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MONIQUE MARTELLI
MONIQUE MARTELLI
Cidade
Ano
MONIQUE MARTELLI
BANCA EXAMINADORA
Cuiabá
2018
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RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................08
1. JORNADA DE TRABALHO DE ACORDO COM A CLT E LEI 5.889/73.....10
1.1 JORNADA DE TRABALHO...................................................................10
1.1.1 Bases a serem seguidas.......................................................................13
2. REALIDADE DO TRABALHO NO CAMPO ...............................................15
3. POSSIBILIDADES DA LEI APLICADAS AO CASO PRÁTICO..................20
3.1 DUPLA JORNADA ...............................................................................20
3.2 JORNADA DE COMPENSAÇÃO E BANCO DE HORAS ....................20
3.3 ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE HORAS ........................................21
3.4 TRABAHO INTERMITENTE .................................................................22
3.5 LEI Nº 13.103, DE 2 DE MARÇO DE 2015...........................................22
3.6 SERVIÇOS INADIAVEIS OU NECESSIDADE IMPERIOSA..................23
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................25
REFERÊNCIAS...............................................................................................26
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INTRODUÇÃO
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
(BRASIL, 1988)
Deve-se destacar ainda, que o fato de o labor ocorrer na zona rural não
“desobriga” o empregador de realizar o controle de ponto quando possuir mais de 10
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empregados. Mesmo que o labor ocorra em área externa, na zona rural é obrigatório
o registro da jornada de trabalho nos casos previstos em lei.
Como consequência, tem-se Leis que não refletem a realidade do trabalho aqui
em questão, vez que as mesmas não condizem com a pratica da atividade
desenvolvida no campo.
Ainda tratando da mesma doutrinadora, com relação ao trabalho a céu aberto,
explana:
“Exigem-se abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores
contra intempéries e a adoção de medidas especiais contra insolação excessiva, o
calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes.”
(BARROS, 2016, p. 281.)
Resta claro a ampla proteção ao empregado. Porém, a legislação não leva em
conta a ausência de normas para proteção ao empregador, que em meio a um dia de
trabalho, diante de eventuais alterações no tempo, fica à mercê, sem trabalhadores
para exercerem as tarefas necessárias, mesmo que posterior, vez que sua jornada
diária possivelmente tenha acabado.
Ainda, é extremamente dificultoso realizar a compensação, vez que
normalmente o labor diário abrange as 8 horas da jornada permitida, acrescida de
duas horas extraordinárias.
Como já citado anteriormente, o foco do presente trabalho de conclusão de
curso é a jornada laboral na zona rural, voltada exclusivamente para momentos
específicos da rotina de produção alimentícia no campo, e o principal deles, a colheita
da cultura semeada.
O trabalho rural que aqui é tratado diz respeito as safras, momento de planta,
cuidado e colheita de determinadas culturas. O principal problema aqui, evidencia-se
mais precisamente na colheita da soja, realizada no primeiro trimestre do ano,
marcada pela variação do tempo e presença de inúmeras chuvas.
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das plantas, com plena formação dos grãos, ocorram durante o período de
maior probabilidade de ocorrência de temperatura e umidade favoráveis, na
maioria dos anos. Essa condição é mais provável dentro de um período mais
ou menos comum, para a maioria das regiões brasileiras produtoras de soja,
estendendo-se de meados de outubro a meados de dezembro.
(CIRCULAR TÉCNICA 51, 2007, p. 01)
concluindo, laborar 12 horas na prática desta atividade, não vai além das capacidades
do empregado.
Ainda existe a impossibilidade de fixação do horário da jornada diária, já que o
início da colheita novamente depende do tempo, necessitando que o dia amanheça
ensolarado e que não seja antecedido por chuvas ou até mesmo garoas, para que
sim, possa ser possível o início do labor ainda no período matutino.
Como o empregador não possui autonomia para variar o horário de início e
termino da jornada, muitas vezes, a mesma se inicia com empregados somente à
disposição, já que o labor é inviável.
Conforme informação dos produtores entrevistados, um excelente dia de
colheita tem em torno de 13 horas de trabalho, ressalta-se, um excelente dia de
colheita, o que não ocorre com frequência. Normalmente, é viável realizar o referido
labor por cerca de 10 horas.
Com a proposta de alteração legislativa apresentada no próximo capítulo, seria
possível que mesmo sem a flexibilização do início da jornada, mesmo que o
empregado iniciasse sua jornada diária somente a disposição e sem labor a
desenvolver, podendo laborar algumas horas a mais durante o dia e sendo
remunerado inclusive pelo período não trabalhado, o empregador também obtivesse
vantagens, já que teria o empregado disponível por mais tempo.
Tal situação evidentemente é vantajosa para ambas as partes, considerando
que o trabalhador laboraria por um período maior de tempo em serviço que não exige
além de suas capacidades, percebendo uma remuneração evidentemente maior, e o
empregador, teria a sua disposição seus empregados pelo período de tempo que
necessita, podendo aproveitar os dias favoráveis ao desenvolvimento de suas
atividades ao máximo.
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Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras,
em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva
ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por
cento) superior à da hora normal.
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo
ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for
compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que
não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais
de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas
diárias.
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido
a compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2 o e
5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não
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Súmula nº 85 do TST
COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016,
DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo
individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 -
primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver
norma coletiva em sentido contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 - inserida em
08.11.2000)
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de
jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a
repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se
não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo
adicional. (ex-Súmula nº 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003,
DJ 21.11.2003)
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de
compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a
jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e,
quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas
o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em
20.06.2001)
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade “banco de horas”, que somente pode ser
instituído por negociação coletiva.
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre,
ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e
permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT.
(BRASIL, STF, 2016)
menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho
não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.
(BRASIL, 1943)
Insta salientar que a necessidade imperiosa deve ser provada pelo empregador
em eventual fiscalização, sendo recomendado que estes mantenham documentos
probatórios a fim de sanar qualquer dúvida por parte da fiscalização, para evitar que
empregadores fixem uma jornada de 12 horas diárias sem manifesta necessidade.
Ainda, com o advento da reforma trabalhista, foi flexibilizado o intervalo
intrajornada, ou seja, no decorrer do dia. Anteriormente, para empregados com
jornada de 8 horas, o intervalo para refeição e descanso deveria ser de 1 ou 2 horas,
e atualmente pode ser reduzido ao intervalo mínimo de 30 minutos, desde que tenha
autorização do Ministério Público do Trabalho ou do sindicato da categoria, de acordo
com o art. 611 – A, III da CLT.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Barros, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. Editora LTR. São Paulo – SP,
2016.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. Editora Atlas. São Paulo – SP. 2011.