Você está na página 1de 92

Aula 03 - Prof.

Antonio
Daud (Somente PDF)
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho -
2024 (Pós-Edital)
Autor:
Antonio Daud, Mara Queiroga
Camisassa de Assis, Equipe Mara
Camisassa

24 de Janeiro de 2024

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Índice
1) Terceirização Trabalhista
..............................................................................................................................................................................................3

2) Trabalho Temporário
..............................................................................................................................................................................................
25

3) Questões Comentadas - Terceirização - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
61

4) Questões Comentadas - Terceirização - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
80

5) Lista de Questões - Terceirização - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
82

6) Lista de Questões - Terceirização - Cesgranrio


..............................................................................................................................................................................................
90

2
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

INTRODUÇÃO
Oi amigos (as),

Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirização
e, com mais detalhes, Trabalho Temporário.

Ambos sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017.
A “Terceirização” sofreu nova alteração por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017).

O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974,
que, até então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns
aspectos do trabalho temporário. Portanto, tanto “trabalho temporário” quanto a “terceirização”
(em sentido estrito) encontram-se regulados pela Lei 6.019.

As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331
do TST. Até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que,
em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por
lei.

Nesta aula, vamos começar falando da “terceirização” e na sequência abordamos o “trabalho


temporário”.

Vamos ao trabalho!

3
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

TERCEIRIZAÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO


Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação bilateral, nas figuras
de empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relação de trabalho lato sensu
(relação entre prestador de serviços e tomador de serviços).

Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar:

✓ Empregado
✓ Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS)
✓ Empresa contratante de serviços

Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o


empregado, e, entre as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil.

Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a


manutenção de suas instalações.

Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo
e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a
terceirização das atividades de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de
serviços e o Supermercado Alfa como contratante dos serviços.

Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento
da Súmula 331 do TST:

SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o


vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho
temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera


vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou
fundacional (art. 37, II, da CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de


vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que
inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

4
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,


implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também
do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as


verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de
sua relevância.

Vamos agora passar a tratar das novas regras da terceirização.

A lei define “empresa prestadora de serviços” como sendo1:

Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência


feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua
atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que
possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar
uma empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve ter “capacidade econômica”
compatível, com, por exemplo, patrimônio e capital de giro suficiente para o contrato celebrado.

Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem
“determinados e específicos”. Veja como era a redação anterior:

1
Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redação da Lei 6.019, a “terceirização” (em sentido estrito) do “trabalho temporário”,
fique atento à terminologia dada à empresa contratada para prestar os serviços: em geral, se falar em “empresa prestadora de
serviços” (EPS), será caso de terceirização; se falar em “empresa de trabalho temporário” (ETT), caso de trabalho temporário.

5
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica
de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e
específicos.

Esta modificação foi cobrada na questão abaixo, incorreta:

FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas dos
empregados da contratada, desde que os serviços terceirizados sejam determinados e específicos.

Aqui um parêntese antes de avançarmos. Muito embora não mais se exija expressamente que os
serviços contratados sejam “determinados e específicos”, como alerta Raphael Miziara 2, eles
devem ser especificados no contrato de prestação de serviços3, além do que é vedada4 a utilização
dos terceirizados em atividades distintas daquelas contratadas (desvio de função).

Explorando essa sutileza e a exigência da “especificação do serviço a ser prestado”, trago a


questão abaixo, incorreta:

FCC/TST – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


É lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa
prestadora de serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e
especificamente os serviços a serem desempenhados.

Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do
trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante:

Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata,


remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata
outras empresas para realização desses serviços.

Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do
TST, item III, parte final).

2
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
54
3
Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser prestado
4
Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do
contrato com a empresa prestadora de serviços.

6
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Outra observação a respeito do §1º acima, é a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de


serviços subcontratar outras empresas (chamada, por alguns, de “terceirização em cadeia”5 ou,
por outros, “quarteirização”6).

Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a


manutenção de suas instalações. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes serviços da empresa
FazdeTudo, cujos trabalhadores irão efetivamente realizar a tarefa.

Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita 7, não haverá formação de
vínculo de emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratante
dos serviços:

Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os


trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja
o seu ramo, e a empresa contratante.

Existe uma disposição muito semelhante em relação ao trabalho temporário8.

Empresa prestadora de serviços (EPS)


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado
com capacidade econômica para o contrato.

Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa,
em especial exigências do capital social da empresa:

Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de


prestação de serviços a terceiros:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

II - registro na Junta Comercial;

5
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
59-66
6
AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014
7
Aproveitando-se o teor da SUM-331, I.
8
Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e
os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.

7
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os


seguintes parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil
reais);

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$


25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de


R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais);

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de


R$ 100.000,00 (cem mil reais); e

e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00


(duzentos e cinquenta mil reais).

Compilando o inciso III acima, temos:

Quantidade de Capital social mínimo


empregados da EPS (R$)
Até 10 10.000,00
de 11 até 20 25.000,00
de 21 até 50 45.000,00
de 51 até 100 100.000,00
mais de 100 250.000,00

Contratante dos serviços


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

A lei define como:

Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato
com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas
atividades, inclusive sua atividade principal.

8
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços 9.

E para preservar o contrato de prestação de serviços:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos


trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com
a empresa prestadora de serviços.

Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum
acordo entre EPS e contratante:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2º Os serviços contratados poderão ser executados


nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum
acordo entre as partes.

Agora, importante conhecer as obrigações da contratante em uma terceirização.

Por meio do art. 5º-A, §3º, o legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um
ambiente de trabalho seguro:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as


condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o
trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado
em contrato.

A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposição não afasta a
responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável (juntamente com a contratante),
conforme se extrai do enunciado da 1º Jornada de Direito do Trabalho:

9
A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente
suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público
(CF, art. 37, II).
10
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
97-99.

9
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

44. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO.


SOLIDARIEDADE.

Em caso de terceirização de serviços, o tomador e o prestador respondem


solidariamente pelos danos causados à saúde dos trabalhadores. Inteligência dos
artigos 932, III, 933 e 942, parágrafo único, do Código Civil e da Norma
Regulamentadora 4 (Portaria 3.214/77 do Ministério do Trabalho e Emprego).

Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados
das facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da


empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e
de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da
contratante, ou local por ela designado.

Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos serviços, torna-
se obrigatório à contratante estender tais facilidades aos terceirizados:

Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de
serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que
podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas
dependências da tomadora, as mesmas condições:

I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em


refeitórios;

b) direito de utilizar os serviços de transporte;

c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da


contratante ou local por ela designado;

d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.

10
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de


instalações adequadas à prestação do serviço.

Exemplo 1: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados e contrata
prestação de serviços terceirizados em suas dependências: deverá facultar também aos
terceirizados a mesma condição.

Exemplo 2: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, mas a
prestação de serviços terceirizados ocorre fora das suas dependências: poderá facultar também
aos terceirizados a mesma condição.

O mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condições


sanitárias e de SST.

Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4o-C (inserido pela Lei
13.467/2017) revogou tacitamente o art. 5o-A, § 4o (inserido pela Lei 13.429/2017), as Bancas têm
entendido pela coexistência das duas regras, de modo que uma seria exceção à regra da outra.

Este detalhe foi cobrado na questão abaixo, incorreta, já que não se mencionou que a prestação
ocorria nas dependências da contratante:

FCC/TST – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo
atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas
dependências da contratante, ou local por ela designado.

Por outro lado, a questão abaixo foi considerada correta:

FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa – 2017 (adaptada)


Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de embalagens dos seus
produtos e, para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de
seu antigo gerente industrial, que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é
o primeiro contrato de prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro
meses depois de iniciar suas atividades. No contrato de prestação de serviços pactuado restou
previsto que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos
empregados da contratante. Os serviços contratados são executados nas dependências da
tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços, julgue:

11
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

( ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda.
têm asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente
nas dependências da contratante ou local por ela designado.

E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da
tomadora não seja suficiente para acomodar todos?

Antevendo esta situação, o legislador autorizou que os “serviços de alimentação” e de


“atendimento ambulatorial” fossem fornecidos aos terceirizados em outro local, nas hipóteses em
que os terceirizados forem em número igual ou superior a 20% dos empregados próprios da
tomadora:

Lei 6.019, art. 4o-C, § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de


empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento)
dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da
contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros
locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o
pleno funcionamento dos serviços existentes.

----

Reparem, portanto, que, em se tratando de ambiente de trabalho, há equivalência de direitos


entre o terceirizado e o empregado próprio do tomador, nas situações em que a prestação ocorrer
dentro das dependências da tomadora.

Todavia, em se tratando de salário, veremos mais à frente que não existe tal equivalência.

----

Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações
trabalhistas em uma terceirização lícita11:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5º A empresa contratante é subsidiariamente


responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias
observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199112.

11
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
12
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e

12
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Responsabilidade subsidiária pelas


obrigações trabalhistas (regra)

Responsável por gerar ambiente de


Contratante trabalho seguro aos terceirizados
dos serviços regra: poderá dar o mesmo
(tomadora) atendimento tratamento dado aos
médico, empregados próprios Se terceirizados
ambulatorial e forem 20% ou mais
de refeição aos exceção: serviços prestados
dos empregados
terceirizados nas dependências da próprios: outros
contratante locais com mesmo
padrão

Atividades que podem ser terceirizadas


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização
de serviços especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e
conservação e de vigilância.

A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a
terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei
6.019, com redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser
objeto de terceirização, seja atividade-meio ou atividade-fim.

Na sequência, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu13 que é lícita a terceirização em todas as
etapas do processo produtivo, seja meio ou fim, tendo fixado a seguinte tese:

recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
13
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 e o Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão
geral reconhecida. Julgamento em 30/8/2018.

13
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

É licita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre


pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.

Contrato de prestação de serviços


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços:

Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:

I - qualificação das partes;

II - especificação do serviço a ser prestado; 14

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor.

Quarentena para terceirização


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para
terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma
quarentena de 18 meses.

Exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele


somente poderá prestar serviços, enquanto trabalhador terceirizado, àquela empresa após o
decurso de 18 meses (seja como empregado da empresa prestadora de serviços, seja como sócio
da prestadora).

A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias
(pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação
trabalhista.

14
Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais
continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983).

14
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em
quarentena de 18 meses:

Lei 6.019, art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A
desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito
meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou
trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios
forem aposentados.

Lei 6.019, art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da
demissão do empregado.

Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com
o empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita,
conforme se depreende da OJ 383 da SDI-115.

Todavia, a Lei não exige isonomia entre os terceirizados e os empregados próprios do tomador.
Isto porque, por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há
obrigatoriedade de equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o
trabalhador terceirizado:

Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim


entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao
pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste
artigo.

Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de
prestação de serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas.

15
383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI
Nº 6.019, DE 03.01.1974.
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração
Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas
legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções.
Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.

15
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Sintetizando, temos o seguinte:

Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador
temporário – Lei 6.019, art. 12, ‘a’.

Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à mudança
promovida16:

A segunda mudança muito impactante promovida pela Lei n. 13.467/2017 consiste


na consagração da ideia da discriminação salarial entre os trabalhadores
terceirizados e os empregados da empresa contratante (art. 4º-C, §1º, Lei
6.019/1974). Ou melhor: a possibilidade de escolha contratual, pelas empresas,
entre se adotar uma prática discriminatória ou não quanto aos salários dos
trabalhadores terceirizados.

Terceirização na Administração Pública


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

A terceirização no âmbito público em geral é realizada por meio de contratos administrativos de


prestação de serviços, celebrados entre o ente público e o prestador privado.

16
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209

16
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

A regra geral, de sede constitucional, é de que tais contratos sejam resultantes de um


procedimento licitatório.

