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— Princípios
A palavra princípio traduz, na linguagem corrente, a ideia de começo, início, e, nesta linha, o primeiro
momento da existência de algo ou de uma ação ou processo. Mas, traz consigo o sentido de causa primeira,
raiz, razão e, nesta medida, a ideia de que serve de base a alguma coisa.
Por extensão, significa, ainda, proposição elementar e fundamental que serve de base a uma ordem de
conhecimentos e, nesta dimensão, proposição lógica fundamental sobre a qual se apoia o raciocínio1.
A palavra, desse modo, carrega consigo a força do significado de proposição fundamental. E é nessa acepção
que ela foi incorporada por distintas formas de produção cultural dos seres humanos, inclusive o Direito.
Assim, princípio traduz, de maneira geral, a noção de proposições fundamentais que se formam na consciência
das pessoas e grupos sociais, a partir de certa realidade, e que, após formadas, direcionam-se à compreensão,
reprodução ou recriação dessa realidade.
Nessa acepção, princípios políticos, morais ou religiosos, por exemplo, importariam em proposições
fundamentais, ideais, resultantes de determinado contexto político, cultural ou religioso, que se reportam à
realidade como diretrizes de correspondentes condutas políticas, morais ou religiosas. Em tal sentido, os
princípios seriam elementos componentes da visão de mundo essencial que caracteriza as pessoas e grupos
sociais, resultando de suas práticas cotidianas e sobre elas influindo.
Na dinâmica das pessoas e sociedades, os princípios atuariam como enunciados que refletem e informam,
em maior ou menor grau, as práticas individuais e sociais correspondentes.
Nas ciências, a palavra princípio é apreendida com sentido similar. Aqui, os princípios correspondem à
noção de proposições ideais, fundamentais, construídas a partir de uma certa realidade e que direcionam a
compreensão da realidade examinada.
Ou proposições que se colocam na base de uma ciência, informando-a. Os princípios atuariam no processo de
exame sistemático acerca de uma certa realidade, processo que é típico às ciências, iluminando e direcionando
tal processo.
Princípios de direito: funções e classificação
No Direito, os princípios cumprem funções diferenciadas. Atuam, na verdade, até mesmo na fase de
construção da regra de Direito, fase pré-jurídica ou política. Mas será na fase jurídica típica, após consumada
a elaboração da regra, que os princípios cumprirão sua atuação mais relevante.
1 – Fase Pré-jurídica ou Política
Na fase pré-jurídica, que é nitidamente política, voltada à construção das regras e institutos do Direito, os
princípios despontam como proposições fundamentais que propiciam uma direção coerente na construção do
Direito. São veios iluminadores à elaboração de regras e institutos jurídicos.
Os princípios gerais do Direito e os específicos a determinado ramo normativo tendem a influir no processo de
construção das regras jurídicas, orientando o legislador no desenvolvimento desse processo. Nesse momento,
os princípios atuam como verdadeiras fontes materiais do Direito, na medida em que se postam como fatores
que influenciam na produção da ordem jurídica.
Essa influência política dos princípios é, contudo, obviamente limitada. É que as principais fontes materiais
do Direito situam-se fora do sistema jurídico, consubstanciando-se fundamentalmente nos movimentos
sociopolíticos e correntes político-filosóficas e econômicas que provocam e condicionam a elaboração normativa.
1 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
(...)
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica fami-
liar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisi-
tos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 114, de 2021)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua con-
dição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple-
mentar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula-
ção para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
2 DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro:
Elsevier.
É importante fazer uma diferenciação das expressões relação de trabalho e relação de emprego. A expressão
relação de trabalho representa o gênero, do qual a relação de emprego é uma espécie3.
Podemos dizer que o gênero “relação de trabalho” engloba, além da relação de emprego, outras formas de
prestação/realização de trabalho como, por exemplo, o trabalho voluntário, o trabalho autônomo, o trabalho
portuário avulso, o trabalho eventual, o trabalho institucional e o trabalho realizado pelo estagiário.
Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda a relação de trabalho
é uma relação de emprego.
Para compreendermos o alcance das expressões “relação de trabalho” e “relação de emprego”, é importante
termos claro o alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano.
Por exemplo, a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) está ligada à relação de trabalho subordinado
que corresponde ao vínculo de emprego, querendo, por assim dizer, que se trata somente de uma relação de
emprego e não de uma relação de trabalho.
Nem todos os tipos de relações de trabalho são registrados na CTPS, mas todos os tipos de relação de
emprego são registrados no referido documento.
O que identifica a relação de emprego é o vínculo jurídico estabelecido entre as partes, de um lado empregado,
pessoa física, e de outro o empregador, que pode ser pessoa física ou jurídica.
Para a existência desse vínculo, que une o empregado ao empregador na execução de uma obra ou prestação
de serviços, deve haver a presença de alguns requisitos ou elementos, sem os quais não se configura o vínculo
de emprego.
A norma legal (Consolidação das Leis do Trabalho- CLT) aponta esses elementos fáticos e jurídicos em dois
dispositivos. O caput do artigo 3.º dispõe: Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Já o caput do artigo 2.º dispõe: Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Da análise de tais artigos, conclui-se que são requisitos necessários à caracterização da condição de
empregado e existência de vínculo de emprego:
– a pessoalidade;
– a não eventualidade;
– a dependência;
– a onerosidade ou contraprestação pelos serviços.
Observe-se que, em algumas relações de trabalho (gênero), não temos a presença de todos os elementos/
requisitos caracterizadores da relação de emprego.
No trabalho voluntário não temos o requisito da onerosidade ou contraprestação; no trabalho autônomo não
temos a presença do requisito da subordinação; no trabalho eventual não temos a presença do requisito não
eventualidade; etc.
3 http://www.trt4.jus.br/ItemPortlet/download/9673/Texto_01_DiferenciaAcAao_entre__RelaAcAao_de_Tra-
balho_e_RelaAcAao_de_Emprego_ricardo_jahn.pdf.
5 [ Vólia Bomfim Cassar (Resumo de Direito do Trabalho, 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Ed.
Método, 2018.)]
6 [ (Curso de direito do trabalho. 15ª ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 487)]
7 [ https://www.jusbrasil.com.br/artigos/terceirizacao-ilicita-na-reforma-trabalhista/598882506]
— Empregado
Empregado é a pessoa física que presta pessoalmente a outrem serviços não eventuais, subordinados e
assalariados8.
“Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob dependência deste e mediante salário” (CLT, art. 3º).
8 https://www.jurisite.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2017/03/direito_-trabalho.pdf
9 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
10 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
Considerando que a denominação ideal de uma figura jurídica deve ser aquela que melhor representa o seu
conteúdo, parte da doutrina critica a denominação contrato de trabalho, afirmando que não corresponde ao
pacto laborativo a que se reporta, que é a relação de emprego11.
Afirmam ainda alguns autores que a expressão trabalho é ampla demais, abarcando todo e qualquer tipo de
prestação de serviço de uma pessoa física a outrem, e não só o trabalho subordinado.
11 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
12 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
13 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
14 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
Jornada de trabalho é o lapso temporal diário em que o empregado se coloca à disposição do empregador
em virtude do respectivo contrato. É, desse modo, a medida principal do tempo diário de disponibilidade do
obreiro em face de seu empregador como resultado do cumprimento do contrato de trabalho que os vincula15.
A jornada mede a principal obrigação do empregado no contrato, o tempo de prestação de trabalho ou, pelo
menos, de disponibilidade perante o empregador. Por ela mensura-se, também, em princípio, objetivamente, a
extensão de transferência de força de trabalho em favor do empregador no contexto de uma relação empregatícia.
É a jornada, portanto, ao mesmo tempo, a medida da principal obrigação obreira (prestação de serviços
ou disponibilidade do trabalhador perante o seu empregador) e a medida da principal vantagem empresarial
(apropriação dos serviços pactuados). Daí sua grande relevância no cotidiano trabalhista e no conjunto das
regras inerentes ao Direito do Trabalho.
Três expressões apresentam-se, correspondendo a conceitos correlatos de importância na análise do
fenômeno do tempo de trabalho, ou melhor, tempo de disponibilidade contratual. Trata-se, respectivamente, de
duração do trabalho, jornada de trabalho e, por fim, horário de trabalho. Vejamos:
— Duração do Trabalho
Duração do trabalho abrange o lapso temporal de labor ou disponibilidade do empregado perante seu
empregador em virtude do contrato, considerados distintos parâmetros de mensuração: dia (duração diária,
ou jornada), semana (duração semanal), mês (duração mensal), e até mesmo o ano (duração anual). Embora
15 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
16 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
17 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
18 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
19 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
20 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
22 [ Calvo, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. (7th edição). Editora Saraiva, 2023.]
23 [ Resende, Ricardo. Direito do Trabalho. (9th edição). Grupo GEN, 2023.]
Prescrição e decadência
Uma das consequências da Revolução Industrial foi o ingresso da mulher no mercado de trabalho. No en-
tanto, a exploração daí decorrente, caracterizada desde o pagamento de menores salários do que aos homens,
até a ausência de qualquer preocupação em relação à gestação e à maternidade, foi tão grande que levou à
formação de um sistema de proteção à mulher, desenvolvido a partir do século XIX.25
A Organização Internacional do Trabalho, desde sua criação em 1919, institui normas de proteção especial
ao trabalho da mulher, visando dar efetividade às trabalhadoras nos ordenamentos jurídicos internos de seus
Estados-membros.
Assim, várias Convenções e Recomendações da OIT adotaram regras abarcando diversos aspectos de
proteção à mulher em relação, entre outros, à inserção no mercado de trabalho, à não discriminação no trabalho,
à proteção à gestação e à maternidade e ao respeito às suas características físicas.
25 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-Mar-
tins-Romar-2018.pdf
SEÇÃO V
DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE
Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver con-
traído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
Parágrafo único - Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos ou indi-
viduais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo de casamento ou de gravidez.
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que duran-
te o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória
prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela
Lei nº 12.812, de 2013)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido con-
cedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo
do emprego e do salário. (Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002) (Vide Lei nº 13.985, de 2020)
§1º A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data do início do afas-
tamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002) (Vide ADI 6327)
§2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada
um, mediante atestado médico. (Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002) (Vide ADI 6327)
§3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, de 2002)
§4º É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: (Redação dada
pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999)
I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função
anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999)
II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas
médicas e demais exames complementares. (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999)
§5º (VETADO) (incluído pela Lei nº 10.421, de 2002)
CAPÍTULO I
DO PROGRAMA EMPREGA + MULHERES
Art. 1º Fica instituído o Programa Emprega + Mulheres, destinado à inserção e à manutenção de mulheres
no mercado de trabalho por meio da implementação das seguintes medidas:
I - para apoio à parentalidade na primeira infância:
a) pagamento de reembolso-creche; e
b) manutenção ou subvenção de instituições de educação infantil pelos serviços sociais autônomos;
CAPÍTULO II
DO APOIO À PARENTALIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA
SEÇÃO I
DO REEMBOLSO-CRECHE
Art. 2º Ficam os empregadores autorizados a adotar o benefício de reembolso-creche, de que trata a alínea
“s” do §9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que cumpridos os seguintes requisitos:
I - ser o benefício destinado ao pagamento de creche ou de pré-escola de livre escolha da empregada ou do
empregado, bem como ao ressarcimento de gastos com outra modalidade de prestação de serviços de mesma
natureza, comprovadas as despesas realizadas;
II - ser o benefício concedido à empregada ou ao empregado que possua filhos com até 5 (cinco) anos e 11
(onze) meses de idade, sem prejuízo dos demais preceitos de proteção à maternidade;
III - ser dada ciência pelos empregadores às empregadas e aos empregados da existência do benefício e
dos procedimentos necessários à sua utilização; e
IV - ser o benefício oferecido de forma não discriminatória e sem a sua concessão configurar premiação.
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal disporá sobre os limites de valores para a concessão do
reembolso-creche e as modalidades de prestação de serviços aceitas, incluído o pagamento de pessoa física.
SEÇÃO II
DA MANUTENÇÃO OU SUBVENÇÃO DE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL PELOS SER-
VIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
Art. 6º Os seguintes serviços sociais autônomos poderão, observado o disposto em suas leis de regência
e regulamentos, manter instituições de educação infantil destinadas aos dependentes dos empregados e das
empregadas vinculados à atividade econômica a eles correspondente:
I - Serviço Social da Indústria (Sesi), de que trata o Decreto-Lei nº 9.403, de 25 de junho de 1946;
II - Serviço Social do Comércio (Sesc), de que trata o Decreto-Lei nº 9.853, de 13 de setembro de 1946; e
III - Serviço Social do Transporte (Sest), de que trata a Lei nº 8.706, de 14 de setembro de 1993.
CAPÍTULO III
DO APOIO À PARENTALIDADE POR MEIO DA FLEXIBILIZAÇÃO DO REGIME DE TRABALHO
SEÇÃO I
DO TELETRABALHO
Art. 7º Na alocação de vagas para as atividades que possam ser efetuadas por meio de teletrabalho, traba-
lho remoto ou trabalho a distância, nos termos do Capítulo II-A do Título II da Consolidação das Leis do Traba-
lho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, os empregadores deverão conferir prioridade:
I - às empregadas e aos empregados com filho, enteado ou criança sob guarda judicial com até 6 (seis)
anos de idade; e
II - às empregadas e aos empregados com filho, enteado ou pessoa sob guarda judicial com deficiência,
sem limite de idade.
SEÇÃO III
DO REGIME ESPECIAL DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO POR MEIO DE BAN-
CO DE HORAS
Art. 9º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho de empregado ou empregada em regime de compen-
sação de jornada por meio de banco de horas, as horas acumuladas ainda não compensadas serão:
I - descontadas das verbas rescisórias devidas ao empregado ou à empregada, na hipótese de banco de
horas em favor do empregador, quando a demissão for a pedido e o empregado ou empregada não tiver inte-
resse ou não puder compensar a jornada devida durante o prazo do aviso prévio; ou
II - pagas juntamente com as verbas rescisórias, na hipótese de banco de horas em favor do empregado ou
da empregada.
SEÇÃO IV
DA ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS INDIVIDUAIS
Art. 10. A antecipação de férias individuais poderá ser concedida ao empregado ou à empregada que se
enquadre nos critérios estabelecidos no §1º do art. 8º desta Lei, ainda que não tenha transcorrido o seu período
aquisitivo.
Parágrafo único. As férias antecipadas não poderão ser usufruídas em período inferior a 5 (cinco) dias cor-
ridos.
SEÇÃO V
DOS HORÁRIOS DE ENTRADA E SAÍDA FLEXÍVEIS
Art. 14. Quando a atividade permitir, os horários fixos da jornada de trabalho poderão ser flexibilizados ao
empregado ou à empregada que se enquadre nos critérios estabelecidos no caput do art. 8º desta Lei.
Parágrafo único. A flexibilização de que trata o caput deste artigo ocorrerá em intervalo de horário previa-
mente estabelecido, considerados os limites inicial e final de horário de trabalho diário.
CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS PARA QUALIFICAÇÃO DE MULHERES
SEÇÃO I
DA SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO PARA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Art. 15. Mediante requisição formal da empregada interessada, para estimular a qualificação de mulheres e
o desenvolvimento de habilidades e de competências em áreas estratégicas ou com menor participação femi-
nina, o empregador poderá suspender o contrato de trabalho para participação em curso ou em programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador.
§1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a suspensão do contrato de trabalho será formalizada por
meio de acordo individual, de acordo coletivo ou de convenção coletiva de trabalho, nos termos do art. 476-A
da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
§2º O curso ou o programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador priorizará áreas que
promovam a ascensão profissional da empregada ou áreas com baixa participação feminina, tais como ciência,
tecnologia, desenvolvimento e inovação.
§3º Durante o período de suspensão do contrato de trabalho, a empregada fará jus à bolsa de qualificação
profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990.
§4º Além da bolsa de qualificação profissional, durante o período de suspensão do contrato de trabalho, o
empregador poderá conceder à empregada ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial.
§5º Para fins de pagamento da bolsa de qualificação profissional, o empregador encaminhará ao Ministério
do Trabalho e Previdência os dados referentes às empregadas que terão o contrato de trabalho suspenso.
§6º Se ocorrer a dispensa da empregada no transcurso do período de suspensão ou nos 6 (seis) meses
subsequentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará à empregada, além das parcelas indenizató-
rias previstas na legislação, multa a ser estabelecida em convenção ou em acordo coletivo, que será de, no
mínimo, 100% (cem por cento) sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato
de trabalho.
CAPÍTULO V
DO APOIO AO RETORNO AO TRABALHO APÓS O TÉRMINO DA LICENÇA-MATERNIDADE
SEÇÃO I
DA SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DE PAIS EMPREGADOS
Art. 17. Mediante requisição formal do empregado interessado, o empregador poderá suspender o contrato
de trabalho do empregado com filho cuja mãe tenha encerrado o período da licença-maternidade para:
I - prestar cuidados e estabelecer vínculos com os filhos;
II - acompanhar o desenvolvimento dos filhos; e
III - apoiar o retorno ao trabalho de sua esposa ou companheira.
§1º A suspensão do contrato de trabalho ocorrerá nos termos do art. 476-A da Consolidação das Leis do Tra-
balho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para participação em curso ou em programa
de qualificação profissional oferecido pelo empregador, formalizada por meio de acordo individual, de acordo
coletivo ou de convenção coletiva de trabalho.
§2º A suspensão do contrato de trabalho será efetuada após o término da licença-maternidade da esposa
ou companheira do empregado.
§3º O curso ou o programa de qualificação profissional deverá ser oferecido pelo empregador, terá carga
horária máxima de 20 (vinte) horas semanais e será realizado exclusivamente na modalidade não presencial,
preferencialmente, de forma assíncrona.
§4º A limitação prevista no §2º do art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, não se aplica à suspensão do contrato de trabalho de que trata este artigo.
§5º O empregado fará jus à bolsa de qualificação profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998, de 11
de janeiro de 1990.
§6º Além da bolsa de qualificação profissional, durante o período de suspensão do contrato de trabalho, o
empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial.
§7º Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão ou nos 6 (seis) meses
subsequentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizató-
rias previstas na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou em acordo coletivo, que será
de, no mínimo, 100% (cem por cento) sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do
contrato.
Art. 18. São deveres do empregador:
I - dar ampla divulgação aos seus empregados sobre a possibilidade de apoiar o retorno ao trabalho de suas
esposas ou companheiras após o término do período da licença-maternidade;
SEÇÃO II
DAS ALTERAÇÕES NO PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ
Art. 20. A Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 1º .......................................................................................................
....................................................................................................................
§3º A prorrogação de que trata o inciso I do caput deste artigo poderá ser compartilhada entre a empregada
e o empregado requerente, desde que ambos sejam empregados de pessoa jurídica aderente ao Programa e
que a decisão seja adotada conjuntamente, na forma estabelecida em regulamento.
§4º Na hipótese prevista no §3º deste artigo, a prorrogação poderá ser usufruída pelo empregado da pessoa
jurídica que aderir ao Programa somente após o término da licença-maternidade, desde que seja requerida com
30 (trinta) dias de antecedência.” (NR)
“Art. 1º-A. Fica a empresa participante do Programa Empresa Cidadã autorizada a substituir o período de
prorrogação da licença-maternidade de que trata o inciso I do caput do art. 1º desta Lei pela redução de jornada
de trabalho em 50% (cinquenta por cento) pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
§1º São requisitos para efetuar a substituição de que trata o caput deste artigo:
I - pagamento integral do salário à empregada ou ao empregado pelo período de 120 (cento e vinte) dias; e
II - acordo individual firmado entre o empregador e a empregada ou o empregado interessados em adotar
a medida.
§2º A substituição de que trata o caput deste artigo poderá ser concedida na forma prevista no §3º do art.
1º desta Lei.”
CAPÍTULO VI
DAS REGRAS PARA FORMALIZAÇÃO DE ACORDOS INDIVIDUAIS
Art. 21. A opção por acordo individual para formalizar as medidas previstas no art. 3º, no §2º do art. 8º, no
§1º do art. 15 e no §1º do art. 17 desta Lei somente poderá ser realizada: (Promulgação partes vetadas)
I - nos casos de empresas ou de categorias de trabalhadores para as quais não haja acordo coletivo ou
convenção coletiva de trabalho celebrados; ou
II - se houver acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho celebrados, se o acordo individual a ser ce-
lebrado contiver medidas mais vantajosas à empregada ou ao empregado que o instrumento coletivo vigente.”
Art. 22. Tanto na priorização para vagas em regime de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância
quanto na adoção das medidas de flexibilização e de suspensão do contrato de trabalho previstas nos Capítu-
los III, IV e V desta Lei, deverá sempre ser levada em conta a vontade expressa da empregada ou do empre-
gado beneficiado pelas medidas de apoio ao exercício da parentalidade.
CAPÍTULO VIII
DO SELO EMPREGA + MULHER
Art. 24. Fica instituído o Selo Emprega + Mulher.
§1º São objetivos do Selo Emprega + Mulher:
I - reconhecer as empresas que se destaquem pela organização, pela manutenção e pelo provimento de
creches e pré-escolas para atender às necessidades de suas empregadas e de seus empregados; e
II - reconhecer as boas práticas de empregadores que visem, entre outros objetivos:
a) ao estímulo à contratação, à ocupação de postos de liderança e à ascensão profissional de mulheres,
especialmente em áreas com baixa participação feminina, tais como ciência, tecnologia, desenvolvimento e
inovação;
b) à divisão igualitária das responsabilidades parentais;
c) à promoção da cultura de igualdade entre mulheres e homens;
d) à oferta de acordos flexíveis de trabalho;
e) à concessão de licenças para mulheres e homens que permitam o cuidado e a criação de vínculos com
seus filhos;
f) ao efetivo apoio às empregadas de seu quadro de pessoal e das que prestem serviços no seu estabele-
cimento em caso de assédio, violência física ou psicológica ou qualquer violação de seus direitos no local de
trabalho; e
CAPÍTULO IX
DO ESTÍMULO AO MICROCRÉDITO PARA MULHERES
Art. 29. Nas operações de crédito do Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedo-
res (SIM Digital), de que trata a Lei nº 14.438, de 24 de agosto de 2022, serão aplicadas condições diferencia-
das, exclusivamente quando os beneficiários forem:
I - mulheres que exerçam alguma atividade produtiva ou de prestação de serviços, urbana ou rural, de forma
individual ou coletiva, na condição de pessoas naturais;
II - mulheres, na condição de pessoas naturais e de microempreendedoras individuais no âmbito do Progra-
ma Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO).
§1º A primeira linha de crédito a ser concedida à beneficiária pessoa natural corresponderá ao valor máxi-
mo de R$ 2.000,00 (dois mil reais) e, às microempreendedoras individuais, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
considerada a soma de todos os contratos de operação, ativos e inativos, efetuados no âmbito do SIM Digital.
§2º A taxa de juros máxima será correspondente a 85% (oitenta e cinco por cento) da taxa máxima permitida
pelo Conselho Monetário Nacional para operações de microcrédito, e o prazo será de até 30 (trinta) meses para
o pagamento.
§3º A cobertura da garantia a ser prestada pelos fundos garantidores, observado o disposto na Lei nº
14.438, de 24 de agosto de 2022, será de até 85% (oitenta e cinco por cento) do valor desembolsado em cada
operação incluída nas carteiras garantidas, e o limite de cobertura será de 80% (oitenta por cento) do total de
desembolsos efetuados nas operações das carteiras, sempre que forem formadas exclusivamente por mulhe-
res, nas condições dos incisos I e II do caput deste artigo, observados as atenuantes de risco aplicáveis e o
disposto nos regulamentos dos fundos.
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 30. Às mulheres empregadas é garantido igual salário em relação aos empregados que exerçam idên-
tica função prestada ao mesmo empregador, nos termos dos arts. 373-A e 461 da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
Art. 31. O Sistema Nacional de Emprego (Sine) implementará iniciativas com vistas à melhoria da emprega-
bilidade de mulheres, especialmente daquelas:
I - que tenham filho, enteado ou guarda judicial de crianças de até 5 (cinco) anos de idade;
No âmbito do Direito do Trabalho distinguem-se as normas que compõem o chamado Direito Individual do
Trabalho e outras que integram o denominado Direito Coletivo do Trabalho26. Assim sendo, é um conjunto de
normas que rege as relações coletivas, especialmente aquelas estabelecidas por meio das entidades sindicais
e defesa dos trabalhadores. Regula a relação entre seres coletivos na seara trabalhista, ao passo que o Direito
Individual do Trabalho cuida da relação individual estabelecida entre empregado e empregador.
O Direito Individual é composto pelas normas que regem a relação que se estabelece entre um trabalhador
e um empregador individualmente considerados, fundada no contrato de trabalho (relações individuais).
O Direito Coletivo, ao contrário, agrega as normas que se referem às relações que envolvem um empregador
ou um grupo de empregadores com os grupos de trabalhadores ou com as organizações que os representam
(relações coletivas).
Para que uma relação configure matéria regulada pelo Direito Coletivo do Trabalho, é condição necessária
que ela vincule uma pluralidade de trabalhadores. No entanto, à existência desse elemento quantitativo deve-
se agregar um elemento qualitativo, qual seja, a existência de um interesse coletivo, que não é resultado da
soma dos interesses individuais de vários trabalhadores, mas expressa um interesse qualitativamente distinto
referente aos trabalhadores como grupo: grupo definido, mas interesse indivisível.
O estudo das relações coletivas compreende dois tipos de questões: de um lado, as que envolvem as
organizações de trabalhadores e patronais; de outro, as que se referem à ação coletiva dos trabalhadores e
dos empregadores.
No primeiro caso, abrangem-se a liberdade sindical e suas manifestações, a representação dos trabalhadores
na empresa, o direito de reunião e a associação patronal. Em relação às segundas questões, estão abrangidas
a negociação coletiva, a greve, os procedimentos judiciais e extrajudiciais de solução dos conflitos coletivos de
trabalho, tais como a conciliação, a mediação e a arbitragem.
A denominação “Direito Coletivo do Trabalho” não é aceita pacificamente, sendo que parte da doutrina
adota a nomenclatura “Direito Sindical”, considerando o fenômeno sindical como originador das relações e dos
interesses coletivos.
As normas que compõem o conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho ordenam-se da seguinte forma:
a) organização sindical – referem-se aos tipos de entes sindicais existentes previstos pelo ordenamento
jurídico, ao critério de agrupamento dos representados, às formas e à base geográfica de representação, à
estrutura interna e ao funcionamento dos entes sindicais;
b) ação e funções dos entes sindicais, em especial a negociação coletiva – referem-se à atuação
concreta dos entes sindicais, em especial à sua função principal e essencial, que é a negociação coletiva;
c) conflitos coletivos de trabalho e suas formas de solução – referem-se ao estudo das disputas
decorrentes das relações coletivas de trabalho, entre as quais a greve é a principal, e das formas de solução
estabelecidas pelo ordenamento jurídico;
d) representação não sindical dos trabalhadores na empresa – referem-se aos canais de comunicação
previstos pelo ordenamento, visando melhorar o diálogo e o relacionamento entre trabalhadores e empregadores
no que tange a questões de rotina.
O Direito Coletivo do Trabalho, além das funções gerais do Direito do Trabalho como um todo, tem funções
específicas, como a geração de normas coletivas de trabalho, mediante o exercício da negociação coletiva e da
afirmação da autonomia privada dos grupos (autonomia coletiva) e a solução dos conflitos coletivos de trabalho,
26 https://georgenunes.files.wordpress.com/2018/11/Direito-do-Trabalho-Esquematizado-Carla-Tereza-
-Martins-Romar-2018.pdf
27 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores — 18. ed.— São Paulo: LTr, 2019.
— Organização Sindical
O sistema sindical brasileiro está organizado em sindicatos, como entidades de primeiro grau, e federações
e confederações, como entidades de grau superior.
Sindicato representa uma associação de pessoas físicas ou jurídicas pertencentes a uma mesma ativida-
de econômica ou profissional, possuindo como principal atribuição a defesa dos direitos e interesses coletivos
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (CF, art. 8o, III). Os sindicatos
podem ser constituídos no âmbito municipal, intermunicipal, estadual, interestadual ou nacional, possuindo
sempre os seguintes órgãos: assembleia geral, diretoria e conselho fiscal.
Sindicato é, assim, a associação de pessoas físicas ou jurídicas que têm atividades econômicas ou profis-
sionais, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria. Não se trata
de agrupamento, mas de associação, pois o primeiro está inserido no âmbito de categoria sociológica e não
jurídica.
O sindicato pode reunir pessoas físicas ou jurídicas, como ocorre no último caso em relação aos emprega-
dores. Essas pessoas deverão exercer atividade econômica (empregadores) ou profissional (empregados ou
profissionais liberais), mostrando que a reunião de estudantes num diretório não pode ser considerada sindi-
cato.
Os interesses a serem defendidos pelos sindicatos não são só os individuais, mas principalmente os coleti-
vos, de seus membros ou da categoria.
Neste sentido, o art. 8º, V, da CRFB:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
DIREITO DE GREVE30
O trabalhador brasileiro é assegurado pela Lei 7.783/89 ao direito à greve. Segundo a constituição considera-
se legítimo o exercício de direito a greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de
prestação pessoal de serviços ao empregador.
A greve é direito fundamental, conforme prevê a Constituição Federal de 1.988, nos seguintes termos:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exer-
cê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadi-
áveis da comunidade.
§2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
O conceito legal de greve é dado pelo art. 2º da Lei nº 7.783/1989 (Lei de Greve), in verbis:
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, tem-
porária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Em primeiro lugar, somente se pode falar em greve se o movimento for coletivo. Não é greve a paralisação de
um único empregado, indignado com as condições de trabalho a que é submetido. Trata-se de um movimento
coletivo por natureza.
Observa-se uma frequente confusão acerca da natureza da greve, tendo em vista que, por um lado, trata-
se de direito individual do trabalhador, e, por outro, não pode ser exercido individualmente. De fato, o direito
pertence ao trabalhador, que individualmente escolhe participar da greve ou não. Porém, a greve só pode ser
exercida coletivamente.
Exatamente em virtude de tal hibridismo, o professor Homero Batista Mateus da Silva sugere que “a melhor
forma de se enxergar a greve é defini-la como um direito individual, mas que apenas se exerce coletivamente”.
Não é por ser um movimento coletivo que a greve deve atingir todos os trabalhadores de uma categoria,
de uma empresa, ou ainda do mesmo estabelecimento de uma empresa. Até mesmo a greve de um ou mais
setores de um estabelecimento é lícita, desde que a atitude seja coletiva. Por isso a lei menciona suspensão
total ou parcial.
Importante:
Cuidado: Não confundir o atendimento das necessidades mí-
nimas do empregador (lembre-se do exemplo do alto-forno) com
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. No
primeiro caso, o empregador pode se valer de substitutos, tam-
bém conhecidos como fura-greves, caso não sejam prestados os
serviços mínimos. No segundo caso, as necessidades não são
do empregador, mas da coletividade, e por isso o Estado deve
suprir a prestação de tais serviços.
— Trabalho Portuário32
Segundo a Lei n. 12.815/2013, os portuários são considerados trabalhadores avulsos, contudo, a interme-
diação de seus serviços é efetuada pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).
O OGMO não responde por prejuízos causados pelos trabalhadores portuários avulsos aos tomadores dos
seus serviços ou a terceiros, contudo, responde, solidariamente com os operadores portuários, pela remunera-
ção devida ao trabalhador portuário avulso e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho (art. 33,
§§1º e 2º).
A Lei n. 12.815/2013 trouxe uma novidade legislativa: caso seja celebrado contrato, acordo ou convenção
coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão
gestor e dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto (art. 31, parágrafo único).
A categoria portuária avulsa abrange os trabalhadores da orla marítima e portuária, tais como: operadores de
carga e descarga, conferentes, conservadores de carga e descarga, arrumadores, ensacadores de mercado-
rias, amarradores, dentre outros.
O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de em-
barcações, nos portos organizados são considerados como categorias profissionais diferenciais e este tipo de
trabalho poderá ser realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado
e por trabalhadores portuários avulsos (art. 40).
A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva, conferência de carga, conserto de
carga e vigilância de embarcações com vínculo empregatício por prazo indeterminado será feita exclusivamen-
te dentre trabalhadores portuários avulsos registrados (art. 40, §2º).
Já os titulares de instalações portuárias sujeitas a regime de autorização terão a opção de contratar direta-
mente trabalhadores a prazo indeterminado, observado o disposto no contrato, convenção ou acordo coletivo
de trabalho.
32 [ Calvo, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. (7th edição). Editora Saraiva, 2023]
29.1.1Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo estabelecer as medidas de prevenção em Segu-
rança e Saúde no trabalho portuário e as diretrizes para a implementação do gerenciamento dos riscos ocupa-
cionais nos ambientes de trabalho alcançados por esta NR.
29.2 Campo de aplicação
29.2.1As disposições contidas nesta NR aplicam-se ao trabalho portuário, tanto a bordo como em terra, as-
sim como às demais atividades nos portos e nas instalações portuárias, públicas ou privadas, situadas dentro
ou fora da área do porto organizado, e nos terminais retroportuários.
29.2.1.1Aplicam-se aos terminais retroportuários, além do disposto nas demais normas regulamentadoras,
os seguintes itens desta NR:
a)29.15 Lingamento e deslingamento de cargas;
b)29.16 Operações com contêineres;
c)29.17 Operações com granéis secos;
d)29.18 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio;
e)29.19 Segurança em armazéns e silos;
f)29.22 Iluminação dos locais de trabalho;
g)29.24 Locais frigorificados;
h)29.25 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho;
i)29.26 Primeiros socorros e outras providências; e
j)29.27 Operações com cargas perigosas, excetuando-se o item 29.27.36 e seu subitem.
29.3 Competências e responsabilidades
29.3.2Compete aos operadores portuários e aos tomadores de serviço, em relação aos trabalhadores avul-
sos:
29.3.4É responsabilidade do trabalhador avulso habilitar-se por meio de capacitação específica, oferecida
pelo OGMO ou pelo tomador de serviço, quanto às normas de segurança e saúde no trabalho portuário.
29.3.4.1O OGMO deve oferecer as capacitações quanto às normas de segurança e saúde no trabalho para
fins de engajamento do trabalhador no serviço.
29.3.4.2O OGMO somente pode escalar trabalhadores nas atividades que estes estejam capacitados.
29.3.6Compete às administrações portuárias, dentro dos limites da área do porto organizado, zelar para que
os seus serviços estejam em conformidade com os preceitos desta NR e das demais normas especiais e gerais.
29.3.6.1Compete também à administração do porto garantir infraestrutura adequada para a realização se-
gura da atividade portuária em suas instalações, inclusive aquelas dedicadas às situações de emergência pre-
vistas nos planos de controle de emergência.
29.3.7.1A operação portuária somente poderá ser iniciada após o comandante da embarcação ou seus
prepostos garantirem condições seguras de funcionamento dos equipamentos da embarcação e das áreas da
embarcação onde houver sido autorizada a circulação ou permanência dos trabalhadores portuários.
29.3.8No caso de solicitação de serviços para sindicato dos trabalhadores, mediante contrato, acordo ou
convenção coletiva de trabalho, as responsabilidades previstas nesta NR serão do respectivo tomador de ser-
viços.
29.4 Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR
29.4.1.1O operador portuário e o tomador de serviço devem incluir as atividades do trabalho avulso em seu
PGR.
29.4.2.1O PGR da administração portuária poderá incluir medidas de prevenção para os operadores portu-
ários, tomadores de serviço, empregadores e OGMO que atuem em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato ou referenciar os programas dos mesmos.
29.4.3Os operadores portuários, tomadores de serviço, empregadores e o OGMO podem referenciar o PGR
da administração portuária em seus programas.
29.4.6O operador portuário, o tomador de serviço e o empregador devem elaborar e manter de forma aces-
sível aos trabalhadores os seguintes procedimentos:
a)acesso seguro a embarcações;
b)transporte, movimentação, armazenamento e manuseio seguro de cargas;
c)segurança do trabalho portuário executado nos porões das embarcações;
d)segurança do trabalho portuário executado em espaço confinado, nos termos da NR-33 -Segurança e
Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados;
e)segurança para a execução do trabalho portuário em condições climáticas e ambientais adversas e inter-
rupção das atividades nessas situações, quando comprometerem a segurança dos trabalhadores; e
f)segurança para as operações com cargas perigosas.
29.4.6.1Os procedimentos previstos no subitem 29.4.6 devem estar em conformidade com o inventário de
riscos e o plano de ação do PGR.
29.5.1O OGMO deve constituir SESSTP, de acordo com o dimensionamento mínimo constante do Quadro
I do Anexo I, atendendo aos trabalhadores avulsos.
29.5.2O custeio do SESSTP será dividido proporcionalmente de acordo com o número de trabalhadores
utilizados pelos OGMO, os operadores portuários e os tomadores de serviço, por ocasião da arrecadação dos
valores relativos à remuneração dos trabalhadores.
29.5.3Os operadores portuários, as administrações portuárias e os terminais de uso privado podem firmar
convênios para compor o SESSTP local com seus profissionais.
29.5.3.1O SESSTP local, formado de acordo com o item anterior, deve ser coordenado pelo OGMO.
29.5.4O SESSTP deve ser dimensionado de acordo com a média aritmética obtida pela divisão do número
de trabalhadores avulsos tomados no ano civil anterior e pelo número de dias efetivamente trabalhados.
