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Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Servidor

Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho


Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho

Princípios e fontes do direito do trabalho; Direitos constitucionais dos trabalhadores e


das trabalhadoras............................................................................................................ 1
Relação de trabalho e relação de emprego.................................................................... 12
Fraude aos preceitos protetivos da CLT; fraude à relação de emprego; terceirização
lícita e ilícita..................................................................................................................... 13
Sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu: Empregado e empregador (conceito e
caracterização): Poderes do empregador no contrato de trabalho; Estado como em-
pregador; Empresa e estabelecimento; grupo econômico; sucessão de empregadores;
responsabilidade solidária............................................................................................... 17
Contrato individual de trabalho; conceito, classificação, espécies, características e
efeitos; alteração do contrato de trabalho; alteração unilateral e bilateral; o jus variandi;
suspensão e interrupção do contrato de trabalho; caracterização e distinção............... 23
Formas de rescisão do contrato de trabalho................................................................... 30
Duração do trabalho: Jornada de trabalho; Registro e controle do horário de trabalho;
Períodos de descanso; intervalo para repouso e alimentação; Descanso semanal re-
munerado; Trabalho noturno e trabalho extraordinário; Sistema de compensação de
horas............................................................................................................................... 33
Salário-mínimo; irredutibilidade e garantia...................................................................... 44
Férias, direito, duração, concessão, época das férias, remuneração e abono de
férias................................................................................................................................ 49
Salário e remuneração: Conceito e distinções; Composição do salário; Modalidades
de salário; formas e meios de pagamento do salário; 13º salário; equiparação salarial;
Princípio da igualdade de salário; Desvio de função...................................................... 50
Benefícios aos trabalhadores e trabalhadoras: vale transporte, FGTS, seguro desem-
prego e abono salaria...................................................................................................... 54
Prescrição e decadência................................................................................................. 77
Proteção ao trabalho da mulher, Lei nº 14.457/2022...................................................... 80
Direito coletivo do trabalho; conceito, objeto, função, evolução histórica, princípios e
fontes normativas; organização sindical; conceito de categoria; categoria diferenciada;
negociação coletiva no Direito do Trabalho; instrumentos coletivos de trabalho; me-
diação e arbitragem no Direito do Trabalho.................................................................... 93
Direito de greve; greve nos serviços essenciais............................................................. 105
Regimes especiais de trabalho previstos na CLT: Trabalho portuário e a NR 29 (Norma
regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário) e suas atualizações..... 110
Trabalho avulso não portuário......................................................................................... 149
Trabalho esportivo........................................................................................................... 150

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Trabalho do artista e do técnico em espetáculos de diversões....................................... 232
Trabalho da pessoa com deficiência e reabilitada.......................................................... 233

Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho


Aprendizagem profissional.............................................................................................. 234
Trabalho rural: Lei nº 5889 de 1973 e alterações e NR 31............................................. 235
Trabalho cooperado........................................................................................................ 241
Trabalho infantil e proteção do trabalhador adolescente................................................ 242
Trabalho análogo ao de escravo e tráfico de pessoas.................................................... 244
Convenções da OIT: natureza jurídica, processo de elaboração, ratificação, denúncia,
vigência, aplicação e revisão.......................................................................................... 246
Inspeção e Fiscalização no Trabalho: Decreto nº 4.552/2002 e alterações.................... 248
Lei nº 10.593/2002 e alterações e Regulamento da Inspeção do Trabalho.................... 256
NR 3 – Embargo e interdição.......................................................................................... 261
NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho............................... 266
NR 12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos..................................... 277
Segurança e saúde no trabalho na indústria da construção: Norma Regulamentadora
nº 18................................................................................................................................ 278
Norma Regulamentadora nº 1......................................................................................... 328
Norma Regulamentadora nº 7......................................................................................... 344
Norma Regulamentadora nº 9 344
Exercícios 357
Gabarito........................................................................................................................... 367

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Princípios e fontes do direito do trabalho; Direitos constitucionais dos trabalhadores
e das trabalhadoras

— Princípios
A palavra princípio traduz, na linguagem corrente, a ideia de começo, início, e, nesta linha, o primeiro
momento da existência de algo ou de uma ação ou processo. Mas, traz consigo o sentido de causa primeira,
raiz, razão e, nesta medida, a ideia de que serve de base a alguma coisa.
Por extensão, significa, ainda, proposição elementar e fundamental que serve de base a uma ordem de
conhecimentos e, nesta dimensão, proposição lógica fundamental sobre a qual se apoia o raciocínio1.
A palavra, desse modo, carrega consigo a força do significado de proposição fundamental. E é nessa acepção
que ela foi incorporada por distintas formas de produção cultural dos seres humanos, inclusive o Direito.
Assim, princípio traduz, de maneira geral, a noção de proposições fundamentais que se formam na consciência
das pessoas e grupos sociais, a partir de certa realidade, e que, após formadas, direcionam-se à compreensão,
reprodução ou recriação dessa realidade.
Nessa acepção, princípios políticos, morais ou religiosos, por exemplo, importariam em proposições
fundamentais, ideais, resultantes de determinado contexto político, cultural ou religioso, que se reportam à
realidade como diretrizes de correspondentes condutas políticas, morais ou religiosas. Em tal sentido, os
princípios seriam elementos componentes da visão de mundo essencial que caracteriza as pessoas e grupos
sociais, resultando de suas práticas cotidianas e sobre elas influindo.
Na dinâmica das pessoas e sociedades, os princípios atuariam como enunciados que refletem e informam,
em maior ou menor grau, as práticas individuais e sociais correspondentes.
Nas ciências, a palavra princípio é apreendida com sentido similar. Aqui, os princípios correspondem à
noção de proposições ideais, fundamentais, construídas a partir de uma certa realidade e que direcionam a
compreensão da realidade examinada.
Ou proposições que se colocam na base de uma ciência, informando-a. Os princípios atuariam no processo de
exame sistemático acerca de uma certa realidade, processo que é típico às ciências, iluminando e direcionando
tal processo.
Princípios de direito: funções e classificação
No Direito, os princípios cumprem funções diferenciadas. Atuam, na verdade, até mesmo na fase de
construção da regra de Direito, fase pré-jurídica ou política. Mas será na fase jurídica típica, após consumada
a elaboração da regra, que os princípios cumprirão sua atuação mais relevante.
1 – Fase Pré-jurídica ou Política
Na fase pré-jurídica, que é nitidamente política, voltada à construção das regras e institutos do Direito, os
princípios despontam como proposições fundamentais que propiciam uma direção coerente na construção do
Direito. São veios iluminadores à elaboração de regras e institutos jurídicos.
Os princípios gerais do Direito e os específicos a determinado ramo normativo tendem a influir no processo de
construção das regras jurídicas, orientando o legislador no desenvolvimento desse processo. Nesse momento,
os princípios atuam como verdadeiras fontes materiais do Direito, na medida em que se postam como fatores
que influenciam na produção da ordem jurídica.
Essa influência política dos princípios é, contudo, obviamente limitada. É que as principais fontes materiais
do Direito situam-se fora do sistema jurídico, consubstanciando-se fundamentalmente nos movimentos
sociopolíticos e correntes político-filosóficas e econômicas que provocam e condicionam a elaboração normativa.

1 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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2 – Fase Jurídica
Na fase propriamente jurídica, os princípios desempenham funções diferenciadas e combinadas, classificando-
se segundo a função específica assumida. Surgem, nesse caso, em um plano, os princípios descritivos (ou
informativos), que cumprem papel relevante na interpretação do Direito.
A seu lado, os princípios normativos subsidiários, que cumprem papel destacado no processo de integração
jurídica (normas supletivas). Por fim, os princípios normativos próprios ou concorrentes, que atuam com natureza
de norma jurídica, independentemente da necessidade de ocorrência da integração jurídica.
Ressalte-se que não há um grupo de princípios exclusivamente descritivos contraposto a outro grupo, ainda
que mais restrito, de princípios exclusivamente normativos. Qualquer princípio geral de Direito, ou os específicos
a ramo jurídico especial, cumprem os papéis interpretativos, normativos subsidiários e normativos próprios ou
concorrentes.
As funções desempenhadas é que se diferenciam, sem que impliquem a existência de categorias
incomunicáveis de princípios gerais do Direito.
A) Princípios Descritivos (ou Informativos): Na fase jurídica, os princípios atuam, em primeiro lugar,
como proposições ideais que propiciam uma direção coerente na interpretação da regra de Direito. São veios
iluminadores à compreensão da regra jurídica construída.
Cumprem, aqui, sua função mais clássica e recorrente, como veículo de auxílio à interpretação jurídica.
Nesse papel, os princípios contribuem no processo de compreensão da regra e institutos jurídicos, balizando-os
à essência do conjunto do sistema de Direito.
São chamados princípios descritivos ou informativos, na medida em que asseguram uma leitura reveladora
das orientações essenciais da ordem jurídica analisada. Os princípios informativos ou descritivos não atuam,
pois, como fonte formal do Direito, mas como instrumental de auxílio à interpretação jurídica.
B) Princípios Normativos Subsidiários: Podem os princípios, entretanto, em segundo lugar, cumprir o
papel de fontes formais supletivas do Direito. Atuam como fontes normativas subsidiárias, à falta de outras
regras jurídicas utilizáveis pelo intérprete e aplicador do Direito em face de um singular caso concreto.
A proposição ideal consubstanciada no princípio incide sobre o caso concreto, como se fosse regra jurídica
específica. É o que se passa em situações de recurso necessário à integração jurídica, em decorrência de falta
de regras jurídicas aplicáveis no conjunto das fontes normativas principais existentes.
Denominam-se princípios normativos subsidiários, na medida em que atuam como verdadeiras regras jurídicas
em face de casos concretos não regidos por fonte normativa principal da ordem jurídica. A função normativa
subsidiária dos princípios, embora mais rara do que sua função interpretativa, corresponde, curiosamente,
àquela especialmente citada por texto expresso da legislação.
É o que se passa quando a lei autoriza o recurso, pelo juiz, à integração jurídica (art. 8º, CLT; art. 4º, Lei de
Introdução ao Código Civil; art. 126 do antigo CPC).
C) Princípios Normativos Próprios ou Concorrentes: Parte importante da doutrina jurídica ocidental mais
notável agrega outra função às duas tradicionais já amplamente reconhecidas: trata-se da função normativa
própria dos princípios. Ou seja, os princípios atuam também como norma jurídica própria, ostentando, desse
modo, natureza de efetivas normas jurídicas.
Esta mais recente compreensão sedimentou-se, em distintas vertentes, dimensões e abrangência, na
segunda metade do século XX, na obra de célebres juristas, principalmente autores de Filosofia do Direito e do
Direito Constitucional.
Dessa maneira, a clássica função interpretativa age, pois, em concurso com a função normativa, ajustando
as regras do Direito ao sentido essencial de todo o ordenamento. Por isso se pode falar também em uma função
simultaneamente interpretativa/normativa, resultado da associação das duas funções específicas (a descritiva
e a normativa), que agem em conjunto, fusionadas, no processo de compreensão e aplicação do Direito.

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Princípios constitucionais do trabalho
A Constituição da República Federativa do Brasil se caracteriza por uma matriz essencialmente humanística,
democrática, social e inclusiva, buscando arquitetar, no País, um verdadeiro Estado Democrático de Direito,
caracterizado por três pilares estruturantes: a centralidade da pessoa humana na ordem jurídica, social e
econômica, com a sua dignidade; a presença de uma sociedade política efetivamente democrática e inclusiva;
a presença também de uma sociedade civil igualmente democrática e inclusiva.
Para tanto, a Constituição de 1988 firmou, enfaticamente, largo elenco de princípios voltados a explicitar a sua
matriz civilizatória distintiva. Entre esses, destacam-se os princípios constitucionais do trabalho. Tais princípios
não são necessariamente trabalhistas; alguns, inclusive, atuam em diversos outros campos do Direito.
Porém, na concepção e no formato construído pela Constituição da República, eles atuam também no
sentido de enfatizarem a profunda e ampla relevância que a pessoa humana e o valor trabalho ostentam na
seara constitucional e, desse modo, na vida jurídica, institucional, econômica e social.
Arrolam-se, de maneira sintética, os seguintes princípios constitucionais do trabalho:
a) princípio da dignidade da pessoa humana;
b) princípio da centralidade da pessoa humana na vida socioeconômica e na ordem jurídica;
c) princípio da valorização do trabalho e do emprego;
d) princípio da inviolabilidade do direito à vida;
e) princípio do bem-estar individual e social;
f) princípio da justiça social;
g) princípio da submissão da propriedade à sua função socioambiental;
h) princípio da não discriminação;
i) princípio da igualdade, especialmente a igualdade em sentido material;
j) princípio da segurança;
k) princípio da proporcionalidade e da razoabilidade;
l) princípio da vedação do retrocesso social.
Estudar e compreender o Direito do Trabalho, contemporaneamente, é estudar e compreender, antes de
tudo, o sentido da matriz constitucional de 1988, em particular o rol de seus princípios constitucionais do
trabalho.
Princípios jurídicos gerais aplicáveis ao direito do trabalho – adequações
A par dos princípios constitucionais do trabalho, supra indicados, existem princípios gerais de todo o Direito
que têm inquestionável aplicação no âmbito especializado do Direito do Trabalho. São princípios que tendem
a incorporar as diretrizes centrais da própria noção do Direito (ilustrativamente, os princípios da lealdade e
boa-fé ou da não alegação da própria torpeza) ou as diretrizes centrais do conjunto dos sistemas jurídicos
contemporâneos ocidentais (como, ilustrativamente, o princípio da inalterabilidade dos contratos).
Tendem a ser, portanto, princípios que se irradiam por todos os segmentos da ordem jurídica, cumprindo o
relevante papel de assegurar organicidade e coerência integradas à totalidade do universo normativo de uma
sociedade política. Nessa linha, os princípios gerais, aplicando-se aos distintos segmentos especializados do
Direito, preservam a noção de unidade da ordem jurídica, mantendo o Direito como um efetivo sistema, isto é,
um conjunto de partes coordenadas.
Qualquer dos princípios gerais que se aplique ao Direito do Trabalho sofrerá, evidentemente, uma adequada
compatibilização com os princípios e regras próprias a este ramo jurídico especializado, de modo que a inserção
da diretriz geral não se choque com a especificidade inerente ao ramo justrabalhista.
Esse processo de adequação será, obviamente, mais extenso naqueles específicos pontos objetivados pelo
princípio geral em que, topicamente, se realçar a identidade singular do Direito do Trabalho perante o conjunto
do sistema jurídico em geral.

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Princípios Gerais – adequações
Um dos mais importantes princípios gerais do Direito aplicáveis ao ramo justrabalhista seria o da inalterabilidade
dos contratos, que se expressa no conhecido aforismo pacta sunt servanda. Informa tal princípio que os ajustes
contratuais firmados pelas partes não são modificáveis ao longo do prazo de sua vigência, impondo-se ao
cumprimento fiel pelos pactuantes.
Contudo, o processo de adequação desse princípio geral durante seu ingresso no Direito do Trabalho foi muito
intenso. A intensidade de adequação desfigurou a matriz civilista, dando origem a uma diretriz justrabalhista
própria, o princípio da inalterabilidade contratual lesiva.
Desse modo, torna-se mais correto e prático examinar a referência histórica ao princípio geral do Direito Civil
no âmbito do estudo específico sobre o princípio especial do ramo juslaborativo.
Há três princípios gerais do Direito, conceitualmente relacionados entre si, que, seja no conjunto sistemático
que representam, seja na identidade ideal singular de cada um, assumem inquestionável importância na área
justrabalhista. Trata-se dos princípios da lealdade e boa-fé, da não alegação da própria torpeza e, ainda, do
princípio do efeito lícito do exercício regular do próprio direito, este incorporando seu contrário, consubstanciado
na vedação à prática do abuso do direito.
O princípio da razoabilidade, de larga aplicação em qualquer segmento jurídico, também claramente atua no
ramo justrabalhista. Outro princípio jurídico geral de grande interesse ao Direito do Trabalho é o da inexistência
de ilícito e respectiva penalidade sem prévia norma legal instituidora: o princípio da tipificação legal de ilícitos
e penas.
Princípios específicos ao direito do trabalho
O Direito Material do Trabalho desdobra-se em um segmento individual e um segmento coletivo, cada um
possuindo regras, institutos e princípios próprios. Toda a estrutura normativa do Direito Individual do Trabalho
constrói-se a partir da constatação fática da diferenciação social, econômica e política básica entre os sujeitos
da relação jurídica central desse ramo jurídico específico.
Em tal relação, o empregador age naturalmente como ser coletivo, isto é, um agente socioeconômico e
político cujas ações, ainda que intraempresariais, têm a natural aptidão de produzir impacto na comunidade
mais ampla.
Em contrapartida, no outro polo da relação inscreve-se um ser individual, consubstanciado no trabalhador
que, como sujeito desse vínculo sócio jurídico, não é capaz, isoladamente, de produzir, como regra, ações de
impacto comunitário. Essa disparidade de posições na realidade concreta fez emergir um Direito Individual
do Trabalho largamente protetivo, caracterizado por métodos, princípios e regras que buscam reequilibrar,
juridicamente, a relação desigual vivenciada na prática cotidiana da relação de emprego.
O Direito Coletivo, ao contrário, é um ramo jurídico construído a partir de uma relação entre seres teoricamente
equivalentes: seres coletivos ambos, o empregador de um lado e, de outro, o ser coletivo obreiro, mediante
as organizações sindicais. Em correspondência a esse quadro fático distinto, surgem, obviamente, no Direito
Coletivo, categorias teóricas, processos e princípios também distintos.
A compreensão global do Direito do Trabalho impõe, é claro, a compreensão acerca dos princípios específicos
de seu segmento juscoletivo. É que o Direito Coletivo atua sobre o Direito Individual, produzindo-lhe importante
universo de regras jurídicas, consubstanciado no conjunto de diplomas autônomos que compõem sua estrutura
normativa (notadamente, Convenção e Acordo Coletivo de Trabalho).
Desse modo, o Direito Coletivo pode alterar o conteúdo do Direito Individual do Trabalho, ao menos naqueles
setores socioeconômicos em que incidam seus específicos diplomas. Desde a Constituição de 1988, a propósito,
ampliou-se o potencial criativo do Direito Coletivo, lançando ao estudioso a necessidade de pesquisar os critérios
objetivos de convivência e assimilação entre as normas autônomas negociadas e as normas heterônomas
tradicionais da ordem jurídica do país.
Por esta razão, o estudo feito neste Capítulo sobre os princípios especiais do Direito do Trabalho (e Direito
Individual do Trabalho), a par dos princípios gerais aplicáveis ao ramo justrabalhista, não dispensa, de modo
algum, o correspondente estudo sobre os princípios especiais do Direito Coletivo.

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Princípios de direito individual do trabalho
Os princípios especiais do Direito Individual do Trabalho (ou Direito do Trabalho) são diversos, alcançando
mais de uma dezena de proposições. À medida que o ramo juslaboral desenvolve-se (e já são mais de 150
anos de evolução no mundo ocidental), novos princípios são inferidos do conjunto sistemático de sua cultura,
regras e institutos peculiares.
Os mais importantes princípios especiais justrabalhistas indicados pela doutrina resumem-se em um grande
grupo de nove princípios especiais forma aquilo que denominamos núcleo basilar dos princípios especiais do
Direito do Trabalho (ou Direito Individual do Trabalho).
Tais princípios formam o núcleo justrabalhista basilar por, a um só tempo, não apenas incorporarem a essência
da função teleológica do Direito do Trabalho, como por possuírem abrangência ampliada e generalizante ao
conjunto desse ramo jurídico, tudo isso sem que se confrontem de maneira inconciliável com importantes
princípios jurídicos gerais, externos ao ramo jurídico especializado. O potencial vinculante, indutor e de
generalização desses princípios sobre o conjunto do ramo jurídico especializado é, desse modo, mais forte e
abrangente do que o característico aos demais princípios especiais do Direito Laboral.
Isso significa que sem a presença e observância cultural e normativa desse núcleo basilar de princípios
especiais, ou mediante a descaracterização acentuada de suas diretrizes indutoras, compromete-se a própria
noção de Direito do Trabalho em certa sociedade histórica concreta. Há certos princípios justrabalhistas especiais
francamente controvertidos, e que, por isso, devem ser examinados em separado (afinal, os princípios são
grandes luminares, e a própria dúvida, se consistente, sobre sua real existência, sentido, extensão e validade
já compromete grande parte de seu próprio papel central).
Trata-se do princípio in dubio pro operário, se e quando aplicado ao terreno dos fatos, isto é, à análise da
prova no processo judicial trabalhista. A seu lado, também estigmatizado pela controvérsia, o princípio do maior
rendimento.
Núcleo Basilar de Princípios Especiais
A) Princípio da Proteção: Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas
regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte vulnerável e hipossuficiente na
relação empregatícia, ou seja, o obreiro, visando retificar (ou atenuar), no plano jurídico, o desequilíbrio inerente
ao plano fático do contrato de trabalho.
B) Princípio da Norma Mais Favorável: O presente princípio dispõe que o operador do Direito do Trabalho
deve optar pela regra mais favorável ao obreiro em três situações ou dimensões distintas: no instante de
elaboração da regra (princípio orientador da ação legislativa, portanto) ou no contexto de confronto entre
regras concorrentes (princípio orientador do processo de hierarquização de normas trabalhistas) ou, por fim,
no contexto de interpretação das regras jurídicas (princípio orientador do processo de revelação do sentido da
regra trabalhista).
C) Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas: Informa tal princípio que prevalece no segmento
juslaborativo o domínio de regras jurídicas obrigatórias, em detrimento de regras apenas dispositivas. As regras
justrabalhistas são, desse modo, essencialmente imperativas, não podendo, de maneira geral, ter sua regência
contratual afastada pela simples manifestação de vontade das partes.
Nesse quadro, raros são os exemplos de regras dispositivas no texto da CLT, prevalecendo uma quase
unanimidade de preceitos imperativos no corpo daquele diploma legal.
D) Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas: O presente princípio é projeção do anterior,
referente à imperatividade das regras trabalhistas. Ele traduz a inviabilidade técnico-jurídica de poder o
empregado despojar-se, por sua simples manifestação de vontade, das vantagens e proteções que lhe
asseguram a ordem jurídica e o contrato.
E) Princípio da Condição Mais Benéfica: Este princípio importa na garantia de preservação, ao longo do
contrato, da cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do caráter de direito adquirido
(art. 5º, XXXVI, CF/88). Ademais, para o princípio, no contraponto entre dispositivos contratuais concorrentes,
há de prevalecer aquele mais favorável ao empregado.

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F) Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva: O princípio da inalterabilidade contratual lesiva é
especial do Direito do Trabalho. Contudo, sua origem é claramente exterior ao ramo justrabalhista, inspirado
no princípio geral do Direito Civil da inalterabilidade dos contratos. Tanto que, normalmente, é estudado como
exemplo de princípio geral do Direito (ou de seu ramo civilista) aplicável ao segmento juslaboral.
G) Princípio da Intangibilidade Salarial: Estabelece o princípio da intangibilidade dos salários que esta
parcela justrabalhista merece garantias diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor,
montante e disponibilidade em benefício do empregado.
Este merecimento deriva do fato de considerar-se ter o salário caráter alimentar, atendendo, pois, a
necessidades essenciais do ser humano.
H) Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma: O princípio da primazia da realidade sobre a forma
(chamado ainda de princípio do contrato realidade) amplia a noção civilista de que o operador jurídico, no
exame das declarações volitivas, deve atentar mais à intenção dos agentes do que ao envoltório formal através
de que transpareceu à vontade (art. 112, CC).
I) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: Informa tal princípio que é de interesse do Direito
do Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a integração do trabalhador na estrutura e dinâmica
empresariais. Apenas mediante tal permanência e integração é que a ordem justrabalhista poderia cumprir
satisfatoriamente o objetivo teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar melhores condições, sob a ótica
obreira, de pactuação e gerenciamento da força de trabalho em determinada sociedade.
Princípios Justrabalhistas Especiais Controvertidos
Princípios são grandes fachos normativos, que cumprem o essencial papel de iluminar a compreensão do
Direito em sua regência das relações humanas. Ora, na qualidade de iluminadores do sentido essencial do Direito
devem eles, por coerência, ser, no mínimo, claros e objetivos, de um lado, e, de outro lado, harmonizadores do
conjunto jurídico geral.
Princípio impreciso, inseguro, ou que entre em choque com o conjunto sistemático geral do Direito ou com
princípios cardeais do universo jurídico será, em síntese, uma contradição em seus próprios termos. Vejamos:
A) Princípio in dubio pro operario: Uma das mais antigas referências doutrinárias a princípios justrabalhistas
está na diretriz in dubio pro misero. Trata-se de transposição adaptada ao ramo justrabalhista do princípio
jurídico penal in dubio pro reo.
Como o empregador é que se constitui em devedor na relação de emprego (e réu na relação processual
trabalhista), adaptou-se o princípio à diretriz in dubio pro misero (ou pro operario).
B) Princípio do Maior Rendimento: O segundo princípio do Direito Individual do Trabalho comumente
referido pela doutrina, mas cujo conteúdo, abrangência e própria validade são bastante controvertidos, é a
diretriz denominada princípio do maior rendimento (ou princípio do rendimento).
— Fontes
No Direito do Trabalho, esse tema é simplesmente decisivo por comportar um relevante elemento diferenciador
desse segmento jurídico especializado perante os demais ramos existentes. De fato, o Direito do Trabalho, ao
menos no contexto dos modelos dominantes nos países democráticos centrais, diferencia-se dos outros ramos
jurídicos componentes do universo do Direito pela forte presença, em seu interior, de regras provindas de fonte
privada, em anteposição ao universo de regras jurídicas oriundas da clássica fonte estatal.
A palavra fontes, como se sabe, comporta relativa variedade conceitual. Além da acepção estrita de nascente,
o verbete é utilizado no sentido metafórico, traduzindo a ideia de início, princípio, origem, causa. Nesta acepção
metafórica, fonte seria a causa donde provêm efeitos, tanto físicos como morais.
A teoria jurídica captou a expressão em seu sentido metafórico. Assim, no plano dessa teoria, fontes do
Direito consubstancia a expressão metafórica para designar a origem das normas jurídicas.
Classificação
A Ciência do Direito classifica as fontes jurídicas em dois grandes blocos, separados segundo a perspectiva
de enfoque do fenômeno das fontes. Trata-se da conhecida tipologia fontes materiais “versus” fontes formais.

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6
Enfocado o momento pré-jurídico (portanto, o momento anterior à existência do fenômeno pleno da regra),
a expressão fontes designa os fatores que conduzem à emergência e construção da regra de Direito. Trata-se
das fontes materiais.
Enfocado, porém, o momento tipicamente jurídico (portanto, considerando-se a regra já plenamente
construída), a mesma expressão designa os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais essas regras se
revelam para o mundo exterior. Trata-se das fontes formais.
As fontes formais podem ser:
– Heterônomas seriam as normas cuja produção não se caracteriza pela imediata participação dos
destinatários principais das normas regras jurídicas. São, em geral, as normas de direta origem estatal, como
a Constituição, as leis, medidas provisórias, decretos e outros diplomas produzidos no âmbito do aparelho
do Estado (é também heterônoma a hoje cada vez mais singular fonte justrabalhista brasileira denominada
sentença normativa).
– Autônomas seriam as normas cuja produção caracteriza-se pela imediata participação dos destinatários
principais das normas produzidas. São, em geral, as normas originárias de segmentos ou organizações da
sociedade civil, como os costumes ou os instrumentos da negociação coletiva privada (contrato coletivo,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho).
Fontes Formais Justrabalhistas
As fontes formais justrabalhistas classificam-se em heterônomas e autônomas. O Direito do Trabalho
brasileiro constitui-se das seguintes fontes heterônomas: Constituição; leis (inclusive medidas provisórias);
tratados e convenções internacionais favorecidos por ratificação e adesão internas; regulamentos normativos
(expedidos mediante decretos do Presidente da República); sentenças normativas.
Constitui-se, ainda, esse ramo jurídico especializado das seguintes fontes autônomas: costumes;
convenções coletivas de trabalho; acordos coletivos de trabalho. Neste grupo, merece estudo, ainda, a figura
do contrato coletivo de trabalho, que, embora ainda não tipificada por lei, no País, nem objeto de significativa
concretização empírica pelo movimento sindical, tem o valor de importante referência teórica nos estudos sobre
a democratização do Direito Coletivo do Trabalho no Brasil.
Fontes Heterônomas do Direito do Trabalho
– Constituição
A Ciência do Direito informa que a Constituição representa fonte normativa dotada de prevalência na ordem
jurídica. Ela é que confere validade, fundamento e eficácia, a todas as demais normas jurídicas existentes em
determinado contexto jurídico nacional.
– Lei (e Medida Provisória)
Lei, em acepção lata (lei em sentido material), constitui-se em toda norma de Direito geral, abstrata, impessoal,
obrigatória, oriunda de autoridade competente e expressa em fórmula escrita (contrapondo-se, assim, ao
costume). Em acepção estrita (lei em sentido formal), é norma jurídica geral, abstrata, impessoal, obrigatória
(ou conjunto de normas jurídicas: diploma legal) emanada do Poder Legislativo, sancionada e promulgada pelo
Chefe do Poder Executivo.
– Tratados e Convenções Internacionais
Os documentos internacionais que ensejam o debate sobre o seu enquadramento (ou não) como fontes
normativas no plano interno dos Estados são, principalmente, quatro: os tratados internacionais, as convenções
internacionais, as declarações internacionais e as recomendações internacionais. Vejamos:
a) Tratados e Convenções Internacionais
Tratados são documentos obrigacionais, normativos e programáticos firmados entre dois ou mais Estados
ou entes internacionais. Convenções são espécies de tratados. Constituem-se em documentos obrigacionais,
normativos e programáticos aprovados por entidade internacional, a que aderem voluntariamente seus membros.

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b) Declarações e Recomendações
A declaração consiste, de maneira geral, em um documento de caráter programático, expedido por Estados
soberanos em face de determinado evento ou congresso. Já a recomendação consiste em diploma programático
expedido por ente internacional enunciando aperfeiçoamentos normativos considerados relevantes para serem
incorporado pelos Estados.
c) Diplomas Internacionais
No debate sobre as fontes normativas de origem internacional, é preciso enfatizar a existência, no campo
doutrinário do Direito Internacional Público e dos Direitos Humanos, de forte corrente que insiste na tese em
favor da natureza normativa interna das Declarações Internacionais e, até mesmo, das Recomendações
Internacionais, especialmente se tiverem por conteúdo dispositivos de proteção e incremento dos Direitos
Humanos.
– Regulamento Normativo (Decreto)
O regulamento normativo qualifica-se como um desenvolvimento e especificação do pensamento contido
na lei, objetivando operacionalizar a observância concreta do comando legal originário. Expressa-se mediante
decreto do Poder Executivo, no âmbito das atribuições que são próprias ao Presidente da República (art. 84,
IV, in fine, CF/88).
– Portarias, Avisos, Instruções, Circulares
Os diplomas dessa natureza, em princípio, não constituem fontes formais do Direito, dado que obrigam
apenas os funcionários públicos a que se dirigem e nos limites da obediência hierárquica. Faltam-lhes qualidades
da lei em sentido material: generalidade, abstração, impessoalidade.
– Sentença Normativa
A sentença normativa aproxima-se da sentença clássica, à medida que é proferida pelo Poder Judiciário
trabalhista (Tribunais Regionais e Tribunal Superior do Trabalho), em processos de dissídio coletivo, traduzindo
exercício de poder do Estado, conferindo conclusão a determinado processo. Dessa maneira, do ponto de vista
formal (isto é, pelo modo de sua formação e exteriorização), a sentença normativa classifica-se como sentença.
Fontes Autônomas do Direito do Trabalho
– Convenção Coletiva de Trabalho e Acordo Coletivo de Trabalho
A CLT define convenção coletiva como o “acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos re-
presentativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito
das respectivas representações, às relações individuais de trabalho” (art. 611, caput, CLT). A convenção resul-
ta, pois, de negociações entabuladas por entidades sindicais, envolvendo o âmbito da categoria. Seu caráter
coletivo e genérico é, assim, manifesto.
As convenções coletivas de trabalho (CCTs), embora de origem privada (normas autônomas), criam regras
jurídicas, isto é, preceitos gerais, abstratos, impessoais, dirigidos a normatizar situações ad futurum. Corres-
pondem, consequentemente, à noção de lei em sentido material, traduzindo ato-regra ou comando abstrato.
São, desse modo, do ponto de vista substantivo (seu conteúdo), diplomas desveladores de normas jurídicas
típicas, tal como a sentença normativa. Do ponto de vista formal, porém, despontam as convenções coletivas de
trabalho como acordos de vontade, contratos, na linha dos atos jurídicos (negócios jurídicos) privados bilaterais
ou plurilaterais.
A CLT também trata, analiticamente, dos acordos coletivos de trabalho (ACTs): “é facultado aos sindicatos
representativos de categorias profissionais celebrar acordos coletivos com uma ou mais empresas da corres-
pondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das
empresas acordantes às respectivas relações de trabalho” (art. 611, §1º, CLT).
– Contrato Coletivo de Trabalho
A figura do contrato coletivo de trabalho é um tanto equívoca na história do Direito brasileiro. A CLT já
utilizou a denominação, antes da reforma de 1967, para designar o diploma negocial coletivo que regulava,
correspondendo ao que hoje se chama convenção coletiva do trabalho (antigos artigos 611 e seguintes da CLT,
regulando pacto entre sindicatos econômicos e profissionais).

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Pelo Decreto-Lei nº 229, de 1967, abandonou-se a denominação contrato coletivo. Passou-se, então, a
diferenciar em dois os diplomas da negociação coletiva: a convenção coletiva de trabalho (que substituía a
antiga figura celetista) e o recém-criado acordo coletivo de trabalho.
– Usos e Costumes
As duas figuras são mencionadas englobadamente pela Consolidação das Leis do Trabalho, como se ambas
fossem fontes normativas (art. 8º, caput, CLT). Há, contudo, nítida diferenciação entre elas.
Por uso entende-se a prática habitual adotada no contexto de uma relação jurídica específica, envolvendo
as específicas partes componentes dessa relação e produzindo, em consequência, efeitos exclusivamente no
delimitado âmbito dessas mesmas partes.
Nessa acepção, o uso não emerge como ato-regra, não sendo, portanto, norma jurídica. Tem, assim, o caráter
de simples cláusula tacitamente ajustada na relação jurídica entre as partes envolvidas (cláusula contratual).
É o que ocorreria com determinado procedimento que o empregador, reiteradamente, acolhesse com respeito
a certo empregado: na qualidade de uso, tal procedimento integrar-se-ia ao respectivo contrato de trabalho,
potenciando repercussões jurídicas na órbita interpartes.
Por costume entende-se, em contrapartida, a prática habitual adotada no contexto mais amplo de certa em-
presa, categoria, região, etc., firmando um modelo ou critério de conduta geral, impessoal, aplicável ad futurum
a todos os trabalhadores integrados no mesmo tipo de contexto. Os costumes têm, assim, caráter inquestioná-
vel de atos-regra, isto é, normas jurídicas.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
(...)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica fami-
liar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisi-
tos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 114, de 2021)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua con-
dição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple-
mentar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula-
ção para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

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VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
ção na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide
Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
ciação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide
Del 5.452, art. 59 §1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador por-
tador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respec-
tivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos inci-
sos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, princi-
pais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX,
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se come-
ter falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
§2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públi-
cos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo2:
– Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela impossibilidade de redução do grau de
concretização dos direitos sociais já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcançado determinado
grau de concretização de um direito social, fica o legislador proibido de suprimir ou reduzir essa concretização
sem que haja a criação de mecanismos equivalentes chamados de medias compensatórias.
– Princípio da reserva do possível: a implementação dos direitos e garantias fundamentais de segunda
geração esbarram no óbice do financeiramente possível.

2 DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro:
Elsevier.

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– Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens e direitos vitais básicos indispensáveis a uma
vida humana digna, intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa humana previsto no Artigo
1º, III, CF. A efetivação do mínimo existencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se encontram
na estrutura dos serviços púbicos essenciais.

Relação de trabalho e relação de emprego

É importante fazer uma diferenciação das expressões relação de trabalho e relação de emprego. A expressão
relação de trabalho representa o gênero, do qual a relação de emprego é uma espécie3.
Podemos dizer que o gênero “relação de trabalho” engloba, além da relação de emprego, outras formas de
prestação/realização de trabalho como, por exemplo, o trabalho voluntário, o trabalho autônomo, o trabalho
portuário avulso, o trabalho eventual, o trabalho institucional e o trabalho realizado pelo estagiário.
Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda a relação de trabalho
é uma relação de emprego.
Para compreendermos o alcance das expressões “relação de trabalho” e “relação de emprego”, é importante
termos claro o alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano.
Por exemplo, a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) está ligada à relação de trabalho subordinado
que corresponde ao vínculo de emprego, querendo, por assim dizer, que se trata somente de uma relação de
emprego e não de uma relação de trabalho.
Nem todos os tipos de relações de trabalho são registrados na CTPS, mas todos os tipos de relação de
emprego são registrados no referido documento.
O que identifica a relação de emprego é o vínculo jurídico estabelecido entre as partes, de um lado empregado,
pessoa física, e de outro o empregador, que pode ser pessoa física ou jurídica.
Para a existência desse vínculo, que une o empregado ao empregador na execução de uma obra ou prestação
de serviços, deve haver a presença de alguns requisitos ou elementos, sem os quais não se configura o vínculo
de emprego.
A norma legal (Consolidação das Leis do Trabalho- CLT) aponta esses elementos fáticos e jurídicos em dois
dispositivos. O caput do artigo 3.º dispõe: Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Já o caput do artigo 2.º dispõe: Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Da análise de tais artigos, conclui-se que são requisitos necessários à caracterização da condição de
empregado e existência de vínculo de emprego:
– a pessoalidade;
– a não eventualidade;
– a dependência;
– a onerosidade ou contraprestação pelos serviços.
Observe-se que, em algumas relações de trabalho (gênero), não temos a presença de todos os elementos/
requisitos caracterizadores da relação de emprego.
No trabalho voluntário não temos o requisito da onerosidade ou contraprestação; no trabalho autônomo não
temos a presença do requisito da subordinação; no trabalho eventual não temos a presença do requisito não
eventualidade; etc.

3 http://www.trt4.jus.br/ItemPortlet/download/9673/Texto_01_DiferenciaAcAao_entre__RelaAcAao_de_Tra-
balho_e_RelaAcAao_de_Emprego_ricardo_jahn.pdf.

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Na doutrina verifica-se que, de regra, os requisitos são os mesmos, com pequenas variações na denominação,
sendo tradicionalmente considerados os seguintes:
– trabalho prestado por pessoa física;
– pessoalidade;
– não eventualidade;
– onerosidade;
– subordinação;
– alteridade.
A análise desses requisitos é feita caso a caso, sendo que em determinada relação preponderam uns ou
outros, dependendo das particularidades da relação estabelecida entres as partes.

Fraude aos preceitos protetivos da CLT; fraude à relação de emprego; terceirização


lícita e ilícita

Fraude aos Preceitos Protetivos da CLT


O direito do trabalho estabelece normas jurídicas em proteção da pessoa humana do trabalhador, garantin-
do o preceito maior de dignidade nas relações de trabalho.
Princípio da dignidade humana
Na mesma linha dos princípios da boa-fé e da razoabilidade, o princípio da dignidade humana, em que pese
ser princípio geral do direito, e mais, princípio maior da Constituição da República, vem sendo relacionado por
alguns autores também como princípio específico do Direito do Trabalho.
Entende-se pelo princípio da dignidade humana a noção de que o ser humano é um fim em si mesmo, não
podendo ser utilizado como meio para atingir determinado objetivo. Veda-se, assim, a coisificação do homem,
e, no caso específico do direito laboral, a coisificação do trabalhador.
Não se admite seja o trabalhador usado como mero objeto, na busca incessante pelo lucro e pelos interes-
ses do capital.
São ainda princípios constitucionais:
- Princípio dos Valores sociais do trabalho
– Princípio da Inviolabilidade da intimidade e da privacidade
– Princípio da Liberdade profissional
– Princípio da Liberdade da de reunião
– Princípio da Liberdade da de crença
– Princípio da Liberdade da de associação
- Princípio da Função Social da Propriedade (importante na questão da flexibilização, que deve estar vincu-
lada à função social da empresa e à sua manutenção)
– Princípio da Busca do Pleno Emprego
— Fraude à Relação de Emprego
O instituto da fraude nas relações de trabalho consiste num pernicioso instrumento de tentativa de mercanti-
lização do labor, consistente no emprego de métodos, procedimentos, condutas e mecanismos jurídico-formais
que, por intermédio da concessão de uma roupagem jurídica fictícia a uma relação de emprego, visam a obstar,
no todo ou em parte, a imputação da legislação trabalhista e a observância dos direitos sociais fundamentais
dos trabalhadores.
Fraude trabalhista é todo ato destinado a desvirtuar ou impedir a aplicação da legislação do trabalho. Esses
atos são considerados nulos pela CLT, o que significa dizer que uma vez demonstrada a existência de uma
fraude, esta deixa de produzir os efeitos pretendidos por quem a praticou.

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A fraude4 à lei não se confunde com a violação da lei. No primeiro caso a lei é cumprida sob o prisma objetivo
e vulnerada sob o aspecto subjetivo; no segundo, ao contrário, ocorre a infração objetiva do próprio texto legal.
É o que salienta, com precisão, ALÍPIO SILVEIRA, quando escreve: “agem em fraude à lei aqueles que, em-
bora não vulnerando a letra, se desvia conscientemente do espírito, intenção ou finalidade da lei”; já a violação
da lei ocorre “quando vulnera objetivamente o texto legal, não importando a intenção do infrator”. E acrescenta:
“no caso de fraude à lei, o elemento subjetivo da intenção passa ao primeiro plano, sendo que a ausência de
vulneração da letra da lei não obsta a violação do espírito ou finalidade de norma” (Ob. Cit., págs. 129 e 130).
O direito positivo brasileiro possui, inquestionavelmente, as normas capazes de ensejar a repressão à frau-
de intentada nas relações de trabalho. Frise-se ainda que o campo de incidência não deve se limitar aos casos
de fraude do referido artigo.
Convém acrescentar, ainda que, em matéria de fraude, e, em geral, quando à prova de todo ato em que
se procura iludir a outrem, admite-se como de grande relevo, não a prova incisiva, mas a certeza inferida de
indícios e circunstâncias. Se da combinação dos elementos em estudo transparece o conluio ou a má-fé, dela
não se pode exigir prova incisiva.
O Código Civil de 2002 dispõe em seu art. 166, que é nulo o negócio jurídico quando: - tiver por objetivo
fraudar lei imperativa;
Dita a CLT:
Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, ou fraudar a aplicação
dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Sendo que, “na apreciação dos indícios, o juiz considerará livremente a natureza do negócio, a reputação
dos indiciados e a verossimilhança dos fatos alegados na inicial e na defesa” (Art. 253).
Utilizando-se dos princípios do direito do trabalho, além das leis trabalhistas citadas no subitem anterior, o
Direito do Trabalho é regido também e principalmente, de alguns princípios que norteiam as relações do traba-
lho, conforme acima explanado.
O Direito do Trabalho, através das leis trabalhistas e da aplicação destes princípios, busca garantir um equi-
líbrio entre o hiper (empregador) e o hipossuficiente (empregado), já que o hipossuficiente se apresenta mais
vulnerável numa relação de trabalho, frente ao poder econômico e diretivo do empregador.
Frise-se que serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na legislação trabalhista.
Princípio da Primazia da Realidade
O princípio da primazia da realidade destaca justamente que o que vale é o que acontece realmente e não o
que está escrito. Neste princípio a verdade dos fatos impera sobre qualquer contrato formal, ou seja, caso haja
conflito entre o que está escrito e o que ocorre de fato, prevalece o que ocorre de fato.
Princípio da Proteção do Trabalhador
Este princípio envolve três regras, a saber:
a) In dubio pro mísero;
b) Condição mais favorável;
c) Norma mais benéfica.
Para algumas hipóteses, nas quais a fraude era praticada com maior intensidade, a Consolidação prescre-
veu regras especiais, regulando especificamente os efeitos do ato anormal. É o que ocorre, por exemplo, com
a despedida de empregado com o objetivo de obstar-lhe a aquisição da estabilidade no emprego, que sujeitará
o empregador ao pagamento em dobro da indenização normalmente devida (§3º do art. 499); com a sucessão
de contratos por prazo determinado, com interregno inferior a seis meses, desde que a expiração do primeiro
não dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certo acontecimentos, quando a
relação de emprego se terá como ajustada por prazo indeterminado (art. 453); com o pagamento de diárias
para viagem superiores a cinquenta por cento do salário, hipótese em que serão computadas como se salário
fossem (§3º do art. 457), etc.
4 [ https://www.jusbrasil.com.br/artigos/fraude-a-lei-trabalhista-e-sua-nulidade-absoluta/136879918]

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A regra que prevalece no direito do trabalho é a da nulidade absoluta do ato anormal praticado com o in-
tuito de evitar a aplicação das normas jurídicas de proteção ao trabalho. Sempre que possível, desde que da
lei não resulte solução diversa, a relação de emprego deve prosseguir como se o referido ato não tivesse sido
praticado; em caso contrário, deve ser reparado nos limites da lei trabalhista, o dano oriundo do ato malicioso.
Ocorrendo simulação fraudulenta, atinente à relação de trabalho, ou a uma de suas condições, as normas ju-
rídicas pertinentes deverão ser aplicadas em face da verdadeira natureza da relação ajustada ou da condição
realmente estipulada.
Em certos casos, entretanto, o exercício anormal do direito constituirá violação e não fraude à lei, sendo
expressamente reguladas as consequências jurídicas da respectiva infração.
Os casos mais comuns de fraude à lei trabalhista concernem à simulação de contratos de sociedade, de
intermediação, de empreitada, de parceria rural e, até, de arrendamento ou locação de coisa, para ocultar a
relação de emprego realmente configurada pelos elementos que a caracterizam.
Com a reforma trabalhista, a primeira alteração trazida pelo novo texto da CLT que é válida de destaque
para este estudo é o chamado trabalhador autônomo exclusivo. Frise-se, inicialmente, que antes da reforma
trabalhista o trabalhador autônomo não estava inserido na Consolidação das Leis do Trabalho, uma vez que
esta somente se aplica aos empregados. A Lei nº 13.467/2017 inovou ao trazer a figura do trabalhador autôno-
mo exclusivo ao acrescentar o art. 442-B à CLT, dispondo o seguinte:
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclu-
sividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.
Assim, essa disposição passou a figurar como uma exceção à regra do art. 3º da CLT.
— Terceirização Lícita e Ilícita.
Terceirização5 é a relação trilateral que se forma entre o empregado, a empresa intermediadora (empre-
gador aparente ou formal) e o tomador dos serviços (empregador real ou natural), em que esse último se vale
da mão de obra de um trabalhador sem contratá-lo diretamente como empregado. Repassa as ordens, o paga-
mento e o trabalho para que a empresa interposta, colocadora dos serviços, o faça e se apresente formalmente
como empregadora.
Antes a Súmula n. 331 do TST a limitava apenas às atividades-meio, agora, com a inserção do art. 4º-A à Lei
do Trabalho Temporário, a terceirização passa a ser permitida em todas as atividades empresariais, inclusive
aquelas cuja finalidade dá significado à própria existência da empresa.
Na terceirização o vínculo empregatício se forma com o prestador de serviços, desde que presente os
requisitos exigidos em lei e ausentes os requisitos da relação de emprego ente o empregado e o tomador de
serviços.
Lícita ou Regular
Será lícita ou regular, a terceirização que preenche as exigências legais. Seus fundamentos se encontram
no art. 455 da CLT, o qual regulamenta a subempreitada; artigo 25 da Lei nº 8.987/1995, que trata do regime de
concessão e permissão; artigo 94, II, da Lei nº 9.472/1997, a qual regula as telecomunicações; Lei nº 7.102/83,
que versa sobre a vigilância bancária; Lei nº 6.019/1974, regulamentadora do trabalho temporário;
Em regra, a responsabilidade decorrente da terceirização é subsidiária, isto é, primeiro responde o presta-
dor de serviços (empregador formal), e depois, em caso de inadimplemento, responderá o tomador de serviços.
Já em caso de terceirização ilícita, ou seja, não sendo preenchidos os requisitos exigidos pela legislação, acar-
retará a responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviços.
Contudo, a Lei nº 13.429/2017, trouxe novo regramento do instituto da terceirização, promovendo altera-
ções aos dispositivos da Lei nº 6.019/1974, passando também a regulamentar, as relações de trabalho pratica-
das pelas empresas de prestação de serviços a terceiros.

5 [ Vólia Bomfim Cassar (Resumo de Direito do Trabalho, 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Ed.
Método, 2018.)]

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Maurício Godinho Delgado entende que “terceirização é o fenômeno pelo qual se dissocia a relação econô-
mica de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria correspondente, sendo que por tal fenômeno insere-se
o trabalhador no processo produtivo do tomador de serviços sem que se estendam a este os laços justrabalhis-
ta, que se preservam fixados com a prestadora de serviços (entidade interveniente).”6
A Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) traz um conceito muito mais abrangente sobre a terceirização,
conceituando-a no artigo 4º-A: “Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela con-
tratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de
direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.”
Atualmente, a empresa terceirizada, responsável pela prestação de serviços a terceiros, passou a se dedi-
car, por força da Lei nº 13.429/2017, à execução de serviços determinados e específicos, os quais, a partir da
reforma trabalhista, doravante são direcionados às atividades principais da contratante dentro de uma terceiri-
zação reputada como lícita, sendo essa licitude aquela na qual não há a presença da pessoalidade e a subor-
dinação direta dos empregados terceirizados para com os representantes legais e/ou prepostos da empresa
contratante (item III da Súmula nº 331 do C. TST).
A Reforma Trabalhista buscou, portanto, reprimir a “pejotização” de trabalhadores que, para continuarem a
prestar serviços à empresa contratante, teriam que se tornar “pessoas jurídicas”. A legislação, por sua vez, traz
uma presunção de ilegalidade que pode ser elidida por prova em sentido contrário, a depender a situação do
caso em concreto.
Ilícita7
A terceirização será ilícita quando estiverem presentes a pessoalidade e a subordinação jurídica entre o tra-
balhador terceirizado e o contratante, hipótese também prevista na parte final do item III da Súmula 331 do TST.
É a que visa burlar os direitos dos trabalhadores para não pagá-los.
A terceirização será ilícita quando o contratante utilizar os trabalhadores terceirizados em atividades distin-
tas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços a terceiros (desvio de função,
acúmulo de funções) – §1º do art. 5º-A da Lei 6.019/1974.
Será ilícita quando a empresa prestadora de serviços a terceiros (empresa de terceirização) não atender
aos requisitos previstos no 4º-B da Lei 6.019/1974.
A terceirização será ilícita quando um ex-empregado do contratante passar a prestar serviços para o mes-
mo empregador na qualidade de terceirizado antes do decurso do prazo mínimo de dezoito meses, contados
a partir da rescisão, o que inclui o prazo do aviso prévio, trabalhado ou indenizado (OJ 82 da SDI-1) – 5º-D da
Lei 6.019/1974.
A terceirização será ilícita quando a empresa prestadora de serviços a terceiros (empresa de terceirização)
tiver como titulares ou sócios trabalhadores que tenham laborado, nos últimos dezoito meses, a contar do firma-
mento do contrato de terceirização, na qualidade de empregado ou trabalhador autônomo, para o contratante.
Será ilícita quando o contrato de terceirização, firmado entre a empresa prestadora de serviços a terceiros
(empresa de terceirização) e o contratante, não atender aos requisitos previstos nos incisos do 5º-B da CLT.
Importante: Ocorrendo a terceirização ilícita, deve-se afastar a forma, deixando emergir a realidade (art. 9º
da CLT), ou seja, o vínculo de emprego se forma entre o empregado e o tomador dos serviços (vínculo direto).
A reforma trabalhista, representa uma nova e surpreendente regulamentação acerca do tema, uma vez que
acabou por propiciar maior abertura à terceirização quando prevê que a prestação de serviços a terceiros é a
transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade princi-
pal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível
com a sua execução.

6 [ (Curso de direito do trabalho. 15ª ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 487)]
7 [ https://www.jusbrasil.com.br/artigos/terceirizacao-ilicita-na-reforma-trabalhista/598882506]

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Sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu: Empregado e empregador (conceito
e caracterização): Poderes do empregador no contrato de trabalho; Estado como em-
pregador; Empresa e estabelecimento; grupo econômico; sucessão de empregadores;
responsabilidade solidária

— Empregado
Empregado é a pessoa física que presta pessoalmente a outrem serviços não eventuais, subordinados e
assalariados8.
“Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob dependência deste e mediante salário” (CLT, art. 3º).

Requisitos legais do conceito


a) pessoa física: empregado é pessoa física e natural;
b) continuidade: empregado é um trabalhador não eventual;
c) subordinação: empregado é um trabalhador cuja atividade é exercida sob dependência;
d) salário: empregado é um trabalhador assalariado, portanto, alguém que, pelo serviço que presta, recebe
uma retribuição;
e) pessoalidade: empregado é um trabalhador que presta pessoalmente os serviços.
— Empregador
É o ente, dotado ou não de personalidade jurídica, com ou sem fim lucrativo, que tiver empregado.
“Considera-se empregador a empresa. individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econô-
mica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços” (CLT, art. 2º).
— Equiparação
A lei equiparou ao empregador, “para os efeitos exclusivos da relação de emprego”, e desde que admitam
empregados (art. 2º, §1º, CLT):
– os profissionais liberais;
– as instituições de beneficência;
– as associações recreativas;
– outras instituições sem fins lucrativos.
— Poderes do Empregador
Poder de direção do empregador
Ao ser contratado, o empregado transfere para o empregador o poder de direção sobre seu trabalho,
passando a ser a ele subordinado9.
Assim, estrutura-se a relação jurídica objeto do Direito do Trabalho: de um lado, o poder de direção reconhecido
pela ordem jurídica ao empregador e exercido como contrapartida aos riscos da atividade econômica inerentes
à própria atividade empresarial. De outro lado, o estado de subordinação do empregado, que se submete às
regras de caráter hierárquico e técnico impostas pelo empregador.
O poder de direção se divide em poder de organização (ou de comando), em poder de controle (ou de
fiscalização) e poder disciplinar:

8 https://www.jurisite.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2017/03/direito_-trabalho.pdf
9 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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– Poder de organização: consiste na ordenação das atividades do empregado, inserindo-as no conjunto
das atividades da produção, visando a obtenção dos objetivos econômicos e sociais da empresa; a empresa
poderá ter um regulamento interno para tal; decorre dele a faculdade de o empregado definir os fins econômicos
visados pelo empreendimento;
– Poder de controle: significa o direito de o empregador fiscalizar as atividades profissionais dos seus
empregados; justifica-se, uma vez que, sem controle, o empregador não pode ter ciência de que, em contrapartida
ao salário que paga, vem recebendo os serviços dos empregados;
– Poder disciplinar: consiste no direito de o empregador impor sanções disciplinares ao empregado, de
forma convencional (previstas em convenção coletiva) ou estatutária (previstas no regulamento da empresa),
subordinadas à forma legal.
No direito brasileiro as penalidades que podem ser aplicadas são a suspensão disciplinar e a advertência; o
atleta profissional é ainda passível de multa.
— Grupo econômico
Existe grupo econômico, para fins trabalhistas, sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ainda
que guardem cada uma sua autonomia.
Caracterizado o grupo econômico, serão solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da
relação de emprego, a empresa principal e cada uma das subordinadas (art. 2º, §2º, CLT).
Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
grupo, a demonstração de interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes (art. 2º, §3º, CLT).
O estudo do grupo econômico leva, ainda, à análise do efeito decorrente de sua caracterização, qual
seja, a responsabilidade solidária dos integrantes do grupo em relação aos créditos trabalhistas dos
empregados. A questão envolve a discussão sobre o tipo de solidariedade que resulta do grupo econômico:
Solidariedade passiva entre os integrantes do grupo econômico – tal entendimento decorre do próprio
texto do §2º do art. 2º da CLT. Como efeito jurídico clássico e incontroverso do grupo econômico, está “a
imposição de solidariedade passiva entre as entidades componentes do grupo perante os créditos trabalhistas
derivados de contrato de trabalho subscrito por uma ou algumas dessas entidades. Solidariedade passiva, isto
é, por obrigações trabalhistas, portanto”.
Solidariedade ativa das empresas componentes do grupo econômico – trata-se de tema bastante
discutido.
Há quem defenda a existência de uma solidariedade ativa, além da solidariedade passiva inerente à hipótese
(haveria, portanto, uma responsabilidade dual). Portanto, as obrigações das empresas que integram o grupo
não se limitam aos créditos trabalhistas, mas abrangem o contrato de trabalho como um todo, assumindo o
grupo a posição de empregador único.
Disto resulta o entendimento de que o empregado presta serviços ao grupo, e não a uma empresa
especificamente, razão pela qual estará sujeito ao poder de comando deste empregador único. No entanto,
este posicionamento encontra resistência em parte da doutrina.
— Sucessão de empregadores
O termo sucessão, em sua concepção mais ampla, refere-se às hipóteses em que ocorre a alteração da
titularidade do direito ou da obrigação em razão da modificação do sujeito. Tratando-se de obrigações e direitos
previstos em um contrato, é possível afirmar-se que a sucessão refere-se a uma alteração subjetiva na relação
jurídica contratual.
No campo do Direito do Trabalho, a sucessão tem reflexos diretos na relação de emprego e implica em
direitos e obrigações para os seus sujeitos, empregado e empregador. No entanto, considerando-se que para
a caracterização da relação de emprego deve estar presente, entre outras características, a pessoalidade na
prestação dos serviços, resta evidente que o tema da sucessão assume real importância no que tange ao outro
sujeito da relação de emprego, o empregador.

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A sucessão de empregadores é prevista pelos arts. 10 e 448 da CLT, que dispõem que qualquer alteração
na estrutura jurídica da empresa ou na sua propriedade não afeta os contratos de trabalho dos respectivos
empregados nem os direitos adquiridos por eles.
Trata-se de instituto que se fundamenta nas ideias de:
– garantia dos direitos trabalhistas;
– despersonalização do empregador;
– continuidade da relação de emprego.
A sucessão decorrente de alteração na estrutura jurídica da empresa abrange hipóteses como mudança
de sociedade para firma individual, ou vice-versa, alteração do tipo societário, fusão, incorporação, cisão etc.
Essas modificações formais são irrelevantes para os contratos de trabalho que seguem normalmente seu curso.
Assim, caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores, as obrigações trabalhistas, inclusive as
contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor (art. 448-A, caput, CLT).
Em relação à possibilidade de responsabilização do sucedido, o parágrafo único do art. 448-A da CLT prevê
que a empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na
transferência.
Quanto ao título jurídico que transfere os bens, ele não se restringe à alienação propriamente dita. Pelo
contrário, deve ter a maior amplitude possível, abrangendo cessões, doações, arrendamentos etc.
Há, porém, situações peculiares nas quais não ocorrem os efeitos da sucessão trabalhista.
As normas sobre sucessão trabalhista são de ordem pública e, por isso, não podem ser afastadas por vontade
das partes. Qualquer ajuste feito entre o sucessor e o sucedido, no sentido de eximir aquele da responsabilidade
pelos contratos de trabalho e pelos direitos trabalhistas dos empregados, não servirá para impedir que seja
chamado a saldar os créditos dos empregados, podendo, no máximo, ter o efeito de assegurar-lhe ação de
regresso contra o alienante, pelas vias próprias. Observadas as situações especiais definidas em lei.
— Consórcio de empregadores
A figura do consórcio de empregadores existe quando duas ou mais pessoas físicas se reúnem e celebram
acordo no sentido de compartilhar a mão de obra do mesmo empregado.
Neste acordo, estabelecem quais as atividades a serem desenvolvidas, como será dividida entre os vários
empregadores a prestação de serviços dos empregados contratados, com quanto cada um contribuirá para a
remuneração destes etc.
Certo é, porém, que este ajuste de responsabilidade só tem efeitos civis, pois para o Direito do Trabalho
todos respondem solidariamente pelos créditos trabalhistas dos empregados.
Portanto, tendo em vista a sua própria finalidade, o consórcio de empregadores revela-se em uma possibilidade
maior de formalização das relações de trabalho, ressalvando-se, porém, que ele não é, por si só, garantia de
lisura, pois os empregadores consorciados podem cometer as mesmas fraudes que qualquer outro.
— Estado como empregador
O Estado, nas diversas esferas governamentais (federal, estadual e municipal), atua como um grande
empregador, empregando pessoas em diferentes setores e funções. Essa presença como empregador é
evidenciada através dos órgãos e entidades da administração pública, que desempenham variadas atividades
em prol da sociedade. Algumas características importantes do Estado como empregador incluem:
Setores Diversificados:
O Estado emprega pessoas em uma ampla gama de setores, incluindo saúde, educação, segurança pública,
administração, infraestrutura, meio ambiente, entre outros.
Servidores Públicos:
Os funcionários públicos, ou servidores públicos, são aqueles que trabalham para o Estado. Eles
desempenham funções variadas, desde professores e médicos até policiais e funcionários administrativos.

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Contratos de Trabalho:
Os empregados do Estado geralmente têm contratos de trabalho que especificam suas responsabilidades,
salários e benefícios. Esses contratos podem variar dependendo da legislação aplicável e das normas
estabelecidas para o setor público.
Estabilidade Empregatícia:
Em muitos países, os servidores públicos desfrutam de estabilidade empregatícia, o que significa que não
podem ser demitidos de maneira arbitrária e têm garantias adicionais de emprego.
Concursos Públicos:
Em muitos casos, o ingresso no serviço público é feito por meio de concursos públicos, que visam selecionar
candidatos com base em critérios objetivos de conhecimento e competência.
Políticas de Recursos Humanos:
O Estado, como empregador, implementa políticas de recursos humanos para gerenciar seus funcionários,
promover o desenvolvimento profissional e garantir um ambiente de trabalho saudável.
Regime Jurídico Próprio:
Os servidores públicos frequentemente estão sujeitos a um regime jurídico próprio, que pode incluir regras
específicas relacionadas a salários, jornada de trabalho, aposentadoria, entre outros aspectos.
Prestação de Serviços Públicos:
Os funcionários públicos desempenham um papel crucial na prestação de serviços públicos essenciais à
sociedade, como educação, saúde, segurança e infraestrutura.
A atuação do Estado como empregador reflete seu papel na prestação de serviços e no cumprimento de
funções essenciais para o funcionamento da sociedade. As dinâmicas de emprego no setor público podem
variar significativamente de um país para outro, dependendo das normas legais e das práticas específicas
adotadas em cada contexto.
—Empresa e estabelecimento responsabilidade solidária
Responsabilidade Solidária
O estabelecimento, muitas vezes, é relacionado simplesmente ao local onde o empresário exerce a ativida-
de econômica. O estabelecimento apresenta uma definição bem mais ampla que o simples local de exploração
da atividade econômica, que constitui um dos elementos do estabelecimento, não se confundindo com ele.
O art. 1.142 do Código Civil de 2002 define estabelecimento:
“Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empre-
sário, ou por sociedade empresária”.
Empresa
A empresa tem característica eminentemente econômica e seu conceito é encontrado, principalmente, na
Economia. As atividades empresariais são voltadas para o interesse da produção, em oposição ao sistema
anterior em que as atividades eram mais artesanais ou familiares.
Numa concepção econômica, a empresa é a combinação dos fatores da produção: terra, capital e trabalho.
Hodiernamente, a empresa tem, portanto, suas atividades voltadas para o mercado.
A empresa é um centro de decisões, em que são adotadas as estratégias econômicas.
Na concepção jurídica, a empresa é a atividade exercida pelo empresário.
Determina o art. 16 da Lei Federal do Trabalho do México que “para os efeitos das normas do trabalho, se
entende por empresa, a unidade econômica de produção ou distribuição de bens ou serviços, e estabelecimen-
to, a unidade técnica que como sucursal, agência ou outra forma semelhante, seja parte integrante e contribua
para a realização dos fins da empresa”.
Empresa é a atividade organizada para a produção ou circulação de bens e serviços para o mercado, com
fito de lucro.

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Empresa e Estabelecimento
Diferenças
A empresa, entretanto, não se confunde com o estabelecimento, que é o lugar em que o empresário exerce
suas atividades. Estabelecimento é o complexo de bens materiais e imateriais organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária (art. 1.142 do Código Civil). O estabelecimento é parte
da empresa. Serve o estabelecimento para explicar o lugar em que são formados os preços, a distribuição dos
recursos, onde ficam os estoques. O estabelecimento ou fundo de comércio (azienda) é o conjunto de bens
operados pelo comerciante, sendo uma universalidade de fato, ou seja, objeto e não sujeito de direitos. O esta-
belecimento compreende as coisas corpóreas existentes em determinado lugar da empresa, como instalações,
máquinas, equipamentos, utensílios etc., e as incorpóreas, como a marca, as patentes, os sinais etc. Não se
pode, porém, dizer que a empresa é a unidade econômica e o estabelecimento a unidade técnica, pois, nos
casos em que a empresa possuísse um único estabelecimento, a unidade econômica se confundiria com a
técnica. De outro modo, há empresas que são móveis, como as teatrais, os circos etc.
Distingue-se também a empresa da pessoa do proprietário, pois uma empresa bem gerida pode durar anos,
enquanto o proprietário falece. É a ideia do conceito de instituição, em que instituição é o que perdura no tempo.
O empresário é a pessoa que exercita profissionalmente a atividade economicamente organizada, visando à
produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado (art. 966 do CC). Nesse conceito, verifica-se que
o empresário não é aquele que exerce sua atividade eventualmente, mas habitualmente, com características
profissionais. Quem assume os riscos do empreendimento é o empresário, que se beneficia dos lucros e se
expõe ao prejuízo. Algumas das regras do Direito Tutelar do Trabalho destinam-se, porém, ao estabelecimento,
como as relativas à medicina e segurança do trabalho, sem se esquecer também de que no conceito de empre-
sa devem ser analisados os grupos de empresas.
Extinção da empresa ou estabelecimento
Como os riscos do empreendimento devem ser suportados exclusivamente pelo empregador, havendo ex-
tinção da empresa ou do estabelecimento, sem a ocorrência de força maior, o empregador deverá arcar com as
verbas rescisórias devidas em caso de dispensa imotivada.
Responsabilidade solidária
A responsabilidade solidária é quando as duas empresas envolvidas no polo passivo da ação trabalhista
irão responder igualmente pelos débitos.
Ambas são responsáveis de forma igualitária, ambas respondem por todas as verbas trabalhistas conjunta-
mente. Assim, o credor poderá exigir o cumprimento da responsabilidade de ambos os devedores ou de apenas
um deles.
Inclusive, na execução da ação, o trabalhador poderá cobrar os valores de qualquer uma das empresas,
podendo direcionar 100% da cobrança apenas para uma das empresas, já que ambas são integralmente res-
ponsáveis.
Claro, após a ação, é cabível que as empresas discutam entre si o ressarcimento dos valores pagos, mas
na ação trabalhista o crédito trabalhista poderá ser cobrado de ambas, em qualquer ordem.
Esse direito de regresso é o direito que o responsável tem de exigir que o outro responsável, ou os outros
responsáveis, lhe reembolse(m), de acordo com o percentual que cada um deveria ter cumprido para com o
credor.
Não há formalização sobre quem deve pagar o dano trabalhista: no caso de um processo, se a empresa que
contratar o funcionário terceirizado não cumprir o que foi determinado, é possível cobrar da empresa tomadora.
Atualmente, a CLT impõe a responsabilidade solidária entre as empresas de determinado grupo empresa-
rial, mas não formaliza quem é responsável por pagar os danos no caso de um processo trabalhista. Na prática,
isso significa que um trabalhador pode cobrar seus direitos tanto da empresa que o emprega diretamente quan-
to de uma empresa parceira, empresas com identidade de sócios ou sob o mesmo controle, caso a primeira não
cumpra com seus haveres trabalhistas.

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Proteções jurídicas contra credores do empregador
O ordenamento jurídico do País estabelece um conjunto diversificado de garantias e proteções em favor
do crédito trabalhista quando confrontado a eventuais credores do respectivo empregador. É que o Direito do
Trabalho conclui que seu largo arsenal de princípios, regras e institutos perderia efetividade caso os créditos
obreiros não se postassem em patamar de vantagem perante os créditos de outra natureza contrapostos ao
patrimônio da pessoa física ou jurídica do empregador10.
Três são as hipóteses centrais tratadas pela ordem justrabalhista no tocante às proteções jurídicas contra
credores do empregador. A primeira diz respeito à ampliação da responsabilidade pelas dívidas trabalhistas por
além da figura específica do empregador, mediante os institutos da responsabilidade subsidiária ou solidária;
a segunda hipótese diz respeito à situação de concordata ou recuperação judicial ou extrajudicial da empresa
empregadora perante seus credores; a terceira hipótese diz respeito à situação de falência do empregador e
suas repercussões perante os credores do falido.
Proteção Jurídica Mediante a Responsabilidade Trabalhista
O Direito do Trabalho, como qualquer ramo jurídico que trate de direitos patrimoniais, busca encontrar
mecanismos de ampliação das garantias dos créditos que regula por além do simples patrimônio do devedor.
Noutras palavras, mecanismos de ampliação das garantias dos créditos trabalhistas por além do estrito
patrimônio do empregador.
Tais mecanismos de alargamento de garantias creditícias não são, portanto, específicos ao ramo justrabalhista.
Traduzem, na verdade, a importação para a seara laborativa de instrumentos já tradicionais em outros ramos
do Direito, em especial Direito Obrigacional Civil e Direito Empresarial (ou Direito Comercial). Tipificam tais
mecanismos a responsabilidade solidária e a responsabilidade subsidiária.
O tema da responsabilidade por verbas trabalhistas, como se sabe, permite a construção de duas tipologias
extremamente práticas no Direito brasileiro, hoje. A primeira tipologia diz respeito à existência ou não de
responsabilidade trabalhista deferida ao não empregador em determinado contexto concreto.
A pergunta central a permear esta tipologia é a seguinte: sob a perspectiva jurídica, mostra-se viável (ou não)
responsabilizar alguém que se mostrou beneficiário, direta ou indiretamente, pela utilização da força de trabalho
manejada pelo empregador pelas dívidas trabalhistas desse efetivo empregador?
A segunda tipologia diz respeito à modalidade de responsabilidade trabalhista característica àquele contexto
concreto supra enfocado. A pergunta central a permear esta tipologia, por sua vez, é: de que tipo será a
responsabilidade trabalhista incidente sobre essa entidade beneficiária do trabalho dirigido por outrem?
Passa-se ao exame sintético dessas duas relevantes (e práticas) tipologias. A tipologia concernente à
existência ou não de responsabilidade trabalhista enxerga quatro grandes situações justrabalhistas. De um
lado, aquelas que envolvem figuras assimiladas (ou identificadas mesmo) ao próprio empregador, como ocorrido
com os entes integrantes do chamado grupo econômico.
De outro lado, situações que envolvem figuras vinculadas ao empregador por laços de domínio direto ou
indireto (no sentido civil/comercial), de que é expressivo exemplo a situação do sócio da entidade societária.
Finalmente, as situações relativas aos tomadores de serviços que contratam certos empregadores (grupo que
envolve as situações de terceirização, por exemplo, quer no âmbito privado, quer no âmbito público).
No tocante a esses três grupos iniciais, tende a haver entendimento relativamente homogêneo da doutrina
e da jurisprudência no sentido da incidência da responsabilidade trabalhista de seus membros componentes.
Mesmo havendo peculiaridades com respeito à responsabilidade na terceirização ocorrida no âmbito estatal, o
fato é que se tornou consensual a sua existência, respeitadas tais peculiaridades.
O quarto grupo, finalmente, diz respeito a situações em torno das quais ainda existe razoável divergência
quanto à viabilidade da responsabilização trabalhista. Trata-se dos casos que atingem o dono da obra.
A segunda tipologia é concernente à modalidade de responsabilidade fixada pelo Direito do Trabalho. Surgem
aqui dois tipos de figuras: a responsabilidade solidária e a responsabilidade subsidiária.

10 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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A responsabilidade solidária tem tradicionalmente sido suscitada em três situações principais: as entidades
integrantes do grupo econômico (textos do art. 2º, §2º, CLT — acrescido do §3º, pela Lei n° 13.467/2017; a seu
lado, o art. 3º, §2º, Lei n° 5.889/73); a figura do empreiteiro perante as dívidas trabalhistas do subempreiteiro por
ele contratado (interpretação corrente do art. 455, CLT); finalmente, a figura do tomador de serviços temporários
perante algumas dívidas especificadas na Lei de Trabalho Temporário (texto do art. 16 da Lei nº 6.019/74).
Não obstante a expressão literal dos respectivos artigos legais, o fato é que se firmou a tendência
jurisprudencial em qualificar como subsidiária a responsabilidade mesmo nestas duas últimas situações
(empreiteiro/subempreiteiro e tomador de serviços temporários), mormente a partir da interpretação consolidada
na Súmula 331, IV, do TST. Em consequência, resta a responsabilidade solidária essencialmente para as
situações envolventes aos integrantes do grupo econômico para fins justrabalhistas.
Solidariedade Resultante do Grupo Econômico
A figura justrabalhista do grupo econômico surgiu como veículo de ampliação da garantia dos créditos
trabalhistas em favor do empregado, sendo esse seu original e mais clássico objetivo e efeito. A evolução do
instituto, entretanto, propiciou uma extensão de seus objetivos e efeitos por além da mera garantia creditícia,
alcançando todos os aspectos contratuais e todos os entes integrantes do grupo econômico. Essa extensão de
objetivos e efeitos deferida à figura do grupo não é, contudo, isenta de debates e resistência entre os juristas.
A) Solidariedade Exclusivamente Passiva: O efeito jurídico clássico e incontroverso da figura justrabalhista
do grupo econômico é a imposição de solidariedade passiva entre as entidades componentes do grupo perante
os créditos trabalhistas derivados de contrato de trabalho subscrito por uma ou algumas dessas entidades.
Solidariedade passiva, isto é, por obrigações trabalhistas, portanto.
O claro objetivo da ordem justrabalhista (art. 2º, §2º, CLT; art. 3º, §2º, Lei nº 5.889/73) foi assegurar maior
garantia aos créditos trabalhistas em contexto socioeconômico de crescente despersonalização do empregador
e pulverização dos empreendimentos empresariais em numerosas organizações juridicamente autônomas. O
instrumento para isso foi firmar a solidariedade passiva entre as diversas entidades integrantes de um mesmo
complexo empresarial perante o crédito oriundo da relação de emprego.
B) Solidariedade Passiva e Ativa: empregador único: Não há divergência quanto à absorção, pelo Direito
brasileiro, da solidariedade passiva dos entes integrantes de grupo econômico. Existe, contudo, outra corrente
interpretativa da ordem jurídica do País que sustenta se acoplar à solidariedade passiva também a solidariedade
ativa das entidades componentes do grupo econômico, em face do mesmo contrato de trabalho. Solidariedade
dual, portanto, ativa e passiva em face do conjunto do contrato de trabalho.
Para essa segunda vertente, a solidariedade das empresas componentes do grupo não existe apenas
perante as obrigações trabalhistas que lhes decorrem dos contratos empregatícios (solidariedade passiva),
mas também perante os direitos e prerrogativas laborativas que lhes favorecem em função desses mesmos
contratos (solidariedade ativa).
Todos os membros do grupo seriam, pois, ao mesmo tempo, empregadores e não somente garantidores
de créditos derivados de um contrato de emprego. Noutras palavras, configurado o grupo econômico, seus
componentes consubstanciariam empregador único em face dos contratos de trabalho subscritos pelas
empresas integrantes do mesmo grupo.

Contrato individual de trabalho; conceito, classificação, espécies, características e


efeitos; alteração do contrato de trabalho; alteração unilateral e bilateral; o jus variandi;
suspensão e interrupção do contrato de trabalho; caracterização e distinção

Considerando que a denominação ideal de uma figura jurídica deve ser aquela que melhor representa o seu
conteúdo, parte da doutrina critica a denominação contrato de trabalho, afirmando que não corresponde ao
pacto laborativo a que se reporta, que é a relação de emprego11.
Afirmam ainda alguns autores que a expressão trabalho é ampla demais, abarcando todo e qualquer tipo de
prestação de serviço de uma pessoa física a outrem, e não só o trabalho subordinado.

11 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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23
Exatamente por tais razões, e com o intuito de distinguir a forma de prestação de serviço a que se refere, o
contrato de trabalho vem sendo denominado por alguns autores contrato de emprego.
No entanto, a denominação contrato de emprego não é a mais utilizada, tendo sido consagrada a expressão
contrato de trabalho, adotada em sentido estrito e referindo-se à relação de emprego.
— Conceito e caracterização
O art. 442 da CLT define contrato de trabalho como “o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego”.
O conceito constante do texto da CLT é bastante criticado pela doutrina, que afirma não ter o legislador
utilizado da melhor técnica de construção de definições. Na realidade, “o texto celetista verdadeiramente resultou
de um ‘acordo teórico’ entre as correntes contratualistas e acontratualistas na época da elaboração da CLT, na
década de 1940: a norma legal reverenciou, a um só tempo, tanto a noção de contrato (teoria contratualista)
como a noção de relação de emprego (teorias da relação de trabalho e institucionalista) — em franco prejuízo
da melhor técnica jurídica”.
Assim, considerando as críticas que são feitas à definição legal contida no art. 442 da CLT, podemos definir
o contrato de trabalho como sendo o acordo de vontades, manifestado de forma expressa (verbalmente ou
por escrito) ou de forma tácita, por meio do qual uma pessoa física (empregado) se compromete a prestar
pessoalmente e de forma subordinada serviços contínuos a uma outra pessoa física, a uma pessoa jurídica ou
a um ente sem personalidade jurídica (empregador), mediante remuneração.
Quanto à caracterização do contrato de trabalho, entre os caracteres apontados pela doutrina, destacamos
os seguintes:
É um contrato de Direito Privado – não obstante o fato de o Direito do Trabalho se caracterizar pela
predominância de normas imperativas e indisponíveis, o contrato de trabalho insere-se no âmbito do Direito
Privado.
A caracterização do contrato de trabalho como sendo um contrato de Direito Privado respalda-se nos
seguintes fundamentos:
– natureza essencialmente privada de seus sujeitos (mesmo o Estado, quando contrata empregados, sob
o regime da CLT, age como particular, submetendo-se à legislação trabalhista sem qualquer privilégio ou
prerrogativa especial);
– natureza privada dos interesses envolvidos;
– celebração do contrato de trabalho como fruto do exercício da autonomia da vontade das partes, que
voluntariamente se obrigam reciprocamente;
– possibilidade de pactuação pelas partes das condições que vão reger a relação a ser mantida durante a
vigência do contrato.
É um contrato consensual – o contrato de trabalho pode ser ajustado livremente pelas partes contratantes,
sem necessidade da observância de formalidades imperativas, sendo suficiente para atribuir validade ao
contrato o simples consentimento.
Nasce da manifestação da vontade livre das partes e, como regra, não depende de forma prevista em lei,
podendo ser celebrado verbalmente, por escrito ou até tacitamente (art. 442, CLT).
É um contrato sinalagmático – trata-se de pacto de natureza bilateral que gera obrigações recíprocas às
partes contratantes, resultando um equilíbrio formal entre as prestações ajustadas.
É um contrato celebrado intuitu personae – o contrato de trabalho gera uma obrigação pessoal em
relação a um de seus sujeitos, o empregado. A obrigação de prestar serviços é infungível. Tal característica
está ligada à fidúcia que decorre do contrato de trabalho e que permite que o empregador exija a prestação de
serviços daquele que contratou como empregado.
É um contrato comutativo – na celebração do contrato de trabalho é dado conhecimento prévio às partes
das vantagens que receberão por conta do adimplemento do contrato: o empregado sabe quanto receberá
pelos serviços prestados e o empregador sabe quais atividades laborais poderá exigir do empregado.

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É um contrato de trato sucessivo – o contrato de trabalho vincula as partes contratantes ao cumprimento
de obrigações de débito permanente, que se sucedem continuadamente no tempo, cumprindo-se e vencendo-
se seguidamente. O contrato de trabalho não se esgota com o cumprimento da obrigação, que, após cumprida,
renasce. Tal dinâmica perdura enquanto vigorar o contrato.
É um contrato oneroso – as obrigações assumidas em decorrência do contrato de trabalho são, para
ambas as partes, economicamente mensuráveis. Do contrato decorrem perdas e vantagens econômicas tanto
para o empregado como para o empregador.
É um contrato complexo – uma das características do contrato de trabalho é a possibilidade de que sejam
celebrados contratos acessórios a ele, como, por exemplo, um contrato de locação, um contrato de mandato,
um contrato de comodato etc. Tais contratos auxiliares dependem do contrato principal, o que significa dizer que
seguem a sorte dele: extinto o contrato de trabalho, extinguem-se os contratos acessórios.
Alguns autores ainda apontam a alteridade como uma das características do contrato de trabalho, tendo em
vista que a prestação laboral empregatícia se desenvolve em favor e por conta de outrem, que aufere os frutos
do trabalho do empregado e, por isso, assume os riscos do empreendimento.
— Classificação
O contrato de trabalho pode ser classificado:
Quanto à forma de manifestação de vontade que levou à sua celebração
Os contratos de trabalho podem ser celebrados mediante duas formas de manifestação de vontade das
partes:
• Contrato expresso: aquele que decorre de uma expressão explícita de vontade, pela qual as partes estipulam
os direitos e as obrigações que vão reger a relação jurídica;
• Contrato tácito: aquele que se revela por um conjunto de atos praticados pelas partes, sem que tenha
havido manifestação inequívoca de vontade. A conduta das partes revela elementos indicativos da pactuação
empregatícia, sem que tenham manifestado expressamente sua vontade.
No Direito do Trabalho, como regra, o contrato de trabalho não exige formalidade ou solenidade para sua
formação válida. Pode ser celebrado tanto por manifestação expressa de vontade (por escrito ou verbalmente)
como por manifestação de vontade apenas tácita.
Apenas excepcionalmente, e em decorrência de previsão legal, alguns contratos de trabalho devem
necessariamente ser celebrados por escrito.
Quanto ao número de sujeitos ativos componentes do respectivo polo da relação jurídica
O contrato de trabalho é um ato jurídico bilateral, à medida que necessariamente decorre do ajuste de
vontade de dois sujeitos: de um lado, o empregado; de outro, o empregador.
Sempre que o contrato for celebrado entre o empregador e um único empregado, o que é o normal, fala-se
em contrato individual de trabalho, expressão utilizada pelo legislador (arts. 442 e 443, CLT).
De outra forma, quando, em razão da unidade necessária que cerca a prestação do serviço, o contrato de
trabalho for celebrado com diversos empregados ao mesmo tempo, trata-se do contrato de trabalho plúrimo ou
contrato de trabalho por equipe.
Quanto à sua duração
Os contratos de trabalho podem classificar-se em:
Contrato por prazo indeterminado, que são aqueles que têm duração indefinida no tempo;
Contratos por prazo determinado, cujo período de duração é estabelecido desde o início da pactuação;
Contratos de trabalho intermitente, no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias
ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador.

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A duração indeterminada dos contratos de trabalho é a regra geral. Exatamente por isso, em qualquer
contratação incide a presunção de que a relação de emprego foi pactuada sem determinação de prazo, salvo
se existir prova em sentido contrário.
A indeterminação do prazo de duração do contrato de trabalho faz prevalecer, na prática e concretamente, o
princípio da continuidade da relação de emprego e o princípio da norma mais favorável, tendo em vista que esta
modalidade de contratação assegura ao trabalhador um conjunto mais amplo de direitos rescisórios.
Assim, somente por exceção os contratos de trabalho são celebrados por prazo determinado.
— ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO: ALTERAÇÃO UNILATERAL E BILATERAL; O
JUS VARIANDI
A regra genérica proibitiva da alteração in pejus das condições contratuais, que vem traçada de forma
explícita no caput do art. 468 da CLT, é que deve ser aplicada quando, na sua execução, o contrato de trabalho
sofre uma alteração em qualquer de suas condições essenciais12.
Após a análise dos aspectos acima, importante ressaltar que, embora o art. 468 da CLT expresse o princípio
da inalterabilidade do contrato de trabalho, determinando o legislador que as cláusulas convencionais, regra
geral, não podem sofrer transformações, o que se verifica na prática é uma realidade que se distancia desta
ideia.
Isso porque o tempo imprime ao contrato de trabalho uma característica peculiar: com fundamento no
princípio da continuidade, o contrato de trabalho é feito para durar, para se estender no tempo, e quanto maior
o tempo de vigência do contrato de trabalho, mais sujeito a alterações durante seu curso ele estará.
Vários são os fatores que influenciam o contrato de trabalho, tais como a criação de novas técnicas, a
expansão do empreendimento, ou a diversificação das atividades; e, como ajuste de trato sucessivo que é,
o contrato de trabalho deve adaptar-se às novas circunstâncias, sendo maleável para manter a sua própria
continuidade.
Em razão disso, surge o questionamento acerca de como é possível compatibilizar a alterabilidade inata do
contrato de trabalho, que se revela claramente em virtude de ser de trato sucessivo, com o disposto no art. 468
da CLT.
O dispositivo legal sob análise reflete forte intervenção na autonomia da vontade, o que, no entanto, é
inegavelmente necessário.
Se assim não fosse, o empregador poderia, aproveitando-se de sua situação de superioridade econômica,
coagir o empregado a aceitar alterações de cláusulas essenciais do contrato, mesmo que isso lhe fosse
prejudicial. Portanto, diante de qualquer prova de prejuízo (e não é necessário que este seja direto), a declaração
da nulidade da alteração é a solução apresentada pela lei, fundando-se no art. 9º da própria CLT.
A violação contratual derivada da alteração gera, portanto, a consequência natural da nulidade do ato,
restituindo as partes às condições de trabalho vigentes antes da alteração.
Tratando-se de alteração bilateral, a cláusula alterada, eivada de vício, torna-se nula.
Quando, porém, a alteração for unilateral, além da nulidade do ato, o empregado pode rescindir o contrato
de trabalho e receber a respectiva indenização (rescisão indireta, por violação das obrigações contratuais por
parte do empregador).
Em relação à alteração de local de trabalho especificamente, o caput do art. 469 da Consolidação das Leis
do Trabalho também expressa a inalterabilidade como regra geral, e assim dispõe:
Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da
que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança
de seu domicílio.
Portanto, em relação a este tipo específico de alteração do contrato de trabalho, o mútuo consentimento é
ressaltado pelo legislador, sendo vedada a transferência do empregado por vontade unilateral do empregador.

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Importante destacar, porém, que a Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) ampliou consideravelmente o
âmbito de exercício da autonomia da vontade no contrato de trabalho, em especial em relação aos chamados
empregados “hipersuficientes” (que têm diploma de nível superior e recebem remuneração mensal igual ou
superior a duas vezes o valor do teto máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social).
Assim, como decorrência dessa ampla autonomia de vontade que lhes é assegurada pelo art. 444, parágrafo
único, da CLT, esses empregados podem pactuar e aceitar alterações do contrato de trabalho, sem que se
possa falar em nulidade destas em razão de prejuízos decorrentes.
— Diferença entre alteração do contrato de trabalho e jus variandi do empregador
Aspecto relevante em relação às modificações que podem ocorrer ao longo da relação entre empregado e
empregador é o que diz respeito à diferenciação entre alteração contratual e jus variandi.
A comparação entre estas duas situações relativas ao contrato de trabalho é importante porque, na prática,
é difícil identificar a modificação procedida pelo empregador como alteração contratual ou como exercício do
jus variandi. Ambas se aproximam em muitos pontos e somente a partir de um paralelo entre os aspectos dife-
renciais de cada uma delas é possível uma conclusão mais acertada.
A questão, na realidade, reside no dinamismo do contrato de trabalho e nos limites de tolerância às
modificações de seu conteúdo, ou seja, quem pode alterar, e até que ponto, o conteúdo contratual, identificando-
se quais as cláusulas que podem ser atingidas por modificações.
As possíveis modificações no contrato de trabalho podem ser classificadas da seguinte forma:
– variações procedidas pelo empregador de forma unilateral dentro do âmbito contratual, constituindo ex-
pressão do jus variandi;
– alterações das condições essenciais do pacto, que, quando determinadas unilateralmente pelo empre-
gador, importam em violação do contrato e, quando ajustadas bilateralmente e não tragam prejuízos para o
empregado, são consideradas válidas.
O jus variandi é o poder de direção exercido nos espaços em branco do contrato de trabalho, ou seja, em
relação ao que não foi ajustado previamente, sendo que por meio dele o empregador introduz unilateralmente,
mas sempre dentro de certos limites, variações em relação à prestação de serviço do empregado e à organização
empresarial.
Os limites do jus variandi encontram-se exatamente nas cláusulas essenciais do contrato de trabalho e em
necessidades reais da empresa, coibindo-se seu uso indiscriminado e abusivo.
Assim, o exercício do jus variandi como faculdade do empregador deve efetuar-se e ser reconhecido quando
seja utilizado de forma razoável, e não arbitrariamente.
Embora a nossa legislação não contenha um dispositivo específico sobre o jus variandi, o art. 2º da CLT,
concedendo ao empregador a faculdade de dirigir a prestação de serviços, exercendo seu poder de direção,
permite, indiretamente, que possa, quando necessário e para tornar a atividade mais produtiva, variar a forma
de prestação desses serviços, desde que as variações implementadas não impliquem em modificações de
cláusulas essenciais do contrato de trabalho.
O exercício do jus variandi pelo empregador não atinge o conteúdo básico do contrato de trabalho, mas
apenas aspectos circunstanciais que o envolvem. Caso o empregador proceda a variações substanciais, atin-
gindo cláusulas essenciais do contrato, tais como as relativas a localidade da prestação dos serviços, jornada
de trabalho, salário e função exercida, não mais estaremos diante do jus variandi, mas passaremos ao campo
das alterações contratuais. Se as modificações importam em uma alteração substancial do contrato, já se saiu
do âmbito do jus variandi.
Desta forma, as alterações do contrato individual de trabalho são modificações de seu conteúdo essencial,
daquilo que decorre do ajuste preliminar entre empregado e empregador e de cláusulas que são obrigatoriamente
inseridas no contrato por força de lei ou de norma coletiva, como reflexo do dirigismo contratual, e têm fundamento
no caráter de trato sucessivo de que o contrato é revestido.

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As cláusulas básicas do contrato de trabalho não podem ser modificadas porque são revestidas de
obrigatoriedade que assegura às partes uma segurança jurídica e evita que o empregado, como contratante
mais fraco que é, fique constantemente submetido às alterações impostas pelo empregador economicamente
mais forte.
Assim, a inalterabilidade é a regra, sendo a alteração a exceção, que somente terá validade quando procedida
nos limites previstos pelo art. 468 da CLT e, no caso de alteração da localidade da prestação dos serviços, pelo
art. 469 da CLT.
Portanto, o exercício do jus variandi pelo empregador não se confunde com alteração do contrato de tra-
balho, embora ambas as situações refiram-se a hipóteses de modificações que são verificadas no curso da
relação de emprego mantida pelas partes.
Referimo-nos anteriormente aos limites impostos tanto no que diz respeito ao jus variandi como em relação
às alterações contratuais.
Na esteira deste raciocínio, podemos dizer que esses limites estão contidos em um espaço demarcado, de
um lado, pela possibilidade de variar a prestação de serviços como faculdade decorrente do poder de direção do
empregador (jus variandi) e, de outro lado, pela possibilidade que tem o empregado de resistir ao cumprimento
de ordens que impliquem em modificações essenciais do contrato ou lhe acarretem prejuízos (jus resistentiae).
Então, o jus variandi e o jus resistentiae funcionam como balizas, dentro das quais o conjunto de condições
contratuais é capaz de flutuar com intensa mutabilidade.
Caso se ultrapasse o terreno delimitado por estas balizas, a violação de direito torna-se evidente, gerando
consequências que irão variar em intensidade, podendo culminar, inclusive, com a ruptura do vínculo contratual.
O poder de resistência que é conferido ao empregado funciona, portanto, como um instrumento importante
na preservação de sua dignidade. Diante de um arbítrio do empregador, com o desrespeito à pessoa do
empregado, o interesse social é frontalmente vulnerado, além de evidenciar-se uma lesão contratual com a
afronta ao princípio da força obrigatória dos contratos.
Assim, o direito de resistência é uma possibilidade de autodefesa do empregado em face do seu empregador.
O jus resistentiae caracteriza-se, então, como uma contraposição ao jus variandi e à possibilidade de altera-
ção contratual pelo empregador. Isso não significa que estas faculdades possam ser exercidas concomitante-
mente, uma anulando a outra.
Somente a partir do uso irregular e abusivo do jus variandi, ou em virtude de alguma alteração do conteúdo
do contrato que gere prejuízo, é que surgirá a possibilidade do empregado exercer seu direito de resistência.
— SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO; CARACTERIZAÇÃO E
DISTINÇÃO
Como um dos princípios do Direito do Trabalho, a continuidade da relação de emprego reflete-se no
ordenamento jurídico, entre outros, por meio de dispositivos que determinam a manutenção da relação laboral,
“mesmo que, em virtude de certos acontecimentos, ocorra a inexecução provisória da prestação de serviço”13.
Assim, diante de alguma causa específica, não obstante o contrato de trabalho permaneça em vigor, os seus
principais efeitos deixam de ser verificados, falando-se, genericamente, em sua suspensão.
Ocorre a suspensão do contrato de trabalho quando se verifica a paralisação temporária de sua execução.
O legislador brasileiro denominar como suspensão as hipóteses de paralisação total dos efeitos do contrato
de trabalho, e interrupção, as situações em que ocorre apenas uma paralisação parcial dos efeitos do pacto
laboral.
As causas que dão origem à suspensão e à interrupção sempre têm caráter transitório, pois, caso contrário,
não se justificaria a conservação do vínculo contratual.

13 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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Assim, a suspensão desobriga as partes contratantes de cumprirem o contrato durante determinado período.
Nos períodos de suspensão do contrato, não há trabalho, não há pagamento de salário e não se conta tempo de
serviço para fins trabalhistas, correspondendo “à sustação dos efeitos do contrato empregatício, que preserva,
porém, sua vigência”.
A interrupção acarreta a inexecução provisória da prestação de serviço, sem embargo da eficácia de outras
cláusulas contratuais.
Assim, quando o contrato está interrompido, não há trabalho, mas o salário é pago e conta-se o tempo
de serviço para fins trabalhistas, correspondendo tal período a uma “sustação restrita e unilateral de efeitos
contratuais, abrangendo essencialmente apenas a prestação laborativa e disponibilidade obreira perante o
empregador”.
As paralisações do contrato de trabalho têm por fundamento razões de índole:
– biológica-social (exs.: enfermidade, maternidade, férias etc.);
– físico-econômica (exs.: acidentes, crises econômicas etc.);
– político-social (exs.: greves, exercício de representação sindical etc.);
– jurídico-penal (exs.: suspensão disciplinar, detenção policial etc.).
Na análise do sistema legal brasileiro, cumpre distinguir três situações distintas: rescisão, que corresponde
à cessação do contrato de trabalho; suspensão, que desobriga as partes contratantes de cumprirem o contrato
durante determinado período; e interrupção, que acarreta a inexecução provisória da prestação de serviços,
sem prejuízo da eficácia das demais cláusulas contratuais.
As hipóteses de interrupção e de suspensão do contrato de trabalho podem ser:
a) previstas em lei;
b) ajustadas pelos contratantes, desde que objetive atender aos interesses do empregado;
c) previstas em convenções ou acordos coletivos de trabalho.
As regras básicas sobre suspensão e interrupção do contrato de trabalho encontram-se nos arts. 471 a 476-
A da CLT.
De início, cumpre ressaltar que o art. 471 da CLT assegura ao empregado, após o período de interrupção ou
de suspensão do contrato de trabalho, o retorno ao cargo que exercia, bem como todas as vantagens que, em
sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertence na empresa, tanto as derivadas de lei ou de
normas coletivas como aquelas concedidas por ato espontâneo do próprio empregador.
O prazo para o empregado retornar ao trabalho é de trinta dias contados da cessão da causa do afastamento,
salvo as exceções previstas em lei. Não retornando o empregado ao trabalho neste prazo, considera-se
caracterizado o abandono de emprego (art. 474, CLT).
Situação específica em relação ao retorno do empregado é a que diz respeito ao afastamento do trabalho
em virtude de exigência do serviço militar ou de encargo público. Nestas hipóteses, para que o empregado
tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou, é indispensável que notifique o empregador dessa
intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de trinta dias, contados da data em que se
verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado (§1º, art. 472, CLT).
O empregador não pode rescindir o contrato de trabalho durante períodos em que esteja suspenso ou
interrompido, ainda que arque com todas as reparações devidas, salvo em caso de justa causa cometida
pelo empregado devidamente reconhecida pela Justiça do Trabalho ou em caso de extinção da empresa,
impossibilitando a continuidade das relações de emprego.
— Casos de interrupção do contrato de trabalho
Como paralisações parciais dos efeitos do contrato de trabalho, são exemplos típicos de interrupção do
contrato de trabalho:
Licença à gestante – à empregada gestante é assegurado o direito a licença de cento e vinte dias, sem
prejuízo do emprego e do salário (art. 7º, XVIII, CF);

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Afastamento em caso de aborto espontâneo – nos termos do art. 395 da CLT, em caso de aborto não
criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá direito a um período de repouso de duas
semanas, devidamente remunerado, sendo-lhe assegurado o retorno à função que ocupava antes de seu
afastamento;
Licença-paternidade – ao empregado é assegurado licença de cinco dias, por ocasião do nascimento de
filho, período este remunerado e computado como tempo de serviço (art. 7º, XIX, CF, e art. 10, §1º, ADCT);
Férias – período de descanso anual remunerado que, como regra, tem duração de trinta dias e é computado
como tempo de serviço para todos os efeitos (art. 7º, XVII, CF, e art. 130, CLT);
Demais descansos trabalhistas, desde que remunerados – os intervalos intrajornada remunerados,
o descanso semanal remunerado e os feriados caracterizam típicos períodos de interrupção do contrato de
trabalho;
Faltas justificadas – os dias de afastamento previstos no art. 473 da CLT (faltas justificadas) são remunerados
e considerados como tempo de serviço para todos os efeitos;
Licença remunerada concedida pelo empregador – como permissão concedida pelo empregador ao
empregado (a pedido deste ou voluntariamente) para ausentar-se do trabalho temporariamente, com pagamento
da remuneração e cômputo do período como tempo de serviço para todos os efeitos, considera-se como
período de interrupção do contrato.
— Casos de suspensão do contrato de trabalho
Como sustação ampla e bilateral de efeitos do contrato empregatício, são exemplos de suspensão do
contrato de trabalho:
Suspensão disciplinar – trata-se de punição disciplinar aplicada pelo empregador ao empregado que
pratica atos considerados faltosos, podendo ter duração de um a trinta dias, conforme a gravidade da falta (art.
474, CLT);
Eleição para cargo de diretor de sociedade anônima – conforme entendimento adotado pelo TST, durante
o período em que o empregado estiver exercendo cargo de diretor de sociedade anônima, seu contrato de
trabalho ficará suspenso, salvo se permanecer a subordinação jurídica dele em relação ao empregador;
Licença não remunerada – concedida pelo empregador a pedido do empregado, para atendimento de
necessidades pessoais. Ressalte-se que, por inexistir qualquer previsão legal autorizadora de tal modalidade
de licença, para que se caracterize como suspensão do contrato de trabalho é necessário que decorra de
solicitação expressa do empregado, configurando ajuste bilateral;
Suspensão bilateral para qualificação profissional do empregado – o art. 476-A da CLT, prevê hipótese
de suspensão do contrato de trabalho para participação do empregado em curso ou programa de qualificação
profissional oferecido pelo empregador.

Formas de rescisão do contrato de trabalho

— Dispensa por justa causa


A dispensa por justa causa decorre da prática de falta grave pelo empregado. A conduta por ele adotada
torna impossível a manutenção do vínculo de emprego, impondo-se a rescisão do contrato de trabalho por
iniciativa do empregador14.
Trata-se de modalidade de extinção do contrato de trabalho na qual é suprimida a maior parte das verbas
rescisórias a serem recebidas pelo empregado, restando o direito apenas ao recebimento das verbas
caracterizadas como direito adquirido: saldo de salário e férias vencidas, acrescidas de 1/3, se houver.

14 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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Isso porque a dispensa por justa causa caracteriza-se como uma pena disciplinar; aliás, a mais grave de
todas as penas que o ordenamento jurídico autoriza que sejam aplicadas ao empregado pelo empregador em
razão da prática de alguma falta.
O legislador brasileiro adotou um sistema de indicação taxativa das justas causas. Assim, somente podem
ser consideradas justas causas os atos que se encaixem em uma das hipóteses taxativamente indicadas pela
lei.
— As figuras de justa causa estão previstas no art. 482 da CLT e podem assim ser entendidas
– improbidade: caracteriza-se como qualquer ato lesivo ao patrimônio do empregador ou de terceiro
relacionado com o trabalho. Exs.: furto, roubo, desvio de mercadorias etc.;
– incontinência de conduta: consiste no comportamento irregular do empregado no ambiente de trabalho,
incompatível com a moral sexual. Exs.: divulgação de fotos pornográficas, acesso a sites pornográficos, prática
de atos libidinosos etc.;
– mau procedimento: é o comportamento irregular do empregado incompatível com as normas exigidas
pelo senso comum do homem médio. Exs.: adulteração de cartão de ponto ou de atestado médico, uso de
equipamentos ou materiais da empresa para fins pessoais sem autorização etc.;
– negociação habitual ou em serviço: no primeiro caso, caracteriza-se como o ato de concorrência desleal
ao empregador, exigindo a habitualidade, sem permissão do empregador. A negociação habitual em serviço
é o comércio praticado pelo empregado, no ambiente de trabalho e durante a jornada, sem consentimento do
empregador. Em qualquer um dos casos, a negociação pode se dar por conta própria ou alheia;
– condenação criminal sem sursis: é a condenação do empregado, transitada em julgado, da qual decorra
sua prisão, sem direito à suspensão da execução da pena. Desnecessário que o fato esteja relacionado com o
trabalho. A impossibilidade de comparecer ao trabalho enseja a dispensa;
– desídia: é o ato de negligência, displicência habitual, desinteresse no desempenho de suas funções. Exs.:
falta de assiduidade e de pontualidade etc.;
– embriaguez habitual ou em serviço: uso abusivo de álcool ou outra substância entorpecente. Nesta
hipótese, o ato garante a imediata dispensa, se a embriaguez se deu em serviço, e depende da habitualidade,
se fora do serviço;
– violação de segredo da empresa: consiste na divulgação não autorizada de informações que possa
causar dano ao empregador. Para a caracterização da justa causa, a informação tem que ser realmente sigilosa,
e sua divulgação, capaz de causar dano efetivo ao empregador;
– indisciplina: significa descumprimento de ordem geral de serviço, dada pelo empregador a todos os
empregados da empresa ou a todos os empregados de um ou de alguns setores da empresa;
– insubordinação: é o descumprimento de ordem pessoal de serviço, dirigida pelo empregador
individualmente ao empregado;
– abandono de emprego: requer ausência continuada e ânimo de não mais trabalhar para o empregador.
A jurisprudência fixou em 30 dias o prazo que caracteriza o abandono de emprego.
– ato lesivo da honra e boa fama: prática pelo empregado de atos, por gestos ou palavras, que ofendam
a honra ou a boa fama de qualquer pessoa ligada ao serviço (empregador, superiores hierárquicos, colegas de
trabalho, clientes, fornecedores etc.).
Não é caracterizada a justa causa quando o empregado agir em legítima defesa, própria ou de outrem;
– ofensas físicas: praticadas pelo empregado contra qualquer pessoa ligada ao trabalho (empregador,
superiores hierárquicos, colegas de trabalho, clientes, fornecedores etc.); Não é caracterizada a justa causa
quando o empregado agir em legítima defesa, própria ou de outrem;
– prática de jogos de azar: prática de jogos ilícitos, não previstos na legislação. Exs.: jogo do bicho; rifas
não autorizadas; apostas de corrida de cavalo, fora do hipódromo ou casas autorizadas. Requer habitualidade;

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– perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em razão
de conduta dolosa do empregado: hipótese somente aplicável aos casos em que a profissão efetivamente
não pode ser exercida sem a habilitação e desde que o dolo do empregado tenha sido comprovado.
Além destas figuras, a CLT traz as hipóteses de justa causa previstas no art. 240 e no art. 158, parágrafo
único.
— Dispensa indireta
A dispensa indireta caracteriza-se como a forma de extinção do contrato de trabalho por iniciativa do
empregado, provocada por ato faltoso do empregador. Trata-se do “ato que manifesta a resolução do contrato
de trabalho pelo empregado, em virtude de inexecução contratual por parte do empregador”.
A dispensa indireta, embora decorra de ato do empregado, não se confunde com o pedido de demissão. O
pedido de demissão tem como causa o interesse do empregado, que não quer mais continuar com o vínculo de
emprego, enquanto a dispensa indireta está relacionada ao comportamento do empregador.
Na dispensa indireta, tendo em vista que se funda em falta grave praticada pelo empregador, não há que
se falar em aviso prévio, sendo o contrato de trabalho rescindido de imediato. No entanto, não obstante a
inexigência legal de aviso, é aconselhável que o empregado faça alguma comunicação da sua intenção de
desligar-se imediatamente em decorrência da justa causa do empregador, posto que deixará de prestar serviços,
o que poderá ser entendido como abandono de emprego.
As justas causas que podem ser praticadas pelo empregador, ou por seus prepostos, superiores hierárquicos
do empregado, estão numeradas, de forma taxativa, no art. 483 da CLT e são as seguintes:
– exigir do empregado serviços superiores às suas forças: serviços que exijam esforço físico ou intelectual
excessivo, fora do normal ou do que seja considerado razoável levando em conta as limitações impostas por lei;
– exigir do empregado serviços defesos por lei: serviços que a lei proíba para aqueles que tenham uma
determinada condição (ex.: trabalho insalubre para menores de 18 anos) ou que sejam caracterizados como
crime ou contravenção penal;
– exigir do empregado serviços contrários aos bons costumes: serviços que sejam contrários à moral
do homem médio, reprováveis pela sociedade;
– exigir do empregado serviços alheios ao contrato: serviços que não decorram do cargo para o qual o
empregado foi contratado, caracterizando típico desvio ou acúmulo de função;
– tratar o empregado com rigor excessivo: exercício excessivo, desmedido, pelo empregador, do seu
poder de comando, extrapolando os limites da dignidade humana e do respeito que deve pautar a relação entre
os sujeitos do contrato de trabalho;
– colocar o empregado em situação em que corra perigo manifesto de mal considerável: submeter o
empregado a condições de trabalho que ponham em risco sua integridade física acima do que é razoavelmente
decorrente das atividades que exerce;
– não cumprir as obrigações do contrato: descumprimento de qualquer obrigação em relação aos direitos
do empregado. Trata-se da figura mais ampla entre todas as hipóteses de justa causa do empregador, nela se
enquadrando toda inadimplência relativa ao que está previsto na lei ou no contrato de trabalho;
– praticar contra o empregado, ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama: prática pelo
empregador ou por seus prepostos de atos, por gestos ou palavras, que ofendam a honra ou a boa fama do
empregado ou de qualquer pessoa de sua família. Não é caracterizada a justa causa quando o empregador ou
seus prepostos agirem em legítima defesa, própria ou de outrem;
– ofender fisicamente o empregado, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem: ofensas
físicas praticadas pelo empregador ou por seus prepostos contra o empregado. Não é caracterizada a justa
causa quando o empregador ou seus prepostos agirem em legítima defesa, própria ou de outrem;

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– reduzir o trabalho do empregado, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente
a importância dos salários: redução salarial provocada diretamente pelo empregador em face da redução
proposital e considerável do trabalho do empregado quando este tenha sido contratado por peça ou por tarefa.
A redução decorrente da diminuição efetiva de serviço da empresa, contrária também ao interesse do próprio
empregador, não caracteriza justa causa.
Além disso, se a redução for de pequena monta, sem que tenha um peso real e efetivo nos ganhos do
empregado, também não resta configurada a justa causa.
— Culpa recíproca
Caracteriza-se a culpa recíproca sempre que se verifique, simultaneamente, a prática de ato faltoso grave
pelo empregado e pelo empregador.
Nos termos do art. 484 da CLT, havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de
trabalho, a indenização que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador (40% dos depósitos do
FGTS) será reduzida pela metade (20% dos depósitos do FGTS).
— Dispensa arbitrária ou sem justa causa e indenização
A dispensa sem justa causa constitui-se na modalidade de extinção do contrato de trabalho decorrente da
vontade do empregador, independentemente da vontade do empregado.
Tradicionalmente sempre se entendeu tratar-se a dispensa de um direito potestativo do empregador, que
não comporta oposição, nem do empregado, nem da autoridade pública; de uma declaração unilateral de
vontade, de natureza receptícia e constitutiva.
Assim, inexistindo fator impeditivo da dispensa, como, por exemplo, estabilidade no emprego, o empregador
pode dispensar o empregado.
A indenização compensatória a que se refere o art. 7º, I, da Constituição Federal está prevista no art. 18,
§1º, da Lei n. 8.036/90 e corresponde a 40% de todos os depósitos efetuados na conta do FGTS do empregado
durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

Duração do trabalho: Jornada de trabalho; Registro e controle do horário de trabalho;


Períodos de descanso; intervalo para repouso e alimentação; Descanso semanal remu-
nerado; Trabalho noturno e trabalho extraordinário; Sistema de compensação de horas

Jornada de trabalho é o lapso temporal diário em que o empregado se coloca à disposição do empregador
em virtude do respectivo contrato. É, desse modo, a medida principal do tempo diário de disponibilidade do
obreiro em face de seu empregador como resultado do cumprimento do contrato de trabalho que os vincula15.
A jornada mede a principal obrigação do empregado no contrato, o tempo de prestação de trabalho ou, pelo
menos, de disponibilidade perante o empregador. Por ela mensura-se, também, em princípio, objetivamente, a
extensão de transferência de força de trabalho em favor do empregador no contexto de uma relação empregatícia.
É a jornada, portanto, ao mesmo tempo, a medida da principal obrigação obreira (prestação de serviços
ou disponibilidade do trabalhador perante o seu empregador) e a medida da principal vantagem empresarial
(apropriação dos serviços pactuados). Daí sua grande relevância no cotidiano trabalhista e no conjunto das
regras inerentes ao Direito do Trabalho.
Três expressões apresentam-se, correspondendo a conceitos correlatos de importância na análise do
fenômeno do tempo de trabalho, ou melhor, tempo de disponibilidade contratual. Trata-se, respectivamente, de
duração do trabalho, jornada de trabalho e, por fim, horário de trabalho. Vejamos:
— Duração do Trabalho
Duração do trabalho abrange o lapso temporal de labor ou disponibilidade do empregado perante seu
empregador em virtude do contrato, considerados distintos parâmetros de mensuração: dia (duração diária,
ou jornada), semana (duração semanal), mês (duração mensal), e até mesmo o ano (duração anual). Embora

15 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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jornada seja palavra que tem magnetizado as referências culturais diversas feitas ao tempo de trabalho ou
disponibilidade obreira em face do contrato, a expressão duração do trabalho é que, na verdade, abrange os
distintos e crescentes módulos temporais de dedicação do trabalhador à empresa em decorrência do contrato
empregatício.
A CLT regula a duração do trabalho em capítulo próprio (II — “Duração do Trabalho” —, no Título II, “Das
Normas Gerais de Tutela do Trabalho”), composto pelos artigos 57 até 75 - F, os quais tratam da jornada, da
duração semanal de labor, dos intervalos intra e interjornadas e dos repousos trabalhistas.
— Jornada de Trabalho
Jornada de trabalho é expressão com sentido mais restrito do que o anterior, compreendendo o tempo
diário em que o empregado tem de se colocar em disponibilidade perante seu empregador, em decorrência do
contrato. O tempo, em suma, em que o empregador pode dispor da força de trabalho de seu empregado em
um dia delimitado.
O período considerado no conceito de jornada corresponde ao lapso temporal diário, em face de o verbete,
em sua origem, referir-se à noção de dia (por exemplo, no italiano: giorno — giornata; e no francês: jour —
journée). Jornada, portanto, traduz, no sentido original (e rigoroso, tecnicamente), o lapso temporal diário em
que o obreiro tem de se colocar à disposição do empregador em virtude do contrato laboral.
Na cultura da língua portuguesa, porém, tem-se, comumente, conferido maior amplitude à expressão, de
modo a abranger lapsos temporais mais amplos, como a semana, por exemplo (com o que se falaria, pois, em
jornada semanal). Esta extensão semântica é reconhecida pelo legislador (o §2º do art. 59 da CLT refere-se,
ilustrativamente, “...à soma das jornadas semanais de trabalho previstas...”). Nesta linha, esclarece-se que se
constitui uma particularidade da língua portuguesa o uso da expressão para designar tempo de trabalho, qual-
quer que seja a medida de duração.
Embora a jornada de trabalho refira-se ao tempo em que se considera o empregado contratualmente à
disposição do empregador em um dia, o avanço do Direito do Trabalho tem produzido a inserção de certos
curtos períodos de intervalos intrajornadas dentro do conceito de jornada, como forma de remunerar tais
curtos períodos e, ao mesmo tempo, reduzir o tempo de efetiva exposição e contato do trabalhador à atividade
contratada. Por essa razão é que se afirma que no lapso temporal da jornada deve incluir-se, também, não só
o tempo trabalhado e à disposição, mas também o tempo tido como contratual estritamente por imposição legal
(caso dos intervalos remunerados), embora neste último lapso o empregado não labore nem sequer fique à
disposição empresarial.
A Lei nº 13.467/2017 tem buscado restringir a noção de jornada de trabalho, de modo a diminuir a inserção,
em seu interior, de tempos tidos, classicamente, como à disposição em face do empregador (a esse respeito,
por exemplo, ver a nova redação conferida ao art. 4º, §2º, da CLT, além da exclusão do conceito de horas in
itinere no art. 58, §2º, da Consolidação). Com isso, a nova legislação procura atingir o seu objetivo de reduzir o
valor trabalho no ordenamento jurídico brasileiro e, ao mesmo tempo, elevar os ganhos econômicos empresa-
riais com o manejo do contrato de emprego.
Horário de Trabalho
Já a expressão horário de trabalho traduz, rigorosamente, o lapso temporal entre o início e o fim de certa
jornada laborativa. Tem-se utilizado a expressão para abranger também o parâmetro semanal de trabalho
(horário semanal). Em tal amplitude, o horário corresponderia à delimitação do início e fim da duração diária de
trabalho, com respectivos dias semanais de labor e correspondentes intervalos intrajornadas.
Dispõe o Art. 74 da CLT:
Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.874,
de 2019)
§1º (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
§2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de
entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secreta-
ria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de
repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

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§3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro
manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 13.874, de 2019)
§4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante acor-
do individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Composição da Jornada de Trabalho
São três os critérios principais de cálculo da extensão da jornada de trabalho. Podem eles ser ordenados
sequencialmente, em correspondência à crescente amplitude que conferem à noção de jornada. São tais
critérios o do tempo efetivamente laborado, o do tempo à disposição no centro de trabalho e, finalmente, o do
tempo despendido no deslocamento residência-trabalho-residência (além do somatório anterior).
Ao lado desses três critérios mais gerais, há ainda dois outros de caráter especial, aventados por normas
específicas de certas categorias profissionais brasileiras: o critério do tempo prontidão (ou horas prontidão) e o
do tempo sobreaviso (horas sobreaviso).
– Critérios Básicos de Fixação da Jornada
As ordens justrabalhistas nacionais tendem, obviamente, a se pautar, como orientação básica, por um dos
três critérios principais informadores da composição da jornada laboral (no caso brasileiro, é indubitável a eleição
do tempo à disposição como essa orientação básica). Entretanto, é comum também ocorrer a incorporação
tópica, respeitadas certas circunstâncias e situações especiais, de regras de outro critério básico informador
(produzindo uma combinação de critérios, portanto). Por essa razão, a análise dos três referidos critérios não
guarda mero interesse histórico, já que pode auxiliar a própria compreensão da realidade jurídica brasileira
envolvente.
a) Tempo Efetivamente Trabalhado
O primeiro critério considera como componente da jornada apenas o tempo efetivamente trabalhado pelo
obreiro. Por esse critério excluem-se do cômputo da jornada laboral, ilustrativamente, os seguintes períodos: o
“tempo à disposição” do empregador, mas sem labor efetivo; eventuais paralisações da atividade empresarial
que inviabilizem a prestação de trabalho; qualquer tipo de intervalo intrajornada. Em suma, exclui-se do cálculo
da jornada todo e qualquer lapso temporal que não consista em direta transferência da força de trabalho em
benefício do empregador.
É evidente que tal critério opera uma necessária assunção, pelo obreiro, de parte significativa do risco
empresarial, uma vez que o salário somente seria pago em direta proporção ao real trabalho prestado. Por essa
razão é que semelhante critério tende a ser rejeitado pelas modernas ordens justrabalhistas.
No Brasil, o fato de a Consolidação considerar como tempo de serviço também o período em que o empre-
gado estiver simplesmente “à disposição do empregador, aguardando ... ordens” (art. 4º, caput, CLT) demonstra
a rejeição, pela ordem justrabalhista brasileira, do critério do tempo efetivamente laborado como critério padrão
de cálculo da jornada no mercado de trabalho do País.
Não é absoluta, contudo, essa rejeição. É que a lei brasileira admite o sistema de cálculo salarial estritamente
por peça (respeitado o mínimo legal a cada mês: art. 7º, VII, CF/88; art. 78, CLT), em que se computa o
valor do salário segundo o total da produção efetivada pelo trabalhador. Ora, esse sistema salarial provoca,
indiretamente, uma relação proporcional muito estreita entre o tempo de trabalho efetivo e o montante salarial
pago, alcançando efeitos próximos ao critério do tempo efetivamente laborado.
b) Tempo à Disposição
O segundo critério considera como componente da jornada o tempo à disposição do empregador no centro de
trabalho, independentemente de ocorrer ou não efetiva prestação de serviços. Amplia-se, portanto, a composição
da jornada, em contraponto com o critério anterior, pois agrega-se ao tempo efetivamente trabalhado também
aquele tido como à disposição do empregador.
A ordem jurídica brasileira adota este critério como regra padrão de cômputo da jornada de trabalho no País
(art. 4º, caput, CLT). Ressalte-se que a expressão centro de trabalho não traduz, necessariamente, a ideia de
local de trabalho. Embora normalmente coincidam, na prática, os dois conceitos com o lugar em que se presta
o serviço, pode haver, entretanto, significativa diferença entre eles.

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É o que se passa em uma mina de subsolo, em que o centro de trabalho se situa na sede da mina, onde
se apresentam os trabalhadores diariamente, ao passo que o local de trabalho situa-se, às vezes, a larga
distância, no fundo da própria mina (art. 294, CLT).
No bloco do tempo à disposição, o Direito brasileiro engloba ainda dois lapsos temporais específicos: o
período necessário de deslocamento interno, entre a portaria da empresa e o local de trabalho (Súmula 429,
TST), ao lado do tempo residual constante de cartão de ponto (art. 58, §1º, CLT; Súmula 366, TST).
A Lei nº 13.467/17 procurou reduzir lapsos temporais anteriormente tidos como integrantes (ao menos alguns
deles) do conceito de tempo à disposição do empregador. Para tanto, encartou no novo §2º e respectivos
incisos do art. 4º da CLT a seguinte regra:
§2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordi-
nário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no §1º do art. 58
desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegu-
rança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da
empresa para exercer atividades particulares, entre outras:
I — práticas religiosas;
II — descanso;
III — lazer;
IV — estudo;
V — alimentação;
VI — atividades de relacionamento social;
VII — higiene pessoal;
VIII — troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
A figura do contrato de trabalho intermitente, também encartada na Consolidação (art. 443, caput e §novo
3º, c./c. novo artigos 452-A, caput e §§1º até 9º) pela Lei nº13.467/2017, constitui outro claro intento de diminuir
a presença do tempo à disposição no conceito da duração do trabalho (sem contar, no caso desse restritivo
contrato de trabalho, a diminuição da presença dos intervalos trabalhistas e dos dias remunerados de descanso),
tudo com efeitos inevitáveis quanto à redução do valor trabalho na economia e sociedade brasileiras.
c) Tempo de Deslocamento
O terceiro critério considera como componente da jornada também o tempo despendido pelo obreiro no
deslocamento residência-trabalho-residência, período em que, evidentemente, não há efetiva prestação de
serviços (“horas deslocamento”). Como se percebe, aqui se amplia mais ainda a composição da jornada, em
contraponto com os critérios anteriores.
O critério de tempo deslocamento tem sido acolhido, regra geral, pela legislação acidentária do trabalho:
“Equiparam-se ao acidente do trabalho (...) o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário
de trabalho (...) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive de veículo de propriedade do segurado” (art. 21, IV, “d”, Lei nº8.213/91).
Não obstante o “tempo deslocamento” seja, de fato, uma ampliação da noção de “tempo à disposição”, a
doutrina e a jurisprudência trabalhistas (não previdenciárias e acidentárias, evidentemente) têm entendido, com
firmeza e de modo pacífico, que tal critério não se encontra acobertado pela regra do art. 4º da CLT. Não se
aplica, pois, esta orientação geral do Direito Acidentário do Trabalho ao Direito Material do Trabalho brasileiro.
Há, contudo, algumas poucas situações especiais em que o ramo justrabalhista pátrio acolhe o critério do
“tempo deslocamento”. É o que se passa com respeito, por exemplo, a uma parcela da categoria dos ferroviá-
rios. As chamadas “turmas de conservação de ferrovias” têm computado como seu tempo de serviço o período
de deslocamento “...desde a hora da saída da casa da turma até a hora em que cessar o serviço em qualquer
ponto compreendido dentro dos limites da respectiva turma” (art. 238, §3º, CLT).
Vale-se o referido preceito celetista, uma segunda vez, do mesmo critério de “horas deslocamento” ao dispor
que nas vezes em que “...o empregado trabalhar fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também computado
como de trabalho efetivo o tempo gasto no percurso da volta a esses limites”.

