dispositivo se aplica àquela categoria.
Ressaltamos apenas a correção feita no texto do § 5º do art. 238 da CLT acima,
dado que, de acordo com a redação publicada no DOU de 1943, o correto é
“senão” em vez de “então”, até mesmo para dar lógica ao trecho.
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Segue quadro que compila os intervalos especiais que acabamos de estudar:

ATIVIDADE INTERVALO ESPECIAL (*) FUNDAMENTO


interior das câmaras
frigoríficas 20min de descanso para cada CLT, art. 253
(ou ambiente artificialmente 1:40 de trabalho contínuo SUM-438
frio)

digitador e serviços de 10min de descanso para cada CLT, art. 72


mecanografia 90min de trabalho SUM-346

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(datilografia, escrituração ou
cálculo)

Serviços de telefonia,
20min de descanso para cada
radiotelefonia e radiotelegrafia CLT, art. 229
3hs de trabalho contínuo
- variáveis
15min de descanso para cada
Minas de subsolo CLT, art. 298
3 hs consecutivas de trabalho
(*) todos estes são remunerados

➢ Especificidades do trabalhador doméstico


Vimos acima as regras aplicáveis segundo a CLT. Já o empregado doméstico
possui regras distintas, conforme previsto na LC 150/2015.
A principal diferença é que, no caso do empregado doméstico, é possível ocorrer
o fracionamento e até mesmo a redução do intervalo intrajornada.
Buscando conferir flexibilidade às relações de emprego doméstico, a LC 150
admite que o horário de almoço seja reduzido para 30 minutos, desde que
sejam liberados do trabalho também 30 minutos mais cedo e que tal pacto se dê
por escrito:
LC 150, art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou
alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2
(duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre
empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
Além da redução mencionada acima, é possível o fracionamento do intervalo
intrajornada para os empregados domésticos que residem no local de trabalho.
Portanto, para os domésticos que residem no local de trabalho, é possível
fracionar o intervalo intrajornada em dois períodos, com limite mínimo de uma
hora cada um, sendo que os dois, somados, deverão observar o limite de quatro
horas: 10778190722

LC 150, art. 13, § 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o


período de intervalo poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos,
desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de
4 (quatro) horas ao dia.
Por exemplo: o empregador poderá conceder dois intervalos de duas horas
(2+2=4); ou o primeiro de uma e o segundo de três horas (1+3=4).

2.5.2. Intervalo interjornada


Intervalo interjornada é o espaço de tempo entre duas jornadas de trabalho,
que não pode ser menor que 11 (onze) horas:

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CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
Deste modo, se um empregado termina sua jornada no dia x às 22h00min, ele
só pode iniciar sua jornada em x + 1 às 09h00min.
Assim como vimos quanto ao intervalo intrajornada não concedido, aqui também
caberá pagamento de adicional caso desrespeitado o intervalo mínimo de 11
horas entre duas jornadas de trabalho.
No caso do intervalo intrajornada vimos que o pagamento é determinado pela
CLT (art. 71), e no caso do intervalo interjornadas (art. 66) o pagamento foi
definido através de entendimento jurisprudencial:
OJ-SDI1-355 INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS
EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT
acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da
CLT e na Súmula nº 110 do TST15, devendo-se pagar a integralidade das
horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo
adicional.
Exemplo: a jornada de quinta-feira encerrou-se às 22h00min, e com o intervalo
interjornada mínimo de 11 horas, a jornada de sexta-feira somente poderia iniciar
às 09h00min.
Segue abaixo a visualização do exemplo na linha do tempo:

Jornada encerrada
Intervalo interjornada de Início da jornada às
às 22h00min de
11 horas 07h00min de sexta-feira
quinta-feira

A jornada de sexta-feira deveria ter iniciado às 09h00min, e com isso foi


desrespeitado o intervalo interjornada de 11 (onze) horas.
De acordo com a OJ 355, neste exemplo deve-se pagar 2 (duas) hora como
extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.
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A citada Súmula 110 foi estudada no tópico turnos ininterruptos de revezamento:


SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso
semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas
consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como
extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

15 SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO


No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo
do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como
extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

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Nos casos de haver descanso semanal remunerado, esta regra que acabamos de
estudar irá ter mais uma variável, que estudaremos dentro do próximo tópico.

2.5.3. Repouso semanal remunerado


O repouso semanal remunerado (RSR) é o período de 24 horas consecutivas em
que o empregado não trabalha e nem permanece à disposição do empregador.
Há previsão do descanso semanal remunerado (DSR) na Constituição:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
A Lei 605/1949, que dispõe sobre o DSR e o pagamento de salário nos dias de
feriados civis e religiosos, estabelece em seu artigo 1º que “todo empregado tem
direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas,
preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das
empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local”.
Além da CF/88 e da lei 605/1949, a própria CLT também traz a obrigatoriedade
do DSR preferencialmente aos domingos:
CLT, art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal
de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de
conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir
com o domingo, no todo ou em parte.
Especificamente para o caso de atividades do comércio em geral, que
usualmente funcionam nos fins de semana (restaurantes, bares, supermercados,
etc.), a Lei 10.101/2000 estabeleceu um critério objetivo para a coincidência do
DSR com os domingos:
Lei 10.101/2000, art. 6º Fica autorizado o trabalho aos domingos nas
atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos
termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo
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menos uma vez no período máximo de três semanas, com o


domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras
a serem estipuladas em negociação coletiva.
Assim, para as atividades que não se enquadrem no comércio em geral, entende-
se que o DSR deve coincidir com o domingo, salvo motivo de conveniência pública
ou necessidade imperiosa do serviço.
Quanto à Lei 605/49, que menciona a necessidade de coincidência do DSR com
os domingos “nos limites das exigências técnicas das empresas”, registre-se que
ela mesma inclui nesta expressão as empresas prestadoras de serviços públicos
e de transportes (art. 10, § único).
Voltando à periodicidade do descanso, estudamos que ele deve ser semanal, mas
o conceito aparentemente simples gera algumas controvérsias.

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Se o empregado, por exemplo, folga um dia, trabalha outros quatorze e depois


folga mais um dia, estão sendo concedidos tempestivamente os DSR?
Dentro deste debate é relevante mencionar o conceito de descanso
hebdomadário, segundo o qual o descanso deve ocorrer após seis dias de
trabalho.
O TST adotou a tese do descanso hebdomadário, sendo, portanto, negativa a
resposta de nossa pergunta anterior:
OJ-SDI1-410 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O
SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO.
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado
após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento
em dobro.
Falando agora sobre a remuneração do descanso semanal, é importante frisar
que tal descanso sempre deverá ser concedido, mas sua remuneração está
condicionada à assiduidade e pontualidade do empregado, de acordo com
previsão da Lei 605/49:
Lei 605/49, art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo
justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana
anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.

Se o empregado faltar injustificadamente ou


não for pontual, perderá a remuneração do
descanso semanal.
O descanso semanal em si, entretanto,
continua a ser devido! Ou seja: neste caso,
será um “descanso semanal não
remunerado”.

A própria Lei 605/49 define quais seriam os motivos justificadores das faltas,
como casamento, doação de sangue, alistamento como eleitor, serviço militar,
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etc., ou seja, situações configuradas como interrupção do contrato de trabalho.


Para finalizar o tópico vamos retomar o assunto anterior, do intervalo
interjornada. Vimos que o DSR deve ser de 24 horas consecutivas, enquanto o
intervalo interjornada deve ser de 11 horas consecutivas.
Sendo assim, deve haver um intervalo de 35 horas (24h + 11h) durante a
semana, conjugando-se o DSR e o intervalo interjornada. No caso, teríamos:

Jornada Início da
Intervalo
encerrada às jornada às
interjornadas de 11 DSR
22h00min de 09h00min de
horas
sábado segunda-feira

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Neste exemplo abaixo foi desrespeitada a regra, pois entre a saída do sábado
(20h50min) e o retorno na segunda (05h58min) não houve 35 horas de
intervalo:

CARTÃO PONTO

Saída do Retorno do
Dia Entrada Saída
intervalo intervalo

Segunda-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h47min

Teça-feira 07h58min 12h02min 14h01min 18h49min

Quarta-feira 07h56min 12h01min 13h59min 18h47min

Quinta-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h50min

Sexta-feira 07h59min 12h03min 14h01min 18h49min

Sábado 11h00min 15h01min 17h03min 20h50min

Domingo - - - -

Segunda-feira 05h58min 12h00min 13h02min 15h48min

2.6. Controle de jornada


Após estudarmos as regras gerais sobre jornada e descansos, veremos agora
como se dá o controle da jornada.
Falaremos neste tópico sobre a jornada controlada (que é a regra geral) e sobre
jornada não controlada. Antigamente, havia um caso de jornada não tipificada,
para os trabalhadores domésticos, o que não vale mais desde a EC 72/2013.

2.6.1. Jornada controlada


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A regra geral é que haja controle da jornada, nos termos do artigo 74 da CLT,
visto que este controle ocorre em benefício do empregado, com o fito de fazer
com que sejam respeitados os limites máximos das jornadas laborais:
CLT, art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado
conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio,
e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de
não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção
ou turma.
(...)
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será
obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro

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manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas


pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de
repouso.

Deste modo, o estabelecimento com mais de 10 empregados deve possuir


controle de jornada, que não necessariamente deve ser eletrônico. Percebam
que a lei fala em registro manual, mecânico ou eletrônico.
Após sucessivas prorrogações, finalmente entrou em vigor a Portaria 1510/2009
do MTb, que regula o controle eletrônico de jornada.
A partir de então uma série de requisitos técnicos devem ser atendidos pelas
empresas que adotam o ponto eletrônico, com a finalidade de dificultar a
manipulação e fraude dos registros do ponto eletrônico.
Isso não significa que empresas com mais de 10 empregados necessitem utilizar
o ponto eletrônico. É comum encontrar empresas com dezenas de empregados
que usam ponto manual ou mecânico.
Percebam também que o controle da jornada está vinculado à quantidade de
empregados do estabelecimento (mais de 10), não havendo vinculação com o
porte econômico da empresa.
Quanto ao controle de jornada em si, é relevante destacar uma prática comum,
que ocorre quando o controle de jornada não reproduz os horários efetivamente
praticados pelo empregado: é o ponto britânico.
Em demandas trabalhistas e na rotina de fiscalização do AFT é muito comum
encontrar cartões ponto como este abaixo:

CARTÃO PONTO - Dezembro 2016

Saída do Retorno do
Dia Entrada Saída
intervalo intervalo

(...)
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Segunda-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Teça-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Quarta-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Quinta-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Sexta-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Sábado 08h00min 12h00min - -

Domingo - - - -

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(...)

Isto ocorre quando existe algum tipo de irregularidade no controle, que na


verdade não controla nada. É o chamado “ponto britânico”.
Quanto ao assunto, segue a Súmula 338 do TST, com destaque para o item III:
SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o
registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-
apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por
prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista
em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da
prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,
prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
A questão abaixo, correta, exemplifica o ponto britânico e sua relação com a
Súmula 338:
Cespe/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009
Considere a seguinte situação hipotética.
João moveu reclamação trabalhista contra a empresa em que trabalhava,
alegando determinada jornada de trabalho. A empresa, por sua vez, na
audiência de instrução, apresentou, como única prova, cartões de ponto
com registros de jornada uniformes. Nessa situação, a jornada de trabalho
alegada por João na inicial deverá prevalecer como verdadeira.

Quando o estabelecimento possui menos de 10 empregados a CLT não instituiu


como obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,
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mecânico ou eletrônico, da mesma forma como o fez para as outras empresas.


Entretanto, isto não significa tais empresas estejam desobrigadas de respeitar
as regras atinentes a jornada e descanso.
Apesar da não existência de regra objetiva de como se dará o controle, é certo
que os empregados de tais estabelecimentos estão abrangidos pelas normas de
limitação da jornada, concessão de descansos intra e interjornadas, pagamento
de horas extraordinárias etc.

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2.6.2. Jornada não controlada


Jornada não controlada ocorre nos casos de empregados não abrangidos pelas
regras de duração do trabalho, que são os gerentes e os que exercem atividade
externa incompatível com a fixação de horário de trabalho.
O dispositivo celetista que delimita estes dois grupos é o artigo 62:
CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da
Duração do Trabalho]:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial16.
O mencionado capítulo da CLT (Capítulo II - Da Duração do Trabalho) trata da
jornada de trabalho, descanso, intrajornada, descanso interjornada e trabalho
noturno. O DSR é devido, pois não foi previsto neste capítulo, e sim em outra lei.
Como conclusão, os empregados indicados nos incisos no art. 62 não possuem,
em princípio, direito a horas extras e demais direitos abrangidos no mencionado
capítulo da CLT.
Sobre isto Mauricio Godinho Delgado17 entende que
“A ordem jurídica reconhece que a aferição de uma efetiva jornada de
trabalho cumprida pelo empregado supõe um mínimo de fiscalização e
controle por parte do empregador sobre a prestação concreta dos serviços
ou sobre o período de disponibilidade perante a empresa. O critério é
estritamente prático: trabalho não fiscalizado nem minimamente
controlado é insuscetível de propiciar a aferição da prestação (ou não) de
horas extraordinárias pelo trabalhador. Nesse quadro, as jornadas não
controladas não ensejam cálculo de horas extraordinárias, dado que não se
pode aferir sequer a efetiva prestação da jornada padrão incidente sobre o
caso concreto.” 10778190722

No caso dos trabalhadores que exercem atividade externa incompatível com a


fixação de horário de trabalho (inciso I) é de se notar que tal conceito alberga
novas formas de prestação laboral que têm surgido – e se ampliado – na
atualidade em face das inovações tecnológicas.
O Ministro Godinho18 enxerga três outras possibilidades que podem se inserir no
citado dispositivo celetista, conforme excerto abaixo:

16
Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior a 40%,
como estudado anteriormente.
17
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 917.
18
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 919.

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“Dentro da situação-tipo aventada pelo art. 62, I, da CLT (...) podem-se


inserir três outras possibilidades importantes, do ponto de vista do mundo
laborativo: a) o tradicional trabalho no domicílio, há tempos existente na
vida social, sendo comum a certos segmentos profissionais, como as
costureiras, as cerzideiras, os trabalhadores no setor de calçados, as
doceiras, etc.; b) o novo trabalho no domicílio, chamado home-office, à
base da informática, dos novos meios de comunicação e de equipamentos
convergentes; c) o teletrabalho, que pode se jungir ao home-office, mas
pode também se concretizar em distintos locais de utilização dos
equipamentos eletrônicos hoje consagrados (informática, internet,
telefonia celular, etc.).”
Encerrando o tópico é importante mencionar que a previsão legal contida no art.
62 e incisos, que retira de sua abrangência os gerentes e empregados que
realizam atividade externa incompatível com controle de jornada é relativa, ou
seja, tais empregados podem vir a ser destinatários das regras de controle de
jornada caso a realidade fática demonstre haver fiscalização e controle de
horários e jornada pelo seu empregador.
Comentando esta presunção relativa (juris tantum) o Ministro19 arremata
“Mas atenção: cria aqui [art. 62] a CLT apenas uma presunção – a de que
tais empregados não estão submetidos, no cotidiano laboral, a fiscalização
e controle de horário, não se sujeitando, pois, à regência das regras sobre
jornada de trabalho. Repita-se: presunção jurídica... e não discriminação
legal. Deste modo, havendo prova firme (sob ônus do empregado) de que
ocorria efetiva fiscalização e controle sobre o cotidiano da prestação laboral,
fixando fronteiras claras à jornada laborada, afasta-se a presunção legal
instituída, incidindo o conjunto das regras clássicas concernentes à duração
do trabalho.”

Agora, para realmente encerrar, é preciso trazer a previsão contida no parágrafo


único do art. 62:
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos
empregados mencionados no inciso II deste artigo [gerentes], quando o
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salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se


houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).

Portanto, em relação ao os gerentes (exercentes de cargos de gestão), eles


somente serão excluídos do controle de jornada caso recebam uma gratificação
igual ou superior a 40% do salário do cargo efetivo. Assim, caso recebam tal
gratificação, os exercentes de cargo de gestão não terão direito a receber horas
extras etc.

19
Idem, p. 918.

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Assim, quanto aos gerentes, teremos duas possibilidades:


a) exercente de cargo de gestão COM gratificação igual ou superior a 40%:
excluídos do controle de jornada e sem direito a horas extras

b) exercente de cargo de gestão SEM gratificação (ou com gratificação


inferior a 40%): não é excluído do controle de jornada e tem direito a horas
extras.

2.6.3. Jornada não tipificada


A doutrina reconhecia a jornada não tipificada em relação à categoria dos
domésticos, pois não existia, nem na Constituição Federal e nem na sua lei de
regência (Lei 5.859/72) norma que limitasse sua jornada de trabalho.
Deste modo, os domésticos não possuíam controle de horário e nem faziam jus
aos adicionais de horas extraordinárias e noturno.
O que se verificava em relação aos domésticos era o direito ao descanso semana
remunerado (DSR), feriados e férias.
Com a EC 72/2013 os domésticos passaram a contar com os seguintes direitos:
CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII,
VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI
e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
As alíneas que nos interessam neste tópico são as seguintes:
• Duração do trabalho não superior a 8h/dia e 44h/semanais (inciso XIII)
• Remuneração do trabalho extraordinário ≥ 50% da hora normal (inciso XVI)
• Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno (inciso IX)
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Deste modo, a classificação doutrinária de “jornada não tipificada” já deixou de


fazer sentido, já que os domésticos possuem jornada de trabalho igual à dos
trabalhadores urbanos e rurais.

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3 – Questões comentadas
3.1 – Jornada de trabalho normal
1. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
Ricardo é empregado da empresa Z exercendo as funções de jardineiro.
Assim, quando termina a sua jornada de trabalho, se dirige ao vestiário para
trocar o uniforme, sendo que, após a troca ele registra a sua saída no cartão
de ponto. Neste caso, de acordo o entendimento Sumulado do TST, não
serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de
(A) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários,
incluindo o tempo para troca de uniforme.
(B) cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários,
excluindo o tempo para troca de uniforme.
(C) cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários,
incluindo o tempo para troca de uniforme.
(D) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários,
excluindo o tempo para troca de uniforme.
(E) três minutos, observado o limite máximo de seis minutos diários,
excluindo o tempo para troca de uniforme.
Comentários
Gabarito (C), de acordo com a SUM-366 do TST:
SUM-366 CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE
ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse
limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder
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a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador,


não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do
tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc)

2. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017


De acordo com o entendimento Sumulado do TST, o tempo despendido pelo
empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho
de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu
retorno é computável na jornada de trabalho. Se houver transporte público
regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas
in itinere remuneradas

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(A) alcançam o trecho todo, mas, neste caso específico, a hora será contada
reduzida, exatamente igual à hora prevista para efeitos de pagamento de
adicional noturno para os empregados urbanos.
(B) alcançam o trecho todo, em razão do fornecimento necessário da
condução pelo empregador.
(C) limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público, mas com
redução horária, limitada em dez minutos.
(D) alcançam o trecho todo, mas com redução horária, limitada em quinze
minutos.
(E) limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público.
Comentários
Gabarito (E), de acordo com o item IV da SUM-90 do TST:
SUM-90
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em
condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao
trecho não alcançado pelo transporte público.

3. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017


Maciel é empregado da empresa X Ltda e exerce seu labor no horário
noturno. Todavia, todas as sextas-feiras e aos sábados Maciel estendeu seu
labor até as 07:00 horas. Neste caso, de acordo com o entendimento
Sumulado do TST,
(A) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez
que já efetuadas no horário diurno, ou seja, após 6h.
(B) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez
que já efetuadas no horário diurno, ou seja, após 5h.
(C) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que
este adicional integrará o salário de Maciel para todos os efeitos legais.
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(D) é devido o adicional noturno apenas quanto a primeira hora prorrogada,


sendo que este adicional integrará o salário de Maciel para os efeitos legais,
exceto férias.
(E) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que
este adicional integrará o salário de Maciel para os efeitos legais, exceto
férias e décimo terceiro salário.
Comentários
Gabarito (C), de acordo com o art. 73, § 5º, da CLT e com a SUM-60 do TST:
SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E
PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO

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I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do


empregado para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada
esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese
do art. 73, § 5º, da CLT.

4. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2016
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio
de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento
(A) têm direito ao pagamento da 7a e 8a horas como extras, sendo devido
o referido adicional em sua integralidade.
(B) não têm direito ao pagamento da 7a e 8a horas como extras.
(C) têm direito ao pagamento apenas da 7a hora como extra.
(D) têm direito ao pagamento apenas da 8a hora como extra.
(E) têm direito ao pagamento da 7a e 8a horas como extras, sendo devido
apenas 50% do referido adicional.
Comentários
Gabarito (B), nos termos da SUM-423 do TST:
SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio
de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª
horas como extras.

5. FCC/TRT23 – Analista Judiciário - Área Judiciária - 2016


10778190722

Considerando a jurisprudência pacífica do TST sobre horas in itinere,


(A) havendo incompatibilidade entre os horários de início e término da
jornada do empregado e os do transporte público regular, o empregado não
terá direito às horas in itinere.
(B) na hipótese de o transporte público ser insuficiente, o empregado terá
direito às horas in itinere.
(C) as horas in itinere remuneradas devem ser consideradas em relação a
todo o trecho do trajeto, ainda que haja transporte público regular em parte
do trajeto percorrido em condução da empresa.

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(D) como as horas in itinere são computadas na jornada de trabalho, o


tempo que extrapola a jornada normal deve considerado como
extraordinário, incidindo sobre ele o adicional respectivo.
(E) caso o empregador cobre, parcialmente ou não, importância pelo
transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por
transporte regular, o empregado não terá direito à percepção das horas in
itinere.
Comentários
Gabarito definitivo (D), conforme SUM-90 do TST:
SUM-90 HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de
horas "in itinere".
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido
em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao
trecho não alcançado pelo transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de
trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

SUM-320 HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA


JORNADA DE TRABALHO
O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo
transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por
transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

6. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2016


Para trabalhadores que fazem a jornada legal prevista no artigo 7º, inciso
XIII da Constituição Federal, a compensação de jornada denominada
“banco de horas” sem a remuneração de horas suplementares e observada
10778190722

a soma das jornadas semanais de trabalho previstas, será legalmente


possível, desde que mediante
(A) acordo individual, observado o período máximo de um mês e não seja
ultrapassado o limite máximo de 12 horas diárias.
(B) acordo judicial, observado o período máximo de um ano e não seja
ultrapassado o limite máximo de 12 horas diárias.
(C) acordo individual, observado o período máximo de seis meses e não
seja ultrapassado o limite máximo de 8 horas diárias.
(D) acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
observado o período máximo de dois anos e não seja ultrapassado o limite
máximo de 10 horas diárias.

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(E) convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho,


observado o período máximo de um ano e não ultrapasse o limite máximo
de 10 horas diárias.
Comentários
Gabarito (E). O banco de horas é a possibilidade de compensação de jornada
que extrapola o período de uma semana. Para que haja banco de horas (período
máximo de um ano) é necessária previsão em negociação coletiva de trabalho:
CLT, art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por
força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em
um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de
maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das
jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite
máximo de dez horas diárias.
Para gravar, as principais diferenças do banco de horas para o acordo de
prorrogação são as seguintes:

Compensação de jornada

Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada

Compensação intrassemanal (dentro Compensação que ultrapassa o


da semana) módulo semanal

Sua validade demanda acordo


Sua validade demanda previsão
escrito entre empregador e
em negociação coletiva
empregado

7. Cespe/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2016 10778190722

Acerca da jornada de trabalho, assinale a opção correta.


(A) É facultado ao empregador reduzir unilateralmente a jornada de
trabalho.
(B) Não se admite pagamento diferenciado de salário a empregados com a
mesma função, e jornadas de trabalho distintas.
(C) Mesmo que previsto em contrato, a jornada de trabalho do empregado
privado não poderá exceder as oito horas diárias.
(D) Caso o empregador forneça a condução, o tempo de deslocamento até
o local de trabalho pode ser contado como período de expediente.

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Teoria e Questões
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(E) São admitidas variações de até trinta minutos no registro de ponto, sem
prejuízo ao salário e ao pagamento de horas extras, observado o limite
diário de quarenta e cinco minutos.
Comentários
Gabarito (D). Trata-se da jornada in itinere, tratada no art. 58, § 2º, da CLT, e
na SUM-90 do TST.
A alternativa (A) está incorreta, já que não há previsão para redução unilateral
da jornada de trabalho.
A alternativa (B) está incorreta, já que, por exemplo, no caso de jornada de
trabalho noturna, haverá, por força da CF e da CLT, o pagamento de um adicional.
Caso os trabalhadores noturnos tenham a mesma função dos diurnos, eles irão
receber a mais que estes.
A alternativa (C) está incorreta. É possível haver compensação de jornada e
esta extrapolar as 8 horas diárias. É possível, também, no caso dos empregados
citados no art. 62 da CLT (desempenham atividade externa e gerentes), que a
jornada extrapole as 8 horas diárias, mas, como não é mensurada, nem se
registre isto. É possível, em alguns casos, a jornada de 12 horas de trabalho (por
36 de descanso). E é possível, ainda, a realização de horas extras, de modo que
a jornada irá ultrapassar as 8 horas diárias.
A alternativa (E) está incorreta, pois, conforme o art. 58, § 1º, da CLT e a
SUM-366, as variações, para não serem computadas, devem ser de até 5 minutos
e, no dia, de 10 minutos:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.

8. CESPE/TRT8 – Analista Judiciário – Área Judiciária OJAF -


2016
Considerando a jurisprudência pacificada do TST, assinale a opção correta.
10778190722

(A) Não devem ser descontadas nem computadas como jornada


extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários;
ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do
tempo que exceder a jornada normal.
(B) No caso de cumprimento integral da jornada noturna, com prorrogação
até o período diurno, o adicional noturno não será devido quanto às horas
prorrogadas.
(C) A compensação de jornada de trabalho se dá por meio do chamado
banco de horas e deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo
coletivo ou convenção coletiva, sob pena de nulidade.

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Teoria e Questões
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(D) Por se tratar de um instituto próprio e com regras específicas, as horas


in itinere são computáveis na jornada de trabalho, sendo o tempo que
extrapola a jornada legal pago com adicional de 25% mensal estabelecido,
e não com o adicional de horas extras previsto na CF.
(E) O repouso semanal remunerado concedido após o sétimo dia
consecutivo de trabalho deve ser pago com o adicional de 50%
constitucional.
Comentários
Gabarito (A), conforme SUM-366 do TST:
Súmula nº 366 do TST
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de 5 minutos,
observado o limite máximo de 10 minutos diários. Se ultrapassado
esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que
exceder a jornada normal, pois configurado o tempo à disposição do
empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado
ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal,
etc.).
A alternativa (B) está incorreta. Se a jornada noturna for prorrogada, o
adicional noturno também irá incidir sobre a jornada prorrogada diurna:
SUM-60, II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e
prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas.
Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
A alternativa (C) está incorreta. A compensação pode se dar por meio do
banco de horas (via ACT ou CCT) ou por meio de acordo de prorrogação de
jornada (via acordo individual escrito).
A alternativa (D) está incorreta. As horas in itinere são consideradas como
jornada de trabalho, assim como os demais períodos em que o empregado se
coloca à disposição do empregador:
SUM-90, V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na
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jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado


como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.
A alternativa (E) está incorreta, já que, nessa situação, o pagamento deverá
ser em dobro:
OJ-SDI1-410 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O
SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO.
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após
o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em
dobro.

9. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal - 2015

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Em relação à limitação da jornada de trabalho,


(A) serão computadas como jornada extraordinária as variações de horário
no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será, em qualquer
hipótese, computado na jornada de trabalho.
(C) em face do princípio da igualdade, não há distinção entre os
funcionários que exercem função operacional e os funcionários que
exercem função de gestão (chefes de departamento ou filial), no que se
refere ao direito ao recebimento de horas extraordinárias.
(D) para as microempresas e empresas de pequeno porte, em caso de
transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, poderão ser fixados, por meio de acordo ou
convenção coletiva, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como
a forma e a natureza da remuneração.
(E) a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de duas horas diárias, desde
que haja previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Comentários
Gabarito (D), visto que a CLT permite que haja um controle diferenciado para
as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP):
CLT, art.58, § 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas
de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de
transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo
empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração.
A alternativa A está incorreta porque, como não é possível que todos registrem
simultaneamente o ponto (e a maioria chega à empresa no mesmo horário), e
considerando a prática jurisprudencial, foi inserida na CLT regra que permite
desconsiderar pequenas variações no ponto do empregado, qual seja:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
10778190722

extraordinária as variações de horário no registro de ponto não


excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
Portanto, as variações dentro deste limite não são consideradas jornada
extraordinária, ao contrário do que diz a questão.
Por sua vez, a alternativa B está incorreta porque ignorou a exceção prevista
no final do §2º abaixo, que trata justamente do tempo in itinere:
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer
a condução.

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A alternativa C está incorreta porque os funcionários que exercem função de


gestão (chefes de departamento ou filial) não têm direito ao recebimento de
horas extras, caso não seja exercido controle sobre eles:
CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da
Duração do Trabalho]:
(..)
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial20.
Por fim, a alternativa E está incorreta porque omitiu a possibilidade de ajuste
de horas extras mediante acordo escrito entre empregado e empregador:
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato
coletivo de trabalho.

10. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Avaliador Federal - 2015


Dentre as normas gerais de tutela do trabalho encontramos na
Consolidação das Leis do Trabalho regras que disciplinam a duração
de trabalho, os períodos de descanso e intervalos e o trabalho noturno.
Sobre esse tema:
(A) não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, não será computado na jornada de trabalho, mesmo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público,
o empregador fornecer a condução.
(C) entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de oito
horas consecutivas para descanso do trabalhador.
(D) em qualquer trabalho contínuo que não exceder de 6 (seis) horas
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diárias, mas ultrapassar quatro horas diárias, será obrigatório um intervalo


de trinta minutos.
(E) considera-se noturno, para o trabalhador urbano, o trabalho executado
entre as vinte e uma horas de um dia e às seis horas do dia seguinte.
Comentários
Gabarito (A), conforme art. 58 da CLT:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não

20
Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior
a 40%, como estudado anteriormente.

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excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez


minutos diários.
A letra B está errada já que o examinador trocou o “salvo” por um “mesmo
quando” do dispositivo abaixo sobre jornada in itinere:
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não
será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local
de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.
A letra C está incorreta, pois o intervalo interjornadas é de 11 horas.
A letra D está errada, pois, nessa hipótese, o intervalo obrigatório é de 15
minutos:

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de concessão de intervalo


Igual ou inferior a 04 horas
intrajornada
Maior que 04 horas e igual ou inferior a
Intervalo de 15 minutos
06 horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Por fim, a letra E peca ao citar os limites do horário noturno para o trabalhador
urbano, já que este é, na verdade, das 22 hs às 05 hs do dia seguinte.

11. FCC/TRT2 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2014
O conceito de turnos ininterruptos de revezamento diz respeito ao tipo de
jornada a que se submete o empregado, caracterizando-se pela alternância
periódica de horários em que a referida jornada é prestada. Visando
compensar os prejuízos ao trabalhador decorrente dessa modalidade de
jornada, o constituinte estabeleceu jornada especial de trabalho de
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(A) seis horas diárias em uma semana e oito horas diárias na outra semana,
de forma alternada.
(B) oito horas diárias e quarenta horas semanais.
(C) seis horas diárias, salvo negociação coletiva.
(D) oito horas diárias, salvo negociação coletiva.
(E) seis horas diárias e trinta horas semanais.
Comentários
Gabarito (C). Questão sem grandes dificuldades, cobrando a literalidade dos
dispositivos constitucionais relacionados ao trabalhador.

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Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

Segundo o art. 7º, inciso XIV, da Constituição Federal, são direitos dos
trabalhadores (urbanos e rurais):
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

12. FCC/TRT18 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Em relação à duração do trabalho, aos períodos de descanso e ao trabalho
noturno, conforme legislação trabalhista aplicável, é correto afirmar:
(A) A hora do trabalho noturno para o trabalho realizado nas cidades será
computada como de 50 minutos.
(B) As variações de horário no registro de ponto não excedentes de dez
minutos, observado o limite máximo de quinze minutos diários, não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(C) O intervalo mínimo para refeição e descanso será de dez minutos
quando o trabalho for executado entre duas horas e até seis horas diárias.
(D) O horário noturno para o trabalhador urbano é aquele executado entre
as vinte e quatro horas de um dia e seis horas do dia seguinte.
(E) A duração normal do trabalho é de oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.
Comentários
Gabarito (E). A alternativa trata da hora ficta noturna, que é de 52º30’, de
acordo com a previsão celetista:
CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52
minutos e 30 segundos.
O adicional mínimo de hora noturna (para urbanos) é de 20%, sendo esta das
22h00min às 05h00min: 10778190722

CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal 21, o
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito,
sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo
menos, sobre a hora diurna.

CLT, art. 73, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o


trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte.
Quanto ao intervalo intrajornada, temos:

21
Restrição não recepcionada pela CF/88.

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CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6


(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
Quanto às variações de horário no cartão de ponto:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
Por fim a assertiva (E) é a literalidade do inciso XIII do art. 7º da CF/88.

13. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Com fundamento nas disposições celetistas sobre jornada extraordinária e
jornada noturna, é correto afirmar:
(A) Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos
diurnos e noturnos, em relação às horas trabalhadas no período
considerado noturno aplica-se a redução da hora e deve ser pago o
respectivo adicional.
(B) Os empregados sob o regime de tempo parcial poderão prestar horas
extras, desde que autorizados expressamente pelo sindicato.
(C) O adicional noturno equivale a 30% (trinta por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
(D) Como forma de proteção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores, a prorrogação da jornada de trabalho deve ser prevista em
convenção ou acordo coletivo de trabalho.
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(E) As horas extras são remuneradas com adicional de, no mínimo, 25%
(vinte e cinco por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho.
Comentários
Gabarito (A), consoante previsão celetista:
CLT, art. 73, § 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem
períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o
disposto neste artigo e seus parágrafos.
Tal artigo prevê o adicional de hora noturna, a hora ficta noturna (52’30’’) e o
período que se considera noturno - para os empregados em geral, das 22h00min
às 05h00min.

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A alternativa (B) está incorreta porque empregados contratados a tempo


parcial22 não podem prestar horas extras (regra absoluta):
CLT, art. 59, § 4º Os empregados sob o regime de tempo parcial não
poderão prestar horas extras.
O adicional noturno mínimo é de 20%, e por isso a alternativa (C) está
incorreta:
CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal 23, o
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito,
sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo
menos, sobre a hora diurna24.
Já a alternativa (D) está incorreta porque não se exige previsão em
negociação coletiva para viabilizar a prestação de horas extraordinárias:
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
Por fim, a alternativa (E) errou no percentual mínimo do adicional de horas
extras:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;

14. FCC/TRT12 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Analisando as normas da legislação trabalhista quanto à duração do
trabalho, jornadas de trabalho e períodos de descanso,
(A) a duração do trabalho normal não será superior a oito horas diárias e
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quarenta horas semanais, facultada a compensação e a redução de jornada.


(B) não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de dez
minutos, observado o limite máximo de quinze minutos diários.
(C) entre duas jornadas de trabalho diário haverá um período mínimo de
onze horas consecutivas para descanso, além de um descanso semanal

22
CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
vinte e cinco horas semanais.
23
Tal restrição ao alcance do direito ao adicional noturno não foi recepcionada pela Constituição Federal.
24
Para os rurais o adicional é de 25%, conforme previsto na Lei do Trabalho Rural (Lei 5.889/73).

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remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferencialmente, aos


domingos.
(D) a duração normal do trabalho diário poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de quatro, mediante acordo
escrito, individual ou coletivo.
(E) em qualquer trabalho contínuo cuja duração ultrapassar de quatro horas
e não exceder de seis horas ao dia, será obrigatório um intervalo de vinte
minutos para refeição e descanso.
Comentários
Gabarito (C), conforme previsões da CLT e CF/88:
CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período
mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
A alternativa (A) está incorreta porque o módulo semanal dos empregados
celetistas é de 44 horas (e não de 40):
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Já a alternativa (B) distorceu a redação do art. 58, § 1º, da CLT:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes
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de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.


A alternativa (D) está incorreta porque o limite máximo da sobrejornada é de
2 horas (e não 4):
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
A alternativa (E) errou ao sugerir que o intervalo, no caso, seria de 20 minutos:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo

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escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)


horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.

15. FCC/TRT12 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
As normas trabalhistas regulamentam o trabalho noturno e as horas
extraordinárias. Segundo tais normas,
(A) a hora do trabalho noturno para o trabalhador urbano será computada
como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
(B) a remuneração da hora extraordinária ou suplementar, que será, pelo
menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora normal.
(C) os gerentes que exercem cargos de gestão, bem como os diretores e
chefes de departamento ou filial também estão sujeitos ao regime de
duração do trabalho, recebendo pelo trabalho extraordinário superior a 10
horas por dia.
(D) o trabalho noturno urbano será considerado como aquele que é
executado entre às vinte e três horas de um dia e às seis horas do dia
seguinte.
(E) o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 50% (cinquenta por cento),
pelo menos, sobre a hora diurna.
Comentários
Gabarito (A), que trouxe a regra da hora ficta noturna:
CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de
52 minutos e 30 segundos.
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A alternativa (B) está incorreta porque o adicional de hora extra é de no


mínimo 50%:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;
A alternativa (C) está incorreta porque, em regra, os gerentes não são
abrangidos pelo controle de jornada:
CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da
Duração do Trabalho]:

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I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a


fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial25.
O mencionado capítulo da CLT (Capítulo II - Da Duração do Trabalho) trata da
jornada de trabalho, descanso intrajornada, descanso interjornadas e trabalho
noturno.
As incorreções das alternativas (D) e (E) são comentadas abaixo.
Na CLT estipulou-se o percentual mínimo de 20% para o adicional noturno, e
para os rurícolas a Lei 5.889/73 (Lei do Trabalho Rural) estipulou o percentual de
25%.
Quanto aos horários, de fato as regras para o rural também são diferentes.
Abaixo um esquema que consolida as previsões normativas:

Trabalhador urbano (CLT) Trabalhador rural

Horário noturno entre as Horário noturno entre as 21h00min


22h00min de um dia e as de um dia e as 05h00min do dia
05h00min do dia seguinte seguinte (lavoura)

Horário noturno entre as 20h00min


de um dia e as 04h00min do dia
seguinte (pecuária)

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Hora ficta noturna de 52 minutos Não possui direito a hora ficta


e 30 segundos noturna

Adicional noturno de 20% Adicional noturno de 25%

25
Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior
a 40%, como estudado anteriormente.

