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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
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2 RELAÇÕES TRABALHISTAS
Fonte: cidade.news
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corporativo. As pesquisas, em geral, demonstram que as mulheres são menos
remuneradas que os homens, bem como são mais passíveis de assédios junto aos
seus colegas de trabalho ou gestores. Desse modo, é imprescindível uma boa análise
e descrição de cargos e salários, para que não haja diferença de salários, nem
diferença de tratamento aos funcionários quanto ao gênero, mas sim que o resultado
do trabalho desenvolvido pela pessoa seja o mais importante. Para possíveis casos
de assédio, tanto moral como sexual, uma política de prevenção abordando esse
assunto, por meio de palestras e informativos, seria uma ação relevante a ser
praticada (MIOLO, 2018).
Portanto, algumas atividades que as empresas realizam são de fato realizadas
para acompanhar as exigências das leis trabalhistas e, assim, evitar transtornos
judiciais ou até mesmo denúncias no Ministério do Trabalho e Emprego. No entanto,
quanto mais a empresa se preocupar em envolver o trabalhador em suas respectivas
atividades e fazer ele estar realmente envolvido com a empresa, tendo a gestão de
pessoas “aberta” à todas as áreas da empresa, melhores serão as relações e o clima
interno de trabalho.
Em complemento à essa relação “empresa-funcionário” estão os sindicatos,
que atuam como representantes de uma classe trabalhadora ou até mesmo de um
grupo de empresas.
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algumas decisões do Governo, porém, cabe a cada sindicato, acompanhar esses
trâmites e defender os interesses de sua classe trabalhadora ou empresarial (MIOLO,
2018).
Ainda segundo a autora, em um ambiente microeconômico, os funcionários de
uma empresa estão sempre em contato com a forma de gestão do local em que
trabalham. Os funcionários devem estar atentos quanto ao cumprimento das leis por
parte da empresa, ou seja, se o seu salário é pago de acordo com o seu contrato de
trabalho, se as suas férias são calculadas corretamente, se a sua jornada de trabalho
está de acordo com o que foi estabelecido por lei, etc.
Da mesma forma, as empresas são responsáveis pelo cumprimento de muitas
obrigações legais diante de seu grupo de funcionários, pois, caso contrário, podem
sofrer consequências sérias, como recebimento de notificações, pagamento de multas
e, até mesmo, encerramento de suas atividades (formalmente conhecido como
interdição ou embargo).
Sabendo que muitas das relações trabalhistas são desenvolvidas diariamente,
principalmente em um ambiente empresarial em que há o tratamento entre gestores
e funcionários, o papel da gestão de pessoas se torna cada vez mais significativo.
Estabelecer uma boa relação com todos os setores da empresa deveria ser papel
primordial da gestão de pessoas, pois não somente o local de trabalho deve ser
higiênico e seguro, mas também saudável de forma que os trabalhadores se sintam
bem desenvolvendo seu trabalho. Essa satisfação dos funcionários pode influenciar
em muitos pontos importantes de uma administração, desde a manutenção do quadro
funcional, até a produtividade fabril, por exemplo (MIOLO, 2018).
Para Leone Pereira (2020), “relação de trabalho pode ser conceituada como
qualquer relação jurídica por meio da qual uma pessoa física (natural) assume a
obrigação de prestar um serviço em favor de uma pessoa física ou jurídica. Na
verdade, a expressão relação de trabalho traduz um gênero”.
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Ainda segundo o autor, relação de emprego é a espécie de relação de trabalho
que apresente como característica diferenciadora a presença dos requisitos
caracterizadores da relação de emprego. Para esclarecer melhor, a relação de
emprego, antes de qualquer coisa é uma relação de trabalho, mas que traz como
peculiaridade a existência dos requisitos que caracterizam a relação de emprego,
também chamados de elementos fático-jurídicos (PEREIRA, 2020).
Para Villela (2010), a relação de emprego configura-se a partir de um trabalho
não eventual, prestado por uma pessoa física, em situação de subordinação jurídica
e com onerosidade.
São espécies de relação de trabalho: relação de emprego, trabalho autônomo,
trabalho avulso, trabalho eventual, trabalho voluntário, estágio e etc.
