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Antonio
Daud (Somente PDF)
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho -
2024 (Pós-Edital)
Autor:
Antonio Daud, Mara Queiroga
Camisassa de Assis, Equipe Mara
Camisassa
24 de Janeiro de 2024
Índice
1) Terceirização Trabalhista
..............................................................................................................................................................................................3
2) Trabalho Temporário
..............................................................................................................................................................................................
25
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INTRODUÇÃO
Oi amigos (as),
Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirização
e, com mais detalhes, Trabalho Temporário.
Ambos sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017.
A “Terceirização” sofreu nova alteração por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017).
O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974,
que, até então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns
aspectos do trabalho temporário. Portanto, tanto “trabalho temporário” quanto a “terceirização”
(em sentido estrito) encontram-se regulados pela Lei 6.019.
As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331
do TST. Até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que,
em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por
lei.
Vamos ao trabalho!
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Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar:
✓ Empregado
✓ Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS)
✓ Empresa contratante de serviços
Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo
e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a
terceirização das atividades de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de
serviços e o Supermercado Alfa como contratante dos serviços.
Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento
da Súmula 331 do TST:
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Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de
sua relevância.
Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar
uma empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve ter “capacidade econômica”
compatível, com, por exemplo, patrimônio e capital de giro suficiente para o contrato celebrado.
Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem
“determinados e específicos”. Veja como era a redação anterior:
1
Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redação da Lei 6.019, a “terceirização” (em sentido estrito) do “trabalho temporário”,
fique atento à terminologia dada à empresa contratada para prestar os serviços: em geral, se falar em “empresa prestadora de
serviços” (EPS), será caso de terceirização; se falar em “empresa de trabalho temporário” (ETT), caso de trabalho temporário.
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Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica
de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e
específicos.
Aqui um parêntese antes de avançarmos. Muito embora não mais se exija expressamente que os
serviços contratados sejam “determinados e específicos”, como alerta Raphael Miziara 2, eles
devem ser especificados no contrato de prestação de serviços3, além do que é vedada4 a utilização
dos terceirizados em atividades distintas daquelas contratadas (desvio de função).
Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do
trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante:
Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do
TST, item III, parte final).
2
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
54
3
Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser prestado
4
Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do
contrato com a empresa prestadora de serviços.
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Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita 7, não haverá formação de
vínculo de emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratante
dos serviços:
Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado
com capacidade econômica para o contrato.
Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa,
em especial exigências do capital social da empresa:
5
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
59-66
6
AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014
7
Aproveitando-se o teor da SUM-331, I.
8
Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e
os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.
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a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil
reais);
Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato
com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas
atividades, inclusive sua atividade principal.
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Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços 9.
Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum
acordo entre EPS e contratante:
Por meio do art. 5º-A, §3º, o legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um
ambiente de trabalho seguro:
A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposição não afasta a
responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável (juntamente com a contratante),
conforme se extrai do enunciado da 1º Jornada de Direito do Trabalho:
9
A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente
suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público
(CF, art. 37, II).
10
MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p.
97-99.
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Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados
das facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante:
Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos serviços, torna-
se obrigatório à contratante estender tais facilidades aos terceirizados:
Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de
serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que
podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas
dependências da tomadora, as mesmas condições:
I - relativas a:
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Exemplo 1: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados e contrata
prestação de serviços terceirizados em suas dependências: deverá facultar também aos
terceirizados a mesma condição.
Exemplo 2: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, mas a
prestação de serviços terceirizados ocorre fora das suas dependências: poderá facultar também
aos terceirizados a mesma condição.
Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4o-C (inserido pela Lei
13.467/2017) revogou tacitamente o art. 5o-A, § 4o (inserido pela Lei 13.429/2017), as Bancas têm
entendido pela coexistência das duas regras, de modo que uma seria exceção à regra da outra.
Este detalhe foi cobrado na questão abaixo, incorreta, já que não se mencionou que a prestação
ocorria nas dependências da contratante:
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( ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda.
têm asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente
nas dependências da contratante ou local por ela designado.
E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da
tomadora não seja suficiente para acomodar todos?
----
Todavia, em se tratando de salário, veremos mais à frente que não existe tal equivalência.
----
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações
trabalhistas em uma terceirização lícita11:
11
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
12
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
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Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização
de serviços especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e
conservação e de vigilância.
A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a
terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei
6.019, com redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser
objeto de terceirização, seja atividade-meio ou atividade-fim.
Na sequência, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu13 que é lícita a terceirização em todas as
etapas do processo produtivo, seja meio ou fim, tendo fixado a seguinte tese:
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
13
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 e o Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão
geral reconhecida. Julgamento em 30/8/2018.
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O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços:
IV - valor.
Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para
terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma
quarentena de 18 meses.
A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias
(pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação
trabalhista.
14
Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais
continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983).
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A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em
quarentena de 18 meses:
Lei 6.019, art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A
desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito
meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou
trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios
forem aposentados.
Lei 6.019, art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da
demissão do empregado.
O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com
o empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita,
conforme se depreende da OJ 383 da SDI-115.
Todavia, a Lei não exige isonomia entre os terceirizados e os empregados próprios do tomador.
Isto porque, por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há
obrigatoriedade de equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o
trabalhador terceirizado:
Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de
prestação de serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas.