29.5.5Nas instalações portuárias em início de operação, o dimensionamento terá por base o número esti-
mado de trabalhadores avulsos a serem tomados no ano.
29.5.6Acima de três mil e quinhentos trabalhadores para cada grupo de dois mil trabalhadores, ou fração
acima de quinhentos, haverá um acréscimo de um profissional especializado por função, exceto no caso do
Técnico de Segurança do Trabalho, no qual haverá um acréscimo de três profissionais.
29.5.7.1A inspeção das condições de segurança deve ser previamente realizada na atracação e a bordo das
embarcações e quando houver alterações nas operações portuárias, devendo atender aos seguintes requisitos:
a)verificação das condições para realização das atividades, adotando as medidas necessárias, de acordo
com os procedimentos estabelecidos no subitem 29.4.6 desta NR;
b)identificação de condições impeditivas, devendo a permissão para a execução ou retomada dos trabalhos
ocorrer após a adoção de medidas de prevenção; e
c)verificação da necessidade de sinalização de segurança em razão de olhais, escadas, tubulações, aber-
turas e cantos vivos e execução das medidas, quando for o caso.
29.5.7.2A inspeção das condições de segurança deve observar o Código Marítimo Internacional para Car-
gas Sólidas à Granel - MSBC, o Código Marítimo Internacional para Cargas Perigosas - IMDG e as informações
de segurança disponibilizadas pelo expedidor de carga.
29.5.7.3Os resultados da inspeção devem ser registrados em relatório a ser entregue para a pessoa res-
ponsável.
29.5.7.4Deve ser feita nova inspeção sempre que os trabalhadores verificarem a ocorrência de situações
que considerarem representar risco para a sua segurança e saúde ou para a de terceiros.
29.5.8Aplicam-se ao SESSTP as disposições da NR-04 no que não forem contrárias ao disposto no item
29.5 desta NR.
29.6 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT
29.6.2A realização de inspeção prevista no subitem 29.5.7.1 em instalações de operadores portuários que
exploram área no porto organizado e de titulares de instalações portuárias autorizadas deve ser realizada pelo
SESMT, em relação a seus empregados e em relação aos trabalhadores avulsos em conjunto com os respec-
tivos SESSTP.
29.7.1O OGMO, os operadores portuários e os tomadores de serviço ficam obrigados a organizar e manter
em funcionamento a CPATP por OGMO.
29.7.2A CPATP tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de modo
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e da saúde do trabalhador.
29.7.3A CPATP será constituída de forma paritária, por representantes dos trabalhadores portuários avulsos
e por representantes dos operadores portuários e tomadores de serviço integrantes do OGMO, dimensionado
de acordo com o Anexo II desta NR.
29.7.6A composição dos titulares da CPATP obedecerá a critérios que garantam a representação das ati-
vidades portuárias, devendo considerar as categorias de maior potencial de risco e ocorrência de acidentes,
respeitado o dimensionamento mínimo do Anexo II desta NR.
29.7.7Quando o OGMO não se enquadrar no dimensionamento previsto no Anexo II desta NR e não for
atendido por SESSTP, será nomeado um trabalhador pelo OGMO como representante dos operadores portu-
ários e tomadores de serviço responsável pelo cumprimento dos objetivos da CPATP, podendo ser adotados
mecanismos de participação dos trabalhadores avulsos, através de negociação coletiva.
29.7.7.1No caso de atendimento pelo SESSTP, este deverá desempenhar as atribuições da CPATP.
29.7.8A composição da CPATP será proporcional ao número médio do conjunto de trabalhadores portuários
avulsos utilizados no ano anterior.
29.7.9Os representantes dos trabalhadores avulsos na CPATP, titulares e suplentes, serão eleitos em es-
crutínio secreto.
29.7.10A eleição deve ser realizada durante o expediente, respeitados os turnos, devendo ter a participação
de, no mínimo, metade mais um do número médio do conjunto dos trabalhadores portuários utilizados no ano
anterior, obtido conforme subitem 29.7.3 desta NR.
29.7.11O processo de votação da eleição deverá observar o item 5.5.4 e subitens da NR-05 - Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e considerar como número de participantes o número médio do con-
junto dos trabalhadores portuários avulsos utilizados no ano anterior, obtido conforme subitem 29.7.3 desta NR.
(redação vigente até 19 de março de 2023)
29.7.12Os representantes dos operadores portuários e tomadores de serviço designarão dentre os seus re-
presentantes titulares o presidente da CPATP no primeiro ano de mandato e o vice-presidente no segundo ano.
29.7.13Os trabalhadores titulares da CPATP elegerão, entre seus pares, o vice-presidente, que assumirá a
presidência no segundo ano do mandato.
29.7.14No caso de afastamento definitivo, a representação na qual o presidente foi indicado nomeará subs-
tituto em dois dias úteis, entre os membros da CPATP.
29.7.14.1O substituto dos trabalhadores será obrigatoriamente membro da CPATP e o substituto dos opera-
dores portuários será preferencialmente membro.
29.7.15Além das atribuições previstas para a CIPA na NR-05, a CPATP tem por atribuição:
a)promover, anualmente, em conjunto com o SESSTP, a Semana Interna de Prevenção de Acidente no
Trabalho Portuário - SIPATP;
b)oficiar os riscos debatidos e as propostas de medidas de controle às organizações que compõem a CPA-
TP, bem como ao SESSTP, conforme o caso;
c)mensalmente e sempre que houver denúncia de risco, verificar os ambientes e as condições de trabalho,
nas dependências das instalações portuárias, visando identificar situações que possam trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores; e
d)sugerir a realização de cursos, treinamentos e campanhas que julgar necessárias para melhorar o desem-
penho dos trabalhadores portuários quanto à segurança e saúde no trabalho.
29.7.16Compete ao OGMO:
a)promover para todos os membros da CPATP, titulares e suplentes, treinamento sobre prevenção de aci-
dentes do trabalho, segurança e saúde ocupacional, com carga horária de 20 (vinte) horas, sendo este de
frequência obrigatória e realizado antes da posse dos membros de cada mandato, exceção feita ao mandato
inicial;
b)convocar eleições para escolha dos membros da nova CPATP, com antecedência mínima de quarenta
e cinco dias, realizando-as, no máximo, até trinta dias antes do término do mandato da CPATP em exercício;
c)promover cursos de atualização para os membros da CPATP; e
d)dar condições necessárias para que todos os titulares de representações na CPATP compareçam às reu-
niões ordinárias e/ou extraordinárias.
29.7.16.1No caso do treinamento previsto na alínea a, quando utilizada a modalidade de ensino a distância
- EaD, deve ser garantida a carga horária de oito horas de treinamento presencial.
29.7.18As reuniões extraordinárias devem ser realizadas no prazo máximo de quarenta e oito horas nos
seguintes casos:
a)ocorrência do acidente grave ou fatal; ou
b)solicitação de uma das representações.
29.7.18.1No caso de acidente grave ou fatal, a pessoa responsável pela operação portuária deve estar pre-
sente na reunião extraordinária.
29.7.19A CPATP não pode ter o número de representantes reduzido, bem como não pode ser desativada
pelo OGMO, pelos operadores portuários ou pelos tomadores de serviço antes do término do mandato de seus
membros, ainda que haja redução do número de trabalhadores portuários, exceto nos casos em que houver
encerramento da atividade portuária.
29.7.20Aplicam-se à CPATP as disposições da NR-05 no que não forem contrárias ao disposto no item
29.7desta NR.
29.7.21A participação dos operadores portuários e dos tomadores de serviço na CPATP não os desobriga
de constituir a CIPA para seus empregados próprios, nos termos da NR-05.
29.8 Operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações.
29.8.1Nas operações de atracação, desatracação e manobras de embarcações, devem ser adotadas medi-
das de prevenção de acidentes, considerando:
a)prensagem de membros;
b)rompimento de cabos e espias;
c)esforço excessivo do trabalhador;
d)iluminação; e
e)queda no mesmo nível e ao mar.
29.8.2Todos os trabalhadores envolvidos nessas operações devem fazer uso de coletes salva-vidas confor-
me Normas da Autoridade Marítima - NORMAM.
29.9 Acesso a embarcações atracadas e fundeadas
29.9.2O acesso à embarcação deve ficar fora do alcance do raio da lança do guindaste ou assemelhado.
29.9.5Nos locais de trabalho próximos à água e nos pontos de embarque e desembarque de pessoas,
devem existir, na razão mínima de uma unidade para cada berço de atracação, boias salva-vidas e outros
equipamentos necessários ao resgate de vítimas que caiam na água, de acordo com os requisitos contidos nas
NORMAM.
29.9.5.1As boias salva-vidas possuirão dispositivo de iluminação automática ou fita reflexiva homologados
pelas NORMAM.
29.9.5.2Nos trabalhos noturnos, as boias salva-vidas possuirão dispositivo de iluminação automática apro-
vadas pela Diretoria de Portos e Costas, da Marinha do Brasil.
29.9.6Somente podem ser utilizados meios de acesso à embarcação quando estes atenderem ao
disposto no item 30.18 da NR-30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
29.9.7.1As escadas, pranchas, rampas e demais meios de acesso às embarcações somente podem ser
utilizadas em bom estado de conservação e limpeza, além de possuir características das superfícies antider-
rapantes.
29.9.7.2As escadas, pranchas e rampas de acesso às embarcações somente podem ser utilizadas se forem
dotadas de guarda-corpo com corrimão em ambos os lados.
29.9.7.2.1Os corrimãos devem estar firmemente fixados, oferecerem resistência e apoio em toda a sua ex-
tensão e, quando constituídos por cordas ou cabos de aço, devem estar sempre esticados.
29.9.8É proibida a colocação de extensões elétricas, mangueiras, mangotes e assemelhados nas estruturas
e corrimões das escadas e pranchas de acesso às embarcações.
29.9.9As pranchas, rampas ou passarelas utilizadas para acesso, conjugadas ou não com as escadas, de-
vem seguir as seguintes especificações:
a)ser construída de material rígido;
b)possuir largura mínima de 0,80 m (oitenta centímetros);
c)estarem providas de tacos transversais a intervalos entre 0,35m (trinta e cinco centímetros) e 0,45m (qua-
renta e cinco centímetros) em toda extensão do piso;
d)possuírem corrimão, em ambos os lados de sua extensão, dotado de guarda-corpo duplo com régua su-
perior situada a uma altura de 1,10 m (um metro e dez centímetros) e régua intermediária a uma altura entre
0,50m (cinquenta centímetros) e 0,70 m (setenta centímetros), medidas a partir da superfície do piso e perpen-
dicularmente ao eixo longitudinal da escada;
e)ser dotadas de dispositivos que permitam fixá-las firmemente à escada da embarcação ou à sua estrutura
numa extremidade;
f)a extremidade, que se apoia no cais, deve ser dotada de dispositivo rotativo que permita acompanhar o
movimento da embarcação; e
g)estarem posicionadas no máximo a trinta graus de um plano horizontal.
29.10 Operação em conveses
29.10.2.1O perímetro de risco de queda de objetos deve ser sinalizado e isolado com barreira física.
29.10.3A arrumação do convés deve oferecer boas condições de visibilidade aos operadores dos equipa-
mentos de içar, sinaleiros e outros, a fim de que não sejam prejudicadas as manobras de movimentação de
carga.
29.10.4As cargas ou os objetos depositados no convés devem estar fixos de forma a impedir a sua movi-
mentação acidental.
29.10.5Olhais, escadas, tubulações, aberturas e cantos vivos devem possuir sinalização de segurança, em
conformidade com o subitem 29.5.7.1.
29.11.1As bocas dos agulheiros devem estar protegidas por braçolas e serem providas de tampas com
travas de segurança.
29.11.2As escadas de acesso ao porão devem estar em perfeito estado de conservação e limpeza.
29.11.3O acesso ao porão por meio de escada vertical deve possuir sistema de proteção contra queda.
29.11.4A estivagem das cargas nos porões não deve obstruir o acesso às escadas dos agulheiros.
29.11.5Quando não houver condições de utilização dos agulheiros, o acesso ao porão da embarcação
deverá ser efetuado por escada de mão de no máximo 7 m (sete metros) de comprimento, afixada junto à
estrutura da embarcação, devendo ultrapassar a borda da estrutura de apoio em 1m (um metro).
29.11.7As passarelas utilizadas para circulação de pessoas sobre cargas estivadas devem possuir no míni-
mo 0,60 m (sessenta centímetros) de largura.
29.11.8Os pisos dos porões devem estar limpos, livres de contaminantes e de materiais inservíveis antes
do início da operação.
29.11.10As plataformas de trabalho devem ser confeccionadas de maneira que não ofereçam riscos de
desmoronamento e propiciem espaço seguro de trabalho.
29.11.11Passarelas, plataformas, beiras de cobertas abertas, bocas de celas de contêineres e grandes vãos
entre cargas, com diferença de nível superior a 2,00 m (dois metros), devem possuir guarda- corpo com 1,10 m
(um metro e dez centímetros) de altura.
29.11.12O trânsito de pessoas sobre os vãos entre cargas estivadas só será permitido se cobertos os vãos
com pranchas.
29.11.13É obrigatório o uso de escadas para a transposição de obstáculos de altura superior a 1,50 m (um
metro e cinquenta centímetros).
29.11.14As escotilhas e aberturas similares devem estar sempre em perfeito estado de conservação e nive-
ladas, a fim de não prejudicarem a circulação.
29.11.15As escotilhas e aberturas similares devem permanecer fechadas por ocasião de trabalho na mes-
ma coberta.
29.11.16Em locais em que não haja atividade, os vãos livres com risco de quedas, como bocas de agulhei-
ros, cobertas e outros, devem estar fechados.
29.11.16.1Quando em atividade, os vãos livres devem ser devidamente sinalizados, iluminados e protegidos
com guarda-corpo, redes ou madeiramento resistente.
29.11.17A altura entre a parte superior da carga e a coberta deve permitir ao trabalhador condições adequa-
das de postura para execução do trabalho.
29.11.18Nas operações de carga e descarga com contêineres, ou demais cargas de altura equivalente, é
obrigatório o uso de escadas.
29.11.20Nas operações em embarcações do tipo transbordo horizontal (roll-on/roll-off), devem ser adotadas
medidas preventivas de controle de ruídos e de exposição a gases tóxicos.
29.11.21A carga deve ser estivada de forma que fique em posição segura, sem perigo de tombar ou desmo-
ronar sobre os trabalhadores no porão.
29.11.22Tubos, bobinas ou outras cargas sujeitas à movimentação involuntária devem ser calçadas e pea-
das na pilha imediatamente após a estivagem.
29.11.23A estivagem de carga deve ser efetuada à distância de 1,0 m (um metro) da abertura do porão,
quando esta tiver que ser aberta posteriormente.
29.12.3Nas operações portuárias com trabalhadores em porões de embarcações, deve ser verificado na
inspeção das condições de segurança do subitem 29.5.7 desta NR se o porão e seus acessos caracterizam
espaço confinado nos termos da NR-33.
29.12.5É dispensado o cadastro dos espaços confinados em operações portuárias no interior de embarca-
ções, devendo, neste caso, as informações serem inseridas na Permissão de Entrada e Trabalho.
29.13 Máquinas, equipamentos e acessórios de estivagem
29.13.1As máquinas e equipamentos de cais devem atender à NR-12 - Segurança no Trabalho em Máqui-
nas e Equipamentos.
29.13.2As máquinas e equipamentos de cais, a serem utilizadas na operação portuária no interior de embar-
cações, devem apresentar, de forma legível, sua capacidade máxima de carga e seu peso bruto.
29.13.3Quando utilizado mais de um equipamento, a operação somente poder ser autorizada por permissão
de trabalho emitida por profissional legalmente habilitado.
29.13.4As máquinas e equipamentos de cais somente podem ser utilizadas por operador capacitado, nos
termos da legislação vigente.
29.13.4.2A checagem prévia deve ser registrada em meio físico ou eletrônico e mantida por, no mínimo,
cinco anos.
29.13.5É proibida a circulação de empilhadeiras sobre cargas estivadas que formem saliências ou depres-
sões ou sejam feitas de material não resistente, de forma a prejudicar sua movimentação.
29.13.6Devem ser adotadas medidas de prevenção, conforme análise de risco, que garantam um ambiente
dentro dos limites de tolerância normatizados, quando forem utilizados máquinas e equipamentos de combus-
tão interna nos trabalhos em porões.
29.13.6.1Os maquinários utilizados devem conter dispositivos que controlem a emissão de poluentes gaso-
sos, fagulhas, chamas e a produção de ruídos.
29.13.7É proibido o uso de máquinas e equipamentos de combustão interna e elétrica em porões e arma-
zéns com cargas inflamáveis ou explosivas, salvo se as especificações das máquinas forem compatíveis com
a classificação da área envolvida.
29.13.9No local onde se realizam serviços de manutenção, inspeções ou montagens de correias transpor-
tadoras, aparelhos de içar e acessórios, a área deve ser isolada e sinalizada.
29.13.10Todo aparelho de içar deve dispor, no interior de sua cabine, de tabela de carga que possibilite ao
operador o conhecimento da carga máxima em todas as suas condições de uso.
29.13.11Toda máquina ou equipamento de cais que estiver sobre rodas ou trilhos deve:
a)emitir sinais sonoros e luminosos durante seus deslocamentos;
b)dispor de suportes de prevenção de tombamento e sua área de deslocamento deve estar desobstruída e
sinalizada; e
c)ser dotado de sistema de frenagem e ancoragem a fim de evitar o seu deslocamento acidental pela ação
do vento.
29.13.12A máquina ou equipamento de movimentação de cargas, quando não utilizados, devem ser desli-
gados e fixados em posição que não ofereça riscos aos trabalhadores e à operação portuária.
29.13.13As embarcações que possuírem mastros de carga devem conservar a bordo os planos e documen-
tos de enxárcia/equipamento fixo.
29.13.16Lingas descartáveis não devem ser reutilizadas, sendo inutilizadas imediatamente após o uso.
29.13.17Os ganchos de içar devem dispor de travas de segurança sem defeitos e em condições de mante-
rem presos as cargas ou os acessórios de estivagem a serem içados.
29.13.18A utilização, dimensionamento e conservação de cabos de aço, anéis de carga, manilhas e sapati-
lhos para cabos de aço utilizados nos acessórios de estivagem, nas lingas e outros dispositivos de levantamen-
to que formem parte integrante da carga devem atender as normas técnicas aplicáveis.
29.13.19O responsável pelo equipamento deverá disponibilizar ao OGMO e aos trabalhadores capacitados
o manual da máquina ou equipamento, o relatório das inspeções realizadas e os registros de checagem prévia.
29.14 Equipamentos de guindar de bordo e acessórios de estivagem
29.14.1A operação portuária de movimentação de carga somente poderá ser iniciada após o operador por-
tuário ou o titular da instalação portuária se certificar junto ao comandante da embarcação ou seus representan-
tes legais no país as funcionalidades e a segurança dos equipamentos de guindar de bordo e seus acessórios
de estivagem, devendo observar:
a)a última certificação dos últimos cinco anos;
b)as inspeções periódicas realizadas a partir da última certificação; e
c)o histórico de acidentes dos equipamentos de guindar de bordo.
29.14.1.1O operador portuário, o empregador ou o tomador de serviço deve designar pessoa responsável
para:
a)registrar a condição dos equipamentos de guindar de bordo e acessórios em relatório técnico, em meio
físico ou eletrônico, com os respectivos documentos referidos nas alíneas do subitem 29.14.1; e
b)informar os trabalhadores sobre o resultado do relatório técnico.
29.14.2.2 O relatório técnico deve ser mantido pelo prazo de cinco anos.
29.14.3O operador capacitado, antes de iniciar sua atividade com a máquina ou equipamento, deve realizar
inspeção diária e reportar anomalias à pessoa responsável.
29.14.3.1A inspeção diária deve ser registrada em documento físico ou eletrônico e mantida pelo operador
portuário, tomador de serviço ou empregador por, no mínimo, cinco anos.
29.14.4Os acessos aos equipamentos de guindar de bordo devem estar sempre limpos, desobstruídos e
em condições adequadas de uso, dispondo de uma área de circulação que permita o trânsito seguro dos traba-
lhadores, livre de materiais inflamáveis, de resíduos ou qualquer tipo de objeto que possa causar algum risco
ao trabalhador.
29.14.6As cabines dos equipamentos de guindar de bordo devem ter assento ergonômico e conforto térmi-
co regulável.
29.14.6.1Na ausência desses itens de conforto, é obrigatória a existência de pausas na jornada de trabalho,
prevista em avaliação ergonômica preliminar ou na análise ergonômica do trabalho, conforme NR-17 - Ergono-
mia.
29.14.7Na ocorrência de danos estruturais que impeçam sua operação, os equipamentos de guindar e seus
acessórios não poderão ser operados até que sejam realizados reparos e testes para saná-los, conforme nor-
mas técnicas vigentes.
29.15 Lingamento e deslingamento de cargas
29.15.1O funcionamento adequado dos freios do equipamento de guindar deve ser verificado no início da
jornada de trabalho pelo operador.
29.15.3Nos serviços de lingamento e deslingamento de cargas sobre veículos, com diferença de nível, é
obrigatório o uso de plataforma de trabalho segura fora da área de movimentação de carga suspensa.
29.15.3.1Nos locais em que não exista espaço disponível deve ser utilizada escada.
29.15.4É proibido o transporte de objetos que não façam parte da carga lingada.
29.15.5A movimentação de carga suspensa deve ser orientada por sinaleiro devidamente capacitado.
29.15.5.1A utilização de sinaleiro poderá ser dispensada desde que atendidos os seguintes critérios:
a)isolamento da área de operação;
b)equipamento de guindar concebido para permitir visão total dos locais onde as cargas serão movimenta-
das; e
c)a análise de risco verifique que a ausência do sinaleiro não acarreta riscos adicionais.
29.15.7Nas operações noturnas o sinaleiro deve usar luvas e colete, ambos com aplicações de material
refletivo.
29.15.8O sinaleiro deve localizar-se de modo que possa visualizar toda a área de operação da carga e ser
visto pelo operador do equipamento de guindar.
29.15.8.1Quando estas condições não puderem ser atendidas, deve ser utilizado um sistema de comunica-
ção.
29.15.9O sinaleiro deve receber treinamento adequado para aquisição de conhecimento do código de sinais
de mão nas operações de guindar.
29.15.10É proibida a permanência do trabalhador sobre a carga lingada, durante sua movimentação.
29.16 Operações com contêineres
29.16.1Na movimentação de carga e descarga de contêiner com utilização de quadro posicionador, o equi-
pamento deve possuir:
a)travas de acoplamento acionadas de maneira automática ou semiautomática;
b)dispositivo visual com indicador da situação de travamento; e
c)dispositivo de segurança que garanta o travamento dos quatro cantos.
29.16.2No caso de contêineres fora de padrão, avariados ou em condições que impeçam os procedimentos
do subitem 29.16.1, será permitida a movimentação por outros métodos seguros, sob a supervisão direta do
responsável pela operação.
29.16.3Em atividades com trabalhadores sobre contêineres em embarcações, quando a altura seja superior
a 2 (dois) contêineres ou a altura da carga seja superior 5 m (cinco metros) de altura, deve ser utilizado:
a)cesto suspenso, de acordo com o Anexo XII da NR-12; ou
b)gaiola especialmente construída para esta finalidade, com capacidade máxima para dois trabalhadores.
29.16.3.1A gaiola especialmente construída para o transporte de trabalhadores é o conjunto projetado por
profissional legalmente habilitado, formado por sistema de suspensão e de caçamba suspensa por equipamen-
to de guindar dotado de:
a)ponto(s) de fixação para ancoragem de cinto de segurança tipo paraquedista em qualquer posição de
trabalho, sinalizados e dimensionados em função do número máximo de ocupantes da caçamba e capazes de
suportar cargas de impacto em caso de queda;
b)sistema complementar de travamento que atuará em caso de falha do sistema de travamento do spreader;
c)recipiente fixado para guarda de material;
d)barra fixa no perímetro interno para apoio e proteção das mãos;
e)portão de acesso que não permita abertura para fora e com sistema de travamento que impeça abertura
acidental;
1.identificação do fabricante;
2.data de fabricação;
29.16.3.2O cesto ou gaiola devem ser utilizados exclusivamente para o transporte de trabalhadores e ferra-
mentais necessários à atividade dos conveses para os contêineres e vice-versa.
29.16.4O trabalhador que estiver sobre o contêiner deve estar em comunicação visual e utilizar-se de meios
de telecomunicação com sinaleiro e o operador de guindaste, os quais devem obedecer unicamente às instru-
ções formuladas pelo trabalhador.
29.16.5Não é permitida a permanência de trabalhador sobre contêiner quando este estiver sendo movimen-
tado.
29.16.6O acesso ao interior de contêineres só deve ser realizado se for confirmado que existe uma atmos-
fera segura.
29.16.7Quando houver em um mesmo contêiner cargas perigosas e produtos inócuos, prevalecem as me-
didas de prevenção relacionadas à carga perigosa.
29.16.8Todo contêiner que requeira uma inspeção detalhada deve ser retirado de sua pilha e conduzido a
uma zona reservada especialmente para esse fim, que disponha de meios de acesso que não ofereçam risco
ocupacional.
29.16.9Os trabalhadores devem utilizar hastes guia ou cabos para posicionar o contêiner, nas operações de
descarregamento sobre veículos.
29.16.10Nas operações com contêineres, devem ser adotadas as seguintes medidas de segurança:
a)movimentá-los somente após o trabalhador haver descido do mesmo;
b)instruir o trabalhador quanto às posturas ergonômicas e seguras nas operações de estivagem, desestiva-
gem, fixação e movimentação de contêiner;
c)obedecer a sinalização e rotulagem dos contêineres quanto aos riscos inerentes a sua movimentação;
d)instruir trabalhador sobre o significado das sinalizações e das rotulagens de risco de contêineres, bem
como dos cuidados e medidas de prevenção a serem observados; e
29.16.11No armazenamento de contêineres vazios nos pátios, devem ser adotadas medidas para prevenir
o tombamento da pilha de contêineres.
29.17 Operações com granéis secos
29.17.1Durante as operações devem ser adotados procedimentos que impeçam a formação de barreiras
que possam pôr em risco a segurança dos trabalhadores.
29.17.2Quando houver risco de queda ou deslizamento volumoso durante a carga ou descarga de granéis
secos, nenhum trabalhador deve permanecer no interior do porão e outros recintos similares.
29.17.2.1A avaliação específica de risco de queda de barreiras ou deslizamento de cargas de granel sólido
armazenadas em porões deve ser efetuada pela pessoa responsável, considerando-se, obrigatoriamente, o
ângulo de repouso do produto, conforme estabelecido na ficha do produto constante no Código Marítimo Inter-
nacional para Cargas Sólidas a Granel - IMSBC, da Organização Marítima Internacional - OMI.
29.17.3Nas operações utilizando máquinas autopropelidas com condutor no interior do porão, ou armazém,
na presença de aerodispersóides, o operador deve estar protegido por cabine resistente, fechada, dotada de
ar-condicionado, provido de filtro contra poeira em seu sistema de captação de ar.
29.17.4As operações com máquinas e equipamentos que possam gerar aerodispersóides devem prever
medidas de controle para eliminar ou reduzir sua geração, devendo observar:
a)as caraterísticas físicas e químicas da carga;
b)a conservação das máquinas e equipamentos; e
c)medida de controle dos resíduos.
29.17.5Para transitar e estacionar em área portuária, os veículos e vagões transportando granéis sólidos
devem estar cobertos.
29.17.6A moega ou funil utilizado no descarregamento de granéis sólidos deve ser vistoriado conforme de-
terminação do fabricante.
29.17.6.1Caso o fabricante não determine período para vistoria, esta deverá ser anual.
29.17.6.3No caso de incidentes, avarias ou reformas nos equipamentos, estes somente podem iniciar seus
trabalhos após nova vistoria, obedecido o disposto no subitem 29.17.6.2.
29.17.8A moega ou funil que seja operada localmente pelo trabalhador deve dispor de cabine fechada que
atenda aos seguintes requisitos:
a)possuir visibilidade da operação;
b)interior climatizado;
c)assento ergonômico;
d)quando localizadas em piso superior, possuir escadas dotadas de corrimão e guarda-corpo;
e)instalações elétricas em bom estado, devidamente aterradas e protegidas;
f)extintor de incêndio adequado ao risco; e
g)proteção contra raios solares e intempéries.
29.17.8.1Moegas e funis operados de modo remoto ficam dispensados do disposto no subitem 29.17.8,
desde que o operador não esteja exposto a aerodispersóides.
29.17.10Porões, armazéns e silos que contenham graneis que possam provocar a redução da concentra-
ção de oxigênio ou a emanação de gases tóxicos, serão liberados para operação após autorização do profis-
sional legalmente habilitado.
29.18 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio
29.18.1As instalações portuárias devem dispor de um regulamento próprio que discipline a rota de tráfego
de veículos, equipamentos, ciclistas e pedestres, bem como a movimentação de cargas no cais, plataformas,
pátios, estacionamentos, armazéns e demais espaços operacionais.
29.18.1.1As instalações portuárias devem dispor de sinalização vertical e horizontal, com dispositivos e
sinalização auxiliares, conforme regulamento próprio.
29.18.2Máquinas e equipamentos que trafeguem em instalação portuária devem estar em condições segu-
ras para circulação.
29.18.3As vias para tráfego de veículos, equipamentos, ciclistas e pedestres devem estar em boas condi-
ções de conservação, iluminação e limpeza.
29.18.4As máquinas e equipamentos utilizados nas operações portuárias que trafeguem ou estacionem na
área das instalações portuárias devem possuir:
a)sinalização sonora e luminosa adequada para as manobras de marcha-a-ré;
b)sinal sonoro de advertência (buzina);
c)retrovisores de ambos os lados ou câmeras retrovisoras; e
d)faróis, lanternas e setas indicativas.
29.18.6No transporte utilizando veículos de carga, devem ser adotadas medidas para evitar a queda aci-
dental da carga.
29.18.6.1No transporte de contêineres, deve ser verificada a fixação nos quatro cantos da carreta.
29.18.7Para o trabalho realizado em veículos que transportam carga, devem ser previstas medidas para
prevenir a queda de pessoas ou objetos e a geração de contaminantes.
29.18.8Quando o trabalho em veículos de carga for realizado sobre a carroceria, esta deve ser construída
de material resistente, não podendo apresentar aberturas não projetadas e devendo o assoalho ter condições
seguras de uso.
29.18.9As pilhas de cargas ou materiais devem distar, pelo menos, de 1,50 m (um metro e cinquenta centí-
metros) das bordas do cais.
29.19 Segurança em armazéns e silos
29.19.1Os armazéns e silos onde houver o trânsito de pessoas devem dispor de sinalização horizontal em
seu piso, demarcando a área de segurança, e sinalização vertical que indique outros riscos existentes no local.
29.19.2Toda instalação portuária que tenha local onde uma atmosfera explosiva de gás, vapor, névoa e/ou
poeira combustível esteja presente, ou possa estar presente, deve adotar as seguintes providências:
a)identificar as áreas classificadas;
b)dotar a instalação de materiais e equipamentos certificados de acordo com classificação da área, inclusive
circuitos elétricos e iluminação;
c)estabelecer medidas para o controle dos riscos de explosões e incêndios; e
d)definir procedimentos de segurança para liberação de serviços a quente, como solda elétrica ou corte a
maçarico (oxiacetileno) e para transporte, manuseio e armazenamento, incluindo entrada e permanência de
pessoas.
29.19.3Embalagens com produtos perigosos não devem ser movimentadas com equipamentos inadequa-
dos que possam danificá-las.
29.19.4Tubos, bobinas ou outras cargas sujeitas a movimentação involuntária devem fixadas imediatamen-
te após o armazenamento.
29.20.1Nas atividades de limpeza e manutenção de embarcações e de seus tanques, realizadas por traba-
lhadores portuários, deve ser atendido o disposto no item 30.14 (Segurança na Manutenção em Embarcação
em Operação) da NR-30.
29.20.3Os trabalhos de recondicionamento de embalagens, nos quais haja risco de danos à saúde e à inte-
gridade física dos trabalhadores, devem ser efetuados em local fora da área de movimentação de carga.
29.20.3.1Quando não for possível aplicação do subitem 29.20.3, a operação no local deve ser interrompida
até a conclusão do reparo.
29.20.3.2No recondicionamento de embalagens com cargas perigosas, a área deve ser vistoriada e o risco
da tarefa avaliado, previamente, por pessoa responsável, que definirá as medidas de prevenção coletiva e in-
dividual necessárias.
29.21 Segurança nos serviços do vigia de portaló
29.21.1No caso de portaló sem proteção para o vigia se abrigar das intempéries, deve ser providenciado
abrigo, como também adotadas medidas especiais contra a insolação, o calor, o frio, as umidades e os ventos.
29.21.2Havendo movimentação de carga sobre o portaló ou outros postos onde deva permanecer um vigia
portuário, este se posicionará fora dele, em local seguro.
29.21.3Deve ser fornecido ao vigia assento com encosto, com forma levemente adaptada ao corpo para a
proteção da região lombar.
29.22 Iluminação dos locais de trabalho
29.22.1Os locais de operação a bordo, ou em terra, devem ter níveis adequados de iluminamento, não in-
feriores a 50 lux.
29.22.2Nas áreas de acesso e circulação de pessoas, a bordo ou em terra, não será permitido níveis infe-
riores a 10 lux por toda sua extensão.
29.23 Transporte de trabalhadores por via aquática
29.23.1As embarcações que fizerem o transporte de trabalhadores portuários devem observar as NOR-
MAM.
29.23.2Os locais de atracação, sejam fixos ou flutuantes, para embarque e desembarque de trabalhadores,
devem possuir dispositivos que impeçam a queda do trabalhador na água e que reduzam o risco de impacto da
embarcação contra o cais ou flutuante.
29.24 Locais frigorificados
29.24.1Nos locais frigorificados é proibido o uso de máquinas e equipamentos movidos a combustão inter-
na, salvo se:
a)providos de dispositivos neutralizadores; e
b)as concentrações dos gases sejam monitoradas, de forma a atender as disposições contidas na NR- 09 -
avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos.
29.25.1As instalações sanitárias, vestiários, refeitórios e locais de repouso devem ser mantidos pela admi-
nistração do porto organizado e pelo titular da instalação portuária, conforme o caso, e observar o disposto na
NR-24 - condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.
29.25.2Os locais de aguardo devem ser projetados de forma a oferecer aos trabalhadores condições de
segurança e de conforto, mantidos em condições de higiene e limpeza e atender ao seguinte:
a)piso impermeável e lavável;
b)paredes de material resistente, impermeável e lavável;
c)cobertura que proteja contra intempéries;
d)proteção contra risco de choque elétrico e aterramento elétrico;
e)possuir área de ventilação natural, composta por, no mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas
para permitir eficaz ventilação interna;
f)garantir condições de conforto térmico, acústico e de iluminação;
g)ter assentos em número suficiente para atender aos usuários durante a interrupção das atividades; e
h)ser identificado de forma visível, proibida sua utilização para outras finalidades.
29.25.3Toda instalação portuária deve ser dotada de um local de repouso destinado aos trabalhadores que
operem equipamentos portuários de grande porte ou aqueles cuja avaliação ergonômica preliminar ou análise
ergonômica do trabalho exija que o trabalhador tenha períodos de pausas na jornada de trabalho.
29.25.3.1O local de repouso deve ser climatizado, dotado de isolamento acústico eficiente e mobiliário apro-
priado ao descanso dos usuários.
29.25.4O deslocamento do trabalhador até as instalações sanitárias não deve ser superior a 200 m (duzen-
tos metros).
29.25.5Nas operações a bordo de embarcações que não ofereçam instalações sanitárias com gabinete sa-
nitário e lavatório, em boas condições de higiene e funcionamento, o operador portuário deve dispor, próximo
ao acesso à embarcação, de instalações sanitárias móveis.
29.25.6O transporte de trabalhadores ao longo do porto deve ser feito por meios seguros.
29.26 Primeiros socorros e outras providências
29.26.1Toda instalação portuária deve dispor de serviço de atendimento de urgência próprio ou terceirizado
mantido pelo OGMO, operadores portuários e tomadores de serviço, possuindo equipamentos e pessoal habi-
litado a prestar os primeiros socorros e garantir a rápida e adequada remoção de acidentado.
29.26.4Nos trabalhos executados em embarcações ao largo, deve ser garantida comunicação eficiente e
meios para, em caso de acidente, prover a rápida remoção do trabalhador portuário acidentado, devendo os
primeiros socorros serem prestados por trabalhador treinado para este fim.
29.26.5No caso de acidente grave ou fatal a bordo, o responsável pela embarcação deve comunicar, ime-
diatamente, à Capitania dos Portos, às suas Delegacias ou Agências e ao órgão regional competente em ma-
téria de segurança e saúde no trabalho.
29.26.5.1O local do acidente deve ser isolado até que seja realizada a investigação do acidente por autori-
dade competente desses órgãos e posterior liberação do despacho da embarcação pela Capitania dos Portos,
suas Delegacias ou Agências.
29.27 Operações com cargas perigosas
29.27.1As cargas perigosas classificam-se de acordo com tabela de classificação contida no Anexo IV desta
NR.
29.27.2Nos locais de armazenagem deve haver sinalização contendo a identificação das classes e tipos
dos produtos perigosos armazenados, em pontos estratégicos e visíveis e em conformidade com os símbolos
padronizados pela Organização Marítima Internacional - OMI.
