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Aula 06 - Prof.

Antonio
Daud
CNU - Concurso Nacional Unificado
(Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho -
Autor:
2024 (Pós-Edital)
Antonio Daud, Mara Queiroga
Camisassa de Assis, Equipe Mara
Camisassa

30 de Janeiro de 2024

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Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
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Índice
1) Jornada de Trabalho
..............................................................................................................................................................................................3

2) Jornadas Especiais de Trabalho


..............................................................................................................................................................................................
38

3) Trabalho Extraordinário e Compensação de Jornada


..............................................................................................................................................................................................
53

4) Intervalos_
..............................................................................................................................................................................................
68

5) Questões Comentadas - Jornada de Trabalho e Intervalo - Questões Selecionadas


..............................................................................................................................................................................................
109

6) Questões Comentadas - Jornada de trabalho e Intervalo - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
129

7) Lista de Questões - Jornada de Trabalho e Intervalo - Questões Selecionadas


..............................................................................................................................................................................................
139

8) Lista de Questões - Jornada de trabalho e Intervalo - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
146

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Oi pessoal,

Nesta aula estudaremos sobre o tema Jornada de Trabalho e descansos, abordando tópicos como Jornada
Legal e Convencional, Limitação da Jornada, Formas de Prorrogação, Horário de Trabalho, Trabalho Noturno,
Repouso Semanal Remunerado, Jornadas Especiais de Trabalho etc.

Estes são assuntos que sempre caem em prova.

Ressalto que parte do conteúdo já foi abordado na aula zero.

Vamos ao trabalho!

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JORNADA DE TRABALHO
Veremos nesta aula um dos assuntos mais exigidos em provas, que são duração do trabalho, jornada de
trabalho e descansos.

É um assunto que cai em muitas questões, além de ser extremamente importante no dia a dia, pois gera
inúmeras ações trabalhistas em curso nos Tribunais do Trabalho.

Jornada de trabalho

Antes de adentrar ao assunto jornada de trabalho vejamos a diferenciação entre os conceitos relacionados.

Jornada de trabalho é o tempo diário em que o empregado presta serviços ao empregador ou então
permanece à disposição do mesmo.

Exemplo: vamos imaginar o caso de um hospital veterinário pouco frequentado, no qual nenhum cliente
entrou durante determinado dia. A recepcionista não atendeu ninguém, mas permaneceu à disposição do
empregador, então aquele período é contado como jornada de trabalho normalmente.

Neste sentido, o artigo 4º da Consolidação das leis do Trabalho (CLT):

CLT, art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja
à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.

Além do tempo efetivo de trabalho e do tempo à disposição do empregador, também se inclui no termo
jornada de trabalho o tempo de prontidão e o tempo de sobreaviso, que são definidos, respectivamente,
pelos §§ 2º e 3º do art. 244:

CLT, art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-
aviso e de prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros
empregados que faltem à escala organizada.

§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria


casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-
aviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os
efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.

§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada,


aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de
prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-
hora normal.

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Esquematizando os conceitos que acabamos de ver (“subconjuntos” integrantes do “conjunto” jornada de


trabalho):

Já a duração do trabalho é um conceito que envolve a jornada de trabalho, os horários de trabalho e os


descansos trabalhistas, tanto é que o Capítulo II da CLT, intitulado “Da Duração do Trabalho”, divide-se nas
Seções “Da Jornada de Trabalho”, “Dos Períodos de Descanso” e “Do Quadro de Horário”.

O horário de trabalho, por sua vez, limita o período entre o início e o fim da jornada de trabalho diária.

Feitas as distinções, façamos agora uma análise aprofundada das regras importantes para nossa preparação
para concursos públicos.

Tempo à disposição do empregador


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Em diversas circunstâncias, pelos mais variados motivos, o empregado permanece no centro de trabalho,
mas não pode realizar suas tarefas.

Exemplo 1: a indústria não tem a quantidade de pedidos necessária e deixa de produzir em sua capacidade
máxima, o que faz com que máquinas e empregados deixem de trabalhar durante parte do dia.

Exemplo 2: em alguns casos, o empregador concede intervalo não previsto em lei como, por exemplo, um
intervalo para lanche de 15 minutos aos que laboram 8 horas por dia.

Nestes períodos o empregado não trabalha, mas permanece à disposição do empregador e, portanto, os
períodos devem ser incluídos na jornada de trabalho.

Em relação ao exemplo do intervalo, como foi concedido pelo empregador sem previsão em lei, é um tempo
considerado à disposição do empregador.

Cuidado para não confundir os conceitos: os intervalos legais, como para almoço, têm previsão legal e por
isso não são considerados à disposição do empregador.

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Vejamos um exemplo prático envolvendo estes dois tipos de intervalo:

08h00min 14h00min
Intervalo 2h
12h00min 18h00min

Neste caso acima, o intervalo de 2 horas – entre 12h00min e 14h00min - é para almoço (com previsão legal1),
não computado na jornada de trabalho.

Neste outro exemplo há o mesmo intervalo de almoço e outro, não previsto em lei – das 15h45min às
16h00min:

08h00min 14h00min 16h00min


Intervalo
Intervalo 2h
15’
12h00min 15h45min 18h00min

Neste 2º exemplo, o intervalo de 15 minutos concedido no período da tarde é considerado tempo à


disposição do empregador (e, portanto, integra a jornada de trabalho).

Se a jornada fosse estendida até às 18h15min (para “compensar” o intervalo de 15’), a jornada diária seria
de 08h15min, e não apenas de 08h00min.

Neste exemplo, como a jornada superou as 08 horas, o período de 15 minutos deve ser remunerado como
hora extraordinária. Segue a Súmula 118 do TST, que corrobora este entendimento:

SUM-118 JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS

Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei,


representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário,
se acrescidos ao final da jornada.

Por outro lado, após a reforma trabalhista, deixaram de ser computadas como jornada extraordinária as
variações de jornada em que o empregado adentra/permanece dentro da empresa exercendo atividades
particulares ou quando busca proteção pessoal (em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas). Tal disposição celetista2 contraria o que vinha sendo entendido pelo TST, por meio da então
SUM-366.

1
CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo
para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário,
não poderá exceder de 2 (duas) horas.
2
SUM-366 CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE
TRABALHO
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a

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Abaixo destacamos o §2º do art. 4º que foi inserido na CLT por meio da Lei 13.467/2017:

CLT, art. 4º, § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação
[variações no registro de até 5 minutos e 10 minutos diários], quando o empregado, por
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras:

I - práticas religiosas;

II - descanso;

III - lazer;

IV - estudo;

V - alimentação;

VI - atividades de relacionamento social;

VII - higiene pessoal;

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa.

Exemplo 1: se o empregado combina com seu empregador de chegar 1 hora mais cedo para ficar estudando
para concursos públicos no trabalho, antes do início do expediente. Este tempo não será considerado à
disposição do empregador (não é computado como jornada).

Exemplo 2: em virtude de um forte temporal, o empregado permanece 30 minutos no local de trabalho (sem
prestar serviços) ao final da sua jornada de trabalho usual. Assim, tal período não será computado como
jornada de trabalho (e, portanto, o empregado não terá direito a horas extras em relação a ele).

Quanto ao inciso VIII do art. 4º, § 2º, da CLT (troca de roupa ou uniforme), percebam que o tempo
despendido na troca de roupa/uniforme deixa de ser computado como jornada extraordinária apenas
quando não for obrigatória a referida troca dentro das dependências da empresa. Ou seja, o tempo para
troca de uniforme deixa de ser computado como jornada, caso a troca se dê por mera opção do empregado
(e não por imposição do empregador).

-----

totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as
atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc)

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Por falar em uniforme, destaco que é o empregador quem define o padrão da vestimenta (CLT, art. 456-A).

-----

Abaixo uma comparação com a redação anterior do art. 4º da CLT:

Antes Depois
CLT, art. 4º - Considera-se como de serviço inalterado
efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo
disposição especial expressamente
consignada.
CLT, art. 4º, parágrafo único - Computar-se- CLT, art. 4º, §1º Computar-se-ão, na contagem de tempo
ão, na contagem de tempo de serviço, para de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os
efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do
períodos em que o empregado estiver trabalho prestando serviço militar e por motivo de
afastado do trabalho prestando serviço acidente do trabalho
militar ... (VETADO) ... e por motivo de
acidente do trabalho.
- CLT, art. 4º, § 2º Por não se considerar tempo à disposição
do empregador, não será computado como período
extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art.
58 desta Consolidação [variações no registro de até 5
minutos e 10 minutos diários], quando o empregado, por
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de
insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas,
bem como adentrar ou permanecer nas dependências da
empresa para exercer atividades particulares, entre
outras:

I - práticas religiosas;

II - descanso;

III - lazer;

IV - estudo;

V - alimentação;

VI - atividades de relacionamento social;

VII - higiene pessoal;

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver


obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

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Tempo in itinere
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A CLT, após a Lei 13.467/2017, não mais prevê o cômputo do tempo de deslocamento. Portanto, foi extinta
a hora in itinere, qualquer que seja a situação.

Vejam abaixo um comparativo entre os dispositivos após a reforma trabalhista:

Antes Depois
CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo
empregado até o local de trabalho e para o seu empregado desde a sua residência até a efetiva
retorno, por qualquer meio de transporte, não ocupação do posto de trabalho e para o seu
será computado na jornada de trabalho, salvo retorno, caminhando ou por qualquer meio de
quando, tratando-se de local de difícil acesso ou transporte, inclusive o fornecido pelo
não servido por transporte público, o empregador, não será computado na jornada de
empregador fornecer a condução. trabalho, por não ser tempo à disposição do
empregador.

Mas a reforma trabalhista foi além da simples extinção da hora in itinere.

Notem que o novo §2º do art. 58 menciona o deslocamento até o local da “efetiva ocupação do posto de
trabalho”. A partir daí, depreende-se que o tempo de deslocamento da portaria da empresa até o posto de
trabalho não será computado como jornada de trabalho.

Ou seja, a jornada de trabalho tem início no momento em que o empregado chega no seu efetivo posto de
trabalho.

Assim, pela redação do dispositivo acima, o cartão de ponto começa a ser registrado no local do posto de
trabalho. Até então, o entendimento do TST, cristalizado na SUM-4293, era no sentido de que tal
deslocamento seria computado na duração do trabalho caso ultrapasse 10 minutos diários.

Prontidão e sobreaviso
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Os conceitos de prontidão e sobreaviso foram aplicados inicialmente à categoria dos ferroviários, tendo em
vista as peculiaridades de organização do trabalho no setor.

Posteriormente legislações específicas estenderam o regime de sobreaviso a aeronautas e petroleiros, e


também houve extensão do sobreaviso aos eletricitários por meio de entendimento do TST. Seguem abaixo
os artigos da CLT respectivos:

3
SUM-429. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA
E O LOCAL DE TRABALHO - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre
a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.

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CLT, art. 244, § 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer


em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada
escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobre-
aviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.

CLT, art. 244, § 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências
da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As
horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do
salário-hora normal.

À época da elaboração da CLT não existiam aparelhos como BIP, Pager, celular, etc., que podem ser utilizados
para manter contato com o empregado casa haja necessidade do comparecimento do mesmo ao local de
trabalho.

Quanto à utilização destes aparelhos na relação de trabalho e sua relação com o regime de sobreaviso existe
Súmula do TST com entendimento de que o uso de tais equipamentos, por si só, não caracteriza o sobreaviso.

É de se destacar, também, que o referido verbete foi alterado em 2012:

SUM-428 SOBREAVISO

O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, “pager” ou aparelho celular,


pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que o
empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento,
convocação para o serviço.

SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT

I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao


empregado, por si só, não caracteriza regime de sobreaviso.

II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle


patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de
plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço
durante o período de descanso.

A atual redação do item I tem o mesmo sentido da anterior, de modo que não basta apenas o uso de meios
de comunicação fornecidos pela empresa para que se configure o sobreaviso.

Sobre o instituto do sobreaviso e sua relação com os meios de comunicação é interessante conhecer a lição
de Sérgio Pinto Martins4:

4
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 340.

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“O sobreaviso se caracteriza pelo fato do empregado ficar em sua casa (e não em outro
local), aguardando ser chamado para o serviço. Permanece em estado de expectativa
durante o seu descanso, aguardando ser chamado a qualquer momento. Não tem o
empregado condições de assumir outros compromissos, pois pode ser chamado de
imediato, comprometendo até os seus afazeres familiares, pessoais e até o seu lazer. (...)
Em razão da evolução dos meios de comunicação, o empregado tanto pode ser chamado
pelo telefone ou pelo telégrafo (como ocorria nas estradas de ferro), como também por
BIP, “pagers”, lap top ligado à empresa, telefone celular, etc. O artigo 244 da CLT5 foi
editado exclusivamente para os ferroviários, pois os últimos meios de comunicação na
época ainda não existiam. O Direito do Trabalho passa, assim, a ter de enfrentar essas
novas situações para considerar se o empregado está ou não à disposição do empregador,
principalmente quanto à liberdade de locomoção do obreiro”.

Voltando à Súmula 428, vejamos seu item II:

II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle


patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de
plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço
durante o período de descanso.

Como frisamos ao comentar o item I, não basta que o empregado utilize meio de comunicação da empresa
para configurar o sobreaviso: deve haver algum tipo de restrição de locomoção, como o regime de plantão.
Seguem abaixo três julgados cuja leitura ajuda a fixar este entendimento:

HORAS DE SOBREAVISO. REGIME DE PLANTÃO. USO DE APARELHO CELULAR.

Nos termos da novel Súmula 428, item I, do TST- o uso de instrumentos telemáticos ou
informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza regime
de sobreaviso-. Ocorre que, na hipótese dos autos, a condenação para pagamento das
horas de sobreaviso foi fixada em razão de haver prova de que o empregado ficava de
plantão desde a sexta-feira de uma semana até a sexta-feira subsequente. (...)

(RR - 45400-34.2006.5.09.0072 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de


Julgamento: 26/09/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012)

HORAS DE SOBREAVISO. USO DE CELULAR.

5
CLT, art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-aviso e de prontidão, para executarem
serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que faltem à escala organizada.
(...)
§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento
o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para
todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.

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De acordo com o entendimento desta Corte, o simples uso de instrumentos telemáticos ou


informatizados fornecidos pela empresa ao empregado não caracteriza o regime de
sobreaviso. Entretanto, considera-se em sobreaviso o empregado que é submetido a
controle patronal pelos referidos instrumentos, desde que permaneça em regime de
plantão ou equivalente. Essa é a dicção da Súmula nº 428 do TST, alterada pelo Tribunal
Pleno desta Corte em sessão do dia 14/09/2012. Na presente hipótese, há registro de que
o reclamante tenha permanecido em casa, aguardando eventual chamado do empregador.
De fato, consta no acórdão regional que - o autor ficava à disposição da ré à noite e em
finais de semana, em sua residência, à espera de chamados por telefone celular, para
realizar a manutenção em transmissores e antenas da RBS TV (...) que, evidentemente,
redundava em tolhimento de sua liberdade de locomoção. (...)

(RR - 7200-44.2009.5.04.0701, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de Julgamento:


26/09/2012, 7ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012)

EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 11.496/2007 HORAS DE SOBREAVISO - USO DE BIP OU


APARELHO CELULAR - SUBMISSÃO À ESCALA DE ATENDIMENTO - SÚMULA Nº 428 DO TST.

O acórdão da Turma, transcrevendo a decisão regional, dispôs que a Corte de origem


considerou caracterizado o regime de sobreaviso, amparando-se não apenas na utilização
do uso do aparelho celular, mas na constatação, extraída do conjunto probatório, de que
o reclamante permanecia, efetivamente, à disposição do empregador fora do horário
normal de trabalho, uma vez que estava submetido à escala de atendimento, devendo
permanecer pronto para a chamada. (...) Destarte, a condenação do reclamado ao
pagamento de horas de sobreaviso não decorreu unicamente da utilização de bip ou celular
pelo reclamante, mas do fato de que ele estava submetido a escalas de atendimento. (...).

(E-ED-RR - 3843800-92.2009.5.09.0651, Redator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,


Data de Julgamento: 23/08/2012, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data
de Publicação: 07/01/2013)

Por fim, destaco que o sobreaviso é um dos temas em que o


negociado irá se sobrepor ao legislado (CLT, art. 611-A, VIII).

Tempo residual à disposição do empregador


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Este termo foi cunhado pela jurisprudência para caracterizar pequenos intervalos de tempo nos quais o
empregado está adentrando ou saindo do local de trabalho.

Este conceito se relaciona a pequenos intervalos de tempo em que o empregado, em tese, aguarda a
marcação do seu ponto.

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Exemplo: uma empresa possui 100 (cem) empregados e tem apenas 2 (dois) Registradores Eletrônicos de
Ponto (REP) – o chamado “relógio ponto”, onde os empregados registram as entradas e saídas.

Como não é possível que todos registrem simultaneamente o ponto (e a maioria chega à empresa no mesmo
horário), e considerando a prática jurisprudencial, foi inserida na CLT regra que permite desconsiderar
pequenas variações no ponto do empregado, qual seja:

CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.

Percebam, então, que a desconsideração do tempo residual somente terá lugar quando as variações de
registro não excederem de 05 (cinco) minutos e, além disso, sendo observado o limite máximo diário de 10
(dez) minutos.

Se algum destes requisitos for extrapolado, toda a variação será acrescentada na jornada de trabalho.

Por outro lado, o §2º do art. 4º da CLT, inserido pela reforma trabalhista, excepciona o período de tempo em
que o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas
ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
atividades particulares, como já havíamos mencionado.

Assim, se o empregado permanece no local de trabalho para tais atividades, este período de tempo não é
computado como tempo residual à disposição do empregador, mesmo se extrapolar a tolerância de 5 ou 10
minutos (e, portanto, não será remunerado).

Além disso, antes da reforma trabalhista, já havia sido publicada a Súmula 449 do TST (resultante da
conversão da OJ nº 372 da SBDI-1), no sentido de que não mais se pode elastecer a tolerância de 5 minutos
em cada trajeto por meio de negociação coletiva. Vejamos:

SUM-449

A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da


CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece
o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de
apuração das horas extras.

Vejamos uma questão sobre o assunto:

ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
Gabarito: Certa, conforme comentários anteriores.

A questão abaixo também se relaciona à mesma regra:

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A Consolidação das Leis do Trabalho prevê a possibilidade de uma variação de horário no registro de ponto
que não será descontado nem computado como jornada extraordinária. Esta variação de horário possui o
limite máximo diário de
(A) seis minutos.
(B) sete minutos.
(C) oito minutos.
(D) dez minutos.
(E) quinze minutos.
O gabarito, no caso, é a alternativa (D).

Considerando a regra, imaginemos as seguintes situações práticas de um empregado que labora das
08h00min às 18h00min, com intervalo de almoço das 12h00min às 14h00min:

CARTÃO PONTO
Dia Entrada Saída do Retorno do Saída Motivo da
intervalo intervalo variação de
horário
(...)

Terça- 07h58min 12h02min 14h02min 18h01min cumprimento de


feira ordens
Quarta- 07h55min 12h02min 14h01min 18h08min cumprimento de
feira ordens
Quinta- 07h53min 12h01min 13h59min 18h00min cumprimento de
feira ordens
Sexta- 07h59min 11h59min 14h00min 18h20min atividades
feira particulares
(...)

Na terça-feira a jornada totalizou 08h03min, e não houve registro excedente de 05 (cinco) minutos, então
não será o caso de descontar nem computar tempo como jornada extraordinária.

Na quarta-feira a jornada totalizou 08h14min, então deverão ser computados 14min como jornada
extraordinária.

Na quinta-feira a jornada totalizou 08h09min, não ultrapassando os 10min diários. Entretanto, na entrada
houve registro que excedeu de 05 (cinco) minutos (a entrada ocorreu às 07h53min), então os 09min devem
ser computados como jornada extraordinária.

Ressalte-se que esta regra permite as mais diversas interpretações, então caso haja cobrança em prova será
necessário analisar todas as alternativas.

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No caso da quinta-feira, por exemplo, há entendimentos no sentido de que deveriam ser registrados com
extraordinários os 07 minutos da entrada (aplicação direta da Súmula 366), mas não deveriam ser registrados
os outros 02 minutos das demais marcações.

No caso da sexta-feira, por outro lado, a jornada totaliza exatas 08hs, já que os vinte minutos excedentes ao
final da jornada se deram para o empregado exercer atividades particulares. Portanto, tal período não será
computado como se jornada fosse.

Resumindo os assuntos deste tópico, chegamos no seguinte quadro:

Hora noturna
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

O trabalho no horário noturno é mais gravoso ao ser humano, que naturalmente utiliza este período para
sono e descanso.

Reconhecendo esta situação, o legislador conferiu ao trabalho noturno duas regras diferenciadas que
beneficiam o empregado: o adicional noturno e a hora ficta noturna.

Em relação à remuneração adicional do trabalho noturno superior à do diurno, convém relembrarmos a


seguinte disposição constitucional:

CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

O adicional noturno foi fixado pela CLT nos termos abaixo:

CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno
terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

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Registre-se que a doutrina6 entende que o trecho inicial do artigo 73, que excepciona o adicional com os
dizeres “Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal” não foi recepcionado pela CF/88, ou seja,
mesmo nestes casos será devido o adicional noturno.

Com relação à hora ficta noturna, esta representa 52º30’, de acordo com o § 1º do mesmo artigo:

CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30
segundos.

Assim, um empregado que labora das 22h00min às 05h00min trabalha efetivamente 07 horas, mas isto
representa 08 horas de trabalho para fins de remuneração (52º30’ x 8 = 7 horas).

Podemos verificar então que o labor de 8 horas em período diurno equivale a 7 horas em período noturno,
e o trabalho noturno, ainda, ensejará a percepção do adicional mínimo de 20%.

Sobre a validade da previsão celetista de hora ficta pós CF/88, o TST entendeu que a disposição constitucional
de remuneração do trabalho noturno superior à do diurno não revoga a hora ficta:

OJ-SDI1-127 HORA NOTURNA REDUZIDA. SUBSISTÊNCIA APÓS A CF/1988

O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso
IX do art. 7º da CF/1988.

----

Se o trabalho iniciou no período noturno e foi prorrogado, ao labor realizado na prorrogação também se
aplica o adicional noturno:

CLT, art. 73, § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

Neste contexto, relevante mencionar o item II da Súmula 60, que interpreta o art. 73, § 5º, da CLT desta
maneira:

SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO


DIURNO

I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos
os efeitos.

II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é


também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

6
Neste sentido cita-se CARRION, Valentim. Op. cit., p. 164.

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Vejamos alguns exemplos para facilitar a compreensão.

Exemplo 1: um empregado urbano labora das 21hs às 04hs, tendo direito à redução da hora noturna e ao
adicional noturno entre o período compreendido das 22hs às 04hs7.

Exemplo 2: um porteiro labora das 22hs às 05hs, mas em determinado dia teve que permanecer na portaria
do edifício até a chegada do outro empregado, que ocorreu somente às 07hs. Por força do art. 73, §5º e da
SUM-60, transcritos acima, o porteiro terá direito à redução ficta e ao adicional noturno entre o período
compreendido das 22hs às 07hs (mesmo não sendo considerado noturno o período após as 05hs).

Relembro que os empregados na escala de 12 x36 não possuem direito a este adicional ou à hora ficta sobre
a prorrogação da jornada noturna (CLT, art. 59-A, parágrafo único). Ou seja, eles fazem jus ao adicional
noturno (e à redução ficta da hora noturna) sobre o período efetivamente noturno, mas não têm direito a
estes benefícios sobre o período laborado mediante prorrogação de jornada noturna. Assim, passamos a
mais um exemplo. ==274356==

Exemplo 3: uma enfermeira, laborando em escala 12x36, inicia seu turno às 22hs. Ela possui direito ao
adicional noturno apenas até as 05hs, sendo o trecho de sua jornada após as 05hs não irá ensejar a percepção
do adicional noturno, por força do art. 59-A, parágrafo único, parte final.

----

Em relação à aplicabilidade da hora ficta às diversas categorias profissionais é interessante conhecer a


Súmula 112, que consolida o entendimento do TST sobre a não aplicabilidade deste instituto aos petroleiros:

SUM-112 TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO

O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e


refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de
petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972,
não se lhe aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º,
da CLT.

Da mesma forma, aos portuários, regidos por lei específica, também não foi estendido o direito à hora ficta
noturna nos turnos das 19h00min às 07h00min:

OJ-SDI1-60 PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI Nº 4.860/65, ARTS. 4º E


7º, § 5º)

I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas e


sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.

7
Como veremos adiante, para os empregados urbanos é considerada jornada noturna o trabalho executado entre as 22 horas de
um dia e as 5 horas do dia seguinte.

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Já os vigias (que laboram em período noturno, claro) têm reconhecido o direito à hora ficta, conforme
Súmula 65:

SUM-65 VIGIA

O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia noturno.

Há também jurisprudência consolidada de que os empregados submetidos aos turnos ininterruptos de


revezamento fazem jus à hora noturna reduzida:

OJ-SDI1-395 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA REDUZIDA.