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Tempo de Deslocamento – horas in itinere
Este terceiro critério informador da composição da jornada de trabalho (tempo de deslocamento), embora
não seja adotado como regra geral na ordem justrabalhista do País, tem produzido certa repercussão particula-
rizada no cotidiano do Direito do Trabalho pátrio. É que a jurisprudência trabalhista apreendeu também do art.
4º, caput, da CLT, mediante leitura alargadora desse preceito, uma hipótese excetiva de utilização do critério
de tempo deslocamento. É o que se verifica nas chamadas horas “in itinere” (originalmente referidas pelas Sú-
mulas 90 e 320, TST).
Após a construção jurisprudencial longamente maturada, o legislador, em 19.6.2001, incorporou, em diploma
normativo (Lei nº 10.243/01), as horas in itinere, mediante inserção do um §2º no art. 58 da CLT, hoje alterado
pela Lei nº 13.467, de 2017.
O novo critério legal não dissentiu do antigo inferido pela jurisprudência; na verdade, reproduziu-o, quase
que de modo literal. A partir desse critério jurídico, considera-se integrante da jornada laborativa o período que
o obreiro despenda no deslocamento ida-e-volta para local de trabalho considerado de difícil acesso ou não
servido por transporte regular público, desde que transportado por condução fornecida pelo empregador (Sum.
90, I, TST; art. 58, §2º, CLT).
São dois os requisitos, portanto, das chamadas horas itinerantes: em primeiro lugar, que o trabalhador
seja transportado por condução fornecida pelo empregador. É óbvio que não elide o requisito em exame a
circunstância de o transporte ser efetivado por empresa privada especializada contratada pelo empregador,
já que este, indiretamente, é que o está provendo e fornecendo. Aqui também não importa que o transporte
seja ofertado pela empresa tomadora de serviços, em casos de terceirização, já que há, evidentemente, ajuste
expresso ou tácito nesta direção entre as duas entidades empresariais.
Também é irrelevante que exista onerosidade na utilização do transporte. Isso porque a figura em tela não
diz respeito a salário in natura, mas a jornada de trabalho. É o que bem acentuou a Súmula 320, TST.
O segundo requisito pode consumar-se de modo alternativo (ou — e não e — enfatizam tanto a Súmula 90,
I, TST, como o novo art. 58, §2º, CLT). Ou se exige que o local de trabalho seja de difícil acesso, ou se exige
que, pelo menos, o local de trabalho não esteja servido por transporte público regular.
No exame do segundo requisito, é pertinente realçarem-se alguns esclarecimentos. De um lado, cabe notar-
se que a jurisprudência tem considerado, de maneira geral, que sítios estritamente urbanos (espaços situados
em cidades, portanto) não tendem a configurar local de trabalho de difícil acesso.
É que a urbanização se caracteriza pela socialização e democratização do acesso geográfico às pessoas
integrantes do respectivo grupo populacional. Por tal razão, a primeira alternativa do segundo requisito da ordem
jurídica (art. 58, §2º, CLT, e Súmula 90, I) tende a configurar-se, predominantemente, no meio rural (embora, é
claro, boas condições de acesso a locais de trabalho no campo também possam elidir este requisito).
Percebe-se, em decorrência do exposto, que a prática jurisprudencial tem formulado duas presunções
concorrentes, que afetam, é claro, a distribuição do ônus da prova entre as partes processuais: presume-se de
fácil acesso local de trabalho situado em espaço urbano; em contrapartida, presume-se de difícil acesso local
de trabalho situado em regiões rurais (presunções juris tantum, é claro).
De outro lado, deve-se também enfatizar que a expressão regular (transporte público regular), existente
apenas na súmula, mas não na lei, sempre ensejou polêmica interpretativa. Assim, dissentia a jurisprudência
sobre os efeitos da insuficiência e também da incompatibilidade do transporte público existente no tocante ao
cumprimento (ou não) do presente requisito.
Finalmente ficou assentado (Súmula 90, III) que a mera insuficiência do transporte público não autoriza o
deferimento das horas in itinere. Contudo, ressalvou-se (Súmula 90, II) que a incompatibilidade de horários no
tocante ao transporte público atende, sim, ao requisito do art. 58, §2º, da CLT e Súmula 90, I, do TST. Nessa
linha interpretativa, portanto, deve-se compreender que a mera insuficiência do transporte público não deflagra
o requisito das horas itinerantes.

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Porém, caso se verifique real incompatibilidade de horários, configura-se o requisito aventado pela
jurisprudência (evidentemente que se a incompatibilidade ocorrer apenas em parte do dia ou noite, apenas neste
período é que se apresentará o requisito mencionado). Esclareça-se, por fim, que se atendidos os requisitos
das horas itinerantes apenas em parte do trajeto, somente nesse trecho o tempo despendido na condução
fornecida será considerado como à disposição do empregador, para todos os fins (Súmula 90, IV).
A Lei Complementar nº 123 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte), publica-
da em 15.12.2006, inseriu novo §3º no art. 58 da CLT. No entanto, a Lei nº 13.467/17, ao conferir nova redação
ao §2º do art. 58 da CLT e revogar o §3º desse art. 58, excluiu da CLT a referência às horas in itinere, aca-
nhando, uma vez mais, o conceito de tempo à disposição no Direito do Trabalho do País. Naturalmente que as
horas in itinere podem, ainda, ser objeto de negociação coletiva trabalhista, mas deixam de estar explicitadas
na Consolidação.
Critérios Especiais de Fixação da Jornada
Os critérios especiais de cômputo da jornada de trabalho aventados por normas específicas de certas
categorias profissionais brasileiras são dois: o do tempo de prontidão e o do tempo de sobreaviso. Ambos
originam-se de normas jurídicas próprias à categoria dos ferroviários (art. 244, CLT).
O caráter especial desses critérios resulta de dois aspectos combinados: por um lado, vinculam-se à
regência normativa de categorias específicas, não se estendendo, assim, em princípio, a todo o mercado de
trabalho empregatício. Por outro lado, sua integração à jornada será sempre parcial, fracionada, integração
especial, portanto, já que o período prontidão e o período sobreaviso não se computam na jornada e respectiva
remuneração obreira segundo as mesmas regras incidentes sobre as hipóteses gerais acima enunciadas.
a) Prontidão
Por tempo de prontidão (horas prontidão) compreende-se o período tido como integrante do contrato e do
tempo de serviço obreiro em que o ferroviário fica nas dependências da empresa ou via férrea respectiva (a CLT
fala “dependências da Estrada”), aguardando ordens (§3º, art. 244, CLT).
Percebe-se que a lei cria noção intermediária entre o tempo laborado ou à disposição e o tempo
extracontratual: o obreiro tem sua disponibilidade pessoal significativamente restringida (afinal, está nas
dependências do estabelecimento empresarial ou suas cercanias, fora de sua residência), razão por que o
Direito dá consequência contratual a este período. Porém, o trabalhador não está efetivamente laborando, o
que faz com que a consequência contratual não seja plena. Note-se que a ordem jurídica não considera também
que esta situação se iguale à do tempo à disposição no centro do trabalho, conferindo-lhe menor peso jurídico.
Dispõe a CLT que a escala de prontidão não poderá, licitamente, ultrapassar 24 horas (§3º, art. 244). Esta
norma é, obviamente, de caráter administrativo, razão pela qual sua inobservância não altera a natureza jurídica
do tempo prontidão superior à 12ª hora e nem as regras incidentes sobre sua integração ao contrato de trabalho.
A falta administrativa surge (propiciando a respectiva punição), sem, contudo, modificar o caráter e regras
próprias às horas de prontidão ocorridas. A integração contratual (integração à jornada) do tempo prontidão é
especial.
Estabelece a lei, assim, que as “horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3
(dois terços) do salário-hora normal” (art. 244, §3º, CLT).
b) Sobreaviso
Por tempo de sobreaviso (horas sobreaviso) compreende-se o período tido como integrante do contrato e
do tempo de serviço obreiro em que o ferroviário “permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço” (art. 244, §2º, CLT). Aqui a lei cria outra noção intermediária entre o tempo
laborado ou à disposição e o tempo extracontratual: o obreiro tem sua disponibilidade pessoal relativamente
restringida (afinal, tem de permanecer em sua residência, aguardando o chamado para o serviço), razão por
que o Direito, mais uma vez, confere consequência contratual a este período16.

16 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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Contudo, o trabalhador não está efetivamente laborando, o que faz com que a consequência contratual
não seja também plena. Note-se que a ordem jurídica não considera, é claro, esta situação igual à do tempo à
disposição no centro do trabalho; não a considera, inclusive, tão restritiva quanto a do tempo de prontidão. Por
isso, confere-lhe menor peso jurídico.
Ressalte-se que, de fato, a restrição à disponibilidade pessoal obreira verificada nas horas de sobreaviso é
muito menor do que a ocorrida nas horas de prontidão, pois, afinal, o trabalhador permanece em sua residência,
não tendo de se deslocar para o estabelecimento empresarial ou suas cercanias.
Dispõe a CLT que a escala de sobreaviso não poderá, licitamente, ultrapassar vinte e quatro horas (§2º do art.
244). Também esta norma é, inquestionavelmente, de caráter administrativo, razão pela qual sua inobservância
não altera a natureza jurídica do tempo sobreaviso superior à 24ª hora e nem as regras incidentes sobre sua
integração ao contrato de trabalho. Também aqui a falta administrativa surge, propiciando a punição respectiva,
sem, entretanto, modificar o caráter e regras próprias às horas de sobreaviso prestadas.
A integração ao contrato (e, em consequência, à jornada de trabalho) do tempo sobreaviso é, como se sabe,
especial. Assim, estabelece a lei que as horas de sobreaviso, “para todos os efeitos, serão contadas à razão de
1/3 (um terço) do salário normal” (art. 244, §2º, CLT).
A figura do tempo de sobreaviso, embora originária da regência própria à categoria dos ferroviários, já foi
estendida, por analogia, à categoria que vivencia circunstâncias laborais semelhantes: os eletricitários.
O avanço tecnológico tem propiciado situações novas que suscitam debate acerca da possibilidade de
incidência da figura especial do tempo de sobreaviso. É o que se passa com a utilização, pelo empregado,
fora do horário de trabalho, de aparelhos de comunicação telemáticos ou informatizados, como BIPs, pagers,
telefones celulares e equivalentes, mecanismos que viabilizam, em princípio, seu contato imediato com o
empregador e consequente imediato retorno ao trabalho.
Inicialmente não era pacífico o enquadramento jurídico dessas duas situações fáticas novas. O argumento
em favor da aplicação da figura celetista do tempo de sobreaviso respaldava-se no juízo de que tais aparelhos
colocariam, automaticamente, o trabalhador em posição de relativa disponibilidade perante o empregador,
“aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço” (§2º, art. 244, CLT). Esse contingenciamento
à plena liberdade pessoal do obreiro, ainda que potencialmente, é que aproximaria essa moderna situação
vivenciada por certos trabalhadores àquele tipo legal construído pelo §2º do art. 244 da CLT.
De todo modo, anote-se que, independentemente de se acatar (ou não) a incidência analógica do preceito
enfocado, é importante resguardar-se uma conclusão: após chamado ao serviço por telefone celular, pager ou
BIP, o obreiro que atenda à convocação e compareça ao local de trabalho passa, automaticamente, a ficar à
disposição do empregador, prestando horas normais de serviço (ou horas extras, se for o caso) — e não mais
horas de sobreaviso ou de prontidão (art. 4º, CLT).
c) Tempo Residual à Disposição
A jurisprudência elaborou concepção relativa a pequenos períodos residuais de disponibilidade do empregado
em face de seu empregador, nos momentos anteriores e posteriores à efetiva prestação de serviços, em que
o trabalhador aguarda a marcação do ponto, já ingressando na planta empresarial. Trata-se de regra inferida
pela prática jurisprudencial, capturada, em 1996, pela OJ n. 23 da SDI-I/TST (hoje Súmula 366). Anos depois,
tornou-se expressa no art. 58, §1º, da CLT, após inserção feita pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001:
“§1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no regis-
tro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários”.
Isso significa que as pequenas variações, até cinco minutos, totalizando dez ao dia, não serão consideradas
para qualquer fim. A partir desse limite de cinco minutos, no começo e no fim da jornada, o tempo lançado no
cartão de ponto será tido como à disposição do empregador (art. 4º, caput, c./c. art. 58, §1º, CLT), integrando a
jornada laborativa obreira para todos os efeitos. Note-se que a Súmula 366 (ex-OJ 23) manda que se computem
todos os minutos, mesmo os poucos iniciais e finais, se em cada extremo da jornada for ultrapassado o teto de
cinco minutos.

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A mesma jurisprudência percebeu a existência, nas grandes plantas empresariais, de tempo necessário
de deslocamento interno dentro do estabelecimento, seja da portaria para o local de trabalho, seja no sentido
inverso. Nesse tempo residual o trabalhador está submetido ao poder empregatício, ainda que não esteja
efetivamente trabalhando (art. 4º, caput, CLT). É o que dispõe a Súmula 429 do TST:
TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A
PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO — Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da
CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho,
desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.
Note-se que a súmula fala em tempo necessário ao deslocamento, ao invés de todo o tempo gasto no
percurso. Com isso a jurisprudência, por realismo, justiça e equidade, excluiu as frações temporais destinadas
ao uso estritamente pessoal (ida a postos bancários dentro da planta empresarial, banheiros, etc.), sugerindo a
fixação do tempo médio necessário estimado, dentro do caso concreto, para esse deslocamento (art. 4º, caput,
da CLT).
Em acréscimo o verbete vale-se do mesmo critério acolhido pela jurisprudência em situação análoga
– os tempos residuais dos cartões (ex-OJ n. 23, SDI-1; Súmula 366; art. 58, §1º, CLT) –, determinando a
desconsideração de dez minutos diários (cinco minutos na entrada e cinco na saída do estabelecimento).
Naturalmente que, a contar do advento da Lei nº 13.467/17, a Súmula 429/TST, tem de ser lida em harmonia
ao disposto no novo §2º do art. 4º da CLT.
Acerca do tema em estudo, preliminarmente, cabe ressaltar que de acordo com o art. 66 da Consolidação
das leis do Trabalho – CLT, entre 2 (duas) jornadas de trabalho, deverá haver um período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.
Além disso, a todo empregado será assegurado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro horas)
consecutivas, mediante o qual, exceto por razões de conveniência pública ou preeminente necessidade do
serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Nesse sentido, nos serviços que exijam trabalho aos domingos, salvo os elencos teatrais, deverá prevalecer
escala de revezamento, mensalmente organizada e constando quadro sujeito à fiscalização pela autoridade
competente.
Assim, o trabalho em domingo, tanto de forma total ou parcial, será sempre subordinado à permissão prévia
da autoridade competente em matéria de trabalho.
A supracitada permissão deverá ser concedida a título permanente nas atividades que, por sua própria na-
tureza ou em razão de conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos.
É de competência do Ministro do Trabalho, Industria e Comércio, expedir instruções que pacifique as ativida-
des trabalhistas aos domingos para os trabalhadores que por conveniência pública, ou pela natureza do traba-
lho, tenham que laborar aos domingos, sendo que nas demais situações, tais instruções serão dadas sob forma
transitória e com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não poderá exceder sessenta dias.
OBS. Importante: Na regulamentação do funcionamento de atividades sujeitas à CLT, deverão os muni-
cípios atender aos preceitos nela estabelecidos, e as regras que venham a fixar não poderão contrariar tais
preceitos nem as instruções que, para seu cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em
matéria de trabalho. (Art. 69, CLT).
Sobre o trabalho contínuo, deverão ser observados os seguintes preceitos legais:
a) Em todo tipo de trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, exceto haja acordo escrito ou
contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas;
b) Não excedendo o trabalho de seis horas, será obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a du-
ração ultrapassar quatro horas.
c) Os intervalos de descanso não podem ser computados na duração do trabalho.

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NOTA: O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do
Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que
o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando
os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. (Art. 71,
§3º, CLT).
NOTA: A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimenta-
ção, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período supri-
mido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(Art. 71, §4º, CLT).
Do Intervalo para Repouso e Alimentação
Determina o art. 71 da CLT que em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obri-
gatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, que deverá ser no mínimo de uma hora e,
salvo haja a existência de acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas.
Assim, não havendo no trabalho o excedente de seis horas será, entretanto, obrigatório um intervalo de quin-
ze minutos quando a duração do labor ultrapassar quatro horas, destacando-se que os intervalos de descanso
não poderão ser computados na duração do trabalho.
Do Descanso Semanal Remunerado
Trata-se o descanso semanal remunerado, de um benefício contínuo, regulamentado por lei, que garante
um dia dedicado ao descanso ao trabalhador, preferencialmente aos domingos.
Todavia, tal questão deverá ser estabelecida mediante acordo entre empregador e colaborador com aprova-
ção do Ministério do Trabalho.
Há necessidade de prévio acordo, tendo em vista que a depender das atividades exercidas pela empresa,
o domingo pode ser considerado dia útil. São exemplos disso, dentre outros, os hospitais e os hotéis.
De acordo com a legislação em vigor, o descanso semanal remunerado é um direito irrenunciável de todos
os trabalhadores urbanos e rurais, pois, por meio desta benesse, podem usufruir de período de descanso e
socialização, preferencialmente aos domingos de cada semana.
Esse direito, além de estar previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, também possui amparo
constitucional inserto no art. 7º, inciso XV da Carta Magna.
Normalmente o descanso semanal remunerado é reservado aos domingos. Todavia, com o advento da
Reforma Trabalhista, existe a viabilidade de o empregado e a empresa decidirem em conjunto, pelo melhor dia
para a ocorrência da folga.
Nesses casos, não cumprindo a empresa ou organização, o estabelecido por lei, incorrerá no risco de pagar
multas e demais compensações em processos do trabalho.
Ressalta-se que para o trabalhador que percebe salário mensalmente, o pagamento do descanso semanal
remunerado é realizado do modo integral na folha de pagamento.
Desse modo, quando a remuneração do empregado ocorre por hora ou por dia, deverá o descanso semanal
remunerado ser equivalente à jornada de trabalho.
O cálculo do descanso semanal remunerado é realizado mediante a soma das horas trabalhadas durante
o mês divididas pela quantidade de dias úteis, incluindo o dia do sábado e multiplicando o resultado pela
quantidade de domingos e também de feriados, onde o resultado desse cálculo, deverá ser multiplicado pelo
valor da hora.
De acordo com o art. 67 da CLT, a todo empregado será assegurado um descanso semanal de vinte e
quatro horas consecutivas, segundo o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do
serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Assim, para os serviços que exijam trabalho aos domingos, salvo o trabalho realizado em teatros, deverá ser
estabelecida escala de revezamento, organizada mensalmente, nela constando quadro que por sua vez, estará
sujeito à fiscalização.

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Destaca-se que o realizado aos domingos de forma total ou parcial, conforme preconiza o art. 67 da CLT,
deverá estar sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Nesse sentido, a permissão será concedida a título permanente nas atividades que em razão de sua na-
tureza ou por conveniência pública, devam ser exercidas aos domingos, sendo atribuições de competência
do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções especificando tais atividades. Nas demais
situações, ela será concedida de forma transitória, discriminando o período autorizado, que, de cada vez, não
poderá exceder de sessenta dias.
NOTA: Na regulamentação do funcionamento de atividades sujeitas ao regime deste Capítulo, os municí-
pios atenderão aos preceitos nele estabelecidos, e as regras que venham a fixar não poderão contrariar tais
preceitos nem as instruções que, para seu cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em
matéria de trabalho. (Art. 69, CLT).
NOTA: Salvo o disposto nos artigos 68 e 69 da CLT, (sobre as exceções de trabalho aos domingos), é veda-
do o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos termos da legislação própria. (Art. 70, CLT).
Do Trabalho Noturno
Sobre o trabalho realizado em período noturno, nos moldes do Art. 73 da CLT, com exceção dos casos de
revezamento semanal ou quinzenal, a remuneração do trabalho noturno será superior a do diurno, tendo, desta
forma, um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
Desse modo, temos:
A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. (Art. 73, §1º, CLT).
Vale destacar que o acréscimo, a que se refere a supracitada legislação, no que condiz às empresas que
não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será realizado, tendo em vista os
quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza similar.
Já em relação às empresas em que o trabalho noturno advenha da natureza de suas atividades, deverá o
aumento ser calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse
limite, já acrescido da percentagem, nos termos do §3º, art. 73 da CLT.
Por fim, infere-se que no tocante aos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos
e noturnos, deverão ser aplicadas às horas de trabalho noturno, o disposto no art. 73 e seus parágrafos já men-
cionados acima, aplicando-se também às prorrogações do trabalho noturno.
– Acordo de compensação de horas
Jornada extraordinária é o lapso temporal de trabalho ou disponibilidade do empregado perante o empregador
que ultrapasse a jornada padrão, fixada em regra jurídica ou por cláusula contratual. É a jornada cumprida em
extrapolação à jornada padrão aplicável à relação empregatícia concreta17.
A noção de jornada extraordinária não se estabelece em função da remuneração suplementar à do trabalho
normal (isto é, pelo pagamento do adicional de horas extras). Estabelece-se em face da ultrapassagem da
fronteira normal da jornada.
A remuneração adicional é apenas efeito comum da sobrejornada, mas não seu elemento componente
necessário. Por essa razão, é viável a existência de sobrejornada sem o respectivo adicional. É o que ocorre,
por exemplo, no regime compensatório, em que há ultrapassagem da fronteira padrão da jornada em certos
dias (com compensação em outro ou outros dias), sem pagamento de adicional de horas extras.
A propósito, antes da Constituição de 1988 havia, inclusive, outras modalidades de sobrejornada que
também não eram sobrerremuneradas (além do regime de compensação): prorrogações por “força maior” e
para “reposição de paralisações” (art. 61, CLT). Desde a Constituição de 1988, porém, mesmo nestas últimas
modalidades passou a incidir o adicional de horas extras (art. 7º, XVI, CF/88), tornando-se seu pagamento um
efeito quase absoluto em casos de prestação de horas extraordinárias.
Toda jornada extraordinária (exceto a resultante de regime de compensação) cumprida pelo obreiro no
contrato será devida com sobrerremuneração específica, o adicional de horas extras (art. 7º, XVI, CF/88).

17 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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As antigas hipóteses normativas concebidas pela CLT de prestação de trabalho extraordinário sem
sobrerremuneração (caso das prorrogações por motivo de força maior e para reposição de paralisações
empresariais — art. 61) também já provocam a incidência do adicional, por força de leitura do disposto no art.
7º, XVI, da Constituição de 1988.
As horas extras recebidas habitualmente pelo obreiro (e seu respectivo adicional) integram seu salário para
todos os fins, refletindo-se em parcelas trabalhistas (13º salário, férias com 1/3, FGTS, aviso-prévio, se for o
caso, etc.) e parcelas previdenciárias (salário de contribuição).
No tocante aos reflexos em parcelas previdenciárias, são regra imperativa no que tange ao salário de
contribuição do INSS (art. 201, §11, CF/88: “Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios,
nos casos e na forma da lei”). Quanto à base de cálculo das contribuições previdenciárias privadas, também
poderão sofrer a correspondente incidência, desde que se respeite o desconto previdenciário privado respectivo
e a recomposição da reserva matemática, observadas as regras do regulamento previdenciário privado
específico.
Se não houver, entretanto, habitualidade na prestação de sobretrabalho, não ocorrerá essa integração
contratual da parcela recebida. As horas extras e seu adicional têm caráter de salário condição, conforme
jurisprudência hoje dominante. Isso significa que tais verbas podem ser suprimidas, caso efetivamente
desaparecido o trabalho extraordinário.
O adicional de horas extras mínimo no Direito brasileiro, hoje, é de 50% (art. 7º, XVI, CF/88, revogando
antigo percentual do art. 59, §1º, CLT), salvo índice mais favorável previsto em regra jurídica especial (inclusive
coletiva negociada) ou, até mesmo, em cláusula de contrato, inclusive regulamento de empresa.
– Regime de Compensação de Jornada: No tocante ao regime compensatório, tal modalidade está prevista
em texto celetista (§2º do art. 59) e constitucional (inciso XIII, art. 7º) específicos. A partir de 22 de janeiro de
1998, o texto celetista (art. 59) foi alterado pela Lei nº 9.601 e, em seguida, por dezenas de medidas provisórias,
a contar da MP nº 1.709, publicada em 6.8.1998. Em face de tais modificações, instituiu-se no País o regime
compensatório anual, também denominado banco de horas.
O regime compensatório, em sua versão clássica (antes da Lei nº 9.601/98) e em sua nova versão (o banco
de horas), tem ensejado diversos debates no Direito brasileiro. Além disso, a própria dinâmica do novo sistema
de compensação de horas de trabalho cria distintos pontos de indagação jurídica, os quais merecem estudo
particularizado.
– Dinâmica do Banco de Horas: O regime compensatório anual do banco de horas, originalmente, somente
poderia ser pactuado por negociação coletiva trabalhista (Súmula 85, V, TST). Fica ressalvado o debate sobre a
contratação bilateral escrita de banco de horas nos limites de compensação até seis meses, conforme referido
pelo novo §5º do art. 59 da CLT (Lei nº 13.467/2017).
A figura jurídica permite a prorrogação de duas horas ao dia ou, sendo a jornada inferior a oito horas, uma
prorrogação até o teto global de 10 horas diárias (§2º do art. 59 da CLT). Dentro do ano, tais excessos devem
ser compensados, sob pena de ser devida a extrapolação da jornada regular como efetivas horas extras.
Contudo, respeitados os parâmetros corretos do banco de horas, as horas suplementares ocorridas no
contexto do regime compensatório serão pagas como horas normais, sem qualquer acréscimo específico.
A presença de qualquer irregularidade no regime compensatório anual previsto no novo art. 59 da CLT importa,
entretanto, o pagamento do período de excesso laborativo diário como sobrejornada, a qual se remunera com
o respectivo adicional de horas extras (art. 7º, XVI, CF/88).
Dessa maneira, a ultrapassagem do bloco temporal máximo de um ano; ou a não correspondente redução da
jornada dentro do respectivo bloco temporal (mesmo que em virtude da extinção do contrato); ou, até mesmo,
a ausência de instrumento coletivo autorizador desse sistema compensatório desfavorável (com a ressalva do
§5º do art. 59 da CLT, conforme Lei nº 13.467/2017), qualquer dessas situações de desrespeito à regularidade
da figura jurídica conduzirá à automática sobrerremuneração das horas diárias em excesso, como se fossem
efetivas horas extras.

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Esta conduta resulta do sentido da norma disposta no novo §3º do art. 59 da CLT, dispositivo que considera
que a frustração do regime compensatório anual pela não redução efetiva da correspondente jornada obreira
enseja o pagamento do período não compensado como labor extraordinário.
A Lei nº 13.467/2017 dispõe que a prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas (Novo art. 59-B, parágrafo único).
Também dispõe a nova lei que “o não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada,
inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas
excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o
respectivo adicional” (Novo art. 59-B, caput).
Uma última indagação: é possível ainda se falar em regime de compensação em entidades estatais de
Direito Público (municípios, por exemplo)? Para tais entidades que ainda contratem obreiros por meio da
legislação trabalhista (os chamados servidores celetistas), e que não podem, segundo jurisprudência largamente
dominante, inclusive do Supremo Tribunal Federal, gerar normas através de negociação coletiva sindical, estaria
inviabilizado, de todo, o regime de compensação de jornada?
A resposta não pode ser inteiramente negativa, sob pena de não ser o Direito uma síntese de lógica e
sensatez aplicada à realidade. O regime de compensação de jornada (excluído o anual, é claro), é mecanismo
essencialmente favorável ao trabalhador, garantido pela Constituição (art. 7º, XIII), não podendo, desse modo,
ser inviabilizado pela ordem infraconstitucional (nem mesmo a lei pode eliminar, de todo, direito trabalhista
garantido pela Constituição).
É evidente que a modalidade mais desfavorável desse mecanismo (regime de compensação anual ou banco
de horas) não pode, de fato, ser validamente seguida sem negociação coletiva, apenas por lei ou negociação
coletiva é que se pode reduzir direitos trabalhistas no país, como se sabe (Súmula 85, V, TST).
Contudo, a modalidade favorável, que engloba, no máximo, o parâmetro mensal de compensação (ou,
por extremo rigor, o parâmetro intrassemanal), continuaria a poder ser pactuada em segmentos, como a área
pública, que não tenham possibilidade jurídica (segundo a jurisprudência, repita-se) de celebrar negociação
coletiva, uma vez que a vantagem compensatória está constitucionalmente assegurada.
Com a ratificação pelo Brasil, em 2010, da Convenção 151 da OIT (Decreto Legislativo 206, publicado em
8.4.10), que trata das relações de trabalho na função pública, inclusive incentivando a negociação coletiva no
segmento, o óbice acima mencionado desapareceu. Desse modo, torna-se viável o estabelecimento de banco
de horas nas entidades de direito público, mediante instrumento coletivo negociado, inclusive pela circunstância
de não constituir cláusula de natureza e repercussões econômicas, as quais se consideram privativas de
regência legal (art. 169, CF/88).
Agregue-se que, se considerada válida a autorização para a pactuação meramente bilateral do banco de
horas desde que o regime compensatório seja no período máximo de seis meses (novo §5º do art. 59 da CLT,
conforme Lei nº 13.467/2017), nessa hipótese seria viável a celebração do banco de horas semestral na área
pública, a contar de 11.11.2017.

Salário-mínimo; irredutibilidade e garantia

Proteções jurídicas quanto ao valor do salário


De acordo com Maurício Godinho Delgado18, a proteção que a ordem justrabalhista brasileira defere ao
valor do salário manifesta-se, essencialmente, por meio de três ideias e mecanismos combinados: a noção de
irredutibilidade do valor salarial; os mecanismos de correção salarial automática; a determinação de existência
de um patamar mínimo de valor salarial no conjunto do mercado, além de certas categorias e profissões
determinadas.

18 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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Deve-se ressaltar, porém, que a proteção estruturada pela ordem jurídica não se estendeu, contudo, ainda,
à ideia de suficiência real do salário percebido pelo obreiro. É que a noção de suficiência tradicionalmente
acatada no Direito brasileiro é quase que meramente formal. O art. 76 da CLT a ela reportava-se, ao tratar do
salário mínimo (contraprestação mínima “capaz de satisfazer...”, dizia a CLT). A Constituição de 1988 ampliou
o rol de necessidades aventadas pelo texto celetista, ao estatuir que o salário mínimo deveria ser capaz de
atender às necessidades vitais básicas do empregado e de sua família “com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” (art. 7º, IV, CF/88).
A doutrina e jurisprudência dominantes, contudo, têm compreendido que semelhantes regras (inclusive a
constitucional vigorante) jamais ensejaram direito subjetivo ao empregado no sentido de ver, efetivamente,
seu salário mínimo lhe garantindo o atendimento àquelas necessidades básicas. Noutras palavras, entre as
garantias fixadas pela ordem jurídica brasileira não se entende haver, ainda, segundo a visão interpretativa até
hoje dominante, a garantia da real suficiência do salário. Mas, pelo menos, existe, sim, de maneira expressa,
a garantia constitucional da percepção do salário mínimo mensal nas situações contratuais que ensejam
remuneração variável para o empregado (art. 7º, IV e VII, da Constituição).
Não obstante o caráter abstrato e frágil, no plano do Direito, da ideia da suficiência do salário, o legislador
brasileiro do século XXI decidiu conferir certa efetividade ao papel civilizatório do salário mínimo, como patamar
econômico básico de aferição do valor trabalho na economia e na sociedade. Nesse contexto, passou a lhe
conceder reajustamentos anuais sequencialmente superiores aos índices inflacionários, à diferença da linha
desvalorizadora da parcela que fora percebida no período anterior. Com isso, passou a propiciar, em alguma
medida, certa consistência econômica à ideia da suficiência do salário, sem embargo do conteúdo ainda
meramente abstrato que essa ideia ostenta no plano jurídico.
1 – Irredutibilidade Salarial
A primeira linha de proteção ao valor do salário manifesta-se pela garantia de irredutibilidade do salário. Essa
garantia traduz, no plano salarial, a incorporação, pelo Direito do Trabalho, do princípio geral da inalterabilidade
dos contratos (pacta sunt servanda), oriundo do tronco civilista primitivo. É bem verdade que a CLT não esta-
belecia texto explícito nessa linha.
Contudo, a irredutibilidade sempre foi inferida não só do princípio geral pacta sunt servanda, como também
do critério normativo vedatório de alterações prejudiciais ao empregado, insculpido no art. 468 da CLT. Mais do
que isso, o próprio Direito do Trabalho evoluiu na direção de emoldurar princípio específico nesta área, o da
inalterabilidade contratual lesiva.
A Constituição de 1988, finalmente, incorporou, de modo expresso, o princípio da irredutibilidade (art. 7º, VI),
atenuando-o com uma ressalva: “salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo”.
A ordem justrabalhista, entretanto, não tem conferido a semelhante garantia toda a amplitude possível. Ao
contrário, como se sabe, prevalece, ainda hoje, a pacífica interpretação jurisprudencial e doutrinária de que a
regra da irredutibilidade salarial restringe-se, exclusivamente, à noção do valor nominal do salário obreiro (art.
468, caput, CLT, combinado com art. 7º, VI, CF/88).
Interpreta-se ainda hoje, portanto, que a regra não assegura percepção ao salário real pelo obreiro ao longo
do contrato. Tal regra asseguraria apenas a garantia de percepção do mesmo patamar de salário nominal
anteriormente ajustado entre as partes, sem viabilidade à sua diminuição nominal. Noutras palavras, a ordem
jurídica heterônoma estatal, nesse quadro hermenêutico, teria restringido a presente proteção ao critério
estritamente formal de aferição do valor do salário.
2 – Correção Salarial Automática
A segunda linha de proteção ao valor do salário expressa-se por meio dos mecanismos jurídicos de correção
salarial automática. Tais mecanismos procuram concretizar, ainda que precariamente, a noção de preservação
do valor real do salário obreiro, em contextos de avanços inflacionários significativos.
Deve ser ressaltado, entretanto, que a cultura jurídica brasileira sempre separou as regras assecuratórias da
correção automática de salários (fórmula que servia, ainda que precariamente, à ideia de proteção ao valor real
dos salários) das regras concernentes à chamada irredutibilidade salarial (noção que conduzia, como visto, à
proteção do simples valor nominal dos salários).

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3 – Patamar Salarial Mínimo Imperativo
A terceira linha de proteção que a ordem jurídica estabelece ao valor do salário expressa-se por meio da
determinação de existência de um patamar mínimo de valor salarial no conjunto do mercado, além de certas
categorias ou profissões determinadas. Esse patamar pode ser genérico, abrangente de todo o mercado, ou
especial, abrangente de certas profissões ou categorias profissionais específicas.
A) Salário Mínimo Legal – O patamar genérico de valor salarial firma-se pela figura do salário mínimo legal
e nacional. Esta parcela, prevista já no tradicional texto celetista da década de 1940 (artigos 76 e seguintes,
CLT), tornou-se necessariamente estipulada por diploma legal (e não mais decreto do Poder Executivo), a teor
de comando constitucional nessa direção (art. 7º, IV, CF/88).
A Constituição, na verdade, trouxe alterações jurídicas importantes na figura do salário mínimo. Além de
determinar sua fixação em lei, assegurou sua permanente unificação nacional (art. 7º). Com isso eliminou a
antiga tradição de fixar-se o salário mínimo por decreto e em patamares diferentes segundo regiões e estados
da federação.
Piso Salarial Estadual – Registre-se que a Constituição da República, não obstante tenha unificado, nacio-
nalmente, o salário mínimo (art. 7º, IV, ab initio), permitiu o posterior surgimento de leis estaduais fixadoras de
pisos salariais mais favoráveis. É que seu art. 21, embora resguardando a clássica competência privativa da
União para legislar sobre Direito do Trabalho (art. 21, caput e inciso I, in fine), criou autorização para surgimen-
to de norma estadual sobre o tema: “Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo” (parágrafo único do art. 21 da CF/88).
B) Salário Profissional – O salário mínimo, como visto, consiste no patamar genérico de valor salarial
estabelecido na ordem jurídica brasileira. A seu lado, existem alguns patamares especiais de valor salarial a
serem observados no contexto do mercado de trabalho.
O primeiro desses patamares especiais de valor de salários desponta na figura do salário mínimo profissional
(também chamado simplesmente salário profissional). Por essa figura entende-se o piso salarial mínimo devido
a trabalhadores integrantes de certas profissões legalmente regulamentadas.
O salário mínimo profissional, portanto, é fixado por lei, sendo deferido a profissional cujo ofício seja
regulamentado também em diploma legal. São exemplos expressivos de salário mínimo profissional os
estipulados para médicos (Lei nº 3.999, de 1961; Súmula 370, TST) e para engenheiros (Lei nº 4.950-A, de
1966; Súmula 370, TST), além de outros profissionais que tenham leis regulamentadoras próprias.
C) Salário Normativo e Salário Convencional – O segundo patamar especial de valor de salários desponta
em duas figuras jurídicas próximas: salário mínimo normativo e salário mínimo convencional. Por essas figuras
entende-se o patamar salarial mínimo devido a trabalhadores integrantes de certas categorias profissionais,
conforme fixado em norma jurídica infra legal a elas aplicável.
O salário mínimo normativo (ou salário normativo) é aquele fixado por sentença normativa, resultante de
processo de dissídio coletivo envolvente a sindicato de trabalhadores e respectivo(s) empregador(es) ou
sindicato de empregadores. Traduz, assim, o patamar salarial mínimo aplicável no contexto da categoria
representada pelo respectivo sindicato obreiro partícipe na relação processual de dissídio.
O salário mínimo convencional, por sua vez (também chamado simplesmente salário convencional),
corresponde àquele patamar salarial mínimo fixado pelo correspondente instrumento negocial coletivo
(convenção ou acordo coletivo de trabalho) para se aplicar no âmbito da respectiva categoria profissional ou
categoria diferenciada.
Proteções jurídicas contra abusos do empregador
O sistema de proteções e garantias ao salário e demais verbas contratuais empregatícias desdobra-se em
três dimensões de abrangência: garantias e proteções direcionadas a evitar abusos do empregador; garantias
e proteções dirigidas a evitar o assédio dos credores do empregador; e, finalmente, garantias e proteções
direcionadas a evitar o assédio dos próprios credores do empregado.
Quanto às medidas voltadas a garantir e proteger as parcelas salariais (e mesmo contratuais) contra
eventuais irregularidades ou abusos do empregador. Fixa o Direito do Trabalho um leque diversificado de
garantias e proteções contra eventuais abusos do empregador no tocante ao pagamento e à própria higidez
das verbas salariais.

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Tais proteções e garantias abrangem três níveis: medidas relacionadas ao pagamento do salário (a doutrina
tende a falar apenas em “periodicidade do pagamento”, mas essa regra não esgota o grupo de proteções legais
relativas ao pagamento do salário); medidas relacionadas à irredutibilidade do salário; finalmente, medidas
relacionadas à intangibilidade do salário (controle de descontos).
1 – Critérios Legais de Pagamento Salarial: tempo, lugar, meios
A ordem jurídica estabelece para o empregador critérios objetivos concernentes ao pagamento do salário.
Tais critérios dizem respeito ao tempo de pagamento, a seu lugar próprio e aos meios hábeis de concretização
do pagamento salarial.
A) Tempo de Pagamento: Nesse tema, a primeira regra fundamental diz respeito à periodicidade máxima
mensal para o pagamento do salário (art. 459, CLT). A periodicidade mensal, como visto, envolve não apenas o
lapso temporal máximo para pagamento da parcela salarial (um mês), como também o próprio critério temporal
máximo para cálculo dessa parcela (hora, dia ou mês).
Essa periodicidade imperativa abrange fundamentalmente o salário básico, refletindo-se também nos
adicionais legais. Porém, não se aplica a certas parcelas de natureza salarial, como as comissões, percentagens
e gratificações (art. 459, CLT).
A segunda regra fundamental é concernente ao prazo máximo para pagamento da parcela salarial acima
mencionada. Esse prazo situa-se (desde a alteração celetista produzida pela Lei nº 7.855, de 1989) no 5º dia
útil seguinte ao mês de referência do salário (o art. 459, parágrafo único, CLT, fala em “quinto dia útil do mês
subsequente ao vencido”).
B) Lugar de Pagamento: Nesse tema, a regra fundamental é que o pagamento seja feito em dia útil, no
local de trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste (art. 465, CLT). A
intenção da ordem jurídica é tornar o pagamento procedimento funcional, ágil, prático.
Em síntese, procedimento que, a um só tempo, transfira imediatamente para a posse do trabalhador a
parcela salarial devida, como também o desonere de se submeter, depois da jornada, a longa espera ou a
peregrinação em busca do pagamento cabível.
C) Meios de Pagamento: No tema concernente aos meios hábeis à concretização do pagamento das
verbas salariais, a regra fundamental celetista estatui que o salário tem de ser pago em “moeda nacional”,
compreendida esta como a expressão monetária oficial e corrente no País (art. 463, CLT).
É absolutamente nulo o pagamento mediante “cartas de crédito”, bônus, cupons ou outros instrumentos
semelhantes, ainda que supondo representar a moeda de curso legal no País (art. 463, CLT, combinado com
art. 3º, caput, Convenção 95/OIT).
2 – Irredutibilidade Salarial
Como visto, as medidas relacionadas à irredutibilidade do salário do trabalhador inscrevem-se entre aquelas
garantias e proteções mais significativas criadas pela ordem jurídica no tocante a eventuais irregularidades ou
abusos do empregador quanto ao pagamento e à própria higidez das verbas salariais.

3 – Intangibilidade Salarial: controle de descontos


A) Regra Geral de Intangibilidade: No que tange às medidas relacionadas à intangibilidade dos salários,
fixou a ordem jurídica a regra básica de vedação a descontos empresariais no salário obreiro (art. 462, caput,
ab initio, CLT). Essa garantia da intangibilidade salarial ampliou-se a contar de 5.10.1988.
De fato, a Constituição da República estipula que a retenção dolosa do salário constitui crime (art. 7º, X,
CF/88). A norma insculpida na Constituição obviamente não pode merecer interpretação extensiva, como
qualquer norma fixadora de ilícito ou punição.
Desse modo, deve-se compreender no sentido da norma constitucional a ideia de retenção do salário stricto
sensu. Nessa linha, excluem-se dessa noção de salário retido (para fins penais) as parcelas salariais acessórias
e ainda as verbas salariais controvertidas (a controvérsia sobre o débito exclui o próprio dolo em tais casos).

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B) Descontos Salariais Autorizados: A ordem justrabalhista, contudo, tem autorizado diversas ressalvas à
regra geral de vedação à efetuação de descontos no salário. A primeira ressalva inscrita no art. 462 da CLT diz
respeito aos adiantamentos salariais efetivados pelo empregador.
Do ponto de vista técnico, porém, é certo que não se poderia considerar como desconto a simples dedução de
adiantamento salarial já efetuado, uma vez que, em tal caso, o que ocorreu, na verdade, foi efetivo pagamento
antecipado de salário. De todo modo, a CLT prefere arrolar os adiantamentos salariais no rol dos “descontos
autorizados” (art. 462, caput).
A segunda ressalva do texto celetista diz respeito aos descontos resultantes de dispositivos de lei. Nesta
larga hipótese, inúmeros descontos surgem no cotidiano laboral.
Ilustrativamente, citem-se: descontos relativos a contribuição previdenciária oficial; imposto de renda deduzido
na fonte; contribuição sindical obrigatória; prestações alimentícias judicialmente determinadas; pena criminal
pecuniária; custas judiciais; dívidas junto ao Sistema Financeiro da Habitação; vale-transporte; retenção do
saldo salarial por falta de aviso-prévio de empregado que pede demissão; participação do empregado no custo
do vale-cultura; empréstimo financeiro contratado pelo trabalhador.
A terceira ressalva indicada no texto celetista diz respeito a descontos autorizados por norma negocial coletiva
(a CLT fala em dispositivo de contrato coletivo, valendo-se de expressão anterior à modificação promovida em
seu Título VI pelo Decreto-lei nº 229/67, instituindo a Convenção Coletiva e o Acordo Coletivo do Trabalho).
A jurisprudência dominante tem compreendido que tais descontos referem-se a contribuições sindicais
distintas da legal obrigatória (a qual, conforme dito, desde a Lei nº 13.467/2017, passou a ser facultativa),
podendo incidir estritamente sobre empregados sindicalizados. Semelhante restrição aplicar-se-ia inclusive à
chamada contribuição confederativa, aventada pelo art. 8º, IV da CF/88.
Há correntes que entendem que não pode o Judiciário atenuar descontos pactuados coletivamente para
serem feitos sobre o salário do obreiro sindicalizado, isso em virtude das regras contidas no art. 7º, XXVI e 8º,
I, CF/88, assecuratórias do reconhecimento dos instrumentos normativos negociados e da inviabilização da
intervenção estatal nos sindicatos.
A quarta ressalva colocada pelo texto celetista diz respeito a descontos relativos a dano causado pelo
empregado, ocorrendo dolo deste (§1º do art. 462, CLT).
A quinta ressalva efetuada pela ordem jurídica diz respeito a descontos relativos a dano causado pelo
empregado, ocorrendo culpa deste e desde que esta possibilidade tenha sido pactuada (§1º do art. 462, CLT).
Esta hipótese autorizativa, contudo, tem sido atenuada pela jurisprudência.
C) A Especificidade Rurícola no Tema dos Descontos: O tema relativo a descontos salariais evidencia
certa especificidade da categoria rural em face da urbana. É que a Lei de Trabalho Rural trouxe regra ainda
mais restritiva do que a contida no art. 462 da CLT a esse respeito.
Nessa linha, dispõe o art. 9º Lei nº 5.889/73: “Salvo as hipóteses de autorização legal ou decisão judiciária,
só poderão ser descontadas do empregado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o salário mínimo: a)
até o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupação da morada; b) até 25% (vinte e cinco por cento) pelo forne-
cimento de alimentação sadia e farta, atendidos os preços vigentes na região; c) adiantamentos em dinheiro”.
Esclarece o parágrafo 1º do mesmo artigo que as “deduções acima especificadas deverão ser previamente
autorizadas, sem o que serão nulas de pleno direito”.
A especificidade normativa rurícola (a lei especial não se comunica com a geral, conforme Teoria Geral
do Direito e art. 2º, §2º, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) elimina, portanto, os descontos
indenizatórios por culpa do trabalhador (que teriam de ser pactuados, segundo a CLT). A mesma regra especial
elimina, também, outros descontos a título de salário utilidade, além de alimentação e moradia.

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Férias, direito, duração, concessão, época das férias, remuneração e abono de férias

As férias constituem um direito do empregado de deixar de trabalhar e de estar à disposição do empregador


durante um determinado número de dias consecutivos por ano, sem prejuízo da remuneração, desde que
preenchidos alguns requisitos exigidos por lei19.
A concessão de férias também tem por objetivo a preservação da saúde e da integridade física do empregado,
à medida que o repouso a ser usufruído nesse período visa recuperar as energias gastas e permitir que o
trabalhador retorne ao serviço em melhores condições físicas e psíquicas.
— Duração das férias
A duração das férias é fixada de forma objetiva pelo legislador a partir do critério assiduidade do empregado
no emprego. A regra geral, inclusive para os empregados contratados sob o regime de tempo parcial, é que sua
duração é de 30 dias corridos.
No entanto, a duração do período de férias poderá ser menor em razão do número de faltas injustificadas ao
trabalho que o empregado tiver durante o período aquisitivo, conforme a proporção prevista no art. 130 da CLT.
— Concessão das férias
O legislador estabelece de forma objetiva um prazo para que o empregador conceda as férias ao empregado,
chamado de período concessivo das férias.
Assim, as férias serão concedidas por ato do empregador no período concessivo, que corresponde aos 12
meses subsequentes ao período aquisitivo (art. 134, CLT).
A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador, devendo este,
porém, respeitar o período concessivo respectivo (art. 136, CLT).
As férias deverão, como regra, ser concedidas em um só período, sendo que, havendo concordância do
empregado, poderão ser usufruídas em até 3 (três) períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14
dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a 5 dias corridos cada um (art. 134, caput e §1º, CLT).
Com a revogação do §2º do art. 134 da CLT pela Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), não há mais
vedação para o fracionamento das férias dos empregados maiores de 50 anos e menores de 18 anos.
É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal
remunerado (art. 134, §3º, CLT).
Nos termos do art. 137 da CLT, a concessão das férias após o período concessivo implica na obrigação do
empregador pagar em dobro a respectiva remuneração [(remuneração normal + 1/3) x 2].
— Remuneração das férias
A remuneração das férias equivale à remuneração normal do empregado, ou seja, o mesmo valor que o
empregado receberia caso trabalhasse no respectivo período, acrescida de 1/3 (art. 142, CLT, e art. 7º, XVII,
CF).
O pagamento da remuneração das férias deve ser feito até 2 dias antes do empregado iniciar o período
respectivo, mediante recibo, do qual deve constar indicação do início e do término das férias (art. 145, CLT).
— Irrenunciabilidade
A natureza imperativa das normas sobre férias faz com que o direito a elas seja irrenunciável pelo empregado.
A indisponibilidade do direito tem como objetivo garantir o repouso do empregado durante o período respectivo.
Assim, o descanso deve obrigatoriamente ser observado pelo empregado, que não poderá, durante as
férias, prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de
trabalho regularmente mantido com aquele (art. 138, CLT).

19 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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Além disso, não pode o empregado substituir o período de descanso por parcela em dinheiro, sendo inválida
a chamada “venda de férias”.
No entanto, o legislador amenizou esta imperatividade ao permitir a conversão parcial do período de férias
em pecúnia. Trata-se do abono de férias, que é caracterizado pela faculdade concedida ao empregado de
converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em trabalho, recebendo, como consequência, abono
pecuniário no valor da remuneração correspondente aos dias trabalhados (art. 143, CLT).
O abono de férias deverá ser requerido pelo empregado até 15 dias antes do término do período aquisitivo
(art. 143, §1º, CLT).
O pagamento do abono será feito no mesmo prazo e da mesma forma que o pagamento da remuneração
das férias, ou seja, até dois dias antes do empregado sair de férias (art. 145, CLT).
Com a revogação do art. 143, §3º, CLT, pela Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), o abono de férias
também pode ser requerido pelos empregados contratados sob regime de tempo parcial.
Em se tratando de férias coletivas, o abono de férias deve ser objeto de acordo coletivo e, ainda, ser requerido
individualmente pelo empregado que tenha interesse na conversão (art. 143, §2º, CLT).
O abono de férias tem natureza indenizatória, não integrando a remuneração do empregado para os efeitos
da legislação trabalhista (art. 144, CLT).

Salário e remuneração: Conceito e distinções; Composição do salário; Modalidades


de salário; formas e meios de pagamento do salário; 13º salário; equiparação salarial;
Princípio da igualdade de salário; Desvio de função

Salário e remuneração correspondem à contraprestação pecuniária paga ao empregado em decorrência da


sua prestação de serviços20.
Remuneração é gênero, do qual salário é espécie.
Remuneração é o conjunto de todas as verbas recebidas pelo empregado como contraprestação pelos
serviços prestados, abrangendo aquela que é paga pelo próprio empregador (salário), como aquelas pagas por
terceiros (gorjetas).
— Composição do salário
A contraprestação pelo serviço devida e paga diretamente pelo empregador ao empregado não se limita ao
salário.
Nesse sentido, o art. 457, §1º, da CLT prevê que, além da importância fixa estipulada (salário base), integram
o salário as gratificações legais e de função e as comissões pagas pelo empregador.
As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, limitadas a 50% da remuneração
mensal, o auxílio alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para viagem e os prêmios não
integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de encargo trabalhista e previdenciário (art. 457, §2º, CLT).
Também a lei estipula situações que geram obrigatoriamente pagamentos de natureza salarial ao empregado,
como é o caso da gratificação de Natal e dos adicionais de remuneração, quando pagos com habitualidade.
Além do pagamento em dinheiro, compreendem-se no salário, para todos os efeitos legais, as prestações
in natura (utilidades) que o empregador fornecer habitualmente ao empregado, por força do contrato ou do
costume (art. 458, CLT). Trata-se do chamado salário-utilidade.

20 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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Salário = salário-base + comissões/percentagens + gratificações ajustadas + diárias para viagem
que
excedam 50% do salário + abonos + outras parcelas previstas em lei + parcelas salariais
voluntariamente concedidas pelo empregador + utilidades
A importância de se caracterizar um pagamento feito pelo empregador ao empregado como salário reside no
fato de que, sendo considerado salário, integrará a base de cálculo dos demais direitos trabalhistas.
A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando dispuserem
sobre remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por
desempenho individual (art. 611-A, IX, CLT).
— Modalidades de salário
Salário-base
O salário-base (ou básico) é a contraprestação salarial fixa paga pelo empregador ao empregado em
decorrência do contrato de trabalho.
Ao salário-base recebido pelo empregado podem ser agregados outros pagamentos feitos pelo empregador,
com natureza salarial, somando-se a ele na composição do complexo salarial do empregado.
Os direitos trabalhistas do empregado são calculados ou sobre o salário-base ou sobre o complexo salarial
por ele recebido, dependendo do caso e da previsão normativa específica.
Comissões
A comissão constitui modalidade de contraprestação variável, condicionada ao serviço realizado ou à
produção alcançada pelo trabalhador.
Trata-se de modalidade de salário por unidade de obra, constituindo verba calculada levando-se em conta
o montante produzido pelo trabalhador em relação à sua natureza jurídica, as comissões são modalidade de
salário pago por unidade de obra ou serviço.
Gratificações legais
Gratificação significa demonstração de agradecimento, retribuição e, no campo do Direito do Trabalho,
originariamente tinha uma conotação de recompensa ou prêmio pago pelo empregador ao empregado, por
mera liberalidade e sem qualquer promessa de repetição de pagamento.
O legislador fazia a distinção entre gratificações ajustadas (decorrentes de ajuste prévio, tácito ou expresso,
gerando expectativa de recebimento) e gratificações pagas por mera liberalidade do empregador (sem ajuste
prévio e sem expectativa de recebimento), para o fim de definir sua integração ou não ao salário do empregado.
No entanto, a Lei n. 13.467/2015 (Reforma Trabalhista) acabou com referida distinção para fins de definição
de integração ao salário, tendo modificado a redação dos parágrafos 1º e 2º do art. 457 e redefinido a
abrangência do salário e, consequentemente, da remuneração para fins de incidência de encargos trabalhistas
e previdenciários.
Assim, somente as gratificações legais (por exemplo, a gratificação por exercício de função paga, nos termos
do art. 62, parágrafo único, CLT, em decorrência do cargo de confiança) integram o salário do empregado.
Não se tratando de gratificação legal, a gratificação paga pelo empregador ao empregado, ainda que de
forma habitual, não integram o salário deste.
Parcelas não salariais
Nem todos os valores recebidos pelo empregado em decorrência do contrato de trabalho têm natureza
salarial. O legislador prevê alguns tipos de pagamento recebidos pelo empregado que não são incluídos no
salário, como a ajuda de custo, o auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, as diárias para
viagem, os prêmios e os abonos (art. 457, §2º, CLT).
Outros pagamentos, embora não previstos expressamente por lei, têm reconhecida sua natureza não salarial
pela doutrina e pela jurisprudência.

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Meios de pagamento do salário
O ordenamento jurídico trabalhista permite que o salário, como contraprestação pelos serviços prestados,
seja pago em pecúnia, ou seja, em moeda corrente do país, ou em bens ou serviços, caracterizando o chamado
salário-utilidade ou salário in natura (art. 458, CLT).
Salário-utilidade
Salário-utilidade é a prestação in natura que o empregador, por força do contrato de trabalho ou do costume,
atribui ao empregado em retribuição dos serviços prestados. Constitui modalidade de remuneração paralela ao
salário pago em dinheiro.
Assim, conclui-se que o salário pode ser pago em dinheiro ou em bens de outra natureza, com valor
econômico significativo para o empregado, especificamente denominados utilidades.
O pagamento de salário em utilidades é permitido expressamente pela legislação trabalhista, no art. 458 da
CLT.
Este dispositivo legal não é taxativo no que diz respeito à enumeração das utilidades que são consideradas
salário.
Para a caracterização das prestações in natura como salário, é necessário, porém, que sejam preenchidos
os seguintes requisitos:
a) habitualidade – nem toda utilidade fornecida pelo empregador é salário; uma utilidade só terá natureza
salarial quando presente o requisito da habitualidade. A habitualidade constitui, pois, elemento intrínseco do
conceito de utilidade como prestação remuneratória;
b) a prestação in natura deve representar um ganho para o trabalhador – isto é, deve satisfazer total ou
parcialmente um consumo; se a utilidade não fosse fornecida pelo empregador, o trabalhador só teria podido
adquiri-la a suas próprias expensas;
c) a prestação in natura não é indispensável para a realização do trabalho – sendo fornecida pelo
trabalho, ou seja, como contraprestação pelo serviço prestado, a utilidade terá natureza salarial; ao contrário,
a utilidade necessária para que o empregado possa realizar seu trabalho, ou seja, que é fornecida para o
trabalho, não tem natureza salarial.
O §2º do art. 458 da CLT estabelece quais utilidades concedidas pelo empregador que não serão consideradas
como salário.
— Gratificação de Natal (Décimo Terceiro Salário)
A gratificação de Natal, também chamada de décimo terceiro
salário, foi instituída pela Lei n. 4.090/62, com regulamentação pelo Decreto n. 57.155/65 (que foi revogado
pelo Decreto nº 10.854, de 2021), e pelos acréscimos trazidos pela Lei n. 4.749/65.
A Constituição Federal de 1988 estendeu o direito à gratificação de Natal a todos os empregados, inclusive
domésticos (art. 7º, VIII e parágrafo único).
Por força do disposto no inciso XXXIV, do art. 7º, da Constituição Federal, aos trabalhadores avulsos são
assegurados todos os direitos trabalhistas, razão pela qual têm direito ao décimo terceiro salário.
A gratificação de Natal é um direito recebido com periodicidade anual, com valor equivalente à remuneração
que o empregado receber em dezembro de cada ano, compreendendo o salário e todos os seus componentes,
inclusive salário in natura e gorjetas.
Os demais valores pagos pelo empregador ao empregado que tenham natureza salarial, tais como adicional
de horas extras e adicional noturno pagos habitualmente, adicionais de insalubridade, de periculosidade e de
transferência, integram o cálculo da gratificação natalina.
Outras gratificações recebidas pelo empregado com periodicidade semestral integram o décimo terceiro
salário pelo seu duodécimo (o cálculo é feito da seguinte forma: somam-se as duas gratificações semestrais e
divide-se por 12; o resultado da operação, isto é, o duodécimo, será integrado ao cálculo do décimo terceiro).

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O pagamento do décimo terceiro salário será efetuado pelo empregador em duas parcelas: a primeira, a título
de adiantamento, será paga de uma só vez ao empregado entre os meses de fevereiro e novembro de cada
ano, sendo o seu valor calculado à base de cinquenta por cento do salário do mês anterior ao seu pagamento
(art. 2º, Lei n. 4.749/65, e art. 3º; a segunda será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se por
base a remuneração de dezembro e compensando-se o valor do adiantamento (art. 1º, Lei n. 4.749/65, e art.
1º, caput, e art. 3º, §3º).
Caso o contrato de trabalho não tenha vigorado durante todo o ano, a gratificação natalina será devida de
forma proporcional, calculada à base de 1/12 (um doze avos) da remuneração devida em dezembro, por mês
de serviço, sendo que a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral (art. 1º,
§§1º e 2º, Lei n. 4.090/62, e art. 1º, caput e parágrafo único).
— O princípio da não discriminação e a igualdade
A questão da igualdade entre homens e mulheres no trabalho deve ser tratada como uma questão de direitos
humanos e como um requisito indispensável ao regime democrático.
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 estabelece que “todos são iguais perante a lei”, sendo que
“homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações” (art. 5º, caput e I).
A previsão constitucional da igualdade entre homens e mulheres se aplica a diversos aspectos da relação
de emprego, como, por exemplo, em relação à capacidade para trabalhar e celebrar contrato de trabalho, ao
cumprimento de jornada de trabalho igual e ao recebimento do mesmo salário para trabalho de igual valor.
Algumas normas internacionais estabelecem importantes regras de proteção à mulher, em relação ao
trabalho.
A Convenção n. 100 da OIT, ratificada pelo Brasil, disciplina o princípio da igualdade de remuneração para a
mão de obra masculina e feminina, por um trabalho de igual valor.
A Convenção n. 111 da OIT, também ratificada pelo Brasil, proíbe a discriminação no emprego ou profissão.
Esta Convenção enumera as hipóteses em que ocorre discriminação em matéria de emprego e profissão,
delimita o campo de incidência dos termos “emprego” e “profissão”, estabelece as obrigações dos Estados-
membros e indica hipóteses que não serão consideradas discriminatórias.
Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho as disposições que
contenham qualquer previsão contrária ao quanto disposto pelo art. 373-A da CLT, em especial se estabelecerem
supressão ou redução dos direitos relativos à proibição de práticas discriminatórias em relação à mulher (art.
611-B, XXX, CLT).
Desvio de Função21
Ocorre desvio de função quando o empregado exerce outra função, sem que haja o pagamento do salário
respectivo.
A princípio, o desvio de função ocorre quando as responsabilidades e atribuições dos profissionais não são
executadas conforme o que foi previamente combinado com o empregador. Assim, o funcionário acaba reali-
zando atividades para as quais não foi contratado inicialmente.
No desvio de função não existe comparação de trabalho entre duas pessoas. O desvio cria o direito ao pa-
gamento das diferenças salariais enquanto houver o exercício da função. Não implica, porém, reclassificação
do funcionário.
Com a reforma trabalhista, o desvio de função pode gerar indenização aos profissionais. Ou seja, os cola-
boradores submetidos ao ato antiético devem ter direito a contar com a alteração do contrato vigente e conse-
quente acréscimo na remuneração.
Dessa forma, os funcionários, portanto, podem considerar revisitar as funções de seu cargo, bem como,
também podem solicitar a indenização por danos morais aos contratantes.
Não se confunde o desvio de função com a equiparação salarial. Nesta, há a comparação entre o trabalho
de duas pessoas, que exercem funções idênticas. No desvio, o empregado não é comparado com outro, mas
em razão de exercer função diversa, seria devido o salário da função.

21 [ Martins, Sergio P. Direito do trabalho. (39th edição). Editora Saraiva, 2023.]

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53
A Súmula 223 do TFR mostrava que o empregado, apenas durante o desvio funcional, tem direito à dife-
rença salarial, ainda que o empregador possua quadro de pessoal organizado em carreira. O parágrafo único
do art. 456 da CLT afirma que à falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entende-se que
o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. Não existe, porém,
previsão legal para o pagamento de diferenças salariais decorrentes de desvio de função.
O STJ entende que se for reconhecido o desvio de função, o servidor fará jus às diferenças salariais decor-
rentes (S. 378).
Importante: Esclarece a OJ 125 da SDI-1 do TST que o desvio funcional não dá direito ao reenquadramen-
to, e sim às diferenças salariais, assim consideradas as diferenças entre o salário recebido, correspondente à
função para a qual o empregado foi contratado, e o salário da função efetivamente desempenhada, enquanto
exercida a função.
O empregado público teria que prestar concurso público (art. 37, II, da Constituição) para exercer outra
função.
O empregado terá dois anos para ingressar com a ação a contar da cessação do contrato de trabalho, po-
dendo postular os últimos cinco anos contados da propositura da ação.
A doutrina trabalhista22diverge sobre o cabimento do desvio de função: parte defende que só poderá haver
desvio de função se houver quadro organizado de carreira, na hipótese de as funções serem definidas previa-
mente. Não sendo assim, estar-se-á diante da ação do poder diretivo do empregador.
Nesta hipótese, é importante recordar que em caso de existência de quadro de carreira compete à Justiça
do Trabalho apreciar a reclamação fundada somente nos seguintes pedidos: preterição, enquadramento ou
reclassificação.
A existência do quadro não inviabiliza que o trabalhador pleiteie junto à Justiça do Trabalho sua correta
observância (Súmula 19 do TST), ou, ainda, pretenda seu reenquadramento ou reclassificação (Súmula 127
do TST).
Nesse sentido, pode o empregado pleitear na Justiça do Trabalho diferenças salarias por desvio de função.

Benefícios aos trabalhadores e trabalhadoras: vale transporte, FGTS, seguro desem-


prego e abono salarial

Benefícios aos trabalhadores e trabalhadoras23


— Vale Transporte
A Lei nº 7.418/1985 assegurou ao doméstico o direito ao vale-transporte. Não obstante, a LC nº 150/2015
facultou a substituição do vale-transporte, a critério do empregador, pelo valor necessário à aquisição das pas-
sagens29. Trata-se de dispositivo que tem como finalidade simplificar a relação de emprego doméstico.
A autorização consta do parágrafo único do art. 19, nos seguintes termos:
Art. 19, parágrafo único. A obrigação prevista no art. 4º da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, poderá
ser substituída, a critério do empregador, pela concessão, mediante recibo, dos valores para a aquisição das
passagens necessárias ao custeio das despesas decorrentes do deslocamento residência-trabalho e vice-ver-
sa.
Naturalmente a substituição do vale-transporte pelo valor correspondente em pecúnia, nos termos do su-
pramencionado art. 19, não tem o condão de conferir à parcela natureza salarial. Aliás, mesmo antes da auto-
rização expressa trazida pela Lei do Doméstico, a jurisprudência já admitia o pagamento em dinheiro do vale-
-transporte devido ao doméstico, justamente em razão da ausência de rigor formalístico neste tipo de relação.

22 [ Calvo, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. (7th edição). Editora Saraiva, 2023.]
23 [ Resende, Ricardo. Direito do Trabalho. (9th edição). Grupo GEN, 2023.]

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— FGTS
Noções Básicas Introdutórias
No presente estudo serão abordados os principais pontos acerca da lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990, com
redação dada pela Lei nº 13.932/2019, que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS,
dentre outras providências.
A constituição do FGTS é decorrente dos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei, bem como
de outros recursos a ele incorporados, que devem ser aplicados mediante atualização monetária e juros, de
forma a assegurar a cobertura de suas obrigações.
Desta forma, constituem recursos incorporados ao FGTS:
– Eventuais saldos apurados nos termos de resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica Federal
no período entre o repasse dos bancos e o depósito nas contas vinculadas dos trabalhadores;
– Dotações orçamentárias específicas;
– Resultados das aplicações dos recursos do FGTS;
– Multas, correção monetária e juros moratórios devidos; e
– Outras receitas patrimoniais e financeiras.
– OBS. Importante: As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são absolutamente impenhoráveis.
Ressalta-se que o FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por meio de Conselho Curador,
que se compõe de representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais, na
forma estabelecida pelo Poder Executivo.
Desse modo, destaca-se os seguintes critérios acerca do Conselho Curador:
– A Presidência será exercida pelo Ministro de Estado do Trabalho e Previdência ou representante por ele
indicado;
– Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus suplentes serão indicados pelas respec-
tivas centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados pelo Poder Executivo com mandato de 2 dois
anos, podendo ser reconduzidos uma única vez;
– O Conselho Curador se reunirá a cada bimestre, por convocação de seu Presidente;
– As reuniões do Conselho Curador serão públicas, bem como gravadas e transmitidas ao vivo por meio do
sítio do FGTS na internet, salvo nas matérias sob sigilo;
– As decisões serão tomadas com a presença da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente
voto de qualidade.
Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos de reputação ilibada e de
notório conhecimento, mediante os seguintes requisitos:
a) Possuir formação acadêmica superior; e
b) Não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q”, I, caput da LC nº 64/90.
(Incluído pela Lei nº 13.932/2019).
Com a vigência da Lei Complementar nº 150/2015, o FGTS passou a ser obrigatório também para os em-
pregadores domésticos. Quanto aos aspectos operacionais (“aspectos técnicos de depósitos, saques, devolu-
ção de valores e emissão de extratos, entre outros”), a Lei do Doméstico (art. 21, caput) determinou a utilização
dos critérios definidos pela Lei nº 8.036/1990, a qual regula o FGTS dos empregados em geral.
As regras relativas ao FGTS devido ao doméstico são basicamente iguais, portanto, àquelas aplicáveis aos
empregados em geral. A grande diferença é a substituição, no caso do doméstico, da multa compensatória (art.
18, §§1º e 2º, da Lei nº 8.036/1990) pelo recolhimento mensal da importância de 3,2% sobre a remuneração
devida. Referido recolhimento está previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 150/2015, in verbis:

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Art. 22. O empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento)
sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado, destinada ao pagamento da indenização
compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, não se aplicando ao em-
pregado doméstico o disposto nos §§1º a 3º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.
§1º Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato de trabalho por prazo
determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado doméstico, os valores previstos no caput serão
movimentados pelo empregador.
§2º Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previstos no caput será movimentada pelo empre-
gado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador.
§3º Os valores previstos no caput serão depositados na conta vinculada do empregado, em variação distinta
daquela em que se encontrarem os valores oriundos dos depósitos de que trata o inciso IV do art. 34 desta Lei,
e somente poderão ser movimentados por ocasião da rescisão contratual.
§4º À importância monetária de que trata o caput, aplicam-se as disposições da Lei nº 8.036, de 11 de maio
de 1990, e da Lei nº 8.844, de 20 de janeiro de 1994, inclusive quanto a sujeição passiva e equiparações, prazo
de recolhimento, administração, fiscalização, lançamento, consulta, cobrança, garantias, processo administra-
tivo de determinação e exigência de créditos tributários federais.
Assim, além do percentual mensal que será depositado pelo empregador, à razão de 8% sobre a remune-
ração paga ou devida no mês anterior (art. 34, IV, da LC nº 150/2015), o empregador deverá recolher ainda,
mensalmente, o montante equivalente a 3,2% da remuneração paga ou devida no mês anterior, a fim de criar
espécie de provisão para, se for o caso, pagar indenização compensatória da perda do emprego, que será
equivalente à indenização compensatória do FGTS (multa dos 40%)31.
Nas hipóteses de pedido de demissão, dispensa por justa causa ou término de contrato, o empregador
movimentará o valor depositado referente à indenização. Se a hipótese for de culpa recíproca, empregado e
empregador levantarão, cada um, metade do valor. Nas demais hipóteses, o empregado levantará o valor de-
positado.
— Seguro-desemprego
No sistema da Lei nº 5.859/1972, com a redação dada pela Lei nº 10.208/2001, o doméstico tinha direito ao
seguro-desemprego apenas nas hipóteses em que o empregador houvesse optado por inscrever o empregado
no FGTS. Todavia, a EC nº 72/2013 assegurou ao doméstico o direito ao seguro-desemprego, direito este con-
dicionado apenas à posterior regulamentação.
Neste diapasão, o empregado fará jus ao benefício no valor de um salário mínimo, pelo período máximo
de três meses, de forma contínua ou alternada, sempre que for dispensado sem justa causa (art. 26, LC nº
150/2015) e comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 meses
nos últimos 24 meses (art. 28, I, LC nº 150/2015).
O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem prejuízo das demais sanções cíveis e penais ca-
bíveis: I) pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua qualifi-
cação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior; II) por comprovação de falsidade na prestação
das informações necessárias à habilitação; III) por comprovação de fraude visando à percepção indevida do
benefício do seguro-desemprego; ou IV) por morte do segurado.
O período aquisitivo é de dezesseis meses, sendo que o requerimento de habilitação no Programa do
Seguro-Desemprego só poderá ser proposto a cada novo período aquisitivo, desde que cumpridos todos os
requisitos estabelecidos na Lei Complementar nº 150/2015 e na Resolução CODEFAT nº 754/2015 (art. 6º da
Resolução).
— Abono Salarial
Embora a denominação da parcela possa levar a alguma confusão em relação aos abonos referidos pela
CLT, temos aqui um benefício de direito público, advindo de fundo de natureza pública.

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Com efeito, o abono salarial (mais conhecido como abono do PIS/PASEP), no valor de até um salário míni-
mo58, é devido aos trabalhadores cadastrados há mais de cinco anos no Programa de Integração Social – PIS
ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP e que tenham auferido, no ano an-
terior, remuneração média mensal de até dois salários mínimos, bem como trabalhado (com a CTPS assinada,
é claro) por pelo menos 30 dias no mesmo ano59.
Obviamente, tal parcela não tem natureza salarial, até mesmo porque sequer é paga pelo empregador.
Cabe ao empregador tão somente informar corretamente os dados do empregado na RAIS (Relação Anual de
Informações Sociais), que serve como base para a triagem dos beneficiários do abono salarial, sob pena de,
configurado o prejuízo (não recebimento do abono salarial), estar sujeito à indenização do trabalhador, nos
termos da lei civil. Ao abono, antes da Reforma Trabalhista de 2017, era pacificamente reconhecida a natureza
salarial; com a vigência da Lei nº 13.467/2017, entretanto, a natureza salarial passou dessa parcela a ser ex-
pressamente afastada pela Lei.
Importante:

O abono é, tecnicamente, uma antecipação de salário feita pelo emprega-


dor. Não se confunde com outros institutos que usam denominação seme-
lhante, tais qual o abono pecuniário de férias ou o abono previsto em contra-
to ou norma coletiva a que alude o art. 144 da CLT.
Abono → antecipação de salário ou de reajuste salarial. Não tem natureza
salarial por força de lei.
Abono Salarial ou Abono do PIS → parcela de direito público, assegurada
a quem é cadastrado no PIS/PASEP há 5 anos, recebeu em média até 2 salários
mínimos no ano anterior e esteve empregado por pelo menos 30 dias.

LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990


Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
lei:
Art. 1º O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro
de 1966, passa a reger-se por esta lei.
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a
ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura
de suas obrigações.
§1º Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos do caput deste artigo:
a) eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, §4º;
b) dotações orçamentárias específicas;
c) resultados das aplicações dos recursos do FGTS;
d) multas, correção monetária e juros moratórios devidos;
e) demais receitas patrimoniais e financeiras.
§2º As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são absolutamente impenhoráveis.
Art. 3º O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador, composto por
representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais, na forma estabelecida
pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 9.649, de 1998) (Vide Medida Provisória nº 2.216-37, de
2001) (Vide Decreto nº 3.101, de 2001) (Vide Decreto nº 11.496, de 2023)
§1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro de Estado do Trabalho e Previdência ou
representante por ele indicado. (Redação dada pelo Lei nº 14.261, de 2021)
§2º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

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§3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus suplentes serão indicados pelas res-
pectivas centrais sindicais e confederações nacionais, serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato
de 2 (dois) anos e poderão ser reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa
como membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período consecutivo
superior a 4 (quatro) anos no Conselho. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.
Esgotado esse período, não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus membros poderá fazê-la, no prazo
de 15 (quinze) dias. Havendo necessidade, qualquer membro poderá convocar reunião extraordinária, na forma
que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.
§4º-A. As reuniões do Conselho Curador serão públicas, bem como gravadas e transmitidas ao vivo por
meio do sítio do FGTS na internet, o qual também possibilitará acesso a todas as gravações que tiverem sido
efetuadas dessas reuniões, resguardada a possibilidade de tratamento sigiloso de matérias assim classificadas
na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da maioria simples de seus membros, tendo o
Presidente voto de qualidade. (Redação dada pela Lei nº 9.649, de 1998) (Vide Medida Provisória nº 2.216-37,
de 2001)
§6º As despesas porventura exigidas para o comparecimento às reuniões do Conselho constituirão ônus
das respectivas entidades representadas.
§7º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador, decorrentes das
atividades desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os
fins e efeitos legais.
§8º O Poder Executivo designará, entre os órgãos governamentais com representação no Conselho Cura-
dor do FGTS, aquele que lhe proporcionará estrutura administrativa de suporte para o exercício de sua compe-
tência e que atuará na função de Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao Presidente do Conselho
Curador acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes,
é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representa-
ção, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
§10. Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos de reputação ilibada
e de notório conhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.932, de
2019)
I - ter formação acadêmica superior; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do caput do
art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 4º O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o órgão do Poder Executivo responsável pela
política de habitação, e caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente operador. (Redação dada
pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - estabelecer as diretrizes e os programas de alocação dos recursos do FGTS, de acordo com os critérios
definidos nesta Lei, em conformidade com a política nacional de desenvolvimento urbano e as políticas seto-
riais de habitação popular, saneamento básico, microcrédito e infraestrutura urbana estabelecidas pelo governo
federal; (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
II - acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira dos recursos, bem como os ganhos sociais e o
desempenho dos programas aprovados;
III - apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do FGTS;

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IV - aprovar as demonstrações financeiras do FGTS, com base em parecer de auditoria externa indepen-
dente, antes de sua publicação e encaminhamento aos órgãos de controle, bem como da distribuição de resul-
tados; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
V - adotar as providências cabíveis para a correção de atos e fatos do gestor da aplicação e da CEF que
prejudiquem o desempenho e o cumprimento das finalidades no que concerne aos recursos do FGTS; (Reda-
ção dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias de sua
competência;
VII - aprovar seu regimento interno;
VIII - fixar as normas e valores de remuneração do agente operador e dos agentes financeiros;
IX - fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em atraso;
X - fixar critério e valor de remuneração para o exercício da fiscalização;
XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões proferidas pelo Conselho, bem como as contas
do FGTS e os respectivos pareceres emitidos.
XII - fixar critérios e condições para compensação entre créditos do empregador, decorrentes de depósitos
relativos a trabalhadores não optantes, com contratos extintos, e débitos resultantes de competências em atra-
so, inclusive aqueles que forem objeto de composição de dívida com o FGTS. (Incluído pela Lei nº 9.711, de
1998)
XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS: (Incluído
pela Lei nº 11.491, de 2007)
a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por proposta do Comitê de Investimento; (Incluído pela Lei
nº 11.491, de 2007)
b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS, em cada
exercício; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a composição do Comitê de Investimento; (Incluído
pela Lei nº 11.491, de 2007)
d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica Federal pela administração e gestão do FI-F-
GTS, inclusive a taxa de risco; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos do FI-FGTS; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos do FI-FGTS por setor, por empreendimento e
por classe de ativo, observados os requisitos técnicos aplicáveis (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de retorno dos recursos à conta vinculada, observado
o disposto no §19 do art. 20 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela Caixa Econômica Federal; e (Incluído pela Lei nº
11.491, de 2007)
i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos trabalhadores, estabelecendo previamente os limites
globais e individuais, parâmetros e condições de aplicação e resgate. (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
XIV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
XV - autorizar a aplicação de recursos do FGTS em outros fundos de investimento, no mercado de capitais
e em títulos públicos e privados, com base em proposta elaborada pelo agente operador, devendo o Conselho
Curador regulamentar as formas e condições do investimento, vedado o aporte em fundos nos quais o FGTS
seja o único cotista; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo agente operador ou pelos agentes financeiros na interme-
diação da movimentação dos recursos da conta vinculada do FGTS, inclusive nas hipóteses de que tratam os
incisos V, VI e VII do caput do art. 20 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

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XVII - estabelecer, em relação à autorização de aplicação de recursos do FGTS em fundos garantidores de
crédito e sua regulamentação quanto às formas e condições: (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
a) o valor da aplicação com fundamento em proposta elaborada pelo gestor da aplicação; e (Incluído pela
Lei nº 14.438, de 2022)
b) a cada 3 (três) anos, percentual mínimo do valor proposto para aplicação na política setorial do microcré-
dito, respeitado o piso de 30% (trinta por cento). (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
§1º O Conselho Curador será assistido por um Comitê de Auditoria e Riscos, constituído na forma do Re-
gimento Interno, cujas atribuições e condições abrangerão, no mínimo, aquelas estipuladas nos arts. 24 e 25,
§§1º a 3º, da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário das empresas públicas
e sociedades de economia mista que forem aplicáveis, ainda que por similaridade, ao FGTS, e cujas despesas
serão custeadas pelo Fundo, por meio de sua Secretaria Executiva, observado o disposto no §3º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§2º O Conselho Curador poderá ser assistido regularmente por pessoas naturais ou jurídicas especializadas
em planejamento, em gestão de investimentos, em avaliação de programas e políticas, em tecnologia da infor-
mação ou em qualquer outra especialização julgada necessária para subsidiá-lo no exercício de suas atribui-
ções, e as despesas decorrentes ficarão a cargo do FGTS, observado o disposto no §3º deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.932, de 2019)
§3º Os custos e despesas incorridos pelo FGTS não poderão superar limite a ser estabelecido pelo Conse-
lho Curador, o qual observará, no mínimo, os custos por atividades, os ganhos de escala e produtividade, os
avanços tecnológicos e a remuneração praticada por outros fundos no mercado de capitais, excluídos da base
de cálculo aqueles cuja administradora receba remuneração específica, e incluirão: (Incluído pela Lei nº 13.932,
de 2019)
I - os serviços de fiscalização, as atividades de arrecadação, de cobrança administrativa e de emissão de
certidões; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - os serviços de cobrança judicial dos créditos inscritos em dívida ativa; (Incluído pela Lei nº 13.932, de
2019)
III - os serviços contratados pela Secretaria Executiva para suporte às ações e decisões do Conselho Cura-
dor e do Comitê de Auditoria e Riscos, bem como os valores despendidos com terceiros; (Incluído pela Lei nº
13.932, de 2019)
IV - a capacitação dos gestores. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§4º O Conselho Curador especificará os serviços de suporte à gestão e à operação que poderão ser con-
tratados pela Secretaria Executiva com recursos do FGTS, cabendo-lhe aprovar o montante destinado a tal
finalidade no orçamento anual. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§5º As auditorias externas contratadas pelo Comitê a que se refere o §1º deste artigo não poderão prestar
serviços ao agente operador durante a execução dos contratos de auditoria com o FGTS. (Incluído pela Lei nº
13.932, de 2019)
§6º O limite de custos e despesas a que se refere o §3º deste artigo não inclui taxas de risco de crédito e
demais custos e despesas devidos ao agente operador e aos agentes financeiros. (Incluído pela Lei nº 13.932,
de 2019)
§7º O limite de que trata o §3º deste artigo será, em cada exercício, de até 0,06% (seis centésimos por cen-
to) do valor dos ativos do FGTS ao final do exercício anterior e, até a publicação das demonstrações financei-
ras, esse limite será calculado a partir de estimativas divulgadas pelo Conselho Curador para o valor dos ativos
do FGTS ao final daquele exercício. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)07, de 2022)
§8º A taxa de administração do FGTS devida ao agente operador não será superior a 0,5% (cinco décimos
por cento) ao ano do valor total dos ativos do Fundo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) (Vigência)
§9º §9º A taxa de administração de que trata a alínea “d” do inciso XIII do caput deste artigo não será supe-
rior a 0,5% (cinco décimos por cento) ao ano do valor total dos ativos do FI-FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.932,
de 2019) (Vigência)

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§10. O piso de que trata a alínea “b” do inciso XVII do caput deste artigo poderá ser revisto pelo Conselho
Curador a cada 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
Art. 6º Ao gestor da aplicação compete: (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
I - praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação do Fundo, de acordo com as diretrizes e progra-
mas estabelecidos pelo Conselho Curador;
II - expedir atos normativos relativos à alocação dos recursos para implementação dos programas aprova-
dos pelo Conselho Curador;
III - elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de aplicação dos recursos, discriminados por região
geográfica, e submetê-los até 31 de julho ao Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 14.118,
de 2021)
IV - acompanhar a execução dos programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura
urbana previstos no orçamento do FGTS e implementados pela CEF, no papel de agente operador; (Redação
dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
V - submeter à apreciação do Conselho Curador as contas do FGTS;
VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos necessários ao aprimoramento operacional dos
programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana;
VII - definir as metas a serem alcançadas nos programas de habitação popular, saneamento básico e infra-
-estrutura urbana.
Art. 6º-A. Caberá ao Ministério da Saúde regulamentar, acompanhar a execução, subsidiar o Conselho
Curador com estudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional e definir as metas a serem al-
cançadas nas operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições
que atuem no campo para pessoas com deficiência, sem fins lucrativos, que participem de forma complementar
do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 13.832, de 2019)
Art. 6º-B. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe: (Vide Lei Complementar nº 150,
de 2015)
I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir regularmente os extra-
tos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da rede arrecadadora dos recursos do FGTS;
II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos adiministrativo-operacionais dos bancos deposi-
tários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores, integrantes do sistema do FGTS;
III - definir procedimentos operacionais necessários à execução dos programas estabelecidos pelo Conse-
lho Curador, com base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo gestor da aplicação; (Redação
dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular, infra-estrutura
urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;
V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;
VI - elaborar as demonstrações financeiras do FGTS, incluídos o Balanço Patrimonial, a Demonstração do
Resultado do Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, em conformidade com as Normas Contábeis
Brasileiras, e encaminhá-las, até 30 de junho do exercício subsequente, ao gestor de aplicação; (Redação dada
pela Lei nº 14.438, de 2022)
VII - implementar atos emanados do gestor da aplicação relativos à alocação e à aplicação dos recursos do
FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador; (Redação dada pela Lei nº 13.932,
de 2019)
VIII - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a remuneração aplicável
às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)

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X - realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por meio de sistemas informatizados e auditáveis;
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
XI - colocar à disposição do Conselho Curador, em formato digital, as informações gerenciais que estejam
sob gestão do agente operador e que sejam necessárias ao desempenho das atribuições daquele colegiado.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Parágrafo único. O gestor da aplicação e o agente operador deverão dar pleno cumprimento aos programas
anuais em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, e eventuais alterações somente poderão ser proces-
sadas mediante prévia anuência daquele colegiado. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 8º O gestor da aplicação, o agente operador e o Conselho Curador do FGTS serão responsáveis pelo
fiel cumprimento e observância dos critérios estabelecidos nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de
2019)
Art. 9º As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas exclusivamente segundo critérios fixados pelo
Conselho Curador do FGTS e em operações que preencham os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei
nº 13.932, de 2019)
I - Garantias: (Redação dada pela Lei nº 9.467, de 1997)
a) hipotecária; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a financiamentos concedidos com recursos do agente
financeiro; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis objeto de financiamento; (Incluída pela Lei nº
9.467, de 1997)
d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e desembaraçados
de quaisquer ônus; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de financiamentos concedidos com recursos próprios,
garantidos por penhor ou hipoteca; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
g) seguro de crédito; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa jurí-
dica de direito público ou de direito privado a ela vinculada; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
i) aval em nota promissória; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
j) fiança pessoal; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
m) fiança bancária; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
n) consignação de recebíveis, exclusivamente para operações de crédito destinadas às entidades hospi-
talares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins
lucrativos que participem de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS), em percentual máximo a
ser definido pelo Ministério da Saúde; e (Redação dada pela Lei nº 13.778, de 2018)
o) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS; (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
II - correção monetária igual à das contas vinculadas;
III - taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por cento ao ano;
IV - prazo máximo de 35 (trinta e cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
§1º A rentabilidade média das aplicações deverá ser suficiente à cobertura de todos os custos incorridos
pelo Fundo e ainda à formação de reserva técnica para o atendimento de gastos eventuais não previstos, e
caberá ao agente operador o risco de crédito. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)

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§2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, saneamento básico, infraestrutura urbana,
operações de microcrédito e operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, às ins-
tituições que atuem com pessoas com deficiência e às entidades sem fins lucrativos que participem do SUS
de forma complementar, desde que as disponibilidades financeiras sejam mantidas em volume que satisfaça
as condições de liquidez e de remuneração mínima necessárias à preservação do poder aquisitivo da moeda.
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
§3º O programa de aplicações deverá destinar: (Redação dada pela Lei nº 13.778, de 2018)
I - no mínimo, 60% (sessenta por cento) para investimentos em habitação popular; e, (Incluído pela Lei nº
13.778, de 2018)
II - 5% (cinco por cento) para operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem
como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de
forma complementar do SUS. (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
III - (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§3º-A. Os recursos previstos no inciso II do §3º deste artigo não utilizados pelas entidades hospitalares
filantrópicas, bem como pelas instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucra-
tivos que participem de forma complementar do SUS poderão ser destinados a aplicações em habitação, em
saneamento básico e em infraestrutura urbana. (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
§3º-B. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§3º-C. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§4º Os projetos de saneamento básico e infraestrutura urbana financiados com recursos do FGTS serão,
preferencialmente, complementares aos programas habitacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
§5º As garantias, nas diversas modalidades discriminadas no inciso I do caput deste artigo, serão admitidas
singular ou supletivamente, considerada a suficiência de cobertura para os empréstimos e financiamentos con-
cedidos. (Redação dada pela Lei nº 9.467, de 1997)
§6º Mantida a rentabilidade média de que trata o §1º, as aplicações em habitação popular poderão contem-
plar sistemática de desconto, direcionada em função da renda familiar do beneficiário, onde o valor do benefício
seja concedido mediante redução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário ou pagamento de parte
da aquisição ou construção de imóvel, dentre outras, a critério do Conselho Curador do FGTS. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
§6º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§6º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§7º Os recursos necessários para a consecução da sistemática de desconto serão destacados, anualmente,
do orçamento de aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específica, com contabilização própria.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
§8º É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas até 1º de junho de 2001 pelos demais órgãos
integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credenciadas pelo Banco Central do
Brasil como agentes financeiros, subrogando-se nas garantias prestadas à Caixa Econômica Federal. (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 2001)
§9º A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil S.A. e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social - BNDES poderão atuar como agentes financeiros autorizados para aplicação dos recursos do FGTS
em operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas e sem fins lucrativos que participem
de forma complementar do SUS. (Incluído pela Medida Provisória nº 848, de 2018)
§10. Nas operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições
que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma complemen-
tar do SUS, serão observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
I - a taxa de juros efetiva não será superior àquela cobrada para o financiamento habitacional na modalidade
pró-cotista ou a outra que venha a substituí-la; (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)

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II - a tarifa operacional única não será superior a 0,5% (cinco décimos por cento) do valor da operação; e
(Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
III - o risco das operações de crédito ficará a cargo dos agentes financeiros de que trata o §9º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
§11. As entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas
com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS deverão, para contratar
operações de crédito com recursos do FGTS, atender ao disposto nos incisos II e III do caput do art. 4º da Lei
nº 12.101, de 27 de novembro de 2009. (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
§12. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§13. Para garantir o risco em operações de microcrédito e em operações de crédito de habitação popular
para famílias com renda mensal de até 2 (dois) salários mínimos, o FGTS poderá destinar, na forma estabe-
lecida por seu Conselho Curador, observado o disposto no inciso XVII do caput do art. 5º desta Lei, parte dos
recursos de que trata o §7º deste artigo para a aquisição de cotas de fundos garantidores que observem o
seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
I - tenham natureza privada e patrimônio segregado do patrimônio dos cotistas e da própria administradora
do fundo garantidor e estejam sujeitos a direitos e obrigações próprios; (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
II - respondam por suas obrigações até o limite dos bens e direitos que integram o seu patrimônio, vedado
qualquer tipo de garantia ou aval por parte do FGTS; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
III - não paguem rendimentos a seus cotistas, assegurado o direito de resgate total ou parcial das cotas com
base na situação patrimonial dos fundos em valor não superior ao montante de recursos financeiros ainda não
vinculados às garantias contratadas. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
§14. Aos recursos do FGTS destinados à aquisição de cota de fundos garantidores de que trata o §13 des-
te artigo não se aplicam os requisitos de correção monetária, taxa de juros mínima e prazo máximo previstos
nos incisos II, III e IV do caput deste artigo e de rentabilidade prevista no §1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
14.438, de 2022)
§15. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§16. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§17. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
Art. 9º-A. O risco das operações de crédito de que trata o §10 do art. 9º desta Lei ficará a cargo dos agentes
financeiros referidos no §9º do art. 9º desta Lei, hipótese em que o Conselho Curador poderá definir o percentu-
al da taxa de risco, limitado a 3% (três por cento), a ser acrescido à taxa de juros de que trata o inciso I do §10
do art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.832, de 2019)
Art. 9º-B. As garantias de que trata o inciso I do caput do art. 9º desta Lei podem ser exigidas isolada ou
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 13.832, de 2019)
Art. 9º-C. As aplicações do FGTS em operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantró-
picas, bem como a instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência, sem fins lucrativos e que
participem de forma complementar do SUS, ocorrerão até o final do exercício de 2022. (Incluído pela Lei nº
13.832, de 2019)
Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelecerá critérios técnicos para as aplicações dos recur-
sos do FGTS, visando:
I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos nos investimentos a serem realizados;
II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes inadimplentes, das obrigações decorrentes dos
financiamentos obtidos;
III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País, considerando para tanto a demanda habitacio-
nal, a população e outros indicadores sociais.

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Art. 11. Os recolhimentos efetuados na rede arrecadadora relativos ao FGTS serão transferidos à Caixa
Econômica Federal até o primeiro dia útil subsequente à data do recolhimento, observada a regra do meio de
pagamento utilizado, data em que os respectivos valores serão incorporados ao FGTS. (Redação dada pela Lei
nº 14.438, de 2022)
Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o
controle de todas as contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando os demais estabelecimentos
bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante recebimento
de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.
§1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput deste artigo, o depósito efetuado no decorrer do
mês será contabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no primeiro dia útil do mês subseqüente.
§2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as disposições do caput deste artigo, as contas vincu-
ladas continuarão sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo empregador, dentre os para tanto
autorizados pelo Banco Central do Brasil, em nome do trabalhador.
§3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a ser implementada a centralização no caput deste
artigo, a conta vinculada será transferida para o estabelecimento bancário da escolha do novo empregador.
§4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica Federal no período entre o repasse dos
bancos e o depósito nas contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à cobertura das despesas de
administração do FGTS e ao pagamento da tarifa aos bancos depositários, devendo os eventuais saldos ser
incorporados ao patrimônio do Fundo nos termos do art. 2º, §1º.
§5º (Revogado pela Lei nº 14.438, de 2022)
Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos
parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por
cento ao ano.
§1º A atualização monetária e a capitalização de juros nas contas vinculadas correrão à conta do FGTS, e
a Caixa Econômica Federal efetuará o crédito respectivo no vigésimo primeiro dia de cada mês, com base no
saldo existente no vigésimo primeiro dia do mês anterior, deduzidos os débitos ocorridos no período. (Redação
dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§1º-A. Para fins do disposto no §1º deste artigo, o depósito realizado no prazo legal será contabilizado no
saldo da conta vinculada no vigésimo primeiro dia do mês de sua ocorrência. (Incluído pela Lei nº 14.438, de
2022) Produção de efeitos
§1º-B. Na hipótese de depósito realizado intempestivamente, a atualização monetária e a parcela de juros
devida ao empregado comporão o saldo-base no vigésimo primeiro dia do mês imediatamente anterior, ou com-
porão o saldo no vigésimo primeiro dia do mês do depósito, se o depósito ocorrer nesta data. (Incluído pela Lei
nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§2º No primeiro mês em que for exigível o recolhimento do FGTS no vigésimo dia, na forma prevista no art.
15 desta Lei, a atualização monetária e os juros correspondentes da conta vinculada serão realizados: (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
I - no décimo dia, com base no saldo existente no décimo dia do mês anterior, deduzidos os débitos ocorri-
dos no período; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
II - no vigésimo primeiro dia, com base no saldo existente no décimo dia do mesmo mês, atualizado na forma
prevista no inciso I deste parágrafo, deduzidos os débitos ocorridos no período, com a atualização monetária
pro rata die e os juros correspondentes. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes existentes à data de 22 de setembro de 1971, a
capitalização dos juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte progressão, salvo no caso de mudança
de empresa, quando a capitalização dos juros passará a ser feita à taxa de 3 (três) por cento ao ano:
I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa;
II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;
III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;

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IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa.
§4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo Federal, podendo ser instituído seguro especial
para esse fim.
§5º O Conselho Curador autorizará a distribuição de parte do resultado positivo auferido pelo FGTS, me-
diante crédito nas contas vinculadas de titularidade dos trabalhadores, observadas as seguintes condições,
entre outras a seu critério: (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017)
I - a distribuição alcançará todas as contas vinculadas que apresentarem saldo positivo em 31 de dezembro
do exercício-base do resultado auferido, inclusive as contas vinculadas de que trata o art. 21 desta Lei; (Incluído
pela Lei nº 13.446, de 2017)
II - a distribuição será proporcional ao saldo de cada conta vinculada em 31 de dezembro do exercício-base
e deverá ocorrer até 31 de agosto do ano seguinte ao exercício de apuração do resultado; e (Incluído pela Lei
nº 13.446, de 2017)
III - (Revogado pela Lei nº 13.932, de 2019)
§6º O valor de distribuição do resultado auferido será calculado posteriormente ao valor desembolsado com
o desconto realizado no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), de que trata a Lei nº 11.977,
de 7 de julho de 2009. (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017)
§7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distribuição de resultado, acrescido de juros e atua-
lização monetária, não integrará a base de cálculo do depósito da multa rescisória de que tratam os §§1º e 2º
do art. 18 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017)
Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da Constituição
Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do Capítulo V do Título IV da CLT.
§1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior a 5 de outubro de 1988, em caso de rescisão
sem justa causa pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos arts. 477, 478 e 497 da CLT.
§2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá ser transacionado entre empregador e empre-
gado, respeitado o limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da indenização prevista.
§3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsabilidade da indenização relativa ao tempo de ser-
viço anterior à opção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até o último dia útil do mês previsto em lei
para o pagamento de salário, o valor correspondente à indenização, aplicando-se ao depósito, no que couber,
todas as disposições desta lei.
§4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar pelo FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de
1967 ou à data de sua admissão, quando posterior àquela.
Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o vigésimo
dia de cada mês, em conta vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração
paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os
arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. (Redação dada pela Lei
nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público,
da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por
legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, in-
dependente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se.
§2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador ou tomador
de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a re-
gime jurídico próprio.
§3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista
em lei.

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§4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja deliberação da em-
presa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de que trata o art. 16. (Incluído pela Lei
nº 9.711, de 1998)
§5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do
serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
§6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no §9º do art. 28 da Lei
nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
§7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo reduzida para dois
por cento. (Incluído pela Lei nº 10.097, de 2000)
Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar
seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. Considera-se diretor
aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da deno-
minação do cargo.
Art. 17. O Poder Executivo assegurará a prestação de serviços digitais: (Redação dada pela Lei nº 13.932,
de 2019)
I - aos trabalhadores, que incluam a prestação de informações sobre seus créditos perante o Fundo e o
acionamento imediato da inspeção do trabalho em caso de inadimplemento do empregador, de forma que seja
possível acompanhar a evolução de eventuais cobranças administrativas e judiciais dos valores não recolhidos;
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - aos empregadores, que facilitem e desburocratizem o cumprimento de suas obrigações perante o Fundo,
incluídos a geração de guias, o parcelamento de débitos, a emissão sem ônus do Certificado de Regularidade
do FGTS e a realização de procedimentos de restituição e compensação. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Parágrafo único. O desenvolvimento, a manutenção e a evolução dos sistemas e ferramentas necessários à
prestação dos serviços a que se refere o caput deste artigo serão custeados com recursos do FGTS. (Incluído
pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 17-A. O empregador ou o responsável fica obrigado a elaborar folha de pagamento e a declarar os da-
dos relacionados aos valores do FGTS e outras informações de interesse do poder público por meio de sistema
de escrituração digital, na forma, no prazo e nas condições estabelecidos em ato do Ministro de Estado do
Trabalho e Previdência. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
§1º As informações prestadas na forma do caput deste artigo constituem declaração e reconhecimento dos
créditos delas decorrentes, caracterizam confissão de débito e constituem instrumento hábil e suficiente para a
cobrança do crédito de FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§2º O lançamento da obrigação principal e das obrigações acessórias relativas ao FGTS será efetuado de
ofício pela autoridade competente, no caso de o empregador não apresentar a declaração na forma do caput
deste artigo, e será revisto de ofício, nas hipóteses de omissão, erro, fraude ou sonegação. (Incluído pela Lei
nº 13.932, de 2019)
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depo-
sitar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da res-
cisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.
(Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)
§1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do
trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados
na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos
respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)
§2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o
percentual de que trata o §1º será de 20 (vinte) por cento.

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§3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar da documentação comprobatória do recolhi-
mento dos valores devidos a título de rescisão do contrato de trabalho, observado o disposto no art. 477 da CLT,
eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aos valores discriminados. (Redação dada pela Lei nº 9.491,
de 1997) (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho prevista no art. 14 desta lei, serão observados os se-
guintes critérios:
I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante comprovação do pagamento daquela, poderá
sacar o saldo dos valores por ele depositados na conta individualizada do trabalhador;
II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o prazo prescricional para a reclamação de direitos
por parte do trabalhador, o empregador poderá levantar em seu favor o saldo da respectiva conta individuali-
zada, mediante comprovação perante o órgão competente do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo contrato de trabalho seja
declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, §2º, da Constituição Federal, quando mantido o direito ao
salário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada, oriundo de contrato declarado nulo até 28 de julho
de 2001, nas condições do caput, que não tenha sido levantado até essa data, será liberado ao trabalhador a
partir do mês de agosto de 2002. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou agências,
supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de trabalho nas condições do art.
19-A, ou ainda falecimento do empregador individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique resci-
são de contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por
decisão judicial transitada em julgado; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a
Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de dependen-
tes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados
em alvará judicial, expedido a requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do
Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa
ou em empresas diferentes;
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) meses;
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da prestação;
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento imobiliário, observadas
as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o financiamento seja concedido no
âmbito do SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para cada movimentação;
VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote urbanizado de interesse
social não construído, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 11.977, de 2009)
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma
empresa ou empresas diferentes;
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH;

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VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos fora do regime do FGTS; (Redação dada
pela Lei nº 13.932, de 2019)
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos pela Lei nº
6.019, de 3 de janeiro de 1974;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias, comprovada por
declaração do sindicato representativo da categoria profissional.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna. (Incluído
pela Lei nº 8.922, de 1994)
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro
de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do saldo existente e disponível em sua
conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na data em que exercer a opção. (Incluído pela Lei
nº 9.491, de 1997) (Vide Decreto nº 2.430, 1997)
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV; (Incluído pela Me-
dida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal, em razão de do-
ença grave, nos termos do regulamento; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.164-41, de 2001)
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme disposto em
regulamento, observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 10.878, de 2004) Regulamento Regu-
lamento
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município ou do Distrito
Federal em situação de emergência ou em estado de calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo Go-
verno Federal; (Incluído pela Lei nº 10.878, de 2004)
b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 (noventa) dias após a publicação
do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou de estado de calamidade pú-
blica; e (Incluído pela Lei nº 10.878, de 2004)
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº
10.878, de 2004)
XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5º desta Lei,
permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e disponível na data em que exercer
a opção. (Redação dada pela Lei nº 12.087, de 2009)
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese para pro-
moção de acessibilidade e de inclusão social. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de imóveis da União inscritos em regime de ocupa-
ção ou aforamento, a que se referem o art. 4º da Lei no 13.240, de 30 de dezembro de 2015, e o art. 16-A da
Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, respectivamente, observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei
nº 13.465, de 2017)
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma em-
presa ou em empresas diferentes; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou
ainda por intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), mediante a con-
tratação da Caixa Econômica Federal como agente financeiro dos contratos de parcelamento; (Incluído pela
Lei nº 13.465, de 2017)
c) sejam observadas as demais regras e condições estabelecidas para uso do FGTS. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)
XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por meio da aplicação dos valores constantes do
Anexo desta Lei, observado o disposto no art. 20-D desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

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XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não houver ocorrido depó-
sitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese prevista no inciso I do §5º do art. 13 desta Lei;
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) (Vigência)
XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for, nos termos do regulamento, pessoa com
doença rara, consideradas doenças raras aquelas assim reconhecidas pelo Ministério da Saúde, que apre-
sentará, em seu sítio na internet, a relação atualizada dessas doenças. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
(Vigência)
§1º A regulamentação das situações previstas nos incisos I e II assegurar que a retirada a que faz jus o
trabalhador corresponda aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o período de vigência do último
contrato de trabalho, acrescida de juros e atualização monetária, deduzidos os saques.
§2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V, visando beneficiar os trabalhadores de baixa
renda e preservar o equilíbrio financeiro do FGTS.
§3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS, pelo trabalhador, só poderá ser exercido para um
único imóvel.
§4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá ser objeto de outra transação com recursos do
fundo, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.
§5º O pagamento da retirada após o período previsto em regulamento, implicará atualização monetária dos
valores devidos.
§6º Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de Privatização, referidos no inciso XII, serão des-
tinados, nas condições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, no âmbito do Programa Na-
cional de Desestatização, de que trata a Lei no 9.491, de 1997, e de programas estaduais de desestatização,
desde que, em ambos os casos, tais destinações sejam aprovadas pelo CND. (Redação dada pela Lei nº 9.635,
de 1998)
§7º Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses de que trata o §8º, os valores mobiliários a que
se refere o parágrafo anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos respectivos Fundos, seis meses
após a sua aquisição, podendo ser alienada em prazo inferior parcela equivalente a 10% (dez por cento) do
valor adquirido, autorizada a livre aplicação do produto dessa alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de
dezembro de 1976. (Redação dada pela Lei nº 9.635, de 1998)
§8º As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no FI-FGTS são nominativas, impenhoráveis e, sal-
vo as hipóteses previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste artigo, indisponíveis por seus titulares.
(Redação dada pela Lei nº 11.491, de 2007)
§9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados da efetiva transferência das quotas para os Fundos
Mútuos de Privatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua conta vinculada no Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
§10. A cada período de seis meses, os titulares das aplicações em Fundos Mútuos de Privatização poderão
transferi-las para outro fundo de mesma natureza. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
§11. O montante das aplicações de que trata o §6° deste artigo ficará limitado ao valor dos créditos contra
o Tesouro Nacional de que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. (Incluído pela Lei nº 9.491,
de 1997)
§12. Desde que preservada a participação individual dos quotistas, será permitida a constituição de clubes
de investimento, visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização. (Incluído pela Lei nº 9.491,
de 1997)
§13. A garantia a que alude o §4º do art. 13 desta Lei não compreende as aplicações a que se referem os
incisos XII e XVII do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.491, de 2007)
§14. Ficam isentos do imposto de renda: (Redação dada pela Lei nº 11.491, de 2007)
I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização até o limite da remuneração das contas vincu-
ladas de que trata o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)

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II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em Cotas - FIC, de que trata o §19 deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
§15. A transferência de recursos da conta do titular no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço em razão
da aquisição de ações, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de cotas do FI-FGTS não afetará a
base de cálculo da multa rescisória de que tratam os §§1º e 2º do art. 18 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.491, de 2007)
§16. Os clubes de investimento a que se refere o §12 poderão resgatar, durante os seis primeiros meses
da sua constituição, parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas adquiridas, para atendimento de
seus desembolsos, autorizada a livre aplicação do produto dessa venda, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de
dezembro de 1976. (Incluído pela Lei nº 9.635, de 1998)
§17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do FGTS nas modalidades previstas nos incisos V,
VI e VII deste artigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998, no caso em que o adquirente já
seja proprietário ou promitente comprador de imóvel localizado no Município onde resida, bem como no caso
em que o adquirente já detenha, em qualquer parte do País, pelo menos um financiamento nas condições do
SFH. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
§18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da conta vinculada para o pagamento da retirada
nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em caso de grave moléstia comprova-
da por perícia médica, quando será paga a procurador especialmente constituído para esse fim. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
§19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do caput deste artigo será realizada por meio de
Fundo de Investimento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Federal especificamente para essa
finalidade. (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
§20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os requisitos para a integralização das cotas referidas
no §19 deste artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das seguintes exigências: (Incluído
pela Lei nº 11.491, de 2007)
I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
II - declaração por escrito, individual e específica, pelo trabalhador de sua ciência quanto aos riscos do in-
vestimento que está realizando. (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
§21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do caput serão estendidas aos contratos de partici-
pação de grupo de consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo bem já tenha sido adquirido pelo con-
sorciado, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Curador do FGTS. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015,
ficam isentas as exigências de que trata o inciso VIII do caput deste artigo, podendo o saque, nesta hipótese,
ser efetuado segundo cronograma de atendimento estabelecido pelo agente operador do FGTS. (Incluído pela
Lei nº 13.446, de 2017)
§23. As movimentações das contas vinculadas nas situações previstas nos incisos V, VI e VII do caput deste
artigo poderão ser realizadas fora do âmbito do SFH, observados os mesmos limites financeiros das operações
realizadas no âmbito desse sistema, no que se refere ao valor máximo de movimentação da conta vinculada,
e os limites, critérios e condições estabelecidos pelo Conselho Curador. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§24. O trabalhador poderá sacar os valores decorrentes da situação de movimentação de que trata o inciso
XX do caput deste artigo até o último dia útil do segundo mês subsequente ao da aquisição do direito de saque.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§25. O agente operador deverá oferecer, nos termos do regulamento do Conselho Curador, em plataformas
de interação com o titular da conta, inclusive por meio de dispositivos móveis, opções para consulta e transfe-
rência, a critério do trabalhador, para conta de depósitos de sua titularidade em qualquer instituição financeira
do Sistema Financeiro Nacional, dos recursos disponíveis para movimentação em decorrência das situações
previstas neste artigo, cabendo ao agente operador estabelecer os procedimentos operacionais a serem obser-
vados. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

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§26. As transferências de que trata o §25 deste artigo não acarretarão a cobrança de tarifas pelo agente
operador ou pelas demais instituições financeiras. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§27. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, em ato formalizado no momento da contratação do
financiamento habitacional, os direitos aos saques de que trata o caput deste artigo poderão ser objeto de alie-
nação ou cessão fiduciária para liquidação, amortização ou pagamento de parte das prestações decorrentes
de financiamento habitacional concedido no âmbito do SFH, dispensados os prazos mencionados na alínea “b”
do inciso V e o interstício mínimo de 2 (dois) anos do inciso VI, ambos deste artigo, observadas as condições
estabelecidas pelo Conselho Curador, mediante caucionamento dos depósitos a serem realizados na conta
vinculada do trabalhador, exceto os previstos nos §1º e §2º do art. 18 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
14.620, de 2023)
§28 A vedação prevista no §2º do art. 2º desta Lei não se aplica ao que dispõe o §27. (Incluído pela Lei nº
14.620, de 2023)
Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma das seguintes sistemáticas
de saque: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
I - saque-rescisão; ou (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - saque-aniversário. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mesma sistemática de saque. (Incluído pela Lei nº
13.932, de 2019)
§2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o caput deste artigo as seguintes situações de
movimentação de conta: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
I - para a sistemática de saque-rescisão, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção da estabelecida no
inciso XX do caput do referido artigo; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - para a sistemática de saque-aniversário, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção das estabelecidas
nos incisos I, I-A, II, IX e X do caput do referido artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 20-B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito originalmente à sistemática de saque-res-
cisão e poderá optar por alterá-la, observado o disposto no art. 20-C desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de
2019)
Art. 20-C. A primeira opção pela sistemática de saque-aniversário poderá ser feita a qualquer tempo e terá
efeitos imediatos. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§1º Caso o titular solicite novas alterações de sistemática será observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº
13.932, de 2019)
I - a alteração será efetivada no primeiro dia do vigésimo quinto mês subsequente ao da solicitação, desde
que não haja cessão ou alienação de direitos futuros aos saques anuais de que trata o §3º do art. 20-D desta
Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - a solicitação poderá ser cancelada pelo titular antes da sua efetivação; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de
2019)
III - na hipótese de cancelamento, a nova solicitação estará sujeita ao disposto no inciso I do caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§2º Para fins do disposto no §2º do art. 20-A desta Lei, as situações de movimentação obedecerão à siste-
mática a que o titular estiver sujeito no momento dos eventos que as ensejarem. (Incluído pela Lei nº 13.932,
de 2019)
Art. 20-D. Na situação de movimentação de que trata o inciso XX do caput do art. 20 desta Lei, o valor do
saque será determinado: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
I - pela aplicação da alíquota correspondente, estabelecida no Anexo desta Lei, à soma de todos os saldos
das contas vinculadas do titular, apurados na data do débito; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - pelo acréscimo da parcela adicional correspondente, estabelecida no Anexo desta Lei, ao valor apurado
de acordo com o disposto no inciso I do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

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§1º Na hipótese de o titular possuir mais de uma conta vinculada, o saque de que trata este artigo será feito
na seguinte ordem: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
I - contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extintos, com início pela conta que tiver o menor saldo;
e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver o menor saldo. (Incluído pela Lei nº 13.932,
de 2019)
§2º O Poder Executivo federal, respeitada a alíquota mínima de 5% (cinco por cento), poderá alterar, até
o dia 30 de junho de cada ano, os valores das faixas, das alíquotas e das parcelas adicionais constantes do
Anexo desta Lei para vigência no primeiro dia do ano subsequente. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§3º A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os direitos aos saques anuais de que trata o caput deste
artigo poderão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária, nos termos do art. 66-B da Lei nº 4.728, de 14 de
julho de 1965, em favor de qualquer instituição financeira do Sistema Financeiro Nacional, sujeitas as taxas
de juros praticadas nessas operações aos limites estipulados pelo Conselho Curador, os quais serão inferiores
aos limites de taxas de juros estipulados para os empréstimos consignados dos servidores públicos federais do
Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§3º-A. (Revogado pela Lei nº 14.620, de 2023)
§4º O Conselho Curador poderá regulamentar o disposto no §3º deste artigo, com vistas ao cumprimento
das obrigações financeiras de seu titular, inclusive quanto ao: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
I - bloqueio de percentual do saldo total existente nas contas vinculadas; (Incluído pela Lei nº 13.932, de
2019)
II - impedimento da efetivação da opção pela sistemática de saque-rescisão prevista no inciso I do §1º do
art. 20-C desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
III - saque em favor do credor. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§5º As situações de movimentação de que trata o §2º do art. 20-A desta Lei serão efetuadas com observân-
cia ao limite decorrente do bloqueio referido no §4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§6º A vedação prevista no §2º do art. 2º desta Lei não se aplica às disposições dos §§3º, 4º e 5º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§7º Na hipótese de despedida sem justa causa, o trabalhador que optar pela sistemática saque-aniversário
também fará jus à movimentação da multa rescisória de que tratam os §§1º e 2º do art. 18 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das contas vinculadas que se conservem ininterrupta-
mente sem créditos de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º de junho de 1990, em razão de o seu
titular ter estado fora do regime do FGTS, serão incorporados ao patrimônio do fundo, resguardado o direito do
beneficiário reclamar, a qualquer tempo, a reposição do valor transferido. (Redação dada pela Lei nº 8.678, de
1993)
Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será pago ao trabalhador acrescido da remuneração prevista
no §2º do art. 13 desta lei. (Incluído pela Lei nº 8.678, de 1993)
Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos nos termos dos arts. 15 e 18 desta Lei responderá pela
incidência da Taxa Referencial (TR) sobre a importância correspondente. (Redação dada pela Lei nº 14.438,
de 2022)
§1º Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco déci-
mos por cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e sanções previstas no Decre-
to-Lei no 368, de 19 de dezembro de 1968. (Redação dada pela Lei nº 9.964, de 2000)
§2º A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será cobrada por dia de atraso, tomando-se por
base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS. (Redação dada pela Lei nº 9.964, de 2000)
§2º-A. A multa referida no §1º deste artigo será cobrada nas condições que se seguem: (Incluído pela Lei
nº 9.964, de 2000)

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I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação; (Incluído pela Lei nº 9.964, de 2000)
II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 9.964,
de 2000)
§3º Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) incidirá
sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação. (Redação dada pela Lei nº 9.964, de 2000)
Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a verificação do cumprimento do disposto nesta
Lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos empregadores ou toma-
dores de serviço, que serão notificados para efetuar e comprovar os depósitos correspondentes e cumprir as
demais determinações legais. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§1º Constituem infrações para efeito desta lei:
I - não depositar mensalmente o percentual referente ao FGTS, bem como os valores previstos no art. 18
desta Lei, nos prazos de que trata o §6º do art. 477 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT; (Redação dada
pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente da remunera-
ção;
V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais do FGTS constituído em notificação de débito, no
prazo concedido pelo ato de notificação da decisão definitiva exarada no processo administrativo; (Redação
dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omissões, as informações de que trata o art. 17-A
desta Lei e as demais informações legalmente exigíveis; e (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produ-
ção de efeitos
VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações de que trata o art. 17-A desta Lei
no prazo concedido na notificação da decisão definitiva exarada no processo administrativo que reconheceu a
procedência da notificação de débito decorrente de omissão, de erro, de fraude ou de sonegação constatados.
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§1º-A. A formalização de parcelamento da integralidade do débito suspende a ação punitiva da infração
prevista: (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
I - no inciso I do §1º deste artigo, quando realizada anteriormente ao início de qualquer processo adminis-
trativo ou medida de fiscalização; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
II - no inciso V do §1º deste artigo, quando realizada no prazo nele referido. (Incluído pela Lei nº 14.438, de
2022) Produção de efeitos
§1º-B. A suspensão da ação punitiva prevista no §1º-A deste artigo será mantida durante a vigência do par-
celamento, e a quitação integral dos valores parcelados extinguirá a infração. (Incluído pela Lei nº 14.438, de
2022)Produção de efeitos
§2º Pela infração ao disposto no §1º deste artigo, o infrator estará sujeito às seguintes multas: (Redação
dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
b) 30% (trinta por cento) sobre o débito atualizado apurado pela inspeção do trabalho, confessado pelo
empregador ou lançado de ofício, nas hipóteses previstas nos incisos I, IV e V do §1º deste artigo; e (Redação
dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
eee9c) de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) por trabalhador prejudicado, nas hipóteses
previstas nos incisos VI e VII do §1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de
efeitos

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§3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço ou desacato à fiscalização, assim
como na reincidência, a multa especificada no parágrafo anterior será duplicada, sem prejuízo das demais co-
minações legais.
§3º-A. Estabelecidas a multa-base e a majoração na forma prevista nos §§2º e 3º deste artigo, o valor final
será reduzido pela metade quando o infrator for empregador doméstico, microempresa ou empresa de pequeno
porte. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
§4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo legal, serão atualizados monetariamente até a
data de seu efetivo pagamento, através de sua conversão pelo BTN Fiscal.
§5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas reger-se-á pelo disposto no Título VII
da CLT. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§6º Quando julgado procedente o recurso interposto na forma do Título VII da CLT, os depósitos efetuados
para garantia de instância serão restituídos com os valores atualizados na forma de lei.
§7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deverão prestar ao Ministério do Trabalho e da Pre-
vidência Social as informações necessárias à fiscalização.
Art. 23-A. A notificação do empregador relativa aos débitos com o FGTS, o início de procedimento admi-
nistrativo ou a medida de fiscalização interrompem o prazo prescricional. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de
2019)
§1º O contencioso administrativo é causa de suspensão do prazo prescricional. (Incluído dada pela Lei nº
13.932, de 2019)
§2º A data de publicação da liquidação do crédito será considerada como a data de sua constituição defi-
nitiva, a partir da qual será retomada a contagem do prazo prescricional. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de
2019)
§3º Todos os documentos relativos às obrigações perante o FGTS, referentes a todo o contrato de trabalho
de cada trabalhador, devem ser mantidos à disposição da fiscalização por até 5 (cinco) anos após o fim de cada
contrato. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de quaisquer das obrigações que lhe compete como agente
arrecadador, pagador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas, na forma que vier a ser regulamentada
pelo Conselho Curador, fica o banco depositário sujeito ao pagamento de multa equivalente a 10 (dez) por cen-
to do montante da conta do empregado, independentemente das demais cominações legais.
Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e sucessores, ou ainda o Sindicato a que estiver
vinculado, acionar diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho, para compeli-la a efetuar o
depósito das importâncias devidas nos termos desta lei.
Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverão ser
notificados da propositura da reclamação.
Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar os dissídios entre os trabalhadores e os empregado-
res decorrentes da aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho
e da Previdência Social figurarem como litisconsortes.
Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que objetivam o ressarcimento de parcelas relativas ao
FGTS, ou que, direta ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o juiz determinará que a empresa
sucumbente proceda ao recolhimento imediato das importâncias devidas a tal título.
Art. 26-A. Para fins de apuração e lançamento, considera-se não quitado o valor relativo ao FGTS pago
diretamente ao trabalhador, vedada a sua conversão em indenização compensatória. (Incluído dada pela Lei
nº 13.932, de 2019)
§1º Os débitos reconhecidos e declarados por meio de sistema de escrituração digital serão recolhidos in-
tegralmente, acrescidos dos encargos devidos. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§2º Para a geração das guias de depósito, os valores devidos a título de FGTS e o período laboral a que se
referem serão expressamente identificados. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019)

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Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS, fornecido na forma do regulamento, é
obrigatória nas seguintes situações: (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, direta, indire-
ta ou fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União, Estado e Município;
b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou dos Municípios, ou por órgãos da Administração federal,
estadual ou municipal, direta, indireta ou fundacional, ou indiretamente pela União, pelos Estados ou pelos Mu-
nicípios, de empréstimos ou financiamentos realizados com lastro em recursos públicos ou oriundos do FGTS
perante quaisquer instituições de crédito; (Redação dada pela Lei nº 13.805, de 2019) (Vide Medida Provisória
nº 958, de 2020) (Vide Lei nº 13.999, de 2020) (Vide Medida Provisória nº 975, de 2020). (Vide Medida Provi-
sória nº 1.028, de 2021). (Vide Lei nº 14.179, de 2021)
c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou
quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, salvo quan-
do destinados a saldar débitos para com o FGTS; (Vide Medida Provisória nº 958, de 2020) (Vide Lei nº 13.999,
de 2020) (Vide Medida Provisória nº 975, de 2020). (Vide Medida Provisória nº 1.028, de 2021). (Vide Lei nº
14.179, de 2021) (Vide Medida Provisória nº 1.176, de 2023)
d) transferência de domicílio para o exterior;
e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou distrato de contrato social, de es-
tatuto, ou de qualquer documento que implique modificação na estrutura jurídica do empregador ou na sua
extinção.
Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e operações necessários à aplicação desta lei, quando
praticados pela Caixa Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou sucessores, pelos em-
pregadores e pelos estabelecimentos bancários.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às importâncias devidas, nos termos desta lei, aos traba-
lhadores e seus dependentes ou sucessores.
Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos termos desta lei, constituirão despesas dedutíveis
do lucro operacional dos empregadores e as importâncias levantadas a seu favor implicarão receita tributável.
Art. 29-A. Quaisquer créditos relativos à correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS serão liqui-
dados mediante lançamento pelo agente operador na respectiva conta do trabalhador. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.197-43, de 2001)
Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de segurança, no procedimento cautelar ou em
quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela antecipada prevista nos arts. 273 e
461 do Código de Processo Civil que impliquem saque ou movimentação da conta vinculada do trabalhador no
FGTS. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem
os respectivos representantes ou substitutos processuais, não haverá condenação em honorários advocatícios.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) (Vide ADI nº 2.736)
Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada em título judicial em que se determine crédito com-
plementar de saldo de conta vinculada do FGTS, será feita mediante depósito de recursos do Fundo em conta
vinculada em nome do exeqüente, à disposição do juízo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser movimentado, após liberação judicial, nas hipóteses
previstas no art. 20 ou para reversão ao Fundo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 30. Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a contribuição devida pelas empresas ao Serviço
Social do Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades da subscrição compulsória
a que alude o art. 21 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da
data de sua promulgação.
Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Lei nº 7.839, de 12 de outubro de
1989, e as demais disposições em contrário.