29.27.3Apenas podem ser operadas ou armazenadas cargas perigosas que possuam ficha de informações
de segurança da carga perigosa.
29.27.3.1A ficha de informações de segurança da carga perigosa deve estar disponível para os trabalhado-
res.
29.27.3.1.1Caso não disponível a ficha de informações de segurança da carga perigosa em língua portu-
guesa, essas informações devem ser repassadas aos trabalhadores antes da realização da operação.
29.27.4As operações e o armazenamento de cargas perigosas devem estar sob supervisão de profissional
capacitado e sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.
29.27.5Os trabalhadores devem ser capacitados para operar e armazenar cargas perigosas.
29.27.6O treinamento para operação e armazenagem com cargas perigosas deve ser de vinte horas e ter
o seguinte conteúdo:
a)classes e seus perigos;
b)marcação, rotulagem e sinalização;
c)procedimentos de resposta a emergências;
d)noções de primeiros socorros;
e)procedimentos de manuseio seguro;
29.27.7O Operador Portuário ou o Tomador de Serviço, responsável pela movimentação da carga perigosa,
deve garantir, com a antecedência mínima de vinte e quatro horas antes da escalação, o recebimento da se-
guinte documentação pelo OGMO ou, quando substituindo o OGMO, pelos sindicatos dos trabalhadores:
a)declaração de mercadorias perigosas conforme NORMAM ou formulário internacional equivalente;
b)ficha de informações de segurança da carga perigosa; e
c)indicação das cargas perigosas - qualitativa e quantitativamente - segundo o Código Marítimo Interna-
cional de Mercadorias Perigosas - IMDG CODE, informando as que serão descarregadas no porto e as que
permanecerão a bordo.
29.27.8Todos os intervenientes da cadeia logística portuária poderão extrair as informações sobre cargas
perigosas e documentos envolvidos do Sistema Porto Sem Papel do Governo Federal.
29.27.9Na movimentação de carga perigosa embalada para exportação, o exportador ou seu preposto deve
fornecer à administração do porto e ao OGMO a documentação de que trata o subitem
29.27.10Durante todo o tempo de atracação de uma embarcação com carga perigosa no porto, o coman-
dante deve adotar procedimentos de segurança para operação portuária, os quais devem prever:
a)manobras de emergência, reboque ou propulsão;
b)manuseio seguro de carga e lastro; e
c)controle de avarias.
29.27.14Somente devem ser manipuladas, armazenadas ou estivadas as cargas perigosas que estiverem
embaladas, sinalizadas e rotuladas de acordo com o IMDG CODE.
29.27.15Nas operações com cargas perigosas a granel, devem ser observadas as medidas de controle pre-
vistas no Código Internacional para a Construção e Equipamento de Embarcações Transportadores de Cargas
Perigosas a Granel - IBC-CODE.
29.27.17As cargas relacionadas a seguir não podem ser mantidas nas áreas de operação de carga e des-
carga, devendo ser removidas para o armazenamento ou outro destino final:
a)explosivos em geral;
b)gases inflamáveis (classe 2.1) e venenosos (classe 2.3);
c)radioativos;
d)chumbo tetraetila;
e)poliestireno expansível;
f)perclorato de amônia, e
g)mercadorias perigosas acondicionadas em contêineres refrigerados.
29.27.18Operações com embalagens avariadas devem ser autorizadas mediante sistema de permissão de
trabalho e conforme sua ficha com informações de segurança de cargas perigosas.
29.27.19Nas operações com explosivos - Classe 1, além das disposições previstas na NR-19:
a)serão previstos procedimentos para embarque diretamente à embarcação ou recebimento em área fora
da instalação portuária.
b)será impedido o abastecimento de combustíveis na embarcação, durante essas operações;
c)será proibida a realização de trabalhos de reparos nas embarcações atracadas, carregadas com explosi-
vos ou em outras, a menos de 40 m (quarenta metros) dessa embarcação; e
d)haverá determinação para que os explosivos sejam as últimas cargas a embarcar e as primeiras a de-
sembarcar.
29.27.20Nas operações com gases inflamáveis - Classe 2.1 e líquidos inflamáveis e combustíveis - Classe
3, além das disposições da NR-20:
a)devem ser prevenidos impactos e quedas dos recipientes nas plataformas do cais, nos armazéns e porões;
b)a fiação e terminais elétricos devem ser mantidos com isolamento perfeito e com os respectivos tampões,
inclusive os instalados nos guindastes;
c)os guindastes devem ser mantidos totalmente travados, tanto no solo como nas superestruturas;
d)as mangueiras, tubulações e demais componentes pressurizados devem ser inspecionados e periodica-
mente testados, conforme instruções do fabricante;
e)em toda a área da operação ou próximos a equipamentos, devem ser instaladas sinalização proibindo o
uso de fontes de ignição, incluindo os avisos NÃO FUME - NO SMOKING; NÃO USE LÂMPADAS DESPRO-
TEGIDAS - NO OPEN LIGHTS;
f)as tomadas e válvulas de gases e líquidos inflamáveis na área delimitada da faixa do cais devem possuir
sinalização de segurança; e
g)deve ser monitorada de forma permanente a operação em embarcações tanque com a adoção de medi-
das imediatas em caso de anormalidade da operação.
29.27.22Nas operações com substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos - Classe 5, devem ser:
a)adotadas medidas preventivas para controle do risco principal e dos riscos secundários;
b)adotadas medidas que impossibilitem o contato das substâncias dessa classe com os materiais ácidos,
óxidos metálicos e aminas;
c)monitorada e controlada a temperatura externa, até seu limite máximo, dos tanques que contenham pe-
róxidos orgânicos; e
d)adotadas medidas de proteção contra incêndio e explosões, incluindo especialmente a proibição de fumar
e o controle de qualquer fonte de ignição e de calor.
29.27.24.1É assegurado ao pessoal envolvido nas operações com materiais radioativos o total acesso aos
dados e resultados da eventual monitoração e do consequente controle da exposição.
29.27.26A administração portuária deve fixar em cada porto a quantidade máxima total por classe e subclas-
se de substâncias a serem armazenadas na zona portuária.
29.27.27Os locais de armazenamento de cargas perigosas devem ser mantidos em condições seguras,
conforme projeto.
29.27.29Deve ser realizada inspeção, no mínimo diária, das cargas perigosas armazenadas.
29.27.31O armazenamento de cargas perigosas em contêineres deve obedecer a tabela de tipo de segre-
gação prevista no Anexo V desta NR.
29.27.32Caso as cargas não estejam armazenadas em contêineres, devem ser observadas as recomenda-
ções de armazenagem disponíveis na ficha de segurança de carga perigosa e na literatura técnica, mediante
análise de risco, não sendo permitido um distanciamento inferior ao das cargas mantidas em contêineres.
29.27.33Caso as cargas perigosas apresentem mais de uma classe de risco, devem ser observados os
critérios mais rigorosos de segregação.
29.27.34As cargas perigosas que necessitam de refrigeração por questões de segurança devem ter insta-
lações elétricas conforme ficha de segurança para cargas perigosas, monitoramento de temperatura e fonte de
energia elétrica alternativa.
29.27.36É proibido o manuseio de explosivos ou de embalagens com explosivos nas instalações portuárias.
29.27.36.1As instalações portuárias que operam com explosivos devem possuir área de aguardo tempo-
rária em conformidade com o item 19.5 da NR-19 - Explosivos, para apoio ao embarque direto à embarcação
e para o envio imediato a armazém fora da instalação portuária, não podendo esse prazo exceder quarenta e
oito horas.
29.27.37As substâncias da subclasse 6.2 (substâncias infectantes) só poderão ser manuseadas em caráter
excepcional mediante sistema de permissão de trabalho e após a adoção das medidas de prevenção e das
precauções da respectiva ficha de informações de segurança de cargas perigosas.
29.28 Plano de Controle de Emergência - PCE
29.28.1Compete à administração do Porto Organizado e aos titulares das instalações portuárias autoriza-
das e arrendadas a elaboração e implementação do PCE, devendo constar as seguintes situações:
a)incêndios e explosões;
b)vazamento de produtos perigosos;
c)poluição ou acidente ambiental;
d)condições adversas de tempo, como tempestades com ventos fortes que afetem a segurança das opera-
ções portuárias, demonstrando quais os possíveis riscos;
e)queda de pessoa na água; e
f)socorro e resgate de acidentados.
29.28.2O PCE deve ser elaborado considerando as características e a complexidade da instalação e conter:
a)nome e função do(s) responsável(eis) técnico(s) pela elaboração e revisão do plano;
b)nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação do plano;
c)designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis pela execução de cada ação e seus
respectivos substitutos;
d)estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base em análises de riscos e considerando
a classe e subclasse de risco de produtos perigosos;
e)descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário contemplado;
f)descrição dos meios de comunicação;
g)procedimentos de resposta à emergência para cada cenário contemplado;
h)procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades públicas e desencadeamento da ajuda
mútua;
i)procedimentos para orientação de visitantes e demais trabalhadores que não participem da equipe de
emergência quanto aos riscos existentes e como proceder em situações de emergência; e
j)cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios simulados.
29.28.4Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a possibilidade de ocorrência de
um acidente cujas consequências ultrapassem os limites da instalação, o PCE deve conter ações que visem à
proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo mecanismos de comunicação e alerta, de isolamento da
área atingida e de acionamento das autoridades públicas.
29.28.5Nos relatórios de análise de acidente e de exercícios simulados, deve constar uma avaliação do
cenário de emergência ocorrido, devendo ser observado:
a)adequação ou inadequação ao PCE; e
b)pontos positivos e negativos.
29.28.6Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de trabalho, devendo ser realizado,
no mínimo, três simulados por ano de cada tipo de situação elencada nas alíneas do subitem 29.28.1, e abran-
ger todos os turnos de trabalho.
29.28.8A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências é voluntária, salvo nos casos
em que a natureza da função assim o determine.
29.28.9Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem receber o treinamento de cada um dos
cenários de emergências existentes no PCE em horário normal de trabalho, devendo cada cenário ser registra-
do em ficha individual do trabalhador.
29.28.10O OGMO e a administração portuária devem incluir na Semana Interna de Prevenção de Aciden-
tes - SIPAT palestras sobre os planos de atuação do PCE e o Plano de Ajuda Mútua - PAM na área portuária.
29.28.11O PCE deve estar disponível em meio eletrônico para consulta da CPATP e SESSTP.
29.28.12O OGMO deve capacitar os trabalhadores portuários avulsos para atuar em emergências.
29.28.13Os trabalhadores portuários avulsos devem ser informados quanto aos simulados antes da sua
escalação.
29.29.1A administração do porto organizado e os responsáveis pelas instalações portuárias devem compor,
inclusive com os atores externos ao porto, um Plano de Ajuda Mútua - PAM.
29.29.1.1Na área do porto organizado, a autoridade portuária deverá instituir e organizar o PAM, que deve
ser composto por todos os operadores portuários e instalações portuárias sob sua jurisdição.
29.29.2O OGMO deve participar do PAM em que houver escalação de trabalhadores portuários avulsos.
29.29.3Os membros do PAM devem compor um sistema comum de comunicação e participar com recursos
humanos e materiais para atendimento a emergências.
29.29.4Devem ser realizadas, no mínimo, reuniões trimestrais para atendimento ao item 29.29.3.
29.29.5Deve ser realizado pelo menos dois simulados de acidente ampliado, anualmente, para que se pos-
sa treinar e avaliar a organização e ação dos diversos atores envolvidos no PAM.
ANEXO I DIMENSIONAMENTO DO SESSTP
ANEXO III
REGIME DE TEMPO DE TRABALHO COM TEMPO DE RECUPERAÇÃO TÉRMICA FORA DO AM-
BIENTE FRIO
(*) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa oficial do
IBGE.
(**) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de acordo com o mapa oficial
do IBGE.
(***) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o mapa
oficial do IBGE.
ANEXO IV CARGAS PERIGOSAS
CLASSE 1 - EXPLOSIVOS
DIVISÃO DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA OU ARTIGO
1.1 Substâncias ou produtos que apresentam perigo de explosão
em massa.
1.2 Substâncias ou produtos que apresentam perigo de projeção,
mas não apresentam perigo de explosão em massa.
1- “Longe de”
2- “Separado de”
OBSERVAÇÕES:
1)As tabelas estão baseadas no quadro de segregação do Código Marítimo Internacional de Mercadorias
Perigosas - IMDG/CODE-IMO.
2)Um “espaço para contêineres” significa uma distância de pelo menos 6m (seis metros) no sentido longitu-
dinal e pelo menos 2,4m (dois metros e quarenta centímetros) no sentido transversal do armazenamento.
3)Contêiner neutro significa cofre com carga compatível com o da mercadoria perigosa (por exemplo: con-
têiner com carga geral - não alimento).
Glossário
Acessórios de estivagem ou de içamento - todo acessório por meio do qual uma carga pode ser fixada num
aparelho de içar, mas que não seja parte integrante do aparelho ou da carga.
Acondicionamento - ato de embalar, carregar ou colocar cargas perigosas em recipientes, contentores in-
termediários para graneis, contentores de cargas, contentores-tanques, tanques portáteis, vagões ferroviários,
veículos, barcaças ou outras unidades de transporte de carga.
Agulheiros ou escotilhão - pequenas escotilhas utilizadas para trânsito de pessoal entre pavimentos da
embarcação, entre eles o porão. Abertura circular ou elíptica, para acesso aos compartimentos da embarcação
normalmente não habitados ou frequentados.
Ancoragem (equipamento de guindar sobre trilho) - ponto de fixação.
Aparelho de içar (equipamento de guindar) - todos os aparelhos de cargas fixos ou móveis, utilizados em
terra ou a bordo da embarcação para suspender, levantar ou arriar as cargas ou deslocá-las de um lugar para
outro em posição suspensa ou levantada, incluindo rampas de caís acionadas por força motriz (Convenção nº
152 da Organização Internacional do Trabalho).
Área de armazenagem - complexo de espaços reservados à guarda e conservação de mercadorias soltas
ou embaladas, geralmente constituída de armazém, galpão, parque e silos.
Área de operação - local onde ocorre a movimentação da mercadoria, da carga ou de passageiros.
Área do porto organizado - área delimitada por ato do Poder Executivo que compreende as instalações
portuárias, a infraestrutura de proteção e de acesso ao porto, por via terrestre ou aquaviária. Integra: ancora-
douros, docas, cais, pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações, vias de cir-
culação interna, guias-correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de fundeio, todas
mantidas pela administração do porto.
Armazém - edificação fechada, construída em madeira, metal, alvenaria e/ou concreto armado, provida de
cobertura e aberturas que permitam a entrada e saída de mercadorias, cargas gerais, equipamentos e pessoal.
O art. 1º da Lei n. 12.023/2009 dispõe que trabalhadores avulsos não portuários são: aqueles que desen-
volvem suas atividades (de movimentação de mercadorias em geral), em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo
empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, com execução das atividades re-
guladas por meio de negociação coletiva.
A diferença básica entre o trabalhador avulso portuário e o trabalhador avulso não portuário vincula-se não
ao local da prestação dos serviços, e, sim, na intermediação ou não do sindicato na prestação dos serviços. O
trabalho avulso não portuário tem como órgão de intermediação o sindicato dos trabalhadores avulsos.
Podemos citar como exemplos de trabalhadores avulsos não portuários que laboram na orla marítima: o
amarrador de embarcação, o carregador de bagagem em porto (atividade regulada pela Lei n. 4.637/65) e o
prático de barra em porto (art. 9º, IV, do Decreto n. 3.048/99).
O legislador procurou delimitar bem o papel do sindicato nesta intermediação, impondo ao mesmo, deveres
legais tais como:
Art. 5º São deveres do sindicato intermediador:
I – divulgar amplamente as escalas de trabalho dos avulsos, com a observância do rodízio entre os traba-
lhadores;
II – proporcionar equilíbrio na distribuição das equipes e funções, visando à remuneração em igualdade de
condições de trabalho para todos e a efetiva participação dos trabalhadores não sindicalizados;
III – repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas úteis, contadas a
partir do seu arrecadamento, os valores devidos e pagos pelos tomadores do serviço, relativos à remuneração
do trabalhador avulso;
IV – exibir para os tomadores da mão de obra avulsa e para as fiscalizações competentes os documentos
que comprovem o efetivo pagamento das remunerações devidas aos trabalhadores avulsos;
V – zelar pela observância das normas de segurança, higiene e saúde no trabalho;
VI – firmar Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para normatização das condições de trabalho.
§1º Em caso de descumprimento do disposto no inciso III deste artigo, serão responsáveis, pessoal e solida-
riamente, os dirigentes da entidade sindical.
Da análise do referido dispositivo legal, percebe-se que o legislador foi mais severo quanto ao repasse
da remuneração dos trabalhadores avulsos não portuários (art. 5º, III), comparando-se com a legislação dos
avulsos portuários, uma vez que determinou prazo específico para o referido repasse (72 horas) e ainda previu
responsabilidade solidária dos dirigentes sindicais (art. 5º, §1º).
Foi um avanço importante para proteger os trabalhadores de eventuais desvios de receita pelo próprio
sindicato. Contudo, não somente o sindicato passou a ter mais responsabilidade, mas o tomador de serviços
também:
Trabalho esportivo
— Trabalho Esportivo33.
A atividade do atleta profissional está disciplinada na Lei n. 9.615/98 e deverá ser pactuada em contrato
especial de trabalho desportivo, firmado com entidade de prática desportiva, no qual constará, obrigatoriamente
(art. 28):
I – cláusula indenizatória desportiva, devida exclusivamente à entidade desportiva à qual está vinculado o
atleta, nas seguintes hipóteses:
a) transferência do atleta para outra entidade, nacional ou estrangeira, durante a vigência do contrato de
trabalho; ou
b) por ocasião do retorno do atleta às atividades profissionais em outra entidade desportiva, no prazo de até
30 (trinta) meses.
Obs.: O valor da cláusula indenizatória será livremente pactuado pelas partes e expressamente quantifica-
do no instrumento contratual
Até o limite máximo de 2.000 (duas mil) vezes o valor médio do salário contratual, para as transferências
nacionais; e sem qualquer limitação, para as transferências internacionais (art. 28, §1o). São solidariamente
responsáveis pelo pagamento da cláusula indenizatória desportiva o atleta e a nova entidade de prática des-
portiva empregadora (art. 28, §2o). II – cláusula compensatória desportiva, devida pela entidade desportiva ao
atleta, nas seguintes hipóteses:
a) com a rescisão decorrente do inadimplemento salarial, de responsabilidade da entidade de prática des-
portiva empregadora (art. 28, §5o, III);
b) com a rescisão indireta, nas demais hipóteses previstas na legislação trabalhista (art. 28, §5o, IV);
c) com a dispensa imotivada do atleta (art. 28, §5o, V).
Obs.: O valor da cláusula compensatória será livremente pactuado entre as partes e formalizado no contrato
especial de trabalho desportivo, observando-se, como limite máximo, 400 (quatrocentas) vezes o valor do salá-
rio mensal no momento da rescisão, e, como limite mínimo, o valor total de salários mensais a que teria direito
o atleta até o término do referido contrato (art. 28, §3o). Embora necessariamente deva ser celebrado por prazo
determinado (nunca inferior a 3 meses nem superior a 5 anos), não se aplicam ao contrato especial de trabalho
desportivo os arts. 445, 451, 479 e 480 da CLT (arts. 28, §10, e 30, caput e parágrafo único).
Suspensão Contratual
A entidade de prática desportiva poderá suspender o contrato especial de trabalho desportivo do atleta
profissional, ficando dispensada do pagamento da remuneração nesse período, quando o atleta for impedido
de atuar, por prazo ininterrupto superior a 90 (noventa) dias, em decorrência de ato ou evento de sua exclusiva
responsabilidade, desvinculado da atividade profissional, conforme previsão contratual (art. 28, §7o).
33 [ Basile, César Reinaldo O. Sinopses Jurídicas v 28 - direito do trabalho. (9th edição). Editora Saraiva,
2019.]
37.1.1Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo estabelecer os requisitos de segurança, saúde
e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais
Brasileiras - AJB.
37.2Campo de aplicação
37.2.1Esta Norma se aplica ao trabalho nas plataformas nacionais e estrangeiras, bem como nas Unidades
de Manutenção e Segurança - UMS, devidamente autorizadas a operar em AJB.
37.2.3Plataformas e UMS estrangeiras com previsão de operação temporária, de até seis meses, em AJB, e
que não tenham suas instalações adequadas aos requisitos desta NR, devem atender às regras estabelecidas
em convenções internacionais e ser certificadas e mantidas em classe por sociedade classificadora, reconhe-
cida pela Autoridade Marítima brasileira, com delegação de competência para tal.
37.2.3.1 O disposto no item 37.2.3 não se aplica quando os intervalos entre dois períodos consecutivos das
operações temporárias das plataformas ali referidas sejam inferiores a 3 (três) meses.
37.3.1Cabe à operadora da instalação, além do disposto nas demais Normas Regulamentadoras gerais
e especiais, de outras disposições legais com relação à matéria e, ainda, daquelas oriundas de convenções,
acordos e contratos coletivos de trabalho:
a)garantir, pelos meios usuais de transporte e sem ônus para a inspeção do trabalho, o acesso à plataforma
aos Auditores Fiscais do Trabalho - AFT em serviço, onde não houver transporte público;
b)garantir o acesso à plataforma ao representante dos trabalhadores da categoria da operadora da instala-
ção, da operadora do contrato ou da categoria preponderante, para acompanhar a inspeção do trabalho, pelos
meios usuais de transporte e sem ônus, onde não houver transporte público;
c)garantir que os requisitos de segurança e saúde e as condições de acesso à plataforma, higiene e condi-
ções de vivência dos trabalhadores de empresas prestadoras de serviço a bordo sejam os mesmos assegura-
dos aos seus empregados;
d)controlar o acesso, permanência e desembarque da plataforma de trabalhadores próprios, da conces-
sionária ou empresas prestadoras de serviço a bordo, devendo manter estas informações, em meio físico ou
digital, por pelo menos 12 (doze) meses;
e)assegurar que os trabalhadores da empresa prestadora de serviço participem dos treinamentos de segu-
rança e saúde previstos no item 37.9.6;
f)prestar as informações em matéria de segurança e saúde requeridas pela empresa contratada relaciona-
das aos serviços por esta realizados; e
g)aprovar previamente as ordens de serviço, as permissões de trabalho e as permissões de entrada e tra-
balho em espaços confinados referentes aos serviços a serem executados pelos empregados das empresas
prestadoras de serviços.
37.3.2Cabe à operadora do contrato, além do disposto nas demais NR, garantir que seja realizada auditoria,
na forma prevista em sistema de gestão, na operadora da instalação quanto ao cumprimento das obrigações
previstas nesta NR.
37.3.3A empresa prestadora de serviços deve cumprir os requisitos de segurança e saúde especificados
pela contratante, por esta NR e pelas demais NR.
37.5.1A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo devem ela-
borar e implementar os seus respectivos PGR, por plataforma, observando o disposto nesta Norma e na NR-01
(Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).
37.5.3A operadora da instalação deve revisar o PGR ou elaborar um programa específico quando ocorrer
modificação, ampliação, paradas programadas da plataforma e respectivos comissionamento ou descomissio-
namento.
37.5.4Quando solicitado, a operadora da instalação deve permitir que as empresas prestadoras de serviços
procedam, in loco, às avaliações dos riscos e das exposições ocupacionais aos agentes identificados no PGR
da plataforma.
37.5.4.1 Alternativamente, a operadora da instalação pode realizar estas avaliações, informando os resulta-
dos obtidos às empresas prestadoras de serviços, por escrito e mediante recibo.
37.5.5O inventário de riscos e o plano de ação do PGR devem estar disponíveis para consulta pelos traba-
lhadores e seus representantes.
37.5.6As organizações, em conformidade com PGR da plataforma, devem indicar e registrar as atividades
e serviços que exijam:
a)análise preliminar de risco da tarefa;
b)liberação por um profissional de segurança do trabalho;
c)emissão de permissão de trabalho; e
d)operações de risco ou simultâneas com acompanhamento/supervisão da atividade por profissional de
segurança do trabalho.
37.5.7A partir das análises de riscos, a operadora da instalação deve definir a dotação e localização de
lava-olhos e chuveiros de emergência na plataforma, os quais devem ser mantidos em perfeito estado de fun-
cionamento e com fácil acesso.
37.5.8O PGR deve estar articulado com a análise de riscos das instalações e processos, elaborada confor-
me requisitos estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP.
37.5.8.2 A análise de riscos das instalações e processos deve ser revisada ou revalidada, no máximo, a
cada 5 (cinco) anos.
37.5.10Os relatórios das análises de riscos devem ser elaborados conforme requisitos do regulamento de
segurança operacional da ANP.
37.5.10.1 .2Em se tratando de plataforma desobrigada de dispor de SESMT complementar a bordo, a ope-
radora da instalação deverá indicar outro empregado próprio, que seja profissional de segurança do trabalho,
para compor a equipe multidisciplinar prevista no regulamento de segurança operacional da ANP.
37.5.11O profissional de maior nível hierárquico embarcado na plataforma deve tomar ciência formal do
relatório das análises de riscos.
37.5.12A operadora da instalação deve elaborar cronograma, definindo prazos e responsáveis para imple-
mentar as recomendações aprovadas.
37.5.13As análises de riscos devem ser reavaliadas, sob pena de caracterização de risco grave e iminente,
nas seguintes situações:
a)quando ocorrer mudança na locação da plataforma;
b)quando ocorrer mudança da operadora da instalação;
c)quando forem colocadas instalações temporárias a bordo, inclusive módulos de acomodação temporária;
d)antes da ampliação ou modificação da instalação, processo ou processamento, quando indicado pela
gestão de mudanças;
e)por solicitação do SESMT ou da CIPLAT, quando aprovada tecnicamente pelo responsável legal pela
plataforma; e
f)por recomendação decorrente de análise de incidente.
37.6.1A operadora da instalação e cada uma das empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo
devem elaborar os seus respectivos Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, por pla-
taforma, atendendo aos preceitos deste capítulo e, complementarmente, ao disposto na NR-07 (Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO).
37.6.1.2 Os riscos a que estão expostos os trabalhadores em plataformas desabitadas devem ser contem-
plados no PCMSO a que esses trabalhadores estejam vinculados.
37.6.2A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços devem adotar medidas que visem
à promoção, à proteção, à recuperação e à prevenção de agravos à saúde de todos os seus trabalhadores a
bordo, de maneira a compreender ações em terra e a bordo e contemplar:
a)serviços gratuitos de assistência à saúde a bordo e em terra pela operadora da instalação ou por empre-
sas especializadas na prestação desses serviços, que sejam decorrentes de acidentes ou doenças ocorridas
no trabalho, com os empregados próprios e terceirizados;
b)desembarque e remoção do trabalhador para unidade de saúde em terra, no caso de necessidade de
cuidados médicos complementares, devendo atender aos seguintes requisitos:
I.o tipo de aeronave a ser utilizada para transportar o trabalhador deve obedecer ao critério do médico regu-
lador, que é designado pela concessionária ou operadora da instalação; e
II.no caso de atendimento emergencial, com o resgate realizado por aeronave do tipo Evacuação Aeromé-
dica - EVAM, a aeronave e a tripulação devem estar prontas para decolar em até 30 (trinta) minutos após o seu
acionamento pelo médico regulador, sendo que tempos superiores a 30 (trinta) minutos devem ser justificados
pela operadora da instalação; entretanto, o prazo para a decolagem não pode exceder a 45 (quarenta e cinco)
minutos;
c)programas de educação em saúde, incluindo temas sobre alimentação saudável;
d)programas de promoção e prevenção em saúde, visando implantar medidas para mitigar os fatores de
riscos psicossociais identificados, assim como prevenir constrangimentos nos locais de trabalho decorrentes de
agressão, assédio moral, assédio sexual, dentre outros; e
e)acompanhamento pelos médicos responsáveis pelos PCMSO da operadora da instalação e das empre-
sas prestadoras de serviços, em todos os casos de acidentes e adoecimentos ocupacionais ocorridos a bordo
com os trabalhadores próprios e terceirizados.
37.6.3Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que acessam a plataforma ou em-
barcação por intermédio de cesta de transferência, de modo que os seguintes aspectos sejam considerados:
a)inclusão no PCMSO dos exames e sistemática de avaliação;
b)avaliação periódica dos riscos envolvidos na operação de transbordo, consignando no Atestado de Saúde
Ocupacional - ASO a aptidão para esta atividade; e
c)apreciação das patologias que podem originar mal súbito e riscos psicossociais.
37.6.3.1 Trabalhadores que utilizam a cesta de transferência apenas para situações de emergência estão
dispensados da avaliação e exames previstos no item 37.6.3.
37.6.5.1 Os profissionais de saúde de nível superior devem ter os treinamentos avançados em suporte car-
diológico e trauma pré-hospitalar, certificados por instituições especializadas, obedecendo às suas respectivas
validades.
37.6.5.2 Os profissionais de saúde de nível médio devem ter os treinamentos em suporte básico de vida e
trauma pré-hospitalar, certificados por instituições especializadas, obedecendo às suas respectivas validades
e formações profissionais.
37.6.5.4 .1Os tipos de equipamentos, materiais e medicamentos necessários devem estar disponíveis a
bordo, em quantidades suficientes e dentro dos seus respectivos prazos de validades.
37.6.6No caso de o trabalhador não dispor da quantidade necessária do medicamento mencionado na alí-
nea “b” do item 37.3.4 desta NR, a operadora da instalação deve providenciar, imediatamente, o medicamento
adequado ou o desembarque do trabalhador.
37.7 Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT
37.7.1A operadora da instalação e as empresas que prestam serviços a bordo da plataforma devem consti-
tuir SESMT em terra e a bordo de cada plataforma, de acordo com o estabelecido nesta NR e na NR-04 (Ser-
viços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT), no que não conflitar.
37.7.2.1 A operadora da instalação e as empresas que prestam serviços a bordo de plataformas devem
dimensionar os seus SESMT situados em terra conforme o estabelecido na NR-04.
37.7.2.1 .1O dimensionamento dos SESMT em terra da operadora da instalação e das empresas que pres-
tam serviços a bordo deve considerar a gradação do risco da atividade principal de cada organização e o nú-
mero total de empregados calculados conforme subitem
37.7.2.1 .2O número total de empregados deve ser calculado pelo somatório dos empregados próprios lo-
tados nas unidades terrestres e lotados nas plataformas.
37.7.2.1 .3Compete ao SESMT constituído em terra dar assistência tanto aos empregados lotados em terra
como aos embarcados.
37.7.3.1 A operadora da instalação também deve constituir SESMT a bordo da plataforma, composto por
técnico(s) de segurança do trabalho, quando o somatório dos seus empregados e dos empregados das empre-
sas prestadoras de serviços for igual ou superior a 25 (vinte e cinco).
37.7.3.1 .1O dimensionamento do SESMT a bordo da plataforma da operadora de instalação deve ser com-
posto por, no mínimo, um técnico de segurança do trabalho para cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores
embarcados ou fração.
37.7.3.2 .1A partir de 100 (cem) empregados, a empresa prestadora de serviços deve lotar a bordo mais um
técnico de segurança do trabalho para cada grupo de 50 (cinquenta) empregados ou fração.
37.7.3.2 .2O(s) técnico(s) em segurança do trabalho das empresas prestadoras de serviços devem atuar de
forma integrada com o SESMT da operadora da instalação.
37.7.3.3 Os SESMT da operadora da instalação e da prestadora de serviços a bordo devem ser registrados
separadamente, constando as informações previstas na NR-04.
37.7.3.4 .1Nas atividades noturnas realizadas por 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores, pelo menos um dos
profissionais da área de segurança do trabalho da operadora da instalação, lotados a bordo da plataforma, deve
cumprir sua jornada nesse período.
37.7.3.4 .1.1Quando o número de trabalhadores no turno da noite for inferior a 50 (cinquenta), qualquer
atividade nesse período que exija a presença de profissional de segurança do trabalho deve ser planejada com
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, exceto em situações de emergência.
37.7.3.4 .2A operadora da instalação poderá substituir o profissional de segurança a bordo por outro pro-
fissional com a mesma qualificação, sem a obrigatoriedade de atualização da composição do SESMT junto à
inspeção do trabalho, nos seguintes casos:
a)por motivos de férias, licenças, capacitação e outros afastamentos legais, pelo prazo máximo de 60 (ses-
senta) dias; e
b)para realizar atividades na base da operadora, pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, em ciclos
superiores a 3 (três) anos.
37.7.4O dimensionamento do SESMT a bordo deve considerar a média do número de trabalhadores embar-
cados no trimestre anterior, excluindo o aumento temporário inferior a 3 (três) meses de 25 (vinte e cinco) ou
mais trabalhadores embarcados.
37.7.4.2 Para as plataformas novas, o dimensionamento do SESMT a bordo deve ser baseado no efetivo
estimado no item 37.18.5 desta NR.
37.8 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes em Plataformas - CIPLAT (redação vigente até 19
de março de 2023)
37.8.1A operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços permanentes a bordo devem cons-
tituir suas CIPLAT por plataforma, com dimensionamento por turma de embarque, de acordo com o estabeleci-
do nesta NR e na NR-05 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA), no que não conflitar. (redação
vigente até 19 de março de 2023)
37.8.2As CIPLAT da operadora da instalação e das prestadoras de serviços permanentes a bordo serão
constituídas por representantes indicados pelo empregador e representantes eleitos pelos empregados, quan-
do o número destes for igual ou superior a 8 (oito) por turma de embarque.
37.8.2.1 Serão eleitos pelos empregados um representante titular e um suplente, em cada turma de embar-
que, com vínculo empregatício no Brasil, sendo um dos titulares definido como vice-presidente pelos represen-
tantes eleitos.
37.8.2.3 Quando a turma de embarque for inferior a 8 (oito) trabalhadores, considerados os lotados na pla-
taforma, a organização deve nomear um empregado responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPLAT
para essa turma.
37.8.4Para períodos de prestação de serviços a bordo iguais ou inferiores a 12 (doze) meses, a empresa
deve nomear um trabalhador responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPLAT.
37.8.5Os períodos de inscrições e de eleições dos candidatos a membros da CIPLAT devem considerar
todo o ciclo de embarque, de modo a permitir a participação de todos os empregados embarcados.
37.8.6A eleição dos representantes dos empregados de cada turma de embarque deve ser realizada a bor-
do, sendo facultada a eleição por meio eletrônico.
37.8.7As organizações que possuam ou atuem em mais de uma plataforma de uma mesma bacia petrolífera
podem constituir uma única comissão eleitoral para a eleição da CIPLAT.
37.8.8As reuniões ordinárias mensais da CIPLAT devem ser realizadas a bordo, atendendo ao calendário
previamente estabelecido, podendo a participação ocorrer de forma remota.
37.8.8.2 As reuniões devem contar com a presença de cada bancada representativa, devendo o suplente
comparecer às reuniões no caso de impedimento do membro titular.
37.8.8.3 .1Os profissionais citados no subitem 37.8.8.3 não possuem direito a voto nas reuniões da CIPLAT.
37.8.8.3 .2Caso não haja consenso nas deliberações discutidas na CIPLAT, será instalado processo de
votação, permanecendo na reunião, de forma paritária, somente os representantes do empregador e dos em-
pregados da operadora da instalação.
37.8.8.4 As deliberações e encaminhamentos das reuniões das CIPLAT devem ser disponibilizadas a todos
os trabalhadores no local onde é realizado o briefing referido no item
37.9.6 ou por meio eletrônico, observada a Lei Geral de Proteção de Dados - Lei nº 13.709, de 14 de agosto
de 2018.
37.8.9A organização deve elaborar o cronograma de execução das medidas corretivas, definindo prazos e
respectivas responsabilidades, que deve ser discutido e aprovado na próxima reunião da CIPLAT, com a parti-
cipação do SESMT.
37.8.9.1 A organização deve atender aos prazos previstos no cronograma ou justificar e reprogramar novos
prazos, com análise e aprovação pela CIPLAT e SESMT.
37.8.10.1 Na ausência dos representantes das empresas prestadoras de serviços, as decisões tomadas
na reunião da CIPLAT da operadora da instalação, que as envolvam, devem ser comunicadas formalmente
às prestadoras de serviços, no prazo de 3 (três) dias úteis a partir da emissão da ata, que se dará ao final da
reunião.
37.8.11Nas reuniões da CIPLAT da prestadora de serviços devem ser abordados os temas e deliberações
referentes às suas atividades na plataforma que constarem da última ata daCIPLAT da operadora da instalação.
37.8.14É vedada a transferência para outra plataforma ou estabelecimento em terra, durante o mandato, de
trabalhador eleito para a CIPLAT, sem sua anuência.
37.9 Capacitação e treinamento em segurança e saúde no trabalho
37.9.1Todos os treinamentos previstos nesta NR devem observar o disposto na NR-01 e ser realizados du-
rante a jornada de trabalho, a cargo e custo da organização, conforme disposto nesta NR.
37.9.1.1 O tempo despendido durante qualquer treinamento é considerado como horas trabalhadas, sendo
proibida a participação em cursos nos períodos de férias, afastamentos ou descanso do trabalhador a bordo.
37.9.1.3 Os conteúdos práticos podem ser realizados com a utilização de simuladores aprovados pelo
fabricante do equipamento, ou aqueles utilizados ou reconhecidos por órgãos da administração pública ou so-
ciedades classificadoras.