Nesse cenário, antes da Reforma do Judiciário, a competência principal da
Justiça do Trabalho era conciliar e julgar as relações de emprego e, caso a lei
dispusesse, julgar algumas ações pontuais, como no caso do trabalho avulso. Com a
Reforma, a justiça do trabalho passou a ter competência constitucional para processar
e julgar relação de trabalho em sentido amplo.
Com isso, a relação de trabalho que antes era secundária, tornou-se o centro
das atenções da Justiça do Trabalho, sendo fundamental para a promoção da
legislação trabalhista e social. Portanto, podemos concluir que o foco da Justiça do
Trabalho não é mais a pessoa envolvida na relação jurídica, mas a natureza dessa
relação.
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empregatício, quando o contratado for uma pessoa jurídica, um ente despersonalizado
ou um ser vivo irracional (BASILE, 2012).
2.3.1 Pessoalidade
2.3.2 Não-eventualidade
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maciça, entendendo como habitual e permitindo a configuração do vínculo
empregatício (BASILE, 2012).
2.3.3 Subordinação
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subordinante frequentemente identificada nas terceirizações consideradas ilícitas.
Muitas vezes os próprios empregados se encarregam de cobrar eficiência em prol da
otimização da linha produtiva, mas o beneficiário final do excedente de trabalho
humano será mesmo a empresa tomadora.
2.3.4 Onerosidade
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3 CONTRATOS DE TRABALHO
Fonte: asmetro.org.br
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A existência de um pagamento é condição indispensável para a existência de
um contrato de trabalho – deve haver um pagamento em moeda nacional pela
prestação do serviço por parte do empregador. Assim, ao impor a onerosidade como
uma das características do contrato de trabalho, a justiça trabalhista impede o
desenvolvimento de situações que são alusivas à escravidão, como é o caso em que
a empresa remunera os colaboradores com itens de alimentação e de necessidade
básica.
Comunitário — Um contrato de trabalho deve ser comunitário, ou seja, ele
necessita possuir obrigações definidas e certas entre as partes, desta forma não é
possível que os trabalhadores tenham novas obrigações definidas que sejam
diferentes daquelas acordadas. Logo, sempre que houver algum tipo de mudança em
relação às obrigações entre as partes, é necessário que essas alterações sejam
registradas na carteira de trabalho do empregado, mesmo que essa alteração não
represente alguma alteração em seus ordenados.
Sucessivo — O contrato de trabalho estabelecido entre empregadores e
trabalhadores é sucessivo, portanto, espera-se de ambas as partes, enquanto o
contrato durar, o cumprimento de suas obrigações. A existência de um contrato de
trabalho ocorre em um ambiente de “débito permanente” em que a todo momento um
está prestando o serviço pelo qual foi contrato em troca de uma remuneração que foi
percebida pelo outro.
Principal — O contrato de trabalho é fim em si mesmo, sendo assim, não é
necessário que empregadores e trabalhadores estabeleçam nenhum outro
instrumento jurídico para complementar as relações de trabalho acordadas entre as
partes. Qualquer outro instrumento que venha a ser estabelecido pelas partes não
poderá se sobrepor ao contrato de trabalho que é estabelecido entre o empregador e
trabalhador.
Intuitu personae — Essa característica está relacionada apenas à condição do
empregado, pois, em um contrato de trabalho, espera-se que o trabalhador seja uma
pessoa física. O empregador ser apenas uma pessoa física impede, por exemplo, que
duas empresas jurídicas estabeleçam uma relação de trabalho fundamentada na
legislação trabalhista dos contratos de trabalho no Brasil.
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Conforme o exposto, importa afirmar que o uso de um contrato de trabalho nas
relações trabalhistas é essencial para garantir todas as especificidades necessárias e
que se fazem presentes quando há o relacionamento entre empregador e empregado.
O contrato por prazo determinado não poderá́ ser estipulado por mais de dois
anos e, se for inferior a este período, poderá́ ser prorrogado apenas por uma
vez e desde que essa prorrogação não ultrapasse dois anos. Caso contrário,
passará automaticamente a vigorar sem determinação de prazo. Por esse
tipo de contrato, o empregado deve desempenhar na empresa serviço de
natureza transitória, ou seja, o trabalho a ser realizado é de natureza
esporádica ou sazonal.