15
383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI
Nº 6.019, DE 03.01.1974.
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração
Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas
legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções.
Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.
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Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador
temporário – Lei 6.019, art. 12, ‘a’.
Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à mudança
promovida16:
16
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209
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E, uma vez celebrado o contrato, como vocês sabem, a Lei 14.133/2021 atribuiu à Administração
Pública o dever de fiscalizar os contratos administrativos que vier a celebrar:
Esta atribuição é desempenha por um servidor, muitas vezes chamado de “fiscal de contrato” ou
“gestor de contrato”.
Considerando esta atribuição, o TST vinha entendendo que, caso esta fiscalização não fosse
realizada de forma adequada, a Administração Pública poderia ser chamada a responder pelos
créditos trabalhistas não pagos aos terceirizados.
Exemplo: a empresa XYZ foi contratada pelo Tribunal 234 para prestar serviços de vigilância. Pois
bem, a empresa decretou sua falência e deixou de pagar uma série de direitos aos seus
empregados que prestavam serviços àquele Tribunal.
Nesse cenário, o TST vinha entendendo que, caso o Tribunal não houvesse fiscalizado de forma
adequada a prestação dos serviços, o próprio Tribunal 234 poderia ser chamado a responder pelos
direitos dos empregados da empresa XYZ.
O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido mal seu prestador de
serviços, que não cumpriu suas obrigações perante os empregados.
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Além disso, a NLL estabelece que a Administração contratante fiscalizará a execução do contrato
e o cumprimento das obrigações contratuais da empresa contratada.
Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”,
mas terá lugar quando se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no
cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-
ão, neste caso, as culpas in eligendo e in vigilando.
Isto porque o STF entendeu que a responsabilização do ente público apenas está autorizada quando
comprovada a ausência de fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela
prestadora.
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Até pouco tempo atrás, vinha se entendendo que a definição do ônus da prova caberia ao TST,
diante de sua natureza eminentemente infraconstitucional. E, nesse sentido, vinha defendendo o
TST17 que a Administração Pública é quem detinha o ônus de provar que fiscalizou diligentemente
os contratos por ela firmados. Não havendo tal comprovação, o poder público seria chamado a
responder em caráter subsidiário. Na prática, tal entendimento acabava apequenando o
entendimento do STF no sentido de que a Administração não responderia automaticamente. Isto
porque, caso não houvesse provas de fiscalização adequada, haveria a responsabilização
subsidiária do poder público "automaticamente".
Ocorre que, a partir de setembro de 2020, interpretando-se julgados do STF18, o TST curvou-se à
tese de que é do empregado (e não da Administração Pública) o ônus de se comprovar a culpa in
vigilando da Administração:
17
A exemplo do TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,
12.12.2019. Informativo TST 214
18
Em especial o RE 760.931 (tema de repercussão geral 246)
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Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiária na
terceirização não se refere apenas ao salário, mas também às demais verbas trabalhistas
remuneratórias e indenizatórias.
Como já ressaltamos anteriormente, a súmula comentada acima não foi objeto de cancelamento
ou reforma pelo TST, mesmo após a publicação da nova lei de terceirização (Lei 13.429/2017).
As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331
do TST, pois, até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já
que, em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado
por lei.
Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula, no geral, perdeu parte de
sua relevância.
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A nova lei de licitações prevê que somente o contratado será responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, consoante
prevê o caput do art. 121 da nova lei.
Mas a Lei 14.133 prevê também o que ocorrerá se o contratado deixa de cumprir tais encargos,
isto é, se o contratado estiver em situação de inadimplência em relação a estes encargos:
19
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
20
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
21
ADIs 5.735, 5.695, 5.685, 5.686 e 5.687
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Reparem que, segundo a lei, para os encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, a inadimplência
do contratado não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento (art.
121, §1º). A inadimplência quanto a estes encargos também não poderá onerar o objeto do
contrato, ou seja, não poderá impor ônus, como impedimento à regularização ou à obtenção de
alvará de funcionamento ao edifício.
No que se refere aos encargos previdenciários e trabalhistas, teremos uma exceção envolvendo
os contratos de “serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra”22.
Nestes contratos, a inadimplência do contratado pode fazer com que a Administração responde
de maneira solidária pelos encargos previdenciários e subsidiária pelos encargos trabalhistas (art.
121, §2º).
Imaginem o seguinte exemplo: o Banco Central contrata a empresa Fogo Total para lhe
prestar serviços de vigilância. Durante os 5 anos do contrato, os serviços eram
22Art. 6º, XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo modelo de
execução contratual exige, entre outros requisitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação para execução
simultânea de outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos
humanos alocados aos seus contratos;
23 A exemplo do Recurso Extraordinário (RE) 760931.
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prestados pelos vigilantes Lucas, João, Mateus e Marcos (terceirizados da empresa Fogo
Total).
Se a empresa deixar de pagar os encargos trabalhistas destes empregados, o Banco
Central não poderá ser chamado a pagar tais encargos, como regra geral.
No entanto, se a autarquia deixou de fiscalizar a execução daquele contrato (não
verificando os pagamentos dos salários dos terceirizados, não checando a concessão
de férias, recolhimento de FGTS etc), considera-se que houve negligência do seu dever
de fiscalizar (chamada culpa in vigilando).