37.9.3Até o início do treinamento, o trabalhador deve receber o material didático a ser utilizado, em meio
físico ou eletrônico.
37.9.3.1 O material didático escrito ou audiovisual, utilizado e fornecido em qualquer tipo de treinamento
ou instrução ministrada, deve ser produzido no idioma português, utilizando linguagem adequada ao nível de
conhecimento dos trabalhadores.
37.9.3.1 .1O material didático de treinamento ministrado para o trabalhador estrangeiro não fluente no idio-
ma português deve estar disponível no idioma inglês.
37.9.4Para cada treinamento presencial, deve ser elaborada lista de presença contendo:
a)o título do curso ministrado;
b)conteúdo ministrado, data, local e carga horária;
37.9.5A operadora da instalação só deve permitir a execução de serviços por trabalhador terceirizado que
esteja devidamente capacitado para a sua função.
37.9.6O operador da instalação deve implementar programa de capacitação em segurança e saúde no tra-
balho em plataforma, compreendendo as seguintes modalidades:
a)orientações gerais por ocasião de cada embarque (briefing de segurança da plataforma);
b)treinamento básico;
c)treinamento avançado;
d)treinamento eventual; e
e)Diálogo Diário de Segurança - DDS.
37.9.6.1 Os treinamentos citados nas alíneas “b”, “c” e “d” do item 37.9.6 devem ter engenheiro de seguran-
ça do trabalho como responsável técnico.
37.9.6.2 As capacitações citadas nas alíneas “a” e “e” são dispensadas de emissão de certificado.
37.9.6.2 .1A operadora da instalação deve ministrar instruções gerais (briefing), consignado em lista de
presença, por ocasião de cada embarque, ao chegar a bordo da plataforma, com o seguinte conteúdo mínimo:
a)a descrição sucinta das características da plataforma e o seu estado (operacional, parada, comissiona-
mento, operações críticas e simultâneas, etc.);
b)os tipos de alarme disponíveis a bordo, destacando os de emergência;
c)os procedimentos de agrupamento (pontos de encontro) e de evacuação em caso de emergência;
d)as rotas de fuga;
e)as localizações dos recursos de salvatagem (coletes, boias, baleeiras, balsas, botes de resgate, dentre
outros);
f)a identificação das lideranças de bordo;
g)as regras de convívio a bordo, especialmente no que diz respeito ao silêncio nas áreas das acomodações;
e
h)cuidados básicos de higiene e saúde pessoal.
37.9.6.2 .2A operadora da instalação deve atualizar o briefing quando houver mudança no Plano de Respos-
ta a Emergências - PRE, descrito no capítulo 37.28 desta NR.
37.9.6.3 O treinamento básico, previsto na alínea “b” do item 37.9.6, deve ser realizado antes do primeiro
embarque, ter carga horária mínima de 6 horas e abordar o inventário de riscos e as medidas de controle esta-
belecidas no PGR da plataforma, em especial:
a)meios e procedimentos de acesso à plataforma;
b)condições e meio ambiente de trabalho;
c)substâncias combustíveis e inflamáveis presentes a bordo: características, propriedades, perigos e riscos;
d)áreas classificadas, fontes de ignição e seu controle;
37.9.6.3 .1O treinamento básico não é obrigatório para as comitivas, visitantes e atividades exclusivamente
administrativas.
37.9.6.3 .2O treinamento básico de trabalhadores não lotados na plataforma deve ser ministrado, comple-
mentado ou validado pela operadora da instalação.
37.9.6.4 O treinamento eventual, previsto na alínea “d” do item 37.9.6, deve ser realizado, além do disposto
na NR-01, nas seguintes situações:
a)incidente de grande relevância ou acidente grave ou fatal, na própria instalação ou em outras plataformas,
próprias ou afretadas, da mesma operadora;
b)doença ocupacional que acarrete lesão grave à integridade física do(s) trabalhador(es);
c)parada para a realização de campanhas de manutenção, reparação ou ampliação realizadas pela própria
operadora ou por prestadores de serviços;
d)comissionamento, descomissionamento ou desmonte da plataforma; e
e)retorno de afastamento do trabalho por período superior a 90 (noventa) dias.
37.9.6.4 .1A carga horária, o conteúdo programático do treinamento eventual e os trabalhadores a serem
capacitados devem ser definidos pela operadora da instalação, em função da complexidade, levando-se em
conta o inventário de riscos e as medidas de prevenção estabelecidas no PGR para a atividade em questão.
37.9.6.4 .2Para operações simultâneas de risco, em conformidade com o PGR e a análise preliminar de
risco da tarefa, deve ser realizado treinamento eventual ou DDS anterior à operação.
37.9.6.5 Os trabalhadores que adentram a área operacional, efetuando atividades específicas, pontuais ou
eventuais relacionadas à operação, manutenção ou integridade, bem como em resposta a situações de emer-
gência, devem realizar treinamento avançado, previsto na alínea “c” do item 37.9.6, com carga horária de, no
mínimo, 8 (oito) horas, com o seguinte conteúdo programático:
a)análise preliminar de riscos da tarefa: conceitos e exercícios;
b)permissão para trabalho, a frio ou a quente, na presença de combustíveis e inflamáveis;
c)aditivos químicos e composição dos fluidos empregados nas operações de perfuração, completação, res-
tauração e estimulação, quando aplicável;
37.9.6.6 Deve ser realizada reciclagem do treinamento básico e avançado, com carga horária mínima de 4
(quatro) horas, a cada 5 (cinco) anos, ou quando houver:
a)indicação do PGR pela atualização; ou
b)retorno de afastamento do trabalho por período superior a 180 (cento e oitenta) dias.
37.9.6.7 .1A operadora da instalação deve realizar, antes do início das atividades operacionais, o DDS,
considerando:
a)as tarefas que serão desenvolvidas, de forma simultânea ou não;
b)o processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção;
c)os alarmes de evacuação a bordo e as respectivas medidas de segurança a serem adotadas; e
d)os cuidados para evitar o acionamento inadvertido de sistemas de segurança levando a paradas não
programadas.
37.9.6.7 .1.1Para comprovar a realização do DDS, as informações da lista de presença podem ser incluídas
na própria permissão de trabalho, quando aplicável.
37.10 Comissionamento, ampliação, modificação, reparo, descomissionamento e desmonte
37.10.1.1 .1O profissional de segurança não poderá desempenhar outra tarefa enquanto estiver em ativida-
de que exija acompanhamento contínuo.
37.10.2A operadora da instalação deve protocolar comunicação prévia, em sistema eletrônico disponibiliza-
do pela inspeção do trabalho, com no mínimo 30 dias de antecedência, às seguintes atividades:
a)paradas programadas;
b)atividades com acoplamento de unidade de manutenção e segurança; e
c)atividades que impliquem aumento da população da plataforma acima da lotação originalmente aprovada
pela Autoridade Marítima.
37.10.2.1 A operadora da instalação deve manter disponível a bordo, em meio físico ou digital, comprovante
da ciência formal acerca da realização das atividades referidas no item 37.10.2 a todos os trabalhadores lota-
dos na plataforma, mediante instruções gerais por ocasião do embarque (briefing de segurança da plataforma),
descrito no item 37.9.6, por até um ano após o término da campanha em pauta.
37.10.2.2 .1Caso ocorram alterações no cronograma inicial, a operadora da instalação deve manter a ver-
são atualizada do cronograma a bordo, observando o prescrito no capítulo 37.31 desta NR.
37.10.2.3 Nas atividades que impliquem aumento da população da plataforma acima da lotação original-
mente aprovada, a operadora da instalação deve disponibilizar a bordo cópia do documento comprovando
autorização, pela Autoridade Marítima, desse aumento da lotação, observando o prescrito no capítulo 37.31
desta NR.
37.10.3A operadora da instalação deve protocolar, em sistema eletrônico disponibilizado pela inspeção do
trabalho, comunicado de descomissionamento da plataforma, em até 30 (trinta) dias antes do encerramento
das suas operações.
37.10.4.1 Em situação emergencial, quando as condições de vivência não sejam plenamente atendidas
segundo o capítulo 37.12 desta NR, a operadora da instalação deve assegurar:
37.11.1Os deslocamentos dos trabalhadores entre o continente e a plataforma ou entre plataformas não
interligadas, e vice-versa, devem ser realizados por meio de helicópteros.
37.11.1.1 As aeronaves, os heliportos e os procedimentos de transporte aéreo devem obedecer aos requi-
sitos de segurança exigidos pelas autoridades competentes.
37.11.1.2 É permitido o transporte dos trabalhadores por meio de embarcações, desde que:
a)estejam regularizadas junto à Autoridade Marítima;
b)a distância a ser percorrida entre o continente e a plataforma seja inferior ou igual a 35 milhas náuticas;
c)sejam atendidas as condições adequadas de conforto para o trabalhador durante a navegação;
d)a altura de onda seja de até 2,70 metros e a velocidade de vento de até 27 nós;
e)na situação de interdição do helideque, por mais de 24 (vinte e quatro) horas, é permitida a evacuação
do pessoal não essencial à segurança e habitabilidade da plataforma, independentemente da distância a ser
percorrida entre o continente e a plataforma, sendo vedada a troca de turma; e
f)em caso de evacuação emergencial, independentemente da distância a ser percorrida entre o continente
e a plataforma.
37.11.1.3 É permitida a utilização do helideque da UMS acoplada por passarela estabilizada (gangway) à
plataforma, para embarque e desembarque de trabalhadores por helicóptero.
37.11.2É proibido o acesso de trabalhador à plataforma sem que a cópia, em meio físico ou digital, do seu
ASO esteja disponível a bordo ou cuja validade esteja vencida ou a vencer dentro do período de embarque.
37.11.2.1 Para acesso a plataformas desabitadas, deve ser observado o subitem 37.31.1.1 desta NR.
37.11.3A operadora do contrato deve assegurar que os terminais próprios, compartilhados ou não, ou exclu-
sivos, terrestres, de embarque e desembarque aéreo ou marítimo:
a)sejam climatizados;
b)atendam às condições sanitárias, de higiene e de conforto conforme NR-24 (Condições Sanitárias e de
Conforto nos Locais de Trabalho); e
c)possuam assentos em número suficiente para acomodar todos os trabalhadores em trânsito previstos no
horário de maior fluxo de passageiros, atendendo a programação normal e excetuando as superposições por
atrasos.
37.11.4.3 É vedado o uso de cordas, correntes ou qualquer outro tipo de cabos para a transferência de tra-
balhadores entre as embarcações e a plataforma, e vice-versa.
37.11.4.3 .1É permitido o uso de escadas flexíveis ou fixas à plataforma para a transferência da equipe ne-
cessária para operação do guindaste, nas plataformas desabitadas.
37.11.4.4 Para plataforma flutuante, posicionada em águas interiores, o acesso e o desembarque dos traba-
lhadores também podem ser realizados por meio de escadas fixas da própria plataforma.
37.11.5A transferência de trabalhadores, por meio de cesta, deve ser realizada apenas sob as seguintes
condições meteorológicas e oceanográficas:
a)a altura de onda seja de até 2,70 metros e a velocidade de vento de até 27 nós;
b)visibilidade superior a 3 km; e
c)balanço (roll) máximo de 3° (três graus), para plataformas flutuantes.
37.11.5.1 A operadora da instalação deve assegurar que a cesta obedeça aos seguintes requisitos mínimos:
a)possuir certificado de homologação pela Autoridade Marítima, em conformidade com a NORMAM-05/DPC
e alterações posteriores; e
b)estar íntegra e sempre disponível para utilização.
37.11.5.3 Os sinaleiros e seus auxiliares devem estar visivelmente identificados e, juntamente com os pas-
sageiros, são as únicas pessoas que podem permanecer nas áreas de chegada ou saída da cesta.
37.11.5.4 Antes de iniciar cada operação contínua com a cesta de transbordo, a operadora da instalação
deve assegurar a adoção dos seguintes procedimentos:
a)inspecionar e testar o guindaste nos moldes do subitem 37.20.3.1 desta NR, desde que seja a primeira
operação na jornada de trabalho do operador de guindaste;
b)inspecionar a cesta, os acessórios e o conjunto estabilizador, quando aplicável;
c)registrar e arquivar, nas plataformas habitadas, os resultados da inspeção dos cinturões de segurança e
acessórios a serem utilizados, descartando os que apresentem falhas ou deformações ou que tenham sofrido
impacto de queda;
d)registrar as condições ambientais na ocasião da transferência (velocidade do vento, altura da onda, con-
dições de visibilidade e o ângulo de balanço); e
e)verificar a eficácia da comunicação visual e por rádio.
37.11.5.4 .1Para as plataformas desabitadas, os registros mencionados nas alíneas “c” e “d” do subitem
37.11.5.4 devem ser arquivados na plataforma habitada onde estão lotados os trabalhadores da operadora da
instalação que executam atividades eventuais na unidade desabitada ou na sede da empresa, em terra.
37.11.5.6 O operador do guindaste deve obedecer unicamente às instruções dadas pelos sinaleiros, exceto
quando for constatado risco de acidente e sinalizada a parada de emergência por qualquer pessoa situada na
área de embarque ou desembarque.
37.11.5.7 É permitido o transbordo de pessoas, no período noturno, por meio de cesta de transferência,
somente em situações de:
a)emergência;
b)execução de serviços emergenciais que visem à proteção dos trabalhadores ou à segurança operacional;
c)socorro médico de urgência; e
d)resgate de náufrago.
37.11.6.1 O procedimento de acesso à plataforma, por meio de embarcação apropriada para o transporte
de trabalhadores com segurança e conforto, deve obedecer aos seguintes requisitos:
a)as operações de transferência somente devem ser realizadas em condições de altura de onda de até 2,70
metros, velocidade de vento de até 27 nós e corrente marítima de até 1,5 nós; e
b)as condições de mar, vento e visibilidade no momento da manobra devem ser avaliadas e consignadas
em documento próprio, pelo comandante da embarcação, a ser arquivado na embarcação ou na plataforma
habitada, por período não inferior a um ano, em local de fácil acesso à inspeção do trabalho.
37.11.6.1 .1Em se tratando de plataforma desabitada, o documento referido na alínea “b” do subitem
37.11.6.1 pode ser arquivado na embarcação, na plataforma habitada onde estão lotados os trabalhadores
transportados ou na sede da operadora da instalação, em terra.
37.11.7.1 A operadora da instalação onde a passarela estabilizada estiver instalada deve manter a bordo os
documentos com os parâmetros e cálculos utilizados como critérios para acionamento do alarme e interrupção
imediata da passagem de trabalhadores.
37.11.8A utilização de soluções alternativas para outros tipos de acesso a plataformas deve ser precedida
de aprovação tripartite.
37.12.1As condições de vivência a bordo são reguladas pelo disposto neste capítulo e nas regulamenta-
ções do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, não sendo aplicáveis os
dispositivos constantes da NR-24.
37.12.1.1 Os registros e documentos relativos às condições de vivência gerados em função das regula-
mentações do Ministério da Saúde e ANVISA devem estar disponíveis a bordo para os trabalhadores e suas
representações.
37.12.2A operadora da instalação deve assegurar áreas de vivência das plataformas habitadas compostas
por:
a)alojamentos;
b)instalações sanitárias;
c)refeitório;
d)cozinha;
e)lavanderia;
f)sala de recreação;
g)sala de leitura;
h)sala para uso da rede de alcance mundial informatizada (internet) e outros serviços; e
i)espaço para prática de atividade física.
37.12.2.1 A sala de leitura pode ser compartilhada com a sala prevista na alínea “h” desde que sejam sepa-
radas de forma a manter as condições para concentração e estudo.
37.12.2.2 As áreas de vivência devem ser mantidas em condições de segurança, saúde, conforto, higiêni-
co-sanitárias e em perfeito estado de funcionamento e conservação.
37.12.2.3 Os métodos de medição e os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de
trabalho internos são os estabelecidos na norma ABNT NBR IEC 61892-2 - Unidades marítimas fixas e móveis
- Instalações elétricas Parte 2: Projeto de sistemas elétricos, garantindo um nível de iluminamento mínimo nos
planos da tarefa visual, em conformidade com a Norma de Higiene Ocupacional nº 11 (NHO 11) da Fundacentro
- Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho - versão 2018.
37.12.3Disposições gerais
37.12.3.3 As áreas de vivência devem ser dotadas de água para o consumo humano, conforme estabele-
cem as regulamentações do Ministério da Saúde e da ANVISA.
37.12.4Instalações sanitárias
37.12.4.2 Além do disposto no subitem 37.12.4.1, as instalações sanitárias para uso coletivo devem:
a)estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, próximas aos locais de trabalho ou das refeições;
b)ser localizadas de maneira a não se comunicarem diretamente com os locais destinados às refeições,
cozinha e dormitórios;
c)garantir a privacidade de seus usuários em relação ao ambiente externo;
d)para plataformas com a maior dimensão do deck principal acima de 200 m (duzentos metros), deve existir
um banheiro o mais próximo possível da meia-nau, em área não classificada; (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90,
de 18 de janeiro de 2022)
e)possuir vasos sanitários em conjunto com lavatórios;
f)dispor de cabines privativas para os vasos sanitários, quando houver mais de uma unidade ou forem
acompanhados de mictórios; e
g)ser separadas por sexo, de forma permanente.
37.12.4.3 A plataforma deve possuir instalações sanitárias para uso coletivo distribuídas pelos diferentes
pisos ou decks, na proporção de, no mínimo, 1 (um) vaso sanitário e 1 (um) lavatório para cada 15 (quinze)
trabalhadores ou fração, considerando o turno de trabalho com maior efetivo. (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90,
de 18 de janeiro de 2022)
37.12.4.3 .1Em instalações sanitárias masculinas de uso coletivo, é permitida a substituição de 50% (cin-
quenta por cento) dos vasos por mictórios para uso coletivo, desde que sejam assegurados, no mínimo, dois
vasos.
37.12.4.4 A plataforma deve possuir, ainda, instalações sanitárias para uso coletivo dotadas de chuveiro, na
proporção de 1 (um) para cada 30 (trinta) trabalhadores ou fração, considerando o turno de trabalho com maior
efetivo. (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90, de 18 de janeiro de 2022)
37.12.4.7 .2Deve ser disponibilizado, próximo ao casario, local para retirada dos Equipamentos de Proteção
Individual - EPI com 2 (dois) lavatórios para uso coletivo.
37.12.4.8 .1Os chuveiros e os aquecedores elétricos, utilizados para secar as toalhas, devem possuir resis-
tência do tipo blindada.
37.12.4.9 A operadora da instalação deve assegurar, no mínimo, 60 (sessenta) litros diários de água tratada,
por trabalhador, para serem utilizados nas instalações sanitárias.
37.12.4.10 É vedado o uso de banheiro químico, inclusive no módulo de acomodação temporária, exceto
nos casos previstos nesta NR.
37.12.4.10 .1Ao constatar a inoperância do sistema de esgotamento de todas as instalações sanitárias, sem
o devido restabelecimento em até 3 (três) horas, os seguintes procedimentos devem ser adotados:
a)iniciar os procedimentos de parada da produção da plataforma;
b)providenciar, imediatamente, a logística para o desembarque de todos os trabalhadores, com o retorno da
tripulação somente após a normalização do sistema de esgotamento;
c)manter a bordo apenas o contingente mínimo para garantir a segurança da instalação e o reparo do sis-
tema; e
d)providenciar banheiros químicos para os trabalhadores que compõem o contingenciamento mínimo, até a
normalização do sistema de esgotamento.
37.12.4.11 A operadora da instalação deve elaborar, por plataforma, os procedimentos de controle e de vi-
gilância para transportar, manter e controlar a qualidade da água distribuída para o consumo humano a bordo,
em conformidade com as regulamentações do Ministério da Saúde e da ANVISA.
37.12.4.13 Após a realização de serviços de manutenção, reparo, ampliação e outras intervenções na pla-
taforma que possam contaminar a água para o consumo humano, a operadora da instalação deve realizar as
análises previstas pela ANVISA e Ministério da Saúde e, se necessário, efetuar os tratamentos adequados
antes de voltar a fornecer a água.
37.12.5.2 O refeitório deve atender, nesta ordem, aos requisitos desta NR e, naquilo que couber, aos itens
constantes das resoluções da ANVISA, conforme descrito a seguir:
a)ser instalado em local apropriado, não se comunicando diretamente com os locais de trabalho, instalações
sanitárias e locais insalubres ou perigosos;
b)possuir área mínima de 1,50 m² por usuário, com a quantidade de mesas e assentos que atenda a 1/3 do
total de empregados do turno de trabalho com o maior efetivo;
c)possuir corredor principal com largura de 0,75 m e garantia de corredor secundário de acesso a todos os
assentos com largura de 0,55 m;
d)ser provido de rede de iluminação, protegida externamente por eletrodutos ou embutida nas anteparas ou
teto, com iluminamento geral e difuso;
e)ter piso impermeável, antiderrapante e revestido de material que permita a limpeza e desinfecção;
f)ter anteparas revestidas com material liso, resistente, impermeável e que permita a limpeza e desinfecção;
g)dispor de água potável;
h)possuir mesas providas de tampo liso e de material impermeável;
i)possuir mesas e bancos ou cadeiras de fácil higienização e mantidos permanentemente limpos;
j)possuir protetor salivar nos balcões em que o usuário tiver acesso ao alimento; e
k)dispor de álcool em gel ou outro saneante na área de acesso aos balcões de autosserviço.
37.12.5.2 .1As mesas do refeitório de plataformas flutuantes devem ser dotadas de tampo com ressalto
arredondado nas bordas, acompanhada por bancos ou cadeiras fixas ou com pés de alto atrito.
37.12.5.3 Além do quantitativo de lavatórios para uso coletivo previsto no subitem 37.12.4.3, o refeitório
também deve dispor de, pelo menos, um lavatório localizado nas proximidades de sua entrada, no mesmo piso,
ou no seu interior, na proporção de 1 (um) para cada 30 (trinta) assentos.
37.12.5.5 As plataformas desabitadas devem dispor de condições sanitárias, de higiene e de conforto sufi-
cientes para as refeições dos trabalhadores, bem como atender aos seguintes requisitos mínimos:
a)dispor de local adequado e isolado da área de trabalho;
b)possuir piso e anteparas apropriados para limpeza e desinfecção;
c)ter ventilação artificial ou natural;
d)ter iluminação geral e difusa, com nível de iluminamento, conforme previsto em norma técnica;
e)dispor de mesas e assentos em número compatível com a quantidade de trabalhadores a bordo;
f)possuir lavatório nas proximidades;
g)fornecer água potável;
h)dispor de equipamento para aquecer a refeição ou de dispositivo térmico que a mantenha aquecida em
condições de higiene, conservação e consumo até o final do horário da refeição;
i)fornecer refeições que atendam às exigências de conservação da alimentação em recipientes apropriados,
adequados aos equipamentos de aquecimento disponíveis;
j)disponibilizar pratos, talheres e copos individuais higienizados, podendo ser descartáveis; e
k)possuir compartimento para guarda e proteção dos utensílios.
37.12.5.5 .1Em plataforma desabitada que não ofereça ambiente com condições para as refeições, o tempo
de permanência dos trabalhadores a bordo deve ser de, no máximo, 4 (quatro) horas.
37.12.5.6 É proibida a tomada das principais refeições fora dos locais referidos nos subitens 37.12.5.2 e
37.12.5.5.
37.12.5.6 .1É proibido o consumo de qualquer alimento em ambientes com exposição a agentes químicos,
físicos ou biológicos, devendo ser asseguradas as condições adequadas de conforto e higiene, descritas no
item 37.12.5 e respectivos subitens desta NR.
37.12.5.8 É vedada a utilização de vestimenta de trabalho com a presença de agentes químicos ou biológi-
cos, provenientes das atividades laborais, nos refeitórios ou nos locais específicos para a alimentação.
37.12.6Cozinha
37.12.6.1 Em plataforma dotada de cozinha, a operadora da instalação deve seguir todas as medidas para
garantir a higiene e a qualidade da alimentação produzida, de acordo com as normas da ANVISA.
37.12.6.2 .1É vedada a utilização de toalha de uso coletivo nos lavatórios utilizados pelos profissionais da
cozinha.
37.12.6.3 A cozinha deve ficar interligada ao refeitório através de aberturas do tipo passa- pratos ou portas
distintas, uma para servir as refeições e a outra para a devolução dos utensílios. (Vide prazo - Portaria MTP n.º
90, de 18 de janeiro de 2022)
37.12.6.4 As áreas previstas para cozinha, depósito de gêneros alimentícios secos e dispositivos de refri-
geração de alimentos devem ser compatíveis com o número diário de refeições servidas e a quantidade de
provisões que devem ser armazenadas, considerando-se ainda uma reserva de emergência.
37.12.6.5 As plataformas devem possuir instalações sanitárias adicionais, exclusivas para uso coletivo dos
trabalhadores da cozinha, atendendo ao disposto no subitem 37.12.4.2, na proporção de 1 (um) vaso sanitário
e 1 (um) lavatório para cada 10 (dez) trabalhadores ou fração, considerando o sexo e o turno de trabalho do
pessoal da cozinha com maior efetivo. (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90, de 18 de janeiro de 2022)
37.12.6.6 Os equipamentos e acessórios de cocção utilizados nas cozinhas das plataformas flutuantes de-
vem possuir dispositivo de fixação que permita a sua remoção para utilização e limpeza.
37.12.6.7 A cozinha, seus equipamentos e acessórios, exaustores e dutos de exaustão devem passar por
processo de higienização de acordo com as recomendações do fabricante ou fornecedor, consignado em plano
de manutenção específico e relatório assinado pelo profissional responsável.
37.12.6.8 A câmara de refrigeração deve ter botoeira de emergência no seu interior e dispositivo que permita
a abertura internamente.
37.12.7Camarotes
37.12.7.1 .1Nas plataformas em operação ou que estejam em fase de construção até a data de entrada de
vigência desta NR, as portas com largura inferior a 0,80 m podem ser ejetáveis, em substituição ao painel de
escape previsto na alínea “k”.
37.12.7.1 .2O camarote deve ser adequadamente isolado, não podendo haver quaisquer aberturas diretas
para a praça de máquinas, compartimento de carga, cozinha, paiol, lavanderias, poço de elevador ou instala-
ções sanitárias de uso coletivo.
37.12.7.1 .3As tubulações de vapor, de descarga de gases e outras semelhantes não devem passar pelo
interior dos alojamentos, nem pelos seus corredores, salvo em caso de inviabilidade técnica, quando deverão
ser isoladas e protegidas.
37.12.7.3 .1No caso de utilização de camas sobrepostas na vertical (beliche), estas deverão atender tam-
bém às condições a seguir:
a)limitar-se a duas camas, com distância livre mínima de 0,90 m, medida a partir do nível superior do col-
chão da cama de baixo ao nível inferior do estrado da cama superior;
b)possuir cama superior com distância livre mínima de 0,90 m, medida a partir do teto do dormitório até o
nível superior do seu colchão;
c)possuir cama superior com proteção lateral contra queda, até a metade do seu comprimento;
37.12.7.3 .1.1Nas plataformas flutuantes, a cama inferior deve ser provida, ainda, de proteção lateral contra
queda, até a metade do seu comprimento.
37.12.7.4 .1O módulo de acomodação temporária só pode ser instalado com o intuito de aumentar a capa-
cidade de acomodação da plataforma, durante a execução de campanhas de manutenção, reparação, mon-
tagem, comissionamento, descomissionamento, desmonte ou intervenções de sondas em plataformas fixas.
37.12.7.4 .2A instalação e a permanência do módulo de acomodação temporária nas plataformas habitadas
devem ser solicitadas ao órgão regional da inspeção do trabalho, correspondente à locação da plataforma, e,
em caso de plataformas desabitadas, somente mediante negociação tripartite.
37.12.7.4 .2.1A solicitação deve ser feita mediante a apresentação das análises de riscos e plantas baixa e
de corte.
37.12.7.4 .3Além do disposto nos subitens 37.12.7.1 a 37.12.7.3, o módulo de acomodação temporária deve
atender às seguintes exigências:
a)não ter sido utilizado para outros fins, como o armazenamento ou manuseio de substâncias perigosas à
saúde;
b)dispor de anteparas, piso e teto construídos com o material de classe A-60, conforme descrito no Código
MODU;
c)ser apoiado sobre estruturas de sustentação com apoios resilientes para absorções de ruídos e vibrações,
salvo laudo técnico conclusivo que dispense tais apoios, elaborado por profissional legalmente habilitado;
d)ter quadro elétrico instalado em seu interior, em local de fácil acesso, dispondo de barramento interno com
disjuntores, portas com vedação de borracha, trinco e pintura eletrostática a pó;
e)possuir vidros ou materiais alternativos utilizados em divisórias, janelas e visores das portas que não pro-
duzam estilhaços ou fumaça tóxica;
f)dispor de antecâmara para isolamento do ruído exterior, das intempéries e do devassamento, podendo tal
função ser exercida pelo corredor que interliga os módulos;
g)se possuir corredor, este deve atender aos requisitos do subitem 37.25.8.2;
h)dispor de portas externas que atendem aos requisitos de estanqueidade e da classificação das anteparas,
conforme sua localização na embarcação, dotadas de sistema automático para o seu fechamento; e
i)dispor de saída de emergência alternativa.
37.12.7.5 A operadora da instalação deve disponibilizar canais para televisão, com pacote de programação
diversificado (noticiários, esportes, filmes, documentários e outros), em condições adequadas de funcionamen-
to, diuturnamente.
37.12.7.6 A telefonia das acomodações deve permitir a realização de ligações entre os diferentes ramais da
plataforma.
37.12.7.8 O camarote provisório deve ter seu projeto, prazo de utilização e prorrogação, se necessária,
aprovados pelo órgão regional da inspeção do trabalho, depois de ouvidas as partes em procedimento de ne-
gociação tripartite.
37.12.7.10 É vedado o transbordo de trabalhadores registrados no People On Board - POB de uma platafor-
ma para o pernoite em alojamento de outra plataforma, com a finalidade de suprir ausência de acomodações.
37.12.8Lavanderia
37.12.8.1 A plataforma habitada deve possuir lavanderia para a lavagem e a secagem das roupas de traba-
lho, de cama, de banho e de uso pessoal.
37.12.8.2 As roupas de trabalho devem ser lavadas e secas separadamente das demais (roupas de cama,
de banho e de uso pessoal), de acordo com procedimento específico para cada unidade, que impeça a conta-
minação cruzada entre as roupas.
37.12.9.1 Na plataforma habitada, devem existir os seguintes meios e instalações para proporcionar condi-
ções de bem-estar a todos os trabalhadores a bordo:
a)sala de ginástica ou aparelhos para exercícios físicos, instalados em locais destinados para essa finali-
dade;
b)sala(s) de recreação com música, rádio, televisão, exibição de vídeos com conteúdos variados e renova-
dos em intervalos regulares, além de jogos de mesa com seus acessórios;
c)sala de leitura dotada de uma biblioteca, cujo acervo contenha periódicos e livros de conteúdos variados,
em quantidade suficiente e renovados em intervalos regulares;
d)acesso viável à rede mundial de computadores (internet), do tipo sem fio (wi-fi), ao menos nas áreas de
vivência e camarotes, para utilização recreativa e comunicação interpessoal, de acesso reservado a correio
eletrônico, redes sociais e outros sistemas privativos, dimensionada de modo a atender ao quantitativo de tra-
balhadores no período de folga, diuturnamente; e
e)sala de internet recreativa e para comunicação interpessoal, dotada de computadores de uso individual,
conectados à rede, na razão de, no mínimo, 1 (um) para cada 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração, conside-
rados os trabalhadores em período de folga.
37.12.9.1 .1Em caso de inviabilidade técnica de instalação de internet sem fio (wi-fi), a operadora da insta-
lação deve disponibilizar computadores de uso individual, conectados à rede citada, na razão de, no mínimo, 1
(um) para cada 15 (quinze) trabalhadores ou fração, considerados os trabalhadores em período de folga.
37.12.9.1 .2A operadora da instalação deve manter os meios de comunicação da sala de internet com os
computadores de uso individual ou similares (hardwares) e os sistemas operacionais (softwares) atualizados,
de forma a garantir o seu perfeito funcionamento.
37.12.9.2 A área de vivência a bordo deve possuir cabines telefônicas individuais ou locais privativos, na
proporção de 1 (um) aparelho telefônico para cada 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração a bordo, permitindo
a comunicação particular entre a plataforma e a terra, observando-se que:
a)a operadora da instalação deve franquear ao trabalhador, próprio ou terceirizado, período mínimo de 15
(quinze) minutos, por dia, de ligação externa gratuita; e
b)quando excedido o tempo gratuito de ligação, e caso seja custeado pelo trabalhador, o valor máximo da
ligação deve ser equivalente ao seu preço de custo, que venha a ser cobrado pela operadora de telefonia na-
cional.
37.12.9.2 .1Caso a operadora da instalação não disponibilize internet, do tipo wi-fi, a proporção estabelecida
no subitem 37.12.9.2 deve ser de, no mínimo, 1 (um) para cada 15 (quinze) trabalhadores ou fração.
37.12.9.3 .1Os aparelhos ergométricos, os aparelhos e os equipamentos fixos para a prática de exercícios
físicos da sala de ginástica devem:
a)estar em perfeito estado de conservação, manutenção, higiene e segurança;
b)estar aprumados, fixados e distanciados entre si, de acordo com as orientações do fabricante; e
c)ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, quando aplicá-
vel.
37.12.9.3 .2Para realizar atividade física a bordo, o trabalhador deve ser previamente orientado por profis-
sional legalmente habilitado, apresentando o comprovante ao profissional de saúde da plataforma.
37.12.10Alterações eventuais que forneçam condições diversas, porém equivalentes ao disposto no item
37.12.9 e respectivos subitens, devem ser apreciadas de forma tripartite e autorizadas pelo órgão regional da
inspeção do trabalho.
37.12.11Na plataforma dotada de sala de projeção de filmes, quadra desportiva, piscina ou sauna, essas
instalações devem ser mantidas em funcionamento, só podendo ser descontinuadas se precedida e aprovada
em negociação tripartite.
37.13 Alimentação a bordo
37.13.1A operadora da instalação deve garantir que os trabalhadores a bordo tenham acesso gratuito à
alimentação de boa qualidade, preparada ou finalizada a bordo, fornecida em condições de higiene e conser-
vação, conforme prevê a legislação vigente.
37.13.1.2 Nas plataformas desabitadas, a alimentação deve possuir as mesmas características citadas no
item 37.13.1, sendo dispensado o seu preparo a bordo.
37.13.1.3 A operadora da instalação deve disponibilizar dietas específicas para a patologia do trabalhador,
segundo prescrição médica.
37.13.1.4 A operadora da instalação deve garantir que a empresa contratada para prestar serviços de ho-
telaria e alimentação cumpra os requisitos para o sistema de gestão da segurança de alimentos estabelecidos
nas regulamentações da ANVISA e pela norma técnica ABNT NBR ISO 22000 – Sistemas de gestão de se-
gurança de alimentos – Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos e alterações
posteriores.
37.13.2.1 Em adição, os cozinheiros encarregados do preparo das refeições a bordo devem possuir forma-
ção e qualificações exigidas para esta função, com conhecimentos teóricos e práticos sobre cozinha, armaze-
namento de víveres e gestão de abastecimentos.
37.13.3É obrigatório o fornecimento de água potável e fresca no casario e nas áreas operacionais da plata-
forma, em quantidade suficiente para atender às necessidades individuais dos trabalhadores, de no mínimo ¼
litro (250 ml) por hora para cada trabalhador.
37.13.3.1 A água potável deve estar de acordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela ANVISA
e pelo Ministério da Saúde.
37.13.3.2 A operadora da instalação deve fornecer água potável e fresca nos locais e frentes de trabalho
por meio de bebedouro, equipamentos similares ou recipientes portáteis limpos, hermeticamente fechados e
confeccionados em material apropriado que garanta as mesmas condições.
37.13.3.3 O laudo técnico, comprovando a potabilidade da água consumida a bordo, deve ser elaborado por
profissional legalmente habilitado e estar afixado em quadro de aviso próximo ao refeitório.
37.13.3.4 A responsabilidade técnica pelas análises físicas, químicas e biológicas da água potável fornecida
deve estar desvinculada da responsabilidade técnica pela realização dos serviços de seu tratamento, armaze-
namento e distribuição.
37.13.4É proibido o uso de copos, pratos, talheres e outros utensílios de forma compartilhada, sem a prévia
higienização, ou improvisados para consumir água ou alimentos.
37.13.4.1 A operadora da instalação pode utilizar materiais descartáveis para servir a água e alimentos, sen-
do vedado o fornecimento de alimentos em embalagens plásticas que serão aquecidas para o seu consumo.
37.13.5Os locais de armazenamento e transporte de água potável e as suas fontes devem ser:
a)protegidos contra qualquer contaminação;
b)colocados ao abrigo de intempéries;
c)submetidos a processo de higienização;
d)isentos de material plástico que contenham em sua composição produtos químicos tóxicos e outros con-
taminantes que possam causar danos à saúde do trabalhador; e
e)situados em local separado da água não potável.
37.13.6O aprovisionamento de víveres e de água potável a bordo deve ser suficiente e levar em conta o
número de trabalhadores e as possíveis situações de emergência.
37.13.6.1 .1As áreas de armazenamento de alimentos devem apresentar-se isentas de materiais estranhos
ao ambiente, estragados, tóxicos ou outros que possam contaminá-los.
37.13.6.1 .2É vedado o armazenamento de alimento em caixas de papel, que não as próprias embalagens,
e outros recipientes de difícil higienização.