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quando uma das partes necessitar ou tiver interesse. Esse tipo de contrato constitui a
regra, portanto, caso
[…] não seja ajustado nenhum prazo, de forma verbal ou escrita, o contrato
será sempre a prazo indeterminado, que é o mais benéfico para o
trabalhador, visto que lhe possibilita continuar trabalhando sem que tenha
sido prefixado um prazo para o término da relação de emprego (REDINZ,
2019, p. 25).
Uma das exigências que esse tipo de contrato tem é que ele seja registrado na
carteira de trabalho do trabalhador em até quarenta e oito horas. Caso não seja
efetuado o registro dentro desse prazo a empresa poderá sofrer autuação pelos
órgãos fiscalizadores do Ministério do Trabalho e Emprego, e até ser multada.
O contrato de trabalho temporário não pode ser confundido com o trabalhador
contratado por prazo determinado, pois o trabalhador temporário é aquele que é
contratado por uma empresa que presta serviços temporários para:
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O contrato de trabalho com estagiário é regulamentado pela Lei nº. 11.788, de
25 de setembro de 2008 (BRASIL, 2008), que regula esse tipo de contratação.
Segundo essa lei:
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efeitos, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores. Esses efeitos são
divididos em efeitos conexos e efeitos próprios (CAPELOTTO, 2020).
Em relação aos efeitos contratuais próprios, é possível afirmar que
empregadores e trabalhadores subdividem obrigações. Pode-se dividir os efeitos
contratuais próprios conforme a seguir.
Obrigações do empregador — A principal obrigação do empregador é de
remunerar corretamente o trabalhador de acordo com o que foi estipulado no contrato,
considerando todas os tipos de remuneração que o trabalhador tem direito, desde as
pecuniárias como as não pecuniárias, de acordo com o que foi estipulado no contrato.
O empregador também tem as obrigações de registrar o contrato de trabalho na
carteira de trabalho e previdência social e realizar os registros relacionados à
comunicação de acidentes de trabalho em caso de o trabalhador sofrer algum tipo de
acidente (CASADO, 2020).
Obrigações do trabalhador — A principal obrigação do trabalhador é prestar o
serviço pelo qual foi contratado, bem como adotar a conduta que é esperada pelo
empregador e que ele foi orientado a apresentar no momento de sua contratação
(CAPELOTTO, 2020). Outras obrigações do trabalhador são de não criar nenhum tipo
de concorrência com o empregador, não tornar públicas informações que sejam
consideradas essenciais para o negócio da organização, e ainda, ele tem a obrigação
de zelar pelas máquinas, equipamentos, uniformes ou de qualquer bem da empresa
que seja disponibilizado para ele desenvolver a sua atividade laboral.
Poder empregatício — Esse é um poder inevitável do contrato de trabalho, pois
ele consiste no conjunto de prerrogativas que o empregador possui para fazer com
que o trabalhador execute as atividades para as quais ele foi contratado e é
corretamente remunerado. Esse poder somente pode ser executado pelo empregador
se as ordens que ele proferir forem lícitas e estiverem dentro da lei, portanto, nenhum
empregador pode forçar os trabalhadores a infringir qualquer lei em vigor
(GONÇALVES, 2018).
Em relação aos direitos autorais, é importante ressaltar que eles compreendem
o fato de que a empresa será a detentora de toda a obra que for produzida pelos
trabalhadores enquanto ele estiver desenvolvendo a sua atividade laboral (CASADO
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apud NOLASCO, 2020). Sobre as invenções desenvolvidas pelos empregados no
decorrer da sua atividade profissional, a Lei nº. 9.279, de 14 de maio de 1996 (BRASIL,
1996), que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, apresenta
em seu Art. 88 que a invenção e o modelo de utilidade pertencem “[…] exclusivamente
ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no
Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da
natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado” (BRASIL, 1996,
documento on-line).