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Brasília, 11 de maio de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
ANEXO
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

LIMITE DAS FAIXAS ALÍQUOTA PARCELA ADICO-


DE SALDO (EM R$) NAL (EM R$)
de 00,01 até 500,00 50% -
de 500,01 até 1.000,00 40% 50,00
de 1.000,01 até 5.000,00 30% 150,00
de 5.000,01 até 10.000,00 20% 650,00
de 10.000,01 até 15.000,00 15% 1.150,00
de 15.000,01 até 20.000,00 10% 1.900,00
Acima de 20.000,00 - 5% 2.900,00

Prescrição e decadência

— Prescrição no direito do trabalho


A prescrição ocorre em função do tempo; ela é um efeito do tempo nas relações jurídicas, à medida que, em
razão da inércia do titular do direito, conduz à extinção da relação jurídica24.
O direito em si não é atingido pela prescrição, sendo certo que o que desaparece é a sua exigibilidade por
intermédio do Poder Judiciário.
O direito, para se afirmar, para ter eficácia e produzir os resultados desejados por seu titular, tem de exercitar-
se, e a ação é a forma pela qual se pode alcançar esse fim. Assim, violado o direito, nasce para o titular a
pretensão (art. 189, CC).
No entanto, “a atividade do titular do direito tem de ser estimulada, sob pena de se verificar uma situação de
expectativa que impede o próprio desenvolvimento social, tornando-se, pois, de interesse público e até mesmo
de ordem pública, a advertência que passa a ser expressa pela ameaça da perda do direito de ação, pelo
decurso de certo prazo”.
Portanto, a pretensão, que nasceu com a violação do direito, extingue-se, pela prescrição, nos prazos
previstos por lei (art. 189, CC).
O objetivo da prescrição da ação é, portanto, impedir a perturbação da ordem social, à medida que impede
que indefinidamente no tempo possa ocorrer a revivescência de situações duvidosas que mantinham credor e
devedor na incerteza de seu direito.
A prescrição atinge diretamente a ação, e só como consequência será atingido o direito. Mas, embora a
prescrição refira-se à ação, em regra a extinção da ação e a do direito ocorrem ao mesmo tempo, porque um
direito não será eficaz se não houver meio de fazê-lo valer perante terceiros.
Dessa forma, pode-se concluir que, se de um lado, em nome do princípio da justiça, o ordenamento jurídico
assegura a reparação das violações de direitos, de outro lado o mesmo ordenamento impõe a prescritibilidade
da oportunidade de o titular do direito exercer essa reparação.
Embora aparentemente antagônicas e conflitantes essas posturas assumidas pelo ordenamento jurídico, o
fato é que são absolutamente conciliáveis, resolvendo-se a questão pelo princípio da proporcionalidade, que
impõe reconhecer que “a reparação é um direito, mas que deve ser exercido num certo prazo em nome do
princípio da estabilidade ou segurança, de forma a possibilitar a consolidação das relações sociais. Enfim, tanto
a prescrição como a reparação de direitos são formas de realização do Direito”.
O Direito consagra duas espécies de prescrição:
24 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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Prescrição extintiva ou liberatória – trata-se de um modo de extinguir direitos pela perda da ação que os
assegurava, devido à inércia do credor durante um decurso de tempo determinado pela lei. Ou seja, significa a
perda, pelo decurso de certo tempo, da faculdade de pleitear um direito, por meio da ação judicial competente.
Essa é a modalidade de prescrição aplicada no âmbito do Direito do Trabalho.
Prescrição aquisitiva – por meio da qual, pelo decurso do tempo, surge o direito, adquire-se o direito (ex.:
usucapião). Não se fala de prescrição aquisitiva no campo do Direito do Trabalho.
Independentemente de tratar-se de uma ou de outra das situações supracitadas, o fato é que na prescrição
há sempre um patrimônio que se perde e outro que se aumenta.
— Fundamentos da prescrição
O fundamento da prescrição reside na busca da paz social e da tranquilidade da ordem jurídica, pois há um
interesse de ordem pública no afastamento das incertezas em torno da existência e eficácia dos direitos. Assim,
a prescrição justifica-se basicamente como uma forma de pacificação das relações sociais.
É uma regra de ordem, de harmonia, de paz, imposta pela necessidade de certeza das relações jurídicas.
Tendo sido desrespeitado um direito, se o seu titular tiver interesse em resguardá-lo ou em vê-lo reconhecido
por intermédio do Poder Judiciário, deverá estar atento ao tempo, pois, decorrido o lapso temporal estipulado
pela lei, não mais poderá buscar a tutela do Judiciário, o que torna seu direito ineficaz e inexigível.
Assim, podemos dizer que a prescrição é uma consequência do tempo, pura e simplesmente, aliada à
inércia do titular do direito.
Questiona-se a aplicabilidade da prescrição em relação aos créditos trabalhistas, sob o argumento de que,
por sua natureza alimentar, revestem-se de proteção diferenciada e são irrenunciáveis, razão pela qual não
poderiam estar sujeitos aos efeitos da prescrição.
No entanto, só se poderia entender desse modo se a prescrição resultasse apenas de uma regra moral ou
de concepções subjetivas alheias à ordem jurídica. Nesse caso, uma “dívida de honra”, sagrada para quem a
ela se obrigara, ou uma “dívida social”, existente em relação a uma parte mais fraca, não deveriam beneficiar-
se com a prescrição.
Adotando-se, porém, uma concepção de ordem jurídica e de sociedade, a prescrição funciona como elemento
de tranquilidade e de pacificação, do qual não se pode abrir mão em nome de uma proteção que, de fato, não se
justifica no contexto de ordem jurídica justa e de afastamento das incertezas em torno da existência e eficácia
dos direitos.
O instituto da prescrição se encontra no mundo dos bens juridicamente resguardados, e a norma legal a
impõe à sociedade, independentemente de especulações éticas ou de proteção individual diferenciada em
detrimento do contexto social, que deve ser pacificado.
A prescrição é um instituto que encontra sua razão de ser nas exigências da segurança jurídica e na proteção
da coletividade, à medida que assegura a paz social
Não se pode considerar, portanto, que da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas possa decorrer a
imprescritibilidade. Isso porque a prescrição não depende diretamente da vontade do titular do direito, mas de
uma situação contínua de inércia, encontrando sua razão de ser em um interesse público que o ordenamento
jurídico considera prevalente em relação a outro interesse público, qual seja, a proteção do trabalhador, que
justifica a irrenunciabilidade do direito por parte do titular.
— Elementos da prescrição no direito do trabalho
Segundo a doutrina, são elementos integrantes da prescrição:
1. existência de uma ação exercitável (actio nata) – tal elemento é entendido como a exigibilidade da
pretensão ou o nascimento da pretensão.
Somente é possível falar-se em prescrição quando o direito tenha sido adquirido por seu titular (não se
inserem no campo da prescrição os direitos futuros, entre os quais se incluem o direito condicional e o direito
eventual, nem uma expectativa de direito) e quando tenha ocorrido sua violação por terceiro;

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2. inércia do titular da ação pelo seu não exercício – o titular do direito deixa de buscar a reparação dos
danos causados pela violação de seu direito;
3. continuidade dessa inércia durante um certo lapso de tempo – o titular deixa passar o prazo fixado
em lei para a busca da reparação dos danos causados pela violação de seu direito;
4. ausência de algum fato ou ato, a que a lei atribua eficácia impeditiva, suspensiva ou interruptiva do
curso prescricional – ainda que se verifiquem a exigibilidade da pretensão e a inércia do titular, determinadas
circunstâncias previstas em lei podem impedir o curso da prescrição.
As causas impeditivas, suspensivas ou interruptivas não afastam a inércia do titular, mas a justificam, à medida
que caracterizam situações nas quais o titular do direito não tem condições de exigi-lo.
Por força da previsão contida no art. 8º da CLT, que permite a aplicação subsidiária do Direito Comum ao
Direito do Trabalho, referidos elementos são aplicáveis no âmbito da prescrição trabalhista.
— Prazo prescricional no direito do trabalho
Como consequência das alterações legislativas podemos identificar a seguinte evolução dos prazos
prescricionais trabalhistas:
– O prazo prescricional trabalhista era de dois anos para todos os direitos (art. 11, CLT).
– A Constituição Federal de 1988, no entanto, modificou este prazo para cinco anos para o trabalhador
urbano, como regra geral, sendo que no caso de rescisão do contrato de trabalho o prazo foi reduzido para dois
anos, contados da data da extinção do vínculo empregatício.
Em relação ao trabalhador rural, o legislador constituinte manteve o prazo da prescrição da ação em dois
anos contados da extinção do contrato de trabalho. Assim, para estes trabalhadores não corria a prescrição
durante a relação de emprego.
Isto significa que, se o empregado tivesse 14 anos de trabalho para o empregador, ao ser dispensado
poderia reclamar os direitos de todo este período, desde que ajuizasse a ação no prazo de dois anos após a
rescisão do contrato de trabalho.
A EC n. 28/2000 alterou a redação do inciso XXIX, do art. 7º, da Constituição Federal e revogou o art. 233,
da Constituição Federal, passando a prescrição trabalhista a ser de cinco anos para os trabalhadores urbanos
e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho (art. 7º, XXIX, CF).
Portanto, o trabalhador urbano e o trabalhador rural têm o prazo de cinco anos para reclamar seus direitos,
mas, em caso de extinção do contrato de trabalho, o direito de ação prescreve em dois anos, podendo o
trabalhador reclamar os direitos trabalhistas dos últimos cinco anos contados, retroativamente, da data do
ajuizamento da ação (art. 7º, XXIX, CF, e art. 11, caput, CLT).
— Prescrição parcial e prescrição total
A prescrição pode ser total, quando afeta o próprio direito, tendo em vista que não se poderá mais pleiteá-lo
em juízo, ou parcial, quando afeta apenas as partes ainda não prescritas.
No Direito do Trabalho, fala-se em prescrição total, por exemplo, quando o titular do direito violado deixa
transcorrer o prazo de dois anos após a extinção do contrato de trabalho para o ajuizamento da ação, sem
exercitar o referido direito, ou seja, deixa de propor a ação neste prazo.
A prescrição parcial incide em relação às prestações periódicas decorrentes do contrato de trabalho. A cada
violação de uma prestação devida em decorrência do contrato, nasce para o titular o direito de reclamar seu
cumprimento, devendo tal direito ser exercido no prazo máximo de cinco anos.
— Decadência no direito do trabalho
O efeito do tempo nas relações jurídicas institui o requisito de validade de alguns direitos, que somente
podem ser exercidos dentro de um certo prazo, sob pena de perecerem.
Assim, a decadência é causa extintiva de direito pelo seu não exercício no prazo estipulado pela lei. “É a
perda de um direito potestativo de sujeitar outrem à constituição, desconstituição, modificação ou extinção de
uma relação jurídica, pela inércia do titular em exercitá-lo, num determinado prazo, legal ou convencional”.

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No Direito do Trabalho, o exemplo mais claro de decadência é o do inquérito para apuração de falta grave
que se segue à suspensão de empregado detentor de estabilidade no emprego (art. 853, CLT).
Neste caso, o legislador estipulou um prazo de 30 dias para decadência do direito. Suspenso o empregado,
em 30 dias decai o empregador do seu direito de ingressar em juízo com o referido inquérito. Note-se que é um
prazo para o exercício de um direito (o do empregador de ajuizar inquérito para poder dispensar empregado
estável faltoso).

Distinção entre prescrição e decadência


PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Extingue a ação vinculada
ao direito; extingue a
Extingue o próprio direito.
pretensão para exercício do
direito.
Dirige-se aos direitos Dirige-se de preferência aos
subjetivos. direitos potestativos.
São simultâneos o
A ação nasce depois do
nascimento do direito e o da
direito, após sua violação.
ação.
Flui desde o momento em
que a pretensão é Começa a fluir no momento
em que nasce o direito.
descumprida
Prazo decadencial pode ser
Prazo prescricional é fixado fixado em lei, em normas
por lei coletivas, em regulamentos
de empresa.
Prazo prescricional pode ser Prazo decadencial corre
interrompido ou continuamente, sem
suspenso. interrupção ou suspensão.
Pode ser decretada em face
No Direito do Trabalho, deve de alegação da parte, do
ser arguida pela parte. Ministério Público ou de ofício
pelo juiz.

Proteção ao trabalho da mulher, Lei nº 14.457/2022

Uma das consequências da Revolução Industrial foi o ingresso da mulher no mercado de trabalho. No en-
tanto, a exploração daí decorrente, caracterizada desde o pagamento de menores salários do que aos homens,
até a ausência de qualquer preocupação em relação à gestação e à maternidade, foi tão grande que levou à
formação de um sistema de proteção à mulher, desenvolvido a partir do século XIX.25
A Organização Internacional do Trabalho, desde sua criação em 1919, institui normas de proteção especial
ao trabalho da mulher, visando dar efetividade às trabalhadoras nos ordenamentos jurídicos internos de seus
Estados-membros.
Assim, várias Convenções e Recomendações da OIT adotaram regras abarcando diversos aspectos de
proteção à mulher em relação, entre outros, à inserção no mercado de trabalho, à não discriminação no trabalho,
à proteção à gestação e à maternidade e ao respeito às suas características físicas.

25 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf

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— Proteção à gravidez e à maternidade
Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído
matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez, não sendo permitidos em regulamentos de qualquer
natureza ou em contratos de trabalho restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo de casamento
ou de gravidez (art. 390, CLT).
A Constituição Federal (art. 7º, XVIII) confere à mulher gestante o direito a licença-maternidade de 120 dias,
sem prejuízo do emprego e do salário.
A Lei n. 11.770/2008 ampliou a licença-maternidade de 120 para 180 dias, beneficiando primeiro o
funcionalismo público federal (Programa Empresa Cidadã).
O art. 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias garante à gestante estabilidade no
emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Neste período, a empregada não pode ser dispensada, exceto se cometer falta grave caracterizada de justa
causa. Havendo dispensa imotivada nesse período, o TST fixou jurisprudência (Súmula 244, TST) segundo
a qual “a garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de
estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período
de estabilidade”.

SEÇÃO V
DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE
Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver con-
traído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
Parágrafo único - Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos ou indi-
viduais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo de casamento ou de gravidez.
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que duran-
te o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória
prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela
Lei nº 12.812, de 2013)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido con-
cedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo
do emprego e do salário. (Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002) (Vide Lei nº 13.985, de 2020)
§1º A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data do início do afas-
tamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002) (Vide ADI 6327)
§2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada
um, mediante atestado médico. (Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002) (Vide ADI 6327)
§3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002)
§4º É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: (Redação dada
pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999)
I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função
anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999)
II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas
médicas e demais exames complementares. (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999)
§5º (VETADO) (incluído pela Lei nº 10.421, de 2002)

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Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adoles-
cente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§1º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§2º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§3º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§4º A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda à adotante
ou guardiã. (Incluído pela Lei nº 10.421, de 2002)
§5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas um dos
adotantes ou guardiães empregado ou empregada. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo
de licença por todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto
no caso de falecimento do filho ou de seu abandono. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao empregado que adotar ou obtiver
guarda judicial para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
Art. 393 - Durante o período a que se refere o art. 392, a mulher terá direito ao salário integral e, quando
variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, bem como os direitos e
vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverter à função que anteriormente ocupava. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 394 - Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de
qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação.
Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a em-
pregada deverá ser afastada de: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo durante a gestação; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938)
III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, durante a lactação. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017) (Vide ADIN 5938)
§1º (VETADO) (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§2º Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensa-
ção, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições
incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§3º Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça
suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a
percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período
de afastamento. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um
repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava
antes de seu afastamento.
Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses
de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada
um. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§1º Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autorida-
de competente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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§2º Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual
entre a mulher e o empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 397 - O SESI, o SESC, a LBA e outras entidades públicas destinadas à assistência à infância manterão
ou subvencionarão, de acordo com suas possibilidades financeiras, escolas maternais e jardins de infância, dis-
tribuídos nas zonas de maior densidade de trabalhadores, destinados especialmente aos filhos das mulheres
empregadas. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 398 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 399 - O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio conferirá diploma de benemerência aos empregado-
res que se distinguirem pela organização e manutenção de creches e de instituições de proteção aos menores
em idade pré-escolar, desde que tais serviços se recomendem por sua generosidade e pela eficiência das
respectivas instalações.
Art. 400 - Os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período da amamentação de-
verão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação
sanitária.
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
( )
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no art. 6º,
“caput” e§1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966 ;
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (Vide Lei Com-
plementar nº 146, de 2014)
§1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da licença-paterni-
dade a que se refere o inciso é de cinco dias.
§2º Até ulterior disposição legal, a cobrança das contribuições para o custeio das atividades dos sindicatos
rurais será feita juntamente com a do imposto territorial rural, pelo mesmo órgão arrecadador.
§3º Na primeira comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas pelo empregador rural, na forma
do art. 233, após a promulgação da Constituição, será certificada perante a Justiça do Trabalho a regularidade
do contrato e das atualizações das obrigações trabalhistas de todo o período
LEI Nº 14.457, DE 21 DE SETEMBRO DE 2022
Institui o Programa Emprega + Mulheres; e altera a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo De-
creto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis nºs 11.770, de 9 de setembro de 2008, 13.999, de 18 de
maio de 2020, e 12.513, de 26 de outubro de 2011.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

CAPÍTULO I
DO PROGRAMA EMPREGA + MULHERES
Art. 1º Fica instituído o Programa Emprega + Mulheres, destinado à inserção e à manutenção de mulheres
no mercado de trabalho por meio da implementação das seguintes medidas:
I - para apoio à parentalidade na primeira infância:
a) pagamento de reembolso-creche; e
b) manutenção ou subvenção de instituições de educação infantil pelos serviços sociais autônomos;

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II - para apoio à parentalidade por meio da flexibilização do regime de trabalho:
a) teletrabalho;
b) regime de tempo parcial;
c) regime especial de compensação de jornada de trabalho por meio de banco de horas;
d) jornada de 12 (doze) horas trabalhadas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, quando a
atividade permitir;
e) antecipação de férias individuais; e
f) horários de entrada e de saída flexíveis;
III - para qualificação de mulheres, em áreas estratégicas para a ascensão profissional:
a) suspensão do contrato de trabalho para fins de qualificação profissional; e
b) estímulo à ocupação das vagas em cursos de qualificação dos serviços nacionais de aprendizagem por
mulheres e priorização de mulheres hipossuficientes vítimas de violência doméstica e familiar;
IV - para apoio ao retorno ao trabalho das mulheres após o término da licença-maternidade:
a) suspensão do contrato de trabalho de pais empregados para acompanhamento do desenvolvimento dos
filhos; e
b) flexibilização do usufruto da prorrogação da licença-maternidade, conforme prevista na Lei nº 11.770, de
9 de setembro de 2008;
V - reconhecimento de boas práticas na promoção da empregabilidade das mulheres, por meio da institui-
ção do Selo Emprega + Mulher;
VI - prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no âmbito do trabalho; e
VII - estímulo ao microcrédito para mulheres.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, parentalidade é o vínculo socioafetivo maternal, paternal ou qual-
quer outro que resulte na assunção legal do papel de realizar as atividades parentais, de forma compartilhada
entre os responsáveis pelo cuidado e pela educação das crianças e dos adolescentes, nos termos do parágrafo
único do art. 22 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

CAPÍTULO II
DO APOIO À PARENTALIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA

SEÇÃO I
DO REEMBOLSO-CRECHE
Art. 2º Ficam os empregadores autorizados a adotar o benefício de reembolso-creche, de que trata a alínea
“s” do §9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que cumpridos os seguintes requisitos:
I - ser o benefício destinado ao pagamento de creche ou de pré-escola de livre escolha da empregada ou do
empregado, bem como ao ressarcimento de gastos com outra modalidade de prestação de serviços de mesma
natureza, comprovadas as despesas realizadas;
II - ser o benefício concedido à empregada ou ao empregado que possua filhos com até 5 (cinco) anos e 11
(onze) meses de idade, sem prejuízo dos demais preceitos de proteção à maternidade;
III - ser dada ciência pelos empregadores às empregadas e aos empregados da existência do benefício e
dos procedimentos necessários à sua utilização; e
IV - ser o benefício oferecido de forma não discriminatória e sem a sua concessão configurar premiação.
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal disporá sobre os limites de valores para a concessão do
reembolso-creche e as modalidades de prestação de serviços aceitas, incluído o pagamento de pessoa física.

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Art. 3º A implementação do reembolso-creche ficará condicionada à formalização de acordo individual, de
acordo coletivo ou de convenção coletiva de trabalho.
Parágrafo único. O acordo ou a convenção a que se refere o caput deste artigo estabelecerá condições,
prazos e valores, sem prejuízo do cumprimento dos demais preceitos de proteção à maternidade.
Art. 4º Os valores pagos a título de reembolso-creche:
I - não possuem natureza salarial;
II - não se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos;
III - não constituem base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS); e
IV - não configuram rendimento tributável da empregada ou do empregado.
Art. 5º Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezes-
seis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assis-
tência os seus filhos no período da amamentação.
Parágrafo único. Os empregadores que adotarem o benefício do reembolso-creche previsto nos arts. 2º, 3º
e 4º desta Lei para todos os empregados e empregadas que possuam filhos com até 5 (cinco) anos e 11 (onze)
meses de idade ficam desobrigados da instalação de local apropriado para a guarda e a assistência de filhos
de empregadas no período da amamentação, nos termos do caput deste artigo.

SEÇÃO II
DA MANUTENÇÃO OU SUBVENÇÃO DE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL PELOS SER-
VIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
Art. 6º Os seguintes serviços sociais autônomos poderão, observado o disposto em suas leis de regência
e regulamentos, manter instituições de educação infantil destinadas aos dependentes dos empregados e das
empregadas vinculados à atividade econômica a eles correspondente:
I - Serviço Social da Indústria (Sesi), de que trata o Decreto-Lei nº 9.403, de 25 de junho de 1946;
II - Serviço Social do Comércio (Sesc), de que trata o Decreto-Lei nº 9.853, de 13 de setembro de 1946; e
III - Serviço Social do Transporte (Sest), de que trata a Lei nº 8.706, de 14 de setembro de 1993.

CAPÍTULO III
DO APOIO À PARENTALIDADE POR MEIO DA FLEXIBILIZAÇÃO DO REGIME DE TRABALHO

SEÇÃO I
DO TELETRABALHO
Art. 7º Na alocação de vagas para as atividades que possam ser efetuadas por meio de teletrabalho, traba-
lho remoto ou trabalho a distância, nos termos do Capítulo II-A do Título II da Consolidação das Leis do Traba-
lho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, os empregadores deverão conferir prioridade:
I - às empregadas e aos empregados com filho, enteado ou criança sob guarda judicial com até 6 (seis)
anos de idade; e
II - às empregadas e aos empregados com filho, enteado ou pessoa sob guarda judicial com deficiência,
sem limite de idade.

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SEÇÃO II
DA FLEXIBILIZAÇÃO DO REGIME DE TRABALHO E DAS FÉRIAS
Art. 8º No âmbito dos poderes diretivo e gerencial dos empregadores, e considerada a vontade expressa
dos empregados e das empregadas, haverá priorização na concessão de uma ou mais das seguintes medidas
de flexibilização da jornada de trabalho aos empregados e às empregadas que tenham filho, enteado ou pessoa
sob sua guarda com até 6 (seis) anos de idade ou com deficiência, com vistas a promover a conciliação entre
o trabalho e a parentalidade:
I - regime de tempo parcial, nos termos do art. 58-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;
II - regime especial de compensação de jornada de trabalho por meio de banco de horas, nos termos do art.
59 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;
III - jornada de 12 (doze) horas trabalhadas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, nos termos
do art. 59-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;
IV - antecipação de férias individuais; e
V - horários de entrada e de saída flexíveis.
§1º As medidas de que tratam os incisos I e IV do caput deste artigo somente poderão ser adotadas até o
segundo ano:
I - do nascimento do filho ou enteado;
II - da adoção; ou
III - da guarda judicial.
§2º As medidas de que trata este artigo deverão ser formalizadas por meio de acordo individual, de acordo
coletivo ou de convenção coletiva de trabalho.
§3º O prazo fixado no §1º deste artigo aplica-se inclusive para o empregado ou a empregada que tiver filho,
enteado ou pessoa sob guarda judicial com deficiência.

SEÇÃO III
DO REGIME ESPECIAL DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO POR MEIO DE BAN-
CO DE HORAS
Art. 9º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho de empregado ou empregada em regime de compen-
sação de jornada por meio de banco de horas, as horas acumuladas ainda não compensadas serão:
I - descontadas das verbas rescisórias devidas ao empregado ou à empregada, na hipótese de banco de
horas em favor do empregador, quando a demissão for a pedido e o empregado ou empregada não tiver inte-
resse ou não puder compensar a jornada devida durante o prazo do aviso prévio; ou
II - pagas juntamente com as verbas rescisórias, na hipótese de banco de horas em favor do empregado ou
da empregada.

SEÇÃO IV
DA ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS INDIVIDUAIS
Art. 10. A antecipação de férias individuais poderá ser concedida ao empregado ou à empregada que se
enquadre nos critérios estabelecidos no §1º do art. 8º desta Lei, ainda que não tenha transcorrido o seu período
aquisitivo.
Parágrafo único. As férias antecipadas não poderão ser usufruídas em período inferior a 5 (cinco) dias cor-
ridos.

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Art. 11. Para as férias concedidas na forma prevista no art. 10 desta Lei, o empregador poderá optar por efe-
tuar o pagamento do adicional de 1/3 (um terço) de férias após a sua concessão, até a data em que for devida
a gratificação natalina prevista no art. 1º da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
Art. 12. O pagamento da remuneração da antecipação das férias na forma do art. 10 desta Lei poderá ser
efetuado até o quinto dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias, hipótese em que não se aplicará
o disposto no art. 145 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943.
Art. 13. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho, os valores das férias ainda não usufruídas serão
pagos juntamente com as verbas rescisórias devidas.
Parágrafo único. Na hipótese de período aquisitivo não cumprido, as férias antecipadas e usufruídas serão
descontadas das verbas rescisórias devidas ao empregado no caso de pedido de demissão.

SEÇÃO V
DOS HORÁRIOS DE ENTRADA E SAÍDA FLEXÍVEIS
Art. 14. Quando a atividade permitir, os horários fixos da jornada de trabalho poderão ser flexibilizados ao
empregado ou à empregada que se enquadre nos critérios estabelecidos no caput do art. 8º desta Lei.
Parágrafo único. A flexibilização de que trata o caput deste artigo ocorrerá em intervalo de horário previa-
mente estabelecido, considerados os limites inicial e final de horário de trabalho diário.

CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS PARA QUALIFICAÇÃO DE MULHERES

SEÇÃO I
DA SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO PARA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Art. 15. Mediante requisição formal da empregada interessada, para estimular a qualificação de mulheres e
o desenvolvimento de habilidades e de competências em áreas estratégicas ou com menor participação femi-
nina, o empregador poderá suspender o contrato de trabalho para participação em curso ou em programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador.
§1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a suspensão do contrato de trabalho será formalizada por
meio de acordo individual, de acordo coletivo ou de convenção coletiva de trabalho, nos termos do art. 476-A
da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
§2º O curso ou o programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador priorizará áreas que
promovam a ascensão profissional da empregada ou áreas com baixa participação feminina, tais como ciência,
tecnologia, desenvolvimento e inovação.
§3º Durante o período de suspensão do contrato de trabalho, a empregada fará jus à bolsa de qualificação
profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990.
§4º Além da bolsa de qualificação profissional, durante o período de suspensão do contrato de trabalho, o
empregador poderá conceder à empregada ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial.
§5º Para fins de pagamento da bolsa de qualificação profissional, o empregador encaminhará ao Ministério
do Trabalho e Previdência os dados referentes às empregadas que terão o contrato de trabalho suspenso.
§6º Se ocorrer a dispensa da empregada no transcurso do período de suspensão ou nos 6 (seis) meses
subsequentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará à empregada, além das parcelas indenizató-
rias previstas na legislação, multa a ser estabelecida em convenção ou em acordo coletivo, que será de, no
mínimo, 100% (cem por cento) sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato
de trabalho.

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SEÇÃO II
DO ESTÍMULO À OCUPAÇÃO DAS VAGAS DE GRATUIDADE DOS SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔ-
NOMOS
Art. 16. As entidades dos serviços nacionais de aprendizagem, observadas suas leis de regência e regu-
lamentos, mediante a celebração de ajustes e de parcerias com a União, poderão implementar medidas que
estimulem a matrícula de mulheres em cursos de qualificação, em todos os níveis e áreas de conhecimento.
§1º Se ocorrer a celebração dos termos de ajustes ou de parcerias a que se refere o caput deste artigo, os
serviços nacionais de aprendizagem desenvolverão ferramentas de monitoramento e estratégias para a inscri-
ção e a conclusão dos cursos por mulheres, especialmente nas áreas de ciência, de tecnologia, de desenvol-
vimento e de inovação.
§2º Para fins do disposto no caput deste artigo, serão priorizadas as mulheres hipossuficientes vítimas de
violência doméstica e familiar com registro de ocorrência policial.

CAPÍTULO V
DO APOIO AO RETORNO AO TRABALHO APÓS O TÉRMINO DA LICENÇA-MATERNIDADE

SEÇÃO I
DA SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DE PAIS EMPREGADOS
Art. 17. Mediante requisição formal do empregado interessado, o empregador poderá suspender o contrato
de trabalho do empregado com filho cuja mãe tenha encerrado o período da licença-maternidade para:
I - prestar cuidados e estabelecer vínculos com os filhos;
II - acompanhar o desenvolvimento dos filhos; e
III - apoiar o retorno ao trabalho de sua esposa ou companheira.
§1º A suspensão do contrato de trabalho ocorrerá nos termos do art. 476-A da Consolidação das Leis do Tra-
balho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para participação em curso ou em programa
de qualificação profissional oferecido pelo empregador, formalizada por meio de acordo individual, de acordo
coletivo ou de convenção coletiva de trabalho.
§2º A suspensão do contrato de trabalho será efetuada após o término da licença-maternidade da esposa
ou companheira do empregado.
§3º O curso ou o programa de qualificação profissional deverá ser oferecido pelo empregador, terá carga
horária máxima de 20 (vinte) horas semanais e será realizado exclusivamente na modalidade não presencial,
preferencialmente, de forma assíncrona.
§4º A limitação prevista no §2º do art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, não se aplica à suspensão do contrato de trabalho de que trata este artigo.
§5º O empregado fará jus à bolsa de qualificação profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998, de 11
de janeiro de 1990.
§6º Além da bolsa de qualificação profissional, durante o período de suspensão do contrato de trabalho, o
empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial.
§7º Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão ou nos 6 (seis) meses
subsequentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizató-
rias previstas na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou em acordo coletivo, que será
de, no mínimo, 100% (cem por cento) sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do
contrato.
Art. 18. São deveres do empregador:
I - dar ampla divulgação aos seus empregados sobre a possibilidade de apoiar o retorno ao trabalho de suas
esposas ou companheiras após o término do período da licença-maternidade;

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II - orientar sobre os procedimentos necessários para firmar acordo individual para suspensão do contrato
de trabalho com qualificação; e
III - promover ações periódicas de conscientização sobre parentalidade responsiva e igualitária para impul-
sionar a adoção da medida pelos seus empregados.
Art. 19. Para fins de pagamento da bolsa de qualificação profissional, o empregador encaminhará ao Minis-
tério do Trabalho e Previdência os dados referentes aos empregados que terão o contrato de trabalho suspenso
para apoiar o retorno ao trabalho de suas esposas ou companheiras.

SEÇÃO II
DAS ALTERAÇÕES NO PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ
Art. 20. A Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 1º .......................................................................................................
....................................................................................................................
§3º A prorrogação de que trata o inciso I do caput deste artigo poderá ser compartilhada entre a empregada
e o empregado requerente, desde que ambos sejam empregados de pessoa jurídica aderente ao Programa e
que a decisão seja adotada conjuntamente, na forma estabelecida em regulamento.
§4º Na hipótese prevista no §3º deste artigo, a prorrogação poderá ser usufruída pelo empregado da pessoa
jurídica que aderir ao Programa somente após o término da licença-maternidade, desde que seja requerida com
30 (trinta) dias de antecedência.” (NR)
“Art. 1º-A. Fica a empresa participante do Programa Empresa Cidadã autorizada a substituir o período de
prorrogação da licença-maternidade de que trata o inciso I do caput do art. 1º desta Lei pela redução de jornada
de trabalho em 50% (cinquenta por cento) pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
§1º São requisitos para efetuar a substituição de que trata o caput deste artigo:
I - pagamento integral do salário à empregada ou ao empregado pelo período de 120 (cento e vinte) dias; e
II - acordo individual firmado entre o empregador e a empregada ou o empregado interessados em adotar
a medida.
§2º A substituição de que trata o caput deste artigo poderá ser concedida na forma prevista no §3º do art.
1º desta Lei.”

CAPÍTULO VI
DAS REGRAS PARA FORMALIZAÇÃO DE ACORDOS INDIVIDUAIS
Art. 21. A opção por acordo individual para formalizar as medidas previstas no art. 3º, no §2º do art. 8º, no
§1º do art. 15 e no §1º do art. 17 desta Lei somente poderá ser realizada: (Promulgação partes vetadas)
I - nos casos de empresas ou de categorias de trabalhadores para as quais não haja acordo coletivo ou
convenção coletiva de trabalho celebrados; ou
II - se houver acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho celebrados, se o acordo individual a ser ce-
lebrado contiver medidas mais vantajosas à empregada ou ao empregado que o instrumento coletivo vigente.”
Art. 22. Tanto na priorização para vagas em regime de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância
quanto na adoção das medidas de flexibilização e de suspensão do contrato de trabalho previstas nos Capítu-
los III, IV e V desta Lei, deverá sempre ser levada em conta a vontade expressa da empregada ou do empre-
gado beneficiado pelas medidas de apoio ao exercício da parentalidade.

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CAPÍTULO VII
DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E DE COMBATE AO ASSÉDIO SEXUAL E A OUTRAS FORMAS
DE VIOLÊNCIA NO ÂMBITO DO TRABALHO
Art. 23. Para a promoção de um ambiente laboral sadio, seguro e que favoreça a inserção e a manutenção
de mulheres no mercado de trabalho, as empresas com Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de
Assédio (Cipa) deverão adotar as seguintes medidas, além de outras que entenderem necessárias, com vistas
à prevenção e ao combate ao assédio sexual e às demais formas de violência no âmbito do trabalho:
I - inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência nas normas
internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às empregadas;
II - fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos
e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos
de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimen-
tos jurídicos cabíveis;
III - inclusão de temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de violên-
cia nas atividades e nas práticas da Cipa; e
IV - realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações de capacitação, de orientação e de sensibiliza-
ção dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados
à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis, apropriados
e que apresentem máxima efetividade de tais ações.
§1º O recebimento de denúncias a que se refere o inciso II do caput deste artigo não substitui o procedimen-
to penal correspondente, caso a conduta denunciada pela vítima se encaixe na tipificação de assédio sexual
contida no art. 216-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), ou em outros crimes
de violência tipificados na legislação brasileira.
§2º O prazo para adoção das medidas previstas nos incisos I, II, III e IV do caput deste artigo é de 180 (cento
e oitenta) dias após a entrada em vigor desta Lei.

CAPÍTULO VIII
DO SELO EMPREGA + MULHER
Art. 24. Fica instituído o Selo Emprega + Mulher.
§1º São objetivos do Selo Emprega + Mulher:
I - reconhecer as empresas que se destaquem pela organização, pela manutenção e pelo provimento de
creches e pré-escolas para atender às necessidades de suas empregadas e de seus empregados; e
II - reconhecer as boas práticas de empregadores que visem, entre outros objetivos:
a) ao estímulo à contratação, à ocupação de postos de liderança e à ascensão profissional de mulheres,
especialmente em áreas com baixa participação feminina, tais como ciência, tecnologia, desenvolvimento e
inovação;
b) à divisão igualitária das responsabilidades parentais;
c) à promoção da cultura de igualdade entre mulheres e homens;
d) à oferta de acordos flexíveis de trabalho;
e) à concessão de licenças para mulheres e homens que permitam o cuidado e a criação de vínculos com
seus filhos;
f) ao efetivo apoio às empregadas de seu quadro de pessoal e das que prestem serviços no seu estabele-
cimento em caso de assédio, violência física ou psicológica ou qualquer violação de seus direitos no local de
trabalho; e

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g) à implementação de programas de contratação de mulheres desempregadas em situação de violência
doméstica e familiar e de acolhimento e de proteção às suas empregadas em situação de violência doméstica
e familiar.
§2º Para fins do disposto neste artigo, consideram-se violência doméstica e familiar contra a mulher as
ações ou as omissões previstas no art. 5º da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
Art. 25. As microempresas e as empresas de pequeno porte que receberem o Selo Emprega + Mulher serão
beneficiadas com estímulos creditícios adicionais, nos termos dos incisos I e II do §5º do art. 3º da Lei nº 13.999,
de 18 de maio de 2020.
Art. 26. As empresas que se habilitarem para o recebimento do Selo Emprega + Mulher deverão prestar
contas anualmente quanto ao atendimento dos requisitos previstos nesta Lei.
Art. 27. A pessoa jurídica detentora do Selo Emprega + Mulher poderá utilizá-lo para os fins de divulgação
de sua marca, produtos e serviços, vedada a extensão do uso para grupo econômico ou em associação com
outras empresas que não detenham o selo.
Art. 28. Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência disporá sobre o regulamento completo do Selo
Emprega + Mulher.

CAPÍTULO IX
DO ESTÍMULO AO MICROCRÉDITO PARA MULHERES
Art. 29. Nas operações de crédito do Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedo-
res (SIM Digital), de que trata a Lei nº 14.438, de 24 de agosto de 2022, serão aplicadas condições diferencia-
das, exclusivamente quando os beneficiários forem:
I - mulheres que exerçam alguma atividade produtiva ou de prestação de serviços, urbana ou rural, de forma
individual ou coletiva, na condição de pessoas naturais;
II - mulheres, na condição de pessoas naturais e de microempreendedoras individuais no âmbito do Progra-
ma Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO).
§1º A primeira linha de crédito a ser concedida à beneficiária pessoa natural corresponderá ao valor máxi-
mo de R$ 2.000,00 (dois mil reais) e, às microempreendedoras individuais, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
considerada a soma de todos os contratos de operação, ativos e inativos, efetuados no âmbito do SIM Digital.
§2º A taxa de juros máxima será correspondente a 85% (oitenta e cinco por cento) da taxa máxima permitida
pelo Conselho Monetário Nacional para operações de microcrédito, e o prazo será de até 30 (trinta) meses para
o pagamento.
§3º A cobertura da garantia a ser prestada pelos fundos garantidores, observado o disposto na Lei nº
14.438, de 24 de agosto de 2022, será de até 85% (oitenta e cinco por cento) do valor desembolsado em cada
operação incluída nas carteiras garantidas, e o limite de cobertura será de 80% (oitenta por cento) do total de
desembolsos efetuados nas operações das carteiras, sempre que forem formadas exclusivamente por mulhe-
res, nas condições dos incisos I e II do caput deste artigo, observados as atenuantes de risco aplicáveis e o
disposto nos regulamentos dos fundos.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 30. Às mulheres empregadas é garantido igual salário em relação aos empregados que exerçam idên-
tica função prestada ao mesmo empregador, nos termos dos arts. 373-A e 461 da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
Art. 31. O Sistema Nacional de Emprego (Sine) implementará iniciativas com vistas à melhoria da emprega-
bilidade de mulheres, especialmente daquelas:
I - que tenham filho, enteado ou guarda judicial de crianças de até 5 (cinco) anos de idade;

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II - que sejam chefe de família monoparental; ou
III - com deficiência ou com filho com deficiência.
Art. 32. A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio
(Cipa), em conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nos estabeleci-
mentos ou nos locais de obra nelas especificadas.
....................................................................................................” (NR)
“Art. 473. .............................................................................................
..............................................................................................................
III - por 5 (cinco) dias consecutivos, em caso de nascimento de filho, de adoção ou de guarda compartilhada;
.............................................................................................................
X - pelo tempo necessário para acompanhar sua esposa ou companheira em até 6 (seis) consultas médicas,
ou em exames complementares, durante o período de gravidez;
.............................................................................................................
Parágrafo único. O prazo a que se refere o inciso III do caput deste artigo será contado a partir da data de
nascimento do filho.” (NR)
Art. 33. O art. 3º da Lei nº 13.999, de 18 de maio de 2020, passa a vigorar acrescido do seguinte §5º:
“Art. 3º ....................................................................................................
.................................................................................................................
§5º Nos casos em que a empresa contratante tenha sido reconhecida pelo Poder Executivo federal com o
Selo Emprega + Mulher, aplicam-se os seguintes parâmetros:
I - o limite do empréstimo referido no §1º do art. 2º desta Lei corresponderá a até 50% (cinquenta por cento)
da receita bruta anual calculada com base no exercício anterior ao da contratação, salvo o caso das empresas
que tenham menos de 1 (um) ano de funcionamento, hipótese em que corresponderá a até 50% (cinquenta por
cento) do seu capital social ou a até 50% (cinquenta por cento) de 12 (doze) vezes a média da sua receita bruta
mensal apurada no período, desde o início de suas atividades, o que for mais vantajoso; e
II - prazo de 60 (sessenta) meses para o pagamento.” (NR)
Art. 34. O caput do art. 2º da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, passa a vigorar acrescido do seguinte
inciso V:
“Art. 2º .....................................................................................................
...................................................................................................................
V - mulheres vítimas de violência doméstica e familiar com registro de ocorrência policial.
.........................................................................................................” (NR)
Art. 35. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 21 de setembro de 2022; 201º da Independência e 134º da República.

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Direito coletivo do trabalho; conceito, objeto, função, evolução histórica, princípios e
fontes normativas; organização sindical; conceito de categoria; categoria diferenciada;
negociação coletiva no Direito do Trabalho; instrumentos coletivos de trabalho; media-
ção e arbitragem no Direito do Trabalho

No âmbito do Direito do Trabalho distinguem-se as normas que compõem o chamado Direito Individual do
Trabalho e outras que integram o denominado Direito Coletivo do Trabalho26. Assim sendo, é um conjunto de
normas que rege as relações coletivas, especialmente aquelas estabelecidas por meio das entidades sindicais
e defesa dos trabalhadores. Regula a relação entre seres coletivos na seara trabalhista, ao passo que o Direito
Individual do Trabalho cuida da relação individual estabelecida entre empregado e empregador.
O Direito Individual é composto pelas normas que regem a relação que se estabelece entre um trabalhador
e um empregador individualmente considerados, fundada no contrato de trabalho (relações individuais).
O Direito Coletivo, ao contrário, agrega as normas que se referem às relações que envolvem um empregador
ou um grupo de empregadores com os grupos de trabalhadores ou com as organizações que os representam
(relações coletivas).
Para que uma relação configure matéria regulada pelo Direito Coletivo do Trabalho, é condição necessária
que ela vincule uma pluralidade de trabalhadores. No entanto, à existência desse elemento quantitativo deve-
se agregar um elemento qualitativo, qual seja, a existência de um interesse coletivo, que não é resultado da
soma dos interesses individuais de vários trabalhadores, mas expressa um interesse qualitativamente distinto
referente aos trabalhadores como grupo: grupo definido, mas interesse indivisível.
O estudo das relações coletivas compreende dois tipos de questões: de um lado, as que envolvem as
organizações de trabalhadores e patronais; de outro, as que se referem à ação coletiva dos trabalhadores e
dos empregadores.
No primeiro caso, abrangem-se a liberdade sindical e suas manifestações, a representação dos trabalhadores
na empresa, o direito de reunião e a associação patronal. Em relação às segundas questões, estão abrangidas
a negociação coletiva, a greve, os procedimentos judiciais e extrajudiciais de solução dos conflitos coletivos de
trabalho, tais como a conciliação, a mediação e a arbitragem.
A denominação “Direito Coletivo do Trabalho” não é aceita pacificamente, sendo que parte da doutrina
adota a nomenclatura “Direito Sindical”, considerando o fenômeno sindical como originador das relações e dos
interesses coletivos.
As normas que compõem o conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho ordenam-se da seguinte forma:
a) organização sindical – referem-se aos tipos de entes sindicais existentes previstos pelo ordenamento
jurídico, ao critério de agrupamento dos representados, às formas e à base geográfica de representação, à
estrutura interna e ao funcionamento dos entes sindicais;
b) ação e funções dos entes sindicais, em especial a negociação coletiva – referem-se à atuação
concreta dos entes sindicais, em especial à sua função principal e essencial, que é a negociação coletiva;
c) conflitos coletivos de trabalho e suas formas de solução – referem-se ao estudo das disputas
decorrentes das relações coletivas de trabalho, entre as quais a greve é a principal, e das formas de solução
estabelecidas pelo ordenamento jurídico;
d) representação não sindical dos trabalhadores na empresa – referem-se aos canais de comunicação
previstos pelo ordenamento, visando melhorar o diálogo e o relacionamento entre trabalhadores e empregadores
no que tange a questões de rotina.
O Direito Coletivo do Trabalho, além das funções gerais do Direito do Trabalho como um todo, tem funções
específicas, como a geração de normas coletivas de trabalho, mediante o exercício da negociação coletiva e da
afirmação da autonomia privada dos grupos (autonomia coletiva) e a solução dos conflitos coletivos de trabalho,

26 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-
-Martins-Romar-2018.pdf

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diretamente pelos entes coletivos (formas autônomas) ou com a intervenção de terceiros (formas heterônomas),
além de funções sociopolítica e econômica, a primeira derivada do exercício democrático de distribuição de
poder, e a segunda caracterizada pela busca da adequação das relações de trabalho às realidades econômicas.
— Fontes do direito coletivo do trabalho
Fontes formais são os modos pelos quais se manifestam as normas jurídicas, enquanto que as fontes
materiais são todos os fatores sociais, econômicos, históricos etc., que determinam o conteúdo concreto dessas
normas.
No plano formal, as fontes do Direito Coletivo do Trabalho são:
a) os atos internacionais;
b) a Constituição Federal;
c) as leis;
d) os pactos sociais;
e) a convenção coletiva e o acordo coletivo;
f) as decisões normativas;
g) a jurisprudência.
— Atos internacionais
Como fontes formais do Direito Coletivo do Trabalho encontramos diversos atos internacionais.
No âmbito da OIT, várias são as Convenções que tratam de matéria de Direito Coletivo, destacando-se,
entre outras,111 a de n. 87, sobre a liberdade sindical e a proteção do direito sindical (1948); a de n. 98, sobre
o direito de organização e de negociação coletiva (1949); a de n. 135, sobre proteção dos representantes dos
trabalhadores (1971); e a de n. 154, sobre a promoção da negociação coletiva (1981).
Fora do âmbito da OIT, são considerados como mais importantes a Declaração Universal dos Direitos do
Homem, de 1948; a Carta Internacional Americana de Garantias Sociais, de 1948; a Convenção Europeia de
Direitos Humanos, de 1950; a Carta Social Europeia, de 1961; o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais, de 1966; e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica), de 1969.
Em decorrência de todos os atos internacionais referidos, aos trabalhadores são assegurados o direito de se
organizarem em sindicatos e o direito de celebrarem convenções coletivas de trabalho.
Cumpre ressaltar que na esfera da OIT a greve não é objeto de proteção expressa, adotando-se pacificamente,
porém, o entendimento de que constitui um dos meios essenciais à defesa e à promoção dos interesses
profissionais.
Por essa razão, a OIT recomenda reiteradamente que somente em circunstâncias excepcionais e razoáveis
seja limitado o seu exercício, assim consideradas as que envolvem serviços essenciais ou as relativas à função
pública.
No campo internacional, mas fora do âmbito da OIT, existem ao menos quatro textos que se referem
expressamente à greve como atividade merecedora de proteção, entre os quais, o mais abrangente é o Pacto
Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966.
Não se pode deixar de considerar, também, os textos de âmbito regional, como a Ata de Chapultepec, de
1945; a Carta de Bogotá, de 1948; e a Carta Social Europeia, de 1961.
— Constituição
A Constituição Federal de 1988 trata de temas específicos no campo do Direito Coletivo do Trabalho: a
liberdade de associação profissional, prevista no art. 8º; o reconhecimento das convenções e dos acordos
coletivos de trabalho, indicado expressamente pelo art. 7º, XXVI, como um dos direitos dos trabalhadores; as
fontes de receita das entidades sindicais, com previsão das contribuições confederativa e sindical, no art. 8º,
IV; a greve, fixando seu exercício e os seus limites nos arts. 9º e 37, VII; no art. 114, a competência da Justiça
do Trabalho para dirimir conflitos coletivos de trabalho.

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Além disso, no que tange aos direitos individuais dos trabalhadores, estabelecem-se os limites de flexibilização
pela via da negociação coletiva (art. 7º, VI, XIII e XIV).
— Leis
Contrariamente do que ocorre em outros ordenamentos jurídicos, como nos EUA e nos países da Europa, em
que o Direito Coletivo se forma preponderantemente em razão do exercício da autonomia coletiva, notadamente
a prática da negociação coletiva, no Brasil a formação do Direito Coletivo do Trabalho decorre, em sua maior
parte, da legislação.
As regras sobre organização sindical, sobre campo de aplicação, conteúdo, efeitos e condições de validade
da convenção coletiva de trabalho, sobre conflitos coletivos e suas formas de solução, decorrem das diversas
leis que tratam do tema, em especial a Consolidação das Leis do Trabalho.
— Convenções e acordos coletivos de trabalho
A autonomia dos grupos profissionais e econômicos é exteriorizada por meio das convenções e dos acordos
coletivos de trabalho, que contêm normas que determinam o conteúdo dos contratos individuais de trabalho dos
trabalhadores aos quais se aplicam (cláusulas econômicas), além das cláusulas obrigacionais, que vinculam
as partes convenentes.
As normas coletivas dão maleabilidade ao conteúdo da lei, ampliando a gama de direitos e garantias legais
assegurados aos trabalhadores (condições in mellius) e, em outros casos, prevendo situações de flexibilização
que, aparentemente, geram condições in pejus (redução de salário, compensação de jornada, aumento da jor-
nada dos turnos ininterruptos de revezamento).
Nesse sentido, importante destacar que a Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) ampliou enormemente as
possibilidades da negociação coletiva, estabelecendo que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho
têm prevalência sobre a lei quando dispuserem, entre outros (rol exemplificativo, portanto), sobre as matérias
indicadas no art. 611-A, CLT. Ao contrário, em âmbito muito mais restrito, as previsões de convenções coletivas
e acordos coletivos de trabalho que são consideradas ilícitas são indicadas taxativamente no art. 611-B, CLT.
— Decisões normativas
Através das decisões normativas (sentenças normativas) se traduz o poder normativo da Justiça do
Trabalho, previsto no art. 114, §2º da Constituição Federal, mediante o qual, na ausência ou impossibilidade
da negociação coletiva, são estabelecidas condições de trabalho aos membros de categoria profissional e de
categoria econômica em conflito e que são partes do dissídio coletivo levado à apreciação do Judiciário.
— Jurisprudência
No Brasil, a jurisprudência, em especial através das Orientações Jurisprudenciais da Seção de Dissídios
Coletivos e dos Precedentes do TST, tem grande relevância no que concerne à esfera de conflitos coletivos,
determinando o campo de aplicação do poder normativo da Justiça do Trabalho, estabelecendo os limites do
exercício do direito de greve, fixando os limites da atuação das entidades sindicais, entre outros aspectos.
— Arbitragem
A arbitragem, como fórmula de solução de conflitos na sociedade, tem sido prestigiada em certas ordens
jurídicas (EUA, por exemplo). O mecanismo atua em áreas diversas, como Direito Comercial/Empresarial,
Direito Civil e, até mesmo, Direito do Trabalho27.
No Brasil, entretanto, sua prática ainda não se mostrou frequente em qualquer campo do Direito, embora
permitida e incentivada pela ordem jurídica. A mediação, a seu turno, como técnica de aproximação de partes
em conflito, em busca da resolução do litígio, por meio dos métodos próprios existentes, sempre foi prestigiada
no País, inclusive no Direito Coletivo do Trabalho.
— Arbitragem no Direito Coletivo do Trabalho
Arbitragem é, desse modo, o tipo procedimental de solução de conflitos mediante o qual a decisão, lançada
em um laudo arbitral, efetiva-se por um terceiro árbitro, estranho à relação entre os sujeitos em controvérsia e,
em geral, por eles escolhido.

27 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.

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As circunstâncias de o árbitro ser um terceiro, em contraponto às partes divergentes, e de ser, além disso,
regra geral, um expert, profissional especializado no tema em controvérsia, são fatores que tendem a aproximar
essa fórmula de solução de conflitos de outras figuras jurídicas; contudo, rigorosamente, não há como confundir-
se a arbitragem com qualquer dessas figuras comparadas.
1. Distinções Relevantes
A arbitragem deve ser diferenciada de figuras próximas, como arbitramento, perícia técnica, mediação,
transação e jurisdição:
— Arbitramento
O arbitramento é simples modalidade de liquidação de sentença judicial, tipificada em lei, pela qual o juiz
nomeia perito para fixação do respectivo quantum debeatur resultante da sentença liquidanda (art. 879, CLT;
arts. 509, I, e 510, CPC).
O arbitramento, conforme visto, não se confunde com a arbitragem. As formas de apuração do montante
derivado da sentença são três, como se sabe: simples cálculo contábil, arbitramento ou liquidação por artigos
(art. 879, CLT; arts. 509, I e II, e 510, CPC). O arbitramento liquidatório faz-se quer em virtude da natureza do
objeto da liquidação, quer em decorrência de comando sentencial prévio, quer em virtude de acordo entre as
partes processuais.
— Perícia técnica
Perícia técnica é simples modalidade de prova, seja no âmbito extrajudicial, seja no interior do processo.
Quem a realiza é um expert, profissional qualificado para o exame da matéria objeto da perícia. Concluída a
diligência, integrará o processo, do qual será peça probatória relevante, de maneira geral.
— Mediação
A mediação, como visto, é mera técnica de auxílio à resolução de conflitos, pela qual um terceiro cumpre o
papel de aproximar as partes, com elas debatendo os pontos de divergência e de aproximação, sugerindo-lhes
consenso sobre um resultado final pacificatório.
— Transação
A transação ocorre exclusivamente entre as próprias partes, sem interferência de um agente exterior;
sozinhas, elas realizam concessões recíprocas sobre aspectos duvidosos de seus interesses, pondo fim ao
litígio.
— Jurisdição
A jurisdição, por fim, ocorre mediante intervenção do Estado, por intermédio do Judiciário, que, aplicando o
Direito, põe solução ao litígio, transformado em lide no corpo de um processo formal. As diferenças em face da
arbitragem são, desse modo, substantivas.
— Tipos de Arbitragem
O presente instituto jurídico pode ser classificado segundo distintos parâmetros de comparação. Citem-se
alguns mais conhecidos: arbitragem nacional e internacional; arbitragem obrigatória e voluntária (ou facultativa);
arbitragem legal ou convencional; arbitragem de direito e de equidade.
Arbitragem nacional e internacional
O primeiro desses parâmetros diferenciadores é o que separa o instituto em nacional e internacional. A
arbitragem nacional ocorre envolvendo sujeitos de um mesmo Estado e sociedade, em torno de interesses
essencialmente ali localizados, ou cuja resolução não exija a participação de entes ou poderes estrangeiros,
consumando-se por meio de árbitro cujos poderes circunscrevem-se, basicamente, às fronteiras do respectivo
Estado.
Internacional é a arbitragem que envolve sujeitos de distintos Estados e sociedades, em torno de interesses
que escapam às fronteiras de um delimitado país, consumando-se por meio de árbitro cujos poderes abrangem
os diferentes territórios de aplicação do laudo arbitral.

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Este tipo de arbitragem ocorre, regra geral, quanto a conflitos entre Estados, em que um terceiro Estado
ou um organismo internacional passa a atuar como árbitro. Ocorre também no tocante a conflitos entre
grupos econômicos ou outros sujeitos de direito que tenham presença significativa no mercado supranacional,
solucionando disputas de interesses comerciais, tecnológicos, etc.
Arbitragem obrigatória e voluntária (ou facultativa)
Outro parâmetro diferenciador refere-se à arbitragem obrigatória ou facultativa. A arbitragem obrigatória é a
que se impõe às partes, independentemente de sua vontade.
Pode resultar de imposição legal ou de prévia imposição convencional, estipulada pelas mesmas partes.
Neste último caso, a convenção fixadora de semelhante obrigatoriedade, constante de prévio contrato entre as
partes, é denominada cláusula compromissória (art. 4º, Lei nº 9.307/1996 — Lei de Arbitragem).
A arbitragem facultativa (ou voluntária) é decidida pelas partes no contexto do surgimento do conflito. Neste
caso, a convenção que elege a arbitragem como fórmula de resolução daquele conflito surgido denomina-
se compromisso arbitral (art. 9º, Lei n. 9.307). Curiosamente, o compromisso arbitral pode ocorrer não só
extrajudicialmente, mas também no interior de certo processo judicial (art. 9º, caput e §1º, Lei n. 9.307).
No Brasil, contudo, não têm sido comuns exemplos de arbitragem imperativa, por força de lei, uma vez que
a convenção de arbitragem tende a ser, naturalmente, uma escolha das partes (art. 337, X e §5º, CPC).
Arbitragem legal ou convencional
Outro parâmetro de diferenciação reporta-se à arbitragem legal e convencional. A primeira deriva de previsão
de norma heterônoma estatal. Não obstante a previsão normativa, ela não é, necessariamente, obrigatória.
A arbitragem convencional, por sua vez, é a que resulta de ajuste de vontade das partes, mediante convenção
de arbitragem (art. 3º e seguintes, Lei de Arbitragem). Esta pode ocorrer previamente à própria existência do
conflito, tornando obrigatório o seguimento da via arbitral, caso a dissensão apareça (cláusula compromissória).
Porém, a convenção pode ocorrer no instante em que o conflito se manifesta, elegendo-se o caminho da
arbitragem para sua solução (compromisso arbitral).
Arbitragem de direito e de equidade
Finalmente, é importante parâmetro diferenciador da arbitragem o que a diferencia entre arbitragem de direito
ou de equidade. A arbitragem de direito tem por objeto conflito interpretativo de regra ou princípio jurídicos ou
de cláusula contratual.
Escolhe-se, pela via arbitral, o exato sentido da norma ou cláusula aplicáveis às partes em dissensão. Nesse
aspecto, a figura assemelha-se ao dissídio coletivo de natureza jurídica.
A arbitragem de equidade, por sua vez, tem por objeto conflito de interesses materiais, de manifesto matiz
econômico, envolvendo reivindicações materiais ou circunstanciais disputadas pelas partes. Assemelha-se,
nesse aspecto, ao dissídio coletivo de natureza econômica.
— Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e Arbitragem
A Lei nº 13.467, vigorante desde 11.11.17, ao deflagrar reforma trabalhista nos campos do Direito Individu-
al do Trabalho, Direito Coletivo do Trabalho e Direito Processual do Trabalho, inseriu novo art. 507-A na CLT,
referindo-se à arbitragem no plano das relações contratuais empregatícias. Assim, estatuiu que, nos contratos
individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os be-
nefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem,
desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei
nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
Observe-se que a Lei da Reforma Trabalhista sequer teve a prudência e o senso de proporcionalidade
de estender a arbitragem estritamente para os altos executivos, dotados, pelas empresas empregadoras, de
exponenciais poderes de gestão e de enormes salários e vantagens contratuais trabalhistas, combinação de
fatores que poderia, em determinada medida, atenuar ou elidir a situação de hipossuficiência e vulnerabilidade
que caracteriza a posição do empregado no interior da relação de emprego.

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Ao inverso, a Lei nº 13.467/2017 estendeu a arbitragem para trabalhadores com remunerações, na prática,
inferiores a 12 salários mínimos, considerada a data de publicação ou de vigência do respectivo diploma legal
(ambas no ano de 2017). Embora a arbitragem ostente algum sucesso em segmentos jurídicos nos quais
prepondere o princípio da autonomia e simetria de poderes e vontades entre as partes contratuais, ela se
mostra flagrantemente incompatível com os campos do Direito em que vigoram princípios jurídicos diferentes
e/ou, até mesmo, antitéticos àquela diretriz civilista tradicional.
Ademais, evidencia-se lancinante diferenciação de poder entre os sujeitos das relações jurídicas centrais
desses campos normativos específicos. É o que acontece com o Direito do Trabalho e o Direito do Consumidor.
A propósito, enquanto no Direito Consumerista se menciona que o sujeito consumidor se caracteriza pela
presença de sua vulnerabilidade perante o produtor ou fornecedor, no Direito Individual do Trabalho está
comprovado que o sujeito empregado se caracteriza pela presença não só da vulnerabilidade como também da
hipossuficiência perante o respectivo empregador.
Uma vez mais a Lei da Reforma Trabalhista afronta a estrutura normativa e principiológica da Constituição da
República, quer seu conceito de Estado Democrático de Direito, que supõe a centralidade da pessoa humana
na ordem jurídica e na vida socioeconômica, além da democratização e inclusão da sociedade civil, quer seus
princípios constitucionais do trabalho, a par do próprio princípio constitucional da proporcionalidade. Exacerbar
os poderes do polo empresarial na relação empregatícia, negligenciando o fato decisivo da hipossuficiência e
da vulnerabilidade do trabalhador, a par da pletora de princípios constitucionais e legais em direção firmemente
humanística e social, é conduta que fere a matriz estrutural da Constituição da República Federativa do Brasil.
Registre-se, por fim, que a adoção do instituto arbitral no campo das relações contratuais de trabalho, no
âmbito do Direito Individual do Trabalho, jamais poderá afastar do trabalhador, de qualquer maneira, o seu
direito e garantia constitucionais de amplo acesso à jurisdição, que são explicitamente enunciados pelo art. 5º,
XXXV, da Constituição Federal (“XXXV — a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito”).

Direito do Trabalho = Direito Individual do


Trabalho + Direito Coletivo do Trabalho

— Organização Sindical
O sistema sindical brasileiro está organizado em sindicatos, como entidades de primeiro grau, e federações
e confederações, como entidades de grau superior.
Sindicato representa uma associação de pessoas físicas ou jurídicas pertencentes a uma mesma ativida-
de econômica ou profissional, possuindo como principal atribuição a defesa dos direitos e interesses coletivos
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (CF, art. 8o, III). Os sindicatos
podem ser constituídos no âmbito municipal, intermunicipal, estadual, interestadual ou nacional, possuindo
sempre os seguintes órgãos: assembleia geral, diretoria e conselho fiscal.
Sindicato é, assim, a associação de pessoas físicas ou jurídicas que têm atividades econômicas ou profis-
sionais, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria. Não se trata
de agrupamento, mas de associação, pois o primeiro está inserido no âmbito de categoria sociológica e não
jurídica.
O sindicato pode reunir pessoas físicas ou jurídicas, como ocorre no último caso em relação aos emprega-
dores. Essas pessoas deverão exercer atividade econômica (empregadores) ou profissional (empregados ou
profissionais liberais), mostrando que a reunião de estudantes num diretório não pode ser considerada sindi-
cato.
Os interesses a serem defendidos pelos sindicatos não são só os individuais, mas principalmente os coleti-
vos, de seus membros ou da categoria.
Neste sentido, o art. 8º, V, da CRFB:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)

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V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
Distinção
O Direito Corporativo compreende as corporações, inclusive os sindicatos. É o gênero que abrange todas
as corporações.
Distancia-se o sindicato das ordens profissionais, como a dos advogados ou a dos músicos, que têm por
objetivo a fiscalização do exercício da profissão e são pessoas jurídicas de direito público, na modalidade de
autarquias. O sindicato não disciplina a classe, defende-a. No sindicato, a filiação é facultativa, no órgão de
fiscalização profissional é obrigatória, para o fim do exercício da profissão. O sindicato tem natureza privada.
Sindicato não se assemelha a associação desportiva. O sindicato tem por objetivo a defesa dos interesses
coletivos ou individuais dos trabalhadores ou empregadores. A associação desportiva tem por finalidade a reu-
nião de pessoas para a prática de esportes.
Difere o sindicato da associação. Esta representa os associados. O sindicato representa os associados e
também a categoria. A associação anteriormente era o embrião do sindicato. Pode a associação não represen-
tar os associados para certos fins, como um clube.
Distinguem-se, ainda, os sindicatos das cooperativas, pois estas visam à prestação de serviços a seus
associados, de distribuição da produção, por exemplo. O sindicato tem por objetivo a defesa dos interesses
coletivos e individuais da categoria, judicialmente ou extrajudicialmente.
Natureza Jurídica
Há legislações em que o sindicato adquire personalidade jurídica pelo fato de ser ou não registrado. Isso vai
depender, portanto, da legislação de cada país.
O sindicato é pessoa jurídica de direito privado, pois não pode haver interferência ou intervenção no sindica-
to (art. 8º, II, da Constituição). Não se pode dizer que o sindicato tem natureza pública, pois o próprio caput do
art. 8º da Constituição dispõe que é livre a associação profissional ou sindical. O sindicato faz normas coletivas,
como as convenções e acordos coletivos, que não têm natureza pública, mas privada. O reconhecimento do
sindicato por parte do Estado não o transforma em entidade de direito público, nem a negociação coletiva. A
associação é uma forma de exercício de direitos privados.
Objeta-se o fato de o sindicato ter natureza contratual, pois, se assim se entendesse o sindicato, não pode-
ria estender os efeitos das normas coletivas aos não filiados. Teria natureza institucional, daquilo que perdura
no tempo. Seria uma forma de organização que elabora suas regras, que são diversas das regras estatais.
Há ponderações de que a natureza seria mista: contratual no sentido de que somente as pessoas que se in-
teressam filiar ao sindicato irão fazê-lo; institucional, decorrente da continuidade, da organização própria e da
possibilidade de elaboração de regras, independentes das normas jurídicas estatais.
Assim, hoje, pode-se dizer que o sindicato é uma associação civil de natureza privada, autônoma e coletiva.
Tem personalidade jurídica. É registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.
Segundo a CLT, o sindicato é composto por três órgãos administrativos, a saber:
–Diretoria, composta por 3 a 7 membros, com a função de administrar o sindicato;
–Conselho Fiscal, composto por 3 membros, com a função de fiscalizar a gestão financeira do sindicato;
–Assembleia Geral, composta por todos os associados, constituindo órgão máximo de deliberação do sindi-
cato, com atribuições várias, inclusive eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal.
A diretoria será composta de um mínimo de três membros e no máximo de sete membros, entre os quais
será eleito o presidente do sindicato. Trata-se de um órgão executivo, que tem por função administrar o sindica-
to. O conselho fiscal será composto de três membros. Esses membros serão eleitos pela assembleia geral (art.
522 da CLT), tendo mandato de três anos.
O art. 522 da CLT, combinado com o §3º do art. 543, determina, portanto, o número de dirigentes sindicais
que terão direito à estabilidade, inclusive os suplentes.

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- Conceito de Categoria
Categoria é o conjunto de pessoas que têm interesses profissionais ou econômicos em comum, decorren-
tes de identidade de condições ligadas ao trabalho. A categoria compreende, portanto, a organização do grupo
profissional ou econômico, segundo as determinações políticas do Estado. Assim foi concebida a categoria, no
sistema sindical italiano, como critério de utilidade política, em razão de considerações baseadas em conveni-
ência e oportunidade, o que posteriormente foi adotado no Brasil. O sindicato não é a categoria. Ele representa
a categoria.
Nossa legislação, quando trata de categoria, usa as expressões categoria econômica e categoria profissio-
nal. A categoria econômica é a que ocorre quando há solidariedade de interesses econômicos dos que empre-
endem atividades idênticas, similares ou conexas, constituindo vínculo social básico entre essas pessoas (§1º
do art. 511 da CLT). É também chamada de categoria dos empregadores.
De acordo com o nosso ordenamento jurídico a organização dos trabalhadores se dá por categorias, razão
pela qual é importante conhecer os conceitos de categoria profissional, categoria econômica e categoria dife-
renciada. Vejamos cada um deles.
Categoria profissional, categoria econômica e categoria diferenciada.
Categoria profissional
Dispõe o art. 8º, II, da CRFB, in verbis:
Art. 8º (...)
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
(...)
Isso significa que o critério de agregação de trabalhadores adotado como regra pela nossa ordem jurídica é
o do sindicato por categoria profissional, também chamado de sindicato vertical.
O conceito de categoria profissional é dado pelo art. 511, §2º, da CLT:
Art. 511. (...)
§2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego
na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão so-
cial elementar compreendida como categoria profissional.
(...)
Dessa forma, o que caracteriza uma categoria profissional para os fins de associação em sindicato é a
condição semelhante dos trabalhadores em face da atividade desenvolvida pelo empregador. Nas palavras do
legislador, os trabalhadores que se vinculem a empregadores cuja atividade econômica seja idêntica, similar ou
conexa, serão integrantes de uma mesma categoria profissional.
São consideradas atividades similares aquelas enquadradas em um mesmo ramo de atividade econômica,
como, por exemplo, ocorre com os hotéis, bares e restaurantes, os quais normalmente formam uma única ca-
tegoria em função da similitude das atividades.
Por sua vez, são consideradas atividades conexas aquelas que são complementares entre si, embora dife-
rentes. Um exemplo é o que ocorre com os frentistas e os lavadores de carro. Da mesma forma, na construção
civil, os eletricistas, bombeiros hidráulicos, pintores etc.
Portanto, conta a atividade do empregador. Se há várias atividades desenvolvidas simultaneamente, resol-
ve-se a questão pela apuração da atividade preponderante, assim considerada aquela principal no empreen-
dimento.
Em uma indústria metalúrgica, por exemplo, cuja atividade preponderante é, por óbvio, a metalurgia, os
trabalhadores que se ativam no escritório também serão metalúrgicos, visto que esta seja a atividade prepon-
derante do empregador.

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Há que ser destacado, neste aspecto, o princípio da agregação, abordado com o habitual brilhantismo pelo
Min. Godinho Delgado:
“De fato, a ideia de similitude de condições de vida e labor, em função de vínculo dos obreiros a atividades
econômicas empresariais similares ou conexas (ideia que forma o núcleo do conceito de categoria), permite o
alargamento dos sindicatos – e não, necessariamente, o seu definhamento, como verificado nas últimas déca-
das.”
No campo temático do enquadramento sindical, a propósito, desponta como mais consentâneo com a Cons-
tituição da República o princípio da agregação, ao invés da diretriz civilista tradicional da especialização. A
diretriz da especialização pode ser útil para a análise de certos aspectos de outras relações jurídicas, sendo
inadequada, porém, senão incompatível, para a investigação da estrutura sindical mais legítima e representa-
tiva, apta a melhor realizar o critério da unicidade sindical determinado pelo Texto Máximo de 1988 (art. 8º, I e
II, CF/88) e concretizar a consistência representativa que têm de possuir os sindicatos (art. 8º, III e VI, CF/88).
Para esta investigação sobre a legitimidade e a representatividade dos sindicatos torna-se imprescindível,
portanto, o manejo efetivo e proporcional do princípio da agregação, inerente ao Direito Coletivo do Trabalho.
Pelo princípio da agregação desponta como mais representativo e consentâneo com a unicidade sindical
brandida pela Constituição o sindicato mais amplo, mais largo, mais abrangente, de base mais extensa e de
maior número de filiados. Embora tais qualidades tendam, historicamente, a coincidir com sindicatos mais anti-
gos, ao invés de entidades sindicais mais recentes e fracionadas, não se pode, do ponto de vista técnico-jurídi-
co, por outro lado, considerar essa coincidência como irremediavelmente necessária e imperiosa”.
Assim, a especialização (ou especialidade) da atividade desenvolvida seria o suficiente para autorizar o
desmembramento da categoria. Pode-se mencionar como exemplo o conjunto fático do julgado publicado no
Informativo 100 (transcrito supra), em que se criou o sindicato dos trabalhadores em empresas de refeições
rápidas (fast-food) a partir de desmembramento do sindicato dos hotéis, bares e restaurantes. Considerou-se,
no caso, que a atividade desenvolvida pelos trabalhadores seria específica em relação àquela exercida pelos
empregados em restaurantes tradicionais.
O art. 571 da CLT, mencionado na ementa, dispõe, in verbis:
Art. 571. Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo ante-
rior poderá dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato específico, desde que o novo sindicato,
a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação
sindical eficiente.
Naturalmente, tal dispositivo deve ser relido à luz da CRFB/1988, porquanto a interferência do Poder Exe-
cutivo (antiga Comissão de Enquadramento Sindical) é incompatível com a liberdade sindical preconizada pela
Carta de 1988. Portanto, hoje os próprios interessados podem criar novo sindicato, desmembrando-os em
relação aos anteriores.
Caso este assunto seja cobrado em prova, a resposta deve ser guiada pelo entendimento jurisprudencial
dominante (prevalência do critério da especificidade ou especialidade), a não ser que a questão faça referência
expressa à doutrina.
Categoria econômica
Simetricamente à noção de categoria profissional temos a noção de categoria econômica. Com efeito, o
direito coletivo pressupõe a equivalência entre os seres coletivos, e para tal deve haver também certa corres-
pondência entre a agregação dos trabalhadores e a reunião dos empregadores, o que Vólia Bomfim Cassar
denomina “paralelismo sindical”13. Assim, categoria econômica nada mais é que a reunião de empregadores
que exercem atividades idênticas, similares ou conexas, que formará um sindicato patronal.
Neste sentido, o art. 511, §1º, da CLT:
Art. 511. (...)
§1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou cone-
xas, constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica.
(...)

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- Categoria Diferenciada
Como visto, o critério básico de agregação de trabalhadores é por categoria, conforme a atividade econô-
mica preponderante do empregador. Não obstante, há uma exceção a esta regra geral: o enquadramento em
uma categoria diferenciada. Este é o chamado sindicato horizontal.
O conceito legal é dado pelo art. 511, §3º, da CLT:
Art. 511. (...)
§3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções
diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
(...)
Este critério usa como base a profissão do trabalhador, e não a atividade do empregador.
Na categoria diferenciada, o que ocorre é a formação de um sindicato por profissão, que evidentemente só
poderá ser de empregados e não de empregadores. São exemplos de categorias diferenciadas, de acordo com
o quadro anexo mencionado pelo art. 577 da CLT, a dos condutores de veículos rodoviários (motoristas) e não
de ajudantes, que não dirigem os veículos; cabineiros de elevadores (ascensoristas); secretárias, desenhistas,
aeronautas, aeroviários etc.
Embora a lei estabeleça a possibilidade de formação de categoria profissional diferenciada também por
força de condições de vida singulares, na prática a jurisprudência tem aceitado como diferenciadas apenas as
seguintes categorias:
a)aquelas detentoras de estatuto (lei) próprio;
b)aquelas arroladas ao final da CLT, no quadro a que se refere o art. 577. Com efeito, embora não caiba
mais ao Estado intervir na atividade sindical, o que inclui o enquadramento sindical, a referida lista, remanes-
cente da antiga Comissão de Enquadramento Sindical, outrora vinculada ao Ministério do Trabalho, continua
sendo utilizada de forma exemplificativa.
É por lei e não por decisão judicial, que as categorias diferenciadas são reconhecidas como tais. De outra
parte, no que tange aos profissionais da informática, o trabalho que desempenham sofre alterações, de acordo
com a atividade econômica exercida pelo empregador.
A partir do enquadramento do trabalhador em uma categoria diferenciada, fará ele jus à norma coletiva
referente à sua categoria, ainda que trabalhe em uma empresa cuja atividade preponderante seja outra. Ex.:
um motorista que trabalha em uma grande loja atacadista. Embora a atividade preponderante da empresa seja
comércio, o motorista fará jus à proteção jurídica da norma coletiva dos motoristas, tendo em vista se tratar de
categoria diferenciada relacionada no anexo da CLT.
Uma observação se faz importante, entretanto: somente será aplicável a norma coletiva específica da cate-
goria diferenciada se houve, na negociação, participação do sindicato patronal que representa o empregador.
Do contrário, estaríamos diante da imposição de um contrato a quem dele não participou.
Neste sentido, a Súmula 374 do TST:
Súm. 374. Norma coletiva. Categoria diferenciada. Abrangência. Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador
vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de
sua categoria.
Exemplo: Diego é motorista de um grande supermercado e trabalha fazendo entregas. Na base territorial
respectiva não existe instrumento coletivo de trabalho firmado entre o sindicato dos motoristas e o sindicato
patronal do comércio. Existe apenas a convenção coletiva de trabalho firmada entre o sindicato dos motoristas
e o sindicato das empresas de transporte. Neste caso, tal convenção coletiva não é aplicável a Diego, pois o
sindicato que representa o supermercado (sindicato do comércio) não participou da negociação que deu origem
à referida norma coletiva. Desse modo, a única alternativa será a aplicação, também a Diego, da norma coletiva
aplicável à categoria preponderante.

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- Negociação Coletiva no Direito do Trabalho28
A Convenção nº 154 da OIT esclarece que a negociação coletiva compreende todas as negociações que
tenham lugar entre, de uma parte, um empregador, um grupo de empregadores ou uma organização ou várias
organizações de empregadores e, de outra parte, uma ou várias organizações de trabalhadores, visando: (a)
fixar as condições de trabalho e emprego; (b) regular as relações entre empregadores e trabalhadores; (c) dis-
ciplinar as relações entre empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores
ou alcançar todos esses objetivos de uma só vez.
A negociação coletiva é uma forma de ajuste de interesses entre as partes, que acertam os diferentes en-
tendimentos existentes, visando encontrar uma solução capaz de compor suas posições.
Envolve a negociação coletiva um processo que objetiva a realização da convenção ou do acordo coletivo
de trabalho. Qualifica-se, assim, pelo resultado. As partes acabam conciliando seus interesses, de modo a re-
solver o conflito.
A Recomendação nº 91 da OIT, de 1951, define a convenção coletiva como “todo acordo escrito relativo a
condições de trabalho e de emprego, celebrado entre um empregador, um grupo de empregadores ou uma ou
várias organizações de empregadores, de um lado, e, de outro lado, uma ou várias organizações representati-
vas de trabalhadores ou, na ausência de tais organizações, por representantes dos trabalhadores interessados,
devidamente eleitos e autorizados pelos últimos, de acordo com a legislação nacional”.
É mais difundida a negociação nos sistemas políticos liberais do que naqueles em que há um sistema cen-
tralizado no Estado, sendo mais encontrada nos modelos abstencionistas (desregulamentados) do que nos
regulamentados.
Somente é válida a negociação coletiva se dela tiver tomado parte o sindicato dos trabalhadores.
Cabe ao sindicato tomar parte nas negociações coletivas de trabalho e, notadamente, firmar acordo coletivo
de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, que, como visto, têm natureza de norma jurídica.
Neste sentido, a CRFB/88 e a CLT.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
(...)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
(...)
Art. 8º (...)
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
(...)
Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:
(...)
b) celebrar contratos coletivos de trabalho15;
(...)
Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos
representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbi-
to das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.
§1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com
uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicá-
veis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho16.
(...)

28 [ Martins, Sergio P. Direito do trabalho. (39th edição). Editora Saraiva, 2023.]

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103
Assistência aos integrantes da categoria
Incumbe aos sindicatos prestar assistência aos trabalhadores das mais variadas formas.
- Em primeiro lugar, mediante a prestação de assistência jurídica e judiciária.
- Em segundo lugar, prestando assistência nas rescisões contratuais (homologações).
- Por fim, em vários outros aspectos, como através da manutenção de cooperativas de consumo e de crédi-
to, manutenção de serviço médico e odontológico, assinatura de convênios com estabelecimentos comerciais
ou prestadores de serviços, entre outros benefícios.
O art. 514 da CLT arrola deveres do sindicato, o que não foi recepcionado, ao menos com esta acepção,
pela CRFB/88, dada a ampla liberdade conferida à atividade sindical pela Constituição.
- Instrumentos Coletivos de Trabalho29;
Embora exista grande celeuma a respeito da delimitação da natureza jurídica dos instrumentos coletivos de
trabalho, predomina o entendimento no sentido de que se trata de contratos (negócios jurídicos) criadores de
normas jurídicas. O acordo coletivo de trabalho e a convenção coletiva de trabalho contêm tanto regras jurídi-
cas quanto cláusulas contratuais.
As regras jurídicas são, no caso, todas aquelas capazes de gerar direitos e obrigações além do contrato de
trabalho, na respectiva base territorial. Exemplo: fixação do adicional de horas extras superior ao mínimo legal;
estabelecimento de pisos salariais; criação de novas garantias de emprego.
Por sua vez, cláusulas contratuais são aquelas que criam direitos e obrigações para as partes convenentes,
e não para os trabalhadores. Exemplo: cláusula que determina à empresa a entrega, ao sindicato dos trabalha-
dores, da lista de nomes e endereços de seus empregados.
São o ACT e a CCT fontes formais autônomas do Direito do Trabalho. Fontes formais porque criam regras
jurídicas, assim considerados os preceitos gerais, abstratos e impessoais, dirigidos a normatizar situações fu-
turas. São autônomas porque emanadas dos próprios atores sociais, sem a interferência de terceiro (o Estado,
por exemplo, como ocorre com as leis).
A convenção coletiva de trabalho e o acordo coletivo de trabalho são os instrumentos decorrentes da nego-
ciação coletiva.
A distinção básica entre as duas figuras se refere à legitimidade das partes, sendo que no acordo coletivo
de trabalho o empregador se faz representar sozinho ou, no máximo, acompanhado por outros empregadores.
Na convenção coletiva de trabalho, por sua vez, há negociação entre sindicatos, estando de um lado o sindicato
representativo dos trabalhadores (categoria profissional) e, de outro, o sindicato representativo dos emprega-
dores (categoria econômica). Em qualquer caso, é obrigatória a participação, nas negociações coletivas, do
sindicato representativo da categoria profissional, nos termos do art. 8º, VI, da CFRB.
Forma do instrumento coletivo
Os instrumentos coletivos são solenes. Neste sentido, o art. 613, parágrafo único, da CLT:
Art. 613. (...)
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em
tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a
registro.
Logo, não há hipótese de validade de instrumento coletivo pactuado verbalmente.
Ademais, a CLT estabelece rito próprio para a condução da negociação coletiva e ulterior aprovação do
instrumento coletivo, nos seguintes termos:
Art. 612. Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação
de Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos,
dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços)
dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em segunda,
de 1/3 (um terço) dos mesmos.

29 [ Resende, Ricardo. Direito do Trabalho. (9th edição). Grupo GEN, 2023.]

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104
Parágrafo único. O quorum de comparecimento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos associados em segun-
da convocação, nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) associados.
Por fim, o instrumento coletivo deve ser depositado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego no prazo de
oito dias, contados da assinatura, bem como deverá ser dada ampla publicidade, através da afixação do seu
conteúdo nas sedes das entidades sindicais e nos estabelecimentos abrangidos pela norma coletiva. Neste
sentido, o art. 614 da CLT:
Art. 614. Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente,
dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de
registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos.
§1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no
órgão referido neste artigo.
§2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixados de modo visível, pelos Sindica-
tos convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das empresas compreendidas no seu campo
de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto neste artigo.

Direito de greve; greve nos serviços essenciais

DIREITO DE GREVE30
O trabalhador brasileiro é assegurado pela Lei 7.783/89 ao direito à greve. Segundo a constituição considera-
se legítimo o exercício de direito a greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de
prestação pessoal de serviços ao empregador.
A greve é direito fundamental, conforme prevê a Constituição Federal de 1.988, nos seguintes termos:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exer-
cê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadi-
áveis da comunidade.
§2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
O conceito legal de greve é dado pelo art. 2º da Lei nº 7.783/1989 (Lei de Greve), in verbis:
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, tem-
porária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Em primeiro lugar, somente se pode falar em greve se o movimento for coletivo. Não é greve a paralisação de
um único empregado, indignado com as condições de trabalho a que é submetido. Trata-se de um movimento
coletivo por natureza.
Observa-se uma frequente confusão acerca da natureza da greve, tendo em vista que, por um lado, trata-
se de direito individual do trabalhador, e, por outro, não pode ser exercido individualmente. De fato, o direito
pertence ao trabalhador, que individualmente escolhe participar da greve ou não. Porém, a greve só pode ser
exercida coletivamente.
Exatamente em virtude de tal hibridismo, o professor Homero Batista Mateus da Silva sugere que “a melhor
forma de se enxergar a greve é defini-la como um direito individual, mas que apenas se exerce coletivamente”.
Não é por ser um movimento coletivo que a greve deve atingir todos os trabalhadores de uma categoria,
de uma empresa, ou ainda do mesmo estabelecimento de uma empresa. Até mesmo a greve de um ou mais
setores de um estabelecimento é lícita, desde que a atitude seja coletiva. Por isso a lei menciona suspensão
total ou parcial.

30 Resende, Ricardo. Direito do Trabalho. (9th edição). Grupo GEN, 2023.

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Quanto ao critério temporal, somente há falar em greve se a sustação do trabalho for temporária. Se os
empregados abandonam suas atividades em definitivo não teremos uma greve, e sim um abandono de emprego
em massa. É neste sentido que Tarso Genro afirma que a greve pressupõe uma proposta de restabelecimento
da normalidade rompida.
Por fim, somente haverá greve lícita se forem utilizados meios pacíficos, sendo que a ordem jurídica repele
qualquer tipo de violência contra o empregador, seja ela pessoal ou patrimonial, ou ainda contra colegas de
trabalho que eventualmente não concordem com o movimento grevista.
A punição dos responsáveis pelos abusos está prevista na CRFB/88 (art. 9º, §2º), no sentido de que “os
abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei”, e também na Lei de Greve, nos seguintes termos:
Art. 15. A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve, será apu-
rada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal.
(...)
Pode-se dizer que o principal objetivo da greve é abrir as negociações entre trabalhadores e empregador.
Esta é a greve típica.
Entretanto, não só questões econômicas ou melhoria das condições de trabalho constituem o escopo dos
movimentos grevistas. Há também as greves de cunho político, bem como as chamadas greves de solidariedade,
entre outros motivos aceitáveis.
Seria um exemplo de greve política o movimento geral deflagrado por uma ou mais categorias visando
pressionar o governo a estimular a normatização de questões de interesse da classe obreira.
Por sua vez, é exemplo de greve de solidariedade aquela levada a efeito como forma de apoiar o pleito de
outra categoria ou grupo.
Embora a doutrina e a jurisprudência tendam a repelir as greves que não objetivem a melhoria direta das
condições econômicas ou das condições de trabalho dos empregados, Maurício Godinho Delgado observa que
a CRFB/88 não restringiu o direito, mas, ao contrário, alargou sua abrangência, ao dispor que compete aos
trabalhadores a decisão sobre a oportunidade de exercer o direito, assim como decidir a respeito dos interesses
que devam por meio dele defender (art. 9º, caput).
Efeitos da Greve
Em princípio, a deflagração da greve suspende o contrato de trabalho.
Neste sentido, o art. 7º da Lei de Greve:
Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de
trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo
arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.
(...)
Recorde-se que a suspensão do contrato de trabalho pressupõe a sustação temporária das principais
obrigações contratuais das partes (prestação de serviços, pagamento de salários e contagem do tempo de
serviço).
Por sua vez, o empregador não pode demitir o empregado grevista durante o movimento, a uma porque
o contrato encontra-se suspenso (o que impede a rescisão contratual, conforme o art. 471 da CLT), e a duas
porque a própria Lei de Greve assim dispõe:
Art. 7º (...)
Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de
trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.
Há que se tomar muito cuidado neste ponto: a greve abusiva corresponde à “não greve”4. Assim como
uma cooperativa não forma vínculo de emprego com seus associados se for realmente cooperativa (art. 442,
parágrafo único, da CLT), a relação de estágio não forma vínculo de emprego com o concedente se for realmente
estágio (art. 15 da Lei nº 11.788/2008), a greve protege o trabalhador somente se for realmente greve.

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São condutas associadas à greve:
– Piquete: caracterizado pela presença de um grupo de trabalhadores na porta da fábrica ou local de trabalho,
visando impedir a entrada de trabalhadores durante o movimento grevista. Só será lícito se for pacífico, sem
o uso de qualquer tipo de violência, aí incluída a coação moral. Do contrário, se da conduta decorre dano ao
empregador ou a terceiros, será considerada abusiva. O ato de impedir o acesso ao local de trabalho constitui
abuso.
– Ocupação do estabelecimento (lock-in): conduta consistente na ocupação física do estabelecimento
pelos grevistas, com vistas a induzir a adesão dos demais trabalhadores à greve. Somente seria lícita se
resguardados os direitos de terceiros, o que, na prática, mostra-se inviável. Cabe à Justiça do Trabalho julgar
as ações possessórias ajuizadas em decorrência da ocupação do estabelecimento.
– Operação-tartaruga, excesso de zelo ou operação-padrão: são mecanismos de pressão pelos quais
os trabalhadores não paralisam as atividades (pelo que não pode ser considerada forma de greve), mas a
reduzem de forma substancial. Geralmente são recursos utilizados como atos preparatórios para a greve, mas
tendem a configurar conduta abusiva.
– Boicote: é o movimento no sentido de convencer a população em geral, ou ao menos um determinado
grupo comunitário, a não manter relações comerciais com determinada empresa, deixando de adquirir produtos
e/ou serviços por ela oferecidos. Não se liga diretamente à relação de trabalho, razão pela qual normalmente
não surte efeitos na seara trabalhista.
– Sabotagem: é a conduta deliberada dos trabalhadores que objetiva a depredação do patrimônio do
empregador, seja quebrando máquinas, destruindo prédios ou produzindo peças inservíveis. Trata-se de
conduta selvagem, que não merece qualquer proteção jurídica. Os autores de atos desta natureza se sujeitam
à responsabilização prevista não só na legislação trabalhista, mas também no âmbito civil e penal.
Limites Impostos ao Direito de Greve
Como qualquer direito, também o de greve encontra limites na ordem jurídica.
Os limites do direito de greve se dividem basicamente em três vertentes:
a) a legitimidade ou não de determinadas condutas associadas à greve;
b) a regulação legal de atos preparatórios que legitimam o movimento grevista;
c) a restrição ao direito de greve associada a determinadas categorias de trabalho.
Responsabilidade dos Grevistas
O art. 15 da Lei de Greve estabelece a responsabilidade dos participantes do movimento grevista, nos
seguintes termos:
Art. 15. A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve, será apu-
rada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal.
Parágrafo único. Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do competente inquérito e ofe-
recer denúncia quando houver indício da prática de delito.
Dica: O lockout corresponde ao fechamento provisório da fábrica, pelo empregador, a fim de frustrar
o movimento grevista e é expressamente vedado pela legislação.
Greve nos Serviços Essenciais
A greve é o recurso mais eficaz assegurado ao trabalhador no sentido de obter a tão propalada equivalência
entre as partes do Direito Coletivo do Trabalho.
Pode-se dizer que o principal objetivo da greve é abrir as negociações entre trabalhadores e empregador.
Esta é a greve típica.
Com efeito, constitui modalidade típica de autotutela ou, em outras palavras, exercício direto das próprias
razões, o que, em regra, é vedado pelo direito, mas permitido em relação à greve.
Considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou
parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.

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A Emenda Constitucional nº 1, de 1969, não permitia a greve nos serviços públicos31e atividades essenciais,
definidas em lei (art. 162). O art. 1º do Decreto-Lei nº 1.632/78 definia as atividades essenciais, que eram as
seguintes: água e esgoto, energia elétrica, petróleo, gás e outros combustíveis, bancos, transportes, comunica-
ções, carga e descarga, hospitais, ambulatórios, maternidade, farmácias e drogarias e as indústrias definidas
por decreto do Presidente da República. Consideravam-se, ainda, atividades essenciais e de interesse da se-
gurança nacional os serviços públicos federais, estaduais e municipais, de execução direta, indireta, delegada
ou concedida, inclusive os do Distrito Federal (§2º do art. 1º).
O §1º do art. 9º da Constituição de 1988 não proíbe a greve em atividades essenciais, apenas determina
que a lei irá definir os serviços ou as atividades essenciais, o que foi feito pelo art. 10 da Lei nº 7.783/89.
A OIT considera essenciais os serviços cuja interrupção pode pôr em perigo a vida, a segurança ou a saúde
da pessoa em toda ou parte da população.
O art. 11 da Lei nº 7.783/89 esclareceu que nos serviços ou nas atividades essenciais, os sindicatos, os
empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a paralisação, a pres-
tação de serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
São necessidades inadiáveis da comunidade as que, se não atendidas, possam colocar em perigo iminente
a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população (parágrafo único do art. 11 da Lei nº 7.783/89). Seriam,
por exemplo, as atividades de assistência médica e de hospitais em serviços como os que importem na sobrevi-
vência ou na saúde da pessoa, como os ligados à unidade de terapia intensiva (UTI), que não poderiam deixar
de ser prestados durante a greve de hospitais. O mesmo pode ocorrer na distribuição de remédios durante
greve que ocorresse nas farmácias.
Desse modo, consideram-se serviços ou atividades essenciais:
(a) tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
(b) assistência médica e hospitalar;
(c) distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
(d) funerários;
(e) transporte coletivo, como metrô, ônibus;
(f) captação e tratamento de esgoto e lixo, por questão de saúde; (g) telecomunicações;
(h) guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nuclea­res;
(i) compensação bancária;
(j) controle de tráfego aéreo (segurança) e navegação aérea;
(k) atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e assistência social;
(l) atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental, intelectual
ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de equipes multidisciplinares e interdisciplina-
res, para fins de reconhecimento e direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146/2015;
(m) outras prestações médico-periciais de carreira de perito médico federal, indispensáveis ao atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade;
(n) atividades portuárias (art. 10 da Lei nº 7.783). São taxativas tais situações e não meramente exemplifi-
cativas.
Não mais são consideradas atividades essenciais: serviços de banco, exceto a compensação bancária;
serviços de comunicação, salvo os de telecomunicações; carga e descarga; escolas e correio.
O Comitê de Liberdade Sindical da OIT afirma que não são atentatórias à liberdade sindical as proibições de
greve que coloquem em risco a vida, saúde ou segurança das pessoas ou de parte da população.
Para a OIT, são atividades essenciais aquelas ligadas diretamente à vida, à segurança e à saúde da comu-
nidade.

31 [ Martins, Sergio P. Direito do trabalho. (39th edição). Editora Saraiva, 2023.]

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No Brasil, a lei não cuida propriamente de definir o que seriam atividades ou serviços essenciais, limitando-
-se a relacioná-los (art. 10 da Lei de Greve), conforme prevê o art. 9º, §1º, da CRFB:
Art. 9º (...)
§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadi-
áveis da comunidade.
(...)
(Lei de Greve) Art. 10. São considerados serviços ou atividades essenciais:
I – tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
II – assistência médica e hospitalar;
III – distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV – funerários;
V – transporte coletivo;
VI – captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII – telecomunicações;
VIII – guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
IX – processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X – controle de tráfego aéreo e navegação aérea;
XI – compensação bancária;
XII – atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e a assistência so-
cial;
XIII – atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental, intelec-
tual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de equipes multiprofissionais e interdisci-
plinares, para fins de reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho
de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); e
XIV – outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis ao atendimen-
to das necessidades inadiáveis da comunidade;
XV – atividades portuárias.
Para a maioria da doutrina, a lista é taxativa. É a melhor interpretação, até porque todo dispositivo que res-
trinja direito deve ser interpretado restritivamente.
A primeira peculiaridade da greve em serviços essenciais é o aviso-prévio maior do que o da greve típica.
Enquanto na greve em atividades não essenciais o empregador (ou o sindicato patronal) deve ser avisado com
48 horas de antecedência, na greve em atividades essenciais tanto o empregador quanto os usuários do servi-
ço devem ser avisados com 72 horas de antecedência. Neste sentido, o art. 13:
Art. 13. Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores,
conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência míni-
ma de 72 (setenta e duas) horas da paralisação. (grifos meus)
A segunda peculiaridade é a obrigação de manutenção da prestação dos serviços indispensáveis ao aten-
dimento das necessidades inadiáveis da comunidade, como dispõe o art. 11:
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obri-
gados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em
perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. (grifos meus)

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109
Caso não sejam prestados estes serviços indispensáveis, deve o Poder Público fazê-lo diretamente, con-
forme o art. 12:
Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos
serviços indispensáveis.
O Judiciário tem considerado abusiva a greve em atividade essencial quando não atendidas as necessida-
des inadiáveis da comunidade. Neste sentido, a OJ 38 da SDC:
OJ-SDC-38. Greve. Serviços essenciais. Garantia das necessidades inadiáveis da população usuária. Fator
determinante da qualificação jurídica do movimento (inserida em 07.12.1998). É abusiva a greve que se realiza
em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico
das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/1989.

Importante:
Cuidado: Não confundir o atendimento das necessidades mí-
nimas do empregador (lembre-se do exemplo do alto-forno) com
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. No
primeiro caso, o empregador pode se valer de substitutos, tam-
bém conhecidos como fura-greves, caso não sejam prestados os
serviços mínimos. No segundo caso, as necessidades não são
do empregador, mas da coletividade, e por isso o Estado deve
suprir a prestação de tais serviços.

Regimes especiais de trabalho previstos na CLT: Trabalho portuário e a NR 29 (Norma


regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário) e suas atualizações

— Trabalho Portuário32
Segundo a Lei n. 12.815/2013, os portuários são considerados trabalhadores avulsos, contudo, a interme-
diação de seus serviços é efetuada pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).
O OGMO não responde por prejuízos causados pelos trabalhadores portuários avulsos aos tomadores dos
seus serviços ou a terceiros, contudo, responde, solidariamente com os operadores portuários, pela remunera-
ção devida ao trabalhador portuário avulso e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho (art. 33,
§§1º e 2º).
A Lei n. 12.815/2013 trouxe uma novidade legislativa: caso seja celebrado contrato, acordo ou convenção
coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão
gestor e dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto (art. 31, parágrafo único).
A categoria portuária avulsa abrange os trabalhadores da orla marítima e portuária, tais como: operadores de
carga e descarga, conferentes, conservadores de carga e descarga, arrumadores, ensacadores de mercado-
rias, amarradores, dentre outros.
O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de em-
barcações, nos portos organizados são considerados como categorias profissionais diferenciais e este tipo de
trabalho poderá ser realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado
e por trabalhadores portuários avulsos (art. 40).
A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva, conferência de carga, conserto de
carga e vigilância de embarcações com vínculo empregatício por prazo indeterminado será feita exclusivamen-
te dentre trabalhadores portuários avulsos registrados (art. 40, §2º).
Já os titulares de instalações portuárias sujeitas a regime de autorização terão a opção de contratar direta-
mente trabalhadores a prazo indeterminado, observado o disposto no contrato, convenção ou acordo coletivo
de trabalho.

32 [ Calvo, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. (7th edição). Editora Saraiva, 2023]

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110
O operador portuário fica proibido de contratar trabalhadores temporários nos termos da Lei n. 6.019/74 (art.
40, §3º).
O OGMO é órgão intermediário obrigatório entre o trabalhador avulso portuário e o tomador de serviços.
Segundo a Lei n. 12.815/2013, o OGMO é órgão de utilidade pública, sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, pres-
tar serviços a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada à gestão de mão de obra (art. 39 da Lei n.
12.815/2013).
O órgão Gestor de Mão de Obra terá obrigatoriamente 1 (um) conselho de supervisão e 1 (uma) diretoria
executiva, sendo que o conselho de supervisão será composto por 3 (três) membros titulares e seus suplentes,
indicados na forma do regulamento e a diretoria executiva será composta por 1 (um) ou mais diretores, desig-
nados e destituíveis na forma do regulamento, cujo prazo de gestão será de 3 (três) anos, permitida a redesig-
nação (art. 38 da Lei n. 12.815/2013).

NR 29 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO


29.1 Objetivo

29.1.1Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo estabelecer as medidas de prevenção em Segu-
rança e Saúde no trabalho portuário e as diretrizes para a implementação do gerenciamento dos riscos ocupa-
cionais nos ambientes de trabalho alcançados por esta NR.
29.2 Campo de aplicação

29.2.1As disposições contidas nesta NR aplicam-se ao trabalho portuário, tanto a bordo como em terra, as-
sim como às demais atividades nos portos e nas instalações portuárias, públicas ou privadas, situadas dentro
ou fora da área do porto organizado, e nos terminais retroportuários.

29.2.1.1Aplicam-se aos terminais retroportuários, além do disposto nas demais normas regulamentadoras,
os seguintes itens desta NR:
a)29.15 Lingamento e deslingamento de cargas;
b)29.16 Operações com contêineres;
c)29.17 Operações com granéis secos;
d)29.18 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio;
e)29.19 Segurança em armazéns e silos;
f)29.22 Iluminação dos locais de trabalho;
g)29.24 Locais frigorificados;
h)29.25 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho;
i)29.26 Primeiros socorros e outras providências; e
j)29.27 Operações com cargas perigosas, excetuando-se o item 29.27.36 e seu subitem.
29.3 Competências e responsabilidades

29.3.1 Os operadores portuários, os tomadores de serviço, os empregadores e o Órgão Gestor de Mão de


Obra - OGMO devem colaborar no cumprimento desta NR e das demais normas regulamentadoras de segu-
rança e saúde no trabalho.

29.3.2Compete aos operadores portuários e aos tomadores de serviço, em relação aos trabalhadores avul-
sos:

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a)cumprir e fazer cumprir esta NR e as demais disposições legais de segurança e saúde aplicáveis ao tra-
balho portuário;
b)assegurar que as operações ocorram após a implementação das medidas de prevenção, conforme pre-
visto na NR-01 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais); e
c)realizar operação portuária com os trabalhadores utilizando corretamente os equipamentos de proteção
individual, devendo atender à NR-06 (Equipamento de Proteção Individual - EPI).

29.3.3 Compete ao OGMO, em relação aos seus trabalhadores avulsos:


a)participar, com os operadores portuários e tomadores de serviço, da definição das medidas de prevenção,
nos termos da NR-01;
b)proporcionar a todos os trabalhadores formação sobre segurança e saúde no trabalho portuário, conforme
previsto nesta NR;
c)escalar trabalhadores capacitados, conforme os riscos informados pelo operador portuário ou tomador de
serviço;
d)atender à NR-06 em relação ao EPI;
e)elaborar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, observado o
disposto na NR-07; e
f)notificar o operador portuário ou tomador de serviço na eventualidade de descumprimento desta NR ou
demais disposições legais de segurança e saúde dos trabalhadores.

29.3.4É responsabilidade do trabalhador avulso habilitar-se por meio de capacitação específica, oferecida
pelo OGMO ou pelo tomador de serviço, quanto às normas de segurança e saúde no trabalho portuário.

29.3.4.1O OGMO deve oferecer as capacitações quanto às normas de segurança e saúde no trabalho para
fins de engajamento do trabalhador no serviço.

29.3.4.2O OGMO somente pode escalar trabalhadores nas atividades que estes estejam capacitados.

29.3.5Compete aos trabalhadores:


a)cumprir as disposições desta NR, bem como as demais disposições legais de segurança e saúde no tra-
balho, no que lhe couber;
b)informar ao responsável pela operação, as avarias ou deficiências observadas que possam constituir risco
para o trabalhador ou para operação; e
c)utilizar corretamente os dispositivos de segurança, EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs, que
lhes sejam fornecidos, bem como as instalações que lhes forem destinadas.

29.3.6Compete às administrações portuárias, dentro dos limites da área do porto organizado, zelar para que
os seus serviços estejam em conformidade com os preceitos desta NR e das demais normas especiais e gerais.

29.3.6.1Compete também à administração do porto garantir infraestrutura adequada para a realização se-
gura da atividade portuária em suas instalações, inclusive aquelas dedicadas às situações de emergência pre-
vistas nos planos de controle de emergência.

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112
29.3.7Sem prejuízo do disposto nesta NR, as medidas de prevenção de segurança e saúde nas operações
portuárias a bordo de embarcações devem levar em consideração as instruções do comandante da embarca-
ção ou de seus prepostos.

29.3.7.1A operação portuária somente poderá ser iniciada após o comandante da embarcação ou seus
prepostos garantirem condições seguras de funcionamento dos equipamentos da embarcação e das áreas da
embarcação onde houver sido autorizada a circulação ou permanência dos trabalhadores portuários.

29.3.8No caso de solicitação de serviços para sindicato dos trabalhadores, mediante contrato, acordo ou
convenção coletiva de trabalho, as responsabilidades previstas nesta NR serão do respectivo tomador de ser-
viços.
29.4 Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR

29.4.1O operador portuário, o tomador de serviço e o empregador devem:


a)elaborar e implementar o Programa de Gerenciamento de Riscos, nos termos da NR-01 na instalação
portuária em que atuem;
b)considerar em seus programas as informações sobre riscos ocupacionais que impactam nas operações
portuárias, fornecidas pelo OGMO e pela administração portuária, em relação às suas atividades; e
c)fornecer as informações dos riscos ocupacionais sob sua gestão que possam impactar as atividades da
administração portuária e do OGMO.

29.4.1.1O operador portuário e o tomador de serviço devem incluir as atividades do trabalho avulso em seu
PGR.

29.4.2A administração portuária deve:


a)elaborar e implementar o PGR nos portos organizados, nos termos da NR-01, levando em consideração
as informações dos riscos ocupacionais que possam impactar nas operações portuárias fornecidas pelos ope-
radores portuários, tomadores de serviço, empregadores e OGMO; e
b)fornecer as informações sobre riscos ocupacionais que impactam na operação portuária aos operadores
portuários, tomadores de serviço, empregadores e ao OGMO.

29.4.2.1O PGR da administração portuária poderá incluir medidas de prevenção para os operadores portu-
ários, tomadores de serviço, empregadores e OGMO que atuem em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato ou referenciar os programas dos mesmos.

29.4.3Os operadores portuários, tomadores de serviço, empregadores e o OGMO podem referenciar o PGR
da administração portuária em seus programas.

29.4.4O OGMO deve:


a)elaborar e implementar o PGR levando em consideração as informações sobre riscos ocupacionais forne-
cidas pelos operadores portuários, tomadores de serviço e pela administração portuária; e
b)fornecer as informações sobre riscos ocupacionais que impactam na operação portuária aos operadores
portuários, tomadores de serviço, empregadores e nas atividades da administração portuária.

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29.4.5O operador portuário, o tomador de serviço, o empregador, a administração portuária e o OGMO po-
dem definir de forma conjunta os mecanismos de troca de informações previstas no item 29.4desta NR.

29.4.6O operador portuário, o tomador de serviço e o empregador devem elaborar e manter de forma aces-
sível aos trabalhadores os seguintes procedimentos:
a)acesso seguro a embarcações;
b)transporte, movimentação, armazenamento e manuseio seguro de cargas;
c)segurança do trabalho portuário executado nos porões das embarcações;
d)segurança do trabalho portuário executado em espaço confinado, nos termos da NR-33 -Segurança e
Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados;
e)segurança para a execução do trabalho portuário em condições climáticas e ambientais adversas e inter-
rupção das atividades nessas situações, quando comprometerem a segurança dos trabalhadores; e
f)segurança para as operações com cargas perigosas.

29.4.6.1Os procedimentos previstos no subitem 29.4.6 devem estar em conformidade com o inventário de
riscos e o plano de ação do PGR.

29.4.6.2Os procedimentos previstos no subitem 29.4.6 devem ser anexados ao PGR.


29.5 Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário - SESSTP

29.5.1O OGMO deve constituir SESSTP, de acordo com o dimensionamento mínimo constante do Quadro
I do Anexo I, atendendo aos trabalhadores avulsos.

29.5.2O custeio do SESSTP será dividido proporcionalmente de acordo com o número de trabalhadores
utilizados pelos OGMO, os operadores portuários e os tomadores de serviço, por ocasião da arrecadação dos
valores relativos à remuneração dos trabalhadores.

29.5.3Os operadores portuários, as administrações portuárias e os terminais de uso privado podem firmar
convênios para compor o SESSTP local com seus profissionais.

29.5.3.1O SESSTP local, formado de acordo com o item anterior, deve ser coordenado pelo OGMO.

29.5.4O SESSTP deve ser dimensionado de acordo com a média aritmética obtida pela divisão do número
de trabalhadores avulsos tomados no ano civil anterior e pelo número de dias efetivamente trabalhados.

29.5.5Nas instalações portuárias em início de operação, o dimensionamento terá por base o número esti-
mado de trabalhadores avulsos a serem tomados no ano.

29.5.6Acima de três mil e quinhentos trabalhadores para cada grupo de dois mil trabalhadores, ou fração
acima de quinhentos, haverá um acréscimo de um profissional especializado por função, exceto no caso do
Técnico de Segurança do Trabalho, no qual haverá um acréscimo de três profissionais.

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29.5.7Compete aos profissionais integrantes do SESSTP as mesmas atribuições do SESMT, nos termos da
NR-04 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, e a realiza-
ção de inspeção das condições de segurança nas operações portuárias.

29.5.7.1A inspeção das condições de segurança deve ser previamente realizada na atracação e a bordo das
embarcações e quando houver alterações nas operações portuárias, devendo atender aos seguintes requisitos:
a)verificação das condições para realização das atividades, adotando as medidas necessárias, de acordo
com os procedimentos estabelecidos no subitem 29.4.6 desta NR;
b)identificação de condições impeditivas, devendo a permissão para a execução ou retomada dos trabalhos
ocorrer após a adoção de medidas de prevenção; e
c)verificação da necessidade de sinalização de segurança em razão de olhais, escadas, tubulações, aber-
turas e cantos vivos e execução das medidas, quando for o caso.

29.5.7.1.1Quando identificados perigos ou riscos adicionais, os integrantes do SESSTP devem:


a)imediatamente adotar medidas de prevenção específicas; e
b)se os riscos não estiverem previstos no PGR, revisar o PGR e os procedimentos.

29.5.7.2A inspeção das condições de segurança deve observar o Código Marítimo Internacional para Car-
gas Sólidas à Granel - MSBC, o Código Marítimo Internacional para Cargas Perigosas - IMDG e as informações
de segurança disponibilizadas pelo expedidor de carga.

29.5.7.3Os resultados da inspeção devem ser registrados em relatório a ser entregue para a pessoa res-
ponsável.

29.5.7.4Deve ser feita nova inspeção sempre que os trabalhadores verificarem a ocorrência de situações
que considerarem representar risco para a sua segurança e saúde ou para a de terceiros.

29.5.8Aplicam-se ao SESSTP as disposições da NR-04 no que não forem contrárias ao disposto no item
29.5 desta NR.
29.6 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT

29.6.1A administração portuária, o OGMO, os operadores portuários e os titulares de instalações portuárias


autorizadas devem constituir SESMT para seus empregados próprios, aplicando-se a NR-04.

29.6.1.1Além do disposto na NR-04, para o dimensionamento do número de Engenheiros de Segurança do


Trabalho e Técnicos de Segurança do Trabalho do SESMT, deve ser considerada a soma dos seguintes fatores:
a)média aritmética obtida pela divisão entre o número de trabalhadores avulsos tomados no ano civil ante-
rior e o número de dias efetivamente trabalhados, observado o subitem 29.6.1 desta NR; e
b)média do número de empregados portuários com vínculo empregatício do ano civil anterior.

29.6.2A realização de inspeção prevista no subitem 29.5.7.1 em instalações de operadores portuários que
exploram área no porto organizado e de titulares de instalações portuárias autorizadas deve ser realizada pelo
SESMT, em relação a seus empregados e em relação aos trabalhadores avulsos em conjunto com os respec-
tivos SESSTP.

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29.7 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário - CPATP

29.7.1O OGMO, os operadores portuários e os tomadores de serviço ficam obrigados a organizar e manter
em funcionamento a CPATP por OGMO.

29.7.2A CPATP tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de modo
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e da saúde do trabalhador.

29.7.3A CPATP será constituída de forma paritária, por representantes dos trabalhadores portuários avulsos
e por representantes dos operadores portuários e tomadores de serviço integrantes do OGMO, dimensionado
de acordo com o Anexo II desta NR.

29.7.4A duração do mandato será de dois anos, permitida uma reeleição.

29.7.5Haverá na CPATP tantos suplentes quantos forem os representantes titulares.

29.7.6A composição dos titulares da CPATP obedecerá a critérios que garantam a representação das ati-
vidades portuárias, devendo considerar as categorias de maior potencial de risco e ocorrência de acidentes,
respeitado o dimensionamento mínimo do Anexo II desta NR.

29.7.7Quando o OGMO não se enquadrar no dimensionamento previsto no Anexo II desta NR e não for
atendido por SESSTP, será nomeado um trabalhador pelo OGMO como representante dos operadores portu-
ários e tomadores de serviço responsável pelo cumprimento dos objetivos da CPATP, podendo ser adotados
mecanismos de participação dos trabalhadores avulsos, através de negociação coletiva.

29.7.7.1No caso de atendimento pelo SESSTP, este deverá desempenhar as atribuições da CPATP.

29.7.8A composição da CPATP será proporcional ao número médio do conjunto de trabalhadores portuários
avulsos utilizados no ano anterior.

29.7.9Os representantes dos trabalhadores avulsos na CPATP, titulares e suplentes, serão eleitos em es-
crutínio secreto.

29.7.10A eleição deve ser realizada durante o expediente, respeitados os turnos, devendo ter a participação
de, no mínimo, metade mais um do número médio do conjunto dos trabalhadores portuários utilizados no ano
anterior, obtido conforme subitem 29.7.3 desta NR.

29.7.11O processo de votação da eleição deverá observar o item 5.5.4 e subitens da NR-05 - Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e considerar como número de participantes o número médio do con-
junto dos trabalhadores portuários avulsos utilizados no ano anterior, obtido conforme subitem 29.7.3 desta NR.
(redação vigente até 19 de março de 2023)

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29.7.11O processo de votação da eleição deverá observar o item 5.5.4 e subitens da NR-05 - Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA e considerar como número de participantes o número
médio do conjunto dos trabalhadores portuários avulsos utilizados no ano anterior, obtido conforme subitem
29.7.3 desta NR. (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20
de março de 2023)

29.7.12Os representantes dos operadores portuários e tomadores de serviço designarão dentre os seus re-
presentantes titulares o presidente da CPATP no primeiro ano de mandato e o vice-presidente no segundo ano.

29.7.13Os trabalhadores titulares da CPATP elegerão, entre seus pares, o vice-presidente, que assumirá a
presidência no segundo ano do mandato.

29.7.14No caso de afastamento definitivo, a representação na qual o presidente foi indicado nomeará subs-
tituto em dois dias úteis, entre os membros da CPATP.

29.7.14.1O substituto dos trabalhadores será obrigatoriamente membro da CPATP e o substituto dos opera-
dores portuários será preferencialmente membro.

29.7.15Além das atribuições previstas para a CIPA na NR-05, a CPATP tem por atribuição:
a)promover, anualmente, em conjunto com o SESSTP, a Semana Interna de Prevenção de Acidente no
Trabalho Portuário - SIPATP;
b)oficiar os riscos debatidos e as propostas de medidas de controle às organizações que compõem a CPA-
TP, bem como ao SESSTP, conforme o caso;
c)mensalmente e sempre que houver denúncia de risco, verificar os ambientes e as condições de trabalho,
nas dependências das instalações portuárias, visando identificar situações que possam trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores; e
d)sugerir a realização de cursos, treinamentos e campanhas que julgar necessárias para melhorar o desem-
penho dos trabalhadores portuários quanto à segurança e saúde no trabalho.

29.7.16Compete ao OGMO:
a)promover para todos os membros da CPATP, titulares e suplentes, treinamento sobre prevenção de aci-
dentes do trabalho, segurança e saúde ocupacional, com carga horária de 20 (vinte) horas, sendo este de
frequência obrigatória e realizado antes da posse dos membros de cada mandato, exceção feita ao mandato
inicial;
b)convocar eleições para escolha dos membros da nova CPATP, com antecedência mínima de quarenta
e cinco dias, realizando-as, no máximo, até trinta dias antes do término do mandato da CPATP em exercício;
c)promover cursos de atualização para os membros da CPATP; e
d)dar condições necessárias para que todos os titulares de representações na CPATP compareçam às reu-
niões ordinárias e/ou extraordinárias.

29.7.16.1No caso do treinamento previsto na alínea a, quando utilizada a modalidade de ensino a distância
- EaD, deve ser garantida a carga horária de oito horas de treinamento presencial.

29.7.16.2Cabe ao OGMO, ao operador portuário e ao tomador de serviço proporcionar aos membros da


CPATP os meios necessários ao desempenho de suas atribuições.

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29.7.17A CPATP se reunirá pelo menos uma vez por mês, em local apropriado durante o expediente, obe-
decendo ao calendário anual.

29.7.18As reuniões extraordinárias devem ser realizadas no prazo máximo de quarenta e oito horas nos
seguintes casos:
a)ocorrência do acidente grave ou fatal; ou
b)solicitação de uma das representações.

29.7.18.1No caso de acidente grave ou fatal, a pessoa responsável pela operação portuária deve estar pre-
sente na reunião extraordinária.

29.7.19A CPATP não pode ter o número de representantes reduzido, bem como não pode ser desativada
pelo OGMO, pelos operadores portuários ou pelos tomadores de serviço antes do término do mandato de seus
membros, ainda que haja redução do número de trabalhadores portuários, exceto nos casos em que houver
encerramento da atividade portuária.

29.7.20Aplicam-se à CPATP as disposições da NR-05 no que não forem contrárias ao disposto no item

29.7desta NR.

29.7.21A participação dos operadores portuários e dos tomadores de serviço na CPATP não os desobriga
de constituir a CIPA para seus empregados próprios, nos termos da NR-05.
29.8 Operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações.