37.13.6.1 .3É proibida a disposição de água potável em galões diretamente sobre o piso.
37.13.7O gerente da plataforma ou seu preposto deve realizar inspeções semanais para verificar:
a)a quantidade, a qualidade e a validade do aprovisionamento de víveres e de água potável;
b)o estado das instalações e equipamentos utilizados para armazenamento e manuseio de víveres e de
água potável;
c)as condições de higiene e funcionamento da cozinha e do refeitório, seus equipamentos e acessórios,
incluído o exaustor; e
d)a ausência de animais sinantrópicos.
37.14.1A plataforma habitada deve ser provida de sistema de climatização adequado para as áreas de
vivência e locais de trabalho que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, garantindo a saúde, a
segurança, o bem-estar e o conforto térmico.
37.14.1.1 O sistema de climatização deve ser mantido em funcionamento contínuo, provendo ambiente cli-
matizado com ar interno de boa qualidade, sempre que houver trabalhadores a bordo.
37.14.1.1 .1A qualidade do ar interior deve atender aos critérios estabelecidos pela ANVISA e Ministério da
Saúde.
37.14.1.1 .2Em caso de deficiência na qualidade do ar interno que exponha os trabalhadores a risco grave
e iminente, a operadora da instalação deve providenciar o imediato deslocamento da força de trabalho para um
local seguro e acionar o Plano de Resposta a Emergências - PRE, de acordo com o capítulo 37.28 desta NR,
com retorno somente após a normalização do sistema.
37.14.2A avaliação do ar interior deve considerar e quantificar, também, os poluentes provenientes dos
agentes físicos, químicos e biológicos identificados no PGR que possam atingir a captação de ar do sistema de
climatização.
37.14.2.1 O método analítico e o padrão referencial da qualidade do ar interior devem obedecer ao estabe-
lecido nas legislações vigentes, nas normas técnicas nacionais e internacionais, nessa ordem.
37.14.2.2 Os resultados das avaliações, manutenções e correções realizadas devem estar disponíveis aos
trabalhadores e seus representantes.
37.14.3A climatização central ou individual dos camarotes, camarotes provisórios e módulos de acomoda-
ção temporária deve atender adicionalmente aos seguintes requisitos:
a)possuir controle individual da temperatura do ar-condicionado; (Vide prazo - Portaria MTP n.º 90, de 18
de janeiro de 2022)
b)permitir o direcionamento do ar mediante aletas ajustáveis, instaladas nas grelhas de insuflação; e
c)produzir baixos níveis de ruído e vibração.
37.15.1.1 O código de cores utilizado deve estar disponível em quadros de aviso da plataforma.
37.15.1.2 A plataforma com trabalhadores estrangeiros a bordo deve possuir as sinalizações de segurança
e saúde no trabalho escritas também no idioma inglês.
37.15.2A sinalização de segurança contra incêndios e pânico deve obedecer à norma técnica ABNT NBR
16820 - Sistemas de sinalização de emergência – Projeto, requisitos e métodos de ensaios e alterações pos-
teriores.
37.15.3A utilização de cores na segurança do trabalho para identificar e advertir contra riscos deve atender
ao disposto na norma técnica ABNT NBR 7195 - Cores para segurança e alterações posteriores.
37.15.4O uso de cores na identificação de tubulações para a canalização de fluidos e material fragmentado
ou condutores elétricos deve atender ao estabelecido na norma técnica ABNT NBR 6493 - Emprego de cores
para identificação de tubulações industriais e alterações posteriores, observando-se ainda os subitens deste
item.
37.15.4.2 O sentido de escoamento do fluido deve ser feito por meio de setas indicativas, em cor contras-
tante com a cor do fundo, junto às válvulas, quando a tubulação for pintada em toda a sua extensão.
37.15.4.2 .1No caso de identificação das tubulações por faixas, as setas devem ser colocadas junto às
mesmas.
37.15.4.3 A identificação das tubulações destinadas à água ou espuma para combater incêndio deve ser
feita, obrigatoriamente, mediante pintura em toda a sua extensão.
37.15.4.4 A pressão máxima de operação da tubulação deve ser indicada junto aos pontos de amostragem
ou drenagem aberta, na unidade do sistema internacional.
37.15.6No refeitório, cozinha e locais de armazenamento e manipulação de víveres e água devem ser afi-
xados cartazes de orientação sobre a correta lavagem e antissepsia das mãos e demais hábitos de higiene,
em locais de fácil visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios utilizados exclusivamente pelos
manipuladores de alimentos.
37.16 Inspeções de segurança e saúde a bordo
37.16.1As plataformas devem ser inspecionadas mensalmente pela operadora da instalação com enfoque
na segurança e saúde no trabalho, considerando os riscos das atividades e as operações desenvolvidas a bor-
do, conforme cronograma anual, elaborado pelo SESMT e informado previamente à CIPLAT.
37.16.2As inspeções mensais de segurança e saúde planejadas com a participação do membro eleito, titu-
lar ou suplente, da CIPLAT devem ser coordenadas, realizadas e consignadas em relatório pelos profissionais
do SESMT lotados na plataforma.
37.16.2.1 Quando houver a participação de membro eleito, titular ou suplente, da CIPLAT na inspeção, esta
servirá para o atendimento da verificação dos ambientes e condições de trabalho pela CIPLAT, conforme pre-
visto na NR-05.
37.16.3.1 O responsável legal pela plataforma deve tomar ciência do conteúdo do relatório de inspeção
de segurança e saúde a bordo, mediante assinatura ao final desse documento, aprovando o cronograma com
prazos e responsáveis pelo atendimento das recomendações.
37.16.3.2 Os relatórios das inspeções de segurança e saúde devem ser apresentados à CIPLAT durante a
reunião ordinária subsequente ao término de sua elaboração, sendo uma cópia anexada à ata.
37.17 Inspeções e manutenções
37.17.1A operadora da instalação deve definir e implantar planos de inspeções e manutenções dos equipa-
mentos, instrumentos, máquinas, sistemas e acessórios da plataforma, em conformidade com a NR-12 (Segu-
rança e Saúde no Trabalho em Máquinas e Equipamentos) e com o PGR, onde couber, tendo em consideração
as normas técnicas nacionais, as recomendações dos fabricantes ou fornecedores e as boas práticas de enge-
nharia aplicáveis.
37.17.1.1 A operadora da instalação deve priorizar a manutenção preventiva e preditiva dos elementos crí-
ticos de segurança ou que comprometam a segurança e saúde dos trabalhadores, para eliminar os efeitos das
causas básicas das possíveis não conformidades, falhas ou situações indesejáveis.
37.17.3.1 A operadora da instalação deve justificar e documentar a inobservância dos prazos definidos nos
planos de inspeções e manutenções.
37.17.5As inspeções, manutenções e outras intervenções devem ser executadas por trabalhadores com
treinamento apropriado, sob a supervisão de profissional qualificado a bordo, e coordenadas por profissional
legalmente habilitado que pode estar lotado em terra.
37.17.7No caso de inspeções, manutenções, reparos e outras atividades que utilizem os Veículos Aéreos
Não Tripulados - VANT (drone), a operadora da instalação deve assegurar que os serviços sejam realizados
em conformidade com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial - RBAC-E, da Agência Nacional de
Aviação Civil - ANAC, as normas de operação estabelecidas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo
- DECEA e as exigências da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL.
37.17.7.1 Além do prescrito no item 37.17.7 desta NR, a operadora da instalação deve:
a)assegurar que o operador de drone participe da elaboração das análises de riscos e assine a PT para a
atividade de voos a bordo;
b)garantir que os drones utilizados em áreas classificadas obedeçam às condições previstas nas normas do
INMETRO para esses tipos de locais;
c)avaliar as operações simultâneas na plataforma antes da utilização do drone; e
d)elaborar mapa limitando a área permitida ao voo do drone, notadamente sobre as áreas com a possível
presença de trabalhadores.
37.17.8Permissão de Trabalho - PT
37.17.8.1 Os trabalhos de inspeção e manutenção a serem realizados nas áreas operacionais devem ser
executados mediante a emissão de PT.
37.17.8.1 .1É dispensada a emissão de PT para as atividades de manutenção e inspeção, desde que aten-
didos cumulativamente os seguintes requisitos:
a)não seja exigida a emissão da PT para essa atividade em outras normas regulamentadoras aplicáveis;
37.17.8.1 .1.1A operadora da instalação pode definir, por meio de análise de riscos, áreas em que a execu-
ção de trabalhos a quente ou a frio, desde que existam procedimentos específicos, sejam executadas sem a
necessidade da emissão de PT.
37.17.8.2 A PT consiste em documento contendo o conjunto de medidas de controle necessárias para que
o trabalho seja desenvolvido de forma segura, além de medidas de emergência e resgate, e deve:
a)ser emitida pelo responsável pela área, equipamento ou sistema em que será executada a atividade;
b)quando um equipamento ou sistema estiver em área de responsabilidade de outra equipe, tanto os res-
ponsáveis pelo equipamento quanto pela área devem assinar a PT e suas revalidações;
c)ser precedida de análise de risco, considerando a simultaneidade com outras atividades em execução na
unidade;
d)ser disponibilizada no local de execução das atividades, em meio físico ou digital;
e)conter os requisitos mínimos, em conformidade com as recomendações estabelecidas na análise de risco;
f)ser de conhecimento e ser assinada por todos os integrantes da equipe de trabalho, inclusive para novos
trabalhadores que venham a integrar essa equipe ao longo da atividade;
g)ter validade limitada à duração da atividade; e
h)ser encerrada, ao final do serviço ou etapa, pelos responsáveis por sua emissão e requisitante e arquiva-
da de forma a permitir sua rastreabilidade.
37.17.8.2 .1Caso a atividade para a qual foi emitida a PT tenha duração de mais de um turno de serviço,
esta poderá ser revalidada, desde que:
a)não ocorram mudanças nas condições estabelecidas na PT;
b)seja aprovada pelo novo responsável pela permissão a cada turno e pelo profissional segurança do tra-
balho; e
c)esteja em conformidade com a análise de simultaneidade para o novo período.
37.17.9A montagem, a desmontagem e a manutenção de andaimes devem atender aos requisitos estabe-
lecidos NR-34.
37.18 Procedimentos operacionais e organização do trabalho
37.18.1A operadora da instalação deve elaborar, documentar, implementar, divulgar, manter atualizado e
disponibilizar os procedimentos operacionais realizados na plataforma para todos os trabalhadores envolvidos.
37.18.3Os procedimentos operacionais devem ser reavaliados, no mínimo, bienalmente e revisados quando
ocorrer uma das seguintes situações:
a)recomendações decorrentes de inspeção de segurança, avaliações dos riscos do PGR, análises de riscos
da instalação ou incidentes ocorridos na instalação;
b)modificações, ampliações ou reformas nos sistemas e equipamentos relacionados aos procedimentos;
c)alterações nas condições operacionais da plataforma, quando indicada pela gestão de mudança; ou
d)solicitações do SESMT.
37.18.5A operadora da instalação deve dimensionar o efetivo suficiente de trabalhadores para a realização
de todas as tarefas operacionais com segurança, analisando, no mínimo, os seguintes aspectos:
a)os diferentes níveis de capacitação técnica;
b)os postos de trabalho;
c)a organização do trabalho;
e)as turmas de embarque;
f)os horários e turnos de trabalho;
g)os treinamentos necessários; e
h)a definição de responsabilidades de supervisão e execução das atividades laborais.
37.18.5.2 A organização do trabalho deve levar em consideração, no mínimo, os requisitos previstos na NR-
17 (Ergonomia).
37.18.5.3 Os trabalhadores devem ser capacitados nos processos de trabalho em que atuam.
37.18.5.3 .1A capacitação deve incluir procedimentos de segurança e saúde do processo de trabalho.
37.19.1Aplica-se à plataforma, quanto às instalações elétricas, o disposto neste capítulo e na NR-10 (Segu-
rança em Instalações e Serviços em Eletricidade).
37.19.1.1 Na omissão da NR-10, aplicam-se, nesta ordem, as normas técnicas nacionais, as normas técni-
cas internacionais ou o Código MODU, quando couber.
37.19.2Os trabalhadores estrangeiros autorizados também devem estar devidamente capacitados, qualifi-
cados ou legalmente habilitados para o exercício de suas funções, de acordo com o estabelecido pela NR-10.
37.19.2.1 O trabalhador estrangeiro é considerado capacitado após a sua formação e treinamento minis-
trados no exterior serem reconhecidos formalmente pelo profissional legalmente habilitado, autorizado pela
operadora da instalação.
37.19.3A plataforma com continuidade metálica está dispensada de comprovar as inspeções e medições de
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, desde que essa condição seja atestada por laudo técnico
elaborado por profissional legalmente habilitado.
37.19.4Os trabalhadores que executam serviços em instalações elétricas energizadas com alta tensão de-
vem estar capacitados segundo o Anexo III desta NR.
37.20 Movimentação e transporte de cargas
37.20.2.1 Os equipamentos motorizados de movimentação e transporte de cargas devem ser projetados por
profissional legalmente habilitado.
37.20.2.1 .1Quando fabricados no exterior, os equipamentos devem atender aos requisitos técnicos previs-
tos em normas internacionais e ser devidamente certificados.
37.20.2.2 A manutenção dos equipamentos motorizados deve ser executada por profissionais qualificados,
sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado, e formalmente autorizados pela operadora da
instalação.
37.20.2.3 A operadora da instalação deve elaborar o prontuário dos equipamentos motorizados, contendo,
no mínimo, as seguintes informações:
a)especificações técnicas;
37.20.2.3 .1Na indisponibilidade do manual de operação do equipamento, o mesmo deve ser reconstituído
por profissional legalmente habilitado.
37.20.2.4 A certificação dos equipamentos de movimentação de cargas e de seus acessórios deve obede-
cer aos seguintes critérios:
a)ser realizada por profissional legalmente habilitado, com registro no CREA;
b)conter registro do relatório de inspeção; e
c)atender à periodicidade especificada pelo profissional legalmente habilitado, a qual não deve ser maior do
que a recomendada pelo fabricante ou fornecedor.
37.20.2.5 O relatório de inspeção para certificação do equipamento deve ser elaborado por profissional
legalmente habilitado e conter:
a)critérios e normas técnicas utilizadas;
b)itens inspecionados;
c)não conformidades encontradas, descrevendo as impeditivas e as não impeditivas à operação do equipa-
mento;
d)medidas corretivas adotadas para as não conformidades impeditivas ao seu funcionamento;
e)prazo de correção para as irregularidades não impeditivas que não representem, isoladamente ou em
conjunto, perigo à segurança e à saúde dos trabalhadores;
f)data estabelecida para a próxima inspeção; e
g)parecer conclusivo quanto à operação do equipamento.
37.20.2.6 É vedada a certificação e a operação do equipamento sem a correção das não conformidades
impeditivas ao seu funcionamento.
37.20.2.7 O equipamento inoperante ou reprovado deve ter essa situação registrada em seu prontuário, e,
para voltar a operar, deve ser novamente certificado.
37.20.3.1 Antes de iniciar qualquer operação, o equipamento deve ser inspecionado pelo seu operador, con-
forme orientação do responsável técnico (profissional legalmente habilitado) e recomendações do fabricante
ou fornecedor.
37.20.3.2 Os acessórios de movimentação de carga só podem ser utilizados em perfeito estado operacional.
37.20.3.3 O transporte e a movimentação eletromecânica de cargas devem ser realizados por trabalhador
capacitado e autorizado.
37.20.3.4 As áreas de carga ou descarga devem ser isoladas e sinalizadas durante a movimentação, sendo
nessa ocasião permitido somente o acesso ao pessoal envolvido na operação.
37.20.3.5 Os procedimentos operacionais dos equipamentos devem estar de acordo com as recomenda-
ções do fabricante ou fornecedor.
37.20.3.6 A operadora da instalação deve elaborar procedimento específico para a movimentação de subs-
tâncias perigosas, como ácidos, gases inflamáveis e tóxicos, explosivos, solventes e outras.
37.20.3.7 Ao término do seu turno, o operador do equipamento deve consignar, em livro próprio ou em meio
eletrônico, as anormalidades observadas em relação ao seu funcionamento.
37.20.3.7 .1O profissional legalmente habilitado deve avaliar e assinar as anormalidades registradas, ado-
tando as medidas que se fizerem necessárias, avaliando-as conjuntamente com o prazo de correção das ir-
regularidades não impeditivas constantes do último relatório de inspeção (subitem 37.20.2.5) que certificou o
equipamento.
37.20.4.1 As operações com guindastes eletromecânicos devem ser supervisionadas pelo responsável pela
movimentação ou supervisor de convés.
37.20.4.2 Toda operação de movimentação com guindaste deve ser orientada por sinaleiro e movimentada
pelo operador capacitado nesse equipamento.
37.20.4.2 .1O sinaleiro deve possuir o curso básico de segurança, com conteúdo programático descrito no
Anexo IV desta NR.
37.20.4.2 .2Ao guindasteiro, deve ser ministrado o curso básico (Anexo IV) e o curso complementar, confor-
me o Anexo V desta NR.
37.20.4.2 .3O sinaleiro ou o operador de guindaste, conforme o caso, devem passar por reciclagem de 8
(oito) horas, de acordo com o conteúdo programático estabelecido pela operadora da instalação, quando ocor-
rer uma das seguintes situações:
a)afastamento do operador dessa atividade por tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias;
b)necessidade de utilização de equipamento diferente daquele operado normalmente pelo operador; ou
37.20.4.3 Antes de iniciar cada jornada, o responsável pela movimentação de carga ou o supervisor de
convés deve inspecionar se os acessórios a serem utilizados estão com as certificações dentro do prazo de
validade e em condições operacionais.
37.20.4.3 .1O resultado da inspeção deve ser anotado em lista de verificação (checklist), contemplando, no
mínimo, os seguintes itens:
a)moitões;
b)grampos;
c)ganchos com travas de segurança;
d)manilhas;
e)distorcedores;
f)cintas, estropos e correntes;
g)cabos de aço;
h)clipes ou eslingas (cabos de aço, soquetes e terminações);
i)pinos de conexões, parafusos, travas e demais dispositivos;
j)roldanas da ponta da lança e do moitão;
k)olhais;
l)grampo de içamento; e
m)balanças.
37.20.4.3 .2Nova inspeção deve ser realizada sempre que houver a inclusão ou substituição de qualquer
acessório.
37.20.4.4 Antes de iniciar cada jornada de trabalho, o operador do guindaste deve inspecionar e registrar em
lista de verificação (checklist) as condições operacionais e de segurança, tais como:
a)freios;
b)embreagens;
c)controles;
d)mecanismos da lança;
e)anemômetro;
f)mecanismo de deslocamento;
g)dispositivos de segurança de peso e curso;
h)níveis de lubrificantes, combustível e fluido refrigerante;
i)instrumentos de controle no painel;
j)sinais sonoro e luminoso;
k)eletroímã;
l)limpador de para-brisa;
m)vazamentos de fluidos e combustível; e
37.20.4.5 A movimentação aérea de carga deve ser orientada por sinaleiro, situado sempre no raio de visão
do operador.
37.20.4.5 .1Na impossibilidade da visualização do sinaleiro pelo operador do guindaste, deve ser emprega-
da comunicação via rádio, sinaleiro intermediário ou ambos.
37.20.4.5 .1.1Em plataformas desabitadas, deve ser prevista a obrigatoriedade do sinaleiro no procedimen-
to de operações com movimentação eventual de cargas, mediante elaboração de análise de risco da operação.
37.20.4.6 O sinaleiro deve usar identificação de fácil visualização, tanto no período diurno quanto no notur-
no, que o diferencie dos demais trabalhadores da área de operação do equipamento de guindar.
37.20.4.8 É proibida a utilização de cabos de fibras naturais na movimentação de cargas, exceto quando
utilizados como cabo guia.
37.20.4.9 O guindaste deve dispor de dispositivo automático, com alarme sonoro, para alertar sobre a ve-
locidade do vento.
37.20.4.10 .1Além das limitações estabelecidas no subitem 37.20.4.10, a operadora da instalação deve
cumprir o disposto na Tabela 1 para efetuar a movimentação de carga.
Tabela 1 - Condições para operação do guindaste em função da velocidade do vento
Velocidade do vento Condições para operação do equipamento de guindar
37.21.1.1 É proibido armazenar substâncias perigosas em locais que não satisfaçam ao prescrito no item
37.21.1 desta NR, mesmo que temporariamente.
37.21.3Os produtos químicos armazenados devem ser distribuídos e separados em função da sua nature-
za, sendo as substâncias incompatíveis devidamente segregadas.
37.21.4.1 O compartimento deve ser de fácil limpeza e possuir área de contenção adequada, que permita o
seu recolhimento, ou sistema de drenagem, que possibilite o escoamento e armazenamento em local seguro,
no caso de vazamento de líquidos combustíveis ou inflamáveis.
37.21.5O local utilizado para armazenar gás inflamável em área aberta da plataforma deve:
37.21.7As válvulas, tubulações, mangotes e acessórios empregados nos cilindros contendo gases devem
ser de material resistente à pressão, impacto e corrosão e compatível com o fluido.
37.21.8Os cilindros, válvulas, tubulações, mangotes e seus acessórios devem ser inspecionados periodica-
mente, devendo os resultados ser consignados em relatórios e arquivados a bordo.
37.21.9É proibida a permanência de cilindros contendo gases inflamáveis na cozinha, refeitório ou adjacên-
cias interiores.
37.21.10A operadora da instalação deve manter disponível aos trabalhadores e seus representantes a rela-
ção atualizada das substâncias perigosas presentes a bordo e as suas respectivas FISPQ.
37.21.11As FISPQ devem ser mantidas também no compartimento onde as substâncias perigosas se en-
contram, de forma organizada e de fácil acesso.
37.22 Caldeiras, vasos de pressão e tubulações
37.22.1.2 Aos vasos de pressão destinados exclusivamente aos sistemas navais e de propulsão de embar-
cações convertidas em plataformas, não se aplica a NR-13, desde que:
37.22.2Para caldeira instalada em ambiente fechado, não são aplicáveis as seguintes exigências do subi-
tem 13.4.2.4 da NR-13:
a)prédio separado para a casa de caldeiras ou praça de máquinas;
b)ventilação permanente que não possa ser bloqueada; e
c)proibição da utilização de casa de caldeiras ou praça de máquinas para outras finalidades.
37.22.3Para os vasos de pressão instalados em ambiente fechado, não é aplicável a exigência de ventila-
ção permanente, com entradas de ar que não possam ser bloqueadas.
37.22.4É considerado trabalhador capacitado como operador de caldeira ou de unidade de processo o es-
trangeiro que possuir treinamento e estágio ou treinamento e experiência maior que 2 (dois) anos, realizados
no exterior ou no Brasil.
37.22.4.1 A capacitação deve ser reconhecida formalmente pelo profissional legalmente habilitado e desig-
nado pela operadora da instalação como responsável técnico pela(s) caldeira(s) ou unidade(s) de processo(s).
37.22.4.2 O profissional legalmente habilitado deve fundamentar as razões que levaram a reconhecer a
capacitação do operador estrangeiro de caldeira ou de unidade de processo, emitindo o respectivo certificado.
37.22.5A operadora da instalação deve manter a bordo documentos que comprovem treinamento, estágio
e reciclagem dos operadores de caldeira e dos profissionais com treinamento de segurança na operação de
unidades de processo.
37.22.6A inspeção de segurança inicial do vaso de pressão deve ser realizada com o mesmo interligado, de
modo definitivo, à unidade de processo na plataforma, conforme estabelecido no projeto.
37.22.6.1 A inspeção de segurança inicial deve ser realizada sob responsabilidade de profissional legalmen-
te habilitado designado como responsável técnico.
37.22.6.2 No caso de plataforma cuja unidade de processo seja construída por módulos interligáveis, a ins-
peção inicial poderá ser feita com o vaso de pressão conectado ao módulo, antes de esse conjunto ser içado e
interligado aos demais módulos de maneira definitiva.
37.22.6.2 .1Nessa situação, o prazo máximo para interligação definitiva dos módulos que contenham os
vasos de pressão é de um ano.
37.22.6.2 .2Caso as inspeções iniciais de segurança referidas no subitem 37.22.6.2 sejam acompanhadas
formalmente por profissional legalmente habilitado e empregado da operadora da instalação, o prazo máximo
para interligação definitiva dos módulos que contenham os vasos de pressão poderá ser de até 2 (dois) anos.
37.22.6.2 .3.1Caso a reinspeção seja executada no local definitivo, conforme item 37.22.6, fica dispensado
o atendimento aos subitens 37.22.6.2.4 e 37.22.6.2.5.
37.22.6.2 .4O içamento dos módulos referido no subitem 37.22.6.2 deve ser acompanhado por profissional
legalmente habilitado, formalmente designado pela operadora da instalação como responsável técnico, com a
finalidade de atestar a integridade física dos vasos de pressão e de seus acessórios, ao serem instalados de
forma definitiva na unidade de processo da plataforma.
37.22.6.2 .4.1Após o içamento, a operadora da instalação deve proceder à inspeção externa dos vasos de
pressão e tubulações contidos no respectivo módulo.
37.22.6.2 .5Após a interligação dos módulos, devem ser realizados testes de estanqueidade nos seus vasos
de pressão e tubulações, segundo critério estabelecido nas normas técnicas vigentes.
37.23 Sistema de detecção e alarme de incêndio e gases
37.23.1A plataforma deve possuir sistemas de detecções e de alarmes para monitorar, continuamente, a
possibilidade de perda de contenção de materiais tóxicos, inflamáveis e incêndio, utilizando metodologia es-
pecífica para esses sistemas, com projeto que atenda aos itens desta norma e normas técnicas nacionais e
internacionais.
37.23.1.1 Nas plataformas de produção, os sistemas fixos de detecções e de alarmes devem ter interface
com os outros sistemas de segurança, como os de combate a incêndio, de parada de emergência (shut down)
e despressurizações (blow down) da unidade e outras situações de riscos, permitindo atuações conforme pre-
visto nas suas respectivas lógicas.
37.23.1.2 Nas plataformas de perfuração, os sistemas fixos de detecções e de alarmes devem ter interface
com os outros sistemas de segurança, como os de combate a incêndio, de detecção de influxo (kick), de siste-
ma de desconexão de emergência, de parada de emergência (shut down) e despressurização (blow down) e
outras situações de riscos, permitindo também atuações conforme previsto nas suas lógicas.
37.23.1.3 Nas plataformas capazes de produzir, perfurar e realizar intervenções em poços, a operadora da
instalação deve cumprir os subitens 37.23.1.1 e 37.23.1.2.
37.23.2Os detectores e alarmes fixos devem ser instalados de acordo com o dimensionamento de projeto e
suas atualizações, inclusive nas instalações temporárias.
37.23.3As botoeiras de acionamento do alarme de incêndio devem ser do tipo “Quebre o vidro e aperte o
botão” ou sistema similar, ambos sinalizados na cor vermelha.
37.23.3.1 As botoeiras situadas nos corredores devem ser facilmente acessíveis e posicionadas de modo
que a distância a ser percorrida pelo trabalhador, para o seu acionamento, seja de no máximo 30 (trinta) metros,
com sinalização a cada 15 (quinze) metros ou desvio.
37.23.4.1 Em caso da ausência de estudo de dispersão de gases, a operadora da instalação deve adotar a
quantidade e o posicionamento de detectores e alarmes previstos em norma técnica nacional ou internacional.
37.23.5Os detectores fixos devem ser identificados individualmente e interligados ao sistema de alarmes da
sala de controle da plataforma.
37.23.6Os sistemas de alarme e comunicação com o pessoal de bordo devem ser capazes de emitir sinais
sonoros e visuais perceptíveis e inconfundíveis, bem como veicular mensagens audíveis em todos os locais da
plataforma destinados à ocupação humana.
37.23.6.1 Nas áreas em que o nível de ruído contínuo ou intermitente estiver acima de 90 dB (A), devem ser
instalados também sinais luminosos.
37.23.7O ajuste do alarme (set point) deve considerar, quando aplicável, os seguintes aspectos:
a)a toxidez dos materiais presentes;
b)os limites inferior e superior de explosividade dos materiais inflamáveis;
c)o tempo máximo requerido para a resposta do detector;
d)as ações a serem tomadas após soar o alarme; e
e)o tempo necessário para evacuar os trabalhadores do ambiente contaminado ou em chamas.
37.23.7.1 Para os detectores fixos dedicados a pontos de emanação contínua ou intermitente de gases
tóxicos, o primeiro nível de alarme deve ser ajustado para os limites de exposição estabelecidos pelas normas
brasileiras ou internacionais.
37.23.8.1 Os detectores fixos devem ser mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento de
acordo com as determinações do fabricante e normas técnicas nacionais e internacionais.
37.23.9Os detectores e os alarmes fixos devem ser energizáveis pelo sistema elétrico de emergência da
plataforma, conforme NORMAM-01/DPC.
37.23.10Somente é permitido desativar, contornar (bypass), mudar o nível de ação (set point) ou utilizar
qualquer meio que impeça o correto funcionamento dos detectores ou alarmes, mediante:
a)a autorização de gestor designado pelo empregador;
b)o procedimento ou planejamento específico; e
c)a implementação das recomendações contempladas pelas análises de riscos.
37.23.12Os detectores portáteis devem ser calibrados, aprovados e certificados por laboratório acreditado
pelo INMETRO.
37.23.12.1 O auto zero (ou ajuste de ar limpo), o teste de resposta (bump test ou function check) e o ajuste
dos detectores fixos e portáteis podem ser realizados por trabalhador capacitado ou qualificado para esse fim.
37.23.13.1 Os detectores de gases devem estar associados aos dispositivos de intertravamento para con-
trolar ventiladores, exaustores e dampers, cujo tempo máximo de resposta assegure condições ambientais
internas do compartimento adequadas à saúde humana.
37.23.13.2 O sistema de exaustão do ar climatizado do casario, salas de controle e laboratórios deve ser
dotado de dampers de fechamento automático, quando o ar for destinado para as áreas classificadas.
37.23.14Nos locais onde são preparados, armazenados ou tratados os fluidos de perfuração, completação,
estimulação e restauração de poços de petróleo, com características combustíveis ou inflamáveis, devem ser
instalados detectores para alertar a formação de atmosferas explosivas ou tóxicas.
37.23.15A sala de baterias deve possuir sistema de detecção e alarme de hidrogênio (H2), considerando na
sua localização a influência do sistema de exaustão e insuflação do ar no compartimento.
37.23.15.1 O funcionamento adequado do sistema de exaustão da sala de baterias deve ser sinalizado na
sala de controle da plataforma.
37.24 Prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões
37.24.1A operadora da instalação deve continuamente implementar medidas, desde a fase de projeto, para
prevenir e controlar vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões.
37.24.1.1 As medidas devem contemplar os meios necessários para minimizar a ocorrência e mitigar as
suas consequências, em caso de falhas nos sistemas de prevenção e controle.
37.24.1.2 Para as emissões fugitivas, o projeto original da plataforma e suas alterações, modificações nas
condições de processo, manutenção e reparo devem incluir procedimentos para minimizar os riscos de acordo
com a viabilidade técnica, após a identificação das suas fontes.
37.24.2Um representante eleito da CIPLAT ou, na sua falta, o nomeado de cada organização que atue no
processo a ser analisado deve ser consultado pela operadora da instalação durante a elaboração das medidas
específicas e suas revisões para prevenir e controlar vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões.
37.24.4Os tanques, vasos e equipamentos e outros componentes da plataforma que armazenam líquidos
combustíveis e inflamáveis devem possuir sistemas de contenção de vazamentos ou derramamentos, como
diques, bandejas ou similares, dimensionados e construídos de acordo com as normas técnicas nacionais ou,
na sua ausência, com as normas internacionais.
37.24.5Os sistemas utilizados para preparar, armazenar ou tratar os fluidos de perfuração, completação,
estimulação e restauração de poços de petróleo, com características combustíveis ou inflamáveis, devem ser
dotados de equipamentos e instrumentos de medida e controle para impedir a formação de atmosferas explo-
sivas, obedecendo a seguinte hierarquia:
a)prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no meio ambiente de trabalho;
b)reduzir a concentração desses agentes no ambiente de trabalho; e
c)eliminar o risco de incêndio e explosão.
37.24.8Os equipamentos mecânicos instalados em áreas classificadas devem ser avaliados de acordo com
os requisitos especificados na norma técnica ABNT NBR ISO 80079-36 - Atmosferas explosivas - Parte 36:
Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Métodos e requisitos básicos, ou ABNT NBR ISO
37.24.9A operadora da instalação deve assinalar e classificar nas plantas da plataforma as áreas, externas
e internas, sujeitas à existência ou a formação de atmosferas contendo misturas inflamáveis ou explosivas, de
acordo com a norma ABNT NBR IEC 60079 e alterações posteriores.
37.24.9.1 As áreas classificadas devem possuir sinalização de segurança, visível e legível, indicando a proi-
bição da presença de fontes de ignição.
37.24.11Em plataformas semissubmersíveis do tipo coluna estabilizada, não devem ser instalados, no inte-
rior de colunas ou submarinos (pontoons), tanques ou vasos interligados, direta ou indiretamente, à unidade de
processamento de petróleo ou gás.
37.24.12A operadora da instalação deve assegurar que a concentração de oxigênio, na mistura gasosa
gerada pela queima, seja inferior ou igual a 5% (v/v), e, no interior dos tanques de carga, inferior ou igual a 8%
(v/v).
37.25 Proteção e combate a incêndios
37.25.2A proteção contra incêndios nas plataformas deve ser desenvolvida por meio de uma abordagem
estruturada, considerar os riscos existentes para os trabalhadores e ter os seguintes objetivos:
a)reduzir a possibilidade de ocorrência de incêndio;
b)detectar e alarmar a ocorrência de incêndio na zona de origem;
c)limitar a possibilidade de propagação de incêndio;
d)proteger a atuação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de resposta a emergências;
e)controlar e, quando for seguro, extinguir focos de incêndio; e
f)salvaguardar a segurança e a saúde dos trabalhadores durante o abandono da plataforma.
37.25.3O sistema de proteção contra incêndio deve ser composto, no mínimo, pelos seguintes requisitos:
a)instrumentos de detecção e alarmes da presença de gases, fumaça e chama;
b)controle e parada do processo de produção ou perfuração;
c)fonte de energia elétrica autônoma de emergência;
d)equipamentos suficientes para combater incêndios em seu início, conforme prescreve a NORMAM-01/
DPC;
37.25.4.1 Na plataforma devem existir sistemas automáticos que paralisem o processo, isolem parte dele,
despressurizem a unidade ou limitem o escalonamento de situações anormais.
37.25.4.2 A partir das análises de riscos das instalações e avaliações de riscos do PGR, a operadora da
instalação deve elaborar procedimentos operacionais para o sistema de parada da plataforma, em função do
local e tipo de emergência.
37.25.4.3 A plataforma deve possuir sistema de acionamento remoto a bordo para comandar a parada de
emergência de equipamentos e sistemas que possam propagar ou alimentar o incêndio com material combus-
tível ou inflamável.
37.25.4.4 .1Os meios de fechamento dos dutos e de controle dos ventiladores devem:
a)ficar protegidos do fogo;
b)ser facilmente acessíveis;
c)ser localizados fora dos compartimentos que estão sendo ventilados;
d)estar identificados de forma visível e legível;
e)indicar se os dutos estão abertos ou fechados; e
f)mostrar se os ventiladores estão ligados ou desligados.
37.25.5A operadora da instalação deve realizar exercícios de combate a incêndio e treinamento específico
para a brigada de incêndio dentro da periodicidade e com conteúdo determinados pela Autoridade Marítima
(NORMAM-01/DPC).
37.25.6.1 As plataformas devem ser dotadas de sistemas de combate a incêndio, com água pressurizada,
que assegure a resposta à emergência em tempo suficiente para preservar a segurança dos trabalhadores.
37.25.6.1 .1As especificações das bombas, redes, tomadas de incêndio, mangueiras e demais acessórios
devem atender ao disposto na NORMAM-01/DPC.
37.25.6.1 .3Os abrigos das mangueiras e demais acessórios não podem estar trancados à chave.
37.25.6.1 .4Os hidrantes e as redes de alimentação devem ser inspecionados mensalmente e os resultados
consignados em relatório.
37.25.6.1 .5O suprimento de água para a rede de combate a incêndio deve ser provido por, pelo menos,
dois conjuntos motobombas capazes de serem acionadas independentemente do sistema elétrico principal da
plataforma, mediante motor a combustão ou sistema elétrico de emergência.
37.25.6.1 .5.1A plataforma deve ter conjunto motobomba de combate a incêndio pronto para operar, com
capacidade plena para o cenário de maior demanda.
37.25.6.1 .5.2Caso haja ampliação ou modificações que alterem o cenário de maior demanda, a operadora
da instalação deve reavaliar e redimensionar o sistema de combate a incêndio, quando aplicável.
37.25.6.1 .5.3No período de manutenção do conjunto motobomba que se encontra em reserva, a operadora
da instalação deve adotar medidas de contingenciamento baseadas nas análises de riscos das instalações e
nas avaliações de riscos do PGR, garantindo o nível de confiabilidade do sistema de combate a incêndio exigi-
do em normas técnicas nacionais ou internacionais, nessa sequência.
37.25.6.1 .6As bombas de combate a incêndio devem ser testadas, anualmente, quanto ao seu desempe-
nho, mediante a elaboração das suas curvas características (altura manométrica total versus vazão), utilizando
instrumentos para medir a vazão, a pressão e a rotação.