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16. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Hércules trabalha na empresa "Semideuses Produções Ltda.", cumprindo
jornada legal de oito horas por dia. Ele gasta vinte minutos para se deslocar
de sua residência até o local de trabalho e o mesmo tempo para o seu
retorno, utilizando ônibus fretado pago pela empresa, embora pudesse
utilizar transporte público coletivo para fazer o trajeto, diante da
proximidade da empresa e de sua casa do ponto de ônibus. Nessa situação,
conforme norma legal,
(A) somente em caso de previsão em cláusula de acordo ou convenção
coletiva é que o tempo de trajeto e o seu retorno será computado na
jornada de trabalho.
(B) será computado na jornada de trabalho o tempo gasto no deslocamento
e para seu retorno visto que foi excedente de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.
(C) diante do fornecimento da condução pelo empregador, o período de
deslocamento será computado na jornada de trabalho, ainda que haja a
possibilidade de utilização de transporte público.
(D) o tempo de deslocamento da residência ao local de trabalho e o seu
retorno será considerado na jornada de trabalho do empregado, visto que
não ultrapassa 30 minutos.
(E) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, não será computado na jornada de trabalho.
Comentários
Gabarito (E), pois não será o caso de horas in itinere:
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer
a condução.
Assim, duas condições devem ser obedecidas para o reconhecimento das horas
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in itinere:
Local de trabalho é de difícil acesso ou
não servido por transporte público

e Horas in itinere

O empregador fornece a condução

A primeira condição não foi atendida, pois o enunciado mencionou que havia
condução do empregador "embora pudesse utilizar transporte público coletivo
para fazer o trajeto, diante da proximidade da empresa e de sua casa do ponto
de ônibus”.

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17. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2013
Considerando as normas da CLT e o entendimento sumulado do TST, é
correto afirmar:
(A) A remuneração do trabalho noturno terá um acréscimo de trinta por
cento, pelo menos, sobre a hora diurna.
(B) Para os estabelecimentos com mais de quinze empregados é obrigatório
o controle de jornada de trabalho.
(C) Considera-se trabalho noturno o executado entre às vinte e duas horas
de um dia e às quatro horas do dia seguinte.
(D) Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada
esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas.
(E) O empregado transferido para o período diurno de trabalho não pode
deixar de receber o adicional noturno, sob pena de redução salarial.
Comentários
Gabarito (D), com fundamento na Súmula 60 do TST:
SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E
PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do
empregado para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada
esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese
do art. 73, § 5º, da CLT26.
O adicional mínimo de hora noturna (para urbanos) é de 20%, sendo esta das
22h00min às 05h00min:
CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal 27, o
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito,
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sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo


menos, sobre a hora diurna.
CLT, art. 73, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o
trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte.
O controle de jornada mencionado na alternativa (B) é obrigatório quando o
estabelecimento possua mais de 10 empregados:

26 CLT, art. 73, § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste


capítulo [Do Trabalho Noturno].
27
Restrição não recepcionada pela CF/88.

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CLT, art. 74, § 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores


será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro
manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas
pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de
repouso.
A alternativa (E), por sua vez, está incorreta tendo em vista a natureza de
salário-condição do adicional noturno: se o labor deixou de ser prestado em
condição mais gravosa, o direito ao adicional será prejudicado:
SUM-265 ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO.
POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO
A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito
ao adicional noturno.

18. FCC/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2013
Conforme normas contidas na Constituição Federal e na Consolidação das
Leis do Trabalho,
(A) é considerado trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração
não exceda a 30 horas semanais.
(B) a duração normal do trabalho poderá ser acrescida por até quatro horas
suplementares por dia, mediante acordo verbal ou escrito entre empregado
e empregador.
(C) os empregados sob o regime de tempo parcial poderão prestar até duas
horas extras por dia, desde que haja ajuste por meio de norma coletiva.
(D) a hora do trabalho noturno urbano será computada como de 52 minutos
e 30 segundos.
(E) as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários, serão
descontadas, bem como computadas como jornada extraordinária.
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Comentários
Gabarito (D). A alternativa trata da hora ficta noturna, que é de 52º30’, de
acordo com a previsão celetista:
CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52
minutos e 30 segundos.
Trabalhador a tempo parcial, citado na alternativa (A), é aquele que labora até
25 horas semanais:
CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele
cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.
Já a jornada extraordinária, mencionada na alternativa (B), representa um
acréscimo de até 2, e não 4 horas na jornada normal:

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Teoria e Questões
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CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas


suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
Retomando a situação peculiar dos empregados contratados a tempo parcial,
diferente do que a alternativa (D) sugeriu, a CLT proíbe a prestação de horas
extras pelos empregados contratados a tempo parcial:
CLT, art. 59, § 4º Os empregados sob o regime de tempo parcial não
poderão prestar horas extras.
Por fim, as variações de horário citadas na alternativa (E) não são computadas
nem descontadas da jornada:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.

19. FCC/TRT1 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Conforme normas legais vigentes, o adicional
(A) noturno equivale a vinte por cento, no mínimo, sobre o valor do salário
mínimo.
(B) de horas extras equivale a vinte e cinco por cento sobre o valor da hora
normal, de acordo com a Constituição Federal.
(C) de horas extras incorpora-se ao salário após um ano de pagamento
habitual, de acordo com a Constituição Federal.
(D) noturno equivale a cinquenta por cento, pelo menos, sobre o valor da
hora diurna.
(E) noturno equivale a vinte por cento, pelo menos, sobre o valor da hora
diurna.
Comentários
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Gabarito (E), sendo este percentual definido pela CLT:


CLT, art. 73. (...), o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno
e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte
por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
A Lei do Trabalho Rural estipulou adicional mínimo de 25% para os rurícolas,
mas a questão não entrou neste mérito.

20. FCC/TRT11 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2012

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De acordo com previsão da Constituição Federal brasileira e da CLT, em


relação à duração do trabalho é correto afirmar que
(A) a duração do trabalho normal não poderá ser superior a 8 horas diárias
e 40 horas semanais, não sendo facultada a compensação de horários.
(B) a duração do trabalho normal não poderá ser superior a 8 horas diárias
e 48 horas semanais, sendo facultada a compensação de horários.
(C) será considerado trabalho noturno para o trabalhador urbano aquele
executado entre às 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte.
(D) será considerado horário noturno para o trabalhador urbano aquele
executado entre às 21 horas de um dia e às 4 horas do dia seguinte.
(E) para a jornada diária de trabalho contínuo superior a 4 horas e não
excedente a 6 horas o intervalo obrigatório será de, no mínimo, uma hora
e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá
exceder de duas horas.
Comentários
Gabarito (C), com fundamento no artigo 73, § 2º da CLT:
CLT, art. 73, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o
trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte.
As alternativas (A) e (B) estão incorretas porque o módulo semanal padrão
é de 44 horas, conforme definido em nossa Constituição Federal:
CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Na alternativa (D) sugeriu-se horário noturno inexistente. As regras para o
horário noturno no meio rural são diferenciadas. Vamos relembrar a diferenciação
10778190722

que existe entre o que se considera noturno de acordo com o trabalhador ser
urbano (regido pela CLT) ou rural:
Lei 5.889/73, art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho
noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas
do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro
horas do dia seguinte, na atividade pecuária.
Já a alternativa (E) está incorreta porque o intervalo intrajornada, no caso
citado, é de 15 minutos. Relembrando:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo

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escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)


horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.

3.2 – Jornadas especiais de trabalho


21. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015
Considerando que Carlito foi contratado como técnico em energia de
potência pela empresa Raio de Luz Eletricidade Industrial Ltda.,
inicialmente para cumprimento de uma jornada de 8 horas diárias e 44
horas semanais, e teve sua jornada validamente alterada para 25 horas na
semana, ele
(A) poderá converter 1/3 do seu período de férias a que tiver direito em
abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes.
(B) terá direito a 16 dias de férias, sendo que, se tiver mais de sete faltas
injustificadas durante o período aquisitivo, terá o período de férias reduzido
à metade.
(C) poderá prestar no máximo 5 horas extras por semana, em razão do
regime de contratação a tempo parcial.
(D) terá direito ao adicional de periculosidade, em percentual inferior ao
legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, desde que tal condição
conste do acordo coletivo de trabalho que autorizou a contratação a tempo
parcial.
(E) deverá manifestar perante a empresa, na forma prevista em
instrumento decorrente de negociação coletiva, sua opção para adoção do
regime de tempo parcial.
Comentários 10778190722

Gabarito (E), conforme CLT, art. 58-A, § 2º:


CLT, art. 58-A, § 2º Para os atuais empregados [isto é, aqueles em regime
integral], a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção
manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento
decorrente de negociação coletiva.

22. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2011
Os digitadores

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(A) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia


(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho
consecutivo.
(B) não se equiparam aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), tratando-se de categorias distintas
com direitos distintos, não havendo qualquer analogia relacionada aos
períodos de descanso.
(C) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 5 minutos a cada 90 minutos de trabalho
consecutivo.
(D) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 15 minutos a cada 120 minutos de trabalho
consecutivo.
(E) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de
15 minutos a cada 90 minutos de trabalho consecutivo.
Comentários
Gabarito (A), conforme Súmula 346 do TST:
SUM-346 DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT
Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se
aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração
ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez)
minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.
A atividade de digitação não existia à época da elaboração da CLT, pois não havia
a utilização generalizada de computadores. Como esta atividade possui efeitos
10778190722

semelhantes às outras funções citadas na lei (problemas nos tendões em face da


repetitividade da tarefa) a Súmula consolida a aplicação analógica do intervalo
de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho.

3.3 – Jornada extraordinária e Compensação


23. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017
Mário presta serviços como entregador de carnes no Frigorífico “ABC” Ltda
e, numa sexta-feira no final do dia, teve que estender sua jornada de
trabalho para descarregar a mercadoria do caminhão e colocá-la na câmara
fria, sob pena de perda irreparável do produto, sendo considerado um

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serviço inadiável. Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do


Trabalho, a prestação de horas extras
(A) poderá ocorrer independentemente da existência de acordo ou contrato
coletivo e deverá ser comunicado, dentro de dez dias, à autoridade
competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no
momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
(B) não poderá ocorrer sem a existência de acordo ou contrato coletivo,
devendo o empregador contratar prestadores de serviços para fazê-lo.
(C) poderá ocorrer independentemente da existência de acordo ou contrato
coletivo, entretanto o adicional a ser pago é de no mínimo 100% sobre a
hora normal de trabalho.
(D) não poderá ocorrer sem a existência de acordo ou contrato coletivo,
podendo o empregador solicitar os serviços de Mário, que poderá ou não
aceitar a prestação dos serviços, já que não é obrigada pelo contrato de
trabalho a fazê-lo.
(E) poderá ocorrer independentemente da existência de acordo ou contrato
coletivo e deverá ser comunicado, dentro de noventa dias, à autoridade
competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no
momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
Comentários
Gabarito (A).
Trata-se de caso da realização de serviços inadiáveis, uma das modalidades de
prorrogação de jornada em necessidade imperiosa. Nestes casos, o empregador
lança mão de seu poder diretivo para exigir a prestação da sobrejornada, isto é,
independentemente de prévio acordo de prestação de horas extraordinárias.
Especificamente no caso dos serviços inadiáveis, o empregador deverá comunicar
ao Ministério do Trabalho no prazo de 10 dias:
CLT, art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do
trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a
motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de
10778190722

serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.


§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido
independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado,
dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho,
ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo
dessa comunicação.

24. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Avaliador Federal - 2015


A propósito da jornada de trabalho,

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(A) os titulares da relação de emprego podem pactuar livremente a sua


duração, desde que observem parâmetros de razoabilidade e
proporcionalidade.
(B) os seus limites legais podem ser alterados pelos contratantes, ainda
que em prejuízo do trabalhador, mas, nesse caso, deverá ele estar assistido
por seu sindicato profissional.
(C) as negociações coletivas podem estabelecer regras relativas à sua
duração, mas a aplicação dessas disposições aos contratos individuais de
trabalho está condicionada à concordância expressa de trabalhadores e
empregadores, sob pena de ineficácia da cláusula normativa
correspondente.
(D) a jornada de trabalho fixada em lei pode ser objeto de prorrogação
mediante ajuste entre empregado e empregador, desde que respeitado o
máximo de duas horas diárias, as quais deverão ser pagas com adicional
mínimo de 50%.
(E) em casos excepcionais, em que a preservação do contrato dependa da
dilação horária sem a remuneração correspondente, pode o trabalhador
renunciar ao crédito resultante desse labor.
Comentários
Gabarito (D). Questão praticamente idêntica a uma da ESAF, de 2003, aplicada
na prova de AUDITOR FISCAL DO TRABALHO_MTE.
A alternativa D está correta, conforme art. 59 da CLT:
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato
coletivo de trabalho.
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar,
obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que
será, pelo menos, 20% (vinte por cento) [50%] superior à da hora
normal. 10778190722

As alternativas A, B e C estão incorretas, porque as normas de limitação de


jornada e descansos não podem ser alteradas livremente (são normas de ordem
pública): a CF/88 estabeleceu o limite de jornada, que não pode ser ampliado
nem mesmo por negociação coletiva:
CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

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A alternativa E está incorreta porque, se a lei estabelece que a hora


extraordinária é remunerada, não se permite que o empregado renuncie ao valor
(princípio da indisponibilidade).

25. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2014


Em relação ao trabalho extraordinário, é correto afirmar que
(A) os empregados contratados sob o regime de tempo parcial poderão
prestar horas extras, desde que acordado expressamente com o sindicato
da categoria.
(B) as horas extras decorrentes de força maior ou de serviços inadiáveis
podem ser prestadas, desde que existente acordo de prorrogação de horas
firmado entre empregado e empregador.
(C) o acordo de prorrogação de jornada de trabalho deve ser escrito e
necessariamente celebrado coletivamente, mediante negociação coletiva
de trabalho.
(D) o trabalho em horas extras é permitido aos empregados que trabalham
em atividades insalubres, sendo necessária, porém, licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho.
(E) todo empregado tem direito a um descanso de 15 minutos, no mínimo,
antes do início do período extraordinário de serviço em caso de prorrogação
do horário normal de trabalho.
Comentários
Gabarito (D). Vejamos as alternativas uma a uma:
Alternativa (A): Empregados sob regime de tempo parcial não poderão prestar
horas extras, nem mesmo mediante negociação coletiva (CLT, art. 59, § 4º).
Alternativa (B): O trabalho em jornada extraordinária decorrente de força maior
ou de serviços inadiáveis, por força do art. 61 da CLT, prescinde (ou seja,
independe) de acordo escrito entre empregado e empregador.
A doutrina considera que são casos de realização independentemente de acordo.
10778190722

No caso de sobrejornada decorrente de força maior, até mesmo os empregados


menores realizam horas extras, caso imprescindível seu labor e com o limite de
até a 12ª hora.
Alternativa (C):
CLT, art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
Portanto, por simples acordo escrito entre empregado e empregador, é
possível a realização de horas extraordinárias. Por acordo tácito,
entretanto, não se permite a prática.

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Assim, o que se exige é um acordo escrito, seja individual com o empregado


(acordo empregador-empregado), seja coletivo (via negociação coletiva da qual
decorra acordo ou convenção coletiva de trabalho).
Alternativa (D): correta, pois está em consonância com o disposto no art. 60
da CLT:
CLT, art. 60 - Nas atividades insalubres, (..), quaisquer prorrogações
só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito,
procederão aos necessários exames locais (..).
Portanto, jornada extraordinária em atividade insalubre, somente com
autorização prévia do Ministério do Trabalho.
Lembremos que, em 2011 a Súmula 349 foi cancelada, de modo que,
atualmente, a necessidade de licença prévia do MTb é regra absoluta, não
excepcionada nem mesmo por acordo ou convenção coletiva.
SUM-349 ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM ATIVIDADE
INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE
A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de
jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da
autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da
CF/1988; art. 60 da CLT).
Quanto à alternativa (E), sabemos que, pela literalidade da CLT, apenas as
mulheres e os menores teriam este intervalo de, no mínimo, 15 minutos antes
do início da sobrejornada. O art. 384 da CLT, inserido no Capítulo III (Da proteção
ao trabalho da mulher), prevê que:
CLT, art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será
obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do
início do período extraordinário do trabalho.
Nos últimos tempos, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a
constitucionalidade deste artigo (RE 658.312 SC), de modo que não há mais
dúvidas de que a Constituição recepcionou este dispositivo, permanecendo uma
situação diferenciada para as empregadas.
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Além disso, o art. 384 acima é também aplicado ao trabalho do menor por
força do art. 413, parágrafo único, da CLT.
Portanto, para fins de concurso, o empregador deve observar intervalo de, no
mínimo, 15 minutos para a prestação de horas extraordinárias pela mulher e
pelos menores.
Assim sendo, não é uma regra aplicável a todo empregado, como pretende dizer
a assertiva.

26. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2013

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A respeito da duração do trabalho, incluindo períodos de descanso, o labor


noturno e o trabalho extraordinário, a legislação trabalhista prevê que
(A) o adicional a ser pago pelo trabalho extraordinário será de no mínimo
100% sobre a hora normal e o adicional a ser pago pelo trabalho noturno
será de no mínimo 50% sobre a hora diurna.
(B) a duração do trabalho normal não será superior a oito horas diárias e
quarenta horas semanais, facultada a compensação de horas dentro do mês
por decisão do empregador.
(C) as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários, não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(D) o período mínimo para o descanso entre duas jornadas de trabalho será
de dez horas consecutivas.
(E) o limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição para o trabalho
contínuo cuja duração exceda seis horas não poderá ser reduzido em
nenhuma hipótese.
Comentários
Gabarito (C). Sabemos que, por força constitucional, o adicional horas extras é
de no mínimo 50%, e não 100% como afirmado na letra (A). Como se não
bastasse, o examinador também trocou o percentual do adicional noturno de 20%
(correto) para 50% na questão. Portanto, item errado.
A assertiva (B) começa bem, mas no final afirma que a compensação de horas
dentro do mês depende de decisão do empregador. As principais diferenças para
fins de prova entre as modalidades de compensação de jornada (banco de horas
e acordo de prorrogação de jornada) são as seguintes:

Acordo de prorrogação de
Banco de horas
jornada
10778190722

Compensação intrassemanal Compensação que ultrapassa o


(dentro da semana) módulo semanal

Sua validade demanda acordo


Sua validade demanda previsão
escrito entre empregador e
em negociação coletiva
empregado

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Portanto, verificamos que a compensação referida na assertiva diz respeito à


compensação que ultrapassa o módulo semanal (banco de horas), a qual depende
de negociação coletiva, e não de decisão do empregador apenas. Veja a Súmula
85 do TST na íntegra:
SUM-85 COMPENSAÇÃO DE JORNADA
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo
individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver
norma coletiva em sentido contrário.
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de
jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a
repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se
não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo
adicional.
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de
compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a
jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e,
quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas
o adicional por trabalho extraordinário.
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade banco de horas, que somente pode ser
instituído por negociação coletiva.
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade
insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária
inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art.
60 da CLT.
A assertiva (C), correta, retrata justamente o dispositivo transcrito no
comentário da questão anterior:
CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
10778190722

minutos diários.
A letra (D) está incorreta, pois o intervalo interjornadas é de onze horas
consecutivas (e não de dez):
CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período
mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
Por fim, a letra (E) aborda a possibilidade de se reduzir o intervalo mínimo de
uma hora, para jornadas superiores a seis horas diárias, desde que seja feita por
autorização do Ministério do Trabalho (MTb).
Quando a empresa interessada demonstrar que atende integralmente às
exigências de organização de refeitórios, ela pode solicitar ao MTb autorização
para reduzir o limite mínimo de 1 hora do intervalo intrajornada:

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CLT, art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar
que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

27. CESPE/TRT8 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Acerca do entendimento jurisprudencial do TST sobre a duração do
trabalho, assinale a opção correta.
(A) As horas extras habituais incorporam-se à remuneração do empregado
para fins de gratificação natalina e repouso semanal remunerado.
(B) No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao
repouso semanal de vinte e quatro horas, com prejuízo do intervalo mínimo
de onze horas consecutivas para descanso entre jornadas, não são
remuneradas como extraordinárias.
(C) A concessão, pelo empregador, de intervalos na jornada de trabalho
não previstos em lei não representa tempo à disposição da empresa e,
consequentemente, não deve ser considerada serviço extraordinário.
(D) A mera incompatibilidade entre os horários de início e término da
jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância
que não gera direito às horas in itinere.
(E) A compensação de jornada de trabalho somente é válida se ajustada
por acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, sendo vedado
acordo individual escrito para tal fim.
Comentários
Gabarito (A). A questão cobra posicionamentos do TST acerca da realização de
horas extras, intervalos e duração do trabalho.
As horas extras habitualmente prestadas incorporam-se sim à gratificação
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natalina (Súmula 45) e ao DSR (Súmula 172). Vejamos:


SUM-172 REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras
habitualmente prestadas.

SUM-45 SERVIÇO SUPLEMENTAR


A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o
cálculo da gratificação natalina prevista na Lei nº 4.090, de 13.07.196228.

28
Lei que institui a Gratificação de Natal para os Trabalhadores.

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A letra (B) está incorreta, pois quando há prejuízo do intervalo interjornadas


(mínimo de 11 horas), estas horas devem ser remuneradas como extraordinárias.
Vejamos a OJ relacionada:
OJ-SDI1-355 INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS
EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT
acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da
CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das
horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
Já para a letra (C), devemos lembrar que é considerado tempo à disposição do
empregador a concessão de intervalo não previsto em lei como, por exemplo,
um intervalo para lanche de 15 minutos aos que laboram 8 horas por dia.
Neste período, o empregador não trabalha, mas como o intervalo foi concedido
pelo empregador sem previsão em lei, é um tempo considerado à disposição do
empregador. Assim sendo, ele é considerado na jornada e também considerado
como serviço extraordinário, caso a jornada do dia extrapole a jornada legal.
Cuidado para não confundir os conceitos: os intervalos legais, como para almoço,
têm previsão legal e por isso não são considerados à disposição do empregador.
Já os intervalos não previstos em lei (portanto não obrigatórios) são considerados
tempo à disposição.
A letra (D) cobra conceitos relacionados à jornada in itinere. Todavia, conforme
entendimento do TST, havendo incompatibilidade entre os horários de início e
término da jornada do empregado e os do transporte público regular é sim
circunstância que também gera o direito às horas in itinere (Súm. 90, item II).
Por fim, a letra (E), também incorreta, tenta confundir a exigência para se
estabelecer compensação de jornada intrassemanal (via simples acordo escrito
entre empregado e empregador) com a exigência para o estabelecimento de
banco de horas (negociação coletiva):

Acordo de prorrogação de jornada 10778190722


Banco de horas

Compensação intrassemanal (dentro Compensação que ultrapassa o


da semana) módulo semanal

Sua validade demanda acordo escrito Sua validade demanda previsão em


entre empregador e empregado negociação coletiva

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Portanto, verificamos que a compensação intrassemanal de jornada independe


de negociação coletiva, nos termos da Súmula 85 do TST.

28. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
À luz da jurisprudência do TST a respeito da jornada de trabalho, assinale
a opção correta.
(A) Ao empregado que labore, habitualmente, por seis horas durante o dia
é garantido o direito de gozo de intervalo intrajornada mínimo de uma hora.
(B) A jornada de trabalho em escala de doze horas de trabalho por trinta e
seis horas de descanso excepcionalmente descrita em norma coletiva é
inválida, devendo ao empregado ser pago adicional de horas extras relativo
à décima primeira e à décima segunda hora de trabalho.
(C) O adicional de horas extras devido pelo empregador em virtude da não
concessão de intervalo para repouso e alimentação ao empregado possui
natureza salarial, repercutindo no cálculo de outras parcelas salariais.
(D) A concessão parcial do intervalo intrajornada implica o pagamento
apenas do período de intervalo suprimido, com acréscimo de, no mínimo,
50% sobre o valor da remuneração da hora normal.
(E) Em virtude do poder regulamentar concedido aos sindicatos, cláusula
de acordo ou convenção coletiva que determine a supressão do intervalo
intrajornada é considerada válida e eficaz.
Comentários
Gabarito (C). Esta questão buscou saber se o candidato estava atento às
recentes Súmulas do TST (considerando a data da prova), em especial a 437 e a
444.
Caso o empregado labore habitualmente até seis horas diárias, ele faz jus
somente ao intervalo de 15 minutos para descanso e alimentação.
CLT, art. 71, § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será,
10778190722

entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a


duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
A letra (A) tentou confundir o candidato com a redação do item IV da Súmula
437 do TST:
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista
no art. 71, caput e § 4º da CLT.
A letra (B), por sua vez, cobrou conhecimento da Súmula 444, por meio da qual
o TST permite, em caráter excepcional, a escala de 12x36 horas.

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É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho


por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada
exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva
de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados.
O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor
prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Já a letra (C), correta, buscou saber se o candidato sabia que a parcela paga
em decorrência da não concessão ou da concessão parcial do intervalo
intrajornada tem sim natureza salarial:
Súmula 437, item III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art.
71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho
de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo
mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no
cálculo de outras parcelas salariais.
Quanto à assertiva (D) note o item da Súmula 437 do TST:
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão
parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação,
a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
Acerca da letra (E) vejamos a Súmula 437 do TST:
SUM-437, II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de
trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo
intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança
do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art.
7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.

29. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Maria Marta é empregada do hotel fazenda “Vale das Águas Claras”, hotel
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este localizado em área urbana. Maria Marta exerce a função de cozinheira


e, sendo assim, todo dia se desloca a pé da portaria do hotel até a cozinha
que fica no final do terreno. Neste trajeto, Maria Marta demora diariamente
cerca de quinze minutos. Neste caso, de acordo com o entendimento
sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, o tempo necessário ao
deslocamento de Maria Marta entre a portaria do hotel e o local de trabalho
(A) só será considerado tempo à disposição do empregador se ultrapassar
trinta minutos.
(B) não se considera à disposição do empregador, em nenhuma hipótese.
(C) só será considerado tempo à disposição do empregador se ultrapassar
vinte minutos.

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(D) considera-se à disposição do empregador uma vez que ultrapassou dez


minutos.
(E) considera-se à disposição do empregador em qualquer hipótese.
Comentários
Gabarito (D). Questão que cobrou o entendimento contido na Súmula 429 do
TST:
SUM-429
Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o
tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da
empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez)
minutos diários.
Portanto, como a empregada levava mais do que 10 minutos por dia no trajeto
portaria-posto de trabalho, este tempo deve ser considerado como à disposição
do empregador.

30. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2013
Simone e Flaviana são empregadas da empresa “MNL Ltda” e possuem
jornada de trabalho de oito horas diárias. De acordo com os cartões de
ponto das empregadas, ontem, Simone chegou à empresa cinco minutos
adiantada e deixou a empresa quinze minutos além de sua jornada de
trabalho. Flaviana, por sua vez, chegou à empresa cinco minutos adiantada
e deixou a empresa quatro minutos após o término da sua jornada de
trabalho.
Nestes casos,
(A) apenas Simone terá direito ao pagamento de horas extraordinárias uma
vez que ultrapassou a jornada normal de trabalho.
(B) Simone e Flaviana terão direito ao pagamento de horas extraordinárias
uma vez que ultrapassaram a jornada normal de trabalho, bem como a
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variação de jornada legal permitida de cinco minutos diários.


(C) nenhuma das empregadas terá direito ao pagamento de horas
extraordinárias, uma vez que não serão descontadas nem computadas
como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto
não excedentes de quinze minutos diários.
(D) nenhuma das empregadas terá direito ao pagamento de horas
extraordinárias, uma vez que não serão descontadas nem computadas
como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto
não excedentes de quinze minutos, observado o limite máximo de vinte
minutos diários.

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(E) nenhuma das empregadas terá direito ao pagamento de horas


extraordinárias, uma vez que ambas chegaram na empresa antes do
horário de trabalho, iniciando o labor a revelia da empresa empregadora.
Comentários
Gabarito (A). O objeto desta questão consiste nos minutos que antecedem e
sucedem a jornada de trabalho. Portanto, são as disposições contidas no art. 58,
§ 1º, da CLT e a Súmula 366 do TST.
Súmula nº 366 do TST - Não serão descontadas nem computadas como
jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra
a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado
tempo à disposição do empregador, não importando as atividades
desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de
uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).
Portanto, como Simone deixou a empresa 15 minutos após o horário de trabalho
(ou seja, superior aos 5 minutos de tolerância), esta deverá ter estes minutos
pagos como jornada extraordinária.
Já Flaviana, como não excedeu a tolerância de 5 minutos, nem para entrar na
empresa, nem para sair, não terá direito a horas extras.
Por oportuno, ressaltamos um entendimento sumulado do TST quanto à
impossibilidade de se elastecer o limite de cinco minutos por meio de convenção
coletiva. Veja:
SÚMULA Nº 449.
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o §
1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em
convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que
antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das
horas extras.
O examinador adora estas mudanças na jurisprudência! Devemos ficar atento a
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elas!

31. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


De acordo com o entendimento sumulado do TST, em relação à
compensação de jornada é correto afirmar:
(A) O regime compensatório na modalidade "banco de horas" somente pode
ser instituído por negociação coletiva.
(B) A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada.
(C) O acordo individual para compensação na modalidade "banco de horas"
é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário.

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(D) É válido acordo tácito para compensação de jornada, exceto na


modalidade "banco de horas".
(E) A descaracterização do acordo de compensação em razão da prestação
de horas extras habituais implica o pagamento em dobro das horas
excedentes à jornada normal, inclusive em relação às que tenham sido
compensadas.
Comentários
Gabarito (A).
A correção da alternativa (A) e a incorreção das demais se verifica na leitura
da Súmula 85 do TST:
SUM-85 COMPENSAÇÃO DE JORNADA
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo
individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver
norma coletiva em sentido contrário.
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de
jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a
repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se
não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo
adicional.
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de
compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a
jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e,
quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas
o adicional por trabalho extraordinário.
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade banco de horas, que somente pode ser
instituído por negociação coletiva.
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade
insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária
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inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art.


60 da CLT.

3.4 – Intervalos e Descansos


32. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
Considere as seguintes situações hipotéticas: Cleiton labora na farmácia XZC
Ltda. possuindo jornada de trabalho de cinco horas diárias. Seu irmão
Cledison labora na farmácia VBN Ltda. e possui jornada de trabalho de
quatro horas diárias. Já Monique, tia dos irmãos, trabalha no supermercado
ZWQ Ltda. e possui jornada de trabalho de 7 horas diárias. Nestes casos, de

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acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, no tocante ao intervalo


intrajornada,
(A) Cleiton e Cledison não terão direito ao intervalo e Monique terá direito a
uma hora de intervalo.
(B) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique
terá direito a uma hora de intervalo.
(C) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique
terá direito a trinta minutos de intervalo.
(D) todos terão direito a quinze minutos de intervalo.
(E) Cleiton terá direito a quinze minutos de intervalo, Cledison não terá
direito ao intervalo e Monique terá direito a uma hora de intervalo.
Comentários
Gabarito (E).
De acordo com o art. 71, caput e §1º, da CLT:

Empregado Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de
Igual ou inferior a 04
Cledison concessão de intervalo
horas
intrajornada

Maior que 04 horas e igual


Cleiton Intervalo de 15 minutos
ou inferior a 06 horas

Monique Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

33. FCC/TRT11 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2017 10778190722

O bar e restaurante XXX Ltda., para benefício de seus empregados que


trabalham no período noturno e estando amparado somente pela Convenção
Coletiva de Trabalho da categoria, fraciona o intervalo intrajornada. Assim,
fornece trinta minutos de intervalo intrajornada para refeição e descanso e
depois fornece mais quinze minutos para ceia de seus respectivos
empregados. Neste caso, o intervalo intrajornada
(A) pode ser inferior a uma hora, mas não é permitido o seu fracionamento,
sendo inválida a cláusula de Convenção Coletiva que permitir este
fracionamento.
(B) não pode ser inferior a uma hora no total, mas poderá ser fracionado em
até dois períodos, sendo válida a cláusula de Convenção Coletiva que
permitir este fracionamento.

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(C) não pode ser inferior a uma hora, bem como não poderá ser fracionado,
sendo inválida a cláusula de Convenção Coletiva que reduzir o intervalo.
(D) não pode ser inferior a uma hora no total, mas poderá ser fracionado em
até três períodos, desde que nenhum deles seja inferior a quinze minutos,
sendo válida a cláusula de Convenção Coletiva que permitir este
fracionamento.
(E) não pode ser inferior a uma hora no total, mas poderá ser fracionado em
até três períodos, desde que nenhum deles seja inferior a vinte minutos,
sendo válida a cláusula de convenção coletiva que permitir este
fracionamento.
Comentários
Gabarito (C). Como a questão fala em fracionamento do intervalo intrajornada
(respectivamente em períodos de 30 e de 15min) e em redução para 45 minutos
ao todo, lembramos da SUM-437 do TST, a qual diz que são inválidas tais
modificações por meio de negociação coletiva:
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.
APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT. (..)
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII29, da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.

34. FCC/TRF3 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2016
Josefa foi contratada pela empresa Mundo Global S/A para laborar de
segunda a sexta-feira, das 08h00 às 14h15, com 15 minutos de intervalo
para refeição e descanso. Habitualmente, a pedido da empresa, Josefa
estendia sua jornada de trabalho até às 14h30, sendo mantidas as demais
disposições contratuais. 10778190722

Tendo em vista o cenário acima apresentado e de acordo com o


entendimento sumulado pelo TST, no que tange a horas extras, Josefa
(A) terá direito ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados e mais
01h00 extra relativa ao intervalo não gozado corretamente, por dia

29
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:

(...)

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

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efetivamente trabalhado, sem qualquer adicional legal ou convencional ou


reflexo.
(B) não terá direito ao pagamento de horas extras, uma vez que a jornada
realizada não ultrapassa o limite legal de oito horas diárias.
(C) terá direito apenas ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados,
acrescidos do adicional legal ou convencional, além dos reflexos legais nas
demais verbas contratuais.
(D) terá direto ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados e mais 45
minutos extras relativos ao intervalo intrajornada não gozado
corretamente, acrescidos do adicional legal ou convencional e reflexos nas
demais verbas contratuais.
(E) terá direito ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados e mais
01h00 extra relativa ao intervalo não gozado corretamente, acrescidos do
adicional legal ou convencional e reflexos nas demais verbas contratuais.
Comentários
Gabarito (E), com fundamento no item IV da SUM-437:
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.
APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.
(..)
IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista
no art. 71, caput e § 4º, da CLT.
Notem, portanto, que a jornada efetiva da empregada é de 6:15. Portanto, como
ela está sendo remunerada apenas por 6 horas e a ela era devido o intervalo de,
no mínimo, 1 hora, a empresa deve a ela os 15 minutos extras e mais 1 hora
relativa ao intervalo não concedido da maneira devida.

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35. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2016
No tocante ao intervalo para repouso e alimentação, considere:
I. A não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
implica o pagamento do período apenas suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho,
sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
remuneração.
II. É válida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a redução do intervalo intrajornada, tratando-se de direito
disponível passível de ser negociado coletivamente.

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Teoria e Questões
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III. Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é


devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional na forma legal.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e II.
(B) I.
(C) III.
(D) II e III.
(E) I e III.
Comentários
Gabarito (C), pois apenas III está correta.
A assertiva I está incorreta, pois implica o pagamento total do período
correspondente, nos termos do item I da SUM-437.
A assertiva II está incorreta, já que tal cláusula é inválida, nos termos da
SUM-437, II.
A assertiva III está de acordo com o item IV da referida Súmula 437.

36. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015


Por determinação do empregador, Mirtes usufrui de intervalo para repouso
e alimentação em três dias da semana, sendo certo que às terças e sextas-
feiras o volume de trabalho é sempre maior do que nos demais dias, o que
impede a fruição do intervalo intrajornada. A não concessão do referido
intervalo em dois dias da semana
(A) não importa no deferimento de horas extras, constituindo apenas
infração administrativa.
(B) importa na remuneração do período correspondente, com um acréscimo
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de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de


trabalho.
(C) somente determinará o pagamento de horas extras se ultrapassado o
limite legal diário e houver previsão em norma coletiva.
(D) importa no pagamento do respectivo adicional de, no mínimo, 25%
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(E) é válida, desde que prevista a supressão do intervalo através de
cláusula de convenção ou acordo coletivos de trabalho.
Comentários
Gabarito (B), nos termos da CLT, art. 71, § 4º e da SUM-437 do TST:

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CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação,


previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará
obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo
de no mínimo cinqüenta por cento sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.

SUM-437, I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou


a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do
período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo
de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de
labor para efeito de remuneração.