29.8.1Nas operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações, devem ser adotadas medi-
das de prevenção de acidentes, considerando:
a)prensagem de membros;
b)rompimento de cabos e espias;
c)esforço excessivo do trabalhador;
d)iluminação; e
e)queda no mesmo nível e ao mar.

29.8.1.1É obrigatório o uso de um sistema de telecomunicação entre a embarcação e o responsável em


terra pela atracação.

29.8.2Todos os trabalhadores envolvidos nessas operações devem fazer uso de coletes salva-vidas confor-
me Normas da Autoridade Marítima - NORMAM.
29.9 Acesso a embarcações atracadas e fundeadas

29.9.1Deve ser garantido acesso seguro para o embarque e desembarque da embarcação.

29.9.2O acesso à embarcação deve ficar fora do alcance do raio da lança do guindaste ou assemelhado.

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29.9.2.1Quando o item 29.9.2 não puder ser aplicado, o local de acesso deve ser isolado e sinalizado du-
rante a movimentação de carga suspensa.

29.9.3Não é permitido o acesso à embarcação atracada utilizando-se escadas tipo quebra-peito.

29.9.4É proibido o acesso de trabalhadores a embarcações em equipamentos de guindar, exceto:


a)em operações de resgate e salvamento; ou
b)nas operações com contêineres previstas no subitem 29.16.3.

29.9.5Nos locais de trabalho próximos à água e nos pontos de embarque e desembarque de pessoas,
devem existir, na razão mínima de uma unidade para cada berço de atracação, boias salva-vidas e outros
equipamentos necessários ao resgate de vítimas que caiam na água, de acordo com os requisitos contidos nas
NORMAM.

29.9.5.1As boias salva-vidas possuirão dispositivo de iluminação automática ou fita reflexiva homologados
pelas NORMAM.

29.9.5.2Nos trabalhos noturnos, as boias salva-vidas possuirão dispositivo de iluminação automática apro-
vadas pela Diretoria de Portos e Costas, da Marinha do Brasil.

29.9.6Somente podem ser utilizados meios de acesso à embarcação quando estes atenderem ao
disposto no item 30.18 da NR-30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.

29.9.7Meios de acesso do porto

29.9.7.1As escadas, pranchas, rampas e demais meios de acesso às embarcações somente podem ser
utilizadas em bom estado de conservação e limpeza, além de possuir características das superfícies antider-
rapantes.

29.9.7.2As escadas, pranchas e rampas de acesso às embarcações somente podem ser utilizadas se forem
dotadas de guarda-corpo com corrimão em ambos os lados.

29.9.7.2.1Os corrimãos devem estar firmemente fixados, oferecerem resistência e apoio em toda a sua ex-
tensão e, quando constituídos por cordas ou cabos de aço, devem estar sempre esticados.

29.9.7.3As escadas de acesso às embarcações ou estruturas complementares do subitem 29.9.8 somente


podem ser utilizadas se atenderem aos seguintes requisitos:
a)estar apoiada em terra;
b)compensar os movimentos da embarcação;
c)possuir largura que permita o trânsito seguro;
d)possuir rede de segurança contra queda de pessoas; e
e)estar livre de obstáculos.

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29.9.7.3.1A utilização da rede pode ser dispensada caso não haja risco de queda de pessoas na água.

29.9.8É proibida a colocação de extensões elétricas, mangueiras, mangotes e assemelhados nas estruturas
e corrimões das escadas e pranchas de acesso às embarcações.

29.9.9As pranchas, rampas ou passarelas utilizadas para acesso, conjugadas ou não com as escadas, de-
vem seguir as seguintes especificações:
a)ser construída de material rígido;
b)possuir largura mínima de 0,80 m (oitenta centímetros);
c)estarem providas de tacos transversais a intervalos entre 0,35m (trinta e cinco centímetros) e 0,45m (qua-
renta e cinco centímetros) em toda extensão do piso;
d)possuírem corrimão, em ambos os lados de sua extensão, dotado de guarda-corpo duplo com régua su-
perior situada a uma altura de 1,10 m (um metro e dez centímetros) e régua intermediária a uma altura entre
0,50m (cinquenta centímetros) e 0,70 m (setenta centímetros), medidas a partir da superfície do piso e perpen-
dicularmente ao eixo longitudinal da escada;
e)ser dotadas de dispositivos que permitam fixá-las firmemente à escada da embarcação ou à sua estrutura
numa extremidade;
f)a extremidade, que se apoia no cais, deve ser dotada de dispositivo rotativo que permita acompanhar o
movimento da embarcação; e
g)estarem posicionadas no máximo a trinta graus de um plano horizontal.
29.10 Operação em conveses

29.10.1Os conveses devem:


a)estar sempre limpos e desobstruídos;
b)dispor de área de circulação que permita o trânsito seguro dos trabalhadores;
c)possuir aberturas protegidas contra queda de pessoas e objetos; e
d)possuir piso livre do risco de escorregamento.

29.10.2Durante a movimentação de carga suspensa é vedada a circulação de pessoas no convés principal


no perímetro de risco de queda de objetos.

29.10.2.1O perímetro de risco de queda de objetos deve ser sinalizado e isolado com barreira física.

29.10.3A arrumação do convés deve oferecer boas condições de visibilidade aos operadores dos equipa-
mentos de içar, sinaleiros e outros, a fim de que não sejam prejudicadas as manobras de movimentação de
carga.

29.10.4As cargas ou os objetos depositados no convés devem estar fixos de forma a impedir a sua movi-
mentação acidental.

29.10.5Olhais, escadas, tubulações, aberturas e cantos vivos devem possuir sinalização de segurança, em
conformidade com o subitem 29.5.7.1.

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29.10.6As tampas de escotilhas e aberturas similares dos equipamentos acionados por força motriz devem:
a)possuir dispositivos que impeçam sua movimentação acidental; e
b)ser abertos ou fechados somente após verificação de que não existe risco para os trabalhadores.
29.11 Porões

29.11.1As bocas dos agulheiros devem estar protegidas por braçolas e serem providas de tampas com
travas de segurança.

29.11.2As escadas de acesso ao porão devem estar em perfeito estado de conservação e limpeza.

29.11.3O acesso ao porão por meio de escada vertical deve possuir sistema de proteção contra queda.

29.11.4A estivagem das cargas nos porões não deve obstruir o acesso às escadas dos agulheiros.

29.11.5Quando não houver condições de utilização dos agulheiros, o acesso ao porão da embarcação
deverá ser efetuado por escada de mão de no máximo 7 m (sete metros) de comprimento, afixada junto à
estrutura da embarcação, devendo ultrapassar a borda da estrutura de apoio em 1m (um metro).

29.11.6Não é permitido o uso de escada do tipo quebra-peito.

29.11.7As passarelas utilizadas para circulação de pessoas sobre cargas estivadas devem possuir no míni-
mo 0,60 m (sessenta centímetros) de largura.

29.11.8Os pisos dos porões devem estar limpos, livres de contaminantes e de materiais inservíveis antes
do início da operação.

29.11.9Quando empregada a forração das cargas, esta deve:


a)oferecer equilíbrio à carga; e
b)resultar em um piso de trabalho regular e seguro.

29.11.10As plataformas de trabalho devem ser confeccionadas de maneira que não ofereçam riscos de
desmoronamento e propiciem espaço seguro de trabalho.

29.11.11Passarelas, plataformas, beiras de cobertas abertas, bocas de celas de contêineres e grandes vãos
entre cargas, com diferença de nível superior a 2,00 m (dois metros), devem possuir guarda- corpo com 1,10 m
(um metro e dez centímetros) de altura.

29.11.12O trânsito de pessoas sobre os vãos entre cargas estivadas só será permitido se cobertos os vãos
com pranchas.

29.11.12.1As pranchas devem ser de material resistente.

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29.11.12.2Caso seja usada madeira, esta deve ser de boa qualidade, sem nós ou rachaduras que compro-
metam a sua resistência, sendo proibido o uso de madeira verde e de pintura que encubra imperfeições.

29.11.13É obrigatório o uso de escadas para a transposição de obstáculos de altura superior a 1,50 m (um
metro e cinquenta centímetros).

29.11.14As escotilhas e aberturas similares devem estar sempre em perfeito estado de conservação e nive-
ladas, a fim de não prejudicarem a circulação.

29.11.15As escotilhas e aberturas similares devem permanecer fechadas por ocasião de trabalho na mes-
ma coberta.

29.11.16Em locais em que não haja atividade, os vãos livres com risco de quedas, como bocas de agulhei-
ros, cobertas e outros, devem estar fechados.

29.11.16.1Quando em atividade, os vãos livres devem ser devidamente sinalizados, iluminados e protegidos
com guarda-corpo, redes ou madeiramento resistente.

29.11.17A altura entre a parte superior da carga e a coberta deve permitir ao trabalhador condições adequa-
das de postura para execução do trabalho.

29.11.18Nas operações de carga e descarga com contêineres, ou demais cargas de altura equivalente, é
obrigatório o uso de escadas.

29.11.19As escadas portáteis devem:


a)ultrapassar 1,0 m (um metro) do topo do contêiner;
b)ser providas de sapatas antiderrapantes e sinalização refletiva nos degraus e montantes;
c)possuir até 7,0 m (sete metros) de comprimento; e
d)ser construída de material leve e resistente.

29.11.20Nas operações em embarcações do tipo transbordo horizontal (roll-on/roll-off), devem ser adotadas
medidas preventivas de controle de ruídos e de exposição a gases tóxicos.

29.11.21A carga deve ser estivada de forma que fique em posição segura, sem perigo de tombar ou desmo-
ronar sobre os trabalhadores no porão.

29.11.22Tubos, bobinas ou outras cargas sujeitas à movimentação involuntária devem ser calçadas e pea-
das na pilha imediatamente após a estivagem.

29.11.22.1Durante a movimentação dessas cargas, os trabalhadores somente devem se posicionar próxi-


mos quando for indispensável as suas atividades.

29.11.23A estivagem de carga deve ser efetuada à distância de 1,0 m (um metro) da abertura do porão,
quando esta tiver que ser aberta posteriormente.

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29.11.24É proibida qualquer atividade laboral em cobertas distintas do mesmo porão e mesmo bordo simul-
taneamente.
29.12 Trabalho em espaços confinados

29.12.1Aplica-se ao trabalho em espaços confinados a NR-33, observado o disposto neste capítulo.

29.12.2Cabe ao operador portuário ou ao titular de instalação portuária autorizada realizar o gerenciamento


de riscos ocupacionais dos espaços confinados, em conformidade com a NR-33.

29.12.3Nas operações portuárias com trabalhadores em porões de embarcações, deve ser verificado na
inspeção das condições de segurança do subitem 29.5.7 desta NR se o porão e seus acessos caracterizam
espaço confinado nos termos da NR-33.

29.12.4Identificado espaço confinado em operações portuárias no interior de embarcações, as operações


neste espaço devem ser precedidas das seguintes medidas técnicas:
a)isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas;
b)avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada dos trabalhadores, para determinar as me-
didas de prevenção a serem adotadas;
c)implementar todas as medidas de prevenção recomendadas;
d)emitir a permissão de entrada e trabalho, após a adoção das medidas de prevenção, consignando na
permissão as medidas de prevenção adotadas;
e)controlar o acesso, mantendo vigia fora do espaço confinado;
f)monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os trabalhadores autoriza-
dos estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e permanência são
mantidas; e
g)manter equipe para situações de emergência em conformidade com os possíveis cenários de acidente.

29.12.5É dispensado o cadastro dos espaços confinados em operações portuárias no interior de embarca-
ções, devendo, neste caso, as informações serem inseridas na Permissão de Entrada e Trabalho.
29.13 Máquinas, equipamentos e acessórios de estivagem

29.13.1As máquinas e equipamentos de cais devem atender à NR-12 - Segurança no Trabalho em Máqui-
nas e Equipamentos.

29.13.2As máquinas e equipamentos de cais, a serem utilizadas na operação portuária no interior de embar-
cações, devem apresentar, de forma legível, sua capacidade máxima de carga e seu peso bruto.

29.13.2.1A capacidade máxima de carga não deve ser ultrapassada.

29.13.3Quando utilizado mais de um equipamento, a operação somente poder ser autorizada por permissão
de trabalho emitida por profissional legalmente habilitado.

29.13.4As máquinas e equipamentos de cais somente podem ser utilizadas por operador capacitado, nos
termos da legislação vigente.

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29.13.4.1O operador, antes de iniciar sua atividade com a máquina ou equipamento, deve realizar checa-
gem prévia e reportar anomalias à pessoa responsável.

29.13.4.2A checagem prévia deve ser registrada em meio físico ou eletrônico e mantida por, no mínimo,
cinco anos.

29.13.5É proibida a circulação de empilhadeiras sobre cargas estivadas que formem saliências ou depres-
sões ou sejam feitas de material não resistente, de forma a prejudicar sua movimentação.

29.13.6Devem ser adotadas medidas de prevenção, conforme análise de risco, que garantam um ambiente
dentro dos limites de tolerância normatizados, quando forem utilizados máquinas e equipamentos de combus-
tão interna nos trabalhos em porões.

29.13.6.1Os maquinários utilizados devem conter dispositivos que controlem a emissão de poluentes gaso-
sos, fagulhas, chamas e a produção de ruídos.

29.13.7É proibido o uso de máquinas e equipamentos de combustão interna e elétrica em porões e arma-
zéns com cargas inflamáveis ou explosivas, salvo se as especificações das máquinas forem compatíveis com
a classificação da área envolvida.

29.13.8As máquinas, os equipamentos, os aparelhos de içar e os acessórios de estivagem em operação de-


vem estar posicionados de forma que não ultrapassem outras áreas de trabalho, não sendo permitido o trânsito
ou permanência de pessoas no setor necessário à rotina operacional do equipamento.

29.13.9No local onde se realizam serviços de manutenção, inspeções ou montagens de correias transpor-
tadoras, aparelhos de içar e acessórios, a área deve ser isolada e sinalizada.

29.13.10Todo aparelho de içar deve dispor, no interior de sua cabine, de tabela de carga que possibilite ao
operador o conhecimento da carga máxima em todas as suas condições de uso.

29.13.11Toda máquina ou equipamento de cais que estiver sobre rodas ou trilhos deve:
a)emitir sinais sonoros e luminosos durante seus deslocamentos;
b)dispor de suportes de prevenção de tombamento e sua área de deslocamento deve estar desobstruída e
sinalizada; e
c)ser dotado de sistema de frenagem e ancoragem a fim de evitar o seu deslocamento acidental pela ação
do vento.

29.13.12A máquina ou equipamento de movimentação de cargas, quando não utilizados, devem ser desli-
gados e fixados em posição que não ofereça riscos aos trabalhadores e à operação portuária.

29.13.13As embarcações que possuírem mastros de carga devem conservar a bordo os planos e documen-
tos de enxárcia/equipamento fixo.

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29.13.14Os acessórios de estivagem ou de içamento devem ser inspecionados por pessoa responsável,
antes do início e durante os serviços, e serem utilizados em condições que não comprometam a sua integridade
em face da utilização a que forem submetidos.

29.13.15Toda linga deve trazer etiqueta com a indicação da capacidade e validade.

29.13.16Lingas descartáveis não devem ser reutilizadas, sendo inutilizadas imediatamente após o uso.

29.13.17Os ganchos de içar devem dispor de travas de segurança sem defeitos e em condições de mante-
rem presos as cargas ou os acessórios de estivagem a serem içados.

29.13.18A utilização, dimensionamento e conservação de cabos de aço, anéis de carga, manilhas e sapati-
lhos para cabos de aço utilizados nos acessórios de estivagem, nas lingas e outros dispositivos de levantamen-
to que formem parte integrante da carga devem atender as normas técnicas aplicáveis.

29.13.19O responsável pelo equipamento deverá disponibilizar ao OGMO e aos trabalhadores capacitados
o manual da máquina ou equipamento, o relatório das inspeções realizadas e os registros de checagem prévia.
29.14 Equipamentos de guindar de bordo e acessórios de estivagem

29.14.1A operação portuária de movimentação de carga somente poderá ser iniciada após o operador por-
tuário ou o titular da instalação portuária se certificar junto ao comandante da embarcação ou seus representan-
tes legais no país as funcionalidades e a segurança dos equipamentos de guindar de bordo e seus acessórios
de estivagem, devendo observar:
a)a última certificação dos últimos cinco anos;
b)as inspeções periódicas realizadas a partir da última certificação; e
c)o histórico de acidentes dos equipamentos de guindar de bordo.

29.14.1.1O operador portuário, o empregador ou o tomador de serviço deve designar pessoa responsável
para:
a)registrar a condição dos equipamentos de guindar de bordo e acessórios em relatório técnico, em meio
físico ou eletrônico, com os respectivos documentos referidos nas alíneas do subitem 29.14.1; e
b)informar os trabalhadores sobre o resultado do relatório técnico.

29.14.2.2 O relatório técnico deve ser mantido pelo prazo de cinco anos.

29.14.3O operador capacitado, antes de iniciar sua atividade com a máquina ou equipamento, deve realizar
inspeção diária e reportar anomalias à pessoa responsável.

29.14.3.1A inspeção diária deve ser registrada em documento físico ou eletrônico e mantida pelo operador
portuário, tomador de serviço ou empregador por, no mínimo, cinco anos.

29.14.4Os acessos aos equipamentos de guindar de bordo devem estar sempre limpos, desobstruídos e
em condições adequadas de uso, dispondo de uma área de circulação que permita o trânsito seguro dos traba-
lhadores, livre de materiais inflamáveis, de resíduos ou qualquer tipo de objeto que possa causar algum risco
ao trabalhador.

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29.14.5As cabines dos equipamentos de guindar de bordo devem ter acesso seguro, proteção contra queda
de pessoas e objetos, proteção contra contaminantes e mobiliário fixo à estrutura.

29.14.6As cabines dos equipamentos de guindar de bordo devem ter assento ergonômico e conforto térmi-
co regulável.

29.14.6.1Na ausência desses itens de conforto, é obrigatória a existência de pausas na jornada de trabalho,
prevista em avaliação ergonômica preliminar ou na análise ergonômica do trabalho, conforme NR-17 - Ergono-
mia.

29.14.7Na ocorrência de danos estruturais que impeçam sua operação, os equipamentos de guindar e seus
acessórios não poderão ser operados até que sejam realizados reparos e testes para saná-los, conforme nor-
mas técnicas vigentes.
29.15 Lingamento e deslingamento de cargas

29.15.1O funcionamento adequado dos freios do equipamento de guindar deve ser verificado no início da
jornada de trabalho pelo operador.

29.15.2Todos os carregamentos devem lingar-se na vertical do engate do equipamento de guindar, obser-


vando-se em especial:
a)o impedimento da queda ou deslizamento parcial ou total da carga;
b)de que nas cargas de grande comprimento como tubos, perfis metálicos, tubulões, tábuas e outros, sejam
usadas no mínimo duas lingas/estropos ou através de uma balança com dois ramais;
c)de que o ângulo formado pelos ramais das lingas/estropos não exceda a cento e vinte graus, salvo em
caso de projeto realizado por profissional habilitado; e
d)de que as lingas/estropos, estrados, paletes, redes e outros acessórios tenham marcada sua capacidade
de carga de forma bem visível.

29.15.3Nos serviços de lingamento e deslingamento de cargas sobre veículos, com diferença de nível, é
obrigatório o uso de plataforma de trabalho segura fora da área de movimentação de carga suspensa.

29.15.3.1Nos locais em que não exista espaço disponível deve ser utilizada escada.

29.15.4É proibido o transporte de objetos que não façam parte da carga lingada.

29.15.5A movimentação de carga suspensa deve ser orientada por sinaleiro devidamente capacitado.

29.15.5.1A utilização de sinaleiro poderá ser dispensada desde que atendidos os seguintes critérios:
a)isolamento da área de operação;
b)equipamento de guindar concebido para permitir visão total dos locais onde as cargas serão movimenta-
das; e
c)a análise de risco verifique que a ausência do sinaleiro não acarreta riscos adicionais.

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29.15.6O sinaleiro deve ser facilmente destacável das demais pessoas na área de operação pelo uso de
coletes ou vestimentas de cor diferenciada.

29.15.7Nas operações noturnas o sinaleiro deve usar luvas e colete, ambos com aplicações de material
refletivo.

29.15.8O sinaleiro deve localizar-se de modo que possa visualizar toda a área de operação da carga e ser
visto pelo operador do equipamento de guindar.

29.15.8.1Quando estas condições não puderem ser atendidas, deve ser utilizado um sistema de comunica-
ção.

29.15.9O sinaleiro deve receber treinamento adequado para aquisição de conhecimento do código de sinais
de mão nas operações de guindar.

29.15.10É proibida a permanência do trabalhador sobre a carga lingada, durante sua movimentação.
29.16 Operações com contêineres

29.16.1Na movimentação de carga e descarga de contêiner com utilização de quadro posicionador, o equi-
pamento deve possuir:
a)travas de acoplamento acionadas de maneira automática ou semiautomática;
b)dispositivo visual com indicador da situação de travamento; e
c)dispositivo de segurança que garanta o travamento dos quatro cantos.

29.16.2No caso de contêineres fora de padrão, avariados ou em condições que impeçam os procedimentos
do subitem 29.16.1, será permitida a movimentação por outros métodos seguros, sob a supervisão direta do
responsável pela operação.

29.16.3Em atividades com trabalhadores sobre contêineres em embarcações, quando a altura seja superior
a 2 (dois) contêineres ou a altura da carga seja superior 5 m (cinco metros) de altura, deve ser utilizado:
a)cesto suspenso, de acordo com o Anexo XII da NR-12; ou
b)gaiola especialmente construída para esta finalidade, com capacidade máxima para dois trabalhadores.

29.16.3.1A gaiola especialmente construída para o transporte de trabalhadores é o conjunto projetado por
profissional legalmente habilitado, formado por sistema de suspensão e de caçamba suspensa por equipamen-
to de guindar dotado de:
a)ponto(s) de fixação para ancoragem de cinto de segurança tipo paraquedista em qualquer posição de
trabalho, sinalizados e dimensionados em função do número máximo de ocupantes da caçamba e capazes de
suportar cargas de impacto em caso de queda;
b)sistema complementar de travamento que atuará em caso de falha do sistema de travamento do spreader;
c)recipiente fixado para guarda de material;
d)barra fixa no perímetro interno para apoio e proteção das mãos;
e)portão de acesso que não permita abertura para fora e com sistema de travamento que impeça abertura
acidental;

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f)placa de identificação afixada em seu interior e de fácil visualização que contenha no mínimo as seguintes
informações:

1.identificação do fabricante;

2.data de fabricação;

3.capacidade de carga da gaiola em peso e número máximo de ocupantes;

4.número da identificação da gaiola que permita rastreabilidade do projeto;


g)piso com superfície antiderrapante e sistema de drenagem cujas aberturas não permitam a passagem de
uma esfera com diâmetro de 15 mm (quinze milímetros); e
h)guarda corpo com, no mínimo, 1,0 m (um metro) de altura e rodapé.

29.16.3.2O cesto ou gaiola devem ser utilizados exclusivamente para o transporte de trabalhadores e ferra-
mentais necessários à atividade dos conveses para os contêineres e vice-versa.

29.16.4O trabalhador que estiver sobre o contêiner deve estar em comunicação visual e utilizar-se de meios
de telecomunicação com sinaleiro e o operador de guindaste, os quais devem obedecer unicamente às instru-
ções formuladas pelo trabalhador.

29.16.5Não é permitida a permanência de trabalhador sobre contêiner quando este estiver sendo movimen-
tado.

29.16.6O acesso ao interior de contêineres só deve ser realizado se for confirmado que existe uma atmos-
fera segura.

29.16.7Quando houver em um mesmo contêiner cargas perigosas e produtos inócuos, prevalecem as me-
didas de prevenção relacionadas à carga perigosa.

29.16.8Todo contêiner que requeira uma inspeção detalhada deve ser retirado de sua pilha e conduzido a
uma zona reservada especialmente para esse fim, que disponha de meios de acesso que não ofereçam risco
ocupacional.

29.16.9Os trabalhadores devem utilizar hastes guia ou cabos para posicionar o contêiner, nas operações de
descarregamento sobre veículos.

29.16.10Nas operações com contêineres, devem ser adotadas as seguintes medidas de segurança:
a)movimentá-los somente após o trabalhador haver descido do mesmo;
b)instruir o trabalhador quanto às posturas ergonômicas e seguras nas operações de estivagem, desestiva-
gem, fixação e movimentação de contêiner;
c)obedecer a sinalização e rotulagem dos contêineres quanto aos riscos inerentes a sua movimentação;
d)instruir trabalhador sobre o significado das sinalizações e das rotulagens de risco de contêineres, bem
como dos cuidados e medidas de prevenção a serem observados; e

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e)mitigar o risco de queda de cargas quando da abertura de contêineres.

29.16.11No armazenamento de contêineres vazios nos pátios, devem ser adotadas medidas para prevenir
o tombamento da pilha de contêineres.
29.17 Operações com granéis secos

29.17.1Durante as operações devem ser adotados procedimentos que impeçam a formação de barreiras
que possam pôr em risco a segurança dos trabalhadores.

29.17.2Quando houver risco de queda ou deslizamento volumoso durante a carga ou descarga de granéis
secos, nenhum trabalhador deve permanecer no interior do porão e outros recintos similares.

29.17.2.1A avaliação específica de risco de queda de barreiras ou deslizamento de cargas de granel sólido
armazenadas em porões deve ser efetuada pela pessoa responsável, considerando-se, obrigatoriamente, o
ângulo de repouso do produto, conforme estabelecido na ficha do produto constante no Código Marítimo Inter-
nacional para Cargas Sólidas a Granel - IMSBC, da Organização Marítima Internacional - OMI.

29.17.3Nas operações utilizando máquinas autopropelidas com condutor no interior do porão, ou armazém,
na presença de aerodispersóides, o operador deve estar protegido por cabine resistente, fechada, dotada de
ar-condicionado, provido de filtro contra poeira em seu sistema de captação de ar.

29.17.4As operações com máquinas e equipamentos que possam gerar aerodispersóides devem prever
medidas de controle para eliminar ou reduzir sua geração, devendo observar:
a)as caraterísticas físicas e químicas da carga;
b)a conservação das máquinas e equipamentos; e
c)medida de controle dos resíduos.

29.17.5Para transitar e estacionar em área portuária, os veículos e vagões transportando granéis sólidos
devem estar cobertos.

29.17.6A moega ou funil utilizado no descarregamento de granéis sólidos deve ser vistoriado conforme de-
terminação do fabricante.

29.17.6.1Caso o fabricante não determine período para vistoria, esta deverá ser anual.

29.17.6.2O laudo da vistoria deve atender aos seguintes requisitos:


a)ser emitido por profissional legalmente habilitado; e
b)comprovar que o equipamento está em condições operacionais para suportar as tensões de sua capaci-
dade máxima de carga de trabalho seguro, de acordo com seu projeto construtivo.

29.17.6.3No caso de incidentes, avarias ou reformas nos equipamentos, estes somente podem iniciar seus
trabalhos após nova vistoria, obedecido o disposto no subitem 29.17.6.2.

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29.17.7Toda moega ou funil deve apresentar de forma legível sua capacidade máxima de carga e seu peso
bruto.

29.17.8A moega ou funil que seja operada localmente pelo trabalhador deve dispor de cabine fechada que
atenda aos seguintes requisitos:
a)possuir visibilidade da operação;
b)interior climatizado;
c)assento ergonômico;
d)quando localizadas em piso superior, possuir escadas dotadas de corrimão e guarda-corpo;
e)instalações elétricas em bom estado, devidamente aterradas e protegidas;
f)extintor de incêndio adequado ao risco; e
g)proteção contra raios solares e intempéries.

29.17.8.1Moegas e funis operados de modo remoto ficam dispensados do disposto no subitem 29.17.8,
desde que o operador não esteja exposto a aerodispersóides.

29.17.9Nas operações de carregamento ou descarregamento de graneis secos com uso de carregadores


ou descarregadores contínuos, deve haver dispositivos ou equipamentos que propiciem a eliminação ou a re-
dução de particulados e poeiras.

29.17.10Porões, armazéns e silos que contenham graneis que possam provocar a redução da concentra-
ção de oxigênio ou a emanação de gases tóxicos, serão liberados para operação após autorização do profis-
sional legalmente habilitado.
29.18 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio

29.18.1As instalações portuárias devem dispor de um regulamento próprio que discipline a rota de tráfego
de veículos, equipamentos, ciclistas e pedestres, bem como a movimentação de cargas no cais, plataformas,
pátios, estacionamentos, armazéns e demais espaços operacionais.

29.18.1.1As instalações portuárias devem dispor de sinalização vertical e horizontal, com dispositivos e
sinalização auxiliares, conforme regulamento próprio.

29.18.2Máquinas e equipamentos que trafeguem em instalação portuária devem estar em condições segu-
ras para circulação.

29.18.3As vias para tráfego de veículos, equipamentos, ciclistas e pedestres devem estar em boas condi-
ções de conservação, iluminação e limpeza.

29.18.4As máquinas e equipamentos utilizados nas operações portuárias que trafeguem ou estacionem na
área das instalações portuárias devem possuir:
a)sinalização sonora e luminosa adequada para as manobras de marcha-a-ré;
b)sinal sonoro de advertência (buzina);
c)retrovisores de ambos os lados ou câmeras retrovisoras; e
d)faróis, lanternas e setas indicativas.

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29.18.5É proibido o transporte de trabalhadores em compartimentos destinados à carga ou em condições
inseguras, salvo em situação de emergência ou resgate.

29.18.6No transporte utilizando veículos de carga, devem ser adotadas medidas para evitar a queda aci-
dental da carga.

29.18.6.1No transporte de contêineres, deve ser verificada a fixação nos quatro cantos da carreta.

29.18.7Para o trabalho realizado em veículos que transportam carga, devem ser previstas medidas para
prevenir a queda de pessoas ou objetos e a geração de contaminantes.

29.18.8Quando o trabalho em veículos de carga for realizado sobre a carroceria, esta deve ser construída
de material resistente, não podendo apresentar aberturas não projetadas e devendo o assoalho ter condições
seguras de uso.

29.18.9As pilhas de cargas ou materiais devem distar, pelo menos, de 1,50 m (um metro e cinquenta centí-
metros) das bordas do cais.
29.19 Segurança em armazéns e silos

29.19.1Os armazéns e silos onde houver o trânsito de pessoas devem dispor de sinalização horizontal em
seu piso, demarcando a área de segurança, e sinalização vertical que indique outros riscos existentes no local.

29.19.2Toda instalação portuária que tenha local onde uma atmosfera explosiva de gás, vapor, névoa e/ou
poeira combustível esteja presente, ou possa estar presente, deve adotar as seguintes providências:
a)identificar as áreas classificadas;
b)dotar a instalação de materiais e equipamentos certificados de acordo com classificação da área, inclusive
circuitos elétricos e iluminação;
c)estabelecer medidas para o controle dos riscos de explosões e incêndios; e
d)definir procedimentos de segurança para liberação de serviços a quente, como solda elétrica ou corte a
maçarico (oxiacetileno) e para transporte, manuseio e armazenamento, incluindo entrada e permanência de
pessoas.

29.19.3Embalagens com produtos perigosos não devem ser movimentadas com equipamentos inadequa-
dos que possam danificá-las.

29.19.4Tubos, bobinas ou outras cargas sujeitas a movimentação involuntária devem fixadas imediatamen-
te após o armazenamento.

29.19.4.1Durante a movimentação dessas cargas, os trabalhadores somente devem se posicionar próximos


quando for indispensável às suas atividades.
29.20 Segurança nos trabalhos de limpeza e manutenção

29.20.1Nas atividades de limpeza e manutenção de embarcações e de seus tanques, realizadas por traba-
lhadores portuários, deve ser atendido o disposto no item 30.14 (Segurança na Manutenção em Embarcação
em Operação) da NR-30.

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29.20.2São vedados os trabalhos simultâneos de reparo e manutenção com os de operação portuária, que
prejudiquem a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

29.20.3Os trabalhos de recondicionamento de embalagens, nos quais haja risco de danos à saúde e à inte-
gridade física dos trabalhadores, devem ser efetuados em local fora da área de movimentação de carga.

29.20.3.1Quando não for possível aplicação do subitem 29.20.3, a operação no local deve ser interrompida
até a conclusão do reparo.

29.20.3.2No recondicionamento de embalagens com cargas perigosas, a área deve ser vistoriada e o risco
da tarefa avaliado, previamente, por pessoa responsável, que definirá as medidas de prevenção coletiva e in-
dividual necessárias.
29.21 Segurança nos serviços do vigia de portaló

29.21.1No caso de portaló sem proteção para o vigia se abrigar das intempéries, deve ser providenciado
abrigo, como também adotadas medidas especiais contra a insolação, o calor, o frio, as umidades e os ventos.

29.21.2Havendo movimentação de carga sobre o portaló ou outros postos onde deva permanecer um vigia
portuário, este se posicionará fora dele, em local seguro.
29.21.3Deve ser fornecido ao vigia assento com encosto, com forma levemente adaptada ao corpo para a
proteção da região lombar.
29.22 Iluminação dos locais de trabalho

29.22.1Os locais de operação a bordo, ou em terra, devem ter níveis adequados de iluminamento, não in-
feriores a 50 lux.

29.22.2Nas áreas de acesso e circulação de pessoas, a bordo ou em terra, não será permitido níveis infe-
riores a 10 lux por toda sua extensão.
29.23 Transporte de trabalhadores por via aquática

29.23.1As embarcações que fizerem o transporte de trabalhadores portuários devem observar as NOR-
MAM.

29.23.2Os locais de atracação, sejam fixos ou flutuantes, para embarque e desembarque de trabalhadores,
devem possuir dispositivos que impeçam a queda do trabalhador na água e que reduzam o risco de impacto da
embarcação contra o cais ou flutuante.
29.24 Locais frigorificados

29.24.1Nos locais frigorificados é proibido o uso de máquinas e equipamentos movidos a combustão inter-
na, salvo se:
a)providos de dispositivos neutralizadores; e
b)as concentrações dos gases sejam monitoradas, de forma a atender as disposições contidas na NR- 09 -
avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos.

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29.24.2A realização de atividades em locais frigorificados, para trabalhadores utilizando EPI e vestimenta
adequados ao risco, deve obedecer ao regime de tempo de trabalho com tempo de recuperação térmica fora
do ambiente frio previsto no Anexo III.
29.25 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho

29.25.1As instalações sanitárias, vestiários, refeitórios e locais de repouso devem ser mantidos pela admi-
nistração do porto organizado e pelo titular da instalação portuária, conforme o caso, e observar o disposto na
NR-24 - condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.

29.25.2Os locais de aguardo devem ser projetados de forma a oferecer aos trabalhadores condições de
segurança e de conforto, mantidos em condições de higiene e limpeza e atender ao seguinte:
a)piso impermeável e lavável;
b)paredes de material resistente, impermeável e lavável;
c)cobertura que proteja contra intempéries;
d)proteção contra risco de choque elétrico e aterramento elétrico;
e)possuir área de ventilação natural, composta por, no mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas
para permitir eficaz ventilação interna;
f)garantir condições de conforto térmico, acústico e de iluminação;
g)ter assentos em número suficiente para atender aos usuários durante a interrupção das atividades; e
h)ser identificado de forma visível, proibida sua utilização para outras finalidades.

29.25.3Toda instalação portuária deve ser dotada de um local de repouso destinado aos trabalhadores que
operem equipamentos portuários de grande porte ou aqueles cuja avaliação ergonômica preliminar ou análise
ergonômica do trabalho exija que o trabalhador tenha períodos de pausas na jornada de trabalho.

29.25.3.1O local de repouso deve ser climatizado, dotado de isolamento acústico eficiente e mobiliário apro-
priado ao descanso dos usuários.

29.25.4O deslocamento do trabalhador até as instalações sanitárias não deve ser superior a 200 m (duzen-
tos metros).

29.25.5Nas operações a bordo de embarcações que não ofereçam instalações sanitárias com gabinete sa-
nitário e lavatório, em boas condições de higiene e funcionamento, o operador portuário deve dispor, próximo
ao acesso à embarcação, de instalações sanitárias móveis.

29.25.6O transporte de trabalhadores ao longo do porto deve ser feito por meios seguros.
29.26 Primeiros socorros e outras providências

29.26.1Toda instalação portuária deve dispor de serviço de atendimento de urgência próprio ou terceirizado
mantido pelo OGMO, operadores portuários e tomadores de serviço, possuindo equipamentos e pessoal habi-
litado a prestar os primeiros socorros e garantir a rápida e adequada remoção de acidentado.

29.26.2Nas operações portuárias realizadas em berço de atracação, é obrigatória a presença, no local da


operação, de um integrante do serviço de atendimento a urgência, devidamente identificado.

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29.26.3Para o resgate de trabalhador portuário acidentado em embarcações atracadas, devem ser manti-
das, próximas a estes locais de trabalho, cestos suspensos e macas, ou outro recurso equivalente ou superior
previsto no PCE, em bom estado de conservação e higiene, não podendo ser utilizados para outros fins.

29.26.4Nos trabalhos executados em embarcações ao largo, deve ser garantida comunicação eficiente e
meios para, em caso de acidente, prover a rápida remoção do trabalhador portuário acidentado, devendo os
primeiros socorros serem prestados por trabalhador treinado para este fim.

29.26.5No caso de acidente grave ou fatal a bordo, o responsável pela embarcação deve comunicar, ime-
diatamente, à Capitania dos Portos, às suas Delegacias ou Agências e ao órgão regional competente em ma-
téria de segurança e saúde no trabalho.

29.26.5.1O local do acidente deve ser isolado até que seja realizada a investigação do acidente por autori-
dade competente desses órgãos e posterior liberação do despacho da embarcação pela Capitania dos Portos,
suas Delegacias ou Agências.
29.27 Operações com cargas perigosas

29.27.1As cargas perigosas classificam-se de acordo com tabela de classificação contida no Anexo IV desta
NR.

29.27.2Nos locais de armazenagem deve haver sinalização contendo a identificação das classes e tipos
dos produtos perigosos armazenados, em pontos estratégicos e visíveis e em conformidade com os símbolos
padronizados pela Organização Marítima Internacional - OMI.

29.27.3Apenas podem ser operadas ou armazenadas cargas perigosas que possuam ficha de informações
de segurança da carga perigosa.

29.27.3.1A ficha de informações de segurança da carga perigosa deve estar disponível para os trabalhado-
res.

29.27.3.1.1Caso não disponível a ficha de informações de segurança da carga perigosa em língua portu-
guesa, essas informações devem ser repassadas aos trabalhadores antes da realização da operação.

29.27.4As operações e o armazenamento de cargas perigosas devem estar sob supervisão de profissional
capacitado e sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

29.27.5Os trabalhadores devem ser capacitados para operar e armazenar cargas perigosas.

29.27.6O treinamento para operação e armazenagem com cargas perigosas deve ser de vinte horas e ter
o seguinte conteúdo:
a)classes e seus perigos;
b)marcação, rotulagem e sinalização;
c)procedimentos de resposta a emergências;
d)noções de primeiros socorros;
e)procedimentos de manuseio seguro;

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f)requisitos de segurança nos portos para carga, trânsito e descarga; e
g)regulamentação da instalação portuária, em especial, a limitação de quantidade.

29.27.7O Operador Portuário ou o Tomador de Serviço, responsável pela movimentação da carga perigosa,
deve garantir, com a antecedência mínima de vinte e quatro horas antes da escalação, o recebimento da se-
guinte documentação pelo OGMO ou, quando substituindo o OGMO, pelos sindicatos dos trabalhadores:
a)declaração de mercadorias perigosas conforme NORMAM ou formulário internacional equivalente;
b)ficha de informações de segurança da carga perigosa; e
c)indicação das cargas perigosas - qualitativa e quantitativamente - segundo o Código Marítimo Interna-
cional de Mercadorias Perigosas - IMDG CODE, informando as que serão descarregadas no porto e as que
permanecerão a bordo.

29.27.8Todos os intervenientes da cadeia logística portuária poderão extrair as informações sobre cargas
perigosas e documentos envolvidos do Sistema Porto Sem Papel do Governo Federal.

29.27.9Na movimentação de carga perigosa embalada para exportação, o exportador ou seu preposto deve
fornecer à administração do porto e ao OGMO a documentação de que trata o subitem

29.27.6 com antecedência mínima de quarenta e oito horas do embarque.

29.27.10Durante todo o tempo de atracação de uma embarcação com carga perigosa no porto, o coman-
dante deve adotar procedimentos de segurança para operação portuária, os quais devem prever:
a)manobras de emergência, reboque ou propulsão;
b)manuseio seguro de carga e lastro; e
c)controle de avarias.

29.27.11O comandante deve informar imediatamente à administração do porto e ao operador portuário


qualquer incidente ocorrido com as cargas perigosas que transporta, quer na viagem, quer durante sua perma-
nência no porto.

29.27.12Cabe ao OGMO, tomador de serviço ou empregador:


a)nas escalações de mão de obra avulsa, informar aos trabalhadores quanto à existência de cargas perigo-
sas, os tipos e as quantidades a serem movimentadas; e
b)promover a capacitação dos trabalhadores em operações com cargas perigosas.

29.27.13Antes do início das operações ou da armazenagem de cargas perigosas, os locais de operação ou


armazenagem devem ser previamente limpos e descontaminados por pessoas capacitadas.

29.27.14Somente devem ser manipuladas, armazenadas ou estivadas as cargas perigosas que estiverem
embaladas, sinalizadas e rotuladas de acordo com o IMDG CODE.

29.27.15Nas operações com cargas perigosas a granel, devem ser observadas as medidas de controle pre-
vistas no Código Internacional para a Construção e Equipamento de Embarcações Transportadores de Cargas
Perigosas a Granel - IBC-CODE.

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29.27.16As cargas perigosas devem ser submetidas a cuidados especiais considerando suas característi-
cas, sendo observadas, dentre outras, as providências para adoção das medidas constantes das fichas com
informações de segurança de cargas perigosas, inclusive aquelas cujas embalagens estejam avariadas ou que
estejam armazenadas próximas a cargas nessas condições.

29.27.17As cargas relacionadas a seguir não podem ser mantidas nas áreas de operação de carga e des-
carga, devendo ser removidas para o armazenamento ou outro destino final:
a)explosivos em geral;
b)gases inflamáveis (classe 2.1) e venenosos (classe 2.3);
c)radioativos;
d)chumbo tetraetila;
e)poliestireno expansível;
f)perclorato de amônia, e
g)mercadorias perigosas acondicionadas em contêineres refrigerados.

29.27.18Operações com embalagens avariadas devem ser autorizadas mediante sistema de permissão de
trabalho e conforme sua ficha com informações de segurança de cargas perigosas.

29.27.19Nas operações com explosivos - Classe 1, além das disposições previstas na NR-19:
a)serão previstos procedimentos para embarque diretamente à embarcação ou recebimento em área fora
da instalação portuária.
b)será impedido o abastecimento de combustíveis na embarcação, durante essas operações;
c)será proibida a realização de trabalhos de reparos nas embarcações atracadas, carregadas com explosi-
vos ou em outras, a menos de 40 m (quarenta metros) dessa embarcação; e
d)haverá determinação para que os explosivos sejam as últimas cargas a embarcar e as primeiras a de-
sembarcar.

29.27.20Nas operações com gases inflamáveis - Classe 2.1 e líquidos inflamáveis e combustíveis - Classe
3, além das disposições da NR-20:
a)devem ser prevenidos impactos e quedas dos recipientes nas plataformas do cais, nos armazéns e porões;
b)a fiação e terminais elétricos devem ser mantidos com isolamento perfeito e com os respectivos tampões,
inclusive os instalados nos guindastes;
c)os guindastes devem ser mantidos totalmente travados, tanto no solo como nas superestruturas;
d)as mangueiras, tubulações e demais componentes pressurizados devem ser inspecionados e periodica-
mente testados, conforme instruções do fabricante;
e)em toda a área da operação ou próximos a equipamentos, devem ser instaladas sinalização proibindo o
uso de fontes de ignição, incluindo os avisos NÃO FUME - NO SMOKING; NÃO USE LÂMPADAS DESPRO-
TEGIDAS - NO OPEN LIGHTS;
f)as tomadas e válvulas de gases e líquidos inflamáveis na área delimitada da faixa do cais devem possuir
sinalização de segurança; e
g)deve ser monitorada de forma permanente a operação em embarcações tanque com a adoção de medi-
das imediatas em caso de anormalidade da operação.

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29.27.21Nas operações com sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas à combustão espontânea, que em
contato com a água emitem gases inflamáveis - Classe 4, devem ser:
a)adotadas medidas preventivas para controle do risco principal e dos riscos secundários;
b)adotadas as práticas de segurança, relativas as cargas sólidas a granel, que constam do suplemento ao
código IMDG;
c)adotadas medidas de proteção contra incêndio e explosões, incluindo a proibição de fumar e o controle
de fonte de ignição e de calor;
d)adotadas medidas que impeçam o contato da água com substâncias das subclasses 4.2 - substâncias
sujeitas a combustão espontânea e 4.3 - substâncias perigosas em contato com a água;
e)adotadas medidas que evitem a fricção e impactos com a carga; e
f)monitoradas, antes e durante a operação de descarga de carvão ou pré-reduzidos de ferro, a temperatura
do porão e a presença de hidrogênio ou outros gases no mesmo, para as providências devidas.

29.27.22Nas operações com substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos - Classe 5, devem ser:
a)adotadas medidas preventivas para controle do risco principal e dos riscos secundários;
b)adotadas medidas que impossibilitem o contato das substâncias dessa classe com os materiais ácidos,
óxidos metálicos e aminas;
c)monitorada e controlada a temperatura externa, até seu limite máximo, dos tanques que contenham pe-
róxidos orgânicos; e
d)adotadas medidas de proteção contra incêndio e explosões, incluindo especialmente a proibição de fumar
e o controle de qualquer fonte de ignição e de calor.

29.27.23Nas operações com substâncias tóxicas e infectantes - Classe 6, deve-se:


a)restringir o acesso à área operacional e circunvizinhas somente ao pessoal envolvido nas operações; e
b)disponibilizar, no local das operações, material absorvente para conter derramamentos.

29.27.24Nas operações com materiais radioativos - Classe 7:


a)as embarcações estrangeiras devem possuir documentação determinada pela Agência Internacional de
Energia Atômica, e, para as embarcações de bandeira brasileira, devem ser atendidas as normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
b)devem ser obedecidas as normas de segregação desses materiais, constantes no Código IMDG, com as
distâncias de afastamento aplicáveis, constante no Regulamento para o Transporte com Segurança de Mate-
riais Radioativos, da Agência Internacional de Energia Atômica;
c)a autorização para a atracação de embarcação com carga da Classe 7 deve ser precedida pela confirma-
ção de que as exigências contidas nas alíneas “a” e “b” deste item foram adequadamente cumpridas, sendo que
esta confirmação deve ser feita com base nas informações contidas nos documentos de transporte; e
d)em caso de acidente/incidente com ou sem danos aos embalados, a pessoa responsável deverá solicitar
a presença do Supervisor de Proteção Radiológica - SPR - designado pelo expedidor ou destinatário da carga
para decidir os procedimentos a serem adotados.

29.27.24.1É assegurado ao pessoal envolvido nas operações com materiais radioativos o total acesso aos
dados e resultados da eventual monitoração e do consequente controle da exposição.

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29.27.25Nas operações com substâncias corrosivas - Classe 8, deve-se:
a)adotar medidas de controle que impeçam o contato de substâncias dessa classe com a água ou com
temperatura elevada;
b)utilizar medidas de prevenção contra incêndio e explosões, incluindo a proibição de fumar e o controle de
qualquer fonte de ignição e de calor; e
c)disponibilizar, no local das operações, material absorvente para contenção de derramamentos.

29.27.26A administração portuária deve fixar em cada porto a quantidade máxima total por classe e subclas-
se de substâncias a serem armazenadas na zona portuária.

29.27.27Os locais de armazenamento de cargas perigosas devem ser mantidos em condições seguras,
conforme projeto.

29.27.28No projeto de armazenamento de cargas perigosas, devem constar:


a)planta geral de localização;
b)descrição das áreas de armazenamento;
c)características e informações de segurança, saúde e do ambiente de trabalho relativas às mercadorias
armazenadas, constantes nas fichas com dados de segurança das cargas perigosas;
d)especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios presentes nas áreas de armazenagem,
em termos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos pela análise de riscos;
e)identificação das áreas classificadas nas áreas de armazenagem, para efeito de especificação dos equi-
pamentos e instalações elétricas; e
f)medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos do projeto.

29.27.29Deve ser realizada inspeção, no mínimo diária, das cargas perigosas armazenadas.

29.27.30Todos os locais de armazenamento de cargas perigosas devem possuir sinalização de segurança.

29.27.31O armazenamento de cargas perigosas em contêineres deve obedecer a tabela de tipo de segre-
gação prevista no Anexo V desta NR.

29.27.31.1O armazenamento deve observar cumulativamente os riscos presentes na ficha de segurança de


carga perigosa.

29.27.32Caso as cargas não estejam armazenadas em contêineres, devem ser observadas as recomenda-
ções de armazenagem disponíveis na ficha de segurança de carga perigosa e na literatura técnica, mediante
análise de risco, não sendo permitido um distanciamento inferior ao das cargas mantidas em contêineres.

29.27.33Caso as cargas perigosas apresentem mais de uma classe de risco, devem ser observados os
critérios mais rigorosos de segregação.

29.27.34As cargas perigosas que necessitam de refrigeração por questões de segurança devem ter insta-
lações elétricas conforme ficha de segurança para cargas perigosas, monitoramento de temperatura e fonte de
energia elétrica alternativa.

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29.27.35Quando as substâncias tóxicas forem armazenadas em recintos fechados, estes locais devem dis-
por de ventilação forçada para fins de medida de controle e emergência.

29.27.36É proibido o manuseio de explosivos ou de embalagens com explosivos nas instalações portuárias.

29.27.36.1As instalações portuárias que operam com explosivos devem possuir área de aguardo tempo-
rária em conformidade com o item 19.5 da NR-19 - Explosivos, para apoio ao embarque direto à embarcação
e para o envio imediato a armazém fora da instalação portuária, não podendo esse prazo exceder quarenta e
oito horas.

29.27.37As substâncias da subclasse 6.2 (substâncias infectantes) só poderão ser manuseadas em caráter
excepcional mediante sistema de permissão de trabalho e após a adoção das medidas de prevenção e das
precauções da respectiva ficha de informações de segurança de cargas perigosas.
29.28 Plano de Controle de Emergência - PCE

29.28.1Compete à administração do Porto Organizado e aos titulares das instalações portuárias autoriza-
das e arrendadas a elaboração e implementação do PCE, devendo constar as seguintes situações:
a)incêndios e explosões;
b)vazamento de produtos perigosos;
c)poluição ou acidente ambiental;
d)condições adversas de tempo, como tempestades com ventos fortes que afetem a segurança das opera-
ções portuárias, demonstrando quais os possíveis riscos;
e)queda de pessoa na água; e
f)socorro e resgate de acidentados.

29.28.2O PCE deve ser elaborado considerando as características e a complexidade da instalação e conter:
a)nome e função do(s) responsável(eis) técnico(s) pela elaboração e revisão do plano;
b)nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação do plano;
c)designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis pela execução de cada ação e seus
respectivos substitutos;
d)estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base em análises de riscos e considerando
a classe e subclasse de risco de produtos perigosos;
e)descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário contemplado;
f)descrição dos meios de comunicação;
g)procedimentos de resposta à emergência para cada cenário contemplado;
h)procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades públicas e desencadeamento da ajuda
mútua;
i)procedimentos para orientação de visitantes e demais trabalhadores que não participem da equipe de
emergência quanto aos riscos existentes e como proceder em situações de emergência; e
j)cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios simulados.

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29.28.2.1O PCE deve estabelecer critérios para avaliação dos resultados dos exercícios simulados.

29.28.3O PCE deve observar ainda os seguintes requisitos:


a)devem ser adotados procedimentos de emergência, primeiros socorros e atendimento médico, constando
para cada classe de risco a respectiva ficha nos locais de operação das cargas perigosas;
b)o plano deve ser abrangente, permitindo o controle dos sinistros potenciais, como explosão, contamina-
ção ambiental por produto tóxico, corrosivo, radioativo e outros agentes agressivos, incêndio, abalroamento e
colisão de embarcação com o cais; e
c)devem ser previstas ações em terra e a bordo.

29.28.4Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a possibilidade de ocorrência de
um acidente cujas consequências ultrapassem os limites da instalação, o PCE deve conter ações que visem à
proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo mecanismos de comunicação e alerta, de isolamento da
área atingida e de acionamento das autoridades públicas.

29.28.5Nos relatórios de análise de acidente e de exercícios simulados, deve constar uma avaliação do
cenário de emergência ocorrido, devendo ser observado:
a)adequação ou inadequação ao PCE; e
b)pontos positivos e negativos.

29.28.5.1O resultado da avaliação deverá ser informado aos participantes do simulado.

29.28.6Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de trabalho, devendo ser realizado,
no mínimo, três simulados por ano de cada tipo de situação elencada nas alíneas do subitem 29.28.1, e abran-
ger todos os turnos de trabalho.

29.28.7Os exercícios simulados devem envolver os trabalhadores designados e contemplar os cenários e a


periodicidade definidos no PCE.

29.28.8A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências é voluntária, salvo nos casos
em que a natureza da função assim o determine.

29.28.9Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem receber o treinamento de cada um dos
cenários de emergências existentes no PCE em horário normal de trabalho, devendo cada cenário ser registra-
do em ficha individual do trabalhador.

29.28.10O OGMO e a administração portuária devem incluir na Semana Interna de Prevenção de Aciden-
tes - SIPAT palestras sobre os planos de atuação do PCE e o Plano de Ajuda Mútua - PAM na área portuária.

29.28.11O PCE deve estar disponível em meio eletrônico para consulta da CPATP e SESSTP.

29.28.12O OGMO deve capacitar os trabalhadores portuários avulsos para atuar em emergências.

29.28.13Os trabalhadores portuários avulsos devem ser informados quanto aos simulados antes da sua
escalação.

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140
29.28.14Nos locais onde houver operações com trabalhador portuário avulso, os mesmos devem ser infor-
mados sobre os procedimentos a serem adotados em caso de emergências.
29.29 Plano de Ajuda Mútua - PAM

29.29.1A administração do porto organizado e os responsáveis pelas instalações portuárias devem compor,
inclusive com os atores externos ao porto, um Plano de Ajuda Mútua - PAM.

29.29.1.1Na área do porto organizado, a autoridade portuária deverá instituir e organizar o PAM, que deve
ser composto por todos os operadores portuários e instalações portuárias sob sua jurisdição.

29.29.2O OGMO deve participar do PAM em que houver escalação de trabalhadores portuários avulsos.

29.29.3Os membros do PAM devem compor um sistema comum de comunicação e participar com recursos
humanos e materiais para atendimento a emergências.

29.29.3.1Cada membro do PAM deverá designar um representante técnico.

29.29.4Devem ser realizadas, no mínimo, reuniões trimestrais para atendimento ao item 29.29.3.

29.29.5Deve ser realizado pelo menos dois simulados de acidente ampliado, anualmente, para que se pos-
sa treinar e avaliar a organização e ação dos diversos atores envolvidos no PAM.
ANEXO I DIMENSIONAMENTO DO SESSTP

NÚMERO DE TRABALHADORES AVULSOS


Profissionais especializados 20 - 250 251 - 750 751 - 2000 2001 - 3500
Engenheiro de Segurança do -- 01 02 03
Trabalho
Técnico de Segurança do 01 02 04 11
Trabalho
Médico do Trabalho -- 01 * 02 03
Enfermeiro do Trabalho -- -- 01 03
Auxiliar/Técnico de Enferma- 01 01 02 04
gem do Trabalho

*horário parcial - 3 horas.


ANEXO II DIMENSIONAMENTO DA CPATP

Nº médio de 20 51 101 501 1001 2001 5001 Acima de


trabalhado- 10000 a
res avulsos a a a a a a a cada
grupo de
50 100 500 1000 2000 5000 10000 2500
acrescentar

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141
Nº de repre- 01 02 04 06 09 12 15 02
sentantes ti-
tulares dos
operadores
portuários e
dos
tomadores de
serviço
Nº de repre- 01 02 04 06 09 12 15 02
sentantes ti-
tulares dos
trabalhado-
res avulsos

ANEXO III
REGIME DE TEMPO DE TRABALHO COM TEMPO DE RECUPERAÇÃO TÉRMICA FORA DO AM-
BIENTE FRIO

Faixa de Temperatu- Regime de tempo de trabalho com tempo de recuperação fora


ra de Bulbo Seco (°C) do ambiente frio, para trabalhadores utilizando EPI e vestimenta
adequados para exposição ao frio
+15,0 a -17,9 * Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40 minu-
+12,0 a -17,9 ** tos, sendo quatro períodos de 1 hora e 40 minutos alternados com
+10,0 a -17,9 *** 20 minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente de
trabalho.
-18,0 a -33,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas alternan-
do-se 1 hora de trabalho com 1 hora para recuperação térmica
fora do ambiente frio.
-34,0 a -56,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo dois
períodos de 30 minutos com separação mínima de 4 horas para
recuperação térmica fora do ambiente frio.
-57,0 a -73,0 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos sendo o
restante da jornada cumprida obrigatoriamente fora do ambiente
frio.
Abaixo de -73,0 Não é permitida a exposição ao ambiente frio, seja qual for a
vestimenta utilizada.

(*) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa oficial do
IBGE.
(**) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de acordo com o mapa oficial
do IBGE.
(***) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o mapa
oficial do IBGE.
ANEXO IV CARGAS PERIGOSAS

CLASSE 1 - EXPLOSIVOS
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
1.1 Substâncias ou produtos que apresentam perigo de explosão
em massa.
1.2 Substâncias ou produtos que apresentam perigo de projeção,
mas não apresentam perigo de explosão em massa.

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1.3 Substâncias e produtos que apresentam perigo de incêndio e
perigo de produção de pequenos efeitos de onda de choque ou
projeção ou ambos os efeitos, mas que não apresentam um perigo
de explosão em massa.
1.4 Substâncias e produtos que não apresentam perigo conside-
rável.
1.5 Substâncias e produtos muito insensíveis e produtos, mas que
apresentam perigo de explosão em massa.
1.6 Substâncias e produtos extremamente insensíveis que não
apresentam perigo de explosão em massa.
CLASSE 2 - GASES COMPRIMIDOS, LIQUEFEITOS OU DISSOLVIDOS SOB PRES-
SÃO
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
2.1 Gases inflamáveis.
2.2 Gases não inflamáveis e não tóxico.
2.3 Gases tóxicos.
CLASSE 3 - LÍQUIDOS INFLÁMAVEIS
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
Líquidos inflamáveis: são líquidos que possuem ponto de ful-
gor ≤ 60° C (sessenta graus Celsius).
Líquidos que possuem ponto de fulgor superior a 60° C (ses-
senta graus Celsius), quando armazenados e transferidos aqueci-
dos a temperaturas iguais ou superiores ao seu ponto de fulgor, se
equiparam aos líquidos inflamáveis.
CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS, SUBSTÂNCIAS SUJEITAS À COMBUSTÃO
ESPONTÂNEA, SUBSTÂNCIAS QUE, EM CONTATO COM A ÁGUA EMITEM GASES
INFLAMÁVEIS.
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
4.1 Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a autoignição, sólidos
explosivos dessensibilizadas e substâncias polimerizadas
4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea.
4.3 Substâncias que, em contato com a água, emitem gases infla-
máveis.
CLASSE 5 - SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS.
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
5.1 Substâncias oxidantes
5.2 Peróxidos orgânicos
CLASSE 6 - SUBSTÂNCIAS TÓXICAS OU INFECTANTES.
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
6.1 Substâncias tóxicas
6.2 Substâncias infectantes
CLASSE 7 - MATERIAL RADIOATIVO
CLASSE 8 - SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS
CLASSE 9 - SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS PERIGOSOS DIVERSOS

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ANEXO V SEGREGAÇÃO DE CARGAS PERIGOSAS
TABELA I - TIPO DE SEGREGAÇÃO

Números e símbolos relativos aos termos mencionados neste anexo:

1- “Longe de”

2- “Separado de”

3- “Separado por um compartimento completo”

4- “Separado longitudinalmente por um compartimento completo”


x - a segregação, caso haja, é indicada na ficha individual da substância no IMDG.
*- Não se aplica o presente anexo
TABELA II - DISTÂNCIA DE SEGREGAÇÃO

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TIPO DE SEGRE- SENTIDO DA SEGREGAÇÃO
GAÇÃO LONGITUDINAL TRANSVERSAL VERTICAL
Tipo 1 Não há restrições Não há restrições
Permitido um re-
monte
Tipo 2 Um espaço para contêiner Um espaço para con- Proibido o remonte
ou contêiner neutro têiner ou contêiner neu-
tro
Tipo 3 Um espaço para contêiner Dois espaços para Proibido o remonte
ou contêiner neutro contêineres ou dois con-
têineres neutros
Tipo 4 A distância de pelo menos A distância de pelo Proibido o remonte
24 metros menos 24 metros
Tipo x Não há nenhuma recomendação geral. Consultar a ficha correspondente em
cada produto

OBSERVAÇÕES:

1)As tabelas estão baseadas no quadro de segregação do Código Marítimo Internacional de Mercadorias
Perigosas - IMDG/CODE-IMO.

2)Um “espaço para contêineres” significa uma distância de pelo menos 6m (seis metros) no sentido longitu-
dinal e pelo menos 2,4m (dois metros e quarenta centímetros) no sentido transversal do armazenamento.

3)Contêiner neutro significa cofre com carga compatível com o da mercadoria perigosa (por exemplo: con-
têiner com carga geral - não alimento).
Glossário
Acessórios de estivagem ou de içamento - todo acessório por meio do qual uma carga pode ser fixada num
aparelho de içar, mas que não seja parte integrante do aparelho ou da carga.
Acondicionamento - ato de embalar, carregar ou colocar cargas perigosas em recipientes, contentores in-
termediários para graneis, contentores de cargas, contentores-tanques, tanques portáteis, vagões ferroviários,
veículos, barcaças ou outras unidades de transporte de carga.
Agulheiros ou escotilhão - pequenas escotilhas utilizadas para trânsito de pessoal entre pavimentos da
embarcação, entre eles o porão. Abertura circular ou elíptica, para acesso aos compartimentos da embarcação
normalmente não habitados ou frequentados.
Ancoragem (equipamento de guindar sobre trilho) - ponto de fixação.
Aparelho de içar (equipamento de guindar) - todos os aparelhos de cargas fixos ou móveis, utilizados em
terra ou a bordo da embarcação para suspender, levantar ou arriar as cargas ou deslocá-las de um lugar para
outro em posição suspensa ou levantada, incluindo rampas de caís acionadas por força motriz (Convenção nº
152 da Organização Internacional do Trabalho).
Área de armazenagem - complexo de espaços reservados à guarda e conservação de mercadorias soltas
ou embaladas, geralmente constituída de armazém, galpão, parque e silos.
Área de operação - local onde ocorre a movimentação da mercadoria, da carga ou de passageiros.
Área do porto organizado - área delimitada por ato do Poder Executivo que compreende as instalações
portuárias, a infraestrutura de proteção e de acesso ao porto, por via terrestre ou aquaviária. Integra: ancora-
douros, docas, cais, pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações, vias de cir-
culação interna, guias-correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de fundeio, todas
mantidas pela administração do porto.
Armazém - edificação fechada, construída em madeira, metal, alvenaria e/ou concreto armado, provida de
cobertura e aberturas que permitam a entrada e saída de mercadorias, cargas gerais, equipamentos e pessoal.

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Assoalho - piso da carroceria do veículo.
Atmosfera IPVS - Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde - qualquer atmosfera que apresen-
te risco imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde.
Atores externos - organizações oficiais e de apoio que estão localizados fora do porto organizado ou insta-
lação portuária.
Atracação - manobra de fixação da embarcação ao cais.
Administração Portuária - é a pessoa jurídica responsável pela administração do porto organizado, também
denominada autoridade portuária.
Barreiras (granel sólido) - paredes formadas no granel sólido durante sua movimentação em depósitos a céu
aberto, silos horizontais e porões de embarcações.
Berço - qualquer doca, píer, molhe, caís, terminal marítimo, ou estrutura similar flutuante ou não, onde uma
embarcação possa atracar com segurança.
Cabine com interior climatizado - cabine com espaço fisicamente delimitado, com dimensões e instalações
próprias, submetidos ao processo de climatização por meio de equipamentos para conforto térmico.
Cais - estrutura, plataforma ou faixa paralela ou marginal que acompanha a linha da costa ou margens dos
rios. Parte de um porto onde se efetua o embarque e o desembarque de passageiros, mercadorias e cargas
diversas por via aquaviária.
Câmera retrovisora - dispositivo composto por câmeras e monitor que se destina a proporcionar uma visibi-
lidade clara para a retaguarda e para os lados no tráfego de máquina ou equipamento.
Carga - qualquer tipo de volume ou objeto, embalado ou não, incluindo mercadoria, que seja transportado,
movimentado ou armazenado nos ambientes laborais alcançados pela aplicabilidade desta NR.
Carga frigorificada - carga transportada em câmaras frigoríficas ou em porões frigoríficos, de acordo com a
faixa de temperatura e zonas climáticas indicadas na tabela de exposição ao frio constante no Anexo III desta
NR.
Carga perigosa - qualquer carga que, em virtude de ser explosiva, inflamável, oxidante, venenosa, infeccio-
sa, radioativa, corrosiva ou contaminante, possa apresentar riscos aos trabalhadores, às embarcações, às ins-
talações físicas de onde estiverem ou ao meio ambiente. O termo carga perigosa inclui quaisquer receptáculos,
tais como tanques portáteis, embalagens, contentores intermediários para graneis (IBC) e contêineres-tanques
que tenham anteriormente contido cargas perigosas e estejam sem a devida limpeza e descontaminação que
anulem os seus efeitos prejudiciais.
Cobertas - são as estruturas que subdividem os espaços de carga (por exemplo: o porão), em subespaços
na direção vertical, sob a forma de conveses.
Contêiner - unidade de carga caracterizando-se por ser um contentor; grande caixa ou recipiente metálico
construído com material resistente no qual mercadorias, carga ou volumes são acondicionados com a finalida-
de de facilitar o seu embarque, desembarque e transbordo entre diferentes meios de transporte. Em transporte,
é um equipamento construído com normas técnicas reconhecidas internacionalmente.
Convés - cada piso da embarcação que subdivide os espaços de carga em compartimentos na direção ver-
tical. O convés principal, em geral, é o primeiro pavimento, acima dos demais, que se estende por toda a área
da embarcação, descoberto no todo ou em grande parte, por onde normalmente se ingressa na embarcação e
se tem acesso a todos os seus demais compartimentos. Sinônimo de coberta.
Contaminantes - gases, vapores, névoas, fumos e poeiras presentes na atmosfera de trabalho.
Escada Quebra-Peito (escada de marinheiro) - escada vertical utilizada para subida e descida, esporádicas,
de embarcações, construídas de cordas e madeira, obedecendo a normas marítimas internacionais.
Embalagem - Elemento ou conjunto de elementos destinados a envolver, conter e proteger produtos durante
sua movimentação, transporte, armazenagem, comercialização e consumo.
Engajamento do Trabalhador Portuário Avulso (TPA) - É a contratação do TPA mediante as requisições dos
operadores portuários e tomadores de serviço ao OGMO.

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Escala de trabalho do OGMO - Escalação dos TPA - Todos os TPA selecionados e relacionados (equipes de
trabalho) para atender às requisições recebidas pelo OGMO.
Escotilha - abertura nas embarcações, geralmente retangular, que põe em comunicação entre si as cober-
tas, o convés principal e o porão. Exemplo de coberta são as tampas dos porões.
Estiva (estivagem) - é a atividade de movimentação de mercadorias ou cargas diversas nos conveses e
nos porões das embarcações, nas operações de carga e descarga, incluindo arrumação, peação e despeação.
Estrado ou palete - acessório de embalagem constituindo-se em tabuleiro de madeira, metal, plástico ou
outro material, com estrutura plana, com forma adequada para ser usada por empilhadeira ou guindaste, para
transporte de carga ou mercadoria que não possa sofrer pressão.
Estropo ou linga - qualquer dispositivo feito de cabo, corrente ou lona que serve para envolver ou engatar
um peso para içá-lo através de guindastes.
Enxárcia ou aparelho fixo - é o conjunto de cabos fixos que dão sustentação aos mastros de carga.
Ficha de informações de segurança da carga perigosa - Ficha de Informações de Segurança de Produtos
Químicos conforme normas nacionais ou Ficha com dados de segurança do material (Material Safety Data
Sheet).
Granel - carga quase sempre homogênea, não embalada, carregada diretamente nos porões das embarca-
ções. Ela é subdividida em granel sólido e granel líquido.
Granel líquido - todo líquido transportado diretamente nos porões da embarcação, sem embalagem e em
grandes quantidades, e que é movimentado por dutos por meio de bombas. (Por exemplo: álcool, gasolina,
suco de laranja, melaço e outros).
Granel sólido - todo sólido fragmentado ou grão vegetal transportado diretamente nos porões da embarca-
ção, sem embalagem e em grandes quantidades, e que é movimentado por transportadores automáticos, tipo
pneumático ou de arraste e similares ou aparelhos mecânicos, tais como eletroimã ou caçamba automática
(grabs). (Por exemplo: carvão, sal, trigo em grão, minério de ferro e outros).
Habilitação de Trabalhador Portuário Avulso - habilitação obtida mediante participação e aprovação em
cursos e treinamentos ofertados ou aceitos pelo OGMO, conforme legislação específica portuária (ministrados
pela Marinha - DPC, requisitantes de mão de obra avulsa, sindicato da categoria ou empresas especializadas),
permitindo ao TPA candidatar-se às ofertas de trabalho para seu engajamento.
Instalação portuária - instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado e utilizada em movi-
mentação de passageiros, em movimentação ou armazenagem de mercadorias e cargas diversas destinadas
ou provenientes de transporte aquaviário. Estão também compreendidas: a ETC - Estação de Transbordo de
Cargas: instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora da área do porto organizado e uti-
lizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias ou cargas em embarcações de navegação
interior ou cabotagem; a Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte: explorada mediante autorização, loca-
lizada fora do porto organizado e utilizada na movimentação de passageiros, mercadorias ou cargas diversas
em embarcações de navegação interior; e a Instalação Portuária de Turismo: instalação portuária explorada
mediante arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tri-
pulantes e bagagens, e de insumos para o provimento e abastecimento de embarcações de turismo.
Lingada - é a porção de cargas ou amarrado de mercadorias que a Linga/Estropo levanta por vez através
de aparelho de içar.
Madeira verde - madeira cujo teor de umidade excede o ponto de saturação das fibras.
Máquinas e equipamentos de cais - engenho destinado ao deslocamento da carga do porto para a embar-
cação e vice-versa ou sua utilização no porão da embarcação. Pode ser autopropelido ou não. Inclui aparelhos
de içar, carregador de embarcação (shiploader), correias transportadoras, empilhadeiras, escavadeiras e pás
carregadeiras.
Mercadoria - qualquer tipo de volume ou unidade de carga, embalado ou não, transportado, movimentado
ou armazenado nos ambientes laborais alcançados pela aplicabilidade desta norma regulamentadora, cuja
finalidade seja o comércio de bens.

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Normas da Autoridade Marítima (NORMAN) - normas estabelecidas pela autoridade marítima brasileira,
com os objetivos de salvaguarda da vida humana e segurança da navegação no mar aberto e hidrovias interio-
res, bem como pela prevenção da poluição ambiental causada por embarcações, plataformas e suas instala-
ções de apoio, além de outros cometimentos a ela conferidos pela legislação.
Operação portuária - movimentação e/ou armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de
transporte aquaviário, realizada em porto organizado ou instalação portuária de uso privado por operador por-
tuário, tomador de serviço ou empregador.
Operador portuário - pessoa jurídica pré-qualificada pela autoridade portuária para exercer as atividades de
movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes
de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado.
Palete - ver estrado.
Peação - fixação da carga nos porões e conveses da embarcação, visando evitar seu deslocamento e
possível avaria em razão dos movimentos da embarcação, objetivando sua preservação e a segurança da
navegação.
Pessoa responsável - é aquela designada por operador portuário, empregadores, tomador de serviço, co-
mandante de embarcação, OGMO, sindicato de classe, autoridade portuária, entre outros, conforme o caso,
que possua conhecimento, autoridade, comando e autonomia suficientes para assegurar o cumprimento de
uma ou mais tarefas específicas que lhe forem confiadas por quem de direito.
Portaló - local de entrada da embarcação, onde desemboca a escada que liga o cais à embarcação.
Porto - local situado em baía, angra, enseada, foz ou margens de rios, que ofereça proteção natural ou
artificial contra ventos, marés, ondas e correntes, e ofereça instalações para atracação e amarração de em-
barcações, áreas de armazenagem e equipamentos de movimentação de carga, que possibilite o embarque e
desembarque de mercadorias, cargas diversas e passageiros.
Porto organizado - bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de
movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e opera-
ções portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária.
Profissional legalmente habilitado - o trabalhador previamente qualificado e com registro no competente
conselho de classe.
Silo - construção de metal, aço ou concreto armado, composto de células interligadas por condutos, desti-
nada a receber grãos vegetais.
Sinaleiro - é o trabalhador portuário com curso de sinalização para movimentação de carga. A função do
sinaleiro é realizar a comunicação com o operador do equipamento de içar para a correta orientação espacial
da manobra de movimentação da carga.
Terminal de uso privado - instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do
porto organizado.
Terminal retroportuário - É o estabelecimento situado próximo a um porto organizado ou a uma instalação
portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da zona primária, com área demarcada
pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os serviços de operação, sob controle aduaneiro, com
carga de importação e exportação, embarcadas em contêiner, reboque ou semi-reboque.
Tomador de serviço - é a pessoa física ou jurídica que requisita Trabalhador Portuário Avulso - TPA junto
ao OGMO para a execução de operações portuárias fora do Porto Organizado, como ocorre nos Terminais de
Uso Privado - TUP. Em alguns portos organizados a requisição de TPA pode ocorrer para movimentar cargas
diversas, exemplo de movimentações de carga offshore e de rancho (material de bordo).
Trabalhador capacitado - aquele que recebe capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional
legalmente habilitado.
Trabalhador qualificado - aquele que comprova conclusão de curso específico para sua atividade em insti-
tuição reconhecida pelo sistema oficial de ensino.

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Trabalhador portuário - profissional treinado e habilitado para executar as atividades relacionadas ao traba-
lho portuário, com vínculo empregatício por prazo indeterminado ou avulso, conforme definido em lei especial.
Trabalho portuário - são atividades exclusivas definidas em lei especial relacionadas aos serviços de capa-
tazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos organi-
zados e instalações portuárias.
Transbordo - movimentação de mercadorias ou de cargas diversas entre embarcações ou entre estas e
outros modais de transporte.
Vigia de portaló - vigia portuário que fica no controle de entrada e saída de pessoas junto à escada de por-
taló.

Trabalho avulso não portuário

O art. 1º da Lei n. 12.023/2009 dispõe que trabalhadores avulsos não portuários são: aqueles que desen-
volvem suas atividades (de movimentação de mercadorias em geral), em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo
empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, com execução das atividades re-
guladas por meio de negociação coletiva.
A diferença básica entre o trabalhador avulso portuário e o trabalhador avulso não portuário vincula-se não
ao local da prestação dos serviços, e, sim, na intermediação ou não do sindicato na prestação dos serviços. O
trabalho avulso não portuário tem como órgão de intermediação o sindicato dos trabalhadores avulsos.
Podemos citar como exemplos de trabalhadores avulsos não portuários que laboram na orla marítima: o
amarrador de embarcação, o carregador de bagagem em porto (atividade regulada pela Lei n. 4.637/65) e o
prático de barra em porto (art. 9º, IV, do Decreto n. 3.048/99).
O legislador procurou delimitar bem o papel do sindicato nesta intermediação, impondo ao mesmo, deveres
legais tais como:
Art. 5º São deveres do sindicato intermediador:
I – divulgar amplamente as escalas de trabalho dos avulsos, com a observância do rodízio entre os traba-
lhadores;
II – proporcionar equilíbrio na distribuição das equipes e funções, visando à remuneração em igualdade de
condições de trabalho para todos e a efetiva participação dos trabalhadores não sindicalizados;
III – repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas úteis, contadas a
partir do seu arrecadamento, os valores devidos e pagos pelos tomadores do serviço, relativos à remuneração
do trabalhador avulso;
IV – exibir para os tomadores da mão de obra avulsa e para as fiscalizações competentes os documentos
que comprovem o efetivo pagamento das remunerações devidas aos trabalhadores avulsos;
V – zelar pela observância das normas de segurança, higiene e saúde no trabalho;
VI – firmar Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para normatização das condições de trabalho.
§1º Em caso de descumprimento do disposto no inciso III deste artigo, serão responsáveis, pessoal e solida-
riamente, os dirigentes da entidade sindical.
Da análise do referido dispositivo legal, percebe-se que o legislador foi mais severo quanto ao repasse
da remuneração dos trabalhadores avulsos não portuários (art. 5º, III), comparando-se com a legislação dos
avulsos portuários, uma vez que determinou prazo específico para o referido repasse (72 horas) e ainda previu
responsabilidade solidária dos dirigentes sindicais (art. 5º, §1º).
Foi um avanço importante para proteger os trabalhadores de eventuais desvios de receita pelo próprio
sindicato. Contudo, não somente o sindicato passou a ter mais responsabilidade, mas o tomador de serviços
também:

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Art. 8º As empresas tomadoras do trabalho avulso respondem solidariamente pela efetiva remuneração do
trabalho contratado e são responsáveis pelo recolhimento dos encargos fiscais e sociais, bem como das contri-
buições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social, no limite do uso que fizerem do trabalho avulso
intermediado pelo sindicato.
Por fim, o legislador procurou proteger o trabalhador não sindicalizado de eventual discriminação por parte
do sindicato quanto à oferta de mão de obra; vejamos:
Art. 5º (...)
§2º A identidade de cadastro para a escalação não será a carteira do sindicato e não assumirá nenhuma
outra forma que possa dar ensejo à distinção entre trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados para efeito
de acesso ao trabalho.

Trabalho esportivo

— Trabalho Esportivo33.
A atividade do atleta profissional está disciplinada na Lei n. 9.615/98 e deverá ser pactuada em contrato
especial de trabalho desportivo, firmado com entidade de prática desportiva, no qual constará, obrigatoriamente
(art. 28):
I – cláusula indenizatória desportiva, devida exclusivamente à entidade desportiva à qual está vinculado o
atleta, nas seguintes hipóteses:
a) transferência do atleta para outra entidade, nacional ou estrangeira, durante a vigência do contrato de
trabalho; ou
b) por ocasião do retorno do atleta às atividades profissionais em outra entidade desportiva, no prazo de até
30 (trinta) meses.
Obs.: O valor da cláusula indenizatória será livremente pactuado pelas partes e expressamente quantifica-
do no instrumento contratual
Até o limite máximo de 2.000 (duas mil) vezes o valor médio do salário contratual, para as transferências
nacionais; e sem qualquer limitação, para as transferências internacionais (art. 28, §1o). São solidariamente
responsáveis pelo pagamento da cláusula indenizatória desportiva o atleta e a nova entidade de prática des-
portiva empregadora (art. 28, §2o). II – cláusula compensatória desportiva, devida pela entidade desportiva ao
atleta, nas seguintes hipóteses:
a) com a rescisão decorrente do inadimplemento salarial, de responsabilidade da entidade de prática des-
portiva empregadora (art. 28, §5o, III);
b) com a rescisão indireta, nas demais hipóteses previstas na legislação trabalhista (art. 28, §5o, IV);
c) com a dispensa imotivada do atleta (art. 28, §5o, V).
Obs.: O valor da cláusula compensatória será livremente pactuado entre as partes e formalizado no contrato
especial de trabalho desportivo, observando-se, como limite máximo, 400 (quatrocentas) vezes o valor do salá-
rio mensal no momento da rescisão, e, como limite mínimo, o valor total de salários mensais a que teria direito
o atleta até o término do referido contrato (art. 28, §3o). Embora necessariamente deva ser celebrado por prazo
determinado (nunca inferior a 3 meses nem superior a 5 anos), não se aplicam ao contrato especial de trabalho
desportivo os arts. 445, 451, 479 e 480 da CLT (arts. 28, §10, e 30, caput e parágrafo único).
Suspensão Contratual
A entidade de prática desportiva poderá suspender o contrato especial de trabalho desportivo do atleta
profissional, ficando dispensada do pagamento da remuneração nesse período, quando o atleta for impedido
de atuar, por prazo ininterrupto superior a 90 (noventa) dias, em decorrência de ato ou evento de sua exclusiva
responsabilidade, desvinculado da atividade profissional, conforme previsão contratual (art. 28, §7o).

33 [ Basile, César Reinaldo O. Sinopses Jurídicas v 28 - direito do trabalho. (9th edição). Editora Saraiva,
2019.]

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Vínculo Desportivo
O vínculo desportivo do atleta com a entidade de prática desportiva contratante constitui-se com o registro
do contrato de trabalho na entidade de administração do desporto (p. ex., Confederação Brasileira de Futebol
– CBF), tendo natureza acessória ao respectivo vínculo empregatício, dissolvendo-se, para todos os efeitos
legais (art. 28, §5o), com:
a) o término da vigência do contrato ou o seu distrato;
b) o pagamento da cláusula indenizatória desportiva ou da cláusula compensatória desportiva;
c) a rescisão decorrente do inadimplemento salarial;
d) a rescisão indireta; ou e) a dispensa imotivada do atleta.
Deveres do Atleta
São deveres do atleta profissional, em especial (art. 35):
I – participar dos jogos, treinos, estágios e de outras sessões preparatórias de competições com a aplicação
e a dedicação correspondentes às suas condições psicofísicas e técnicas;
II – preservar as condições físicas que lhes permitam participar das competições desportivas, submetendo-
-se aos exames médicos e tratamentos clínicos necessários à prática desportiva;
III – exercitar a atividade desportiva profissional de acordo com as regras da respectiva modalidade despor-
tiva e as normas que regem a disciplina e a ética desportivas
Deveres da Entidade Desportiva
São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em especial (art. 34):
I – registrar o contrato especial de trabalho desportivo do atleta
profissional na entidade de administração da respectiva modalidade desportiva;
II – proporcionar aos atletas profissionais as condições necessárias à participação nas competições despor-
tivas, nos treinos e em outras atividades preparatórias ou instrumentais;
III – submeter os atletas profissionais aos exames médicos e clínicos necessários à prática desportiva.

Trabalho em atividades petrolíferas: NR 37 (Norma regulamentadora de segurança e


saúde em plataformas de petróleo) e suas atualizações

— Trabalho Em Atividades Petrolíferas34


Jornada de Trabalho
A jornada de trabalho corresponde ao período em que o empregado está obrigado a cumprir as tarefas que
lhe foram atribuídas pelo empregador.
A fixação da jornada deve estar prevista no contrato de trabalho celebrado entre as partes, não podendo,
todavia, ultrapassar os limites estabelecidos na legislação vigente.
Nas atividades petrolíferas, no entanto, temos diversas regras próprias quanto à jornada de trabalho e ou-
tras peculiaridades, conforme previsto na Lei 5.811/72.
(CLT – Art. 4º)
Regime de Revezamento
O empregado que presta serviço na atividade petrolífera pode ser mantido em seu posto de trabalho sob
regime de revezamento, sempre que for imprescindível à continuidade operacional.

34 [ Disponível em: https://www.coad.com.br/home/noticias-detalhe/123248/orientacao-atividade-petrolifera-


-regime-de-trabalho. Acesso em 17.01.2024.]

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Turno de 8 Horas
Será adotado o regime de revezamento em turnos máximos de 8 horas diárias para o trabalho desenvolvido
nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação de petróleo, bem como na industrialização do
xisto, na indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados por meio de dutos.
Turno de 12 Horas
Será utilizado o turno de 12 horas para as seguintes atividades, cujas situações são consideradas especiais:
a) exploração, perfuração, produção e transferência de petróleo no mar; e
b) exploração, perfuração e produção de petróleo em áreas terrestres distantes ou de difícil acesso.
Esta restrição, contudo, pode ser alterada por previsão em convenção coletiva, que poderá estender o turno
de 12 horas para outras atividades, além das citadas anteriormente.
Regime de Sobreaviso
Sempre que for imprescindível a continuidade operacional durante as 24 horas do dia, alguns empregados
podem ser mantidos em regime de sobreaviso, após sua jornada regular de trabalho.
Repouso Remunerado
Os empregados que trabalham em turno de 8 horas fazem jus ao repouso de 24 horas consecutivas para
cada 3 turnos trabalhados.
Já aos empregados com turno de 12 horas de trabalho é assegurado o repouso de 24 horas consecutivas
para cada turno trabalhado.
Repouso por 15 dias consecutivos
A legislação determina que o empregado não pode trabalhar sob regime de revezamento em turno de 12
horas e em regime de sobreaviso por período superior a 15 dias consecutivos.
Entretanto, considerando a peculiaridade da atividade e a necessidade do descanso junto à família, a juris-
prudência entende como correto o sistema adotado pelas empresas através do qual, em atendimento à limita-
ção descrita no parágrafo anterior, é mantida a frequência do repouso, mas a sua concessão faz-se pela sua
totalidade ao fim de 15 dias.
Horas Extras
Sempre que a jornada de trabalho ultrapassar o limite legal ou contratual da jornada diária ou semanal, o
período será remunerado como extraordinário.
Direitos Trabalhistas
Além dos direitos normais previstos na legislação trabalhista, como férias, 13º salário, aviso-prévio etc.,
relacionamos, a seguir, alguns direitos específicos assegurados aos empregados que trabalham em atividades
petrolíferas, considerando o turno de trabalho e o regime de sobreaviso.
Alteração do Regime de Trabalho
Na hipótese de o regime de trabalho ser alterado por iniciativa do empregador, ocasionando a redução ou
supressão de vantagens, o empregado terá direito a uma indenização.
Variação de Horário
Cabe ao empregador estabelecer a variação do horário, em escalas de revezamento diurno, noturno ou
misto.
Salário Utilidade
Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, ha-
bitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornece
habitualmente ao empregado.

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Adicional de Transferência
A princípio, o adicional de transferência devido aos empregados transferidos por necessidade do serviço,
para localidade diversa daquela resultante do contrato de trabalho, não é devido ao empregado que trabalha
em plataforma, já que não se verifica mudança de domicílio, e sim trabalho em local afastado, para o qual fora
contratado.
Adicional Noturno
A CLT, em seu §1º do artigo 73, determina que, nas atividades urbanas, a hora do trabalho noturno, aquele
executado das 22 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte, corresponde a 52 minutos e 30 segundos.
Adicional de Periculosidade
O exercício de trabalho permanente em condições de periculosidade assegura ao empregado a percepção
do adicional de 30% sobre o respectivo salário, sem os acréscimos resultantes de outros adicionais, tais como
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

NR 37 - SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO


37.1 Objetivo

37.1.1Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo estabelecer os requisitos de segurança, saúde
e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais
Brasileiras - AJB.
37.2Campo de aplicação

37.2.1Esta Norma se aplica ao trabalho nas plataformas nacionais e estrangeiras, bem como nas Unidades
de Manutenção e Segurança - UMS, devidamente autorizadas a operar em AJB.

37.2.1.1 Para efeitos desta Norma, considera-se:


a)Plataforma: toda instalação ou estrutura de perfuração, produção, intervenção, armazenamento ou trans-
ferência, fixa ou flutuante, destinada às atividades relacionadas com a pesquisa, exploração, produção ou
armazenamento de óleo e/ou gás oriundos do subsolo, das águas interiores ou do mar, inclusive da plataforma
continental; e
b)Unidades de Manutenção e Segurança - UMS: são as embarcações dedicadas à manutenção, construção
e montagem para plataformas, com sistema para interligação à plataforma através de gangway.

37.2.1.2 Plataformas interligadas de maneira permanente, que possibilitam a circulação de trabalhadores,


são consideradas como uma única instalação marítima para fins de aplicação desta Norma.

37.2.2Esta NR não se aplica às embarcações de apoio marítimo, às embarcações de levantamento sísmico


e às embarcações de operação de mergulho.

37.2.3Plataformas e UMS estrangeiras com previsão de operação temporária, de até seis meses, em AJB, e
que não tenham suas instalações adequadas aos requisitos desta NR, devem atender às regras estabelecidas
em convenções internacionais e ser certificadas e mantidas em classe por sociedade classificadora, reconhe-
cida pela Autoridade Marítima brasileira, com delegação de competência para tal.

37.2.3.1 O disposto no item 37.2.3 não se aplica quando os intervalos entre dois períodos consecutivos das
operações temporárias das plataformas ali referidas sejam inferiores a 3 (três) meses.

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37.3.Responsabilidades

37.3.1Cabe à operadora da instalação, além do disposto nas demais Normas Regulamentadoras gerais
e especiais, de outras disposições legais com relação à matéria e, ainda, daquelas oriundas de convenções,
acordos e contratos coletivos de trabalho:
a)garantir, pelos meios usuais de transporte e sem ônus para a inspeção do trabalho, o acesso à plataforma
aos Auditores Fiscais do Trabalho - AFT em serviço, onde não houver transporte público;
b)garantir o acesso à plataforma ao representante dos trabalhadores da categoria da operadora da instala-
ção, da operadora do contrato ou da categoria preponderante, para acompanhar a inspeção do trabalho, pelos
meios usuais de transporte e sem ônus, onde não houver transporte público;
c)garantir que os requisitos de segurança e saúde e as condições de acesso à plataforma, higiene e condi-
ções de vivência dos trabalhadores de empresas prestadoras de serviço a bordo sejam os mesmos assegura-
dos aos seus empregados;
d)controlar o acesso, permanência e desembarque da plataforma de trabalhadores próprios, da conces-
sionária ou empresas prestadoras de serviço a bordo, devendo manter estas informações, em meio físico ou
digital, por pelo menos 12 (doze) meses;
e)assegurar que os trabalhadores da empresa prestadora de serviço participem dos treinamentos de segu-
rança e saúde previstos no item 37.9.6;
f)prestar as informações em matéria de segurança e saúde requeridas pela empresa contratada relaciona-
das aos serviços por esta realizados; e
g)aprovar previamente as ordens de serviço, as permissões de trabalho e as permissões de entrada e tra-
balho em espaços confinados referentes aos serviços a serem executados pelos empregados das empresas
prestadoras de serviços.

37.3.2Cabe à operadora do contrato, além do disposto nas demais NR, garantir que seja realizada auditoria,
na forma prevista em sistema de gestão, na operadora da instalação quanto ao cumprimento das obrigações
previstas nesta NR.

37.3.3A empresa prestadora de serviços deve cumprir os requisitos de segurança e saúde especificados
pela contratante, por esta NR e pelas demais NR.

37.3.4Cabe aos trabalhadores, além do disposto nas demais NR:


a)colaborar com a operadora da instalação para o cumprimento das disposições legais e regulamentares,
inclusive dos procedimentos internos sobre segurança e saúde no trabalho e de bem-estar a bordo; e
b)portar a quantidade adequada de medicamentos de uso contínuo próprio, acompanhada da prescrição
médica e dentro do prazo de validade.
37.4 Direitos dos Trabalhadores

37.4.1São direitos dos trabalhadores:


a)interromper a sua tarefa, com base em sua capacitação e experiência, quando constatar evidência de
risco grave e iminente para sua segurança e saúde ou de outras pessoas, informando imediatamente ao seu
superior hierárquico ou, na ausência deste, ao representante da operadora da instalação, e à CIPLAT, para que
sejam tomadas as medidas adequadas às correções das não conformidades;
b)ser comunicado pela organização sobre ordens, instruções, recomendações ou notificações relativas a
suas atividades ou ambientes de trabalho, feitas pela inspeção do trabalho relacionadas com o ambiente labo-
ral; e

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c)comunicar ao empregador e à inspeção do trabalho sobre qualquer risco potencial que considere capaz
de gerar um acidente ampliado.
37.5. Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR e análise de riscos das instalações e processos

37.5.1A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo devem ela-
borar e implementar os seus respectivos PGR, por plataforma, observando o disposto nesta Norma e na NR-01
(Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).

37.5.2Na elaboração do PGR, as organizações devem considerar:


a)as metodologias para avaliação de riscos ambientais preconizadas na legislação brasileira, sendo que,
na sua ausência, podem ser adotadas outras já consagradas internacionalmente ou estabelecidas em acordo
ou convenção coletiva de trabalho, desde que mais rigorosas do que os critérios técnico-legais estabelecidos;
b)os riscos gerados pelas prestadoras de serviços a bordo da plataforma; e
c)a adequação dos critérios e dos limites de tolerância e de exposição, considerando o tempo de exposição
e os diferentes regimes de trabalho a bordo.

37.5.3A operadora da instalação deve revisar o PGR ou elaborar um programa específico quando ocorrer
modificação, ampliação, paradas programadas da plataforma e respectivos comissionamento ou descomissio-
namento.

37.5.4Quando solicitado, a operadora da instalação deve permitir que as empresas prestadoras de serviços
procedam, in loco, às avaliações dos riscos e das exposições ocupacionais aos agentes identificados no PGR
da plataforma.

37.5.4.1 Alternativamente, a operadora da instalação pode realizar estas avaliações, informando os resulta-
dos obtidos às empresas prestadoras de serviços, por escrito e mediante recibo.

37.5.5O inventário de riscos e o plano de ação do PGR devem estar disponíveis para consulta pelos traba-
lhadores e seus representantes.

37.5.6As organizações, em conformidade com PGR da plataforma, devem indicar e registrar as atividades
e serviços que exijam:
a)análise preliminar de risco da tarefa;
b)liberação por um profissional de segurança do trabalho;
c)emissão de permissão de trabalho; e
d)operações de risco ou simultâneas com acompanhamento/supervisão da atividade por profissional de
segurança do trabalho.

37.5.7A partir das análises de riscos, a operadora da instalação deve definir a dotação e localização de
lava-olhos e chuveiros de emergência na plataforma, os quais devem ser mantidos em perfeito estado de fun-
cionamento e com fácil acesso.

37.5.8O PGR deve estar articulado com a análise de riscos das instalações e processos, elaborada confor-
me requisitos estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP.

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37.5.8.1 As análises de riscos das instalações e processos devem ter seus cenários, barreiras, observações
e recomendações divulgadas aos trabalhadores, de acordo com suas atividades, bem como estar disponíveis
para consulta de todos os trabalhadores a bordo.

37.5.8.2 A análise de riscos das instalações e processos deve ser revisada ou revalidada, no máximo, a
cada 5 (cinco) anos.

37.5.9A operadora da instalação designará, formalmente, um ou mais profissionais legalmente habilitados


como responsáveis por elaborar e validar as análises de riscos das instalações e processos, bem como por
definir a metodologia a ser utilizada e fundamentar tecnicamente a sua escolha no relatório da análise de riscos.

37.5.10Os relatórios das análises de riscos devem ser elaborados conforme requisitos do regulamento de
segurança operacional da ANP.

37.5.10.1 Ao menos um profissional de segurança do trabalho do SESMT da operadora da instalação lotado


a bordo da plataforma em questão e um trabalhador com experiência na instalação objeto do estudo devem
participar das análises de riscos.

37.5.10.1 .1É facultativo o cumprimento do subitem 37.5.10.1 na fase de projeto da plataforma.

37.5.10.1 .2Em se tratando de plataforma desobrigada de dispor de SESMT complementar a bordo, a ope-
radora da instalação deverá indicar outro empregado próprio, que seja profissional de segurança do trabalho,
para compor a equipe multidisciplinar prevista no regulamento de segurança operacional da ANP.

37.5.11O profissional de maior nível hierárquico embarcado na plataforma deve tomar ciência formal do
relatório das análises de riscos.

37.5.12A operadora da instalação deve elaborar cronograma, definindo prazos e responsáveis para imple-
mentar as recomendações aprovadas.

37.5.12.1 A inobservância da implementação das recomendações ou dos prazos definidos no cronograma


deve ser justificada e documentada, desde que não representem, separadamente ou em conjunto, risco grave
e iminente aos trabalhadores.

37.5.13As análises de riscos devem ser reavaliadas, sob pena de caracterização de risco grave e iminente,
nas seguintes situações:
a)quando ocorrer mudança na locação da plataforma;
b)quando ocorrer mudança da operadora da instalação;
c)quando forem colocadas instalações temporárias a bordo, inclusive módulos de acomodação temporária;
d)antes da ampliação ou modificação da instalação, processo ou processamento, quando indicado pela
gestão de mudanças;
e)por solicitação do SESMT ou da CIPLAT, quando aprovada tecnicamente pelo responsável legal pela
plataforma; e
f)por recomendação decorrente de análise de incidente.

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37.6 Atenção à saúde na plataforma

37.6.1A operadora da instalação e cada uma das empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo
devem elaborar os seus respectivos Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, por pla-
taforma, atendendo aos preceitos deste capítulo e, complementarmente, ao disposto na NR-07 (Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO).

37.6.1.1 As plataformas desabitadas estão dispensadas da elaboração de PCMSO.

37.6.1.2 Os riscos a que estão expostos os trabalhadores em plataformas desabitadas devem ser contem-
plados no PCMSO a que esses trabalhadores estejam vinculados.

37.6.2A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços devem adotar medidas que visem
à promoção, à proteção, à recuperação e à prevenção de agravos à saúde de todos os seus trabalhadores a
bordo, de maneira a compreender ações em terra e a bordo e contemplar:
a)serviços gratuitos de assistência à saúde a bordo e em terra pela operadora da instalação ou por empre-
sas especializadas na prestação desses serviços, que sejam decorrentes de acidentes ou doenças ocorridas
no trabalho, com os empregados próprios e terceirizados;
b)desembarque e remoção do trabalhador para unidade de saúde em terra, no caso de necessidade de
cuidados médicos complementares, devendo atender aos seguintes requisitos:
I.o tipo de aeronave a ser utilizada para transportar o trabalhador deve obedecer ao critério do médico regu-
lador, que é designado pela concessionária ou operadora da instalação; e
II.no caso de atendimento emergencial, com o resgate realizado por aeronave do tipo Evacuação Aeromé-
dica - EVAM, a aeronave e a tripulação devem estar prontas para decolar em até 30 (trinta) minutos após o seu
acionamento pelo médico regulador, sendo que tempos superiores a 30 (trinta) minutos devem ser justificados
pela operadora da instalação; entretanto, o prazo para a decolagem não pode exceder a 45 (quarenta e cinco)
minutos;
c)programas de educação em saúde, incluindo temas sobre alimentação saudável;
d)programas de promoção e prevenção em saúde, visando implantar medidas para mitigar os fatores de
riscos psicossociais identificados, assim como prevenir constrangimentos nos locais de trabalho decorrentes de
agressão, assédio moral, assédio sexual, dentre outros; e
e)acompanhamento pelos médicos responsáveis pelos PCMSO da operadora da instalação e das empre-
sas prestadoras de serviços, em todos os casos de acidentes e adoecimentos ocupacionais ocorridos a bordo
com os trabalhadores próprios e terceirizados.

37.6.3Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que acessam a plataforma ou em-
barcação por intermédio de cesta de transferência, de modo que os seguintes aspectos sejam considerados:
a)inclusão no PCMSO dos exames e sistemática de avaliação;
b)avaliação periódica dos riscos envolvidos na operação de transbordo, consignando no Atestado de Saúde
Ocupacional - ASO a aptidão para esta atividade; e
c)apreciação das patologias que podem originar mal súbito e riscos psicossociais.

37.6.3.1 Trabalhadores que utilizam a cesta de transferência apenas para situações de emergência estão
dispensados da avaliação e exames previstos no item 37.6.3.

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157
37.6.4Cópia da primeira via do ASO, em meio físico ou eletrônico, deve estar disponível na enfermaria a
bordo, observado o disposto no item 37.29 desta NR.

37.6.5A plataforma habitada deve:


a)possuir profissional de saúde, registrado no respectivo conselho de classe, embarcado para prestar assis-
tência à saúde e atendimentos de primeiros socorros, de acordo com as Normas da Autoridade Marítima para
Embarcações Empregadas na Navegação de Mar Aberto, da Diretoria de Portos e Costas - DPC da Marinha do
Brasil, a NORMAM-01/DPC, na seguinte proporção:
I.partir de 31 (trinta e um) até 250 (duzentos e cinquenta) trabalhadores a bordo, o profissional de saúde
deve ser um técnico de enfermagem, sob a supervisão de enfermeiro, um enfermeiro ou um médico;
II.entre 251 (duzentos e cinquenta e um) até 400 (quatrocentos) trabalhadores, deve ser adicionado um
profissional de saúde, assegurando que ao menos um deles seja de nível superior; e
III.acima de 401 (quatrocentos e um) trabalhadores, deve ser acrescentado um profissional de saúde.
b)ser dotada de enfermaria que atenda ao descrito no Capítulo 9 da NORMAM-01/DPC e na NR-32 (Segu-
rança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), naquilo que couber; e
c)disponibilizar sistema de telemedicina entre o profissional de saúde a bordo e os médicos especialistas em
terra, a qualquer hora do dia ou da noite, operado por trabalhador capacitado, conforme resoluções do Conse-
lho Federal de Medicina e demais legislações pertinentes.

37.6.5.1 Os profissionais de saúde de nível superior devem ter os treinamentos avançados em suporte car-
diológico e trauma pré-hospitalar, certificados por instituições especializadas, obedecendo às suas respectivas
validades.

37.6.5.2 Os profissionais de saúde de nível médio devem ter os treinamentos em suporte básico de vida e
trauma pré-hospitalar, certificados por instituições especializadas, obedecendo às suas respectivas validades
e formações profissionais.

37.6.5.3 Os profissionais de saúde lotados na plataforma devem implementar as medidas de prevenção,


promoção e atendimento à saúde previstas nesta NR e nas demais, naquilo que couber, sendo vedado o desvio
ou desvirtuamento dessas funções.

37.6.5.4 Os equipamentos, materiais e medicamentos para prestar a assistência à saúde e o atendimento


de primeiros socorros aos trabalhadores a bordo devem ser definidos e descritos pelo médico responsável pelo
PCMSO da plataforma, elaborado pela operadora da instalação.

37.6.5.4 .1Os tipos de equipamentos, materiais e medicamentos necessários devem estar disponíveis a
bordo, em quantidades suficientes e dentro dos seus respectivos prazos de validades.

37.6.6No caso de o trabalhador não dispor da quantidade necessária do medicamento mencionado na alí-
nea “b” do item 37.3.4 desta NR, a operadora da instalação deve providenciar, imediatamente, o medicamento
adequado ou o desembarque do trabalhador.
37.7 Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT

37.7.1A operadora da instalação e as empresas que prestam serviços a bordo da plataforma devem consti-
tuir SESMT em terra e a bordo de cada plataforma, de acordo com o estabelecido nesta NR e na NR-04 (Ser-
viços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT), no que não conflitar.

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37.7.2SESMT em terra

37.7.2.1 A operadora da instalação e as empresas que prestam serviços a bordo de plataformas devem
dimensionar os seus SESMT situados em terra conforme o estabelecido na NR-04.

37.7.2.1 .1O dimensionamento dos SESMT em terra da operadora da instalação e das empresas que pres-
tam serviços a bordo deve considerar a gradação do risco da atividade principal de cada organização e o nú-
mero total de empregados calculados conforme subitem

37.7.2.1 .2desta NR.

37.7.2.1 .2O número total de empregados deve ser calculado pelo somatório dos empregados próprios lo-
tados nas unidades terrestres e lotados nas plataformas.

37.7.2.1 .3Compete ao SESMT constituído em terra dar assistência tanto aos empregados lotados em terra
como aos embarcados.

37.7.3SESMT a bordo da plataforma

37.7.3.1 A operadora da instalação também deve constituir SESMT a bordo da plataforma, composto por
técnico(s) de segurança do trabalho, quando o somatório dos seus empregados e dos empregados das empre-
sas prestadoras de serviços for igual ou superior a 25 (vinte e cinco).

37.7.3.1 .1O dimensionamento do SESMT a bordo da plataforma da operadora de instalação deve ser com-
posto por, no mínimo, um técnico de segurança do trabalho para cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores
embarcados ou fração.

37.7.3.1 .1.1Quando o dimensionamento do SESMT a bordo da plataforma exigir a contratação de 3 (três)


ou mais técnicos de segurança do trabalho, a operadora da instalação pode substituir um desses profissionais
por um engenheiro de segurança do trabalho.

37.7.3.2 A empresa prestadora de serviços, em caráter permanente ou intermitente na plataforma, deve


lotar a bordo técnico de segurança do trabalho, quando o número total de seus empregados embarcados for
igual ou superior a 50 (cinquenta), durante o período de prestação de serviços a bordo.

37.7.3.2 .1A partir de 100 (cem) empregados, a empresa prestadora de serviços deve lotar a bordo mais um
técnico de segurança do trabalho para cada grupo de 50 (cinquenta) empregados ou fração.

37.7.3.2 .2O(s) técnico(s) em segurança do trabalho das empresas prestadoras de serviços devem atuar de
forma integrada com o SESMT da operadora da instalação.

37.7.3.3 Os SESMT da operadora da instalação e da prestadora de serviços a bordo devem ser registrados
separadamente, constando as informações previstas na NR-04.

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37.7.3.4 Os profissionais de segurança integrantes do SESMT a bordo devem cumprir jornada de trabalho
integralmente embarcados na plataforma onde estão lotados e atuar exclusivamente na área de segurança no
trabalho.

37.7.3.4 .1Nas atividades noturnas realizadas por 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores, pelo menos um dos
profissionais da área de segurança do trabalho da operadora da instalação, lotados a bordo da plataforma, deve
cumprir sua jornada nesse período.

37.7.3.4 .1.1Quando o número de trabalhadores no turno da noite for inferior a 50 (cinquenta), qualquer
atividade nesse período que exija a presença de profissional de segurança do trabalho deve ser planejada com
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, exceto em situações de emergência.

37.7.3.4 .2A operadora da instalação poderá substituir o profissional de segurança a bordo por outro pro-
fissional com a mesma qualificação, sem a obrigatoriedade de atualização da composição do SESMT junto à
inspeção do trabalho, nos seguintes casos:
a)por motivos de férias, licenças, capacitação e outros afastamentos legais, pelo prazo máximo de 60 (ses-
senta) dias; e
b)para realizar atividades na base da operadora, pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, em ciclos
superiores a 3 (três) anos.

37.7.3.5 Plataformas interligadas de maneira permanente, que possibilitam a circulação de trabalhadores,


serão consideradas como uma única instalação marítima para efeito de dimensionamento do SESMT a bordo.

37.7.4O dimensionamento do SESMT a bordo deve considerar a média do número de trabalhadores embar-
cados no trimestre anterior, excluindo o aumento temporário inferior a 3 (três) meses de 25 (vinte e cinco) ou
mais trabalhadores embarcados.

37.7.4.1 O atendimento decorrente do aumento temporário de trabalhadores embarcados previsto no item


anterior deve ser feito por profissionais de segurança adicionais, na proporção estabelecida no subitem 37.7.3.1
e seus subitens.

37.7.4.2 Para as plataformas novas, o dimensionamento do SESMT a bordo deve ser baseado no efetivo
estimado no item 37.18.5 desta NR.
37.8 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em Plataformas - CIPLAT (redação vigente até 19
de março de 2023)

37.8Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em Plataformas – CIPLAT (Portaria MTP nº 4.219, de 20


de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20 de março de 2023)

37.8.1A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo devem cons-
tituir suas CIPLAT por plataforma, com dimensionamento por turma de embarque, de acordo com o estabeleci-
do nesta NR e na NR-05 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA), no que não conflitar. (redação
vigente até 19 de março de 2023)

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37.8.1A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo devem cons-
tituir suas CIPLAT por plataforma, com dimensionamento por turma de embarque, de acordo com o estabe-
lecido nesta NR e na NR-05 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA), no que não
conflitar. (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20 de março
de 2023)

37.8.2As CIPLAT da operadora da instalação e das prestadoras de serviços permanentes a bordo serão
constituídas por representantes indicados pelo empregador e representantes eleitos pelos empregados, quan-
do o número destes for igual ou superior a 8 (oito) por turma de embarque.

37.8.2.1 Serão eleitos pelos empregados um representante titular e um suplente, em cada turma de embar-
que, com vínculo empregatício no Brasil, sendo um dos titulares definido como vice-presidente pelos represen-
tantes eleitos.

37.8.2.2 A operadora da instalação e as prestadoras de serviços permanentes a bordo deverão formalizar


seus representantes em paridade com o número de membros eleitos, indicando como presidente da CIPLAT o
empregado de maior nível hierárquico lotado na plataforma, com vínculo empregatício no Brasil.

37.8.2.3 Quando a turma de embarque for inferior a 8 (oito) trabalhadores, considerados os lotados na pla-
taforma, a organização deve nomear um empregado responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPLAT
para essa turma.

37.8.3O dimensionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA da empresa prestadora


de serviços itinerantes em plataformas deve considerar como estabelecimento a sua unidade em terra, obede-
cendo ao estabelecido na NR-05. (redação vigente até 19 de março de 2023)

37.8.3O dimensionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA da empre-


sa prestadora de serviços itinerantes em plataformas deve considerar como estabelecimento a sua unidade em
terra, obedecendo ao estabelecido na NR-05. (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - redação
que entra em vigor no dia 20 de março de 2023)

37.8.4Para períodos de prestação de serviços a bordo iguais ou inferiores a 12 (doze) meses, a empresa
deve nomear um trabalhador responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPLAT.

37.8.5Os períodos de inscrições e de eleições dos candidatos a membros da CIPLAT devem considerar
todo o ciclo de embarque, de modo a permitir a participação de todos os empregados embarcados.

37.8.6A eleição dos representantes dos empregados de cada turma de embarque deve ser realizada a bor-
do, sendo facultada a eleição por meio eletrônico.

37.8.7As organizações que possuam ou atuem em mais de uma plataforma de uma mesma bacia petrolífera
podem constituir uma única comissão eleitoral para a eleição da CIPLAT.

37.8.8As reuniões ordinárias mensais da CIPLAT devem ser realizadas a bordo, atendendo ao calendário
previamente estabelecido, podendo a participação ocorrer de forma remota.

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37.8.8.1 O calendário de reuniões ordinárias mensais da CIPLAT deve considerar a participação de todas
as turmas de embarque ao longo do mandato.

37.8.8.2 As reuniões devem contar com a presença de cada bancada representativa, devendo o suplente
comparecer às reuniões no caso de impedimento do membro titular.

37.8.8.3 As reuniões da CIPLAT da operadora da instalação devem ainda:


a)ter a participação de profissional de segurança do trabalho embarcado;
b)permitir a participação de membro eleito da CIPLAT ou dos nomeados das prestadoras de serviços, quan-
do estiverem embarcados, sendo a prévia convocação obrigatória; e
c)permitir a presença de qualquer profissional que esteja a bordo, inclusive de representante designado pelo
sindicato.

37.8.8.3 .1Os profissionais citados no subitem 37.8.8.3 não possuem direito a voto nas reuniões da CIPLAT.

37.8.8.3 .2Caso não haja consenso nas deliberações discutidas na CIPLAT, será instalado processo de
votação, permanecendo na reunião, de forma paritária, somente os representantes do empregador e dos em-
pregados da operadora da instalação.

37.8.8.4 As deliberações e encaminhamentos das reuniões das CIPLAT devem ser disponibilizadas a todos
os trabalhadores no local onde é realizado o briefing referido no item

37.9.6 ou por meio eletrônico, observada a Lei Geral de Proteção de Dados - Lei nº 13.709, de 14 de agosto
de 2018.

37.8.9A organização deve elaborar o cronograma de execução das medidas corretivas, definindo prazos e
respectivas responsabilidades, que deve ser discutido e aprovado na próxima reunião da CIPLAT, com a parti-
cipação do SESMT.

37.8.9.1 A organização deve atender aos prazos previstos no cronograma ou justificar e reprogramar novos
prazos, com análise e aprovação pela CIPLAT e SESMT.

37.8.10As empresas prestadoras de serviços devem obrigatoriamente atender as convocações previstas no


subitem 37.8.8.3.

37.8.10.1 Na ausência dos representantes das empresas prestadoras de serviços, as decisões tomadas
na reunião da CIPLAT da operadora da instalação, que as envolvam, devem ser comunicadas formalmente
às prestadoras de serviços, no prazo de 3 (três) dias úteis a partir da emissão da ata, que se dará ao final da
reunião.

37.8.11Nas reuniões da CIPLAT da prestadora de serviços devem ser abordados os temas e deliberações
referentes às suas atividades na plataforma que constarem da última ata daCIPLAT da operadora da instalação.

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37.8.12As deliberações da CIPLAT das prestadoras de serviços que demandem ações pela operadora da
instalação devem ser encaminhadas à CIPLAT da operadora da instalação, para análise na sua próxima reu-
nião.

37.8.13Os membros da CIPLAT da prestadora de serviços, ou o empregado nomeado como responsável


pelo cumprimento de suas atribuições, devem receber o resultado das análises de acidentes ou doenças ocu-
pacionais ocorridas com os seus empregados a bordo e acompanhar a implementação das recomendações
junto à operadora da instalação.

37.8.14É vedada a transferência para outra plataforma ou estabelecimento em terra, durante o mandato, de
trabalhador eleito para a CIPLAT, sem sua anuência.
37.9 Capacitação e treinamento em segurança e saúde no trabalho

37.9.1Todos os treinamentos previstos nesta NR devem observar o disposto na NR-01 e ser realizados du-
rante a jornada de trabalho, a cargo e custo da organização, conforme disposto nesta NR.

37.9.1.1 O tempo despendido durante qualquer treinamento é considerado como horas trabalhadas, sendo
proibida a participação em cursos nos períodos de férias, afastamentos ou descanso do trabalhador a bordo.

37.9.1.2 Os treinamentos podem ser ministrados na modalidade de ensino a distância ou semipresencial,


desde que atendidos os requisitos operacionais, administrativos, tecnológicos e de estruturação pedagógica
previstos no Anexo II da NR-01.

37.9.1.3 Os conteúdos práticos podem ser realizados com a utilização de simuladores aprovados pelo
fabricante do equipamento, ou aqueles utilizados ou reconhecidos por órgãos da administração pública ou so-
ciedades classificadoras.

37.9.2Os instrutores dos treinamentos devem possuir:


a)curso de formação de instrutor;
b)qualificação ou habilitação no tema; e
c)comprovada experiência mínima de dois anos na atividade.

37.9.3Até o início do treinamento, o trabalhador deve receber o material didático a ser utilizado, em meio
físico ou eletrônico.

37.9.3.1 O material didático escrito ou audiovisual, utilizado e fornecido em qualquer tipo de treinamento
ou instrução ministrada, deve ser produzido no idioma português, utilizando linguagem adequada ao nível de
conhecimento dos trabalhadores.

37.9.3.1 .1O material didático de treinamento ministrado para o trabalhador estrangeiro não fluente no idio-
ma português deve estar disponível no idioma inglês.

37.9.4Para cada treinamento presencial, deve ser elaborada lista de presença contendo:
a)o título do curso ministrado;
b)conteúdo ministrado, data, local e carga horária;

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c)nomes e assinaturas dos participantes, e
d)identificação e qualificação do instrutor.

37.9.5A operadora da instalação só deve permitir a execução de serviços por trabalhador terceirizado que
esteja devidamente capacitado para a sua função.

37.9.6O operador da instalação deve implementar programa de capacitação em segurança e saúde no tra-
balho em plataforma, compreendendo as seguintes modalidades:
a)orientações gerais por ocasião de cada embarque (briefing de segurança da plataforma);
b)treinamento básico;
c)treinamento avançado;
d)treinamento eventual; e
e)Diálogo Diário de Segurança - DDS.

37.9.6.1 Os treinamentos citados nas alíneas “b”, “c” e “d” do item 37.9.6 devem ter engenheiro de seguran-
ça do trabalho como responsável técnico.

37.9.6.2 As capacitações citadas nas alíneas “a” e “e” são dispensadas de emissão de certificado.

37.9.6.2 .1A operadora da instalação deve ministrar instruções gerais (briefing), consignado em lista de
presença, por ocasião de cada embarque, ao chegar a bordo da plataforma, com o seguinte conteúdo mínimo:
a)a descrição sucinta das características da plataforma e o seu estado (operacional, parada, comissiona-
mento, operações críticas e simultâneas, etc.);
b)os tipos de alarme disponíveis a bordo, destacando os de emergência;
c)os procedimentos de agrupamento (pontos de encontro) e de evacuação em caso de emergência;
d)as rotas de fuga;
e)as localizações dos recursos de salvatagem (coletes, boias, baleeiras, balsas, botes de resgate, dentre
outros);
f)a identificação das lideranças de bordo;
g)as regras de convívio a bordo, especialmente no que diz respeito ao silêncio nas áreas das acomodações;
e
h)cuidados básicos de higiene e saúde pessoal.

37.9.6.2 .2A operadora da instalação deve atualizar o briefing quando houver mudança no Plano de Respos-
ta a Emergências - PRE, descrito no capítulo 37.28 desta NR.

37.9.6.3 O treinamento básico, previsto na alínea “b” do item 37.9.6, deve ser realizado antes do primeiro
embarque, ter carga horária mínima de 6 horas e abordar o inventário de riscos e as medidas de controle esta-
belecidas no PGR da plataforma, em especial:
a)meios e procedimentos de acesso à plataforma;
b)condições e meio ambiente de trabalho;
c)substâncias combustíveis e inflamáveis presentes a bordo: características, propriedades, perigos e riscos;
d)áreas classificadas, fontes de ignição e seu controle;

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164
e)riscos ambientais existentes na área da plataforma;
f)medidas de segurança disponíveis para o controle dos riscos operacionais a bordo;
g)outros riscos inerentes às atividades específicas dos trabalhadores e as respectivas medidas de controle
e eliminação;
h)riscos psicossociais decorrentes de vários estressores, como jornada prolongada, trabalho em turnos e
noturno, abordando seus efeitos nas atividades laborais e na saúde;
i)riscos radiológicos de origem industrial ou de ocorrência natural, quando existentes;
j)produtos químicos perigosos e explosivos armazenados e manuseados a bordo;
k)Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ;
l)Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC;
m)Equipamentos de Proteção Individual - EPI; e
n)procedimentos a serem adotados em situações de emergência.

37.9.6.3 .1O treinamento básico não é obrigatório para as comitivas, visitantes e atividades exclusivamente
administrativas.

37.9.6.3 .2O treinamento básico de trabalhadores não lotados na plataforma deve ser ministrado, comple-
mentado ou validado pela operadora da instalação.

37.9.6.4 O treinamento eventual, previsto na alínea “d” do item 37.9.6, deve ser realizado, além do disposto
na NR-01, nas seguintes situações:
a)incidente de grande relevância ou acidente grave ou fatal, na própria instalação ou em outras plataformas,
próprias ou afretadas, da mesma operadora;
b)doença ocupacional que acarrete lesão grave à integridade física do(s) trabalhador(es);
c)parada para a realização de campanhas de manutenção, reparação ou ampliação realizadas pela própria
operadora ou por prestadores de serviços;
d)comissionamento, descomissionamento ou desmonte da plataforma; e
e)retorno de afastamento do trabalho por período superior a 90 (noventa) dias.

37.9.6.4 .1A carga horária, o conteúdo programático do treinamento eventual e os trabalhadores a serem
capacitados devem ser definidos pela operadora da instalação, em função da complexidade, levando-se em
conta o inventário de riscos e as medidas de prevenção estabelecidas no PGR para a atividade em questão.

37.9.6.4 .2Para operações simultâneas de risco, em conformidade com o PGR e a análise preliminar de
risco da tarefa, deve ser realizado treinamento eventual ou DDS anterior à operação.

37.9.6.5 Os trabalhadores que adentram a área operacional, efetuando atividades específicas, pontuais ou
eventuais relacionadas à operação, manutenção ou integridade, bem como em resposta a situações de emer-
gência, devem realizar treinamento avançado, previsto na alínea “c” do item 37.9.6, com carga horária de, no
mínimo, 8 (oito) horas, com o seguinte conteúdo programático:
a)análise preliminar de riscos da tarefa: conceitos e exercícios;
b)permissão para trabalho, a frio ou a quente, na presença de combustíveis e inflamáveis;
c)aditivos químicos e composição dos fluidos empregados nas operações de perfuração, completação, res-
tauração e estimulação, quando aplicável;

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d)noções dos sistemas de prevenção e combate a incêndio da plataforma;
e)acidentes com inflamáveis: suas causas e as medidas preventivas existentes na área operacional;
f)resposta a emergências com combustíveis e inflamáveis, segundo o Plano de Resposta a Emergências -
PRE descrito no capítulo 37.28 desta NR;
g)noções de segurança de processo para plataformas;
h)segurança na operação das instalações elétricas em atmosferas explosivas; e
i)atividade prática a bordo, de no mínimo uma hora, com a indicação in loco dos sistemas e equipamentos
disponíveis para o combate a incêndio.