37.25.6.1 .6.1Os instrumentos citados no subitem 37.25.6.1.6 devem possuir certificados de calibração vá-
lidos, segundo procedimento do INMETRO.
37.25.6.1 .6.2A eficiência da bomba testada deve corresponder àquela requerida pelo projeto, atendendo
aos cenários de incêndio estabelecidos pelos estudos de riscos, em conformidade com o Capítulo 4 da NOR-
MAM-01/DPC e requisitos estabelecidos pelas normas NFPA 20 - Standard for the Installation of Stationary
Pumps for Fire Protection e NFPA 25 - Standard for the Inspection, Testing, and Maintenance of Water-Based
Fire Protection Systems.
37.25.6.2 A plataforma deve ser dotada de sistemas fixos de extinção de incêndio eficazes, de acordo com
as classes de fogo possíveis e o potencial de incêndio na área a ser protegida.
37.25.6.2 .1As tubulações e acessórios usados no sistema de borrifo de água pressurizada devem estar
íntegros, atendendo ao projeto de combate a incêndio.
37.25.6.3 A operadora de plataforma desabitada pode utilizar sistema alternativo de proteção contra incên-
dio para garantir a segurança dos trabalhadores, baseado em análises de riscos da instalação, na avaliação de
riscos do PGR e em normas técnicas nacionais ou internacionais.
37.25.7.2 O número, distribuição, tipo e carga dos extintores devem estar relacionados com a sua capacida-
de extintora, as classes de fogo possíveis a bordo e o potencial de incêndio na área a ser protegida, conforme
a NORMAM-01/DPC, ou, na sua omissão, as normas técnicas nacionais.
37.25.7.2 .1O extintor de incêndio sobre rodas só é contabilizado na capacidade extintora quando o seu
agente puder atingir a área a ser protegida.
37.25.7.3 Os extintores de incêndio devem ser certificados pelo INMETRO, possuindo o respectivo selo de
marca de conformidade.
37.25.7.4 .1Os extintores deverão ser instalados em locais de fácil visualização e acesso.
37.25.7.4 .2É vedada a localização dos extintores nas escadas, antecâmaras de escadas e atrás de portas.
37.25.7.4 .3O local destinado à fixação do extintor deve ser sinalizado, conforme previsto na norma técnica
ABNT NBR 16820 e alterações posteriores.
37.25.7.4 .4O extintor de incêndio não deverá ter a sua parte superior situada a mais de 1,60 m acima do
nível do piso.
37.25.7.4 .5Ao ser instalado, o extintor deve estar com as suas instruções de utilização voltadas para frente,
de modo visível.
37.25.7.5 .1Os serviços de inspeção e manutenção de primeiro, segundo e terceiro níveis de extintores de
incêndio devem ser realizados conforme requisitos do INMETRO.
37.25.7.5 .2O extintor de incêndio que for retirado para manutenção deve ser substituído, no ato da sua
retirada, por outro extintor de características idênticas ou superiores.
37.25.8.1 Os locais de trabalho e as áreas de vivência devem dispor de rotas de fuga e saídas para áreas
externas, em número suficiente, e dispostas de modo a conduzir os trabalhadores até um local seguro ou para
o posto de abandono da plataforma com rapidez e segurança.
37.25.8.3 A plataforma deve possuir projeto de iluminação de emergência de acordo com a norma técnica
ABNT NBR IEC 61892-2, elaborado por profissional legalmente habilitado e com os objetivos de:
a)facilitar a saída de zonas perigosas (áreas classificadas, de caldeiras, de vasos de pressão e outras);
b)propiciar apropriada visibilidade das rotas de fuga secundárias para que os trabalhadores possam chegar
à rota de fuga principal;
c)permitir visibilidade e orientação ao longo da rota de fuga principal;
d)permitir a visualização de quadros e painéis elétricos a serem ligados/desligados em caso de sinistro a
bordo;
e)possibilitar a identificação dos equipamentos de segurança e de combate a incêndio; e
f)garantir a iluminação de emergência da enfermaria.
37.25.8.3 .1Os pontos de luz da iluminação de emergência devem estar em perfeito estado de funcionamen-
to e ser instalados prioritariamente em locais onde haja desnível no piso, mudança de direção da rota de fuga,
escada, área de abandono, equipamento de emergência e acionamento do alarme de incêndio, dentre outros
locais estratégicos.
37.25.8.4 .1O sentido de abertura das demais portas não pode obstruir as rotas de fuga secundárias.
37.25.8.4 .3As portas com abertura para o interior devem ser dotadas de passagem de emergência que
possa ser aberta para fora e ser utilizada como via de escape, em caso de pânico ou de falha no sistema regular
de abertura, com dimensões mínimas de acordo com NORMAM-01/DPC.
37.25.8.4 .4A largura do vão livre das portas que dão acesso às escadas deve ter, no mínimo, a mesma
largura da rota de fuga atendida por elas.
37.25.9.2 A fonte de energia elétrica de emergência a bordo deve possuir autonomia suficiente para suprir
os serviços essenciais à segurança dos trabalhadores por períodos de tempo especificados pela legislação
vigente.
37.25.9.3 .1É vedada a instalação de quadros elétricos no mesmo compartimento de baterias de acumula-
dores, exceto o quadro elétrico de emergência alimentado por estas.
37.25.10.1 As manutenções, os testes e as inspeções devem ser realizados para assegurar a confiabilidade
dos sistemas, equipamentos de combate a incêndio e fonte de energia elétrica de emergência, conforme ma-
nual do fabricante e as normas técnicas aplicáveis, nessa ordem.
37.25.10.2 O plano de manutenção do sistema e equipamentos utilizados na proteção contra incêndio deve
ser mantido atualizado e disponível a bordo da plataforma.
37.26 Proteção contra radiações ionizantes
37.26.1Durante todo o ciclo de vida da plataforma, para proteger os trabalhadores contra os efeitos nocivos
da radiação ionizante, provenientes de operações industriais com fontes radioativas e de materiais radioativos
de ocorrência natural, gerados durante a exploração, produção, armazenamento e movimentação de petróleo
e resíduos, a operadora da instalação deve adotar medidas prescritas nesta NR e, para as atividades relativas
ao capítulo 37.10, as medidas previstas na NR-34.
37.26.1.1 A operadora da instalação deve priorizar métodos alternativos que não utilizem fontes radioativas
a bordo.
37.26.2O atendimento das exigências desta NR e da NR-34 não desobriga o cumprimento de outras dispo-
sições estabelecidas pelas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, ou, na ausência destas,
as disposições previstas em normas técnicas e regulamentos nacionais e internacionais, nessa ordem.
37.26.3A operadora da instalação deve assegurar que as empresas contratadas que manuseiam ou utilizam
equipamentos com fontes radioativas estejam licenciadas pela CNEN.
37.26.4.1 A operadora da instalação deve assegurar o atendimento por Serviço de Radioproteção - SR,
inclusive para material radioativo de ocorrência natural, de acordo com as normas da CNEN.
37.26.4.1 .1O SR deve estabelecer e dispor de pessoal, instalações, procedimentos e equipamentos ade-
quados e suficientes para executar todas as tarefas com segurança, bem como proceder ao atendimento em
caso de acidente ou emergência.
37.26.4.1 .2A operadora da instalação deve designar um Supervisor de Proteção Radiológica - SPR, res-
ponsável pela supervisão dos trabalhos com exposição a radiações ionizantes.
37.26.4.1 .3O SPR deve possuir certificação da qualificação válida na área de atuação, segundo a sua ati-
vidade e em conformidade com as normas da CNEN.
37.26.4.2 O médico responsável pelo PCMSO deve manter atualizado o registro de cada trabalhador expos-
to à radiação ionizante, em conformidade com a norma CNEN NN 3.01 e demais normas da CNEN.
37.26.4.3 Os trabalhadores expostos à radiação acima dos limites estabelecidos pelas normas da CNEN
devem ser afastados de atividade com exposição à radiação e avaliados em conformidade com o PCMSO.
37.26.4.3 .1O retorno do trabalhador afastado, ao trabalho que envolva radiações ionizantes, dependerá
de autorização do médico examinador especialista nessa área, mediante consignação no ASO do empregado.
37.26.4.4 Antes de iniciar o trabalho envolvendo fonte ou material radioativo, a operadora da instalação
deve exigir da empresa contratada cópias dos ASO concernentes aos seus trabalhadores.
37.26.4.5 Antes de acessar as áreas supervisionadas e controladas, os trabalhadores devem ser autoriza-
dos formalmente pelo SR.
37.26.4.6 A operadora da instalação deve assegurar que os trabalhadores expostos à radiação ionizante
possuam capacitação de acordo com norma da CNEN e sob responsabilidade do SR.
37.26.4.8 Nos casos previstos no subitem 37.9.6.4, o trabalhador exposto à radiação ionizante deve ser
submetido ao treinamento eventual antes de ser autorizado a executar atividades com exposição a radiações
ionizantes.
37.26.4.9 A operadora da instalação deve prover um serviço médico especializado ao tipo e às proporções
das fontes e materiais radioativos presentes, visando assegurar a supervisão médica aos trabalhadores expos-
tos a radiações ionizantes e o tratamento apropriado aos envolvidos em acidentes.
37.26.4.9 .1O serviço médico especializado pode ser prestado por profissional legalmente habilitado com
proficiência no assunto ou empresa especializada contratada, desde que estejam sob a coordenação do médi-
co responsável pelo PCMSO.
37.26.4.10 .3Com o objetivo de constatar a sua adequação e eficácia no controle da exposição à radiação
ionizante, visando à realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades, o PR
deve ser avaliado:
a)anualmente;
b)quando da revisão do PGR; e
c)sempre que ocorrer acidente, situações de emergência ou constatação de doença ocasionada por expo-
sição a radiações ionizantes.
37.26.4.11 O trabalhador deve ser afastado imediatamente de serviço que envolva exposição à radiação
ionizante quando apresentar feridas ou cortes.
37.26.4.13 A operadora da instalação deve garantir a higienização e manutenção da vestimenta e dos de-
mais EPI utilizados em atividades com materiais radioativos, bem como a descontaminação ou a sua substitui-
ção imediata, quando danificado ou extraviado.
37.26.4.13 .1Imediatamente após o término do serviço ou parada para as refeições, a operadora da insta-
lação deve assegurar local apropriado para a troca da vestimenta de trabalho por outra limpa, segundo norma
da CNEN.
37.26.5.1 Antes do início da execução dos serviços e operações envolvendo radiações ionizantes, a opera-
dora da instalação deve elaborar o PR específico, o qual, além do previsto no subitem 37.26.4.10, deve conter
no mínimo:
a)as características da fonte radioativa;
b)as características do equipamento;
c)a relação dos trabalhadores envolvidos;
d)as memórias de cálculos das distâncias de isolamentos físicos em instalações abertas;
e)o manuseio e método de armazenamento da fonte radioativa a bordo; e
f)os procedimentos, equipamentos e acessórios a serem utilizados em situações de acidentes ou emergên-
cia.
37.26.5.1 .1No caso de operações industriais com fontes radioativas, o PR específico pode ser elaborado
pela prestadora de serviço conforme normas da CNEN, cabendo à operadora da instalação garantir o seu cum-
primento.
37.26.5.2 A operadora da instalação e a empresa responsável pelos serviços e operações envolvendo ra-
diações ionizantes devem adotar as seguintes providências:
a)avaliação da segurança e confiabilidade das estruturas e equipamentos associados à fonte de radiação;
b)avaliação do local, classificação e sinalização das áreas supervisionadas, controladas e de isolamento
físico;
c)instalação de meios físicos adequados para delimitar as áreas supervisionadas e controladas, evitando o
acesso de trabalhadores não autorizados;
d)definição dos alarmes no Plano de Resposta a Emergências - PRE;
e)identificação e sinalização de vias de circulação, entrada e saída e rotas de fuga dentro das áreas super-
visionadas e controladas;
f)iluminação adequada e de emergência nas áreas supervisionadas, áreas controladas e nas vias de circu-
lação onde estão sendo executados os serviços e operações com radiações ionizantes; e
g)sinalização e isolamento físico dos locais destinados às fontes radioativas e de rejeitos.
37.26.5.3 Além das medidas prescritas no PR, durante a exposição a fontes radioativas, devem ser adota-
das as seguintes medidas:
37.26.6.1 A operadora do contrato deve assegurar que a operadora da instalação efetue a avaliação da
presença de materiais radioativos de ocorrência natural no meio ambiente de trabalho que possam representar
riscos à saúde dos trabalhadores, de acordo com as normas da CNEN.
37.26.6.1 .1A operadora da instalação deve identificar as operações e os locais onde podem ocorrer expo-
sições às radiações ou incorporações, as trajetórias do material radioativo e os seus meios de propagação, e
adotar as medidas de prevenção prescritas nas normas da CNEN.
37.26.6.1 .2Deve ser elaborado plano de monitoramento definido pelo SPR, cuja frequência deve atender,
no mínimo, à revisão do PGR.
37.26.6.1 .2.1O monitoramento deve ser realizado nos locais onde haja presença de materiais radioativos
de ocorrência natural, especialmente em:
a)tubos e seus acessórios, inclusive os armazenados já utilizados;
b)tanques contendo água da formação produtora, fluidos de perfuração, completação, restauração e esti-
mulação recuperados;
c)suspiros (vents) e drenos;
d)separadores e tratadores;
e)locais de chegada dos poços durante a perfuração ou a produção; e
f)demais lugares onde for presumível a presença de materiais radioativos.
37.26.6.2 Durante as aberturas dos equipamentos, tubulações, acessórios e demais elementos da unidade,
devem ser adotadas medidas de prevenção orientadas pelo SPR, considerando a possibilidade de presença de
materiais radioativos de ocorrência natural.
37.26.6.2 .2Com base na análise do material radioativo, a operadora da instalação deve identificar os tipos
de radiações e o seu potencial nocivo ao ser humano, bem como as medidas para assegurar a segurança e a
saúde dos trabalhadores expostos a radiações ionizantes.
37.26.6.2 .3Caso as medidas de proteção coletiva e de ordem operacional e administrativa não reduzam
os níveis de exposição e incorporação aos valores de doses previstos nas normas da CNEN, a operadora da
instalação deve reavaliar o projeto da plataforma e implantar soluções de engenharia para garantir o seu cum-
primento.
37.26.6.2 .4A operadora da instalação deve garantir que empresas prestadoras de serviço que realizam as
atividades de limpeza de locais com a possibilidade de presença de materiais radioativos de ocorrência natural
estejam em conformidade com as normas da CNEN.
37.26.6.3 Os relatórios de radioproteção são parte integrante do PGR da plataforma e devem ser discutidos
nas reuniões das CIPLAT da operadora da instalação e das empresas prestadoras de serviços, com cópias
anexadas às suas atas.
37.26.6.4 A operadora da instalação deve implementar procedimentos para evitar a exposição e contami-
nação passiva dos trabalhadores não envolvidos nas atividades com material radioativo de ocorrência natural.
37.26.6.4 .1Medidas adicionais às supracitadas devem ser implantadas para controlar o risco de contami-
nação da água, dos alimentos e do ar-condicionado pelos materiais radioativos de ocorrência natural, quando
reconhecido no PGR, observada a NR-09.
37.26.6.5 Áreas específicas para a descontaminação dos trabalhadores devem ser instituídas pelo SR, con-
forme legislação específica da CNEN, normas técnicas nacionais ou internacionais, nessa ordem.
37.26.6.6 É vedado aos trabalhadores adentrarem o casario com a vestimenta, EPI e equipamentos de
trabalho contaminados.
37.26.6.7 Caso constatada a contaminação interna por material radioativo de ocorrência natural, o PCMSO
da plataforma deve contemplar análises de sangue e excreta e, se necessário, exame com contador de corpo
inteiro a ser realizado por instituições autorizadas pela CNEN.
37.27 Sistemas de drenagem, de tratamento e de disposição de resíduos
37.27.1Os resíduos industriais devem ter destino adequado, sendo proibido o lançamento ou a liberação no
meio ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e a saúde dos
trabalhadores, segundo previsto na NR-25 (Resíduos Industriais).
37.27.2Os drenos, descargas de válvulas de segurança, suspiros (vents) e outros mecanismos de equipa-
mentos, instrumentos e acessórios que liberem substâncias no meio ambiente devem ser projetados e instala-
dos segundo normas técnicas nacionais ou, na ausência destas, de normas internacionais, de maneira a não
contaminar a plataforma.
37.27.3Os sistemas de drenos da plataforma devem ser eficazes e separados fisicamente para escoar e
descartar substâncias e águas pluviais.
37.27.3.1 Nas plataformas flutuantes, os drenos devem ser projetados para operar independentemente das
condições de mar.
37.27.4Os líquidos combustíveis e inflamáveis, passíveis de serem represados nas bacias de contenção,
devem ser escoados, armazenados e tratados, segundo normas das autoridades competentes.
37.27.5A plataforma deve possuir equipamento projetado especificamente para descartar os gases infla-
máveis e tóxicos através de queima ou dispersão apropriada, durante os diversos processos de produção de
petróleo, parada e outros procedimentos operacionais e de segurança.
37.27.5.1 O tipo de queimador (flare) e as descargas dos suspiros (vents) de alta velocidade e suas respecti-
vas localizações devem assegurar, em todas as áreas da plataforma, níveis aceitáveis de exposição à vibração,
ao ruído e ao calor, conforme limites estabelecidos na NR- 09, exceto durante as operações de despressuriza-
ção.
37.27.5.2 O queimador (flare) deve ser dotado de acendimento remoto e de sistema de detecção de piloto
apagado para proceder à parada controlada da planta industrial que o utiliza.
37.27.5.2 .1A chama piloto deve ser mantida permanentemente acesa com o gás proveniente do processo
ou da origem definida em projeto.
37.27.5.2 .1.1No queimador fechado (flare fechado), a chama piloto pode ser mantida apagada enquanto
estiver operando o sistema de reaproveitamento de gás, de acordo com especificação do projeto.
37.27.5.2 .2Os botões do painel de controle do sistema de acendimento remoto devem ser devidamente
identificados.
37.27.5.2 .3A plataforma deve possuir procedimento operacional contemplando o acendimento da chama
piloto e periodicidade de teste, considerando as diretrizes do fabricante ou fornecedor.
37.27.5.2 .4Os operadores devem ser capacitados no procedimento operacional descrito no subitem
37.27.5.2.3.
37.27.5.2 .5Os cilindros de gases utilizados para acender a chama piloto devem ser:
a)armazenados em áreas abertas da plataforma;
b)estocados em local seguro e arejado;
c)segregados e fixados;
d)sinalizados com os dizeres “INFLAMÁVEL” e “PROIBIDO FUMAR”;
e)protegidos contra impacto e intempéries; e
f)afastados de fontes de ignição e materiais corrosivos.
37.27.5.2 .6Inspeções do sistema de acendimento remoto devem ser realizadas de acordo com o capítulo
37.17 desta NR.
37.27.5.2 .7Os sistemas não convencionais de acendimento remoto do queimador podem ser usados desde
que aprovados por profissional legalmente habilitado, mediante emissão de laudo técnico e da respectiva Ano-
tação de Responsabilidade Técnica - ART.
37.27.6A plataforma deve possuir procedimento e sistema para tratamento da água oleosa, de modo a mo-
nitorar o H2S (gás sulfídrico) biogênico gerado pela ação de bactérias redutoras de sulfato.
37.27.6.1 O procedimento para tratamento de água oleosa deve ser elaborado por profissional legalmente
habilitado e contemplar a periodicidade do monitoramento da concentração de H2S, a adoção de medidas de
controle, bem como possíveis interrupções no processo.
37.27.6.3 A utilização do biocida no tratamento da água oleosa deve estar de acordo com o disposto pela
autoridade ambiental competente.
37.27.7A cozinha da plataforma deve ser dotada de sistema para trituração de resíduos orgânicos e dispo-
sição de lixo, de acordo com o disposto pelas autoridades competentes.
37.27.8É proibida a comunicação direta dos sistemas de esgoto e de disposição de resíduos com os locais
de trabalho e os destinados às refeições.
37.27.9A operadora da instalação deve gerenciar os rejeitos radioativos de ocorrência natural, segundo as
normas da CNEN.
37.27.9.2 Os recipientes devem possuir condições de integridade asseguradas, vedação adequada e con-
teúdo identificado, segundo as normas da CNEN.
37.27.9.3 O armazenamento de rejeitos oriundos de materiais radioativos de ocorrência natural deve obe-
decer ao prescrito pelas autoridades competentes, assim como ser:
a)definido pelo Supervisor de Radioproteção;
b)realizado em lugar que contenha tais rejeitos com segurança;
c)disposto em local dotado de piso e anteparas impermeáveis e de fácil descontaminação;
d)destinado para área de uso específico, enquanto o rejeito estiver a bordo;
e)situado em ambientes com sistemas de ventilação, exaustão e filtragem, quando o armazenamento for em
locais ou compartimentos fechados;
f)provido de drenos para a coleta de líquidos provenientes de vazamentos;
g)localizado em áreas delimitadas, sinalizadas, isoladas fisicamente e com acesso restrito ao pessoal au-
torizado;
h)distante dos postos de trabalho e de materiais corrosivos, inflamáveis e explosivos; e
i)dotado de espaços reservados à monitoração e à descontaminação dos trabalhadores expostos a mate-
riais radioativos.
37.27.9.5 .1O plano de ação do PGR deve estabelecer as medidas de proteção coletiva e individuais e os
procedimentos para incidentes e situações de emergência, baseados nas informações contidas nas Fichas com
Dados de Segurança de Resíduos Químicos - FDSR e no rótulo, conforme norma técnica ABNT NBR 16725 -
Resíduo químico — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente e suas alterações posteriores.
37.27.9.5 .2As FDSR devem ser disponibilizadas nos locais de armazenamento e na enfermaria da plata-
forma.
37.27.9.6 Os riscos presentes nos locais de armazenamento de materiais radioativos de ocorrência natural
devem constar no inventário de riscos do PGR, ainda que o material seja mantido transitoriamente a bordo.
37.27.10Os resíduos de riscos biológicos devem ser dispostos segundo o prescrito na NR-32 e nas legisla-
ções sanitárias e ambientais, no que for aplicável.
37.28.1A operadora da instalação deve, a partir dos cenários das análises de riscos e das informações
constantes no PGR, elaborar, implementar e disponibilizar a bordo o Plano de Resposta a Emergências - PRE,
que contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de eventos que configurem situações de
riscos grave e iminente à segurança e à saúde dos trabalhadores.
37.28.1.1 A operadora da instalação deve capacitar os trabalhadores que tiverem suas atribuições alteradas
pela revisão do PRE, cumprindo o descrito no capítulo 37.9 desta NR.
37.28.2O PRE deve ser elaborado considerando as características e a complexidade da plataforma e con-
templar, no mínimo, os seguintes tópicos:
a)identificação da plataforma e do responsável legal, designado pela operadora da instalação;
b)função do(s) responsável(eis) técnico(s), legalmente habilitado(s), pela sua elaboração e revisão;
c)função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação;
d)funções com os respectivos quantitativos;
e)estabelecimento dos cenários de emergências, definidos com base nas análises de riscos e legislação
vigente, capazes de conduzir a plataforma a um estado de emergência;
f)procedimentos de resposta à emergência para cada cenário contemplado, incluindo resposta a emergên-
cias médicas e demais cenários acidentais de helicópteros previstos na NORMAM-27/DPC;
g)descrição de equipamentos e materiais necessários para resposta a cada cenário contemplado;
h)descrição dos meios de comunicação;
i)sistemas de detecção de fogo e gás;
j)sistemas de parada de emergência;
k)equipamentos e sistemas de combate a incêndio;
l)procedimentos para orientação de não residentes quanto aos riscos existentes e como proceder em situ-
ações de emergência;
m)procedimento para acionamento de recursos e estruturas de resposta complementares e das autoridades
públicas;
n)procedimentos para comunicação do acidente;
o)cronograma, metodologia, registros e critérios para avaliação dos resultados dos exercícios simulados; e
p)EPI para combater incêndios, adentrar o fogo total e outros, de acordo com os riscos descritos na alínea
“e” supracitada.
37.28.2.1 A operadora da instalação deve manter em local visível a tabela atualizada de postos de emer-
gência, relacionando nominalmente os trabalhadores integrantes das equipes que compõem o PRE a bordo.
37.28.3A operadora da instalação deve disponibilizar meios de resgate de emergência durante todo o pe-
ríodo de pouso e decolagem de aeronaves na plataforma, conforme prescrito na NORMAM/DPC.
37.29.1.1 A comunicação deve ser protocolizada, em sistema eletrônico disponibilizado pela inspeção do
trabalho, até o segundo dia útil após a ocorrência do incidente a bordo da plataforma, conforme formulário do
Anexo VI desta NR.
37.29.1.2 Para fins desta NR, considera-se incidente qualquer ocorrência envolvendo risco de dano ou dano
à integridade física ou à saúde dos trabalhadores, conforme critérios estabelecidos no Manual de Comunicação
de Incidentes de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, emitido pela ANP, para danos à saúde
humana.
37.29.2A operadora da instalação deve comunicar, em até 72 (setenta e duas) horas, a ocorrência de
doenças ou acidentes ocupacionais, graves ou fatais, ao representante sindical preponderante da categoria
embarcada.
37.29.3A operadora da instalação deve encaminhar o relatório de investigação e análise do incidente à ins-
peção do trabalho da jurisdição da plataforma, em até 60 (sessenta) dias após a ocorrência do incidente.
37.29.3.1 O relatório de investigação e análise do incidente deve conter, além do disposto no Anexo VI desta
NR, as seguintes informações:
a)metodologia da investigação;
b)descrição do evento;
c)informações documentais e testemunhais, quando aplicável;
d)histórico de incidentes ocorridos na instalação, envolvendo o sistema em análise;
37.29.3.2 A autoridade competente regional em matéria de trabalho poderá conceder prazos superiores ao
prescrito no item 37.29.3, mediante apresentação de fundamentação técnica pela operadora da instalação, em
até 60 (sessenta) dias após a ocorrência do incidente.
37.29.3.3 No caso de incidente a bordo com empregado de empresa prestadora de serviço, a contratada
também deve elaborar seu próprio relatório de investigação.
37.29.5As causas e recomendações de incidentes devem ser divulgadas nas reuniões da CIPLAT, sendo
uma cópia anexada à sua ata.
37.29.6Em caso de ocorrência de acidente fatal, é obrigatória a adoção das seguintes medidas:
a)comunicar de imediato e por escrito à inspeção do trabalho, da jurisdição onde se encontra a plataforma,
e ao sindicato da categoria profissional; e
b)isolar o local e não alterar a cena do acidente, desde que não coloque em risco a segurança e a integri-
dade física das pessoas e da instalação.
37.29.6.1 A inspeção do trabalho manifestar-se-á, num prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas a partir
do recebimento do protocolo da comunicação citada na alínea “a” do subitem 37.29.6, em relação à ação fisca-
lizatória e à liberação do local.
37.29.6.1 .1Após esse prazo, e se não houver manifestação por parte da inspeção do trabalho, podem ser
suspensas as medidas referidas na alínea “b” do item 37.29.6, exceto se determinado de forma diferente por
outras autoridades igualmente competentes para tal.
37.30.1A operadora da instalação deve protocolizar a Declaração da Instalação Marítima - DIM da platafor-
ma por meio de sistema eletrônico indicado pela inspeção do trabalho.
37.30.3.1 A operadora da instalação deve atualizar a DIM em até 30 (trinta) dias após a efetivação de mu-
danças nas informações estabelecidas no item 37.30.2.
37.30.3.2 Se ocorrer mudança da locação da plataforma, a operadora da instalação deve atualizar a DIM
antes do início do deslocamento.
37.30.3.2 .1Em caso de mudança de locação decorrente de situações de emergência, a comunicação re-
ferida no subitem 37.30.3.2 deverá ser feita em até sete dias corridos após a ocorrência do sinistro, anexando
cópia da comunicação do incidente prevista no subitem
37.31Documentação
37.31.1A operadora deve manter na plataforma, em conformidade com o disposto na NR-01, à disposição
da inspeção do trabalho, a documentação prevista nesta NR, atendendo aos seguintes requisitos:
a)ser armazenada por um período de cinco anos, salvo disposição em contrário relativa a algum documento,
conforme previsto nesta ou nas demais NR;
b)ser de acesso imediato ou permitir a sua consulta a distância;
c)ser organizada permitindo o reconhecimento das versões anteriores;
d)ser de fácil leitura no idioma português; e
e)possibilitar a sua impressão no local ou a sua cópia e assinaturas em meio eletrônico.
37.31.1.1 Para as plataformas desabitadas, os documentos podem estar arquivados na sede da operadora
da instalação ou em outra plataforma habitada.
37.31.1.2 Para as atividades relacionadas com trabalhador estrangeiro embarcado, os documentos devem
estar disponíveis também em inglês.
37.31.1.3 Para as plataformas com previsão de operação temporária, de até 6 (seis) meses em águas juris-
dicionais brasileiras, a documentação pode estar disponível no idioma inglês.
37.31.3Caso ocorra substituição da operadora da instalação, a aquisição da operadora por outra organi-
zação ou a constituição de grupo econômico, todos os documentos previstos nesta NR devem ser avaliados,
revalidados e, se necessário, elaborados novamente pela operadora substituta, antes de iniciar a operação da
plataforma.
ANEXO I
CURSO BÁSICO PARA MANIPULADORES DE ALIMENTOS
Carga horária mínima: 12 horas. Conteúdo programático:
a)entendendo a contaminação dos alimentos;
b)ambiente de manipulação e cuidados com a água;
c)manuseio do lixo e controle de vetores e pragas;
d)higienização;
e)manipuladores e visitantes;
f)etapas da manipulação dos alimentos;
g)documentação e função do responsável pelo serviço;
h)revisão do conteúdo;
i)noções sobre higienização e segurança na operação de equipamentos para panificação e confeitaria e
máquinas fatiadoras de frios; e
j)uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual - EPI.
ANEXO II
SÍMBOLOS PARA SINALIZAR FONTES DE RADIAÇÃO IONIZANTE, LOCAIS DE ARMAZENA-
MENTO DE MATERIAL RADIOATIVO E LOCAIS DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO
IONIZANTE INDUSTRIAL OU DE OCORRÊNCIA NATURAL
ANEXO III
CURSO COMPLEMENTAR PARA SERVIÇOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ALTA TENSÃO
Carga horária mínima: 16 horas. Conteúdo programático:
ANEXO IV
CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM OPERAÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS E
TRANSPORTE DE PESSOAS
Carga horária mínima: 20 horas. Conteúdo programático:
a)conceitos básicos na movimentação de cargas e pessoas;
b)tipos de equipamentos de guindar;
c)componentes e acessórios utilizados na movimentação e suas respectivas aplicações;
d)inspeção visual de equipamentos e acessórios de movimentação de carga;
e)tabela de capacidade de cargas do equipamento e seus acessórios;
f)movimentação crítica de cargas (materiais perigosos, peças de grande porte, tubos, perfis, chapas, eixos,
etc.);
g)comunicação durante a movimentação de pessoas e cargas: sinaleiro, sinalização e comunicação por
rádio;
h)incidentes e acidentes durante a movimentação;
i)procedimentos para a segurança na movimentação de pessoas e cargas;
j)equipamentos de proteção;
k)práticas de operação de movimentação a bordo da plataforma; e
l)avaliação final.
c) Data¶ e¶ hora¶ do ¶
incidente: ¶
Como forma de discriminação positiva, a lei previdenciária prevê cotas para contratação de pessoas com
deficiência e reabilitadas perante o INSS.
Em princípio, o tema não tem qualquer relação com as garantias de emprego. Ocorre que, embora constitua
garantia de emprego indireta, o art. 93, §1º, da Lei nº 8.213/1991, prevê que os empregados contratados para
cumprimento de tal cota somente podem ser dispensados sem justa causa se a empresa contratar outro subs-
tituto em condição semelhante. Vejamos:
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento)
a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I – até 200 empregados...............................................................................2%;
II – de 201 a 500..........................................................................................3%;
III – de 501 a 1.000.....................................................................................4%;
IV – de 1.001 em diante.............................................................................5%.
§1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de
contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo in-
determinado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
reabilitado da Previdência Social.
Aprendizagem profissional
A Aprendizagem Profissional está prevista na Lei nº 10.097, de 19/12/2000, que estabelece as diretrizes
para a contratação de aprendizes.
Trata-se de instrumento de qualificação profissional destinado à inserção de jovens de 14 a 24 anos no
mercado de trabalho (e sem limite de idade no caso de pessoas com deficiência), que tem por objetivo criar
oportunidades tanto para os aprendizes - que receberão suporte para seu ingresso no mundo laboral – quanto
para as empresas, que têm a possibilidade de formar mão-de-obra-qualificada.
Tem o contrato de aprendizagem natureza de pacto especial (art. 428 da CLT), com características próprias,
pois há a combinação do ensinamento, do caráter discente, juntamente com a prestação de serviços. Não se
trata, porém, de cláusula do contrato de trabalho, mas do próprio contrato de trabalho.
Prazo36
Prevê o §3º do art. 428 da CLT que o contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois
anos, salvo para o aprendiz deficiente. Como o contrato do aprendiz é de prazo certo, tem de atender ao art.
445 da CLT, que determina o prazo de dois anos para esse tipo de pacto. Excedido o prazo de dois anos, o
pacto transforma-se em contrato de prazo indeterminado.
A Convenção nº 138 da OIT estabelece a idade mínima para a admissão ao trabalho. A referida norma pre-
vê:
(a) a idade mínima básica como o término da escolaridade obrigatória, porém não pode ser inferior a 15
anos;
(b) nos países em desenvolvimento com precário sistema escolar, a idade básica pode ser fixada em 14
anos;
(c) é possível o trabalho com idade mínima inferior, desde que para trabalhos leves, assim caracterizados
nas legislações nacionais, sempre observada a escolaridade entre 13 e 15 anos ou entre 12 e 14 anos;
— Trabalho Rural37
Segundo a Lei n. 5.889/73, empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústi-
co, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário
(art. 2º). Desta forma, empregado rural é aquele que trabalha para empregador rural.
A doutrina trabalhista apresenta cinco requisitos do conceito de empregado rural:
a) pessoa física;
b) serviço em propriedade rural ou prédio rústico;
c) não eventualidade;
d) subordinação jurídica e
e) onerosidade.
É importante conhecer o conceito de empregador rural, pois todo empregado que trabalhar para emprega-
dor rural será empregado rural, portanto, o critério definidor não é a utilização de métodos de trabalho rurais e
sim se o empregado presta serviços para empregador rural.
Por exemplo, pode ser empregado rural o escriturário da fazenda, o veterinário, o agrônomo e tantos outros
profissionais que trabalham para um empregador rural, sem necessariamente desenvolver atividades tipica-
mente rurais.
Os requisitos do conceito de empregador rural são:
a) pessoa física ou jurídica;
b) proprietário ou não;
c) que exerce atividade agroeconômica;
37 [ Calvo, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. (7th edição). Editora Saraiva, 2023]
2) O empregador rural é aquele que desenvolve atividade agroeconômica, assim entendida como atividade
agrícola ou pecuária. Se o empregador exercer atividade industrial, não será considerado empregador rural.
3) Nos termos do art. 2º, §3º, do Decreto n. 73.626/74, incluise na atividade econômica rural a exploração
industrial em estabelecimento agrário.
Nos termos do art. 2º, §4º, do Decreto n. 73.626/74, consideram-se como exploração industrial em estabe-
lecimento agrário as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem
transformá-los em sua natureza, tais como:
a) o beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agropecuários e hortigranjeiros e das
matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização;
b) o aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in
natura, referidas na letra anterior.
Se houver atividade desenvolvida em processo de industrialização sem que haja transformação da matéria-
-prima, tratase de trabalho rural, mas se estiver presente um processo de transformação da matéria-prima na
aparência e a força de trabalho do obreiro for utilizada, o trabalhador será enquadrado como industriário. Assim
o forneiro é industriário e não rural, pois a transformação da madeira em carvão por meio de aplicação de calor
é de tal ordem que se tem processo industrial.
O local da atividade laboral do rurícola poderá ser zona rural ou prédio rústico (áreas campestres incrusta-
das no espaço urbano).
Nem todo trabalhador rural é empregado rural. É o caso dos arrendatários, parceiros e empreiteiros, que
são trabalhadores rurais e não empregados rurais, pois não se enquadram na definição de empregado rural,
uma vez que a esses trabalhadores faltam os principais pressupostos de uma relação de emprego.
1) A Constituição Federal expandiu os direitos do empregado rural, equiparando-os aos dos trabalhadores
urbanos (art. 7º, caput). Em 1993, o Brasil aprovou a Convenção n. 141 da OIT relativa às organizações de
trabalhadores rurais e a função no desenvolvimento econômico e social pelo Decreto Legislativo n. 5/93.
2) Vale ressaltar que o empregado rural tem alguns direitos diferenciados em relação ao empregado urbano,
tais como o trabalho noturno.
A hora noturna do trabalhador rural é de 60 (sessenta) minutos, sendo o adicional noturno de 25% sobre a
hora diurna. O horário noturno para os empregados rurais que trabalham na lavoura é das 21 às 5 horas e dos
empregados rurais que trabalham na pecuária é das 20 às 4 horas.