E, uma vez celebrado o contrato, como vocês sabem, a Lei 14.133/2021 atribuiu à Administração
Pública o dever de fiscalizar os contratos administrativos que vier a celebrar:

Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1


(um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração especialmente
designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos
respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e
subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.

Esta atribuição é desempenha por um servidor, muitas vezes chamado de “fiscal de contrato” ou
“gestor de contrato”.

Considerando esta atribuição, o TST vinha entendendo que, caso esta fiscalização não fosse
realizada de forma adequada, a Administração Pública poderia ser chamada a responder pelos
créditos trabalhistas não pagos aos terceirizados.

Exemplo: a empresa XYZ foi contratada pelo Tribunal 234 para prestar serviços de vigilância. Pois
bem, a empresa decretou sua falência e deixou de pagar uma série de direitos aos seus
empregados que prestavam serviços àquele Tribunal.

Nesse cenário, o TST vinha entendendo que, caso o Tribunal não houvesse fiscalizado de forma
adequada a prestação dos serviços, o próprio Tribunal 234 poderia ser chamado a responder pelos
direitos dos empregados da empresa XYZ.

Neste aspecto convém mencionar as culpas in eligendo e in vigilando.

O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido mal seu prestador de
serviços, que não cumpriu suas obrigações perante os empregados.

A culpa in vigilando se relaciona à fiscalização deficiente da tomadora, que permitiu a prática de


irregularidades trabalhistas por parte da prestadora, o que implica em sua responsabilidade
subsidiária.

Para que o tomador de serviços seja responsabilizado subsidiariamente me face de obrigações


trabalhista oriundas da terceirização, este deve ter participado da relação processual e deve
constar também do título executivo judicial.

Tendo em vista evolução jurisprudencial com relação à responsabilização da Administração Pública


em terceirizações, em 2011 o TST inseriu o item V na Súmula 331, que trata especificamente da
responsabilidade subsidiária de órgão e entidades públicos:

17
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

SUM-331, V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta


respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada
a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.
Esta alteração decorreu de ação judicial (Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC)
envolvendo a revogada Lei 8.666/93, que em seu artigo 71 dispunha:

Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,


previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas,


fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por
seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de
Imóveis.

Além disso, a NLL estabelece que a Administração contratante fiscalizará a execução do contrato
e o cumprimento das obrigações contratuais da empresa contratada.

Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”,
mas terá lugar quando se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no
cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-
ão, neste caso, as culpas in eligendo e in vigilando.

Em outro giro, no julgamento do RE nº 760.931/DF, com repercussão geral reconhecida, o STF


firmou a tese de que:

o inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não


transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo
seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, §
1º, da Lei nº 8.666/93

Isto porque o STF entendeu que a responsabilização do ente público apenas está autorizada quando
comprovada a ausência de fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela
prestadora.

E quem detém o ônus de comprovar a realização da fiscalização? Ou de provar a inexistência de


fiscalização sistemática?

18
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Até pouco tempo atrás, vinha se entendendo que a definição do ônus da prova caberia ao TST,
diante de sua natureza eminentemente infraconstitucional. E, nesse sentido, vinha defendendo o
TST17 que a Administração Pública é quem detinha o ônus de provar que fiscalizou diligentemente
os contratos por ela firmados. Não havendo tal comprovação, o poder público seria chamado a
responder em caráter subsidiário. Na prática, tal entendimento acabava apequenando o
entendimento do STF no sentido de que a Administração não responderia automaticamente. Isto
porque, caso não houvesse provas de fiscalização adequada, haveria a responsabilização
subsidiária do poder público "automaticamente".

Ocorre que, a partir de setembro de 2020, interpretando-se julgados do STF18, o TST curvou-se à
tese de que é do empregado (e não da Administração Pública) o ônus de se comprovar a culpa in
vigilando da Administração:

1. O Supremo Tribunal Federal, ao revisitar o tema específico da responsabilidade


subsidiária, após o reconhecimento da constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei
8.666/93, que exime a administração pública nos casos de terceirização de
serviços (ADC 16, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 08/09/11), reafirmou o
entendimento anterior, que veda a responsabilização automática da administração
pública, só cabendo sua condenação se houver prova inequívoca de sua conduta
omissiva ou comissiva na fiscalização dos contratos (RE 760.931, Red. Min. Luiz
Fux, julgado em 30/03/17, leading case do Tema 246 de Repercussão Geral do
STF). Nesse sentido, apenas nas hipóteses em que fique claro na decisão regional
que foi comprovada pelo reclamante a culpa in eligendo ou in vigilando da
administração pública é que se poderia condená-la subsidiariamente. As hipóteses
de culpa presumida ou decorrente de inversão do ônus da prova, como também
a de atribuição da responsabilidade por mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas por parte do prestador de serviços, foram descartadas pelo Pretório
Excelso nesse último julgamento.

2. Sobreleva notar que a tese da Relatora originária do RE 760.931 (Min. Rosa


Weber), de que o ônus da prova era da Administração Pública, restou vencida, e
a decisão do TST, calcada na culpa in vigilando do ente público, por não ter
provado que fiscalizou o cumprimento das obrigações trabalhistas, foi reformada.
Assim, os embargos declaratórios foram rejeitados ao fundamento de que a
decisão não carecia de maiores esclarecimentos (RE 760.931-ED, Red. Min. Edson
Fachin, DJe de 06/09/19). Ou seja, nem se adotou a tese, a contrario sensu, do
ônus da prova do reclamante nos embargos declaratórios, nem se afirmou ser tal

17
A exemplo do TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,
12.12.2019. Informativo TST 214
18
Em especial o RE 760.931 (tema de repercussão geral 246)

19
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

matéria infraconstitucional, já que, repita-se, ficou vencida a tese do ônus da prova


da administração pública no julgamento originário do Supremo, com cassação da
decisão do TST que se firmava nessa tese específica (Rel. Min. Freire Pimenta).

3. Ademais, ambas as Turmas do STF, apreciando reclamações contra decisões do


TST, vencidos os Min. Marco Aurélio e Rosa Webrer, deixaram claro que, de
acordo com o figurino dos precedentes vinculantes do STF quanto ao Tema 246,
é do reclamante o ônus da prova da culpa in vigilando da administração pública
(cfr. AgRg-ED-Rcl 36.836-MA, 1ª Turma, Red. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 14/2/2020; AgRg-Rcl 37.035-MA, 2ª Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 19/12/2019). 4. Assim, a regra é a não responsabilização da administração
pública pelos créditos judiciais trabalhistas de empregados terceirizados, e a
contemporização do STF, abrindo exceção à regra, fica limitada e balizada pelas
decisões da própria Suprema Corte, que, portanto, não comportam elastecimento
==330927==

por parte da Justiça do Trabalho.

TST-RR-83- 97.2018.5.20.0003, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho,


julgado em 29/9/2020. Informativo TST 226.

----

Para finalizar a Súmula 331 vamos reler o item VI:

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as


verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiária na
terceirização não se refere apenas ao salário, mas também às demais verbas trabalhistas
remuneratórias e indenizatórias.

Como já ressaltamos anteriormente, a súmula comentada acima não foi objeto de cancelamento
ou reforma pelo TST, mesmo após a publicação da nova lei de terceirização (Lei 13.429/2017).

As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331
do TST, pois, até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já
que, em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado
por lei.

Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula, no geral, perdeu parte de
sua relevância.

20
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Todavia, no que diz respeito à responsabilidade do tomador, a regra continua sendo a


responsabilidade subsidiária de quem contrata a prestação dos serviços.

Nesse sentido, a lei da terceirização reforça a responsabilidade subsidiária da contratante pelas


obrigações trabalhistas em uma terceirização lícita19:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente


responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias
observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199120.

Por fim, ressalte-se que, em junho de 2020, ao apreciar a constitucionalidade da alteração


promovida pela Lei 13.429/2017, o STF21 confirmou sua constitucionalidade, inclusive quanto à
possibilidade de terceirização no âmbito da Administração Pública.

Aspectos específicos na “nova lei de licitações”

A nova lei de licitações prevê que somente o contratado será responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, consoante
prevê o caput do art. 121 da nova lei.

Portanto, o pagamento dos salários dos empregados vinculados ao contrato, o pagamento de


tributos, inclusive de natureza previdenciária, e obrigações de natureza comercial relacionadas ao
contrato estão a cargo do contratado, somente, como regra geral.

Mas a Lei 14.133 prevê também o que ocorrerá se o contratado deixa de cumprir tais encargos,
isto é, se o contratado estiver em situação de inadimplência em relação a estes encargos:

Art. 121, § 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas,


fiscais e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo seu
pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a
regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o registro de
imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo. (..)

19
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
20
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
21
ADIs 5.735, 5.695, 5.685, 5.686 e 5.687

21
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de


dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá solidariamente
pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se
comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.

Reparem que, segundo a lei, para os encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, a inadimplência
do contratado não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento (art.
121, §1º). A inadimplência quanto a estes encargos também não poderá onerar o objeto do
contrato, ou seja, não poderá impor ônus, como impedimento à regularização ou à obtenção de
alvará de funcionamento ao edifício.

No que se refere aos encargos previdenciários e trabalhistas, teremos uma exceção envolvendo
os contratos de “serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra”22.

Nestes contratos, a inadimplência do contratado pode fazer com que a Administração responde
de maneira solidária pelos encargos previdenciários e subsidiária pelos encargos trabalhistas (art.
121, §2º).

Além disso, teremos outra peculiaridade envolvendo os encargos trabalhistas e os contratos de


serviços continuados. A nova lei de licitações – seguindo entendimento do STF23 – estabeleceu
que a responsabilidade da Administração não é automática, pois depende de a Administração ter
sido negligente quanto ao seu dever de fiscalizar o contrato (art. 121, §2º, parte final).

Imaginem o seguinte exemplo: o Banco Central contrata a empresa Fogo Total para lhe
prestar serviços de vigilância. Durante os 5 anos do contrato, os serviços eram

22Art. 6º, XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo modelo de
execução contratual exige, entre outros requisitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação para execução
simultânea de outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos
humanos alocados aos seus contratos;
23 A exemplo do Recurso Extraordinário (RE) 760931.

22
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

prestados pelos vigilantes Lucas, João, Mateus e Marcos (terceirizados da empresa Fogo
Total).
Se a empresa deixar de pagar os encargos trabalhistas destes empregados, o Banco
Central não poderá ser chamado a pagar tais encargos, como regra geral.
No entanto, se a autarquia deixou de fiscalizar a execução daquele contrato (não
verificando os pagamentos dos salários dos terceirizados, não checando a concessão
de férias, recolhimento de FGTS etc), considera-se que houve negligência do seu dever
de fiscalizar (chamada culpa in vigilando).
Nesta situação, excepcionalmente, o Banco Central passará a responder de maneira
subsidiária (e não solidária).
A responsabilidade subsidiária significa que há uma ordem de preferência para cobrança
dos valores, devendo-se primeiramente tentar cobrar da própria empresa contratada
e, somente em segundo lugar, do ente público.

A título de aprofundamento, destaco que, em relação aos contratos com dedicação exclusiva de
mão de obra, o legislador previu outras medidas para redução do risco trabalhista da
Administração:

Art. 121, § 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação


exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações
trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou
em contrato, poderá, entre outras medidas:

I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura


para verbas rescisórias inadimplidas;

II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações


trabalhistas vencidas relativas ao contrato; [uma espécie de retenção dos
pagamentos, condicionada à comprovação de pagamento dos terceirizados]

III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada [art. 142];

IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas


trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado; [aqui o
poder público pagaria diretamente aos terceirizados]

V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a


ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado que

23
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo contratante


ao contratado somente na ocorrência do fato gerador [art. 142].