INCIDÊNCIA.

O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora


noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts.
73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.

Compilando estes detalhes em um quadro-resumo, temos o seguinte:

----

Quanto à delimitação do que se considera noturno, a CLT estabeleceu como tal o período entre 22h00min e
05h00min:

CLT, art. 73, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

No caso dos trabalhadores rurais a Lei 5.889/73 (Lei do Trabalho Rural) regulou o horário noturno de outra
forma:

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Lei 5.889/73, art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado
entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre
as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária.

No tocante à remuneração do trabalho noturno superior à do diurno a lei 5.889/73 também possui regra
distinta:

Lei 5.889/73, art. 7º, parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte
e cinco por cento) sobre a remuneração normal.

Segue abaixo um esquema com a indicação das regras da hora noturna em relação aos empregados urbanos
e rurais:

Trabalhador urbano (CLT) Trabalhador rural

Horário noturno entre as Horário noturno entre as


22h00min de um dia e as 21h00min de um dia e as
05h00min do dia seguinte 05h00min do dia seguinte
(lavoura)

Horário noturno entre as


20h00min de um dia e as
04h00min do dia seguinte
(pecuária)

Hora ficta noturna de 52 minutos Não possui direito a hora ficta


e 30 segundos noturna

Adicional noturno de 20% Adicional noturno de 25%

Controle de jornada

Após estudarmos as regras gerais sobre jornada e descansos, veremos agora como se dá o controle da
jornada.

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Falaremos neste tópico sobre a jornada controlada (que é a regra geral) e sobre jornada não controlada.
Antigamente, havia um caso de jornada não tipificada, para os trabalhadores domésticos, o que não vale
mais desde a EC 72/2013.

Jornada controlada
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

A regra geral é que haja controle da jornada, nos termos do artigo 74 da CLT, visto que este controle ocorre
em benefício do empregado, com o fito de fazer com que sejam respeitados os limites máximos das jornadas
laborais:

CLT, art. 74 - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.

(...)

§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a


anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico,
conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso.

§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados


constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que
dispõe o caput deste artigo.

Deste modo, o estabelecimento com mais de 20 empregados deve possuir controle de jornada, que não
necessariamente deve ser eletrônico. Percebam que a lei fala em registro manual, mecânico ou eletrônico.

Após sucessivas prorrogações, finalmente entrou em vigor a Portaria 1510/2009 do MTb, que regula o
controle eletrônico de jornada.

A partir de então uma série de requisitos técnicos devem ser atendidos pelas empresas que adotam o ponto
eletrônico, com a finalidade de dificultar a manipulação e fraude dos registros do ponto eletrônico.

Percebam também que o controle da jornada está vinculado à quantidade de empregados do


estabelecimento (mais de 20), não havendo vinculação com o porte econômico da empresa.

A par desta regra geral, é importante conhecermos duas ressalvas importantes!

-----

A primeira ressalva quanto ao controle da jornada diz respeito à disposição introduzida na CLT pela reforma
trabalhista, que prevê a possibilidade de negociação coletiva quanto à modalidade de registro do ponto:

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CLT, Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

(..)

X - modalidade de registro de jornada de trabalho;

Tal regra dá grande liberdade para os sindicatos, que passam a poder dispor a respeito do registro de jornada
de trabalho, autorizando, por exemplo, o controle fora da modalidade regulamentada pelo MTb.

-----

A segunda ressalva diz respeito ao chamado controle de jornada por exceção.

Nos últimos tempos, o TST já vinha entendendo válida8 cláusula coletiva que disponha a respeito do controle
de jornada, permitindo o “controle de jornada por exceção”.

Neste “controle por exceção”, não há necessidade do registro diário de todos os horários de entrada e
saída do empregado. São registradas apenas as situações excepcionais, em que o empregado presta horas
extras, se atrasa, sai de férias etc.

Em outras palavras, no controle por exceção:

“regra geral” é presumida, sem


(jornada de trabalho corriqueira) necessidade de registro

“exceções”
(situações que fogem à jornada de devem ser registradas
trabalho habitual)

Assim, se o empregador fosse chamado em juízo a apresentar o controle e não apresentasse, não incidiriam
os efeitos previstos no item I da SUM-338 (estudada logo adiante).

Mas qual a relevância deste controle por exceção?

É que, após a alteração promovida pela Lei 13.874, de setembro de 2019, a CLT passou a permitir tal
modalidade de controle de jornada, por meio do disposto em seu art. 74, §4º:

8
A exemplo do RR 1001704-59.2016.5.02.0076 e do ARR-80700-33.2007.5.02.0261

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4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de


trabalho, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

Percebam que, após tal alteração legislativa, a legislação passou a admitir expressamente o controle por
exceção, exigindo-se que seja estabelecido mediante: (i) contrato individual escrito, (ii) acordo coletivo ou
(iii) convenção coletiva de trabalho.

-----

Quanto ao controle de jornada em si, é relevante destacar uma prática comum, que ocorre quando o
controle de jornada não reproduz os horários efetivamente praticados pelo empregado: é o ponto britânico.

Em demandas trabalhistas e na rotina de fiscalização do AFT é muito comum encontrar cartões ponto como
este abaixo:

CARTÃO PONTO - mês X, ano Y

Dia Entrada Saída do Retorno do Saída


intervalo intervalo

(...)

Segunda-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Terça-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Quarta-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Quinta-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Sexta-feira 08h00min 12h00min 14h00min 18h00min

Sábado 08h00min 12h00min - -

Domingo - - - -

(...)

Isto ocorre quando existe algum tipo de irregularidade no controle, que na verdade não controla nada. É o
chamado “ponto britânico”.

Quanto ao assunto, segue a Súmula 338 do TST, com destaque para o item III:

SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

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I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados [já que a súmula foi
aprovada antes da alteração no art. 74, §2º, pela Lei 13.874/2019] o registro da jornada de
trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário.

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento


normativo, pode ser elidida por prova em contrário.

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que
passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.

A questão abaixo, correta, exemplifica o ponto britânico e sua relação com a Súmula 338:

CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009


Considere a seguinte situação hipotética.
João moveu reclamação trabalhista contra a empresa em que trabalhava, alegando determinada jornada de
trabalho. A empresa, por sua vez, na audiência de instrução, apresentou, como única prova, cartões de ponto
com registros de jornada uniformes. Nessa situação, a jornada de trabalho alegada por João na inicial deverá
prevalecer como verdadeira.

Quando o estabelecimento possui menos de 20 empregados a CLT não instituiu como obrigatória a anotação
da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, da mesma forma como o fez
para as outras empresas.

Entretanto, isto não significa tais empresas estejam desobrigadas de respeitar as regras atinentes a jornada
e descanso.

Apesar da não existência de regra objetiva de como se dará o controle, é certo que os empregados de tais
estabelecimentos estão abrangidos pelas normas de limitação da jornada, concessão de descansos intra e
interjornadas, pagamento de horas extraordinárias etc.

Jornada não controlada


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Jornada não controlada ocorre nos casos de empregados não abrangidos pelas regras de duração do
trabalho, que são: os gerentes, os que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de
trabalho e os teletrabalhadores.

O dispositivo celetista que delimita estes três grupos é o artigo 62 (inserido o item III pela reforma
trabalhista):

CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da Duração do
Trabalho]:

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I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de


trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e
no registro de empregados;

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se


equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou
filial9.

III - os empregados em regime de teletrabalho.

III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa
[Lei 14.442/2022].

O mencionado capítulo da CLT (Capítulo II - Da Duração do Trabalho) trata da jornada de trabalho, descanso,
intrajornada, descanso interjornada e trabalho noturno. Como conclusão, os empregados indicados nos
incisos no art. 62 não possuem, em princípio, direito a horas extras e demais direitos abrangidos no
mencionado capítulo da CLT.

O DSR é devido, pois não foi previsto neste capítulo da CLT, e sim em outra lei. Portanto, se o empregado
nesta situação labora durante o DSR ou durante um feriado, há entendimentos do TST 10 de que ele teria
direito a remuneração em dobro.

Sobre isto Mauricio Godinho Delgado11 entende que

“A ordem jurídica reconhece que a aferição de uma efetiva jornada de trabalho cumprida
pelo empregado supõe um mínimo de fiscalização e controle por parte do empregador
sobre a prestação concreta dos serviços ou sobre o período de disponibilidade perante a
empresa. O critério é estritamente prático: trabalho não fiscalizado nem minimamente
controlado é insuscetível de propiciar a aferição da prestação (ou não) de horas
extraordinárias pelo trabalhador. Nesse quadro, as jornadas não controladas não ensejam
cálculo de horas extraordinárias, dado que não se pode aferir sequer a efetiva prestação
da jornada padrão incidente sobre o caso concreto.”

É importante mencionar, também, que a previsão legal contida no art. 62 e incisos, que retira de sua
abrangência os gerentes, empregados que realizam atividade externa incompatível com controle de jornada
(e, mais recentemente, os teletrabalhadores) é relativa, ou seja, tais empregados podem vir a ser
destinatários das regras de controle de jornada caso a realidade fática demonstre haver fiscalização e
controle de horários e jornada pelo seu empregador.

9
Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior a 40%, como estudado
anteriormente.
10
RR - 1231-06.2015.5.06.0144. DEJT de 13/04/2018
11
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 917.

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Comentando esta presunção relativa (juris tantum) o Ministro12 arremata

“Mas atenção: cria aqui [art. 62] a CLT apenas uma presunção – a de que tais empregados
não estão submetidos, no cotidiano laboral, a fiscalização e controle de horário, não se
sujeitando, pois, à regência das regras sobre jornada de trabalho. Repita-se: presunção
jurídica... e não discriminação legal. Deste modo, havendo prova firme (sob ônus do
empregado) de que ocorria efetiva fiscalização e controle sobre o cotidiano da prestação
laboral, fixando fronteiras claras à jornada laborada, afasta-se a presunção legal instituída,
incidindo o conjunto das regras clássicas concernentes à duração do trabalho.”

➢ Trabalhadores externos

No caso dos trabalhadores que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho
(inciso I) é de se notar que tal conceito alberga novas formas de prestação laboral que têm surgido – e se
ampliado – na atualidade em face das inovações tecnológicas.

A respeito dos trabalhadores externos, é interessante citar precedente do TST, de setembro de 2018, que
excepciona a SUM-338 há pouco comentada.

Em princípio, trabalhadores externos estão excluídos do controle de jornada. No entanto, em alguns casos é
faticamente possível que o empregador realize o controle de horários. Nestas situações, se o empregado
alega judicialmente o desrespeito aos intervalos intrajornada, é ônus do próprio empregado provar tal
alegação. Isto ocorre em virtude das peculiaridades do trabalho externo, as quais impedem o empregador
de fiscalizar a fruição do intervalo intrajornada, de sorte que não há que se falar em aplicação do item I da
SUM-338 do TST:

Trabalho externo. Possibilidade de controle dos horários de início e de término da jornada


de trabalho. Concessão do intervalo intrajornada. Ônus da prova do empregado.
Inaplicabilidade da Súmula nº 338, I, do TST.

Ainda que seja possível controlar os horários de início e de término da jornada de trabalho,
é do empregado que desempenha atividades externas o ônus de provar a supressão ou a
redução do intervalo intrajornada. Não há falar em aplicação da Súmula nº 338, I, do TST,
pois as peculiaridades do trabalho externo impedem o empregador de fiscalizar a fruição
do referido intervalo. (..)

TST-E-RR-539-75.2013.5.06.0144, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, red. p/


acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 13.9.2018. Informativo TST 184

➢ Gerentes

Em relação ao inciso II (gerentes), é preciso conhecer a previsão contida no parágrafo único do art. 62:

12
Idem, p. 918.

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Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados
mencionados no inciso II deste artigo [gerentes], quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo
salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).

Portanto, em relação ao os gerentes (exercentes de cargos de gestão), eles somente serão excluídos do
controle de jornada caso recebam uma gratificação igual ou superior a 40% do salário do cargo efetivo.
Assim, caso recebam tal gratificação, os exercentes de cargo de gestão não terão direito a receber horas
extras etc.

Assim, quanto aos gerentes, teremos duas possibilidades:

a) exercente de cargo de gestão COM gratificação igual ou superior a 40%: excluídos do controle de
jornada e sem direito a horas extras

b) exercente de cargo de gestão SEM gratificação (ou com gratificação inferior a 40%): não é excluído
do controle de jornada e tem direito a horas extras.

Ainda em relação aos gerentes, com a reforma trabalhista, a CLT passou a autorizar que norma coletiva
disponha sobre os cargos que se enquadram como função de confiança. Assim, ainda que determinado cargo
não tenha efetivamente conteúdo de gestão, poderia ser definido em norma coletiva como sendo cargo de
confiança e, portanto, ficaria excluído do controle de jornada:

CLT, art. 611-A, A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado,


bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;

➢ Teletrabalhadores que prestam serviço por produção ou tarefa

Por fim, os teletrabalhadores (inciso III), embora não sejam considerados trabalhadores externos, foram
também excluídos do controle de jornada pela reforma trabalhista, caso prestem serviço por produção ou
tarefa.

Neste ponto, vale destacar que existem, segundo a literalidade da CLT, 3 modalidades de teletrabalho, a
depender da forma de pagamento do salário:

salário fixado por


presta serviços por jornada
unidade de tempo
salário fixado por
presta serviços por produção
produção
salário fixado por
presta serviços por tarefa
tarefa

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Lembro que o pagamento do salário por unidade de tempo é o mais comum no cotidiano, em
que o empregador remunera o empregado utilizando como parâmetro o tempo em que o
empregado trabalhou (ou permaneceu à disposição do empregador). Exemplo: tal valor por dia
de trabalho; determinada importância por quinzena de trabalho; por mês de trabalho. Neste caso,
a remuneração do empregado é fixa, não considerando a efetiva produção do trabalhador.

Já o salário por produção (ou por unidade de obra) tem como parâmetro de cálculo a quantidade
de peças (unidades) produzidas pelo empregado. Exemplo: determinado valor por calça
costurada; R$ X para cada janela fabricada.

Por fim, no salário por tarefa, que é pouquíssimo utilizado na prática, temos uma combinação dos
critérios anteriores. Seguindo a terminologia clássica de “tarefa”, trago as lições de Mauricio
Godinho Delgado13 no sentido de que

“O salário-tarefa é aquele que se afere através de fórmula combinatória do critério


de unidade de obra com o critério da unidade de tempo. Acopla-se a um certo
parâmetro temporal (hora, dia, semana ou mês) um certo montante mínimo de
produção a ser alcançado pelo trabalhador. Por este sistema, caso o trabalhador
atinja a meta de produção em menor número de dias da semana, por exemplo,
dois efeitos podem ocorrer, a juízo do empregador: libera-se o empregado do
trabalho nos dias restantes, garantido o salário padrão fixado; ou,
alternativamente, determina-se a realização de uma produção adicional, no tempo
disponível restante (pagando-se, claro, um plus salarial por esse acréscimo de
produção)14”.

Mas qual a importância dessas modalidades de teletrabalho?

No caso de teletrabalho por jornada, a jornada do empregado deverá ser controlada, mesmo se
dando fora das dependências do empregador.

Nesse sentido, a MP prevê que, na hipótese da prestação de serviços em regime de teletrabalho


por produção ou por tarefa, não se aplicarão as regras quanto à duração do trabalho, previstas no
Capítulo II do Título II da CLT (CLT, art. 75-B, § 3º).

13
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 750.
14
Se instituíssem o salário por tarefa no serviço público seria ótimo hein ;-)

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por jornada

teletrabalho por produção


fora do controle de
jornada
por tarefa

Reparem que, antes da Lei 14.442/2022, todos os teletrabalhadores ficavam excluídos do controle
de jornada. Em outras palavras, qualquer que fosse a modalidade de teletrabalho, estes
trabalhadores não estavam submetidos ao controle de jornada. Em consequência, tais
empregados não tinham direito, em regra, a horas extras, adicional noturno e outros reflexos do
controle de jornada.

Com a alteração promovida, somente são excluídos do controle de jornada os teletrabalhadores


sob regime de produção ou tarefa. Vejam adiante como foi a alteração:

Redação antes da Lei 14.442/2022 Redação após a Lei 14.442/2022


Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime
previsto neste capítulo: (..) previsto neste capítulo: (..)

III - os empregados em regime de teletrabalho. III - os empregados em regime de teletrabalho


que prestam serviço por produção ou tarefa.

Quanto a esta modalidade de teletrabalhadores, vale destacar que o tempo de uso de


equipamentos tecnológicos (incluindo softwares, ferramentas digitais, aplicações de internet
utilizados para o teletrabalho e a infraestrutura necessária) fora da jornada de trabalho normal do
empregado não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se
houver previsão em acordo individual ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho (CLT, art.
75-B, § 5º).

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Portanto, em regra, o simples fato de o empregado utilizar os aplicativos do empregador fora do


horário de trabalho é insuficiente para caracterizar que houve prestação laboral, seja como tempo
à disposição do empregador, prontidão ou sobreaviso.

----

Vale ainda ressaltar que, assim como defende para os demais incisos, o Ministro Godinho relembra
a exclusão do controle de jornada do teletrabalhador consiste em mera presunção, que pode ser
elidida por prova em contrário15 (no mesmo sentido o Ministério do Trabalho16):

De fato, em várias situações de teletrabalho mostra-se difícil enxergar controle estrito da


duração do trabalho, em face da ampla liberdade que o empregado ostenta, longe das
vistas de seu empregador, quanto à escolha dos melhores horários para cumprir os seus
misteres provenientes do contrato empregatício. Dessa maneira, a presunção jurídica
lançada pelo art. 62, III, da CLT não se mostra desarrazoada. Contudo, (..) trata-se de
presunção relativa, que admite prova em sentido contrário (..)

Por fim, destaco que o teletrabalho é um dos temas em que o


negociado irá se sobrepor ao legislado (CLT, art. 611-A, VIII).

Em síntese:

15
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 138
16
Parecer da Consultoria Jurídica do Ministério do Trabalho nº 002/2018. Publicado no DOU de 29/3/2018.

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Jornada não tipificada


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA

A doutrina reconhecia a jornada não tipificada em relação à categoria dos domésticos, pois não existia, nem
na Constituição Federal e nem na sua lei de regência (Lei 5.859/72) norma que limitasse sua jornada de
trabalho.

Deste modo, os domésticos não possuíam controle de horário e nem faziam jus aos adicionais de horas
extraordinárias e noturno.

O que se verificava em relação aos domésticos era o direito ao descanso semana remunerado (DSR), feriados
e férias.

Com a EC 72/2013 os domésticos passaram a contar com os seguintes direitos:

CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

As alíneas que nos interessam neste tópico são as seguintes:

• Duração do trabalho não superior a 8h/dia e 44h/semanais (inciso XIII)


• Remuneração do trabalho extraordinário ≥ 50% da hora normal (inciso XVI)
• Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno (inciso IX)

Deste modo, a classificação doutrinária de “jornada não tipificada” já deixou de fazer sentido, já que os
domésticos possuem jornada de trabalho igual à dos trabalhadores urbanos e rurais.

Motorista profissional (Lei 13.103/15)

A Lei 13.103/15, aprovada em março de 2015, (seguindo algumas inovações trazidas pela Lei 12.619/12, que
entrou em vigor no mês de junho de 2012) trouxe várias disposições sobre jornada e descanso da categoria
de motorista profissional.

Comentaremos neste tópico as principais disposições pertinentes ao assunto de nossa aula, destacando
entendimento do STF, proferido na ADI 5322, em julho de 2023, declarando inconstitucionais algumas das
regras previstas na CLT sobre esta categoria.

Controle de jornada

Desde a Lei 12.619/12, houve sensível inovação quanto ao controle da jornada dos motoristas profissionais,
que, apesar de exercerem atividade externa, passam agora a contar com o direito ao controle de sua jornada.

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É notório que o excesso de jornada de motoristas no Brasil causa problemas de saúde e expõe o empregado
a risco acentuado de acidentes de trânsito. Já participei de ações fiscais onde foram identificados (através
de discos de tacógrafo, depoimentos e outros meios) motoristas dirigindo quase 20 vinte horas no mesmo
dia.

Buscando resolver este problema, a Lei 13.103/15 (como já fazia a Lei 12.619/12) estabelece que:

Lei 13.103/15, art. 2º São direitos dos motoristas profissionais de que trata esta Lei, sem
prejuízo de outros previstos em leis específicas: (...)

V – se empregados: (..)

b) ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira fidedigna mediante


anotação em diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo, ou sistema e meios
eletrônicos instalados nos veículos, a critério do empregador;

Pode-se citar como meio de controle o rastreamento via satélite do veículo.

Sendo assim, o controle de jornada do motorista (que usualmente era enquadrado pela doutrina no artigo
62, I: empregados dispensados do controle de jornada por exercerem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho) agora é exigido pela Lei 13.103/15.

Jornada de trabalho

A partir deste tópico veremos disposições que foram inseridas na própria CLT pela Lei 13.103/15.

A Lei definiu que a jornada normal dos motoristas profissionais obedecerá a jornada constitucional de 8
horas diárias, mas permitindo duas possibilidades de realização de jornada extraordinária:

CLT, art. 235-C. A jornada diária de trabalho do motorista profissional será de 8 (oito)
horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou, mediante
previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas extraordinárias.

Jornada extraordinária

Como já adiantado acima, neste mesmo artigo, admite-se a prorrogação da jornada de trabalho, mas de duas
maneiras distintas (CLT, art. 235-C, caput):

a) prorrogação por até 2 horas extraordinárias (seguindo a regra geral celetista, sem necessidade de
previsão em convenção ou acordo coletivo);e
b) por até 4 horas extraordinárias, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo.

Acerca do tempo de espera, tem-se que:

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CLT, art. 235-C, § 8º São considerados tempo de espera as horas em que o motorista
profissional empregado ficar aguardando carga ou descarga do veículo nas dependências
do embarcador ou do destinatário e o período gasto com a fiscalização da mercadoria
transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias, não sendo computados como
jornada de trabalho e nem como horas extraordinárias. (ADI 5322)

Vamos imaginar o seguinte exemplo: o motorista de uma empresa de Blumenau-SC sai do pátio do
estabelecimento às 07h00min, em direção ao porto de Paranaguá-PR buscar uma carga.

Sua jornada inicia às 07h00min e às 11h00min ele chega ao porto. Chegando lá faz o intervalo de almoço de
1 (uma) hora e entra na fila para carregamento do caminhão. A carga demora 3 (três) horas para ser
realizada.

No retorno a Blumenau, na divisa entre PR e SC, o caminhão é parado pelo fisco estadual, e a vistoria do
fiscal demora 1 (uma) hora, tendo em vista problemas na documentação da carga. Liberado, o motorista
prossegue na viagem e chega ao pátio da empresa às 20h00min:

Intervalo Retorno Parada no


Chegada Tempo de Retorno Jornada
Início da de até a posto fiscal
ao porto espera de até o encerrada
jornada às almoço parada – 1h00min
às 3h00min pátio da às
07h00min de 1 no posto (tempo de
11h00min (agd carga) empresa 20h00min
hora fiscal espera)

Neste nosso exemplo, o tempo de espera foi de 4 horas.

Jornada de trabalho x tempo de espera

Pela regra que constava da Lei 13.103/15, o tempo de espera, em que o empregado aguarda atividades
necessárias para o transporte de carga, não era considerado como trabalho efetivo e nem caracterizava
jornada extraordinária.

No entanto, em julho de 2023, o STF declarou inconstitucional o trecho da lei que excluía
o tempo de espera da jornada de trabalho (ADI 5322). Portanto, atualmente, o tempo de
espera é considerado tempo à disposição do empregador, devendo ser remunerado como
de efetivo trabalho.

Portanto, não há mais que se falar em remuneração do tempo de espera mediante simples indenização,
como previa o art. 235-C, § 9º, da CLT. Após a declaração de inconstitucionalidade, o tempo de espera deve
ser remunerado como de efetivo trabalho e, sendo extrapolada a jornada contratual, deverá resultar no
pagamento de hora extra.

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Ainda quanto à jornada, a nova lei trouxe a possibilidade de, mediante negociação coletiva, instituir-se
“jornada especial” de 12 (doze) horas:

CLT, art. 235-F. Convenção e acordo coletivo poderão prever jornada especial de 12 (doze)
horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso para o trabalho do motorista
profissional empregado em regime de compensação.

Intervalos intrajornada e interjornada, descanso semanal remunerado

As regras definidas pela Lei 13.103/15 trouxeram, inicialmente, várias diferenças em relação aos empregados
em geral.

Em relação à remuneração da hora extraordinária, não houve modificações, de modo que esta deverá ser
paga conforme definido na CF/88 ou compensadas na forma do art. 59 da CLT:

CLT, art. 235-C, § 5º As horas consideradas extraordinárias serão pagas com o acréscimo
estabelecido na Constituição Federal ou compensadas na forma do § 2º do art. 59 desta
Consolidação.