Nesta situação, excepcionalmente, o Banco Central passará a responder de maneira
subsidiária (e não solidária).
A responsabilidade subsidiária significa que há uma ordem de preferência para cobrança
dos valores, devendo-se primeiramente tentar cobrar da própria empresa contratada
e, somente em segundo lugar, do ente público.
A título de aprofundamento, destaco que, em relação aos contratos com dedicação exclusiva de
mão de obra, o legislador previu outras medidas para redução do risco trabalhista da
Administração:
23
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Fiscais
Trabalhistas
Inadimplência do
contratado quanto a
encargos Administração
regra geral
não responde
Trabalhistas
Serv. responde
se houver falha
contínuos c/ subsidiariamen
na fiscalização
dedicação te
exclusiva de
M/O Previdenciários Administração responde
solidariamente
Por fim, lembro que, mesmo quando a empresa contratada subcontratar parte do objeto, ela
continuará responsável pelas obrigações legais ou contratuais inicialmente assumidas (art. 122).
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TRABALHO TEMPORÁRIO
Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se
confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT).
No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de
trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira.
No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho
temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas
hipóteses previstas, quais sejam:
c) de contrato de experiência.
Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho
Delgado1 explica que
-----
Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como:
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.
1
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463.
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Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços.
Como a empresa de trabalho temporário (ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar
mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na
dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora.
Trabalho subordinado
(entretanto não há vínculo de Relação de trabalho
emprego)
Trabalhador temporário
O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça
trabalhadores a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art.
2º da Lei 6.019/74, a saber:
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Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja
oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha
natureza intermitente, periódica ou sazonal.
✓ imprevisíveis ou
✓ previsíveis, com natureza
o periódica
o intermitente
o sazonal
----
Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017:
A lei autoriza, excepcionalmente, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas em algumas
raras situações6, como no caso de greve considerada abusiva:
2
Decreto 10.854/2021, art. 45, V - substituição transitória de pessoal permanente - substituição de trabalhador permanente da
empresa tomadora de serviços ou cliente afastado por motivo de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tais como
férias, licenças e outros afastamentos previstos em lei;
3 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços.
4 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem.
5 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano.
6
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
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Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário para substituir grevistas
indiscriminadamente.
A adoção do trabalho temporário, na situação de greve, se dá apenas em casos específicos, previstos na Lei
de Greve.
Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades-meio ou atividades-fim da
tomadora dos serviços:
Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o
desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa
tomadora de serviços.
Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente
com a SUM-331 (apenas a “terceirização” é que não era admitida em atividades-fim).
Em regra, o atual8 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador,
é de 180 dias (ainda que não consecutivos):
Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que
ensejaram a contratação:
Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias,
consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada
a manutenção das condições que o ensejaram.
Portanto:
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
7
Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve.
8
Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do
Trabalho.
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Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente
durante esse prazo?
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.
Exemplo: se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados
90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente “colocado à disposição” da empresa XisMais.
A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços:
Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo
caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.
A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb):
Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para
funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes:
Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), do Ministério da Fazenda;
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).9
9
Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos.
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Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o
seguinte:
A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º:
Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela
equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa
definida no art. 4o desta Lei.
Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de
trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos
serviços:
Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário.
Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho
temporário lícito.
Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador
quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro:
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Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho
aos trabalhadores terceirizados.
Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos
trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa
tomadora:
Comparando estas regras do trabalho temporário com aquelas estudadas sobre a terceirização de serviços,
temos o seguinte:
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um
trabalho temporário.
10
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
31
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Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o
tomador responderá de forma solidária:
A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos
serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos:
Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora
de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no
estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
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Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve
ser necessariamente por escrito:
Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário
e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente
será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos
conferidos aos trabalhadores por esta Lei.
Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de
trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva:
Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de
reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim
do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho
temporário.
Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora
de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio
de 1943.
Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como
trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se
conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação.
11
DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432.
12
RR - 1342-91.2010.5.02.0203; Red. Min. Renato de Lacerda Paiva; 30/4/2015; RR – 1000-46.2014.5.09.0009, rel. Min. Alexandre
de Souza Agra Belmonte; 28/9/2016
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Decreto 10.854/2021, Art. 47. O cadastramento dos trabalhadores temporários será feito
junto ao Ministério do Trabalho e Previdência.
A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019:
FLEXIBILIZAÇÃO E DESREGULAMENTAÇÃO
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA
Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a proteção e garantido direitos
mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade
relativa, como sendo aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por
exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa).
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A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além daquelas
previstas na Constituição (..)
Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de
intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente.
Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações
trabalhistas. Notem que a desregulamentação (diferentemente da “flexibilização”) pressupõe a ausência de
intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal
situação tende a não ser admitida no âmbito do Direito do Trabalho.
COOPERATIVAS DE TRABALHO
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA
Inicialmente cumpre esclarecer que já em 1994 foi incluído no CLT dispositivo que permitia a contratação de
cooperativas para a realização de atividades que, antes, eram desenvolvidas pelos próprios empregados da
contratante:
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade
cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes
e os tomadores de serviços daquela.
A CLT, portanto, abriu a possibilidade de prestação de serviços por meio de cooperativa, indicando que não
há, em princípio, vínculo de emprego entre o associado e a cooperativa (e nem entre o tomador de serviços
e o associado).