37.9.6.6 Deve ser realizada reciclagem do treinamento básico e avançado, com carga horária mínima de 4
(quatro) horas, a cada 5 (cinco) anos, ou quando houver:
a)indicação do PGR pela atualização; ou
b)retorno de afastamento do trabalho por período superior a 180 (cento e oitenta) dias.

37.9.6.6 .1A reciclagem do treinamento avançado deve contemplar a parte prática.

37.9.6.7 Diálogo Diário de Segurança - DDS

37.9.6.7 .1A operadora da instalação deve realizar, antes do início das atividades operacionais, o DDS,
considerando:
a)as tarefas que serão desenvolvidas, de forma simultânea ou não;
b)o processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção;
c)os alarmes de evacuação a bordo e as respectivas medidas de segurança a serem adotadas; e
d)os cuidados para evitar o acionamento inadvertido de sistemas de segurança levando a paradas não
programadas.

37.9.6.7 .1.1Para comprovar a realização do DDS, as informações da lista de presença podem ser incluídas
na própria permissão de trabalho, quando aplicável.
37.10 Comissionamento, ampliação, modificação, reparo, descomissionamento e desmonte

37.10.1Para as atividades de comissionamento, ampliação, modificação e reparo naval, descomissiona-


mento e desmonte de plataformas, aplicam-se, além do disposto neste capítulo, os requisitos da NR-34 (Con-
dições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval), naquilo que couber,
independentemente do local, tipo e extensão do serviço a ser realizado a bordo.

37.10.1.1 Durante os serviços de comissionamento, ampliação, modificação, reparo, descomissionamento


ou desmonte realizados durante as operações simultâneas a bordo da plataforma, devem ser adotadas as se-
guintes medidas:
a)ser precedidos de análise de riscos das tarefas;
b)ser iniciados somente após implementação das medidas de prevenção recomendadas pela análise de
riscos das tarefas;
c)ser precedidos da emissão de permissões de trabalho e permissões de entrada e trabalho em espaços
confinados, quando couber; e

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d)ser acompanhados por profissional de segurança do trabalho, nas condições estabelecidas pela análise
de riscos e simultaneidade, na qual devem ser estabelecidos os limites de permissões de trabalho por profis-
sional de segurança.

37.10.1.1 .1O profissional de segurança não poderá desempenhar outra tarefa enquanto estiver em ativida-
de que exija acompanhamento contínuo.

37.10.2A operadora da instalação deve protocolar comunicação prévia, em sistema eletrônico disponibiliza-
do pela inspeção do trabalho, com no mínimo 30 dias de antecedência, às seguintes atividades:
a)paradas programadas;
b)atividades com acoplamento de unidade de manutenção e segurança; e
c)atividades que impliquem aumento da população da plataforma acima da lotação originalmente aprovada
pela Autoridade Marítima.

37.10.2.1 A operadora da instalação deve manter disponível a bordo, em meio físico ou digital, comprovante
da ciência formal acerca da realização das atividades referidas no item 37.10.2 a todos os trabalhadores lota-
dos na plataforma, mediante instruções gerais por ocasião do embarque (briefing de segurança da plataforma),
descrito no item 37.9.6, por até um ano após o término da campanha em pauta.

37.10.2.2 A comunicação prévia deve conter as seguintes informações:


a)identificação da plataforma onde ocorrerá a atividade;
b)cronograma com descrição resumida e período de realização dos serviços;
c)quantitativo estimado de trabalhadores para a realização dos serviços;
d)denominação, endereço e CNPJ das empresas prestadoras de serviços a bordo, responsáveis pela exe-
cução das atividades a serem realizadas conforme previsto no cronograma; e
e)limite de lotação da plataforma anterior ao início e durante essas atividades.

37.10.2.2 .1Caso ocorram alterações no cronograma inicial, a operadora da instalação deve manter a ver-
são atualizada do cronograma a bordo, observando o prescrito no capítulo 37.31 desta NR.

37.10.2.3 Nas atividades que impliquem aumento da população da plataforma acima da lotação original-
mente aprovada, a operadora da instalação deve disponibilizar a bordo cópia do documento comprovando
autorização, pela Autoridade Marítima, desse aumento da lotação, observando o prescrito no capítulo 37.31
desta NR.

37.10.3A operadora da instalação deve protocolar, em sistema eletrônico disponibilizado pela inspeção do
trabalho, comunicado de descomissionamento da plataforma, em até 30 (trinta) dias antes do encerramento
das suas operações.

37.10.4Para os trabalhadores embarcados, próprios ou terceirizados, durante as fases de comissionamen-


to, ampliação, modificação, reparo, descomissionamento ou desmonte, devem ser asseguradas as condições
de vivência, conforme os requisitos estabelecidos nesta NR.

37.10.4.1 Em situação emergencial, quando as condições de vivência não sejam plenamente atendidas
segundo o capítulo 37.12 desta NR, a operadora da instalação deve assegurar:

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a)o direito de recusa aos trabalhadores envolvidos nas ações de resposta, sem a necessidade de justifica-
tiva;
b)a aplicação do item 3.5.4 da NR-03 (Embargo e Interdição), na existência de condições de risco grave e
iminente a bordo;
c)o desembarque dos trabalhadores envolvidos nas ações de resposta, durante o seu período de descanso;
e
d)o atendimento ao prescrito no subitem 37.12.4.5 desta NR para as áreas de vivência.
37.11 Acesso à Plataforma

37.11.1Os deslocamentos dos trabalhadores entre o continente e a plataforma ou entre plataformas não
interligadas, e vice-versa, devem ser realizados por meio de helicópteros.

37.11.1.1 As aeronaves, os heliportos e os procedimentos de transporte aéreo devem obedecer aos requi-
sitos de segurança exigidos pelas autoridades competentes.

37.11.1.2 É permitido o transporte dos trabalhadores por meio de embarcações, desde que:
a)estejam regularizadas junto à Autoridade Marítima;
b)a distância a ser percorrida entre o continente e a plataforma seja inferior ou igual a 35 milhas náuticas;
c)sejam atendidas as condições adequadas de conforto para o trabalhador durante a navegação;
d)a altura de onda seja de até 2,70 metros e a velocidade de vento de até 27 nós;
e)na situação de interdição do helideque, por mais de 24 (vinte e quatro) horas, é permitida a evacuação
do pessoal não essencial à segurança e habitabilidade da plataforma, independentemente da distância a ser
percorrida entre o continente e a plataforma, sendo vedada a troca de turma; e
f)em caso de evacuação emergencial, independentemente da distância a ser percorrida entre o continente
e a plataforma.

37.11.1.3 É permitida a utilização do helideque da UMS acoplada por passarela estabilizada (gangway) à
plataforma, para embarque e desembarque de trabalhadores por helicóptero.

37.11.2É proibido o acesso de trabalhador à plataforma sem que a cópia, em meio físico ou digital, do seu
ASO esteja disponível a bordo ou cuja validade esteja vencida ou a vencer dentro do período de embarque.

37.11.2.1 Para acesso a plataformas desabitadas, deve ser observado o subitem 37.31.1.1 desta NR.

37.11.3A operadora do contrato deve assegurar que os terminais próprios, compartilhados ou não, ou exclu-
sivos, terrestres, de embarque e desembarque aéreo ou marítimo:
a)sejam climatizados;
b)atendam às condições sanitárias, de higiene e de conforto conforme NR-24 (Condições Sanitárias e de
Conforto nos Locais de Trabalho); e
c)possuam assentos em número suficiente para acomodar todos os trabalhadores em trânsito previstos no
horário de maior fluxo de passageiros, atendendo a programação normal e excetuando as superposições por
atrasos.

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168
37.11.4No caso de transporte marítimo, a transferência de trabalhadores entre as embarcações e a plata-
forma, e vice-versa, deve ser realizada mediante passarela estabilizada (gangway), cesta de transferência de
pessoal ou, em plataforma fixa, atracadouro especial para a embarcação apropriada ao transporte de trabalha-
dores com segurança e conforto, nos termos descritos neste item.

37.11.4.1 As operações de transferência de trabalhadores, por cestas de transferência ou atracadouro, de-


vem obedecer aos seguintes requisitos:
a)ser realizadas durante o período diurno e com boa visibilidade;
b)todos os trabalhadores devem receber treinamentos de segurança e, antes de cada transporte e transfe-
rência, as instruções preliminares de segurança (briefing);
c)os trabalhadores transportados devem dispor e, quando transferidos, devem usar colete salva-vidas, con-
forme NORMAM-01/DPC;
d)os trabalhadores a serem transferidos não devem carregar materiais, inclusive mochilas, durante a trans-
ferência, de modo a terem as mãos livres;
e)um tripulante capacitado da embarcação deve dar orientação prática acerca do processo de transferência,
devendo o trabalhador seguir estritamente as suas determinações;
f)o trabalhador não pode ser submetido à operação de transferência sem o seu consentimento, podendo se
recusar a qualquer momento mediante justificativa; e
g)existindo pessoa sem condições físicas ou psicológicas para a transferência ou que se recuse a cumprir
as determinações do tripulante, o comandante da embarcação deve interromper imediatamente a operação, so-
licitando a retirada desse trabalhador da área de embarque, informando a ocorrência à operadora da instalação.

37.11.4.2 É proibida a realização de operações simultâneas ou outras atividades na área de transferência


de pessoal no decorrer da mesma.

37.11.4.3 É vedado o uso de cordas, correntes ou qualquer outro tipo de cabos para a transferência de tra-
balhadores entre as embarcações e a plataforma, e vice-versa.

37.11.4.3 .1É permitido o uso de escadas flexíveis ou fixas à plataforma para a transferência da equipe ne-
cessária para operação do guindaste, nas plataformas desabitadas.

37.11.4.4 Para plataforma flutuante, posicionada em águas interiores, o acesso e o desembarque dos traba-
lhadores também podem ser realizados por meio de escadas fixas da própria plataforma.

37.11.5A transferência de trabalhadores, por meio de cesta, deve ser realizada apenas sob as seguintes
condições meteorológicas e oceanográficas:
a)a altura de onda seja de até 2,70 metros e a velocidade de vento de até 27 nós;
b)visibilidade superior a 3 km; e
c)balanço (roll) máximo de 3° (três graus), para plataformas flutuantes.

37.11.5.1 A operadora da instalação deve assegurar que a cesta obedeça aos seguintes requisitos mínimos:
a)possuir certificado de homologação pela Autoridade Marítima, em conformidade com a NORMAM-05/DPC
e alterações posteriores; e
b)estar íntegra e sempre disponível para utilização.

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37.11.5.2 As áreas de saída e de chegada da cesta devem:
a)ter a presença de tripulante capacitado para a execução das manobras de transferência;
b)estar desimpedidas; e
c)manter trabalhador de prontidão para lançamento da boia circular, em caso de homem ao mar.

37.11.5.3 Os sinaleiros e seus auxiliares devem estar visivelmente identificados e, juntamente com os pas-
sageiros, são as únicas pessoas que podem permanecer nas áreas de chegada ou saída da cesta.

37.11.5.4 Antes de iniciar cada operação contínua com a cesta de transbordo, a operadora da instalação
deve assegurar a adoção dos seguintes procedimentos:
a)inspecionar e testar o guindaste nos moldes do subitem 37.20.3.1 desta NR, desde que seja a primeira
operação na jornada de trabalho do operador de guindaste;
b)inspecionar a cesta, os acessórios e o conjunto estabilizador, quando aplicável;
c)registrar e arquivar, nas plataformas habitadas, os resultados da inspeção dos cinturões de segurança e
acessórios a serem utilizados, descartando os que apresentem falhas ou deformações ou que tenham sofrido
impacto de queda;
d)registrar as condições ambientais na ocasião da transferência (velocidade do vento, altura da onda, con-
dições de visibilidade e o ângulo de balanço); e
e)verificar a eficácia da comunicação visual e por rádio.

37.11.5.4 .1Para as plataformas desabitadas, os registros mencionados nas alíneas “c” e “d” do subitem
37.11.5.4 devem ser arquivados na plataforma habitada onde estão lotados os trabalhadores da operadora da
instalação que executam atividades eventuais na unidade desabitada ou na sede da empresa, em terra.

37.11.5.5 É proibida a utilização da cesta de transbordo:


a)para o transporte de materiais ou equipamentos, com exceção da bagagem dos trabalhadores transpor-
tados, que deve ser conduzida no centro da cesta;
b)com carga acima de sua capacidade máxima de transporte;
c)como a primeira carga do dia de operação do guindaste, devendo ser usado outro elemento de carga
semelhante no lugar da cesta, com no mínimo duas vezes a sua capacidade máxima de transporte para fazer
as devidas verificações; e
d)quando não houver permanente comunicação visual e via rádio entre o operador do guindaste e os sina-
leiros da plataforma e da embarcação.

37.11.5.6 O operador do guindaste deve obedecer unicamente às instruções dadas pelos sinaleiros, exceto
quando for constatado risco de acidente e sinalizada a parada de emergência por qualquer pessoa situada na
área de embarque ou desembarque.

37.11.5.7 É permitido o transbordo de pessoas, no período noturno, por meio de cesta de transferência,
somente em situações de:
a)emergência;
b)execução de serviços emergenciais que visem à proteção dos trabalhadores ou à segurança operacional;
c)socorro médico de urgência; e
d)resgate de náufrago.

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37.11.6O atracadouro deve ter projeto elaborado por profissional legalmente habilitado e ser aprovado pela
Autoridade Marítima.

37.11.6.1 O procedimento de acesso à plataforma, por meio de embarcação apropriada para o transporte
de trabalhadores com segurança e conforto, deve obedecer aos seguintes requisitos:
a)as operações de transferência somente devem ser realizadas em condições de altura de onda de até 2,70
metros, velocidade de vento de até 27 nós e corrente marítima de até 1,5 nós; e
b)as condições de mar, vento e visibilidade no momento da manobra devem ser avaliadas e consignadas
em documento próprio, pelo comandante da embarcação, a ser arquivado na embarcação ou na plataforma
habitada, por período não inferior a um ano, em local de fácil acesso à inspeção do trabalho.

37.11.6.1 .1Em se tratando de plataforma desabitada, o documento referido na alínea “b” do subitem
37.11.6.1 pode ser arquivado na embarcação, na plataforma habitada onde estão lotados os trabalhadores
transportados ou na sede da operadora da instalação, em terra.

37.11.7Quando a movimentação de trabalhadores entre a plataforma, fixa ou flutuante, e


embarcação adjacente for realizada por meio de passarela estabilizada (gangway), devem ser obedecidos
os seguintes requisitos mínimos:
a)manter a via desobstruída, dotada de corrimãos e piso antiderrapante;
b)garantir ângulo de inclinação seguro para o deslocamento dos trabalhadores, conforme o projeto da pas-
sarela estabilizada;
c)utilizar passarela estabilizada dotada de fechamento lateral;
d)instalar rede de proteção contra quedas no entorno da base da passarela estabilizada nas plataformas,
quando requerida nas análises de riscos;
e)guarnecer cada extremidade da passarela estabilizada com sistema de sinalização e alarmes automáticos
sonoros e luminosos ou vigia treinado, identificado e portando colete com faixa reflexiva, para orientação ou
interrupção do fluxo de trabalhadores;
f)equipar os vigias com meios de comunicação entre a plataforma e a embarcação adjacente;
g)designar área segura, sinalizada, desimpedida e abrigada como ponto de espera para travessia, baseada
nas análises de riscos específicas;
h)elaborar procedimento de movimentação, interrupção de passagem e evacuação de trabalhadores da
passarela, em caso de condições climáticas e marítimas adversas ou emergências operacionais;
i)possuir partes móveis protegidas e sinalizadas; e
j)ser dotada de meio de acesso através de escada ou rampa posicionada no máximo a 30 graus de um
plano horizontal e equipada com dispositivo rotativo que lhe permita acompanhar o movimento involuntário da
embarcação.

37.11.7.1 A operadora da instalação onde a passarela estabilizada estiver instalada deve manter a bordo os
documentos com os parâmetros e cálculos utilizados como critérios para acionamento do alarme e interrupção
imediata da passagem de trabalhadores.

37.11.8A utilização de soluções alternativas para outros tipos de acesso a plataformas deve ser precedida
de aprovação tripartite.

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37.12 Condições de vivência a bordo

37.12.1As condições de vivência a bordo são reguladas pelo disposto neste capítulo e nas regulamenta-
ções do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, não sendo aplicáveis os
dispositivos constantes da NR-24.

37.12.1.1 Os registros e documentos relativos às condições de vivência gerados em função das regula-
mentações do Ministério da Saúde e ANVISA devem estar disponíveis a bordo para os trabalhadores e suas
representações.

37.12.2A operadora da instalação deve assegurar áreas de vivência das plataformas habitadas compostas
por:
a)alojamentos;
b)instalações sanitárias;
c)refeitório;
d)cozinha;
e)lavanderia;
f)sala de recreação;
g)sala de leitura;
h)sala para uso da rede de alcance mundial informatizada (internet) e outros serviços; e
i)espaço para prática de atividade física.

37.12.2.1 A sala de leitura pode ser compartilhada com a sala prevista na alínea “h” desde que sejam sepa-
radas de forma a manter as condições para concentração e estudo.

37.12.2.2 As áreas de vivência devem ser mantidas em condições de segurança, saúde, conforto, higiêni-
co-sanitárias e em perfeito estado de funcionamento e conservação.

37.12.2.3 Os métodos de medição e os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de
trabalho internos são os estabelecidos na norma ABNT NBR IEC 61892-2 - Unidades marítimas fixas e móveis
- Instalações elétricas Parte 2: Projeto de sistemas elétricos, garantindo um nível de iluminamento mínimo nos
planos da tarefa visual, em conformidade com a Norma de Higiene Ocupacional nº 11 (NHO 11) da Fundacentro
- Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho - versão 2018.

37.12.3Disposições gerais

37.12.3.1 As áreas de vivência devem ser projetadas considerando:


a)o atendimento aos requisitos de segurança e saúde do trabalhador;
b)as condições de vivência adequadas ao bem-estar dos trabalhadores embarcados;
c)a mitigação da exposição dos trabalhadores ao ruído, às vibrações e às substâncias perigosas, bem como
aos demais fatores de riscos ambientais acima dos limites de tolerância presentes a bordo; e
d)a facilidade de abandono das áreas de vivência em situações de emergência.

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37.12.3.2 A operadora da instalação deve assegurar que, nos leitos dos camarotes e módulos de acomoda-
ção temporária, os níveis de ruídos não sejam superiores a 60 dB (A), sendo que a partir de 55 dB (A) devem
ser adotadas medidas preventivas.

37.12.3.3 As áreas de vivência devem ser dotadas de água para o consumo humano, conforme estabele-
cem as regulamentações do Ministério da Saúde e da ANVISA.

37.12.4Instalações sanitárias

37.12.4.1 As instalações sanitárias devem:


a)possuir uma área mínima de 1,00 m², para cada vaso sanitário;
b)ser abastecidas por água canalizada;
c)dispor de água tratada nos chuveiros e pias, para fins de higiene pessoal, sendo disponibilizada água
quente nos chuveiros;
d)ser separadas por sexo;
e)ter porta principal inteiriça, para manter a privacidade, e que permita a ventilação, seja ejetável ou provida
de painel de escape com dimensões de acordo com a NORMAM- 01/DPC;
f)possuir portas com fechamento interno sem, contudo, impedir sua abertura emergencial pelo lado externo
mediante chave mestra ou similar;
g)possuir piso impermeável, lavável, antiderrapante, com caimento para o ralo sifonado e sem ressaltos e
depressões;
h)ter lixeira com tampa, com dispositivo de abertura que dispense a necessidade de contato manual;
i)ser providas de rede de iluminação, protegida externamente por eletrodutos ou embutida nas anteparas,
com iluminamento geral e difuso;
j)possuir sistema de exaustão eficaz, direcionado para fora da área de vivência e sem contaminar os seus
demais ambientes;
k)ter disponível protetor descartável ou dispositivo desinfetante para o assento do vaso sanitário; e
l)ser dotada de, no mínimo, uma tomada de energia elétrica junto aos lavatórios. (Vide prazo - Portaria MTP
n.º 90, de 18 de janeiro de 2022)

37.12.4.2 Além do disposto no subitem 37.12.4.1, as instalações sanitárias para uso coletivo devem:
a)estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, próximas aos locais de trabalho ou das refeições;
b)ser localizadas de maneira a não se comunicarem diretamente com os locais destinados às refeições,
cozinha e dormitórios;
c)garantir a privacidade de seus usuários em relação ao ambiente externo;
d)para plataformas com a maior dimensão do deck principal acima de 200 m (duzentos metros), deve existir
um banheiro o mais próximo possível da meia-nau, em área não classificada; (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90,
de 18 de janeiro de 2022)
e)possuir vasos sanitários em conjunto com lavatórios;
f)dispor de cabines privativas para os vasos sanitários, quando houver mais de uma unidade ou forem
acompanhados de mictórios; e
g)ser separadas por sexo, de forma permanente.

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37.12.4.2 .1O dimensionamento das instalações sanitárias de uso coletivo, para cada sexo, deve levar em
conta os seus respectivos quantitativos a bordo e os postos de trabalho.

37.12.4.3 A plataforma deve possuir instalações sanitárias para uso coletivo distribuídas pelos diferentes
pisos ou decks, na proporção de, no mínimo, 1 (um) vaso sanitário e 1 (um) lavatório para cada 15 (quinze)
trabalhadores ou fração, considerando o turno de trabalho com maior efetivo. (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90,
de 18 de janeiro de 2022)

37.12.4.3 .1Em instalações sanitárias masculinas de uso coletivo, é permitida a substituição de 50% (cin-
quenta por cento) dos vasos por mictórios para uso coletivo, desde que sejam assegurados, no mínimo, dois
vasos.

37.12.4.4 A plataforma deve possuir, ainda, instalações sanitárias para uso coletivo dotadas de chuveiro, na
proporção de 1 (um) para cada 30 (trinta) trabalhadores ou fração, considerando o turno de trabalho com maior
efetivo. (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90, de 18 de janeiro de 2022)

37.12.4.5 O vaso sanitário deve:


a)ser do tipo sifonado ou dotado de mecanismo que impeça o retorno de odores, com comando de descarga,
assento e tampa e espaço frontal livre com dimensões mínimas de 0,80 m de largura e 0,60 m de profundidade;
b)possuir suporte para o papel higiênico em forma de rolo ou interfolhado, com suprimento regular e sufi-
ciente e na cor branca;
c)ter ducha higiênica, alimentada por água fria; e
d)estar instalado em cabines individuais e separadas.

37.12.4.5 .1A cabine do vaso sanitário para uso coletivo deve:


a)ter divisórias com altura mínima de 1,90 m e com bordo inferior a, no máximo, 0,15 m acima do piso;
b)ser dotada de porta independente com sistema de fechamento que impeça o devassamento; e
c)possuir alças de apoio, em plataformas flutuantes.

37.12.4.6 Os mictórios devem ser:


a)instalados em compartimentos individuais, separados por divisórias de dimensões suficientes para garan-
tir a privacidade, com espaçamento de 0,60 m;
b)do tipo cuba, de material liso e impermeável e de fácil escoamento e limpeza; e
c)providos de descarga provocada ou automática.

37.12.4.7 O lavatório deve ser dotado de:


a)torneira;
b)recipiente para o descarte de papéis servidos;
c)saboneteira ou outro dispositivo que permita a higienização das mãos;
d)suporte para papel-toalha ou secador do tipo elétrico para as mãos;
e)iluminação; e
f)espelho.

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37.12.4.7 .1É proibida a utilização de toalhas de uso coletivo.

37.12.4.7 .2Deve ser disponibilizado, próximo ao casario, local para retirada dos Equipamentos de Proteção
Individual - EPI com 2 (dois) lavatórios para uso coletivo.

37.12.4.8 Os compartimentos destinados aos chuveiros devem:


a)ser dotados de portas de acesso que impeçam o devassamento ou construídos de modo a manter a pri-
vacidade necessária;
b)possuir ralos com sistema de escoamento que impeça a comunicação das águas servidas entre os com-
partimentos;
c)possuir tento ou rebaixo com desnível mínimo de 0,05 m em relação ao piso da instalação sanitária;
d)dispor de suporte para sabonete e xampu;
e)possuir suportes ou cabides para toalha de banho;
f)ter piso antiderrapante com caimento que assegure o escoamento da água para a rede de esgoto;
g)possuir divisórias revestidas de material resistente, liso, impermeável e lavável;
h)ser construídos de forma a não possuir arestas vivas que possam causar acidentes;
i)possuir alças de apoio, exceto nas plataformas fixas;
j)possuir registros de metal, situados à meia altura da antepara; e
k)possuir chuveiro dotado de crivo, confeccionado em material resistente e com altura mínima de 2 m em
relação ao piso, podendo ser do tipo móvel e de altura ajustável.

37.12.4.8 .1Os chuveiros e os aquecedores elétricos, utilizados para secar as toalhas, devem possuir resis-
tência do tipo blindada.

37.12.4.9 A operadora da instalação deve assegurar, no mínimo, 60 (sessenta) litros diários de água tratada,
por trabalhador, para serem utilizados nas instalações sanitárias.

37.12.4.10 É vedado o uso de banheiro químico, inclusive no módulo de acomodação temporária, exceto
nos casos previstos nesta NR.

37.12.4.10 .1Ao constatar a inoperância do sistema de esgotamento de todas as instalações sanitárias, sem
o devido restabelecimento em até 3 (três) horas, os seguintes procedimentos devem ser adotados:
a)iniciar os procedimentos de parada da produção da plataforma;
b)providenciar, imediatamente, a logística para o desembarque de todos os trabalhadores, com o retorno da
tripulação somente após a normalização do sistema de esgotamento;
c)manter a bordo apenas o contingente mínimo para garantir a segurança da instalação e o reparo do sis-
tema; e
d)providenciar banheiros químicos para os trabalhadores que compõem o contingenciamento mínimo, até a
normalização do sistema de esgotamento.

37.12.4.11 A operadora da instalação deve elaborar, por plataforma, os procedimentos de controle e de vi-
gilância para transportar, manter e controlar a qualidade da água distribuída para o consumo humano a bordo,
em conformidade com as regulamentações do Ministério da Saúde e da ANVISA.

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37.12.4.11 .1O plano de amostragem deve ser realizado por plataforma, respeitando os planejamentos mí-
nimos de amostragem expressos nas regulamentações do Ministério da Saúde e da ANVISA.

37.12.4.12 Os procedimentos de vigilância e controle da qualidade de água adotados no tratamento, ar-


mazenamento e distribuição para o consumo humano a bordo devem considerar as informações contidas nas
análises de riscos da instalação.

37.12.4.13 Após a realização de serviços de manutenção, reparo, ampliação e outras intervenções na pla-
taforma que possam contaminar a água para o consumo humano, a operadora da instalação deve realizar as
análises previstas pela ANVISA e Ministério da Saúde e, se necessário, efetuar os tratamentos adequados
antes de voltar a fornecer a água.

37.12.4.14 A operadora da instalação deve estabelecer mecanismos para o recebimento de reclamações e


manter registros atualizados sobre a qualidade da água distribuída, sistematizando-os de forma compreensível
aos consumidores e disponibilizando-os para pronto acesso e consulta pela inspeção do trabalho, trabalhado-
res e seus representantes.

37.12.5Higiene, segurança e conforto por ocasião das refeições

37.12.5.1 Nas plataformas habitadas, é obrigatória a existência de refeitório para os trabalhadores.

37.12.5.2 O refeitório deve atender, nesta ordem, aos requisitos desta NR e, naquilo que couber, aos itens
constantes das resoluções da ANVISA, conforme descrito a seguir:
a)ser instalado em local apropriado, não se comunicando diretamente com os locais de trabalho, instalações
sanitárias e locais insalubres ou perigosos;
b)possuir área mínima de 1,50 m² por usuário, com a quantidade de mesas e assentos que atenda a 1/3 do
total de empregados do turno de trabalho com o maior efetivo;
c)possuir corredor principal com largura de 0,75 m e garantia de corredor secundário de acesso a todos os
assentos com largura de 0,55 m;
d)ser provido de rede de iluminação, protegida externamente por eletrodutos ou embutida nas anteparas ou
teto, com iluminamento geral e difuso;
e)ter piso impermeável, antiderrapante e revestido de material que permita a limpeza e desinfecção;
f)ter anteparas revestidas com material liso, resistente, impermeável e que permita a limpeza e desinfecção;
g)dispor de água potável;
h)possuir mesas providas de tampo liso e de material impermeável;
i)possuir mesas e bancos ou cadeiras de fácil higienização e mantidos permanentemente limpos;
j)possuir protetor salivar nos balcões em que o usuário tiver acesso ao alimento; e
k)dispor de álcool em gel ou outro saneante na área de acesso aos balcões de autosserviço.

37.12.5.2 .1As mesas do refeitório de plataformas flutuantes devem ser dotadas de tampo com ressalto
arredondado nas bordas, acompanhada por bancos ou cadeiras fixas ou com pés de alto atrito.

37.12.5.3 Além do quantitativo de lavatórios para uso coletivo previsto no subitem 37.12.4.3, o refeitório
também deve dispor de, pelo menos, um lavatório localizado nas proximidades de sua entrada, no mesmo piso,
ou no seu interior, na proporção de 1 (um) para cada 30 (trinta) assentos.

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37.12.5.4 É proibida, ainda que em caráter provisório, a utilização do refeitório como depósito.

37.12.5.5 As plataformas desabitadas devem dispor de condições sanitárias, de higiene e de conforto sufi-
cientes para as refeições dos trabalhadores, bem como atender aos seguintes requisitos mínimos:
a)dispor de local adequado e isolado da área de trabalho;
b)possuir piso e anteparas apropriados para limpeza e desinfecção;
c)ter ventilação artificial ou natural;
d)ter iluminação geral e difusa, com nível de iluminamento, conforme previsto em norma técnica;
e)dispor de mesas e assentos em número compatível com a quantidade de trabalhadores a bordo;
f)possuir lavatório nas proximidades;
g)fornecer água potável;
h)dispor de equipamento para aquecer a refeição ou de dispositivo térmico que a mantenha aquecida em
condições de higiene, conservação e consumo até o final do horário da refeição;
i)fornecer refeições que atendam às exigências de conservação da alimentação em recipientes apropriados,
adequados aos equipamentos de aquecimento disponíveis;
j)disponibilizar pratos, talheres e copos individuais higienizados, podendo ser descartáveis; e
k)possuir compartimento para guarda e proteção dos utensílios.

37.12.5.5 .1Em plataforma desabitada que não ofereça ambiente com condições para as refeições, o tempo
de permanência dos trabalhadores a bordo deve ser de, no máximo, 4 (quatro) horas.

37.12.5.6 É proibida a tomada das principais refeições fora dos locais referidos nos subitens 37.12.5.2 e
37.12.5.5.

37.12.5.6 .1É proibido o consumo de qualquer alimento em ambientes com exposição a agentes químicos,
físicos ou biológicos, devendo ser asseguradas as condições adequadas de conforto e higiene, descritas no
item 37.12.5 e respectivos subitens desta NR.

37.12.5.7 É obrigatório o registro, em relatórios próprios, do monitoramento das temperaturas e do tempo


de exposição dos alimentos.

37.12.5.8 É vedada a utilização de vestimenta de trabalho com a presença de agentes químicos ou biológi-
cos, provenientes das atividades laborais, nos refeitórios ou nos locais específicos para a alimentação.

37.12.6Cozinha

37.12.6.1 Em plataforma dotada de cozinha, a operadora da instalação deve seguir todas as medidas para
garantir a higiene e a qualidade da alimentação produzida, de acordo com as normas da ANVISA.

37.12.6.2 A cozinha deve dispor de:


a)anteparas de material impermeável, apropriado para limpeza e desinfecção;
b)piso antiderrapante, de material apropriado para limpeza e desinfecção, com caimento e ralos ou disposi-
tivos que favoreçam o escoamento de águas;

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c)portas revestidas de materiais lisos e de fácil limpeza e desinfecção;
d)rede de iluminação, protegida por eletrodutos ou embutida nas anteparas ou tetos, com iluminamento
geral e difuso, conforme previsto em norma técnica;
e)lavatório coletivo de uso exclusivo dos trabalhadores do serviço de alimentação, com acionamento auto-
mático da água e dispositivos de sabão líquido bactericida ou sabão neutro juntamente com um antisséptico,
sistema para a secagem das mãos e, quando for o caso, coletor de papel acionado sem contato manual;
f)sistema de exaustão para a captação de fumaças, vapores e odores, dotada de coifa em aço inoxidável;
g)bancadas de trabalho e pias para lavagem de utensílios em aço inoxidável;
h)locais distintos para a instalação de equipamentos de refrigeração de alimentos, de lavagem de utensílios
e de preparo de refeições;
i)áreas independentes para higienização dos alimentos, para o manuseio de massas e para a cocção;
j)áreas distintas ou separadas por barreiras físicas para preparação de carnes, de peixes, de aves e de
saladas;
k)lixeira confeccionada em material de fácil higienização, dotada de tampa, com abertura sem contato ma-
nual; e
l)dispositivo para abafamento de fogo do tipo manta, confeccionado em material antichamas, não contami-
nante e não alergênico.

37.12.6.2 .1É vedada a utilização de toalha de uso coletivo nos lavatórios utilizados pelos profissionais da
cozinha.

37.12.6.3 A cozinha deve ficar interligada ao refeitório através de aberturas do tipo passa- pratos ou portas
distintas, uma para servir as refeições e a outra para a devolução dos utensílios. (Vide prazo - Portaria MTP n.º
90, de 18 de janeiro de 2022)

37.12.6.4 As áreas previstas para cozinha, depósito de gêneros alimentícios secos e dispositivos de refri-
geração de alimentos devem ser compatíveis com o número diário de refeições servidas e a quantidade de
provisões que devem ser armazenadas, considerando-se ainda uma reserva de emergência.

37.12.6.5 As plataformas devem possuir instalações sanitárias adicionais, exclusivas para uso coletivo dos
trabalhadores da cozinha, atendendo ao disposto no subitem 37.12.4.2, na proporção de 1 (um) vaso sanitário
e 1 (um) lavatório para cada 10 (dez) trabalhadores ou fração, considerando o sexo e o turno de trabalho do
pessoal da cozinha com maior efetivo. (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90, de 18 de janeiro de 2022)

37.12.6.6 Os equipamentos e acessórios de cocção utilizados nas cozinhas das plataformas flutuantes de-
vem possuir dispositivo de fixação que permita a sua remoção para utilização e limpeza.

37.12.6.7 A cozinha, seus equipamentos e acessórios, exaustores e dutos de exaustão devem passar por
processo de higienização de acordo com as recomendações do fabricante ou fornecedor, consignado em plano
de manutenção específico e relatório assinado pelo profissional responsável.

37.12.6.8 A câmara de refrigeração deve ter botoeira de emergência no seu interior e dispositivo que permita
a abertura internamente.

37.12.7Camarotes

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37.12.7.1 Os camarotes, camarotes provisórios e módulos de acomodação temporária devem atender aos
seguintes requisitos gerais:
a)dispor de anteparas, revestimento, forro, piso e juntas construídos com materiais específicos para uso
marítimo e resistentes ao fogo, de acordo com os requisitos definidos pela International Maritime Organization
- IMO, Code for Construction and Equipment of Mobile Offshore Drilling Units (Código MODU), SOLAS e suas
alterações posteriores;
b)ser construídos com materiais termoacústicos, impermeáveis, atóxicos, adequados à sua utilização e que
garantam um ambiente saudável e sua perfeita higienização;
c)ser dotados de dispositivos suficientes para o escoamento das águas;
d)preservar a privacidade dos usuários;
e)ser separados por sexo durante todo o seu tempo de ocupação, sendo proibida a alternância diurna/no-
turna entre os sexos masculino e feminino nesse período;
f)acomodar no máximo quatro pessoas;
g)possuir pé-direito de, no mínimo, 2,40 m quando forem usados beliches, ou 2,20 m no caso de uso exclu-
sivo de camas simples;
h)dispor de dormitório com área mínima de 3,60 m² por pessoa, exceto nos casos dos módulos de acomo-
dação temporária, cuja área mínima é de 3,00 m² por pessoa, e dos dormitórios individuais ou duplos, cuja área
total mínima deve ser de 7,50 m²;
i)ter dimensões adequadas de modo a propiciar o conforto e a facilitar sua limpeza e ordem;
j)possuir instalação sanitária privativa, adjacente ao dormitório e com uma porta para comunicação direta ou
para a antecâmara, dotada de vaso sanitário, compartimento para chuveiro e lavatório, com armário, gavetas
individuais, secador de toalhas e alça de apoio;
k)dispor de portas com altura mínima de 2,10 m e largura mínima de 0,80 m, dotadas de dispositivos que
permitam mantê-las abertas e providas de painéis de escape com dimensões 0,60 m x 0,80 m;
l)ser dotados de mobiliário e acessórios constituídos de material de fácil higienização, sem cantos vivos,
mantidos em boas condições de uso e que não produzam gases ou partículas tóxicas quando expostos ao fogo;
m)apresentar valores máximos de vibração de corpo inteiro inferiores ao nível de ação para a exposição
ocupacional diária à vibração de corpo inteiro citada no Anexo I - Vibração da NR-09 (Avaliação e Controle das
Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos);
n)dispor de tensão elétrica de 127 ou 220 volts nas tomadas, devidamente identificadas;
o)possuir sistema de iluminação de modo a manter um nível mínimo de iluminamento geral e difuso, bem
como iluminação de emergência; e
p)ter manta antichamas, não alergênica, na proporção mínima de uma peça para cada ocupante.

37.12.7.1 .1Nas plataformas em operação ou que estejam em fase de construção até a data de entrada de
vigência desta NR, as portas com largura inferior a 0,80 m podem ser ejetáveis, em substituição ao painel de
escape previsto na alínea “k”.

37.12.7.1 .2O camarote deve ser adequadamente isolado, não podendo haver quaisquer aberturas diretas
para a praça de máquinas, compartimento de carga, cozinha, paiol, lavanderias, poço de elevador ou instala-
ções sanitárias de uso coletivo.

37.12.7.1 .3As tubulações de vapor, de descarga de gases e outras semelhantes não devem passar pelo
interior dos alojamentos, nem pelos seus corredores, salvo em caso de inviabilidade técnica, quando deverão
ser isoladas e protegidas.

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37.12.7.1 .4A área de circulação para acesso aos alojamentos deve ter a largura mínima de 1,20 m.

37.12.7.2 O mobiliário do dormitório deve observar os seguintes requisitos mínimos:


a)possuir no máximo quatro leitos, cuja distância horizontal entre eles seja de, no mínimo, 0,60 m para per-
mitir a livre circulação e o acesso;
b)ter armários individuais com tranca e chave, volume mínimo de 0,5 m³, providos de gaveta, prateleira e
cabides, e com, pelo menos, três compartimentos para guardar separadamente:
I.os itens de higiene pessoal;
II.as roupas e os pertences pessoais; e
III.os EPI e a bolsa de viagem;
c)ser dotado de ganchos de uso individual, em quantidade e condições suficientes para pendurar vestimen-
ta de trabalho e EPI;
d)possuir mesa ou escrivaninha, que poderá ser do tipo de tampo fixo, dobrável ou corrediço, acompanhada
de cadeira, provida de iluminação auxiliar e de tomada de energia elétrica;
e)possuir telefone e televisão de dimensão superior a 26 polegadas;
f)ter espelho, podendo ser instalado na parte interna dos armários;
g)dispor de estante ou prateleira para livros;
h)possuir recipiente para lixo;
i)conter dispositivos individuais, do tipo gancho ou barra, para guardar e secar toalhas de banho e rosto, fora
do armário, que assegure condições de higiene; e
j)ser dotado de compartimentos destinados à guarda de coletes salva-vidas e das mantas antichamas.

37.12.7.3 A cama deve atender aos seguintes requisitos:


a)possuir dimensões internas que comportem um colchão de solteiro de, no mínimo, 1,88 m x 0,78 m;
b)ter altura mínima de 0,40 m, medida da face superior do colchão ao piso do camarote;
c)possuir colchão antialérgico e com densidade mínima 33 (trinta e três), mantido íntegro, em condições
higiênico-sanitárias e no prazo de validade estabelecida pelo fabricante, ou de 5 (cinco) anos, caso não seja
estabelecido outro prazo, a partir da data de fabricação;
d)dispor de dois lençóis, uma fronha, um travesseiro, confeccionado em material visco- elástico ou similar,
substituído a cada 2 (dois) anos e com dimensões mínimas iguais a 55 cm x 35 cm x 10 cm, e um cobertor,
todos de uso individual, de dimensões compatíveis, em condições íntegras e adequadas de higiene e conser-
vação, manufaturados a partir de materiais antialérgicos;
e)ter cortina tipo blackout ou outro elemento semelhante, confeccionada em material antialérgico, que impe-
ça a entrada de luz e promova a privacidade, sem comprometer a circulação de ar; e
f)ser dotada de iluminação complementar e tomada de energia elétrica.

37.12.7.3 .1No caso de utilização de camas sobrepostas na vertical (beliche), estas deverão atender tam-
bém às condições a seguir:
a)limitar-se a duas camas, com distância livre mínima de 0,90 m, medida a partir do nível superior do col-
chão da cama de baixo ao nível inferior do estrado da cama superior;
b)possuir cama superior com distância livre mínima de 0,90 m, medida a partir do teto do dormitório até o
nível superior do seu colchão;
c)possuir cama superior com proteção lateral contra queda, até a metade do seu comprimento;

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d)disponibilizar acesso à cama superior por meio de escada rígida adequada, com degraus de superfície
antiderrapante, fixada ao beliche e alça para pega junto à escada; e
e)possuir estrados das camas impermeáveis.

37.12.7.3 .1.1Nas plataformas flutuantes, a cama inferior deve ser provida, ainda, de proteção lateral contra
queda, até a metade do seu comprimento.

37.12.7.4 Módulos de acomodação temporária

37.12.7.4 .1O módulo de acomodação temporária só pode ser instalado com o intuito de aumentar a capa-
cidade de acomodação da plataforma, durante a execução de campanhas de manutenção, reparação, mon-
tagem, comissionamento, descomissionamento, desmonte ou intervenções de sondas em plataformas fixas.

37.12.7.4 .2A instalação e a permanência do módulo de acomodação temporária nas plataformas habitadas
devem ser solicitadas ao órgão regional da inspeção do trabalho, correspondente à locação da plataforma, e,
em caso de plataformas desabitadas, somente mediante negociação tripartite.

37.12.7.4 .2.1A solicitação deve ser feita mediante a apresentação das análises de riscos e plantas baixa e
de corte.

37.12.7.4 .3Além do disposto nos subitens 37.12.7.1 a 37.12.7.3, o módulo de acomodação temporária deve
atender às seguintes exigências:
a)não ter sido utilizado para outros fins, como o armazenamento ou manuseio de substâncias perigosas à
saúde;
b)dispor de anteparas, piso e teto construídos com o material de classe A-60, conforme descrito no Código
MODU;
c)ser apoiado sobre estruturas de sustentação com apoios resilientes para absorções de ruídos e vibrações,
salvo laudo técnico conclusivo que dispense tais apoios, elaborado por profissional legalmente habilitado;
d)ter quadro elétrico instalado em seu interior, em local de fácil acesso, dispondo de barramento interno com
disjuntores, portas com vedação de borracha, trinco e pintura eletrostática a pó;
e)possuir vidros ou materiais alternativos utilizados em divisórias, janelas e visores das portas que não pro-
duzam estilhaços ou fumaça tóxica;
f)dispor de antecâmara para isolamento do ruído exterior, das intempéries e do devassamento, podendo tal
função ser exercida pelo corredor que interliga os módulos;
g)se possuir corredor, este deve atender aos requisitos do subitem 37.25.8.2;
h)dispor de portas externas que atendem aos requisitos de estanqueidade e da classificação das anteparas,
conforme sua localização na embarcação, dotadas de sistema automático para o seu fechamento; e
i)dispor de saída de emergência alternativa.

37.12.7.5 A operadora da instalação deve disponibilizar canais para televisão, com pacote de programação
diversificado (noticiários, esportes, filmes, documentários e outros), em condições adequadas de funcionamen-
to, diuturnamente.

37.12.7.6 A telefonia das acomodações deve permitir a realização de ligações entre os diferentes ramais da
plataforma.

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37.12.7.7 A operadora da instalação deve garantir o cumprimento das seguintes regras de uso dos cama-
rotes:
a)limpeza diária e manutenção das condições higiênico-sanitárias;
b)retirada diária do lixo e disposição em local adequado;
c)substituição, a cada 5 (cinco) dias, da roupa de cama e, a cada 3 (três) dias, da roupa de banho para pro-
ceder à sua lavagem e secagem, e sempre que houver a troca de ocupante do leito;
d)em caso de suspeita ou diagnóstico de doenças infectocontagiosas, que possam comprometer a saúde
da população embarcada, devem ser providenciados, imediatamente, o isolamento e as medidas para o de-
sembarque do trabalhador; e
e)além do disposto na alínea “d”, deve ser providenciada a desinfecção dos eventuais camarotes utilizados
pelo paciente.

37.12.7.8 O camarote provisório deve ter seu projeto, prazo de utilização e prorrogação, se necessária,
aprovados pelo órgão regional da inspeção do trabalho, depois de ouvidas as partes em procedimento de ne-
gociação tripartite.

37.12.7.9 O somatório dos trabalhadores alojados em camarotes provisórios e módulos de acomodação


temporária não pode exceder a 25% (vinte e cinco por cento) do quantitativo máximo de trabalhadores instala-
dos nos camarotes permanentes, observada a regulamentação NORMAM-01/DPC para os equipamentos de
salvatagem.

37.12.7.10 É vedado o transbordo de trabalhadores registrados no People On Board - POB de uma platafor-
ma para o pernoite em alojamento de outra plataforma, com a finalidade de suprir ausência de acomodações.

37.12.8Lavanderia

37.12.8.1 A plataforma habitada deve possuir lavanderia para a lavagem e a secagem das roupas de traba-
lho, de cama, de banho e de uso pessoal.

37.12.8.1 .1A lavanderia da plataforma deve:


a)ser dimensionada de acordo com a quantidade de turnos e a lotação total de trabalhadores embarcados;
b)ter a área de lavagem e secagem projetada e isolada acusticamente para manter os níveis de ruído dentro
dos limites de tolerância nos demais compartimentos;
c)possuir piso de circulação sem saliências e depressões;
d)possuir sistema de exaustão e ventilação;
e)ser abastecida com água tratada; e
f)ter facilidades para passagem de roupas.

37.12.8.2 As roupas de trabalho devem ser lavadas e secas separadamente das demais (roupas de cama,
de banho e de uso pessoal), de acordo com procedimento específico para cada unidade, que impeça a conta-
minação cruzada entre as roupas.

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37.12.9Serviços de bem-estar a bordo

37.12.9.1 Na plataforma habitada, devem existir os seguintes meios e instalações para proporcionar condi-
ções de bem-estar a todos os trabalhadores a bordo:
a)sala de ginástica ou aparelhos para exercícios físicos, instalados em locais destinados para essa finali-
dade;
b)sala(s) de recreação com música, rádio, televisão, exibição de vídeos com conteúdos variados e renova-
dos em intervalos regulares, além de jogos de mesa com seus acessórios;
c)sala de leitura dotada de uma biblioteca, cujo acervo contenha periódicos e livros de conteúdos variados,
em quantidade suficiente e renovados em intervalos regulares;
d)acesso viável à rede mundial de computadores (internet), do tipo sem fio (wi-fi), ao menos nas áreas de
vivência e camarotes, para utilização recreativa e comunicação interpessoal, de acesso reservado a correio
eletrônico, redes sociais e outros sistemas privativos, dimensionada de modo a atender ao quantitativo de tra-
balhadores no período de folga, diuturnamente; e
e)sala de internet recreativa e para comunicação interpessoal, dotada de computadores de uso individual,
conectados à rede, na razão de, no mínimo, 1 (um) para cada 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração, conside-
rados os trabalhadores em período de folga.

37.12.9.1 .1Em caso de inviabilidade técnica de instalação de internet sem fio (wi-fi), a operadora da insta-
lação deve disponibilizar computadores de uso individual, conectados à rede citada, na razão de, no mínimo, 1
(um) para cada 15 (quinze) trabalhadores ou fração, considerados os trabalhadores em período de folga.

37.12.9.1 .2A operadora da instalação deve manter os meios de comunicação da sala de internet com os
computadores de uso individual ou similares (hardwares) e os sistemas operacionais (softwares) atualizados,
de forma a garantir o seu perfeito funcionamento.

37.12.9.2 A área de vivência a bordo deve possuir cabines telefônicas individuais ou locais privativos, na
proporção de 1 (um) aparelho telefônico para cada 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração a bordo, permitindo
a comunicação particular entre a plataforma e a terra, observando-se que:
a)a operadora da instalação deve franquear ao trabalhador, próprio ou terceirizado, período mínimo de 15
(quinze) minutos, por dia, de ligação externa gratuita; e
b)quando excedido o tempo gratuito de ligação, e caso seja custeado pelo trabalhador, o valor máximo da
ligação deve ser equivalente ao seu preço de custo, que venha a ser cobrado pela operadora de telefonia na-
cional.

37.12.9.2 .1Caso a operadora da instalação não disponibilize internet, do tipo wi-fi, a proporção estabelecida
no subitem 37.12.9.2 deve ser de, no mínimo, 1 (um) para cada 15 (quinze) trabalhadores ou fração.

37.12.9.3 A sala para a prática das atividades físicas deve:


a)ser dimensionada para os trabalhadores embarcados na plataforma, em horário de folga;
b)possuir piso apropriado, livre de rachaduras, imperfeições, elementos cortantes e perfurantes;
c)ter suportes ou compartimentos exclusivos para a guarda de material de apoio (anilhas, barras, cordas e
outros);
d)estar limpa;
e)ser climatizada; e

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f)ter as áreas de circulação livres e seguras.

37.12.9.3 .1Os aparelhos ergométricos, os aparelhos e os equipamentos fixos para a prática de exercícios
físicos da sala de ginástica devem:
a)estar em perfeito estado de conservação, manutenção, higiene e segurança;
b)estar aprumados, fixados e distanciados entre si, de acordo com as orientações do fabricante; e
c)ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, quando aplicá-
vel.

37.12.9.3 .2Para realizar atividade física a bordo, o trabalhador deve ser previamente orientado por profis-
sional legalmente habilitado, apresentando o comprovante ao profissional de saúde da plataforma.

37.12.10Alterações eventuais que forneçam condições diversas, porém equivalentes ao disposto no item
37.12.9 e respectivos subitens, devem ser apreciadas de forma tripartite e autorizadas pelo órgão regional da
inspeção do trabalho.

37.12.11Na plataforma dotada de sala de projeção de filmes, quadra desportiva, piscina ou sauna, essas
instalações devem ser mantidas em funcionamento, só podendo ser descontinuadas se precedida e aprovada
em negociação tripartite.
37.13 Alimentação a bordo

37.13.1A operadora da instalação deve garantir que os trabalhadores a bordo tenham acesso gratuito à
alimentação de boa qualidade, preparada ou finalizada a bordo, fornecida em condições de higiene e conser-
vação, conforme prevê a legislação vigente.

37.13.1.1 O cardápio deve ser:


a)variado e balanceado;
b)elaborado por profissional nutricionista legalmente habilitado;
c)de conteúdo que atenda às exigências nutricionais necessárias às condições de saúde dos trabalhadores;
e
d)adequado ao tipo de atividade laboral e assegurar o bem-estar a bordo.

37.13.1.2 Nas plataformas desabitadas, a alimentação deve possuir as mesmas características citadas no
item 37.13.1, sendo dispensado o seu preparo a bordo.

37.13.1.3 A operadora da instalação deve disponibilizar dietas específicas para a patologia do trabalhador,
segundo prescrição médica.

37.13.1.4 A operadora da instalação deve garantir que a empresa contratada para prestar serviços de ho-
telaria e alimentação cumpra os requisitos para o sistema de gestão da segurança de alimentos estabelecidos
nas regulamentações da ANVISA e pela norma técnica ABNT NBR ISO 22000 – Sistemas de gestão de se-
gurança de alimentos – Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos e alterações
posteriores.

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37.13.2A operadora da instalação deve exigir que os manipuladores de alimentos sejam capacitados para
cada função, com conhecimentos práticos e teóricos sobre boas práticas de manipulação e higiene, hábitos de
higiene pessoal, segurança e doenças transmitidas por alimentos, mediante curso básico para manipuladores
de alimentos, com conteúdo programático mínimo descrito no Anexo I desta NR.

37.13.2.1 Em adição, os cozinheiros encarregados do preparo das refeições a bordo devem possuir forma-
ção e qualificações exigidas para esta função, com conhecimentos teóricos e práticos sobre cozinha, armaze-
namento de víveres e gestão de abastecimentos.

37.13.3É obrigatório o fornecimento de água potável e fresca no casario e nas áreas operacionais da plata-
forma, em quantidade suficiente para atender às necessidades individuais dos trabalhadores, de no mínimo ¼
litro (250 ml) por hora para cada trabalhador.

37.13.3.1 A água potável deve estar de acordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela ANVISA
e pelo Ministério da Saúde.

37.13.3.2 A operadora da instalação deve fornecer água potável e fresca nos locais e frentes de trabalho
por meio de bebedouro, equipamentos similares ou recipientes portáteis limpos, hermeticamente fechados e
confeccionados em material apropriado que garanta as mesmas condições.

37.13.3.3 O laudo técnico, comprovando a potabilidade da água consumida a bordo, deve ser elaborado por
profissional legalmente habilitado e estar afixado em quadro de aviso próximo ao refeitório.

37.13.3.4 A responsabilidade técnica pelas análises físicas, químicas e biológicas da água potável fornecida
deve estar desvinculada da responsabilidade técnica pela realização dos serviços de seu tratamento, armaze-
namento e distribuição.

37.13.4É proibido o uso de copos, pratos, talheres e outros utensílios de forma compartilhada, sem a prévia
higienização, ou improvisados para consumir água ou alimentos.

37.13.4.1 A operadora da instalação pode utilizar materiais descartáveis para servir a água e alimentos, sen-
do vedado o fornecimento de alimentos em embalagens plásticas que serão aquecidas para o seu consumo.

37.13.5Os locais de armazenamento e transporte de água potável e as suas fontes devem ser:
a)protegidos contra qualquer contaminação;
b)colocados ao abrigo de intempéries;
c)submetidos a processo de higienização;
d)isentos de material plástico que contenham em sua composição produtos químicos tóxicos e outros con-
taminantes que possam causar danos à saúde do trabalhador; e
e)situados em local separado da água não potável.

37.13.6O aprovisionamento de víveres e de água potável a bordo deve ser suficiente e levar em conta o
número de trabalhadores e as possíveis situações de emergência.

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37.13.6.1 Os alimentos devem ser armazenados em local limpo e organizado, protegidos contra contamina-
ções, identificados e mantidos sobre paletes, estrados ou prateleiras, confeccionados em material resistente e
de fácil higienização, distantes do piso, respeitando- se o espaçamento mínimo necessário para garantir ade-
quada ventilação, limpeza e desinfecção do local.

37.13.6.1 .1As áreas de armazenamento de alimentos devem apresentar-se isentas de materiais estranhos
ao ambiente, estragados, tóxicos ou outros que possam contaminá-los.

37.13.6.1 .2É vedado o armazenamento de alimento em caixas de papel, que não as próprias embalagens,
e outros recipientes de difícil higienização.

37.13.6.1 .3É proibida a disposição de água potável em galões diretamente sobre o piso.

37.13.7O gerente da plataforma ou seu preposto deve realizar inspeções semanais para verificar:
a)a quantidade, a qualidade e a validade do aprovisionamento de víveres e de água potável;
b)o estado das instalações e equipamentos utilizados para armazenamento e manuseio de víveres e de
água potável;
c)as condições de higiene e funcionamento da cozinha e do refeitório, seus equipamentos e acessórios,
incluído o exaustor; e
d)a ausência de animais sinantrópicos.

37.13.7.1 Os resultados das inspeções devem ser:


a)consignados em relatório, datado e assinado pelo comissário ou responsável pela hotelaria e pelo gerente
da plataforma ou seu preposto; e
b)divulgados à força de trabalho mediante afixação em quadro de avisos, próximo à entrada do refeitório.

37.13.8A operadora da instalação deve proceder, no mínimo semestralmente, à desinsetização e à desrati-


zação, de acordo com os procedimentos estabelecidos pela ANVISA.
37.14 Climatização

37.14.1A plataforma habitada deve ser provida de sistema de climatização adequado para as áreas de
vivência e locais de trabalho que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, garantindo a saúde, a
segurança, o bem-estar e o conforto térmico.

37.14.1.1 O sistema de climatização deve ser mantido em funcionamento contínuo, provendo ambiente cli-
matizado com ar interno de boa qualidade, sempre que houver trabalhadores a bordo.

37.14.1.1 .1A qualidade do ar interior deve atender aos critérios estabelecidos pela ANVISA e Ministério da
Saúde.

37.14.1.1 .2Em caso de deficiência na qualidade do ar interno que exponha os trabalhadores a risco grave
e iminente, a operadora da instalação deve providenciar o imediato deslocamento da força de trabalho para um
local seguro e acionar o Plano de Resposta a Emergências - PRE, de acordo com o capítulo 37.28 desta NR,
com retorno somente após a normalização do sistema.

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37.14.1.1 .2.1O retorno dos trabalhadores às áreas contaminadas da plataforma depende da comprovação
da eliminação do agente nocivo, mediante avaliação e autorização formal do responsável técnico pelo Plano de
Manutenção, Operação e Controle - PMOC da plataforma.

37.14.2A avaliação do ar interior deve considerar e quantificar, também, os poluentes provenientes dos
agentes físicos, químicos e biológicos identificados no PGR que possam atingir a captação de ar do sistema de
climatização.

37.14.2.1 O método analítico e o padrão referencial da qualidade do ar interior devem obedecer ao estabe-
lecido nas legislações vigentes, nas normas técnicas nacionais e internacionais, nessa ordem.

37.14.2.2 Os resultados das avaliações, manutenções e correções realizadas devem estar disponíveis aos
trabalhadores e seus representantes.

37.14.3A climatização central ou individual dos camarotes, camarotes provisórios e módulos de acomoda-
ção temporária deve atender adicionalmente aos seguintes requisitos:
a)possuir controle individual da temperatura do ar-condicionado; (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90, de 18
de janeiro de 2022)
b)permitir o direcionamento do ar mediante aletas ajustáveis, instaladas nas grelhas de insuflação; e
c)produzir baixos níveis de ruído e vibração.

37.14.4Os aparelhos de ar-condicionado individuais devem ser submetidos, anualmente, a procedimentos


de limpeza e manutenção realizados por profissional qualificado, de modo a garantir as adequadas condições
de operação e controle.
37.15 Sinalização de segurança e saúde

37.15.1Para fins de atendimento à sinalização de segurança e saúde no trabalho, aplica-se a plataformas o


constante da NR-26 (Sinalização de Segurança), com as modificações previstas neste capítulo.

37.15.1.1 O código de cores utilizado deve estar disponível em quadros de aviso da plataforma.

37.15.1.2 A plataforma com trabalhadores estrangeiros a bordo deve possuir as sinalizações de segurança
e saúde no trabalho escritas também no idioma inglês.

37.15.2A sinalização de segurança contra incêndios e pânico deve obedecer à norma técnica ABNT NBR
16820 - Sistemas de sinalização de emergência – Projeto, requisitos e métodos de ensaios e alterações pos-
teriores.

37.15.3A utilização de cores na segurança do trabalho para identificar e advertir contra riscos deve atender
ao disposto na norma técnica ABNT NBR 7195 - Cores para segurança e alterações posteriores.

37.15.4O uso de cores na identificação de tubulações para a canalização de fluidos e material fragmentado
ou condutores elétricos deve atender ao estabelecido na norma técnica ABNT NBR 6493 - Emprego de cores
para identificação de tubulações industriais e alterações posteriores, observando-se ainda os subitens deste
item.

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37.15.4.1 As tubulações devem ser identificadas por pintura em toda a sua extensão ou por meio de faixas.

37.15.4.1 .1As faixas de identificação devem:


a)ser feitas mediante pintura ou fitas adesivas nas cores e largura descritas na ABNT NBR 6493 e altera-
ções posteriores;
b)contornar toda a circunferência da tubulação;
c)estar espaçadas de no máximo 15 (quinze) metros;
d)ser tal que torne possível a identificação da tubulação, sem que seja necessário ao observador percorrê-
-la; e
e)existir nos pontos de desconexão e inspeção, junto às válvulas e na proximidade de obstáculo atravessa-
do pela tubulação, como anteparas e conveses.

37.15.4.2 O sentido de escoamento do fluido deve ser feito por meio de setas indicativas, em cor contras-
tante com a cor do fundo, junto às válvulas, quando a tubulação for pintada em toda a sua extensão.

37.15.4.2 .1No caso de identificação das tubulações por faixas, as setas devem ser colocadas junto às
mesmas.

37.15.4.3 A identificação das tubulações destinadas à água ou espuma para combater incêndio deve ser
feita, obrigatoriamente, mediante pintura em toda a sua extensão.

37.15.4.4 A pressão máxima de operação da tubulação deve ser indicada junto aos pontos de amostragem
ou drenagem aberta, na unidade do sistema internacional.

37.15.5As fontes de radiação ionizante, os locais de armazenamento de material radioativo e os locais de


trabalho com exposição à radiação ionizante, industrial ou de ocorrência natural, devem ser sinalizados com o
símbolo internacional (trifólio) e o aviso suplementar, preconizado pela Agência Internacional de Energia Atômi-
ca - AIEA, conforme Anexo II desta NR.

37.15.6No refeitório, cozinha e locais de armazenamento e manipulação de víveres e água devem ser afi-
xados cartazes de orientação sobre a correta lavagem e antissepsia das mãos e demais hábitos de higiene,
em locais de fácil visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios utilizados exclusivamente pelos
manipuladores de alimentos.
37.16 Inspeções de segurança e saúde a bordo

37.16.1As plataformas devem ser inspecionadas mensalmente pela operadora da instalação com enfoque
na segurança e saúde no trabalho, considerando os riscos das atividades e as operações desenvolvidas a bor-
do, conforme cronograma anual, elaborado pelo SESMT e informado previamente à CIPLAT.

37.16.2As inspeções mensais de segurança e saúde planejadas com a participação do membro eleito, titu-
lar ou suplente, da CIPLAT devem ser coordenadas, realizadas e consignadas em relatório pelos profissionais
do SESMT lotados na plataforma.

37.16.2.1 Quando houver a participação de membro eleito, titular ou suplente, da CIPLAT na inspeção, esta
servirá para o atendimento da verificação dos ambientes e condições de trabalho pela CIPLAT, conforme pre-
visto na NR-05.

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37.16.3As inspeções devem ser documentadas mediante relatórios, com o seguinte conteúdo mínimo:
a)nome da plataforma, data e local inspecionado;
b)participantes e suas respectivas assinaturas;
c)pendências anteriores e situação atual;
d)registro das não conformidades que impliquem riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores;
e)recomendações; e
f)cronograma com a proposta de prazos e de responsáveis pela execução das recomendações.

37.16.3.1 O responsável legal pela plataforma deve tomar ciência do conteúdo do relatório de inspeção
de segurança e saúde a bordo, mediante assinatura ao final desse documento, aprovando o cronograma com
prazos e responsáveis pelo atendimento das recomendações.

37.16.3.2 Os relatórios das inspeções de segurança e saúde devem ser apresentados à CIPLAT durante a
reunião ordinária subsequente ao término de sua elaboração, sendo uma cópia anexada à ata.
37.17 Inspeções e manutenções

37.17.1A operadora da instalação deve definir e implantar planos de inspeções e manutenções dos equipa-
mentos, instrumentos, máquinas, sistemas e acessórios da plataforma, em conformidade com a NR-12 (Segu-
rança e Saúde no Trabalho em Máquinas e Equipamentos) e com o PGR, onde couber, tendo em consideração
as normas técnicas nacionais, as recomendações dos fabricantes ou fornecedores e as boas práticas de enge-
nharia aplicáveis.

37.17.1.1 A operadora da instalação deve priorizar a manutenção preventiva e preditiva dos elementos crí-
ticos de segurança ou que comprometam a segurança e saúde dos trabalhadores, para eliminar os efeitos das
causas básicas das possíveis não conformidades, falhas ou situações indesejáveis.

37.17.2O comissionamento e o descomissionamento associados à manutenção ou inspeção de equipa-


mentos, instrumentos, máquinas, sistemas e acessórios da plataforma devem ser precedidos de procedimento,
em conformidade com as orientações de segurança a partir de análise de riscos, e seguindo a sistemática de
liberação de trabalhos da operadora da instalação.

37.17.3Os planos de inspeções e manutenções devem conter, no mínimo, os seguintes itens:


a)listagem dos elementos da plataforma sujeitos às inspeções e manutenções;
b)tipos de intervenções a serem realizadas;
c)cronograma com o estabelecimento de prazos;
d)medidas de segurança a serem adotadas para cada um dos elementos e os respectivos equipamentos de
proteção coletiva e individual necessários, podendo estar na permissão de trabalho;
e)descrição das atividades a serem realizadas e os procedimentos de inspeções e manutenções; e
f)assinaturas dos responsáveis técnicos.

37.17.3.1 A operadora da instalação deve justificar e documentar a inobservância dos prazos definidos nos
planos de inspeções e manutenções.

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37.17.4A periodicidade das inspeções e manutenções, bem como da reavaliação dos respectivos planos,
deve considerar:
a)o previsto nas NR, nas normas técnicas nacionais ou, na ausência destas, nas normas internacionais;
b)as recomendações do fabricante ou fornecedor, especialmente quanto aos itens críticos à segurança e à
saúde dos trabalhadores;
c)a eficácia medida pelos indicadores de desempenho;
d)as medidas propostas nos relatórios de inspeções de segurança e saúde do trabalho;
e)as recomendações e pareceres contidos nos relatórios de inspeções e manutenções;
f)as sugestões decorrentes de investigações de incidentes do trabalho elaboradas pelo SESMT e CIPLAT;
g)as recomendações do plano de ação decorrentes das avaliações de riscos do PGR;
h)as condições ambientais e climáticas a bordo; e
i)as sugestões dos representantes dos empregados, caso sejam pertinentes.

37.17.5As inspeções, manutenções e outras intervenções devem ser executadas por trabalhadores com
treinamento apropriado, sob a supervisão de profissional qualificado a bordo, e coordenadas por profissional
legalmente habilitado que pode estar lotado em terra.

37.17.6É proibida a utilização e a operação de equipamentos, instrumentos, máquinas, acessórios ou qual-


quer outro sistema da plataforma sujeito à inspeção e manutenção, antes da correção das suas não conformi-
dades impeditivas, com a ciência formal do responsável legal pela plataforma.

37.17.7No caso de inspeções, manutenções, reparos e outras atividades que utilizem os Veículos Aéreos
Não Tripulados - VANT (drone), a operadora da instalação deve assegurar que os serviços sejam realizados
em conformidade com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial - RBAC-E, da Agência Nacional de
Aviação Civil - ANAC, as normas de operação estabelecidas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo
- DECEA e as exigências da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL.

37.17.7.1 Além do prescrito no item 37.17.7 desta NR, a operadora da instalação deve:
a)assegurar que o operador de drone participe da elaboração das análises de riscos e assine a PT para a
atividade de voos a bordo;
b)garantir que os drones utilizados em áreas classificadas obedeçam às condições previstas nas normas do
INMETRO para esses tipos de locais;
c)avaliar as operações simultâneas na plataforma antes da utilização do drone; e
d)elaborar mapa limitando a área permitida ao voo do drone, notadamente sobre as áreas com a possível
presença de trabalhadores.

37.17.8Permissão de Trabalho - PT

37.17.8.1 Os trabalhos de inspeção e manutenção a serem realizados nas áreas operacionais devem ser
executados mediante a emissão de PT.

37.17.8.1 .1É dispensada a emissão de PT para as atividades de manutenção e inspeção, desde que aten-
didos cumulativamente os seguintes requisitos:
a)não seja exigida a emissão da PT para essa atividade em outras normas regulamentadoras aplicáveis;

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b)a atividade executada seja rotineira;
c)a atividade seja precedida de análise de risco e procedimento operacional que dispense a emissão de PT;
e
d)a atividade seja autorizada ou executada pelo responsável pelo equipamento ou sistema e não cause
riscos adicionais, devendo ser analisada sua simultaneidade com outras atividades em curso na plataforma.

37.17.8.1 .1.1A operadora da instalação pode definir, por meio de análise de riscos, áreas em que a execu-
ção de trabalhos a quente ou a frio, desde que existam procedimentos específicos, sejam executadas sem a
necessidade da emissão de PT.

37.17.8.2 A PT consiste em documento contendo o conjunto de medidas de controle necessárias para que
o trabalho seja desenvolvido de forma segura, além de medidas de emergência e resgate, e deve:
a)ser emitida pelo responsável pela área, equipamento ou sistema em que será executada a atividade;
b)quando um equipamento ou sistema estiver em área de responsabilidade de outra equipe, tanto os res-
ponsáveis pelo equipamento quanto pela área devem assinar a PT e suas revalidações;
c)ser precedida de análise de risco, considerando a simultaneidade com outras atividades em execução na
unidade;
d)ser disponibilizada no local de execução das atividades, em meio físico ou digital;
e)conter os requisitos mínimos, em conformidade com as recomendações estabelecidas na análise de risco;
f)ser de conhecimento e ser assinada por todos os integrantes da equipe de trabalho, inclusive para novos
trabalhadores que venham a integrar essa equipe ao longo da atividade;
g)ter validade limitada à duração da atividade; e
h)ser encerrada, ao final do serviço ou etapa, pelos responsáveis por sua emissão e requisitante e arquiva-
da de forma a permitir sua rastreabilidade.

37.17.8.2 .1Caso a atividade para a qual foi emitida a PT tenha duração de mais de um turno de serviço,
esta poderá ser revalidada, desde que:
a)não ocorram mudanças nas condições estabelecidas na PT;
b)seja aprovada pelo novo responsável pela permissão a cada turno e pelo profissional segurança do tra-
balho; e
c)esteja em conformidade com a análise de simultaneidade para o novo período.

37.17.9A montagem, a desmontagem e a manutenção de andaimes devem atender aos requisitos estabe-
lecidos NR-34.
37.18 Procedimentos operacionais e organização do trabalho

37.18.1A operadora da instalação deve elaborar, documentar, implementar, divulgar, manter atualizado e
disponibilizar os procedimentos operacionais realizados na plataforma para todos os trabalhadores envolvidos.

37.18.1.1 Os procedimentos operacionais devem estar em conformidade com:


a)as especificações técnicas do projeto dos sistemas da plataforma; e
b)as instruções dos manuais de operação e de manutenção elaborados pelos fabricantes/fornecedores.

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37.18.2Os procedimentos operacionais devem conter instruções claras e específicas para a execução das
atividades com segurança, em cada uma das seguintes fases:
a) comissionamento;
c)pré-operação e partida;
d)operação;
e)parada, inclusive de emergência;
f)retorno à operação, incluindo após emergência; e
g)descomissionamento.

37.18.3Os procedimentos operacionais devem ser reavaliados, no mínimo, bienalmente e revisados quando
ocorrer uma das seguintes situações:
a)recomendações decorrentes de inspeção de segurança, avaliações dos riscos do PGR, análises de riscos
da instalação ou incidentes ocorridos na instalação;
b)modificações, ampliações ou reformas nos sistemas e equipamentos relacionados aos procedimentos;
c)alterações nas condições operacionais da plataforma, quando indicada pela gestão de mudança; ou
d)solicitações do SESMT.

37.18.4Quando houver revisão de procedimento operacional, os trabalhadores envolvidos, próprios ou ter-


ceirizados, devem passar por treinamento eventual conforme prevê a alínea “d” do item 37.9.6 desta NR.

37.18.5A operadora da instalação deve dimensionar o efetivo suficiente de trabalhadores para a realização
de todas as tarefas operacionais com segurança, analisando, no mínimo, os seguintes aspectos:
a)os diferentes níveis de capacitação técnica;
b)os postos de trabalho;
c)a organização do trabalho;
e)as turmas de embarque;
f)os horários e turnos de trabalho;
g)os treinamentos necessários; e
h)a definição de responsabilidades de supervisão e execução das atividades laborais.

37.18.5.1 Os parâmetros adotados pelo empregador, no dimensionamento do contingente mínimo a bordo,


devem ser documentados e arquivados na plataforma e assinados pelo profissional responsável, designado
pela empresa.

37.18.5.2 A organização do trabalho deve levar em consideração, no mínimo, os requisitos previstos na NR-
17 (Ergonomia).

37.18.5.3 Os trabalhadores devem ser capacitados nos processos de trabalho em que atuam.

37.18.5.3 .1A capacitação deve incluir procedimentos de segurança e saúde do processo de trabalho.

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37.19 Instalações elétricas

37.19.1Aplica-se à plataforma, quanto às instalações elétricas, o disposto neste capítulo e na NR-10 (Segu-
rança em Instalações e Serviços em Eletricidade).

37.19.1.1 Na omissão da NR-10, aplicam-se, nesta ordem, as normas técnicas nacionais, as normas técni-
cas internacionais ou o Código MODU, quando couber.

37.19.2Os trabalhadores estrangeiros autorizados também devem estar devidamente capacitados, qualifi-
cados ou legalmente habilitados para o exercício de suas funções, de acordo com o estabelecido pela NR-10.

37.19.2.1 O trabalhador estrangeiro é considerado capacitado após a sua formação e treinamento minis-
trados no exterior serem reconhecidos formalmente pelo profissional legalmente habilitado, autorizado pela
operadora da instalação.

37.19.3A plataforma com continuidade metálica está dispensada de comprovar as inspeções e medições de
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, desde que essa condição seja atestada por laudo técnico
elaborado por profissional legalmente habilitado.

37.19.4Os trabalhadores que executam serviços em instalações elétricas energizadas com alta tensão de-
vem estar capacitados segundo o Anexo III desta NR.
37.20 Movimentação e transporte de cargas

37.20.1As máquinas e equipamentos utilizados nos diversos serviços de movimentação e transporte de


carga a bordo devem obedecer aos preceitos descritos nesta NR, na NR-12, nas normas técnicas nacionais e
internacionais aplicáveis, nessa ordem.

37.20.2Projeto, manutenção e certificação dos equipamentos motorizados

37.20.2.1 Os equipamentos motorizados de movimentação e transporte de cargas devem ser projetados por
profissional legalmente habilitado.

37.20.2.1 .1Quando fabricados no exterior, os equipamentos devem atender aos requisitos técnicos previs-
tos em normas internacionais e ser devidamente certificados.

37.20.2.2 A manutenção dos equipamentos motorizados deve ser executada por profissionais qualificados,
sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado, e formalmente autorizados pela operadora da
instalação.

37.20.2.2 .1As empresas prestadoras de serviços técnicos de manutenção de equipamentos motorizados


devem ser registradas no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA.

37.20.2.3 A operadora da instalação deve elaborar o prontuário dos equipamentos motorizados, contendo,
no mínimo, as seguintes informações:
a)especificações técnicas;

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b)programas e registros de inspeções e manutenções;
c)certificações;
d)prazo para correção das não conformidades encontradas durante as inspeções e manutenções;
e)identificação e assinatura do responsável técnico indicado pela operadora da instalação para implementar
esse procedimento; e
f)cópia do manual de operação fornecido pelo fabricante ou fornecedor, em língua portuguesa.

37.20.2.3 .1Na indisponibilidade do manual de operação do equipamento, o mesmo deve ser reconstituído
por profissional legalmente habilitado.

37.20.2.4 A certificação dos equipamentos de movimentação de cargas e de seus acessórios deve obede-
cer aos seguintes critérios:
a)ser realizada por profissional legalmente habilitado, com registro no CREA;
b)conter registro do relatório de inspeção; e
c)atender à periodicidade especificada pelo profissional legalmente habilitado, a qual não deve ser maior do
que a recomendada pelo fabricante ou fornecedor.

37.20.2.5 O relatório de inspeção para certificação do equipamento deve ser elaborado por profissional
legalmente habilitado e conter:
a)critérios e normas técnicas utilizadas;
b)itens inspecionados;
c)não conformidades encontradas, descrevendo as impeditivas e as não impeditivas à operação do equipa-
mento;
d)medidas corretivas adotadas para as não conformidades impeditivas ao seu funcionamento;
e)prazo de correção para as irregularidades não impeditivas que não representem, isoladamente ou em
conjunto, perigo à segurança e à saúde dos trabalhadores;
f)data estabelecida para a próxima inspeção; e
g)parecer conclusivo quanto à operação do equipamento.

37.20.2.6 É vedada a certificação e a operação do equipamento sem a correção das não conformidades
impeditivas ao seu funcionamento.

37.20.2.7 O equipamento inoperante ou reprovado deve ter essa situação registrada em seu prontuário, e,
para voltar a operar, deve ser novamente certificado.

37.20.2.8 É vedada a utilização de equipamento de movimentação de carga com recomendações em atraso


sem a validação pelo profissional legalmente habilitado.

37.20.3Inspeção pré-operacional e operação de equipamento motorizado

37.20.3.1 Antes de iniciar qualquer operação, o equipamento deve ser inspecionado pelo seu operador, con-
forme orientação do responsável técnico (profissional legalmente habilitado) e recomendações do fabricante
ou fornecedor.

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37.20.3.1 .1Os resultados obtidos durante a inspeção devem ser registrados pelo operador em lista de ve-
rificação (checklist).

37.20.3.2 Os acessórios de movimentação de carga só podem ser utilizados em perfeito estado operacional.

37.20.3.3 O transporte e a movimentação eletromecânica de cargas devem ser realizados por trabalhador
capacitado e autorizado.

37.20.3.4 As áreas de carga ou descarga devem ser isoladas e sinalizadas durante a movimentação, sendo
nessa ocasião permitido somente o acesso ao pessoal envolvido na operação.

37.20.3.5 Os procedimentos operacionais dos equipamentos devem estar de acordo com as recomenda-
ções do fabricante ou fornecedor.

37.20.3.6 A operadora da instalação deve elaborar procedimento específico para a movimentação de subs-
tâncias perigosas, como ácidos, gases inflamáveis e tóxicos, explosivos, solventes e outras.

37.20.3.7 Ao término do seu turno, o operador do equipamento deve consignar, em livro próprio ou em meio
eletrônico, as anormalidades observadas em relação ao seu funcionamento.

37.20.3.7 .1O profissional legalmente habilitado deve avaliar e assinar as anormalidades registradas, ado-
tando as medidas que se fizerem necessárias, avaliando-as conjuntamente com o prazo de correção das ir-
regularidades não impeditivas constantes do último relatório de inspeção (subitem 37.20.2.5) que certificou o
equipamento.

37.20.4Operações com guindastes

37.20.4.1 As operações com guindastes eletromecânicos devem ser supervisionadas pelo responsável pela
movimentação ou supervisor de convés.

37.20.4.2 Toda operação de movimentação com guindaste deve ser orientada por sinaleiro e movimentada
pelo operador capacitado nesse equipamento.

37.20.4.2 .1O sinaleiro deve possuir o curso básico de segurança, com conteúdo programático descrito no
Anexo IV desta NR.

37.20.4.2 .2Ao guindasteiro, deve ser ministrado o curso básico (Anexo IV) e o curso complementar, confor-
me o Anexo V desta NR.

37.20.4.2 .3O sinaleiro ou o operador de guindaste, conforme o caso, devem passar por reciclagem de 8
(oito) horas, de acordo com o conteúdo programático estabelecido pela operadora da instalação, quando ocor-
rer uma das seguintes situações:
a)afastamento do operador dessa atividade por tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias;
b)necessidade de utilização de equipamento diferente daquele operado normalmente pelo operador; ou

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c)acidente grave ou fatal ocorrido a bordo relacionado à atividade de movimentação de carga ou transporte
de pessoas.

37.20.4.3 Antes de iniciar cada jornada, o responsável pela movimentação de carga ou o supervisor de
convés deve inspecionar se os acessórios a serem utilizados estão com as certificações dentro do prazo de
validade e em condições operacionais.

37.20.4.3 .1O resultado da inspeção deve ser anotado em lista de verificação (checklist), contemplando, no
mínimo, os seguintes itens:
a)moitões;
b)grampos;
c)ganchos com travas de segurança;
d)manilhas;
e)distorcedores;
f)cintas, estropos e correntes;
g)cabos de aço;
h)clipes ou eslingas (cabos de aço, soquetes e terminações);
i)pinos de conexões, parafusos, travas e demais dispositivos;
j)roldanas da ponta da lança e do moitão;
k)olhais;
l)grampo de içamento; e
m)balanças.

37.20.4.3 .2Nova inspeção deve ser realizada sempre que houver a inclusão ou substituição de qualquer
acessório.

37.20.4.4 Antes de iniciar cada jornada de trabalho, o operador do guindaste deve inspecionar e registrar em
lista de verificação (checklist) as condições operacionais e de segurança, tais como:
a)freios;
b)embreagens;
c)controles;
d)mecanismos da lança;
e)anemômetro;
f)mecanismo de deslocamento;
g)dispositivos de segurança de peso e curso;
h)níveis de lubrificantes, combustível e fluido refrigerante;
i)instrumentos de controle no painel;
j)sinais sonoro e luminoso;
k)eletroímã;
l)limpador de para-brisa;
m)vazamentos de fluidos e combustível; e

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196
n)ruídos e vibrações anormais.

37.20.4.5 A movimentação aérea de carga deve ser orientada por sinaleiro, situado sempre no raio de visão
do operador.

37.20.4.5 .1Na impossibilidade da visualização do sinaleiro pelo operador do guindaste, deve ser emprega-
da comunicação via rádio, sinaleiro intermediário ou ambos.

37.20.4.5 .1.1Em plataformas desabitadas, deve ser prevista a obrigatoriedade do sinaleiro no procedimen-
to de operações com movimentação eventual de cargas, mediante elaboração de análise de risco da operação.

37.20.4.6 O sinaleiro deve usar identificação de fácil visualização, tanto no período diurno quanto no notur-
no, que o diferencie dos demais trabalhadores da área de operação do equipamento de guindar.

37.20.4.7 O operador do guindaste deve atender às indicações dos sinaleiros.

37.20.4.7 .1Excepcionalmente, o operador deve atender à sinalização de parada de emergência indicada


por outros trabalhadores.

37.20.4.8 É proibida a utilização de cabos de fibras naturais na movimentação de cargas, exceto quando
utilizados como cabo guia.

37.20.4.9 O guindaste deve dispor de dispositivo automático, com alarme sonoro, para alertar sobre a ve-
locidade do vento.

37.20.4.10 É proibida a movimentação de cargas com guindaste nos seguintes casos:


a)iluminação deficiente;
b)condições climáticas adversas ou outras desfavoráveis que exponham os trabalhadores a riscos; e
c)inobservância das limitações do equipamento, conforme manual do fabricante ou fornecedor.

37.20.4.10 .1Além das limitações estabelecidas no subitem 37.20.4.10, a operadora da instalação deve
cumprir o disposto na Tabela 1 para efetuar a movimentação de carga.
Tabela 1 - Condições para operação do guindaste em função da velocidade do vento
Velocidade do vento Condições para operação do equipamento de guindar

0 a 38 km/h - Permitidas todas as operações de movimentação de cargas.

39 a 49 km/h -Acionamento de alarme sonoro a partir de 39 km/h;


-Operações ordinárias de movimentação de cargas devem ser interrompidas; e
-Permitidas apenas as operações assistidas, inclusive
entre a plataforma e embarcações, com observação contínua das condições climáticas.

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50 a 61 km/h - Permitidas apenas as operações assistidas e realizadas somente dentro da própria platafor-
ma, com observação contínua das condições climáticas.
Acima de 61 km/h
- Todas as operações devem ser interrompidas.

37.20.4.11 Para movimentar cargas com o equipamento de guindar, deve-se:


a)proibir ferramentas ou qualquer objeto solto sobre a carga;
b)garantir que a carga esteja distribuída uniformemente entre os ramais da lingada, estabilizada e amarrada;
c)certificar-se de que o peso seja compatível com a capacidade do equipamento;
d)garantir que o gancho do equipamento de guindar esteja perpendicular à peça a ser içada, verificando a
posição do centro de gravidade da carga;
e)utilizar cabo guia ou haste rígida, quando aplicável, confeccionados com material não condutor de eletri-
cidade, para posicionar a carga;
f)assegurar que os dispositivos e acessórios de movimentação de carga tenham identificação de carga má-
xima, de forma indelével e de fácil visualização;
g)utilizar somente ganchos dos moitões com trava de segurança;
h)garantir que os cilindros de gases somente sejam transportados na posição vertical e dentro de dispositi-
vos apropriados;
i)assegurar que bombonas e tambores, quando movimentados em conjunto, estejam contidos em dispositi-
vos adequados ao transporte;
j)proibir que sejam jogados e arrastados os acessórios de movimentação de cargas;
k)impedir que as cintas e cabos de aço entrem em contato direto com as arestas das peças durante o trans-
porte;
l)proibir a movimentação simultânea de cargas com o mesmo equipamento;
m)proibir a interrupção da movimentação que mantenha a carga suspensa, exceto em situação emergencial;
n)manter os controles na posição neutra, freios aplicados, travamento acionado e desenergizado, ao inter-
romper ou concluir a operação; e
o)garantir que a área de movimentação de carga esteja sinalizada e isolada.

37.20.4.12 A cabine de operação do guindaste deve dispor de:


a)posto de trabalho e condições ambientais segundo a NR-17;
b)proteção contra insolação excessiva e intempéries;
c)piso antiderrapante, limpo e isento de materiais;
d)tabela de cargas máximas em todas as condições de uso, escrita em língua portuguesa e inglesa, afixada
no interior da cabine e de fácil compreensão e visualização pelo operador;
e)painel de controle do equipamento em adequado estado de funcionamento e na condição pronto para
operar;
f)escada em condições adequadas de segurança para permitir o acesso e escape; e
g)cópia da Tabela 1 desta NR.

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198
37.21 Armazenamento de substâncias perigosas

37.21.1A localização do compartimento e os locais utilizados para o armazenamento interno de substâncias


perigosas na plataforma devem primar pela segurança e a saúde dos trabalhadores a bordo, bem como obede-
cer aos preceitos citados nesta NR, nas normas da Autoridade Marítima e da International Maritime Dangerous
Goods Code - IMDG Code.

37.21.1.1 É proibido armazenar substâncias perigosas em locais que não satisfaçam ao prescrito no item
37.21.1 desta NR, mesmo que temporariamente.

37.21.2Os compartimentos para armazenamento de substâncias perigosas devem:


a)acessar diretamente a área aberta da plataforma;
b)ser de uso exclusivo ao fim a que se destinam; e
c)estar situados a uma distância segura das áreas de vivência (inclusive módulos de acomodação temporá-
ria), sala de controle, laboratórios, rotas de fuga, chamas, faíscas e calor.

37.21.3Os produtos químicos armazenados devem ser distribuídos e separados em função da sua nature-
za, sendo as substâncias incompatíveis devidamente segregadas.

37.21.4O compartimento de armazenamento interno dos combustíveis e inflamáveis deve possuir:


a)anteparas, tetos e pisos construídos em material resistente ao fogo, sendo que os pisos não podem pro-
vocar centelha por atrito de sapatos ou ferramentas;
b)dispositivo para impedir a formação de eletricidade estática;
c)equipamentos e materiais elétricos apropriados à classificação de área, conforme descrito na NR-10;
d)ventilação e exaustão eficazes, quando requerido;
e)sistema de tratamento ou eliminação segura dos gases tóxicos ou inflamáveis;
f)sistema de combate a incêndio com extintores apropriados, próximos à porta de acesso;
g)detecção automática de fogo, instalada no interior do compartimento, e alarme, na sala de controle;
h)portas com mecanismo de fechamento automático, quando necessário;
i)ambiente seco e isento de substâncias corrosivas;
j)luz de emergência;
k)vias e portas de acesso sinalizadas de forma legível e visível com os dizeres “INFLAMÁVEL” e “NÃO
FUME”; e
l)conjunto adequado para a contenção de vazamentos.

37.21.4.1 O compartimento deve ser de fácil limpeza e possuir área de contenção adequada, que permita o
seu recolhimento, ou sistema de drenagem, que possibilite o escoamento e armazenamento em local seguro,
no caso de vazamento de líquidos combustíveis ou inflamáveis.

37.21.4.2 Os armários, prateleiras ou estantes empregados para armazenar os combustíveis e inflamáveis


devem ser construídos de material metálico.

37.21.5O local utilizado para armazenar gás inflamável em área aberta da plataforma deve:

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199
a)se comunicar apenas com o convés aberto;
b)ser seguro, arejado, segregado e sinalizado;
c)permitir a fixação do cilindro;
d)prover a proteção dos cilindros contra impactos e intempéries; e
e)estar afastado de fontes ignição e agentes corrosivos.

37.21.6Os cilindros de gases devem ser:


a)estocados com as válvulas fechadas e protegidas por capacete rosqueado;
b)fixados na posição vertical;
c)segregados por tipo de produto;
d)separados os cheios dos recipientes vazios ou parcialmente utilizados; e
e)sinalizados.

37.21.6.1 Os cilindros de gases e os recipientes de substâncias perigosas considerados nominalmente va-


zios devem ser armazenados de acordo com os requisitos do item 37.21.6, até serem desembarcados.

37.21.7As válvulas, tubulações, mangotes e acessórios empregados nos cilindros contendo gases devem
ser de material resistente à pressão, impacto e corrosão e compatível com o fluido.

37.21.8Os cilindros, válvulas, tubulações, mangotes e seus acessórios devem ser inspecionados periodica-
mente, devendo os resultados ser consignados em relatórios e arquivados a bordo.

37.21.9É proibida a permanência de cilindros contendo gases inflamáveis na cozinha, refeitório ou adjacên-
cias interiores.

37.21.10A operadora da instalação deve manter disponível aos trabalhadores e seus representantes a rela-
ção atualizada das substâncias perigosas presentes a bordo e as suas respectivas FISPQ.

37.21.11As FISPQ devem ser mantidas também no compartimento onde as substâncias perigosas se en-
contram, de forma organizada e de fácil acesso.
37.22 Caldeiras, vasos de pressão e tubulações

37.22.1Aplicam-se às caldeiras, aos vasos de pressão e às tubulações das plataformas as disposições


deste capítulo e o que dispõe a NR-13 (Caldeiras, Vasos de Pressão, Tubulações e Tanques Metálicos de Ar-
mazenamento).

37.22.1.1 Os vasos originariamente transportáveis, que estejam permanentemente solidários às instalações


da plataforma e que não sofram qualquer tipo de movimentação durante a operação, devem atender às dispo-
sições contidas na NR-13.

37.22.1.2 Aos vasos de pressão destinados exclusivamente aos sistemas navais e de propulsão de embar-
cações convertidas em plataformas, não se aplica a NR-13, desde que:

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a)essas embarcações possuam certificado de classe atualizado emitido por sociedades classificadoras re-
conhecidas pela Autoridade Marítima; e
b)os vasos sob pressão de que trata o caput não estejam integrados ou interligados à planta de processo
da plataforma.

37.22.2Para caldeira instalada em ambiente fechado, não são aplicáveis as seguintes exigências do subi-
tem 13.4.2.4 da NR-13:
a)prédio separado para a casa de caldeiras ou praça de máquinas;
b)ventilação permanente que não possa ser bloqueada; e
c)proibição da utilização de casa de caldeiras ou praça de máquinas para outras finalidades.

37.22.3Para os vasos de pressão instalados em ambiente fechado, não é aplicável a exigência de ventila-
ção permanente, com entradas de ar que não possam ser bloqueadas.

37.22.4É considerado trabalhador capacitado como operador de caldeira ou de unidade de processo o es-
trangeiro que possuir treinamento e estágio ou treinamento e experiência maior que 2 (dois) anos, realizados
no exterior ou no Brasil.

37.22.4.1 A capacitação deve ser reconhecida formalmente pelo profissional legalmente habilitado e desig-
nado pela operadora da instalação como responsável técnico pela(s) caldeira(s) ou unidade(s) de processo(s).

37.22.4.2 O profissional legalmente habilitado deve fundamentar as razões que levaram a reconhecer a
capacitação do operador estrangeiro de caldeira ou de unidade de processo, emitindo o respectivo certificado.

37.22.5A operadora da instalação deve manter a bordo documentos que comprovem treinamento, estágio
e reciclagem dos operadores de caldeira e dos profissionais com treinamento de segurança na operação de
unidades de processo.

37.22.6A inspeção de segurança inicial do vaso de pressão deve ser realizada com o mesmo interligado, de
modo definitivo, à unidade de processo na plataforma, conforme estabelecido no projeto.

37.22.6.1 A inspeção de segurança inicial deve ser realizada sob responsabilidade de profissional legalmen-
te habilitado designado como responsável técnico.

37.22.6.2 No caso de plataforma cuja unidade de processo seja construída por módulos interligáveis, a ins-
peção inicial poderá ser feita com o vaso de pressão conectado ao módulo, antes de esse conjunto ser içado e
interligado aos demais módulos de maneira definitiva.

37.22.6.2 .1Nessa situação, o prazo máximo para interligação definitiva dos módulos que contenham os
vasos de pressão é de um ano.

37.22.6.2 .2Caso as inspeções iniciais de segurança referidas no subitem 37.22.6.2 sejam acompanhadas
formalmente por profissional legalmente habilitado e empregado da operadora da instalação, o prazo máximo
para interligação definitiva dos módulos que contenham os vasos de pressão poderá ser de até 2 (dois) anos.

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37.22.6.2 .3Se os prazos dos subitens 37.22.6.2.1 e 37.22.6.2.2 forem excedidos, as inspeções iniciais de
segurança dos vasos de pressão devem ser refeitas.

37.22.6.2 .3.1Caso a reinspeção seja executada no local definitivo, conforme item 37.22.6, fica dispensado
o atendimento aos subitens 37.22.6.2.4 e 37.22.6.2.5.

37.22.6.2 .4O içamento dos módulos referido no subitem 37.22.6.2 deve ser acompanhado por profissional
legalmente habilitado, formalmente designado pela operadora da instalação como responsável técnico, com a
finalidade de atestar a integridade física dos vasos de pressão e de seus acessórios, ao serem instalados de
forma definitiva na unidade de processo da plataforma.

37.22.6.2 .4.1Após o içamento, a operadora da instalação deve proceder à inspeção externa dos vasos de
pressão e tubulações contidos no respectivo módulo.

37.22.6.2 .5Após a interligação dos módulos, devem ser realizados testes de estanqueidade nos seus vasos
de pressão e tubulações, segundo critério estabelecido nas normas técnicas vigentes.
37.23 Sistema de detecção e alarme de incêndio e gases

37.23.1A plataforma deve possuir sistemas de detecções e de alarmes para monitorar, continuamente, a
possibilidade de perda de contenção de materiais tóxicos, inflamáveis e incêndio, utilizando metodologia es-
pecífica para esses sistemas, com projeto que atenda aos itens desta norma e normas técnicas nacionais e
internacionais.

37.23.1.1 Nas plataformas de produção, os sistemas fixos de detecções e de alarmes devem ter interface
com os outros sistemas de segurança, como os de combate a incêndio, de parada de emergência (shut down)
e despressurizações (blow down) da unidade e outras situações de riscos, permitindo atuações conforme pre-
visto nas suas respectivas lógicas.

37.23.1.2 Nas plataformas de perfuração, os sistemas fixos de detecções e de alarmes devem ter interface
com os outros sistemas de segurança, como os de combate a incêndio, de detecção de influxo (kick), de siste-
ma de desconexão de emergência, de parada de emergência (shut down) e despressurização (blow down) e
outras situações de riscos, permitindo também atuações conforme previsto nas suas lógicas.

37.23.1.3 Nas plataformas capazes de produzir, perfurar e realizar intervenções em poços, a operadora da
instalação deve cumprir os subitens 37.23.1.1 e 37.23.1.2.

37.23.2Os detectores e alarmes fixos devem ser instalados de acordo com o dimensionamento de projeto e
suas atualizações, inclusive nas instalações temporárias.

37.23.3As botoeiras de acionamento do alarme de incêndio devem ser do tipo “Quebre o vidro e aperte o
botão” ou sistema similar, ambos sinalizados na cor vermelha.

37.23.3.1 As botoeiras situadas nos corredores devem ser facilmente acessíveis e posicionadas de modo
que a distância a ser percorrida pelo trabalhador, para o seu acionamento, seja de no máximo 30 (trinta) metros,
com sinalização a cada 15 (quinze) metros ou desvio.

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202
37.23.4O projeto deve levar em conta o estudo de dispersão de gases e vapores tóxicos ou inflamáveis no
meio ambiente laboral, para a seleção do tipo, quantidade, distribuição e sensibilidade dos detectores.

37.23.4.1 Em caso da ausência de estudo de dispersão de gases, a operadora da instalação deve adotar a
quantidade e o posicionamento de detectores e alarmes previstos em norma técnica nacional ou internacional.

37.23.5Os detectores fixos devem ser identificados individualmente e interligados ao sistema de alarmes da
sala de controle da plataforma.

37.23.6Os sistemas de alarme e comunicação com o pessoal de bordo devem ser capazes de emitir sinais
sonoros e visuais perceptíveis e inconfundíveis, bem como veicular mensagens audíveis em todos os locais da
plataforma destinados à ocupação humana.

37.23.6.1 Nas áreas em que o nível de ruído contínuo ou intermitente estiver acima de 90 dB (A), devem ser
instalados também sinais luminosos.

37.23.7O ajuste do alarme (set point) deve considerar, quando aplicável, os seguintes aspectos:
a)a toxidez dos materiais presentes;
b)os limites inferior e superior de explosividade dos materiais inflamáveis;
c)o tempo máximo requerido para a resposta do detector;
d)as ações a serem tomadas após soar o alarme; e
e)o tempo necessário para evacuar os trabalhadores do ambiente contaminado ou em chamas.

37.23.7.1 Para os detectores fixos dedicados a pontos de emanação contínua ou intermitente de gases
tóxicos, o primeiro nível de alarme deve ser ajustado para os limites de exposição estabelecidos pelas normas
brasileiras ou internacionais.

37.23.8Após instalação e comissionamento, os detectores e alarmes devem ser testados periodicamente


por profissional capacitado, conforme instruções do fabricante ou fornecedor, devendo os resultados ser con-
signados em relatório.

37.23.8.1 Os detectores fixos devem ser mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento de
acordo com as determinações do fabricante e normas técnicas nacionais e internacionais.

37.23.9Os detectores e os alarmes fixos devem ser energizáveis pelo sistema elétrico de emergência da
plataforma, conforme NORMAM-01/DPC.

37.23.10Somente é permitido desativar, contornar (bypass), mudar o nível de ação (set point) ou utilizar
qualquer meio que impeça o correto funcionamento dos detectores ou alarmes, mediante:
a)a autorização de gestor designado pelo empregador;
b)o procedimento ou planejamento específico; e
c)a implementação das recomendações contempladas pelas análises de riscos.

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37.23.11Ao menos dois instrumentos portáteis devem estar disponíveis a bordo para detecção de CH4,
H2S, O2, CO e Compostos Orgânicos Voláteis - COV.

37.23.12Os detectores portáteis devem ser calibrados, aprovados e certificados por laboratório acreditado
pelo INMETRO.

37.23.12.1 O auto zero (ou ajuste de ar limpo), o teste de resposta (bump test ou function check) e o ajuste
dos detectores fixos e portáteis podem ser realizados por trabalhador capacitado ou qualificado para esse fim.

37.23.13Na captação do ar do sistema de climatização, devem ser instalados detectores, em redundância,


conforme indicado em estudo de riscos.

37.23.13.1 Os detectores de gases devem estar associados aos dispositivos de intertravamento para con-
trolar ventiladores, exaustores e dampers, cujo tempo máximo de resposta assegure condições ambientais
internas do compartimento adequadas à saúde humana.

37.23.13.2 O sistema de exaustão do ar climatizado do casario, salas de controle e laboratórios deve ser
dotado de dampers de fechamento automático, quando o ar for destinado para as áreas classificadas.

37.23.14Nos locais onde são preparados, armazenados ou tratados os fluidos de perfuração, completação,
estimulação e restauração de poços de petróleo, com características combustíveis ou inflamáveis, devem ser
instalados detectores para alertar a formação de atmosferas explosivas ou tóxicas.

37.23.15A sala de baterias deve possuir sistema de detecção e alarme de hidrogênio (H2), considerando na
sua localização a influência do sistema de exaustão e insuflação do ar no compartimento.

37.23.15.1 O funcionamento adequado do sistema de exaustão da sala de baterias deve ser sinalizado na
sala de controle da plataforma.
37.24 Prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões

37.24.1A operadora da instalação deve continuamente implementar medidas, desde a fase de projeto, para
prevenir e controlar vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões.

37.24.1.1 As medidas devem contemplar os meios necessários para minimizar a ocorrência e mitigar as
suas consequências, em caso de falhas nos sistemas de prevenção e controle.

37.24.1.2 Para as emissões fugitivas, o projeto original da plataforma e suas alterações, modificações nas
condições de processo, manutenção e reparo devem incluir procedimentos para minimizar os riscos de acordo
com a viabilidade técnica, após a identificação das suas fontes.

37.24.2Um representante eleito da CIPLAT ou, na sua falta, o nomeado de cada organização que atue no
processo a ser analisado deve ser consultado pela operadora da instalação durante a elaboração das medidas
específicas e suas revisões para prevenir e controlar vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões.

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204
37.24.3As medidas de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões devem
ser revisadas, após as análises críticas das medidas adotadas em decorrência desses eventos ou quando
ocorrer:
a)recomendação decorrente de inspeção de segurança, das avaliações de riscos do PGR ou das análises
de riscos das instalações;
b)recomendações decorrentes das análises de incidentes ocorridos na instalação, ou mesmo fora dela, que
possam ter afetado as condições normais de operação da plataforma;
c)casos de abrangência decorrentes de incidentes ocorridos nas suas próprias plataformas ou divulgados
pela ANP, cuja avaliação deve ser realizada pela operadora da instalação;
d)solicitação do SESMT;
e)solicitação da CIPLAT, mediante avaliação técnica do SESMT; e
f)notificação da inspeção do trabalho.

37.24.4Os tanques, vasos e equipamentos e outros componentes da plataforma que armazenam líquidos
combustíveis e inflamáveis devem possuir sistemas de contenção de vazamentos ou derramamentos, como
diques, bandejas ou similares, dimensionados e construídos de acordo com as normas técnicas nacionais ou,
na sua ausência, com as normas internacionais.

37.24.4.1 No caso de bacias de contenção, é vedado o armazenamento de materiais, recipientes e similares


em seu interior, exceto durante as atividades de manutenção, reparo, ampliação, inspeção, descomissionamen-
to e desmonte do equipamento protegido pelas referidas bacias.

37.24.4.2 Os tanques de carga ou aqueles incorporados à estrutura da plataforma estão desobrigados de


atenderem ao item 37.24.4 desta NR.

37.24.5Os sistemas utilizados para preparar, armazenar ou tratar os fluidos de perfuração, completação,
estimulação e restauração de poços de petróleo, com características combustíveis ou inflamáveis, devem ser
dotados de equipamentos e instrumentos de medida e controle para impedir a formação de atmosferas explo-
sivas, obedecendo a seguinte hierarquia:
a)prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no meio ambiente de trabalho;
b)reduzir a concentração desses agentes no ambiente de trabalho; e
c)eliminar o risco de incêndio e explosão.

37.24.6Em áreas sujeitas à existência ou à formação de atmosferas explosivas ou misturas inflamáveis, a


operadora da instalação é responsável por implementar medidas específicas para controlar as fontes de igni-
ção.

37.24.7Os equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação e de telecomunicações instalados


em áreas classificadas devem atender aos requisitos legais vigentes de certificação, sendo que os respectivos
serviços de projeto, seleção, instalação, inspeção, manutenção e recuperação devem estar de acordo com a
NR-10 e partes aplicáveis da norma técnica ABNT NBR IEC 60079 – Atmosferas explosivas e alterações pos-
teriores.

37.24.8Os equipamentos mecânicos instalados em áreas classificadas devem ser avaliados de acordo com
os requisitos especificados na norma técnica ABNT NBR ISO 80079-36 - Atmosferas explosivas - Parte 36:
Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Métodos e requisitos básicos, ou ABNT NBR ISO

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80079-37 - Atmosferas explosivas - Parte 37: Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Tipos
de proteção não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de ignição de fontes “b” e imersão em líquido “k”
e alterações posteriores.

37.24.9A operadora da instalação deve assinalar e classificar nas plantas da plataforma as áreas, externas
e internas, sujeitas à existência ou a formação de atmosferas contendo misturas inflamáveis ou explosivas, de
acordo com a norma ABNT NBR IEC 60079 e alterações posteriores.

37.24.9.1 As áreas classificadas devem possuir sinalização de segurança, visível e legível, indicando a proi-
bição da presença de fontes de ignição.

37.24.10Os serviços envolvendo o uso de equipamentos, instrumentos, ferramentas e demais serviços


que possam gerar chamas, fagulhas, calor ou centelhas, nas áreas sujeitas à existência ou à formação de at-
mosferas explosivas ou misturas inflamáveis, devem obedecer aos requisitos da NR-34, exceto em relação à
permissão de trabalho prevista no capítulo 37.17 desta NR.

37.24.11Em plataformas semissubmersíveis do tipo coluna estabilizada, não devem ser instalados, no inte-
rior de colunas ou submarinos (pontoons), tanques ou vasos interligados, direta ou indiretamente, à unidade de
processamento de petróleo ou gás.

37.24.12A operadora da instalação deve assegurar que a concentração de oxigênio, na mistura gasosa
gerada pela queima, seja inferior ou igual a 5% (v/v), e, no interior dos tanques de carga, inferior ou igual a 8%
(v/v).
37.25 Proteção e combate a incêndios

37.25.1Aplicam-se às plataformas o disposto neste capítulo, no Capítulo 9 da NORMAM- 01/DPC e na nor-


ma técnica ISO 13702 - Petroleum and natural gas industries — Control and mitigation of fires and explosions on
offshore production installations — Requirements and guidelines, e suas alterações posteriores, nessa ordem.

37.25.2A proteção contra incêndios nas plataformas deve ser desenvolvida por meio de uma abordagem
estruturada, considerar os riscos existentes para os trabalhadores e ter os seguintes objetivos:
a)reduzir a possibilidade de ocorrência de incêndio;
b)detectar e alarmar a ocorrência de incêndio na zona de origem;
c)limitar a possibilidade de propagação de incêndio;
d)proteger a atuação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de resposta a emergências;
e)controlar e, quando for seguro, extinguir focos de incêndio; e
f)salvaguardar a segurança e a saúde dos trabalhadores durante o abandono da plataforma.

37.25.3O sistema de proteção contra incêndio deve ser composto, no mínimo, pelos seguintes requisitos:
a)instrumentos de detecção e alarmes da presença de gases, fumaça e chama;
b)controle e parada do processo de produção ou perfuração;
c)fonte de energia elétrica autônoma de emergência;
d)equipamentos suficientes para combater incêndios em seu início, conforme prescreve a NORMAM-01/
DPC;

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e)trabalhadores treinados no uso correto dos equipamentos supracitados, conforme estabelecido na NOR-
MAM-01/DPC;
f)Equipamentos de Proteção Individual - EPI adequados para combater o fogo e com Certificados de Apro-
vação - CA; e
g)rotas de fuga, saídas de emergência e iluminação de emergência para a rápida retirada do pessoal a bor-
do, em caso de incêndio ou explosão.

37.25.4Dispositivos de controle e parada de emergência

37.25.4.1 Na plataforma devem existir sistemas automáticos que paralisem o processo, isolem parte dele,
despressurizem a unidade ou limitem o escalonamento de situações anormais.

37.25.4.2 A partir das análises de riscos das instalações e avaliações de riscos do PGR, a operadora da
instalação deve elaborar procedimentos operacionais para o sistema de parada da plataforma, em função do
local e tipo de emergência.

37.25.4.3 A plataforma deve possuir sistema de acionamento remoto a bordo para comandar a parada de
emergência de equipamentos e sistemas que possam propagar ou alimentar o incêndio com material combus-
tível ou inflamável.

37.25.4.4 A plataforma deve possuir controle das admissões e descargas do ar e do funcionamento da


ventilação das estações de controle, das áreas de vivência e dos compartimentos de serviço, de carga e de
máquinas.

37.25.4.4 .1Os meios de fechamento dos dutos e de controle dos ventiladores devem:
a)ficar protegidos do fogo;
b)ser facilmente acessíveis;
c)ser localizados fora dos compartimentos que estão sendo ventilados;
d)estar identificados de forma visível e legível;
e)indicar se os dutos estão abertos ou fechados; e
f)mostrar se os ventiladores estão ligados ou desligados.

37.25.5A operadora da instalação deve realizar exercícios de combate a incêndio e treinamento específico
para a brigada de incêndio dentro da periodicidade e com conteúdo determinados pela Autoridade Marítima
(NORMAM-01/DPC).

37.25.6Sistemas fixos de combate a incêndio

37.25.6.1 As plataformas devem ser dotadas de sistemas de combate a incêndio, com água pressurizada,
que assegure a resposta à emergência em tempo suficiente para preservar a segurança dos trabalhadores.

37.25.6.1 .1As especificações das bombas, redes, tomadas de incêndio, mangueiras e demais acessórios
devem atender ao disposto na NORMAM-01/DPC.

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37.25.6.1 .2Os hidrantes devem ser facilmente visíveis e acessíveis.

37.25.6.1 .3Os abrigos das mangueiras e demais acessórios não podem estar trancados à chave.

37.25.6.1 .4Os hidrantes e as redes de alimentação devem ser inspecionados mensalmente e os resultados
consignados em relatório.

37.25.6.1 .5O suprimento de água para a rede de combate a incêndio deve ser provido por, pelo menos,
dois conjuntos motobombas capazes de serem acionadas independentemente do sistema elétrico principal da
plataforma, mediante motor a combustão ou sistema elétrico de emergência.

37.25.6.1 .5.1A plataforma deve ter conjunto motobomba de combate a incêndio pronto para operar, com
capacidade plena para o cenário de maior demanda.

37.25.6.1 .5.2Caso haja ampliação ou modificações que alterem o cenário de maior demanda, a operadora
da instalação deve reavaliar e redimensionar o sistema de combate a incêndio, quando aplicável.

37.25.6.1 .5.3No período de manutenção do conjunto motobomba que se encontra em reserva, a operadora
da instalação deve adotar medidas de contingenciamento baseadas nas análises de riscos das instalações e
nas avaliações de riscos do PGR, garantindo o nível de confiabilidade do sistema de combate a incêndio exigi-
do em normas técnicas nacionais ou internacionais, nessa sequência.

37.25.6.1 .6As bombas de combate a incêndio devem ser testadas, anualmente, quanto ao seu desempe-
nho, mediante a elaboração das suas curvas características (altura manométrica total versus vazão), utilizando
instrumentos para medir a vazão, a pressão e a rotação.

37.25.6.1 .6.1Os instrumentos citados no subitem 37.25.6.1.6 devem possuir certificados de calibração vá-
lidos, segundo procedimento do INMETRO.

37.25.6.1 .6.2A eficiência da bomba testada deve corresponder àquela requerida pelo projeto, atendendo
aos cenários de incêndio estabelecidos pelos estudos de riscos, em conformidade com o Capítulo 4 da NOR-
MAM-01/DPC e requisitos estabelecidos pelas normas NFPA 20 - Standard for the Installation of Stationary
Pumps for Fire Protection e NFPA 25 - Standard for the Inspection, Testing, and Maintenance of Water-Based
Fire Protection Systems.

37.25.6.2 A plataforma deve ser dotada de sistemas fixos de extinção de incêndio eficazes, de acordo com
as classes de fogo possíveis e o potencial de incêndio na área a ser protegida.

37.25.6.2 .1As tubulações e acessórios usados no sistema de borrifo de água pressurizada devem estar
íntegros, atendendo ao projeto de combate a incêndio.

37.25.6.3 A operadora de plataforma desabitada pode utilizar sistema alternativo de proteção contra incên-
dio para garantir a segurança dos trabalhadores, baseado em análises de riscos da instalação, na avaliação de
riscos do PGR e em normas técnicas nacionais ou internacionais.

37.25.7Extintores de incêndio portáteis

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37.25.7.1 A plataforma deve ser provida de extintores para permitir o combate a incêndio em sua fase inicial.

37.25.7.2 O número, distribuição, tipo e carga dos extintores devem estar relacionados com a sua capacida-
de extintora, as classes de fogo possíveis a bordo e o potencial de incêndio na área a ser protegida, conforme
a NORMAM-01/DPC, ou, na sua omissão, as normas técnicas nacionais.

37.25.7.2 .1O extintor de incêndio sobre rodas só é contabilizado na capacidade extintora quando o seu
agente puder atingir a área a ser protegida.

37.25.7.3 Os extintores de incêndio devem ser certificados pelo INMETRO, possuindo o respectivo selo de
marca de conformidade.

37.25.7.4 Localização e sinalização

37.25.7.4 .1Os extintores deverão ser instalados em locais de fácil visualização e acesso.

37.25.7.4 .2É vedada a localização dos extintores nas escadas, antecâmaras de escadas e atrás de portas.

37.25.7.4 .3O local destinado à fixação do extintor deve ser sinalizado, conforme previsto na norma técnica
ABNT NBR 16820 e alterações posteriores.

37.25.7.4 .4O extintor de incêndio não deverá ter a sua parte superior situada a mais de 1,60 m acima do
nível do piso.

37.25.7.4 .5Ao ser instalado, o extintor deve estar com as suas instruções de utilização voltadas para frente,
de modo visível.

37.25.7.5 Inspeção e manutenção dos extintores portáteis

37.25.7.5 .1Os serviços de inspeção e manutenção de primeiro, segundo e terceiro níveis de extintores de
incêndio devem ser realizados conforme requisitos do INMETRO.

37.25.7.5 .2O extintor de incêndio que for retirado para manutenção deve ser substituído, no ato da sua
retirada, por outro extintor de características idênticas ou superiores.

37.25.8Rotas de fuga, saídas, portas e iluminação de emergência

37.25.8.1 Os locais de trabalho e as áreas de vivência devem dispor de rotas de fuga e saídas para áreas
externas, em número suficiente, e dispostas de modo a conduzir os trabalhadores até um local seguro ou para
o posto de abandono da plataforma com rapidez e segurança.

37.25.8.2 Além do estabelecido na NORMAM-01/DPC, as rotas de fuga devem:


a) possuir sinalização vertical por meio de placas fosforescentes ou sinais luminosos, segundo a norma téc-
nica ABNT NBR 16820, ou sinalização no piso ou ao nível do rodapé, indicando o sentido para chegar à saída;

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c)ser dotadas de iluminação de emergência;
d)ser mantidas permanentemente desobstruídas e íntegras;
e)possuir largura mínima de 1,20 m quando principais e 0,70 m para as secundárias; e
f)ser contínuas e seguras para o acesso às áreas externas.

37.25.8.3 A plataforma deve possuir projeto de iluminação de emergência de acordo com a norma técnica
ABNT NBR IEC 61892-2, elaborado por profissional legalmente habilitado e com os objetivos de:
a)facilitar a saída de zonas perigosas (áreas classificadas, de caldeiras, de vasos de pressão e outras);
b)propiciar apropriada visibilidade das rotas de fuga secundárias para que os trabalhadores possam chegar
à rota de fuga principal;
c)permitir visibilidade e orientação ao longo da rota de fuga principal;
d)permitir a visualização de quadros e painéis elétricos a serem ligados/desligados em caso de sinistro a
bordo;
e)possibilitar a identificação dos equipamentos de segurança e de combate a incêndio; e
f)garantir a iluminação de emergência da enfermaria.

37.25.8.3 .1Os pontos de luz da iluminação de emergência devem estar em perfeito estado de funcionamen-
to e ser instalados prioritariamente em locais onde haja desnível no piso, mudança de direção da rota de fuga,
escada, área de abandono, equipamento de emergência e acionamento do alarme de incêndio, dentre outros
locais estratégicos.

37.25.8.4 As portas para as rotas de fuga principais devem:


a)ser dispostas de maneira a serem sempre visíveis;
b)ser mantidas permanentemente desobstruídas;
c)abrir no sentido de fuga, exceto para as portas deslizantes; e
d)estar situadas de modo que, ao serem abertas, não impeçam as vias de passagem ou causem lesões
pessoais.

37.25.8.4 .1O sentido de abertura das demais portas não pode obstruir as rotas de fuga secundárias.

37.25.8.4 .2É vedada a utilização de portas de enrolar nas plataformas.

37.25.8.4 .3As portas com abertura para o interior devem ser dotadas de passagem de emergência que
possa ser aberta para fora e ser utilizada como via de escape, em caso de pânico ou de falha no sistema regular
de abertura, com dimensões mínimas de acordo com NORMAM-01/DPC.

37.25.8.4 .3.1Para compartimentos com menos de 16 m² (dezesseis metros quadrados), alternativamente,


as portas podem ser ejetáveis.

37.25.8.4 .4A largura do vão livre das portas que dão acesso às escadas deve ter, no mínimo, a mesma
largura da rota de fuga atendida por elas.

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37.25.8.4 .5É proibido fechar com chave, aferrolhar ou prender, interna ou externamente, a porta corta-fogo
ou a porta situada no percurso da rota de fuga.

37.25.9Fonte de energia elétrica autônoma de emergência

37.25.9.1 A plataforma deve possuir bateria de acumuladores e, se necessário, gerador de emergência,


capazes de suprir, simultaneamente, a energia imprescindível ao funcionamento dos seguintes sistemas essen-
ciais à segurança dos trabalhadores:
a)iluminação de emergência e escape;
b)detecção e alarme de fogo e gás;
c)comunicação de emergência;
d)combate a incêndio;
e)parada de emergência e desconexão de emergência; e
f)controle, intertravamento e supervisão.

37.25.9.2 A fonte de energia elétrica de emergência a bordo deve possuir autonomia suficiente para suprir
os serviços essenciais à segurança dos trabalhadores por períodos de tempo especificados pela legislação
vigente.

37.25.9.3 As baterias de acumuladores devem estar no estado pronta-para-operar e alojadas em compar-


timento construído e utilizado unicamente para esse fim, mantido ventilado e dotado de detectores específicos
para os gases que possam ser gerados.

37.25.9.3 .1É vedada a instalação de quadros elétricos no mesmo compartimento de baterias de acumula-
dores, exceto o quadro elétrico de emergência alimentado por estas.

37.25.10Manutenções, testes e inspeções

37.25.10.1 As manutenções, os testes e as inspeções devem ser realizados para assegurar a confiabilidade
dos sistemas, equipamentos de combate a incêndio e fonte de energia elétrica de emergência, conforme ma-
nual do fabricante e as normas técnicas aplicáveis, nessa ordem.

37.25.10.2 O plano de manutenção do sistema e equipamentos utilizados na proteção contra incêndio deve
ser mantido atualizado e disponível a bordo da plataforma.
37.26 Proteção contra radiações ionizantes

37.26.1Durante todo o ciclo de vida da plataforma, para proteger os trabalhadores contra os efeitos nocivos
da radiação ionizante, provenientes de operações industriais com fontes radioativas e de materiais radioativos
de ocorrência natural, gerados durante a exploração, produção, armazenamento e movimentação de petróleo
e resíduos, a operadora da instalação deve adotar medidas prescritas nesta NR e, para as atividades relativas
ao capítulo 37.10, as medidas previstas na NR-34.

37.26.1.1 A operadora da instalação deve priorizar métodos alternativos que não utilizem fontes radioativas
a bordo.

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37.26.1.1 .1Quando não for adotada a sua substituição, a operadora da instalação deve justificar e docu-
mentar a decisão em relatório elaborado por profissional legalmente habilitado, consignando no PGR.

37.26.2O atendimento das exigências desta NR e da NR-34 não desobriga o cumprimento de outras dispo-
sições estabelecidas pelas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, ou, na ausência destas,
as disposições previstas em normas técnicas e regulamentos nacionais e internacionais, nessa ordem.

37.26.3A operadora da instalação deve assegurar que as empresas contratadas que manuseiam ou utilizam
equipamentos com fontes radioativas estejam licenciadas pela CNEN.

37.26.4Medidas de ordem geral

37.26.4.1 A operadora da instalação deve assegurar o atendimento por Serviço de Radioproteção - SR,
inclusive para material radioativo de ocorrência natural, de acordo com as normas da CNEN.

37.26.4.1 .1O SR deve estabelecer e dispor de pessoal, instalações, procedimentos e equipamentos ade-
quados e suficientes para executar todas as tarefas com segurança, bem como proceder ao atendimento em
caso de acidente ou emergência.

37.26.4.1 .2A operadora da instalação deve designar um Supervisor de Proteção Radiológica - SPR, res-
ponsável pela supervisão dos trabalhos com exposição a radiações ionizantes.

37.26.4.1 .3O SPR deve possuir certificação da qualificação válida na área de atuação, segundo a sua ati-
vidade e em conformidade com as normas da CNEN.