Acerca do intervalo intrajornada de motoristas, cobradores, etc., a Lei permitiu seu fracionamento
(parágrafo incluído no art. 71 da CLT) e até mesmo a redução, nos seguintes termos:

CLT, art. 71, § 5º - O intervalo expresso no caput [intervalo intrajornada de 1 a 2 horas]


poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1º [intervalo intrajornada
de 15 minutos] poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira
hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção
ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições
especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores,
fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados
no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos
intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.

Portanto, temos duas situações:

a) intervalo de 1 a 2 horas (jornada superior a 6 horas diárias): fracionamento ou redução;


b) intervalo de 15 minutos (jornada diária superior a 4 horas e igual ou inferior a 6 horas): apenas
fracionamento.

Apesar de ter flexibilizado a regra aplicável aos empregados em geral, ao permitir o fracionamento e a
redução (em um caso), há algumas condições que devem ser obedecidas para o fracionamento ou a redução,
a saber:

1) previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho; E


2) intervalos estejam compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da
última hora trabalhada (ou seja, no meio da jornada).

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Acerca do intervalo interjornadas dos motoristas profissionais (de passageiros e rodoviário de cargas), a Lei
havia permitido inicialmente seu fracionamento (diferentemente do que ocorre para os empregados em
geral):

CLT, art. 235-C, § 3º Dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, são asseguradas 11
(onze) horas de descanso, sendo facultados o seu fracionamento e a coincidência
com os períodos de parada obrigatória na condução do veículo estabelecida pela
Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro,
garantidos o mínimo de 8 (oito) horas ininterruptas no primeiro período e o gozo
do remanescente dentro das 16 (dezesseis) horas seguintes ao fim do primeiro
período. (ADI 5322)

No entanto, o STF considerou inconstitucional tal fracionamento (ADI 5322)! Para o STF, não é possível
fracionar o intervalo interjornadas para fazer coincidir as frações com os períodos de parada obrigatória na
condução do veículo, determinados pelo Código de Trânsito. Então este intervalo deve ocorrer de modo
ininterrupto.

Ainda quanto a este repouso, segundo o STF, não mais se admite o repouso do motorista com o veículo em
movimento (antes possível pelo § 5º do art. 235-D e art. 235-E, III, da CLT). Isto porque, em viagens de longa
distância, é comum que dois motoristas se revezem. No entanto, enquanto um deles não estiver dirigindo,
este período não pode ser "aproveitado" para se computar seu intervalo interjornadas.

Ainda considerando o entendimento do STF, também não mais se admite o fracionamento do repouso
semanal remunerado (antes permitido pelo §1º do art. 235-D da CLT). Ainda quanto ao repouso semanal
remunerado, o STF vedou a cumulação de repousos semanais remunerados (antes permitida pelo §2º do art.
235-D da CLT).

Hora noturna

Quanto à hora noturna do motorista profissional, a Lei 13.103/15 remeteu à normatização geral definida no
artigo 73 da CLT17:

CLT, art. 235-C, § 5º À hora de trabalho noturno aplica-se o disposto no art. 73 desta
Consolidação.

17 CLT, art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior
a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a
hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas
do dia seguinte.
(...)
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

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Compensação de jornada

Em relação à compensação de horas, a Lei 13.103 remeteu ao regramento dos empregados em geral previsto
no art. 59 da CLT:

CLT, art. 235-C, § 5º As horas consideradas extraordinárias serão pagas com o acréscimo
estabelecido na Constituição Federal ou compensadas na forma do § 2º do art. 59 desta
Consolidação.

Viagens de longa distância

Além das normas estabelecidas para o motorista profissional em sua jornada normal, a Lei 13.103/15
também trouxe disposições específicas que deverão ser obedecidas quando se tratar de viagem de longa
distância, que foi definida como sendo aquelas superiores a sete dias.

Nessas situações, há um conjunto de regras que diferem um pouco das viagens ordinárias e bastante das
regras para os empregados em geral:

CLT, art. 235-D. Nas viagens de longa distância com duração superior a 7 (sete) dias, o
repouso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por semana ou fração trabalhada, sem
prejuízo do intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas, totalizando 35 (trinta e cinco)
horas, usufruído no retorno do motorista à base (matriz ou filial) ou ao seu
domicílio, salvo se a empresa oferecer condições adequadas para o efetivo gozo
do referido repouso. (ADI 5322)

§ 1º É permitido o fracionamento do repouso semanal em 2 (dois) períodos, sendo


um destes de, no mínimo, 30 (trinta) horas ininterruptas, a serem cumpridos na
mesma semana e em continuidade a um período de repouso diário, que deverão
ser usufruídos no retorno da viagem. (ADI 5322)

§ 2º A cumulatividade de descansos semanais em viagens de longa distância de


que trata o caput fica limitada ao número de 3 (três) descansos consecutivos. (ADI
5322)

§ 3º O motorista empregado, em viagem de longa distância, que ficar com o veículo parado
após o cumprimento da jornada normal ou das horas extraordinárias fica dispensado do
serviço, exceto se for expressamente autorizada a sua permanência junto ao veículo pelo
empregador, hipótese em que o tempo será considerado de espera.

§ 4º Não será considerado como jornada de trabalho, nem ensejará o pagamento de


qualquer remuneração, o período em que o motorista empregado ou o ajudante ficarem
espontaneamente no veículo usufruindo dos intervalos de repouso.

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§ 5º Nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no


mesmo veículo, o tempo de repouso poderá ser feito com o veículo em
movimento, assegurado o repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas fora do
veículo em alojamento externo ou, se na cabine leito, com o veículo estacionado,
a cada 72 (setenta e duas) horas. (ADI 5322)

§ 6º Em situações excepcionais de inobservância justificada do limite de jornada de que


trata o art. 235-C [jornada diária de 8 horas], devidamente registradas, e desde que não se
comprometa a segurança rodoviária, a duração da jornada de trabalho do motorista
profissional empregado poderá ser elevada pelo tempo necessário até o veículo chegar a
um local seguro ou ao seu destino.

§ 7º Nos casos em que o motorista tenha que acompanhar o veículo transportado por
qualquer meio onde ele siga embarcado e em que o veículo disponha de cabine leito ou a
embarcação disponha de alojamento para gozo do intervalo de repouso diário previsto no
§ 3o do art. 235-C, esse tempo será considerado como tempo de descanso.

§ 8º Para o transporte de cargas vivas, perecíveis e especiais em longa distância ou em


território estrangeiro poderão ser aplicadas regras conforme a especificidade da operação
de transporte realizada, cujas condições de trabalho serão fixadas em convenção ou
acordo coletivo de modo a assegurar as adequadas condições de viagem e entrega ao
destino final.

Como adiantado acima, com a decisão do STF no bojo da ADI 5322), foram declarados inconstitucionais os
trechos tachados acima, para se assegurar o efetivo repouso do motorista. Assim, (i) não mais é possível o
fracionamento do repouso semanal remunerado; (ii) não mais se admite o cômputo do repouso no período
em que o veículo estiver em movimento e (iii) não se admite a cumulação de repousos semanais
remunerados.

Transporte de passageiros

Além de disposições específicas para viagens longas, a Lei 13.103/15 previu regras específicas para o
transporte de passageiros:

CLT, art. 235-E. Para o transporte de passageiros, serão observados os seguintes


dispositivos:

I - é facultado o fracionamento do intervalo de condução do veículo previsto na Lei no


9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, em períodos de no
mínimo 5 (cinco) minutos;

II - será assegurado ao motorista intervalo mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo
ser fracionado em 2 (dois) períodos e coincidir com o tempo de parada obrigatória na
condução do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código

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de Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista profissional enquadrado no §


5º do art. 71 desta Consolidação;

III - nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas no curso da mesma
viagem, o descanso poderá ser feito com o veículo em movimento, respeitando-
se os horários de jornada de trabalho, assegurado, após 72 (setenta e duas) horas,
o repouso em alojamento externo ou, se em poltrona correspondente ao serviço
de leito, com o veículo estacionado. (ADI 5322)

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JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO

Modalidades de jornada de trabalho

Após estudarmos as regras gerais sobre a composição da jornada de trabalho, passemos agora à definição
do que seja uma jornada normal (padrão) e quais são as jornadas especiais de trabalho.

Jornada padrão (normal) de trabalho


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

A jornada normal de trabalho é de 8 (oito) horas por dia, com fundamento na atual Constituição Federal:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;

Como deve haver repouso semanal (assunto de outro tópico), chega-se ao limite máximo trabalho de 220
horas por mês, pelo seguinte:

Sendo o módulo semanal de 44 horas, respeitado um dia de descanso semanal, restam 6 dias por semana
para o trabalho; dividindo-se 44 por 6, temos 7,33h/dia.

7,33h/dia = 7h + 0,33h = 7h + 1/3h = 7h + 20min = 7h20min

Multiplicando 7h20min por 30 dias = 220h (este é o divisor do salário, sobre o qual falaremos
oportunamente).

Por outro lado, se o empregado laborar 40 horas semanais, observa-se que seu divisor será 200, nos termos
da SUM-431 do TST:

SUM-431

Para os empregados a que alude o art. 58, caput, da CLT, quando sujeitos a 40 horas
semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-
hora.

Há categorias com jornadas diferenciadas, que serão objeto de estudo em tópico específico.

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Antes de passar às jornadas especiais, é importante destacar a possibilidade de negociação coletiva a


respeito da pactuação da jornada de trabalho.

A respeito desse assunto, o negociado pode se sobrepor ao legislado, porém, a negociação fica limitada à
jornada constitucional que acabamos de estudar:

CLT, Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;


==274356==

Jornadas especiais de trabalho


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Diversas categorias possuem jornadas distintas do padrão estudado no tópico anterior. Veremos abaixo os
exemplos que possuem vinculação mais estreita com a CLT.

Turnos ininterruptos de revezamento

Os turnos ininterruptos de revezamento (TIR) possuíram tratamentos diferenciados ao longo do tempo, e


atualmente estão regrados pela Constituição Federal da seguinte forma:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva;

Para caracterização do turno ininterrupto de revezamento não basta que a jornada seja de 06 horas. É
imprescindível que haja significativa alternância de horários de trabalho compreendendo dia e noite:

OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO


E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO

Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas
atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à
alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa
se desenvolva de forma ininterrupta.

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Para a caracterização da alternância de horários é necessário que o empregado labore em


períodos alternados que cubram todas as 24 horas do dia?

Resposta: ainda não há definição precisa por parte da doutrina, mas a OJ exposta acima tende a aceitar como
alternância os horários que não cubram as 24 horas do dia.

Como explicado por Mauricio Godinho Delgado1:

“(...) enquadra-se no tipo legal em exame o sistema de trabalho que coloque o empregado,
alternativamente, em cada semana, quinzena, mês ou período relativamente superior, em
contato com as diversas fases do dia e da noite, cobrindo as horas da composição dia/noite
ou, pelo menos, parte importante das fases diurnas e noturnas. (...) De toda maneira, é
evidente que o contato com os diversos horários da noite e do dia há que ser significativo
– ainda que não integral -, sob pena de se estender demasiadamente o tipo jurídico
destacado pela Constituição.”

Exemplo: um empregado que trabalha na câmara fria de um frigorífico, cumprindo horários de trabalho
alternados nos dias da semana de 08h00min às 14h00min, 17h00min às 23h00min e 01h00min às 07h00min,
de acordo com a necessidade da empresa.

Neste caso, o empregado tem evidentes prejuízos à sua saúde e convívio social, pois tal organização do
trabalho afeta seu ritmo biológico (os horários de sono sempre variam) e prejudica sua inserção na sociedade
(tem dificuldades para frequentar uma faculdade ou realizar cursos, por exemplo, visto que a alternância de
horários não lhe permite acompanhar as turmas).

Caso o empregado laborasse em turno fixo (somente de manhã, somente de tarde ou somente de noite, sem
alternância), não seria o caso de aplicabilidade das regras atinentes ao turno ininterrupto de revezamento
(TIR).

Seguindo adiante no assunto precisamos destacar outro aspecto relevante para fins de prova:

Se a empresa parar de funcionar um dia por semana (aos domingos, por exemplo) isto
prejudica a tipificação do TIR?

Resposta: Não. Parte da doutrina entende que isso seria necessário, mas o TST já possui entendimento
quanto ao fato de as interrupções da atividade empresarial não descaracterizarem o regime de turno
ininterrupto de revezamento; vejamos o verbete relacionado ao tema:

1
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho.12 Ed. São Paulo: LTr, 2013, p. 930.

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OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO


E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO

Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas
atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à
alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa
se desenvolva de forma ininterrupta.

Outra questão que pode ser exigida em provas:

Se o empregador concede um intervalo intrajornada (15 minutos para lanche, por


exemplo), isso descaracteriza o regime de TIR?

Resposta: Não, visto que o termo “ininterrupto” se refere à alternância dos turnos em si, e não impede que
haja intervalo intrajornada (durante o turno) para descanso dos empregados:

SUM-360 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS INTRAJORNADA E


SEMANAL

A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o


intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada
de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.

Corrobora o entendimento a posição do Ministro Godinho2:

“(...) a ideia de falta de interrupção dos turnos centra-se na circunstância de que eles se
sucedem ao longo das semanas, quinzenas ou meses, de modo a se encadearem para cobrir
todas as fases da noite e do dia – não tendo relação com o fracionamento interno de cada
turno de trabalho.”

Este tema foi exigido no concurso de AFT 2009/2010:

ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, a concessão do intervalo para repouso e
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para descanso semanal, descaracteriza o sistema de turnos
ininterruptos de revezamento previsto na Constituição.
Pelo que estudamos, a alternativa é incorreta.

2
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 915.

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Continuando no assunto precisamos analisar a viabilidade da existência de turno ininterrupto de


revezamento com jornada acima de 06 horas.

Pelo disposto na CF/88 isto é possível, desde que pactuado por meio de negociação coletiva:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva;

Deste modo, é permitido que haja turnos de revezamento com jornadas de até 08 horas.

Caso não haja tal previsão na negociação coletiva as horas excedentes à 6ª deverão ser remuneradas como
extraordinárias.

Entretanto, se houver previsão no acordo ou convenção, as horas excedentes à 6ª (no caso, a 7ª e 8ª) não
serão remuneradas como extra:

SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO


MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento
não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

No caso de empregado horista que labore em turnos ininterruptos de revezamento, do mesmo modo caberá
o pagamento da hora e seu respectivo adicional caso a jornada seja prorrogada para além da sexta hora.

Este é o entendimento da do seguinte verbete do TST:

OJ-SDI1-275 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA. HORAS EXTRAS E


ADICIONAL. DEVIDOS

Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado horista submetido


a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das horas extraordinárias
laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional.

Segue abaixo trecho de julgado do TST que corrobora este entendimento:

“Esta Corte tem reiteradamente decidido que, no caso de trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, as horas extras excedentes a sexta diária, devem ser pagas
de forma integral, com o respectivo adicional, independentemente de o empregado ser

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horista ou mensalista, pois a contraprestação remunera apenas as seis primeiras horas


trabalhadas”.

(RR - 41700-69.2008.5.15.0086, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de


Julgamento: 29/08/2012, 6ª Turma, Data de Publicação: 31/08/2012)

Se houver previsão em negociação coletiva, por exemplo, de jornada de 07 (sete) horas em turnos
ininterruptos, haveria o pagamento da 7ª hora, mas não caberia o pagamento do adicional (mínimo de 50%)
desta hora, pois o sindicato concordou em que a jornada fosse de 07 (sete) horas, ou seja, esta 7ª hora não
será extraordinária.

Para encerrar o tópico sobre turnos ininterruptos é necessário comentar a Súmula 110 do TST, que trata dos
casos em que não são respeitados o descanso semanal e o intervalo interjornada.

Como veremos durante esta aula, o descanso semanal é de 24 horas consecutivas, enquanto o intervalo
entre duas jornadas de trabalho (chamado de intervalo interjornada) é de no mínimo 11 (onze) horas.

Assim, do término de uma jornada do turno ininterrupto até o início da próxima jornada que sucede o
descanso semanal deve haver 35 horas de intervalo (24 + 11).

Caso não se respeite esse intervalo de descanso deve haver o pagamento das horas, inclusive com o
respectivo adicional:

SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO

No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24


horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre
jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo
adicional.

Exemplo: a jornada de sábado encerrou-se às 22h00min, e o descanso semanal é domingo. Somando o


intervalo interjornada e o descanso semanal, a jornada de segunda-feira somente poderia iniciar às
09h00min.

Segue abaixo a visualização do exemplo na linha do tempo:

Intervalo
Jornada encerrada às Descanso semanal Início da jornada às
interjornada de 11
22h00min de sábado de 24 horas 08h00min de segunda
horas

Se a jornada de segunda-feira tivesse iniciado às 08h00min, de acordo com a Súmula 110, dever-se-ia pagar
1 (uma) hora como extraordinária, inclusive com o respectivo adicional.

Vejamos uma questão sobre o tema:

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CESPE/TRT21 – Técnico Judiciário – Área Judiciária - 2010


Considere que Jacinto esteja sujeito ao turno ininterrupto de revezamento e tenha trabalhado das 16 horas
às 22 horas do sábado e retornado ao trabalho na segunda-feira seguinte para cumprir jornada das 6 horas
às 12 horas. Nessa situação, Jacinto não tem direito ao pagamento de hora extra.
Alternativa incorreta, pois Jacinto faria jus a 3 horas extras.

Observando nosso quadro, podemos ver que Jacinto somente poderia ter iniciado seu labor na segunda-feira
às 09h00min, e como começou antes não foi respeitado o intervalo mínimo.

Trabalho intermitente

Como já comentamos em outro momento do curso, intermitente é o contrato de trabalho escrito no qual a
prestação de serviços não é contínua. Nesta modalidade de contrato de trabalho, há alternância de períodos
de trabalho e inatividade, independentemente do tipo de atividade do empregador ou da função do
empregado.

Assim, o empregador pactua com o empregado uma remuneração, todavia ela será devida apenas nas
situações em que o empregado for convocado a trabalhar.

Tal jornada vinha sendo implantada pelas grandes redes de fast food, por meio da chamada “jornada de
trabalho móvel e variável”, e condenada pelo TST3, já que

“sujeito ao arbítrio do empregador, o empregado não pode programar a sua vida


profissional, familiar e social, pela falta de certeza do seu horário de trabalho e sua exata
remuneração mensal”

Vejam que os períodos de inatividade do empregado não são considerados tempo à disposição do
empregador. Assim, não se aplicam a tais períodos o disposto no art. 4º da CLT 4.

Rememorando o funcionamento desta modalidade contratual:

Surgindo a necessidade, o empregador convoca o empregado para a prestação de serviços. O empregado


deve ser convocado com antecedência de, no mínimo, 3 dias (corridos) e ser informado acerca da jornada
de trabalho.

Recebida a convocação, o empregado pode optar por aceitar ou não o chamado. O obreiro tem o prazo de
1 dia útil para responder ao chamado, presumindo-se como recusa o silêncio.

3
A exemplo do decidido no RR-9891900-16.2005.5.09.0004.
4
CLT, art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

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Caso aceite e compareça ao local de trabalho, o empregado terá sua jornada de trabalho computada e,
portanto, remunerada.

Por outro lado, o período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e,
portanto, não haverá remuneração.

CLT, art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve
conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor
horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento
que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.

§ 1º O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação


de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de
antecedência.

§ 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao


chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.

§ 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho


intermitente.

Agora, se o empregado aceita a convocação e, posteriormente, ou o empregado ou o empregador desistem,


sem justo motivo, há previsão de pagamento de multa de 50% da remuneração que seria devida:

CLT, art. 452-A, § 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que
descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50%
(cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual
prazo.

§ 5º O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador,


podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

Por exemplo: o empregado aceita a convocação do empregador para laborar em determinado período pelo
valor contratual de R$ 400,00. Todavia, ao comparecer no local de trabalho, o empregador informa que
mudou de ideia e não irá mais precisar dos serviços daquele trabalhador. Neste caso, o empregador deve
àquele trabalhador uma multa de 50% do que seria devido (isto é, R$ 200,00). Este valor deve ser pago em
30 dias ao empregado, permitindo-se compensação em igual período.

Sobre a alternância com períodos de inatividade, desconsiderados da jornada de trabalho, o Ministro


Godinho relembra que5:

5
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 154

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A noção de duração do trabalho envolve o tempo de disponibilidade do empregado em


face de seu empregador, prestando serviços efetivos ou não (caput do art. 4º da CLT). A Lei
13.467/2017, entretanto, ladinamente, tenta criar conceito novo: a realidade do tempo à
disposição do empregador, porém sem os efeitos jurídicos do tempo à disposição.

Assim, interpretando sistematicamente a legislação trabalhista, o Ministro Godinho conclui6 que o


empregado intermitente faz jus a, pelo menos, o salário mínimo mensal, mesmo que suas convocações não
tenham totalizado tal quantia, pois trata-se de direito constitucional7:

O que os preceitos legais fazem é, nada mais nada menos, do que criar mais uma
modalidade de salário por unidade de obra, ou, pelo menos, de salário-tarefa: o salário
contratual será calculado em função da produção do trabalhador no respectivo mês,
produção a ser estimada pelo número de horas em que se colocou, efetivamente, à
disposição do empregador no ambiente de trabalho, segundo convocação feita por esse
empregador.

Tratando-se, pois, de salário por unidade de obra ou de salário-tarefa, tem o empregado


garantido, sem dúvida, o mínimo fixado em lei (salário mínimo legal), em periodicidade
mensal.

Por fim, destaco que o trabalho intermitente é um dos temas em


que o negociado irá se sobrepor ao legislado (CLT, art. 611-A, VIII).

Outras jornadas especiais

Iniciaremos o tópico com as disposições relativas aos bancários, que possuem previsão de jornada
diferenciada na CLT:

CLT, art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias
e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos
sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.

§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre 7


(sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um
intervalo de 15 (quinze) minutos para alimentação.

6
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 155
7
CF, art. 7º, VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

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Pela regra estabelecida os bancários não trabalharão nos sábados e, com isso, o divisor a ser aplicado para a
categoria é 180 (6 horas x 30 dias), diferentemente do divisor aplicado em regra que é, como vimos acima,
de 220 horas.

Entretanto, nem todos os empregados da categoria serão vinculados à limitação de jornada definida acima,
visto que a lei traz a exceção dos ocupantes de funções de gerência, fiscalização, chefia e equivalentes:

CLT, art. 224, § 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de
direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos
de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário
do cargo efetivo.

Além disso, o gerente também não estará sujeito a controle de jornada, desde que cumpridos os requisitos
do art. 62 da CLT:

CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

(...)

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se


equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou
filial.

Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados
mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo
salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).

No caso do segmento bancário, a regra do art. 62 se aplicaria ao gerente geral da agência, enquanto a do art.
224 se aplicaria aos gerentes de contas, de relacionamento, etc. Nesta linha o ensinamento de Valentin
Carrion8:

“Gerente de agência bancária. Os hábitos contemporâneos permitem distinguir duas


espécies de empregados absolutamente distintas, apesar de terem a mesma denominação:
de um lado, o gerente titular, ou principal, da agência bancária, com mais poderes de
representação, e de decisão, sem fiscalização imediata, a não ser a genérica de
regulamentos e normas internas (...), e, de outro lado, um ou vários gerentes de segundo
nível, que prestam contas e submissão ao gerente-titular. A CLT acolhe o primeiro, no art.
62, II, e os segundos, verdadeiros subgerentes, apesar de outra denominação que utilizam,
e que estão inseridos, junto com outros cargos de segundo nível, no art. 224, §2º, da CLT.”

----

8
CARRION, Valentim. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 150-151.

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Há também previsão na CLT de regra específica para os trabalhadores em minas de subsolo:

CLT, art. 293 - A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas no
subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis) semanais.

O trabalho em subsolo nas atividades de mineração é responsável por uma série de agravos à saúde, que
vão desde o choque elétrico até pneumoconiose (doença do pulmão ocasionada pelo contato com sílica livre
cristalizada, oriunda da poeira gerada pela extração de minérios).

Dadas as condições de insalubridade da atividade, existe até previsão de redução deste limite máximo:

CLT, art. 295, parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá
ser inferior a 6 (seis) horas diárias, por determinação da autoridade de que trata este artigo,
tendo em vista condições locais de insalubridade e os métodos e processos do trabalho
adotado.

Além disso, como em alguns empreendimentos a boca da mina (entrada para o subsolo) fica a vários
quilômetros da frente de trabalho, a CLT também esclareceu que este tempo de deslocamento deve ser
computado:

CLT, art. 294 - O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local do trabalho
e vice-versa será computado para o efeito de pagamento do salário.

No que tange às atividades de telefonia, a CLT também trouxe previsões distintas da regra geral:

CLT, art. 227 - Nas empresas que explorem o serviço de telefonia, telegrafia submarina ou
subfluvial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos
operadores a duração máxima de seis horas contínuas de trabalho por dia ou 36 (trinta e
seis) horas semanais.