Trata-se, no caso, de presunção relativa, e não absoluta: é que a realidade fática pode demonstrar típica
relação de emprego mascarada por meio de cooperativa fraudulenta.
13
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39.
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O problema todo é que um simples parágrafo foi inserido na CLT (visto acima), e a partir dele foi realizada
uma onda de terceirizações por meio de cooperativas de trabalho, muitas vezes envolvendo fraudes às
relações de emprego.
A regulamentação das cooperativas de trabalho enfim foi publicada em 2012, por meio da Lei nº 12.690, de
19 de julho de 2012, que dispõe sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho.
A razão do veto foi que a Lei 12.690/12 trata especificamente das cooperativas de trabalho, e o dispositivo
da CLT é mais amplo (abrange outros tipos de cooperativa); vejamos a razão do veto constante da Mensagem
Presidencial 331:
Para comentar a Lei 12.690/12 utilizarei a mesma estrutura (Capítulos) por meio dos quais os artigos foram
divididos.
14
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 442.
15
Dispõe sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho; institui o Programa Nacional de
Fomento às Cooperativas de Trabalho - PRONACOOP; e revoga o parágrafo único do art. 442 da Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
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Lei 12.690/12, art. 1º A Cooperativa de Trabalho é regulada por esta Lei e, no que com ela
não colidir, pelas Leis nos 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil.
A Lei 5.764/71 define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas, e dá outras providências. Nesta lei são descritas as características das sociedades cooperativas,
conteúdo do Estatuto Social, etc.
O Código Civil (Lei 10.406/02) também possui artigos que normatizam as sociedades cooperativas.
CCB, art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada
ou ilimitada.
Voltando ao nosso grande objeto de estudo, a Lei 12.690/12, notamos que logo no seu artigo inaugural a Lei
exclui de seu campo de aplicação algumas cooperativas de serviços, que são as seguintes:
Lei 12.690/12, art. 1º, parágrafo único. Estão excluídas do âmbito desta Lei:
Acerca da definição de cooperativa de trabalho, a lei 12.690/12 assim conceituou tais entidades:
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§ 1º A autonomia de que trata o caput deste artigo deve ser exercida de forma coletiva e
coordenada, mediante a fixação, em Assembleia Geral, das regras de funcionamento da
cooperativa e da forma de execução dos trabalhos, nos termos desta Lei.
A Lei também elencou uma série de princípios e valores das cooperativas de trabalho, quais sejam:
II - gestão democrática;
IV - autonomia e independência;
VI - intercooperação;
VIII - preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;
Menção especial deve ser feita ao item IX, não precarização do trabalho.
Um dos principais objetivos da Lei é evitar que a cooperativa de trabalho se transforme em elemento
precarizador, que represente prejuízo ao empregado que perde seu posto de trabalho e é obrigado a exercer
as mesmas tarefas de antes, só que, ao invés de empregado, passa a ser cooperado.
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Isto ocorreu de forma acentuada quando as empresas passaram a demitir empregados que, posteriormente,
eram obrigados a se associar a cooperativas de trabalho que, por sua vez, eram contratadas pelo antigo
empregador para a prestação de serviços.
Ainda sobre os princípios e valores elencados na Lei 12.690/12 é interessante notar que foram baseados no
texto da Recomendação 193 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulada “Sobre a Promoção
de Cooperativas”, onde encontramos o seguinte:
(...)
No que tange ao objeto social, a cooperativa de trabalho poderá se organizar em dois grupos distintos:
I - de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a
produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de
produção; e
A forma cooperativista de trabalho pressupõe que não exista a subordinação jurídica entre o associado e a
cooperativa, nem entre associado e empresa tomadora de serviços.
Lei 12.690/12, art. 5º A Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para intermediação
de mão de obra subordinada.
Para fins de dimensionamento da cooperativa, a Lei houve por bem determinar quantidade mínima de sócios
para viabilizar sua constituição:
Lei 12.690/12, art. 6º A Cooperativa de Trabalho poderá ser constituída com número
mínimo de 7 (sete) sócios.
Sobre este aspecto ressalte-se que a Lei 5.754/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo, institui
o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências, prevê que as sociedades
cooperativas poderiam ser compostas por, no mínimo, 20 (vinte) associados pessoas físicas.
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Entretanto, a regra específica da Lei 12.690/12 é que prevalece para as cooperativas de trabalho: mínimo de
7 (sete) sócios.
Como comentado anteriormente, atendidos os requisitos legais quanto à forma cooperativa de se organizar
não haverá relação de emprego em relação aos associados.
Entretanto, tendo em vista a necessidade de que este modelo represente benefício para os cooperados, a
Lei 12.690/12 procurou garantir direitos mínimos em termos de condições de trabalho (comparativamente
aos direitos dos trabalhadores regidos pela CLT).
Lei 12.690/12, art. 7º A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes
direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir:
Como cooperado não se confunde com empregado, a contraprestação recebida pelo trabalho prestado não
é chamada de salário, e sim de retirada.
Assim, a cooperativa irá ter um resultado de suas atividades e os associados irão receber um valor de acordo
com o trabalho desenvolvido, que é a retirada.