§ 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere o inciso III do § 3º


deste artigo são absolutamente impenhoráveis.

Fiscais

Comerciais Administração não


responde (regra)

Trabalhistas
Inadimplência do
contratado quanto a
encargos Administração
regra geral
não responde
Trabalhistas
Serv. responde
se houver falha
contínuos c/ subsidiariamen
na fiscalização
dedicação te
exclusiva de
M/O Previdenciários Administração responde
solidariamente

Por fim, lembro que, mesmo quando a empresa contratada subcontratar parte do objeto, ela
continuará responsável pelas obrigações legais ou contratuais inicialmente assumidas (art. 122).

24
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

TRABALHO TEMPORÁRIO
Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se
confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT).

No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de
trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira.

No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho
temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas
hipóteses previstas, quais sejam:

a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;

b) de atividades empresariais de caráter transitório;

c) de contrato de experiência.

Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho
Delgado1 explica que

“O exame dessas duas hipóteses de pactuação temporária evidencia que não se


diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação de contrato
empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a ótica socioeconômica,
as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n.
6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a
contratos celetistas por tempo determinado (art. 443, CLT).”

-----

Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como:

Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.

Antes da Lei 13.429/2017, a definição era a seguinte:

1
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463.

25
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços.

É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário:

Lei 6.019/74, art. 4º - Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente


registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à
disposição de outras empresas temporariamente.

A definição anterior era a seguinte:

Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa


física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras
empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas
remunerados e assistidos.

Como a empresa de trabalho temporário (ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar
mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na
dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora.

Segue abaixo um esquema envolvendo o trabalho temporário:

Empresa tomadora de mão de Contrato de natureza civil Empresa de trabalho


«» «»
obra (intermediação de mão de obra) temporário (ETT)

Trabalho subordinado
(entretanto não há vínculo de Relação de trabalho
emprego)

Trabalhador temporário

Hipóteses do trabalho temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça
trabalhadores a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art.
2º da Lei 6.019/74, a saber:

26
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

• necessidade de substituição transitória de pessoal permanente2


• demanda complementar de serviços3

Acerca desta última hipótese, a própria lei dispôs da seguinte forma:

Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja
oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha
natureza intermitente, periódica ou sazonal.

Resumindo, será complementar a demanda decorrente de fatores:

✓ imprevisíveis ou
✓ previsíveis, com natureza
o periódica
o intermitente
o sazonal

Por outro lado, o Decreto 10.854/2021 deixa claro que:

Art. 43, Parágrafo único. Não se considera demanda complementar de serviços:

I - as demandas contínuas ou permanentes; ou

II - as demandas decorrentes da abertura de filiais.

----

Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017:

• atualmente apenas pessoa jurídica pode ser empresa de trabalho temporário4


• poderá existir trabalho temporário também no meio rural5

A lei autoriza, excepcionalmente, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas em algumas
raras situações6, como no caso de greve considerada abusiva:

2
Decreto 10.854/2021, art. 45, V - substituição transitória de pessoal permanente - substituição de trabalhador permanente da
empresa tomadora de serviços ou cliente afastado por motivo de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tais como
férias, licenças e outros afastamentos previstos em lei;
3 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços.
4 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem.
5 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano.
6
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.

27
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a


substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei7.

Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário para substituir grevistas
indiscriminadamente.

A adoção do trabalho temporário, na situação de greve, se dá apenas em casos específicos, previstos na Lei
de Greve.

Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades-meio ou atividades-fim da
tomadora dos serviços:

Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o
desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa
tomadora de serviços.

Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente
com a SUM-331 (apenas a “terceirização” é que não era admitida em atividades-fim).

Prazo do trabalho temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Em regra, o atual8 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador,
é de 180 dias (ainda que não consecutivos):

Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.

Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que
ensejaram a contratação:

Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias,
consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada
a manutenção das condições que o ensejaram.

Portanto:

Prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, consecutivos ou não.

Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
7
Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve.
8
Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do
Trabalho.

28
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Ora, mas como assim, “prazo não consecutivo”?

Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente
durante esse prazo?

Não é bem assim!

A lei criou uma “quarentena” de 90 dias:

Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.

Exemplo: se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados
90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente “colocado à disposição” da empresa XisMais.

Entendi! Mas, e se o prazo for descumprido?

A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços:

Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo
caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.

Empresa de trabalho temporário (ETT)


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb):

Lei 6.019/74, art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente


registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à
disposição de outras empresas temporariamente.

Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para
funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes:

Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), do Ministério da Fazenda;

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).9

9
Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos.

29
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o
seguinte:

Trabalho temporário (ETT) Terceirização (EPS)

Capital Social compatível com o número de empregados,


observando-se os seguintes parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$


10.000,00;
Capital Social de, no mínimo, R$ 100.000,00
(independentemente da quantidade de b) mais de dez e até vinte - R$ 25.000,00;
trabalhadores temporários)
c) mais de vinte e até cinquenta - R$ 45.000,00;

d) mais de cinquenta e até cem - R$ 100.000,00; e

e) mais de cem empregados - R$ 250.000,00.

Tomador dos serviços


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º:

Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela
equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa
definida no art. 4o desta Lei.

Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de
trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos
serviços:

Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário.

Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho
temporário lícito.

Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador
quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro:

30
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em
suas dependências ou em local por ela designado.

Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho
aos trabalhadores terceirizados.

Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos
trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa
tomadora:

Lei 6.019, art. 9º, § 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho


temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus
empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado.

Comparando estas regras do trabalho temporário com aquelas estudadas sobre a terceirização de serviços,
temos o seguinte:

Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um
trabalho temporário.

Em regra, haverá responsabilidade subsidiária do tomador:

Lei 6.019, art. 10, § 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações


trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento
das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 199110.

10
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e

31
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o
tomador responderá de forma solidária:

Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a


empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas
ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização
previstas nesta Lei.

Esquematizando, portanto, a responsabilidade do tomador de trabalho temporário, temos:

- regra geral: responsabilidade subsidiária


- falência da ETT: responsabilidade solidária

Tal responsabilidade foi delimitada pelo Decreto 10.854/2021 da seguinte forma:

Art. 74, Parágrafo único. Na hipótese de falência da empresa de trabalho temporário, a


empresa tomadora de serviços ou cliente responderá solidariamente pelas verbas relativas
ao período para o qual o trabalhador tiver sido contratado.

Contrato entre ETT e tomador


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos
serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos:

Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora
de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no
estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:

I - qualificação das partes;

II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário;

III - prazo da prestação de serviços;

IV - valor da prestação de serviços;

V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local


de realização do trabalho.

recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.

32
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Contrato entre ETT e trabalhador temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve
ser necessariamente por escrito:

Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário
e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente
será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos
conferidos aos trabalhadores por esta Lei.

Apesar de se referir a um “contrato de trabalho”, há divergências11 quanto ao enquadramento ou não do


trabalhador temporário como um empregado, havendo precedentes recentes do TST pelo não
enquadramento12. A despeito disso, a lei determina que a condição de trabalhador temporário seja anotada
na CTPS do obreiro:

Lei 6019, art. 12, § 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do


trabalhador sua condição de temporário.

Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de
trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva:

Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de
reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim
do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho
temporário.

Em relação a essa contratação, é importante se atentar para a regra abaixo:

Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora
de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio
de 1943.

Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como
trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se
conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação.

Além disso, o trabalhador temporário será cadastrado junto ao Ministério do Trabalho:

11
DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432.
12
RR - 1342-91.2010.5.02.0203; Red. Min. Renato de Lacerda Paiva; 30/4/2015; RR – 1000-46.2014.5.09.0009, rel. Min. Alexandre
de Souza Agra Belmonte; 28/9/2016

33
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Decreto 10.854/2021, Art. 47. O cadastramento dos trabalhadores temporários será feito
junto ao Ministério do Trabalho e Previdência.

Direitos do trabalhador temporário


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019:

Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da


empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese,
a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado –
após CF88]

b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas,


com acréscimo de 20% (vinte por cento) [leia-se 50% – após CF88];

c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de


1966;

d) repouso semanal remunerado;

e) adicional por trabalho noturno;

f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato,


correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;

g) seguro contra acidente do trabalho;

h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social,


com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III,
letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).

Acrescente-se a esta lista o direito ao FGTS, por força da Lei 8.036/1990!

FLEXIBILIZAÇÃO E DESREGULAMENTAÇÃO
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a proteção e garantido direitos
mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade
relativa, como sendo aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por
exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa).

34
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Nos últimos tempos, como destacado pela Profa. Vólia Bomfim13

A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além daquelas
previstas na Constituição (..)

a Lei 13.429/17 ampliou as hipóteses de terceirização, e a Lei 13.467/17 (Reforma


Trabalhista) alterou a CLT para reduzir direitos dos empregados, autorizar que o ajuste
escrito entre as partes possa flexibilizar algumas regras trabalhistas e deu maior amplitude
à flexibilização coletiva, pois permite a redução de direitos desde que autorizada pelo
acordo ou convenção coletiva, prevalecendo sobre o legislado.

De toda forma, distinguindo flexibilização e desregulamentação, podemos dizer que, na flexibilização, o


Estado mantém sua intervenção nas relações de trabalho. O que acontece quando se autorizam regras
menos rígidas, mas mantém-se o chamado “mínimo existencial”.

Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de
intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente.

Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações
trabalhistas. Notem que a desregulamentação (diferentemente da “flexibilização”) pressupõe a ausência de
intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal
situação tende a não ser admitida no âmbito do Direito do Trabalho.

COOPERATIVAS DE TRABALHO
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Inicialmente cumpre esclarecer que já em 1994 foi incluído no CLT dispositivo que permitia a contratação de
cooperativas para a realização de atividades que, antes, eram desenvolvidas pelos próprios empregados da
contratante:

CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade
cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes
e os tomadores de serviços daquela.

A CLT, portanto, abriu a possibilidade de prestação de serviços por meio de cooperativa, indicando que não
há, em princípio, vínculo de emprego entre o associado e a cooperativa (e nem entre o tomador de serviços
e o associado).

Trata-se, no caso, de presunção relativa, e não absoluta: é que a realidade fática pode demonstrar típica
relação de emprego mascarada por meio de cooperativa fraudulenta.

13
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39.

35
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

O problema todo é que um simples parágrafo foi inserido na CLT (visto acima), e a partir dele foi realizada
uma onda de terceirizações por meio de cooperativas de trabalho, muitas vezes envolvendo fraudes às
relações de emprego.

Sobre o desvirtuamento das finalidades da cooperativa o Ministro Godinho 14 explica que

“(...) a ordem jurídica apenas favoreceu a prática cooperativista, envolvendo produtores e


profissionais efetivamente autônomos (como cabe às cooperativas); neste favorecimento,
criou, em favor dessas entidades, a presunção de ausência de vínculo empregatício. Porém
não conferiu ao cooperativismo instrumental para obrar fraudes trabalhistas. Em
decorrência, comprovado que o envoltório cooperativista não lida com profissionais
efetivamente autônomos e desatende, ainda, às finalidades e princípios imanentes ao
cooperativismo (princípio da dupla qualidade e princípio da retribuição pessoal
diferenciada, por exemplo), fixando, por fim, vínculo caracterizado por todos os elementos
fático-jurídicos da relação de emprego, não há como evitar-se o reconhecimento desta
relação empregatícia, afastando-se a simulação perpetrada.”

A regulamentação das cooperativas de trabalho enfim foi publicada em 2012, por meio da Lei nº 12.690, de
19 de julho de 2012, que dispõe sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho.