Com base nesta previsão legal, o TST estendeu a regra aos empregados que operam telefone de mesa (de
empresas em geral):

SUM-178 TELEFONISTA. ART. 227, E PARÁGRAFOS, DA CLT. APLICABILIDADE

É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de telefonia o


disposto no art. 227, e seus parágrafos, da CLT.

Os operadores de teleatendimento e telemarketing (atividades recentes, que não existiam quando da


publicação da CLT) não possuem restrição legal de sua jornada de trabalho.

Estas pessoas laboram em locais denominados call centers, que são ambientes de trabalho nos quais a
principal atividade é conduzida via telefone e/ou rádio com utilização simultânea de terminais de
computador.

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Ainda não há consenso doutrinário sobre a aplicação analógica do artigo 227 da CLT (comentado acima) para
as atividades de teleatendimento e telemarketing.

Sobre isto é de notar que havia um verbete do TST, cancelado em 2011, que dispunha ser inaplicável, por
analogia, a jornada reduzida do art. 227 a esta categoria:

OJ-SDI1-273 "TELEMARKETING". OPERADORES. ART. 227 DA CLT. INAPLICÁVEL

A jornada reduzida de que trata o art. 227 da CLT não é aplicável, por analogia, ao operador
de televendas, que não exerce suas atividades exclusivamente como telefonista, pois,
naquela função, não opera mesa de transmissão, fazendo uso apenas dos telefones
comuns para atender e fazer as ligações exigidas no exercício da função.

Frise-se que há disposições específicas sobre intervalos durante a jornada de trabalho dos operadores de
teleatendimento e telemarketing na NR 17 (ERGONOMIA), mas este é um assunto a ser tratado no curso de
Segurança e Saúde no Trabalho.

Em relação à categoria dos jornalistas profissionais a CLT possui seção específica, onde se estipula jornada
diferenciada:

CLT, art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta Seção
não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite.

CLT, art. 304 - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete) horas, mediante
acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao excesso do
tempo de trabalho, em que se fixe um intervalo destinado a repouso ou a refeição.

Quanto aos operadores cinematográficos a Consolidação define jornada padrão de 06 (seis) horas:

CLT, art. 234 - A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus
ajudantes não excederá de seis horas diárias, assim distribuídas:

a) 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o funcionamento


cinematográfico;

b) 1 (um) período suplementar, até o máximo de 1 (uma) hora para limpeza, lubrificação
dos aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.

Em relação aos tripulantes de embarcações pode-se destacar o artigo 248:

CLT, art. 248 - Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia civil, o tripulante
poderá ser conservado em seu posto durante 8 (oito) horas, quer de modo contínuo, quer
de modo intermitente.

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§ 1º - A exigência do serviço contínuo ou intermitente ficará a critério do comandante e,


neste último caso, nunca por período menor que 1 (uma) hora.

Aproveitando o tópico, precisamos comentar também sobre a situação dos trabalhadores contratados a
tempo parcial.

Nesta modalidade de contratação o empregado tem jornada inferior ao padrão de 08 horas diárias e 44
semanais, com a redução proporcional de seu salário:

CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade
de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

§ 2º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante
opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de
negociação coletiva.

Assim, a jornada de um empregado contratado a tempo parcial pode ser, por exemplo, de 05 horas diárias
(de segunda a sexta).

O §2º do artigo 58-A abriu a possibilidade de que, mediante negociação coletiva, empregados sujeitos à
jornada padrão de 08 horas pudessem ter seu regime de trabalho alterado para tempo parcial, mediante a
redução proporcional dos salários.

Após a reforma trabalhista, permitiu-se a realização de horas extras pelo trabalhador em tempo parcial, a
depender do limite de jornada. Assim, após a reforma há duas situações de trabalhador em regime de tempo
parcial:

a) sem prestação de horas extras: limite semanal de 30 horas


b) com a possibilidade de prestar horas extras: limite semanal de 26 horas

Neste último caso, as horas extras ficam limitadas a 06 horas suplementares por semana (totalizando, no
máximo, 32 horas).

Vejam as alterações:

Antes Depois
CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime
de tempo parcial aquele cuja duração não de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a vinte e cinco horas semanais. exceda a trinta horas semanais, sem a
possibilidade de horas suplementares
semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não
exceda a vinte e seis horas semanais, com a
possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais.

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CLT, art. 59, § 4º Os empregados sob o regime CLT, art. 59, § 4º (Revogado)
de tempo parcial não poderão prestar horas
extras.

Corrobora as regras a seguinte questão adaptada, cujo gabarito é a alternativa (E):

FCC/TRT8 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2010 (adaptada)


Solange é empregada da empresa Amor Perfeito, trabalhando como ajudante na elaboração de cestas de
café da manhã. Solange é considerada empregada em regime de tempo parcial. Neste caso, a duração da
sua jornada de trabalho
(A) poderá ser livremente pactuada entre as partes, desde que não ultrapasse vinte e oito horas semanais,
sendo vedada a prestação de horas extras.
(B) não poderá exceder a vinte horas semanais, sendo vedada a prestação de horas extras.
(C) deverá ser obrigatoriamente de vinte e quatro horas semanais.
(D) poderá ser livremente pactuada entre as partes, desde que não ultrapasse dezoito horas semanais, bem
como oito horas extras mensais.
(E) não poderá exceder a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou a
vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de prestação de horas suplementares, limitadas a seis.

Em relação ao trabalhador parcial com jornada inferior a 26 hs semanais, o limite de horas extras semanais
é de 6 horas:

CLT, art. 58-A, § 4º Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser
estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a
este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no
§ 3º [adicional HE de 50%], estando também limitadas a seis horas suplementares
semanais.

Para finalizar o assunto regime de tempo parcial, destaco que a compensação, se for realizada até a semana
posterior, pode se dar sem acordo prévio (“diretamente”):

CLT, art. 58-A, § 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser
compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução,
devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não
sejam compensadas.

Outras regras sobre o trabalhador em tempo parcial serão estudadas em outros momentos do curso.

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Para facilitar o estudo e a revisão, compilamos o seguinte quadro sobre as jornadas especiais que acabamos
de estudar:

ATIVIDADE LIMITES DA JORNADA ESPECIAL FUNDAMENTO


Bancários 6 horas diárias e CLT, art. 224

30 horas semanais
Serviços de telefonia 6 horas diárias e CLT, art. 227
Minas de subsolo CLT, art. 293
36 horas semanais
Jornalistas profissionais 5 horas diárias CLT, arts. 303-304
(prorrogável até 7 horas, por acordo
escrito)
Operadores cinematográficos 6 horas diárias CLT, art. 234
(5 horas na cabina + 1 hora para
limpeza/lubrificação)
Regime de Tempo parcial 30 horas semanais (sem HEs) CLT, art. 58-A

26 horas semanais (com possibilidade


de HEs)

E já que, logo acima, falamos em horas extras, passemos ao próximo assunto da aula, que é justamente a
jornada extraordinária.

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TRABALHO EXTRAORDINÁRIO E COMPENSAÇÃO DE


JORNADA

Jornada extraordinária

A jornada extraordinária (também conhecida como sobrejornada ou horas extraordinárias) é o lapso


temporal em que o empregado permanece laborando após sua jornada padrão (jornada normal).

O limite de horas extraordinárias diárias estabelecido pela CLT é o seguinte:

CLT, art. 59 A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número
não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

Atenção para o fato de que, por simples acordo entre empregado e empregador, é possível a realização de
horas extraordinárias.

O efeito do acordo de horas suplementares é que cabe ao empregador exigir do empregado a prestação da
sobrejornada quando for necessário (jus variandi do empregador), não podendo o empregado se recusar a
prestar tais horas.

E se a empresa mantém empregados laborando acima do limite máximo permitido em lei,


isso a exime do pagamento das horas extraordinárias excedentes de 2?

Certamente não, mas tendo em vista as alegações de que a sobrejornada ilegal não deveria ser remunerada
(por ser ilegal) o TST editou Súmula 376:

SUM-376 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS

I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador
de pagar todas as horas trabalhadas.

Ainda sobre o acordo escrito é oportuno comentarmos sobre a impossibilidade de pré-contratação de horas
extraordinárias.

Seria o caso da contratação de profissional bancário cuja jornada padrão diária deva ser de 06 horas, sendo
contratado para prestar 08 horas diárias.

SUM-199 BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador bancário, é


nula. Os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as

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horas extras com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais não
configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário.

Sobre o assunto, lembremos que não se admite a legalidade de condições que prejudiquem o empregado:

CLT, art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

Quanto à sobrerremuneração (adicional) da hora extra, vejamos o dispositivo constitucional e as regras


celetistas:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento


à do normal;

No mesmo sentido, o §1º do art. 59, com alteração dada pela Lei 13.467, de julho de 2017:

CLT, art. 59, § 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento)
superior à da hora normal.

Também é viável (e bastante comum) que acordos coletivos de trabalho (ACT) e convenções coletivas de
trabalho (CCT) prevejam percentuais maiores que 50%.

Nestes casos, deve-se respeitar a previsão da negociação coletiva, mais benéfica à categoria.

Isto permite concluir que toda hora suplementar será remunerada com o respectivo
adicional?

A resposta é negativa.

No caso de regime de compensação de horas haverá a prestação de labor além da jornada padrão, mas,
como as horas serão compensadas, não será devido o respectivo adicional.

Nesta linha, segue o ensinamento do Ministro Godinho1, citando Amauri Mascaro Nascimento:

“A noção de jornada extraordinária não se estabelece em função da remuneração


suplementar à do trabalho normal (isto é, pelo pagamento do adicional de horas extras).
Estabelece-se em face da ultrapassagem da fronteira normal da jornada. A remuneração

1
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 936.

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do adicional é apenas um efeito comum da sobrejornada, mas não seu elemento


componente necessário.”

Compensação de jornada
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Falaremos aqui sobre as duas modalidades de compensação de jornada: o acordo de prorrogação de jornada
(compensação mensal) e o banco de horas (compensação que ultrapassa o módulo mensal).

As principais diferenças para fins de prova são as seguintes:

Compensação de jornada

Acordo de prorrogação de jornada Banco de horas

Compensação que ultrapassa o módulo


Compensação mensal
mensal

ANUAL:
SEMESTRAL:
sua validade
Sua validade demanda acordo escrito ou sua validade
demanda previsão
tácito entre empregador e empregado demanda acordo
em negociação
escrito
coletiva

Vejamos agora outros aspectos importantes sobre o assunto.

➢ Acordo de prorrogação de jornada

Além de prever a duração normal do trabalho (regra geral) de 08 horas diárias e 44 horas semanais, a CLT
prevê a possibilidade de compensação, que ocorre quando o empregado trabalha algumas horas a mais em
um (ou mais) dia(s) e menos em outro(s):

CLT, art. 59 - A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número
não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

Segue abaixo um cartão ponto hipotético, para analisar esta regra:

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CARTÃO PONTO

Dia Entrada Saída do intervalo Retorno do Saída


intervalo

Segunda-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h47min

Terça-feira 07h58min 12h02min 14h01min 18h49min

Quarta-feira 07h56min 12h01min 13h59min 18h47min

Quinta-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h50min

Sexta-feira 07h59min 12h03min 14h01min 18h49min

Sábado - - - -

Domingo - - - -

Neste caso hipotético (que é bem comum no cotidiano) o empregado trabalhou mais que 08 horas de
segunda a sexta, mas não laborou no sábado.

Desconsiderando as pequenas variações no ponto a jornada do empregado foi de 08h48min de segunda a


sexta, o que resulta em 44 horas de trabalho no módulo semanal (08h48min x 5 dias).

O resultado disto é que não será devido pagamento de adicional de horas extras.

Após a reforma trabalhista, a CLT passou a permitir:

✓ a compensação dentro de até um mês (não mais apenas intrassemanal, como vinha entendendo a
jurisprudência dominante) e
✓ o estabelecimento mediante acordo individual tácito ou escrito (até então, a CLT exigia acordo
individual escrito)

Vejam abaixo o dispositivo que regula o estabelecimento de tal modalidade:

CLT, art. 59, § 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.

Portanto, diferentemente da compensação de jornada por meio de banco de horas, que exige previsão em
negociação coletiva (anual) ou acordo escrito (semestral), o acordo de prorrogação de jornada pode ser
realizado mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou, até mesmo, tácito.

O estabelecimento da compensação de jornada mensal foi cobrado na questão abaixo, correta:

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É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, desde que
a compensação se dê no mesmo mês.

Apesar de a CLT não ter mencionado o acordo verbal, entende-se que ele também será válido, já que, até
mesmo, o tácito é aceito.

Criticando a possibilidade de acordo tácito constante do §6º do art. 59, o Ministro Godinho leciona que2:

A interpretação literalista desse novo preceito, entretanto, conduziria à deflagração de


profunda insegurança jurídica para o trabalhador no contexto da relação de emprego, além
de exacerbar o poder unilateral do empregador nessa relação já fortemente assimétrica. A
interpretação lógico-racional, sistemática e teleológica (..) devem conduzir,
equilibradamente, à compreensão no sentido da necessidade, pelo menos, da pactuação
bilateral escrita para a validade do mencionado regime compensatório clássico. (grifou-se)

É importante notar que o acordo de prorrogação não se confunde com o banco de horas (tratado a seguir).

➢ Banco de horas

Outra possibilidade de compensação de jornada é o banco de horas, na qual a compensação extrapola o


período de um mês.

O banco de horas atende ao jus variandi do empregador, que exigirá mais labor (hora extras) quando haja
maior demanda do mercado e, ao revés, quando a produção ficar em ritmo mais lento, poderá dispensar o
empregado de alguns dias de trabalho para compensar as horas positivas do banco, tudo isso sem
pagamento de horas extraordinárias.

Para a modalidade de banco de horas, a Lei 13.467 (reforma trabalhista) criou a possibilidade de um banco
de horas semestral, além do banco de horas anual, que já existia.

O banco de horas semestral pode ser estabelecido por meio de acordo individual escrito (até então, só podia
se falar em “banco de horas” por meio de negociação coletiva):

CLT, art. 59, § 5º O banco de horas de que trata o § 2º3 deste artigo poderá ser pactuado
por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis
meses.

2
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 129
3
CLT, art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no

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Assim, a cada semestre esse banco de horas poderia ser renovado diretamente com o empregado, por meio
de simples acordo escrito.

Já em relação ao banco de horas anual, por força do disposto no §2º do art. 59, a CLT exige o ajuste mediante
negociação coletiva, mesmo após a reforma trabalhista:

CLT, art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo
de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o
limite máximo de dez horas diárias.

Por outro lado, o banco de horas anual é um dos assuntos em que o negociado poderá prevalecer sobre o
legislado:

CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (..)

II - banco de horas anual;

Portanto, em relação ao banco de horas anual, poderiam ser estabelecidas outras regras, ainda que
desvantajosas ao trabalhador.

Vejam a questão abaixo, errada:

FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


O banco de horas anual pode ser pactuado por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção
coletiva de trabalho.

Segue abaixo um resumo destas modalidades de acordo com a reforma trabalhista:

período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
horas diárias.

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➢ Demais aspectos sobre compensação de jornada

A Lei 13.467 positivou na CLT entendimento do TST previsto na então SUM-85, III4:

CLT, art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada,
inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do
pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração
máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

Exemplo: um empregado que, sem ter acordado a compensação de jornada com seu empregador, laborou
durante 44 horas durante uma semana. Dessas 44 horas, ele laborou 10 horas de segunda a quinta-feira, e
mais 4 horas na sexta-feira, totalizando as 44.

Note que, nesse caso, entre segunda e quinta ele laborou 2 horas extras por dia.

Pergunta: Ele deve receber cada uma dessas horas como extra?

A resposta é não, pois, no total, ele não extrapolou a jornada pela qual ele é remunerado.

Isto porque o salário do empregado já inclui todas as horas trabalhadas, e, por isso, o não atendimento das
exigências legais (acordo individual) implicará pagamento apenas do respectivo adicional.

4
SUM-85, III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante
acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada
máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

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Nesse caso, por força do art. 59-B acima, ele não deve receber tais horas como extra, mas apenas o adicional
de 50% relativo a cada uma delas.

-----

Outra inovação da Lei 13.467 diz respeito ao fato de que a prestação de horas extras habituais não mais
descaracteriza os acordos de compensação de jornada:

CLT, art. 59-B, parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o
acordo de compensação de jornada e o banco de horas.

Note que tal disposição é contrária ao que vinha entendendo o TST, por meio da SUM-85, IV5.

-----

Ressalto, ainda, que para os empregadores menores de idade, a compensação de jornada exige previsão em
ACT/CCT (diferentemente dos empregados em geral):

CLT, art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:

I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção


ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de
horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro (...);

-----

Para finalizar este tópico, pergunto:

O que acontece se o empregado tem o contrato de trabalho rescindido antes de ser


“zerado” o saldo de horas a compensar?

Exemplo: o empregado da empresa XPTO Ltda., com banco de horas ajustado com seu empregador, é
demitido com um saldo de 20 horas no seu banco.

Neste caso, estas 20 horas deverão ser pagas como horas extras por ocasião da sua rescisão, considerando
o valor-hora da remuneração à época da rescisão:

CLT, art. 59, § 3º Na hipótese de rescisão do Contrato de Trabalho sem que tenha havido a
compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2º e 5º deste artigo, o

5
SUM-85, IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas
que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à
compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário.

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trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas
sobre o valor da remuneração na data da rescisão.

➢ Compensação 12 x 36 horas

Com a reforma trabalhista, regulamentou-se em lei a possibilidade da jornada de 12 horas de trabalho por
36 de descanso. Assim, a CLT passou a permitir o estabelecimento da jornada de 12 horas de trabalho por
36 de descanso por meio de ACT/CCT ou, até mesmo, de acordo individual escrito:

CLT, art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas
de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação6.

Vejam que tal dispositivo amplia as possibilidades de estabelecimento da jornada 12x36 que eram
mencionadas na SUM-444 do TST7, a qual exigia lei ou negociação coletiva.

Portanto, de acordo com o art. 59-A da CLT, é permitida a jornada 12x36 estabelecida, inclusive, por meio
de acordo individual escrito (e não apenas por meio de ACT/CCT).

Há outros cinco pontos que chamam a atenção acerca desta jornada.

1) Os trabalhadores em escala de 12x36 não têm direito à remuneração em dobro pelos feriados trabalhados
(contrariando o entendimento fixado anteriormente pelo TST), tampouco em relação aos domingos
trabalhados. Portanto, se a escala de trabalho recai em um feriado, por exemplo, considera-se que tal labor
está naturalmente compensado, já que o empregado teria outras 36hs de descanso na sequência.

2) O segundo ponto importante é que abre-se a possibilidade de que os intervalos intrajornada na escala
12x36 não sejam necessariamente concedidos. Pela parte final do dispositivo acima, tais intervalos podem
ser observados ou, caso não sejam concedidos, serão indenizados.

3) Além disso, tais trabalhadores não têm direito ao recebimento de adicional noturno (ou à redução ficta
da hora noturna) pela prorrogação de trabalho noturno, a que se refere o art. 73, §5º, da CLT 8.

Adiante, a literalidade do dispositivo celetista sob comento:

CLT, art. 59-A, parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto
no caput deste artigo [12x36] abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal

6
Em julho/2023, o STF confirmou a constitucionalidade do art. 59-A da CLT (ADI 5.994).
7
SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.
É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada
exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro
dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira
e décima segunda horas.
8
CLT, art. 73, § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

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remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados


e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do
art. 73 desta Consolidação.

4) Por fim, é possível o estabelecimento de jornada 12x36 em atividade insalubre sem a necessidade de
licença prévia do MTb:

CLT, art. 60, parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia [para prorrogação
de jornada em atividades insalubres] as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis
horas ininterruptas de descanso.

5) Aprofundando um pouco mais, vale destacar que, tratando-se da escala 12x36, o TST tem considerado
que a prestação de horas extras habituais torna inválido tal regime.

Ou seja, diferentemente do que ocorre para os demais regimes de compensação de jornada (para os quais
==274356==

aplica-se o parágrafo único do art. 59-B9), no regime de trabalho 12x36 não se admite a prestação de horas
extras habituais. Este é o entendimento a que chegou o TST no seguinte julgado:

a invalidade do regime 12X36 em decorrência da prestação habitual de horas


extraordinárias está em consonância com o entendimento jurisprudencial desta c. Corte.
No que diz respeito ao período de 11/11/2017 a 19/06/2018, o art. 59-A, da CLT
expressamente registra que "Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é
facultado às partes, (...) estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta
e seis horas ininterruptas de descanso (...)". O art. 59-B, parágrafo único, da CLT, indicado
como violado pela reclamada, constitui exceção à regra geral do art. 59/CLT e não é
possível a cumulação de exceções. Por esse motivo, não se aplica ao regime excepcional
do art. 59-A da CLT (12 x 36 horas) a regra exceptiva do art. 59-B, parágrafo único, da CLT.

TST-RR1000761-18.2018.5.02.0708, 6ª Turma, rel. Des. Conv. Cilene Ferreira Amaro


Santos, julgado em 18.9.2019

Resumindo a regulamentação celetista quando à escala 12x36, temos o seguinte:

9
CLT, art. 59-B, parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.

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Prorrogação de jornada em necessidades imperiosas


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Existem situações previstas em lei nas quais a realização de horas extraordinárias independerá de acordo
entre empregador e empregado.

São casos excepcionais nos quais o labor extraordinário torna-se necessário, situações em que o empregador
lança mão de seu poder diretivo para exigir a prestação da sobrejornada.

➢ Força maior

No caso de força maior aplicam-se os seguintes dispositivos:

CLT, art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do


limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para
atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa
acarretar prejuízo manifesto.

(...)

§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora
excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste
artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora
normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.

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CLT, art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à
vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.

Quanto ao adicional de hora extraordinária, vimos que atualmente vigora o percentual de 50%, definido na
CF/88.

Ainda quanto à definição de força maior ressalte-se que não se enquadram neste conceito fatores derivados
de planos econômicos.

Após a reforma trabalhista, a sobrejornada em caso de força não mais requer comunicação à autoridade
competente em matéria de trabalho.

Por fim, frise-se que há previsão celetista de sobrejornada de menores nos casos de força maior:

CLT, art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:

(...)

II - excepcionalmente, por motivo de fôrça maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com
acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sôbre a hora normal e
desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do
estabelecimento.

Quanto ao adicional de hora extraordinária, novamente, vimos que atualmente vigora o percentual mínimo
de 50%, definido na CF/8810.

➢ Serviços inadiáveis

Seguindo adiante, os serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto são
caracterizados como situações nas quais o labor do empregado é emergencial para que não haja prejuízo ao
empregador.

O exemplo típico é a guarda de produtos perecíveis, atividade que não pode ser postergada sob pena de a
mercadoria estragar.

Após a reforma trabalhista, a sobrejornada em caso de serviços inadiáveis não mais requer comunicação à
autoridade competente em matéria de trabalho.

Vejam como ficou a redação do art. 61, §1º:

10
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

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Antes Depois
CLT, art. 61, § 1º - O excesso, nos casos deste CLT, art. 61, § 1o
O excesso, nos casos deste
artigo [jornada suplementar por necessidade artigo, pode ser exigido independentemente de
imperiosa], poderá ser exigido convenção coletiva ou acordo coletivo de
independentemente de acordo ou contrato trabalho.
coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10
(dez) dias, à autoridade competente em matéria
de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no
momento da fiscalização sem prejuízo dessa
comunicação.

➢ Recuperação do tempo perdido

Já as paralisações empresariais para recuperação do tempo perdido estão previstas no art. 61, §3º da CLT.

São casos nos quais a atividade empresarial sofreu solução de continuidade, e as horas extras serão exigidas
do empregado independente de acordo para recuperar o tempo perdido com a interrupção da atividade do
estabelecimento causado por força maior:

CLT, art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do


limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para
atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa
acarretar prejuízo manifesto.

(...)

§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de


força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho
poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o
número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de
10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita
essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.

Nesta hipótese de sobrejornada a CLT exige prévia autorização da autoridade competente.


------
Elaboramos um quadro resumo com as semelhanças e diferenças entre as 3 espécies de prorrogação de
jornada que formam o gênero necessidade imperiosa:

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Serviços inadiáveis ou Recuperação do tempo


cuja inexecução possa perdido decorrente de
Força maior
acarretar prejuízo causas acidentais ou força
manifesto maior
Comunicação Comunicação ao MTb, Comunicação ao MTb, Comunicação prévia ao
ao MTb dentro de 10 (dez) dias. dentro de 10 (dez) dias. MTb.
2 (duas) horas ao dia, desde
Não há limite que não exceda de 10 (dez)
Não poderá exceder de
Sobrejornada expressamente fixado na horas diárias, em período
12 (doze) horas
CLT não superior a 45 (quarenta
e cinco) dias por ano.
Máximo de 12 (doze) horas
Trabalho de
e desde que o trabalho do Proibido Proibido
menores
menor seja imprescindível

Prorrogação em atividades insalubres


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Como já adiantado acima, o art. 60 da CLT exige inspeção e licença prévia do Ministério do Trabalho11 para
prorrogação de jornada em atividades insalubres:

CLT, art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham
a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos
necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e
municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

Por outro lado, com a Lei 13.467, de julho de 2017, a CLT passou a possibilitar que negociação coletiva
dispense autorização prévia para prorrogação de jornada em atividades insalubres:

CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

(..)

XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho;

11
Atual Ministério da Economia.

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Tal dispensa de licença prévia mediante negociação coletiva colide com o que vinha dispondo a SUM-85,
item VI12.

12
SUM-85, VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva,
sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT.

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INTERVALOS

Descansos

Tanto a duração do trabalho quanto os períodos de descanso têm reflexos na saúde do trabalhador. Assim,
o entendimento dominante é que tais regras se revestem de caráter de normas de ordem pública, de modo
que tais regras não eram consideradas de livre negociação por parte das entidades sindicais.

Todavia, com a reforma trabalhista, o legislador buscou deixar claro que as normas sobre duração ou
intervalos não se enquadram como sendo de segurança e saúde para fins de negociação coletiva:

CLT, art. 611-B, parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do
disposto neste artigo.

Dessa forma, as regras sobre duração do trabalho e intervalos são passíveis de negociação, como prevê a
CLT, no art. 611-A, incisos I a III.

Intervalo intrajornada
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Intervalo intrajornada é o intervalo concedido durante a jornada, para descanso e alimentação.

Segue novamente o artigo da CLT que delimita a duração do intervalo intrajornada:

CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

Assim, como adiantado no tópico anterior, temos 3 situações:

Jornada Intervalo intrajornada


Não há obrigatoriedade de concessão
Igual ou inferior a 04 horas
de intervalo intrajornada
Maior que 04 horas e igual ou inferior a 06
Intervalo de 15 minutos
horas
Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

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Segue uma questão que explorou a regra, cujo gabarito é (E):

FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2008


Maria, Joana e Diana são empregadas da empresa ÁGUA, atuando as três na função de auxiliar
administrativo. Maria possui jornada de trabalho diária de seis horas; Joana possui a jornada de trabalho
diária de cinco horas e Diana possui jornada de trabalho diária de quatro horas. Neste caso, de acordo com
a Consolidação das Leis do Trabalho, será obrigatório um intervalo intrajornada de quinze minutos para
(A) Diana, apenas.
(B) Maria, Joana e Diana, igualmente.
(C) Joana e Diana.
(D) Maria, apenas.
(E) Maria e Joana.

Para que haja intervalo intrajornada superior a 2 horas é necessário acordo escrito (entre empregador e
empregado) ou previsão em negociação coletiva.

Após a reforma trabalhista, a CLT passou a permitir a redução do intervalo intrajornada para jornadas
superiores a 06 horas mediante negociação coletiva. É a prevalência do “negociado sobre o legislado”.

Tal redução, que somente pode se dar por meio de negociação coletiva, fica limitada ao mínimo de 30
minutos de intervalo:

CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (..)

III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas
superiores a seis horas;

Portanto, como regra geral, o intervalo intrajornada para jornadas superiores a 06 horas é de 1 a 2 horas,
podendo ser reduzido, por meio de negociação coletiva, para até 30 minutos.

Outra possibilidade de redução do intervalo mínimo, consiste na redução com autorização do MTb,
conforme previsto no próprio art. 71, em seu §3º:

CLT, art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser
reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço
de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os
respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.

Em relação à exigência de que os empregados não estejam submetidos à prorrogação de jornada para fins
da redução mediante autorização do MTb, é interessante destacar entendimento do TST, no sentido de que,

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mesmo havendo autorização do MTb, não se admite tal redução nos dias de trabalho em que houver
prestação de horas extras (ainda que esporádicas):

Não se admite a redução do intervalo intrajornada nos dias em que concomitantemente


houver prestação de horas extras, ainda que presente a autorização do Ministério do
Trabalho a que se refere o art. 71, § 3º, da CLT. Na hipótese, registrou-se que além de a
empresa ter autorização para reduzir o intervalo intrajornada, o empregado não estava
submetido a regime de trabalho prorrogado a horas suplementares, mas apenas prestava
horas extras de forma esporádica. (..).

TST-E-RR-168000-85.2009.5.02.0027, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 24.5.2018.


Informativo TST 179

Além da exceção vista pouco acima (aplicável aos empregados em geral), admite-se também a redução do
intervalo intrajornada para os domésticos1 (como será detalhado adiante) e para os motoristas profissionais2.
Temos, portanto, quatro principais possibilidades de redução do intervalo intrajornada.

Incorporando estas regras e exceções ao nosso quadro anterior:

Jornada Intervalo intrajornada


Igual ou inferior a 04 horas Não há obrigatoriedade de concessão de
intervalo intrajornada
Maior que 04 horas e igual ou Intervalo de 15 minutos
inferior a 06 horas
Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas
Superior a 06 horas Superior a 2 horas somente se houver acordo
escrito ou previsão em negociação coletiva
Superior a 06 horas Inferior a 1 hora, somente se:
✓ negociação coletiva (mínimo de 30 min) ou
✓ houver autorização do MTb ou
✓ doméstico (acordo escrito) ou
✓ motorista (negociação coletiva)

1
LC 150, art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora
e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30
(trinta) minutos.

2
CLT, art. 71, § 5º - O intervalo expresso no caput [intervalo intrajornada de 1 a 2 horas] poderá ser reduzido e/ou fracionado, e
aquele estabelecido no § 1º [intervalo intrajornada de 15 minutos] poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término
da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho,
ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas,
cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte
coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.

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E nos casos em que o empregador não concede o intervalo intrajornada mínimo, quais são
as consequências?

No âmbito administrativo haverá a autuação pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, e na esfera trabalhista a


obrigatoriedade do pagamento do período não concedido com o respectivo adicional:

CLT, art. 71, § 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada


mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas seguidas sem intervalo, haverá a obrigatoriedade
de remunerá-lo com hora extra o intervalo de 1 hora não concedido (o que não afasta a conduta irregular
do empregador, que mesmo pagando o adicional poderá ser autuado).

Nos casos em que o intervalo é parcialmente concedido (por exemplo, deveria conceder 1 hora e concedeu
apenas 30 minutos), após a reforma trabalhista, o empregado tem o direito a receber como extra apenas o
período suprimido (não implica o pagamento total do período correspondente).

Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas e o intervalo é parcialmente concedido (por
exemplo, deveria conceder 1 hora e concedeu apenas 30 minutos) apenas os 30 minutos não concedidos
devem ser pagos como extra.

Este é um dos vários pontos alterados na CLT pela Lei 13.467, de sorte que a nova redação do art. 71, §4º, é
em sentido contrário à interpretação que o TST vinha dando por meio da SUM-4373 (que previa o pagamento
integral no caso do intervalo concedido parcialmente).

Outra alteração promovida pela reforma trabalhista: tal quantia paga terá natureza indenizatória, de forma
que não irá repercutir em outras verbas, em sentido contrário ao que vinha entendendo o TST 4.

Vejam como ficou a redação do art. 71, §4º:

3
SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.
I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso
e alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem
prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
4
SUM-437, III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de
27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.

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Antes Depois
CLT, art. 71, § 4º Quando o intervalo para CLT, art. 71, § 4º - A não concessão ou a
repouso e alimentação, previsto neste artigo, concessão parcial do intervalo intrajornada
não for concedido pelo empregador, este ficará mínimo, para repouso e alimentação, a
obrigado a remunerar o período correspondente empregados urbanos e rurais, implica o
com um acréscimo de no mínimo cinqüenta por pagamento, de natureza indenizatória, apenas
cento sobre o valor da remuneração da hora do período suprimido, com acréscimo de 50%
normal de trabalho. (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.

Tal alteração foi cobrada na questão abaixo, correta:

CESPE/PGE-PE – Procurador – 2018 (adaptada)


A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo implicará o pagamento apenas do
período suprimido, sendo a natureza desse pagamento indenizatória.

Ok, entendi! Mas...

O que é considerado concessão parcial deste intervalo?

Digamos que o empregado teria direito a 1hr de intervalo, mas, na prática, somente foram concedidos 57
minutos (isto é, 3 minutos a menos). Tal situação já deveria atrair os efeitos do art. 71, §4º, transcrito acima?

A resposta é um sonoro não!

De acordo com tese fixada pelo TST em março de 20195, apenas as variações que ultrapassarem, ao todo, 5
minutos deverão gerar repercussões favoráveis ao empregado:

A redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada aquela de até 5


(cinco) minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes de
pequenas variações de sua marcação nos controles de ponto, não atrai a incidência do
artigo 71, § 4º, da CLT. A extrapolação desse limite acarreta as consequências jurídicas
previstas na lei e na jurisprudência.

Portanto, se a redução for ínfima (menor que 5 minutos) e não habitual, a rigor não haveria que se falar em
concessão parcial!

------

5
IRR-1384-61.2012.5.04.0512. 25/3/2019. Rel. Min. Katia Magalhães Arruda. Analisado sob a redação do art. 71, §4º, anterior à
reforma trabalhista.

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Neste momento precisamos comentar sobre situações peculiares que, de acordo com a legislação,
configuram repousos remunerados.

A CLT prevê descansos intrajornada específicos para os exercentes de atividades de mecanografia e para os
empregados que laboram em ambientes refrigerados.

O intervalo para quem labora em ambientes refrigerados é disciplinado pelo art. 253:

CLT, art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-
versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será
assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como
de trabalho efetivo.

Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que
for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério
do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus),
e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus)6.

Sobre este intervalo é importante conhecer a Súmula 438 do TST, criada em setembro de 2012:

SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO. AMBIENTE


ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA.

O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos


do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem
direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT.

O intervalo intrajornada específico para os exercentes de atividades em ambientes refrigerados é o seguinte:

CLT, art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-
versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será
assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como
de trabalho efetivo.

O parágrafo único deste artigo dispõe que

CLT, art. 253, parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente
artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial
do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º
(doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).

6
Esta divisão geográfica em zonas climáticas utiliza o mapa Brasil Climas, elaborado pelo IBGE.

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O importante a ser destacado neste verbete é que ele garante o direito à pausa de 20 minutos a cada
1h40min ao empregado que esteja submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio,
mesmo que não labore em câmara frigorífica.

------

Sobre o intervalo nas atividades de mecanografia, a CLT estabelece que

CLT, art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou


cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá
um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.

Deste modo, estas são situações em que o empregado não estará prestando serviços, mas por força de lei,
e tendo em vista que a natureza gravosa destes serviços assim o exige, deverão ser concedidos tais intervalos
remunerados.

A atividade de digitação não existia à época da elaboração da CLT, pois não havia a utilização generalizada
de computadores.

Como o exercício da atividade do digitador possui efeitos semelhantes às outras funções citadas no artigo
72 da CLT (problemas nos tendões em face da repetitividade da tarefa) a Súmula 346 consolida a aplicação
analógica do intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho:

SUM-346 DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 72


DA CLT

Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores


nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm
direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho
consecutivo.

Estamos quase no fim do assunto Intervalo Intrajornada (ufa!). Vamos lá!

-------

Outra categoria que possui intervalo diferenciado são os trabalhadores em minas de subsolo:

CLT, art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será obrigatória
uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será computada na duração
normal de trabalho efetivo.

-------

Por fim, outra categoria de trabalhadores que merece comentário especial, diz respeito ao maquinista
ferroviário. Em virtude da existência da Súmula 446 transcrita abaixo, consideramos oportuno analisarmos
também o intervalo intrajornada desta categoria.

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SUM-446 MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSÃO PARCIAL


OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS. COMPATIBILIDADE ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, §
5º, DA CLT.

A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por constituir-se em medida


de higiene, saúde e segurança do empregado, é aplicável também ao ferroviário maquinista
integrante da categoria "c" (equipagem de trem em geral), não havendo incompatibilidade
entre as regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT.

Os trabalhadores ferroviários foram divididos pela CLT em categorias7, e a categoria C é a dos trabalhadores
da equipagem de trens em geral.

Vamos ler os dispositivos celetistas citados na Súmula 446:

CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas.

(...)

§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para


repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza
indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento)
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

[SEÇÃO V - DO SERVIÇO FERROVIÁRIO] CLT, art. 238. Será computado como de trabalho
efetivo todo o tempo, em que o empregado estiver à disposição da estrada.

(...)

§ 5º O tempo concedido para refeição não se computa como de trabalho efetivo, [senão]
então para o pessoal da categoria c, quando as refeições forem tomadas em viagem ou nas
estações durante as paradas. Esse tempo não será inferior a uma hora, exceto para o
pessoal da referida categoria em serviço de trens.

7
CLT, art. 237 - O pessoal a que se refere o artigo antecedente [do serviço ferroviário] fica dividido nas seguintes categorias:
a) funcionários de alta administração, chefes e ajudantes de departamentos e seções, engenheiros residentes, chefes de depósitos,
inspetores e demais empregados que exercem funções administrativas ou fiscalizadoras;
b) pessoal que trabalhe em lugares ou trechos determinados e cujas tarefas requeiram atenção constante; pessoal de escritório,
turmas de conservação e construção da via permanente, oficinas e estações principais, inclusive os respectivos telegrafistas; pessoal
de tração, lastro e revistadores;
c) das equipagens de trens em geral;
d) pessoal cujo serviço é de natureza intermitente ou de pouca intensidade, embora com permanência prolongada nos locais de
trabalho; vigias e pessoal das estações do interior, inclusive os respectivos telegrafistas.

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Verifica-se, portanto, que o intervalo intrajornada da referida categoria de ferroviários é diferente da regra
geral que estudamos ao longo do curso, balizada pelo artigo 71 da CLT. Neste caso a CLT admite intervalo
inferior a 1 hora.

Em que pese o fato, a Súmula dispõe que a não concessão do intervalo fará com que o empregador seja
obrigado a indenizar o período de repouso não concedido, nos termos do art. 71, § 4º.

Ou seja: o artigo 71 da CLT não é aplicável aos ferroviários, mas o § 4º do mesmo dispositivo se aplica àquela
categoria.

Ressaltamos apenas a correção feita no texto do § 5º do art. 238 da CLT acima, dado que, de acordo com a
redação publicada no DOU de 1943, o correto é “senão” em vez de “então”, até mesmo para dar lógica ao
trecho.

Segue quadro que compila os intervalos especiais que acabamos de estudar:

ATIVIDADE INTERVALO ESPECIAL (*) FUNDAMENTO


interior das câmaras frigoríficas 20min de descanso para cada CLT, art. 253
(ou ambiente artificialmente frio) 1:40 de trabalho contínuo SUM-438
digitador e serviços de mecanografia 10min de descanso para cada 90min CLT, art. 72
(datilografia, escrituração ou cálculo) de trabalho SUM-346

Serviços de telefonia, radiotelefonia e 20min de descanso para cada 3hs de CLT, art. 229
radiotelegrafia - variáveis trabalho contínuo
Minas de subsolo 15min de descanso para cada 3 hs CLT, art. 298
consecutivas de trabalho

(*) todos estes são remunerados

➢ Especificidades do trabalhador doméstico

Vimos acima as regras aplicáveis segundo a CLT. Já o empregado doméstico possui regras distintas, conforme
previsto na LC 150/2015.

A principal diferença é que, no caso do empregado doméstico, é possível ocorrer o fracionamento e até
mesmo a redução do intervalo intrajornada por simples acordo escrito.

Buscando conferir flexibilidade às relações de emprego doméstico, a LC 150 admite que o horário de almoço
seja reduzido para 30 minutos, desde que sejam liberados do trabalho também 30 minutos mais cedo e que
tal pacto se dê por escrito:

LC 150, art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo
período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante
prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.

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Além da redução mencionada acima, é possível o fracionamento do intervalo intrajornada para os


empregados domésticos que residem no local de trabalho. Portanto, para os domésticos que residem no
local de trabalho, é possível fracionar o intervalo intrajornada em dois períodos, com limite mínimo de uma
hora cada um, sendo que os dois, somados, deverão observar o limite de quatro horas:

LC 150, art. 13, § 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo
poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no
mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.

Por exemplo: o empregador poderá conceder dois intervalos de duas horas (2+2=4); ou o primeiro de uma
e o segundo de três horas (1+3=4).

Intervalo interjornadas
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Intervalo interjornada é o espaço de tempo entre duas jornadas de trabalho, que não pode ser menor que
11 (onze) horas, como regra geral:

CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.

Deste modo, se um empregado termina sua jornada no dia x às 22h00min, ele só pode iniciar sua jornada
em x + 1 às 09h00min.

Assim como vimos quanto ao intervalo intrajornada não concedido, aqui também caberá pagamento de
adicional caso desrespeitado o intervalo mínimo de 11 horas entre duas jornadas de trabalho.

No caso do intervalo intrajornada vimos que o pagamento é determinado pela CLT (art. 71), e no caso do
intervalo interjornadas (art. 66) o pagamento foi definido através de entendimento jurisprudencial:

OJ-SDI1-355 INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO


PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART.
71 DA CLT

O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por


analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST8,
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas
do respectivo adicional.

8
SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo
de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo
adicional.

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Exemplo: a jornada de quinta-feira encerrou-se às 22h00min, e com o intervalo interjornada mínimo de 11


horas, a jornada de sexta-feira somente poderia iniciar às 09h00min.

Segue abaixo a visualização do exemplo na linha do tempo:

Jornada encerrada às Intervalo interjornada de 11 Início da jornada às 07h00min


22h00min de quinta-feira horas de sexta-feira

A jornada de sexta-feira deveria ter iniciado às 09h00min, e com isso foi desrespeitado o intervalo
interjornada de 11 (onze) horas.

De acordo com a OJ 355, neste exemplo deve-se pagar 2 (duas) hora como extraordinárias, inclusive com o
respectivo adicional.

A citada Súmula 110 foi estudada no tópico turnos ininterruptos de revezamento:

SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO

No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24


horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre
jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo
adicional.

Nos casos de haver descanso semanal remunerado, esta regra que acabamos de estudar irá ter mais uma
variável, que estudaremos dentro do próximo tópico.

Repouso semanal remunerado


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

O repouso semanal remunerado (RSR) é o período de 24 horas consecutivas em que o empregado não
trabalha e nem permanece à disposição do empregador.

Há previsão do descanso semanal remunerado (DSR) na Constituição:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

A Lei 605/1949, que dispõe sobre o DSR e o pagamento de salário nos dias de feriados civis e religiosos,
estabelece em seu artigo 1º que “todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e
quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das
empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local”.

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Além da CF/88 e da lei 605/1949, a própria CLT também traz a obrigatoriedade do DSR preferencialmente
aos domingos:

CLT, art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e


quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.

Especificamente para o caso de atividades do comércio em geral, que usualmente funcionam nos fins de
semana (restaurantes, bares, supermercados, etc.), a Lei 10.101/2000 estabeleceu um critério objetivo para
a coincidência do DSR com os domingos:

Lei 10.101/2000, art. 6º Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do
comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da
Constituição.

Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez
no período máximo de três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de
proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação coletiva.

Assim, para as atividades que não se enquadrem no comércio em geral, entende-se que o DSR deve coincidir
com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço.

Quanto à Lei 605/49, que menciona a necessidade de coincidência do DSR com os domingos “nos limites das
exigências técnicas das empresas”, registre-se que ela mesma inclui nesta expressão as empresas
prestadoras de serviços públicos e de transportes (art. 10, § único).

Voltando à periodicidade do descanso, estudamos que ele deve ser semanal, mas o conceito aparentemente
simples gera algumas controvérsias.

Se o empregado, por exemplo, folga um dia, trabalha outros quatorze e depois folga mais
um dia, estão sendo concedidos tempestivamente os DSR?

Dentro deste debate é relevante mencionar o conceito de descanso hebdomadário, segundo o qual o
descanso deve ocorrer após seis dias de trabalho.

O TST adotou a tese do descanso hebdomadário, sendo, portanto, negativa a resposta de nossa pergunta
anterior:

OJ-SDI1-410 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA


CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO.

Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia
consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

Agora, o que acontece se o empregado labora no domingo ou em um feriado?

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Nesta situação, deve haver:

✓ a compensação (caso em que o trabalhador deixaria de trabalhar outro dia da semana) ou


✓ pagamento em dobro.

Trata-se de uma decorrência da SUM-146 do TST e também da OJ-410 da SDI-1:

Súmula nº 146 do TST

TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO

O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro,
sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

E, por falar em feriado, lembro que a reforma trabalhista, objetivando


conferir ainda mais flexibilidade ao empregador, deixou assente que
a troca do dia do feriado é um dos assuntos em que o negociado
prevalece sobre o legislado:

CLT, art. 611-A, XI - troca do dia de feriado;

Agora voltando ao descanso semanal, vamos falar sobre a remuneração do descanso semanal. É importante
frisar que tal descanso sempre deverá ser concedido, mas sua remuneração está condicionada à assiduidade
e pontualidade do empregado, de acordo com previsão da Lei 605/49:

Lei 605/49, art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o
empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo
integralmente o seu horário de trabalho.

Se o empregado faltar injustificadamente ou não for pontual, perderá


a remuneração do descanso semanal.

O descanso semanal em si, entretanto, continua a ser devido! Ou seja:


neste caso, será um “descanso semanal não remunerado”.

A própria Lei 605/49 define quais seriam os motivos justificadores das faltas, como casamento, doação de
sangue, alistamento como eleitor, serviço militar, etc., ou seja, situações configuradas como interrupção do
contrato de trabalho.

Antes de finalizar o tópico vamos retomar o assunto anterior, do intervalo interjornada. Vimos que o DSR
deve ser de 24 horas consecutivas, enquanto o intervalo interjornada deve ser de 11 horas consecutivas.

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Sendo assim, deve haver um intervalo de 35 horas (24h + 11h) durante a semana, conjugando-se o DSR e o
intervalo interjornada. No caso, teríamos:

Jornada encerrada Início da jornada às


Intervalo interjornadas
às 22h00min de DSR 09h00min de
de 11 horas
sábado segunda-feira

Neste exemplo abaixo foi desrespeitada a regra, pois entre a saída do sábado (20h50min) e o retorno na
segunda (05h58min) não houve 35 horas de intervalo:

CARTÃO PONTO

Dia Entrada Saída do Retorno do Saída


intervalo intervalo

Segunda-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h47min

Terça-feira 07h58min 12h02min 14h01min 18h49min

Quarta-feira 07h56min 12h01min 13h59min 18h47min

Quinta-feira 07h58min 12h02min 14h02min 18h50min

Sexta-feira 07h59min 12h03min 14h01min 18h49min

Sábado 11h00min 15h01min 17h03min 20h50min

Domingo - - - -

Segunda-feira 05h58min 12h00min 13h02min 15h48min

Um último comentário, decorrente de alteração legislativa promovida pela Lei 14.128/2021, relacionada à
pandemia da Covid-19. Por razões de isolamento, o legislador dispensou o empregado da comprovação de
doença, por meio de atestado médico, por 7 dias.

Ou seja, como regra geral, para que um trabalhador que ficou doente não perca o direito à remuneração do
repouso semanal, deverá apresentar um atestado médico, nos termos previstos no §2º do art. 6º da Lei
605/1949. No entanto, tratando-se de Covid-19 e para permitir o respeito ao isolamento, mesmo que o

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empregado não esteja realmente doente, a justificativa para a falta ao trabalho poderá ser apenas a
necessidade de isolamento, a qual deverá ser apresentada para a empresa no 8º dia de afastamento:

Lei 605/1949, art. 6º, § 4º Durante período de emergência em saúde pública decorrente da
Covid-19, a imposição de isolamento dispensará o empregado da comprovação de doença
por 7 (sete) dias.

§ 5º No caso de imposição de isolamento em razão da Covid-19, o trabalhador poderá


apresentar como justificativa válida, no oitavo dia de afastamento, além do disposto neste
artigo, documento de unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) ou documento
eletrônico regulamentado pelo Ministério da Saúde.” (NR)

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RESUMO
Aspectos gerais

➢ Segundo a CLT, o tempo gasto no deslocamento da residência do empregado até o local da efetiva
ocupação do posto de trabalho: não será computado na jornada de trabalho (qualquer que seja o
meio de transporte).

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Compensação de jornada
Compensação de jornada

Acordo de prorrogação de jornada Banco de horas

Compensação que ultrapassa o módulo


Compensação mensal
mensal

ANUAL:
SEMESTRAL:
sua validade
Sua validade demanda acordo escrito ou sua validade
demanda previsão
tácito entre empregador e empregado demanda acordo
em negociação
escrito
coletiva

Não atendimento das exigências legais para compensação de jornada:

➢ se não ultrapassada a duração máxima semanal: não implica a repetição do pagamento das horas
excedentes à jornada normal diária, sendo devido apenas o respectivo adicional;
➢ se ultrapassada a duração máxima semanal: implica o pagamento das horas acrescidas do respectivo
adicional.

A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de
horas.