Para evitar excessos em relação à duração do trabalho dos associados, a Lei entendeu necessário estipular a
duração dos módulos diários e semanal à semelhança do disposto na Constituição Federal para os
empregados em geral: 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais.
A ressalva constante do inciso também pode ser visualizada para os empregados, visto que se admite, por
exemplo, os plantões de 12 x 36 horas. A compensação de horas existe também para os empregados, nas
modalidades acordo de prorrogação de jornada e banco de horas.
Outra garantia constitucional dos empregados estendida pela Lei 12.690/12 aos cooperados, com vistas e
evitar o labor sem a interrupção semanal. Esta garantia é ressalvada no parágrafo seguinte para os casos de
trabalho eventual do cooperado.
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Repouso anual remunerado seria o equivalente às férias do empregado. A lei não definiu duração ou demais
condições de tal direito. Esta garantia é ressalvada no parágrafo seguinte para os casos de trabalho eventual
do cooperado.
Este seria o equivalente do adicional noturno dos empregados urbanos e rurais. A lei não definiu percentuais
e demais requisitos deste “adicional” da retirada de trabalho noturno do cooperado.
Este seria o equivalente do adicional de insalubridade e periculosidade dos empregados urbanos e rurais. A
lei não definiu percentuais e demais requisitos deste “adicional” da retirada de trabalho perigoso ou
insalubre do cooperado.
Como indicado pelo caput do artigo estudado acima, a Assembleia Geral pode instituir outros direitos aos
associados.
Em relação aos direitos elencados nos incisos III e IV (repousos semanal e anual remunerados), a Lei os
restringiu aos cooperados que exerçam atividades de modo não eventual – ou seja, não os garantiu para
associados que exerçam suas atividades apenas eventualmente (com a ressalva de que, mesmo neste último
caso, a Assembleia pode garanti-los):
Lei 12.690/12, art. 7º, § 1º Não se aplica o disposto nos incisos III e IV do caput deste artigo
nos casos em que as operações entre o sócio e a cooperativa sejam eventuais, salvo decisão
assemblear em contrário.
Para assegurar recursos financeiros suficientes para a satisfação dos direitos previstos no seu artigo 7º pelos
associados, a Lei determinou que a cooperativa busque meios para tanto, inclusive constituindo provisões:
Lei 12.690/12, art. 7º, § 2º A Cooperativa de Trabalho buscará meios, inclusive mediante
provisionamento de recursos, com base em critérios que devem ser aprovados em
Assembleia Geral, para assegurar os direitos previstos nos incisos I, III, IV, V, VI e VII do
caput deste artigo e outros que a Assembleia Geral venha a instituir.
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O direito do inciso II não constou do rol porque não se reveste de expressão monetária: ele trata de duração
máxima de trabalho na jornada diária (8 horas) e no módulo semanal (44 horas).
Ainda com relação aos direitos dos associados, a Lei 12.690/12 previu que, no caso específico das
cooperativas de produção, a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) poderá estabelecer carência para fruição
da retirada não inferior ao piso da categoria profissional (ou salário mínimo) e do seguro de acidente de
trabalho:
Lei 12.690/12, art. 7º, § 5º A Cooperativa de Trabalho constituída nos termos do inciso I do
caput do art. 4º desta Lei poderá, em Assembleia Geral Extraordinária, estabelecer carência
na fruição dos direitos previstos nos incisos I e VII do caput deste artigo.
Esquematizando as regras que acabamos de estudar sobre o artigo 7º da Lei das Cooperativas de Trabalho:
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estabelecer
carência para
fruição
Outros que a Assembleia Geral
>
>
venha a instituir.
A Lei também se preocupou com a questão de saúde e segurança do trabalho, tendo em vista que a
cooperativa deverá garantir condições seguras de trabalho aos seus associados.
Encerrando o tópico, é interessante conhecer (tanto em provas de Direito do Trabalho quanto de Segurança
e Saúde no Trabalho) a previsão legal sobre responsabilidade solidária entre contratante e cooperativa
quanto às normas de segurança e saúde no trabalho:
Lei 12.690/12, art. 10. A Cooperativa de Trabalho poderá adotar por objeto social qualquer
gênero de serviço, operação ou atividade, desde que previsto no seu Estatuto Social.
O caput do artigo 10 foi redigido de modo bastante semelhante ao que já havia sido previsto na Lei 5.764/71;
o seu parágrafo único exigiu a expressão Cooperativa de Trabalho na denominação social, enquanto a Lei
5.764/71 prevê Cooperativa:
Lei 5.764/71, art. 5° As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer
gênero de serviço, operação ou atividade, assegurando-se-lhes o direito exclusivo e
exigindo-se-lhes a obrigação do uso da expressão "cooperativa" em sua denominação.
Outra disposição constante da Lei 12.690/12 é sobre participação de cooperativas de trabalho em licitações
públicas:
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Lei 12.690/12, art. 10, § 2º A Cooperativa de Trabalho não poderá ser impedida de
participar de procedimentos de licitação pública que tenham por escopo os mesmos
serviços, operações e atividades previstas em seu objeto social.
Inicialmente foi disposto que caberá ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a competência para
fiscalização da Lei 12.690/12:
Lei 12.690/12, art. 17. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego, no âmbito de sua
competência, a fiscalização do cumprimento do disposto nesta Lei.