Preliminarmente é de se destacar a ementa15 da lei nº 12.690/12 indica a revogação do parágrafo único do


art. 442 da CLT (visto acima); entretanto, o artigo do projeto de lei que pretendia revogar tal dispositivo foi
vetado pela Presidente da República.

A razão do veto foi que a Lei 12.690/12 trata especificamente das cooperativas de trabalho, e o dispositivo
da CLT é mais amplo (abrange outros tipos de cooperativa); vejamos a razão do veto constante da Mensagem
Presidencial 331:

“O dispositivo da CLT que se pretende revogar disciplina a matéria de forma ampla e


suficiente, sendo desnecessária regra específica para as cooperativas de trabalho.”

Para comentar a Lei 12.690/12 utilizarei a mesma estrutura (Capítulos) por meio dos quais os artigos foram
divididos.

➢ Das cooperativas de trabalho


A Lei 12.690/12 inicia seu texto indicando que regula as cooperativas de trabalho e, também, menciona que
estas entidades são regidas por dispositivos das Leis 5.764/71 e 10.406/02:

14
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 442.
15
Dispõe sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho; institui o Programa Nacional de
Fomento às Cooperativas de Trabalho - PRONACOOP; e revoga o parágrafo único do art. 442 da Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

36
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 12.690/12, art. 1º A Cooperativa de Trabalho é regulada por esta Lei e, no que com ela
não colidir, pelas Leis nos 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil.

A Lei 5.764/71 define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas, e dá outras providências. Nesta lei são descritas as características das sociedades cooperativas,
conteúdo do Estatuto Social, etc.

O Código Civil (Lei 10.406/02) também possui artigos que normatizam as sociedades cooperativas.

Uma regra interessante consta do seu art. 1.095:

CCB, art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada
ou ilimitada.

§ 1º É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo


valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a
proporção de sua participação nas mesmas operações.

§ 2º É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e


ilimitadamente pelas obrigações sociais.

Esses dispositivos foram cobrados na questão abaixo, correta:

MPT – Procurador - 2012


Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ao valor das suas
quotas e pelo prejuízo nas operações sociais guardada a proporção de sua participação nas
mesmas operações; ou ilimitada, em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais.

Voltando ao nosso grande objeto de estudo, a Lei 12.690/12, notamos que logo no seu artigo inaugural a Lei
exclui de seu campo de aplicação algumas cooperativas de serviços, que são as seguintes:

Lei 12.690/12, art. 1º, parágrafo único. Estão excluídas do âmbito desta Lei:

I - as cooperativas de assistência à saúde na forma da legislação de saúde suplementar;

II - as cooperativas que atuam no setor de transporte regulamentado pelo poder público e


que detenham, por si ou por seus sócios, a qualquer título, os meios de trabalho;

III - as cooperativas de profissionais liberais cujos sócios exerçam as atividades em seus


próprios estabelecimentos; e

IV - as cooperativas de médicos cujos honorários sejam pagos por procedimento.

Acerca da definição de cooperativa de trabalho, a lei 12.690/12 assim conceituou tais entidades:

37
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 12.690/12, art. 2º Considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade constituída por


trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito
comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação
socioeconômica e condições gerais de trabalho.

§ 1º A autonomia de que trata o caput deste artigo deve ser exercida de forma coletiva e
coordenada, mediante a fixação, em Assembleia Geral, das regras de funcionamento da
cooperativa e da forma de execução dos trabalhos, nos termos desta Lei.

§ 2º Considera-se autogestão o processo democrático no qual a Assembleia Geral define


as diretrizes para o funcionamento e as operações da cooperativa, e os sócios decidem
sobre a forma de execução dos trabalhos, nos termos da lei.

A Lei também elencou uma série de princípios e valores das cooperativas de trabalho, quais sejam:

Lei 12.690/12, art. 3º A Cooperativa de Trabalho rege-se pelos seguintes princípios e


valores:

I - adesão voluntária e livre;

II - gestão democrática;

III - participação econômica dos membros;

IV - autonomia e independência;

V - educação, formação e informação;

VI - intercooperação;

VII - interesse pela comunidade;

VIII - preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;

IX - não precarização do trabalho;

X - respeito às decisões de asssembleia, observado o disposto nesta Lei;

XI - participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei


e no Estatuto Social.

Menção especial deve ser feita ao item IX, não precarização do trabalho.

Um dos principais objetivos da Lei é evitar que a cooperativa de trabalho se transforme em elemento
precarizador, que represente prejuízo ao empregado que perde seu posto de trabalho e é obrigado a exercer
as mesmas tarefas de antes, só que, ao invés de empregado, passa a ser cooperado.

38
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Isto ocorreu de forma acentuada quando as empresas passaram a demitir empregados que, posteriormente,
eram obrigados a se associar a cooperativas de trabalho que, por sua vez, eram contratadas pelo antigo
empregador para a prestação de serviços.

Ainda sobre os princípios e valores elencados na Lei 12.690/12 é interessante notar que foram baseados no
texto da Recomendação 193 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulada “Sobre a Promoção
de Cooperativas”, onde encontramos o seguinte:

Recomendação 193, item 3. A promoção e o fortalecimento da identidade das cooperativas


deveriam ser incentivados com base:

(...)

(b) nos princípios cooperativos conforme desenvolvidos pelo movimento cooperativo


internacional e aqui transcritos em Anexo a esta Recomendação. Estes princípios são:
associação voluntária e acessível; controle democrático pelo associado; participação
econômica do associado; autonomia e independência; educação, formação e informação;
cooperação entre cooperativas e interesse pela comunidade.

No que tange ao objeto social, a cooperativa de trabalho poderá se organizar em dois grupos distintos:

Lei 12.690/12, art. 4º A Cooperativa de Trabalho pode ser:

I - de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a
produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de
produção; e

II - de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados


a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego.

A forma cooperativista de trabalho pressupõe que não exista a subordinação jurídica entre o associado e a
cooperativa, nem entre associado e empresa tomadora de serviços.

O artigo 5º reforça tal característica, nos seguintes termos:

Lei 12.690/12, art. 5º A Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para intermediação
de mão de obra subordinada.

Para fins de dimensionamento da cooperativa, a Lei houve por bem determinar quantidade mínima de sócios
para viabilizar sua constituição:

Lei 12.690/12, art. 6º A Cooperativa de Trabalho poderá ser constituída com número
mínimo de 7 (sete) sócios.

Sobre este aspecto ressalte-se que a Lei 5.754/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo, institui
o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências, prevê que as sociedades
cooperativas poderiam ser compostas por, no mínimo, 20 (vinte) associados pessoas físicas.

39
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Entretanto, a regra específica da Lei 12.690/12 é que prevalece para as cooperativas de trabalho: mínimo de
7 (sete) sócios.

Como comentado anteriormente, atendidos os requisitos legais quanto à forma cooperativa de se organizar
não haverá relação de emprego em relação aos associados.

Entretanto, tendo em vista a necessidade de que este modelo represente benefício para os cooperados, a
Lei 12.690/12 procurou garantir direitos mínimos em termos de condições de trabalho (comparativamente
aos direitos dos trabalhadores regidos pela CLT).

Estas garantias mínimas exigidas pela Lei são as seguintes:

Lei 12.690/12, art. 7º A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes
direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir:

I - retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não


inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às
atividades desenvolvidas;

Como cooperado não se confunde com empregado, a contraprestação recebida pelo trabalho prestado não
é chamada de salário, e sim de retirada.

Assim, a cooperativa irá ter um resultado de suas atividades e os associados irão receber um valor de acordo
com o trabalho desenvolvido, que é a retirada.

II - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e


quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a
prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de
horários;

Para evitar excessos em relação à duração do trabalho dos associados, a Lei entendeu necessário estipular a
duração dos módulos diários e semanal à semelhança do disposto na Constituição Federal para os
empregados em geral: 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

A ressalva constante do inciso também pode ser visualizada para os empregados, visto que se admite, por
exemplo, os plantões de 12 x 36 horas. A compensação de horas existe também para os empregados, nas
modalidades acordo de prorrogação de jornada e banco de horas.

III - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Outra garantia constitucional dos empregados estendida pela Lei 12.690/12 aos cooperados, com vistas e
evitar o labor sem a interrupção semanal. Esta garantia é ressalvada no parágrafo seguinte para os casos de
trabalho eventual do cooperado.

40
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

IV - repouso anual remunerado;

Repouso anual remunerado seria o equivalente às férias do empregado. A lei não definiu duração ou demais
condições de tal direito. Esta garantia é ressalvada no parágrafo seguinte para os casos de trabalho eventual
do cooperado.

V - retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;

Este seria o equivalente do adicional noturno dos empregados urbanos e rurais. A lei não definiu percentuais
e demais requisitos deste “adicional” da retirada de trabalho noturno do cooperado.

VI - adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;

Este seria o equivalente do adicional de insalubridade e periculosidade dos empregados urbanos e rurais. A
lei não definiu percentuais e demais requisitos deste “adicional” da retirada de trabalho perigoso ou
insalubre do cooperado.

VII - seguro de acidente de trabalho.

Como indicado pelo caput do artigo estudado acima, a Assembleia Geral pode instituir outros direitos aos
associados.

Em relação aos direitos elencados nos incisos III e IV (repousos semanal e anual remunerados), a Lei os
restringiu aos cooperados que exerçam atividades de modo não eventual – ou seja, não os garantiu para
associados que exerçam suas atividades apenas eventualmente (com a ressalva de que, mesmo neste último
caso, a Assembleia pode garanti-los):

Lei 12.690/12, art. 7º, § 1º Não se aplica o disposto nos incisos III e IV do caput deste artigo
nos casos em que as operações entre o sócio e a cooperativa sejam eventuais, salvo decisão
assemblear em contrário.

Para assegurar recursos financeiros suficientes para a satisfação dos direitos previstos no seu artigo 7º pelos
associados, a Lei determinou que a cooperativa busque meios para tanto, inclusive constituindo provisões:

Lei 12.690/12, art. 7º, § 2º A Cooperativa de Trabalho buscará meios, inclusive mediante
provisionamento de recursos, com base em critérios que devem ser aprovados em
Assembleia Geral, para assegurar os direitos previstos nos incisos I, III, IV, V, VI e VII do
caput deste artigo e outros que a Assembleia Geral venha a instituir.

41
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

O direito do inciso II não constou do rol porque não se reveste de expressão monetária: ele trata de duração
máxima de trabalho na jornada diária (8 horas) e no módulo semanal (44 horas).

Ainda com relação aos direitos dos associados, a Lei 12.690/12 previu que, no caso específico das
cooperativas de produção, a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) poderá estabelecer carência para fruição
da retirada não inferior ao piso da categoria profissional (ou salário mínimo) e do seguro de acidente de
trabalho:

Lei 12.690/12, art. 7º, § 5º A Cooperativa de Trabalho constituída nos termos do inciso I do
caput do art. 4º desta Lei poderá, em Assembleia Geral Extraordinária, estabelecer carência
na fruição dos direitos previstos nos incisos I e VII do caput deste artigo.

Esquematizando as regras que acabamos de estudar sobre o artigo 7º da Lei das Cooperativas de Trabalho:

Retiradas não inferiores ao piso da categoria AGE da


profissional e, na ausência deste, não inferiores cooperativa de
> ao salário mínimo, calculadas de forma trabalho pode
>>
> proporcional às horas trabalhadas ou às estabelecer
atividades desenvolvidas. carência para
fruição
Duração do trabalho normal não superior a 8
(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro)
> horas semanais, exceto quando a atividade, por
> sua natureza, demandar a prestação de trabalho
por meio de plantões ou escalas, facultada a
compensação de horários.