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Hora noturna

Controle da jornada de trabalho

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Intervalos

A) Intervalo intrajornada (regra geral):

Jornada Intervalo intrajornada

Igual ou inferior a 04 horas Não há obrigatoriedade de concessão de


intervalo intrajornada

Maior que 04 horas e igual ou inferior a 06 Intervalo de 15 minutos


horas

Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Superior a 06 horas Superior a 2 horas somente se houver


acordo escrito ou previsão em
negociação coletiva

Superior a 06 horas Inferior a 1 hora, somente se:


✓ negociação coletiva (mínimo de 30
min) ou
✓ houver autorização do MTb ou
✓ doméstico (acordo escrito) ou
✓ motorista profissional (negociação
coletiva)

CLT, art. 71, § 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada


mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento,
de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50%
(cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

B) Intervalos intrajornada especiais:

INTERVALO ESPECIAL
ATIVIDADE FUNDAMENTO
REMUNERADO
interior das câmaras frigoríficas 20min de descanso para cada CLT, art. 253
(ou ambiente artificialmente frio) 1:40 de trabalho contínuo SUM-438
digitador e serviços de mecanografia 10min de descanso para cada 90min CLT, art. 72
(datilografia, escrituração ou cálculo) de trabalho SUM-346

Serviços de telefonia, radiotelefonia e 20min de descanso para cada 3hs de CLT, art. 229
radiotelegrafia - variáveis trabalho contínuo
Minas de subsolo 15min de descanso para cada 3 hs CLT, art. 298
consecutivas de trabalho

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C) Intervalo interjornada

D) Repouso Semanal Remunerado

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CONCLUSÃO
Pessoal,

Este assunto é bastante para as provas de concursos públicos. Várias das regras estudadas foram objeto de
alteração pela reforma trabalhista, como destacamos ao longo da aula.

Não destacamos nenhum tópico em especial, pois o assunto é cobrado de maneira uniforme, sendo
necessário entender todos os aspectos atinentes a jornada e descansos.

Este é um tema carregado de regras celetistas e de jurisprudência do TST. No estudo e revisão do assunto,
portanto, não deixem de ler (e reler) as súmulas e OJs do TST.

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

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LISTA DE LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E OJ DO TST


RELACIONADOS AO TEMA

Constituição Federal/88

CF,88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

(...)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;

(...)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do


normal;

(...)

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;

CLT

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição
do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente
consignada.

§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como
período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco
minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha
própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
atividades particulares, entre outras:

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I - práticas religiosas;

II - descanso;

III - lazer;

IV - estudo;

V - alimentação;

VI - atividades de relacionamento social;

VII - higiene pessoal;

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na
empresa.

Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não
excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

§ 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de


horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.

§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por
qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.

§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto
de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à
disposição do empregador.

§ 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de
acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado,
bem como a forma e a natureza da remuneração.

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
vinte e cinco horas semanais.

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele
cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até
seis horas suplementares semanais.

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§ 2º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção
manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação
coletiva.

§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo
de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.

§ 4º Na hipótese de o Contrato de Trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em


número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão
consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3º, estando também limitadas
a seis horas suplementares semanais.

§ 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas


diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua
quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.

§ 6º É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do


período de Férias a que tiver direito em abono pecuniário.

§ 7º As Férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta
Consolidação.

Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número
não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante
contrato coletivo de trabalho.

§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a


importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por
cento) superior à da hora normal.

Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

§ 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da
hora normal.

§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva
de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em
outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas
semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

§ 3º Na hipótese de rescisão do Contrato de Trabalho sem que tenha havido a compensação


integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2º e 5º deste artigo, o trabalhador terá direito
ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
data da rescisão.

§ 4o Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.

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§ 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual
escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

§ 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou


escrito, para a compensação no mesmo mês.

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário
de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados
ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo
abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em
feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno,
quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.”

Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive
quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas
excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo
devido apenas o respectivo adicional.

Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de


compensação de jornada e o banco de horas.

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados
no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por
ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser
acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos
métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades
sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de


trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal
ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização
ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.

§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou
contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em
matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo
dessa comunicação.

§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

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§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora
excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo,
a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o
trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro
limite.

§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força


maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser
prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias
indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias,
em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia
autorização da autoridade competente.

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de


trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no
registro de empregados;

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam,


para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa [MP
1.108/2022].

Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados
no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação
de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta
por cento).

Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e interessados, e a participação em lucros e


comissões, salvo em lucros de caráter social, não exclui o participante do regime deste Capítulo.

Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o


salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta)
vezes o número de horas dessa duração.

Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em
lugar desse número, o de dias de trabalho por mês.

Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora normal será obtido dividindo-se o salário
diário correspondente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de
efetivo trabalho.

Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas
consecutivas para descanso.

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Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço,
deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.

Art. 67 - É assegurado a todo empregado um repouso semanal remunerado de vinte e quatro


horas consecutivas, preferencialmente aos domingos. (MP 905)

Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, será sempre
subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.

Parágrafo único - A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por sua
natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro
do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades.
Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com discriminação do período autorizado,
o qual, de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.

§ 2º Para os estabelecimentos de comércio, será observada a legislação local. (MP 905)

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora
e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de


15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de
Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem
sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido
pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo
de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.

§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e


alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória,
apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.

§ 5º - O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido
no § 1º poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora
trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo
coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho

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a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos
serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de
cada viagem.

Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada


período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez)
minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20
% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas
de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm,
pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os
quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo
trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será calculado sobre o
salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já
acrescido da percentagem.

§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-
se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos.

§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

Art. 74 - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.

§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação


da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções
expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
permitida a pré-assinalação do período de repouso.

§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do


registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste
artigo.

§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.” (NR)

Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa
Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados,
perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.

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§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre 7 (sete)
e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de 15
(quinze) minutos para alimentação.

§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência,
fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que
o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo.

Art. 225 - A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser excepcionalmente prorrogada
até 8 (oito) horas diárias, não excedendo de 40 (quarenta) horas semanais, observados os
preceitos gerais sobre a duração do trabalho.

Art. 226 - O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também se aplica aos empregados de
portaria e de limpeza, tais como porteiros, telefonistas de mesa, contínuos e serventes,
empregados em bancos e casas bancárias.

Parágrafo único - A direção de cada banco organizará a escala de serviço do estabelecimento de


maneira a haver empregados do quadro da portaria em função, meia hora antes e até meia hora
após o encerramento dos trabalhos, respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias.

Art. 227 - Nas empresas que explorem o serviço de telefonia, telegrafia submarina ou subfluvial,
de radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos operadores a
duração máxima de seis horas contínuas de trabalho por dia ou 36 (trinta e seis) horas semanais.

Art. 234 - A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus ajudantes não
excederá de seis horas diárias, assim distribuídas:

a) 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o funcionamento cinematográfico;

b) 1 (um) período suplementar, até o máximo de 1 (uma) hora para limpeza, lubrificação dos
aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.

Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-aviso e de


prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que
faltem à escala organizada.

§ 2º Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa,


aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso"
será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, serão
contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.

§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada,


aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão
serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.

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Art. 248 - Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte e quatro) de cada dia civil, o tripulante poderá ser
conservado em seu posto durante 8 (oito) horas, quer de modo contínuo, quer de modo
intermitente.

§ 1º - A exigência do serviço contínuo ou intermitente ficará a critério do comandante e, neste


último caso, nunca por período menor que 1 (uma) hora.

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1
(uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20
(vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

Art. 293 - A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas no subsolo não
excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis) semanais.

Art. 294 - O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local do trabalho e vice-versa
será computado para o efeito de pagamento do salário.

Art. 295 - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser elevada até 8 (oito) horas
diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais, mediante acordo escrito entre empregado e
empregador ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa prorrogação à prévia licença da
autoridade competente em matéria de higiene do trabalho.

Parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser inferior a 6 (seis)
horas diárias, por determinação da autoridade de que trata este artigo, tendo em vista condições
locais de insalubridade e os métodos e processos do trabalho adotado.

Art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa
de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho
efetivo.

Art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta Seção não deverá
exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite.

Art. 304 - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete) horas, mediante acordo
escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao excesso do tempo de
trabalho, em que se fixe um intervalo destinado a repouso ou a refeição.

Art. 318 - Num mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor dar, por dia, mais de 4
(quatro) aulas consecutivas, nem mais de 6 (seis), intercaladas.

Art. 318 - O professor poderá lecionar em um mesmo estabelecimento por mais de um turno,
desde que não ultrapasse a jornada de trabalho semanal estabelecida legalmente, assegurado e
não computado o intervalo para refeição.

Art. 319 - Aos professores é vedado, aos domingos, a regência de aulas e o trabalho em exames.

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Art. 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino,
naquilo em que não colidirem com a proteção especial instituída por este Capítulo.

Parágrafo único - Não é regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho nas oficinas
em que sirvam exclusivamente pessoas da família da mulher e esteja esta sob a direção do
esposo, do pai, da mãe, do tutor ou do filho.

Art. 373 - A duração normal de trabalho da mulher será de 8 (oito) horas diárias, exceto nos casos
para os quais for fixada duração inferior.

Art. 381 - O trabalho noturno das mulheres terá salário superior ao diurno.

§ 1º - Para os fins desse artigo, os salários serão acrescidos duma percentagem adicional de 20%
(vinte por cento) no mínimo.

§ 2º - Cada hora do período noturno de trabalho das mulheres terá 52 (cinqüenta e dois) minutos
e 30 (trinta) segundos.

Art. 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais relativas à
duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste Capítulo.

Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:

I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou


acôrdo coletivo nos têrmos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em um
dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48
(quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada;

II - excepcionalmente, por motivo de fôrça maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com
acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sôbre a hora normal e desde que
o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.

Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto no art. 375, no


parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no art. 384 desta Consolidação.

Art. 414 - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um estabelecimento,
as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.

Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada.

§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já
tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à
aprendizagem teórica.

CLT, art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter
especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário

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mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma
função em contrato intermitente ou não.

§ 1º O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de


serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.

§ 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao


chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.

§ 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho


intermitente.

CLT, art. 452-A, § 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir,
sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por
cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.

§ 5º O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo


o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

CLT, art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à vontade
do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente.

CLT, Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;

II - banco de horas anual;

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores
a seis horas;

X - modalidade de registro de jornada de trabalho;

XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho;

CLT, art. 611-B, parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto
neste artigo.

Legislação específica

Lei 605/1949, art. 1º Todo empregado tem direito a um descanso semanal remunerado de vinte
e quatro horas consecutivas. (MP 905)

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Lei 605/1949, art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e
quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas
das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

Lei 605/49, art. 6º Não será devida a remuneração [do descanso semanal] quando, sem motivo
justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo
integralmente o seu horário de trabalho.

Lei 5.889/73, art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre
as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas
de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária.

Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a
remuneração normal.
==274356==

TST

SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO


DIURNO

I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os
efeitos.

II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o


adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

SUM-65 VIGIA

O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia noturno.

SUM-85 COMPENSAÇÃO DE JORNADA

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo
coletivo ou convenção coletiva.

II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em
sentido contrário.

III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive
quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas
excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido
apenas o respectivo adicional.

IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada.


Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como
horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais
apenas o adicional por trabalho extraordinário.

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V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade


banco de horas, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.

VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado
em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na
forma do art. 60 da CLT.

SUM-90 HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO

I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de
trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é
computável na jornada de trabalho.

II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do


transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere".

III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere".

IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa,


as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público.

V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que
extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional
respectivo.

SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO

No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas,


com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem
ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

SUM-112 TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO

O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e


refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo
e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe
aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º, da CLT.

SUM-118 JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS

Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei,


representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se
acrescidos ao final da jornada.

SUM-119 JORNADA DE TRABALHO

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Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários não têm


direito à jornada especial dos bancários.

SUM-140 VIGIA

É assegurado ao vigia sujeito ao trabalho noturno o direito ao respectivo adicional.

Súmula nº 146. TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO

O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem
prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

SUM-178 TELEFONISTA. ART. 227, E PARÁGRAFOS, DA CLT. APLICABILIDADE

É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de telefonia o disposto no
art. 227, e seus parágrafos, da CLT.

SUM-199 BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador bancário, é nula.


Os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras
com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais não configuram pré-
contratação, se pactuadas após a admissão do bancário.

SUM-229 SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS

Por aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são
remuneradas à base de 1/3 sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

SUM-320 HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA JORNADA DE TRABALHO

O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte fornecido,


para local de difícil acesso ou não servido por transporte regular, não afasta o direito à percepção
das horas "in itinere".

SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados [já que a súmula foi
aprovada antes da alteração no art. 74, §2º, pela Lei 13.874/2019] o registro da jornada de
trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de
frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida
por prova em contrário.

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento


normativo, pode ser elidida por prova em contrário.

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III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos
como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do
empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.

SUM-346 DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT

Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos
serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.

SUM-360 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS INTRAJORNADA E SEMANAL

A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o


intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6
(seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.

SUM-366 CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E


SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário
do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos
diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que
exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando
as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme,
lanche, higiene pessoal, etc)

SUM-376 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS

I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de
pagar todas as horas trabalhadas.

SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO


MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação
coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não tem direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT

I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado,


por si só, não caracteriza regime de sobreaviso.

II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal


por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou
equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de
descanso.

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SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71


DA CLT.

I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão total ou a concessão parcial do intervalo


intrajornada mínimo, para repouso e alimentação a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo
de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT),
sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.

II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão


ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança
do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII , da CF/1988),
infenso à negociação coletiva.

III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida
pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de
outras parcelas salariais.

IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo


intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para
descanso e alimentação não usufruídos como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma
prevista no art. 71, caput e § 4º, da CLT.

SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO. AMBIENTE


ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA.

O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos do


parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito ao
intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT.

SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE.

É valida, em caráter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por trinta e seis de descanso,
prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção
coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima
primeira e décima segunda horas.

SUM-446 MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSÃO PARCIAL OU


TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS. COMPATIBILIDADE ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA
CLT.

A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no art. 71 da CLT, por constituir-se em medida de


higiene, saúde e segurança do empregado, é aplicável também ao ferroviário maquinista
integrante da categoria "c" (equipagem de trem em geral), não havendo incompatibilidade entre
as regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT

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SUM-449 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 372 da SBDI-1)

A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da CLT,


não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5
minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.

Tese fixada pelo TST (IRR-1384-61.2012.5.04.0512. 25/3/2019)

A redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada aquela de até 5 (cinco)
minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes de pequenas variações
de sua marcação nos controles de ponto, não atrai a incidência do artigo 71, § 4º, da CLT. A
extrapolação desse limite acarreta as consequências jurídicas previstas na lei e na jurisprudência.

OJ-SDI1-60 PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI Nº 4.860/65, ARTS. 4º E 7º, § 5º)

I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas e sete
horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.

II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores portuários, observar-se-á
somente o salário básico percebido, excluídos os adicionais de risco e produtividade.

OJ-SDI1-127 HORA NOTURNA REDUZIDA. SUBSISTÊNCIA APÓS A CF/1988

O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso IX do
art. 7º da CF/1988.

OJ-SDI1-275 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA. HORAS EXTRAS E ADICIONAL.


DEVIDOS

Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado horista submetido a turno
ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das horas extraordinárias laboradas além da
6ª, bem como ao respectivo adicional.

OJ-SDI1-355 INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO


COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT

O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia,
os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se
pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo
adicional.

OJ-SDI1-360 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO E


NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO

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Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas
atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância
de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de
forma ininterrupta.

OJ-SDI1-388 JORNADA 12X36. JORNADA MISTA QUE COMPREENDA A TOTALIDADE DO PERÍODO


NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO.

O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda


a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas
após as 5 horas da manhã.

OJ-SDI1-395 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA REDUZIDA.


INCIDÊNCIA.

O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna
reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT
e 7º, XIV, da Constituição Federal.

OJ-SDI1-410 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA


CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO.

Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia
consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. Daud
Acerca do trabalho intermitente, julgue:
( ) O período de inatividade também será considerado tempo à disposição do empregador, por força do
princípio da continuidade da relação de emprego.

Comentários:

O período de inatividade não é computado como jornada de trabalho (ou seja, não é tempo à disposição do
empregador):

CLT, art. 452-A, § 5º O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

Gabarito: errada

2. CESPE/MPU – Analista - 2018


A concessão apenas parcial do intervalo para alimentação e repouso gera para o empregador a obrigação de
pagar ao empregado o valor correspondente ao intervalo integral acrescido de 50% do valor da remuneração
da hora normal de trabalho.

Comentários:

Tomando por base as disposições constantes da CLT, o pagamento desta indenização fica limitado ao
período suprimido do intervalo (não mais ao intervalo integral):

CLT, art. 71, § 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada


mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento,
de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50%
(cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas e o intervalo é parcialmente concedido (por
exemplo, deveria conceder 1 hora e concedeu apenas 30 minutos), como no caso desta questão, apenas os
30 minutos não concedidos devem ser pagos como extra.

Gabarito (E)

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3. CESPE/PGE-PE – Procurador – 2018 (adaptada)


A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo implicará o pagamento apenas do
período suprimido, sendo a natureza desse pagamento indenizatória.

Comentários:

Questão está correta, nos termos da atual redação do art. 71, §4º, da CLT:

CLT, art. 71, § 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada


mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Gabarito (C)

4. CESPE/EBSERH – Advogado – 2018


O tempo despendido para troca de roupa ou uniforme nas dependências da empresa será considerado como
hora de trabalho, ainda que não exista a obrigatoriedade de realizá-la na empresa.

Comentários:

Como não há obrigatoriedade de a troca de roupa ou uniforme ser realizada dentro da empresa, tal período
de tempo não é considerado tempo à disposição do empregador, nos termos da alteração promovida pela
reforma trabalhista:

CLT, art. 4º, § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação
[variações no registro de até 5 minutos e 10 minutos diários], quando o empregado, por
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras: (..)

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa.

Gabarito (E)

5. FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária - 2017


A partir das disposições introduzidas pela Lei nº 13.467/2017, sobre prorrogação e compensação de jornada
de trabalho, considere:
I. Em se tratando de trabalho em regime de tempo parcial, as horas suplementares da jornada de trabalho
normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução,
devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.

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II. Caso não seja computado na jornada de trabalho, o tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer
meio de transporte fornecido pelo empregador, é considerado como jornada extraordinária.
III. O banco de horas anual pode ser pactuado por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção
coletiva de trabalho.
IV. É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, desde
que a compensação se dê no mesmo mês.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e II.
(B) II e IV.
(C) III e IV.
(D) II e III.
(E) I e IV.

Comentários:

O item I, correto, pois enuncia corretamente as regras quanto à compensação do trabalho a tempo parcial:
se a compensação for realizada até a semana posterior, pode se dar sem acordo prévio (“diretamente”), do
contrário deve ocorrer o pagamento no mês seguinte:

CLT, art. 58-A, § 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser
compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução,
devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não
sejam compensadas.

O item II, incorreto, pois não há que se falar em horas in itinere após a reforma trabalhista.

CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva
ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio
de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

O item III está incorreto. Em relação ao banco de horas anual, por força do disposto no §2º do art. 59, a CLT
exige o ajuste mediante negociação coletiva, mesmo após a reforma trabalhista:

CLT, art. 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo
de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o
limite máximo de dez horas diárias.

O item IV, correto, já que se trata de compensação que não extrapola o módulo mensal:

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CLT, art. 59, § 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.

Gabarito (E)

6. CESPE/DPU – Defensor Público - 2017


Conforme o entendimento do TST, estará de acordo com a lei a concessão de repouso semanal remunerado
após o sétimo dia consecutivo de trabalho, desde que a empresa pague o valor correspondente a um dia de
trabalho do empregado.

Comentários:

Item errado, tendo em vista o que dispõe a OJ-410 da SDI-1 do TST:

OJ-SDI1-410 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA


CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO.

Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia
consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

Gabarito: errada

7. CESPE/PGE-SE – Procurador - 2017


De acordo com o TST, nos casos permitidos em lei, havendo convocação do empregado para trabalhar no
domingo ou feriado, a empresa deverá remunerar o empregado
A em valor correspondente ao dia de trabalho, sem perda da remuneração relativa ao repouso semanal.
B em valor correspondente ao dia de trabalho.
C em dobro ou conceder-lhe outro dia de folga para compensar o trabalho prestado.
D em dobro ou conceder-lhe dois dias de folga.
E em dobro, com perda da remuneração relativa ao repouso semanal.

Comentários:

Nesta situação, ou deve haver a compensação (caso em que o trabalhador deixaria de trabalhar outro dia da
semana) ou o pagamento em dobro, nos termos da SUM-146 do TST e também da OJ-410 da SDI-1:

Súmula nº 146 do TST

TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO

O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro,
sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

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Gabarito (C)

8. CESPE/DPU – Defensor Público – 2015 (adaptada)


Em regra, o empregado que trabalha para determinada empresa das 7 h às 19 h e tem intervalo de descanso
e refeição das 12 h às 16 h, sem acordo de prorrogação de intervalo, tem direito a receber duas horas extras
diárias, como tempo à disposição do empregador.

Comentários:

A questão aborda o caso do empregado que presta 08 horas de serviço diárias e usufrui intervalo intrajornada
de 04 horas, ou seja, superior ao limite máximo de 02 horas estabelecido na CLT.

A CLT assim dispõe:

CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um


intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

Como a questão diz que a prorrogação do intervalo não fora objeto de acordo, conclui-se que as duas horas
excedentes representam tempo à disposição do empregador, as quais devem ser remuneradas como extra.

Notem que a parte final do caput do art. 71 da CLT prevê a possibilidade de extensão do intervalo
intrajornada por meio de acordo escrito ou contrato coletivo para além das duas horas.

Além disso, é importante destacar a possibilidade de negociação coletiva a respeito da pactuação da jornada
de trabalho, de sorte que o negociado pode se sobrepor ao legislado, porém, a negociação fica limitada à
jornada constitucional que acabamos de estudar:

CLT, Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;

Gabarito: correta

9. CESPE/AGU – Procurador – 2015


Embora a CF preveja a jornada de seis horas no trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
havendo permissão de trabalho de até oito horas por meio de negociação coletiva, o TST entende que os
empregados abrangidos pela referida negociação não terão direito ao pagamento da sétima e da oitava hora
como extras.

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Comentários:

Com base na CF (art. 7º, XIV), é sim permitido que haja turnos de revezamento com jornadas de até 08 horas.

Caso não haja tal previsão na negociação coletiva as horas excedentes à 6ª deverão ser remuneradas como
extraordinárias.

Entretanto, se houver previsão no acordo ou convenção, as horas excedentes à 6ª (no caso, a 7ª e 8ª) não
serão remuneradas como extra:

SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO


MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento
não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

Gabarito: correta

10. CESPE/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2013


Para jornada de trabalho de até seis horas contínuas, é obrigatória a concessão de intervalo de uma hora
para descanso.

Comentários:

Em regra, para jornadas de até 06 horas, mas superiores a 04 horas, o intervalo que o empregador deve
conceder é de 15 minutos.

Gabarito: errada

11. CESPE/TELEBRAS – Advogado – 2013


Considere a situação hipotética na qual um obreiro com vínculo laboral de dez meses percebeu o piso
remuneratório legal. Referido obreiro tinha jornada semanal de vinte e uma horas, com intervalo legal para
tal jornada, e folga aos finais de semana. Sendo urbano o trabalhador, e seu trabalho compreendido entre
as 22 h e 05 h, seu contrato de trabalho será considerado noturno e a hora trabalhada será computada com
cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

Comentários:

Alternativa correta, que trata da hora ficta noturna:

CLT, art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30
segundos.

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Assim, um empregado que labora das 22h00min às 05h00min trabalha efetivamente 07 horas, mas isto
representa 08 horas de trabalho para fins de remuneração (52º30’ x 8 = 7 horas).

Gabarito: correta

12. CESPE/PGE-PI – Procurador – 2014 (adaptada)


É inválida a jornada de doze horas trabalhadas por trinta e seis horas de descanso, ainda que ajustada em
convenção coletiva de trabalho.

Comentários:

Item errado, com fundamento no seguinte dispositivo celetista:

CLT, art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas
de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

Gabarito: errada

13. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto – 2010 (Adaptada)


Não tem validade a cláusula de instrumento coletivo de trabalho que estabeleça jornada de oito horas para
os empregados que cumpram jornada em turno ininterrupto de revezamento e que possuam jornada
máxima de seis horas.

Comentários:

Alternativa incorreta. Existe ressalva na própria CF/88 sobre a duração do TIR:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva;

Sobre a remuneração das 7ª e 8ª horas convencionadas, a Súmula 423 dispensa o pagamento de adicional
de horas extras:

SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO


MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento
não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

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Gabarito: errada

14. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto – 2010 (Adaptada)


O empregado que trabalhe em regime de turno ininterrupto de revezamento, tiver seu repouso semanal
remunerado regular e que, oito horas após o encerramento do repouso, assumir nova escala de seis horas
de duração não terá direito a horas extras.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois não foi respeitado o intervalo interjornada mínimo de 11 horas:

SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO

No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24


horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre
jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo
adicional.