Em relação às indenizações por danos material e extrapatrimonial que
compõem os direitos conexos, é importante considerar que se antes essas
indenizações eram apenas concedidas pelas empresas no caso de acidentes de
trabalho, após algumas revisões nas legislações pertinentes e da consolidação de
decisões judiciais em jurisprudência, ficou convencionado que essas indenizações
podem ser concedidas por dano moral e à imagem do trabalhador. Muitos são os
casos em que os trabalhadores sofrem algum tipo de preconceito em seu ambiente
profissional; por isso, é importante que todos os profissionais que atuam na
contratação de trabalhadores busquem extinguir tais situações, sob risco de criar
problemas judiciais sérios às organizações que são as responsáveis por oferecer um
ambiente profissional aos seus trabalhadores (LÓPEZ, 2012).
Para Nascimento et. all. (2014) não há uma separação, uma autonomia
absoluta entre contrato e relação de emprego, como se fossem duas realidades
distintas no plano jurídico.
Ainda segundo Nascimento (2014), apud Mario de la Cueva, o contrato é o
acordo de vontades, e a relação de emprego é o conjunto de direitos e obrigações que
se desenvolvem na dinâmica do vínculo, daí usar a expressão contrato-realidade.
Nesse caso, o contrato é a fonte da qual a relação de emprego é o efeito que se
consubstancia com a prestação material dos serviços no complexo de direitos e
deveres dele emergente, mas de outras fontes também, posição que Evaristo de
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Moraes também defende por entender que o contrato é o pressuposto da relação,
embora critique a palavra contrato-realidade.
Cotrim Neto sustenta que “ao conjunto de atos executivos do contrato de
emprego e originadores de direitos nitidamente patrimoniais é que se pode denominar
relação de emprego”. Ainda, define contrato de emprego como “o que vincula um
trabalhador a um detentor de fonte de trabalho, sob o regime de colaboração social e
integração objetiva nas atividades da empresa ou em sua organização”. Assim, o
contrato é fonte do vínculo, e a relação é fonte dos direitos e obrigações (Nascimento
et. all. 2014).
4 A SEGURIDADE SOCIAL
Fonte: adunicentro.org.br
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Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil (CASTRO et. all.,
2020).
Apesar de não existir uma disciplina adequada do que a legislação chama de
Sistema Nacional de Seguridade Social (art. 5º da Lei nº 8.212/91), certo é que exista
uma estrutura administrativa que tem como atribuição a execução das políticas no
âmbito da segurança social.
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seu turno, a entrega das ações, prestações e serviços de seguridade social a todos
os que necessitem, tanto em termos de previdência social, como no caso da saúde e
da assistência social. Conjuga-se a este princípio aquele que estabelece a filiação
compulsória e automática de todo e qualquer indivíduo trabalhador no território
nacional a um regime de previdência social, mesmo que “contra a sua vontade”, e
independentemente de ter ou não vertido contribuições; a falta de recolhimento das
contribuições não caracteriza ausência de filiação, mas inadimplência tributaria, é
dizer, diante do ideal de universalidade não merece prevalecer a interpretação de que,
“ausente a contribuição, não há vinculação com a Previdência” (CASTRO et. all.
2020).
O inciso II do art. 194, trata da uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais. Tal princípio está elencado também no art.
7º da Constituição e confere tratamento uniforme a trabalhadores urbanos e rurais,
havendo assim idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos
eventos cobertos pelo sistema (equivalência). Este princípio, não significa, contudo,
que haverá idêntico valor para os benefícios, uma vez que equivalência não significa
igualdade. Os critérios que serão utilizados para conceder das prestações de
seguridade social serão os mesmos, todavia, no que se refere a previdência social, o
valor de um benefício pode ser diferenciado (CASTRO et. all. 2020).
O inciso III do art. 194, trata seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços que, para Castro (2020), pressupõe que os benefícios são
concedidos a quem deles efetivamente necessite, razão pela qual a Seguridade Social
deve apontar os requisitos para a concessão de benefícios e serviços. Não há um
único benefício ou serviço, mas vários, que serão concedidos e mantidos de forma
seletiva, conforme a necessidade da pessoa. O princípio da distributividade, inserido
na ordem social, deve ser interpretado em seu sentido e distribuição de renda e bem-
estar social, ou seja, pela concessão de benefícios e serviços visando o bem-estar e
à justiça social (art. 193, CF/88).
O princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios equivale ao da
intangibilidade do salário dos empregados e dos vencimentos dos servidores, significa
que o benefício concedido de forma legal pela Previdência Social, não pode ter seu
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valor nominal reduzido, não podendo ser objeto de desconto, salvo se determinado
por lei ou ordem judicial, nem de arresto, sequestro ou penhora (CASTRO et. all.