37.26.4.2 O médico responsável pelo PCMSO deve manter atualizado o registro de cada trabalhador expos-
to à radiação ionizante, em conformidade com a norma CNEN NN 3.01 e demais normas da CNEN.

37.26.4.3 Os trabalhadores expostos à radiação acima dos limites estabelecidos pelas normas da CNEN
devem ser afastados de atividade com exposição à radiação e avaliados em conformidade com o PCMSO.

37.26.4.3 .1O retorno do trabalhador afastado, ao trabalho que envolva radiações ionizantes, dependerá
de autorização do médico examinador especialista nessa área, mediante consignação no ASO do empregado.

37.26.4.4 Antes de iniciar o trabalho envolvendo fonte ou material radioativo, a operadora da instalação
deve exigir da empresa contratada cópias dos ASO concernentes aos seus trabalhadores.

37.26.4.5 Antes de acessar as áreas supervisionadas e controladas, os trabalhadores devem ser autoriza-
dos formalmente pelo SR.

37.26.4.6 A operadora da instalação deve assegurar que os trabalhadores expostos à radiação ionizante
possuam capacitação de acordo com norma da CNEN e sob responsabilidade do SR.

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37.26.4.7 Com o objetivo de atender ao prescrito na alínea “g” do subitem 37.9.6.3 desta NR, a operadora
da instalação deve efetuar treinamento dos riscos radiológicos específicos da plataforma, com conteúdo pro-
gramático estabelecido pela própria empresa.

37.26.4.8 Nos casos previstos no subitem 37.9.6.4, o trabalhador exposto à radiação ionizante deve ser
submetido ao treinamento eventual antes de ser autorizado a executar atividades com exposição a radiações
ionizantes.

37.26.4.9 A operadora da instalação deve prover um serviço médico especializado ao tipo e às proporções
das fontes e materiais radioativos presentes, visando assegurar a supervisão médica aos trabalhadores expos-
tos a radiações ionizantes e o tratamento apropriado aos envolvidos em acidentes.

37.26.4.9 .1O serviço médico especializado pode ser prestado por profissional legalmente habilitado com
proficiência no assunto ou empresa especializada contratada, desde que estejam sob a coordenação do médi-
co responsável pelo PCMSO.

37.26.4.10 A operadora da instalação deve garantir a elaboração e implementação do Plano de Radiopro-


teção - PR aprovado pela CNEN, sob a responsabilidade técnica do SPR devidamente certificado pela CNEN.

37.26.4.10 .1O PR deve ainda:


a)ser exclusivo para cada plataforma;
b)estar articulado com o PGR da operadora da instalação e das empresas prestadoras de serviços cujos
trabalhadores terceirizados estão expostos a radiações;
c)ser considerado na elaboração e implementação do PCMSO;
d)ser apresentado nas CIPLAT da operadora da instalação e das empresas terceirizadas, quando existen-
tes, com cópia anexada às atas dessa comissão;
e)ser considerado no Plano de Resposta a Emergências - PRE da plataforma, descrito no capítulo 37.28
desta NR; e
f)ser mantido atualizado.

37.26.4.10 .2Após a ocorrência de exposições decorrentes de emergências ou acidentes, ou suspeita de


ocorrência de acidentes, a operadora da instalação deve garantir que sejam tomadas as providências para a
imediata avaliação dos trabalhadores, segundo norma da CNEN.

37.26.4.10 .3Com o objetivo de constatar a sua adequação e eficácia no controle da exposição à radiação
ionizante, visando à realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades, o PR
deve ser avaliado:
a)anualmente;
b)quando da revisão do PGR; e
c)sempre que ocorrer acidente, situações de emergência ou constatação de doença ocasionada por expo-
sição a radiações ionizantes.

37.26.4.11 O trabalhador deve ser afastado imediatamente de serviço que envolva exposição à radiação
ionizante quando apresentar feridas ou cortes.

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37.26.4.12 É proibido fumar, repousar, alimentar-se, beber, aplicar cosméticos, guardar alimentos, bebidas
e bens pessoais nos locais onde são manipulados, transportados, armazenados ou haja risco de contaminação
por materiais radioativos.

37.26.4.13 A operadora da instalação deve garantir a higienização e manutenção da vestimenta e dos de-
mais EPI utilizados em atividades com materiais radioativos, bem como a descontaminação ou a sua substitui-
ção imediata, quando danificado ou extraviado.

37.26.4.13 .1Imediatamente após o término do serviço ou parada para as refeições, a operadora da insta-
lação deve assegurar local apropriado para a troca da vestimenta de trabalho por outra limpa, segundo norma
da CNEN.

37.26.5Serviços e operações com fontes radioativas industriais

37.26.5.1 Antes do início da execução dos serviços e operações envolvendo radiações ionizantes, a opera-
dora da instalação deve elaborar o PR específico, o qual, além do previsto no subitem 37.26.4.10, deve conter
no mínimo:
a)as características da fonte radioativa;
b)as características do equipamento;
c)a relação dos trabalhadores envolvidos;
d)as memórias de cálculos das distâncias de isolamentos físicos em instalações abertas;
e)o manuseio e método de armazenamento da fonte radioativa a bordo; e
f)os procedimentos, equipamentos e acessórios a serem utilizados em situações de acidentes ou emergên-
cia.

37.26.5.1 .1No caso de operações industriais com fontes radioativas, o PR específico pode ser elaborado
pela prestadora de serviço conforme normas da CNEN, cabendo à operadora da instalação garantir o seu cum-
primento.

37.26.5.2 A operadora da instalação e a empresa responsável pelos serviços e operações envolvendo ra-
diações ionizantes devem adotar as seguintes providências:
a)avaliação da segurança e confiabilidade das estruturas e equipamentos associados à fonte de radiação;
b)avaliação do local, classificação e sinalização das áreas supervisionadas, controladas e de isolamento
físico;
c)instalação de meios físicos adequados para delimitar as áreas supervisionadas e controladas, evitando o
acesso de trabalhadores não autorizados;
d)definição dos alarmes no Plano de Resposta a Emergências - PRE;
e)identificação e sinalização de vias de circulação, entrada e saída e rotas de fuga dentro das áreas super-
visionadas e controladas;
f)iluminação adequada e de emergência nas áreas supervisionadas, áreas controladas e nas vias de circu-
lação onde estão sendo executados os serviços e operações com radiações ionizantes; e
g)sinalização e isolamento físico dos locais destinados às fontes radioativas e de rejeitos.

37.26.5.3 Além das medidas prescritas no PR, durante a exposição a fontes radioativas, devem ser adota-
das as seguintes medidas:

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a)exposição do menor número de trabalhadores possível para realizar a atividade;
b)execução do serviço de acordo com as instruções da permissão de trabalho;
c)realização das tarefas somente pelos Indivíduos Ocupacionalmente Expostos - IOE autorizados;
d)interrupção imediata do serviço no caso de mudança das condições que o torne potencialmente perigoso,
observada a alínea “a” do subitem 37.4.1 desta NR;
e)interrupção imediata da atividade e recolhimento da fonte para exposições acima do limite estabelecido
pelo Anexo nº 5 (Radiações Ionizantes) da NR-15 (Atividades e Operações Insalubres); e
f)descontaminação, reavaliação e redimensionamento da área e do tempo de exposição, antes de reiniciar
a atividade, caso aconteça a situação citada na alínea “e” deste subitem.

37.26.5.4 Após concluir o serviço, o SR deve:


a)recolher, acondicionar e guardar a fonte em segurança, em local segregado, trancado, demarcado, sinali-
zado, de baixa circulação de pessoas e monitorado quanto aos níveis de radiação emitida;
b)avaliar o nível de radiação da área onde foi realizado o serviço, de acordo com o PR; e
c)proceder à liberação das áreas supervisionada e controlada, removendo os isolamentos e a sinalização.

37.26.6Materiais radioativos de ocorrência natural

37.26.6.1 A operadora do contrato deve assegurar que a operadora da instalação efetue a avaliação da
presença de materiais radioativos de ocorrência natural no meio ambiente de trabalho que possam representar
riscos à saúde dos trabalhadores, de acordo com as normas da CNEN.

37.26.6.1 .1A operadora da instalação deve identificar as operações e os locais onde podem ocorrer expo-
sições às radiações ou incorporações, as trajetórias do material radioativo e os seus meios de propagação, e
adotar as medidas de prevenção prescritas nas normas da CNEN.

37.26.6.1 .1.1As medidas de prevenção devem estar articuladas com o PGR.

37.26.6.1 .2Deve ser elaborado plano de monitoramento definido pelo SPR, cuja frequência deve atender,
no mínimo, à revisão do PGR.

37.26.6.1 .2.1O monitoramento deve ser realizado nos locais onde haja presença de materiais radioativos
de ocorrência natural, especialmente em:
a)tubos e seus acessórios, inclusive os armazenados já utilizados;
b)tanques contendo água da formação produtora, fluidos de perfuração, completação, restauração e esti-
mulação recuperados;
c)suspiros (vents) e drenos;
d)separadores e tratadores;
e)locais de chegada dos poços durante a perfuração ou a produção; e
f)demais lugares onde for presumível a presença de materiais radioativos.

37.26.6.2 Durante as aberturas dos equipamentos, tubulações, acessórios e demais elementos da unidade,
devem ser adotadas medidas de prevenção orientadas pelo SPR, considerando a possibilidade de presença de
materiais radioativos de ocorrência natural.

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37.26.6.2 .1Os resíduos removidos devem ser caracterizados conforme normas da CNEN.

37.26.6.2 .2Com base na análise do material radioativo, a operadora da instalação deve identificar os tipos
de radiações e o seu potencial nocivo ao ser humano, bem como as medidas para assegurar a segurança e a
saúde dos trabalhadores expostos a radiações ionizantes.

37.26.6.2 .3Caso as medidas de proteção coletiva e de ordem operacional e administrativa não reduzam
os níveis de exposição e incorporação aos valores de doses previstos nas normas da CNEN, a operadora da
instalação deve reavaliar o projeto da plataforma e implantar soluções de engenharia para garantir o seu cum-
primento.

37.26.6.2 .4A operadora da instalação deve garantir que empresas prestadoras de serviço que realizam as
atividades de limpeza de locais com a possibilidade de presença de materiais radioativos de ocorrência natural
estejam em conformidade com as normas da CNEN.

37.26.6.3 Os relatórios de radioproteção são parte integrante do PGR da plataforma e devem ser discutidos
nas reuniões das CIPLAT da operadora da instalação e das empresas prestadoras de serviços, com cópias
anexadas às suas atas.

37.26.6.4 A operadora da instalação deve implementar procedimentos para evitar a exposição e contami-
nação passiva dos trabalhadores não envolvidos nas atividades com material radioativo de ocorrência natural.

37.26.6.4 .1Medidas adicionais às supracitadas devem ser implantadas para controlar o risco de contami-
nação da água, dos alimentos e do ar-condicionado pelos materiais radioativos de ocorrência natural, quando
reconhecido no PGR, observada a NR-09.

37.26.6.5 Áreas específicas para a descontaminação dos trabalhadores devem ser instituídas pelo SR, con-
forme legislação específica da CNEN, normas técnicas nacionais ou internacionais, nessa ordem.

37.26.6.6 É vedado aos trabalhadores adentrarem o casario com a vestimenta, EPI e equipamentos de
trabalho contaminados.

37.26.6.7 Caso constatada a contaminação interna por material radioativo de ocorrência natural, o PCMSO
da plataforma deve contemplar análises de sangue e excreta e, se necessário, exame com contador de corpo
inteiro a ser realizado por instituições autorizadas pela CNEN.
37.27 Sistemas de drenagem, de tratamento e de disposição de resíduos

37.27.1Os resíduos industriais devem ter destino adequado, sendo proibido o lançamento ou a liberação no
meio ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e a saúde dos
trabalhadores, segundo previsto na NR-25 (Resíduos Industriais).

37.27.1.1 No caso de resíduos líquidos e sólidos, a concessionária e a operadora da instalação devem:


a)desenvolver ações de controle para evitar riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores, em cada uma
das etapas;
b)coletar, acondicionar, armazenar e transportar para a sua adequada disposição final;
c)dispor e desembarcar os resíduos perigosos; e

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d)dispor e desembarcar os materiais radioativos de ocorrência natural, de acordo com a legislação ambien-
tal e, quando aplicável, com o estabelecido nas normas da CNEN.

37.27.2Os drenos, descargas de válvulas de segurança, suspiros (vents) e outros mecanismos de equipa-
mentos, instrumentos e acessórios que liberem substâncias no meio ambiente devem ser projetados e instala-
dos segundo normas técnicas nacionais ou, na ausência destas, de normas internacionais, de maneira a não
contaminar a plataforma.

37.27.3Os sistemas de drenos da plataforma devem ser eficazes e separados fisicamente para escoar e
descartar substâncias e águas pluviais.

37.27.3.1 Nas plataformas flutuantes, os drenos devem ser projetados para operar independentemente das
condições de mar.

37.27.4Os líquidos combustíveis e inflamáveis, passíveis de serem represados nas bacias de contenção,
devem ser escoados, armazenados e tratados, segundo normas das autoridades competentes.

37.27.5A plataforma deve possuir equipamento projetado especificamente para descartar os gases infla-
máveis e tóxicos através de queima ou dispersão apropriada, durante os diversos processos de produção de
petróleo, parada e outros procedimentos operacionais e de segurança.

37.27.5.1 O tipo de queimador (flare) e as descargas dos suspiros (vents) de alta velocidade e suas respecti-
vas localizações devem assegurar, em todas as áreas da plataforma, níveis aceitáveis de exposição à vibração,
ao ruído e ao calor, conforme limites estabelecidos na NR- 09, exceto durante as operações de despressuriza-
ção.

37.27.5.2 O queimador (flare) deve ser dotado de acendimento remoto e de sistema de detecção de piloto
apagado para proceder à parada controlada da planta industrial que o utiliza.

37.27.5.2 .1A chama piloto deve ser mantida permanentemente acesa com o gás proveniente do processo
ou da origem definida em projeto.

37.27.5.2 .1.1No queimador fechado (flare fechado), a chama piloto pode ser mantida apagada enquanto
estiver operando o sistema de reaproveitamento de gás, de acordo com especificação do projeto.

37.27.5.2 .2Os botões do painel de controle do sistema de acendimento remoto devem ser devidamente
identificados.

37.27.5.2 .3A plataforma deve possuir procedimento operacional contemplando o acendimento da chama
piloto e periodicidade de teste, considerando as diretrizes do fabricante ou fornecedor.

37.27.5.2 .4Os operadores devem ser capacitados no procedimento operacional descrito no subitem
37.27.5.2.3.

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37.27.5.2 .4.1A carga horária e o conteúdo programático devem ser definidos pela operadora da instalação,
considerando o procedimento operacional e os riscos envolvidos na operação do queimador a partir das análi-
ses de riscos.

37.27.5.2 .5Os cilindros de gases utilizados para acender a chama piloto devem ser:
a)armazenados em áreas abertas da plataforma;
b)estocados em local seguro e arejado;
c)segregados e fixados;
d)sinalizados com os dizeres “INFLAMÁVEL” e “PROIBIDO FUMAR”;
e)protegidos contra impacto e intempéries; e
f)afastados de fontes de ignição e materiais corrosivos.

37.27.5.2 .6Inspeções do sistema de acendimento remoto devem ser realizadas de acordo com o capítulo
37.17 desta NR.

37.27.5.2 .7Os sistemas não convencionais de acendimento remoto do queimador podem ser usados desde
que aprovados por profissional legalmente habilitado, mediante emissão de laudo técnico e da respectiva Ano-
tação de Responsabilidade Técnica - ART.

37.27.5.2 .8Para o acendimento do queimador, é vedado o emprego do equipamento de guindar ou qual-


quer outro tipo de improvisação.

37.27.6A plataforma deve possuir procedimento e sistema para tratamento da água oleosa, de modo a mo-
nitorar o H2S (gás sulfídrico) biogênico gerado pela ação de bactérias redutoras de sulfato.

37.27.6.1 O procedimento para tratamento de água oleosa deve ser elaborado por profissional legalmente
habilitado e contemplar a periodicidade do monitoramento da concentração de H2S, a adoção de medidas de
controle, bem como possíveis interrupções no processo.

37.27.6.2 Os resultados do monitoramento da concentração de H2S e da adoção de medidas de controle


devem ser supervisionados por profissional legalmente habilitado e consignados em relatórios.

37.27.6.3 A utilização do biocida no tratamento da água oleosa deve estar de acordo com o disposto pela
autoridade ambiental competente.

37.27.7A cozinha da plataforma deve ser dotada de sistema para trituração de resíduos orgânicos e dispo-
sição de lixo, de acordo com o disposto pelas autoridades competentes.

37.27.8É proibida a comunicação direta dos sistemas de esgoto e de disposição de resíduos com os locais
de trabalho e os destinados às refeições.

37.27.9A operadora da instalação deve gerenciar os rejeitos radioativos de ocorrência natural, segundo as
normas da CNEN.

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37.27.9.1 O gerenciamento de rejeitos radioativos deve conter procedimentos para identificar, manusear,
segregar, acondicionar, monitorar e armazenar provisoriamente a bordo os rejeitos, até que sejam desembar-
cados da plataforma.

37.27.9.2 Os recipientes devem possuir condições de integridade asseguradas, vedação adequada e con-
teúdo identificado, segundo as normas da CNEN.

37.27.9.3 O armazenamento de rejeitos oriundos de materiais radioativos de ocorrência natural deve obe-
decer ao prescrito pelas autoridades competentes, assim como ser:
a)definido pelo Supervisor de Radioproteção;
b)realizado em lugar que contenha tais rejeitos com segurança;
c)disposto em local dotado de piso e anteparas impermeáveis e de fácil descontaminação;
d)destinado para área de uso específico, enquanto o rejeito estiver a bordo;
e)situado em ambientes com sistemas de ventilação, exaustão e filtragem, quando o armazenamento for em
locais ou compartimentos fechados;
f)provido de drenos para a coleta de líquidos provenientes de vazamentos;
g)localizado em áreas delimitadas, sinalizadas, isoladas fisicamente e com acesso restrito ao pessoal au-
torizado;
h)distante dos postos de trabalho e de materiais corrosivos, inflamáveis e explosivos; e
i)dotado de espaços reservados à monitoração e à descontaminação dos trabalhadores expostos a mate-
riais radioativos.

37.27.9.4 A operadora da instalação deve disponibilizar os procedimentos relacionados ao gerenciamento


de rejeito radioativo para todos os trabalhadores a bordo, devendo tal gerenciamento ser apresentado e regis-
trado na ata da reunião da CIPLAT.

37.27.9.5 A operadora da instalação deve disponibilizar no local de armazenamento o inventário atualizado


dos rejeitos presentes.

37.27.9.5 .1O plano de ação do PGR deve estabelecer as medidas de proteção coletiva e individuais e os
procedimentos para incidentes e situações de emergência, baseados nas informações contidas nas Fichas com
Dados de Segurança de Resíduos Químicos - FDSR e no rótulo, conforme norma técnica ABNT NBR 16725 -
Resíduo químico — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente e suas alterações posteriores.

37.27.9.5 .2As FDSR devem ser disponibilizadas nos locais de armazenamento e na enfermaria da plata-
forma.

37.27.9.6 Os riscos presentes nos locais de armazenamento de materiais radioativos de ocorrência natural
devem constar no inventário de riscos do PGR, ainda que o material seja mantido transitoriamente a bordo.

37.27.10Os resíduos de riscos biológicos devem ser dispostos segundo o prescrito na NR-32 e nas legisla-
ções sanitárias e ambientais, no que for aplicável.

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37.28 Plano de Resposta a Emergências - PRE

37.28.1A operadora da instalação deve, a partir dos cenários das análises de riscos e das informações
constantes no PGR, elaborar, implementar e disponibilizar a bordo o Plano de Resposta a Emergências - PRE,
que contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de eventos que configurem situações de
riscos grave e iminente à segurança e à saúde dos trabalhadores.

37.28.1.1 A operadora da instalação deve capacitar os trabalhadores que tiverem suas atribuições alteradas
pela revisão do PRE, cumprindo o descrito no capítulo 37.9 desta NR.

37.28.2O PRE deve ser elaborado considerando as características e a complexidade da plataforma e con-
templar, no mínimo, os seguintes tópicos:
a)identificação da plataforma e do responsável legal, designado pela operadora da instalação;
b)função do(s) responsável(eis) técnico(s), legalmente habilitado(s), pela sua elaboração e revisão;
c)função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação;
d)funções com os respectivos quantitativos;
e)estabelecimento dos cenários de emergências, definidos com base nas análises de riscos e legislação
vigente, capazes de conduzir a plataforma a um estado de emergência;
f)procedimentos de resposta à emergência para cada cenário contemplado, incluindo resposta a emergên-
cias médicas e demais cenários acidentais de helicópteros previstos na NORMAM-27/DPC;
g)descrição de equipamentos e materiais necessários para resposta a cada cenário contemplado;
h)descrição dos meios de comunicação;
i)sistemas de detecção de fogo e gás;
j)sistemas de parada de emergência;
k)equipamentos e sistemas de combate a incêndio;
l)procedimentos para orientação de não residentes quanto aos riscos existentes e como proceder em situ-
ações de emergência;
m)procedimento para acionamento de recursos e estruturas de resposta complementares e das autoridades
públicas;
n)procedimentos para comunicação do acidente;
o)cronograma, metodologia, registros e critérios para avaliação dos resultados dos exercícios simulados; e
p)EPI para combater incêndios, adentrar o fogo total e outros, de acordo com os riscos descritos na alínea
“e” supracitada.

37.28.2.1 A operadora da instalação deve manter em local visível a tabela atualizada de postos de emer-
gência, relacionando nominalmente os trabalhadores integrantes das equipes que compõem o PRE a bordo.

37.28.3A operadora da instalação deve disponibilizar meios de resgate de emergência durante todo o pe-
ríodo de pouso e decolagem de aeronaves na plataforma, conforme prescrito na NORMAM/DPC.

37.28.3.1 Os exercícios simulados devem envolver os trabalhadores designados e contemplar os cenários


e a periodicidade definidos no PRE.

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37.28.3.1 .1Após a realização dos exercícios simulados ou na ocorrência de sinistros a bordo, deve ser ava-
liado o atendimento do PRE, com o objetivo de se verificar a sua eficácia, detectar possíveis desvios e proceder
aos ajustes necessários.

37.28.4As equipes de resposta às emergências devem:


a)ser compostas, considerando todos os turnos de trabalho, por, no mínimo, 20% (vinte por cento) do POB;
b)ser submetidas a exames médicos específicos para a função que irão desempenhar, incluindo os fatores
de riscos psicossociais, consignando a sua aptidão no respectivo ASO;
c)possuir conhecimento das instalações; e
d)ser treinadas de acordo com a função que cada um dos seus membros irá executar, observando o pres-
crito no capítulo 37.9 desta NR.

37.29Comunicação e investigação de incidentes

37.29.1A operadora da instalação deve comunicar, à inspeção do trabalho da jurisdição da plataforma, a


ocorrência de doenças ocupacionais, acidentes graves, fatais e demais incidentes, conforme critérios estabele-
cidos no Manual de Comunicação de Incidentes de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, emitido
pela ANP, para danos à saúde humana.

37.29.1.1 A comunicação deve ser protocolizada, em sistema eletrônico disponibilizado pela inspeção do
trabalho, até o segundo dia útil após a ocorrência do incidente a bordo da plataforma, conforme formulário do
Anexo VI desta NR.

37.29.1.2 Para fins desta NR, considera-se incidente qualquer ocorrência envolvendo risco de dano ou dano
à integridade física ou à saúde dos trabalhadores, conforme critérios estabelecidos no Manual de Comunicação
de Incidentes de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, emitido pela ANP, para danos à saúde
humana.

37.29.2A operadora da instalação deve comunicar, em até 72 (setenta e duas) horas, a ocorrência de
doenças ou acidentes ocupacionais, graves ou fatais, ao representante sindical preponderante da categoria
embarcada.

37.29.2.1 É facultado ao sindicato participar de investigação de doenças ou acidentes ocupacionais, graves


ou fatais, mediante a indicação de um representante para compor a comissão, no prazo máximo de 72 (setenta
e duas) horas a partir do recebimento da comunicação mencionada no item 37.29.2.

37.29.3A operadora da instalação deve encaminhar o relatório de investigação e análise do incidente à ins-
peção do trabalho da jurisdição da plataforma, em até 60 (sessenta) dias após a ocorrência do incidente.

37.29.3.1 O relatório de investigação e análise do incidente deve conter, além do disposto no Anexo VI desta
NR, as seguintes informações:
a)metodologia da investigação;
b)descrição do evento;
c)informações documentais e testemunhais, quando aplicável;
d)histórico de incidentes ocorridos na instalação, envolvendo o sistema em análise;

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e)descrição das causas básicas, subjacentes e imediatas que possibilitaram a ocorrência do incidente;
f)medidas corretivas e preventivas recomendadas; e
g)cronograma de implementação.

37.29.3.2 A autoridade competente regional em matéria de trabalho poderá conceder prazos superiores ao
prescrito no item 37.29.3, mediante apresentação de fundamentação técnica pela operadora da instalação, em
até 60 (sessenta) dias após a ocorrência do incidente.

37.29.3.3 No caso de incidente a bordo com empregado de empresa prestadora de serviço, a contratada
também deve elaborar seu próprio relatório de investigação.

37.29.4A operadora da instalação deve disponibilizar cópia do relatório de investigação de doenças ou


acidentes ocupacionais, graves ou fatais, a todos os participantes da comissão e ao representante sindical,
quando houver a sua participação na respectiva comissão e concordância com as conclusões do relatório, con-
dicionado ao compromisso de confidencialidade.

37.29.4.1 A operadora da instalação deve apresentar, mediante solicitação do sindicato, as conclusões do


relatório quando este não participar da comissão de investigação e análise de doenças ou acidentes ocupacio-
nais, graves ou fatais.

37.29.5As causas e recomendações de incidentes devem ser divulgadas nas reuniões da CIPLAT, sendo
uma cópia anexada à sua ata.

37.29.6Em caso de ocorrência de acidente fatal, é obrigatória a adoção das seguintes medidas:
a)comunicar de imediato e por escrito à inspeção do trabalho, da jurisdição onde se encontra a plataforma,
e ao sindicato da categoria profissional; e
b)isolar o local e não alterar a cena do acidente, desde que não coloque em risco a segurança e a integri-
dade física das pessoas e da instalação.

37.29.6.1 A inspeção do trabalho manifestar-se-á, num prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas a partir
do recebimento do protocolo da comunicação citada na alínea “a” do subitem 37.29.6, em relação à ação fisca-
lizatória e à liberação do local.

37.29.6.1 .1Após esse prazo, e se não houver manifestação por parte da inspeção do trabalho, podem ser
suspensas as medidas referidas na alínea “b” do item 37.29.6, exceto se determinado de forma diferente por
outras autoridades igualmente competentes para tal.

37.30Declaração da Instalação Marítima - DIM

37.30.1A operadora da instalação deve protocolizar a Declaração da Instalação Marítima - DIM da platafor-
ma por meio de sistema eletrônico indicado pela inspeção do trabalho.

37.30.2A DIM deve conter as seguintes informações:


a)razão social e CNPJ da operadora da instalação;
b)localização (bacia, bloco ou campo e suas coordenadas geográficas);

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222
c)descrição sucinta da plataforma;
d)tipo de operação;
e)início e término previstos da operação; e
f)número máximo de trabalhadores embarcados.

37.30.3A DIM deve ser protocolizada, no mínimo, 90 (noventa) dias antes:


a)do início da primeira operação de perfuração, no caso de plataforma de perfuração;
b)do final da ancoragem no local de operação, em se tratando de plataforma de produção flutuante; e
c)do término da montagem no local de operação, no caso de plataforma fixa.

37.30.3.1 A operadora da instalação deve atualizar a DIM em até 30 (trinta) dias após a efetivação de mu-
danças nas informações estabelecidas no item 37.30.2.

37.30.3.2 Se ocorrer mudança da locação da plataforma, a operadora da instalação deve atualizar a DIM
antes do início do deslocamento.

37.30.3.2 .1Em caso de mudança de locação decorrente de situações de emergência, a comunicação re-
ferida no subitem 37.30.3.2 deverá ser feita em até sete dias corridos após a ocorrência do sinistro, anexando
cópia da comunicação do incidente prevista no subitem

37.29.1.1 desta NR.

37.31Documentação

37.31.1A operadora deve manter na plataforma, em conformidade com o disposto na NR-01, à disposição
da inspeção do trabalho, a documentação prevista nesta NR, atendendo aos seguintes requisitos:
a)ser armazenada por um período de cinco anos, salvo disposição em contrário relativa a algum documento,
conforme previsto nesta ou nas demais NR;
b)ser de acesso imediato ou permitir a sua consulta a distância;
c)ser organizada permitindo o reconhecimento das versões anteriores;
d)ser de fácil leitura no idioma português; e
e)possibilitar a sua impressão no local ou a sua cópia e assinaturas em meio eletrônico.

37.31.1.1 Para as plataformas desabitadas, os documentos podem estar arquivados na sede da operadora
da instalação ou em outra plataforma habitada.

37.31.1.2 Para as atividades relacionadas com trabalhador estrangeiro embarcado, os documentos devem
estar disponíveis também em inglês.

37.31.1.3 Para as plataformas com previsão de operação temporária, de até 6 (seis) meses em águas juris-
dicionais brasileiras, a documentação pode estar disponível no idioma inglês.

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37.31.2A entidade sindical representativa da categoria, mediante justificativa, poderá solicitar a operadora
da instalação a documentação referida no item 37.31.1 desta NR.

37.31.2.1 A operadora da instalação deverá disponibilizar os documentos, justificando em caso de recusa.

37.31.3Caso ocorra substituição da operadora da instalação, a aquisição da operadora por outra organi-
zação ou a constituição de grupo econômico, todos os documentos previstos nesta NR devem ser avaliados,
revalidados e, se necessário, elaborados novamente pela operadora substituta, antes de iniciar a operação da
plataforma.

ANEXO I
CURSO BÁSICO PARA MANIPULADORES DE ALIMENTOS
Carga horária mínima: 12 horas. Conteúdo programático:
a)entendendo a contaminação dos alimentos;
b)ambiente de manipulação e cuidados com a água;
c)manuseio do lixo e controle de vetores e pragas;
d)higienização;
e)manipuladores e visitantes;
f)etapas da manipulação dos alimentos;
g)documentação e função do responsável pelo serviço;
h)revisão do conteúdo;
i)noções sobre higienização e segurança na operação de equipamentos para panificação e confeitaria e
máquinas fatiadoras de frios; e
j)uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual - EPI.

ANEXO II
SÍMBOLOS PARA SINALIZAR FONTES DE RADIAÇÃO IONIZANTE, LOCAIS DE ARMAZENA-
MENTO DE MATERIAL RADIOATIVO E LOCAIS DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO
IONIZANTE INDUSTRIAL OU DE OCORRÊNCIA NATURAL

ANEXO III
CURSO COMPLEMENTAR PARA SERVIÇOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ALTA TENSÃO
Carga horária mínima: 16 horas. Conteúdo programático:

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1.Organização do trabalho:
a)prontuário e cadastro das instalações;
b)programação e planejamento dos serviços;
c)métodos de trabalho e procedimentos; e
d)condições impeditivas para serviços.

2.Riscos típicos e sua prevenção:


a)proximidade e contato com partes energizadas;
b)indução;
c)estática;
d)campos elétricos e magnéticos;
e)acidentes típicos;
f)sistemas de proteção individual e coletiva; e
g)equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verificação, ensaios).

3.Técnicas de trabalho sob tensão:


a)em linha viva;
b)ao potencial; e
c)em áreas internas.

ANEXO IV
CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM OPERAÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS E
TRANSPORTE DE PESSOAS
Carga horária mínima: 20 horas. Conteúdo programático:
a)conceitos básicos na movimentação de cargas e pessoas;
b)tipos de equipamentos de guindar;
c)componentes e acessórios utilizados na movimentação e suas respectivas aplicações;
d)inspeção visual de equipamentos e acessórios de movimentação de carga;
e)tabela de capacidade de cargas do equipamento e seus acessórios;
f)movimentação crítica de cargas (materiais perigosos, peças de grande porte, tubos, perfis, chapas, eixos,
etc.);
g)comunicação durante a movimentação de pessoas e cargas: sinaleiro, sinalização e comunicação por
rádio;
h)incidentes e acidentes durante a movimentação;
i)procedimentos para a segurança na movimentação de pessoas e cargas;
j)equipamentos de proteção;
k)práticas de operação de movimentação a bordo da plataforma; e
l)avaliação final.

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ANEXO V
CURSO COMPLEMENTAR PARA OPERADORES DE GUINDASTES
Carga horária mínima: 20 horas. Conteúdo programático:
a)guindastes em plataformas (características operacionais, procedimentos operacionais, emergência, ma-
nutenção e inspeção);
b)dispositivos de proteção e segurança existentes;
c)tabelas de capacidade de cargas e ângulos de içamento;
d)operações de elevação e transporte de cargas e pessoas;
e)situações especiais e risco, tais como: condições climáticas e marítimas, transferência de cargas entre
embarcações, operações simultâneas, dentre outras;
f)ergonomia no posto de trabalho;
g)exercícios práticos a bordo da plataforma; e
h)avaliação final.
d)Cronologia e descrição técnica do incidente:
e)Descrição dos equipamentos, instalações, processos e atividades envolvidas no incidente:
f)Medidas emergenciais adotadas:
g)Consequências para a segurança e a saúde dos trabalhadores:
h)Nome, gênero, idade, função e organização do trabalhador acidentado :
i)Situação atual da operação:
j)Data e hora da comunicação:
k)Identificação e assinatura do responsável pela comunicação:
Glossário
Acidente ampliado: evento subitâneo, como emissão, incêndio ou explosão de grande magnitude, no curso
de uma atividade em instalação sujeita a riscos de acidentes maiores, envolvendo uma ou mais substâncias
perigosas e que implica grave perigo, imediato ou retardado, para os trabalhadores, a população ou o meio
ambiente.
Água oleosa: água contendo petróleo ou frações, também designada como água produzida ou água de
formação.
Água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido pela legislação vigente e que não
ofereça riscos à saúde.
Água tratada: água da qual foram eliminados os agentes de contaminação que possam causar algum risco
para a saúde, tornando-a própria ao uso humano, exceto para o consumo.
Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB: compreendem as águas interiores e os espaços marítimos nos quais
o Brasil exerce jurisdição, em algum grau, sobre atividades, pessoas, instalações, embarcações e recursos na-
turais vivos e não vivos, encontrados na massa líquida, no leito ou no subsolo marinho, para os fins de controle
e fiscalização, dentro dos limites da legislação internacional e nacional. Esses espaços marítimos compreen-
dem a faixa de duzentas milhas marítimas contadas a partir das linhas de base, acrescida das águas sobreja-
centes à extensão da plataforma continental além das duzentas milhas marítimas, onde ela ocorrer.
Alojamento: local projetado e apropriado para o repouso dos trabalhadores embarcados, composto de dor-
mitório e instalação sanitária privativa, como: camarotes, camarotes provisórios e módulos de acomodação
temporária.
Área controlada: áreas sujeitas às regras especiais de proteção e segurança radiológica, com a finalidade
de controlar as exposições normais, prevenir a disseminação de contaminação radioativa e prevenir ou limitar
a amplitude das exposições potenciais.

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Autoridade Marítima: Comandante da Marinha do Brasil, conforme designado pelo parágrafo único do Art.
17 da Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999.
Camarote provisório: alojamento de caráter excepcional, utilizado em casos de aumento temporário da po-
pulação embarcada, e que emprega estrutura ou compartimento de finalidade diversa, já existente no casario,
porém adaptado à sua utilização, segundo exigências específicas desta NR.
Ciclo de vida da plataforma: consiste na construção, comissionamento, operação, modificação, descomis-
sionamento e desmonte de plataformas.
Código MODU (Mobile Offshore Drilling Units Code): código internacional emitido pela Organização Maríti-
ma Internacional (International Maritime Organization – IMO) e adotado pela Autoridade Marítima brasileira para
regulamentação de requisitos técnicos de plataformas de petróleo.
Comissionamento: conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia aplicados de forma integrada à
instalação ou parte dela, visando torná-la operacional, de acordo com os requisitos especificados em projeto.
Convenção SOLAS (International Convention for the Safety of Life at Sea): Convenção Internacional para a
Salvaguarda da Vida Humana no Mar, ratificada pelo Brasil, da Organização Marítima Internacional.
Damper: dispositivo que regula ou interrompe o fluxo de ar em sistemas de ventilação ou climatização.
Descomissionamento: conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia aplicados de forma integrada à
instalação ou parte dela, visando retirá-la de operação, de acordo com os requisitos especificados em projeto
e na legislação.
Desmonte: consiste na desmontagem completa da plataforma em local destinado para esse fim, visando à
reciclagem de seus componentes, após o término do período de vida útil da plataforma.
Emissões fugitivas: liberações involuntárias de gases e vapores que ocorrem de maneira contínua ou inter-
mitente durante as operações normais dos equipamentos e instrumentos.
Exercícios simulados: exercícios práticos de simulação de um cenário de acidente, durante o qual deve ser
testada a eficiência do plano de resposta a emergências, com foco nos procedimentos, no desempenho das
equipes, na funcionalidade das instalações e dos equipamentos, dentre outros aspectos.
Fonte de radiação: equipamento ou material que emite ou é capaz de emitir radiação ionizante ou de liberar
substâncias ou materiais radioativos.
Incorporação: ingestão, inalação ou absorção, através da pele, de material radioativo no corpo humano.
Manutenção: é o conjunto de procedimentos realizados para manter ou recolocar um equipamento ou ma-
quinário de uma plataforma, durante a sua operação, em um estado que volte a desenvolver a função requerida
inicialmente.
Material radioativo de ocorrência natural: material que contém radionuclídeos naturalmente presentes nas
rochas, nos solos e na água, que emite ou é capaz de emitir radiação ionizante, que pode ser concentrado ou
exposto ao meio ambiente como resultado de atividades humanas, e cujos limites máximos de exposição estão
estabelecidos pelas normas técnicas nacionais ou internacionais, nessa ordem.
Operação simultânea: é o conjunto de duas ou mais operações realizadas ao mesmo tempo na plataforma
onde existam interfaces operacionais, de acordo com a matriz de operações simultâneas e, em particular, quan-
do elas introduzem perigos novos que não foram considerados de uma forma específica na avaliação de riscos;
requerem logísticas especiais, medidas de apoio ou procedimentos de trabalho seguro ou comprometem a
disponibilidade e funcionalidade dos elementos críticos de segurança operacional.
Operações industriais com fontes radioativas: são operações que utilizam fontes artificiais de radiações
ionizantes, tais como: perfilagem, gamagrafia, radiografia, dentre outras.
Operador do contrato: empresa detentora de direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural
com contrato com a ANP e responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de
exploração, avaliação, desenvolvimento, produção, desativação e abandono.
Operadora da instalação: empresa responsável pelo gerenciamento e execução de todas as operações e
atividades de uma plataforma.

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People On Board (POB): número total de pessoas a bordo da plataforma.
Plataforma desabitada: instalação que não possui tripulação embarcada em caráter permanente.
Portas externas do módulo de acomodação temporária: são aquelas que ligam a antecâmara do módulo de
acomodação temporária ou o corredor comum dos módulos à área externa.
Procedimentos operacionais: conjunto de instruções para o desenvolvimento das atividades operacionais
de uma instalação, considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que impactem sobre a
integridade física e a saúde dos trabalhadores.
Proficiência: competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas à experiência profissional, comprova-
das por meio de diplomas, registro na carteira de trabalho, contratos específicos na área em questão e outros
documentos.
Profissional legalmente habilitado: profissional previamente qualificado, com atribuições legais para a ativi-
dade a ser desempenhada, que assume a responsabilidade técnica, possuindo registro no conselho de classe
competente.
Proteção radiológica ou radioproteção: conjunto de medidas que visam a proteger o ser humano e seus
descendentes e o meio ambiente contra possíveis efeitos indesejados causados pela radiação ionizante.
Radiação ionizante: qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria, ioniza
seus átomos ou moléculas.
Resíduos industriais: são aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gaso-
sa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se asseme-
lham aos resíduos domésticos.
Responsável legal pela plataforma: preposto formalmente designado pela empresa como responsável pela
gestão da instalação.
Riscos psicossociais: decorrem de deficiências na concepção, organização e gestão do trabalho, bem como
de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e
social, como o estresse relacionado ao trabalho, o esgotamento ou a depressão. Exemplos de condições de
trabalho que conduzem aos riscos psicossociais: cargas de trabalho excessivas, exigências contraditórias, falta
de clareza na definição das funções, ausência de sua participação na tomada de decisões que afetam o traba-
lhador, descontrole sobre a forma como executa o trabalho, gestão de mudanças organizacionais inadequadas,
insegurança laboral, comunicação ineficaz, deficiência de apoio por parte de chefias e colegas, assédio psico-
lógico ou sexual, violência proveniente de terceiros, etc.
Rotas de fuga: saídas e caminhos devidamente sinalizados, iluminados e desobstruídos, a serem percorri-
dos pelas pessoas para uma rápida e segura evacuação de qualquer local da plataforma até o ponto de encon-
tro previamente determinado pelo plano de resposta a emergências.
Saúde: é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença.
Serviço de Radioproteção (SR): estrutura constituída especificamente com vistas à execução e manutenção
do plano de proteção radiológica de uma instalação.
Supervisor de Proteção Radiológica ou Supervisor de Radioproteção (SPR): indivíduo com certificação de
qualificação pela CNEN para supervisionar a aplicação das medidas de radioproteção.
Trabalhador capacitado: aquele que tenha recebido capacitação sob a orientação e responsabilidade de
profissional legalmente habilitado.
Trabalhador qualificado: aquele que tenha comprovada a conclusão de curso específico para sua atividade,
em instituição reconhecida pelo sistema oficial de ensino nacional.
Treinamento (capacitação ou curso): conjunto de instruções teóricas e práticas ministradas sob a supervi-
são de profissional legalmente habilitado, e que seguem conteúdo programático planejado, destinado a tornar
o trabalhador apto a exercer determinada função.

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228
ANEXO VI¶
COMUNICAÇÃO DE INCIDENTE EM PLATAFORMA - CIP ¶

a) Nome da operadora da instalação, endereço, CNPJ, correio eletrônico e¶


telefone: ¶

b) Identificação, ¶ tipo ¶ e¶ localização¶ da¶


plataforma: ¶

c) Data¶ e¶ hora¶ do ¶
incidente: ¶

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229
Glossário
Acidente ampliado: evento subitâneo, como emissão, incêndio ou explosão de grande magnitude, no curso
de uma atividade em instalação sujeita a riscos de acidentes maiores, envolvendo uma ou mais substâncias
perigosas e que implica grave perigo, imediato ou retardado, para os trabalhadores, a população ou o meio
ambiente.
Água oleosa: água contendo petróleo ou frações, também designada como água produzida ou água de
formação.
Água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido pela legislação vigente e que não
ofereça riscos à saúde.
Água tratada: água da qual foram eliminados os agentes de contaminação que possam causar algum risco
para a saúde, tornando-a própria ao uso humano, exceto para o consumo.
Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB: compreendem as águas interiores e os espaços marítimos nos quais
o Brasil exerce jurisdição, em algum grau, sobre atividades, pessoas, instalações, embarcações e recursos na-
turais vivos e não vivos, encontrados na massa líquida, no leito ou no subsolo marinho, para os fins de controle
e fiscalização, dentro dos limites da legislação internacional e nacional. Esses espaços marítimos compreen-
dem a faixa de duzentas milhas marítimas contadas a partir das linhas de base, acrescida das águas sobreja-
centes à extensão da plataforma continental além das duzentas milhas marítimas, onde ela ocorrer.
Alojamento: local projetado e apropriado para o repouso dos trabalhadores embarcados, composto de dor-
mitório e instalação sanitária privativa, como: camarotes, camarotes provisórios e módulos de acomodação
temporária.
Área controlada: áreas sujeitas às regras especiais de proteção e segurança radiológica, com a finalidade
de controlar as exposições normais, prevenir a disseminação de contaminação radioativa e prevenir ou limitar
a amplitude das exposições potenciais.
Autoridade Marítima: Comandante da Marinha do Brasil, conforme designado pelo parágrafo único do Art.
17 da Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999.
Camarote provisório: alojamento de caráter excepcional, utilizado em casos de aumento temporário da po-
pulação embarcada, e que emprega estrutura ou compartimento de finalidade diversa, já existente no casario,
porém adaptado à sua utilização, segundo exigências específicas desta NR.
Ciclo de vida da plataforma: consiste na construção, comissionamento, operação, modificação, descomis-
sionamento e desmonte de plataformas.
Código MODU (Mobile Offshore Drilling Units Code): código internacional emitido pela Organização Maríti-
ma Internacional (International Maritime Organization – IMO) e adotado pela Autoridade Marítima brasileira para
regulamentação de requisitos técnicos de plataformas de petróleo.
Comissionamento: conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia aplicados de forma integrada à
instalação ou parte dela, visando torná-la operacional, de acordo com os requisitos especificados em projeto.
Convenção SOLAS (International Convention for the Safety of Life at Sea): Convenção Internacional para a
Salvaguarda da Vida Humana no Mar, ratificada pelo Brasil, da Organização Marítima Internacional.
Damper: dispositivo que regula ou interrompe o fluxo de ar em sistemas de ventilação ou climatização.
Descomissionamento: conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia aplicados de forma integrada à
instalação ou parte dela, visando retirá-la de operação, de acordo com os requisitos especificados em projeto
e na legislação.
Desmonte: consiste na desmontagem completa da plataforma em local destinado para esse fim, visando à
reciclagem de seus componentes, após o término do período de vida útil da plataforma.
Emissões fugitivas: liberações involuntárias de gases e vapores que ocorrem de maneira contínua ou inter-
mitente durante as operações normais dos equipamentos e instrumentos.
Exercícios simulados: exercícios práticos de simulação de um cenário de acidente, durante o qual deve ser
testada a eficiência do plano de resposta a emergências, com foco nos procedimentos, no desempenho das
equipes, na funcionalidade das instalações e dos equipamentos, dentre outros aspectos.

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230
Fonte de radiação: equipamento ou material que emite ou é capaz de emitir radiação ionizante ou de liberar
substâncias ou materiais radioativos.
Incorporação: ingestão, inalação ou absorção, através da pele, de material radioativo no corpo humano.
Manutenção: é o conjunto de procedimentos realizados para manter ou recolocar um equipamento ou ma-
quinário de uma plataforma, durante a sua operação, em um estado que volte a desenvolver a função requerida
inicialmente.
Material radioativo de ocorrência natural: material que contém radionuclídeos naturalmente presentes nas
rochas, nos solos e na água, que emite ou é capaz de emitir radiação ionizante, que pode ser concentrado ou
exposto ao meio ambiente como resultado de atividades humanas, e cujos limites máximos de exposição estão
estabelecidos pelas normas técnicas nacionais ou internacionais, nessa ordem.
Operação simultânea: é o conjunto de duas ou mais operações realizadas ao mesmo tempo na plataforma
onde existam interfaces operacionais, de acordo com a matriz de operações simultâneas e, em particular, quan-
do elas introduzem perigos novos que não foram considerados de uma forma específica na avaliação de riscos;
requerem logísticas especiais, medidas de apoio ou procedimentos de trabalho seguro ou comprometem a
disponibilidade e funcionalidade dos elementos críticos de segurança operacional.
Operações industriais com fontes radioativas: são operações que utilizam fontes artificiais de radiações
ionizantes, tais como: perfilagem, gamagrafia, radiografia, dentre outras.
Operador do contrato: empresa detentora de direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural
com contrato com a ANP e responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de
exploração, avaliação, desenvolvimento, produção, desativação e abandono.
Operadora da instalação: empresa responsável pelo gerenciamento e execução de todas as operações e
atividades de uma plataforma.
People On Board (POB): número total de pessoas a bordo da plataforma.
Plataforma desabitada: instalação que não possui tripulação embarcada em caráter permanente.
Portas externas do módulo de acomodação temporária: são aquelas que ligam a antecâmara do módulo de
acomodação temporária ou o corredor comum dos módulos à área externa.
Procedimentos operacionais: conjunto de instruções para o desenvolvimento das atividades operacionais
de uma instalação, considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que impactem sobre a
integridade física e a saúde dos trabalhadores.
Proficiência: competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas à experiência profissional, comprova-
das por meio de diplomas, registro na carteira de trabalho, contratos específicos na área em questão e outros
documentos.
Profissional legalmente habilitado: profissional previamente qualificado, com atribuições legais para a ativi-
dade a ser desempenhada, que assume a responsabilidade técnica, possuindo registro no conselho de classe
competente.
Proteção radiológica ou radioproteção: conjunto de medidas que visam a proteger o ser humano e seus
descendentes e o meio ambiente contra possíveis efeitos indesejados causados pela radiação ionizante.
Radiação ionizante: qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria, ioniza
seus átomos ou moléculas.
Resíduos industriais: são aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gaso-
sa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se asseme-
lham aos resíduos domésticos.
Responsável legal pela plataforma: preposto formalmente designado pela empresa como responsável pela
gestão da instalação.
Riscos psicossociais: decorrem de deficiências na concepção, organização e gestão do trabalho, bem como
de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e
social, como o estresse relacionado ao trabalho, o esgotamento ou a depressão. Exemplos de condições de
trabalho que conduzem aos riscos psicossociais: cargas de trabalho excessivas, exigências contraditórias, falta

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231
de clareza na definição das funções, ausência de sua participação na tomada de decisões que afetam o traba-
lhador, descontrole sobre a forma como executa o trabalho, gestão de mudanças organizacionais inadequadas,
insegurança laboral, comunicação ineficaz, deficiência de apoio por parte de chefias e colegas, assédio psico-
lógico ou sexual, violência proveniente de terceiros, etc.
Rotas de fuga: saídas e caminhos devidamente sinalizados, iluminados e desobstruídos, a serem percorri-
dos pelas pessoas para uma rápida e segura evacuação de qualquer local da plataforma até o ponto de encon-
tro previamente determinado pelo plano de resposta a emergências.
Saúde: é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença.
Serviço de Radioproteção (SR): estrutura constituída especificamente com vistas à execução e manutenção
do plano de proteção radiológica de uma instalação.
Supervisor de Proteção Radiológica ou Supervisor de Radioproteção (SPR): indivíduo com certificação de
qualificação pela CNEN para supervisionar a aplicação das medidas de radioproteção.
Trabalhador capacitado: aquele que tenha recebido capacitação sob a orientação e responsabilidade de
profissional legalmente habilitado.
Trabalhador qualificado: aquele que tenha comprovada a conclusão de curso específico para sua atividade,
em instituição reconhecida pelo sistema oficial de ensino nacional.
Treinamento (capacitação ou curso): conjunto de instruções teóricas e práticas ministradas sob a supervi-
são de profissional legalmente habilitado, e que seguem conteúdo programático planejado, destinado a tornar
o trabalhador apto a exercer determinada função.

Trabalho do artista e do técnico em espetáculos de diversões

- Trabalho Do Artista e Do Técnico Em Espetáculos De Diversões35.


Artista, o profissional que cria, interpreta ou executa obra de caráter cultural de qualquer natureza, para
efeito de exibição ou divulgação pública, através de meios de comunicação de massa ou em locais onde se
realizam espetáculos de diversão pública;
Técnico em Espetáculos de Diversões, o profissional que, mesmo em caráter auxiliar, participa, individual-
mente ou em grupo, de atividade profissional ligada diretamente à elaboração, registro, apresentação ou con-
servação de programas, espetáculos e produções.
Para registro do Artista ou do Técnico em Espetáculos de Diversões, é necessário a apresentação de:
- diploma de curso superior de Diretor de Teatro, Coreógrafo, Professor de Arte Dramática, ou outros cursos
semelhantes, reconhecidos na forma da Lei; ou
- diploma ou certificado correspondentes às habilitações profissionais de 2º Grau de Ator, Contra-regra,
Cenotécnico, Sonoplasta, ou outras semelhantes, reconhecidas na forma da Lei; ou
- atestado de capacitação profissional fornecido pelo Sindicato representativo das categorias profissionais
e, subsidiariamente, pela Federação respectiva.
O contrato de trabalho conterá, obrigatoriamente:
- qualificação das partes contratantes;
- prazo de vigência;
- natureza da função profissional, com definição das obrigações respectivas;
- título do programa, espetáculo ou produção, ainda que provisório, com indicação do personagem nos ca-
sos de contrato por tempo determinado;
- locais onde atuará o contratado, inclusive os opcionais;
- jornada de trabalho, com especificação do horário e intervalo de repouso;

35 [ Disponivel em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6533.htm. Acesso em 18.01.2024]

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232
- remuneração e sua forma de pagamento;
- disposição sobre eventual inclusão do nome do contratado no crédito de apresentação, cartazes, impres-
sos e programas;
- dia de folga semanal;
- ajuste sobre viagens e deslocamentos;
- período de realização de trabalhos complementares, inclusive dublagem, quando posteriores a execução
do trabalho de interpretação objeto do contrato;
- número da Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Nos contratos de trabalho por tempo indeterminado deverá constar, ainda, cláusula relativa ao pagamento
de adicional, devido em caso de deslocamento para prestação de serviço fora da cidade ajustada no contrato
de trabalho.
A jornada normal de trabalho dos profissionais de que trata esta Lei, terá nos setores e atividades respecti-
vos, as seguintes durações:
- Radiodifusão, fotografia e gravação: 6 (seis) horas diárias, com limitação de 30 (trinta) horas semanais;
- Cinema, inclusive publicitário, quando em estúdio: 6 (seis) horas diárias;
- Teatro: a partir de estreia do espetáculo terá a duração das sessões, com 8 (oito) sessões semanais;
- Circo e variedades: 6 (seis) horas diárias, com limitação de 36 (trinta e seis) horas semanais;
- Dublagem: 6 (seis) horas diárias, com limitação de 40 (quarenta) horas semanais.
O trabalho prestado além das limitações diárias ou das sessões semanais previstas neste artigo será con-
siderado extraordinário,
A profissão dos artistas e técnicos em espetáculos e diversões é regulamentada pela Lei nº 6.533/78 e pelo
Decreto nº 82.385/78

Trabalho da pessoa com deficiência e reabilitada

Como forma de discriminação positiva, a lei previdenciária prevê cotas para contratação de pessoas com
deficiência e reabilitadas perante o INSS.
Em princípio, o tema não tem qualquer relação com as garantias de emprego. Ocorre que, embora constitua
garantia de emprego indireta, o art. 93, §1º, da Lei nº 8.213/1991, prevê que os empregados contratados para
cumprimento de tal cota somente podem ser dispensados sem justa causa se a empresa contratar outro subs-
tituto em condição semelhante. Vejamos:
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento)
a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I – até 200 empregados...............................................................................2%;
II – de 201 a 500..........................................................................................3%;
III – de 501 a 1.000.....................................................................................4%;
IV – de 1.001 em diante.............................................................................5%.
§1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de
contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo in-
determinado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
reabilitado da Previdência Social.

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233
§2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como
gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência
e por beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às
entidades representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.
§3º Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa com deficiência,
excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
O trabalhador com deficiência tem direito à jornada especial. Dependendo do grau de deficiência do traba-
lhador poderá haver horário flexível ou reduzido, com proporcionalidade de salário, quando tais procedimentos
se fizerem necessários
Importante: Não há previsibilidade legal de estabilidade para o empregado com deficiência. A dispensa de
empregado com deficiência ou reabilitado, quando se tratar de contrato por prazo determinado, superior a 90
dias, e a dispensa imotivada, no contrato por prazo indeterminado, somente poderá ocorrer após a contratação
de substituto em condições semelhantes.
A demissão de um trabalhador com deficiência ensejará a contratação de outro com deficiência. Essa regra
deve ser observada enquanto a empresa não tenha atingido o percentual mínimo legal. Fora desse requisito,
valem as regras gerais que disciplinam a rescisão do contrato de trabalho (art. 93 da Lei nº 8.213/91).

Aprendizagem profissional

A Aprendizagem Profissional está prevista na Lei nº 10.097, de 19/12/2000, que estabelece as diretrizes
para a contratação de aprendizes.
Trata-se de instrumento de qualificação profissional destinado à inserção de jovens de 14 a 24 anos no
mercado de trabalho (e sem limite de idade no caso de pessoas com deficiência), que tem por objetivo criar
oportunidades tanto para os aprendizes - que receberão suporte para seu ingresso no mundo laboral – quanto
para as empresas, que têm a possibilidade de formar mão-de-obra-qualificada.
Tem o contrato de aprendizagem natureza de pacto especial (art. 428 da CLT), com características próprias,
pois há a combinação do ensinamento, do caráter discente, juntamente com a prestação de serviços. Não se
trata, porém, de cláusula do contrato de trabalho, mas do próprio contrato de trabalho.
Prazo36
Prevê o §3º do art. 428 da CLT que o contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois
anos, salvo para o aprendiz deficiente. Como o contrato do aprendiz é de prazo certo, tem de atender ao art.
445 da CLT, que determina o prazo de dois anos para esse tipo de pacto. Excedido o prazo de dois anos, o
pacto transforma-se em contrato de prazo indeterminado.
A Convenção nº 138 da OIT estabelece a idade mínima para a admissão ao trabalho. A referida norma pre-
vê:
(a) a idade mínima básica como o término da escolaridade obrigatória, porém não pode ser inferior a 15
anos;
(b) nos países em desenvolvimento com precário sistema escolar, a idade básica pode ser fixada em 14
anos;
(c) é possível o trabalho com idade mínima inferior, desde que para trabalhos leves, assim caracterizados
nas legislações nacionais, sempre observada a escolaridade entre 13 e 15 anos ou entre 12 e 14 anos;

36 [ Martins, Sergio P. Direito do trabalho. (39th edição). Editora Saraiva, 2023.]

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234
(d) antes dos 18 anos é vedado o trabalho em locais insalubres, perigosos e prejudiciais ao desenvolvimen-
to físico da criança. A citada norma internacional foi aprovada pelo Decreto Legislativo nº 179, de 1999. Não
foi, porém, promulgada. Entretanto, não pode ser aplicada em certos casos, pois o inciso XXXIII do art. 7º da
Constituição, com a redação da Emenda Constitucional nº 20/98, dispõe que é vedado o trabalho do menor de
16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Logo, nesses casos é inconstitucional.
O aprendiz menor de 18 anos não poderá trabalhar à noite e em atividades perigosas ou insalubres.
A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a
compensação da jornada (art. 432 da CLT), pois o objetivo é a aprendizagem.
Será proibido também ao aprendiz prestar horas extras, em qualquer condição, como para atender às
necessidades inadiáveis do empregador, por motivo de força maior ou por qualquer outro motivo. Se as fizer,
deverá recebê-las com o adicional de pelo menos 50%, salvo se a norma coletiva da categoria estabelecer
adicional superior. Não seria admissível o menor prestar horas extras e não recebê-las, pois implicaria enrique-
cimento do empregador em prejuízo do trabalho do obreiro.
O limite acima previsto poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o
ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica (§1º do art. 432
da CLT).
A finalidade da lei é permitir que o aprendiz possa completar o ensino fundamental, estipulando jornada de
seis horas.
Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora (§2º do art. 428 da CLT).
Dica: Se o pacto compreende trabalho, ainda que diga respeito à aprendizagem do trabalhador, com paga-
mento de salário e subordinação, existe contrato de trabalho, de natureza especial.

Trabalho rural: Lei nº 5889 de 1973 e alterações e NR 31

— Trabalho Rural37
Segundo a Lei n. 5.889/73, empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústi-
co, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário
(art. 2º). Desta forma, empregado rural é aquele que trabalha para empregador rural.
A doutrina trabalhista apresenta cinco requisitos do conceito de empregado rural:
a) pessoa física;
b) serviço em propriedade rural ou prédio rústico;
c) não eventualidade;
d) subordinação jurídica e
e) onerosidade.
É importante conhecer o conceito de empregador rural, pois todo empregado que trabalhar para emprega-
dor rural será empregado rural, portanto, o critério definidor não é a utilização de métodos de trabalho rurais e
sim se o empregado presta serviços para empregador rural.
Por exemplo, pode ser empregado rural o escriturário da fazenda, o veterinário, o agrônomo e tantos outros
profissionais que trabalham para um empregador rural, sem necessariamente desenvolver atividades tipica-
mente rurais.
Os requisitos do conceito de empregador rural são:
a) pessoa física ou jurídica;
b) proprietário ou não;
c) que exerce atividade agroeconômica;

37 [ Calvo, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. (7th edição). Editora Saraiva, 2023]

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235
d) de caráter permanente ou temporário; e
e) diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.
Desta forma, o critério é atividade rurícola do empregador rural: exploração de atividade agroeconômica.
Em resumo, empregado rural é aquele que presta serviços a empregador rural. Portanto, o conceito de em-
pregador rural é essencial para tipificação do vínculo do emprego rural.
Esta é a principal diferenciação entre o chacareiro ou caseiro considerado empregado rural ou doméstico.
Para guardar: O Decreto n. 7.943/2013 institui a Política Nacional para os Trabalhadores Rurais Emprega-
dos – PNATRE e a Comissão Nacional dos Trabalhadores Rurais Empregados – CNATRE.

2) O empregador rural é aquele que desenvolve atividade agroeconômica, assim entendida como atividade
agrícola ou pecuária. Se o empregador exercer atividade industrial, não será considerado empregador rural.

3) Nos termos do art. 2º, §3º, do Decreto n. 73.626/74, inclui­se na atividade econômica rural a exploração
industrial em estabelecimento agrário.
Nos termos do art. 2º, §4º, do Decreto n. 73.626/74, consideram­-se como exploração industrial em estabe-
lecimento agrário as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem
transformá­-los em sua natureza, tais como:
a) o beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agrope­cuários e hortigranjeiros e das
matérias­-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização;
b) o aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in
natura, referidas na letra anterior.
Se houver atividade desenvolvida em processo de industrialização sem que haja transformação da matéria-
-prima, trata­se de trabalho rural, mas se estiver presente um processo de transformação da matéria­-prima na
aparência e a força de trabalho do obreiro for utilizada, o trabalhador será enquadrado como industriário. Assim
o forneiro é industriário e não rural, pois a transformação da madeira em carvão por meio de aplicação de calor
é de tal ordem que se tem processo industrial.
O local da atividade laboral do rurícola poderá ser zona rural ou prédio rústico (áreas campestres incrusta-
das no espaço urbano).
Nem todo trabalhador rural é empregado rural. É o caso dos arrendatários, parceiros e empreiteiros, que
são trabalhadores rurais e não empregados rurais, pois não se enquadram na definição de empregado rural,
uma vez que a esses trabalhadores faltam os principais pressupostos de uma relação de emprego.

1) A Constituição Federal expandiu os direitos do empregado rural, equipa­rando­-os aos dos trabalhadores
urbanos (art. 7º, caput). Em 1993, o Brasil aprovou a Convenção n. 141 da OIT relativa às organizações de
trabalhadores rurais e a função no desenvolvimento econômico e social pelo Decreto Legislativo n. 5/93.

2) Vale ressaltar que o empregado rural tem alguns direitos diferenciados em relação ao empregado urbano,
tais como o trabalho noturno.
A hora noturna do trabalhador rural é de 60 (sessenta) minutos, sendo o adicional noturno de 25% sobre a
hora diurna. O horário noturno para os empregados rurais que trabalham na lavoura é das 21 às 5 horas e dos
empregados rurais que trabalham na pecuária é das 20 às 4 horas.
Há outros direitos diferenciados do empregado rural em relação ao empregado urbano, tais como:
- Intervalo: trabalho superior a seis horas, obrigatória a concessão de uma hora de intervalo, observados
os usos e costumes da região.
- Salário-utilidade: os percentuais dos valores pagos a título de habitação e alimentação são de 20% e 25%
do salário mínimo, respectivamente.

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- Aviso prévio trabalhado: dispensa de um dia por semana para procurar outro emprego.
- Serviços intermitentes: não serão computados os intervalos superiores a cinco horas, desde que anota-
dos na CTPS do empregado rural.
- Moradia: não constitui salário­-utilidade de natureza salarial, se constar no contrato escrito, com assinatura
de duas testemunhas e notificação do sindicato de empregados. É vedada a moradia coletiva de famílias, com
fundamento no art. 8º, §2º, da referida lei:
Art. 8º (...)
§2º Sempre que mais de um empregado residir na mesma morada, o desconto, previsto na letra a deste
artigo, será dividido proporcionalmente ao número de empregados, vedada, em qualquer hipótese, a moradia
coletiva de famílias.
Rescindido ou findo o contrato de trabalho, o empregado será obrigado a desocupar a casa dentro de trinta
dias.
Escola primária gratuita
Toda propriedade rural, que mantenha a seu serviço ou trabalhando em seus limites mais de cinquenta
famílias de trabalhadores de qualquer natureza, é obrigada a possuir e conservar em funcionamento escola
primária, inteiramente gratuita, para os filhos destes, com tantas classes quantos sejam os filhos destes, com
tantas classes quantos sejam os grupos de quarenta crianças em idade escolar.
Safrista
É empregado rural safrista a pessoa física que presta serviço a empregador rural mediante contrato de
safra, isto é, contrato dependente de variação estacional na atividade agrária, nos termos do art. 14, parágrafo
único, da Lei n. 5.889/73:
Art. 14. (...)
Parágrafo único. Considera­-se contrato de safra o que tenha sua duração dependente de variações estacio-
nais da atividade agrária.
O contrato de safra é um contrato por tempo determinado, do tipo não formalístico, portanto se aplicam a ele
todas as regras celetistas do contrato por prazo determinado (prorrogação, sucessividade, rescisão do contra-
to, dentre outras). Em geral, o termo do contrato de safra é incerto, uma vez que depende de eventos naturais
(solo, chuva, sol, dentre outros).
No contrato de safra temos, de um lado, o empregado rural, que fornece sua mão de obra por prazo deter-
minado para o empregador rural, que poderá ser o proprietário das terras a serem cultivadas, ou, de outro lado,
a empresa que atua na área de agronegócios.
Nos contratos de safra é possível estabelecer o pagamento de salários por tarefa ou por produção.
Salário por tarefa é aquele fixado em determinado valor que será pago ao empregado pela realização de
uma tarefa em período especificado. Já o salário por produção é variável e corresponderá à quantidade de ser-
viços produzidos pelo trabalhador rural, sem levar em conta o tempo gasto para sua execução.
Pequeno produtor rural – contrato rural de pequeno prazo
A Lei n. 11.718/2008 acrescentou o art. 14­-A à Lei n. 5.889/73. Nesse sentido, o produtor rural, pessoa física,
poderá realizar a contratação de trabalhador rural por pequeno prazo, para o exercício de atividades de nature-
za temporária, sendo vedada a feitura de contrato de trabalhador rural por pequeno prazo com produtores rurais
pessoas jurídicas e agroindústrias, consoante expressamente previsto no art. 14­-A, §4º.
Prazo máximo do contrato por pequeno prazo
Conforme o art. 14­-A, §1°, o contrato de trabalho por pequeno prazo terá duração máxima de dois meses,
dentro do período de um ano.
O contrato que vigorar por mais de dois meses, dentro de um ano, será convertido em contrato por prazo
indeterminado.

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Direitos trabalhistas do trabalhador rural contratado por pequeno prazo
Segundo o art. 14­A, §8°, são assegurados ao trabalhador rural contratado por pequeno prazo, além da re-
muneração equivalente à do trabalhador rural permanente, os demais direitos de natureza trabalhista. São eles:

1) jornada de trabalho de oito horas diárias e de 44 horas semanais;

2) intervalo para repouso e/ou alimentação;

3) repouso semanal remunerado;

4) estabilidade provisória;

5) aviso prévio;

6) férias com adicional de 1/3;

7) 13º salário;

8) FGTS, a partir de 5­-10­-1988, data da promulgação da Constituição Federal/88;

9) adicional noturno;

10) adicional de insalubridade ou periculosidade; e, também, 11) horas extras.


LEI Nº 5.889, DE 8 DE JUNHO DE 1973.
Estatui normas reguladoras do trabalho rural.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º As relações de trabalho rural serão reguladas por esta Lei e, no que com ela não colidirem, pelas
normas da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 01/05/1943.
Parágrafo único. Observadas as peculiaridades do trabalho rural, a ele também se aplicam as leis nºs 605,
de 05/01/1949, 4090, de 13/07/1962; 4725, de 13/07/1965, com as alterações da Lei nº 4903, de 16/12/1965 e
os Decretos-Leis nºs 15, de 29/07/1966; 17, de 22/08/1966 e 368, de 19/12/1968.
Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de
natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
Art. 3º - Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário
ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através
de prepostos e com auxílio de empregados.
§1o Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo, além da exploração industrial em esta-
belecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, a exploração do turismo rural ancilar à exploração agroeconômica. (Reda-
ção dada pela Lei nº 13.171, de 2015)

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§2º Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria,
estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações
decorrentes da relação de emprego.
Art. 4º - Equipara-se ao empregador rural, a pessoa física ou jurídica que, habitualmente, em caráter pro-
fissional, e por conta de terceiros, execute serviços de natureza agrária, mediante utilização do trabalho de
outrem. (Vide Lei nº 6.260, de 1975)
Art. 5º Em qualquer trabalho contínuo de duração superior a seis horas, será obrigatória a concessão de
um intervalo para repouso ou alimentação observados os usos e costumes da região, não se computando este
intervalo na duração do trabalho. Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas
consecutivas para descanso.
Art. 6º Nos serviços, caracteristicamente intermitentes, não serão computados, como de efeito exercício,
os intervalos entre uma e outra parte da execução da tarefa diária, desde que tal hipótese seja expressamente
ressalvada na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte e uma horas de
um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia
seguinte, na atividade pecuária.
Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remunera-
ção normal.
Art. 8º Ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno.
Art. 9º Salvo as hipóteses de autorização legal ou decisão judiciária, só poderão ser descontadas do empre-
gado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o salário mínimo:
a) até o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupação da morada;
b)até o limite de 25% (vinte por cento) pelo fornecimento de alimentação sadia e farta, atendidos os preços
vigentes na região;
c) adiantamentos em dinheiro.
§1º As deduções acima especificadas deverão ser previamente autorizadas, sem o que serão nulas de
pleno direito.
§2º Sempre que mais de um empregado residir na mesma morada, o desconto, previsto na letra “a” deste
artigo, será dividido proporcionalmente ao número de empregados, vedada, em qualquer hipótese, a moradia
coletiva de famílias.
§3º Rescindido ou findo o contrato de trabalho, o empregado será obrigado a desocupar a casa dentro de
trinta dias.
§4º O Regulamento desta Lei especificará os tipos de morada para fins de dedução.
§5º A cessão pelo empregador, de moradia e de sua infra estrutura básica, assim, como, bens destinados à
produção para sua subsistência e de sua família, não integram o salário do trabalhador rural, desde que carac-
terizados como tais, em contrato escrito celebrado entre as partes, com testemunhas e notificação obrigatória
ao respectivo sindicato de trabalhadores rurais. (Incluído pela Lei nº 9.300, de 29/08/96)
Art. 10. A prescrição dos direitos assegurados por esta Lei aos trabalhadores rurais só ocorrerá após dois
anos de cessação do contrato de trabalho.
Parágrafo único. Contra o menor de dezoito anos não corre qualquer prescrição.
Art. 11. Ao empregado rural maior de dezesseis anos é assegurado salário mínimo igual ao de empregado
adulto.
Parágrafo único. Ao empregado menor de dezesseis anos é assegurado salário mínimo fixado em valor
correspondente à metade do salário mínimo estabelecido para o adulto.
Art. 12. Na regiões em que se adota a plantação subsidiária ou intercalar (cultura secundária), a cargo do
empregado rural, quando autorizada ou permitida, será objeto de contrato em separado.

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Parágrafo único. Embora devendo integrar o resultado anual a que tiver direito o empregado rural, a plan-
tação subsidiária ou intercalar não poderá compor a parte correspondente ao salário mínimo na remuneração
geral do empregado, durante o ano agrícola.
Art. 13. Nos locais de trabalho rural serão observadas as normas de segurança e higiene estabelecidas em
portaria do ministro do Trabalho e Previdência Social.
Art. 14. Expirado normalmente o contrato, a empresa pagará ao safrista, a título de indenização do tempo
de serviço, importância correspondente a 1/12 (um doze avos) do salário mensal, por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias.
Parágrafo único. Considera-se contrato de safra o que tenha sua duração dependente de variações esta-
cionais da atividade agrária.
Art. 14-A. O produtor rural pessoa física poderá realizar contratação de trabalhador rural por pequeno prazo
para o exercício de atividades de natureza temporária. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§1o A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo que, dentro do período de 1 (um) ano, superar
2 (dois) meses fica convertida em contrato de trabalho por prazo indeterminado, observando-se os termos da
legislação aplicável. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§2o A filiação e a inscrição do trabalhador de que trata este artigo na Previdência Social decorrem, au-
tomaticamente, da sua inclusão pelo empregador na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, cabendo à Previdência Social instituir mecanismo que
permita a sua identificação. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§3o O contrato de trabalho por pequeno prazo deverá ser formalizado mediante a inclusão do trabalhador
na GFIP, na forma do disposto no §2o deste artigo, e : (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – mediante a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social e em Livro ou Ficha de Registro de
Empregados; ou
II – mediante contrato escrito, em 2 (duas) vias, uma para cada parte, onde conste, no mínimo: (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008)
a) expressa autorização em acordo coletivo ou convenção coletiva; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) identificação do produtor rural e do imóvel rural onde o trabalho será realizado e indicação da respectiva
matrícula; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
c) identificação do trabalhador, com indicação do respectivo Número de Inscrição do Trabalhador – NIT.
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§4o A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo só poderá ser realizada por produtor rural pessoa
física, proprietário ou não, que explore diretamente atividade agroeconômica. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
2008)
§5o A contribuição do segurado trabalhador rural contratado para prestar serviço na forma deste artigo é
de 8% (oito por cento) sobre o respectivo salário-de-contribuição definido no inciso I do caput do art. 28 da Lei
no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§6o A não inclusão do trabalhador na GFIP pressupõe a inexistência de contratação na forma deste artigo,
sem prejuízo de comprovação, por qualquer meio admitido em direito, da existência de relação jurídica diversa.
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§7o Compete ao empregador fazer o recolhimento das contribuições previdenciárias nos termos da legis-
lação vigente, cabendo à Previdência Social e à Receita Federal do Brasil instituir mecanismos que facilitem o
acesso do trabalhador e da entidade sindical que o representa às informações sobre as contribuições recolhi-
das. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§8o São assegurados ao trabalhador rural contratado por pequeno prazo, além de remuneração equivalen-
te à do trabalhador rural permanente, os demais direitos de natureza trabalhista. (Incluído pela Lei nº 11.718,
de 2008)
§9o Todas as parcelas devidas ao trabalhador de que trata este artigo serão calculadas dia a dia e pagas
diretamente a ele mediante recibo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

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§10. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS deverá ser recolhido e poderá ser levantado nos
termos da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
Art. 15. Durante o prazo do aviso prévio, se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, o empregado
rural terá direito a um dia por semana, sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho.
Art. 16. Toda propriedade rural, que mantenha a seu serviço ou trabalhando em seus limites mais de cin-
qüenta famílias de trabalhadores de qualquer natureza, é obrigada a possuir e conservar em funcionamento
escola primária, inteiramente gratuita, para os filhos destes, com tantas classes quantos sejam os filhos destes,
com tantas classes quantos sejam os grupos de quarenta crianças em idade escolar.
Parágrafo único. A matrícula da população em idade escolar será obrigatória, sem qualquer outra exigên-
cia, além da certidão de nascimento, para cuja obtenção o empregador proporcionará todas as facilidades aos
responsáveis pelas crianças.
Art. 17. As normas da presente Lei são aplicáveis, no que couber, aos trabalhadores rurais não compreen-
didos na definição do art. 2º, que prestem serviços a empregador rural.
Art. 18. As infrações aos dispositivos desta Lei serão punidas com multa de R$ 380,00 (trezentos e oitenta
reais) por empregado em situação irregular. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§1o As infrações aos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e legislação esparsa, co-
metidas contra o trabalhador rural, serão punidas com as multas nelas previstas. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§2o As penalidades serão aplicadas pela autoridade competente do Ministério do Trabalho e Emprego, de
acordo com o disposto no Título VII da CLT. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§3o A fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego exigirá dos empregadores rurais ou produtores
equiparados a comprovação do recolhimento da Contribuição Sindical Rural das categorias econômica e pro-
fissional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 19 O enquadramento e a contribuição sindical rurais continuam regidos pela legislação ora em vigor; o
seguro social e o seguro contra acidente do trabalho rurais serão regulados por lei especial. (Vide Lei nº 6.195,
de 1974)
Art. 20. Lei especial disporá sobre a aplicação ao trabalhador rural, no que couber, do regime do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em es-
pecial a Lei nº 4.214, de 02/03/1963, e o Decreto-lei nº 761, de 14/08/1969.
Brasília, 8 de junho de 1973; 152º da Independência e 85º da República.

Trabalho cooperado

O trabalhador cooperado é um profissional autônomo. Isso significa que ele não possui vínculo empregatí-
cio. Ele é o responsável por sua prestação de serviços ou produtos e sócio da cooperativa a que está vinculado.
Um fator importante que você deve saber é que os cooperados não recebem salários e sim honorários.
Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados”.
Referida legislação regulamenta as cooperativas em geral. Recentemente, foi aprovada a Lei n. 12.690/2012
que regulamentou a organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho.
A Lei n. 12.690/2012 é expressa no sentido de que a Cooperativa de Trabalho é regulada por esta lei e, no
que com ela não colidir, pelas Leis n. 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002
– Código Civil.

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O ato cooperativo é aquele praticado entre os cooperados e a cooperativa, entre estes e aquelas e
pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais.
Ilustre-se das principais características distintivas da cooperativa em relação a outras sociedades é que as
cooperativas têm por finalidade a prestação de serviços aos associados, para o exercício de uma ativi-
dade comum, econômica, sem objetivo de lucro.
A relação jurídica estabelecida entre o associado e a sociedade cooperativa é de natureza civil, caracteriza-
da pela combinação de esforços ou recursos dos associados para o fim comum.
A Lei n. 12.690/2012 traz a definição de cooperativa de trabalho: “sociedade constituída por trabalhadores
para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão
para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho”.
O art. 7º da referida lei prevê que:
Art. 7º A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a As-
sembleia Geral venha a instituir:
I – retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salário
mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas;
II – duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas sema-
nais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou
escalas, facultada a compensação de horários;
III – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
IV – repouso anual remunerado;
V – retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;
VI – adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;
VII – seguro de acidente de trabalho.
A Lei n. 12.690/2012 é clara ao dispor que a Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para interme-
diação de mão de obra subordinada (art. 5º), uma vez que o cooperado é sócio­trabalhador - possui esta dupla
qualidade.
A previsão contida no art. 442, parágrafo único, deve ser considerada presunção relativa, ou seja, cabe
prova em sentido contrário. Vejamos:
Art. 442. (...)
Parágrafo único. Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo em-
pregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviço daquela.
Conclui-se que, caso seja evidenciada relação de subordinação, o cooperado poderá pleitear reconheci-
mento de vínculo de emprego, como qualquer outro trabalhador.

Trabalho infantil e proteção do trabalhador adolescente

Combate ao trabalho infantil38


Indiscutivelmente o combate ao trabalho infantil é uma das mais nobres missões institucionais da Auditoria
Fiscal do Trabalho. Com efeito, hoje se tem a noção clara, ao menos entre boa parte dos operadores do direito,
de que a criança e o adolescente não devem ser inseridos precocemente no mercado de trabalho, a fim de ter
assegurado seu perfeito desenvolvimento físico, mental e psicológico.

38 Resende, Ricardo. Direito do Trabalho. (9th edição). Grupo GEN, 2023.

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A compreensão da dinâmica das ações de combate ao trabalho infantil pela fiscalização do trabalho não
apresenta maiores dificuldades àqueles que se preparam para concursos públicos, ao passo que tais ações
consistem basicamente na verificação, in loco, do trabalho infantil proibido, bem como do trabalho proibido aos
menores de 18 anos (noturno, perigoso, insalubre etc.), com a consequente determinação de afastamento do
menor diante das irregularidades eventualmente encontradas e pagamento das parcelas trabalhistas devidas.
No tocante às providências que deve adotar o Auditor Fiscal do Trabalho, dispõe o art. 53 da IN MTP nº
2/2021:
Art. 53. No curso da ação fiscal, o Auditor-Fiscal do Trabalho deve, sem prejuízo da lavratura dos autos de
infração cabíveis e demais encaminhamentos previstos nesta Instrução Normativa:
I – preencher a Ficha de Verificação Física para cada criança ou adolescente encontrado em situação irre-
gular de trabalho, independentemente da natureza da relação laboral, previsto no Anexo III;
II – determinar, quando for possível, a mudança de função dos adolescentes maiores de dezesseis anos em
situação de trabalho, por meio do Termo de Mudança de Função constante do Anexo IV, nos termos do art. 407
da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943;
III – notificar o responsável pela empresa ou local de trabalho onde a situação irregular de trabalho infantil foi
encontrada, para que afaste de imediato do trabalho as crianças e os adolescentes da atividade proibida, por
meio do Termo de Afastamento do Trabalho, previsto no Anexo V;
IV – notificar o responsável pela empresa ou local de trabalho onde a situação irregular de trabalho infantil
foi encontrada, para efetuar o pagamento das verbas trabalhistas decorrentes do tempo de serviço laborado à
criança ou ao adolescente afastado do trabalho, conforme previsto no art. 55 e art. 56.
Parágrafo único. Caso o responsável pelo estabelecimento ou local de trabalho não atenda à determinação
do Auditor-Fiscal do Trabalho de mudança de função do adolescente ou não seja possível a adequação da fun-
ção, fica configurada a rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos do art. 407 da Consolidação das
Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.
Ao constatar o trabalho de crianças ou adolescentes menores de 16 anos que não estejam na condição de
aprendiz, o AFT deve, sem prejuízo da lavratura do auto de infração, determinar o pagamento das seguintes
verbas rescisórias:
a) saldo de salário;
b) férias proporcionais e vencidas, acrescidas do terço constitucional, conforme o caso;
c) décimo terceiro salário proporcional ou integral, conforme o caso; e
d) aviso-prévio indenizado.
No caso, não se exige o registro, ao passo que ele é proibido em se tratando de menor de 16 anos, salvo
na condição de aprendiz. Para propiciar a comprovação do trabalho da criança ou do adolescente menor de
16 anos na via judicial, o Auditor Fiscal do Trabalho deve lavrar o Termo de Constatação de Tempo de Serviço,
que deve ser entregue ao responsável legal pela criança ou adolescente, descabendo exigência de anotações
na CTPS.
Por sua vez, a constatação do trabalho de adolescentes com idade superior a 16 anos em situações le-
galmente proibidas, frustrada a mudança de função, configura rescisão indireta do contrato de trabalho, nos
termos do art. 407 da CLT, pelo que são devidos os mesmos direitos trabalhistas assegurados a qualquer em-
pregado com mais de 18 anos.
No caso, o agente de inspeção deve determinar ao responsável pela empresa ou local de trabalho a ano-
tação do contrato na CTPS do adolescente maior de 16 anos, ainda que o trabalho seja proibido, devendo ser
consignada a função efetivamente desempenhada.
Por fim, a rede de proteção à criança e ao adolescente deve ser comunicada, com o que se exaure a atuação
administrativa da fiscalização do trabalho.

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Trabalho análogo ao de escravo e tráfico de pessoas

Infelizmente ainda vivenciamos, nos dias atuais, a exploração do trabalho humano mediante a submissão
de trabalhadores a condições análogas à de escravo.
O art. 149 do Código Penal Brasileiro, com a redação dada pela Lei nº 10.803/2003, ampliou as hipóteses
de caracterização de tal figura jurídica, nos seguintes termos:
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jor-
nada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
Com base na tipificação penal, estabeleceu-se a caracterização administrativa da figura da redução do tra-
balhador a condições análogas à de escravo, nos termos do art. 6º da Instrução Normativa MTP nº 2/202157:
Art. 23. Considera-se em condição análoga à de escravo o trabalhador submetido, de forma isolada ou con-
juntamente, a:
I – Trabalho forçado;
II – Jornada exaustiva;
III – Condição degradante de trabalho;
IV – Restrição, por qualquer meio, de locomoção em razão de dívida contraída com empregador ou prepos-
to, no momento da contratação ou no curso do contrato de trabalho;
V – Retenção no local de trabalho em razão de:
a) cerceamento do uso de qualquer meio de transporte;
b) manutenção de vigilância ostensiva; ou
c) apoderamento de documentos ou objetos pessoais.
Observe-se que o caput do art. 23 da IN MTP nº 2/2021 esclarece que se considera trabalho realizado em
condição análoga à de escravo o que resulte das situações mencionadas, quer em conjunto, quer isoladamente.
Não obstante, infelizmente ainda é comum a resistência, mesmo no âmbito da Justiça do Trabalho, em
aceitar a existência do trabalho escravo contemporâneo. Muitas vezes, mesmo diante de notória precariedade
das condições de trabalho a que são submetidos os trabalhadores, nega-se o reconhecimento do trabalho em
condições análogas às de escravo.
Na verdade, o trabalho em condições análogas à de escravo é reconhecido hoje em dia, a partir do momen-
to em que há o desrespeito ao atributo maior do ser humano, que é a sua dignidade, e que ocorre, do ponto de
vista do trabalho humano, quando é negado ao trabalhador um conjunto mínimo de direitos que a Organização
Internacional do Trabalho convencionou denominar trabalho decente, e que são dos Direitos Humanos especí-
ficos dos trabalhadores”.

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Caracterização do trabalho em condições análogas às de escravo
Sujeição do obreiro a trabalhos forçados
A Convenção nº 29 da OIT, em seu art. 2º, define o trabalho forçado como “todo trabalho ou serviço exigido
de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual não se tenha oferecido espontaneamente”.
Considera-se trabalho forçado aquele exigido sob ameaça de sanção física ou psicológica e para o qual o
trabalhador não tenha se oferecido ou no qual não deseje permanecer espontaneamente (art. 24, I, da IN nº
2/202160).
Não importa, para a caracterização, em que momento o trabalhador teve cerceada a sua liberdade de es-
colha, ou seja, pode o contrato ter se iniciado de forma espontânea, e posteriormente ter se tornado forçado.
A coação que limita a autonomia da vontade do empregado pode ser física, moral ou psicológica. A coação
física é aquela praticada mediante violência física, por exemplo, por meio do impedimento da locomoção do tra-
balhador por prepostos do empregador, ou, ainda, pela imposição de castigos físicos. A coação psicológica se
revela nas ameaças levadas a efeito pelo empregador ou seus prepostos, bem como na vigilância ostensiva do
local de trabalho. Por fim, a coação moral decorre da indução do trabalhador a acreditar que deve permanecer
no trabalho, por exemplo, em caso de dívidas contraídas junto ao empregador.
A Instrução Normativa MTP nº 2/2021, ao dispor sobre a fiscalização para a erradicação de trabalho em con-
dição análoga à de escravo, estabeleceu um rol exemplificativo de indicadores de submissão do trabalhador a
trabalhos forçados, o qual pode ser de grande valia ao candidato, notadamente em eventual questão discursiva
sobre o tema. Vejamos a seguir.
1 – São indicadores de submissão de trabalhador a trabalhos forçados:
- trabalhador vítima de tráfico de pessoas;
- arregimentação de trabalhador por meio de ameaça, fraude, engano, coação ou outros artifícios que levem
a vício de consentimento, tais como falsas promessas no momento do recrutamento ou pagamento a pessoa
que possui poder hierárquico ou de mando sobre o trabalhador;
- manutenção de trabalhador na prestação de serviços por meio de ameaça, fraude, engano, coação ou
outros artifícios que levem a vício de consentimento quanto a sua liberdade de dispor da força de trabalho e de
encerrar a relação de trabalho;
- manutenção de mão de obra de reserva recrutada sem observação das prescrições legais cabíveis, atra-
vés da divulgação de promessas de emprego em localidade diversa da de prestação dos serviços;
- exploração da situação de vulnerabilidade de trabalhador para inserir no contrato de trabalho, formal ou
informalmente, condições ou cláusulas abusivas;
- existência de trabalhador restrito ao local de trabalho ou de alojamento, quando tal local situar-se em área
isolada ou de difícil acesso, não atendida regularmente por transporte público ou particular, ou em razão de
barreiras como desconhecimento de idioma, ou de usos e costumes, de ausência de documentos pessoais, de
situação de vulnerabilidade social ou de não pagamento de remuneração;
- induzimento ou obrigação do trabalhador a assinar documentos em branco, com informações inverídicas
ou a respeito das quais o trabalhador não tenha o entendimento devido;
- induzimento do trabalhador a realizar jornada extraordinária acima do limite legal ou incompatível com sua
capacidade psicofisiológica;
- estabelecimento de sistemas de remuneração que não propiciem ao trabalhador informações compreen-
síveis e idôneas sobre valores recebidos e descontados do salário;
- estabelecimento de sistemas remuneratórios que, por adotarem valores irrisórios pelo tempo de trabalho
ou por unidade de produção, ou por transferirem ilegalmente os ônus e riscos da atividade econômica para o
trabalhador, resultem no pagamento de salário base inferior ao mínimo legal ou remuneração aquém da pac-
tuada;
- exigência do cumprimento de metas de produção que induzam o trabalhador a realizar jornada extraordi-
nária acima do limite legal ou incompatível com sua capacidade psicofisiológica;

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- manutenção do trabalhador confinado através de controle dos meios de entrada e saída, de ameaça de
sanção ou de exploração de vulnerabilidade;
- pagamento de salários fora do prazo legal de forma não eventual;
- retenção parcial ou total do salário;
- pagamento de salário condicionado ao término de execução de serviços específicos com duração superior
a trinta dias.
Sujeição do trabalhador a jornada exaustiva
É comum a constatação, notadamente em atividades remuneradas por produção, da submissão dos tra-
balhadores a jornadas absurdas, de 15 ou 16 horas diárias. Sem nenhuma dúvida este cenário caracteriza a
jornada exaustiva a que alude o art. 149 do CPB. Mas não é só.
O Ministério do Trabalho e Emprego considera exaustiva toda forma de trabalho, de natureza física ou
mental, que, por sua extensão ou por sua intensidade, acarrete violação de direito fundamental do trabalhador,
notadamente os relacionados à segurança, saúde, descanso e convívio familiar e social.

Convenções da OIT: natureza jurídica, processo de elaboração, ratificação, denúncia,


vigência, aplicação e revisão

Convenções da OIT
Natureza Jurídica39
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma das mais antigas organizações de Estados em regular
funcionamento. Sua criação coincide com a da antiga Sociedade das Nações, já extinta, e, desde 1919, vem
prestando uma contribuição relevantíssima na formação normativa do Direito internacional do Trabalho.
As Convenções possuem a natureza jurídica de tratados multilaterais abertos, pois não se destinam à Es-
tados-membros previamente determinados, mas sim à adesão de qualquer dos países que compõem a OIT,
mesmo por aqueles que não tomaram parte nas tratativas e debates iniciais que conduziram à sua aprovação.
Precisa ser ratificada e passar por toda a processualística de incorporação dos tratados, para que então
ingresse no ordenamento jurídico interno de um país com status de fonte formal do direito. Se assim não for, ela
terá natureza de fonte material, assim como as recomendações, que também são fontes materiais.
Processo de Elaboração
No processo de elaboração das normas internacionais o trabalho, um dos importantes aspectos a conside-
rar é o nível dessas normas que deve se aplicar de acordo com o grau de desenvolvimento dos Estados-mem-
bros, de forma a atender, mais equanimemente, a realidade de cada qual.
As fontes de inspiração desses tratados são geralmente o direito interno dos Estados-membros e os pro-
blemas vivenciados em cada país, sendo de observar que, quando se trata de regulação de alguns direitos
humanos fundamentais, a grande inspiração vem da Europa, onde são mais evoluídos.
O ponto mais relevante das dificuldades com a elaboração das normas da OIT é o grau de flexibilidade que
devem possuir, porque a sua redação deve se adaptar a diferentes países.
Com efeito, verifica-se que a grande maioria das normas adotadas pela Organização são formulados de
modo a serem bastante flexíveis para atender às necessidades de tradução ao idioma de cada país e às res-
pectivas práticas nacionais.
Assim, é costume usar expressões genéricas, tipo medidas apropriadas. Não se adota uma norma que obri-
gue os Estados a fixação de determinado salário, mas apenas a implementar mecanismos para fixar salários
compatíveis com o seu desenvolvimento e suas necessidades.
Também existem cláusula de flexibilidade, como são conhecidos os dispositivos que permitem a fixação
provisória de normais mais brandas que as previstas, aplicar apenas alguns critérios do tratado e excluir algum
grupo de trabalhadores da aplicação de uma convenção.
39 [ Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/500/edicao-1/organizacao-internacional-
-do-trabalho. Acesso em 16.01.2024]

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Nessa mesma linha, usa-se métodos alternativos para aplicar uma convenção. A Convenção 96, cuida de
trabalho temporário e consagra a supressão progressiva de agências de colocação.
Como sabido, é reconhecida a dificuldade de se legislar internamente. Quando passamos para as relações
internacionais, essa situação naturalmente se agrava. Assim, os instrumentos oriundos da OIT se propõe ser
normas duradouras, que possam se adaptar ao longo do tempo às diversas alterações que se processam na
humanidade.
Ademais, um dos grandes problemas da elaboração dos tratados na OIT é a identificação dos direitos codi-
ficáveis, isto é, saber a natureza dos direitos que podem ser objeto de normação internacional. Assim, existem
dois ângulos do exame. O primeiro refere à aplicabilidade imediata da norma, e aqui encontramos temas como
proibição de trabalho forçado; liberdade sindical, que são assuntos urgentes e que precisam de solução mais
rápida, O segundo cuida de normas programáticas, traçando planos gerais para os Estados-membros como a
Convenção sobre política de emprego.
Ratificação
Quanto à ratificação, os Estados-membros têm a responsabilidade de ratificar uma convenção através de
uma declaração que é dirigida ao Diretor Geral da Repartição Internacional do Trabalho, onde, inclusive, ex-
põem eventual clausula de flexibilidade que poderá ser aplicada. Celso de Albuquerque Mello entende que “a
ratificação passou a ser considerada a fase mais importante do processo de conclusão dos tratados” porque é
o momento em que se processará a internalização do documento, com a participação ativa dos Poderes Exe-
cutivo e Legislativo dos Estados.
Denúncia
Denunciar é o ato unilateral do estado que declara formalmente que não aceita mais cumprir as obrigações
criadas pelo tratado. Para a convenções internacionais do trabalho, efetuada a denúncia, isto é, depositados
os instrumentos respectivos pelo Estado-membro, seus efeitos somente serão produzidos doze meses após.
Deve ser lembrado, ainda, que a denúncia é um ato do Poder Executivo do Estado-membro, que independe
de atuação do Parlamento, salvo expressa previsão na legislação interna. No Brasil, isto não ocorre, em vão,
algumas tentativas com relação à denúncia da Convenção 158, sobretudo porque, nas denúncias a outras
Convenções sequer este tema foi objeto de questionamento, como a Convenção 96, que objetiva terminar com
empresas de locação de mão-de-obra humana, cuja denúncia brasileira está vigendo desde 14 de janeiro de
1973, valendo lembrar, no particular, que, logo em seguida, foi sancionada a Lei 6.109/1974, dispondo sobre
trabalho temporário em nosso país.
Vigência
O processo interno para vigência de convenções internacionais do trabalho é o mesmo dos tratados inter-
nacionais em geral. Encontra-se regulado na Constituição de 1988. Cabe ao Presidente da República celebrá-
-las, pessoalmente ou através de seu representante plenipotenciário (art. 84, VIII). Em seguida, o Congresso
Nacional referenda o ato do Executivo (art. 49, I), que o promulga e manda publicar no órgão oficial, efetuando
o depósito dos instrumentos correspondentes perante o Diretor Geral da Repartição. Ao Judiciário cabe aplicar
a norma.
A vigência das convenções internacionais do trabalho começa a partir de 12 meses após o depósito do se-
gundo instrumento de ratificação perante a Repartição Internacional do Trabalho, e, por prazo indeterminado,
salvo, evidente, se o tratado expressamente prever limite temporal.
Aplicação
O tratado deve possuir regras sobre aplicação e observância. Até julho de 2015, o Brasil havia ratificado 98
convenções internacionais do trabalho, das quais oitenta estão em pleno vigor. A OIT divide suas convenções
por temas: fundamentais, prioritários e técnicos; dos oito temas fundamentais, o Brasil já ratificou sete conven-
ções.
Todos os Tribunais Regionais do Trabalho aplicam as convenções da OIT, bem assim, evidentemente, o
Tribunal Superior do Trabalho

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Revisão
Importante observar o critério de revisão das convenções internacionais do trabalho, que pode ser total ou
parcial. Existem algumas regras especificas que devem ser observadas. A convenção revista não pode mais
ser ratificada a partir da aprovação do novo texto. E o Estado que ratificar uma convenção revisora automati-
camente denúncia a revisada.

Inspeção e Fiscalização no Trabalho: Decreto nº 4.552/2002 e alterações

Fiscalização do trabalho ou fiscalização trabalhista é uma inspeção pela qual qualquer empresa está
sujeita.
A fiscalização do trabalho pode ser descrita como uma inspeção referente ao cumprimento da legislação
trabalhista.
Na fiscalização, os auditores do trabalho averiguam se a empresa está cumprindo com suas obrigações
legais diante dos direitos dos seus colaboradores. O principal objetivo da fiscalização trabalhista é combater a
informalidade.
A fiscalização trabalhista é realizada pelos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência e do
Ministério Público do Trabalho. Estes órgãos são responsáveis por realizar a fiscalização administrativa, isto é,
extrajudicial.
Já o Ministério Público do Trabalho é o responsável por apresentar ações civis públicas, como ajustes de
conduta baseado em irregularidades que ainda podem ser corrigidas pela companhia.
A fiscalização do trabalho é oriunda de alguma denúncia feita por um colaborador, juiz do trabalho ou pelo
auditor fiscal. Essa denúncia é chamada de “notícia fato”. Algumas empresas têm o direito a dupla visita.
A fiscalização trabalhista pode ocorrer de forma direta ou indireta:
Na fiscalização do trabalho direta, o auditor vai até a empresa para fazer a análise da denúncia e avaliar
se os direitos trabalhistas estão sendo cumpridos.
Na fiscalização do trabalho indireta, que é feita a distância, por meio da avaliação de documentos e da-
dos.
A atividade da fiscalização trabalhista é exercida hoje por funcionários públicos que são subordinados ao
Ministério do Trabalho. O fiscal deve autuar a empresa quando verificar a inobservância da lei por parte desta,
sob pena de responsabilidade administrativa. Quando da expedição de novas leis, regulamentos ou instruções
ministeriais, ou em se tratando de primeira inspeção em estabelecimentos recém-inaugurados, deverá o fiscal
obedecer ao critério da dupla visita, sendo que na primeira deverá instruir sobre a maneira de ser aplicada a lei
(art. 627 da CLT). O fiscal terá livre acesso às dependências da empresa que estiver sendo fiscalizada. Poderá
o fiscal receber denúncias de irregularidades de representantes legais de entidades sindicais.
A fiscalização do trabalho é uma atividade administrativa vinculada. O auditor deve se ater ao que a lei pre-
vê.
O inspetor do trabalho tem o direito de ingressar nas dependências da empresa, no que diz respeito ao
objeto da fiscalização. Havendo resistência, poderá o inspetor requisitar força policial (§8º do art. 630 da CLT).
São órgãos do Ministério do Trabalho e Previdência Social:
I – a Secretaria do Trabalho;
II – o Conselho Nacional do Trabalho;
III – o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
IV – o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

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DECRETO Nº 4.552, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2002.
Aprova o Regulamento da Inspeção do Trabalho.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, e considerando
o disposto no art. 21, inciso XXIV, ambos da Constituição, na Lei nº 10.593, de 06 de dezembro de 2002, e
na Convenção 81 da Organização Internacional do Trabalho, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 24, de 29
de maio de 1956, promulgada pelo Decreto nº 41.721, de 25 de junho de 1957, e revigorada pelo Decreto
nº 95.461, de 11 de dezembro de 1987, bem como o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
DECRETA:
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento da Inspeção do Trabalho, que a este Decreto acompanha.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 3º Revogam-se os Decretos nºs 55.841, de 15 de março de 1965, 57.819, de 15 de fevereiro de
1966, 65.557, de 21 de outubro de 1969, e 97.995, de 26 de julho de 1989.
Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

REGULAMENTO DA INSPEÇÃO DO TRABALHO


CAPÍTULO I
DA FINALIDADE
Art. 1o O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego, tem por
finalidade assegurar, em todo o território nacional, a aplicação das disposições legais, incluindo as convenções
internacionais ratificadas, os atos e decisões das autoridades competentes e as convenções, acordos e con-
tratos coletivos de trabalho, no que concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
Art. 2o Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:
I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis, regulamentos e demais
atos atinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;
II - Auditores-Fiscais do Trabalho; (Redação dada pelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003)
III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções auxiliares de inspeção do trabalho.
Art. 3o Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade nacional competente
em matéria de inspeção do trabalho.
Art. 4o Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, e fixa-
das as correspondentes sedes.
Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores-Fiscais do Trabalho poderão ser
divididas em áreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos.
Art. 5o A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes áreas de inspeção da mesma cir-
cunscrição obedecerá ao sistema de rodízio, efetuado em sorteio público, vedada a recondução para a mesma
área no período seguinte.
§1o Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas de inspeção pelo prazo máximo
de doze meses.
§2o É facultado à autoridade de direção regional estabelecer programas especiais de fiscalização que
contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste artigo, desde que aprovados pela autoridade nacional
competente em matéria de inspeção do trabalho.

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Art. 6º Atendendo às peculiaridades ou circunstâncias locais ou, ainda, a programas especiais de fiscaliza-
ção, poderá a autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho alterar os critérios fixados
nos arts. 4º e 5º para estabelecer a fiscalização móvel, independentemente de circunscrição ou áreas de inspe-
ção, definindo as normas para sua realização. (Redação dada pelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003)
Art 7o Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:
I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho.
II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência;
III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho; e
IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder pú-
blico.
§1o As autoridades de direção local e regional poderão empreender e supervisionar projetos consoante
diretrizes emanadas da autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
§2o Cabe à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho elaborar e divulgar os
relatórios previstos em convenções internacionais.
Art. 8o O planejamento estratégico das ações de inspeção do trabalho será elaborado pelos órgãos compe-
tentes, considerando as propostas das respectivas unidades descentralizadas.
§1o O planejamento de que trata este artigo consistirá na descrição das atividades a serem desenvolvidas
nas unidades descentralizadas, de acordo com as diretrizes fixadas pela autoridade nacional competente em
matéria de inspeção do trabalho.
§2o (Revogado pelo Decreto nº 4.870, de 330.10.2003)

CAPÍTULO III
DA INSPEÇÃO
Art. 9o A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, estabelecimentos e locais de traba-
lho, públicos ou privados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituições sem fins lucrativos, bem como
às embarcações estrangeiras em águas territoriais brasileiras.
Art. 10. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de Identidade Fiscal (CIF), que servirá como
credencial privativa, com renovação qüinqüenal.
§1o Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial transcrita na língua inglesa ao Auditor-
-Fiscal do Trabalho, que tenha por atribuição inspecionar embarcações de bandeira estrangeira.
§2o A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho fará publicar, no Diário Oficial
da União, relação nominal dos portadores de Carteiras de Identidade Fiscal, com nome, número de matrícula
e órgão de lotação.
§3o É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante da Carreira Auditoria-Fiscal do
Trabalho.
Art. 11. A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para inutilização, sob pena de responsa-
bilidade administrativa, nos seguintes casos:
I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;
II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Emprego;
III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho;
IV - aposentadoria; ou
V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses.
Art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, salvo quando o Auditor-Fiscal do
Trabalho julgar que tal identificação prejudicará a eficácia da fiscalização, hipótese em que deverá fazê-lo após
a verificação física.

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Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de documentos após a apresentação da
credencial.
Art. 13. O Auditor-Fiscal do Trabalho, munido de credencial, tem o direito de ingressar, livremente, sem pré-
vio aviso e em qualquer dia e horário, em todos os locais de trabalho mencionados no art. 9o.
Art. 14. Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, instituições, associações,
órgãos e entidades de qualquer natureza ou finalidade são sujeitos à inspeção do trabalho e ficam, pessoalmen-
te ou por seus prepostos ou representantes legais, obrigados a franquear, aos Auditores-Fiscais do Trabalho, o
acesso aos estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho, bem como exibir os documentos
e materiais solicitados para fins de inspeção do trabalho.
Art. 15. As inspeções, sempre que necessário, serão efetuadas de forma imprevista, cercadas de todas as
cautelas, na época e horários mais apropriados a sua eficácia.
Art. 16. As determinações para o cumprimento de ação fiscal deverão ser comunicadas por escrito, por meio
de ordens de serviço.
Parágrafo único. As ordens de serviço poderão prever a realização de inspeções por grupos de Auditores-
-Fiscais do Trabalho.
Art. 17. Os órgãos da administração pública direta ou indireta e as empresas concessionárias ou permis-
sionárias de serviços públicos ficam obrigadas a proporcionar efetiva cooperação aos Auditores-Fiscais do
Trabalho.
Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional:
I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança
e à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego, em especial:
a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos índices de
informalidade;
b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando maximizar os índices de
arrecadação;
c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados
e empregadores; e
d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil;
II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às pessoas sujeitas à
inspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de oportunidade e conveniência;
III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus prepostos ou representantes legais, bem
como trabalhadores, sobre qualquer matéria relativa à aplicação das disposições legais e exigir-lhes documen-
to de identificação;
IV - expedir notificação para apresentação de documentos;
V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros documentos, que entenda necessários ao
exercício de suas atribuições legais, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico;
VI - proceder a levantamento e notificação de débitos;
VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos, inclusive quando man-
tidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material de infração, ou, ainda, para exame ou
instrução de processos;
VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e a utilização de equipamentos e
instalações;
IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e acidentes do traba-
lho, determinando as medidas preventivas necessárias;

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X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações ou a correção de
irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores, nas
instalações ou métodos de trabalho;
XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança dos trabalhadores, expedir a
notificação a que se refere o inciso X deste artigo, determinando a adoção de medidas de imediata aplicação;
XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como apreender equi-
pamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivo termo de
apreensão;
XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo de
obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física do
trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a situação de risco verificada e especifique as
medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, comunicando o
fato de imediato à autoridade competente;
XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais, bem como as
situações com potencial para gerar tais eventos;
XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e relatórios; (Redação dada pelo Decreto nº
4.870, de 30.10.2003)
XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o auxílio da autoridade policial;
XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção;
XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais;
XIX - analisar processos administrativos de auto de infração, notificações de débitos ou outros que lhes
forem distribuídos;
XX - devolver, devidamente informados os processos e demais documentos que lhes forem distribuídos,
nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de
inspeção do trabalho;
XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela
autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho;
XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as deficiências ou abusos que não
estejam especificamente compreendidos nas disposições legais;
XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional,
nas respectivas áreas de especialização;
XXIII -atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e regional.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003)
§1o (Revogado pelo Decreto nº 4.870, de 330.10.2003)
§2o Aos Auditores-Fiscais do Trabalho serão ministrados regularmente cursos necessários à sua formação,
aperfeiçoamento e especialização, observadas as peculiaridades regionais, conforme instruções do Ministério
do Trabalho e Emprego, expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
Art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego:
I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são próprias, salvo
se para o desempenho de cargos de direção, de funções de chefia ou de assessoramento;
II - interferir no exercício das funções de inspeção do trabalho ou prejudicar, de qualquer maneira, sua im-
parcialidade ou a autoridade do Auditor-Fiscal do Trabalho; e
III - conferir qualquer atribuição de inspeção do trabalho a servidor que não pertença ao Sistema Federal de
Inspeção do Trabalho.

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Art. 20. A obrigação do Auditor-Fiscal do Trabalho de inspecionar os estabelecimentos e locais de trabalho
situados na área de inspeção que lhe compete, em virtude do rodízio de que trata o art. 6o, §1o, não o exime
do dever de, sempre que verificar, em qualquer estabelecimento, a existência de violação a disposições legais,
comunicar o fato, imediatamente, à autoridade competente.
Parágrafo único. Nos casos de grave e iminente risco à saúde e segurança dos trabalhadores, o Auditor-Fis-
cal do Trabalho atuará independentemente de sua área de inspeção.
Art. 21. Caberá ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego promover a investigação das causas
de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, determinando as medidas de proteção necessárias.
Art. 22. O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de especialistas e técnicos devidamente
qualificados, assim como recorrer a laboratórios técnico-científicos governamentais ou credenciados, a fim de
assegurar a aplicação das disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde no trabalho.
Art. 23. Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas sujeitas à inspeção
do trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e observarão o critério da du-
pla visita nos seguintes casos:
I - quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendo
que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis;
II - quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente inaugu-
rados ou empreendidos;
III - quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até dez trabalhadores, salvo quando for
constatada infração por falta de registro de empregado ou de anotação da CTPS, bem como na ocorrência de
reincidência, fraude, resistência ouembaraço à fiscalização; e
IV - quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da lei específica.
§1o A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o decurso do prazo de noventa dias da
vigência das disposições a que se refere o inciso I ou do efetivo funcionamento do novo estabelecimento ou
local de trabalho a que se refere o inciso II.
§2o Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o critério de dupla visita em relação
ao dispositivo infringido.
§3o A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para a visita seguinte, na forma das
instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
Art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de pre-
ceito legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade, a lavratura de auto de infração, ressalvado o
disposto no art. 23 e na hipótese de instauração de procedimento especial de fiscalização.
Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou
de testemunhas e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será declarado no
próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade.
Art. 25. As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal poderão ser lavradas, a critério do
Auditor-Fiscal do Trabalho, no local que oferecer melhores condições.
Art. 26. Aqueles que violarem as disposições legais ou regulamentares, objeto da inspeção do trabalho, ou
se mostrarem negligentes na sua aplicação, deixando de atender às advertências, notificações ou sanções da
autoridade competente, poderão sofrer reiterada ação fiscal.
Parágrafo único. O reiterado descumprimento das disposições legais, comprovado mediante relatório emi-
tido pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, ensejará por parte da autoridade regional a denúncia do fato, de imediato,
ao Ministério Público do Trabalho.

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CAPÍTULO IV
DO PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA A AÇÃO FISCAL
Art. 27. Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele que objetiva a orientação sobre o
cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento de infrações à legisla-
ção.
Art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho
quando concluir pela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da
legislação trabalhista por pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia
imediata.
§1o O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a notificação, pela chefia da fiscalização, para
comparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada do Ministério
do Trabalho e Emprego.
§2o A notificação deverá explicitar os motivos ensejadores da instauração do procedimento especial.
§3o O procedimento especial para a ação fiscal destinado à prevenção ou saneamento de infrações à
legislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo
compromissado e os prazos para seu cumprimento.
§4o Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser fiscalizado para verificação de seu cum-
primento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não contemplados no referido termo.
§5o Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo não-atendimento da convocação,
pela recusa de firmar termo de compromisso ou pelo descumprimento de qualquer cláusula compromissada,
serão lavrados, de imediato, os respectivos autos de infração, e poderá ser encaminhando relatório circunstan-
ciado ao Ministério Público do Trabalho.
§6o Não se aplica o procedimento especial de saneamento às situações de grave e iminente risco à saúde
ou à integridade física do trabalhador.
Art. 29. A chefia de fiscalização poderá, na forma de instruções expedidas pela autoridade nacional compe-
tente em matéria de inspeção do trabalho, instaurar o procedimento especial sempre que identificar a ocorrên-
cia de:
I - motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista pelo to-
mador ou intermediador de serviços;
II - situação reiteradamente irregular em setor econômico.
Parágrafo único. Quando houver ação fiscal em andamento, o procedimento especial de fiscalização deverá
observar as instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
Art. 30. Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização indireta, mista, ou outras que venham a
ser definidas em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do traba-
lho.
§1o Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de sistema de notificações para apresen-
tação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.
§2o Poderá ser adotada fiscalização indireta:
I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou
II - quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em inspeção no local de trabalho.
§3o Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e desenvolvida me-
diante notificação para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho
e Emprego.

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254
CAPÍTULO V
DAS ATIVIDADES AUXILIARES À INSPEÇÃO DO TRABALHO
Art. 31. São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo dos Agentes de Hi-
giene e Segurança do Trabalho:
I - levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à investigação de
acidentes do trabalho;
II - levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade dos acidentes;
III - avaliação qualitativa ou quantitativa de riscos ambientais;
IV - levantamento e análise das condições de risco nas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho;
V - auxílio à realização de perícias técnicas para caracterização de insalubridade ou de periculosidade;
VI - comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação de risco grave e
iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores;
VII - participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de doenças profissio-
nais;
VIII - colaboração na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho;
IX - acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada do Ministério
do Trabalho e Emprego;
X - orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento das Comissões
Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);
XI - prestação de assistência às CIPA;
XII - participação nas reuniões das CIPA das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como representantes
da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego;
XIII - devolução dos processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, devidamente informados,
nos prazos assinalados;
XIV - elaboração de relatório mensal de suas atividades, nas condições e nos prazos fixados pela autorida-
de nacional em matéria de inspeção do trabalho; e
XV - prestação de informações e orientações em plantões fiscais na área de sua competência.
§1o As atividades externas de que trata este artigo somente poderão ser exercidas mediante ordem de ser-
viço expedida pela chefia de fiscalização.
§2o Para o desempenho das atribuições previstas neste artigo, será fornecida aos Agentes de Higiene e
Segurança do Trabalho credencial específica que lhes possibilite o livre acesso aos estabelecimentos e locais
de trabalho.
Art. 32. Aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho poderão ser ministrados cursos necessários à
sua formação, aperfeiçoamento e especialização, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33. Os Auditores-Fiscais do Trabalho poderão participar de atividades de coordenação, planejamento,
análise de processos e de desenvolvimento de programas especiais e de outras atividades internas e externas
relacionadas com a inspeção do trabalho, na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional compe-
tente em matéria de inspeção do trabalho.

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Art. 34. As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as exploradas pela União, Distrito Fe-
deral, Estados e Municípios, bem como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito
concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho,
no território nacional em conformidade com o disposto no art. 630, §5o, da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), mediante a apresentação da Carteira de Identidade Fiscal.
Parágrafo único. O passe livre a que se refere este artigo abrange a travessia realizada em veículos de
transporte aquaviário.
Art. 35. É vedado aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:
I - revelar, sob pena de responsabilidade, mesmo na hipótese de afastamento do cargo, os segredos de
fabricação ou comércio, bem como os processos de exploração de que tenham tido conhecimento no exercício
de suas funções;
II - revelar informações obtidas em decorrência do exercício das suas competências;
III - revelar as fontes de informações, reclamações ou denúncias; e
IV - inspecionar os locais em que tenham qualquer interesse direto ou indireto, caso em que deverão decla-
rar o impedimento.
Parágrafo único. Os Auditores Fiscais do Trabalho e os Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho res-
ponderão civil, penal e administrativamente pela infração ao disposto neste artigo.
Art. 36. Configura falta grave o fornecimento ou a requisição de Carteira de Identidade Fiscal para qualquer
pessoa não integrante do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
Parágrafo único. É considerado igualmente falta grave o uso da Carteira de Identidade Fiscal para fins ou-
tros que não os da fiscalização.
Art. 37. Em toda unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego em que houver Auditores-
-Fiscais do Trabalho deverá ser reservada uma sala para o uso exclusivo desses servidores.
Art. 38. A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho expedirá as instruções ne-
cessárias à execução deste Regulamento.

Lei nº 10.593/2002 e alterações e Regulamento da Inspeção do Trabalho

LEI Nº 10.593, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2002.


Dispõe sobre a reestruturação da Carreira Auditoria do Tesouro Nacional, que passa a denominar-se Carrei-
ra Auditoria da Receita Federal - ARF, e sobre a organização da Carreira Auditoria-Fiscal da Previdência Social
e da Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho, e dá outras providências.
Faço saber que o Congresso Nacional decretou, o PRESIDENTE DA REPÚBLICA, nos termos dos §3º do
art. 66 da Constituição sancionou, e eu, Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, nos termos do §7º do
mesmo artigo, promulgo a seguinte
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a reestruturação da Carreira Auditoria do Tesouro Nacional, de que trata o De-
creto-Lei no 2.225, de 10 de janeiro de 1985, que passa a denominar-se Carreira Auditoria da Receita Federal
- ARF, e sobre a organização da Carreira Auditoria-Fiscal da Previdência Social e da Carreira Auditoria-Fiscal
do Trabalho. (Vide Medida Provisória nº 258, de 2005)
Art. 2º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
Art. 3o O ingresso nos cargos das Carreiras disciplinadas nesta Lei far-se-á no primeiro padrão da classe
inicial da respectiva tabela de vencimentos, mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, exigin-
do-se curso superior em nível de graduação concluído ou habilitação legal equivalente. (Redação dada pela Lei
nº 11.457, de 2007) (Vigência)
§1º O concurso referido no caput poderá ser realizado por áreas de especialização.