A Cooperativa Não se aplica


de Trabalho > Repouso semanal remunerado, nos casos em
>>
deve garantir > preferencialmente aos domingos. que as
aos sócios os operações entre
seguintes o sócio e a
direitos cooperativa
> sejam eventuais
Repouso anual remunerado. >> (salvo decisão
>
assemblear em
contrário)
Retirada para o trabalho noturno superior
>
>
à do diurno.
> Adicional sobre a retirada para as atividades
> insalubres ou perigosas.
AGE da
>
Seguro de acidente de trabalho. >> cooperativa de
>
trabalho pode

42
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

estabelecer
carência para
fruição
Outros que a Assembleia Geral
>
>
venha a instituir.

A Lei também se preocupou com a questão de saúde e segurança do trabalho, tendo em vista que a
cooperativa deverá garantir condições seguras de trabalho aos seus associados.

Lei 12.690/12, art. 8º As Cooperativas de Trabalho devem observar as normas de saúde e


segurança do trabalho previstas na legislação em vigor e em atos normativos expedidos
pelas autoridades competentes.

Encerrando o tópico, é interessante conhecer (tanto em provas de Direito do Trabalho quanto de Segurança
e Saúde no Trabalho) a previsão legal sobre responsabilidade solidária entre contratante e cooperativa
quanto às normas de segurança e saúde no trabalho:

Lei 12.690/12, art. 9º O contratante da Cooperativa de Trabalho prevista no inciso II do


caput do art. 4º desta Lei responde solidariamente pelo cumprimento das normas de
saúde e segurança do trabalho quando os serviços forem prestados no seu
estabelecimento ou em local por ele determinado.

➢ Do funcionamento das cooperativas de trabalho


Acerca do objeto social da cooperativa de trabalho, a Lei 12.690/12 foi bastante abrangente:

Lei 12.690/12, art. 10. A Cooperativa de Trabalho poderá adotar por objeto social qualquer
gênero de serviço, operação ou atividade, desde que previsto no seu Estatuto Social.

Lei 12.690/12, art. 10, § 1º É obrigatório o uso da expressão “Cooperativa de Trabalho” na


denominação social da cooperativa.

O caput do artigo 10 foi redigido de modo bastante semelhante ao que já havia sido previsto na Lei 5.764/71;
o seu parágrafo único exigiu a expressão Cooperativa de Trabalho na denominação social, enquanto a Lei
5.764/71 prevê Cooperativa:

Lei 5.764/71, art. 5° As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer
gênero de serviço, operação ou atividade, assegurando-se-lhes o direito exclusivo e
exigindo-se-lhes a obrigação do uso da expressão "cooperativa" em sua denominação.

Outra disposição constante da Lei 12.690/12 é sobre participação de cooperativas de trabalho em licitações
públicas:

43
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 12.690/12, art. 10, § 2º A Cooperativa de Trabalho não poderá ser impedida de
participar de procedimentos de licitação pública que tenham por escopo os mesmos
serviços, operações e atividades previstas em seu objeto social.

➢ Da fiscalização e das penalidades


Como meio de coibir fraudes às relações de emprego que continuem a ser perpetradas sob a égide da nova
lei, o legislador inseriu alguns dispositivos que regulam medidas aplicáveis nestes casos.

Inicialmente foi disposto que caberá ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a competência para
fiscalização da Lei 12.690/12:

Lei 12.690/12, art. 17. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego, no âmbito de sua
competência, a fiscalização do cumprimento do disposto nesta Lei.

O verdadeiro cooperado (associado) não labora com subordinação, como vimos. Em casos de fraude
comprovada, quando a cooperativa de trabalho é utilizada para simular autêntica relação de emprego,
consta da lei que

Lei 12.690/12, art. 17, § 1º A Cooperativa de Trabalho que intermediar mão de obra
subordinada e os contratantes de seus serviços estarão sujeitos à multa de R$ 500,00
(quinhentos reais) por trabalhador prejudicado, dobrada na reincidência, a ser revertida
em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.

Esta preocupação legislativa visa a combater falsas cooperativas, também chamadas de “coopergatos” e
“cooperfraudes”.

Sobre o elemento fático-jurídico subordinação, sua inexistência será essencial para não se desvirtuar a
condição do cooperado (associado); em outras palavras, se houver subordinação do cooperado ao tomador
de serviços restará configurada a fraude.

Consta da Lei que será possível a presunção de intermediação de mão de obra subordinada caso
desatendidos alguns requisitos:

Lei 12.690/12, art. 17, § 2º Presumir-se-á intermediação de mão de obra subordinada a


relação contratual estabelecida entre a empresa contratante e as Cooperativas de Trabalho
que não cumprirem o disposto no § 6º do art. 7º desta Lei.

O mencionado dispositivo, por sua vez, também remete a outro dispositivo da mesma lei, a saber

Lei 12.690/12, art. 7º, § 6º As atividades identificadas com o objeto social da Cooperativa
de Trabalho prevista no inciso II do caput do art. 4º desta Lei, quando prestadas fora do
estabelecimento da cooperativa, deverão ser submetidas a uma coordenação com
mandato nunca superior a 1 (um) ano ou ao prazo estipulado para a realização dessas

44
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

atividades, eleita em reunião específica pelos sócios que se disponham a realizá-las, em


que serão expostos os requisitos para sua consecução, os valores contratados e a
retribuição pecuniária de cada sócio partícipe.

Assim, o objetivo de tal previsão legal é evitar que se configure a subordinação jurídica do cooperado junto
ao tomador de serviços, que, sem a aludida coordenação, estaria laborando no estabelecimento do tomador
de serviços sem qualquer coordenação a cargo da cooperativa.

Esquematizando a relação entre os dispositivos estudados para facilitar a visualização e compreensão do


assunto:

Lei 12.690/12, art. 4º A Cooperativa de Trabalho pode ser:

(...)

II - de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços


especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego.

Lei 12.690/12, art. 7º, § 6º As atividades identificadas com o objeto social da Cooperativa
de Trabalho prevista no inciso II do caput do art. 4º desta Lei, quando prestadas fora do
estabelecimento da cooperativa, deverão ser submetidas a uma coordenação com
mandato nunca superior a 1 (um) ano ou ao prazo estipulado para a realização dessas
atividades, eleita em reunião específica pelos sócios que se disponham a realizá-las,
em que serão expostos os requisitos para sua consecução, os valores contratados e a
retribuição pecuniária de cada sócio partícipe.

Lei 12.690/12, art. 17, § 2º Presumir-se-á intermediação de mão de obra subordinada


a relação contratual estabelecida entre a empresa contratante e as Cooperativas de
Trabalho que não cumprirem o disposto no § 6º do art. 7º desta Lei.

A aplicação das penalidades caberá à autoridade competente do MTE, consoante o Título VII da CLT (Do
Processo de Multas Administrativas, que será detalhado em outro tópico do curso):

Lei 12.690/12, art. 17, § 3º As penalidades serão aplicadas pela autoridade competente do
Ministério do Trabalho e Emprego, de acordo com o estabelecido no Título VII da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio
de 1943.

Sobre implicações penais, civis e administrativas de cooperativas fraudulentas, o artigo 18 encerra o capítulo,
estabelecendo que

Lei 12.690/12, art. 18. A constituição ou utilização de Cooperativa de Trabalho para fraudar
deliberadamente a legislação trabalhista, previdenciária e o disposto nesta Lei acarretará

45
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

aos responsáveis as sanções penais, cíveis e administrativas cabíveis, sem prejuízo da ação
judicial visando à dissolução da Cooperativa.

§ 2º Fica inelegível para qualquer cargo em Cooperativa de Trabalho, pelo período de até
5 (cinco) anos, contado a partir da sentença transitada em julgado, o sócio, dirigente ou o
administrador condenado pela prática das fraudes elencadas no caput deste artigo.

➢ Do Programa Nacional de Fomento às Cooperativas


Para incentivar o cooperativismo e permitir que as cooperativas deem condições dignas aos cooperados, a
Lei 12.690/12 instituiu um Programa de fomento às cooperativas de trabalho:

Lei 12.690/12, art. 19. É instituído, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, o


Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho - PRONACOOP, com a
finalidade de promover o desenvolvimento e a melhoria do desempenho econômico e
social da Cooperativa de Trabalho.

Apesar de não ser uma empresa, a adequada organização da cooperativa (e sua sobrevivência) demandará
conhecimento sobre gestão financeira, administração de recursos humanos, organização do trabalho, etc.

Para a aquisição (ou locação) de espaço físico, mobiliário, equipamentos, veículos, serviços e tudo o que for
necessário para a execução das atividades da cooperativa também será necessário acesso a linhas de crédito
bancário, cuja viabilização o PRONACOOP apoiará.

Estas são, entre outras, as finalidades de se instituir o PRONACOOP. A enumeração das finalidades do
Programa, que será gerido por um Comitê Gestor (que terá composição paritária entre o governo e entidades
representativas do cooperativismo de trabalho), consta do mesmo artigo 19, em seu parágrafo único:

Lei 12.690/12, art. 19, parágrafo único. O Pronacoop tem como finalidade apoiar:

I - a produção de diagnóstico e plano de desenvolvimento institucional para as


Cooperativas de Trabalho dele participantes;

II - a realização de acompanhamento técnico visando ao fortalecimento financeiro, de


gestão, de organização do processo produtivo ou de trabalho, bem como à qualificação dos
recursos humanos;

III - a viabilização de linhas de crédito;

IV - o acesso a mercados e à comercialização da produção;

V - o fortalecimento institucional, a educação cooperativista e a constituição de


cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas;

VI - outras ações que venham a ser definidas por seu Comitê Gestor no cumprimento da
finalidade estabelecida no caput deste artigo.

46
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

➢ Disposições finais
Os empregadores são obrigados, por lei, a informar anualmente ao governo dados relativos aos empregados
que lhe prestaram serviços no ano-base anterior: é a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS.

Para as cooperativas de trabalho, foi instituída a RAICT:

Lei 12.690/12, art. 26. É instituída a Relação Anual de Informações das Cooperativas de
Trabalho - RAICT, a ser preenchida pelas Cooperativas de Trabalho, anualmente, com
informações relativas ao ano-base anterior.

Parágrafo único. O Poder Executivo regulamentará o modelo de formulário da RAICT, os


critérios para entrega das informações e as responsabilidades institucionais sobre a coleta,
processamento, acesso e divulgação das informações.

A lei também instituiu prazo para que as atuais cooperativas de trabalho façam a adequação de seus
estatutos às disposições legais (quórum para realização de assembleias, incentivos à participação dos sócios
nas assembleias, etc.):

Lei 12.690/12, art. 27. A Cooperativa de Trabalho constituída antes da vigência desta Lei
terá prazo de 12 (doze) meses, contado de sua publicação, para adequar seus estatutos às
disposições nela previstas.

Por fim, vale comentar a inserção do dispositivo abaixo, em janeiro de 2019, dispondo que:

Art. 88-A. A cooperativa poderá ser dotada de legitimidade extraordinária autônoma


concorrente para agir como substituta processual em defesa dos direitos coletivos de seus
associados quando a causa de pedir versar sobre atos de interesse direto dos associados
que tenham relação com as operações de mercado da cooperativa, desde que isso seja
previsto em seu estatuto e haja, de forma expressa, autorização manifestada
individualmente pelo associado ou por meio de assembleia geral que delibere sobre a
propositura da medida judicial.

47
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

RESUMO

48
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

49
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

50
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

CONCLUSÃO
Bom pessoal,

Chegamos ao final da nossa aula. O tema é atual e relevante, mas ainda não conta com muitas questões de
prova.

Sugerimos ler e reler a Lei 6019, transcrita logo abaixo.

Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos
à disposição para auxiliá-los (as).

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

https://www.facebook.com/professordaud

51
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

LISTA DE LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E OJ DO TST


RELACIONADOS À AULA

CF/88

CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
==330927==

emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;

CLT

CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa,
não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela.

Legislação específica

Lei 6019, art. 1o As relações de trabalho na empresa de trabalho temporário, na empresa de


prestação de serviços e nas respectivas tomadoras de serviço e contratante regem-se por esta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para
atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em


greve, salvo nos casos previstos em lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis


ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou
sazonal. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 3º - É reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporário que passa a integrar o


plano básico do enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da Consolidação da Leis do
Trabalho.

52
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério


do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas
temporariamente. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.

§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas


prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a


terceiros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

II - registro na Junta Comercial; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes


parâmetros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e


cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o
art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:

53
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios;

b) direito de utilizar os serviços de transporte;

c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por


ela designado;

d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações


adequadas à prestação do serviço.

§ 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados


da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de
outros direitos não previstos neste artigo.

§ 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual


ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar
aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em
outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno
funcionamento dos serviços existentes.

Art. 5o Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que
celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4 o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa
de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal.

§ 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que


foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa


contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade


dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo


atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas
dependências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

54
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

§ 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas


referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições
previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - qualificação das partes; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - especificação do serviço a ser prestado; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica
cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na
qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos
titulares ou sócios forem aposentados.

Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa
na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de
dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Art. 6o São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário no


Ministério do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

d) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

e) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

f) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da


Fazenda; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)

55
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 7º - A empresa de trabalho temporário que estiver funcionando na data da vigência desta Lei
terá o prazo de noventa dias para o atendimento das exigências contidas no artigo anterior.

Parágrafo único. A empresa infratora do presente artigo poderá ter o seu funcionamento
suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mão-de-Obra, cabendo recurso
ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicação do ato no Diário Oficial da
União.

Art. 8º - A empresa de trabalho temporário é obrigada a fornecer ao Departamento Nacional de


Mão-de-Obra, quando solicitada, os elementos de informação julgados necessários ao estudo do
mercado de trabalho.

Art. 9o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será
por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de
serviços e conterá: (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - qualificação das partes; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário; (Incluído pela Lei nº 13.429, de


2017)

III - prazo da prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

IV - valor da prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de


realização do trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 1o É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e


salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em
local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo


atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas
dependências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio


e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços. (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)

Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de
emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

56
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder
ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo
estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o
ensejaram. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 4o Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato


de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 5o O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1 o e 2o deste artigo


somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato
temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)

§ 6o A contratação anterior ao prazo previsto no § 5o deste artigo caracteriza vínculo


empregatício com a tomadora.

§ 7o A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao


período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições
previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será,
obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos
trabalhadores por esta Lei.

Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação
do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à
sua disposição pela empresa de trabalho temporário.

Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa


tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do
salário mínimo regional;

b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com
acréscimo de 20% (vinte por cento);

c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;

57
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

d) repouso semanal remunerado;

e) adicional por trabalho noturno;

f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a
1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;

g) seguro contra acidente do trabalho;

h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do
Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).

§ 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de


temporário.

§ 2º - A empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho temporário


a ocorrência de todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição,
considerando-se local de trabalho, para efeito da legislação específica, tanto aquele onde se
efetua a prestação do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho temporário.

Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e
circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho,
ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa
cliente onde estiver prestando serviço.

Art. 14 - As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecer às empresas tomadoras


ou clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situação com o Instituto Nacional
de Previdência Social.

Art. 15 - A Fiscalização do Trabalho poderá exigir da empresa tomadora ou cliente a apresentação


do contrato firmado com a empresa de trabalho temporário, e, desta última o contrato firmado
com o trabalhador, bem como a comprovação do respectivo recolhimento das contribuições
previdenciárias.

Art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente


é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao
tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo
período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei.

Art. 17 - É defeso às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de estrangeiros


com visto provisório de permanência no País.

Art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer


importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em
Lei.

58
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Parágrafo único. A infração deste artigo importa no cancelamento do registro para


funcionamento da empresa de trabalho temporário, sem prejuízo das sanções administrativas e
penais cabíveis.

Art. 19 - Competirá à Justiça do Trabalho dirimir os litígios entre as empresas de serviço


temporário e seus trabalhadores.

Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao pagamento de
multa. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Parágrafo único. A fiscalização, a autuação e o processo de imposição das multas reger-se-ão


pelo Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1o de maio de 1943.

Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores,
permanecendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e
subsidiariamente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 19-C. Os contratos em vigência, se as partes assim acordarem, poderão ser adequados aos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

TST

SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o

vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
6.019, de 03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de


emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de

vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a

de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a


pessoalidade e a subordinação direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a


responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja
participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

59
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente,


nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas
pela empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes


da condenação referentes ao período da prestação laboral.

60
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

QUESTÕES COMENTADAS

1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União

Acerca da terceirização de serviços no âmbito da administração pública, de acordo com a


jurisprudência majoritária do TST,

A o inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador implica


responsabilidade solidária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações, desde que este
haja participado da relação processual e conste também no título executivo judicial.

B a responsabilidade do tomador de serviços é subsidiária e não depende de conduta culposa da


administração pública no cumprimento das obrigações previstas na Lei de Licitações,
especialmente as de fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais da prestadora de
serviços como empregadora.

C a terceirização irregular afasta o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas


trabalhistas legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador de serviços,
mesmo quando presente a igualdade de funções.

D a terceirização ilícita não gera vínculo de emprego com o ente da administração pública.

E a reponsabilidade subsidiária da administração é objetiva e decorre do mero inadimplemento


das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa contratada.

Comentários:

A alternativa (A) está incorreta, por se tratar de responsabilidade subsidiária:

SUM-331, IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços
quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e
conste também do título executivo judicial.

61
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

A alternativa (B) está incorreta, visto que, no caso de terceirização envolvendo a Administração
Pública, esta somente será responsável caso evidenciada a sua conduta culposa, especialmente
quanto à fiscalização da contratação:

SUM-331, V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta


respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada
a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

A alternativa (C) está incorreta. A terceirização irregular no âmbito da Administração Pública não
gera vínculo de emprego, ante o princípio do concurso público, mas, quando há igualdade de
funções, não exime a Administração de pagar os direitos trabalhistas ao trabalhador terceirizado
irregularmente. Nesse sentido:

OJ 383 SDI-1 TST: A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa


interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração Pública, não
afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados
terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e normativas asseguradas
àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade
de funções. Aplicação analógica do art. 12, a, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.

A alternativa (D) está correta:

SUM-331 do TST, II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa


interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública
direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).

Por fim, a alternativa (E) está incorreta, haja vista que viola o conteúdo do inciso V da SUM-331 do
TST, segundo o qual a responsabilidade da Administração exige conduta culposa e não decorre
de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.

Gabarito (D)

2. CEBRASPE - PGM - SP - Procurador do Município - 2023

No que tange aos tipos de relação de trabalho, assinale a opção correta.

62
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

a) O trabalhador em domicílio, que efetua as atividades em sua habitação por conta do


empregador, possui os mesmos direitos e deveres do trabalhador que realiza atividades na sede
da empresa.
b) A continuidade e a exclusividade na prestação de serviços impedem a caracterização do
contrato de trabalho como autônomo, por serem requisitos da relação de emprego.
c) A existência de penalidade disciplinar no Estatuto do Policial Militar impede o reconhecimento
da relação de emprego decorrente do trabalho particular prestado por policial militar diretamente
a empresa privada.
d) O trabalho temporário pode ser realizado mediante contrato escrito celebrado entre o
trabalhador e a tomadora de serviços. desde que para atender a necessidade de substituição
transitória de pessoal permanente ou demanda complementar de serviços.
e) É vedada a utilização da modalidade de contrato de trabalho temporário para a atividade fim
da contratante.

Comentários

A alternativa correta é a Letra (A), conforme o art. 6º da CLT:

“Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador,


o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que
estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.”

A alternativa (B) está incorreta, conforme o art. 442-B da CLT:

“A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais,


com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.”

A alternativa (C) está incorreta, conforme Súmula 386 do TST:

“Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de


relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente
do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial
Militar.”

A alternativa (D) está incorreta, pois o contrato de trabalho temporário é celebrado entre o
trabalhador e a empresa prestadora de serviços, e não com a tomadora.

63
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

A alternativa (E) contraria o Tema de Repercussão Geral 725 do STF:

“Tema 725 - Terceirização de serviços para a consecução da atividade-fim da


empresa. É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho
entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa
contratante.” e art. 9º, §3º, da ei nº 6.019/74: “O contrato de trabalho temporário
pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem
executadas na empresa tomadora de serviços”

Gabarito (A)

3. CEBRASPE - PGM - SP - Procurador do Município – 2023

Acerca de terceirização no serviço público, assinale a opção correta

a) Na terceirização do serviço público, a empresa contratante transfere ao contratado, pessoa


física ou jurídica prestadora de serviços, a execução de quaisquer de suas atividades.
b) Constatada irregularidade na contratação de trabalhador em terceirização trabalhista com ente
de administração pública, será reconhecido o vínculo de emprego do obreiro com a tomadora de
serviço.
c) Os empregados da pessoa jurídica prestadora de serviços terceirizados tem direito a
atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante, sendo este um
dos motivos que ensejam a proibição de subcontratação de outras empresas para a efetiva
realização dos serviços da prestadora.
d) A administração pública e o contratado são responsáveis diretos e solidários pelos encargos
trabalhistas e previdenciários resultantes da execução do contrato de prestação de serviços
terceirizados, sendo que a inadimplência pode restringir o uso de obras e edificações.
e) Ao contratar serviços contínuos com regime de dedicações exclusiva de mão de obra, a
administração pode dispor em edital que os valores destinados a verbas rescisórias dos
empregados do contratado que participarem da execução dos serviços serão pagos pelo
contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.

Comentários

A correta é a alternativa (E), conforme art. 121, §3º, V, da Lei 14.133/21:

“Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhistas,


previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 3º Nas

64
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de


obra, para assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas pelo contratado,
a Administração, mediante disposição em edital ou em contrato, poderá, entre
outras medidas: V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo
terceiro salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do
contratado que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos
pelo contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.”

A letra (A) está incorreta, pois a terceirização somente pode ser feita a outra pessoa jurídica:

Lei nº 6.019/74, art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a


transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades,
inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

A letra (B) está incorreta, conforme SUM-331, II, do TST:

“II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não


gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta
ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).”

A letra (C) está incorreta, pois não é vedada a subcontratação:

“§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho


realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização
desses serviços.”

A letra (D) está incorreta, conforme a SUM-331, V, do TST, visto que a responsabilidade da
administração pública é subsidiária, e não solidária:

“V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada.”