2020).
O princípio da equidade na forma de participação no custeio está previsto no
inciso V e, segundo Castro (2020), “trata-se de norma principiológica em sua essência,
visto que a participação equitativa de trabalhadores, empregadores e Poder Público
no custeio da seguridade social é meta, objetivo e não regra concreta”.
Diversidade da base de financiamento – Estando a Seguridade Social brasileira
no chamado ponto de hibridismo entre sistema contributivo e não contributivo, o
constituinte quis estabelecer a possibilidade de que a receita da Seguridade Social
possa ser arrecadada de várias fontes pagadoras, não ficando adstrita a
trabalhadores, empregadores e Poder Público. Com a adoção desse princípio, está
prejudicada a possibilidade de estabelecer-se o sistema não contributivo, decorrente
da cobrança de tributos não vinculados, visto que o financiamento deve ser feito por
meio de diversas fontes e não de fonte única (CASTRO et. all. 2020).
Com a EC 103/2019, foi dada nova redação a este inciso, qual seja:
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4.2 Regimes previdenciários
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4.2.2 Regime de previdência de servidores públicos ocupantes de cargos efetivos
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Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de
cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial.
[...]
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar.
O art. 2º conceitua a previdência privada como aquelas que “têm por objetivo
principal instituir e executar planos de benefícios de caráter previdenciário”. Para a
constituição e funcionamento de uma entidade previdenciária privada, a Lei determina
que é necessária autorização governamental previa (art. 33, I e art. 38, I).
Segundo o art. 4° “as entidades de previdência complementar são classificadas
em fechadas e abertas”.
Determina o art. 31 da Lei Complementar que “entidade fechada de previdência
privada é aquela constituída sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins
lucrativos, e que é acessível exclusivamente a empregados de uma empresa ou grupo
de empresas, aos servidores dos entes públicos da Administração, quando o tomador
dos serviços será denominado patrocinador da entidade fechada, e aos associados
ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial quando
estas serão denominadas “instituidores” da entidade”.
Entidade aberta de previdência privada são instituições financeiras que
exploram economicamente o ramo de infortúnios do trabalho, cujo objetivo é a
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instituição e operação de planos de benefícios de caráter previdenciário em forma de
renda continuada ou pagamento único, constituídas unicamente sob a forma de
sociedades anônimas, podendo as seguradoras que atuam exclusivamente no ramo
de seguro de vida virem a ser autorizadas a operar também pelos planos de
previdência complementar (CASTRO, 2020).
Ainda segundo Castro (2020) no caso de previsão constitucional de previdência
complementar facultativa para os agentes públicos ocupantes de cargos efetivos e
vitalícios, vale salientar que os fundos de previdência complementar terão de ser
instituídos por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo e terão de ser geridos
por entidade com personalidade jurídica de direito público (autarquia ou fundação).
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5 INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE AS VERBAS
TRABALHISTAS
Fonte: valor.globo.com
5.1 Salário-base
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5.2 Contribuição do segurado empregado, doméstico e trabalhador avulso
Art. 29. Até que entre em vigor lei que disponha sobre o § 14 do art. 195 da
Constituição Federal, o segurado que, no somatório de remunerações
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auferidas no período de 1 (um) mês, receber remuneração inferior ao limite
mínimo mensal do salário de contribuição poderá:
I - complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo
exigido;
II - utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição
de uma competência em outra; ou
III - agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes
competências, para aproveitamento em contribuições mínimas mensais.
Parágrafo único. Os ajustes de complementação ou agrupamento de
contribuições previstos nos incisos I, II e III do caput somente poderão ser
feitos ao longo do mesmo ano civil.
A Constituição prevê no art. 195, I, com redação dada pela Emenda nº 20, a
incidência de contribuições sociais a cargo do empregador, da empresa e da entidade
a ela equiparada na forma da lei (art. 15 da Lei nº 8.212/91, com redação conferida
pela Lei 13.202/15), in verbis:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
I - Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
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em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho” (SANTOS, 2013).