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§2º Para investidura no cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho, nas áreas de especialização em segurança e
medicina do trabalho, será exigida a comprovação da respectiva capacitação profissional, em nível de pós-gra-
duação, oficialmente reconhecida.
§3º Sem prejuízo dos requisitos estabelecidos neste artigo, o ingresso nos cargos de que trata o caput deste
artigo depende da inexistência de: (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
I - registro de antecedentes criminais decorrentes de decisão condenatória transitada em julgado de crime
cuja descrição envolva a prática de ato de improbidade administrativa ou incompatível com a idoneidade exi-
gida para o exercício do cargo;
II - punição em processo disciplinar por ato de improbidade administrativa mediante decisão de que não
caiba recurso hierárquico.
§4o Para fins de investidura nos cargos das carreiras Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil e
de Auditoria-Fiscal do Trabalho, o concurso público será realizado em 2 (duas) etapas, sendo a segunda cons-
tituída de curso de formação, de caráter eliminatório e classificatório ou somente eliminatório. (Incluído pela Lei
nº 13.464, de2017)
Art. 4º O desenvolvimento do servidor nas carreiras de que trata esta Lei ocorrerá mediante progressão
funcional e promoção.
§1º Para os fins desta Lei, progressão funcional é a passagem do servidor para o padrão de vencimento
imediatamente superior dentro de uma mesma classe, e promoção, a passagem do servidor do último padrão
de uma classe para o primeiro da classe imediatamente superior.
§2º A progressão funcional e a promoção observarão requisitos e condições fixados em regulamento.
§3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.464, de2017)
§4o Os critérios e procedimentos específicos para o desenvolvimento nos cargos das carreiras Tributária e
Aduaneira da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho serão regulamentados por ato do Po-
der Executivo federal, observados os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017) (Regulamento)
I - para fins de progressão funcional: (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
a) cumprir o interstício de 12 (doze) meses de efetivo exercício em cada padrão; (Incluído pela Lei nº
13.464, de 2017)
b) atingir percentual mínimo na avaliação de desempenho individual, nos termos de ato do Poder Executivo
federal; (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
II - para fins de promoção: (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
a) cumprir o interstício de 12 (doze) meses de efetivo exercício no último padrão de cada classe; (Incluído
pela Lei nº 13.464, de 2017)
b) atingir percentual mínimo na avaliação de desempenho individual realizada no último padrão da classe,
nos termos do regulamento; (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
c) acumular pontuação mínima mediante participação em cursos de aperfeiçoamento e especialização e
comprovar experiência profissional e acadêmica em temas relacionados às atribuições do cargo, nos termos do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
§5o O ato de que trata o §4o deste artigo poderá prever regras de transição necessárias para a progressão
e a promoção nas carreiras Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Traba-
lho. (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
§6o Não haverá progressão funcional ou promoção dos servidores das carreiras Tributária e Aduaneira da
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho durante o período de estágio probatório. (Incluído
pela Lei nº 13.464, de 2017)
Art. 5º Fica criada a Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, composta pelos cargos de nível
superior de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil.
(Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência) (Vide Medida Provisória nº 765, de 2016) (Vide Lei nº
13.464, de 2017) (Vide ADIN 5391)

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Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.457, de 2007) Vigência
Art. 6º São atribuições dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil: (Redação
dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
I - no exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: (Redação
dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; (Redação dada pela Lei nº 11.457,
de 2007) (Vigência)
b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativo-fiscal, bem como em proces-
sos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios
fiscais; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive
os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipa-
mentos e assemelhados; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
d) examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais
contribuintes, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado
o disposto no art. 1.193 do mesmo diploma legal; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
e) proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; (Redação
dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
f) supervisionar as demais atividades de orientação ao contribuinte; (Incluída pela Lei nº 11.457, de 2007)
(Vigência)
II - em caráter geral, exercer as demais atividades inerentes à competência da Secretaria da Receita Fede-
ral do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
§1o O Poder Executivo poderá cometer o exercício de atividades abrangidas pelo inciso II do caput deste
artigo em caráter privativo ao Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.457,
de 2007) (Vigência)
§2o Incumbe ao Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, resguardadas as atribuições privativas
referidas no inciso I do caput e no §1o deste artigo: (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
I - exercer atividades de natureza técnica, acessórias ou preparatórias ao exercício das atribuições privati-
vas dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil; (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
II - atuar no exame de matérias e processos administrativos, ressalvado o disposto na alínea b do inciso I
do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
III - exercer, em caráter geral e concorrente, as demais atividades inerentes às competências da Secretaria
da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)
§3o Observado o disposto neste artigo, o Poder Executivo regulamentará as atribuições dos cargos de Au-
ditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela
Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência) (Regulamento)
§4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
Art. 7º (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
Art. 8º (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
I - (Revogado pela medida provisória nº 440, de 2008)
a) (Revogado pela medida provisória nº 440, de 2008)
b) (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
c) (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
d) (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
e) (Vide Medida Provisória nº 258, de 2005)

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f) (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
g) (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
h) (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
II - (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
§1º (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
§2º (Revogado pela Lei nº 11.890, de 2008)
Art. 9º A Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho será composta de cargos de Auditor-Fiscal do Trabalho.
§1º É de 40 (quarenta) horas semanais a jornada de trabalho dos integrantes da Carreira Auditoria-Fiscal do
Trabalho, não se lhes aplicando a jornada de trabalho a que se refere o art. 1o,, caput e §2o, da Lei no 9.436,
de 5 de fevereiro de 1997, e não mais se admitindo a percepção de 2 (dois) vencimentos básicos
§2º Os atuais ocupantes do cargo de Médico do Trabalho que optarem por permanecer na situação atual de-
verão fazê-lo, de forma irretratável, até 30 de setembro de 1999, ficando, neste caso, em quadro em extinção.
Art. 10. São transformados em cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho, na Carreira Auditoria-Fiscal do Traba-
lho, os seguintes cargos efetivos do quadro permanente do Ministério do Trabalho e Emprego:
I - Fiscal do Trabalho;
II - Assistente Social, encarregado da fiscalização do trabalho da mulher e do menor;
III - Engenheiros e Arquitetos, com a especialização prevista na Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985,
encarregados da fiscalização da segurança no trabalho;
IV - Médico do Trabalho, encarregado da fiscalização das condições de salubridade do ambiente do traba-
lho.
Art. 11. Os ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho têm por atribuições assegurar, em todo o ter-
ritório nacional:
I - o cumprimento de disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança e à medi-
cina do trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego;
II - a verificação dos registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, visando a redução dos
índices de informalidade;
III - a verificação do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, objetivando maximi-
zar os índices de arrecadação;
III - a verificação do recolhimento e a constituição e o lançamento dos créditos referentes ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à contribuição social de que trata o art. 1o da Lei Complementar no
110, de 29 de junho de 2001, objetivando maximizar os índices de arrecadação; (Incluído pela Lei nº 13.464,
de 2017)
IV - o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados
e empregadores;
V - o respeito aos acordos, tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil seja signatário;
VI - a lavratura de auto de apreensão e guarda de documentos, materiais, livros e assemelhados, para ve-
rificação da existência de fraude e irregularidades, bem como o exame da contabilidade das empresas, não se
lhes aplicando o disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial.
VII - a verificação do recolhimento e a constituição e o lançamento dos créditos decorrentes da cota-parte
da contribuição sindical urbana e rural. (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
§1º. O Poder Executivo regulamentará as atribuições privativas previstas neste artigo, podendo cometer aos
ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho outras atribuições, desde que compatíveis com atividades de
auditoria e fiscalização. (Redação dada pela Lei nº 13.464)
Remuneração das Carreiras Vigente a Partir de 30 de Junho de 1999

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§2o Os ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho, no exercício das atribuições previstas neste arti-
go, são autoridades trabalhistas. (Incluído pela Lei nº 13.464, de 2017)
Art. 11-A. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cumprimento das normas que regem o trabalho
do empregado doméstico, no âmbito do domicílio do empregador, dependerá de agendamento e de entendi-
mento prévios entre a fiscalização e o empregador. (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§1o A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora. (Incluído pela Lei Complementar nº 150,
de 2015)
§2o Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo quando for consta-
tada infração por falta de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou, ainda, na ocorrência de
reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização. (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§3o Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-á acompanhar
pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado. (Incluído pela Lei Complementar nº 150,
de 2015)
Art. 12. Fica extinta a Retribuição Adicional Variável de que trata o art. 5o da Lei no 7.711, de 22 de dezem-
bro de 1988, devida aos ocupantes dos cargos da Carreira Auditoria do Tesouro Nacional.
Art. 13. Os integrantes da Carreira Auditoria-Fiscal da Previdência Social e da Carreira Auditoria-Fiscal do
Trabalho não fazem jus à percepção da Gratificação de Estímulo à Fiscalização e Arrecadação - GEFA, criada
pelo Decreto-Lei no 2.371, de 18 de novembro de 1987.
Art. 14. Os integrantes das Carreiras de que trata esta Lei não fazem jus à percepção da Gratificação de
Atividade de que trata a Lei Delegada no 13, de 27 de agosto de 1992.
Art. 15 (Revogado pela medida provisória nº 440, de 2008)
§1º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§2º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§3º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§4º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§5º (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
I - (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
II - (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
a) (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
b) (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
III - (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
IV - (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
§6º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
Art. 16. (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
Art. 17. Os ocupantes dos cargos de Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional e de Técnico do Tesouro Nacional
são transpostos, a partir de 1º de julho de 1999, na forma dos Anexos V e VI.
§1º Os ocupantes dos cargos de Fiscal de Contribuições Previdenciárias; Fiscal do Trabalho; Assistente So-
cial, encarregados da fiscalização do trabalho da mulher e do menor; Engenheiro, encarregados da fiscalização
da segurança no trabalho; e Médico do Trabalho, encarregados da fiscalização das condições de salubridade
do ambiente do trabalho, são transpostos, a partir de 1º de agosto de 1999, na forma do Anexo V.
§2º Os ocupantes do cargo de Arquiteto, encarregados da fiscalização da segurança no trabalho, são trans-
postos, a partir de 1º de setembro de 2001, na forma do Anexo V.
§3º Constatada a redução de remuneração decorrente da transposição de que trata este artigo, a diferença
será paga a título de vantagem pessoal nominalmente identificada, a ser absorvida por ocasião do desenvolvi-
mento na Carreira.

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Art. 18. O ingresso nos cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal, Auditor-Fiscal da Previdência Social
e Auditor-Fiscal do Trabalho dos aprovados em concurso, cujo edital tenha sido publicado até 30 de junho de
1999, dar-se-á, excepcionalmente, na classe A, padrão V.
Art. 19. Aplicam-se as disposições desta Lei a aposentadorias e pensões.
Parágrafo único. Constatada a redução de proventos ou pensão decorrente da aplicação do disposto nesta
Lei, a diferença será paga a título de vantagem pessoal nominalmente identificada.
Art. 20. O regime jurídico das Carreiras a que se refere esta Lei é exclusivamente o da Lei no 8.112, de 11
de dezembro de 1990.
Remuneração das Carreiras Vigente a Partir de 1º de Junho de 2002
Art. 20-A. O Poder Executivo regulamentará a forma de transferência de informações entre a Secretaria
da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Inspeção do Trabalho para o desenvolvimento coordenado das
atribuições a que se referem os arts. 6o e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
Art. 21. (Revogado pela medida provisória nº 440, de 2008)
Art. 22.(Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
I - (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
II - (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§1º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§2º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
§3º (Revogado pela Lei nº 10.910, de 2004)
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 23. Ficam convalidados os atos praticados com base nas Medidas Provisórias nºs 2.175-29, de 24 de
agosto de 2001, e 46, de 25 de junho de 2002.
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25. Ficam revogados o art. 5o da Lei no 7.711, de 22 de dezembro de 1988, o parágrafo único do art.
1o da Lei no 8.448, de 21 de julho de 1992, e nos termos do art. 2o da Emenda Constitucional no 32, de 11 de
setembro de 2001, a Medida Provisória no 2.175-29, de 24 de agosto de 2001.

NR 3 – Embargo e interdição

3.1 Objetivo

3.1.1 Esta norma estabelece as diretrizes para caracterização do grave e iminente risco e os requisitos téc-
nicos objetivos de embargo e interdição.

3.1.1.1 A adoção dos referidos requisitos técnicos visa à formação de decisões consistentes, proporcionais
e transparentes.
3.2 Definições

3.2.1 Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente
ou doença com lesão grave ao trabalhador.

3.2.2 Embargo e interdição são medidas de urgência adotadas a partir da constatação de condição ou situ-
ação de trabalho que caracterize grave e iminente risco ao trabalhador.

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3.2.2.1 O embargo implica a paralisação parcial ou total da obra.

3.2.2.2 A interdição implica a paralisação parcial ou total da atividade, da máquina ou equipamento, do setor
de serviço ou do estabelecimento.

3.2.2.3 O embargo e a interdição podem estar associados a uma ou mais das hipóteses referidas nos itens
3.2.2.1 e 3.2.2.2.

3.2.2.3.1 O Auditor Fiscal do Trabalho deve adotar o embargo ou a interdição na menor unidade onde for
constatada situação de grave e iminente risco.
3.3 Caracterização do grave e iminente risco

3.3.1 A caracterização do grave e iminente risco deve considerar:


a) a consequência, como o resultado ou resultado potencial esperado de um evento, conforme
Tabela 3.1 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57); e
b) a probabilidade, como a chance de o resultado ocorrer ou estar ocorrendo, conforme Tabela

3.2 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57).

3.3.2 Para fins de aplicação desta norma, o risco é expresso em termos de uma combinação das consequ-
ências de um evento e a probabilidade de sua ocorrência.

3.3.3 Ao avaliar os riscos o Auditor-Fiscal do Trabalho deve considerar a consequência e a probabilidade


separadamente.

3.3.4 A classificação da consequência e da probabilidade será efetuada de forma fundamentada pelo Audi-
tor-Fiscal do Trabalho.

3.3.5 A classificação das consequências deve ser efetuada de acordo com o previsto na Tabela

3.1 e a classificação das probabilidades de acordo com o previsto na Tabela 3.2.


TABELA 3.1: Classificação das consequências

CONSEQUÊNCIA PRINCÍPIO GERAL


MORTE Pode levar a óbito imediato ou
que venha a ocorrer posteriormente.
SEVERA Pode prejudicar a integridade fí-
sica e/ou a saúde, provocando lesão
ou sequela permanentes
SIGNIFICATIVA Pode prejudicar a integridade fí-
sica e/ou a saúde, provocando lesão
que implique em incapacidade tem-
porária por prazo superior a 15 (quin-
ze) dias.

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LEVE Pode prejudicar a integridade fí-
sica e/ou a saúde, provocando lesão
que implique em incapacidade tem-
porária por prazo igual ou inferior a
15 (quinze) dias.
NENHUMA Nenhuma lesão ou efeito à saú-
de.

TABELA 3.2: Classificação das probabilidades

CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
PROVÁVEL Medidas de prevenção inexisten-
tes ou reconhecidamente inadequa-
das.
Uma consequência é esperada,
com grande probabilidade de que
aconteça ou se realize
POSSÍVEL Medidas de prevenção apresen-
tam desvios ou problemas significa-
tivos. Não há garantias de que as
medidas sejam mantidas.
Uma consequência talvez acon-
teça, com possibilidade de que se
efetive, concebível
REMOTA Medidas de prevenção adequa-
das, mas com pequenos desvios.
Ainda que em funcionamento, não
há garantias de que sejam mantidas
sempre ou a longo prazo.
Uma consequência é pouco pro-
vável que aconteça, quase imprová-
vel.
RARA Medidas de prevenção adequa-
das e com garantia de continuidade
desta situação.
Uma consequência não é espe-
rada, não é comum sua ocorrência,
extraordinária.

3.3.6 Na caracterização de grave e iminente risco ao trabalhador, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá esta-
belecer o excesso de risco por meio da comparação entre o risco atual (situação
encontrada) e o risco de referência (situação objetivo).

3.3.7 O excesso de risco representa o quanto o risco atual (situação encontrada) está distante do risco de
referência esperado após a adoção de medidas de prevenção (situação objetivo).

3.3.8 A Tabela 3.3 deve ser utilizada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho em caso de exposição individual ou de
reduzido número de potenciais vítimas expostas ao risco avaliado.

3.3.9 A Tabela 3.4 deve ser utilizada para a avaliação de situação onde a exposição ao risco pode resultar
em lesão ou adoecimento de diversas vítimas simultaneamente.

3.3.10 Os descritores do excesso de risco são: E - extremo, S - substancial, M - moderado, P - pequeno ou


N - nenhum.

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263
3.3.11 Para estabelecer o excesso de risco, o Auditor-Fiscal do Trabalho deve seguir as seguintes etapas:
a) primeira etapa: avaliar o risco atual (situação encontrada) decorrente das circunstâncias encontradas,
levando em consideração as medidas de controle existentes, ou seja, o nível total de risco que se observa ou
se considera existir na atividade, utilizando a classificação indicada nas colunas do lado esquerdo das Tabelas
3.3 ou 3.4 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57);
b) segunda etapa: estabelecer o risco de referência (situação objetivo), ou seja, o nível de risco remanes-
cente quando da implementação das medidas de prevenção necessárias, utilizando a classificação nas linhas
da parte inferior das Tabelas 3.3 ou 3.4 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57);
c) terceira etapa: determinar o excesso de risco por comparação entre o risco atual e o risco de referência,
localizando a interseção entre os dois riscos na tabela 3.3 ou 3.4 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção
1 – pág. 57).

3.3.12 Para ambos os riscos, atual e de referência (definidos na primeira e na segunda etapas, respectiva-
mente), deve-se determinar a consequência em primeiro lugar e, em seguida, a probabilidade de a consequ-
ência ocorrer.

3.3.12.1 As condições ou situações de trabalho contempladas em normas regulamentadoras consideram-se


como situação objetivo (risco de referência).

3.3.12.2 O Auditor-Fiscal do Trabalho deve sempre considerar a consequência de maior previsibilidade de


ocorrência.

3.4 Requisitos de embargo e interdição

3.4.1 São passíveis de embargo ou interdição, a obra, a atividade, a máquina ou equipamento, o setor de
serviço, o estabelecimento, com a brevidade que a ocorrência exigir, sempre que o Auditor-Fiscal do Trabalho
constatar a existência de excesso de risco extremo (E).

3.4.2 São passíveis de embargo ou interdição, a obra, a atividade, a máquina ou equipamento, o setor de
serviço, o estabelecimento, com a brevidade que a ocorrência exigir, consideradas as
circunstâncias do caso específico, quando o Auditor-Fiscal do Trabalho constatar a existência de excesso
de risco substancial (S).

3.4.3 O Auditor-Fiscal do Trabalho deve considerar se a situação encontrada é passível de imediata ade-
quação.

3.4.3.1 Concluindo pela viabilidade de imediata adequação, o Auditor-Fiscal do Trabalho determinará a ne-
cessidade de paralisação das atividades relacionadas à situação de risco e a adoção imediata de medidas de
prevenção e precaução para o saneamento do risco, que não gerem riscos adicionais.

3.4.4 Não são passíveis de embargo ou interdição as situações com avaliação de excesso de risco mode-
rado (M), pequeno (P) ou nenhum (N).
TABELA 3.3 - Tabela de excesso de risco: exposição individual ou reduzido número de potenciais vítimas

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TABELA 3.4 - Tabela de excesso de risco: exposição ao risco pode resultar em lesão ou adoecimento de
diversas vítimas simultaneamente

3.5 Disposições Finais

3.5.1 A metodologia de avaliação qualitativa prevista nesta norma possui a finalidade específica de caracte-
rização de situações de grave e iminente risco pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, não se constituindo em metodo-
logia padronizada para gestão de riscos pelo empregador.

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265
3.5.1.1 Fica dispensado o uso da metodologia prevista nesta norma para imposição de medida de embargo
ou interdição quando constatada condição ou situação definida como grave e iminente risco nas Normas Re-
gulamentadoras.

3.5.2 O embargo e a interdição são medidas de proteção emergencial à segurança e à saúde do trabalha-
dor, não se caracterizando como medidas punitivas.

3.5.2.1 Nas condições ou situações de trabalho em que não haja previsão normativa da situação objetivo
(risco de referência), o Auditor Fiscal do Trabalho deverá incluir na fundamentação os critérios técnicos utiliza-
dos para determinação da situação objetivo (risco de referência).

3.5.3 A imposição de embargo ou interdição não elide a lavratura de autos de infração por descumprimento
das normas de segurança e saúde no trabalho ou dos demais dispositivos da legislação trabalhista relaciona-
dos à situação analisada.

3.5.4 Durante a vigência de embargo ou interdição, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à
correção da situação de grave e iminente risco, desde que garantidas condições de segurança e saúde aos
trabalhadores envolvidos.

3.5.5 Durante a paralisação do serviço, em decorrência da interdição ou do embargo, os trabalhadores re-


ceberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho

NR 24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO


24.1 Objetivo e campo de aplicação

24.1.1Esta norma estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem observadas pelas or-
ganizações, devendo o dimensionamento de todas as instalações regulamentadas por esta NR ter como base
o número de trabalhadores usuários do turno com maior contingente.

24.1.1.1Para efeitos desta NR, trabalhadores usuários, doravante denominados trabalhador, é o conjunto
de todos os trabalhadores no estabelecimento que efetivamente utilizem de forma habitual as instalações re-
gulamentadas nesta NR.

24.2Instalações sanitárias

24.2.1Todo estabelecimento deve ser dotado de instalação sanitária constituída por bacia sanitária sifona-
da, dotada de assento com tampo, e por lavatório.

24.2.1.1As instalações sanitárias masculinas devem ser dotadas de mictório, exceto quando essencialmen-
te de uso individual, observando-se que:
a)os estabelecimentos construídos até 23/09/2019 devem possuir mictórios dimensionados de acordo com
o previsto na NR-24, com redação dada pela Portaria MTb nº 3.214/1978.

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266
b)os estabelecimentos construídos a partir de 24/09/2019 devem possuir mictórios na proporção de uma
unidade para cada 20 (vinte) trabalhadores ou fração, até 100 (cem) trabalhadores, e de uma unidade para
cada 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração, no que exceder.

24.2.2Deve ser atendida a proporção mínima de uma instalação sanitária para cada grupo de 20 (vinte)
trabalhadores ou fração, separadas por sexo.

24.2.2.1Será exigido um lavatório para cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades com exposição e manu-
seio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes, aerodispersóides ou que provoquem a deposição de
poeiras, que impregnem a pele e roupas do trabalhador.

24.2.2.2Em estabelecimentos com funções comerciais, administrativas ou similares, com até 10 (dez) traba-
lhadores, poderá ser disponibilizada apenas uma instalação sanitária individual de uso comum entre os sexos
desde que garantidas condições de privacidade.

24.2.3As instalações sanitárias devem:


a)ser mantidas em condição de conservação, limpeza e higiene;
b)ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável;
c)peças sanitárias íntegras;
d)possuir recipientes para descarte de papéis usados;
e)ser ventiladas para o exterior ou com sistema de exaustão forçada;
f)dispor de água canalizada e esgoto ligados à rede geral ou a outro sistema que não gere risco à saúde e
que atenda à regulamentação local; e
g)comunicar-se com os locais de trabalho por meio de passagens com piso e cobertura, quando se situarem
fora do corpo do estabelecimento.
24.3 Componentes sanitários Bacias sanitárias

24.3.1Os compartimentos destinados as bacias sanitárias devem:


a)ser individuais;
b)ter divisórias com altura que mantenham seu interior indevassável com vão inferior que facilite a limpeza
e a ventilação;
c)ser dotados de portas independentes, providas de fecho que impeçam o devassamento;
d)possuir papel higiênico com suporte e recipiente para descarte de papéis higiênicos usados, quando não
for permitido descarte na própria bacia sanitária, devendo o recipiente possuir tampa quando for destinado às
mulheres; e
e)possuir dimensões de acordo com o código de obras local ou, na ausência desse, deve haver área livre
de pelo menos 0,60m (sessenta centímetros) de diâmetro entre a borda frontal da bacia sanitária e a porta
fechada.
Mictórios

24.3.2Poderá ser disponibilizado mictório tipo individual ou calha coletiva, com anteparo.

24.3.2.1No mictório do tipo calha coletiva, cada segmento de, no mínimo, 0,60m (sessenta centímetros),
corresponderá a uma unidade para fins de dimensionamento da calha.

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24.3.2.2No mictório do tipo calha coletiva, quando inexistir anteparo, cada segmento de, no mínimo, 0,80m
(oitenta centímetros), corresponderá a uma unidade para fins de dimensionamento da calha.

24.3.2.3Os mictórios devem ser construídos com material impermeável e mantidos em condições de limpe-
za e higiene.
Lavatórios

24.3.3O lavatório poderá ser tipo individual, calha ou de tampo coletivo com várias cubas, possuindo tor-
neiras, sendo que cada segmento de 0,60m (sessenta centímetros) corresponde a uma unidade para fins de
dimensionamento do lavatório.

24.3.4O lavatório deve ser provido de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos,
proibindo-se o uso de toalhas coletivas.
Chuveiros

24.3.5Será exigido, para cada grupo de trabalhadores ou fração, 1 (um) chuveiro para cada:
a)10 (dez) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja exposição e manuseio de material infectante,
substâncias tóxicas, irritantes ou aerodispersóides, que impregnem a pele e roupas do trabalhador;
b)20 (vinte) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja contato com substâncias que provoquem
deposição de poeiras que impregnem a pele e as roupas do trabalhador, ou que exijam esforço físico ou sub-
metidas a condições ambientais de calor intenso.

24.3.5.1Nas atividades em que há exigência de chuveiros, estes devem fazer parte ou estar anexos aos
vestiários.

24.3.6Os compartimentos destinados aos chuveiros devem:


a)ser individuais e mantidos em condição de conservação, limpeza e higiene;
b)ter portas de acesso que impeçam o devassamento;
c)dispor de chuveiro de água quente e fria;
d)ter piso e paredes revestidos de material impermeável e lavável;
e)dispor de suporte para sabonete e para toalha; e
f)possuir dimensões de acordo com o código de obras local ou, na ausência desse, no mínimo 0,80m (oiten-
ta centímetros) por 0,80m (oitenta centímetros).
24.4 Vestiários

24.4.1Todos os estabelecimentos devem ser dotados de vestiários quando:


a)a atividade exija a utilização de vestimentas de trabalho ou que seja imposto o uso de uniforme cuja troca
deva ser feita no próprio local de trabalho; ou
b)a atividade exija que o estabelecimento disponibilize chuveiro.

24.4.2Os vestiários devem ser dimensionados em função do número de trabalhadores que necessitam uti-
lizá-los, até o limite de 750 (setecentos e cinquenta) trabalhadores, conforme o seguinte cálculo: área mínima
do vestiário por trabalhador = 1,5 - (nº de trabalhadores / 1000).

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268
24.4.2.1Em estabelecimentos com mais de 750 (setecentos e cinquenta) trabalhadores, os vestiários devem
ser dimensionados com área de, no mínimo, 0,75m² (setenta e cinco decímetros quadrados) por trabalhador.

24.4.3Os vestiários devem:


a)ser mantidos em condição de conservação, limpeza e higiene;
b)ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável;
c)ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada;
d)ter assentos em material lavável e impermeável em número compatível com o de trabalhadores; e
e)dispor de armários individuais simples e/ou duplos com sistema de trancamento.
Armários

24.4.4É admitido o uso rotativo de armários simples entre usuários, exceto nos casos em que estes sejam
utilizados para a guarda de Equipamentos de Proteção Individual - EPI e de vestimentas expostas a material
infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou que provoquem sujidade.

24.4.5Nas atividades laborais em que haja exposição e manuseio de material infectante, substâncias tóxi-
cas, irritantes ou aerodispersóides, bem como naquelas em que haja contato com substâncias que provoquem
deposição de poeiras que impregnem a pele e as roupas do trabalhador devem ser fornecidos armários de
compartimentos duplos ou dois armários simples.

24.4.5.1Ficam dispensadas de disponibilizar 2 (dois) armários simples ou armário duplo as organizações


que promovam a higienização diária de vestimentas ou que forneçam vestimentas descartáveis, assegurada
a disponibilização de 1 (um) armário simples para guarda de roupas comuns de uso pessoal do trabalhador.

24.4.6Os armários simples devem ter tamanho suficiente para que o trabalhador guarde suas roupas e
acessórios de uso pessoal, não sendo admitidas dimensões inferiores a: 0,40m (quarenta centímetros) de altu-
ra, 0,30m (trinta centímetros) de largura e 0,40m (quarenta centímetros) de profundidade.

24.4.6.1Nos armários de compartimentos duplos, não são admitidas dimensões inferiores a:


a)0,80m (oitenta centímetros) de altura por 0,30m (trinta centímetros) de largura e 0,40m (quarenta centí-
metros) de profundidade, com separação ou prateleira, de modo que um compartimento, com a altura de 0,40m
(quarenta centímetros), se destine a abrigar a roupa de uso comum e o outro compartimento, com altura de
0,40m (quarenta centímetros) a guardar a roupa de trabalho; ou
b)0,80m (oitenta centímetros) de altura por 0,50m (cinquenta centímetros) de largura e 0,40m (quarenta
centímetros) de profundidade, com divisão no sentido vertical, de forma que os compartimentos, com largura
de 0,25m (vinte e cinco centímetros), estabeleçam, rigorosamente, o isolamento das roupas de uso comum e
de trabalho.

24.4.7As empresas que oferecerem serviços de guarda volume para a guarda de roupas e acessórios pes-
soais dos trabalhadores estão dispensadas de fornecer armários.

24.4.8Nas empresas desobrigadas de manter vestiário, deve ser garantido o fornecimento de escaninho,
gaveta com tranca ou similar que permita a guarda individual de pertences pessoais dos trabalhadores ou ser-
viço de guarda-volume.

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24.5 Locais para refeições

24.5.1Os empregadores devem oferecer aos seus trabalhadores locais em condições de conforto e higiene
para tomada das refeições por ocasião dos intervalos concedidos durante a jornada de trabalho.

24.5.1.1É permitida a divisão dos trabalhadores do turno, em grupos para a tomada de refeições, a fim de
organizar o fluxo para o conforto dos usuários do refeitório, garantido o intervalo para alimentação e repouso.

24.5.2Os locais para tomada de refeições para atender até 30 (trinta) trabalhadores, observado o subitem
24.5.1.1, devem:
a)ser destinados ou adaptados a este fim;
b)ser arejados e apresentar boas condições de conservação, limpeza e higiene; e
c)possuir assentos e mesas, balcões ou similares suficientes para todos os usuários atendidos.

24.5.2.1A empresa deve garantir, nas proximidades do local para refeições:


a)meios para conservação e aquecimento das refeições;
b)local e material para lavagem de utensílios usados na refeição; e
c)água potável.

24.5.3Os locais destinados às refeições para atender mais de 30 (trinta) trabalhadores, conforme subitem
24.5.1.1, devem:
a)ser destinados a este fim e fora da área de trabalho;
b)ter pisos revestidos de material lavável e impermeável;
c)ter paredes pintadas ou revestidas com material lavável e impermeável;
d)possuir espaços para circulação;
e)ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada, salvo em ambientes climatizados
artificialmente;
f)possuir lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local, atendendo aos requisitos do subitem
24.3.4;
g)possuir assentos e mesas com superfícies ou coberturas laváveis ou descartáveis, em número correspon-
dente aos usuários atendidos;
h)ter água potável disponível;
i)possuir condições de conservação, limpeza e higiene;
j)dispor de meios para aquecimento das refeições; e
k)possuir recipientes com tampa para descarte de restos alimentares e descartáveis.

24.5.4Ficam dispensados das exigências do item 24.5 desta NR:


a)estabelecimentos comerciais bancários e atividades afins que interromperem suas atividades por 2 (duas)
horas, no período destinado às refeições;
b)estabelecimentos industriais localizados em cidades do interior, quando a empresa mantiver vila operária
ou residirem, seus trabalhadores, nas proximidades, permitindo refeições nas próprias residências.

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c)os estabelecimentos que oferecerem vale-refeição, desde que seja disponibilizado condições para con-
servação e aquecimento da comida, bem como local para a tomada das refeições pelos trabalhadores que
trazem refeição de casa.
24.6 Cozinhas

24.6.1Quando as empresas possuírem cozinhas, estas devem:


a)ficar anexas aos locais para refeições e com ligação para os mesmos;
b)possuir pisos e paredes revestidos com material impermeável e lavável;
c)dispor de aberturas para ventilação protegidas com telas ou ventilação exautora;
d)possuir lavatório para uso dos trabalhadores do serviço de alimentação, dispondo de material ou disposi-
tivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos, proibindo-se o uso de toalhas coletivas;
e)ter condições para acondicionamento e disposição do lixo de acordo com as normas locais de controle de
resíduos sólidos; e
f)dispor de sanitário próprio para uso exclusivo dos trabalhadores que manipulam gêneros alimentícios,
separados por sexo.

24.6.2Em câmaras frigoríficas devem ser instalados dispositivos para abertura da porta pelo lado interno,
garantida a possibilidade de abertura mesmo que trancada pelo exterior.

24.6.3Os recipientes de armazenagem de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser instalados em área
externa ventilada, observadas as normas técnicas brasileiras pertinentes.
24.7 Alojamento

24.7.1Alojamento é o conjunto de espaços ou edificações, composto de dormitório, instalações sanitárias,


refeitório, áreas de vivência e local para lavagem e secagem de roupas, sob responsabilidade do empregador,
para hospedagem temporária de trabalhadores.

24.7.2Os dormitórios dos alojamentos devem:


a)ser mantidos em condições de conservação, higiene e limpeza;
b)ser dotados de quartos;
c)dispor de instalações sanitárias, respeitada a proporção de 01 (uma) instalação sanitária com chuveiro
para cada 10 (dez) trabalhadores hospedados ou fração; e
d)ser separados por sexo.

24.7.2.1Caso as instalações sanitárias não sejam parte integrante dos dormitórios, devem estar localizadas
a uma distância máxima de 50 m (cinquenta metros) dos mesmos, interligadas por passagens com piso lavável
e cobertura.

24.7.3Os quartos dos dormitórios devem:


a)possuir camas correspondente ao número de trabalhadores alojados no quarto, vedado o uso de 3 (três)
ou mais camas na mesma vertical, e ter espaçamentos vertical e horizontal que permitam ao trabalhador movi-
mentação com segurança;

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b)possuir colchões certificados pelo INMETRO;
c)possuir colchões, lençóis, fronhas, cobertores e travesseiros limpos e higienizados, adequados
às condições climáticas;
d)possuir ventilação natural, devendo esta ser utilizada conjuntamente com a ventilação artificial, levando
em consideração as condições climáticas locais;
e)possuir capacidade máxima para 8 (oito) trabalhadores;
f)possuir armários;
g)ter, no mínimo, a relação de 3,00 m² (três metros quadrados) por cama simples ou 4,50 m² (quatro metros
e cinquenta centímetros quadrados) por beliche, em ambos os casos incluídas a área de circulação e armário; e
h)possuir conforto acústico conforme NR-17.

24.7.3.1As camas ou beliches devem atender aos seguintes requisitos: (Alterado pela Portaria MTP nº
2.772, de 05 de setembro de 2022 – início de vigência: 03/10/2022)
a)todos os componentes ou peças com os quais o trabalhador possa entrar em contato durante o uso não
podem ter rebarbas e arestas cortantes, nem ter tubos abertos;
b)ter resistência compatível com o uso; e
c)ter dimensões compatíveis com o colchão a ser utilizado de acordo com o item 24.7.3.

24.7.3.1.1As camas superiores dos beliches devem ter proteção lateral e escada fixas à estrutura. (Inserido
pela Portaria MTP nº 2.772, de 05 de setembro de 2022 – início de vigência: 03/10/2022)

24.7.3.2Os armários dos quartos devem ser dotados de sistema de trancamento e com dimensões compa-
tíveis para a guarda de roupas e pertences pessoais do trabalhador, e enxoval de cama.

24.7.4Os trabalhadores alojados no mesmo quarto devem pertencer, preferencialmente, ao mesmo turno
de trabalho.

24.7.5Os locais para refeições devem ser compatíveis com os requisitos do item 24.5 desta NR, podendo
ser parte integrante do alojamento ou estar localizados em ambientes externos.

24.7.5.1Quando os locais para refeições não fizerem parte do alojamento, deverá ser garantido o transporte
dos trabalhadores.

24.7.5.2É vedado o preparo de qualquer tipo de alimento dentro dos quartos.

24.7.6Os alojamentos devem dispor de locais e infraestrutura para lavagem e secagem de roupas pessoais
dos alojados ou ser fornecido serviço de lavanderia.

24.7.7Os pisos dos alojamentos devem ser impermeáveis e laváveis.

24.7.8Deve ser garantida coleta de lixo diária, lavagem de roupa de cama, manutenção das instalações e
renovação de vestuário de camas e colchões.

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272
24.7.9Nos alojamentos deverão ser obedecidas as seguintes instruções gerais de uso:
a)os sanitários deverão ser higienizados diariamente;
b)é vedada, nos quartos, a instalação e utilização de fogão, fogareiro ou similares;
c)ser garantido o controle de vetores conforme legislação local.

24.7.10Os trabalhadores hospedados com suspeita de doença infectocontagiosa devem ser submetidos à
avaliação médica que decidirá pelo afastamento ou permanência no alojamento.
24.8 Vestimenta de trabalho

24.8.1Vestimenta de trabalho é toda peça ou conjunto de peças de vestuário, destinada a atender exigên-
cias de determinadas atividades ou condições de trabalho que impliquem contato com sujidade, agentes quími-
cos, físicos ou biológicos ou para permitir que o trabalhador seja mais bem visualizado, não considerada como
uniforme ou EPI.

24.8.2O empregador deve fornecer gratuitamente as vestimentas de trabalho.

24.8.3A vestimenta não substitui a necessidade do EPI, podendo seu uso ser conjugado.

24.8.4Cabe ao empregador quanto às vestimentas de trabalho:


a)fornecer peças que sejam confeccionadas com material e em tamanho adequado, visando o conforto e a
segurança necessária à atividade desenvolvida pelo trabalhador;
b)substituir as peças conforme sua vida útil ou sempre que danificadas;
c)fornecer em quantidade adequada ao uso, levando em consideração a necessidade de troca da vestimen-
ta; e
d)responsabilizar-se pela higienização com periodicidade necessária nos casos em que a lavagem ofereça
riscos de contaminação.

24.8.4.1Nos casos em que seja inviável o fornecimento de vestimenta exclusiva para cada trabalhador, de-
verá ser assegurada a higienização prévia ao uso.

24.8.5As peças de vestimentas de trabalho, quando usadas na cabeça ou face, não devem restringir o
campo de visão do trabalhador.
24.9 Disposições gerais

24.9.1Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água potável, sendo proibido
o uso de copos coletivos.

24.9.1.1O fornecimento de água deve ser feito por meio de bebedouros na proporção de, no mínimo, 1 (um)
para cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração, ou outro sistema que ofereça as mesmas condi-
ções.

24.9.1.2Quando não for possível obter água potável corrente, esta deverá ser fornecida em recipientes por-
táteis próprios e hermeticamente fechados.

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24.9.2Os locais de armazenamento de água potável devem passar periodicamente por limpeza, higieniza-
ção e manutenção, em conformidade com a legislação local.

24.9.3Deve ser realizada periodicamente análise de potabilidade da água dos reservatórios para verificar
sua qualidade, em conformidade com a legislação.

24.9.4A água não-potável para uso no local de trabalho ficará separada, devendo ser afixado aviso de ad-
vertência da sua não potabilidade.

24.9.5Os locais de armazenamento de água, os poços e as fontes de água potável serão protegidos contra
a contaminação.

24.9.6Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com o gênero de atividade.

24.9.6.1O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de trabalho e por proces-
so que reduza ao mínimo o levantamento de poeiras.

24.9.7Todos os ambientes previstos nesta norma devem ser construídos de acordo com o código de obras
local, devendo:
a)ter cobertura adequada e resistente, que proteja contra intempéries;
b)ter paredes construídas de material resistente;
c)ter pisos de material compatível com o uso e a circulação de pessoas;
d)possuir iluminação que proporcione segurança contra acidentes.

24.9.7.1Na ausência de código de obra local, deve ser garantido pé direito mínimo de 2,50 m (dois metros
e cinquenta centímetros), exceto nos quartos de dormitórios com beliche, cuja medida mínima será de 3,00 m
(três metros).

24.9.7.2As instalações elétricas devem ser protegidas para evitar choques elétricos.

24.9.8Devem ser garantidas condições para que os trabalhadores possam interromper suas atividades para
utilização das instalações sanitárias.

24.9.9Em edificações com diversos estabelecimentos, todas as instalações previstas nesta NR podem ser
atendidas coletivamente por grupo de empregadores ou pelo condomínio, mantendo-se o empregador como o
responsável pela disponibilização das instalações.

24.9.9.1O dimensionamento deve ser feito com base no maior número de trabalhadores por turno.

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274
ANEXO I DA NR-24
CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO APLICÁVEIS A TRABALHADORES EM “SHO-
PPING CENTER”

1.Para efeito deste Anexo, considera-se “Shopping Center” o espaço planejado sob uma administração
central sujeito a normas contratuais padronizadas, procurando assegurar convivência integrada, composto por
estabelecimentos tais como: lojas de qualquer natureza e quiosques, lanchonetes, restaurantes, salas de cine-
ma e estacionamento, destinados à exploração comercial e à prestação de serviços.

2.A administração central é responsável pela disponibilização das instalações sanitárias, vestiários e am-
bientes para refeições aos seus trabalhadores e aos trabalhadores dos estabelecimentos que não disponham
de espaço construtivo para atender os dispositivos desta NR em seus estabelecimentos.

2.1A administração central disponibilizará local para conservação, aquecimento da alimentação trazida pe-
los trabalhadores, bem como para tomada das refeições.

2.2A administração central disponibilizará vestiário para troca de roupa dos trabalhadores usuários, dos
quais são exigidos o uso de uniforme e vestimentas de trabalho, bem como para guarda de seus pertences.

3.Os estabelecimentos referidos no item 1 ficam dispensados dos itens relativos a instalações sanitárias,
vestiários e locais para refeições, desde que os trabalhadores possam utilizar as instalações sanitárias e a
praça de alimentação do “Shopping Center” ou outro espaço destinado a estes fins, conforme o estabelecido
nesta norma.

4.Aos trabalhadores de lanchonetes, restaurantes ou similares deverão ser disponibilizados vestiários e


instalações sanitárias com chuveiros na proporção de um conjunto para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores
ou fração, obedecendo ao horário do turno de maior contingente.

4.1Aos trabalhadores de atividades com exposição a material infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou
que provoquem sujidade deverão ser disponibilizados vestiários e instalações sanitárias com chuveiros na pro-
porção de um conjunto para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração, obedecendo ao horário do turno
de maior contingente.

ANEXO II DA NR-24
CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO APLICÁVEIS A TRABALHADORES EM TRABA-
LHO EXTERNO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

1.Para efeito deste Anexo, considera-se trabalho externo todo aquele realizado fora do estabelecimento do
empregador cuja execução se dará no estabelecimento do cliente ou em logradouro público. Excetua-se deste
anexo as atividades relacionadas à construção, leituristas, vendedores, entregadores, carteiros e similares,
bem como o de atividade regulamentada pelo Anexo III desta norma.

2.Nas atividades desenvolvidas em estabelecimento do cliente, este será o responsável pelas garantias de
conforto para satisfação das necessidades básicas de higiene e alimentação, conforme item 24.1 desta norma.

2.1Sempre que o trabalho externo, móvel ou temporário, ocorrer preponderantemente em logradouro públi-
co, em frente de trabalho, deverá ser garantido pelo empregador:

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a)instalações sanitárias compostas de bacia sanitária e lavatório para cada grupo de 20 (vinte) trabalhado-
res ou fração, podendo ser usados banheiros químicos dotados de mecanismo de descarga ou de isolamento
dos dejetos, com respiro e ventilação, material para lavagem e enxugo das mãos, sendo proibido o uso de
toalhas coletivas, garantida a higienização diária dos módulos;
b)local para refeição protegido contra intempéries e em condições de higiene, que atenda a todos os traba-
lhadores ou prover meio de custeio para alimentação em estabelecimentos comerciais; e
c)água fresca e potável acondicionada em recipientes térmicos em bom estado de conservação e em quan-
tidade suficiente.

3.O uso de instalações sanitárias em trabalhos externos deve ser gratuito para o trabalhador.

4.Aos trabalhadores, em trabalho externo que levem suas próprias refeições, devem ser oferecidos disposi-
tivos térmicos para conservação e aquecimento dos alimentos.

5.Em trabalhos externos o atendimento a este Anexo poderá ocorrer mediante convênio com estabeleci-
mentos nas proximidades do local do trabalho, garantido o transporte de todos os trabalhadores até o referido
local.

ANEXO III DA NR-24


CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO APLICÁVEIS A TRABALHADORES EM TRANS-
PORTE PÚBLICO RODOVIÁRIO COLETIVO URBANO DE PASSAGEIROS EM ATIVIDADE EXTERNA

1.Para efeito deste Anexo, considera-se trabalho em transporte público coletivo rodoviário urbano de passa-
geiros aquele desempenhado pelo pessoal de operação do transporte coletivo urbano e de caráter urbano por
ônibus: os motoristas, cobradores e fiscais de campo - assim identificados como trabalhadores.

2.Este Anexo estabelece as condições mínimas aplicáveis às instalações sanitárias e locais para refeição
a serem disponibilizados pelo empregador ao pessoal que realiza trabalho externo na operação do transporte
público coletivo urbano e de caráter urbano.

3.Para efeito deste Anexo, são considerados pontos iniciais e finais de linhas de ônibus urbano e de caráter
urbano os locais pré-determinados pelo poder público competente como pontos extremos das linhas, itinerários
ou rotas de ônibus, situados em logradouros públicos, com área destinada ao estacionamento de veículos e
instalações mínimas para controle operacional do serviço e acomodação do pessoal de operação nos intervalos
entre viagens.

3.1Em caso de terminais e estações de passageiros implantados pelo poder público, presumem- se cumpri-
dos os dispositivos desta norma.

3.2Recomenda-se aos órgãos gestores públicos responsáveis pelas redes de transporte público coletivo
urbano e de caráter urbano que considerem as disposições deste Anexo no processo de definição dos locais
para instalação dos pontos iniciais e finais das linhas que compõem as referidas redes.

4.Condições de Satisfação de Necessidades Fisiológicas, Alimentação e Hidratação.

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4.1Nos casos de linhas de transporte público coletivo de passageiros por ônibus que não possuem nenhum
dos pontos iniciais e finais em edifício terminal, deverão ser garantidos pelo empregador, próximo a pelo menos
um dos referidos pontos, instalações sanitárias, local para refeição e hidratação, em distância não superior a
250 m (duzentos e cinquenta metros) de deslocamento a pé.

4.1.1As instalações sanitárias serão compostas de bacia sanitária e lavatório, respeitando a proporção de
1 (um) para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, podendo ser dispensada a separação de insta-
lação sanitária por sexo, para grupo de até 10 (dez) trabalhadores desde que sejam garantidas condições de
privacidade e higiene.

4.1.2As instalações sanitárias podem ser substituídas por unidades de banheiros químicos dotados de me-
canismo de descarga ou de isolamento dos dejetos, com respiro e ventilação, material para lavagem e enxugo
das mãos, sendo proibido o uso de toalhas coletivas, garantida a higienização diária dos módulos.

4.2Os locais para refeição deverão ser protegidos contra intempéries, estar em boas condições e atender a
todos os trabalhadores.

4.3Água potável deve ser disponibilizada nos pontos inicial ou final e nos terminais por bebedouro ou equi-
pamento similar que permita o enchimento de recipientes individuais ou o consumo no local, proibido o uso de
copos coletivos.

4.3.1As trocas de recipientes estarão sob a responsabilidade da empresa permissionária ou concessionária


cujas recomposições se darão numa frequência que leve em consideração as condições climáticas e o número
de trabalhadores, de tal modo a que haja sempre suprimento de água a qualquer momento da jornada de tra-
balho.

4.4Para efeito de dimensionamento das instalações sanitárias e do local para refeição, deverá ser conside-
rado o número máximo existente de trabalhadores presentes ao mesmo tempo, no referido ponto inicial ou final,
de acordo com a programação horária oficial das linhas de ônibus.

4.5O atendimento ao disposto nos itens 4.1, 4.2 e 4.3 poderá ocorrer mediante convênio ou parceria com
estabelecimentos comerciais, industriais ou propriedades privadas.

4.6O uso de instalações sanitárias em trabalhos externos de transporte público coletivo urbano rodoviário
não deve ter custo para o trabalhador.

NR 12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos

Prezado(a),

Para estudo do tópico solicitado pelo edital, indicamos que verifique o material complementar, que pode
ser encontrado em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/
nr-12-atualizada-2022-1.pdf

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277
A indicação se dá devido ao formato e extensão do material em questão, que não cabe na estrutura de
nossas apostilas. Por isso, e para manter protegido os direitos de autor do conteúdo, sugerimos acesso direto
na fonte oficial e estudo do documento tal como solicitado pelo edital.

Bons estudos!

Segurança e saúde no trabalho na indústria da construção: Norma Regulamentadora


nº 18

NR 18 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO


18.1 Objetivo

18.1.1Esta Norma Regulamentadora - NR tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa,


de planejamento e de organização, que visam à implementação de medidas de controle e sistemas preventivos
de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
18.2 Campo de aplicação

18.2.1Esta norma se aplica às atividades da indústria da construção constantes da seção “F” do Código
Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e às atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e
manutenção de edifícios em geral e de manutenção de obras de urbanização.
18.3 Responsabilidades

18.3.1A organização da obra deve:


a)vedar o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras sem que estejam resguardados
pelas medidas previstas nesta NR;
b)fazer a Comunicação Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria de Inspeção do Traba-
lho - SIT, antes do início das atividades, de acordo com a legislação vigente.
18.4 Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)

18.4.1São obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR nos canteiros de obras, contemplando os


riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de prevenção.

18.4.2O PGR deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho e imple-
mentado sob responsabilidade da organização.

18.4.2.1Em canteiros de obras com até 7 m (sete metros) de altura e com, no máximo, 10 (dez) trabalha-
dores, o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado em segurança do trabalho e implementado sob
responsabilidade da organização.

18.4.3O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01, deve conter os seguintes documentos:
a)projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho, em conformidade com
o item 18.5 desta NR, elaborado por profissional legalmente habilitado;
b)projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legalmente habilitado;
c)projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legalmente habilitado;

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278
d)projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando aplicável, elaborados por
profissional legalmente habilitado;
e)relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas especificações técnicas, de
acordo com os riscos ocupacionais existentes.

18.4.3.1O PGR deve estar atualizado de acordo com a etapa em que se encontra o canteiro de obras.

18.4.4As empresas contratadas devem fornecer ao contratante o inventário de riscos ocupacionais especí-
ficos de suas atividades, o qual deve ser contemplado no PGR do canteiro de obras.

18.4.5As frentes de trabalho devem ser consideradas na elaboração e implementação do PGR.

18.4.6São facultadas às empresas construtoras, regularmente registradas no Sistema CONFEA/CREA, sob


responsabilidade de profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho, mediante cumprimento dos
requisitos previstos nos subitens seguintes, a adoção de soluções alternativas às medidas de proteção coletiva
previstas nesta NR, a adoção de técnicas de trabalho e o uso de equipamentos, tecnologias e outros disposi-
tivos que:
a)propiciem avanço tecnológico em segurança, higiene e saúde dos trabalhadores;
b)objetivem a implementação de medidas de controle e de sistemas preventivos de segurança nos proces-
sos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção;
c)garantam a realização das tarefas e atividades de modo seguro e saudável.

18.4.6.1As tarefas a serem executadas mediante a adoção de soluções alternativas devem estar expressa-
mente previstas em procedimentos de segurança do trabalho, nos quais devem constar:
a)os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estarão expostos;
b)a descrição dos equipamentos e das medidas de proteção coletiva a serem implementadas;
c)a identificação e a indicação dos EPI a serem utilizados;
d)a descrição de uso e a indicação de procedimentos quanto aos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
e EPI, conforme as etapas das tarefas a serem realizadas;
e)a descrição das medidas de prevenção a serem observadas durante a execução dos serviços, dentre
outras medidas a serem previstas e prescritas por profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho.

18.4.6.2As tarefas envolvendo soluções alternativas somente devem ser iniciadas com autorização espe-
cial, precedida de análise de risco e permissão de trabalho, que contemple os treinamentos, os procedimentos
operacionais, os materiais, as ferramentas e outros dispositivos necessários à execução segura da tarefa.

18.4.6.3A documentação relativa à adoção de soluções alternativas integra o PGR do canteiro de obras,
devendo estar disponível no local de trabalho e acompanhada das respectivas memórias de cálculo, especifi-
cações técnicas e procedimentos de trabalho.
18.5 Áreas de vivência

18.5.1As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores, condições mí-
nimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de conservação,
higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações:
a)instalação sanitária;

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b)vestiário;
c)local para refeição;
d)alojamento, quando houver trabalhador alojado.

18.5.2As instalações da área de vivência devem atender, no que for cabível, ao disposto na NR-24 (Condi-
ções Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho).

18.5.3A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, bacia sanitária sifonada, dotada de assento
com tampo, e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração,
bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.

18.5.4É obrigatória, quando o caso exigir, a instalação de alojamento, no canteiro de obras ou fora dele,
contemplando as seguintes instalações:
a)cozinha, quando houver preparo de refeições;
b)local para refeição;
c)instalação sanitária;
d)lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das roupas;
e)área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeição para
este fim.

18.5.5Deve ser de, no máximo, 150 m (cento e cinquenta metros) o deslocamento do trabalhador do seu
posto de trabalho até a instalação sanitária mais próxima.

18.5.6É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores, no canteiro de
obras, nas frentes de trabalho e nos alojamentos, por meio de bebedouro ou outro dispositivo equivalente, na
proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração, sendo vedado o
uso de copos coletivos.

18.5.6.1O fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto de trabalho ao bebe-
douro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento superior a 100 m (cem metros) no plano horizontal
e 15 m (quinze metros) no plano vertical.

18.5.6.2Na impossibilidade de instalação de bebedouro ou de dispositivo equivalente dentro dos limites re-
feridos no subitem anterior, as empresas devem garantir, nos postos de trabalho, suprimento de água potável,
filtrada e fresca fornecida em recipientes portáteis herméticos.

18.5.7Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizados:


a)instalação sanitária, composta de bacia sanitária sifonada, dotada de assento com tampo, e lavatório
para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, podendo ser utilizado banheiro com tratamento químico
dotado de mecanismo de descarga ou de isolamento dos dejetos, com respiro e ventilação, de material para
lavagem e enxugo das mãos, sendo proibido o uso de toalhas coletivas, e garantida a higienização diária dos
módulos;
b)local para refeição dos trabalhadores, observadas as condições mínimas de conforto e higiene, e com a
devida proteção contra as intempéries.

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280
18.5.7.1O atendimento ao disposto neste item poderá ocorrer mediante convênio formal com estabeleci-
mentos nas proximidades do local de trabalho, desde que preservadas a segurança, higiene e conforto, e ga-
rantido o transporte de todos os trabalhadores até o referido local, quando o caso exigir.
18.6 Instalações elétricas

18.6.1A execução das instalações elétricas temporárias e definitivas deve atender ao disposto na NR-10
(Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade).

18.6.2As instalações elétricas temporárias devem ser executadas e mantidas conforme projeto elétrico ela-
borado por profissional legalmente habilitado.

18.6.3Os serviços em instalações elétricas devem ser realizados por trabalhadores autorizados conforme
NR-10.

18.6.4É proibida a existência de partes vivas expostas e acessíveis pelos trabalhadores não autorizados em
instalações e equipamentos elétricos.

18.6.5Os condutores elétricos devem:


a)ser dispostos de maneira a não obstruir a circulação de pessoas e materiais;
b)estar protegidos contra impactos mecânicos, umidade e contra agentes capazes de danificar a isolação;
c)possuir isolação em conformidade com as normas técnicas nacionais vigentes;
d)possuir isolação dupla ou reforçada quando destinados à alimentação de máquinas e equipamentos elé-
tricos móveis ou portáteis.

18.6.6As conexões, emendas e derivações dos condutores elétricos devem possuir resistência mecânica,
condutividade e isolação compatíveis com as condições de utilização.

18.6.7As instalações elétricas devem possuir sistema de aterramento elétrico de proteção e devem ser
submetidas a inspeções e medições elétricas periódicas, com emissão dos respectivos laudos por profissional
legalmente habilitado, em conformidade com o projeto das instalações elétricas temporárias e com as normas
técnicas nacionais vigentes.

18.6.8As partes condutoras das instalações elétricas, máquinas, equipamentos e ferramentas elétricas não
pertencentes ao circuito elétrico, mas que possam ficar energizadas quando houver falha da isolação, devem
estar conectadas ao sistema de aterramento elétrico de proteção.

18.6.9É obrigatória a utilização do dispositivo Diferencial Residual (DR), como medida de segurança adicio-
nal nas instalações elétricas, nas situações previstas nas normas técnicas nacionais vigentes.

18.6.10Os quadros de distribuição das instalações elétricas devem:


a)ser dimensionados com capacidade para instalar os componentes dos circuitos elétricos que o constituem;
b)ser constituídos de materiais resistentes ao calor gerado pelos componentes das instalações;
c)ter as partes vivas inacessíveis e protegidas aos trabalhadores não autorizados;
d)ter acesso desobstruído;

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281
e)ser instalados com espaço suficiente para a realização de serviços e operação;
f)estar identificados e sinalizados quanto ao risco elétrico;
g)estar em conformidade com a classe de proteção requerida;
h)ter seus circuitos identificados.

18.6.11É vedada a guarda de quaisquer materiais ou objetos nos quadros de distribuição.

18.6.12Os dispositivos de manobra, controle e comando dos circuitos elétricos devem:


a)ser compatíveis com os circuitos elétricos que operam;
b)ser identificados;
c)possuir condições para a instalação de bloqueio e sinalização de impedimento de ligação.

18.6.13Em todos os ramais ou circuitos destinados à ligação de equipamentos elétricos, devem ser insta-
lados dispositivos de seccionamento, independentes, que possam ser acionados com facilidade e segurança.

18.6.14Máquinas e equipamentos móveis e ferramentas elétricas portáteis devem ser conectadas à rede de
alimentação elétrica, por intermédio de conjunto de plugue e tomada, em conformidade com as normas técnicas
nacional vigentes.

18.6.15Os circuitos energizados em alta tensão e em extra baixa tensão devem ser instalados separada-
mente dos circuitos energizados em baixa tensão, respeitadas as definições de projeto.

18.6.16As áreas de transformadores e salas de controle e comando devem ser separadas por barreiras
físicas, sinalizadas e protegidas contra o acesso de pessoas não autorizadas.

18.6.17As áreas onde ocorram intervenções em instalações elétricas energizadas devem ser isoladas e
sinalizadas e, se necessário, possuir controle de acesso, de modo a evitar a entrada e a permanência no local
de pessoas não autorizadas.

18.6.18Os canteiros de obras devem estar protegidos por Sistema de Proteção contra Descargas Atmosfé-
ricas - SPDA, projetado, construído e mantido conforme normas técnicas nacionais vigentes.

18.6.18.1O cumprimento do disposto neste subitem é dispensado nas situações previstas em normas técni-
cas nacionais vigentes, mediante laudo emitido por profissional legalmente habilitado.

18.6.19O trabalho em proximidades de redes elétricas energizadas, internas ou externas ao


canteiro de obras, só é permitido quando protegido contra o choque elétrico e arco elétrico.

18.6.20Nas atividades de montagens metálicas, onde houver a possibilidade de acúmulo de energia estáti-
ca, deve ser realizado aterramento da estrutura desde o início da montagem.

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18.7 Etapas de obra

18.7.1Demolição

18.7.1.1Deve ser elaborado e implementado Plano de Demolição, sob responsabilidade de profissional


legalmente habilitado, contemplando os riscos ocupacionais potencialmente existentes em todas as etapas da
demolição e as medidas de prevenção a serem adotadas para preservar a segurança e a saúde dos trabalha-
dores.

18.7.1.2O Plano de Demolição deve considerar:


a)as linhas de fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos, substân-
cias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento de água e outros;
b)as construções vizinhas à obra;
c)a remoção de materiais e entulhos;
d)as aberturas existentes no piso;
e)as áreas para a circulação de emergência;
f)a disposição dos materiais retirados;
g)a propagação e o controle de poeira;
h)o trânsito de veículos e pessoas.

18.7.2Escavação, fundação e desmonte de rochas

18.7.2.1O serviço de escavação, fundação e desmonte de rochas deve ser realizado e supervisionado con-
forme projeto elaborado por profissional legalmente habilitado.

18.7.2.2Os locais onde são realizadas as atividades de escavação, fundação e desmonte de rochas, quan-
do houver riscos, devem ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento em todo o
seu perímetro, de modo a impedir a entrada de veículos e pessoas não autorizadas.

18.7.2.2.1A sinalização deve ser colocada de modo visível em número e tamanho adequados. Escavação

18.7.2.3Toda escavação com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) somen-
te pode ser iniciada com a liberação e autorização do profissional legalmente habilitado, atendendo o disposto
nas normas técnicas nacionais vigentes.

18.7.2.4O projeto das escavações deve levar em conta a característica do solo, as cargas atuantes, os ris-
cos a que estão expostos os trabalhadores e as medidas de prevenção.

18.7.2.5Nas escavações em encostas, devem ser tomadas precauções especiais para evitar escorrega-
mentos ou movimentos de grandes proporções no maciço adjacente, devendo merecer cuidado a remoção de
blocos e pedras soltas.

18.7.2.6O talude da escavação, quando indicado no projeto, deve ser protegido contra os efeitos da erosão
interna e superficial durante a execução da obra.

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18.7.2.7Nas bordas da escavação, deve ser mantida uma faixa de proteção de no mínimo 1 m (um metro),
livre de cargas, bem como a manutenção de proteção para evitar a entrada de águas superficiais na cava da
escavação.

18.7.2.8As escavações com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) devem
ser protegidas com taludes ou escoramentos definidos em projeto elaborado por profissional legalmente habi-
litado e devem dispor de escadas ou rampas colocadas próximas aos postos de trabalho, a fim de permitir, em
caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores.

18.7.2.8.1Para escavações com profundidade igual ou inferior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centí-
metros), deve-se avaliar no local a existência de riscos ocupacionais e, se necessário, adotar as medidas de
prevenção.

18.7.2.9As escavações do canteiro de obras próximas de edificações devem ser monitoradas e o resultado
documentado.

18.7.2.10Quando existir, na proximidade da escavação, cabos elétricos, tubulações de água, esgoto, gás e
outros, devem ser tomadas medidas preventivas de modo a eliminar o risco de acidentes durante a execução
da escavação.

18.7.2.11Os escoramentos utilizados como medida de prevenção devem ser inspecionados diariamente.

18.7.2.12Quando for necessário o trânsito de pessoas sobre as escavações, devem ser construídas passa-
relas em conformidade com o item 18.8 desta NR.

18.7.2.13O tráfego próximo às escavações deve ser desviado, ou, na sua impossibilidade, devem ser ado-
tadas medidas para redução da velocidade dos veículos.
Fundação

18.7.2.14Em caso de utilização de bate-estacas, os cabos de sustentação do pilão, em qualquer posição


de trabalho, devem ter comprimento mínimo em torno do tambor definido pelo fabricante ou pelo profissional
legalmente habilitado.

18.7.2.15Quando o bate-estacas não estiver em operação, o pilão deve permanecer em repouso sobre o
solo ou no fim da guia do seu curso.
Tubulão escavado manualmente

18.7.2.16É proibida a utilização de sistema de tubulão escavado manualmente com profundidade superior
a 15 m (quinze metros).

18.7.2.17O tubulão escavado manualmente deve:


a)ser encamisado em toda a sua extensão;
b)ser executado após sondagem ou estudo geotécnico local, para profundidade superior a 3 m (três me-
tros); e
c)possuir diâmetro mínimo de 0,9 m (noventa centímetros).

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18.7.2.17.1A escavação manual de tubulão acima do nível d’água ou abaixo dele somente pode ser execu-
tada nos casos em que o solo se mantenha estável, sem risco de desmoronamento, e seja possível controlar
a água no seu interior.

18.7.2.18A atividade de escavação manual de tubulão deve ser precedida de plano de resgate e remoção.

18.7.2.19Os trabalhadores envolvidos na atividade de escavação manual de tubulão devem:


a)possuir capacitação específica de acordo com o Anexo I desta NR, de acordo com a NR-33 (Segurança e
Saúde no Trabalho em Espaços Confinados) e com a NR-35 (Trabalho em Altura);
b)ter exames médicos atualizados de acordo com a NR-07 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocu-
pacional).

18.7.2.20As ocorrências e as atividades sequenciais da escavação manual do tubulão devem ser registra-
das diariamente em livro próprio por profissional legalmente habilitado.

18.7.2.21No tubulão escavado manualmente, são proibidos:


a)o trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões adjacentes, sejam estes trabalhos de escavação
e/ou de concretagem;
b)a abertura simultânea de bases tangentes.

18.7.2.22O equipamento de descida e içamento de trabalhadores e materiais utilizados no processo de


escavação manual de tubulão deve:
a)dispor de sistema de sarilho, projetado por profissional legalmente habilitado, fixado no terreno, fabricado
em material resistente e com rodapé de 0,2 m (vinte centímetros) em sua base, dimensionado conforme a carga
e apoiado com, no mínimo, 0,5 m (cinquenta centímetros) de afastamento em relação à borda do tubulão;
b)ser dotado de sistema de segurança com travamento;
c)possuir dupla trava de segurança no sarilho, sendo uma de cada lado;
d)possuir corda de cabo de fibra sintética que atenda às recomendações do Anexo II desta NR;
e)utilizar corda de sustentação do balde com comprimento de modo que haja, em qualquer posição de tra-
balho, no mínimo 6 (seis) voltas sobre o tambor;
f)ter gancho com trava de segurança na extremidade da corda do balde.

18.7.2.22.1A operação do equipamento de descida e içamento de trabalhadores e materiais utilizados no


processo de escavação manual de tubulão deve atender às seguintes medidas:
a)liberar o serviço em cada etapa (abertura de fuste e alargamento de base), registrada no livro de registro
diário de escavação;
b)dispor de sistema de ventilação por insuflação de ar por duto, captado em local isento de fontes de polui-
ção, ou, em caso contrário, adotar processo de filtragem do ar;
c)depositar materiais longe da borda do tubulão, com distância determinada pelo estudo geotécnico;
d)ter cobertura quando o serviço for executado a céu aberto;
e)isolar, sinalizar e fechar os poços nos intervalos e no término da jornada de trabalho;
f)impedir o trânsito de veículos nos locais de trabalho;
g)paralisar imediatamente as atividades de escavação no início de chuvas quando o serviço for executado
a céu aberto;

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h)utilizar iluminação blindada e à prova de explosão.
Tubulão com pressão hiperbárica

18.7.2.23É proibida a execução de fundação por meio de tubulão de ar comprimido. Desmonte de rochas

18.7.2.24O armazenamento, manuseio e transporte de explosivos deve obedecer às recomendações de


segurança do fabricante e aos regulamentos definidos pelo órgão responsável.

18.7.2.25Para a operação de desmonte de rocha a fogo, com a utilização de explosivos, é obrigatória a


elaboração de um Plano de Fogo para cada detonação, por profissional legalmente habilitado, considerando os
riscos ocupacionais e as medidas de prevenção para assegurar a segurança e saúde dos trabalhadores.

18.7.2.26Na operação de desmonte de rocha a fogo, fogacho ou mista, deve haver um blaster responsável
pelo armazenamento e preparação das cargas, carregamento das minas, ordem de fogo e detonação e retirada
dos explosivos que não explodiram e sua destinação adequada.

18.7.2.27Em casos especiais, quando da necessidade de o carregamento dos explosivos ser executado
simultaneamente com a perfuração da rocha, deve ser garantida uma distância mínima, determinada pelo blas-
ter, entre o local do carregamento e o local de perfuração.

18.7.2.28Antes da introdução das cargas deve ser verificada a existência de obstrução nos furos.

18.5.2.29 O carregamento dos furos deve ser efetuado imediatamente antes da detonação.

18.7.2.30A área de fogo deve ser protegida para evitar a projeção de partículas quando expuser a risco
trabalhadores e terceiros.

18.7.2.31Durante o carregamento só devem permanecer no local os trabalhadores envolvidos na atividade,


conforme condições estabelecidas pelo blaster.

18.7.2.32O aviso final da detonação deve ser feito por meio de sirene, com intensidade de som suficiente
para que seja ouvido em todos os setores da obra e no entorno.

18.7.2.33O tempo de retorno ao local da detonação deve ser definido pelo blaster.

18.7.2.34Os explosivos e espoletas não utilizados devem ser recolhidos aos seus respectivos depósitos
após cada fogo.

18.7.3Carpintaria e armação

18.7.3.1As áreas de trabalho dos serviços de carpintaria e onde são realizadas as atividades de corte, do-
bragem e armação de vergalhões de aço devem:
a)ter piso resistente, nivelado e antiderrapante;
b)possuir cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra intempéries e queda de materiais;

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c)possuir lâmpadas para iluminação protegidas contra impactos provenientes da projeção de partículas;
d)ter coletados e removidos, diariamente, os resíduos das atividades.

18.7.3.2A área de movimentação de vergalhões de aço deve ser isolada para evitar a circulação de pessoas
não envolvidas na atividade.

18.7.3.3Os feixes de vergalhões de aço que forem deslocados por equipamentos de guindar devem ser
amarrados de modo a evitar escorregamento.

18.7.3.4As armações de pilares, vigas e outras estruturas devem ser apoiadas e escoradas para evitar
tombamento e desmoronamento.

18.7.3.5É obrigatória a colocação de pranchas de material resistente firmemente apoiadas sobre as arma-
ções, para a circulação de trabalhadores.

18.7.3.6As extremidades de vergalhões que ofereçam risco para os trabalhadores devem ser protegidas.

18.7.4Estrutura de concreto

18.7.4.1O projeto das fôrmas e dos escoramentos, indicando a sequência de retirada das escoras, deve ser
elaborado por profissional legalmente habilitado.

18.7.4.2Na montagem das fôrmas e na desforma, são obrigatórios o isolamento e a sinalização da área no
entorno da atividade, além de serem previstas as medidas de prevenção de forma a impedir a queda livre das
peças.

18.7.4.3A operação de concretagem deve ser supervisionada por trabalhador capacitado, devendo ser ob-
servadas as seguintes medidas:
a)inspecionar os equipamentos e os sistemas de alimentação de energia antes e durante a execução dos
serviços;
b)inspecionar as peças e máquinas do sistema transportador de concreto antes e durante a execução dos
serviços;
c)inspecionar o escoramento e a resistência das fôrmas antes e durante a execução dos serviços;
d)isolar e sinalizar o local onde se executa a concretagem, sendo permitido o acesso somente à equipe
responsável;
e)dotar as caçambas transportadoras de concreto de dispositivos de segurança que impeçam o seu descar-
regamento acidental.

18.7.4.4Durante as operações de protensão e desprotensão dos tirantes, a área no entorno da atividade


deve ser isolada e sinalizada, sendo proibida a permanência de trabalhadores atrás ou sobre os dispositivos de
protensão, ou em outro local que ofereça riscos.

18.7.4.5Quando o local de lançamento de concreto não for visível pelo operador do equipamento de trans-
porte ou da bomba de concreto, deve ser utilizado um sistema de sinalização, sonoro ou visual, e, quando isso
não for possível, deve haver comunicação por telefone ou rádio para determinar o início e o fim do lançamento.

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18.7.5Estruturas metálicas

18.7.5.1Toda montagem, manutenção e desmontagem de estrutura metálica deve estar sob responsabilida-
de de profissional legalmente habilitado.

18.7.5.2Na montagem de estruturas metálicas, o SPIQ e os meios de acessos dos trabalhadores à estrutura
devem estar previstos no PGR da obra.

18.7.5.3Nas operações de montagem, desmontagem e manutenção das estruturas metálicas, o trabalhador


deve ter recipiente e/ou suporte adequado para depositar materiais e/ou ferramentas.

18.7.6Trabalho a quente

18.7.6.1Para fins desta NR, considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem, esme-
rilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais como aquecimento, centelha ou chama.

18.7.6.2Deve ser elaborada análise de risco específica para trabalhos a quente quando:
a)houver materiais combustíveis ou inflamáveis no entorno;
b)for realizado em área sem prévio isolamento e não destinada para este fim.

18.7.6.3Quando definido na análise de risco, deve haver um trabalhador observador para exercer a vigilân-
cia da atividade de trabalho a quente até a conclusão do serviço.

18.7.6.4O trabalhador observador deve ser capacitado em prevenção e combate a incêndio.

18.7.6.5Nos locais onde se realizam trabalhos a quente, deve ser efetuada inspeção preliminar, de modo a
assegurar que o local de trabalho e áreas adjacentes:
a)estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis, tóxicos e contaminantes;
b)sejam liberados após constatação da ausência de atividades incompatíveis com o trabalho a quente.

18.7.6.6Devem ser tomadas as seguintes medidas de prevenção contra incêndio nos locais onde se reali-
zam trabalhos a quente:
a)eliminar ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios;
b)instalar proteção contra o fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a evitar o contato com ma-
teriais combustíveis ou inflamáveis, bem como evitar a interferência em atividades paralelas ou na circulação
de pessoas;
c)manter sistema de combate a incêndio desobstruído e próximo à área de trabalho;
d)inspecionar, ao término do trabalho, o local e as áreas adjacentes, a fim de evitar princípios de incêndio.

18.7.6.7Para o controle de fumos e contaminantes decorrentes dos trabalhos a quente, devem ser imple-
mentadas as seguintes medidas:
a)limpar adequadamente a superfície e remover os produtos de limpeza utilizados, antes de realizar qual-
quer operação;

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b)providenciar renovação de ar em ambientes fechados a fim de eliminar gases, vapores e fumos emprega-
dos e/ou gerados durante os trabalhos a quente.

18.7.6.8Sempre que ocorrer mudança nas condições ambientais, as atividades devem ser interrompidas,
avaliando-se as condições ambientais e adotando-se as medidas necessárias para adequar a renovação de ar.

18.7.6.9Nos trabalhos a quente que utilizem gases, devem ser adotadas as seguintes medidas:
a)utilizar somente gases adequados à aplicação, de acordo com as informações do fabricante;
b)seguir as determinações indicadas na Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ;
c)utilizar reguladores de pressão e manômetros calibrados e em conformidade com o gás empregado;
d)utilizar somente acendedores apropriados, que produzam somente centelhas e não possuam reservatório
de combustível, para o acendimento de chama do maçarico;
e)impedir o contato de oxigênio a alta pressão com matérias orgânicas, tais como óleos e graxas.

18.7.6.10É proibida a instalação de adaptadores entre o cilindro e o regulador de pressão.

18.7.6.11No caso de equipamento de oxiacetileno, deve ser utilizado dispositivo contra retrocesso de chama
nas alimentações da mangueira e do maçarico.

18.7.6.12Somente é permitido emendar mangueiras por meio do uso de conector em conformidade com as
especificações técnicas do fabricante.

18.7.6.13Os cilindros de gás devem ser:


a)mantidos em posição vertical e devidamente fixados;
b)afastados de chamas, de fontes de centelhamento, de calor e de produtos inflamáveis;
c)instalados de forma a não se tornar parte de circuito elétrico, mesmo que acidentalmente;
d)transportados na posição vertical, com capacete rosqueado, por meio de equipamentos apropriados, de-
vidamente fixados, evitando-se colisões;
e)mantidos com as válvulas fechadas e guardados com o protetor de válvulas (capacete rosqueado), quan-
do inoperantes ou vazios.

18.7.6.14Sempre que o serviço for interrompido, devem ser fechadas as válvulas dos cilindros, dos maçari-
cos e dos distribuidores de gases.

18.7.6.15Os equipamentos e as mangueiras inoperantes ou que não estejam sendo utilizados devem ser
mantidos fora dos espaços confinados.

18.7.6.16São proibidas a instalação, a utilização e o armazenamento de cilindros de gases em ambientes


confinados.

18.7.6.17Nas operações de soldagem ou corte a quente de vasilhame, recipiente, tanque ou similar que
envolvam geração de gases, é obrigatória a adoção de medidas preventivas adicionais para eliminar riscos de
explosão e intoxicação do trabalhador.

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18.7.7Serviços de impermeabilização

18.7.7.1Os serviços de aquecimento, transporte e aplicação de impermeabilizante em edificações devem


atender às normas técnicas nacionais vigentes.

18.7.7.2O reservatório para aquecimento deve possuir:


a)nome e CNPJ da empresa fabricante ou importadora em caracteres indeléveis;
b)manual técnico de operação disponível aos trabalhadores;
c)tampa com respiradouro de segurança;
d)medidor de temperatura.

18.7.7.3O local de instalação do reservatório para aquecimento deve:


a)possuir ventilação natural ou forçada;
b)estar nivelado;
c)ter isolamento e sinalização de advertência;
d)ser mantido limpo e organizado.

18.7.7.4A armazenagem dos produtos utilizados nas operações de impermeabilização, inclusive os cilindros
de gás, deve ser realizada em local isolado, sinalizado, ventilado, protegido contra risco de incêndio e distinto
do local de instalação dos equipamentos de aquecimento.

18.7.7.5Os sistemas de aquecimento a gás devem atender aos seguintes requisitos:


a)cilindros de gás devem ter capacidade de, no mínimo, 8 kg (oito quilos);
b)cilindros de gás devem ser instalados a, no mínimo, 3 m (três metros) do equipamento de aquecimento;
c)cilindros de gás com capacidade igual ou superior a 45 kg (quarenta e cinco quilos) devem estar sobre
rodas;
d)devem ser utilizados tubos ou mangueiras flexíveis de, no mínimo, 5 m (cinco metros), previstos nas nor-
mas técnicas nacionais vigentes.

18.7.7.6O sistema de aquecimento a gás deve ser inspecionado, quanto à existência de vazamentos, a
cada intervenção.

18.7.7.7A limpeza e a manutenção do equipamento de aquecimento devem seguir as recomendações do


fabricante.

18.7.7.8Nos serviços de impermeabilização, é proibido:


a)utilizar aquecimento à lenha;
b)movimentar equipamento de aquecimento com a tampa destravada.

18.7.7.9Os trabalhadores envolvidos na atividade devem ser capacitados conforme definido no Anexo I
desta NR.

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18.7.8Telhados e coberturas

18.7.8.1No serviço em telhados e coberturas que excedam 2 m (dois metros) de altura com risco de queda
de pessoas, aplica-se o disposto na NR-35.

18.7.8.1.1O acesso ao SPIQ instalado sobre telhados e coberturas deve ser projetado de forma que não
ofereça risco de quedas.

18.7.8.2É proibida a realização de trabalho ou atividades em telhados ou coberturas:


a)sobre superfícies instáveis ou que não possuam resistência estrutural;
b)sobre superfícies escorregadias;
c)sob chuva, ventos fortes ou condições climáticas adversas;
d)sobre fornos ou qualquer outro equipamento do qual haja emanação de gases provenientes de processos
industriais, devendo o equipamento ser previamente desligado ou serem adotadas medidas de prevenção no
caso da impossibilidade do desligamento;
e)com a concentração de cargas em um mesmo ponto sobre telhado ou cobertura, exceto se autorizada por
profissional legalmente habilitado.
18.8 Escadas, rampas e passarelas

18.8.1É obrigatória a instalação de escada ou rampa para transposição de pisos com diferença de nível
superior a 0,4 m (quarenta centímetros) como meio de circulação de trabalhadores.

18.8.2A utilização de escadas e rampas deve observar os seguintes ângulos de inclinação:


a)para rampas, ângulos inferiores a 15° (quinze graus);
b)para escadas móveis, ângulos entre 50° (cinquenta graus) e 75° (setenta e cinco graus), ou de acordo
com as recomendações do fabricante;
c)para escadas fixas tipo vertical, ângulos entre 75° (setenta e cinco graus) e 90° (noventa graus).

18.8.3É obrigatória a instalação de passarelas quando for necessário o trânsito de pessoas sobre vãos com
risco de queda de altura.

18.8.4As escadas, rampas e passarelas devem ser dimensionadas e construídas em função das cargas a
que estarão submetidas.

18.8.5O transporte de materiais deve ser feito por meio adequado, quando utilizadas escadas que deman-
dem o uso das mãos como ponto de apoio para o acesso ou para a execução do trabalho.

18.8.6Escadas
Escada fixa de uso coletivo

18.8.6.1As escadas de uso coletivo devem:


a)ser dimensionadas em função do fluxo de trabalhadores;
b)ser dotadas de sistema de proteção contra quedas, de acordo com o subitem 18.9.4.1 ou

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18.9.4.2 desta NR;
c)ter largura mínima de 0,8 m (oitenta centímetros);
d)ter altura uniforme entre os degraus de, no máximo, 0,2 m (vinte centímetros);
e)ter patamar intermediário, no máximo, a cada 2,9 m (dois metros e noventa centímetros) de altura, com a
mesma largura da escada e comprimento mínimo igual à largura;
f)ter piso com forração completa e antiderrapante;
g)ser firmemente fixadas em suas extremidades.
Escada fixa vertical

18.8.6.2A escada fixa vertical deve:


a)suportar os esforços solicitantes;
b)possuir corrimão ou continuação dos montantes da escada ultrapassando a plataforma de descanso ou
o piso superior com altura entre 1,1 m (um metro e dez centímetros) a 1,2 m (um metro e vinte centímetros);
c)largura entre 0,4 m (quarenta centímetros) e 0,6 m (sessenta centímetros);
d)ter altura máxima de 10 m (dez metros), se for de um único lance;
e)ter altura máxima de 6 m (seis metros) entre duas plataformas de descanso, se for de múltiplos lances;
f)possuir plataforma de descanso com dimensões mínimas de 0,6 m x 0,6 m (sessenta centímetros por ses-
senta centímetros) e dotada de sistema de proteção contra quedas, de acordo o subitem

18.9.4.1 ou 18.9.4.2 desta NR;


g)espaçamento uniforme dos degraus entre 0,25 m (vinte e cinco centímetros) e 0,3 m (trinta centímetros);
h)fixação na base, a cada 3 m (três metros), e no topo na parte superior.
i)espaçamento entre o piso e a primeira barra não superior a 0,4 m (quarenta centímetros);
j)distância em relação à estrutura em que é fixada de, no mínimo, 0,15 m (quinze centímetros);
k)dispor de lances em eixos paralelos distanciados, no mínimo, 0,7 m (setenta centímetros) entre eixos.

18.8.6.3É obrigatória a utilização de SPIQ em escadas tipo fixa vertical com altura superior a 2 m (dois me-
tros).
Escadas portáteis

18.8.6.4As escadas de madeira não devem apresentar farpas, saliências ou emendas.

18.8.6.5A seleção do tipo de escada portátil como meio de acesso e local de trabalho deve considerar a sua
característica e se a tarefa a ser realizada pode ser feita com segurança.

18.8.6.6A escada portátil deve ser selecionada:


a)de acordo com a carga projetada, de forma a resistir ao peso aplicado durante o acesso ou a execução
da tarefa;
b)considerando os esforços quando da utilização de sistemas de proteção contra quedas;
c)considerando as situações de resgate.

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18.8.6.7As escadas portáteis devem:
a)ter espaçamento uniforme entre os degraus de 0,25 m (vinte e cinco centímetros) a 0,3 m (trinta centíme-
tros);
b)ser dotadas de degraus antiderrapantes;
c)ser apoiadas em piso resistente;
d)ser fixadas em seus apoios ou possuir dispositivo que impeça seu escorregamento.

18.8.6.8É proibido utilizar escada portátil:


a)nas proximidades de portas ou áreas de circulação, de aberturas e vãos e em locais onde haja risco de
queda de objetos ou materiais, exceto quando adotadas medidas de prevenção;
b)em estruturas sem resistência;
c)junto a redes e equipamentos elétricos energizados desprotegidos.

18.8.6.9No caso do uso de escadas portáteis nas proximidades de portas ou áreas de circulação, a área no
entorno dos serviços deve ser isolada e sinalizada.

18.8.6.10As escadas portáteis devem ser usadas por uma pessoa de cada vez, exceto quando especificado
pelo fabricante o uso simultâneo.

18.8.6.11Durante a subida e descida de escadas portáteis, o trabalhador deve estar apoiado em três pontos.

18.8.6.12As escadas portáteis devem possuir sapatas antiderrapantes ou dispositivo que impeça o seu
escorregamento.
Escada portátil de uso individual (de mão)

18.8.6.13As escadas de mão devem:


a)possuir, no máximo, 7 m (sete metros) de extensão;
b)ultrapassar em pelo menos 1 m (um metro) o piso superior;
c)possuir degraus fixados aos montantes por meios que garantam sua rigidez.

18.8.6.14É proibido o uso de escada de mão com montante único.

18.8.6.15A escada de mão deve ter seu uso restrito para serviços de pequeno porte e acessos temporários.
Escada portátil dupla (cavalete, abrir ou autossustentável)

18.8.6.16As escadas duplas devem:


a)possuir, no máximo, 6 m (seis metros) de comprimento quando fechadas;
b)ser utilizadas com os limitadores de abertura operantes e nas posições indicadas pelo fabricante;
c)ter a estabilidade garantida, quando da utilização de ferramentas e materiais aplicados na atividade.

18.8.6.17As escadas duplas devem ser utilizadas apenas para a realização de atividades com ela compatí-
veis, sendo proibida sua utilização para a transposição de nível.

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Escada portátil extensível

18.8.6.18As escadas extensíveis devem:


a)ser dotadas de dispositivo limitador de curso, colocado no quarto vão a contar da catraca, ou conforme
determinado pelo fabricante;
b)permitir sobreposição de, no mínimo, 1 m (um metro), quando estendida, caso não haja limitador de curso;
c)ser fixada em estrutura resistente e estável em pelo menos um ponto, de preferência no nível superior;
d)ter a base apoiada a uma distância entre 1/5 (um quinto) e 1/3 (um terço) em relação à altura;
e)ser posicionada de forma a ultrapassar em pelo menos 1 m (um metro) o nível superior, quando usada
para acesso.

18.8.6.19A escada extensível com mais de 7 m (sete metros) de comprimento deve possuir sistema de
travamento (tirante ou vareta de segurança) para impedir que os montantes fiquem soltos e prejudiquem a
estabilidade.

18.8.7Rampas e passarelas

18.8.7.1As rampas e passarelas devem:


a)ser dimensionadas em função de seu comprimento e das cargas a que estarão submetidas;
b)possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro, conforme o subitem 18.9.4.1 ou 18.9.4.2
desta NR;
c)ter largura mínima de 0,8 m (oitenta centímetros);
d)ter piso com forração completa e antiderrapante;
e)ser firmemente fixadas em suas extremidades.

18.8.7.2Nas rampas com inclinação superior a 6° (seis graus), devem ser fixadas peças transversais, espa-
çadas em, no máximo, 0,4 m (quarenta centímetros) ou outro dispositivo de apoio para os pés.
18.9 Medidas de prevenção contra queda de altura

18.9.1É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de
projeção de materiais e objetos no entorno da obra, projetada por profissional legalmente habilitado.

18.9.2As aberturas no piso devem:


a)ter fechamento provisório constituído de material resistente travado ou fixado na estrutura; ou
b)ser dotada de sistema de proteção contra quedas, de acordo com o subitem 18.9.4.1 ou 18.9.4.2 desta
NR.

18.9.3Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento provisório de toda a abertura,
constituído de material resistente, travado ou fixado à estrutura, até a colocação definitiva das portas.

18.9.4É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra queda de trabalhadores e


projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à concretagem da primeira laje.

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18.9.4.1A proteção, quando constituída de anteparos rígidos com fechamento total do vão, deve ter altura
mínima de 1,2 m (um metro e vinte centímetros).

18.9.4.2A proteção, quando constituída de anteparos rígidos em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve
atender aos seguintes requisitos:
a)travessão superior a 1,2 m (um metro e vinte centímetros) de altura e resistência à carga horizontal de
90 kgf/m (noventa quilogramas-força por metro), sendo que a deflexão máxima não deve ser superior a 0,076
m (setenta e seis milímetros);
b)travessão intermediário a 0,7 m (setenta centímetros) de altura e resistência à carga horizontal de 66 kg-
f/m (sessenta e seis quilogramas-força por metro);
c)rodapé com altura mínima de 0,15 m (quinze centímetros) rente à superfície e resistência à carga horizon-
tal de 22 kgf/m (vinte e dois quilogramas-força por metro);
d)ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da
abertura.

18.9.4.3Quando da utilização de plataformas de proteção primária, secundária ou terciária, essas devem ser
projetadas por profissional legalmente habilitado e atender aos seguintes requisitos:
a)ser projetada e construída de forma a resistir aos impactos das quedas de objetos;
b)ser mantida em adequado estado de conservação;
c)ser mantida sem sobrecarga que prejudique a estabilidade de sua estrutura.

18.9.4.4Quando da utilização de redes de segurança, essas devem ser confeccionadas e instaladas de


acordo com os requisitos de segurança e ensaios previstos nas normas EN 1263-1 e EN 1263-2 ou em normas
técnicas nacionais vigentes.

18.9.4.4.1O projeto de redes de segurança deve conter o procedimento das fases de montagem, ascensão
e desmontagem.

18.9.4.4.2As redes devem apresentar malha uniforme em toda a sua extensão.

18.9.4.4.3Quando necessárias emendas na panagem da rede, devem ser asseguradas as mesmas carac-
terísticas da rede original, com relação à resistência, à tração e à deformação, além da durabilidade, sendo
proibidas emendas com sobreposições da rede.

18.9.4.4.4As emendas devem ser feitas por profissional capacitado, sob supervisão de profissional legal-
mente habilitado.

18.9.4.4.5O sistema de redes deve ser submetido a uma inspeção semanal para verificação das condições
de todos os seus elementos e pontos de fixação.

18.9.4.4.6As redes, os elementos de sustentação e os acessórios devem ser armazenados em local apro-
priado, seco e acondicionados em recipientes adequados.

18.9.4.4.7As redes, quando utilizadas para proteção de periferia, devem estar associadas a um sistema,
com altura mínima de 1,2 m (um metro e vinte centímetros), que impeça a queda de materiais e objetos.

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18.10 Máquinas, equipamentos, ferramentas

18.10.1Máquinas e equipamentos

18.10.1.1As máquinas e os equipamentos devem atender ao disposto na NR-12 (Segurança no Trabalho


em Máquinas e Equipamentos).

18.10.1.2As máquinas e equipamentos estacionários devem estar localizados em ambiente coberto e com
iluminação adequada às atividades.

18.10.1.3Devem ser elaborados procedimentos de segurança para o trabalho com máquinas, equipamen-
tos e ferramentas não contempladas no campo de aplicação da NR-12.

18.10.1.4Nas obras com altura igual ou superior a 10 m (dez metros), é obrigatória a instalação de máquina
ou equipamento de transporte vertical motorizado de materiais.

18.10.1.4.1As máquinas ou equipamentos de transporte de materiais devem possuir dispositivos que impe-
çam a descarga acidental do material.

18.10.1.5A serra circular deve:


a)ser projetada por profissional legalmente habilitado;
b)ser dotada de estrutura metálica estável;
c)ter o disco afiado e travado, devendo ser substituído quando apresentar defeito;
d)possuir dispositivo que impeça o aprisionamento do disco e o retrocesso da madeira;
e)dispor de dispositivo que possibilite a regulagem da altura do disco;
f)ter coletor de serragem;
g)ser dotada de dispositivo empurrador e guia de alinhamento, quando necessário;
h)ter coifa ou outro dispositivo que impeça a projeção do disco de corte.
Máquina autopropelida

18.10.1.6Na operação com máquina autopropelida, devem ser observadas as seguintes medidas de segu-
rança:
a)as zonas de perigo e as partes móveis devem possuir proteções de modo a impedir o acesso de partes
do corpo do trabalhador, podendo ser retiradas somente para limpeza, lubrificação, reparo e ajuste, e, após,
devem ser, obrigatoriamente, recolocadas;
b)os operadores não podem se afastar do equipamento sob sua responsabilidade quando em funcionamen-
to;
c)nas paradas temporárias ou prolongadas, devem ser adotadas medidas com o objetivo de eliminar riscos
provenientes de funcionamento acidental;
d)quando o operador do equipamento tiver a visão dificultada por obstáculos, deve ser exigida a presença
de um trabalhador capacitado para orientar o operador;
e)em caso de superaquecimento de pneus e sistema de freio, devem ser tomadas precauções especiais,
prevenindo-se de possíveis explosões ou incêndios;

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f)possuir retrovisores e alarme sonoro acoplado ao sistema de câmbio quando operada em marcha a ré;
g)não deve ser operada em posição que comprometa sua estabilidade;
h)antes de iniciar a movimentação ou dar partida no motor, é preciso certificar-se de que não há ninguém
sobre, debaixo ou perto dos mesmos, de modo a garantir que a movimentação da máquina não exponha traba-
lhadores ou terceiros a acidentes;
i)assegurar que, antes da operação, esteja brecada e com suas rodas travadas, implementando medidas
adicionais no caso de pisos inclinados ou irregulares.

18.10.1.7A inspeção, limpeza, ajuste e reparo somente devem ser executados com a máquina desligada,
salvo se o movimento for indispensável à realização da inspeção ou ajuste.

18.10.1.8É proibido manter sustentação de máquinas autopropelidas somente pelos cilindros hidráulicos,
quando em manutenção.

18.10.1.9O abastecimento de máquinas autopropelidas com motor a explosão deve ser realizado por tra-
balhador capacitado, em local apropriado, utilizando-se de técnica e equipamentos que garantam a segurança
da operação.

18.10.1.10O processo de enchimento ou esvaziamento de pneus deve ser feito de modo gradativo, com
medições sucessivas da pressão, dentro de gaiolas de proteção, projetadas para esse fim, de modo a resguar-
dar a segurança do trabalhador.

18.10.1.11O transporte de acessórios e materiais por içamento deve ser feito o mais próximo possível do
piso, com o isolamento da área, em conformidade com a análise de risco.

18.10.1.12Devem ser tomadas precauções especiais quando da movimentação de máquinas autopropeli-


das próxima a redes elétricas.

18.10.1.13A máquina autopropelida com massa (tara) superior a 4.500 kg (quatro mil e quinhentos quilos)
deve possuir cabine climatizada e oferecer proteção contra queda e projeção de objetos e contra incidência de
raios solares e intempéries. (Vide prazo - Portaria SEPRT nº 3.733, de 10/02/20)

18.10.1.14A máquina autopropelida com massa (tara) igual ou inferior a 4.500 kg (quatro mil e quinhentos
quilos) deve possuir posto de trabalho protegido contra queda e projeção de objetos e contra incidência de raios
solares e intempéries.
Equipamentos de guindar

18.10.1.15Para fins de aplicação dos subitens 18.10.1.16 a 18.10.1.44, consideram-se equipamentos de


guindar as gruas, inclusive as de pequeno porte, os guindastes, os pórticos, as pontes rolantes e equipamentos
similares.

18.10.1.16Os equipamentos de guindar devem ser utilizados de acordo com as recomendações do fabri-
cante e com o plano de carga, elaborado por profissional legalmente habilitado e contemplado no PGR.

18.10.1.17O plano de carga para movimentação de carga suspensa deve ser elaborado para cada equipa-
mento e conter as seguintes informações:

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a)endereço do local onde o equipamento estiver instalado e a duração prevista para sua utilização;
b)razão social, endereço e CNPJ do fabricante, importador, locador ou proprietário do equipamento e do
responsável pela montagem, desmontagem e serviços de manutenção;
c)tipo, modelo, ano de fabricação, capacidade, dimensões e demais dados técnicos;
d)conter croquis ou planta baixa, mostrando a área coberta pela operacionalização do equipamento, de
todas possíveis interferências dentro e fora dos limites da obra, e os principais locais de carregamento e des-
carregamento de materiais;
e)indicar as medidas previstas para isolamento das áreas sob cargas suspensas e das áreas adjacentes
que eventualmente possam estar sob risco de queda de materiais;
f)especificar todos os dispositivos e acessórios auxiliares de içamento que devem ser utilizados em cada
operação, tais como ganchos, lingas, calços, contenedores especiais, balancins, manilhas, roldanas auxiliares
e quaisquer outros necessários;
g)detalhar procedimentos especiais que se façam necessários com relação à movimentação de peças de
grande porte, quanto à preparação da área de operações, velocidades e percursos previstos na movimentação
da carga, sequenciamento de etapas necessárias, utilização conjunta de mais de um equipamento de guindar,
ensaios e/ou treinamentos preliminares e qualquer outra situação singular de alto risco;
h)conter lista de verificação do equipamento e dos dispositivos auxiliares de movimentação de carga, emiti-
da pelo fabricante, locador ou profissional legalmente habilitado;
i)conter lista de verificação para plataforma de carga e descarga, emitida por profissional legalmente habi-
litado;
j)conter medidas preventivas complementares quando no mesmo local houver outro equipamento de guin-
dar com risco de interferência entre seus movimentos.

18.10.1.17.1Para grua, além do disposto neste subitem, deve ser indicada a altura inicial e final, o compri-
mento da lança, a capacidade de carga na ponta, a capacidade máxima de carga, se provida ou não de coletor
elétrico e a planilha de esforços sobre a base e sobre os locais de ancoragens do equipamento.

18.10.1.18Deve ser elaborada análise de risco para movimentação de cargas, sendo que, quando a movi-
mentação for rotineira, a análise pode estar descrita em procedimento operacional.

18.10.1.19Deve ser elaborada análise de risco específica para movimentação de cargas não- rotineiras,
com a respectiva permissão de trabalho.

18.10.1.20Quando da utilização de equipamento de guindar sobre base móvel, a sua estabilidade deve ser
garantida, assim como a da superfície onde será utilizado, atendendo às recomendações do fabricante ou do
profissional legalmente habilitado.

18.10.1.21Devem ser mantidos o isolamento e a sinalização da área sob carga suspensa.

18.10.1.22Quando no mesmo local houver dois ou mais equipamentos de guindar com risco de interferência
entre seus movimentos, deve haver sistema automatizado anticolisão instalado nos equipamentos ou sinaleiro
capacitado e autorizado para coordenar os movimentos desses equipamentos.

18.10.1.23Quando da utilização de equipamento de guindar, os seguintes documentos, quando aplicável,


devem ser disponibilizados no canteiro de obras:
a)plano de cargas, conforme subitem 18.10.1.17 desta NR;

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298
b)registro de todas as ações de manutenção preventivas e corretivas e de inspeção do equipamento, ocorri-
das após a instalação no local onde estiver em operação, e os termos de entrega técnica e liberação para uso,
conforme disposto no item 12.11 da NR-12;
c)comprovantes de capacitação e autorização do operador do equipamento de guindar em operação no
local;
d)comprovantes de capacitação do sinaleiro/amarrador de cargas e do trabalhador designado para inspe-
cionar plataformas em balanço para recebimento de cargas;
e)projeto de fixação na edificação ou em estrutura independente;
f)projeto para a passarela de acesso à torre da grua;
g)listas de verificação mencionadas nesta NR e instruções de segurança emitidas, específicas à operacio-
nalização do equipamento;
h)laudo de aterramento elétrico com medição ôhmica, conforme normas técnicas nacionais vigentes, elabo-
rado por profissional legalmente habilitado e atualizado semestralmente.

18.10.1.24O equipamento de guindar, de acordo com suas especificidades, deve dispor dos seguintes itens
de segurança:
a)limitador de carga máxima;
b)limitador de altura que permita a frenagem do moitão na elevação de cargas;
c)dispositivo de monitoramento na descida, se definido na análise de risco;
d)alarme sonoro com acionamento automático quando o limitador de carga ou de momento estiver atuando;
e)alarme sonoro para ser acionado pelo operador em situações de risco e/ou alerta;
f)trava de segurança no gancho do moitão;
g)dispositivo instalado nas polias que impeça o escape acidental dos cabos de aço;
h)limitadores de curso para movimento de translação quando instalado sobre trilhos.

18.10.1.25Quando o equipamento de guindar possuir cabine de comando, esta deve dispor de:
a)acesso seguro e, quando necessário em movimentação vertical para acessar a cabine, tornar obrigatório
o uso do SPIQ;
b)interior climatizado; (Vide prazo - Portaria SEPRT nº 3.733, de 10/02/20)
c)assento ergonômico;
d)proteção contra raios solares e intempéries;
e)tabela de cargas máximas em todas as condições de uso, escrita em língua portuguesa, no seu interior e
de fácil visualização pelo operador;
f)extintor de incêndio adequado ao risco.

18.10.1.26Guindastes e gruas, além das exigências anteriores cabíveis, devem possuir:


a)limitador de momento máximo, impedindo a continuidade do movimento e só permitindo a sua reversão;
b)anemômetro que indique no interior da cabine do equipamento a velocidade do vento;
c)indicadores de níveis longitudinal e transversal, exceto para as gruas que não são montadas sobre base
móvel.

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18.10.1.27Os dispositivos auxiliares de içamento devem atender aos seguintes requisitos:
a)dispor de forma indelével a razão social do fabricante ou do locador, a capacidade de carga e o número
de série que permita sua rastreabilidade;
b)possuir certificado ou dispor de projeto elaborado por profissional legalmente habilitado, contendo a espe-
cificação e descrição completa das características mecânicas e elétricas, se cabíveis;
c)ser inspecionado pelo sinaleiro/amarrador de cargas antes de entrar em uso.

18.10.1.28Os controles remotos utilizados para o comando de equipamento de guindar devem conter a
identificação correspondente ao equipamento que está sendo utilizado e possuir indicação, em língua portugue-
sa, dos comandos de operação.

18.10.1.29São proibidos durante a operação dos equipamentos de guindar:


a)circulação ou permanência de pessoas estranhas nas áreas sob movimentação da carga suspensa;
b)colocação de placas de publicidade na estrutura do equipamento, salvo quando especificado pelo fabri-
cante ou profissional legalmente habilitado;
c)movimentação de cargas com peso desconhecido;
d)movimentação em ações de arraste ou com o içamento inclinado em relação à vertical;
e)içamento de carga que não esteja totalmente desprendida da sua superfície de apoio e livre de qualquer
interferência que ofereça resistência ao movimento pretendido;
f)utilização de cordas de fibras naturais ou sintéticas como elementos de içamento de cargas, salvo cabos
de fibra sintética previstos nas normas técnicas nacionais vigentes;
g)transporte de pessoas, salvo nas condições em operação de resgate e salvamento, sob supervisão de
profissional legalmente habilitado, ou quando em conformidade com o item 4 do Anexo XII da NR-12;
h)trabalho em condições climáticas adversas ou qualquer outra condição meteorológica que possa afetar a
segurança dos trabalhadores.

18.10.1.30Na impossibilidade de o operador do equipamento visualizar a carga em todo o seu percurso, a


operação deve ser orientada por, no mínimo, um sinaleiro/amarrador de carga.

18.10.1.31A comunicação entre o operador do equipamento e o sinaleiro/amarrador de carga deve ser efe-
tuada por sistema de comunicação eficiente.

18.10.1.32Devem ser realizadas e registradas as inspeções diárias das condições de segurança:


a)no equipamento, pelo seu operador, com lista de verificação emitida e sob a responsabilidade do fabrican-
te, locador ou proprietário do equipamento;
b)nos dispositivos auxiliares de movimentação de carga, pelo sinaleiro/amarrador de carga, mediante lista
de verificação;
c)nas plataformas de carga e descarga, por trabalhador capacitado e autorizado pelo seu empregador, me-
diante lista de verificação.

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300
Gruas

18.10.1.33Além do exigido nos itens anteriores pertinentes a equipamento de guindar, a grua deve dispor
de:
a)cabine de comando, acoplada à parte giratória do equipamento, exceto para gruas de pequeno porte e
automontante;
b)limitador de fim de curso para o carro da lança nas duas extremidades;
c)sistema automático de controle de carga admissível ou placas indicativas de carga admissível ao longo da
lança, conforme especificado pelo fabricante ou locador;
d)luz de obstáculo no ponto mais alto da grua;
e)SPIQ para acesso horizontal e vertical onde houver risco de queda;
f)limitador/contador de giro, mesmo quando a grua dispuser de coletor elétrico;
g)sistema de proteção contra quedas na transposição entre a escada de acesso e o posto de trabalho do
operador e na contra lança, conforme a NR-12;
h)escadas fixas conforme disposto no item 18.8 desta NR;
i)limitadores de movimento para lanças retráteis ou basculantes;
j)dispositivo automático com alarme sonoro que indique a ocorrência de ventos superiores a 42 km/h (qua-
renta e dois quilômetros por hora).

18.10.1.34Além das proibições referidas no subitem 18.10.1.29 desta NR, as gruas também devem obede-
cer às seguintes prescrições restritivas:
a)o trabalho sob condições de ventos com velocidade acima de 42 km/h (quarenta e dois quilômetros por
hora) deve ser precedido de análise de risco específica e autorizado mediante permissão de trabalho;
b)sob nenhuma condição é permitida a operação com gruas quando da ocorrência de ventos com velocida-
de superior a 72 km/h (setenta e dois quilômetros por hora);
c)a ponta da lança e o cabo de aço de levantamento da carga devem estar afastados da rede elétrica con-
forme orientação da concessionária local e distar, no mínimo, 3 m (três metros) de qualquer obstáculo, sendo
que, para distanciamentos inferiores a operacionalização da grua, deve ser realizada análise de risco elaborada
por profissional legalmente habilitado.

18.10.1.35Quando o equipamento não estiver em funcionamento, a movimentação da lança da grua deve


ser livre, salvo em situações onde há obstáculos ao seu giro, que devem estar previstas no plano de carga.

18.10.1.36O posicionamento e configuração dos pontos de ancoragens e/ou estaiamento da grua devem:
a)seguir as instruções do fabricante sobre os esforços aplicados nesses pontos;
b)ter as estruturas e materiais de fixação definidos em projeto e cálculos elaborados por profissional legal-
mente habilitado, vinculado ao locador ou à empresa responsável pela montagem do equipamento.

18.10.1.37A grua ascensional que possuir sistema de telescopagem por meio de elementos metálicos verti-
cais só pode ser utilizada quando dispuser de sistema de fixação ou quadro-guia que garanta seu paralelismo,
de modo a evitar a desacoplagem da torre dos elementos metálicos durante o processo de telescopagem.

18.10.1.38Nas operações de montagem, telescopagem e desmontagem de gruas ascensionais, devem ser


obedecidas as seguintes prescrições:

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301
a)o sistema hidráulico deve ser operado fora da torre, não sendo permitida a presença de pessoas no inte-
rior do equipamento;
b)em casos previstos pelo fabricante ou locador, é permitida a presença de pessoas para inspeção e ve-
rificação do acionamento do sistema hidráulico, mediante análise de risco para a operação, elaborada e sob
responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

18.10.1.39No término da montagem inicial e após qualquer intervenção de inspeção ou manutenção da


grua, é obrigatória a emissão de termo de entrega técnica e liberação para uso, que deve ser entregue median-
te recibo, contendo, no mínimo:
a)descrição de todas as ações executadas;
b)resultados dos testes de carga e sobrecarga, se efetuados;
c)data, identificação e respectivas assinaturas do responsável pelo trabalho executado e por quem o aceita
como bem realizado;
d)a explícita afirmação impressa ou carimbada no documento de que “todos os dispositivos e elementos
de segurança do equipamento estão plenamente regulados e atuantes para a sua operacionalização segura”;
e)registro em livro próprio, ficha ou sistema informatizado, de acordo com item 12.11 da NR-12.

18.10.1.40Deve ser elaborado laudo estrutural e operacional quanto à integridade estrutural e eletromecâ-
nica da grua, sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado, nas seguintes situações:
a)quando não dispuser de identificação do fabricante, não possuir fabricante ou importador estabelecido;
b)conforme periodicidade estabelecida pelo fabricante ou, no máximo, com 20 (vinte) anos de uso;
c)para equipamentos com mais de 20 (vinte) anos de uso, o laudo deve ser feito a cada 2 (dois) anos;
d)quando ocorrer algum evento que possa comprometer a sua integridade estrutural e eletromecânica, a
critério de profissional legalmente habilitado.

18.10.1.41Cabe ao empregador prover instalação sanitária contendo vaso sanitário e lavatório, a uma dis-
tância máxima de 50 m (cinquenta metros) do posto de trabalho do operador do equipamento.

18.10.1.41.1Na impossibilidade do cumprimento desta exigência, deve o empregador disponibilizar no mí-


nimo 4 (quatro) intervalos para cada turno de trabalho diário, com duração que permita ao operador do equipa-
mento sair e retornar à cabine, para atender suas necessidades fisiológicas.
Gruas de pequeno porte

18.10.1.42São considerados gruas de pequeno porte os equipamentos que atendam simultaneamente às


seguintes características:
a)raio máximo de alcance da lança de 6 m (seis metros);
b)capacidade de carga máxima não superior a 500 kg (quinhentos quilogramas);
c)altura máxima da torre de 6 m (seis metros) acima da laje em construção.

18.10.1.43Além do exigido nos subitens anteriores pertinentes a equipamentos de guindar, a grua de pe-
queno porte deve possuir:
a)comando elétrico por botoeira ou manipulador a cabo, respeitando voltagem máxima de 24V (vinte e qua-
tro volts);
b)botão de parada de emergência;

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302
c)limitador de carga máxima;
d)limitador de momento máximo, impedindo a continuidade do movimento e só permitindo a sua reversão;
e)limitador de altura que permita a frenagem do moitão na elevação de cargas;
f)dispositivo de monitoramento na descida, se definido na análise de risco;
g)luz de obstáculo no ponto mais alto do equipamento;
h)alarme sonoro com acionamento automático quando o limitador de carga ou de momento estiver atuando;
i)alarme sonoro para ser acionado pelo operador em situações de risco e/ou alerta;
j)trava de segurança do gancho de moitão;
k)dispositivo instalado nas polias que impeça o escape acidental dos cabos de aço;
l)SPIQ para utilização quando da operação do equipamento.

18.10.1.43.1Não se aplica à grua de pequeno porte o disposto no subitem 18.10.1.24 desta NR.

18.10.1.44É proibido o uso de grua de pequeno porte:


a)com giro da lança inferior a 180° (cento e oitenta graus);
b)que necessite de ação manual para girar a lança.
Guincho de coluna

18.10.1.45Para fins de cumprimento dos dispositivos da NR-18, o guincho de coluna deve atender exclusi-
vamente aos seguintes requisitos:
a)ter capacidade de carga não superior a 500 kg (quinhentos quilos);
b)possuir análise de risco e procedimento operacional;
c)possuir dispositivos adequados para sua fixação, especificados no projeto de instalação;
d)ter seu tambor nivelado para garantir o enrolamento adequado do cabo de aço;
e)possuir proteção para impedir o contato de qualquer parte do corpo do trabalhador com o tambor de en-
rolamento;
f)possuir comando elétrico por botoeira ou manipulador a cabo, respeitando voltagem máxima de 24V (vinte
e quatro volts);
g)possuir botão para parada de emergência.

18.10.2Ferramentas

18.10.2.1Os trabalhadores devem ser capacitados e instruídos para a utilização das ferramentas, seguindo
as recomendações de segurança desta NR e, quando aplicável, do manual do fabricante.

18.10.2.2Para a utilização das ferramentas, deve ser evitada a utilização de roupas soltas e adornos que
possam colocar em risco a segurança do trabalhador.

18.10.2.3As ferramentas devem ser vistoriadas antes da sua utilização. Ferramenta elétrica portátil

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303
18.10.2.4O condutor de alimentação da ferramenta elétrica deve ser manuseado de forma que não sofra
torção, ruptura ou abrasão, nem obstrua o trânsito de trabalhadores e equipamentos.

18.10.2.5Os dispositivos de proteção removíveis da ferramenta elétrica só podem ser retirados para limpe-
za, lubrificação, reparo e ajuste, e após devem ser, obrigatoriamente, recolocados.

18.10.2.6A ferramenta elétrica utilizada para cortes deve ser provida de disco específico para o tipo de ma-
terial a ser cortado.

18.10.2.7É proibida a utilização de ferramenta elétrica portátil sem duplo isolamento.


Ferramenta pneumática

18.10.2.8A ferramenta pneumática deve possuir dispositivo de partida instalado de modo a reduzir ao míni-
mo a possibilidade de funcionamento acidental.

18.10.2.9A válvula de ar da ferramenta pneumática deve ser fechada automaticamente quando cessar a
pressão da mão do operador sobre os dispositivos de partida.

18.10.2.10As mangueiras e conexões de alimentação devem resistir às pressões de serviço, permanecendo


firmemente presas aos tubos de saída e afastadas das vias de circulação.

18.10.2.11A ferramenta pneumática deve ser desconectada quando não estiver em uso, e o suprimento de
ar para as mangueiras deve ser desligado e aliviada a pressão.

18.10.2.12No uso das ferramentas pneumáticas, é proibido:


a)utilizá-la para a limpeza das roupas;
b)exceder a pressão máxima do ar.
Ferramenta de fixação a pólvora ou gás

18.10.2.13A ferramenta de fixação a pólvora ou gás deve possuir sistema de segurança contra disparos
acidentais.

18.10.2.14É proibido o uso de ferramenta de fixação a pólvora ou gás:


a)em ambientes contendo substâncias inflamáveis ou explosivas;
b)com a presença de pessoas, inclusive o ajudante, nas proximidades do local do disparo.

18.10.2.15A ferramenta de fixação a pólvora deve estar descarregada (sem o pino e o finca-pino) sempre
que estiver sem uso.

18.10.2.16Antes da fixação de pinos por ferramenta de fixação, devem ser verificados o tipo e a espessura
da parede ou laje, o tipo de pino e finca-pino mais adequados, e a região oposta à superfície de aplicação deve
ser previamente inspecionada.
Ferramenta manual

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304
18.10.2.17Cabe ao empregador fornecer gratuitamente aos trabalhadores as ferramentas manuais neces-
sárias para o desenvolvimento das atividades.

18.10.2.17.1É obrigação do trabalhador zelar pelo cuidado na utilização das ferramentas manuais e devol-
vê-las ao empregador sempre que solicitado.

18.10.2.18As ferramentas manuais não devem ser deixadas sobre passagens, escadas, andaimes e outras
superfícies de trabalho ou de circulação, devendo ser guardadas em locais apropriados, quando não estiverem
em uso.

18.10.2.19As ferramentas manuais utilizadas nas instalações elétricas devem ser totalmente isoladas de
acordo com a tensão envolvida, ficando exposta apenas a parte que fará contato com a instalação.

18.10.2.20As ferramentas manuais devem ser transportadas em recipientes próprios.


18.11 Movimentação e transporte de materiais e pessoas (elevadores)

18.11.1As disposições deste item aplicam-se à instalação, montagem, desmontagem, operação, teste, ma-
nutenção e reparos em elevadores para transporte vertical de materiais e de pessoas em canteiros de obras ou
frentes de trabalho.

18.11.2É proibida a instalação de elevador tracionado com cabo único e aqueles adaptados com mais de
um cabo, na movimentação e transporte vertical de materiais e pessoas, que não atendam as normas técnicas
nacionais vigentes.

18.11.3Toda empresa fabricante, locadora ou prestadora de serviços de instalação, montagem, desmonta-


gem e manutenção, seja do equipamento em seu conjunto ou de parte dele, deve ser registrada no respectivo
conselho de classe e estar sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

18.11.4Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas devem ser dimensionados por
profissional legalmente habilitado e atender às normas técnicas nacionais vigentes ou, na sua ausência, às
normas técnicas internacionais vigentes.

18.11.5Os serviços de instalação, montagem, operação, desmontagem e manutenção devem ser execu-
tados por profissional capacitado, com anuência formal da empresa e sob a responsabilidade de profissional
legalmente habilitado.

18.11.6São atribuições do operador:


a)manter o posto de trabalho limpo e organizado;
b)organizar a carga e descarga de material no interior da cabine;
c)separar materiais de pessoas no interior da cabine;
d)comunicar e registrar ao técnico responsável pela obra qualquer anomalia no equipamento;
e)acompanhar todos os serviços de manutenção no equipamento.

18.11.7Toda empresa usuária de equipamentos de movimentação e transporte vertical de materiais e/ou


pessoas deve possuir os seguintes documentos disponíveis no canteiro de obras:

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305
a)programa de manutenção preventiva, conforme recomendação do locador, importador ou fabricante;
b)termo de entrega técnica de acordo com as normas técnicas nacionais vigentes ou, na sua ausência, de
acordo com o determinado pelo profissional legalmente habilitado responsável pelo equipamento;
c)laudo de testes dos freios de emergência a serem realizados, no máximo, a cada 90 (noventa) dias, assi-
nado pelo responsável técnico pela manutenção do equipamento ou, na sua ausência, pelo profissional legal-
mente habilitado responsável pelo equipamento, contendo os parâmetros mínimos determinados por normas
técnicas nacionais vigentes;
d)registro, pelo operador, das vistorias diárias realizadas antes do início dos serviços, conforme orientação
dada pelo responsável técnico do equipamento, atendidas as recomendações do manual do fabricante;
e)laudos dos ensaios não destrutivos dos eixos dos motofreios e dos freios de emergência, sendo a periodi-
cidade definida por profissional legalmente habilitado, obedecidos os prazos máximos previstos pelo fabricante
no manual de manutenção do equipamento;
f)manual de orientação do fabricante;
g)registro das atividades de manutenção conforme item 12.11 da NR-12;
h)laudo de aterramento elaborado por profissional legalmente habilitado.

18.11.8É proibido o uso de chave do tipo comutadora e/ou reversora para comando elétrico de subida, des-
cida ou parada.

18.11.9Todos os componentes elétricos ou eletrônicos que fiquem expostos às condições meteorológicas


devem ter proteção contra intempéries.

18.11.10Devem ser observados os seguintes requisitos de segurança durante a execução dos serviços de
montagem, desmontagem, ascensão e manutenção de equipamentos de movimentação vertical de materiais
e de pessoas:
a)isolamento da área de trabalho;
b)proibição, se necessário, da execução de outras atividades nas periferias das fachadas onde estão sendo
executados os serviços;
c)proibição de execução deste tipo de serviço em dias de condições meteorológicas adversas.

18.11.11As torres dos elevadores devem estar afastadas das redes elétricas ou estar isoladas conforme
normas específicas da concessionária local.

18.11.12As torres dos elevadores devem ser montadas de maneira que a distância entre a face da cabine e
a face da edificação seja de, no máximo, 0,2 m (vinte centímetros).

18.11.12.1Para distâncias maiores, as cargas e os esforços solicitantes originados pelas rampas devem ser
considerados no dimensionamento e especificação da torre do elevador.

18.11.13Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada barreira (cancela) que te-
nha, no mínimo, 1,8 m (um metro e oitenta centímetros) de altura, impedindo que pessoas exponham alguma
parte de seu corpo no interior da mesma.

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18.11.13.1A barreira (cancela) da torre do elevador deve ser dotada de dispositivo de intertravamento com
duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança, de modo a impedir sua abertura quando
o elevador não estiver no nível do pavimento.

18.11.14O fechamento da base da torre do elevador deve proteger todos os lados até uma altura de pelo
menos 2,0 m (dois metros) e ser dotado de proteção e sinalização, de forma a proibir a circulação de trabalha-
dores através da mesma.

18.11.15A rampa de acesso à torre de elevador deve:


a)ser provida de sistema de proteção contra quedas, conforme o subitem 18.9.4.1 ou 18.9.4.2 desta NR;
b)ter piso de material resistente, sem apresentar aberturas;
c)não ter inclinação descendente no sentido da torre;
d)estar fixada à cabine de forma articulada no caso do elevador de cremalheira.

18.11.16Deve haver altura livre de, no mínimo, 2 m (dois metros) sobre a rampa.

18.11.17É proibido, nos elevadores, o transporte de pessoas juntamente com materiais, exceto quanto ao
operador e ao responsável pelo material a ser transportado, desde que isolados da carga por uma barreira físi-
ca, com altura mínima de 1,8 m (um metro e oitenta centímetros), instalada com dispositivo de intertravamento
com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança.

18.11.18O elevador de materiais e/ou pessoas deve dispor, no mínimo, de:


a)cabine metálica com porta;
b)horímetro;
c)iluminação e ventilação natural ou artificial durante o uso;
d)indicação do número máximo de passageiros e peso máximo equivalente em quilogramas;
e)botão em cada pavimento a fim de garantir comunicação única através de painel interno de controle.

18.11.19O elevador de materiais e/ou pessoas deve dispor, no mínimo, dos seguintes itens de segurança:
a)intertravamento das proteções com o sistema elétrico, através de dispositivo de intertravamen-
to com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança que impeça a movimentação da
cabine quando:
I.a porta de acesso da cabine, inclusive o alçapão, não estiver devidamente fechada;
II.a rampa de acesso à cabine não estiver devidamente recolhida no elevador de cremalheira, e;
III.a porta da cancela de qualquer um dos pavimentos ou do recinto de proteção da base estiver aberta.
b)dispositivo eletromecânico de emergência que impeça a queda livre da cabine, monitorado por interface
de segurança, de forma a freá-la quando ultrapassar a velocidade de descida nominal, interrompendo automá-
tica e simultaneamente a corrente elétrica da cabine;
c)dispositivo de intertravamento com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança,
ou outro sistema com a mesma categoria de segurança que impeça que a cabine ultrapasse a última parada
superior ou inferior;
d)dispositivo mecânico que impeça que a cabine se desprenda acidentalmente da torre do elevador;
e)amortecedores de impacto de velocidade nominal na base, caso o mesmo ultrapasse os limites de parada
final;

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f)sistema que possibilite o bloqueio dos seus dispositivos de acionamento de modo a impedir o seu aciona-
mento por pessoas não autorizadas;
g)sistema de frenagem automática, a ser acionado em situações que possam gerar a queda livre da cabine;
h)sistema que impeça a movimentação do equipamento quando a carga ultrapassar a capacidade permitida.
Movimentação de pessoas

18.11.20O transporte de passageiros no elevador deve ter prioridade sobre o de cargas.

18.11.21Na construção com altura igual ou superior a 24 m (vinte e quatro metros), é obrigatória a instalação
de, pelo menos, um elevador de passageiros, devendo seu percurso alcançar toda a extensão vertical da obra,
considerando o subsolo.

18.11.21.1O elevador de passageiros deve ser instalado, no máximo, a partir de 15 m (quinze metros) de
deslocamento vertical na obra.

18.11.22Nos elevadores do tipo cremalheira, a altura livre para trabalho após a amarração na última laje
concretada ou último pavimento será determinada pelo fabricante, em função do tipo de torre e seus acessórios
de amarração.

18.11.23Nos elevadores do tipo cremalheira, o último elemento da torre do elevador deve ser montado com
a régua invertida ou sem cremalheira, de modo a evitar o tracionamento da cabine. Movimentação de materiais

18.11.24Na movimentação de materiais por meio de elevador, é proibido:


a)transportar materiais com dimensões maiores do que a cabine no elevador;
b)transportar materiais apoiados nas portas da cabine;
c)transportar materiais do lado externo da cabine, exceto nas operações de montagem e desmontagem do
elevador;
d)transportar material a granel sem acondicionamento apropriado;
e)adaptar a instalação de qualquer equipamento ou dispositivo para içamento de materiais em qualquer
parte da cabine ou da torre do elevador.
18.12 Andaime e plataforma de trabalho

18.12.1Os andaimes devem atender aos seguintes requisitos:


a)ser projetados por profissionais legalmente habilitados, de acordo com as normas técnicas nacionais vi-
gentes;
b)ser fabricados por empresas regularmente inscritas no respectivo conselho de classe;
c)ser acompanhados de manuais de instrução, em língua portuguesa, fornecidos pelo fabricante, importa-
dor ou locador;
d)possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro, conforme subitem 18.9.4.1 ou

18.9.4.2 desta NR, com exceção do lado da face de trabalho;


e)possuir sistema de acesso ao andaime e aos postos de trabalho, de maneira segura, quando superiores
a 0,4 m (quarenta centímetros) de altura.

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18.12.2A montagem de andaimes deve ser executada conforme projeto elaborado por profissional legal-
mente habilitado.

18.12.2.1No caso de andaime simplesmente apoiado construído em torre única com altura inferior a 4 (qua-
tro) vezes a menor dimensão da base de apoio, fica dispensado o projeto de montagem, devendo, nesse caso,
ser montado de acordo com o manual de instrução.

18.12.2.2Quando da utilização de andaime simplesmente apoiado com a interligação de pisos de trabalho,


independentemente da altura, deve ser elaborado projeto de montagem por profissional legalmente habilitado.