Há outros direitos diferenciados do empregado rural em relação ao empregado urbano, tais como:
- Intervalo: trabalho superior a seis horas, obrigatória a concessão de uma hora de intervalo, observados
os usos e costumes da região.
- Salário-utilidade: os percentuais dos valores pagos a título de habitação e alimentação são de 20% e 25%
do salário mínimo, respectivamente.
4) estabilidade provisória;
5) aviso prévio;
7) 13º salário;
9) adicional noturno;
Trabalho cooperado
O trabalhador cooperado é um profissional autônomo. Isso significa que ele não possui vínculo empregatí-
cio. Ele é o responsável por sua prestação de serviços ou produtos e sócio da cooperativa a que está vinculado.
Um fator importante que você deve saber é que os cooperados não recebem salários e sim honorários.
Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados”.
Referida legislação regulamenta as cooperativas em geral. Recentemente, foi aprovada a Lei n. 12.690/2012
que regulamentou a organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho.
A Lei n. 12.690/2012 é expressa no sentido de que a Cooperativa de Trabalho é regulada por esta lei e, no
que com ela não colidir, pelas Leis n. 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002
– Código Civil.
Infelizmente ainda vivenciamos, nos dias atuais, a exploração do trabalho humano mediante a submissão
de trabalhadores a condições análogas à de escravo.
O art. 149 do Código Penal Brasileiro, com a redação dada pela Lei nº 10.803/2003, ampliou as hipóteses
de caracterização de tal figura jurídica, nos seguintes termos:
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jor-
nada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
Com base na tipificação penal, estabeleceu-se a caracterização administrativa da figura da redução do tra-
balhador a condições análogas à de escravo, nos termos do art. 6º da Instrução Normativa MTP nº 2/202157:
Art. 23. Considera-se em condição análoga à de escravo o trabalhador submetido, de forma isolada ou con-
juntamente, a:
I – Trabalho forçado;
II – Jornada exaustiva;
III – Condição degradante de trabalho;
IV – Restrição, por qualquer meio, de locomoção em razão de dívida contraída com empregador ou prepos-
to, no momento da contratação ou no curso do contrato de trabalho;
V – Retenção no local de trabalho em razão de:
a) cerceamento do uso de qualquer meio de transporte;
b) manutenção de vigilância ostensiva; ou
c) apoderamento de documentos ou objetos pessoais.
Observe-se que o caput do art. 23 da IN MTP nº 2/2021 esclarece que se considera trabalho realizado em
condição análoga à de escravo o que resulte das situações mencionadas, quer em conjunto, quer isoladamente.
Não obstante, infelizmente ainda é comum a resistência, mesmo no âmbito da Justiça do Trabalho, em
aceitar a existência do trabalho escravo contemporâneo. Muitas vezes, mesmo diante de notória precariedade
das condições de trabalho a que são submetidos os trabalhadores, nega-se o reconhecimento do trabalho em
condições análogas às de escravo.
Na verdade, o trabalho em condições análogas à de escravo é reconhecido hoje em dia, a partir do momen-
to em que há o desrespeito ao atributo maior do ser humano, que é a sua dignidade, e que ocorre, do ponto de
vista do trabalho humano, quando é negado ao trabalhador um conjunto mínimo de direitos que a Organização
Internacional do Trabalho convencionou denominar trabalho decente, e que são dos Direitos Humanos especí-
ficos dos trabalhadores”.
Convenções da OIT
Natureza Jurídica39
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma das mais antigas organizações de Estados em regular
funcionamento. Sua criação coincide com a da antiga Sociedade das Nações, já extinta, e, desde 1919, vem
prestando uma contribuição relevantíssima na formação normativa do Direito internacional do Trabalho.
As Convenções possuem a natureza jurídica de tratados multilaterais abertos, pois não se destinam à Es-
tados-membros previamente determinados, mas sim à adesão de qualquer dos países que compõem a OIT,
mesmo por aqueles que não tomaram parte nas tratativas e debates iniciais que conduziram à sua aprovação.
Precisa ser ratificada e passar por toda a processualística de incorporação dos tratados, para que então
ingresse no ordenamento jurídico interno de um país com status de fonte formal do direito. Se assim não for, ela
terá natureza de fonte material, assim como as recomendações, que também são fontes materiais.
Processo de Elaboração
No processo de elaboração das normas internacionais o trabalho, um dos importantes aspectos a conside-
rar é o nível dessas normas que deve se aplicar de acordo com o grau de desenvolvimento dos Estados-mem-
bros, de forma a atender, mais equanimemente, a realidade de cada qual.
As fontes de inspiração desses tratados são geralmente o direito interno dos Estados-membros e os pro-
blemas vivenciados em cada país, sendo de observar que, quando se trata de regulação de alguns direitos
humanos fundamentais, a grande inspiração vem da Europa, onde são mais evoluídos.
O ponto mais relevante das dificuldades com a elaboração das normas da OIT é o grau de flexibilidade que
devem possuir, porque a sua redação deve se adaptar a diferentes países.
Com efeito, verifica-se que a grande maioria das normas adotadas pela Organização são formulados de
modo a serem bastante flexíveis para atender às necessidades de tradução ao idioma de cada país e às res-
pectivas práticas nacionais.
Assim, é costume usar expressões genéricas, tipo medidas apropriadas. Não se adota uma norma que obri-
gue os Estados a fixação de determinado salário, mas apenas a implementar mecanismos para fixar salários
compatíveis com o seu desenvolvimento e suas necessidades.
Também existem cláusula de flexibilidade, como são conhecidos os dispositivos que permitem a fixação
provisória de normais mais brandas que as previstas, aplicar apenas alguns critérios do tratado e excluir algum
grupo de trabalhadores da aplicação de uma convenção.
39 [ Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/500/edicao-1/organizacao-internacional-
-do-trabalho. Acesso em 16.01.2024]
Fiscalização do trabalho ou fiscalização trabalhista é uma inspeção pela qual qualquer empresa está
sujeita.
A fiscalização do trabalho pode ser descrita como uma inspeção referente ao cumprimento da legislação
trabalhista.
Na fiscalização, os auditores do trabalho averiguam se a empresa está cumprindo com suas obrigações
legais diante dos direitos dos seus colaboradores. O principal objetivo da fiscalização trabalhista é combater a
informalidade.
A fiscalização trabalhista é realizada pelos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência e do
Ministério Público do Trabalho. Estes órgãos são responsáveis por realizar a fiscalização administrativa, isto é,
extrajudicial.
Já o Ministério Público do Trabalho é o responsável por apresentar ações civis públicas, como ajustes de
conduta baseado em irregularidades que ainda podem ser corrigidas pela companhia.
A fiscalização do trabalho é oriunda de alguma denúncia feita por um colaborador, juiz do trabalho ou pelo
auditor fiscal. Essa denúncia é chamada de “notícia fato”. Algumas empresas têm o direito a dupla visita.
A fiscalização trabalhista pode ocorrer de forma direta ou indireta:
Na fiscalização do trabalho direta, o auditor vai até a empresa para fazer a análise da denúncia e avaliar
se os direitos trabalhistas estão sendo cumpridos.
Na fiscalização do trabalho indireta, que é feita a distância, por meio da avaliação de documentos e da-
dos.
A atividade da fiscalização trabalhista é exercida hoje por funcionários públicos que são subordinados ao
Ministério do Trabalho. O fiscal deve autuar a empresa quando verificar a inobservância da lei por parte desta,
sob pena de responsabilidade administrativa. Quando da expedição de novas leis, regulamentos ou instruções
ministeriais, ou em se tratando de primeira inspeção em estabelecimentos recém-inaugurados, deverá o fiscal
obedecer ao critério da dupla visita, sendo que na primeira deverá instruir sobre a maneira de ser aplicada a lei
(art. 627 da CLT). O fiscal terá livre acesso às dependências da empresa que estiver sendo fiscalizada. Poderá
o fiscal receber denúncias de irregularidades de representantes legais de entidades sindicais.
A fiscalização do trabalho é uma atividade administrativa vinculada. O auditor deve se ater ao que a lei pre-
vê.
O inspetor do trabalho tem o direito de ingressar nas dependências da empresa, no que diz respeito ao
objeto da fiscalização. Havendo resistência, poderá o inspetor requisitar força policial (§8º do art. 630 da CLT).
São órgãos do Ministério do Trabalho e Previdência Social:
I – a Secretaria do Trabalho;
II – o Conselho Nacional do Trabalho;
III – o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
IV – o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO
Art. 2o Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:
I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis, regulamentos e demais
atos atinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;
II - Auditores-Fiscais do Trabalho; (Redação dada pelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003)
III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções auxiliares de inspeção do trabalho.
Art. 3o Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade nacional competente
em matéria de inspeção do trabalho.
Art. 4o Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, e fixa-
das as correspondentes sedes.
Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores-Fiscais do Trabalho poderão ser
divididas em áreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos.
Art. 5o A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes áreas de inspeção da mesma cir-
cunscrição obedecerá ao sistema de rodízio, efetuado em sorteio público, vedada a recondução para a mesma
área no período seguinte.
§1o Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas de inspeção pelo prazo máximo
de doze meses.
§2o É facultado à autoridade de direção regional estabelecer programas especiais de fiscalização que
contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste artigo, desde que aprovados pela autoridade nacional
competente em matéria de inspeção do trabalho.
CAPÍTULO III
DA INSPEÇÃO
Art. 9o A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, estabelecimentos e locais de traba-
lho, públicos ou privados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituições sem fins lucrativos, bem como
às embarcações estrangeiras em águas territoriais brasileiras.
Art. 10. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de Identidade Fiscal (CIF), que servirá como
credencial privativa, com renovação qüinqüenal.
§1o Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial transcrita na língua inglesa ao Auditor-
-Fiscal do Trabalho, que tenha por atribuição inspecionar embarcações de bandeira estrangeira.
§2o A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho fará publicar, no Diário Oficial
da União, relação nominal dos portadores de Carteiras de Identidade Fiscal, com nome, número de matrícula
e órgão de lotação.
§3o É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante da Carreira Auditoria-Fiscal do
Trabalho.
Art. 11. A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para inutilização, sob pena de responsa-
bilidade administrativa, nos seguintes casos:
I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;
II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Emprego;
III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho;
IV - aposentadoria; ou
V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses.
Art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, salvo quando o Auditor-Fiscal do
Trabalho julgar que tal identificação prejudicará a eficácia da fiscalização, hipótese em que deverá fazê-lo após
a verificação física.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33. Os Auditores-Fiscais do Trabalho poderão participar de atividades de coordenação, planejamento,
análise de processos e de desenvolvimento de programas especiais e de outras atividades internas e externas
relacionadas com a inspeção do trabalho, na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional compe-
tente em matéria de inspeção do trabalho.
NR 3 – Embargo e interdição
3.1 Objetivo
3.1.1 Esta norma estabelece as diretrizes para caracterização do grave e iminente risco e os requisitos téc-
nicos objetivos de embargo e interdição.
3.1.1.1 A adoção dos referidos requisitos técnicos visa à formação de decisões consistentes, proporcionais
e transparentes.
3.2 Definições
3.2.1 Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente
ou doença com lesão grave ao trabalhador.
3.2.2 Embargo e interdição são medidas de urgência adotadas a partir da constatação de condição ou situ-
ação de trabalho que caracterize grave e iminente risco ao trabalhador.
3.2.2.2 A interdição implica a paralisação parcial ou total da atividade, da máquina ou equipamento, do setor
de serviço ou do estabelecimento.
3.2.2.3 O embargo e a interdição podem estar associados a uma ou mais das hipóteses referidas nos itens
3.2.2.1 e 3.2.2.2.
3.2.2.3.1 O Auditor Fiscal do Trabalho deve adotar o embargo ou a interdição na menor unidade onde for
constatada situação de grave e iminente risco.
3.3 Caracterização do grave e iminente risco
3.3.2 Para fins de aplicação desta norma, o risco é expresso em termos de uma combinação das consequ-
ências de um evento e a probabilidade de sua ocorrência.
3.3.4 A classificação da consequência e da probabilidade será efetuada de forma fundamentada pelo Audi-
tor-Fiscal do Trabalho.
3.3.5 A classificação das consequências deve ser efetuada de acordo com o previsto na Tabela
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
PROVÁVEL Medidas de prevenção inexisten-
tes ou reconhecidamente inadequa-
das.
Uma consequência é esperada,
com grande probabilidade de que
aconteça ou se realize
POSSÍVEL Medidas de prevenção apresen-
tam desvios ou problemas significa-
tivos. Não há garantias de que as
medidas sejam mantidas.
Uma consequência talvez acon-
teça, com possibilidade de que se
efetive, concebível
REMOTA Medidas de prevenção adequa-
das, mas com pequenos desvios.
Ainda que em funcionamento, não
há garantias de que sejam mantidas
sempre ou a longo prazo.
Uma consequência é pouco pro-
vável que aconteça, quase imprová-
vel.
RARA Medidas de prevenção adequa-
das e com garantia de continuidade
desta situação.
Uma consequência não é espe-
rada, não é comum sua ocorrência,
extraordinária.
3.3.6 Na caracterização de grave e iminente risco ao trabalhador, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá esta-
belecer o excesso de risco por meio da comparação entre o risco atual (situação
encontrada) e o risco de referência (situação objetivo).
3.3.7 O excesso de risco representa o quanto o risco atual (situação encontrada) está distante do risco de
referência esperado após a adoção de medidas de prevenção (situação objetivo).
3.3.8 A Tabela 3.3 deve ser utilizada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho em caso de exposição individual ou de
reduzido número de potenciais vítimas expostas ao risco avaliado.
3.3.9 A Tabela 3.4 deve ser utilizada para a avaliação de situação onde a exposição ao risco pode resultar
em lesão ou adoecimento de diversas vítimas simultaneamente.
3.3.12 Para ambos os riscos, atual e de referência (definidos na primeira e na segunda etapas, respectiva-
mente), deve-se determinar a consequência em primeiro lugar e, em seguida, a probabilidade de a consequ-
ência ocorrer.
3.4.1 São passíveis de embargo ou interdição, a obra, a atividade, a máquina ou equipamento, o setor de
serviço, o estabelecimento, com a brevidade que a ocorrência exigir, sempre que o Auditor-Fiscal do Trabalho
constatar a existência de excesso de risco extremo (E).
3.4.2 São passíveis de embargo ou interdição, a obra, a atividade, a máquina ou equipamento, o setor de
serviço, o estabelecimento, com a brevidade que a ocorrência exigir, consideradas as
circunstâncias do caso específico, quando o Auditor-Fiscal do Trabalho constatar a existência de excesso
de risco substancial (S).
3.4.3 O Auditor-Fiscal do Trabalho deve considerar se a situação encontrada é passível de imediata ade-
quação.
3.4.3.1 Concluindo pela viabilidade de imediata adequação, o Auditor-Fiscal do Trabalho determinará a ne-
cessidade de paralisação das atividades relacionadas à situação de risco e a adoção imediata de medidas de
prevenção e precaução para o saneamento do risco, que não gerem riscos adicionais.
3.4.4 Não são passíveis de embargo ou interdição as situações com avaliação de excesso de risco mode-
rado (M), pequeno (P) ou nenhum (N).
TABELA 3.3 - Tabela de excesso de risco: exposição individual ou reduzido número de potenciais vítimas
3.5.1 A metodologia de avaliação qualitativa prevista nesta norma possui a finalidade específica de caracte-
rização de situações de grave e iminente risco pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, não se constituindo em metodo-
logia padronizada para gestão de riscos pelo empregador.
3.5.2 O embargo e a interdição são medidas de proteção emergencial à segurança e à saúde do trabalha-
dor, não se caracterizando como medidas punitivas.
3.5.2.1 Nas condições ou situações de trabalho em que não haja previsão normativa da situação objetivo
(risco de referência), o Auditor Fiscal do Trabalho deverá incluir na fundamentação os critérios técnicos utiliza-
dos para determinação da situação objetivo (risco de referência).
3.5.3 A imposição de embargo ou interdição não elide a lavratura de autos de infração por descumprimento
das normas de segurança e saúde no trabalho ou dos demais dispositivos da legislação trabalhista relaciona-
dos à situação analisada.
3.5.4 Durante a vigência de embargo ou interdição, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à
correção da situação de grave e iminente risco, desde que garantidas condições de segurança e saúde aos
trabalhadores envolvidos.
24.1.1Esta norma estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem observadas pelas or-
ganizações, devendo o dimensionamento de todas as instalações regulamentadas por esta NR ter como base
o número de trabalhadores usuários do turno com maior contingente.
24.1.1.1Para efeitos desta NR, trabalhadores usuários, doravante denominados trabalhador, é o conjunto
de todos os trabalhadores no estabelecimento que efetivamente utilizem de forma habitual as instalações re-
gulamentadas nesta NR.
24.2Instalações sanitárias
24.2.1Todo estabelecimento deve ser dotado de instalação sanitária constituída por bacia sanitária sifona-
da, dotada de assento com tampo, e por lavatório.
24.2.1.1As instalações sanitárias masculinas devem ser dotadas de mictório, exceto quando essencialmen-
te de uso individual, observando-se que:
a)os estabelecimentos construídos até 23/09/2019 devem possuir mictórios dimensionados de acordo com
o previsto na NR-24, com redação dada pela Portaria MTb nº 3.214/1978.
24.2.2Deve ser atendida a proporção mínima de uma instalação sanitária para cada grupo de 20 (vinte)
trabalhadores ou fração, separadas por sexo.
24.2.2.1Será exigido um lavatório para cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades com exposição e manu-
seio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes, aerodispersóides ou que provoquem a deposição de
poeiras, que impregnem a pele e roupas do trabalhador.
24.2.2.2Em estabelecimentos com funções comerciais, administrativas ou similares, com até 10 (dez) traba-
lhadores, poderá ser disponibilizada apenas uma instalação sanitária individual de uso comum entre os sexos
desde que garantidas condições de privacidade.
24.3.2Poderá ser disponibilizado mictório tipo individual ou calha coletiva, com anteparo.
24.3.2.1No mictório do tipo calha coletiva, cada segmento de, no mínimo, 0,60m (sessenta centímetros),
corresponderá a uma unidade para fins de dimensionamento da calha.
24.3.2.3Os mictórios devem ser construídos com material impermeável e mantidos em condições de limpe-
za e higiene.
Lavatórios
24.3.3O lavatório poderá ser tipo individual, calha ou de tampo coletivo com várias cubas, possuindo tor-
neiras, sendo que cada segmento de 0,60m (sessenta centímetros) corresponde a uma unidade para fins de
dimensionamento do lavatório.
24.3.4O lavatório deve ser provido de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos,
proibindo-se o uso de toalhas coletivas.
Chuveiros
24.3.5Será exigido, para cada grupo de trabalhadores ou fração, 1 (um) chuveiro para cada:
a)10 (dez) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja exposição e manuseio de material infectante,
substâncias tóxicas, irritantes ou aerodispersóides, que impregnem a pele e roupas do trabalhador;
b)20 (vinte) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja contato com substâncias que provoquem
deposição de poeiras que impregnem a pele e as roupas do trabalhador, ou que exijam esforço físico ou sub-
metidas a condições ambientais de calor intenso.
24.3.5.1Nas atividades em que há exigência de chuveiros, estes devem fazer parte ou estar anexos aos
vestiários.
24.4.2Os vestiários devem ser dimensionados em função do número de trabalhadores que necessitam uti-
lizá-los, até o limite de 750 (setecentos e cinquenta) trabalhadores, conforme o seguinte cálculo: área mínima
do vestiário por trabalhador = 1,5 - (nº de trabalhadores / 1000).
24.4.4É admitido o uso rotativo de armários simples entre usuários, exceto nos casos em que estes sejam
utilizados para a guarda de Equipamentos de Proteção Individual - EPI e de vestimentas expostas a material
infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou que provoquem sujidade.
24.4.5Nas atividades laborais em que haja exposição e manuseio de material infectante, substâncias tóxi-
cas, irritantes ou aerodispersóides, bem como naquelas em que haja contato com substâncias que provoquem
deposição de poeiras que impregnem a pele e as roupas do trabalhador devem ser fornecidos armários de
compartimentos duplos ou dois armários simples.
24.4.6Os armários simples devem ter tamanho suficiente para que o trabalhador guarde suas roupas e
acessórios de uso pessoal, não sendo admitidas dimensões inferiores a: 0,40m (quarenta centímetros) de altu-
ra, 0,30m (trinta centímetros) de largura e 0,40m (quarenta centímetros) de profundidade.
24.4.7As empresas que oferecerem serviços de guarda volume para a guarda de roupas e acessórios pes-
soais dos trabalhadores estão dispensadas de fornecer armários.
24.4.8Nas empresas desobrigadas de manter vestiário, deve ser garantido o fornecimento de escaninho,
gaveta com tranca ou similar que permita a guarda individual de pertences pessoais dos trabalhadores ou ser-
viço de guarda-volume.
24.5.1Os empregadores devem oferecer aos seus trabalhadores locais em condições de conforto e higiene
para tomada das refeições por ocasião dos intervalos concedidos durante a jornada de trabalho.
24.5.1.1É permitida a divisão dos trabalhadores do turno, em grupos para a tomada de refeições, a fim de
organizar o fluxo para o conforto dos usuários do refeitório, garantido o intervalo para alimentação e repouso.
24.5.2Os locais para tomada de refeições para atender até 30 (trinta) trabalhadores, observado o subitem
24.5.1.1, devem:
a)ser destinados ou adaptados a este fim;
b)ser arejados e apresentar boas condições de conservação, limpeza e higiene; e
c)possuir assentos e mesas, balcões ou similares suficientes para todos os usuários atendidos.
24.5.3Os locais destinados às refeições para atender mais de 30 (trinta) trabalhadores, conforme subitem
24.5.1.1, devem:
a)ser destinados a este fim e fora da área de trabalho;
b)ter pisos revestidos de material lavável e impermeável;
c)ter paredes pintadas ou revestidas com material lavável e impermeável;
d)possuir espaços para circulação;
e)ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada, salvo em ambientes climatizados
artificialmente;
f)possuir lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local, atendendo aos requisitos do subitem
24.3.4;
g)possuir assentos e mesas com superfícies ou coberturas laváveis ou descartáveis, em número correspon-
dente aos usuários atendidos;
h)ter água potável disponível;
i)possuir condições de conservação, limpeza e higiene;
j)dispor de meios para aquecimento das refeições; e
k)possuir recipientes com tampa para descarte de restos alimentares e descartáveis.
24.6.2Em câmaras frigoríficas devem ser instalados dispositivos para abertura da porta pelo lado interno,
garantida a possibilidade de abertura mesmo que trancada pelo exterior.
24.6.3Os recipientes de armazenagem de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser instalados em área
externa ventilada, observadas as normas técnicas brasileiras pertinentes.
24.7 Alojamento
24.7.2.1Caso as instalações sanitárias não sejam parte integrante dos dormitórios, devem estar localizadas
a uma distância máxima de 50 m (cinquenta metros) dos mesmos, interligadas por passagens com piso lavável
e cobertura.
24.7.3.1As camas ou beliches devem atender aos seguintes requisitos: (Alterado pela Portaria MTP nº
2.772, de 05 de setembro de 2022 – início de vigência: 03/10/2022)
a)todos os componentes ou peças com os quais o trabalhador possa entrar em contato durante o uso não
podem ter rebarbas e arestas cortantes, nem ter tubos abertos;
b)ter resistência compatível com o uso; e
c)ter dimensões compatíveis com o colchão a ser utilizado de acordo com o item 24.7.3.
24.7.3.1.1As camas superiores dos beliches devem ter proteção lateral e escada fixas à estrutura. (Inserido
pela Portaria MTP nº 2.772, de 05 de setembro de 2022 – início de vigência: 03/10/2022)
24.7.3.2Os armários dos quartos devem ser dotados de sistema de trancamento e com dimensões compa-
tíveis para a guarda de roupas e pertences pessoais do trabalhador, e enxoval de cama.
24.7.4Os trabalhadores alojados no mesmo quarto devem pertencer, preferencialmente, ao mesmo turno
de trabalho.
24.7.5Os locais para refeições devem ser compatíveis com os requisitos do item 24.5 desta NR, podendo
ser parte integrante do alojamento ou estar localizados em ambientes externos.
24.7.5.1Quando os locais para refeições não fizerem parte do alojamento, deverá ser garantido o transporte
dos trabalhadores.
24.7.6Os alojamentos devem dispor de locais e infraestrutura para lavagem e secagem de roupas pessoais
dos alojados ou ser fornecido serviço de lavanderia.
24.7.8Deve ser garantida coleta de lixo diária, lavagem de roupa de cama, manutenção das instalações e
renovação de vestuário de camas e colchões.
24.7.10Os trabalhadores hospedados com suspeita de doença infectocontagiosa devem ser submetidos à
avaliação médica que decidirá pelo afastamento ou permanência no alojamento.
24.8 Vestimenta de trabalho
24.8.1Vestimenta de trabalho é toda peça ou conjunto de peças de vestuário, destinada a atender exigên-
cias de determinadas atividades ou condições de trabalho que impliquem contato com sujidade, agentes quími-
cos, físicos ou biológicos ou para permitir que o trabalhador seja mais bem visualizado, não considerada como
uniforme ou EPI.
24.8.3A vestimenta não substitui a necessidade do EPI, podendo seu uso ser conjugado.
24.8.4.1Nos casos em que seja inviável o fornecimento de vestimenta exclusiva para cada trabalhador, de-
verá ser assegurada a higienização prévia ao uso.
24.8.5As peças de vestimentas de trabalho, quando usadas na cabeça ou face, não devem restringir o
campo de visão do trabalhador.
24.9 Disposições gerais
24.9.1Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água potável, sendo proibido
o uso de copos coletivos.
24.9.1.1O fornecimento de água deve ser feito por meio de bebedouros na proporção de, no mínimo, 1 (um)
para cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração, ou outro sistema que ofereça as mesmas condi-
ções.
24.9.1.2Quando não for possível obter água potável corrente, esta deverá ser fornecida em recipientes por-
táteis próprios e hermeticamente fechados.
24.9.3Deve ser realizada periodicamente análise de potabilidade da água dos reservatórios para verificar
sua qualidade, em conformidade com a legislação.
24.9.4A água não-potável para uso no local de trabalho ficará separada, devendo ser afixado aviso de ad-
vertência da sua não potabilidade.
24.9.5Os locais de armazenamento de água, os poços e as fontes de água potável serão protegidos contra
a contaminação.
24.9.6Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com o gênero de atividade.
24.9.6.1O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de trabalho e por proces-
so que reduza ao mínimo o levantamento de poeiras.
24.9.7Todos os ambientes previstos nesta norma devem ser construídos de acordo com o código de obras
local, devendo:
a)ter cobertura adequada e resistente, que proteja contra intempéries;
b)ter paredes construídas de material resistente;
c)ter pisos de material compatível com o uso e a circulação de pessoas;
d)possuir iluminação que proporcione segurança contra acidentes.
24.9.7.1Na ausência de código de obra local, deve ser garantido pé direito mínimo de 2,50 m (dois metros
e cinquenta centímetros), exceto nos quartos de dormitórios com beliche, cuja medida mínima será de 3,00 m
(três metros).
24.9.7.2As instalações elétricas devem ser protegidas para evitar choques elétricos.
24.9.8Devem ser garantidas condições para que os trabalhadores possam interromper suas atividades para
utilização das instalações sanitárias.
24.9.9Em edificações com diversos estabelecimentos, todas as instalações previstas nesta NR podem ser
atendidas coletivamente por grupo de empregadores ou pelo condomínio, mantendo-se o empregador como o
responsável pela disponibilização das instalações.
24.9.9.1O dimensionamento deve ser feito com base no maior número de trabalhadores por turno.
1.Para efeito deste Anexo, considera-se “Shopping Center” o espaço planejado sob uma administração
central sujeito a normas contratuais padronizadas, procurando assegurar convivência integrada, composto por
estabelecimentos tais como: lojas de qualquer natureza e quiosques, lanchonetes, restaurantes, salas de cine-
ma e estacionamento, destinados à exploração comercial e à prestação de serviços.
2.A administração central é responsável pela disponibilização das instalações sanitárias, vestiários e am-
bientes para refeições aos seus trabalhadores e aos trabalhadores dos estabelecimentos que não disponham
de espaço construtivo para atender os dispositivos desta NR em seus estabelecimentos.
2.1A administração central disponibilizará local para conservação, aquecimento da alimentação trazida pe-
los trabalhadores, bem como para tomada das refeições.
2.2A administração central disponibilizará vestiário para troca de roupa dos trabalhadores usuários, dos
quais são exigidos o uso de uniforme e vestimentas de trabalho, bem como para guarda de seus pertences.
3.Os estabelecimentos referidos no item 1 ficam dispensados dos itens relativos a instalações sanitárias,
vestiários e locais para refeições, desde que os trabalhadores possam utilizar as instalações sanitárias e a
praça de alimentação do “Shopping Center” ou outro espaço destinado a estes fins, conforme o estabelecido
nesta norma.
4.1Aos trabalhadores de atividades com exposição a material infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou
que provoquem sujidade deverão ser disponibilizados vestiários e instalações sanitárias com chuveiros na pro-
porção de um conjunto para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração, obedecendo ao horário do turno
de maior contingente.
ANEXO II DA NR-24
CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO APLICÁVEIS A TRABALHADORES EM TRABA-
LHO EXTERNO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
1.Para efeito deste Anexo, considera-se trabalho externo todo aquele realizado fora do estabelecimento do
empregador cuja execução se dará no estabelecimento do cliente ou em logradouro público. Excetua-se deste
anexo as atividades relacionadas à construção, leituristas, vendedores, entregadores, carteiros e similares,
bem como o de atividade regulamentada pelo Anexo III desta norma.
2.Nas atividades desenvolvidas em estabelecimento do cliente, este será o responsável pelas garantias de
conforto para satisfação das necessidades básicas de higiene e alimentação, conforme item 24.1 desta norma.
2.1Sempre que o trabalho externo, móvel ou temporário, ocorrer preponderantemente em logradouro públi-
co, em frente de trabalho, deverá ser garantido pelo empregador:
3.O uso de instalações sanitárias em trabalhos externos deve ser gratuito para o trabalhador.
4.Aos trabalhadores, em trabalho externo que levem suas próprias refeições, devem ser oferecidos disposi-
tivos térmicos para conservação e aquecimento dos alimentos.
5.Em trabalhos externos o atendimento a este Anexo poderá ocorrer mediante convênio com estabeleci-
mentos nas proximidades do local do trabalho, garantido o transporte de todos os trabalhadores até o referido
local.
1.Para efeito deste Anexo, considera-se trabalho em transporte público coletivo rodoviário urbano de passa-
geiros aquele desempenhado pelo pessoal de operação do transporte coletivo urbano e de caráter urbano por
ônibus: os motoristas, cobradores e fiscais de campo - assim identificados como trabalhadores.
2.Este Anexo estabelece as condições mínimas aplicáveis às instalações sanitárias e locais para refeição
a serem disponibilizados pelo empregador ao pessoal que realiza trabalho externo na operação do transporte
público coletivo urbano e de caráter urbano.
3.Para efeito deste Anexo, são considerados pontos iniciais e finais de linhas de ônibus urbano e de caráter
urbano os locais pré-determinados pelo poder público competente como pontos extremos das linhas, itinerários
ou rotas de ônibus, situados em logradouros públicos, com área destinada ao estacionamento de veículos e
instalações mínimas para controle operacional do serviço e acomodação do pessoal de operação nos intervalos
entre viagens.
3.1Em caso de terminais e estações de passageiros implantados pelo poder público, presumem- se cumpri-
dos os dispositivos desta norma.
3.2Recomenda-se aos órgãos gestores públicos responsáveis pelas redes de transporte público coletivo
urbano e de caráter urbano que considerem as disposições deste Anexo no processo de definição dos locais
para instalação dos pontos iniciais e finais das linhas que compõem as referidas redes.
4.1.1As instalações sanitárias serão compostas de bacia sanitária e lavatório, respeitando a proporção de
1 (um) para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, podendo ser dispensada a separação de insta-
lação sanitária por sexo, para grupo de até 10 (dez) trabalhadores desde que sejam garantidas condições de
privacidade e higiene.
4.1.2As instalações sanitárias podem ser substituídas por unidades de banheiros químicos dotados de me-
canismo de descarga ou de isolamento dos dejetos, com respiro e ventilação, material para lavagem e enxugo
das mãos, sendo proibido o uso de toalhas coletivas, garantida a higienização diária dos módulos.
4.2Os locais para refeição deverão ser protegidos contra intempéries, estar em boas condições e atender a
todos os trabalhadores.
4.3Água potável deve ser disponibilizada nos pontos inicial ou final e nos terminais por bebedouro ou equi-
pamento similar que permita o enchimento de recipientes individuais ou o consumo no local, proibido o uso de
copos coletivos.
4.4Para efeito de dimensionamento das instalações sanitárias e do local para refeição, deverá ser conside-
rado o número máximo existente de trabalhadores presentes ao mesmo tempo, no referido ponto inicial ou final,
de acordo com a programação horária oficial das linhas de ônibus.
4.5O atendimento ao disposto nos itens 4.1, 4.2 e 4.3 poderá ocorrer mediante convênio ou parceria com
estabelecimentos comerciais, industriais ou propriedades privadas.
4.6O uso de instalações sanitárias em trabalhos externos de transporte público coletivo urbano rodoviário
não deve ter custo para o trabalhador.
Prezado(a),
Para estudo do tópico solicitado pelo edital, indicamos que verifique o material complementar, que pode
ser encontrado em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/
nr-12-atualizada-2022-1.pdf
Bons estudos!
18.2.1Esta norma se aplica às atividades da indústria da construção constantes da seção “F” do Código
Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e às atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e
manutenção de edifícios em geral e de manutenção de obras de urbanização.
18.3 Responsabilidades
18.4.2O PGR deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho e imple-
mentado sob responsabilidade da organização.
18.4.2.1Em canteiros de obras com até 7 m (sete metros) de altura e com, no máximo, 10 (dez) trabalha-
dores, o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado em segurança do trabalho e implementado sob
responsabilidade da organização.
18.4.3O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01, deve conter os seguintes documentos:
a)projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho, em conformidade com
o item 18.5 desta NR, elaborado por profissional legalmente habilitado;
b)projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legalmente habilitado;
c)projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legalmente habilitado;
18.4.3.1O PGR deve estar atualizado de acordo com a etapa em que se encontra o canteiro de obras.
18.4.4As empresas contratadas devem fornecer ao contratante o inventário de riscos ocupacionais especí-
ficos de suas atividades, o qual deve ser contemplado no PGR do canteiro de obras.
18.4.6.1As tarefas a serem executadas mediante a adoção de soluções alternativas devem estar expressa-
mente previstas em procedimentos de segurança do trabalho, nos quais devem constar:
a)os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estarão expostos;
b)a descrição dos equipamentos e das medidas de proteção coletiva a serem implementadas;
c)a identificação e a indicação dos EPI a serem utilizados;
d)a descrição de uso e a indicação de procedimentos quanto aos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
e EPI, conforme as etapas das tarefas a serem realizadas;
e)a descrição das medidas de prevenção a serem observadas durante a execução dos serviços, dentre
outras medidas a serem previstas e prescritas por profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho.
18.4.6.2As tarefas envolvendo soluções alternativas somente devem ser iniciadas com autorização espe-
cial, precedida de análise de risco e permissão de trabalho, que contemple os treinamentos, os procedimentos
operacionais, os materiais, as ferramentas e outros dispositivos necessários à execução segura da tarefa.
18.4.6.3A documentação relativa à adoção de soluções alternativas integra o PGR do canteiro de obras,
devendo estar disponível no local de trabalho e acompanhada das respectivas memórias de cálculo, especifi-
cações técnicas e procedimentos de trabalho.
18.5 Áreas de vivência
18.5.1As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores, condições mí-
nimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de conservação,
higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações:
a)instalação sanitária;
18.5.2As instalações da área de vivência devem atender, no que for cabível, ao disposto na NR-24 (Condi-
ções Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho).
18.5.3A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, bacia sanitária sifonada, dotada de assento
com tampo, e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração,
bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.
18.5.4É obrigatória, quando o caso exigir, a instalação de alojamento, no canteiro de obras ou fora dele,
contemplando as seguintes instalações:
a)cozinha, quando houver preparo de refeições;
b)local para refeição;
c)instalação sanitária;
d)lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das roupas;
e)área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeição para
este fim.
18.5.5Deve ser de, no máximo, 150 m (cento e cinquenta metros) o deslocamento do trabalhador do seu
posto de trabalho até a instalação sanitária mais próxima.
18.5.6É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores, no canteiro de
obras, nas frentes de trabalho e nos alojamentos, por meio de bebedouro ou outro dispositivo equivalente, na
proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração, sendo vedado o
uso de copos coletivos.
18.5.6.1O fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto de trabalho ao bebe-
douro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento superior a 100 m (cem metros) no plano horizontal
e 15 m (quinze metros) no plano vertical.
18.5.6.2Na impossibilidade de instalação de bebedouro ou de dispositivo equivalente dentro dos limites re-
feridos no subitem anterior, as empresas devem garantir, nos postos de trabalho, suprimento de água potável,
filtrada e fresca fornecida em recipientes portáteis herméticos.
18.6.1A execução das instalações elétricas temporárias e definitivas deve atender ao disposto na NR-10
(Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade).
18.6.2As instalações elétricas temporárias devem ser executadas e mantidas conforme projeto elétrico ela-
borado por profissional legalmente habilitado.