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Com a modificação introduzida pela EC 20/98, a base de cálculo deixou de ser
somente os salários, para abranger também rendimentos pagos ou creditados a
qualquer título. E a EC 20 também alcançou o art. 201, acrescentando-lhe o § 11 para
dispor que “os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados
ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em
benefícios, nos casos e na forma da lei”.
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5.3.3 Contribuição em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho – GILRAT
Art. 22
[...]
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer
do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: a) 1% (um por
cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as
empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado
médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade
preponderante esse risco seja considerado grave.
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considerando a ocorrência de acidentes do trabalho. A aplicação do FAP poderá
causar a redução em até 50% ou o aumento em até 100% das alíquotas da
contribuição. Objetiva-se através deste fator, incentivar as empresas a praticarem
ações que visem à melhoria das condições de trabalho e saúde do trabalhador, para
fins de reduzir os casos de acidente do trabalho (SANTOS, 2013).
Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a dezembro
de cada ano, até completar o período de dois anos, a partir do qual os dados do ano
inicial serão substituídos pelos novos dados anuais incorporados (CASTRO, 2020).
Santos (2013), preleciona que “o FAP considera os índices de frequência,
gravidade e custos dos acidentes do trabalho. Substancia-se que seja maior o valor
da contribuição das empresas em que com mais frequência ocorram acidentes, e,
ainda, aquelas em que os acidentes sejam de natureza mais grave. Inversamente, as
empresas em que os acidentes sejam menos frequentes ou menos graves
contribuirão com alíquota menor”.
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A associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional participa
do custeio da seguridade mediante pagamento da contribuição na forma determinada
pelo § 6º do art. 22, da Lei 8.212/91, in verbis:
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Art. 24. A contribuição do empregador doméstico incidente sobre o salário
de contribuição do empregado doméstico a seu serviço é de:
I - 8% (oito por cento); e
II - 0,8% (oito décimos por cento) para o financiamento do seguro contra
acidentes de trabalho.
Parágrafo único. Presentes os elementos da relação de emprego doméstico,
o empregador doméstico não poderá contratar microempreendedor individual
de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006, sob pena de ficar sujeito a todas as obrigações dela decorrentes,
inclusive trabalhistas, tributárias e previdenciárias.
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Conforme determina o § 7º do art. 30, a empresa ou cooperativa adquirente,
consumidora ou consignatária da produção deve fornecer ao segurado especial cópia
do documento fiscal de entrada da mercadoria, para possibilitar a comprovação da
operação e o recolhimento da contribuição previdenciária.
A base de cálculo é a receita bruta proveniente da comercialização da produção
de artigos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos
de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros,
os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento,
lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem,
cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação,
bem como os subprodutos e os resíduos obtidos por meio desses processos; da
comercialização da produção obtida em razão de contrato de parceria ou meação de
parte do imóvel rural; da comercialização de artigos de artesanato, na forma do art.
12, § 10, VII, do PCSS; de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de
produtos comercializados no imóvel rural, desde que em atividades turísticas e de
entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação,
recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços
especiais; do valor de mercado da produção rural dada em pagamento ou que tiver
sido trocada por outra, qualquer que seja o motivo ou finalidade; e de atividade
artística de que trata o art. 12, § 10, VIII, do PCSS (SANTOS, 2013).
As alíquotas são no percentual de 2%. Para o custeio da complementação das
prestações por acidente do trabalho, a alíquota é de 0,1%.
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Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras
importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas:
[...]
II - Os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a
recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia quinze do mês
seguinte ao da competência;
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O art. 21 permite que esses segurados recolham as contribuições
previdenciárias com alíquotas reduzidas, desde que optem pela exclusão do direito à
aposentadoria por tempo de contribuição.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário. 8. ed. – São Paulo: Saraiva,
2012.
ANDRADE, Flávia Cristina Moura de; LEITÃO, André Studart. Direito Previdenciário
I. São Paulo: Saraiva, 2012.
44
LÓPEZ, L. C. O conceito de racismo institucional: aplicações no campo da
saúde. Interface - Comunicação, Saúde e Educação, v. 16, n. 40, p. 121–134,
jan./mar. 2012. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/icse/2012.v16n40/121-
134/pt. Acesso em: 20/01/2021.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito
Previdenciário. 23. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020.
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