Gabarito (E)

65
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

4. CEBRASPE - 2021 - PGE-CE - Procurador do Estado


Os direitos do empregado sob contrato individual de trabalho temporário incluem
I indenização de 40% sobre o FGTS;
II estabilidade provisória no caso de gestante;
III descanso semanal remunerado;
IV remuneração equivalente à recebida pelos empregados da mesma categoria.
Estão certos apenas os itens
A I e II.
B II e III.
C III e IV.
D I, II e IV.
Comentários:
Questão que demanda conhecimento das disposições da Lei 6.019/74, que regulamenta o
Trabalho Temporário e a Terceirização Trabalhista.
O item I está incorreto, pois não há tal previsão nas alíneas do art. 12 da Lei 6.019/74, em que
estão previstos os direitos do trabalhador temporário. Em outras palavras, embora tenha direito
ao FGTS, o temporário não faz jus à multa de 40% sobre a extinção contratual1.
O item II está incorreto. Tem prevalecido no TST a tese de que as trabalhadoras temporárias não
possuem direito à estabilidade provisória da gestante2:
Não se aplica às empregadas temporárias a garantia de emprego da gestante
(estabilidade gravídica).
O item III está correto, pois consiste na aplicação direta do direito estabelecido no art. 12, d, da
Lei 6.019/74:
Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes
direitos: (..)
d) repouso semanal remunerado;
Igualmente, o item IV está correto, pois consiste no direito ao salário-equitativo legalmente
assegurado ao trabalhador temporário:

1
TST/RR-1709-85.2017.5.09.0006
2
IAC 5639-31.2013.5.12.0051

66
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os


seguintes direitos:
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria
da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional;
Gabarito (C)

5. CESPE/PGE-PE – Analista de Procuradoria – 2019


Órgão de imprensa oficial de determinado estado contratou uma empresa para fazer a distribuição
dos diários oficiais por intermédio de motoboys. Recentemente, a empresa contratada demitiu
um desses empregados, sem cumprir com o devido pagamento de verbas rescisórias a ele.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Nessa situação, está caracterizada a terceirização do serviço, sendo cabível ao motoboy demitido
solicitar a responsabilização subsidiária do órgão de imprensa oficial para o pagamento das verbas
rescisórias não adimplidas pela empresa contratada.

Comentários:

Na esfera privada, como regra geral, o tomador de serviços é responsável subsidiário pelas verbas
trabalhistas devidas ao terceirizado.

No setor público, no entanto, a responsabilidade do tomador dos serviços (órgão de imprensa


oficial) não é automática, pois somente terá lugar quando comprovada sua conduta culposa na
fiscalização contratual:

SUM-331, V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta


respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada
a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

Gabarito (E)

6. CESPE/EMAP - Analista Portuário – Contratos - 2018


Acerca da responsabilidade previdenciária e trabalhista nos contratos administrativos, julgue o
item que se segue.

67
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Os entes da administração pública direta ou indireta respondem subsidiariamente quanto ao


cumprimento das obrigações trabalhistas independentemente de conduta culposa, especialmente
no que refere ao dever de fiscalizar o adimplemento das obrigações.

Comentários:

O item V da SUM-331 do TST, após alteração promovida em decorrência da ADC 16/STF, deixa
claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas terá lugar quando
se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no cumprimento
(descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-ão, neste caso,
as culpas in eligendo e in vigilando.

Portanto, diferentemente do que ocorre em relação aos particulares, a responsabilidade do ente


público não é ‘automática’, dependendo da aferição do grau de zelo da Administração Pública na
fiscalização do adimplemento das obrigações.

Gabarito (E)

7. FCC/TRT-PE – Analista – Área Administrativa – 2018


Marcela, supervisora do setor de embalagens da Empresa de Lâmpadas CTMR Ltda. foi
injustamente dispensada, sendo contratada uma empresa de serviços terceirizados. Marcela foi
contratada imediatamente como empregada da empresa terceirizada. Neste caso, é correto
afirmar que Marcela
(A) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da
empresa prestadora de serviços terceirizados, podendo, entretanto, prestar serviços para outras
tomadoras de serviços da terceirizada.
(B) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da
empresa prestadora de serviços terceirizados, em hipótese alguma, sob pena de configuração de
fraude às leis trabalhistas.
(C) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de doze meses,
contados a partir de sua demissão.
(D) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de dezoito meses,
contados a partir de sua demissão.

68
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

(E) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, mas não na qualidade de empregada
da empresa prestadora de serviços terceirizados, e, sim, através de pessoa jurídica própria,
abrindo uma empresa.

Comentários:

Objetivando minimizar as chances de as empresas dispensarem seus empregados próprios para


terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, o legislador criou
uma quarentena de 18 meses.

Assim, Marcela não poderia ser recontratada como terceirizada da CTMR antes do decurso de 18
meses:

Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da
demissão do empregado.

Gabarito (D)

8. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017 (adaptada)


A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho
temporário. Conforme legislação que regula o trabalho temporário,
(A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com
relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma
prorrogação por igual período.
(B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos
empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária,
garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional.
(C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver
obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal.
(D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é
subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.

69
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

(E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2%


sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos
em Lei.

Comentários:

A letra (A), incorreta, já que o prazo máximo, após a mudança ocorrida com a Lei 13.429/2017, é
de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 (consecutivos ou não):

Lei 6.019/1974, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao


mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias,
consecutivos ou não.

§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não,
além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a
manutenção das condições que o ensejaram.

A letra (B), correta, pois se trata de um direito previsto no art. 12, ‘a’, da Lei 6.019/1974 (chamado
por alguns de ‘remuneração equitativa’):

Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os


seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria


da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional;

A letra (C), incorreta, pois devem ser por escrito ambos os contratos celebrados pela ETT. Ou seja,
tanto o contrato da ETT com a tomadora, quanto o contrato da ETT com o trabalhador temporário,
devem ser por escrito:

Lei 6.019/1974, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário


e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade
fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: (..)

Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário


e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou
cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os
direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei.

70
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

A letra (D), incorreta, já que, no caso de falência da ETT, o tomador dos serviços é responsável
solidário:

Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário,


a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento
das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador
esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela
remuneração e indenização previstas nesta Lei.

Por fim, a letra (E), incorreta, já que a ETT é proibida de cobrar qualquer importância do
trabalhador a título de mediação:

Lei 6.019/1974, art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do


trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas
efetuar os descontos previstos em Lei.

Gabarito: (B).

9. FCC/TRT20 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada)


A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial
Humano Mão de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja,
atender a uma demanda complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em
hidroelétrica com ruptura parcial de barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza
(A) contrato de trabalho avulso.
(B) terceirização ilícita de atividade fim.
(C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil.
(D) contrato de trabalho temporário.
(E) contrato de trabalho na modalidade experiência.

Comentários:

A descrição da contratação se amolda à hipótese que autoriza a contratação de trabalhador


temporário, com base na Lei 6.019/74, art. 2º:

Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física
contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de
uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição
transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

71
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Gabarito: (D).

10. FCC/TRT20 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016 (adaptada)


A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de
Atlas Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do
contrato entre as empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora,
sem receber qualquer indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do
recolhimento do FGTS do período. Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a
responsabilidade da empresa Olimpos em relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que
(A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a
terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora.
(B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a
empresa Olimpos, porque a terceirização foi irregular.
(C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os
direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período.
(D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os
direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período.
(E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas
fica restrita apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários
e o FGTS são de responsabilidade exclusiva da empregadora.

Comentários:

A lei deixa claro que é subsidiária a responsabilidade da contratante pelas obrigações trabalhistas
em uma terceirização:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente


responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias
observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 19913.

3
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.

72
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Gabarito: (C).

11. CESPE/CAIXA – Advogado – 2010 (Adaptada)


O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante,
possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a
pessoalidade.

Comentários:

O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige a prestação dos
serviços é a empresa prestadora dos serviços (EPS):

Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata,


remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata
outras empresas para realização desses serviços.

Portanto, o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário) não se subordina


diretamente à contratante.

Gabarito: (E).

12. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos
serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada
'quarteirização'.

Comentários:

A alternativa está correta, conforme dispõe a Lei 6.019, art. 4º-A, §1º, em sua parte final, transcrito
acima.

A respeito do uso da terminologia ‘quarteirização’, tomamos por base a corrente retratada no


seguinte excerto:

QUARTEIRIZAÇÃO. TOMADOR DE SERVIÇOS INTEGRANTE DA INICIATIVA


PRIVADA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. DECISÃO EM CONFORMIDADE
COM A SÚMULA Nº 331, IV, DO C. TST. ÓBICES DO ART. 896, § 7º, DA CLT E
SÚMULA Nº 333 DO C. TST.

73
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Assentou o E. Regional que a Reclamada RBS terceirizou à empresa Pack Four a


entrega de seus jornais, a qual, por sua vez, terceirizou o serviço ao Reclamado
Wilson Sadzinski - ME, empregador do Reclamante. Assim, o fenômeno havido no
caso dos autos é aquele que a doutrina e a jurisprudência denominam como
"quarteirização", (..)

AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Relatora


Desembargadora Convocada: Jane Granzoto Torres da Silva, 8ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 5/12/2014)

Gabarito: (C).

13. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a
responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive
quando o trabalho for realizado em outras dependências.

Comentários:

É da contratante (tomadora dos serviços) a responsabilidade por garantir um ambiente de trabalho


seguro também para os temporários que lhe prestarem serviços:

Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as


condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o
trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado
em contrato.

Gabarito: (E).

14. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços,
celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença
prescinde da especificação do serviço a ser prestado.

Comentários:

Tal informação é imprescindível ao contrato de prestação de serviços, segundo disposto na Lei


6.019/1974:

Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:

74
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

I - qualificação das partes;

II - especificação do serviço a ser prestado;

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor.

Gabarito: (E).

15. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.

Comentários:

Reparem que não mais consta tal restrição à utilização do trabalho temporário no meio urbano.
Segue abaixo a definição anterior de ETT (já revogada), que fazia menção à prestação urbana:

Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a


pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição
de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados,
por elas remunerados e assistidos.

Gabarito: (E).

16. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a
contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o
movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.

Comentários:

Excepcionalmente, a lei autoriza a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas, mas
isto se dá apenas nos casos previstos na lei de greve4, como no caso de greve considerada abusiva:

4
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.

75
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a


substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei.

Gabarito: (E).

17. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato
temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.

Comentários:

A “quarentena” é de 90 dias:

Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado
nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma
tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término
do contrato anterior.

Gabarito: (E).

18. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto,
deverá fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.

Comentários:

A questão cobrou os requisitos para funcionamento e registro da ETT:

Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa


Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda;

II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha


sede;

III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.

76
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Gabarito: (E).

19. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências
condições seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente
do trabalho.

Comentários:

A geração de ambiente de trabalho seguro é responsabilidade da empresa contratante (tomadora


dos serviços):

Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as


condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o
trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado.

Além disso, o trabalhador temporário faz jus o SAT (seguro contra acidente do trabalho) segundo
expressa disposição legal:

Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes


direitos: (..)

g) seguro contra acidente do trabalho;

Gabarito: (C).

20. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços
não possui obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos
empregados próprios da contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos
trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.

Comentários:

Em relação aos terceirizados, segue o art. 4º-C, §1º, que estabelece a isonomia salarial como uma
faculdade das empresas:

Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim


entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao

77
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste
artigo.

Em sentido contrário, o art. art. 12, “a”, que prevê tal direito aos temporários:

Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes


direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria


da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo
nacionalmente unificado – após CF88]

Gabarito: (C). ==330927==

21. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo
período, Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram
Caio como emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide
terceirizar para a Recursus parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do
rompimento do seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.

Comentários:

Primeiramente, não há óbices à terceirização da atividade-fim:

Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência


feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua
atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que
possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

78
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Em relação à quarentena, com apenas 6 meses do rompimento do vínculo de Tício e Caio não
poderiam ser nem sócios nem empregados da empresa prestadora de serviços. Por outro lado,
como Mévio aposentou-se, este sim poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada:

Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A
desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito
meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou
trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios
forem aposentados.

Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da
demissão do empregado.

Gabarito: (C).