O verdadeiro cooperado (associado) não labora com subordinação, como vimos. Em casos de fraude
comprovada, quando a cooperativa de trabalho é utilizada para simular autêntica relação de emprego,
consta da lei que
Lei 12.690/12, art. 17, § 1º A Cooperativa de Trabalho que intermediar mão de obra
subordinada e os contratantes de seus serviços estarão sujeitos à multa de R$ 500,00
(quinhentos reais) por trabalhador prejudicado, dobrada na reincidência, a ser revertida
em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.
Esta preocupação legislativa visa a combater falsas cooperativas, também chamadas de “coopergatos” e
“cooperfraudes”.
Sobre o elemento fático-jurídico subordinação, sua inexistência será essencial para não se desvirtuar a
condição do cooperado (associado); em outras palavras, se houver subordinação do cooperado ao tomador
de serviços restará configurada a fraude.
Consta da Lei que será possível a presunção de intermediação de mão de obra subordinada caso
desatendidos alguns requisitos:
O mencionado dispositivo, por sua vez, também remete a outro dispositivo da mesma lei, a saber
Lei 12.690/12, art. 7º, § 6º As atividades identificadas com o objeto social da Cooperativa
de Trabalho prevista no inciso II do caput do art. 4º desta Lei, quando prestadas fora do
estabelecimento da cooperativa, deverão ser submetidas a uma coordenação com
mandato nunca superior a 1 (um) ano ou ao prazo estipulado para a realização dessas
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Assim, o objetivo de tal previsão legal é evitar que se configure a subordinação jurídica do cooperado junto
ao tomador de serviços, que, sem a aludida coordenação, estaria laborando no estabelecimento do tomador
de serviços sem qualquer coordenação a cargo da cooperativa.
(...)
Lei 12.690/12, art. 7º, § 6º As atividades identificadas com o objeto social da Cooperativa
de Trabalho prevista no inciso II do caput do art. 4º desta Lei, quando prestadas fora do
estabelecimento da cooperativa, deverão ser submetidas a uma coordenação com
mandato nunca superior a 1 (um) ano ou ao prazo estipulado para a realização dessas
atividades, eleita em reunião específica pelos sócios que se disponham a realizá-las,
em que serão expostos os requisitos para sua consecução, os valores contratados e a
retribuição pecuniária de cada sócio partícipe.
A aplicação das penalidades caberá à autoridade competente do MTE, consoante o Título VII da CLT (Do
Processo de Multas Administrativas, que será detalhado em outro tópico do curso):
Lei 12.690/12, art. 17, § 3º As penalidades serão aplicadas pela autoridade competente do
Ministério do Trabalho e Emprego, de acordo com o estabelecido no Título VII da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio
de 1943.
Sobre implicações penais, civis e administrativas de cooperativas fraudulentas, o artigo 18 encerra o capítulo,
estabelecendo que
Lei 12.690/12, art. 18. A constituição ou utilização de Cooperativa de Trabalho para fraudar
deliberadamente a legislação trabalhista, previdenciária e o disposto nesta Lei acarretará
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aos responsáveis as sanções penais, cíveis e administrativas cabíveis, sem prejuízo da ação
judicial visando à dissolução da Cooperativa.
§ 2º Fica inelegível para qualquer cargo em Cooperativa de Trabalho, pelo período de até
5 (cinco) anos, contado a partir da sentença transitada em julgado, o sócio, dirigente ou o
administrador condenado pela prática das fraudes elencadas no caput deste artigo.
Apesar de não ser uma empresa, a adequada organização da cooperativa (e sua sobrevivência) demandará
conhecimento sobre gestão financeira, administração de recursos humanos, organização do trabalho, etc.
Para a aquisição (ou locação) de espaço físico, mobiliário, equipamentos, veículos, serviços e tudo o que for
necessário para a execução das atividades da cooperativa também será necessário acesso a linhas de crédito
bancário, cuja viabilização o PRONACOOP apoiará.
Estas são, entre outras, as finalidades de se instituir o PRONACOOP. A enumeração das finalidades do
Programa, que será gerido por um Comitê Gestor (que terá composição paritária entre o governo e entidades
representativas do cooperativismo de trabalho), consta do mesmo artigo 19, em seu parágrafo único:
Lei 12.690/12, art. 19, parágrafo único. O Pronacoop tem como finalidade apoiar:
VI - outras ações que venham a ser definidas por seu Comitê Gestor no cumprimento da
finalidade estabelecida no caput deste artigo.
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➢ Disposições finais
Os empregadores são obrigados, por lei, a informar anualmente ao governo dados relativos aos empregados
que lhe prestaram serviços no ano-base anterior: é a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS.
Lei 12.690/12, art. 26. É instituída a Relação Anual de Informações das Cooperativas de
Trabalho - RAICT, a ser preenchida pelas Cooperativas de Trabalho, anualmente, com
informações relativas ao ano-base anterior.
A lei também instituiu prazo para que as atuais cooperativas de trabalho façam a adequação de seus
estatutos às disposições legais (quórum para realização de assembleias, incentivos à participação dos sócios
nas assembleias, etc.):
Lei 12.690/12, art. 27. A Cooperativa de Trabalho constituída antes da vigência desta Lei
terá prazo de 12 (doze) meses, contado de sua publicação, para adequar seus estatutos às
disposições nela previstas.