18.12.3As torres de andaimes, quando não estaiadas ou não fixadas à estrutura, não podem exceder, em
altura, 4 (quatro) vezes a menor dimensão da base de apoio.

18.12.4Os andaimes devem possuir registro formal de liberação de uso assinado por profissional qualificado
em segurança do trabalho ou pelo responsável pela frente de trabalho ou da obra.

18.12.5A superfície de trabalho do andaime deve ser resistente, ter forração completa, ser antiderrapante,
nivelada e possuir travamento que não permita seu deslocamento ou desencaixe.

18.12.6A atividade de montagem e desmontagem de andaimes deve ser realizada:


a)por trabalhadores capacitados que recebam treinamento específico para o tipo de andaime utilizado;
b)com uso de SPIQ;
c)com ferramentas com amarração que impeçam sua queda acidental;
d)com isolamento e sinalização da área.

18.12.7O andaime tubular deve possuir montantes e painéis fixados com travamento contra o desencaixe
acidental.

18.12.8Em relação ao andaime e à plataforma de trabalho, é proibido:


a)utilizar andaime construído com estrutura de madeira, exceto quando da impossibilidade técnica de utili-
zação de andaimes metálicos;
b)retirar ou anular qualquer dispositivo de segurança do andaime;
c)utilizar escadas e outros meios sobre o piso de trabalho do andaime, para atingir lugares mais altos.

18.12.9O ponto de instalação de qualquer aparelho de içar materiais no andaime deve ser escolhido de
modo a não comprometer a sua estabilidade e a segurança do trabalhador.

18.12.10A manutenção do andaime deve ser feita por trabalhador capacitado, sob supervisão e responsa-
bilidade técnica de profissional legalmente habilitado, obedecendo às especificações técnicas do fabricante.

18.12.11É proibido trabalhar em plataforma de trabalho sobre cavaletes que possuam altura superior a 1,5
m (um metro e cinquenta centímetros) e largura inferior a 0,9 m (noventa centímetros).

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18.12.12Nas edificações com altura igual ou superior a 12 m (doze metros), a partir do nível do térreo, de-
vem ser instalados dispositivos destinados à ancoragem de equipamentos e de cabos de segurança para o uso
de SPIQ, a serem utilizados nos serviços de limpeza, manutenção e restauração de fachadas.

18.12.12.1Os pontos de ancoragem de equipamentos e dos cabos de segurança devem ser independentes,
com exceção das edificações que possuírem projetos específicos para instalação de equipamentos definitivos
para limpeza, manutenção e restauração de fachadas.

18.12.12.2Os dispositivos de ancoragem devem:


a)estar dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação;
b)suportar uma carga de trabalho de, no mínimo, 1.500 kgf (mil e quinhentos quilogramas-força);
c)constar do projeto estrutural da edificação;
d)ser constituídos de material resistente às intempéries, como aço inoxidável ou material de características
equivalentes.

18.12.12.2.1Os ensaios para comprovação da carga mínima do dispositivo de ancoragem devem atender
ao disposto nas normas técnicas nacionais vigentes ou, na sua ausência, às determinações do fabricante.

18.12.12.3A ancoragem deve apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis:
a)razão social do fabricante e o seu CNPJ;
b)modelo ou código do produto;
c)número de fabricação/série;
d)material do qual é constituído;
e)indicação da carga;
f)número máximo de trabalhadores conectados simultaneamente ou força máxima aplicável;
g)pictograma indicando que o usuário deve ler as informações fornecidas pelo fabricante.
Andaime simplesmente apoiado

18.12.13O andaime simplesmente apoiado deve:


a)ser apoiado em sapatas sobre base rígida e nivelada capazes de resistir aos esforços solicitantes e às
cargas transmitidas, com ajustes que permitam o nivelamento;
b)ser fixado, quando necessário, à estrutura da construção ou edificação, por meio de amarração, de modo
a resistir aos esforços a que estará sujeito.

18.12.14O acesso ao andaime simplesmente apoiado, cujo piso de trabalho esteja situado a mais de 1 m
(um metro) de altura, deve ser feito por meio de escadas, observando-se ao menos uma das seguintes alter-
nativas:
a)utilizar escada de mão, incorporada ou acoplada aos painéis, com largura mínima de 0,4 m (quarenta
centímetros) e distância uniforme entre os degraus compreendida entre 0,25 m (vinte e cinco centímetros) e 0,3
m (trinta centímetros);
b)utilizar escada para uso coletivo, incorporada interna ou externamente ao andaime, com largura mínima
de 0,6 m (sessenta centímetros), corrimão e degraus antiderrapantes.

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18.12.15O andaime simplesmente apoiado, quando montado nas fachadas das edificações, deve ser exter-
namente revestido por tela, de modo a impedir a projeção e queda de materiais.

18.12.15.1O entelamento deve ser feito desde a primeira plataforma de trabalho até 2 m (dois metros) acima
da última.

18.12.16O andaime simplesmente apoiado, quando utilizado com rodízios, deve:


a)ser apoiado sobre superfície capaz de resistir aos esforços solicitantes e às cargas transmitidas;
b)ser utilizado somente sobre superfície horizontal plana, que permita a sua segura movimentação;
c)possuir travas, de modo a evitar deslocamentos acidentais.

18.12.17É proibido o deslocamento das estruturas do andaime com trabalhadores sobre os mesmos.
Andaime suspenso

18.12.18Os sistemas de fixação e sustentação e as estruturas de apoio dos andaimes suspensos devem
suportar, pelo menos, 3 (três) vezes os esforços solicitantes e ser precedidos de projeto elaborado por profis-
sional legalmente habilitado.

18.12.19A sustentação de andaimes suspensos em platibanda ou beiral de edificação deve ser precedida
de laudo de verificação estrutural sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

18.12.20É proibida a utilização do andaime suspenso com enrolamento de cabo no seu corpo.

18.12.21O andaime suspenso deve:


a)possuir placa de identificação;
b)ter garantida a estabilidade durante todo o período de sua utilização, através de procedimentos operacio-
nais e de dispositivos ou equipamentos específicos para tal fim;
c)possuir, no mínimo, quatro pontos de sustentação independentes;
d)dispor de ponto de ancoragem do SPIQ independente do ponto de ancoragem do andaime;
e)dispor de sistemas de fixação, sustentação e estruturas de apoio, precedidos de projeto elaborado por
profissional legalmente habilitado;
f)ter largura útil da plataforma de trabalho de, no mínimo, 0,65 m (sessenta e cinco centímetros).

18.12.21.1A placa de identificação do andaime suspenso deve ser fixada em local de fácil visualização e
conter a identificação do fabricante e a capacidade de carga em peso e número de ocupantes.

18.12.22O sistema de contrapeso, quando utilizado como forma de fixação da estrutura de sustentação do
andaime suspenso, deve:
a)ser invariável quanto à forma e ao peso especificados no projeto;
b)possuir peso conhecido e marcado de forma indelével em cada peça;
c)ser fixado à estrutura de sustentação do andaime;
d)possuir contraventamentos que impeçam seu deslocamento horizontal.

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18.12.23O sistema de suspensão do andaime deve:
a)ser feito por cabos de aço;
b)garantir o seu nivelamento;
c)ser verificado diariamente pelos usuários e pelo responsável pela obra, antes de iniciarem seus trabalhos.

18.12.23.1Os usuários e o responsável pela verificação devem receber treinamento e os procedimentos


para a rotina de verificação diária.

18.12.24Em relação ao andaime suspenso, é proibido:


a)utilizar trechos em balanço;
b)interligar suas estruturas;
c)utilizá-lo para transporte de pessoas ou materiais que não estejam vinculados aos serviços em execução.

18.12.25Os guinchos de cabo passante para acionamento manual devem:


a)ter dispositivo que impeça o retrocesso do sistema de movimentação;
b)ser acionados por meio de manivela ou outro dispositivo, na descida e subida do andaime.

18.12.26O andaime suspenso com acionamento manual deve possuir piso de trabalho com comprimento
máximo de 8 m (oito metros).

18.12.27Quando utilizado apenas um guincho de sustentação por armação, é obrigatório o uso de um cabo
de aço de segurança adicional, ligado a um dispositivo de bloqueio mecânico automático, observando-se a
sobrecarga indicada pelo fabricante do equipamento.
Andaime suspenso motorizado

18.12.28O andaime suspenso motorizado deve dispor de:


a)cabos de alimentação de dupla isolação;
b)plugues/tomadas blindadas;
c)limitador de fim de curso superior e batente;
d)dispositivos que impeçam sua movimentação, quando sua inclinação for superior a 15° (quinze graus);
e)dispositivo mecânico de emergência.
Plataforma de trabalho de cremalheira

18.12.29A plataforma por cremalheira deve dispor de:


a)cabos de alimentação de dupla isolação;
b)plugues/tomadas blindadas;
c)limites elétricos de percurso inferior e superior;
d)motofreio;
e)freio automático de segurança;
f)botoeira de comando de operação com atuação por pressão contínua;
g)dispositivo mecânico de emergência;

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h)capacidade de carga mínima de piso de trabalho e das suas extensões telescópicas de 150 kgf/m² (cento
e cinquenta quilogramas-força por metro quadrado);
i)botão de parada de emergência;
j)sinalização sonora automática na movimentação do equipamento;
k)dispositivo de segurança que garanta o nivelamento do equipamento;
l)dispositivos eletroeletrônicos que impeçam sua movimentação, quando abertos os seus acessos;
m)ancoragem obrigatória a partir de 9 m (nove metros) de altura.

18.12.30A operação da plataforma de cremalheira deve:


a)ser realizada por trabalhadores capacitados quanto ao carregamento e posicionamento dos materiais no
equipamento;
b)ser realizada por trabalhadores protegidos por SPIQ independente da plataforma ou do dispositivo de
ancoragem definido pelo fabricante;
c)ter a área de trabalho sob o equipamento sinalizada e com acesso controlado;
d)ser realizada, no percurso vertical, sem interferências no seu deslocamento.

18.12.31Não é permitido o transporte de pessoas e materiais não vinculados aos serviços em execução na
plataforma de cremalheira.

18.12.32No caso de utilização de plataforma de chassi móvel, este deve ficar devidamente nivelado, patola-
do ou travado no início da montagem das torres verticais de sustentação da plataforma, permanecendo dessa
forma durante o seu uso e desmontagem.
Plataforma elevatória móvel de trabalho - PEMT

18.12.33Os requisitos de segurança e as medidas de prevenção, bem como os meios para a sua verifica-
ção, para as plataformas elevatórias móveis de trabalho destinadas ao posicionamento de pessoas, juntamente
com as suas ferramentas e materiais necessários nos locais de trabalho, devem atender às normas técnicas
nacionais vigentes.

18.12.34A PEMT deve atender às especificações técnicas do fabricante quanto à aplicação, operação, ma-
nutenção e inspeções periódicas.

18.12.35A PEMT deve ser dotada de:


a)dispositivos de segurança que garantam seu perfeito nivelamento no ponto de trabalho, conforme espe-
cificação do fabricante;
b)alça de apoio interno;
c)sistema de proteção contra quedas que atenda às especificações do fabricante ou, na falta destas, ao
disposto na NR-12;
d)botão de parada de emergência;
e)dispositivo de emergência que possibilite baixar o trabalhador e a plataforma até o solo em caso de pane
elétrica, hidráulica ou mecânica;
f)sistema sonoro automático de sinalização acionado durante a subida e a descida;
g)proteção contra choque elétrico;

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313
h)horímetro.

18.12.36A manutenção da PEMT deve ser efetuada por pessoa com capacitação específica para a marca
e modelo do equipamento.

18.12.37Cabe ao operador, previamente capacitado pelo empregador, realizar a inspeção diária do local de
trabalho onde será utilizada a PEMT.

18.12.38Antes do uso diário ou no início de cada turno, devem ser realizadas inspeção visual e teste funcio-
nal na PEMT, verificando-se o perfeito ajuste e o funcionamento dos seguintes itens:
a)controles de operação e de emergência;
b)dispositivos de segurança do equipamento;
c)dispositivos de proteção individual, incluindo proteção contra quedas;
d)sistemas de ar, hidráulico e de combustível;
e)painéis, cabos e chicotes elétricos;
f)pneus e rodas;
g)placas, sinais de aviso e de controle;
h)estabilizadores, eixos expansíveis e estrutura em geral;
i)demais itens especificados pelo fabricante.

18.12.39No uso da PEMT, são vedados:


a)o uso de pranchas, escadas e outros dispositivos que visem atingir maior altura ou distância sobre a mes-
ma;
b)a sua utilização como guindaste;
c)a realização de qualquer trabalho sob condições climáticas que exponham trabalhadores a riscos;
d)a operação de equipamento em situações que contrariem as especificações do fabricante quanto à velo-
cidade do ar, inclinação da plataforma em relação ao solo e proximidade a redes de energia elétrica;
e)o transporte de trabalhadores e materiais não relacionados aos serviços em execução.

18.12.40Antes e durante a movimentação da PEMT, o operador deve manter:


a)visão clara do caminho a ser percorrido;
b)distância segura de obstáculos, depressões, rampas e outros fatores de risco, conforme especificado em
projeto ou ordem de serviço;
c)distância mínima de obstáculos aéreos, conforme especificado em projeto ou ordem de serviço;
d)limitação da velocidade de deslocamento da PEMT, observando as condições da superfície, o trânsito, a
visibilidade, a existência de declives, a localização da equipe e outros fatores de risco de acidente.

18.12.41A PEMT não deve ser operada quando posicionada sobre caminhões, trailers, carros, veículos
flutuantes, estradas de ferro, andaimes ou outros veículos, vias e equipamentos similares, a menos que tenha
sido projetada para este fim.

18.12.42Todos os trabalhadores na PEMT devem utilizar SPIQ conectado em ponto de ancoragem definido
pelo fabricante.

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Cadeira suspensa

18.12.43Em qualquer atividade que não seja possível a instalação de andaime ou plataforma de trabalho, é
permitida a utilização de cadeira suspensa.

18.12.44A cadeira suspensa deve apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis, a
razão social do fabricante/importador, o CNPJ e o número de identificação.

18.12.45A cadeira suspensa deve:


a)ter sustentação por meio de cabo de aço ou cabo de fibra sintética;
b)dispor de sistema dotado com dispositivo de subida e descida com dupla trava de segurança, quando a
sustentação for através de cabo de aço;
c)dispor de sistema dotado com dispositivo de descida com dupla trava de segurança, quando a sustenta-
ção for através de cabo de fibra sintética;
d)dispor de cinto de segurança para fixar o trabalhador na mesma.

18.12.46A cadeira suspensa deve atender aos requisitos, métodos de ensaios, marcação, manual de instru-
ção e embalagem de acordo com as normas técnicas nacionais vigentes.

18.12.47O trabalhador, quando da utilização da cadeira suspensa, deve dispor de ponto de ancoragem do
SPIQ independente do ponto de ancoragem da cadeira suspensa.
18.13 Sinalização de segurança

18.13.1O canteiro de obras deve ser sinalizado com o objetivo de:


a)identificar os locais de apoio;
b)indicar as saídas de emergência;
c)advertir quanto aos riscos existentes, tais como queda de materiais e pessoas e o choque elétrico;
d)alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI;
e)identificar o isolamento das áreas de movimentação e transporte de materiais;
f)identificar acessos e circulação de veículos e equipamentos;
g)identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas.

18.13.2É obrigatório o uso de vestimenta de alta visibilidade, coletes ou quaisquer outros meios, no tórax e
costas, quando o trabalhador estiver em serviço em áreas de movimentação de veículos e cargas.
18.14 Capacitação

18.14.1A capacitação dos trabalhadores da indústria da construção será feita de acordo com o disposto na
NR-01 (Disposições Gerais).

18.14.1.1A carga horária, a periodicidade e o conteúdo dos treinamentos devem obedecer ao Anexo I desta
NR.

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18.14.2A capacitação, quando envolver a operação de máquina ou equipamento, deve ser compatível com
a máquina ou equipamento a ser utilizado.

18.14.3O treinamento básico em segurança do trabalho, conforme o Quadro 1 do Anexo I desta NR, deve
ser presencial.

18.14.4Os treinamentos devem ser realizados em local que ofereça condições mínimas de conforto e higie-
ne.

18.14.5Os treinamentos devem possuir avaliação de modo a aferir o conhecimento adquirido pelo trabalha-
dor, exceto para o treinamento inicial.
18.15 Serviços em flutuantes

18.15.1As plataformas flutuantes devem estar regularmente inscritas na Capitania dos Portos e, portar:
a)Título de Inscrição de Embarcação - TIE ou Provisão de Registro de Propriedade Marítima - PRPM origi-
nais;
b)Certificado de Segurança de Navegação - CSN válido.

18.15.2Na periferia da plataforma flutuante, deve haver guarda-corpo de proteção contra quedas de traba-
lhadores (balaustrada), de acordo com a Norma da Autoridade Marítima (NORMAM- 02/DPC).

18.15.3As superfícies de trabalho das plataformas flutuantes devem ser antiderrapantes.

18.15.4Os locais de embarque, escadas e rampas devem possuir piso antiderrapante, em bom estado de
conservação e dotados de guarda-corpos e corrimão.

18.15.5Deve haver, na plataforma flutuante, equipamentos de salvatagem, em conformidade com a NOR-


MAM-02/DPC.

18.15.6Na execução de trabalho com risco de queda na água, deve ser usado colete salva-vidas, homolo-
gado pela Diretoria de Portos e Costas.

18.15.7Quando da execução de trabalhos a quente nas plataformas flutuantes, deve-se utilizar colete sal-
va-vidas retardante de chamas.

18.15.8Os coletes salva-vidas devem ser disponibilizados em número mínimo igual ao de pessoas a bordo.

18.15.9É obrigatório o uso de botas com elástico lateral nas atividades em plataformas flutuantes.

18.15.10Deve haver, nas plataformas flutuantes, iluminação de segurança estanque às condições climáti-
cas, quando da realização de atividades noturnas.

18.15.11É obrigatória a instalação de equipamentos de combate a incêndio, de acordo com a NORMAM-02/


DPC.

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18.15.12Nas plataformas flutuantes, deve haver trabalhadores capacitados em salvamento e primeiros so-
corros, na proporção de 2 (dois) para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração.

18.15.13Nas plataformas flutuantes, deve haver placa, em lugar visível e em língua portuguesa, indicativa
da quantidade máxima de pessoas e da carga máxima permitida a ser transportadas.
18.16 Disposições gerais

18.16.1Nas atividades da indústria da construção, a adoção das medidas de prevenção deve seguir a hie-
rarquia prevista na NR-01.

18.16.2As vestimentas de trabalho serão fornecidas de acordo com a NR-24.

18.16.3O levantamento manual ou semimecanizado de cargas deve ser executado de acordo com a NR-17
(Ergonomia).

18.16.4Os materiais devem ser armazenados e estocados de modo a não ocasionar acidentes, prejudicar o
trânsito de pessoas, a circulação de materiais, o acesso aos equipamentos de combate a incêndio e não obs-
truir portas ou saídas de emergência.

18.16.4.1As madeiras retiradas de andaimes, tapumes, fôrmas e escoramentos devem ser empilhadas após
retirados ou rebatidos os pregos, arames e fitas de amarração.

18.16.5Os locais destinados ao armazenamento de materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos


devem:
a)ser isolados, apropriados e sinalizados;
b)ter acesso permitido somente a pessoas devidamente autorizadas; e
c)dispor de FISPQ.

18.16.6O transporte coletivo de trabalhadores em veículos automotores deve observar as normas técnicas
nacionais vigentes.

18.16.7O transporte coletivo dos trabalhadores deve ser feito por meio de transporte normatizado pelas
entidades competentes e adequado às características do percurso.

18.16.8A condução do veículo utilizado para o transporte coletivo de passageiros deve ser feita por condutor
habilitado.

18.16.9O canteiro de obras deve ser dotado de medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com
a legislação estadual e as normas técnicas nacionais vigentes.

18.16.10Os locais de trabalho devem dispor de saídas em número suficiente e dispostas de modo que aque-
les que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência.

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317
18.16.11As saídas e vias de passagem devem ser claramente sinalizadas por meio de placas ou sinais lu-
minosos indicando a direção da saída.

18.16.12Nenhuma saída de emergência deve ser fechada à chave ou trancada durante a jornada de traba-
lho.

18.16.13As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil
abertura pelo interior do estabelecimento.

18.16.14O empregador deve informar todos os trabalhadores sobre utilização dos equipamentos de comba-
te ao incêndio, dispositivos de alarme existentes e procedimentos para abandono dos locais de trabalho com
segurança.

18.16.15O canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido, notadamente nas vias
de circulação, passagens e escadarias.

18.16.16A remoção de entulhos ou sobras de materiais deve ser realizada por meio de equipamentos ou
calhas fechadas.

18.16.17É proibido manter resíduos orgânicos acumulados ou expostos em locais inadequados do canteiro
de obras, assim como a sua queima.

18.16.18É obrigatória a colocação de tapume, com altura mínima de 2 m (dois metros), sempre que se exe-
cutarem atividades da indústria da construção, de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.

18.16.19Nas atividades da indústria da construção com mais de 2 (dois) pavimentos a partir do nível do
meio-fio, executadas no alinhamento do logradouro, deve ser construída galeria sobre o passeio ou outra medi-
da de proteção que garanta a segurança dos pedestres e trabalhadores, de acordo com projeto elaborado por
profissional legalmente habilitado.

18.16.20Nas atividades da indústria da construção em que há necessidade da realização de serviços sobre


o passeio, deve-se respeitar a legislação do Código de Obras Municipal e de trânsito em vigor.

18.16.21Os canteiros de obras devem possuir sistema de comunicação de modo a permitir a comunicabili-
dade externa.

18.16.22A madeira a ser usada para construção de escadas, rampas, passarelas e sistemas de proteção
coletiva deve ser de boa qualidade, sem nós e rachaduras que comprometam sua resistência, estar seca, sen-
do proibido o uso de pintura que encubra imperfeições.

18.16.23Em caso de ocorrência de acidente fatal, é obrigatória a adoção das seguintes medidas:
a)comunicar de imediato e por escrito ao órgão regional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, que repassará a informação ao sindicato da categoria profissional;
b)isolar o local diretamente relacionado ao acidente, mantendo suas características até sua liberação pela
autoridade policial competente e pelo órgão regional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

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318
c)a liberação do local, pelo órgão regional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, será
concedida em até 72 (setenta e duas) horas, contadas do protocolo de recebimento da comunicação escrita ao
referido órgão.
18.17 Disposições transitórias

18.17.1O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho da indústria da construção (PCMAT) exis-
tente antes da entrada em vigência desta Norma terá validade até o término da obra a que se refere.
Contêiner

18.17.2É proibido reutilizar contêiner originalmente utilizado para transporte de cargas em área de vivência.
(Vide prazo - Portaria SEPRT nº 3.733, de 10/02/20)
Tubulões com pressão hiperbárica

18.17.3Nas atividades com uso de tubulões com pressão hiperbárica, devem ser adotadas as seguintes
medidas:
a)permitir a comunicação entre os trabalhadores do lado interno e externo da campânula pelo sistema de
telefonia ou similar;
b)executar plano de ação para acidentes com descompressão com duração menor que a prevista na tabela
de descompressão disponível em norma regulamentadora;
c)executar plano de ação de emergência em caso de acidentes no interior do tubulão;
d)manter no local grupo gerador de energia para emergência;
e)possuir compressores, prevendo um de reserva para cada frente de trabalho;
f)elaborar plano de manutenção com inspeções atualizadas das campânulas, compressores e dos grupos
geradores de energia;
g)atender ao disposto no Anexo IV da NR-07;
h)conter sistema de refrigeração do ar comprimido de modo a evitar temperaturas elevadas e desidratação
dos trabalhadores;
i)conter sistema de controle de ruído.

18.17.4O plano de ação para acidentes com descompressão deve conter: nome, CNPJ e endereço da clí-
nica responsável pelo tratamento com oxigenoterapia hiperbárica, bem como nome e CRM do responsável da
clínica.

18.17.5O empregador deve manter ambulância UTI com médico no canteiro de obras enquanto houver
trabalhador comprimido.

18.17.6Quando houver câmara hiperbárica de tratamento no canteiro de obras, esta deve seguir os seguin-
tes requisitos:
a)estar instalada em local coberto ao abrigo de alterações climáticas, em sala exclusiva obedecendo a to-
das as determinações da Resolução - RDC n° 50/2002, da ANVISA, sobre elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde;
b)atender à Nota Técnica n° 01/2008/GQUIP/GGTPS/ANVISA (Riscos nos Serviços de Medicina Hiperbá-
rica);

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319
c)a operação da câmara deve ser realizada por profissional de saúde habilitado, e o modo de tratamento
(pressão, tempos de compressão e descompressão) deve ser definido pelo médico habilitado, que deve perma-
necer na supervisão de todo o tratamento;
d)o trabalhador sujeito ao tratamento deve ser acompanhado por um guia interno durante todo o período de
tratamento, conforme determinação do Conselho Federal de Medicina;
e)a câmara deverá ter revisão preventiva anual comprovada, assim como registro de teste hidrostático a
cada 5 (cinco) anos e teste de sistema contra incêndio a cada 6 (seis) meses.

18.17.7Deve-se evitar trabalho simultâneo em fustes e bases alargadas em tubulões adjacentes, seja quan-
to à escavação ou à concretagem, visando impedir o desmoronamento de bases abertas.

18.17.8Toda campânula deve ter:


a)laudo de verificação estrutural atualizado a cada 5 (cinco) anos, incluindo a pressão máxima de trabalho,
e laudos do teste hidrostático e de outros ensaios não destrutivos que se fizerem necessários;
b)manômetros, interno e externo, que indiquem a pressão interna de trabalho, com medição em Sistema
Internacional;
c)termômetros, interno e externo, que indiquem a temperatura interna de trabalho, com medição em Siste-
ma Internacional;
d)sistema de ventilação artificial projetado por profissional legalmente habilitado;
e)aterramento elétrico de acordo com a NR-10;
f)sistema interno e externo de descompressão.

18.17.9Para cada campânula deve haver dois compressores ligados em paralelo para que, em caso de
pane, o segundo equipamento entre em operação de modo automático.

18.17.10Quanto ao uso dos compressores e grupos geradores de energia, devem ser atendidas as seguin-
tes medidas:
a)ter silenciador de ruído;
b)ficar em área coberta;
c)manter no local das atividades peças para substituição emergencial como manômetros, termômetros,
válvulas, registros, juntas etc.;
d)ter cuidado especial na captação do ar quanto à descarga de fumaça de veículos ou outros equipamentos.

18.17.11Os trabalhadores que adentrarem e ficarem expostos a pressões hiperbáricas devem:


a)possuir capacitação, de acordo com a NR-33 e NR-35;
b)ter exames médicos atualizados, de acordo com a NR-07;
c)seguir procedimentos de compressão e descompressão previstos na NR-07.

18.17.12O encarregado de ar comprimido deve possuir capacitação, conforme o Anexo I desta NR.

18.17.13Cada frente de trabalho deve possuir no mínimo 3 (três) trabalhadores com capacitação para atu-
ação como encarregado de ar comprimido.

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320
18.17.14Os meios de acessos devem atender o previsto nos itens 18.8 e 18.9 desta NR.

18.17.15Os trabalhadores devem ser avaliados pelo médico, no máximo, até 2 (duas) horas antes de iniciar
as atividades em ambiente hiperbárico, não sendo permitida a entrada em serviço daqueles que apresentem
sinais de afecções das vias respiratórias ou outras moléstias.

18.17.16Os trabalhadores devem permanecer no canteiro de obras pelo menos 2 (duas) horas após o tér-
mino da descompressão.

18.17.17Deve haver, no canteiro de obras ou frente de trabalho, instalações para assistência médica, recu-
peração e observação dos trabalhadores.

18.17.18Após a utilização de explosivos só é permitida a entrada de trabalhadores no tubulão após 6 (seis)


horas de ventilação forçada.
Equipamentos de guindar

18.17.19As obras iniciadas antes da vigência desta Norma estão dispensadas do atendimento da
alínea “b” do subitem 18.10.1.25.
ANEXO I - CAPACITAÇÃO: CARGA HORÁRIA, PERIODICIDADE E CONTEÚDO PROGRAMÁTI-
CO

1.Carga horária e periodicidade

1.1A carga horária e a periodicidade das capacitações dos trabalhadores da indústria da construção devem
seguir o disposto no Quadro 1 deste Anexo.
Quadro 1

Capacitação Treinamento inicial Treinamento perió- Tr e i n a m e n t o


(carga horária) dico (carga horária/pe- eventual
riodicidade)
Básico em segurança 4 horas 4 horas/2 anos
do trabalho
carga horária a
Operador de grua 80 horas, sendo pelo a critério do empre- critério do empre-
menos 40 horas para gador gador
a parte prática
Operador de guin- 120 horas, sendo a critério do empre-
daste gador
pelo menos 80 horas
para a parte prática
Operador de equipa- a critério do empre- a critério do empre-
mentos de guindar gador, sendo pelo gador/ 2 anos
menos 50% para a
parte prática
Sinaleiro/amarrador 16 horas a critério do empre-
de cargas gador/ 2 anos
Operador de eleva- 16 horas 4 horas/anual
dor

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Instalação, monta- a critério do empre- a critério do empre-
gem, desmontagem gador gador/anual
e manutenção de ele-
vadores
Operador de PEMT 4 horas 4 horas/2 anos
Encarregado de ar 16 horas a critério do empre-
comprimido gador
Resgate e remoção 8 horas a critério do empre-
em atividades no tu- gador
bulão

Serviços de imper- 4 horas a critério do empre-


meabilização gador
Utilização de cadeira 16 horas, sendo pelo 8 horas/anual
suspensa menos 8 horas para a
parte prática
Atividade de escava- 24 horas, sendo pelo 8 horas/anual
ção manual de tubu- menos 8 horas para a
lão parte prática
Demais atividades/ a critério do a critério do empre-
funções gador/ a critério do
empregador empregador

1.2No caso das gruas e guindastes, além do treinamento teórico e prático, o operador deve passar por um
estágio supervisionado de pelo menos 90 (noventa) dias.

1.2.1O estágio supervisionado pode ser dispensado para o operador com experiência comprovada de, no
mínimo, 6 (seis) meses na função, a critério e sob responsabilidade do empregador.
2.Conteúdo programático

2.1 O conteúdo programático do treinamento inicial deve conter informações sobre:


a)para a capacitação básica em segurança do trabalho:
I.as condições e meio ambiente de trabalho;
II.os riscos inerentes às atividades desenvolvidas;
III.os equipamentos e proteção coletiva existentes no canteiro de obras;
IV.o uso adequado dos equipamentos de proteção individual;
V.o PGR do canteiro de obras.
b)para o operador de equipamento de guindar: o conteúdo programático descrito no Anexo II da NR-12 ou
definido pelo fabricante/locador.
c)para o operador de grua:
I.operação e inspeção diária do equipamento;
II.atuação dos dispositivos de segurança;
III.sinalização manual e por comunicação via rádio;
IV.isolamento de áreas sob cargas suspensas;
V.amarração de cargas;
VI.identificação visual de danos em polias, ganchos, cabos de aço e cintas sintéticas;

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322
VII.prevenção de acidentes;
VIII.cuidados com linhas de alta tensão próximas;
IX.fundamentos da NR-35 que trata de trabalho em altura;
X.as demais normas de segurança vigentes.
d)para o operador de guindaste:
I.todos os itens previstos na capacitação para operação de gruas;
II.leitura e interpretação de plano de içamento;
III.condições que afetam a capacidade de carga da máquina, em especial quanto ao nivelamento, caracte-
rísticas da superfície sob a máquina, carga dinâmica e vento.
e)para o sinaleiro/amarrador de cargas:
I.sinalização manual e por comunicação via rádio;
II.isolamentos seguros de áreas sob cargas suspensas;
III.amarração de cargas;
IV.conhecimento para inspeções visuais das condições de uso e conformidade de ganchos, cabos de aço,
cintas sintéticas e de todos outros elementos e acessórios utilizados no içamento de cargas.
f)para o encarregado de ar comprimido:
I.normas e regulamentos sobre segurança;
II.análise de risco, condições impeditivas e medidas de proteção para compressão e descompressão;
III.riscos potenciais inerentes ao trabalho hiperbárico;
IV.sistemas de segurança;
V.acidentes e doenças do trabalho;
VI.procedimentos e condutas em situações de emergência.
g)para o operador de PEMT: conforme disposto em norma técnica nacional vigente;
h)para os trabalhadores envolvidos em serviços de impermeabilização:
I.acidentes típicos nos trabalhos de impermeabilização;
II.riscos potenciais inerentes ao trabalho e medidas de prevenção;
III.operação do equipamento para aquecimento com segurança;
IV.condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e primeiros socorros
(principalmente no caso de queimaduras);
V.isolamento da área e sinalização de advertência.
i)para os trabalhadores que utilizam cadeira suspensa:
I.modo de operação;
II.técnicas de descida;
III.tipos de ancoragem;
IV.tipos de nós;
V.manutenção dos equipamentos;
VI.procedimentos de segurança;
VII.técnicas de autorresgate.

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323
2.2O conteúdo dos treinamentos periódico e eventual será definido pelo empregador e deve contemplar os
princípios básicos de segurança compatíveis com o equipamento e a atividade a ser desenvolvida no local de
trabalho.
ANEXO II - CABOS DE AÇO E DE FIBRA SINTÉTICA

1.É obrigatória a observância das condições de utilização, dimensionamento e conservação dos cabos de
aço utilizados em obras de construção, conforme o disposto nas normas técnicas nacionais vigentes.

2.Os cabos de aço de tração não podem ter emendas nem pernas quebradas, que possam vir a compro-
meter sua segurança.

3.Os cabos de aço devem ter carga de ruptura equivalente a, no mínimo, 5 (cinco) vezes a carga máxima
de trabalho a que estiverem sujeitos e resistência à tração de seus fios de, no mínimo, 160 kgf/mm2 (cento e
sessenta quilogramas-força por milímetro quadrado).

4.Os cabos de aço devem atender aos requisitos mínimos contidos nas normas técnicas nacionais vigentes
e permitir a sua rastreabilidade.

5.O cabo de aço e o de fibra sintética devem ser fixados por meio de dispositivos que impeçam seu desli-
zamento e desgaste.

6.O cabo de fibra sintética ou o de aço utilizado no SPIQ e aquele utilizado para sustentação da cadeira
suspensa devem ser exclusivos para cada tipo de aplicação.

7.O cabo de aço e o de fibra sintética devem ser substituídos quando apresentarem condições que compro-
metam a sua integridade em face da utilização a que estiverem submetidos.

8.O cabo de fibra sintética utilizado no SPIQ como linha de vida vertical deve ser compatível com o trava-
-queda a ser utilizado.

9.O cabo de fibra sintética deve ser submetido aos ensaios, realizados pelo fabricante, conforme as normas
técnicas nacionais vigentes.

10.No manual do fabricante devem constar recomendações para inspeção, uso, alongamento, manutenção
e armazenamento dos cabos de fibra sintética.

11.O cabo de fibra sintética deve possuir no mínimo 22 kN (vinte e dois quilonewtons) de carga de ruptura
sem os terminais, podendo ser de 3 (três) capas ou capa e alma, sendo proibida a utilização de polipropileno
para sua fabricação.
GLOSSÁRIO
Ancoragem: ponto ou elemento de fixação instalado na edificação ou outra estrutura para a sustentação de
equipamento de trabalho ou EPI.
Andaime: plataforma de trabalho com estrutura provisória para realização de atividades em locais elevados.
Andaime simplesmente apoiado: plataforma de trabalho, fixa ou móvel, cujos pontos de sustentação estão
apoiados no piso.

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Andaime suspenso: plataforma de trabalho sustentada por meio de cabos de aço e movimentada no sentido
vertical.
Autopassante: sistema onde o cabo de aço passa no interior do guincho sem enrolamento no seu interior.
Balaustrada: estrutura de proteção contra quedas situada na periferia do flutuante.
Bate-estaca: equipamento utilizado para a cravação de estacas utilizadas em fundações.
Beiral da edificação: prolongamento da laje além do alinhamento da parede de periferia da edificação.
Blaster: profissional qualificado responsável pela execução do plano de fogo e encarregado de organizar,
conectar, dispor e distribuir os explosivos e acessórios empregados no desmonte de rochas.
Cadeira suspensa: plataforma individual de trabalho sustentada por meio de cabos, de aço ou de fibra sin-
tética, movimentada no sentido vertical.
Campânula: câmara utilizada sob condições hiperbáricas que permite a passagem de pessoas de um am-
biente sob pressão mais alta que a atmosférica para o ar livre, ou vice-versa.
Canteiro de obra: área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução
de construção, demolição, montagem, instalação, manutenção ou reforma.
Caracteres Indeléveis: qualquer dígito numérico, letra do alfabeto ou símbolo especial que não possa ser
apagado ou removido.
Climatização: processo para se obter condições ambientais de temperatura e umidade confortáveis ao tra-
balhador, nas cabines dos equipamentos.
Coifa: dispositivo destinado a impedir a projeção do disco de corte da serra circular.
Coletor de serragem: dispositivo destinado a captar a serragem proveniente do corte de madeira.
Coletor elétrico: dispositivo responsável pela transmissão da alimentação elétrica da parte fixa (torre) da
grua à parte rotativa.
Condutor habilitado: condutor de veículos portador de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), expedida
pelo órgão competente.
Desmonte de rocha a fogo: retirada de rochas com explosivos.
Desprotensão: operação de alívio da tensão em cabos ou fios de aço usados no concreto protendido.
Dispositivo auxiliar de içamento: dispositivo conectado ao gancho do moitão utilizado para facilitar a movi-
mentação da carga.
Dispositivo empurrador: dispositivo instalado na serra circular, destinado à movimentação da madeira du-
rante o corte.
Dispositivo limitador de curso: dispositivo destinado a permitir uma sobreposição segura dos montantes da
escada portátil extensível.
Eixo expansível: eixo provido de rodízios ou esteiras nas extremidades que permitem sua expansão, com o
objetivo de proporcionar estabilidade à PEMT.
Equipamento de guindar: equipamento utilizado no transporte vertical de materiais (grua, guincho, guindas-
te e outros).
Equipamento de salvatagem: equipamento utilizado para resgate e manutenção da vida do trabalhador
após um acidente na água.
Escada fixa vertical: escada fixada a uma estrutura e utilizada para transpor diferença de nível. Escada por-
tátil: escada de mão transportável.
Escada portátil de uso individual: escada de mão com lance único.
Escada portátil dupla: escada de abrir, cavalete ou autossustentável.
Escada portátil extensível: escada que pode ser estendida em mais de um lance.

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Estabilidade garantida: condição caracterizada via laudo técnico, atestando que determinada estrutura, ta-
lude, vala, escoramento ou outro elemento estrutural não oferece risco de colapso.
Estabilizador: barra extensível dotada de mecanismo hidráulico, mecânico ou elétrico, fixado na estrutura da
PEMT para impedir sua inclinação ou tombamento.
Estaiamento: utilização de cabos, hastes metálicas ou outros dispositivos para a sustentação de uma es-
trutura.
Estudo geotécnico: estudo necessário à definição de parâmetros do solo ou rocha, tal como sonda-
gem, ensaios de campo ou ensaios de laboratório.
Ferramenta: instrumento manual utilizado pelo trabalhador para realização de tarefas.
Ferramenta de fixação a pólvora ou gás: instrumento utilizado para fixação de pinos acionada a pólvora ou
a gás.
Ferramenta pneumática: instrumento acionado por ar comprimido. Frente de trabalho: área de trabalho
móvel e temporária.
Fumos: vapores provenientes da combustão incompleta de metais.
Fuste: escavação feita com a finalidade de alcançar camadas de solo mais profundas para construção de
fundação.
Galeria: corredor coberto que permite o trânsito de pedestres com segurança.
Goivagem: operação de remoção de cordões de solda ou abertura de sulcos para posterior soldagem.
Grua: equipamento de guindar que possui lança de giro horizontal, suportada por uma estrutura vertical
(torre), utilizado para movimentação horizontal e vertical de materiais.
Grua ascensional: grua cuja torre é de altura definida, normalmente instalada e fixada no poço do elevador,
amarrada à laje através de gravatas e elevada através de sistema hidráulico.
Grua automontante: grua cuja montagem é feita de forma automática sem a necessidade de equipamento
auxiliar.
Guia de alinhamento: dispositivo, fixo ou móvel, instalado na bancada da serra circular, destinado a orientar
a direção e a largura do corte na madeira.
Guincho de coluna: equipamento fixado na edificação ou estrutura independente, destinado ao içamento de
pequenas cargas.
Guincho de sustentação: equipamento, mecânico ou elétrico, utilizado para a movimentação do andaime
suspenso.
Guindaste: equipamento de guindar utilizado para a elevação e movimentação de cargas e materiais pesa-
dos.
Instalações elétricas temporárias: instalações elétricas das edificações temporárias que compõem o cantei-
ro de obras e as frentes de trabalho.
Laudo estrutural: documento emitido por profissional legalmente habilitado referente às condições estrutu-
rais no que diz respeito à resistência e integridade da estrutura em questão.
Laudo operacional: documento emitido por profissional legalmente habilitado referente às condições ope-
racionais e de funcionamento dos mecanismos, comandos e dispositivos de segurança de um equipamento.
Linga: conjunto de correntes, cabos ou outros materiais utilizados para o içamento de carga. Manilha: dis-
positivo auxiliar para o içamento de carga.
Máquina autopropelida: máquina que se desloca por meio próprio de propulsão.
Moitão: dispositivo mecânico utilizado nos equipamentos de guindar para movimentação de carga.
Momento máximo: indicação do máximo esforço de momento aplicado na estrutura de alguns equipamentos
de guindar.
Montante: peça estrutural vertical de andaime, torres e escadas.

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Organização: pessoa ou grupo de pessoas, com suas próprias funções, responsabilidades, autoridades e
relações para alcançar seus objetivos. Inclui, mas não se limita a: empregador, tomador de serviços, empresa,
empreendedor individual, produtor rural, companhia, corporação, firma, autoridade, parceria, organização de
caridade ou instituição, parte ou combinação desses, seja incorporada ou não, pública ou privada.
Panagem: tecido que forma a rede de proteção. Patamar: plataforma entre dois lances de uma escada.
PEMT: Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho. Equipamento móvel, autopropelido ou não, dotado de uma
estação de trabalho, cesto ou plataforma, sustentado por haste metálica, lança ou tesoura, capaz de ascender
para atingir ponto ou local de trabalho elevado.
Pilão: peça utilizada para imprimir golpes por gravidade no bate-estaca.
Pistola finca-pino: ferramenta utilizada para fixação de pino metálico em estrutura da edificação.
Plataforma de proteção: plataforma instalada no perímetro da edificação destinada a aparar materiais em
queda livre.
Plataforma de proteção primária: plataforma instalada na primeira laje. Plataforma de proteção secundária:
plataforma instalada acima da primeira laje. Plataforma de proteção terciária: plataforma instalada abaixo da
primeira laje. Platibanda: mureta construída na periferia da parte mais elevada da edificação.
Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e com registro no competente con-
selho de classe.
Profissional qualificado: trabalhador que comprove conclusão de curso específico na sua área de atuação,
reconhecido pelo sistema oficial de ensino.
Protensão: operação de aplicar tensão em cabos ou fios de aço usados no concreto protendido.
Quadro-guia: estrutura de alinhamento para utilização durante o processo de telescopagem da grua ascen-
sional.
Rede de segurança: sistema de proteção para evitar ou amortecer a queda de pessoas.
Reservatório para aquecimento: equipamento metálico utilizado para aquecimento do produto impermeabi-
lizante.
Sarilho: equipamento para levantar materiais constituído por um cilindro horizontal móvel, acionado por mo-
tor ou manivela, onde se enrola a corda ou cabo de aço.
Semimecanizado: processo que utiliza, conjuntamente, meios mecânicos e esforços físicos do trabalhador
para movimentação de cargas.
Serviços em flutuantes: atividades desenvolvidas em embarcações, plataformas ou outras estruturas sobre
a água.
Sinaleiro/amarrador: trabalhador responsável pela sinalização e amarração de carga.
SPIQ: Sistema de Proteção Individual contra Quedas, constituído de sistema de ancoragem, elemento de
ligação e equipamento de proteção individual, em consonância com a NR-35.
Talude: resultado de uma escavação em solo com determinada inclinação.
Telescopagem da grua: processo que altera a altura da grua pela inserção de elementos à sua torre através
de uma abertura na gaiola.
Trabalhador capacitado: trabalhador treinado para a realização de atividade específica no âmbito da orga-
nização.

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Norma Regulamentadora nº 1

NR 01 - DISPOSIÇÕES GERAIS e GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS


1.1 Objetivo

1.1.1O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as
definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR relativas a segurança e saúde no trabalho e as diretri-
zes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e
Saúde no Trabalho - SST.

1.1.2Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, consideram-se os termos e definições
constantes no Anexo I.
1.2 Campo de aplicação

1.2.1As NR obrigam, nos termos da lei, empregadores e empregados, urbanos e rurais.

1.2.1.1As NR são de observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho -

1.2.1.2Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nas NR a outras relações jurídicas.

1.2.2A observância das NR não desobriga as organizações do cumprimento de outras disposições que, com
relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios,
bem como daquelas oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
1.3 Competências e estrutura

1.3.1A Secretaria de Trabalho - STRAB, por meio da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, é o órgão
de âmbito nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho para:
a)formular e propor as diretrizes, as normas de atuação e supervisionar as atividades da área de segurança
e saúde do trabalhador;
b)promover a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT;
c)coordenar e fiscalizar o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT;
d)promover a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurança e Saúde
no Trabalho - SST em todo o território nacional;
e)participar da implementação da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST; e
f)conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelo órgão
regional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, salvo disposição expressa em contrário.

1.3.2Compete à SIT e aos órgãos regionais a ela subordinados em matéria de Segurança e Saúde no Tra-
balho, nos limites de sua competência, executar:
g)fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho; e

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328
h)as atividades relacionadas com a CANPAT e o PAT.

1.3.3Cabe à autoridade regional competente em matéria de trabalho impor as penalidades cabíveis por
descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho.
1.4 Direitos e deveres

1.4.1Cabe ao empregador:
a)cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;
b)informar aos trabalhadores:
I.os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;
II.as medidas de prevenção adotadas pela empresa para eliminar ou reduzir tais riscos;
III.os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios
trabalhadores forem submetidos; e
IV.os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
c)elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos trabalhadores;
d)permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regula-
mentares sobre segurança e saúde no trabalho;
e)determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao tra-
balho, incluindo a análise de suas causas;
f)disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à segurança e saúde no trabalho; e
g)implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo com a seguinte ordem de prio-
ridade:
I.eliminação dos fatores de risco;
II.minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;
III.minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de organização
do trabalho; e
IV.adoção de medidas de proteção individual.

1.4.1.1As organizações obrigadas a constituir CIPA nos termos da NR-05 devem adotar as seguintes medi-
das, além de outras que entenderem necessárias, com vistas à prevenção e ao combate ao assédio sexual e às
demais formas de violência no âmbito do trabalho: (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - Item
e alíneas entram em vigor no dia 20 de março de 2023)
a)inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência nas normas
internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às empregadas;
b)fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos
e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos
de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimen-
tos jurídicos cabíveis; e
c)realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações de capacitação, de orientação e de sensibiliza-
ção dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados
à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis, apropriados
e que apresentem máxima efetividade de tais ações.

1.4.2Cabe ao trabalhador:

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329
a)cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho, inclusive as ordens
de serviço expedidas pelo empregador;
b)submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;
c)colaborar com a organização na aplicação das NR; e
d)usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador.

1.4.2.1Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto nas alíneas do
subitem anterior.

1.4.3O trabalhador poderá interromper suas atividades quando constatar uma situação de trabalho onde, a
seu ver, envolva um risco grave e iminente para a sua vida e saúde, informando imediatamente ao seu superior
hierárquico.

1.4.3.1Comprovada pelo empregador a situação de grave e iminente risco, não poderá ser exigida a volta
dos trabalhadores à atividade enquanto não sejam tomadas as medidas corretivas.

1.4.4Todo trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que implique em alteração de risco,
deve receber informações sobre:
a)os riscos ocupacionais que existam ou possam originar-se nos locais de trabalho;
b)os meios para prevenir e controlar tais riscos;
c)as medidas adotadas pela organização;
d)os procedimentos a serem adotados em situação de emergência; e
e)os procedimentos a serem adotados, em conformidade com os subitens 1.4.3 e 1.4.3.1.

1.4.4.1As informações podem ser transmitidas:


f)durante os treinamentos; e
g)por meio de diálogos de segurança, documento físico ou eletrônico.
1.5 Gerenciamento de riscos ocupacionais

1.5.1O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e gerenciamento dos riscos ocupacio-
nais.

1.5.2Para fins de caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem ser aplicadas
as disposições previstas na NR-15 – Atividades e operações insalubres e NR-16 – Atividades e operações pe-
rigosas.

1.5.3Responsabilidades

1.5.3.1.A organização deve implementar, por estabelecimento, o gerenciamento de riscos ocupacionais em


suas atividades.

1.5.3.1.1O gerenciamento de riscos ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de Ris-


cos - PGR.

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330
1.5.3.1.1.1A critério da organização, o PGR pode ser implementado por unidade operacional, setor ou ati-
vidade.

1.5.3.1.2O PGR pode ser atendido por sistemas de gestão, desde que estes cumpram as exigências previs-
tas nesta NR e em dispositivos legais de segurança e saúde no trabalho.

1.5.3.1.3O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e outros documentos previstos
na legislação de segurança e saúde no trabalho.

1.5.3.2A organização deve:


a)evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho;
b)identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
c)avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco;
d)classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção;
e)implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e na ordem de prioridade
estabelecida na alínea “g” do subitem 1.4.1; e
f)acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.

1.5.3.2.1A organização deve considerar as condições de trabalho, nos termos da NR-17.

1.5.3.3A organização deve adotar mecanismos para:


a)consultar os trabalhadores quanto à percepção de riscos ocupacionais, podendo para este fim ser ado-
tadas as manifestações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, quando houver; e (redação
vigente até 19 de março de 2023)
a)consultar os trabalhadores quanto à percepção de riscos ocupacionais, podendo para este fim ser adota-
das as manifestações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio - CIPA, quando houver; e
(Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20 de março de 2023)
b)comunicar aos trabalhadores sobre os riscos consolidados no inventário de riscos e as medidas de pre-
venção do plano de ação do PGR.

1.5.3.4A organização deve adotar as medidas necessárias para melhorar o desempenho em SST.

1.5.4Processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais

1.5.4.1O processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais deve considerar o dispos-
to nas Normas Regulamentadoras e demais exigências legais de segurança e saúde no trabalho.

1.5.4.2Levantamento preliminar de perigos

1.5.4.2.1O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado:


a)antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas instalações;
b)para as atividades existentes; e
c)nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho.

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331
1.5.4.2.1.1Quando na fase de levantamento preliminar de perigos o risco não puder ser evitado, a organi-
zação deve implementar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais, conforme
disposto nos subitens seguintes.

1.5.4.2.1.2A critério da organização, a etapa de levantamento preliminar de perigos pode estar contemplada
na etapa de identificação de perigos.

1.5.4.3Identificação de perigos

1.5.4.3.1A etapa de identificação de perigos deve incluir:


a)descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
b)identificação das fontes ou circunstâncias; e
c)indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos.

1.5.4.3.2A identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao trabalho
que possam afetar a saúde e segurança no trabalho.

1.5.4.4Avaliação de riscos ocupacionais

1.5.4.4.1A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos perigos identificados em seu(s)
estabelecimento(s), de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção.

1.5.4.4.2Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da
severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.

1.5.4.4.2.1A organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que sejam ade-
quadas ao risco ou circunstância em avaliação.

1.5.4.4.3A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da
consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados.

1.5.4.4.3.1A magnitude deve levar em conta as consequências de ocorrência de acidentes ampliados.

1.5.4.4.4A gradação da probabilidade de ocorrência das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta:
a)os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras;
b)as medidas de prevenção implementadas;
c)as exigências da atividade de trabalho; e
d)a comparação do perfil de exposição ocupacional com valores de referência estabelecidos na NR-09.

1.5.4.4.5Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2,
para fins de identificar a necessidade de adoção de medidas de prevenção e elaboração do plano de ação.

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332
1.5.4.4.6A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser revista a cada dois anos ou quan-
do da ocorrência das seguintes situações:
a)após implementação das medidas de prevenção, para avaliação de riscos residuais;
b)após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos, condições, procedimentos e orga-
nização do trabalho que impliquem em novos riscos ou modifiquem os riscos existentes;
c)quando identificadas inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de prevenção;
d)na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho;
e)quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis.

1.5.4.4.6.1No caso de organizações que possuírem certificações em sistema de gestão de SST, o prazo
poderá ser de até 3 (três) anos.
1.5.5.Controle dos riscos

1.5.5.1.Medidas de prevenção

1.5.5.1.1A organização deve adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os riscos
sempre que:
a)exigências previstas em Normas Regulamentadoras e nos dispositivos legais determinarem;
b)a classificação dos riscos ocupacionais assim determinar, conforme subitem 1.5.4.4.5;
c)houver evidências de associação, por meio do controle médico da saúde, entre as lesões e os agravos à
saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de trabalho identificados.

1.5.5.1.2Quando comprovada pela organização a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção


coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou im-
plantação ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obede-
cendo-se a seguinte hierarquia:
a)medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; e
b)utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

1.5.5.1.3A implantação de medidas de prevenção deverá ser acompanhada de informação aos trabalhado-
res quanto aos procedimentos a serem adotados e limitações das medidas de prevenção.

1.5.5.2.Planos de ação

1.5.5.2.1A organização deve elaborar plano de ação, indicando as medidas de prevenção a serem introdu-
zidas, aprimoradas ou mantidas, conforme o subitem 1.5.4.4.5.

1.5.5.2.2Para as medidas de prevenção deve ser definido cronograma,


formas de acompanhamento e aferição de resultados.

1.5.5.3Implementação e acompanhamento das medidas de prevenção

1.5.5.3.1A implementação das medidas de prevenção e respectivos ajustes devem ser registrados.

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333
1.5.5.3.2O desempenho das medidas de prevenção deve ser acompanhado de forma planejada e contem-
plar:
a)a verificação da execução das ações planejadas;
b)as inspeções dos locais e equipamentos de trabalho; e
c)o monitoramento das condições ambientais e exposições a agentes nocivos, quando aplicável.

1.5.5.3.2.1As medidas de prevenção devem ser corrigidas quando os dados obtidos no acompanhamento
indicarem ineficácia em seu desempenho.

1.5.5.4Acompanhamento da saúde ocupacional dos trabalhadores

1.5.5.4.1A organização deve desenvolver ações em saúde ocupacional dos trabalhadores integradas às
demais medidas de prevenção em SST, de acordo com os riscos gerados pelo trabalho.

1.5.5.4.2O controle da saúde dos empregados deve ser um processo preventivo planejado, sistemático e
continuado, de acordo com a classificação de riscos ocupacionais e nos termos da NR-07.

1.5.5.5.Análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho

1.5.5.5.1A organização deve analisar os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho.

1.5.5.5.2As análises de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho devem ser documentadas e:


a)considerar as situações geradoras dos eventos, levando em conta as atividades efetivamente desenvolvi-
das, ambiente de trabalho, materiais e organização da produção e do trabalho;
b)identificar os fatores relacionados com o evento; e
c)fornecer evidências para subsidiar e revisar as medidas de prevenção existentes.
1.5.6.Preparação para emergências

1.5.6.1A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos de respostas aos cenários de
emergências, de acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das atividades.

1.5.6.2Os procedimentos de respostas aos cenários de emergências devem prever:


d)os meios e recursos necessários para os primeiros socorros, encaminhamento de acidentados e abando-
no; e
e)as medidas necessárias para os cenários de emergências de grande magnitude, quando aplicável.
1.5.7 Documentação

1.5.7.1O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:


a)inventário de riscos; e
b)plano de ação.

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334
1.5.7.2Os documentos integrantes do PGR devem ser elaborados sob a responsabilidade da organização,
respeitado o disposto nas demais Normas Regulamentadoras, datados e assinados.

1.5.7.2.1Os documentos integrantes do PGR devem estar sempre disponíveis aos trabalhadores interessa-
dos ou seus representantes e à Inspeção do Trabalho.

1.5.7.3Inventário de riscos ocupacionais

1.5.7.3.1Os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos ocupacionais devem ser conso-
lidados em um inventário de riscos ocupacionais.

1.5.7.3.2O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações:


a)caracterização dos processos e ambientes de trabalho;
b)caracterização das atividades;
c)descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores, com a identificação das
fontes ou circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalha-
dores sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas;
d)dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes físicos, químicos e biológicos
e os resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17.
e)avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano de ação; e
f)critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.

1.5.7.3.3O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado.

1.5.7.3.3.1O histórico das atualizações deve ser mantido por um período mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo
período estabelecido em normatização específica.

1.5.8Disposições gerais do gerenciamento de riscos ocupacionais

1.5.8.1Sempre que várias organizações realizem, simultaneamente, atividades no mesmo local de trabalho
devem executar ações integradas para aplicar as medidas de prevenção, visando à proteção de todos os tra-
balhadores expostos aos riscos ocupacionais.

1.5.8.2O PGR da empresa contratante poderá incluir as medidas de prevenção para as empresas contra-
tadas para prestação de serviços que atuem em suas dependências ou local previamente convencionado em
contrato ou referenciar os programas d contratadas.

1.5.8.3As organizações contratantes devem fornecer às contratadas informações sobre os riscos ocupacio-
nais sob sua gestão e que possam impactar nas atividades das contratadas.

1.5.8.4As organizações contratadas devem fornecer ao contratante o Inventário de Riscos Ocupacionais


específicos de suas atividades que são realizadas nas dependências da contratante ou local previamente con-
vencionado em contrato.

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335
1.6 Da prestação de informação digital e digitalização de documentos

1.6.1As organizações devem prestar informações de segurança e saúde no trabalho em formato digital,
conforme modelo aprovado pela STRAB, ouvida a SIT.

1.6.1.1Os modelos aprovados pela STRAB devem considerar os princípios de simplificação e desburocra-
tização.

1.6.2Os documentos previstos nas NR podem ser emitidos e armazenados em meio digital com certificado
digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei es-
pecífica.

1.6.3Os documentos físicos, assinados manualmente, inclusive os anteriores à vigência desta NR, podem
ser arquivados em meio digital, pelo período correspondente exigido pela legislação própria, mediante processo
de digitalização conforme disposto em Lei.

1.6.3.1O processo de digitalização deve ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e,
se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

1.6.3.2Os empregadores que optarem pela guarda de documentos prevista no caput devem manter os ori-
ginais conforme previsão em lei.

1.6.4O empregador deve garantir a preservação de todos os documentos nato digitais ou digitalizados por
meio de procedimentos e tecnologias que permitam verificar, a qualquer tempo, sua validade jurídica em todo
território nacional, garantindo permanentemente sua autenticidade, integridade, disponibilidade, rastreabilida-
de, irretratabilidade, privacidade e interoperabilidade.

1.6.5O empregador deve garantir à Inspeção do Trabalho amplo e irrestrito acesso a todos os documentos
digitalizados ou nato digitais.

1.6.5.1Para os documentos que devem estar à disposição dos trabalhadores ou dos seus representantes, a
organização deverá prover meios de acesso destes às informações, de modo a atender os objetivos da norma
específica.
1.7 Capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho

1.7.1O empregador deve promover capacitação e treinamento dos trabalhadores, em conformidade com o
disposto nas NR.

1.7.1.1Ao término dos treinamentos inicial, periódico ou eventual, previstos nas NR, deve ser emitido certifi-
cado contendo o nome e assinatura do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local de reali-
zação do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura do responsável técnico do treinamento.

1.7.1.2A capacitação deve incluir:


a)treinamento inicial;
b)treinamento periódico; e

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336
c)treinamento eventual.

1.7.1.2.1O treinamento inicial deve ocorrer antes de o trabalhador iniciar suas funções ou de acordo com o
prazo especificado em NR.

1.7.1.2.2O treinamento periódico deve ocorrer de acordo com periodicidade estabelecida nas NR ou, quan-
do não estabelecido, em prazo determinado pelo empregador.

1.7.1.2.3O treinamento eventual deve ocorrer:


a)quando houver mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho, que impliquem em
alteração dos riscos ocupacionais;
b)na ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a necessidade de novo treinamento; ou
c)após retorno de afastamento ao trabalho por período superior a 180 (cento e oitenta) dias.

1.7.1.2.3.1A carga horária, o prazo para sua realização e o conteúdo programático do treinamento eventual
deve atender à situação que o motivou.

1.7.1.3A capacitação pode incluir:


a)estágio prático, prática profissional supervisionada ou orientação em serviço;
b)exercícios simulados; ou
c)habilitação para operação de veículos, embarcações, máquinas ou equipamentos.

1.7.2O tempo despendido em treinamentos previstos nas NR é considerado como de trabalho efetivo.

1.7.3O certificado deve ser disponibilizado ao trabalhador e uma cópia arquivada na organização.

1.7.4A capacitação deve ser consignada nos documentos funcionais do empregado.

1.7.5Os treinamentos previstos em NR podem ser ministrados em conjunto com outros treinamentos da
organização, observados os conteúdos e a carga horária previstos na respectiva norma regulamentadora.
Aproveitamento de conteúdos de treinamento na mesma organização

1.7.6É permitido o aproveitamento de conteúdos de treinamentos ministrados na mesma organização des-


de que:
a)o conteúdo e a carga horária requeridos no novo treinamento estejam compreendidos no treinamento
anterior;
b)o conteúdo do treinamento anterior tenha sido ministrado no prazo inferior ao estabelecido em NR ou há
menos de 2 (dois) anos, quando não estabelecida esta periodicidade; e
c)seja validado pelo responsável técnico do treinamento.

1.7.6.1O aproveitamento de conteúdos deve ser registrado no certificado, mencionando o conteúdo e a data
de realização do treinamento aproveitado.

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337
1.7.6.1.1A validade do novo treinamento passa a considerar a data do treinamento mais antigo aproveitado.
Aproveitamento de treinamentos entre organizações

1.7.7Os treinamentos realizados pelo trabalhador podem ser avaliados pela organização e convalidados ou
complementados.

1.7.7.1A convalidação ou complementação deve considerar:


a)as atividades desenvolvidas pelo trabalhador na organização anterior, quando for o caso;
b)as atividades que desempenhará na organização;
c)o conteúdo e carga horária cumpridos;
d)o conteúdo e carga horária exigidos; e
e)que o último treinamento tenha sido realizado em período inferior ao estabelecido na NR ou há menos de
2 (dois) anos, nos casos em que não haja prazo estabelecido em NR.

1.7.8O aproveitamento de treinamentos anteriores, total ou parcialmente, não exclui a responsabilidade da


organização de emitir a certificação da capacitação do trabalhador, devendo mencionar no certificado a data da
realização dos treinamentos convalidados ou complementados.

1.7.8.1Para efeito de periodicidade de realização de novo treinamento, é considerada a data do treinamento


mais antigo convalidado ou complementado.
Dos treinamentos ministrados na modalidade de ensino a distância ou semipresencial

1.7.9Os treinamentos podem ser ministrados na modalidade de ensino a distância ou semipresencial, desde
que atendidos os requisitos operacionais, administrativos, tecnológicos e de estruturação pedagógica previstos
no Anexo II desta NR.

1.7.9.1O conteúdo prático do treinamento pode ser realizado na modalidade de ensino a distância ou semi-
presencial, desde que previsto em NR específica.

1.8Tratamento diferenciado ao Microempreendedor Individual - MEI, à Microempresa - ME e à Empresa de


Pequeno Porte - EPP

1.8.1O Microempreendedor Individual - MEI está dispensado de elaborar o PGR

1.8.1.1A dispensa da obrigação de elaborar o PGR não alcança a organização contratante do MEI, que de-
verá incluí-lo nas suas ações de prevenção e no seu PGR, quando este atuar em suas dependências ou local
previamente convencionado em contrato.

1.8.2Serão expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho – SEPRT fichas com orientações
sobre as medidas de prevenção a serem adotadas pelo MEI.

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1.8.3As microempresa e empresas de pequeno porte que não forem obrigadas a constituir SESMT e op-
tarem pela utilização de ferramenta(s) de avaliação de risco a serem disponibilizada(s) pela SEPRT, em alter-
nativa às ferramentas e técnicas previstas no subitem 1.5.4.4.2.1, poderão estruturar o PGR considerando o
relatório produzido por esta(s) ferramenta(s) e o plano de ação.

1.8.4As microempresas e empresas de pequeno porte, graus de risco 1 e 2, que no levantamento preliminar
de perigos não identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, em conformi-
dade com a NR9, e declararem as informações digitais na forma do subitem 1.6.1, ficam dispensadas da ela-
boração do PGR.

1.8.4.1As informações digitais de segurança e saúde no trabalho declaradas devem ser divulgadas junto
aos trabalhadores.

1.8.5A dispensa prevista nesta Norma é aplicável quanto à obrigação de elaboração do PGR e não afasta a
obrigação de cumprimento por parte do MEI, ME e EPP das demais disposições previstas em NR.

1.8.6O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma do subitem
1.6.1 e não identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos, biológicos e riscos relacionados
a fatores ergonômicos, ficam dispensados de elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional - PCMSO.

1.8.6.1A dispensa do PCMSO não desobriga a empresa da realização dos exames médicos e emissão do
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.

1.8.7Os graus de riscos 1 e 2 mencionados nos subitens 1.8.4 e 1.8.6 são os previstos na Norma Regula-
mentadores nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT.

1.8.8O empregador é o responsável pela prestação das informações previstas nos subitens 1.8.4 e 1.8.6.
1.9 Disposições finais

1.9.1O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho
acarretará a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

1.9.2Os casos omissos verificados no cumprimento das NR serão decididos pela Secretaria de Trabalho,
ouvida a SIT.

ANEXO I DA NR-01
TERMOS E DEFINIÇÕES
Agente biológico: Microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de sua
natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos:
bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T humana, príon agente de doença de Creutzfeldt-Jakob,
fungo Coccidioides immitis.
Agente físico: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e exposição, é capaz
de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperatu-
ras extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes.

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339
Observação: Critérios sobre iluminamento, conforto térmico e conforto acústico da NR-17 não constituem
agente físico para fins da NR-09.
Agente químico: Substância química, por si só ou em misturas, quer seja em seu estado natural, quer seja
produzida, utilizada ou gerada no processo de trabalho, que em função de sua natureza, concentração e expo-
sição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: fumos de cádmio, poeira mineral
contendo sílica cristalina, vapores de tolueno, névoas de ácido sulfúrico.
Canteiro de obra: área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução
à construção, demolição ou reforma de uma obra.
Empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependên-
cia deste e mediante salário.
Empregador: a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador as organizações, os profissio-
nais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrati-
vos, que admitam trabalhadores como empregados.
Estabelecimento: local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel, próprio ou de terceiros, onde
a empresa ou a organização exerce suas atividades em caráter temporário ou permanente.
Evento perigoso: Ocorrência ou acontecimento com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde.
Frente de trabalho: área de trabalho móvel e temporária. Local de trabalho: área onde são executados os
trabalhos.
Obra: todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma.
Ordem de serviço de segurança e saúde no trabalho: instruções por escrito quanto às precauções para
evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. A ordem de serviço pode estar contemplada em proce-
dimentos de trabalho e outras instruções de SST.
Organização: pessoa ou grupo de pessoas com suas próprias funções com responsabilidades, autoridades
e relações para alcançar seus objetivos. Inclui, mas não é limitado a empregador, a tomador de serviços, a em-
presa, a empreendedor individual, produtor rural, companhia, corporação, firma, autoridade, parceria, organi-
zação de caridade ou instituição, ou parte ou combinação desses, seja incorporada ou não, pública ou privada.
Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco ocupacional: Fonte com o potencial de causar
lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrín-
seco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
Prevenção: o conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as fases da atividade da
organização, visando evitar, eliminar, minimizar ou controlar os riscos ocupacionais.
Responsável técnico pela capacitação: profissional legalmente habilitado ou trabalhador qualificado, confor-
me disposto em NR específica, responsável pela elaboração das capacitações e treinamentos.
Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um
evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão
ou agravo à saúde.
Setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento.
Trabalhador: pessoa física inserida em uma relação de trabalho, inclusive de natureza administrativa, como
os empregados e outros sem vínculo de emprego.

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340
ANEXO II DA NR-01
DIRETRIZES E REQUISITOS MÍNIMOS PARA UTILIZAÇÃO DA MODALIDADE DE ENSINO A DIS-
TÂNCIA E SEMIPRESENCIAL.
Sumário:

1.Objetivo

2.Disposições gerais

3.Estruturação pedagógica

4.Requisitos operacionais e administrativo

5.Requisitos tecnológicos

6.Glossário
1. Objetivo

1.1Estabelecer diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino à distância e semi-
presencial para as capacitações previstas nas NR, disciplinando tanto aspectos relativos à estruturação peda-
gógica, quanto exigências relacionadas às condições operacionais, tecnológicas e administrativas necessárias
para uso desta modalidade de ensino.
2.Disposições gerais

2.1O empregador que optar pela realização das capacitações por meio das modalidades de ensino a distân-
cia ou semipresencial poderá desenvolver toda a capacitação ou contratar empresa ou instituição especializada
que a oferte, devendo em ambos os casos observar os requisitos constantes deste Anexo e da NR-01.

2.1.1A empresa ou instituição especializada que oferte as capacitações previstas nas NR na modalidade de
ensino à distância e semipresencial, deve atender aos requisitos constantes deste Anexo e da NR-01 para que
seus certificados sejam considerados válidos.

2.2O empregador que optar pela contratação de serviços de empresa ou instituição especializada deve
fazer constar na documentação que formaliza a prestação de serviços a obrigatoriedade pelo prestador de ser-
viço do atendimento aos requisitos previstos neste Anexo e nos itens relativos à capacitação previstos nas NR.

2.3As capacitações que utilizam ensino a distância ou semipresencial devem ser estruturadas com, no mí-
nimo, a duração definida para as respectivas capacitações na modalidade presencial.

2.4A elaboração do conteúdo programático deve abranger os tópicos de aprendizagem requeridos, bem
como respeitar a carga horária estabelecida para todos os conteúdos.

2.5As atividades práticas obrigatórias devem respeitar as orientações previstas nas NR e estar descritas no
Projeto Pedagógico do curso.

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3.Estruturação pedagógica

3.1Sempre que a modalidade de ensino a distância ou semipresencial for utilizada, será obrigatória a elabo-
ração de projeto pedagógico que deve conter:
a)objetivo geral da capacitação;
b)princípios e conceitos para a proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores, definidos nas NR;
c)estratégia pedagógica da capacitação, incluindo abordagem quanto à parte teórica e prática, quando
houver;
d)indicação do responsável técnico pela capacitação;
e)relação de instrutores, quando aplicável;
f)infraestrutura operacional de apoio e controle;
g)conteúdo programático teórico e prático, quando houver;
h)objetivo de cada módulo;
i)carga horária;
j)estimativa de tempo mínimo de dedicação diária ao curso;
k)prazo máximo para conclusão da capacitação;
l)público-alvo;
m)material didático;
n)instrumentos para potencialização do aprendizado; e
o)avaliação de aprendizagem.

3.2O projeto pedagógico do curso deverá ser validado a cada 2 (dois) anos ou quando houver mudança na
NR, procedendo a sua revisão, caso necessário.
4.Requisitos operacionais e administrativos

4.1O empregador deve manter o projeto pedagógico disponível para a Inspeção do Trabalho, para a re-
presentação sindical da categoria no estabelecimento e para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
- CIPA. (redação vigente até 19 de março de 2023)

4.1O empregador deve manter o projeto pedagógico disponível para a Inspeção do Trabalho, para a repre-
sentação sindical da categoria no estabelecimento e para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de
Assédio - CIPA (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20 de
março de 2023)

4.1.1A empresa ou instituição especializada deve disponibilizar aos contratantes o projeto pedagógico.

4.2Deve ser disponibilizado aos trabalhadores todo o material didático necessário para participar da capa-
citação, conforme item 3.1 deste Anexo.

4.3Devem ser disponibilizados recursos e ambiente que favoreça a concentração e a absorção do conheci-
mento pelo empregado, para a realização da capacitação.

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342
4.4O período de realização do curso deve ser exclusivamente utilizado para tal fim para que não seja con-
comitante com o exercício das atividades diárias de trabalho.

4.5Deve ser mantido canal de comunicação para esclarecimento de dúvidas, possibilitando a solução das
mesmas, devendo tal canal estar operacional durante o período de realização do curso.

4.6A verificação de aprendizagem deve ser realizada de acordo com a estratégia pedagógica adotada para
a capacitação, estabelecendo a classificação com o conceito satisfatório ou insatisfatório.

4.6.1A avaliação da aprendizagem se dará pela aplicação da prova no formato presencial, obtendo, dessa
forma, o registro da assinatura do empregado, ou pelo formato digital, exigindo a sua identificação e senha
individual.

4.6.2Quando a avaliação da aprendizagem for online, devem ser preservadas condições de rastreabilidade
que garantam a confiabilidade do processo.

4.6.3O processo de avaliação da aprendizagem deve contemplar situações práticas que representem a roti-
na laboral do trabalhador para a adequada tomada de decisões com vistas à prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.

4.7Após o término do curso, as empresas devem registrar sua realização, mantendo o resultado das avalia-
ções de aprendizagem e informações sobre acesso dos participantes (logs).

4.7.1O histórico do registro de acesso dos participantes (logs) deve ser mantido pelo prazo mínimo de 2
(dois) anos após o término da validade do curso.
5.Requisitos tecnológicos

5.1Somente serão válidas as capacitações realizadas na modalidade de ensino à distância ou semipre-


sencial que sejam executadas em um Ambiente Virtual de Aprendizagem apropriado à gestão, transmissão do
conhecimento e aprendizagem do conteúdo.
6.Glossário
Ambiente exclusivo: espaço físico distinto do posto de trabalho que disponibilize ao trabalhador os recursos
tecnológicos necessários à execução do curso e condições de conforto adequadas para a aprendizagem.
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA): espaço virtual de aprendizagem que oferece condições para in-
terações (síncrona e assíncrona) permanentes entre seus usuários. Pode ser traduzida como sendo uma “sala
de aula” acessada via web. Permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações
de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar
produções, tendo em vista atingir determinados objetivos.
Avaliação de Aprendizagem: visa aferir o conhecimento adquirido pelo trabalhador e o respectivo grau de
assimilação após a realização da capacitação.
EAD: segundo Decreto n.º 9.057/2017, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacio-
nal na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização
de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades
educativas em lugares ou tempos diversos.
Ensino semipresencial: conjugação de atividades presenciais obrigatórias com outras atividades educa-
cionais que podem ser realizadas sem a presença física do participante em sala de aula, utilizando recursos
didáticos com suporte da tecnologia, de material impresso e/ou de outros meios de comunicação.

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343
Projeto pedagógico: instrumento de concepção do processo ensino-aprendizagem. Nele deve-se registrar
o objetivo da aprendizagem, a estratégia pedagógica escolhida para a formação e capacitação dos trabalhado-
res, bem como todas as informações que estejam envolvidas no processo.
Instrumentos para potencialização do aprendizado: recursos, ferramentas, dinâmicas e tecnologias de co-
municação que tenham como objetivo tornar mais eficaz o processo de ensino- aprendizagem.
Log: registro informatizado de acesso ao sistema. Ex.: log de acesso: registro de acessos; login: registro de
entrada;
Logoff: registro de saída.

Norma Regulamentadora nº 7

Prezado(a),

Para estudo do tópico solicitado pelo edital, indicamos que verifique o material complementar, que pode
ser encontrado em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/
nr-07-atualizada-2022-1.pdf

A indicação se dá devido ao formato e extensão do material em questão, que não cabe na estrutura de
nossas apostilas. Por isso, e para manter protegido os direitos de autor do conteúdo, sugerimos acesso direto
na fonte oficial e estudo do documento tal como solicitado pelo edital.

Bons estudos!

Norma Regulamentadora nº 9

NR-09 - AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS,


QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
9.1 Objetivo

9.1.1Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos para a avaliação das


exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Ge-
renciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção para os riscos
ocupacionais.
9.2 Campo de Aplicação

9.2.1As medidas de prevenção estabelecidas nesta Norma se aplicam onde houver exposições ocupacio-
nais aos agentes físicos, químicos e biológicos.

9.2.1.1A abrangência e profundidade das medidas de prevenção dependem das características das exposi-
ções e das necessidades de controle.

9.2.2Esta NR e seus anexos devem ser utilizados para fins de prevenção e controle dos riscos ocupacionais
causados por agentes físicos, químicos e biológicos.

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344
9.2.2.1Para fins de caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem ser aplica-
das as disposições previstas na NR-15 - Atividades e operações insalubres e NR-16 - Atividades e operações
perigosas.
9.3 Identificação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e Biológicos

9.3.1A identificação das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos deverá consi-
derar:
a)descrição das atividades;
b)identificação do agente e formas de exposição;
c)possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições identificadas;
d)fatores determinantes da exposição;
e)medidas de prevenção já existentes; e
f)identificação dos grupos de trabalhadores expostos.
9.4 Avaliação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e Biológicos

9.4.1Deve ser realizada análise preliminar das atividades de trabalho e dos dados já disponíveis relativos
aos agentes físicos, químicos e biológicos, a fim de determinar a necessidade de adoção direta de medidas de
prevenção ou de realização de avaliações qualitativas ou, quando aplicáveis, de avaliações quantitativas.

9.4.2A avaliação quantitativa das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, quan-
do necessária, deverá ser realizada para:
a)comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados;
b)dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores;
c)subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção.

9.4.2.1A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição ocupacional, abrangendo aspectos
organizacionais e condições ambientais que envolvam o trabalhador no exercício das suas atividades.

9.4.3Os resultados das avaliações das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos
devem ser incorporados ao inventário de riscos do PGR.

9.4.4As avaliações das exposições ocupacionais devem ser registradas pela organização, conforme os
aspectos específicos constantes nos Anexos desta NR.
9.5 Medidas de Prevenção e Controle das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos
e Biológicos

9.5.1As medidas de prevenção e controle das exposições ocupacionais referentes a cada agente físico,
químico e biológico estão estabelecidas nos Anexos desta NR.

9.5.2Devem ser adotadas as medidas necessárias para a eliminação ou o controle das exposições ocupa-
cionais relacionados aos agentes físicos, químicos e biológicos, de acordo com os critérios estabelecidos nos
Anexos desta NR, em conformidade com o PGR.

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9.5.3As medidas de prevenção e controle das exposições ocupacionais integram os controles dos riscos do
PGR e devem ser incorporados ao Plano de Ação.
9.6 Disposições Transitórias

9.6.1Enquanto não forem estabelecidos os Anexos a esta Norma, devem ser adotados para fins de medidas
de prevenção:
a)os critérios e limites de tolerância constantes na NR-15 e seus anexos;
b)como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância;
c)como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose.

9.6.1.1Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15 e seus anexos, devem ser utilizados como
referência para a adoção de medidas de prevenção aqueles previstos pela American Conference of Govern-
mental Industrial Higyenists - ACGIH.

9.6.1.2Considera-se nível de ação, o valor acima do qual devem ser implementadas ações de controle sis-
temático de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ocupacionais ultrapassem os limites de
exposição.

ANEXO I DA NR-09
VIBRAÇÃO
(Portaria MTP n.º 426, de 07 de setembro de 2021)
SUMÁRIO

1.Objetivos

2.Campo de Aplicação

3.Disposições Gerais

4.Avaliação Preliminar da Exposição

5.Avaliação Quantitativa da Exposição

6.Medidas de Prevenção
1.Objetivos

1.1Estabelecer os requisitos para a avaliação da exposição ocupacional às Vibrações em Mãos e Braços


- VMB e às Vibrações de Corpo Inteiro - VCI, quando identificadas no Programa de Gerenciamento de Riscos
- PGR, previsto na NR-01, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção.
2.Campo de Aplicação

2.1As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam onde houver exposição ocupacional às Vibrações
em Mãos e Braços - VMB e às Vibrações de Corpo Inteiro - VCI.

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3.Disposições Gerais

3.1As organizações devem adotar medidas de prevenção e controle da exposição às vibrações mecânicas
que possam afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores, eliminando o risco ou, onde comprovadamente
não houver tecnologia disponível, reduzindo-o aos menores níveis possíveis.

3.1.1No processo de eliminação ou redução dos riscos relacionados à exposição às vibrações mecânicas
devem ser considerados, entre outros fatores, os esforços físicos e aspectos posturais.

3.2A organização deve comprovar, no âmbito das ações de manutenção preventiva e corretiva de veículos,
máquinas, equipamentos e ferramentas, a adoção de medidas que visem o controle e a redução da exposição
a vibrações.

3.3As ferramentas manuais vibratórias que produzam acelerações superiores a 2,5 m/s2 nas mãos dos
operadores devem informar junto às suas especificações técnicas a vibração emitida pelas mesmas, indicando
as normas de ensaio que foram utilizadas para a medição.
4.Avaliação Preliminar da Exposição

4.1Deve ser realizada avaliação preliminar da exposição às VMB e VCI, considerando os seguintes aspec-
tos:
a)ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição;
b)características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho;
c)informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por ferramentas, veículos,
máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando disponíveis;
d)condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, incluin-
do componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento que interfiram na exposição de operadores ou
condutores;
e)características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de operação, no caso de
VCI;
f)estimativa de tempo efetivo de exposição diária;
g)constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento dos efeitos
decorrentes da exposição;
h)esforços físicos e aspectos posturais;
i)dados de exposição ocupacional existentes; e
j)informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores
expostos.

4.2Os resultados da avaliação preliminar devem subsidiar a adoção de medidas preventivas e corretivas,
sem prejuízo de outras medidas previstas nas demais NR.

4.3Se a avaliação preliminar não for suficiente para permitir a tomada de decisão quanto à necessidade de
implantação de medidas preventivas e corretivas, deve-se proceder à avaliação quantitativa da exposição.

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5.Avaliação Quantitativa da Exposição

5.1A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e
condições ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções.

5.1.1Os procedimentos de avaliação quantitativa para VCI e VMB, a serem adotados no âmbito deste ane-
xo, são aqueles estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional – NHO, publicadas pela FUNDACENTRO.

5.2Avaliação quantitativa da exposição dos trabalhadores às VMB.

5.2.1A avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e braços deve ser feita utilizando-se siste-
mas de medição que permitam a obtenção da aceleração resultante de exposição normalizada (aren), parâme-
tro representativo da exposição diária do trabalhador.

5.2.2O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços corres-
ponde a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 2,5 m/s2.

5.2.3O limite de exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços corresponde a um valor de ace-
leração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2.

5.2.4As situações de exposição ocupacional superior ao nível de ação, independentemente do uso de equi-
pamentos de proteção individual, implicam obrigatória adoção de medidas de caráter preventivo, sem prejuízo
do disposto no subitem 1.5.5 da NR-01

5.2.5As situações de exposição ocupacional superior ao limite de exposição, independentemente do uso de


equipamentos de proteção individual, implicam obrigatória adoção de medidas de caráter corretivo, sem preju-
ízo do disposto no subitem 1.5.5 da NR-01.

5.3Avaliação quantitativa da exposição dos trabalhadores às VCI.

5.3.1A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deve ser feita utilizando-se sistemas
de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do valor
da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador.

5.3.2O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corres-
ponde a um valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 0,5m/s2, ou ao valor da dose
de vibração resultante (VDVR) de 9,1m/s1,75.

5.3.3O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde ao:
a)valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; ou
b)valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.

5.3.3.1Para fins de caracterização da exposição, a organização deve comprovar a avaliação dos dois parâ-
metros acima descritos.

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5.3.4As situações de exposição ocupacional superiores ao nível de ação implicam obrigatória adoção de
medidas de caráter preventivo, sem prejuízo do disposto no subitem 1.5.5 da NR-01.

5.3.5As situações de exposição ocupacional superiores ao limite de exposição ocupacional implicam obriga-
tória adoção de medidas de caráter corretivo, sem prejuízo do disposto no subitem 1.5.5 da NR-01.
6.Medidas de Prevenção

6.1As medidas de prevenção devem contemplar:


a)avaliação periódica da exposição;
b)orientação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposição à vibração e à utilização ade-
quada dos equipamentos de trabalho, bem como quanto ao direito de comunicar aos seus superiores sobre
níveis anormais de vibração observados durante suas atividades;
c)vigilância da saúde dos trabalhadores focada nos efeitos da exposição à vibração; e
d)adoção de procedimentos e métodos de trabalho alternativos que permitam reduzir a exposição a vibra-
ções mecânicas.

6.1.1As medidas de prevenção descritas neste item não excluem outras medidas que possam ser conside-
radas necessárias ou recomendáveis em função das particularidades de cada condição de trabalho.

6.2As medidas de caráter corretivo devem contemplar, no mínimo, uma das medidas abaixo, obedecida a
hierarquia prevista na alínea “g” do subitem 1.4.1 da NR-01:
a)no caso de exposição às VMB, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver:
a substituição de ferramentas e acessórios; a reformulação ou a reorganização de bancadas e postos de traba-
lho; a alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho; a adequação do tipo de ferramenta, do acessório
utilizado e das velocidades operacionais;
b)no caso de exposição às VCI, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver:
o reprojeto de plataformas de trabalho; a reformulação, a reorganização ou a alteração das rotinas ou dos
procedimentos e organização do trabalho; a adequação de veículos utilizados, especialmente pela adoção de
assentos antivibratórios; a melhoria das condições e das características dos pisos e pavimentos utilizados para
circulação das máquinas e dos veículos;
c)redução do tempo e da intensidade de exposição diária à vibração; e
d)alternância de atividades ou operações que gerem exposições a níveis mais elevados de vibração com
outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis.

6.2.1As medidas de caráter corretivo mencionadas não excluem outras medidas que possam ser considera-
das necessárias ou recomendáveis em função das particularidades de cada condição de trabalho.

ANEXO III DA NR-09


CALOR
(Portaria MTP n.º 426, de 07 de setembro de 2021)
SUMÁRIO

1.Objetivos

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2.Campo de Aplicação

3.Responsabilidades da organização

4.Medidas de prevenção

5.Aclimatização

6.Procedimentos de Emergência
1.O bjetivos

1.1Estabelecer os requisitos para a avaliação da exposição ocupacional ao agente físico calor, quando iden-
tificado no Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-01, e subsidiá- lo quanto às medidas
de prevenção.
2.Campo de Aplicação

2.1As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam onde houver exposição ocupacional ao agente
físico calor.
3.Responsabilidades da organização

3.1A organização deve adotar medidas de prevenção, de modo que a exposição ocupacional ao calor não
cause efeitos adversos à saúde do trabalhador.

3.1.1A organização deve orientar os trabalhadores especialmente quanto aos seguintes aspectos:
a)fatores que influenciam os riscos relacionados à exposição ao calor;
b)distúrbios relacionados ao calor, com exemplos de seus sinais e sintomas, tratamentos, entre outros;
c)necessidade de informar ao superior hierárquico ou ao médico a ocorrência de sinais e sintomas relacio-
nados ao calor;
d)medidas de prevenção relacionadas à exposição ao calor, de acordo com a avalição de risco da atividade;
e)informações sobre o ambiente de trabalho e suas características; e
f)situações de emergência decorrentes da exposição ocupacional ao calor e condutas a serem adotadas.

3.1.2Devem ser realizados treinamentos periódicos anuais específicos, quando indicados nas medidas de
prevenção.

3.2A avaliação preliminar da exposição ocupacional ao calor deve considerar os seguintes aspectos, quan-
do aplicáveis:
a)a identificação do perigo;
b)a caracterização das fontes geradoras;
c)a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho;
d)identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;
e)a caracterização das atividades e do tipo da exposição, considerando a organização do trabalho;

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350
f)a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decor-
rente do trabalho;
g)os possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados aos perigos identificados, disponíveis na literatura
técnica;
h)a descrição das medidas de prevenção já existentes;
i)características dos fatores ambientais e demais condições de trabalho que possam influenciar na exposi-
ção ao calor e no mecanismo de trocas térmicas entre o trabalhador e o ambiente;
j)estimativas do tempo de permanência em cada atividade e situação térmica às quais o trabalhador perma-
nece exposto ao longo da sua jornada de trabalho;
k)taxa metabólica para execução das atividades com exposição ao calor; e
l)registros disponíveis sobre a exposição ocupacional ao calor.

3.2.1A avaliação preliminar deve subsidiar a adoção de medidas de prevenção, sem prejuízo de outras me-
didas previstas nas demais Normas Regulamentadoras.

3.2.1.1Se as informações obtidas na avaliação preliminar não forem suficientes para permitir a tomada de
decisão quanto à necessidade de implementação de medidas de prevenção, deve-se proceder à avaliação
quantitativa para:
a)comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de avaliação preli-
minar;
b)dimensionar a exposição dos trabalhadores; e
c)subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção.

3.3A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base na metodologia e procedimentos des-
critos na Norma de Higiene Ocupacional n° 06 - NHO 06 (2ª edição - 2017) da Fundacentro, nos seguintes
aspectos:
a)determinação de sobrecarga térmica por meio do índice IBUTG - Índice de Bulbo Úmido Termômetro de
Globo;
b)equipamentos de medição e formas de montagem, posicionamento e procedimentos de uso dos mesmos
nos locais avaliados;
c)procedimentos quanto à conduta do avaliador; e
d)medições e cálculos.

3.3.1A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação da atividade realizada pelo trabalhador
com as opções apresentadas no Quadro 3 deste anexo.

3.3.1.1Caso uma atividade específica não esteja apresentada no Quadro 3 deste anexo, o valor da taxa
metabólica deverá ser obtido por associação com atividade similar do referido Quadro.

3.3.1.1.1Na impossibilidade de enquadramento por similaridade, a taxa metabólica também pode ser esti-
mada com base em outras referências técnicas, desde que justificadas tecnicamente.

3.3.2Para atividades em ambientes externos sem fontes artificiais de calor, alternativamente ao previsto
nas alíneas “b”, “c”, e “d” do subitem 3.3, poderá ser utilizada ferramenta da Fundacentro, para estimativa do
IBUTG, se disponível.

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4.Medidas de prevenção

4.1Medidas preventivas

4.1.1Sempre que os níveis de ação para exposição ocupacional ao calor, estabelecidos no Quadro 1 forem
excedidos, devem ser adotadas pela organização, uma ou mais das seguintes medidas:
a)disponibilizar água fresca potável (ou outro líquido de reposição adequado) e incentivar a sua ingestão; e
b)programar os trabalhos mais pesados (acima de 414W - quatrocentos e quatorze watts), preferencial-
mente nos períodos com condições térmicas mais amenas, desde que nesses períodos não ocorram riscos
adicionais.

4.1.2Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do subitem 4.1.1, o empregador
deve fornecer vestimentas de trabalho adaptadas ao tipo de exposição e à natureza da atividade.

4.2Medidas corretivas

4.2.1As medidas corretivas visam reduzir a exposição ocupacional ao calor a valores abaixo do limite de
exposição.

4.2.2Quando ultrapassados os limites de exposição estabelecidos no Quadro 2, devem ser adotadas pela
organização uma ou mais das seguintes medidas corretivas:
a)adequar os processos, as rotinas ou as operações de trabalho;
b)alternar operações que gerem exposições a níveis mais elevados de calor com outras que não apresen-
tem exposições ou impliquem exposições a menores níveis, resultando na redução da exposição; e
c)disponibilizar acesso a locais, inclusive naturais, termicamente mais amenos, que possibilitem pausas
espontâneas, permitindo a recuperação térmica nas atividades realizadas em locais abertos e distantes de
quaisquer edificações ou estruturas naturais ou artificiais.

4.2.2.1Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do subitem 4.2.2, a organização
deve:
a)adaptar os locais e postos de trabalho;
b)reduzir a temperatura ou a emissividade das fontes de calor;
c)utilizar barreiras para o calor radiante;
d)adequar o sistema de ventilação do ar; e
e)adequar a temperatura e a umidade relativa do ar.

4.2.3O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, previsto na Norma Regulamenta-
dora nº 07, deve prever procedimentos e avaliações médicas considerando a necessidade de exames com-
plementares e monitoramento fisiológico quando ultrapassados os limites de exposição previstos no Quadro
2 deste anexo e caracterizado risco de sobrecarga térmica e fisiológica dos trabalhadores expostos ao calor.

4.2.3.1Fica caracterizado o risco de sobrecarga térmica e fisiológica com possibilidade de lesão grave a
integridade física ou a saúde dos trabalhadores:
a)quando não forem adotadas as medidas previstas no item 4 deste Anexo; ou

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352
b)quando as medidas adotadas não forem suficientes para a redução do risco.
5.Aclimatização

5.1Para atividades de exposição ocupacional ao calor acima do nível de ação, deve ser considerada a acli-
matização dos trabalhadores descrita no PCMSO.

5.2Quando houver a necessidade de elaboração de plano de aclimatização dos trabalhadores, devem ser
considerados os parâmetros previstos na NHO 06 da Fundacentro ou outras referências técnicas emitidas por
organização competente.

6.Procedimentos de emergência

6.1A organização deve possuir procedimento de emergência específico para o calor, contemplando:
a)meios e recursos necessários para o primeiro atendimento ou encaminhamento do trabalhador para aten-
dimento; e
b)informação a todas as pessoas envolvidas nos cenários de emergências.
QUADRO 1 - NÍVEL DE AÇÃO PARA TRABALHADORES ACLIMATIZADOS

100 31,7 183 28,0 334 24,3


101 31,6 186 27,9 340 24,2
103 31,5 189 27,8 345 24,1
105 31,4 192 27,7 351 24,0
106 31,3 195 27,6 357 23,9
108 31,2 198 27,5 363 23,8
110 31,1 201 27,4 369 23,7
112 31,0 205 27,3 375 23,6
114 30,9 208 27,2 381 23,5
115 30,8 212 27,1 387 23,4
117 30,7 215 27,0 394 23,3
119 30,6 219 26,9 400 23,2
121 30,5 222 26,8 407 23,1
123 30,4 226 26,7 414 23,0
125 30,3 230 26,6 420 22,9

127 30,2 233 26,5 427 22,8


129 30,1 237 26,4 434 22,7
132 30,0 241 26,3 442 22,6
134 29,9 245 26,2 449 22,5
136 29,8 249 26,1 456 22,4

Apostila gerada especialmente para: suane maria mafra couto 833.096.242-34


353
138 29,7 253 26,0 464 22,3
140 29,6 257 25,9 479 22,1
143 29,5 262 25,8 487 22,0
145 29,4 266 25,7 495 21,9
148 29,3 270 25,6 503 21,8
150 29,2 275 25,5 511 21,7
152 29,1 279 25,4 520 21,6
155 29,0 284 25,3 528 21,5
158 28,9 289 25,2 537 21,4
160 28,8 293 25,1 546 21,3
163 28,7 298 25,0 555 21,2
165 28,6 303 24,9 564 21,1
168 28,5 308 24,8 573 21,0
171 28,4 313 24,7 583 20,9
174 28,3 318 24,6 593 20,8
177 28,2 324 24,5 602 20,7
180 28,1 329 24,4

QUADRO 2 - LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR PARA TRABALHADORES


ACLIMATIZADOS

100 33,7 186 30,6 346 27,5


102 33,6 189 30,5 353 27,4
104 33,5 193 30,4 360 27,3
106 33,4 197 30,3 367 27,2
108 33,3 201 30,2 374 27,1
110 33,2 205 30,1 382 27,0
112 33,1 209 30,0 390 26,9
115 33,0 214 29,9 398 26,8
117 32,9 218 29,8 406 26,7
119 32,8 222 29,7 414 26,6
122 32,7 227 29,6 422 26,5
124 32,6 231 29,5 431 26,4
127 32,5 236 29,4 440 26,3
129 32,4 241 29,3 448 26,2
132 32,3 246 29,2 458 26,1
135 32,2 251 29,1 467 26,0
137 32,1 256 29,0 476 25,9
140 32,0 261 28,9 486 25,8
143 31,9 266 28,8 496 25,7
146 31,8 272 28,7 506 25,6
149 31,7 277 28,6 516 25,5
152 31,6 283 28,5 526 25,4
155 31,5 289 28,4 537 25,3

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354
158 31,4 294 28,3 548 25,2
161 31,3 300 28,2 559 25,1
165 31,2 306 28,1 570 25,0
168 31,1 313 28,0 582 24,9
171 31,0 319 27,9 594 24,8
175 30,9 325 27,8 606 24,7
178 30,8 332 27,7
182 30,7 339 27,6

Nota 1: Os limites estabelecidos são válidos apenas para trabalhadores com uso de vestimentas que não
incrementem ajuste de IBUTG médio, conforme correções previstas no Quadro 4 deste anexo.
Nota 2: Os limites são válidos para trabalhadores com aptidão para o trabalho, conforme avaliação médica
prevista na NR-07.
QUADRO 3 - TAXA METABÓLICA POR TIPO DE ATIVIDADE

ATIVIDADE TAXA METABÓLICA


(W)
Sentado
Em repouso 100
Trabalho leve com as mãos 126
Trabalho moderado com as mãos 153
Trabalho pesado com as mãos 171
Trabalho leve com um braço 162
Trabalho moderado com um braço 198
Trabalho pesado com um braço 234
Trabalho leve com dois braços 216
Trabalho moderado com dois braços 252
Trabalho pesado com dois braços 288
Trabalho leve com braços e pernas 324
Trabalho moderado com braços e per- 441
nas
Trabalho pesado com braços e pernas 603
Em pé, agachado ou ajoelhado
Em repouso 126
Trabalho leve com as mãos 153
Trabalho moderado com as mãos 180
Trabalho pesado com as mãos 198
Trabalho leve com um braço 189
Trabalho moderado com um braço 225
Trabalho pesado com um braço 261
Trabalho leve com dois braços 243
Trabalho moderado com dois braços 279
Trabalho pesado com dois braços 315
Trabalho leve com o corpo 351
Trabalho moderado com o corpo 468
Trabalho pesado com o corpo 630
Em pé, em movimento

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355
Andando no plano
1. Sem carga
•2 km/h 198
•3 km/h 252
•4 km/h 297
•5 km/h 360
2. Com carga
•10 kg, 4 km/h 333
•30 kg, 4 km/h 450
Correndo no plano
•9 km/h 787
•12 km/h 873
•15 km/h 990
Subindo rampa
1. Sem carga
•com 5° de inclinação, 4 km/h 324
•com 15° de inclinação, 3 km/h 378
•com 25° de inclinação, 3 km/h 540
2. Com carga de 20 kg
•com 15° de inclinação, 4 km/h 486
•com 25° de inclinação, 4 km/h 738
Descendo rampa (5 km/h) sem carga
•com 5° de inclinação 243
•com 15° de inclinação 252
•com 25° de inclinação 324
Subindo escada (80 degraus por minu-
to - altura do degrau de 0,17 m)
•Sem carga 522
•Com carga (20 kg) 648
Descendo escada (80 degraus por mi-
nuto - altura do degrau de 0,17 m)
•Sem carga 279
•Com carga (20 kg) 400
Trabalho moderado de braços (ex.: 320
varrer, trabalho em almoxarifado)
Trabalho moderado de levantar ou em- 349
purrar
Trabalho de empurrar carrinhos de 391
mão, no mesmo plano, com carga
Trabalho de carregar pesos ou com 495
movimentos vigorosos com os braços
(ex.: trabalho com foice)
Trabalho pesado de levantar, empurrar 524
ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá,
abertura de valas)

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356
QUADRO 4 - INCREMENTOS DE AJUSTE DO IBUTG MÉDIO PARA ALGUNS TIPOS DE VESTI-
MENTAS*

TIPO DE ROUPA
ADIÇÃO AO
IBUTG [°C]
Uniforme de trabalho (calça e camisa de manga comprida) 0
Macacão de tecido 0
Macacão de polipropileno SMS (Spun-Melt-Spun) 0,5
Macacão de poliolefina 2
Vestimenta ou macacão forrado (tecido duplo) 3
Avental longo de manga comprida impermeável ao vapor 4
Macacão impermeável ao vapor 10
Macacão impermeável ao vapor sobreposto à roupa de tra- 12
balho

*O valor do IBUTG para vestimentas com capuz deve ter seu valor acrescido em 1 °C

Exercícios

1. NC-UFPR - 2019 - Prefeitura de Curitiba - PR - Procurador


A autonomia do direito do trabalho caracteriza-se pela extensão de sua matéria, métodos e princípios pró-
prios. Por isso, para dominar tal ramo das ciências jurídicas e sociais, é preciso bem compreender os seus prin-
cípios, principalmente aqueles consagrados internacionalmente. A respeito do assunto, considere as seguintes
afirmativas:

1. O princípio da irrenunciabilidade está relativizado na atualidade nacional ante a equiparação legal de


trabalhador e empregador na manifestação de vontades por ocasião da contratação.

2. O princípio da norma mais favorável serve para dirimir conflitos de normas no espaço, prevalecendo a
mais favorável ao trabalhador, salvo se a interpretação levar a conclusão que desconsidere a hierarquia das
normas.

3. O princípio in dubio pro operario autoriza a conclusão de que na Justiça do Trabalho o empregado pre-
ferencialmente sai ganhando.

4. O princípio da primazia da realidade significa que, em caso de discordância entre o que ocorre na prática
e o que emerge de documentos ou acordos, deve prevalecer o que sucede no terreno dos fatos.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.

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357
(B) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
(D) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
(E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

2. CESGRANRIO - 2018 - Transpetro


De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, Súmulas e outros enunciados de jurisprudência edita-
dos pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho NÃO poderão
(A) analisar a essencialidade do negócio jurídico convencional.
(B) aplicar direitos previstos constitucionalmente.
(C) criar obrigações que não estejam previstas em lei.
(D) estabelecer intervenção mínima no acordo coletivo.
(E) interpretar benefícios constantes em Convenções Coletivas.

3. CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEED-PR - Professor - Gestão e Negócios


Para existir uma relação de emprego, a principal obrigação do empregado é a prestação dos serviços con-
tratados. Em contrapartida, seu principal direito é o recebimento da contraprestação pelos serviços prestados.
A descrição anterior refere-se a um dos requisitos caracterizadores da relação de emprego, que consiste na
(A) alteridade.
(B) pessoalidade.
(C) não eventualidade.
(D) onerosidade.
(E) subordinação.

4. IBFC - 2022 - Prefeitura de Dourados - MS - Procurador Municipal


Relativamente às características do contrato de trabalho, assinale a alternativa incorreta.
(A) O contrato de trabalho é consensual, em contraposição ao contrato formal ou solene. Com efeito, o con-
trato de trabalho exige apenas o acordo entre as partes, ou seja, o mero consentimento, independentemen-
te de qualquer solenidade (pode ser até tácito) ou forma especial (pode ser verbal ou escrito, se expresso,
ou, repita-se, apenas tácito)
(B) O contrato de trabalho é dotado de alteridade, porque o empregado trabalha por conta própria, no que
deve afirmar que, ao receber o salário, o empregado faz jus aos resultados do empreendimento, sejam eles
positivos ou negativos
(C) O contrato de trabalho é sinalagmático, no sentido de que é bilateral e cria obrigações para ambas as
partes, e comutativo, no sentido de que há equivalência entre a prestação de serviços e a contraprestação
salarial
(D) O contrato de trabalho é ajuste de direito privado, porque a essência do contrato, a saber, a prestação
de serviço, é de natureza privada, inclusive quando o Estado é o empregador, pois neste caso age como
particular, sem privilégios frente ao Direito do Trabalho. Ademais, os sujeitos do contrato são particulares

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358
5. (FCC - TRT - 5ª REGIÃO (BA) - 2022 - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Considere:
I. Empresa A é controlada administrativamente pela Empresa B.
II. Empresa C e Empresa D, autônomas entre si, possuem os mesmos sócios, não atuando de forma con-
junta.
III. Empresa E e Empresa F possuem sócios em comum, atuam comprovadamente com interesse integrado,
em conjunto, com efetiva comunhão de interesses.
IV. Empresa G e Empresa H são dirigidas pela Empresa J.
Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho, há responsabilidade solidária pelos direitos decorrentes da
relação de emprego dos seus empregados APENAS em
(A) I e II.
(B) I, III e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) I e III.

6. MPT - 2022 - MPT - Procurador do Trabalho


Pedro era empregado da empresa GAMA, que mantém contrato de prestação de serviços com a empresa
de vigilância ALFA. Pedro exercia a função de vigilante em estabelecimento da empresa ALFA quando sofreu
acidente de trabalho em razão de treinamento inadequado e da não adoção de medidas de segurança esta-
belecidas no Programa de Gerenciamento de Riscos da empresa ALFA. Com base no relato acima, analise as
seguintes assertivas:
I - A empresa ALFA tem responsabilidade pelo acidente de trabalho ocorrido com Pedro, considerando
que deveria ter assegurado as condições de segurança, higiene e salubridade aos trabalhadores da empresa
GAMA que estavam prestando serviços em suas dependências.
II - Pedro deveria ter buscado o serviço médico e ambulatorial da empresa GAMA, considerando que não é
assegurado aos empregados desta as mesmas condições de atendimento médico ou ambulatorial existentes
nas dependências da empresa tomadora ALFA.
III - A empresa ALFA tem responsabilidade pelo acidente de trabalho ocorrido com Pedro, considerando que
lhe deveria ter assegurado o treinamento adequado para a atividade exercida.
IV - Pedro tem direito ao mesmo salário pago pela empresa ALFA aos seus empregados que exercem a
função de vigilante, considerando que a prestação de serviços ocorre em atividade finalística da empresa ALFA.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A) Apenas a assertiva I está correta.
(B) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
(C) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
(D) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
(E) Não respondida.

7. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área Judiciária
A Tecelagem Fios Quentinhos Ltda. precisou cortar gastos, preservando os postos de trabalho de seus co-
laboradores. Assim, decidiu suprimir o turno da noite, compreendido entre as 22:00 hs. e às 6:00 hs., bem como
as horas extras habituais. Roberto, que trabalhava nesse turno por 8 anos, foi informado que a partir do mês

Apostila gerada especialmente para: suane maria mafra couto 833.096.242-34


359
seguinte deveria escolher a prestação de seus serviços ou no turno das 6:00 hs. às 14:00 hs. ou no das 14:00
hs. às 22:00 hs. Miriam foi informada que não mais prestaria horas extras, adicional este que fez parte de sua
remuneração durante 5 anos. Diante do caso narrado e de acordo com a legislação vigente e o entendimento
sumulado do TST,
(A) é ilícito ao empregador, unilateralmente, alterar o contrato de trabalho, devendo ter o aval do sindicato
que representa seus empregados para qualquer alteração.
(B) em virtude do jus variandi do empregador podem ser suprimidos adicionais de remuneração, quando
a condição gravosa que acarretava o seu pagamento não mais existe; entretanto, no caso da supressão
de adicional noturno, como também foram suprimidos os pagamentos relativos à hora noturna reduzida, é
devida uma indenização a Roberto.
(C) conforme o jus variandi do empregador podem ser suprimidos adicionais de remuneração, quando a
condição gravosa que acarretava o seu pagamento não mais existe; entretanto, pelos anos de trabalho
prestados, tais alterações somente são válidas aos novos empregados, caracterizando direito adquirido
tanto para Roberto quanto para Miriam, que continuarão a recebê-los.
(D) tanto Miriam quanto Roberto terão direito a uma indenização, calculada sobre os anos de serviços pres-
tados na condição que acarretava o pagamento dos adicionais de remuneração.
(E) por força do jus variandi do empregador podem ser suprimidos adicionais de remuneração, quando a
condição gravosa que acarretava o seu pagamento não mais existe; entretanto, no caso da supressão de
horas extras, é devida uma indenização a Miriam.

8. CESGRANRIO - 2023 - AGERIO


A regulação do trabalho doméstico ganhou amplitude com a edição de vários instrumentos normativos.
De acordo com a Lei Complementar nº 123/2015, o horário normal de trabalho do empregado durante o
aviso prévio, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, sem prejuízo do salário integral, será
reduzido de
(A) duas horas diárias
(B) três horas diárias
(C) quatro horas diárias
(D) cinco horas diárias
(E) seis horas diárias

9. FUNDATEC - 2021 - PGE-RS - Procurador do Estado


Considerando as normas de Direito do Trabalho vigentes, é correto afirmar que:
(A) Ao empregado contratado mediante empresa interposta, em caráter temporário ou indeterminado, é
assegurada a remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa
tomadora ou contratante.
(B) Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extra-
ordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto na CLT,
quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias pú-
blicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para
exercer, entre outras razões, sua higiene pessoal.
(C) Nos regimes de trabalhos remotos ou “teletrabalho”, a responsabilidade pela aquisição, manutenção
ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do
trabalho é do empregador, mediante dispêndio direto ou reembolso ao empregado.

Apostila gerada especialmente para: suane maria mafra couto 833.096.242-34


360
(D) Nos contratos individuais de trabalho poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, por
iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, desde que o empregado seja portador
de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
(E) Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta ou uniforme no ambiente laboral, que deverá ser
observado pelo empregado, sob pena de configurar ato faltoso, sendo lícita a inclusão no uniforme de lo-
gomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à
atividade desempenhada; em havendo a estipulação do padrão de vestimenta, ao empregador caberá o seu
custeio, manutenção e higienização.

10. Quadrix - 2022 - PRODAM-AM - Analista Administrativo - Analista de RH


No que se refere aos direitos constitucionais dos trabalhadores, assinale a alternativa correta.
(A) A garantia da irredutibilidade do salário independe de convenção ou acordo coletivo.
(B) A participação nos lucros ou nos resultados será vinculada à remuneração.
(C) A garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, será assegurada aos trabalhadores que percebem re-
muneração variável.
(D) A igualdade da remuneração entre o trabalho noturno e o diurno constitui uma garantia constitucional.
(E) Segundo a CF, a retenção dolosa do salário constitui mera infração administrativa.

11. FGV - 2022 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário


Ribamar é empregado numa empresa, tendo iniciado seu contrato em 05/08/2020. Em 02/05/2022 o empre-
gador comunicou a Ribamar que ele iria usufruir as férias de 30 dias no período de 08/06/2022 a 07/07/2022. O
valor das férias foi depositado na conta de Ribamar em 05/06/2022.
Sobre a situação retratada, e considerando o que dispõe a CLT, assinale a afirmativa correta.
(A) O período concessivo previsto em Lei não foi observado pelo empregador.
(B) As férias eram indevidas porque somente após 2 anos de trabalho o empregado a elas faz jus.
(C) O pagamento das férias foi intempestivo.
(D) A comunicação foi intempestiva, devendo as férias serem pagas em dobro.
(E) A dinâmica da concessão das férias nos termos indicados está regular.

12. CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Profissional Júnior


O contrato de trabalho individual, ao estabelecer uma remuneração mensal ao empregado, caracteriza o
requisito contratual indicado pela doutrina atinente à:
(A) produtividade
(B) subordinação
(C) estruturação
(D) consensualidade
(E) onerosidade

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361
13. CESPE / CEBRASPE - 2021 - APEX Brasil - Analista
Paulo começou a trabalhar em uma empresa privada no dia 10 de abril de 2019. No dia 5 de abril de 2020,
ele requereu ao seu empregador a conversão de um terço do período de férias a que teria direito em abono
pecuniário. O empregador atendeu ao pedido e pagou a respectiva verba no dia anterior ao início do período
de fruição das férias.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta, com base na Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT)
(A) O empregador não era obrigado a atender o pedido de Paulo, porque a concessão do abono é uma fa-
culdade do próprio empregador e independe de concordância ou pedido do empregado.
(B) Paulo solicitou o referido abono pecuniário fora do prazo estipulado pela CLT.
(C) Paulo fazia jus à conversão de até dois terços do período de férias em abono, conforme previsto pela
CLT.
(D) O empregador agiu corretamente, porque o prazo para pagamento do referido abono, conforme a CLT,
é de até 24 dias antes do início do período de fruição das férias.

14. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR


K promoveu reclamação trabalhista em face de JJ S/A, sendo seu pedido julgado procedente. Iniciada a
execução, constata-se que a ré não possui patrimônio. O processo veio a ser suspenso por um ano. Após o
período de suspensão, manteve-se inalterada a situação patrimonial da executada.
Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, pode ser declarada a prescrição intercorrente, não cum-
prida pelo exequente da ordem judicial, sendo o prazo estabelecido de inércia de, no mínimo,
(A) três meses
(B) seis meses
(C) nove meses
(D) um ano
(E) dois anos

15. VUNESP - 2022 - Docas - PB


De acordo com a CLT, assinale a alternativa que trata corretamente de decadência e prescrição no direito
do trabalho.
(A) Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de cinco anos.
(B) A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que
em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas
em relação aos pedidos idênticos.
(C) A prescrição intercorrente não pode ser declarada de ofício.
(D) Em período de recesso forense, os prazos decadenciais ficam suspensos.
(E) A prescrição intercorrente não é cabível em processos trabalhistas.

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16. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação
Com relação à proteção ao trabalho da mulher, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Uma empregada demitida no mês de março descobriu, em maio, que estava grávida e
que a data da gestação era anterior à de sua demissão. Ciente do fato, a empresa convocou a empregada para
retornar ao emprego, o que foi recusado. Assertiva: Nesse caso, a empregada perde o direito à indenização
compensatória decorrente da estabilidade da gestante.
( ) Certo
( ) Errado

17. CESGRANRIO - 2018 - Petrobras


No exame de acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho balizará sua atuação pelo princípio da inter-
venção na autonomia da vontade coletiva
(A) efetiva
(B) positiva
(C) contributiva
(D) mínima
(E) protetiva

18. MPT - 2022 - MPT


De acordo com os posicionamentos do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal, assi-
nale a alternativa CORRETA:
(A) Assegura-se a liberação de dirigente sindical, com ônus para o empregador, para participação em as-
sembleias e reuniões sindicais.
(B) A administração pública não deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercí-
cio do direito de greve pelos servidores públicos, sendo permitida, entretanto, a compensação em caso de
acordo.
(C) É incompatível com a declaração de abusividade de movimento grevista o estabelecimento de quaisquer
vantagens ou garantias a seus partícipes, que assumiram os riscos inerentes à utilização do instrumento de
pressão máximo.
(D) O membro de conselho fiscal tem direito à estabilidade provisória porque representa e atua na defesa de
direitos da categoria respectiva, incluindo a fiscalização da gestão financeira do sindicato.
(E) Não respondida.

19. VUNESP - 2022 - Docas - PB


A respeito do trabalho portuário, pode-se afirmar que
(A) cabe ao operador portuário efetuar o pagamento da remuneração pelos serviços executados, bem como
das parcelas referentes às férias e 13° , diretamente ao trabalhador portuário avulso.
(B) na hipótese de constituição ou associação à cooperativa para se estabelecer como operador portuário,
o trabalhador portuário avulso terá seu registro junto ao OGMO cancelado.

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(C) cabe ao OGMO a escalação do trabalhador portuário avulso em sistema de rodízio, atentando-se para a
observância do intervalo mínimo de onze horas consecutivas entre duas jornadas, ressalvadas as situações
excepcionais previstas em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
(D) é imperativo o comparecimento pessoal do trabalhador portuário avulso para fins de habilitação em es-
cala, mantendo-se a escalação presencial de trabalhadores portuários como meio preferível.
(E) o trabalhador avulso, maior de 65 anos, que não preencha os requisitos para aposentadoria, não possua
meios para prover sua subsistência e não seja beneficiário de assistência médica ou pensão especial fará
jus a benefício assistencial mensal.

20. FUMARC - 2023 - AL-MG - Analista Legislativo


Considerando o contexto e as prescrições técnicas e legais em relação à inclusão da pessoa com deficiên-
cia no trabalho, é CORRETO afirmar:
(A) A dispensa imotivada de trabalhador integrante da cota, no contrato por prazo indeterminado, somente
poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes, exceto se a empresa mantiver
atendido o cumprimento da reserva de cargos.
(B) O Decreto 3.298/1999 apresenta as normas para concursos públicos, assegurando que o candidato com
deficiência concorrerá a todas as vagas, lhe sendo reservado no máximo o percentual de 10% das vagas
em face da classificação obtida.
(C) Segundo os dados do censo realizado pelo IBGE em 2010, 13% da população residente no Brasil au-
todeclaram ter pelo menos uma das deficiências investigadas: visual, auditiva, motora e mental, intelectual
e estética.
(D) Tecnologias assistivas são produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços fornecidos
pelo estado, sob a forma de isenção fiscal às empresas, visando a promoção da funcionalidade, relacionada
à atividade e à participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida.

21. FGV - 2023 - TST - Juiz do Trabalho Substituto


Com relação à internalização de tratados internacionais de direitos humanos e Convenções da OIT, é cor-
reto afirmar que:
(A) todos os tratados internacionais que abarcam normas materialmente constitucionais são equivalentes
às normas formalmente constitucionais, portanto, o controle concentrado de constitucionalidade é o que
analisa a compatibilidade da lei com a norma contida em qualquer tratado internacional vigente no Brasil;
(B) a produção legislativa nacional deve observar a dupla compatibilidade vertical material, ou seja, deve
respeitar a Constituição da República de 1988, bem como os tratados internacionais de direitos humanos
ratificados e em vigor no Brasil;
(C) a contrariedade de nova lei com qualquer tratado internacional vigente no Brasil é passível de controle
concentrado de convencionalidade;
(D) a compatibilidade entre lei e tratados internacionais de direitos humanos, incluindo Convenções da OIT,
se dá por meio de controle difuso de convencionalidade apenas se forem equivalentes a emenda constitu-
cional;
(E) oo princípio internacional pro homine não se aplica no plano interno, pois não tem relação com o princípio
da dignidade da pessoa humana ou o princípio da prevalência dos direitos humanos.

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22. IADES - 2023 - CRF-TO
Assinale a alternativa que indica direito dos trabalhadores urbanos e rurais, expressamente dispostos na
Constituição Federal.
(A) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos sábados e domingos.
(B) Garantia de salário, nunca inferior a 50% do salário mínimo, para os que percebem remuneração vari-
ável.
(C) Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário ou pedido de demissão.
(D) Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei.
(E) Gozo de férias anuais remuneradas com pelo menos 50% a mais do que o salário normal.

23. CESGRANRIO - 2018 - Petrobras


Nas intervenções de manutenção inspeção, limpeza e ajustes em máquinas, a NR 12 MTE - SEGURANÇA
NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS requer a implementação de certos procedimentos.
NÃO constitui(em) um desses procedimentos o(a)
(A) isolamento e a descarga de todas as fontes de energia das máquinas e equipamentos, de modo visível
ou facilmente identificável por meio dos dispositivos de comando.
(B) bloqueio mecânico e o elétrico na posição “desligado” ou “fechado” de todos os dispositivos de corte
de fontes de energia, a fim de impedir a reenergização, e a sinalização com cartão ou etiqueta de bloqueio
contendo o horário e a data do bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável.
(C) acionamento de sistemas de retenção com trava mecânica, para evitar o movimento de retorno acidental
de partes basculadas ou articuladas abertas das máquinas e equipamentos.
(D) constituição de medidas adicionais de segurança, quando forem realizados manutenção, inspeção e
reparos de equipamentos ou máquinas sustentados somente por sistemas hidráulicos e pneumáticos.
(E) constituição de medidas que garantam que à montante dos pontos de corte de energia não exista pos-
sibilidade de gerar risco de acidentes.

24. FEPESE - 2022 - CASAN - Engenheiro de Segurança do Trabalho


Conforme a NR 24, em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água potável,
sendo que o fornecimento de água pode ser feito por um determinado número de bebedouros em função do
número de trabalhadores.
Avaliando um local de trabalho, com cerca de 200 trabalhadores e acesso a água potável, assinale a alter-
nativa que apresenta corretamente o número de bebedouros necessários no local.
Considere o local com um ambiente climatizado e o trabalho com baixo grau de esforço.
(A) 5
(B) 4
(C) 3
(D) 2
(E) 1

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25. FEPESE - 2021 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Engenheiro de Segurança do Trabalho
Muitos acidentes que ocorrem em um canteiro de obras poderiam ser evitados se as normas de segurança
do trabalho na construção civil fossem seguidas.
Analise as afirmativas abaixo em relação ao assunto.

1. Os pisos dos locais de trabalho podem apresentar pequenas saliências, desde que prejudiquem de ma-
neira acentuada a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.

2. Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho, onde houver perigo de es-
corregamento, serão empregados materiais ou processos antiderrapantes.

3. As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas de modo a evitar insolação
excessiva ou falta de insolação.

4. As escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para suportar apenas as cargas fixas, des-
considerando as cargas móveis e temporárias.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
(A) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
(B) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
(C) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
(D) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
(E) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

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Gabarito

1 A
2 C
3 D
4 B
5 B
6 A
7 E
8 A
9 B
10 C
11 E
12 E
13 B
14 E
15 B
16 ERRADO
17 D
18 C
19 C
20 A
21 B
22 D
23 E
24 B
25 B

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