Gabarito: errada

15. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto – 2010 (Adaptada)


Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, apesar de
representarem tempo à disposição da empresa, não são remunerados como serviço extraordinário se
acrescidos ao final da jornada.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois nestes casos cabe a remuneração como hora extra:

SUM-118 JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS

Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei,


representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário,
se acrescidos ao final da jornada.

Gabarito: errada

16. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2009


O acordo individual pactuado entre um empregado e o empregador com o objetivo de compensação de
horas não possui qualquer validade.

Comentários:

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Questão incorreta, pois a compensação mensal pode ser encetada mediante acordo individual entre
empregado e empregador.

Gabarito: errada

17. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2009


O acordo de prorrogação de horas implica, para o empregado, a obrigatoriedade de fazer horas extras
quando requisitado, por até duas horas diárias.

Comentários:

Afirmação correta, pois, existindo o acordo, passa a ser prerrogativa de o empregador exigir a prestação da
sobrejornada (limitada a 2 horas diárias).

Gabarito: correta

18. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2009


Sempre que for requisitado pelo empregador, o empregado é obrigado a trabalhar em jornada
extraordinária, pois deve cumprir as ordens que lhe são emitidas.

Comentários:

Item incorreto, porque a prerrogativa de exigência de labor em sobrejornada só existirá se houver acordo
ou previsão em negociação coletiva.

Gabarito: errada

19. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2009


Entre duas jornadas de trabalho, deve haver intervalo mínimo de 11 horas consecutivas.

Comentários:

Proposição correta, pois o intervalo interjornada mínimo é de 11 horas:

CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.

Gabarito: correta

20. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2009


Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários têm direito à jornada
de trabalho especial dos bancários.

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Comentários:

Item incorreto, que abordou a seguinte Súmula do TST:

SUM-119 JORNADA DE TRABALHO

Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários não


têm direito à jornada especial dos bancários.

Gabarito: errada

21. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2009


Um empregado com 17 anos de idade pode desenvolver sua jornada de trabalho no período noturno, desde
que não exista prejuízo para suas atividades escolares.

Comentários:

Item incorreto, visto que o labor noturno é vedado aos menores de 18 anos:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de


qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;

Gabarito: errada

22. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2009


O empregado doméstico tem direito ao pagamento das horas extraordinárias trabalhadas.

Comentários:

A proposição foi considerada incorreta, mas hoje seria correta. A atual redação do art. 7º, § único da CF/88
é a seguinte:

CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

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As alíneas destacadas se referem a:

- Duração do trabalho não superior a 8h/dia e 44h/semanais (inciso XIII)

- Remuneração do trabalho extraordinário ≥ 50% da hora normal (inciso XVI)

- Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno (inciso IX)

Gabarito: correta

23. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal – 2008


Quanto à prova das horas extraordinárias de trabalho na reclamação trabalhista, assinale a opção correta.
(A) Os cartões de ponto, apresentados pelo empregador e que demonstrem horários uniformes de entrada
e saída do empregado, são válidos como meio de prova de que este não trabalhou além do horário normal,
cabendo ao reclamante demonstrar as horas extras que alega ter prestado.
(B) O ônus da prova, quanto às horas extras de trabalho, será sempre do empregado.
(C) Os cartões de ponto, apresentados pelo empregador, que demonstrem horários uniformes de entrada e
saída do empregado, não servem como meio de prova para demonstrar as horas extras prestadas por este,
de modo que se inverte o ônus da prova, que passa a ser do reclamado.
(D) Os cartões de ponto, apresentados pelo empregador, que demonstrem horários uniformes de entrada e
saída do empregado, não são válidos como meio de prova de que este não trabalhou além do horário normal,
mas não eximem o reclamante de demonstrar que prestou horas extras.

Comentários:

Reposta é a letra (C), com fundamento na Súmula 338 do TST (é o ponto britânico):

SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados [já que a súmula foi
aprovada antes da alteração no art. 74, §2º, pela Lei 13.874/2019] o registro da jornada de
trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário.

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento


normativo, pode ser elidida por prova em contrário.

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que
passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.

Gabarito (C)

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24. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2008


Computa-se como jornada extraordinária qualquer variação de horário constante do registro de ponto, de
modo que o empregador deve pagar ao empregado tudo o que exceda sua jornada normal de trabalho.

Comentários:

Item incorreto, pois existe um limite que, respeitado, não influencia em horas extras:

CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.

A desconsideração do tempo residual, portanto, somente terá lugar quando as variações de registro não
excederem de 05 (cinco) minutos e, além disso, sendo observado o limite máximo diário de 10 (dez) minutos.

Se algum destes requisitos for extrapolado, entretanto, toda a variação será acrescentada na jornada de
trabalho.

Gabarito: errada

25. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2008


Quando o empregador não respeitar o intervalo mínimo de descanso interjornadas, deverá pagar as horas
subtraídas do trabalhador como horas extras.

Comentários:

Proposição correta, pois tal situação implicará no dever de pagar horas extras:

OJ-SDI1-355 INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO


PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART.
71 DA CLT

O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por


analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST 1,
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas
do respectivo adicional.

Gabarito: correta

26. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017 (adaptada)

1SUM-110 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO


No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas
consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

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Ricardo é empregado da empresa Z exercendo as funções de jardineiro. Assim, quando termina a sua jornada
de trabalho, se dirige ao vestiário para trocar o uniforme, sendo que, após a troca ele registra a sua saída no
cartão de ponto. Neste caso, considerando que a troca de uniforme dentro da empresa não é obrigatória,
de acordo a redação atualizada da CLT
(A) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários, incluindo o tempo para troca de
uniforme.
(B) o tempo gasto na troca de uniforme não é computado como jornada, ainda que ultrapassados dez
minutos diários.
(C) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários, excluindo o tempo para troca de
uniforme.
(D) três minutos, observado o limite máximo de seis minutos diários, excluindo o tempo para troca de
uniforme.

Comentários:

Gabarito é letra (B), de acordo com a novo §2º do art. 4º da CLT:

CLT, art. 4º, § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação
[variações no registro de até 5 minutos e 10 minutos diários], quando o empregado, por
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras:

(..)

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa.

Gabarito (B)

27. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017


Maciel é empregado da empresa X Ltda e exerce seu labor no horário noturno. Todavia, todas as sextas-
feiras e aos sábados Maciel estendeu seu labor até as 07:00 horas. Neste caso, de acordo com o
entendimento Sumulado do TST,
(A) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez que já efetuadas no horário
diurno, ou seja, após 6h.
(B) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez que já efetuadas no horário
diurno, ou seja, após 5h.
(C) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que este adicional integrará o salário
de Maciel para todos os efeitos legais.

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(D) é devido o adicional noturno apenas quanto a primeira hora prorrogada, sendo que este adicional
integrará o salário de Maciel para os efeitos legais, exceto férias.
(E) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que este adicional integrará o salário
de Maciel para os efeitos legais, exceto férias e décimo terceiro salário.

Comentários:

O item correto é o (C), de acordo com o art. 73, § 5º, da CLT e com a SUM-60 do TST:

SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO


DIURNO

I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos
os efeitos.

II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é


também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

Gabarito (C)

28. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal – 2015 (adaptada)


Em relação à limitação da jornada de trabalho,
(A) serão computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de
transporte, não será computado na jornada de trabalho.
(C) em face do princípio da igualdade, não há distinção entre os funcionários que exercem função operacional
e os funcionários que exercem função de gestão (chefes de departamento ou filial), no que se refere ao
direito ao recebimento de horas extraordinárias.
(D) a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente
de duas horas diárias, desde que haja previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Comentários:

A alternativa A está incorreta porque, como não é possível que todos registrem simultaneamente o ponto
(e a maioria chega à empresa no mesmo horário), e considerando a prática jurisprudencial, foi inserida na
CLT regra que permite desconsiderar pequenas variações no ponto do empregado, qual seja:

CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.

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Portanto, as variações dentro deste limite não são consideradas jornada extraordinária, ao contrário do que
diz a questão. Ressalto, por outro lado, que tais variações deixam de ser computadas caso o empregado
permaneça no local de trabalho para realização de atividades particulares ou para se abrigar, por exemplo.

Por sua vez, a alternativa B, correta, pois está de acordo com a nova redação do art. 58, §2º, que exclui a
hora in itinere do cômputo da jornada de trabalho:

CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva
ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio
de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

A alternativa C está incorreta porque os funcionários que exercem função de gestão (chefes de
departamento ou filial) não têm direito ao recebimento de horas extras, caso não seja exercido controle
sobre eles:

CLT, art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da Duração do
Trabalho]:

(..)

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se


equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou
filial2.

Por fim, a alternativa Destá incorreta porque omitiu a possibilidade de ajuste de horas extras mediante
acordo entre empregado e empregador:

CLT, art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número
não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

Gabarito (B)

29. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Avaliador Federal – 2015 (adaptada)


Dentre as normas gerais de tutela do trabalho encontramos na Consolidação das Leis do Trabalho regras que
disciplinam a duração de trabalho, os períodos de descanso e intervalos e o trabalho noturno.
Sobre esse tema:
(A) serão descontadas e computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.

2 Além do encargo de gestão a CLT também exige a percepção de gratificação de função não inferior a 40%, como estudado
anteriormente.

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(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, não será computado
na jornada de trabalho, mesmo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte
público, o empregador fornecer a condução.
(C) entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de oito horas consecutivas para descanso do
trabalhador.
(D) em qualquer trabalho contínuo que não exceder de 6 (seis) horas diárias, mas ultrapassar quatro horas
diárias, será obrigatório um intervalo de trinta minutos.
(E) considera-se noturno, para o trabalhador urbano, o trabalho executado entre as vinte e uma horas de
um dia e às seis horas do dia seguinte.

Comentários:

A letra A, incorreta, conforme art. 58, §1º, da CLT:

CLT, art. 58, § 1º Nãoserão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.

A letra B, correta, pois está de acordo com a nova redação do art. 58, §2º, que exclui a hora in itinere do
cômputo da jornada de trabalho:

CLT, art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva
ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio
de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

A letra Cestá incorreta, pois o intervalo interjornadas é de 11 horas.

A letra D está errada, pois, nessa hipótese, o intervalo obrigatório é de 15 minutos:

Jornada Intervalo intrajornada

Igual ou inferior a 04 horas Não há obrigatoriedade de concessão de intervalo


intrajornada
Maior que 04 horas e igual ou inferior a Intervalo de 15 minutos
06 horas
Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Por fim, a letra E peca ao citar os limites do horário noturno para o trabalhador urbano, já que este é, na
verdade, das 22 hs às 05 hs do dia seguinte.

Gabarito (B)

30. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015 (adaptada)

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Considerando que Carlito foi contratado como técnico em energia de potência pela empresa Raio de Luz
Eletricidade Industrial Ltda., inicialmente para cumprimento de uma jornada de 8 horas diárias e 44 horas
semanais, e teve sua jornada validamente alterada para 25 horas na semana, ele
(A) poderá prestar no máximo 5 horas extras por semana, em razão do regime de contratação a tempo
parcial.
(B) deverá manifestar perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação
coletiva, sua opção para adoção do regime de tempo parcial.

Comentários:

Gabarito é o item (B), conforme CLT, art. 58-A, § 2º:

CLT, art. 58-A, § 2º Para os atuais empregados [isto é, aqueles em regime integral], a adoção
do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na
formaprevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.

A letra A está incorreta. De acordo com a nova regra, como Carlito labora até 26 horas semanais, ele poderia
prestar até 06 horas extras por semana:

CLT, art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade
de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

Gabarito (B)

31. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2014 (adaptada)


Em relação ao trabalho extraordinário, é correto afirmar que
(A) os empregados contratados sob o regime de tempo parcial poderão prestar horas extras, desde que
acordado expressamente com o sindicato da categoria.
(B) as horas extras decorrentes de força maior ou de serviços inadiáveis podem ser prestadas, desde que
existente acordo de prorrogação de horas firmado entre empregado e empregador.
(C) o acordo de prorrogação de jornada de trabalho deve ser escrito e necessariamente celebrado
coletivamente, mediante negociação coletiva de trabalho.
(D) o trabalho em horas extras é permitido aos empregados que trabalham em atividades insalubres, sendo
necessária licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, salvo disposição
prevista em acordo ou convenção coletiva.
(E) todo empregado tem direito a um descanso de 15 minutos, no mínimo, antes do início do período
extraordinário de serviço em caso de prorrogação do horário normal de trabalho.

Comentários:

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Vejamos as alternativas uma a uma:

Alternativa (A): Empregados sob regime de tempo parcial podem prestar horas extras, desde que estejam
dentro do limite semanal de 26 hs (CLT, art. 58-A).

Alternativa (B):O trabalho em jornada extraordinária decorrente de força maior ou de serviços inadiáveis,
por força do art. 61 da CLT, prescinde (ou seja, independe) de acordo entre empregado e empregador.

A doutrina considera que são casos de realização independentemente de acordo. No caso de sobrejornada
decorrente de força maior, até mesmo os empregados menores realizam horas extras, caso imprescindível
seu labor e com o limite de até a 12ª hora.

Alternativa (C):

CLT, art. 59 - A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número
não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

Portanto, por simples acordo entre empregado e empregador, é possível a realização de horas
extraordinárias.

Assim, o que se exige é um acordo prévio, seja individual com o empregado (acordo empregador-
empregado), seja coletivo (via negociação coletiva da qual decorra acordo ou convenção coletiva de
trabalho).

Alternativa (D): está correta. A regra geral está em consonância com o disposto no art. 60 da CLT:

CLT, art. 60 - Nas atividades insalubres, (..), quaisquer prorrogações só poderão ser
acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene
do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais (..).

Portanto, jornada extraordinária em atividade insalubre, somente com autorização prévia do Ministério do
Trabalho.

Por outro lado, com a Lei 13.467/2017, a CLT passou a possibilitar que negociação coletiva dispense
autorização prévia para prorrogação de jornada em atividades insalubres:

CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

(..)

XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho;

Quanto à alternativa (E), sabemos que não há tal intervalo prévio à realização de horas extras.

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Além disso, com a reforma trabalhista, foi revogado o art. 384 da CLT, que previa para as mulheres (e também
para os menores – por força do art. 413, parágrafo único) um intervalo especial de 15 minutos antes do
início da prestação de horas extras:

CLT, art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de
15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho.

Gabarito (D)

32. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2013


A respeito da duração do trabalho, incluindo períodos de descanso, o labor noturno e o trabalho
extraordinário, a legislação trabalhista prevê que
(A) o adicional a ser pago pelo trabalho extraordinário será de no mínimo 100% sobre a hora normal e o
==274356==

adicional a ser pago pelo trabalho noturno será de no mínimo 50% sobre a hora diurna.
(B) a duração do trabalho normal não será superior a oito horas diárias e quarenta horas semanais, facultada
a compensação de horas dentro do mês por decisão do empregador.
(C) as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo
de dez minutos diários, não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(D) o período mínimo para o descanso entre duas jornadas de trabalho será de dez horas consecutivas.
(E) o limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição para o trabalho contínuo cuja duração exceda seis
horas não poderá ser reduzido em nenhuma hipótese.

Comentários:

Sabemos que, por força constitucional, o adicional horas extras é de no mínimo 50%, e não 100% como
afirmado na letra (A). Como se não bastasse, o examinador também trocou o percentual do adicional
noturno de 20% (correto) para 50% na questão. Portanto, item errado.

A assertiva (B) começa bem, mas no final peca ao afirmar que a compensação de horas dentro do mês
depende de decisão do empregador, quando sabemos que depende de acordo com o empregado.

A assertiva (C), correta, retrata justamente o dispositivo transcrito no comentário da questão anterior:

CLT, art. 58, § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários.

A letra (D) está incorreta, pois o intervalo interjornadas é de onze horas consecutivas (e não de dez):

CLT, art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.

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Por fim, a letra (E) aborda a possibilidade de se reduzir o intervalo mínimo de uma hora, para jornadas
superiores a seis horas diárias. Esta redução pode ocorrer sob algumas circunstâncias, como por exemplo,
via negociação coletiva e via autorização do Ministério do Trabalho (MTb).

Gabarito (C)

33. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017 (adaptada)


Considere as seguintes situações hipotéticas: Cleiton labora na farmácia XZC Ltda. possuindo jornada de
trabalho de cinco horas diárias. Seu irmão Cledison labora na farmácia VBN Ltda. e possui jornada de trabalho
de quatro horas diárias. Já Monique, tia dos irmãos, trabalha no supermercado ZWQ Ltda. e possui jornada
de trabalho de 7 horas diárias. Nestes casos, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, no tocante
ao intervalo intrajornada,
(A) Cleiton e Cledison não terão direito ao intervalo e Monique terá direito a uma hora de intervalo.
(B) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique terá direito a uma hora de
intervalo.
(C) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique terá direito a trinta minutos de
intervalo.
(D) todos terão direito a quinze minutos de intervalo.
(E) Cleiton terá direito a quinze minutos de intervalo, Cledison não terá direito ao intervalo e Monique terá
direito a uma hora de intervalo, já que não há negociação coletiva reduzindo tal limite.

Comentários:

De acordo com o art. 71, caput e §1º, da CLT:

Empregado Jornada Intervalo intrajornada


Cledison Igual ou inferior a 04 horas Não há obrigatoriedade de
concessão de intervalo intrajornada

Cleiton Maior que 04 horas e igual ou Intervalo de 15 minutos


inferior a 06 horas

Monique Superior a 06 horas Intervalo de 1 a 2 horas

Em relação à Monique, note que, para não deixar dúvidas, a questão (adaptada) mencionou que seu intervalo
mínimo não fora objeto de negociação coletiva.

Gabarito (E)

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QUESTÕES COMENTADAS - CESGRANRIO

1. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Profissional Júnior – Direito - 2013


Jordana tinha contrato de trabalho, com jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso
cumpridas pelo período de cinco anos. Após esse período, o seu contrato foi rescindido, não tendo havido
pagamento de horas extras.
Nos termos da interpretação adequada aplicada ao tema, verifica-se que
a) a jornada de trabalho superior a oito horas é permitida, e as horas excedentes serão pagas como extras.
b) as jornadas superiores a oito horas não são autorizadas pelo prejuízo causado ao trabalhador.
c) as jornadas superiores a oito horas são vedadas por provocarem diminuição no número de postos de
trabalhos e aumento do desemprego.
d) as jornadas superiores a oito horas são possíveis, sem limitação, sendo permitido somente o descanso
intrajornada.
e) o cumprimento de jornada superior a oito horas está vinculado a regime autorizado em lei ou convenção
coletiva de trabalho.
Comentários:
A Letra (a) está incorreta. A jornada de trabalho superior a 8 horas é, de fato, permitida, mas não
necessariamente ensejará o pagamento das horas excedentes como extras, pois há hipóteses
previstas em lei cuja jornada comum supera 8 horas (ex.: jornada 12 x 36). Isso posto, confira-se o
art. 7º, XIII, da CR; art. 58, caput, CLT; art. 59-A, CLT:

CR, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;

CLT, Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade


privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente
outro limite.

CLT, Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
1

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estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.

A Letra (b) está incorreta. As jornadas superiores a 8 horas são autorizadas pelo ordenamento
jurídico, a exemplo das horas extras (máximo de 2) e da escala 12x36.
A Letra (c) está incorreta, pois, novamente, as jornadas superiores a 8 horas não são vedadas pelos
diplomas legais vigentes, além de não haver lógica na afirmação de que sua prática provoca a
diminuição no número de postos de trabalhos e aumento do desemprego.
A Letra (d) está incorreta. Como visto, as jornadas superiores a 8 horas são possíveis, mas há
limitação a, no máximo, 2 horas de jornada extraordinária por dia, segundo prevê o art. 59, caput,
da CLT. Todavia, cabe frisar que, caso o trabalhador, mesmo assim, trabalhe mais de duas horas
extras por dia, deverá o empregador pagá-las normalmente:

Súmula 376 do TST: HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS.

I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador
de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ nº 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)

II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres
trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ
nº 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997)

Por fim, a Letra (e) está correta. Embora a alternativa esteja incompleta, é a resposta da questão.
Com efeito, a jornada extraordinária poderá ocorrer quando autorizada por dispositivo legal (ex.:
jornada 12 x 36) ou pelas negociações coletivas, que podem ser convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho, nos termos do art. 59 da CLT, bem como por meio de acordo individual.
Gabarito (E)

2. CESGRANRIO/FINEP – Analista - Jurídica - 2014


Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, a
soma das jornadas semanais de trabalho previstas nem que seja ultrapassado o limite máximo de horas
diárias.
Esse limite corresponde ao seguinte número de horas diárias:
a) 14
b) 13
c) 12
d) 11

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e) 10
Comentários:
O enunciado da questão reproduz in verbis o teor do art. 59, § 2º, da CLT, o qual limita o acúmulo
de horas extraordinárias a no máximo 10 horas diárias:

Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à
soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite
máximo de dez horas diárias.

Gabarito (E)

3. CESGRANRIO/IBGE – Analista - Recursos Humanos - Administração de Pessoal - 2013


O empregado pode receber um adicional de horas extras previsto no artigo 7º, inciso XVI da Constituição
Federal, por ter trabalhado além das horas estipuladas no contrato de trabalho.
O cálculo das horas extras é composto pelo adicional de
a) 25% sobre o salário base do empregado para as horas trabalhadas aos domingos e feriados, além de
adicional noturno.
b) 30% sobre o salário base para atividades noturnas de empregado urbano e de 35% para trabalhador rural.
c) 30%, 40% ou 50% do salário do empregado, a título de insalubridade, dependendo do serviço prestado,
das gorjetas e da gratificação de função.
d) 40% sobre o salário do empregado, a título de periculosidade, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
e) 50% para as horas extras trabalhadas de segunda a sábado e de 100% para as horas extras dos domingos
e feriados.
Comentários:
A Letra (a) está incorreta. As atividades noturnas possuem como base 20% de adicional para os
trabalhadores urbanos (art. 73, CLT), enquanto a hora-extra (jornada extraordinária) é remunerada
em 50% sobre o valor-hora base (art. 59, § 1º, CLT):

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo
de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

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A Letra (b) está incorreta. Novamente, o trabalho noturno dos trabalhadores urbanos é
remunerado com adicional de 20% sobre a hora-base. Por outro lado, o adicional noturno dos
trabalhadores rurais é de 25% (art. 7º, parágrafo único, Lei 5.889/1973):

Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte
e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas
de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária.

Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre a remuneração normal.

A Letra (c) está incorreta. A insalubridade possui 3 graus, a saber: mínimo com 10%, médio com
20% e máximo com 40%:

Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo.

A Letra (d) está incorreta. O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário, conforme art.
193, § 1º, da CLT:

Art. 193, § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um


adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

Por fim, a Letra (e) está correta. O adicional de jornada extraordinária é de 50% nos dias de
segunda-feira a sábado, conforme art. 59, § 1º, da CLT:

Art. 59, § 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento)
superior à da hora normal.

Ademais, o trabalho aos domingos e feriados deve ser remunerado pelo dobro do valor-hora
comum:

Súmula 146 do TST: TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO.

O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro,
sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

Gabarito (E)

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4. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Assistente Administrativo I - 2018


O contrato individual de trabalho prevê intervalos que são períodos de paralisação das atividades. Esses
períodos se caracterizam como intrajornada quando ocorrem dentro da mesma jornada de trabalho e
interjornada quando ocorrem entre as jornadas de trabalho.
STUCHI, V. H. N. Prática Trabalhista.
Rio de Janeiro: Forense. 2017.

Um trabalhador, que exerce suas atividades no período interjornadas, encerrou sua primeira jornada de
trabalho às 7 horas.
Considerando-se o número mínimo de horas consecutivas a que ele tem direito para descanso, a sua segunda
jornada deverá ter início às
a) 10 horas
b) 12 horas
c) 14 horas
d) 18 horas
e) 22 horas
Comentários:
Conforme prevê o art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho (intervalo interjornada), deverá
haver o mínimo de 11 horas consecutivas para descanso:

Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas
consecutivas para descanso.

Somando-se o intervalo mínimo de 11 horas às 7 horas, sua segunda jornada de trabalho deverá
iniciar às 18 horas.
Gabarito (D)

5. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Profissional Júnior - Administração - 2014


Uma gerente do Departamento de Recursos Humanos da empresa X S/A é concitada a convencer os
empregados da empresa a realizar trabalhos aos sábados e aos domingos, bem como a estabelecer o período
entre essas duas jornadas.
Nesse contexto, nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, essa empresa deve respeitar a seguinte
determinação:
a) havendo necessidade especial, os empregados poderão trabalhar sem intervalo por período máximo de
três dias.
b) nos sábados, por determinação da Lei, a remuneração será arbitrada pelo empregador.
c) entre duas jornadas de trabalho, haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso.