Por fim, vale comentar a inserção do dispositivo abaixo, em janeiro de 2019, dispondo que:
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RESUMO
48
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CONCLUSÃO
Bom pessoal,
Chegamos ao final da nossa aula. O tema é atual e relevante, mas ainda não conta com muitas questões de
prova.
Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos
à disposição para auxiliá-los (as).
https://www.facebook.com/professordaud
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CF/88
CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;
CLT
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa,
não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela.
Legislação específica
Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para
atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
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Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.
§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o
art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:
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I - relativas a:
Art. 5o Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que
celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4 o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa
de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal.
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Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica
cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na
qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos
titulares ou sócios forem aposentados.
Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa
na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de
dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.
II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
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Art. 7º - A empresa de trabalho temporário que estiver funcionando na data da vigência desta Lei
terá o prazo de noventa dias para o atendimento das exigências contidas no artigo anterior.
Parágrafo único. A empresa infratora do presente artigo poderá ter o seu funcionamento
suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mão-de-Obra, cabendo recurso
ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicação do ato no Diário Oficial da
União.
Art. 9o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será
por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de
serviços e conterá: (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de
emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
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§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder
ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
§ 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo
estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o
ensejaram. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será,
obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos
trabalhadores por esta Lei.
Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação
do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à
sua disposição pela empresa de trabalho temporário.
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com
acréscimo de 20% (vinte por cento);
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f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a
1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;
h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do
Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).
Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e
circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho,
ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa
cliente onde estiver prestando serviço.
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Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao pagamento de
multa. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores,
permanecendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e
subsidiariamente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 19-C. Os contratos em vigência, se as partes assim acordarem, poderão ser adequados aos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
TST
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
6.019, de 03.01.1974).
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QUESTÕES COMENTADAS
D a terceirização ilícita não gera vínculo de emprego com o ente da administração pública.
Comentários:
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A alternativa (B) está incorreta, visto que, no caso de terceirização envolvendo a Administração
Pública, esta somente será responsável caso evidenciada a sua conduta culposa, especialmente
quanto à fiscalização da contratação:
A alternativa (C) está incorreta. A terceirização irregular no âmbito da Administração Pública não
gera vínculo de emprego, ante o princípio do concurso público, mas, quando há igualdade de
funções, não exime a Administração de pagar os direitos trabalhistas ao trabalhador terceirizado
irregularmente. Nesse sentido:
Por fim, a alternativa (E) está incorreta, haja vista que viola o conteúdo do inciso V da SUM-331 do
TST, segundo o qual a responsabilidade da Administração exige conduta culposa e não decorre
de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.
Gabarito (D)
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Comentários
A alternativa (D) está incorreta, pois o contrato de trabalho temporário é celebrado entre o
trabalhador e a empresa prestadora de serviços, e não com a tomadora.
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Gabarito (A)
Comentários
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A letra (A) está incorreta, pois a terceirização somente pode ser feita a outra pessoa jurídica:
A letra (D) está incorreta, conforme a SUM-331, V, do TST, visto que a responsabilidade da
administração pública é subsidiária, e não solidária:
Gabarito (E)
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1
TST/RR-1709-85.2017.5.09.0006
2
IAC 5639-31.2013.5.12.0051
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Comentários:
Na esfera privada, como regra geral, o tomador de serviços é responsável subsidiário pelas verbas
trabalhistas devidas ao terceirizado.
Gabarito (E)
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Comentários:
O item V da SUM-331 do TST, após alteração promovida em decorrência da ADC 16/STF, deixa
claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas terá lugar quando
se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no cumprimento
(descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-ão, neste caso,
as culpas in eligendo e in vigilando.
Gabarito (E)
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(E) poderá prestar serviços para a Empresa de Lâmpadas, mas não na qualidade de empregada
da empresa prestadora de serviços terceirizados, e, sim, através de pessoa jurídica própria,
abrindo uma empresa.
Comentários:
Assim, Marcela não poderia ser recontratada como terceirizada da CTMR antes do decurso de 18
meses:
Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da
demissão do empregado.
Gabarito (D)
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Comentários:
A letra (A), incorreta, já que o prazo máximo, após a mudança ocorrida com a Lei 13.429/2017, é
de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 (consecutivos ou não):
§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não,
além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a
manutenção das condições que o ensejaram.
A letra (B), correta, pois se trata de um direito previsto no art. 12, ‘a’, da Lei 6.019/1974 (chamado
por alguns de ‘remuneração equitativa’):
A letra (C), incorreta, pois devem ser por escrito ambos os contratos celebrados pela ETT. Ou seja,
tanto o contrato da ETT com a tomadora, quanto o contrato da ETT com o trabalhador temporário,
devem ser por escrito:
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A letra (D), incorreta, já que, no caso de falência da ETT, o tomador dos serviços é responsável
solidário:
Por fim, a letra (E), incorreta, já que a ETT é proibida de cobrar qualquer importância do
trabalhador a título de mediação:
Gabarito: (B).
Comentários:
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física
contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de
uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição
transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.
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Gabarito: (D).
Comentários:
A lei deixa claro que é subsidiária a responsabilidade da contratante pelas obrigações trabalhistas
em uma terceirização:
3
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
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Gabarito: (C).
Comentários:
O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige a prestação dos
serviços é a empresa prestadora dos serviços (EPS):
Gabarito: (E).
12. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos
serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada
'quarteirização'.
Comentários:
A alternativa está correta, conforme dispõe a Lei 6.019, art. 4º-A, §1º, em sua parte final, transcrito
acima.
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Gabarito: (C).
13. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a
responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive
quando o trabalho for realizado em outras dependências.
Comentários:
Gabarito: (E).
14. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços,
celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença
prescinde da especificação do serviço a ser prestado.
Comentários:
74
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IV - valor.
Gabarito: (E).
15. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.
Comentários:
Reparem que não mais consta tal restrição à utilização do trabalho temporário no meio urbano.
Segue abaixo a definição anterior de ETT (já revogada), que fazia menção à prestação urbana:
Gabarito: (E).
16. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a
contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o
movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
Comentários:
Excepcionalmente, a lei autoriza a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas, mas
isto se dá apenas nos casos previstos na lei de greve4, como no caso de greve considerada abusiva:
4
Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
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Gabarito: (E).
17. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato
temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.
Comentários:
A “quarentena” é de 90 dias:
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado
nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma
tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término
do contrato anterior.
Gabarito: (E).
18. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto,
deverá fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.
Comentários:
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
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Gabarito: (E).
19. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências
condições seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente
do trabalho.
Comentários:
Além disso, o trabalhador temporário faz jus o SAT (seguro contra acidente do trabalho) segundo
expressa disposição legal:
Gabarito: (C).
20. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços
não possui obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos
empregados próprios da contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos
trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.
Comentários:
Em relação aos terceirizados, segue o art. 4º-C, §1º, que estabelece a isonomia salarial como uma
faculdade das empresas:
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pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste
artigo.
Em sentido contrário, o art. art. 12, “a”, que prevê tal direito aos temporários:
21. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo
período, Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram
Caio como emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide
terceirizar para a Recursus parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do
rompimento do seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.
Comentários:
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Em relação à quarentena, com apenas 6 meses do rompimento do vínculo de Tício e Caio não
poderiam ser nem sócios nem empregados da empresa prestadora de serviços. Por outro lado,
como Mévio aposentou-se, este sim poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada:
Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A
desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito
meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou
trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios
forem aposentados.
Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da
demissão do empregado.
Gabarito: (C).
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b) fim
c) gerenciais
d) acessórias
e) parciais
Comentários:
O contrato de trabalho temporário é disciplinado pela Lei 6.019/1974, alterada pela Lei
13.429/2017. Após a mudança efetivada, o normativo passou a prever:
Por fim, também vale frisar que, em 30/08/2018, o STF firmou Tese de Repercussão Geral de que
a terceirização das atividades-fim seria LÍCITA:
Tema 725 (RE 958252): É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do
trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.
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Gabarito (B)
Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se
refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer
uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as
mesmas condições:
I - relativas a:
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LISTA DE QUESTÕES
1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União
D a terceirização ilícita não gera vínculo de emprego com o ente da administração pública.
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Questão que demanda conhecimento das disposições da Lei 6.019/74, que regulamenta o
Trabalho Temporário e a Terceirização Trabalhista.
O item I está incorreto, pois não há tal previsão nas alíneas do art. 12 da Lei 6.019/74, em que
estão previstos os direitos do trabalhador temporário. Em outras palavras, embora tenha direito
ao FGTS, o temporário não faz jus à multa de 40% sobre a extinção contratual1.
O item II está incorreto. Tem prevalecido no TST a tese de que as trabalhadoras temporárias não
possuem direito à estabilidade provisória da gestante2:
Não se aplica às empregadas temporárias a garantia de emprego da gestante
(estabilidade gravídica).
O item III está correto, pois consiste na aplicação direta do direito estabelecido no art. 12, d, da
Lei 6.019/74:
Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes
direitos: (..)
d) repouso semanal remunerado;
Igualmente, o item IV está correto, pois consiste no direito ao salário-equitativo legalmente
assegurado ao trabalhador temporário:
Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os
seguintes direitos:
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria
da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário mínimo regional;
Gabarito (C)
1
TST/RR-1709-85.2017.5.09.0006
2
IAC 5639-31.2013.5.12.0051
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(C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver
obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos
assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal.
(D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é
subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.
(E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2%
sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos
em Lei.
9. FCC/TRT20 – Oficial de Justiça Avaliador – 2016 (adaptada)
A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial
Humano Mão de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja,
==330927==
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(E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas
fica restrita apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários
e o FGTS são de responsabilidade exclusiva da empregadora.
14. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços,
celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença
prescinde da especificação do serviço a ser prestado.
15. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural.
16. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a
contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o
movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
17. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato
temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora.
18. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto,
deverá fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00.
19. Daud/2017
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A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências
condições seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente
do trabalho.
20. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços
não possui obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos
empregados próprios da contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos
trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços.
21. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo
período, Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram
Caio como emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide
terceirizar para a Recursus parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do
rompimento do seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.
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GABARITO
1. D 8. B 15. E
2. A 9. D 16. E
3. E 10. C 17. E
4. C 11. E 18. E
5. E 12. C 19. C
6. E 13. E 20. C
7. D 14. E 21. C
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GABARITO
1. B
2. C
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