79
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

QUESTÕES COMENTADAS - CESGRANRIO

1. CESGRANRIO/LIQUIGÁS - Profissional Júnior - Administração - 2018


Nos termos da Lei nº 13.429/2017, o contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento
de atividades meio e outras, a serem executadas na empresa tomadora de serviços, pertinentes às atividades
a) intermediárias ==330927==

b) fim
c) gerenciais
d) acessórias
e) parciais
Comentários:
O contrato de trabalho temporário é disciplinado pela Lei 6.019/1974, alterada pela Lei
13.429/2017. Após a mudança efetivada, o normativo passou a prever:

Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela


contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal,
à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade
econômica compatível com a sua execução.

Art. 9o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de


serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento
da tomadora de serviços e conterá:

§ 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de


atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.

Por fim, também vale frisar que, em 30/08/2018, o STF firmou Tese de Repercussão Geral de que
a terceirização das atividades-fim seria LÍCITA:

Tema 725 (RE 958252): É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do
trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.

Assim, a Letra (b) está correta.


1

80
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Gabarito (B)

2. CESGRANRIO/PETROBRÁS – PPNS - Direito - 2018


São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços terceirizados as mesmas condições
relativas à alimentação garantida aos empregados da contratante, quando e enquanto os serviços, que
podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da
tomadora, e quando a alimentação for oferecida em
a) estabelecimentos conveniados
b) estabelecimentos comerciais
c) refeitórios
d) restaurantes próximos
e) pensões
Comentários:
Os empregados terceirizados são regidos pela Lei 6.019/1974. Sabe-se que o tratamento dos
empregados próprios da tomadora de serviços e dos empregados terceirizados deve ser
equivalente, inclusive quanto ao local de alimentação. Sendo assim, conforme prevê o art. 4º-C,
inciso I, alínea “a”:

Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se
refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer
uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as
mesmas condições:

I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em


refeitórios;

Portanto, os trabalhadores terceirizados possuirão direito à mesma alimentação garantida aos


empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios.
Gabarito (C)

81
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

LISTA DE QUESTÕES
1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União

Acerca da terceirização de serviços no âmbito da administração pública, de acordo com a


jurisprudência majoritária do TST,

A o inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador implica


responsabilidade solidária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações, desde que este
haja participado da relação processual e conste também no título executivo judicial.

B a responsabilidade do tomador de serviços é subsidiária e não depende de conduta culposa da


administração pública no cumprimento das obrigações previstas na Lei de Licitações,
especialmente as de fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais da prestadora de
serviços como empregadora.

C a terceirização irregular afasta o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas


trabalhistas legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador de serviços,
mesmo quando presente a igualdade de funções.

D a terceirização ilícita não gera vínculo de emprego com o ente da administração pública.

E a reponsabilidade subsidiária da administração é objetiva e decorre do mero inadimplemento


das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa contratada.

2. CEBRASPE - PGM - SP - Procurador do Município - 2023

No que tange aos tipos de relação de trabalho, assinale a opção correta.

a) O trabalhador em domicílio, que efetua as atividades em sua habitação por conta do


empregador, possui os mesmos direitos e deveres do trabalhador que realiza atividades na sede
da empresa.
b) A continuidade e a exclusividade na prestação de serviços impedem a caracterização do
contrato de trabalho como autônomo, por serem requisitos da relação de emprego.
c) A existência de penalidade disciplinar no Estatuto do Policial Militar impede o reconhecimento
da relação de emprego decorrente do trabalho particular prestado por policial militar diretamente
a empresa privada.
d) O trabalho temporário pode ser realizado mediante contrato escrito celebrado entre o
trabalhador e a tomadora de serviços. desde que para atender a necessidade de substituição
transitória de pessoal permanente ou demanda complementar de serviços.

82
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

e) É vedada a utilização da modalidade de contrato de trabalho temporário para a atividade fim


da contratante.

3. CEBRASPE - PGM - SP - Procurador do Município – 2023

Acerca de terceirização no serviço público, assinale a opção correta

a) Na terceirização do serviço público, a empresa contratante transfere ao contratado, pessoa


física ou jurídica prestadora de serviços, a execução de quaisquer de suas atividades.
b) Constatada irregularidade na contratação de trabalhador em terceirização trabalhista com ente
de administração pública, será reconhecido o vínculo de emprego do obreiro com a tomadora de
serviço.
c) Os empregados da pessoa jurídica prestadora de serviços terceirizados tem direito a
atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante, sendo este um
dos motivos que ensejam a proibição de subcontratação de outras empresas para a efetiva
realização dos serviços da prestadora.
d) A administração pública e o contratado são responsáveis diretos e solidários pelos encargos
trabalhistas e previdenciários resultantes da execução do contrato de prestação de serviços
terceirizados, sendo que a inadimplência pode restringir o uso de obras e edificações.
e) Ao contratar serviços contínuos com regime de dedicações exclusiva de mão de obra, a
administração pode dispor em edital que os valores destinados a verbas rescisórias dos
empregados do contratado que participarem da execução dos serviços serão pagos pelo
contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.

4. CEBRASPE - 2021 - PGE-CE - Procurador do Estado


Os direitos do empregado sob contrato individual de trabalho temporário incluem
I indenização de 40% sobre o FGTS;
II estabilidade provisória no caso de gestante;
III descanso semanal remunerado;
IV remuneração equivalente à recebida pelos empregados da mesma categoria.
Estão certos apenas os itens
A I e II.
B II e III.
C III e IV.
D I, II e IV.
Comentários:

83
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Questão que demanda conhecimento das disposições da Lei 6.019/74, que regulamenta o
Trabalho Temporário e a Terceirização Trabalhista.
O item I está incorreto, pois não há tal previsão nas alíneas do art. 12 da Lei 6.019/74, em que
estão previstos os direitos do trabalhador temporário. Em outras palavras, embora tenha direito
ao FGTS, o temporário não faz jus à multa de 40% sobre a extinção contratual1.
O item II está incorreto. Tem prevalecido no TST a tese de que as trabalhadoras temporárias não
possuem direito à estabilidade provisória da gestante2:
Não se aplica às empregadas temporárias a garantia de emprego da gestante
(estabilidade gravídica).
O item III está correto, pois consiste na aplicação direta do direito estabelecido no art. 12, d, da
Lei 6.019/74:
Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes
direitos: (..)
d) repouso semanal remunerado;
Igualmente, o item IV está correto, pois consiste no direito ao salário-equitativo legalmente
assegurado ao trabalhador temporário:
Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os
seguintes direitos:
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria
da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional;
Gabarito (C)

5. CESPE/PGE-PE – Analista de Procuradoria – 2019


Órgão de imprensa oficial de determinado estado contratou uma empresa para fazer a distribuição
dos diários oficiais por intermédio de motoboys. Recentemente, a empresa contratada demitiu
um desses empregados, sem cumprir com o devido pagamento de verbas rescisórias a ele.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Nessa situação, está caracterizada a terceirização do serviço, sendo cabível ao motoboy demitido
solicitar a responsabilização subsidiária do órgão de imprensa oficial para o pagamento das verbas
rescisórias não adimplidas pela empresa contratada.

6. CESPE/EMAP - Analista Portuário – Contratos - 2018

1
TST/RR-1709-85.2017.5.09.0006
2
IAC 5639-31.2013.5.12.0051

84
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

Acerca da responsabilidade previdenciária e trabalhista nos contratos administrativos, julgue o


item que se segue.
Os entes da administração pública direta ou indireta respondem subsidiariamente quanto ao
cumprimento das obrigações trabalhistas independentemente de conduta culposa, especialmente
no que refere ao dever de fiscalizar o adimplemento das obrigações.

7. FCC/TRT-PE – Analista – Área Administrativa – 2018


Marcela, supervisora do setor de embalagens da Empresa de Lâmpadas CTMR Ltda. foi
injustamente dispensada, sendo contratada uma empresa de serviços terceirizados. Marcela foi
contratada imediatamente como empregada da empresa terceirizada. Neste caso, é correto
afirmar que Marcela
(A) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da
empresa prestadora de serviços terceirizados, podendo, entretanto, prestar serviços para outras
tomadoras de serviços da terceirizada.
(B) não poderá prestar serviços para sua antiga empregadora na qualidade de empregada da
empresa prestadora de serviços terceirizados, em hipótese alguma, sob pena de configuração de
fraude às leis trabalhistas.
(C) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de doze meses,
contados a partir de sua demissão.
(D) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, na qualidade de empregada da empresa
prestadora de serviços terceirizados, desde que cumpra o prazo de carência de dezoito meses,
contados a partir de sua demissão.
(E) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, mas não na qualidade de empregada
da empresa prestadora de serviços terceirizados, e, sim, através de pessoa jurídica própria,
abrindo uma empresa.
8. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017 (adaptada)
A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho
temporário. Conforme legislação que regula o trabalho temporário,
(A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com
relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma
prorrogação por igual período.
(B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos
empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária,
garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional.

85
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

(C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver
obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal.
(D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é
subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.
(E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2%
sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos
em Lei.
9. FCC/TRT20 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada)
A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial
Humano Mão de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja,
==330927==

atender a uma demanda complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em


hidroelétrica com ruptura parcial de barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza
(A) contrato de trabalho avulso.
(B) terceirização ilícita de atividade fim.
(C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil.
(D) contrato de trabalho temporário.
(E) contrato de trabalho na modalidade experiência.

10. FCC/TRT20 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016 (adaptada)


A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de
Atlas Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do
contrato entre as empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora,
sem receber qualquer indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do
recolhimento do FGTS do período. Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a
responsabilidade da empresa Olimpos em relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que
(A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a
terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora.
(B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a
empresa Olimpos, porque a terceirização foi irregular.
(C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os
direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período.
(D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os
direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período.

86
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

(E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas
fica restrita apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários
e o FGTS são de responsabilidade exclusiva da empregadora.

11. CESPE/CAIXA – Advogado – 2010 (Adaptada)


O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante,
possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a
pessoalidade.
12. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos
serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada
'quarteirização'.
13. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a
responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive
quando o trabalho for realizado em outras dependências.

14. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços,
celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença
prescinde da especificação do serviço a ser prestado.

15. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.
16. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a
contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o
movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
17. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato
temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.
18. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto,
deverá fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.

19. Daud/2017

87
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências
condições seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente
do trabalho.

20. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços
não possui obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos
empregados próprios da contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos
trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.

21. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo
período, Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram
Caio como emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide
terceirizar para a Recursus parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do
rompimento do seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.

88
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

GABARITO

1. D 8. B 15. E
2. A 9. D 16. E
3. E 10. C 17. E
4. C 11. E 18. E
5. E 12. C 19. C
6. E 13. E 20. C
7. D 14. E 21. C

89
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

LISTA DE QUESTÕES - CESGRANRIO


1. CESGRANRIO/LIQUIGÁS - Profissional Júnior - Administração - 2018
Nos termos da Lei nº 13.429/2017, o contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento
de atividades meio e outras, a serem executadas na empresa tomadora de serviços, pertinentes às atividades
a) intermediárias
b) fim
c) gerenciais
d) acessórias
e) parciais
==330927==

2. CESGRANRIO/PETROBRÁS – PPNS - Direito - 2018


São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços terceirizados as mesmas condições
relativas à alimentação garantida aos empregados da contratante, quando e enquanto os serviços, que
podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da
tomadora, e quando a alimentação for oferecida em
a) estabelecimentos conveniados
b) estabelecimentos comerciais
c) refeitórios
d) restaurantes próximos
e) pensões

90
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima


Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)

GABARITO

1. B
2. C

91
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 20
www.estrategiaconcursos.com.br 92

23370269570 - Diego Souza Lima

Você também pode gostar