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d) será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
qual será no domingo.
e) nos dias de feriados nacionais não haverá trabalho em qualquer área.
Comentários:
A Letra (a) está incorreta. Não há previsão legal que ampare o enunciado desta alternativa, não
podendo o empregado laborar sem intervalo por período máximo de 3 dias.
A Letra (b) está incorreta. Esta alternativa não faz sentido, visto que a remuneração aos sábados é
a mesma que os demais dias da semana, desde que respeitado o limite de 4 horas no dia. Nos
termos do art. 7º, XIII, da CR, o expediente será de 8 horas de segunda a sexta, e de 4 horas aos
sábados:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;

A Letra (c) está correta, visto que reproduz perfeitamente a norma do art. 66 da CLT:

Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas
consecutivas para descanso.

A Letra (d) está incorreta. O descanso semanal remunerado (DSR) é de 24 horas, mas será
preferencialmente no domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa
do serviço:

CR, Art. 7º, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

CLT, Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e


quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.

Por fim, a Letra (e) está incorreta. É incorreto afirmar que não há qualquer trabalho nos dias de
feriado, devendo ser remunerado em dobro, caso ocorra, consoante Súmula 146 do TST:

Súmula 146 do TST: TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO.

O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro,
sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal

Gabarito (C)
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6. CESGRANRIO/BASA - Técnico Científico - Medicina do Trabalho - 2015


O trabalho em turnos no Brasil é regido pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e pelo Ministério do
Trabalho.
Com relação a esse tipo de trabalho e àquilo que dispõe a legislação, tem-se que:
a) o horário noturno é considerado o mesmo para qualquer atividade profissional.
b) o trabalhador noturno recebe um adicional noturno de 20% independente da frequência com que essa
atividade é realizada.
c) a idade mínima para exercer atividades noturnas é de 16 anos, mediante autorização dos pais ou tutores
legais.
d) a hora trabalhada na jornada noturna, para fins de remuneração, corresponde a 52,3 minutos.
e) os profissionais de saúde são mais bem adaptados e apresentam menos alterações no ciclo vigília-sono.
==274356==

Comentários:
A Letra (a) está incorreta. Não é correto afirmar que o horário noturno é o mesmo para qualquer
atividade profissional, haja vista disposições diversas na CLT e na legislação extravagante. Para o
empregado comum, a período noturno estende-se das 22h às 5h (art. 73, § 2º, da CLT), enquanto
para os trabalhadores rurais o período é diverso, a depender da atividade exercida (Lei
5.889/1973):

CLT, art. 73, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

Lei 5.889/1973, Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o
executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na
lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade
pecuária.

A Letra (b) está incorreta. O adicional noturno enseja a percepção pelo trabalhador de 20% a mais
sobre o valor da hora trabalhada, mas não independe da frequência com que essa atividade é
realizada. Sendo assim, além de o percentual de 20% ser o mínimo a ser pago pelo empregador,
a depender da frequência de trabalho, o adicional comporá a base de cálculo do salário, conforme
Súmula 60 do TST:

CLT, Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno
terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

Súmula nº 60 do TST, I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do


empregado para todos os efeitos. (ex-Súmula nº 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974)

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II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é


também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ
nº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

A Letra (c) está incorreta, pois a idade mínima para exercer o trabalho noturno é de 18 anos,
conforme art. 7º, XXXIII, da CF:

CR, art. 7º, XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos;

A Letra (d) está correta. Embora esta alternativa contenha uma imprecisão matemática, esta é a
resposta da questão. Conforme prevê o art. 73, § 1º, da CLT, a hora noturna possui duração de 52
minutos e 30 segundos:

Art. 73, § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30


segundos.

Todavia, como é cediço, 30 segundos não equivalem a 0,3 minuto, mas a 0,5 minuto, de modo que a
alternativa estaria 100% correta se enunciasse 52,5 minutos.
Por fim, a Letra (e) está incorreta. Essa alternativa não faz sentido e não possui respaldo legal ou
jurisprudencial. Não é lógico assumir que o simples fato de um empregado pertencer à área da
saúde constituiria razão para ele ser melhor “adaptado” à jornada noturna.
Gabarito (D)

7. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Assistente Administrativo I - 2018


De acordo com a legislação trabalhista vigente no país, a hora do trabalho diurno difere da hora do trabalho
noturno. Considera-se como trabalho noturno aquele executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do
dia seguinte, e cuja hora é computada como de 52 minutos e 30 segundos.
Se os funcionários de uma empresa que trabalham no período diurno recebem R$ 2.000,00 de salário, qual
deverá ser, no mínimo, o salário dos funcionários que trabalham regularmente no período noturno?
a) R$ 2.050,00
b) R$ 2.200,00
c) R$ 2.400,00
d) R$ 2.500,00
e) R$ 2.600,00
Comentários:

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O trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno, segundo dispõe o art. 7º, IX, da CR.
Além disso, prevê o art. 73, caput, da CLT, que o adicional noturno será de 20% sobre a
remuneração.

CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

CLT, Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno
terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

Sob essa perspectiva, um adicional de 20% sobre R$ 2.000,00 resulta em R$ 2.400,00. Portanto, a
resposta da questão encontra-se na alternativa (C).
Gabarito (C)

8. CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL – Médico do Trabalho - 2014


No Brasil, o trabalhador noturno tem hora de trabalho reduzida, 52 minutos e 30 segundos, e tem
remuneração 20% superior à hora diurna.
É considerado trabalho noturno aquele realizado entre as
a) 22 h de um dia até as 05 h do dia seguinte
b) 21 h de um dia até as 06 h do dia seguinte
c) 20 h de um dia até as 05 h do dia seguinte
d) 19 h de um dia até as 06 h do dia seguinte
e) 18 h de um dia até as 05 h do dia seguinte
Comentários:
A resposta da questão está na alternativa (A), considerando as regras celetistas. Sendo assim, a
regra geral do trabalho noturno está prevista no art. 73 da CLT, segundo o qual sua hora é reduzida
(52 minutos e 30 segundos), seu adicional é de 20% sobre o salário e sua duração se dá entre 22h
de um dia e 5h do dia seguinte:

CLT, Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno
terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22


horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

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Todavia, no caso do trabalhador rural, as regras do trabalho noturno são diferentes, segundo
prevê a Lei 5.889/1973:

Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte
e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas
de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária.

Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre a remuneração normal.

Gabarito (A)

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LISTA DE QUESTÕES

1. Daud
Acerca do trabalho intermitente, julgue:
( ) O período de inatividade também será considerado tempo à disposição do empregador, por força do
princípio da continuidade da relação de emprego.

2. CESPE/MPU – Analista - 2018


A concessão apenas parcial do intervalo para alimentação e repouso gera para o empregador a obrigação de
pagar ao empregado o valor correspondente ao intervalo integral acrescido de 50% do valor da remuneração
da hora normal de trabalho.

3. CESPE/PGE-PE – Procurador – 2018 (adaptada)


A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo implicará o pagamento apenas do
período suprimido, sendo a natureza desse pagamento indenizatória.

4. CESPE/EBSERH – Advogado – 2018


O tempo despendido para troca de roupa ou uniforme nas dependências da empresa será considerado como
hora de trabalho, ainda que não exista a obrigatoriedade de realizá-la na empresa.

5. FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária - 2017


A partir das disposições introduzidas pela Lei nº 13.467/2017, sobre prorrogação e compensação de jornada
de trabalho, considere:
I. Em se tratando de trabalho em regime de tempo parcial, as horas suplementares da jornada de trabalho
normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução,
devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.
II. Caso não seja computado na jornada de trabalho, o tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer
meio de transporte fornecido pelo empregador, é considerado como jornada extraordinária.
III. O banco de horas anual pode ser pactuado por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção
coletiva de trabalho.
IV. É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, desde
que a compensação se dê no mesmo mês.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e II.
(B) II e IV.
(C) III e IV.
(D) II e III.
(E) I e IV.

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6. CESPE/DPU – Defensor Público - 2017


Conforme o entendimento do TST, estará de acordo com a lei a concessão de repouso semanal remunerado
após o sétimo dia consecutivo de trabalho, desde que a empresa pague o valor correspondente a um dia de
trabalho do empregado.

7. CESPE/PGE-SE – Procurador - 2017


De acordo com o TST, nos casos permitidos em lei, havendo convocação do empregado para trabalhar no
domingo ou feriado, a empresa deverá remunerar o empregado
A em valor correspondente ao dia de trabalho, sem perda da remuneração relativa ao repouso semanal.
B em valor correspondente ao dia de trabalho.
C em dobro ou conceder-lhe outro dia de folga para compensar o trabalho prestado.
D em dobro ou conceder-lhe dois dias de folga. ==274356==

E em dobro, com perda da remuneração relativa ao repouso semanal.

8. CESPE/DPU – Defensor Público – 2015 (adaptada)


Em regra, o empregado que trabalha para determinada empresa das 7 h às 19 h e tem intervalo de descanso
e refeição das 12 h às 16 h, sem acordo de prorrogação de intervalo, tem direito a receber duas horas extras
diárias, como tempo à disposição do empregador.

9. CESPE/AGU – Procurador – 2015


Embora a CF preveja a jornada de seis horas no trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
havendo permissão de trabalho de até oito horas por meio de negociação coletiva, o TST entende que os
empregados abrangidos pela referida negociação não terão direito ao pagamento da sétima e da oitava hora
como extras.

10. CESPE/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2013


Para jornada de trabalho de até seis horas contínuas, é obrigatória a concessão de intervalo de uma hora
para descanso.

11. CESPE/TELEBRAS – Advogado – 2013


Considere a situação hipotética na qual um obreiro com vínculo laboral de dez meses percebeu o piso
remuneratório legal. Referido obreiro tinha jornada semanal de vinte e uma horas, com intervalo legal para
tal jornada, e folga aos finais de semana. Sendo urbano o trabalhador, e seu trabalho compreendido entre
as 22 h e 05 h, seu contrato de trabalho será considerado noturno e a hora trabalhada será computada com
cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

12. CESPE/PGE-PI – Procurador – 2014 (adaptada)


É inválida a jornada de doze horas trabalhadas por trinta e seis horas de descanso, ainda que ajustada em
convenção coletiva de trabalho.

13. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto – 2010 (Adaptada)

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Não tem validade a cláusula de instrumento coletivo de trabalho que estabeleça jornada de oito horas para
os empregados que cumpram jornada em turno ininterrupto de revezamento e que possuam jornada
máxima de seis horas.

14. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto – 2010 (Adaptada)


O empregado que trabalhe em regime de turno ininterrupto de revezamento, tiver seu repouso semanal
remunerado regular e que, oito horas após o encerramento do repouso, assumir nova escala de seis horas
de duração não terá direito a horas extras.

15. CESPE/TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto – 2010 (Adaptada)


Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, apesar de
representarem tempo à disposição da empresa, não são remunerados como serviço extraordinário se
acrescidos ao final da jornada.

16. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2009


O acordo individual pactuado entre um empregado e o empregador com o objetivo de compensação de
horas não possui qualquer validade.
17. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2009
O acordo de prorrogação de horas implica, para o empregado, a obrigatoriedade de fazer horas extras
quando requisitado, por até duas horas diárias.

18. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2009


Sempre que for requisitado pelo empregador, o empregado é obrigado a trabalhar em jornada
extraordinária, pois deve cumprir as ordens que lhe são emitidas.

19. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2009


Entre duas jornadas de trabalho, deve haver intervalo mínimo de 11 horas consecutivas.

20. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2009


Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários têm direito à jornada
de trabalho especial dos bancários.

21. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2009


Um empregado com 17 anos de idade pode desenvolver sua jornada de trabalho no período noturno, desde
que não exista prejuízo para suas atividades escolares.

22. CESPE/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2009


O empregado doméstico tem direito ao pagamento das horas extraordinárias trabalhadas.

23. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal – 2008


Quanto à prova das horas extraordinárias de trabalho na reclamação trabalhista, assinale a opção correta.
(A) Os cartões de ponto, apresentados pelo empregador e que demonstrem horários uniformes de entrada
e saída do empregado, são válidos como meio de prova de que este não trabalhou além do horário normal,
cabendo ao reclamante demonstrar as horas extras que alega ter prestado.

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(B) O ônus da prova, quanto às horas extras de trabalho, será sempre do empregado.
(C) Os cartões de ponto, apresentados pelo empregador, que demonstrem horários uniformes de entrada e
saída do empregado, não servem como meio de prova para demonstrar as horas extras prestadas por este,
de modo que se inverte o ônus da prova, que passa a ser do reclamado.
(D) Os cartões de ponto, apresentados pelo empregador, que demonstrem horários uniformes de entrada e
saída do empregado, não são válidos como meio de prova de que este não trabalhou além do horário normal,
mas não eximem o reclamante de demonstrar que prestou horas extras.

24. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2008


Computa-se como jornada extraordinária qualquer variação de horário constante do registro de ponto, de
modo que o empregador deve pagar ao empregado tudo o que exceda sua jornada normal de trabalho.

25. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2008


Quando o empregador não respeitar o intervalo mínimo de descanso interjornadas, deverá pagar as horas
subtraídas do trabalhador como horas extras.

26. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017 (adaptada)


Ricardo é empregado da empresa Z exercendo as funções de jardineiro. Assim, quando termina a sua jornada
de trabalho, se dirige ao vestiário para trocar o uniforme, sendo que, após a troca ele registra a sua saída no
cartão de ponto. Neste caso, considerando que a troca de uniforme dentro da empresa não é obrigatória,
de acordo a redação atualizada da CLT
(A) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários, incluindo o tempo para troca de
uniforme.
(B) o tempo gasto na troca de uniforme não é computado como jornada, ainda que ultrapassados dez
minutos diários.
(C) dez minutos, observado o limite máximo de vinte minutos diários, excluindo o tempo para troca de
uniforme.
(D) três minutos, observado o limite máximo de seis minutos diários, excluindo o tempo para troca de
uniforme.

27. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017


Maciel é empregado da empresa X Ltda e exerce seu labor no horário noturno. Todavia, todas as sextas-
feiras e aos sábados Maciel estendeu seu labor até as 07:00 horas. Neste caso, de acordo com o
entendimento Sumulado do TST,
(A) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez que já efetuadas no horário
diurno, ou seja, após 6h.
(B) não é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, uma vez que já efetuadas no horário
diurno, ou seja, após 5h.
(C) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que este adicional integrará o salário
de Maciel para todos os efeitos legais.
(D) é devido o adicional noturno apenas quanto a primeira hora prorrogada, sendo que este adicional
integrará o salário de Maciel para os efeitos legais, exceto férias.

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(E) é devido o adicional noturno quanto às horas prorrogadas, sendo que este adicional integrará o salário
de Maciel para os efeitos legais, exceto férias e décimo terceiro salário.

28. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal – 2015 (adaptada)


Em relação à limitação da jornada de trabalho,
(A) serão computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de
transporte, não será computado na jornada de trabalho.
(C) em face do princípio da igualdade, não há distinção entre os funcionários que exercem função operacional
e os funcionários que exercem função de gestão (chefes de departamento ou filial), no que se refere ao
direito ao recebimento de horas extraordinárias.
(D) a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente
de duas horas diárias, desde que haja previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

29. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Avaliador Federal – 2015 (adaptada)


Dentre as normas gerais de tutela do trabalho encontramos na Consolidação das Leis do Trabalho regras que
disciplinam a duração de trabalho, os períodos de descanso e intervalos e o trabalho noturno.
Sobre esse tema:
(A) serão descontadas e computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
(B) o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, não será computado
na jornada de trabalho, mesmo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte
público, o empregador fornecer a condução.
(C) entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de oito horas consecutivas para descanso do
trabalhador.
(D) em qualquer trabalho contínuo que não exceder de 6 (seis) horas diárias, mas ultrapassar quatro horas
diárias, será obrigatório um intervalo de trinta minutos.
(E) considera-se noturno, para o trabalhador urbano, o trabalho executado entre as vinte e uma horas de
um dia e às seis horas do dia seguinte.

30. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015 (adaptada)


Considerando que Carlito foi contratado como técnico em energia de potência pela empresa Raio de Luz
Eletricidade Industrial Ltda., inicialmente para cumprimento de uma jornada de 8 horas diárias e 44 horas
semanais, e teve sua jornada validamente alterada para 25 horas na semana, ele
(A) poderá prestar no máximo 5 horas extras por semana, em razão do regime de contratação a tempo
parcial.
(B) deverá manifestar perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação
coletiva, sua opção para adoção do regime de tempo parcial.

31. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador – 2014 (adaptada)

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Em relação ao trabalho extraordinário, é correto afirmar que


(A) os empregados contratados sob o regime de tempo parcial poderão prestar horas extras, desde que
acordado expressamente com o sindicato da categoria.
(B) as horas extras decorrentes de força maior ou de serviços inadiáveis podem ser prestadas, desde que
existente acordo de prorrogação de horas firmado entre empregado e empregador.
(C) o acordo de prorrogação de jornada de trabalho deve ser escrito e necessariamente celebrado
coletivamente, mediante negociação coletiva de trabalho.
(D) o trabalho em horas extras é permitido aos empregados que trabalham em atividades insalubres, sendo
necessária licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, salvo disposição
prevista em acordo ou convenção coletiva.
(E) todo empregado tem direito a um descanso de 15 minutos, no mínimo, antes do início do período
extraordinário de serviço em caso de prorrogação do horário normal de trabalho.

32. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2013


A respeito da duração do trabalho, incluindo períodos de descanso, o labor noturno e o trabalho
extraordinário, a legislação trabalhista prevê que
(A) o adicional a ser pago pelo trabalho extraordinário será de no mínimo 100% sobre a hora normal e o
adicional a ser pago pelo trabalho noturno será de no mínimo 50% sobre a hora diurna.
(B) a duração do trabalho normal não será superior a oito horas diárias e quarenta horas semanais, facultada
a compensação de horas dentro do mês por decisão do empregador.
(C) as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo
de dez minutos diários, não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária.
(D) o período mínimo para o descanso entre duas jornadas de trabalho será de dez horas consecutivas.
(E) o limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição para o trabalho contínuo cuja duração exceda seis
horas não poderá ser reduzido em nenhuma hipótese.

33. FCC/TRT11 – Oficial de Justiça Avaliador – 2017 (adaptada)


Considere as seguintes situações hipotéticas: Cleiton labora na farmácia XZC Ltda. possuindo jornada de
trabalho de cinco horas diárias. Seu irmão Cledison labora na farmácia VBN Ltda. e possui jornada de trabalho
de quatro horas diárias. Já Monique, tia dos irmãos, trabalha no supermercado ZWQ Ltda. e possui jornada
de trabalho de 7 horas diárias. Nestes casos, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, no tocante
ao intervalo intrajornada,
(A) Cleiton e Cledison não terão direito ao intervalo e Monique terá direito a uma hora de intervalo.
(B) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique terá direito a uma hora de
intervalo.
(C) Cleiton e Cledison terão direito a quinze minutos de intervalo e Monique terá direito a trinta minutos de
intervalo.
(D) todos terão direito a quinze minutos de intervalo.
(E) Cleiton terá direito a quinze minutos de intervalo, Cledison não terá direito ao intervalo e Monique terá
direito a uma hora de intervalo, já que não há negociação coletiva reduzindo tal limite.

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GABARITO

1. E 12. E 23. C
2. E 13. E 24. E
3. C 14. E 25. C
4. E 15. E 26. B
5. E 16. E 27. C
6. E 17. C 28. B
7. C 18. E 29. B
8. C 19. C 30. B
9. C 20. E 31. A
10. E 21. E 32. C
11. C 22. C 33. E

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LISTA DE QUESTÕES - CESGRANRIO


1. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Profissional Júnior – Direito - 2013
Jordana tinha contrato de trabalho, com jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso
cumpridas pelo período de cinco anos. Após esse período, o seu contrato foi rescindido, não tendo havido
pagamento de horas extras.
Nos termos da interpretação adequada aplicada ao tema, verifica-se que
a) a jornada de trabalho superior a oito horas é permitida, e as horas excedentes serão pagas como extras.
b) as jornadas superiores a oito horas não são autorizadas pelo prejuízo causado ao trabalhador.
c) as jornadas superiores a oito horas são vedadas por provocarem diminuição no número de postos de
trabalhos e aumento do desemprego.
d) as jornadas superiores a oito horas são possíveis, sem limitação, sendo permitido somente o descanso
intrajornada.
e) o cumprimento de jornada superior a oito horas está vinculado a regime autorizado em lei ou convenção
coletiva de trabalho.

2. CESGRANRIO/FINEP – Analista - Jurídica - 2014


Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, a
soma das jornadas semanais de trabalho previstas nem que seja ultrapassado o limite máximo de horas
diárias.
Esse limite corresponde ao seguinte número de horas diárias:
a) 14
b) 13
c) 12
d) 11
e) 10

3. CESGRANRIO/IBGE – Analista - Recursos Humanos - Administração de Pessoal - 2013


O empregado pode receber um adicional de horas extras previsto no artigo 7º, inciso XVI da Constituição
Federal, por ter trabalhado além das horas estipuladas no contrato de trabalho.
O cálculo das horas extras é composto pelo adicional de
a) 25% sobre o salário base do empregado para as horas trabalhadas aos domingos e feriados, além de
adicional noturno.
b) 30% sobre o salário base para atividades noturnas de empregado urbano e de 35% para trabalhador rural.

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c) 30%, 40% ou 50% do salário do empregado, a título de insalubridade, dependendo do serviço prestado,
das gorjetas e da gratificação de função.
d) 40% sobre o salário do empregado, a título de periculosidade, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
e) 50% para as horas extras trabalhadas de segunda a sábado e de 100% para as horas extras dos domingos
e feriados.

4. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Assistente Administrativo I - 2018


O contrato individual de trabalho prevê intervalos que são períodos de paralisação das atividades. Esses
períodos se caracterizam como intrajornada quando ocorrem dentro da mesma jornada de trabalho e
interjornada quando ocorrem entre as jornadas de trabalho.
STUCHI, V. H. N. Prática Trabalhista.
Rio de Janeiro: Forense. 2017.

Um trabalhador, que exerce suas atividades no período interjornadas, encerrou sua primeira jornada de
trabalho às 7 horas.
Considerando-se o número mínimo de horas consecutivas a que ele tem direito para descanso, a sua segunda
jornada deverá ter início às
a) 10 horas
b) 12 horas
c) 14 horas
d) 18 horas
e) 22 horas

5. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Profissional Júnior - Administração - 2014


Uma gerente do Departamento de Recursos Humanos da empresa X S/A é concitada a convencer os
empregados da empresa a realizar trabalhos aos sábados e aos domingos, bem como a estabelecer o período
entre essas duas jornadas.
Nesse contexto, nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, essa empresa deve respeitar a seguinte
determinação:
a) havendo necessidade especial, os empregados poderão trabalhar sem intervalo por período máximo de
três dias.
b) nos sábados, por determinação da Lei, a remuneração será arbitrada pelo empregador.
c) entre duas jornadas de trabalho, haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso.
d) será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
qual será no domingo.
e) nos dias de feriados nacionais não haverá trabalho em qualquer área.

6. CESGRANRIO/BASA - Técnico Científico - Medicina do Trabalho - 2015

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O trabalho em turnos no Brasil é regido pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e pelo Ministério do
Trabalho.
Com relação a esse tipo de trabalho e àquilo que dispõe a legislação, tem-se que:
a) o horário noturno é considerado o mesmo para qualquer atividade profissional.
b) o trabalhador noturno recebe um adicional noturno de 20% independente da frequência com que essa
atividade é realizada.
c) a idade mínima para exercer atividades noturnas é de 16 anos, mediante autorização dos pais ou tutores
legais.
d) a hora trabalhada na jornada noturna, para fins de remuneração, corresponde a 52,3 minutos.
e) os profissionais de saúde são mais bem adaptados e apresentam menos alterações no ciclo vigília-sono.

7. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Assistente Administrativo I - 2018


==274356==

De acordo com a legislação trabalhista vigente no país, a hora do trabalho diurno difere da hora do trabalho
noturno. Considera-se como trabalho noturno aquele executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do
dia seguinte, e cuja hora é computada como de 52 minutos e 30 segundos.
Se os funcionários de uma empresa que trabalham no período diurno recebem R$ 2.000,00 de salário, qual
deverá ser, no mínimo, o salário dos funcionários que trabalham regularmente no período noturno?
a) R$ 2.050,00
b) R$ 2.200,00
c) R$ 2.400,00
d) R$ 2.500,00
e) R$ 2.600,00

8. CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL – Médico do Trabalho - 2014


No Brasil, o trabalhador noturno tem hora de trabalho reduzida, 52 minutos e 30 segundos, e tem
remuneração 20% superior à hora diurna.
É considerado trabalho noturno aquele realizado entre as
a) 22 h de um dia até as 05 h do dia seguinte
b) 21 h de um dia até as 06 h do dia seguinte
c) 20 h de um dia até as 05 h do dia seguinte
d) 19 h de um dia até as 06 h do dia seguinte
e) 18 h de um dia até as 05 h do dia seguinte

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GABARITO

1. Gabarito (E)
2. Gabarito (E)
3. Gabarito (E)
4. Gabarito (D)
5. Gabarito (C)
6. Gabarito (D)
7. Gabarito (C)
8. Gabarito (A)

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