37. FCC/TRT3 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2015
Considerando que um empregado trabalhe sob o regime normal de jornada
de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, com 1 hora de intervalo
para refeição, tendo ele laborado das 13 h até às 22 h de sábado, o primeiro
horário em que ele deverá retornar ao local de trabalho será às
(A) 6 h da manhã de domingo.
(B) 10 h da manhã de segunda-feira.
(C) 7 h da manhã de domingo.
(D) 8 h da manhã de segunda-feira.
(E) 9 h da manhã de segunda-feira.
Comentários
Gabarito (E). A questão trata do intervalo interjornadas e do repouso semanal
remunerado.
10778190722

Como sabemos, o descanso semanal remunerado é de 24 horas consecutivas e o


intervalo entre duas jornadas de trabalho (chamado de intervalo interjornadas)
é de no mínimo 11 (onze) horas.
Assim, do término da jornada de sábado até o início da próxima jornada que
sucede o descanso semanal deve haver 35 horas de intervalo (24 + 11).
Sendo assim, deve haver um intervalo de 35 horas (24h + 11h) durante a
semana, conjugando-se o DSR e o intervalo interjornadas. No caso, teríamos:

Jornada Início da
Intervalo
encerrada às jornada às
interjornadas de DSR
22h00min de 09h00min de
11 horas
sábado segunda-feira

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38. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015


Uma empresa, através de acordo coletivo celebrado com o Sindicato,
reduziu o intervalo intrajornada para refeição e descanso de seus
empregados para 40 minutos. Em relação a esta situação,
(A) a norma coletiva estabeleceu condições que não implicam ofensa à
saúde, à segurança e à dignidade do trabalhador, e no caso concreto, o
negociado deve ser preservado, pois ele não colide com normas
fundamentais e indisponíveis.
(B) a redução do intervalo somente teria validade se prevista em convenção
coletiva de trabalho, valendo para toda a categoria e não apenas para uma
parcela dos trabalhadores.
(C) a redução do intervalo, assim como o fracionamento do mesmo, são
válidos e passíveis de negociação coletiva, tendo em vista que não regulado
por norma de ordem pública.
(D) somente a supressão do intervalo é vedada, sendo que a redução e o
fracionamento do mesmo podem ocorrer por meio de negociação coletiva,
mas somente para os empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros.
(E) a redução é inválida, porque o intervalo constitui medida de higiene,
saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública.
Comentários
Gabarito (E), conforme SUM-437 do TST:
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.
APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT. (..)
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII30, da CF/1988),
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infenso à negociação coletiva.

39. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal – 2015


Em relação ao intervalo intrajornada não remunerado, com base na lei e na
jurisprudência uniforme do TST, é INCORRETO afirmar que (A) é o que

30
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:

(...)

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

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ocorre dentro da jornada de trabalho para o repouso e alimentação do


empregado, devendo ser computado na duração do trabalho.
(B) quando o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo
empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente
com um acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.
(C) a não concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo,
implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(D) é possível a redução do intervalo de uma hora para repouso e
alimentação desde que sejam cumpridos os seguintes requisitos: (i)
autorização do Ministério do Trabalho; (ii) existência de refeitórios no local
de trabalho; e (iii) os empregados não trabalharem sob o regime de horas
extraordinárias.
(E) não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas.
Comentários
Gabarito (A), que é a alternativa incorreta.
Ela está incorreta porque o intervalo intrajornada do art. 71 não é computado na
jornada de trabalho.
A alternativa B, correta, traz a regra contida no art. 71 da CLT e detalhada na
SUM-437:
CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto
neste artigo31, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo
cinqüenta por cento sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
A alternativa C, igualmente correta, traz, praticamente, literalidade do item I
da Súmula:
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.
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APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.


I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão
parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no

31
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15


(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

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mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho


(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
A alternativa D, correta, traz as condições necessárias para redução do
intervalo para valores inferiores a 1 hora. A redução do intervalo mínimo deve
ocorrer somente quando autorizado pelo MTb, conforme previsto no próprio art.
71, em seu §3º:
CLT, art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar
que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
Por fim, a alternativa E, também correta, traz a regra do art. 71 para jornadas
superiores a 4 horas mas inferiores a 6 (15 minutos de intervalo). De qualquer
maneira, segue a tabela completa para fixação:

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de
Igual ou inferior a 04 horas
concessão de intervalo intrajornada

Maior que 04 horas e igual ou inferior


Intervalo de 15 minutos
a 06 horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Superior a 2 horas somente se


Superior a 06 horas houver acordo escrito ou previsão
em negociação coletiva

Inferior a 1 hora somente se houver


Superior a 06 horas 10778190722

autorização do MTb

40. FCC/TRT2 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2014
Ariadne, contratada pela empresa Gráfica Luz Ltda., para trabalhar no
cargo de auxiliar de serviços gerais, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12
horas.
Com relação ao intervalo para repouso e alimentação, de acordo com as
regras da CLT, Ariadne
(A) terá direito a 30 minutos de intervalo.
(B) terá direito a 20 minutos de intervalo.

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(C) terá direito a 15 minutos de intervalo.


(D) não terá direito ao intervalo.
(E) terá direito a 1 hora de intervalo.
Comentários
Gabarito (D). Novamente a Banca exigiu que o candidato conhecesse a
literalidade dos dispositivos da CLT que versam sobre jornada e repouso
intrajornada.
No seu art. 71, § 1º, o legislador dispõe que:
Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório
um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4
(quatro) horas.

41. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2014
Em relação ao intervalo para repouso e alimentação, é correto afirmar:
(A) O empregado que cumpre diariamente jornada extraordinária tem
direito a um acréscimo de 15 minutos no seu intervalo.
(B) O intervalo para empregado que cumpre jornada entre 6 e 8 horas
diárias é de uma hora.
(C) A não concessão do intervalo pelo empregador, gera ao mesmo a
obrigação de remunerar o respectivo período com um acréscimo de no
mínimo 20% sobre o valor correspondente.
(D) O cumprimento pelo empregado de jornada de trabalho de 4 horas
diárias assegura ao mesmo o direito a um intervalo de 15 minutos.
(E) Esse intervalo não é computado na duração do trabalho.
Comentários
Gabarito (E). Esta questão, por sua vez, além de exigir o conhecimento sobre a
10778190722

tabela que consolida as regras sobre intervalo intrajornada, cobrou dos


candidatos outros dois parágrafos do mesmo artigo 71 da CLT. Vejamos:
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração
do trabalho.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no
mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 8.923, de 27.7.1994)
Portanto:

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a) intervalo não concedido será remunerado como extra, com adicional mínimo
de 50%;
b) intervalo de descanso não é computado na duração do trabalho.

42. FCC/TRT15 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Emílio é empregado da empresa “BFG Ltda”, atuante no ramo de logística,
reconhecida no mercado pela eficiência de seu trabalho por 24 horas
ininterruptas. Emílio exerce a função de estoquista e trabalha 4 horas
diárias.
Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, Emílio
(A) terá direito a 30 minutos de intervalo intrajornada.
(B) terá direito a 15 minutos de intervalo intrajornada.
(C) não terá direito ao intervalo intrajornada.
(D) terá direito a uma hora de intervalo intrajornada, ou seja, o intervalo
mínimo legal.
(E) só terá direito ao intervalo intrajornada se exercer suas funções em
horário noturno.
Comentários
Gabarito (C). A questão tenta misturar os conceitos de turno ininterrupto de
revezamento com intervalo intrajornada.
Primeiramente, para caracterização do turno ininterrupto de revezamento, é
imprescindível que haja significativa alternância de horários de trabalho do
empregado compreendendo dia e noite.
O fato de a empresa funcionar de maneira ininterrupta é irrelevante para se aferir
se há ou não turnos ininterruptos. Nesse sentido, caso o empregado laborasse
em turno fixo (somente de manhã, somente de tarde ou somente de noite, sem
alternância), não seria o caso de aplicabilidade das regras atinentes ao turno
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ininterrupto de revezamento (TIR).


Feita esta ressalva, vamos analisar o intervalo intrajornada a que Emílio faz jus,
com base em sua jornada diária (4 horas). Do art. 71 da CLT, sabemos que,
sendo de exatas 04 horas diárias, o empregado não faz jus a qualquer intervalo
intrajornada.

43. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Leonardo é empregado rural da fazenda “Aves raras Ltda.”, tendo sido
contratado em abril de 2008. No ano de 2009, Leonardo começou a usufruir
de apenas trinta minutos de intervalo intrajornada.

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Teoria e Questões
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Neste caso, conforme jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do


Trabalho, o intervalo intrajornada
(A) não está sendo concedido de acordo com a competente legislação,
implicando o pagamento apenas do período suprimido, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho,
com prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
remuneração.
(B) não está sendo concedido de acordo com a competente legislação,
implicando o pagamento apenas do período suprimido, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho,
sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
remuneração.
(C) só estará sendo concedido de forma regular se houver norma coletiva
autorizando a redução do respectivo intervalo.
(D) está sendo concedido de forma regular, uma vez que se trata de
empregado rural e não urbano.
(E) não está sendo concedido de acordo com a competente legislação,
implicando no pagamento total do período correspondente, com acréscimo
de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho, sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito
de remuneração.
Comentários
Gabarito (E). No caso do trabalhador rural, como nesta questão, a
regulamentação encontra-se na Lei do Trabalho Rural (Lei 5.889/1973) e no
Decreto 73.626/1974.
A Lei não prevê a duração do intervalo intrajornada, limitando-se a dizer que
estes deverão ser concedidos conforme os usos e costumes da região:
Lei 5.889/1973, Art. 5º - Em qualquer trabalho [rural] contínuo de
duração superior a seis horas, será obrigatória a concessão de um
intervalo para repouso ou alimentação observados os usos e
10778190722

costumes da região, não se computando este intervalo na duração do


trabalho. Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de
onze horas consecutivas para descanso.
Já o Decreto que a regulamentou previu o intervalo mínimo de uma hora para
jornadas superiores a seis horas por dia:
Art. 5º, § 1º - Será obrigatória, em qualquer trabalho contínuo de duração
superior a 6 (seis) horas, a concessão de um intervalo mínimo de 1
(uma) hora para repouso ou alimentação, observados os usos e costumes
da região.
A questão não informou qual a jornada de Leonardo, portanto, adotar-se-á a
literalidade do parágrafo transcrito acima, ou seja, jornada superior a seis horas.

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Nesse caso, como o intervalo concedido foi inferior ao mínimo exigido para o
rurícola (01 hora), aplicamos a Súmula 437 do TST, a qual é aplicável tanto a
empregados urbanos quanto aos rurais. Vejamos:
Súmula 437, inciso I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão
ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do
cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
Portanto, não há que se falar em pagamento apenas da diferença entre o período
concedido e o mínimo legal (30 minutos), pois, nestes casos, o empregador
deverá pagar, como jornada extraordinária, todo o período que deveria ter sido
concedido (01 hora).
Além disso, a legislação e a jurisprudência não admitem a redução do intervalo
intrajornada para valores inferiores ao mínimo, seja por acordo individual, seja
por negociação coletiva (apenas mediante autorização do MTb).

44. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Em relação ao intervalo para repouso e alimentação, é INCORRETO afirmar:
(A) O trabalho em horas extras pelos empregados impede a redução do
intervalo dos mesmos para período inferior a uma hora.
(B) Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo de no mínimo uma hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, de no máximo duas horas.
(C) Não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos quando a duração ultrapassar de quatro horas.
(D) A não concessão do intervalo para repouso e alimentação implica em
mera sanção administrativa, com imposição de multa ao empregador.
(E) Os intervalos para repouso e alimentação previstos na Consolidação das
10778190722

Leis do Trabalho não serão computados na duração do trabalho.


Comentários
Gabarito (D), que é a alternativa incorreta.
O dispositivo da CLT que tem relação com o assunto é o artigo 71, § 4º:
CLT, art. 71, § 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto
neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%
(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.

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Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas seguidas sem intervalo,
haverá a obrigatoriedade de remunerá-lo com hora extra o intervalo mínimo de
1 hora não concedido (o que não afasta a conduta irregular do empregador, que
mesmo pagando o adicional poderá ser autuado).
Tais consequências da não concessão do intervalo intrajornada mínimo foram
corroboradas pela seguinte Súmula 437:
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão
parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
A alternativa (A), considerada correta, pretendeu demonstrar a inviabilidade
de se reduzir o intervalo mínimo quando haja labor em sobrejornada.
Quando a empresa interessada demonstrar que atende integralmente às
exigências de organização de refeitórios, ela pode solicitar ao MTb autorização
para reduzir o limite mínimo de 1 hora do intervalo intrajornada:
CLT, art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar
que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
Entretanto, como o dispositivo destaca, tal redução não é viável quando os
empregados estiverem submetidos a jornada extraordinária.
As alternativas (B) e (C) tratam do intervalo intrajornada, cujos períodos são
os seguintes:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
10778190722

escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)


horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
A alternativa (E), correta, trouxe a redação do art. 70, § 2º:
CLT, art. 70, § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na
duração do trabalho.

45. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2013

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Teoria e Questões
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No que se refere aos períodos de repouso assegurados ao empregado por


lei, é INCORRETO afirmar:
(A) O descanso semanal remunerado terá duração de vinte e quatro horas
consecutivas e será concedido aos domingos.
(B) O trabalho em domingo, seja total ou parcial, será sempre subordinado
à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
(C) Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de
descanso de onze horas consecutivas.
(D) Não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas.
(E) O descanso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos, é
direito dos empregados urbanos, rurais e domésticos.
Comentários
Gabarito (A), pois a coincidência do DSR com o domingo é preferencial, e não
obrigatória:
CLT, art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de
24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de
conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir
com o domingo, no todo ou em parte.
É de se notar que a Lei 605/49 também regulamenta os descansos semanais,
estipulando que
Lei 605/49, art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal
remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos
domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos
feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
A alternativa (B) menciona disposição celetista que exige autorização para o
trabalho aos domingos:
CLT, art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do
art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade
10778190722

competente em matéria de trabalho.


Na alternativa (C) a banca reproduziu a regra sobre o intervalo interjornadas:
CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período
mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
Já a alternativa (D) menciona uma das regras constantes do artigo 71 da CLT,
sobre intervalo intrajornada.
Na alternativa (E), também correta, enfatiza-se que o direito ao DSR pertence
aos empregados urbanos, rurais e domésticos:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)

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XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


(...)
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII,
XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

46. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Em relação ao intervalo para repouso e alimentação é INCORRETO afirmar:
(A) Em qualquer trabalho que exceda de seis horas, será concedido
intervalo para repouso e alimentação de, no mínimo, uma hora e, no
máximo, duas horas.
(B) Não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos.
(C) Quando o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo
empregador, este deverá remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo cinquenta por cento sobre o valor da remuneração
da hora normal de trabalho.
(D) Quando o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo
empregador, este deverá remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo vinte por cento sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.
(E) Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
Comentários
Gabarito preliminar (D), porém, no definitivo, a banca anulou a questão em
virtude da ambiguidade da letra (B).
Intervalo não concedido será remunerado como extra, com adicional mínimo de
50%: 10778190722

CLT, art. 71, § 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto


neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%
(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
Relembrando o quadro construído com base no art. 71 da CLT, acerca das
alternativas (A) e (B):

Jornada Intervalo intrajornada

Não há obrigatoriedade de concessão


Igual ou inferior a 04 horas
de intervalo intrajornada

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Maior que 04 horas e igual ou inferior


Intervalo de 15 minutos
a 06 horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Por fim, intervalo de descanso, em geral, não é computado na duração do


trabalho, como frisou a alternativa (E):
CLT, art. 71, § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na
duração do trabalho.

47. FCC/TRT1 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
A duração do intervalo para repouso e alimentação é de, no mínimo,
(A) uma hora e no máximo duas horas, para jornadas de trabalho
superiores a seis horas.
(B) uma hora e no máximo duas horas, para jornadas de trabalho
superiores a quatro horas e até seis horas.
(C) quinze minutos e no máximo uma hora, para jornadas de trabalho
superiores a quatro horas e até seis horas.
(D) quinze minutos para jornadas de até quatro horas.
(E) uma hora, para qualquer jornada de trabalho.
Comentários
Gabarito (A):
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas. 10778190722

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,


obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.

48. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
De acordo com previsão constitucional, o descanso semanal remunerado
deve ser concedido
(A) preferencialmente aos domingos, salvo em semana em que o domingo
coincida com feriado.
(B) alternativamente aos sábados e aos domingos.

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(C) exclusivamente aos domingos.


(D) preferencialmente aos domingos.
(E) preferencialmente aos sábados.
Comentários
Gabarito (D), conforme disposto no art. 7º da CF/88:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
O repouso semanal remunerado (RSR), também conhecido como descanso
semanal remunerado (DSR), é normatizado pela Lei 605/49, segundo a qual
“todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro
horas consecutivas, preferentemente aos domingos (...)”.

49. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2013
O cemitério particular PAZ ETERNA, em razão dos horários de enterros e
velórios, possui diversos empregados tendo celebrado com cada
empregado acordo escrito para aumentar o intervalo para repouso e
alimentação de uma hora para uma hora e quarenta e cinco minutos.
Neste caso, os referidos acordos são
(A) inválidos porque o intervalo intrajornada somente poderá ser estendido
mediante Convenção Coletiva de Trabalho.
(B) válidos porque respeitam a Consolidação das Leis do Trabalho.
(C) inválidos porque o intervalo intrajornada somente poderá ser estendido
por trinta minutos.
(D) inválidos porque o intervalo intrajornada somente poderá ser estendido
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por quinze minutos.


(E) inválidos porque a Consolidação das Leis do Trabalho e a Constituição
Federal vedam, em qualquer hipótese, o aumento do intervalo intrajornada
para prevenção da saúde do trabalhador.
Comentários
Gabarito (B). Nos termos do art. 71, caput, parte final, acordo ou convenção
coletiva, ou até mesmo acordo individual escrito, podem ampliar o intervalo
intrajornada para jornadas superiores a seis horas diárias:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ
Teoria e Questões
Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2


(duas) horas.
Portanto, a CLT permite que as partes de um contrato de trabalho estipulem
intervalo intrajornada superior a duas horas, desde que o façam por escrito.
Já para conceder intervalo inferior ao mínimo legal, a possibilidade é bastante
restrita, de modo que a hipótese só seria possível caso houvesse autorização do
MTb, além de satisfeitas as condições do art. 71, § 3º:
CLT, art. 71, § 3º - O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e
Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social,
se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos
empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.

50. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
Mirto, empregado da empresa “Mais Ltda”, possui jornada diária de trabalho
de oito horas, com quarenta e cinco minutos de intervalo para descanso e
alimentação. Considerando que a redução do horário para descanso e
alimentação consta em cláusula de Convenção Coletiva de Trabalho, esta
redução é
(A) legal, desde que a mencionada Convenção Coletiva de Trabalho tenha
cláusula expressa de proibição de renovação.
(B) legal, uma vez que a Consolidação das Leis do Trabalho permite a
redução do intervalo intrajornada por meio de norma coletiva.
(C) legal, desde que a mencionada Convenção Coletiva de Trabalho tenha
vigor pelo prazo máximo de um ano.
(D) ilegal, tendo em vista que norma coletiva não poderá reduzir o intervalo
intrajornada. 10778190722

(E) legal, desde que a mencionada Convenção Coletiva de Trabalho tenha


vigor pelo prazo máximo de seis meses.
Comentários
Gabarito (D), pois os intervalos são norma de ordem pública que visam a
permitir que o empregado repouse e recupere suas energias para o trabalho.
Com isso, negociação coletiva não pode reduzir ou suprimir intervalos:
Súmula 437 do TST
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada
porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ
Teoria e Questões
Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da
CF/1988), infenso à negociação coletiva.

51. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o
qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato
coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas.
Comentários
Alternativa correta, que se resolve com a literalidade do artigo 71 da CLT:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.

52. FCC/TRT14 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
É obrigatória a concessão de um intervalo de 15 minutos para descanso ou
alimentação quando o trabalho contínuo ultrapassar
(A) quatro horas e não exceder seis horas.
(B) quatro horas e não exceder oito horas.
(C) seis horas e não exceder oito horas.
(D) duas horas e não exceder quatro horas.
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(E) duas horas e não exceder seis horas.


Comentários
Gabarito (A), conforme art. 71, parágrafo único:
CLT, art. 71, § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será,
entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a
duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

53. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011

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DIREITO DO TRABALHO P/ TRT-RJ
Teoria e Questões
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Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas.
Comentários
Alternativa correta, conforme comentários anteriores.

54. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas
consecutivas para descanso.
Comentários
Alternativa correta:
CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período
mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

55. FCC/TRT24 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Mario, professor da universidade X, leciona no período matutino e noturno
de segunda-feira a sexta-feira. Assim, ministra aulas das 7:40 às 13:00
horas e das 18:00 às 23:30 horas. Neste caso, a legislação trabalhista,
especificamente a Consolidação das Leis do Trabalho,
(A) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
trabalho.
(B) está sendo respeitada, tendo em vista que Mario não leciona no final
de semana, não sendo a Universidade obrigada a conceder descanso entre
as jornadas de trabalho.
(C) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
10778190722

mínimo de 10 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de


trabalho.
(D) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 9 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
trabalho.
(E) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 15 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
trabalho.
Comentários
Gabarito (A), pois o intervalo interjornadas está sendo descumprido:

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Teoria e Questões
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CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
Como a jornada termina às 23h30min, no dia seguinte o professor Mário somente
poderia iniciar sua jornada após 10h30min.

56. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2008
Maria, Joana e Diana são empregadas da empresa ÁGUA, atuando as três
na função de auxiliar administrativo. Maria possui jornada de trabalho diária
de seis horas; Joana possui a jornada de trabalho diária de cinco horas e
Diana possui jornada de trabalho diária de quatro horas. Neste caso, de
acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, será obrigatório um
intervalo intrajornada de quinze minutos para
(A) Diana, apenas.
(B) Maria, Joana e Diana, igualmente.
(C) Joana e Diana.
(D) Maria, apenas.
(E) Maria e Joana.
Comentários
Gabarito (E), que explorou a regra constante do parágrafo único do artigo 71
da CLT:
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
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ultrapassar 4 (quatro) horas.

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4 – Lista das Questões Comentadas


4.1 – Jornada de trabalho normal
1. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
Ricardo é empregado da empresa Z exercendo as funções de jardineiro.
Assim, quando termina a sua jornada de trabalho, se dirige ao vestiário para
trocar o uniforme, sendo que, após a troca ele registra a sua saída no cartão
de ponto. Neste caso, de acordo o entendimento Sumulado do TST, não
serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário do registro de ponto não excedentes de
(A) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários,
incluindo o tempo para troca de uniforme.
(B) cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários,
excluindo o tempo para troca de uniforme.
(C) cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários,
incluindo o tempo para troca de uniforme.
(D) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários,
excluindo o tempo para troca de uniforme.
(E) três minutos, observado o limite máximo de seis minutos diários,
excluindo o tempo para troca de uniforme.

2. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017


De acordo com o entendimento Sumulado do TST, o tempo despendido pelo
empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho
de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu
retorno é computável na jornada de trabalho. Se houver transporte público
regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas
in itinere remuneradas 10778190722

(A) alcançam o trecho todo, mas, neste caso específico, a hora será contada
reduzida, exatamente igual à hora prevista para efeitos de pagamento de
adicional noturno para os empregados urbanos.
(B) alcançam o trecho todo, em razão do fornecimento necessário da
condução pelo empregador.
(C) limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público, mas com
redução horária, limitada em dez minutos.
(D) alcançam o trecho todo, mas com redução horária, limitada em quinze
minutos.
(E) limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público.

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3. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017


Maciel é empregado da empresa X Ltda e exerce seu labor no horário
noturno. Todavia, todas as sextas-feiras e aos sábados Maciel estendeu seu
labor até as 07:00 horas. Neste caso, de acordo com o entendimento
Sumulado do TST,
(A) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez
que já efetuadas no horário diurno, ou seja, após 6h.
(B) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez
que já efetuadas no horário diurno, ou seja, após 5h.
(C) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que
este adicional integrará o salário de Maciel para todos os efeitos legais.
(D) é devido o adicional noturno apenas quanto a primeira hora prorrogada,
sendo que este adicional integrará o salário de Maciel para os efeitos legais,
exceto férias.
(E) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que
este adicional integrará o salário de Maciel para os efeitos legais, exceto
férias e décimo terceiro salário.

4. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2016
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio
de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento
(A) têm direito ao pagamento da 7a e 8a horas como extras, sendo devido
o referido adicional em sua integralidade.
(B) não têm direito ao pagamento da 7a e 8a horas como extras.
(C) têm direito ao pagamento apenas da 7a hora como extra.
(D) têm direito ao pagamento apenas da 8a hora como extra.
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(E) têm direito ao pagamento da 7a e 8a horas como extras, sendo devido


apenas 50% do referido adicional.

5. FCC/TRT23 – Analista Judiciário - Área Judiciária - 2016


Considerando a jurisprudência pacífica do TST sobre horas in itinere,
(A) havendo incompatibilidade entre os horários de início e término da
jornada do empregado e os do transporte público regular, o empregado não
terá direito às horas in itinere.
(B) na hipótese de o transporte público ser insuficiente, o empregado terá
direito às horas in itinere.

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(C) as horas in itinere remuneradas devem ser consideradas em relação a


todo o trecho do trajeto, ainda que haja transporte público regular em parte
do trajeto percorrido em condução da empresa.
(D) como as horas in itinere são computadas na jornada de trabalho, o
tempo que extrapola a jornada normal deve considerado como
extraordinário, incidindo sobre ele o adicional respectivo.
(E) caso o empregador cobre, parcialmente ou não, importância pelo
transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por
transporte regular, o empregado não terá direito à percepção das horas in
itinere.

6. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2016


Para trabalhadores que fazem a jornada legal prevista no artigo 7º, inciso
XIII da Constituição Federal, a compensação de jornada denominada
“banco de horas” sem a remuneração de horas suplementares e observada
a soma das jornadas semanais de trabalho previstas, será legalmente
possível, desde que mediante
(A) acordo individual, observado o período máximo de um mês e não seja
ultrapassado o limite máximo de 12 horas diárias.
(B) acordo judicial, observado o período máximo de um ano e não seja
ultrapassado o limite máximo de 12 horas diárias.
(C) acordo individual, observado o período máximo de seis meses e não
seja ultrapassado o limite máximo de 8 horas diárias.
(D) acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
observado o período máximo de dois anos e não seja ultrapassado o limite
máximo de 10 horas diárias.
(E) convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho,
observado o período máximo de um ano e não ultrapasse o limite máximo
de 10 horas diárias.
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7. Cespe/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2016
Acerca da jornada de trabalho, assinale a opção correta.
(A) É facultado ao empregador reduzir unilateralmente a jornada de
trabalho.
(B) Não se admite pagamento diferenciado de salário a empregados com a
mesma função, e jornadas de trabalho distintas.
(C) Mesmo que previsto em contrato, a jornada de trabalho do empregado
privado não poderá exceder as oito horas diárias.

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(D) Caso o empregador forneça a condução, o tempo de deslocamento até


o local de trabalho pode ser contado como período de expediente.
(E) São admitidas variações de até trinta minutos no registro de ponto, sem
prejuízo ao salário e ao pagamento de horas extras, observado o limite
diário de quarenta e cinco minutos.

8. CESPE/TRT8 – Analista Judiciário – Área Judiciária OJAF -


2016
Considerando a jurisprudência pacificada do TST, assinale a opção correta.
(A) Não devem ser descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários;
ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do
tempo que exceder a jornada normal.
(B) No caso de cumprimento integral da jornada noturna, com prorrogação
até o período diurno, o adicional noturno não será devido quanto às horas
prorrogadas.
(C) A compensação de jornada de trabalho se dá por meio do chamado
banco de horas e deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo
coletivo ou convenção coletiva, sob pena de nulidade.
(D) Por se tratar de um instituto próprio e com regras específicas, as horas
in itinere são computáveis na jornada de trabalho, sendo o tempo que
extrapola a jornada legal pago com adicional de 25% mensal estabelecido,
e não com o adicional de horas extras previsto na CF.
(E) O repouso semanal remunerado concedido após o sétimo dia
consecutivo de trabalho deve ser pago com o adicional de 50%
constitucional.

9. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal - 2015


10778190722

Em relação à limitação da jornada de trabalho,


(A) serão computadas como jornada extraordinária as variações de horário
no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será, em qualquer
hipótese, computado na jornada de trabalho.
(C) em face do princípio da igualdade, não há distinção entre os
funcionários que exercem função operacional e os funcionários que
exercem função de gestão (chefes de departamento ou filial), no que se
refere ao direito ao recebimento de horas extraordinárias.
(D) para as microempresas e empresas de pequeno porte, em caso de
transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não

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servido por transporte público, poderão ser fixados, por meio de acordo ou
convenção coletiva, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como
a forma e a natureza da remuneração.
(E) a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de duas horas diárias, desde
que haja previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

10. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Avaliador Federal - 2015


Dentre as normas gerais de tutela do trabalho encontramos na
Consolidação das Leis do Trabalho regras que disciplinam a duração
de trabalho, os períodos de descanso e intervalos e o trabalho noturno.
Sobre esse tema:
(A) não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, não será computado na jornada de trabalho, mesmo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público,
o empregador fornecer a condução.
(C) entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de oito
horas consecutivas para descanso do trabalhador.
(D) em qualquer trabalho contínuo que não exceder de 6 (seis) horas
diárias, mas ultrapassar quatro horas diárias, será obrigatório um intervalo
de trinta minutos.
(E) considera-se noturno, para o trabalhador urbano, o trabalho executado
entre as vinte e uma horas de um dia e às seis horas do dia seguinte.

11. FCC/TRT2 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2014
O conceito de turnos ininterruptos de revezamento diz respeito ao tipo de
jornada a que se submete o empregado, caracterizando-se pela alternância
10778190722

periódica de horários em que a referida jornada é prestada. Visando


compensar os prejuízos ao trabalhador decorrente dessa modalidade de
jornada, o constituinte estabeleceu jornada especial de trabalho de
(A) seis horas diárias em uma semana e oito horas diárias na outra semana,
de forma alternada.
(B) oito horas diárias e quarenta horas semanais.
(C) seis horas diárias, salvo negociação coletiva.
(D) oito horas diárias, salvo negociação coletiva.
(E) seis horas diárias e trinta horas semanais.

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12. FCC/TRT18 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Em relação à duração do trabalho, aos períodos de descanso e ao trabalho
noturno, conforme legislação trabalhista aplicável, é correto afirmar:
(A) A hora do trabalho noturno para o trabalho realizado nas cidades será
computada como de 50 minutos.
(B) As variações de horário no registro de ponto não excedentes de dez
minutos, observado o limite máximo de quinze minutos diários, não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(C) O intervalo mínimo para refeição e descanso será de dez minutos
quando o trabalho for executado entre duas horas e até seis horas diárias.
(D) O horário noturno para o trabalhador urbano é aquele executado entre
as vinte e quatro horas de um dia e seis horas do dia seguinte.
(E) A duração normal do trabalho é de oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.

13. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Com fundamento nas disposições celetistas sobre jornada extraordinária e
jornada noturna, é correto afirmar:
(A) Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos
diurnos e noturnos, em relação às horas trabalhadas no período
considerado noturno aplica-se a redução da hora e deve ser pago o
respectivo adicional.
(B) Os empregados sob o regime de tempo parcial poderão prestar horas
extras, desde que autorizados expressamente pelo sindicato.
(C) O adicional noturno equivale a 30% (trinta por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
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(D) Como forma de proteção da saúde e da integridade física dos


trabalhadores, a prorrogação da jornada de trabalho deve ser prevista em
convenção ou acordo coletivo de trabalho.
(E) As horas extras são remuneradas com adicional de, no mínimo, 25%
(vinte e cinco por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho.

14. FCC/TRT12 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Analisando as normas da legislação trabalhista quanto à duração do
trabalho, jornadas de trabalho e períodos de descanso,

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(A) a duração do trabalho normal não será superior a oito horas diárias e
quarenta horas semanais, facultada a compensação e a redução de jornada.
(B) não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de dez
minutos, observado o limite máximo de quinze minutos diários.
(C) entre duas jornadas de trabalho diário haverá um período mínimo de
onze horas consecutivas para descanso, além de um descanso semanal
remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferencialmente, aos
domingos.
(D) a duração normal do trabalho diário poderá ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedente de quatro, mediante acordo
escrito, individual ou coletivo.
(E) em qualquer trabalho contínuo cuja duração ultrapassar de quatro horas
e não exceder de seis horas ao dia, será obrigatório um intervalo de vinte
minutos para refeição e descanso.

15. FCC/TRT12 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
As normas trabalhistas regulamentam o trabalho noturno e as horas
extraordinárias. Segundo tais normas,
(A) a hora do trabalho noturno para o trabalhador urbano será computada
como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
(B) a remuneração da hora extraordinária ou suplementar, que será, pelo
menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora normal.
(C) os gerentes que exercem cargos de gestão, bem como os diretores e
chefes de departamento ou filial também estão sujeitos ao regime de
duração do trabalho, recebendo pelo trabalho extraordinário superior a 10
horas por dia.
(D) o trabalho noturno urbano será considerado como aquele que é
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executado entre às vinte e três horas de um dia e às seis horas do dia


seguinte.
(E) o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 50% (cinquenta por cento),
pelo menos, sobre a hora diurna.

16. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Hércules trabalha na empresa "Semideuses Produções Ltda.", cumprindo
jornada legal de oito horas por dia. Ele gasta vinte minutos para se deslocar
de sua residência até o local de trabalho e o mesmo tempo para o seu
retorno, utilizando ônibus fretado pago pela empresa, embora pudesse
utilizar transporte público coletivo para fazer o trajeto, diante da

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Teoria e Questões
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proximidade da empresa e de sua casa do ponto de ônibus. Nessa situação,


conforme norma legal,
(A) somente em caso de previsão em cláusula de acordo ou convenção
coletiva é que o tempo de trajeto e o seu retorno será computado na
jornada de trabalho.
(B) será computado na jornada de trabalho o tempo gasto no deslocamento
e para seu retorno visto que foi excedente de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.
(C) diante do fornecimento da condução pelo empregador, o período de
deslocamento será computado na jornada de trabalho, ainda que haja a
possibilidade de utilização de transporte público.
(D) o tempo de deslocamento da residência ao local de trabalho e o seu
retorno será considerado na jornada de trabalho do empregado, visto que
não ultrapassa 30 minutos.
(E) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, não será computado na jornada de trabalho.

17. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2013
Considerando as normas da CLT e o entendimento sumulado do TST, é
correto afirmar:
(A) A remuneração do trabalho noturno terá um acréscimo de trinta por
cento, pelo menos, sobre a hora diurna.
(B) Para os estabelecimentos com mais de quinze empregados é obrigatório
o controle de jornada de trabalho.
(C) Considera-se trabalho noturno o executado entre às vinte e duas horas
de um dia e às quatro horas do dia seguinte.
(D) Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada
esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas.
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(E) O empregado transferido para o período diurno de trabalho não pode


deixar de receber o adicional noturno, sob pena de redução salarial.

18. FCC/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2013
Conforme normas contidas na Constituição Federal e na Consolidação das
Leis do Trabalho,
(A) é considerado trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração
não exceda a 30 horas semanais.

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Teoria e Questões
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(B) a duração normal do trabalho poderá ser acrescida por até quatro horas
suplementares por dia, mediante acordo verbal ou escrito entre empregado
e empregador.
(C) os empregados sob o regime de tempo parcial poderão prestar até duas
horas extras por dia, desde que haja ajuste por meio de norma coletiva.
(D) a hora do trabalho noturno urbano será computada como de 52 minutos
e 30 segundos.
(E) as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários, serão
descontadas, bem como computadas como jornada extraordinária.

19. FCC/TRT1 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Conforme normas legais vigentes, o adicional
(A) noturno equivale a vinte por cento, no mínimo, sobre o valor do salário
mínimo.
(B) de horas extras equivale a vinte e cinco por cento sobre o valor da hora
normal, de acordo com a Constituição Federal.
(C) de horas extras incorpora-se ao salário após um ano de pagamento
habitual, de acordo com a Constituição Federal.
(D) noturno equivale a cinquenta por cento, pelo menos, sobre o valor da
hora diurna.
(E) noturno equivale a vinte por cento, pelo menos, sobre o valor da hora
diurna.

20. FCC/TRT11 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2012
De acordo com previsão da Constituição Federal brasileira e da CLT, em
10778190722

relação à duração do trabalho é correto afirmar que


(A) a duração do trabalho normal não poderá ser superior a 8 horas diárias
e 40 horas semanais, não sendo facultada a compensação de horários.
(B) a duração do trabalho normal não poderá ser superior a 8 horas diárias
e 48 horas semanais, sendo facultada a compensação de horários.
(C) será considerado trabalho noturno para o trabalhador urbano aquele
executado entre às 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte.
(D) será considerado horário noturno para o trabalhador urbano aquele
executado entre às 21 horas de um dia e às 4 horas do dia seguinte.
(E) para a jornada diária de trabalho contínuo superior a 4 horas e não
excedente a 6 horas o intervalo obrigatório será de, no mínimo, uma hora

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Teoria e Questões
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e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá


exceder de duas horas.

4.2 – Jornadas especiais de trabalho


21. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015
Considerando que Carlito foi contratado como técnico em energia de
potência pela empresa Raio de Luz Eletricidade Industrial Ltda.,
inicialmente para cumprimento de uma jornada de 8 horas diárias e 44
horas semanais, e teve sua jornada validamente alterada para 25 horas na
semana, ele
(A) poderá converter 1/3 do seu período de férias a que tiver direito em
abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes.
(B) terá direito a 16 dias de férias, sendo que, se tiver mais de sete faltas
injustificadas durante o período aquisitivo, terá o período de férias reduzido
à metade.
(C) poderá prestar no máximo 5 horas extras por semana, em razão do
regime de contratação a tempo parcial.
(D) terá direito ao adicional de periculosidade, em percentual inferior ao
legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, desde que tal condição
conste do acordo coletivo de trabalho que autorizou a contratação a tempo
parcial.
(E) deverá manifestar perante a empresa, na forma prevista em
instrumento decorrente de negociação coletiva, sua opção para adoção do
regime de tempo parcial.

22. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2011
Os digitadores
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(A) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia


(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de
10 minutos a cada 90 minutos de trabalho consecutivo.
(B) não se equiparam aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), tratando-se de categorias distintas
com direitos distintos, não havendo qualquer analogia relacionada aos
períodos de descanso.
(C) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de

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5 minutos a cada 90 minutos de trabalho consecutivo.


(D) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 15 minutos a cada 120 minutos de trabalho
consecutivo.
(E) equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de
15 minutos a cada 90 minutos de trabalho consecutivo.

4.3 – Jornada extraordinária e Compensação


23. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017
Mário presta serviços como entregador de carnes no Frigorífico “ABC” Ltda
e, numa sexta-feira no final do dia, teve que estender sua jornada de
trabalho para descarregar a mercadoria do caminhão e colocá-la na câmara
fria, sob pena de perda irreparável do produto, sendo considerado um
serviço inadiável. Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do
Trabalho, a prestação de horas extras
(A) poderá ocorrer independentemente da existência de acordo ou contrato
coletivo e deverá ser comunicado, dentro de dez dias, à autoridade
competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no
momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
(B) não poderá ocorrer sem a existência de acordo ou contrato coletivo,
devendo o empregador contratar prestadores de serviços para fazê-lo.
(C) poderá ocorrer independentemente da existência de acordo ou contrato
coletivo, entretanto o adicional a ser pago é de no mínimo 100% sobre a
hora normal de trabalho.
(D) não poderá ocorrer sem a existência de acordo ou contrato coletivo,
podendo o empregador solicitar os serviços de Mário, que poderá ou não
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aceitar a prestação dos serviços, já que não é obrigada pelo contrato de


trabalho a fazê-lo.
(E) poderá ocorrer independentemente da existência de acordo ou contrato
coletivo e deverá ser comunicado, dentro de noventa dias, à autoridade
competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no
momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.

24. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Avaliador Federal - 2015


A propósito da jornada de trabalho,

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(A) os titulares da relação de emprego podem pactuar livremente a sua


duração, desde que observem parâmetros de razoabilidade e
proporcionalidade.
(B) os seus limites legais podem ser alterados pelos contratantes, ainda
que em prejuízo do trabalhador, mas, nesse caso, deverá ele estar assistido
por seu sindicato profissional.
(C) as negociações coletivas podem estabelecer regras relativas à sua
duração, mas a aplicação dessas disposições aos contratos individuais de
trabalho está condicionada à concordância expressa de trabalhadores e
empregadores, sob pena de ineficácia da cláusula normativa
correspondente.
(D) a jornada de trabalho fixada em lei pode ser objeto de prorrogação
mediante ajuste entre empregado e empregador, desde que respeitado o
máximo de duas horas diárias, as quais deverão ser pagas com adicional
mínimo de 50%.
(E) em casos excepcionais, em que a preservação do contrato dependa da
dilação horária sem a remuneração correspondente, pode o trabalhador
renunciar ao crédito resultante desse labor.

25. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2014


Em relação ao trabalho extraordinário, é correto afirmar que
(A) os empregados contratados sob o regime de tempo parcial poderão
prestar horas extras, desde que acordado expressamente com o sindicato
da categoria.
(B) as horas extras decorrentes de força maior ou de serviços inadiáveis
podem ser prestadas, desde que existente acordo de prorrogação de horas
firmado entre empregado e empregador.
(C) o acordo de prorrogação de jornada de trabalho deve ser escrito e
necessariamente celebrado coletivamente, mediante negociação coletiva
de trabalho. 10778190722

(D) o trabalho em horas extras é permitido aos empregados que trabalham


em atividades insalubres, sendo necessária, porém, licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho.
(E) todo empregado tem direito a um descanso de 15 minutos, no mínimo,
antes do início do período extraordinário de serviço em caso de prorrogação
do horário normal de trabalho.

26. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2013


A respeito da duração do trabalho, incluindo períodos de descanso, o labor
noturno e o trabalho extraordinário, a legislação trabalhista prevê que

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Teoria e Questões
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(A) o adicional a ser pago pelo trabalho extraordinário será de no mínimo


100% sobre a hora normal e o adicional a ser pago pelo trabalho noturno
será de no mínimo 50% sobre a hora diurna.
(B) a duração do trabalho normal não será superior a oito horas diárias e
quarenta horas semanais, facultada a compensação de horas dentro do mês
por decisão do empregador.
(C) as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários, não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(D) o período mínimo para o descanso entre duas jornadas de trabalho será
de dez horas consecutivas.
(E) o limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição para o trabalho
contínuo cuja duração exceda seis horas não poderá ser reduzido em
nenhuma hipótese.

27. CESPE/TRT8 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Acerca do entendimento jurisprudencial do TST sobre a duração do
trabalho, assinale a opção correta.
(A) As horas extras habituais incorporam-se à remuneração do empregado
para fins de gratificação natalina e repouso semanal remunerado.
(B) No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao
repouso semanal de vinte e quatro horas, com prejuízo do intervalo mínimo
de onze horas consecutivas para descanso entre jornadas, não são
remuneradas como extraordinárias.
(C) A concessão, pelo empregador, de intervalos na jornada de trabalho
não previstos em lei não representa tempo à disposição da empresa e,
consequentemente, não deve ser considerada serviço extraordinário.
(D) A mera incompatibilidade entre os horários de início e término da
jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância
que não gera direito às horas in itinere.
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(E) A compensação de jornada de trabalho somente é válida se ajustada


por acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, sendo vedado
acordo individual escrito para tal fim.

28. CESPE/TRT8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
À luz da jurisprudência do TST a respeito da jornada de trabalho, assinale
a opção correta.
(A) Ao empregado que labore, habitualmente, por seis horas durante o dia
é garantido o direito de gozo de intervalo intrajornada mínimo de uma hora.

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(B) A jornada de trabalho em escala de doze horas de trabalho por trinta e


seis horas de descanso excepcionalmente descrita em norma coletiva é
inválida, devendo ao empregado ser pago adicional de horas extras relativo
à décima primeira e à décima segunda hora de trabalho.
(C) O adicional de horas extras devido pelo empregador em virtude da não
concessão de intervalo para repouso e alimentação ao empregado possui
natureza salarial, repercutindo no cálculo de outras parcelas salariais.
(D) A concessão parcial do intervalo intrajornada implica o pagamento
apenas do período de intervalo suprimido, com acréscimo de, no mínimo,
50% sobre o valor da remuneração da hora normal.
(E) Em virtude do poder regulamentar concedido aos sindicatos, cláusula
de acordo ou convenção coletiva que determine a supressão do intervalo
intrajornada é considerada válida e eficaz.

29. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Maria Marta é empregada do hotel fazenda “Vale das Águas Claras”, hotel
este localizado em área urbana. Maria Marta exerce a função de cozinheira
e, sendo assim, todo dia se desloca a pé da portaria do hotel até a cozinha
que fica no final do terreno. Neste trajeto, Maria Marta demora diariamente
cerca de quinze minutos. Neste caso, de acordo com o entendimento
sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, o tempo necessário ao
deslocamento de Maria Marta entre a portaria do hotel e o local de trabalho
(A) só será considerado tempo à disposição do empregador se ultrapassar
trinta minutos.
(B) não se considera à disposição do empregador, em nenhuma hipótese.
(C) só será considerado tempo à disposição do empregador se ultrapassar
vinte minutos.
(D) considera-se à disposição do empregador uma vez que ultrapassou dez
minutos.
(E) considera-se à disposição do empregador em qualquer hipótese.
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30. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2013
Simone e Flaviana são empregadas da empresa “MNL Ltda” e possuem
jornada de trabalho de oito horas diárias. De acordo com os cartões de
ponto das empregadas, ontem, Simone chegou à empresa cinco minutos
adiantada e deixou a empresa quinze minutos além de sua jornada de
trabalho. Flaviana, por sua vez, chegou à empresa cinco minutos adiantada
e deixou a empresa quatro minutos após o término da sua jornada de
trabalho.
Nestes casos,

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(A) apenas Simone terá direito ao pagamento de horas extraordinárias uma


vez que ultrapassou a jornada normal de trabalho.
(B) Simone e Flaviana terão direito ao pagamento de horas extraordinárias
uma vez que ultrapassaram a jornada normal de trabalho, bem como a
variação de jornada legal permitida de cinco minutos diários.
(C) nenhuma das empregadas terá direito ao pagamento de horas
extraordinárias, uma vez que não serão descontadas nem computadas
como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto
não excedentes de quinze minutos diários.
(D) nenhuma das empregadas terá direito ao pagamento de horas
extraordinárias, uma vez que não serão descontadas nem computadas
como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto
não excedentes de quinze minutos, observado o limite máximo de vinte
minutos diários.
(E) nenhuma das empregadas terá direito ao pagamento de horas
extraordinárias, uma vez que ambas chegaram na empresa antes do
horário de trabalho, iniciando o labor a revelia da empresa empregadora.

31. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


De acordo com o entendimento sumulado do TST, em relação à
compensação de jornada é correto afirmar:
(A) O regime compensatório na modalidade "banco de horas" somente pode
ser instituído por negociação coletiva.
(B) A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada.
(C) O acordo individual para compensação na modalidade "banco de horas"
é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário.
(D) É válido acordo tácito para compensação de jornada, exceto na
modalidade "banco de horas".
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(E) A descaracterização do acordo de compensação em razão da prestação


de horas extras habituais implica o pagamento em dobro das horas
excedentes à jornada normal, inclusive em relação às que tenham sido
compensadas.

4.4 – Intervalos e Descansos


32. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017
Considere as seguintes situações hipotéticas: Cleiton labora na farmácia XZC
Ltda. possuindo jornada de trabalho de cinco horas diárias. Seu irmão
Cledison labora na farmácia VBN Ltda. e possui jornada de trabalho de
quatro horas diárias. Já Monique, tia dos irmãos, trabalha no supermercado

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ZWQ Ltda. e possui jornada de trabalho de 7 horas diárias. Nestes casos, de


acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, no tocante ao intervalo
intrajornada,
(A) Cleiton e Cledison não terão direito ao intervalo e Monique terá direito a
uma hora de intervalo.
(B) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique
terá direito a uma hora de intervalo.
(C) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique
terá direito a trinta minutos de intervalo.
(D) todos terão direito a quinze minutos de intervalo.
(E) Cleiton terá direito a quinze minutos de intervalo, Cledison não terá
direito ao intervalo e Monique terá direito a uma hora de intervalo.

33. FCC/TRT11 – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


2017
O bar e restaurante XXX Ltda., para benefício de seus empregados que
trabalham no período noturno e estando amparado somente pela Convenção
Coletiva de Trabalho da categoria, fraciona o intervalo intrajornada. Assim,
fornece trinta minutos de intervalo intrajornada para refeição e descanso e
depois fornece mais quinze minutos para ceia de seus respectivos
empregados. Neste caso, o intervalo intrajornada
(A) pode ser inferior a uma hora, mas não é permitido o seu fracionamento,
sendo inválida a cláusula de Convenção Coletiva que permitir este
fracionamento.
(B) não pode ser inferior a uma hora no total, mas poderá ser fracionado em
até dois períodos, sendo válida a cláusula de Convenção Coletiva que
permitir este fracionamento.
(C) não pode ser inferior a uma hora, bem como não poderá ser fracionado,
sendo inválida a cláusula de Convenção Coletiva que reduzir o intervalo.
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(D) não pode ser inferior a uma hora no total, mas poderá ser fracionado em
até três períodos, desde que nenhum deles seja inferior a quinze minutos,
sendo válida a cláusula de Convenção Coletiva que permitir este
fracionamento.
(E) não pode ser inferior a uma hora no total, mas poderá ser fracionado em
até três períodos, desde que nenhum deles seja inferior a vinte minutos,
sendo válida a cláusula de convenção coletiva que permitir este
fracionamento.

34. FCC/TRF3 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2016

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Josefa foi contratada pela empresa Mundo Global S/A para laborar de
segunda a sexta-feira, das 08h00 às 14h15, com 15 minutos de intervalo
para refeição e descanso. Habitualmente, a pedido da empresa, Josefa
estendia sua jornada de trabalho até às 14h30, sendo mantidas as demais
disposições contratuais.
Tendo em vista o cenário acima apresentado e de acordo com o
entendimento sumulado pelo TST, no que tange a horas extras, Josefa
(A) terá direito ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados e mais
01h00 extra relativa ao intervalo não gozado corretamente, por dia
efetivamente trabalhado, sem qualquer adicional legal ou convencional ou
reflexo.
(B) não terá direito ao pagamento de horas extras, uma vez que a jornada
realizada não ultrapassa o limite legal de oito horas diárias.
(C) terá direito apenas ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados,
acrescidos do adicional legal ou convencional, além dos reflexos legais nas
demais verbas contratuais.
(D) terá direto ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados e mais 45
minutos extras relativos ao intervalo intrajornada não gozado
corretamente, acrescidos do adicional legal ou convencional e reflexos nas
demais verbas contratuais.
(E) terá direito ao pagamento dos 15 minutos extras trabalhados e mais
01h00 extra relativa ao intervalo não gozado corretamente, acrescidos do
adicional legal ou convencional e reflexos nas demais verbas contratuais.

35. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2016
No tocante ao intervalo para repouso e alimentação, considere:
I. A não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
implica o pagamento do período apenas suprimido, com acréscimo de, no
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mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho,


sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
remuneração.
II. É válida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho
contemplando a redução do intervalo intrajornada, tratando-se de direito
disponível passível de ser negociado coletivamente.
III. Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é
devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional na forma legal.
Está correto o que consta APENAS em

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Teoria e Questões
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(A) I e II.
(B) I.
(C) III.
(D) II e III.
(E) I e III.

36. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015


Por determinação do empregador, Mirtes usufrui de intervalo para repouso
e alimentação em três dias da semana, sendo certo que às terças e sextas-
feiras o volume de trabalho é sempre maior do que nos demais dias, o que
impede a fruição do intervalo intrajornada. A não concessão do referido
intervalo em dois dias da semana
(A) não importa no deferimento de horas extras, constituindo apenas
infração administrativa.
(B) importa na remuneração do período correspondente, com um acréscimo
de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
(C) somente determinará o pagamento de horas extras se ultrapassado o
limite legal diário e houver previsão em norma coletiva.
(D) importa no pagamento do respectivo adicional de, no mínimo, 25%
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(E) é válida, desde que prevista a supressão do intervalo através de
cláusula de convenção ou acordo coletivos de trabalho.

37. FCC/TRT3 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2015
Considerando que um empregado trabalhe sob o regime normal de jornada
de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, com 1 hora de intervalo
10778190722

para refeição, tendo ele laborado das 13 h até às 22 h de sábado, o primeiro


horário em que ele deverá retornar ao local de trabalho será às
(A) 6 h da manhã de domingo.
(B) 10 h da manhã de segunda-feira.
(C) 7 h da manhã de domingo.
(D) 8 h da manhã de segunda-feira.
(E) 9 h da manhã de segunda-feira.

38. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015

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Teoria e Questões
Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

Uma empresa, através de acordo coletivo celebrado com o Sindicato,


reduziu o intervalo intrajornada para refeição e descanso de seus
empregados para 40 minutos. Em relação a esta situação,
(A) a norma coletiva estabeleceu condições que não implicam ofensa à
saúde, à segurança e à dignidade do trabalhador, e no caso concreto, o
negociado deve ser preservado, pois ele não colide com normas
fundamentais e indisponíveis.
(B) a redução do intervalo somente teria validade se prevista em convenção
coletiva de trabalho, valendo para toda a categoria e não apenas para uma
parcela dos trabalhadores.
(C) a redução do intervalo, assim como o fracionamento do mesmo, são
válidos e passíveis de negociação coletiva, tendo em vista que não regulado
por norma de ordem pública.
(D) somente a supressão do intervalo é vedada, sendo que a redução e o
fracionamento do mesmo podem ocorrer por meio de negociação coletiva,
mas somente para os empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros.
(E) a redução é inválida, porque o intervalo constitui medida de higiene,
saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública.

39. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal – 2015


Em relação ao intervalo intrajornada não remunerado, com base na lei e na
jurisprudência uniforme do TST, é INCORRETO afirmar que (A) é o que
ocorre dentro da jornada de trabalho para o repouso e alimentação do
empregado, devendo ser computado na duração do trabalho.
(B) quando o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo
empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente
com um acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.
(C) a não concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo,
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implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de,


no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(D) é possível a redução do intervalo de uma hora para repouso e
alimentação desde que sejam cumpridos os seguintes requisitos: (i)
autorização do Ministério do Trabalho; (ii) existência de refeitórios no local
de trabalho; e (iii) os empregados não trabalharem sob o regime de horas
extraordinárias.
(E) não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas.

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40. FCC/TRT2 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2014
Ariadne, contratada pela empresa Gráfica Luz Ltda., para trabalhar no
cargo de auxiliar de serviços gerais, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12
horas.
Com relação ao intervalo para repouso e alimentação, de acordo com as
regras da CLT, Ariadne
(A) terá direito a 30 minutos de intervalo.
(B) terá direito a 20 minutos de intervalo.
(C) terá direito a 15 minutos de intervalo.
(D) não terá direito ao intervalo.
(E) terá direito a 1 hora de intervalo.

41. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2014
Em relação ao intervalo para repouso e alimentação, é correto afirmar:
(A) O empregado que cumpre diariamente jornada extraordinária tem
direito a um acréscimo de 15 minutos no seu intervalo.
(B) O intervalo para empregado que cumpre jornada entre 6 e 8 horas
diárias é de uma hora.
(C) A não concessão do intervalo pelo empregador, gera ao mesmo a
obrigação de remunerar o respectivo período com um acréscimo de no
mínimo 20% sobre o valor correspondente.
(D) O cumprimento pelo empregado de jornada de trabalho de 4 horas
diárias assegura ao mesmo o direito a um intervalo de 15 minutos.
(E) Esse intervalo não é computado na duração do trabalho.
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42. FCC/TRT15 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
Emílio é empregado da empresa “BFG Ltda”, atuante no ramo de logística,
reconhecida no mercado pela eficiência de seu trabalho por 24 horas
ininterruptas. Emílio exerce a função de estoquista e trabalha 4 horas
diárias.
Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, Emílio
(A) terá direito a 30 minutos de intervalo intrajornada.
(B) terá direito a 15 minutos de intervalo intrajornada.
(C) não terá direito ao intervalo intrajornada.

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Teoria e Questões
Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

(D) terá direito a uma hora de intervalo intrajornada, ou seja, o intervalo


mínimo legal.
(E) só terá direito ao intervalo intrajornada se exercer suas funções em
horário noturno.

43. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Leonardo é empregado rural da fazenda “Aves raras Ltda.”, tendo sido
contratado em abril de 2008. No ano de 2009, Leonardo começou a usufruir
de apenas trinta minutos de intervalo intrajornada.
Neste caso, conforme jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do
Trabalho, o intervalo intrajornada
(A) não está sendo concedido de acordo com a competente legislação,
implicando o pagamento apenas do período suprimido, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho,
com prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
remuneração.
(B) não está sendo concedido de acordo com a competente legislação,
implicando o pagamento apenas do período suprimido, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho,
sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de
remuneração.
(C) só estará sendo concedido de forma regular se houver norma coletiva
autorizando a redução do respectivo intervalo.
(D) está sendo concedido de forma regular, uma vez que se trata de
empregado rural e não urbano.
(E) não está sendo concedido de acordo com a competente legislação,
implicando no pagamento total do período correspondente, com acréscimo
de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho, sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito
de remuneração. 10778190722

44. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Em relação ao intervalo para repouso e alimentação, é INCORRETO afirmar:
(A) O trabalho em horas extras pelos empregados impede a redução do
intervalo dos mesmos para período inferior a uma hora.
(B) Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo de no mínimo uma hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, de no máximo duas horas.
(C) Não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos quando a duração ultrapassar de quatro horas.

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Teoria e Questões
Aula 05 – Prof. Antonio Daud Jr

(D) A não concessão do intervalo para repouso e alimentação implica em


mera sanção administrativa, com imposição de multa ao empregador.
(E) Os intervalos para repouso e alimentação previstos na Consolidação das
Leis do Trabalho não serão computados na duração do trabalho.

45. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2013
No que se refere aos períodos de repouso assegurados ao empregado por
lei, é INCORRETO afirmar:
(A) O descanso semanal remunerado terá duração de vinte e quatro horas
consecutivas e será concedido aos domingos.
(B) O trabalho em domingo, seja total ou parcial, será sempre subordinado
à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
(C) Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de
descanso de onze horas consecutivas.
(D) Não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas.
(E) O descanso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos, é
direito dos empregados urbanos, rurais e domésticos.

46. FCC/TRT1 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Em relação ao intervalo para repouso e alimentação é INCORRETO afirmar:
(A) Em qualquer trabalho que exceda de seis horas, será concedido
intervalo para repouso e alimentação de, no mínimo, uma hora e, no
máximo, duas horas.
(B) Não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo
de quinze minutos.
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(C) Quando o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo
empregador, este deverá remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo cinquenta por cento sobre o valor da remuneração
da hora normal de trabalho.
(D) Quando o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo
empregador, este deverá remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo vinte por cento sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.
(E) Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.

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47. FCC/TRT1 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
A duração do intervalo para repouso e alimentação é de, no mínimo,
(A) uma hora e no máximo duas horas, para jornadas de trabalho
superiores a seis horas.
(B) uma hora e no máximo duas horas, para jornadas de trabalho
superiores a quatro horas e até seis horas.
(C) quinze minutos e no máximo uma hora, para jornadas de trabalho
superiores a quatro horas e até seis horas.
(D) quinze minutos para jornadas de até quatro horas.
(E) uma hora, para qualquer jornada de trabalho.

48. FCC/TRT9 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2013
De acordo com previsão constitucional, o descanso semanal remunerado
deve ser concedido
(A) preferencialmente aos domingos, salvo em semana em que o domingo
coincida com feriado.
(B) alternativamente aos sábados e aos domingos.
(C) exclusivamente aos domingos.
(D) preferencialmente aos domingos.
(E) preferencialmente aos sábados.

49. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2013
O cemitério particular PAZ ETERNA, em razão dos horários de enterros e
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velórios, possui diversos empregados tendo celebrado com cada


empregado acordo escrito para aumentar o intervalo para repouso e
alimentação de uma hora para uma hora e quarenta e cinco minutos.
Neste caso, os referidos acordos são
(A) inválidos porque o intervalo intrajornada somente poderá ser estendido
mediante Convenção Coletiva de Trabalho.
(B) válidos porque respeitam a Consolidação das Leis do Trabalho.
(C) inválidos porque o intervalo intrajornada somente poderá ser estendido
por trinta minutos.
(D) inválidos porque o intervalo intrajornada somente poderá ser estendido
por quinze minutos.

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(E) inválidos porque a Consolidação das Leis do Trabalho e a Constituição


Federal vedam, em qualquer hipótese, o aumento do intervalo intrajornada
para prevenção da saúde do trabalhador.

50. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Administrativa -


2011
Mirto, empregado da empresa “Mais Ltda”, possui jornada diária de trabalho
de oito horas, com quarenta e cinco minutos de intervalo para descanso e
alimentação. Considerando que a redução do horário para descanso e
alimentação consta em cláusula de Convenção Coletiva de Trabalho, esta
redução é
(A) legal, desde que a mencionada Convenção Coletiva de Trabalho tenha
cláusula expressa de proibição de renovação.
(B) legal, uma vez que a Consolidação das Leis do Trabalho permite a
redução do intervalo intrajornada por meio de norma coletiva.
(C) legal, desde que a mencionada Convenção Coletiva de Trabalho tenha
vigor pelo prazo máximo de um ano.
(D) ilegal, tendo em vista que norma coletiva não poderá reduzir o intervalo
intrajornada.
(E) legal, desde que a mencionada Convenção Coletiva de Trabalho tenha
vigor pelo prazo máximo de seis meses.

51. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o
qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato
coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas.
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52. FCC/TRT14 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
É obrigatória a concessão de um intervalo de 15 minutos para descanso ou
alimentação quando o trabalho contínuo ultrapassar
(A) quatro horas e não exceder seis horas.
(B) quatro horas e não exceder oito horas.
(C) seis horas e não exceder oito horas.
(D) duas horas e não exceder quatro horas.
(E) duas horas e não exceder seis horas.

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53. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um
intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas.

54. FCC/TRT23 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas
consecutivas para descanso.

55. FCC/TRT24 – Técnico Judiciário – Área Administrativa -


2011
Mario, professor da universidade X, leciona no período matutino e noturno
de segunda-feira a sexta-feira. Assim, ministra aulas das 7:40 às 13:00
horas e das 18:00 às 23:30 horas. Neste caso, a legislação trabalhista,
especificamente a Consolidação das Leis do Trabalho,
(A) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
trabalho.
(B) está sendo respeitada, tendo em vista que Mario não leciona no final
de semana, não sendo a Universidade obrigada a conceder descanso entre
as jornadas de trabalho.
(C) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 10 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
trabalho.
(D) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 9 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
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trabalho.
(E) não está sendo respeitada, tendo em vista que não há um período
mínimo de 15 horas consecutivas para descanso entre as jornadas de
trabalho.

56. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Execução de


Mandados - 2008
Maria, Joana e Diana são empregadas da empresa ÁGUA, atuando as três
na função de auxiliar administrativo. Maria possui jornada de trabalho diária
de seis horas; Joana possui a jornada de trabalho diária de cinco horas e
Diana possui jornada de trabalho diária de quatro horas. Neste caso, de

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acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, será obrigatório um


intervalo intrajornada de quinze minutos para
(A) Diana, apenas.
(B) Maria, Joana e Diana, igualmente.
(C) Joana e Diana.
(D) Maria, apenas.
(E) Maria e Joana.

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5 – Gabarito

1. C 15. A 29. D 43. E

2. E 16. E 30. A 44. D

3. C 17. D 31. A 45. A

4. B 18. D 32. E 46. ANU

5. D 19. E 33. C 47. A

6. E 20. C 34. E 48. D

7. D 21. E 35. C 49. B

8. A 22. A 36. B 50. D

9. D 23. A 37. E 51. C

10. A 24. D 38. E 52. A

11. C 25. D 39. A 53. C

12. E 26. C 40. D 54. C

13. A 27. A 41. E 55. A

14. C 28. C 42. C 56. E

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6 – Resumo

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7 – Conclusão
Pessoal,

Pela quantidade de questões, todos devem ter percebido o quão importante é


este assunto para as provas de concursos públicos.
Não destacamos nenhum tópico em especial, pois o assunto é cobrado de maneira
uniforme, sendo necessário entender todos os aspectos atinentes a jornada e
descansos.
Este é um tema carregado de jurisprudência, e as Súmulas e OJ do TST. São
muito exigidas, especialmente, nas provas para a Área Judiciária. Para a área
administrativa, menos. No estudo e revisão do assunto, portanto, fiquem atentos
à jurisprudência sumulada do TST.

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud Jr


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8 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST


relacionados ao tema
Constituição Federal/88

CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
(...)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal;
(...)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;

CLT

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o


empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
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Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer


atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não
seja fixado expressamente outro limite.
§ 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
§ 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na
jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou
não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.

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§ 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno


porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte
fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como
a forma e a natureza da remuneração.

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja


duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.
§ 2º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será
feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista
em instrumento decorrente de negociação coletiva.

Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas


suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo
escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de
trabalho.
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar,
obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que
será, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora normal.
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo
ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for
compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que
não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais
de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas
diárias.
§ 4o Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar
horas extras.

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos


quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do
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Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do


Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser
acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em
matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos
necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de
trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias
federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento
para tal fim.

Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho


exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de

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força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços


inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido
independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser
comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria
de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização
sem prejuízo dessa comunicação.
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a
remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos
demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo
menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o
trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas
acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua
realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo
necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias
indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de
10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco)
dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade
competente.

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:


I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos
empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do
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cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver,


for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).

Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e interessados, e a


participação em lucros e comissões, salvo em lucros de caráter social, não
exclui o participante do regime deste Capítulo.

Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será


obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho,

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a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa
duração.
Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-
á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês.

Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora normal será obtido


dividindo-se o salário diário correspondente à duração do trabalho,
estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efetivo trabalho.

Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo


de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24


(vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência
pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o
domingo, no todo ou em parte.

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)


horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser
reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando
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ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o


estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a
remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%
(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
§ 5º - O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado,
e aquele estabelecido no § 1º poderá ser fracionado, quando
compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da
última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo

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coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições


especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas,
cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de
veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso
menores ao final de cada viagem.

Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia,


escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de
trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não
deduzidos da duração normal de trabalho.

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho


noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30
segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho
executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de
empresas que não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho
noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por
trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo
trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será
calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido
quando exceder desse limite, já acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos
diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste
artigo e seus parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste
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capítulo.

Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme


modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado
em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o
horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.
§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com
a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será
obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo

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Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de


repouso.
§ 3º - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos
empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder,
sem prejuízo do que dispõe o § 1º deste artigo.

Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas


bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos
dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta)
horas de trabalho por semana.
§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará
compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao
empregado, no horário diário, um intervalo de 15 (quinze) minutos para
alimentação.
§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções
de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que
desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da
gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo.

Art. 225 - A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser


excepcionalmente prorrogada até 8 (oito) horas diárias, não excedendo de
40 (quarenta) horas semanais, observados os preceitos gerais sobre a
duração do trabalho.

Art. 226 - O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também se aplica


aos empregados de portaria e de limpeza, tais como porteiros, telefonistas
de mesa, contínuos e serventes, empregados em bancos e casas
bancárias.
Parágrafo único - A direção de cada banco organizará a escala de serviço
do estabelecimento de maneira a haver empregados do quadro da portaria
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em função, meia hora antes e até meia hora após o encerramento dos
trabalhos, respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias.

Art. 227 - Nas empresas que explorem o serviço de telefonia, telegrafia


submarina ou subfluvial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica
estabelecida para os respectivos operadores a duração máxima de seis
horas contínuas de trabalho por dia ou 36 (trinta e seis) horas semanais.

Art. 234 - A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos


e seus ajudantes não excederá de seis horas diárias, assim distribuídas:

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a) 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o


funcionamento cinematográfico;
b) 1 (um) período suplementar, até o máximo de 1 (uma) hora para
limpeza, lubrificação dos aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.

Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários,


de sobre-aviso e de prontidão, para executarem serviços imprevistos ou
para substituições de outros empregados que faltem à escala organizada.
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer
em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o
serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e quatro
horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão contadas à
razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências
da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de
doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à
razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.

Art. 248 - Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia civil, o
tripulante poderá ser conservado em seu posto durante 8 (oito) horas, quer
de modo contínuo, quer de modo intermitente.
§ 1º - A exigência do serviço contínuo ou intermitente ficará a critério do
comandante e, neste último caso, nunca por período menor que 1 (uma)
hora.

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras


frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou
normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta)
minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte)
minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
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Art. 293 - A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em


minas no subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e
seis) semanais.

Art. 294 - O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local


do trabalho e vice-versa será computado para o efeito de pagamento do
salário.

Art. 295 - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser


elevada até 8 (oito) horas diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais,

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mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato


coletivo de trabalho, sujeita essa prorrogação à prévia licença da autoridade
competente em matéria de higiene do trabalho.
Parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá
ser inferior a 6 (seis) horas diárias, por determinação da autoridade de que
trata este artigo, tendo em vista condições locais de insalubridade e os
métodos e processos do trabalho adotado.

Art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será


obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será
computada na duração normal de trabalho efetivo.

Art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos


nesta Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à
noite.

Art. 304 - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete)


horas, mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado,
correspondente ao excesso do tempo de trabalho, em que se fixe um
intervalo destinado a repouso ou a refeição.

Art. 318 - Num mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor


dar, por dia, mais de 4 (quatro) aulas consecutivas, nem mais de 6 (seis),
intercaladas.
Art. 319 - Aos professores é vedado, aos domingos, a regência de aulas e
o trabalho em exames.

Art. 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis


ao trabalho feminino, naquilo em que não colidirem com a proteção especial
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instituída por este Capítulo.


Parágrafo único - Não é regido pelos dispositivos a que se refere este artigo
o trabalho nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da família
da mulher e esteja esta sob a direção do esposo, do pai, da mãe, do tutor
ou do filho.

Art. 373 - A duração normal de trabalho da mulher será de 8 (oito) horas


diárias, exceto nos casos para os quais for fixada duração inferior.

Art. 381 - O trabalho noturno das mulheres terá salário superior ao diurno.

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§ 1º - Para os fins desse artigo, os salários serão acrescidos duma


percentagem adicional de 20% (vinte por cento) no mínimo.
§ 2º - Cada hora do período noturno de trabalho das mulheres terá 52
(cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

Art. 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições


legais relativas à duração do trabalho em geral, com as restrições
estabelecidas neste Capítulo.

Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do


menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial,
mediante convenção ou acôrdo coletivo nos têrmos do Título VI desta
Consolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja compensado
pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48
(quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada;
II - excepcionalmente, por motivo de fôrça maior, até o máximo de 12
(doze) horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco
por cento) sôbre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja
imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto
no art. 375, no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no art. 384 desta
Consolidação.
Art. 414 - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais
de um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.

Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas


diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para
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os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas


forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.

CLT, art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável,
em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não
concorreu, direta ou indiretamente.

Legislação específica
Lei 605/1949, art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal
remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos

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domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados
civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

Lei 605/49, art. 6º Não será devida a remuneração [do descanso semanal]
quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante
toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de
trabalho.

Lei 10.101/2000, art. 6º Fica autorizado o trabalho aos domingos nas


atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos
termos do art. 30, inciso I, da Constituição.

Lei 5.889/73, art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho


noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas
do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro
horas do dia seguinte, na atividade pecuária.
Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e
cinco por cento) sobre a remuneração normal.

TST
SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E
PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO

I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do


empregado para todos os efeitos.

II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada


esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese
do art. 73, § 5º, da CLT.
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SUM-65 VIGIA

O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia


noturno.

SUM-85 COMPENSAÇÃO DE JORNADA

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo


individual

escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.

II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver


norma coletiva em sentido contrário.

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III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de


jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a
repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se
não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo
adicional.

IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de


compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a
jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e,
quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas
o adicional por trabalho extraordinário.

V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime


compensatório na modalidade banco de horas, que somente pode ser
instituído por negociação coletiva.

VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade


insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária
inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art.
60 da CLT.

SUM-90 HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO

I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo


empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por
transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada
de trabalho.

II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do


empregado e os do transporte público regular é circunstância que também
gera o direito às horas "in itinere".

III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de


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horas

"in itinere".

IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido


em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao
trecho não alcançado pelo transporte público.

V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de


trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

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SUM-112 TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO

O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração,


perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto,
indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio
de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe aplicando
a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º, da
CLT.

SUM-118 JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS

Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não


previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa,
remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da
jornada.

SUM-119 JORNADA DE TRABALHO

Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores


mobiliários não têm direito à jornada especial dos bancários.

SUM-140 VIGIA

É assegurado ao vigia sujeito ao trabalho noturno o direito ao respectivo


adicional.

SUM-199 BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do


trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas
remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o
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adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais não


configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário.

SUM-229 SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS

Por aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso


dos eletricitários são remuneradas à base de 1/3 sobre a totalidade das
parcelas de natureza salarial.

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SUM-320 HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA


JORNADA DE TRABALHO

O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo


transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por
transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

SUM-346 DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO


ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT

Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se


aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração
ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez)
minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.

SUM-360 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS


INTRAJORNADA E SEMANAL

A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de


cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o
turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º,
XIV, da CF/1988.

SUM-376 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS

I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime


o empregador de pagar todas as horas trabalhadas.
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SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE


JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio
de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª
horas como extras.

SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT

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I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela


empresa ao empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso.

II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distancia e submetido


a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados,
permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.

SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO.


APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.

I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão


parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.

II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho


contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque
este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII , da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.

III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT,
com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando
não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo
de outras parcelas salariais.

IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é


devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
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empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não


usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista
no art. 71, caput e § 4º, da CLT.

SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO.


AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA.

O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente


frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não

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labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto


no caput do art. 253 da CLT.

SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.

É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por


trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor
prestado na décima primeira e décima segunda horas.

SUM-446 MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA.


SUPRESSÃO PARCIAL OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS.
COMPATIBILIDADE ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA CLT.

A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por


constituir-se em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é
aplicável também ao ferroviário maquinista integrante da categoria "c"
(equipagem de trem em geral), não havendo incompatibilidade entre as
regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT

SUM-449 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 372 da SBDI-1)

A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o §


1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção
ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e
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sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.

OJ-SDI1-60 PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI Nº


4.860/65, ARTS. 4º E 7º, § 5º)

I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre


dezenove horas e sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.

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II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores


portuários, observar-se-á somente o salário básico percebido, excluídos os
adicionais de risco e produtividade.

OJ-SDI1-127 HORA NOTURNA REDUZIDA. SUBSISTÊNCIA APÓS A CF/1988

O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi
revogado pelo inciso IX do art. 7º da CF/1988.

OJ-SDI1-355 INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS


EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT

O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT


acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da
CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das
horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.

OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS.


HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO

Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o


trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de
turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo
ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de
horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa
se desenvolva de forma ininterrupta.

OJ-SDI1-388 JORNADA 12X36. JORNADA MISTA QUE COMPREENDA A


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TOTALIDADE DO PERÍODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO.

O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de


descanso, que compreenda a totalidade do período noturno, tem direito ao
adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas da manhã.

OJ-SDI1-395 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA


REDUZIDA. INCIDÊNCIA.

O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o


direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as
disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição
Federal.

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