18.6.3Os serviços em instalações elétricas devem ser realizados por trabalhadores autorizados conforme
NR-10.
18.6.4É proibida a existência de partes vivas expostas e acessíveis pelos trabalhadores não autorizados em
instalações e equipamentos elétricos.
18.6.6As conexões, emendas e derivações dos condutores elétricos devem possuir resistência mecânica,
condutividade e isolação compatíveis com as condições de utilização.
18.6.7As instalações elétricas devem possuir sistema de aterramento elétrico de proteção e devem ser
submetidas a inspeções e medições elétricas periódicas, com emissão dos respectivos laudos por profissional
legalmente habilitado, em conformidade com o projeto das instalações elétricas temporárias e com as normas
técnicas nacionais vigentes.
18.6.8As partes condutoras das instalações elétricas, máquinas, equipamentos e ferramentas elétricas não
pertencentes ao circuito elétrico, mas que possam ficar energizadas quando houver falha da isolação, devem
estar conectadas ao sistema de aterramento elétrico de proteção.
18.6.9É obrigatória a utilização do dispositivo Diferencial Residual (DR), como medida de segurança adicio-
nal nas instalações elétricas, nas situações previstas nas normas técnicas nacionais vigentes.
18.6.13Em todos os ramais ou circuitos destinados à ligação de equipamentos elétricos, devem ser insta-
lados dispositivos de seccionamento, independentes, que possam ser acionados com facilidade e segurança.
18.6.14Máquinas e equipamentos móveis e ferramentas elétricas portáteis devem ser conectadas à rede de
alimentação elétrica, por intermédio de conjunto de plugue e tomada, em conformidade com as normas técnicas
nacional vigentes.
18.6.15Os circuitos energizados em alta tensão e em extra baixa tensão devem ser instalados separada-
mente dos circuitos energizados em baixa tensão, respeitadas as definições de projeto.
18.6.16As áreas de transformadores e salas de controle e comando devem ser separadas por barreiras
físicas, sinalizadas e protegidas contra o acesso de pessoas não autorizadas.
18.6.17As áreas onde ocorram intervenções em instalações elétricas energizadas devem ser isoladas e
sinalizadas e, se necessário, possuir controle de acesso, de modo a evitar a entrada e a permanência no local
de pessoas não autorizadas.
18.6.18Os canteiros de obras devem estar protegidos por Sistema de Proteção contra Descargas Atmosfé-
ricas - SPDA, projetado, construído e mantido conforme normas técnicas nacionais vigentes.
18.6.18.1O cumprimento do disposto neste subitem é dispensado nas situações previstas em normas técni-
cas nacionais vigentes, mediante laudo emitido por profissional legalmente habilitado.
18.6.20Nas atividades de montagens metálicas, onde houver a possibilidade de acúmulo de energia estáti-
ca, deve ser realizado aterramento da estrutura desde o início da montagem.
18.7.1Demolição
18.7.2.1O serviço de escavação, fundação e desmonte de rochas deve ser realizado e supervisionado con-
forme projeto elaborado por profissional legalmente habilitado.
18.7.2.2Os locais onde são realizadas as atividades de escavação, fundação e desmonte de rochas, quan-
do houver riscos, devem ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento em todo o
seu perímetro, de modo a impedir a entrada de veículos e pessoas não autorizadas.
18.7.2.2.1A sinalização deve ser colocada de modo visível em número e tamanho adequados. Escavação
18.7.2.3Toda escavação com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) somen-
te pode ser iniciada com a liberação e autorização do profissional legalmente habilitado, atendendo o disposto
nas normas técnicas nacionais vigentes.
18.7.2.4O projeto das escavações deve levar em conta a característica do solo, as cargas atuantes, os ris-
cos a que estão expostos os trabalhadores e as medidas de prevenção.
18.7.2.5Nas escavações em encostas, devem ser tomadas precauções especiais para evitar escorrega-
mentos ou movimentos de grandes proporções no maciço adjacente, devendo merecer cuidado a remoção de
blocos e pedras soltas.
18.7.2.6O talude da escavação, quando indicado no projeto, deve ser protegido contra os efeitos da erosão
interna e superficial durante a execução da obra.
18.7.2.8As escavações com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) devem
ser protegidas com taludes ou escoramentos definidos em projeto elaborado por profissional legalmente habi-
litado e devem dispor de escadas ou rampas colocadas próximas aos postos de trabalho, a fim de permitir, em
caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores.
18.7.2.8.1Para escavações com profundidade igual ou inferior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centí-
metros), deve-se avaliar no local a existência de riscos ocupacionais e, se necessário, adotar as medidas de
prevenção.
18.7.2.9As escavações do canteiro de obras próximas de edificações devem ser monitoradas e o resultado
documentado.
18.7.2.10Quando existir, na proximidade da escavação, cabos elétricos, tubulações de água, esgoto, gás e
outros, devem ser tomadas medidas preventivas de modo a eliminar o risco de acidentes durante a execução
da escavação.
18.7.2.11Os escoramentos utilizados como medida de prevenção devem ser inspecionados diariamente.
18.7.2.12Quando for necessário o trânsito de pessoas sobre as escavações, devem ser construídas passa-
relas em conformidade com o item 18.8 desta NR.
18.7.2.13O tráfego próximo às escavações deve ser desviado, ou, na sua impossibilidade, devem ser ado-
tadas medidas para redução da velocidade dos veículos.
Fundação
18.7.2.15Quando o bate-estacas não estiver em operação, o pilão deve permanecer em repouso sobre o
solo ou no fim da guia do seu curso.
Tubulão escavado manualmente
18.7.2.16É proibida a utilização de sistema de tubulão escavado manualmente com profundidade superior
a 15 m (quinze metros).
18.7.2.18A atividade de escavação manual de tubulão deve ser precedida de plano de resgate e remoção.
18.7.2.20As ocorrências e as atividades sequenciais da escavação manual do tubulão devem ser registra-
das diariamente em livro próprio por profissional legalmente habilitado.
18.7.2.23É proibida a execução de fundação por meio de tubulão de ar comprimido. Desmonte de rochas
18.7.2.26Na operação de desmonte de rocha a fogo, fogacho ou mista, deve haver um blaster responsável
pelo armazenamento e preparação das cargas, carregamento das minas, ordem de fogo e detonação e retirada
dos explosivos que não explodiram e sua destinação adequada.
18.7.2.27Em casos especiais, quando da necessidade de o carregamento dos explosivos ser executado
simultaneamente com a perfuração da rocha, deve ser garantida uma distância mínima, determinada pelo blas-
ter, entre o local do carregamento e o local de perfuração.
18.7.2.28Antes da introdução das cargas deve ser verificada a existência de obstrução nos furos.
18.5.2.29 O carregamento dos furos deve ser efetuado imediatamente antes da detonação.
18.7.2.30A área de fogo deve ser protegida para evitar a projeção de partículas quando expuser a risco
trabalhadores e terceiros.
18.7.2.32O aviso final da detonação deve ser feito por meio de sirene, com intensidade de som suficiente
para que seja ouvido em todos os setores da obra e no entorno.
18.7.2.33O tempo de retorno ao local da detonação deve ser definido pelo blaster.
18.7.2.34Os explosivos e espoletas não utilizados devem ser recolhidos aos seus respectivos depósitos
após cada fogo.
18.7.3Carpintaria e armação
18.7.3.1As áreas de trabalho dos serviços de carpintaria e onde são realizadas as atividades de corte, do-
bragem e armação de vergalhões de aço devem:
a)ter piso resistente, nivelado e antiderrapante;
b)possuir cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra intempéries e queda de materiais;
18.7.3.2A área de movimentação de vergalhões de aço deve ser isolada para evitar a circulação de pessoas
não envolvidas na atividade.
18.7.3.3Os feixes de vergalhões de aço que forem deslocados por equipamentos de guindar devem ser
amarrados de modo a evitar escorregamento.
18.7.3.4As armações de pilares, vigas e outras estruturas devem ser apoiadas e escoradas para evitar
tombamento e desmoronamento.
18.7.3.5É obrigatória a colocação de pranchas de material resistente firmemente apoiadas sobre as arma-
ções, para a circulação de trabalhadores.
18.7.3.6As extremidades de vergalhões que ofereçam risco para os trabalhadores devem ser protegidas.
18.7.4Estrutura de concreto
18.7.4.1O projeto das fôrmas e dos escoramentos, indicando a sequência de retirada das escoras, deve ser
elaborado por profissional legalmente habilitado.
18.7.4.2Na montagem das fôrmas e na desforma, são obrigatórios o isolamento e a sinalização da área no
entorno da atividade, além de serem previstas as medidas de prevenção de forma a impedir a queda livre das
peças.
18.7.4.3A operação de concretagem deve ser supervisionada por trabalhador capacitado, devendo ser ob-
servadas as seguintes medidas:
a)inspecionar os equipamentos e os sistemas de alimentação de energia antes e durante a execução dos
serviços;
b)inspecionar as peças e máquinas do sistema transportador de concreto antes e durante a execução dos
serviços;
c)inspecionar o escoramento e a resistência das fôrmas antes e durante a execução dos serviços;
d)isolar e sinalizar o local onde se executa a concretagem, sendo permitido o acesso somente à equipe
responsável;
e)dotar as caçambas transportadoras de concreto de dispositivos de segurança que impeçam o seu descar-
regamento acidental.
18.7.4.5Quando o local de lançamento de concreto não for visível pelo operador do equipamento de trans-
porte ou da bomba de concreto, deve ser utilizado um sistema de sinalização, sonoro ou visual, e, quando isso
não for possível, deve haver comunicação por telefone ou rádio para determinar o início e o fim do lançamento.
18.7.5.1Toda montagem, manutenção e desmontagem de estrutura metálica deve estar sob responsabilida-
de de profissional legalmente habilitado.
18.7.5.2Na montagem de estruturas metálicas, o SPIQ e os meios de acessos dos trabalhadores à estrutura
devem estar previstos no PGR da obra.
18.7.6Trabalho a quente
18.7.6.1Para fins desta NR, considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem, esme-
rilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais como aquecimento, centelha ou chama.
18.7.6.2Deve ser elaborada análise de risco específica para trabalhos a quente quando:
a)houver materiais combustíveis ou inflamáveis no entorno;
b)for realizado em área sem prévio isolamento e não destinada para este fim.
18.7.6.3Quando definido na análise de risco, deve haver um trabalhador observador para exercer a vigilân-
cia da atividade de trabalho a quente até a conclusão do serviço.
18.7.6.5Nos locais onde se realizam trabalhos a quente, deve ser efetuada inspeção preliminar, de modo a
assegurar que o local de trabalho e áreas adjacentes:
a)estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis, tóxicos e contaminantes;
b)sejam liberados após constatação da ausência de atividades incompatíveis com o trabalho a quente.
18.7.6.6Devem ser tomadas as seguintes medidas de prevenção contra incêndio nos locais onde se reali-
zam trabalhos a quente:
a)eliminar ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios;
b)instalar proteção contra o fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a evitar o contato com ma-
teriais combustíveis ou inflamáveis, bem como evitar a interferência em atividades paralelas ou na circulação
de pessoas;
c)manter sistema de combate a incêndio desobstruído e próximo à área de trabalho;
d)inspecionar, ao término do trabalho, o local e as áreas adjacentes, a fim de evitar princípios de incêndio.
18.7.6.7Para o controle de fumos e contaminantes decorrentes dos trabalhos a quente, devem ser imple-
mentadas as seguintes medidas:
a)limpar adequadamente a superfície e remover os produtos de limpeza utilizados, antes de realizar qual-
quer operação;
18.7.6.8Sempre que ocorrer mudança nas condições ambientais, as atividades devem ser interrompidas,
avaliando-se as condições ambientais e adotando-se as medidas necessárias para adequar a renovação de ar.
18.7.6.9Nos trabalhos a quente que utilizem gases, devem ser adotadas as seguintes medidas:
a)utilizar somente gases adequados à aplicação, de acordo com as informações do fabricante;
b)seguir as determinações indicadas na Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ;
c)utilizar reguladores de pressão e manômetros calibrados e em conformidade com o gás empregado;
d)utilizar somente acendedores apropriados, que produzam somente centelhas e não possuam reservatório
de combustível, para o acendimento de chama do maçarico;
e)impedir o contato de oxigênio a alta pressão com matérias orgânicas, tais como óleos e graxas.
18.7.6.11No caso de equipamento de oxiacetileno, deve ser utilizado dispositivo contra retrocesso de chama
nas alimentações da mangueira e do maçarico.
18.7.6.12Somente é permitido emendar mangueiras por meio do uso de conector em conformidade com as
especificações técnicas do fabricante.
18.7.6.14Sempre que o serviço for interrompido, devem ser fechadas as válvulas dos cilindros, dos maçari-
cos e dos distribuidores de gases.
18.7.6.15Os equipamentos e as mangueiras inoperantes ou que não estejam sendo utilizados devem ser
mantidos fora dos espaços confinados.
18.7.6.17Nas operações de soldagem ou corte a quente de vasilhame, recipiente, tanque ou similar que
envolvam geração de gases, é obrigatória a adoção de medidas preventivas adicionais para eliminar riscos de
explosão e intoxicação do trabalhador.
18.7.7.4A armazenagem dos produtos utilizados nas operações de impermeabilização, inclusive os cilindros
de gás, deve ser realizada em local isolado, sinalizado, ventilado, protegido contra risco de incêndio e distinto
do local de instalação dos equipamentos de aquecimento.
18.7.7.6O sistema de aquecimento a gás deve ser inspecionado, quanto à existência de vazamentos, a
cada intervenção.
18.7.7.9Os trabalhadores envolvidos na atividade devem ser capacitados conforme definido no Anexo I
desta NR.
18.7.8.1No serviço em telhados e coberturas que excedam 2 m (dois metros) de altura com risco de queda
de pessoas, aplica-se o disposto na NR-35.
18.7.8.1.1O acesso ao SPIQ instalado sobre telhados e coberturas deve ser projetado de forma que não
ofereça risco de quedas.
18.8.1É obrigatória a instalação de escada ou rampa para transposição de pisos com diferença de nível
superior a 0,4 m (quarenta centímetros) como meio de circulação de trabalhadores.
18.8.3É obrigatória a instalação de passarelas quando for necessário o trânsito de pessoas sobre vãos com
risco de queda de altura.
18.8.4As escadas, rampas e passarelas devem ser dimensionadas e construídas em função das cargas a
que estarão submetidas.
18.8.5O transporte de materiais deve ser feito por meio adequado, quando utilizadas escadas que deman-
dem o uso das mãos como ponto de apoio para o acesso ou para a execução do trabalho.
18.8.6Escadas
Escada fixa de uso coletivo
18.8.6.3É obrigatória a utilização de SPIQ em escadas tipo fixa vertical com altura superior a 2 m (dois me-
tros).
Escadas portáteis
18.8.6.5A seleção do tipo de escada portátil como meio de acesso e local de trabalho deve considerar a sua
característica e se a tarefa a ser realizada pode ser feita com segurança.
18.8.6.9No caso do uso de escadas portáteis nas proximidades de portas ou áreas de circulação, a área no
entorno dos serviços deve ser isolada e sinalizada.
18.8.6.10As escadas portáteis devem ser usadas por uma pessoa de cada vez, exceto quando especificado
pelo fabricante o uso simultâneo.
18.8.6.11Durante a subida e descida de escadas portáteis, o trabalhador deve estar apoiado em três pontos.
18.8.6.12As escadas portáteis devem possuir sapatas antiderrapantes ou dispositivo que impeça o seu
escorregamento.
Escada portátil de uso individual (de mão)
18.8.6.15A escada de mão deve ter seu uso restrito para serviços de pequeno porte e acessos temporários.
Escada portátil dupla (cavalete, abrir ou autossustentável)
18.8.6.17As escadas duplas devem ser utilizadas apenas para a realização de atividades com ela compatí-
veis, sendo proibida sua utilização para a transposição de nível.
18.8.6.19A escada extensível com mais de 7 m (sete metros) de comprimento deve possuir sistema de
travamento (tirante ou vareta de segurança) para impedir que os montantes fiquem soltos e prejudiquem a
estabilidade.
18.8.7Rampas e passarelas
18.8.7.2Nas rampas com inclinação superior a 6° (seis graus), devem ser fixadas peças transversais, espa-
çadas em, no máximo, 0,4 m (quarenta centímetros) ou outro dispositivo de apoio para os pés.
18.9 Medidas de prevenção contra queda de altura
18.9.1É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de
projeção de materiais e objetos no entorno da obra, projetada por profissional legalmente habilitado.
18.9.3Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento provisório de toda a abertura,
constituído de material resistente, travado ou fixado à estrutura, até a colocação definitiva das portas.
18.9.4.2A proteção, quando constituída de anteparos rígidos em sistema de guarda-corpo e rodapé, deve
atender aos seguintes requisitos:
a)travessão superior a 1,2 m (um metro e vinte centímetros) de altura e resistência à carga horizontal de
90 kgf/m (noventa quilogramas-força por metro), sendo que a deflexão máxima não deve ser superior a 0,076
m (setenta e seis milímetros);
b)travessão intermediário a 0,7 m (setenta centímetros) de altura e resistência à carga horizontal de 66 kg-
f/m (sessenta e seis quilogramas-força por metro);
c)rodapé com altura mínima de 0,15 m (quinze centímetros) rente à superfície e resistência à carga horizon-
tal de 22 kgf/m (vinte e dois quilogramas-força por metro);
d)ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da
abertura.
18.9.4.3Quando da utilização de plataformas de proteção primária, secundária ou terciária, essas devem ser
projetadas por profissional legalmente habilitado e atender aos seguintes requisitos:
a)ser projetada e construída de forma a resistir aos impactos das quedas de objetos;
b)ser mantida em adequado estado de conservação;
c)ser mantida sem sobrecarga que prejudique a estabilidade de sua estrutura.
18.9.4.4.1O projeto de redes de segurança deve conter o procedimento das fases de montagem, ascensão
e desmontagem.
18.9.4.4.3Quando necessárias emendas na panagem da rede, devem ser asseguradas as mesmas carac-
terísticas da rede original, com relação à resistência, à tração e à deformação, além da durabilidade, sendo
proibidas emendas com sobreposições da rede.
18.9.4.4.4As emendas devem ser feitas por profissional capacitado, sob supervisão de profissional legal-
mente habilitado.
18.9.4.4.5O sistema de redes deve ser submetido a uma inspeção semanal para verificação das condições
de todos os seus elementos e pontos de fixação.
18.9.4.4.6As redes, os elementos de sustentação e os acessórios devem ser armazenados em local apro-
priado, seco e acondicionados em recipientes adequados.
18.9.4.4.7As redes, quando utilizadas para proteção de periferia, devem estar associadas a um sistema,
com altura mínima de 1,2 m (um metro e vinte centímetros), que impeça a queda de materiais e objetos.
18.10.1Máquinas e equipamentos
18.10.1.2As máquinas e equipamentos estacionários devem estar localizados em ambiente coberto e com
iluminação adequada às atividades.
18.10.1.3Devem ser elaborados procedimentos de segurança para o trabalho com máquinas, equipamen-
tos e ferramentas não contempladas no campo de aplicação da NR-12.
18.10.1.4Nas obras com altura igual ou superior a 10 m (dez metros), é obrigatória a instalação de máquina
ou equipamento de transporte vertical motorizado de materiais.
18.10.1.4.1As máquinas ou equipamentos de transporte de materiais devem possuir dispositivos que impe-
çam a descarga acidental do material.
18.10.1.6Na operação com máquina autopropelida, devem ser observadas as seguintes medidas de segu-
rança:
a)as zonas de perigo e as partes móveis devem possuir proteções de modo a impedir o acesso de partes
do corpo do trabalhador, podendo ser retiradas somente para limpeza, lubrificação, reparo e ajuste, e, após,
devem ser, obrigatoriamente, recolocadas;
b)os operadores não podem se afastar do equipamento sob sua responsabilidade quando em funcionamen-
to;
c)nas paradas temporárias ou prolongadas, devem ser adotadas medidas com o objetivo de eliminar riscos
provenientes de funcionamento acidental;
d)quando o operador do equipamento tiver a visão dificultada por obstáculos, deve ser exigida a presença
de um trabalhador capacitado para orientar o operador;
e)em caso de superaquecimento de pneus e sistema de freio, devem ser tomadas precauções especiais,
prevenindo-se de possíveis explosões ou incêndios;
18.10.1.7A inspeção, limpeza, ajuste e reparo somente devem ser executados com a máquina desligada,
salvo se o movimento for indispensável à realização da inspeção ou ajuste.
18.10.1.8É proibido manter sustentação de máquinas autopropelidas somente pelos cilindros hidráulicos,
quando em manutenção.
18.10.1.9O abastecimento de máquinas autopropelidas com motor a explosão deve ser realizado por tra-
balhador capacitado, em local apropriado, utilizando-se de técnica e equipamentos que garantam a segurança
da operação.
18.10.1.10O processo de enchimento ou esvaziamento de pneus deve ser feito de modo gradativo, com
medições sucessivas da pressão, dentro de gaiolas de proteção, projetadas para esse fim, de modo a resguar-
dar a segurança do trabalhador.
18.10.1.11O transporte de acessórios e materiais por içamento deve ser feito o mais próximo possível do
piso, com o isolamento da área, em conformidade com a análise de risco.
18.10.1.13A máquina autopropelida com massa (tara) superior a 4.500 kg (quatro mil e quinhentos quilos)
deve possuir cabine climatizada e oferecer proteção contra queda e projeção de objetos e contra incidência de
raios solares e intempéries. (Vide prazo - Portaria SEPRT nº 3.733, de 10/02/20)
18.10.1.14A máquina autopropelida com massa (tara) igual ou inferior a 4.500 kg (quatro mil e quinhentos
quilos) deve possuir posto de trabalho protegido contra queda e projeção de objetos e contra incidência de raios
solares e intempéries.
Equipamentos de guindar
18.10.1.16Os equipamentos de guindar devem ser utilizados de acordo com as recomendações do fabri-
cante e com o plano de carga, elaborado por profissional legalmente habilitado e contemplado no PGR.
18.10.1.17O plano de carga para movimentação de carga suspensa deve ser elaborado para cada equipa-
mento e conter as seguintes informações:
18.10.1.17.1Para grua, além do disposto neste subitem, deve ser indicada a altura inicial e final, o compri-
mento da lança, a capacidade de carga na ponta, a capacidade máxima de carga, se provida ou não de coletor
elétrico e a planilha de esforços sobre a base e sobre os locais de ancoragens do equipamento.
18.10.1.18Deve ser elaborada análise de risco para movimentação de cargas, sendo que, quando a movi-
mentação for rotineira, a análise pode estar descrita em procedimento operacional.
18.10.1.19Deve ser elaborada análise de risco específica para movimentação de cargas não- rotineiras,
com a respectiva permissão de trabalho.
18.10.1.20Quando da utilização de equipamento de guindar sobre base móvel, a sua estabilidade deve ser
garantida, assim como a da superfície onde será utilizado, atendendo às recomendações do fabricante ou do
profissional legalmente habilitado.
18.10.1.22Quando no mesmo local houver dois ou mais equipamentos de guindar com risco de interferência
entre seus movimentos, deve haver sistema automatizado anticolisão instalado nos equipamentos ou sinaleiro
capacitado e autorizado para coordenar os movimentos desses equipamentos.
18.10.1.24O equipamento de guindar, de acordo com suas especificidades, deve dispor dos seguintes itens
de segurança:
a)limitador de carga máxima;
b)limitador de altura que permita a frenagem do moitão na elevação de cargas;
c)dispositivo de monitoramento na descida, se definido na análise de risco;
d)alarme sonoro com acionamento automático quando o limitador de carga ou de momento estiver atuando;
e)alarme sonoro para ser acionado pelo operador em situações de risco e/ou alerta;
f)trava de segurança no gancho do moitão;
g)dispositivo instalado nas polias que impeça o escape acidental dos cabos de aço;
h)limitadores de curso para movimento de translação quando instalado sobre trilhos.
18.10.1.25Quando o equipamento de guindar possuir cabine de comando, esta deve dispor de:
a)acesso seguro e, quando necessário em movimentação vertical para acessar a cabine, tornar obrigatório
o uso do SPIQ;
b)interior climatizado; (Vide prazo - Portaria SEPRT nº 3.733, de 10/02/20)
c)assento ergonômico;
d)proteção contra raios solares e intempéries;
e)tabela de cargas máximas em todas as condições de uso, escrita em língua portuguesa, no seu interior e
de fácil visualização pelo operador;
f)extintor de incêndio adequado ao risco.
18.10.1.28Os controles remotos utilizados para o comando de equipamento de guindar devem conter a
identificação correspondente ao equipamento que está sendo utilizado e possuir indicação, em língua portugue-
sa, dos comandos de operação.
18.10.1.31A comunicação entre o operador do equipamento e o sinaleiro/amarrador de carga deve ser efe-
tuada por sistema de comunicação eficiente.
18.10.1.33Além do exigido nos itens anteriores pertinentes a equipamento de guindar, a grua deve dispor
de:
a)cabine de comando, acoplada à parte giratória do equipamento, exceto para gruas de pequeno porte e
automontante;
b)limitador de fim de curso para o carro da lança nas duas extremidades;
c)sistema automático de controle de carga admissível ou placas indicativas de carga admissível ao longo da
lança, conforme especificado pelo fabricante ou locador;
d)luz de obstáculo no ponto mais alto da grua;
e)SPIQ para acesso horizontal e vertical onde houver risco de queda;
f)limitador/contador de giro, mesmo quando a grua dispuser de coletor elétrico;
g)sistema de proteção contra quedas na transposição entre a escada de acesso e o posto de trabalho do
operador e na contra lança, conforme a NR-12;
h)escadas fixas conforme disposto no item 18.8 desta NR;
i)limitadores de movimento para lanças retráteis ou basculantes;
j)dispositivo automático com alarme sonoro que indique a ocorrência de ventos superiores a 42 km/h (qua-
renta e dois quilômetros por hora).
18.10.1.34Além das proibições referidas no subitem 18.10.1.29 desta NR, as gruas também devem obede-
cer às seguintes prescrições restritivas:
a)o trabalho sob condições de ventos com velocidade acima de 42 km/h (quarenta e dois quilômetros por
hora) deve ser precedido de análise de risco específica e autorizado mediante permissão de trabalho;
b)sob nenhuma condição é permitida a operação com gruas quando da ocorrência de ventos com velocida-
de superior a 72 km/h (setenta e dois quilômetros por hora);
c)a ponta da lança e o cabo de aço de levantamento da carga devem estar afastados da rede elétrica con-
forme orientação da concessionária local e distar, no mínimo, 3 m (três metros) de qualquer obstáculo, sendo
que, para distanciamentos inferiores a operacionalização da grua, deve ser realizada análise de risco elaborada
por profissional legalmente habilitado.
18.10.1.36O posicionamento e configuração dos pontos de ancoragens e/ou estaiamento da grua devem:
a)seguir as instruções do fabricante sobre os esforços aplicados nesses pontos;
b)ter as estruturas e materiais de fixação definidos em projeto e cálculos elaborados por profissional legal-
mente habilitado, vinculado ao locador ou à empresa responsável pela montagem do equipamento.
18.10.1.37A grua ascensional que possuir sistema de telescopagem por meio de elementos metálicos verti-
cais só pode ser utilizada quando dispuser de sistema de fixação ou quadro-guia que garanta seu paralelismo,
de modo a evitar a desacoplagem da torre dos elementos metálicos durante o processo de telescopagem.
18.10.1.40Deve ser elaborado laudo estrutural e operacional quanto à integridade estrutural e eletromecâ-
nica da grua, sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado, nas seguintes situações:
a)quando não dispuser de identificação do fabricante, não possuir fabricante ou importador estabelecido;
b)conforme periodicidade estabelecida pelo fabricante ou, no máximo, com 20 (vinte) anos de uso;
c)para equipamentos com mais de 20 (vinte) anos de uso, o laudo deve ser feito a cada 2 (dois) anos;
d)quando ocorrer algum evento que possa comprometer a sua integridade estrutural e eletromecânica, a
critério de profissional legalmente habilitado.
18.10.1.41Cabe ao empregador prover instalação sanitária contendo vaso sanitário e lavatório, a uma dis-
tância máxima de 50 m (cinquenta metros) do posto de trabalho do operador do equipamento.
18.10.1.43Além do exigido nos subitens anteriores pertinentes a equipamentos de guindar, a grua de pe-
queno porte deve possuir:
a)comando elétrico por botoeira ou manipulador a cabo, respeitando voltagem máxima de 24V (vinte e qua-
tro volts);
b)botão de parada de emergência;
18.10.1.43.1Não se aplica à grua de pequeno porte o disposto no subitem 18.10.1.24 desta NR.
18.10.1.45Para fins de cumprimento dos dispositivos da NR-18, o guincho de coluna deve atender exclusi-
vamente aos seguintes requisitos:
a)ter capacidade de carga não superior a 500 kg (quinhentos quilos);
b)possuir análise de risco e procedimento operacional;
c)possuir dispositivos adequados para sua fixação, especificados no projeto de instalação;
d)ter seu tambor nivelado para garantir o enrolamento adequado do cabo de aço;
e)possuir proteção para impedir o contato de qualquer parte do corpo do trabalhador com o tambor de en-
rolamento;
f)possuir comando elétrico por botoeira ou manipulador a cabo, respeitando voltagem máxima de 24V (vinte
e quatro volts);
g)possuir botão para parada de emergência.
18.10.2Ferramentas
18.10.2.1Os trabalhadores devem ser capacitados e instruídos para a utilização das ferramentas, seguindo
as recomendações de segurança desta NR e, quando aplicável, do manual do fabricante.
18.10.2.2Para a utilização das ferramentas, deve ser evitada a utilização de roupas soltas e adornos que
possam colocar em risco a segurança do trabalhador.
18.10.2.3As ferramentas devem ser vistoriadas antes da sua utilização. Ferramenta elétrica portátil
18.10.2.5Os dispositivos de proteção removíveis da ferramenta elétrica só podem ser retirados para limpe-
za, lubrificação, reparo e ajuste, e após devem ser, obrigatoriamente, recolocados.
18.10.2.6A ferramenta elétrica utilizada para cortes deve ser provida de disco específico para o tipo de ma-
terial a ser cortado.
18.10.2.8A ferramenta pneumática deve possuir dispositivo de partida instalado de modo a reduzir ao míni-
mo a possibilidade de funcionamento acidental.
18.10.2.9A válvula de ar da ferramenta pneumática deve ser fechada automaticamente quando cessar a
pressão da mão do operador sobre os dispositivos de partida.
18.10.2.11A ferramenta pneumática deve ser desconectada quando não estiver em uso, e o suprimento de
ar para as mangueiras deve ser desligado e aliviada a pressão.
18.10.2.13A ferramenta de fixação a pólvora ou gás deve possuir sistema de segurança contra disparos
acidentais.
18.10.2.15A ferramenta de fixação a pólvora deve estar descarregada (sem o pino e o finca-pino) sempre
que estiver sem uso.
18.10.2.16Antes da fixação de pinos por ferramenta de fixação, devem ser verificados o tipo e a espessura
da parede ou laje, o tipo de pino e finca-pino mais adequados, e a região oposta à superfície de aplicação deve
ser previamente inspecionada.
Ferramenta manual
18.10.2.17.1É obrigação do trabalhador zelar pelo cuidado na utilização das ferramentas manuais e devol-
vê-las ao empregador sempre que solicitado.
18.10.2.18As ferramentas manuais não devem ser deixadas sobre passagens, escadas, andaimes e outras
superfícies de trabalho ou de circulação, devendo ser guardadas em locais apropriados, quando não estiverem
em uso.
18.10.2.19As ferramentas manuais utilizadas nas instalações elétricas devem ser totalmente isoladas de
acordo com a tensão envolvida, ficando exposta apenas a parte que fará contato com a instalação.
18.11.1As disposições deste item aplicam-se à instalação, montagem, desmontagem, operação, teste, ma-
nutenção e reparos em elevadores para transporte vertical de materiais e de pessoas em canteiros de obras ou
frentes de trabalho.
18.11.2É proibida a instalação de elevador tracionado com cabo único e aqueles adaptados com mais de
um cabo, na movimentação e transporte vertical de materiais e pessoas, que não atendam as normas técnicas
nacionais vigentes.
18.11.4Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas devem ser dimensionados por
profissional legalmente habilitado e atender às normas técnicas nacionais vigentes ou, na sua ausência, às
normas técnicas internacionais vigentes.
18.11.5Os serviços de instalação, montagem, operação, desmontagem e manutenção devem ser execu-
tados por profissional capacitado, com anuência formal da empresa e sob a responsabilidade de profissional
legalmente habilitado.
18.11.8É proibido o uso de chave do tipo comutadora e/ou reversora para comando elétrico de subida, des-
cida ou parada.
18.11.10Devem ser observados os seguintes requisitos de segurança durante a execução dos serviços de
montagem, desmontagem, ascensão e manutenção de equipamentos de movimentação vertical de materiais
e de pessoas:
a)isolamento da área de trabalho;
b)proibição, se necessário, da execução de outras atividades nas periferias das fachadas onde estão sendo
executados os serviços;
c)proibição de execução deste tipo de serviço em dias de condições meteorológicas adversas.
18.11.11As torres dos elevadores devem estar afastadas das redes elétricas ou estar isoladas conforme
normas específicas da concessionária local.
18.11.12As torres dos elevadores devem ser montadas de maneira que a distância entre a face da cabine e
a face da edificação seja de, no máximo, 0,2 m (vinte centímetros).
18.11.12.1Para distâncias maiores, as cargas e os esforços solicitantes originados pelas rampas devem ser
considerados no dimensionamento e especificação da torre do elevador.
18.11.13Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada barreira (cancela) que te-
nha, no mínimo, 1,8 m (um metro e oitenta centímetros) de altura, impedindo que pessoas exponham alguma
parte de seu corpo no interior da mesma.
18.11.14O fechamento da base da torre do elevador deve proteger todos os lados até uma altura de pelo
menos 2,0 m (dois metros) e ser dotado de proteção e sinalização, de forma a proibir a circulação de trabalha-
dores através da mesma.
18.11.16Deve haver altura livre de, no mínimo, 2 m (dois metros) sobre a rampa.
18.11.17É proibido, nos elevadores, o transporte de pessoas juntamente com materiais, exceto quanto ao
operador e ao responsável pelo material a ser transportado, desde que isolados da carga por uma barreira físi-
ca, com altura mínima de 1,8 m (um metro e oitenta centímetros), instalada com dispositivo de intertravamento
com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança.
18.11.19O elevador de materiais e/ou pessoas deve dispor, no mínimo, dos seguintes itens de segurança:
a)intertravamento das proteções com o sistema elétrico, através de dispositivo de intertravamen-
to com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança que impeça a movimentação da
cabine quando:
I.a porta de acesso da cabine, inclusive o alçapão, não estiver devidamente fechada;
II.a rampa de acesso à cabine não estiver devidamente recolhida no elevador de cremalheira, e;
III.a porta da cancela de qualquer um dos pavimentos ou do recinto de proteção da base estiver aberta.
b)dispositivo eletromecânico de emergência que impeça a queda livre da cabine, monitorado por interface
de segurança, de forma a freá-la quando ultrapassar a velocidade de descida nominal, interrompendo automá-
tica e simultaneamente a corrente elétrica da cabine;
c)dispositivo de intertravamento com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de segurança,
ou outro sistema com a mesma categoria de segurança que impeça que a cabine ultrapasse a última parada
superior ou inferior;
d)dispositivo mecânico que impeça que a cabine se desprenda acidentalmente da torre do elevador;
e)amortecedores de impacto de velocidade nominal na base, caso o mesmo ultrapasse os limites de parada
final;
18.11.21Na construção com altura igual ou superior a 24 m (vinte e quatro metros), é obrigatória a instalação
de, pelo menos, um elevador de passageiros, devendo seu percurso alcançar toda a extensão vertical da obra,
considerando o subsolo.
18.11.21.1O elevador de passageiros deve ser instalado, no máximo, a partir de 15 m (quinze metros) de
deslocamento vertical na obra.
18.11.22Nos elevadores do tipo cremalheira, a altura livre para trabalho após a amarração na última laje
concretada ou último pavimento será determinada pelo fabricante, em função do tipo de torre e seus acessórios
de amarração.
18.11.23Nos elevadores do tipo cremalheira, o último elemento da torre do elevador deve ser montado com
a régua invertida ou sem cremalheira, de modo a evitar o tracionamento da cabine. Movimentação de materiais
18.12.2.1No caso de andaime simplesmente apoiado construído em torre única com altura inferior a 4 (qua-
tro) vezes a menor dimensão da base de apoio, fica dispensado o projeto de montagem, devendo, nesse caso,
ser montado de acordo com o manual de instrução.
18.12.3As torres de andaimes, quando não estaiadas ou não fixadas à estrutura, não podem exceder, em
altura, 4 (quatro) vezes a menor dimensão da base de apoio.
18.12.4Os andaimes devem possuir registro formal de liberação de uso assinado por profissional qualificado
em segurança do trabalho ou pelo responsável pela frente de trabalho ou da obra.
18.12.5A superfície de trabalho do andaime deve ser resistente, ter forração completa, ser antiderrapante,
nivelada e possuir travamento que não permita seu deslocamento ou desencaixe.
18.12.7O andaime tubular deve possuir montantes e painéis fixados com travamento contra o desencaixe
acidental.
18.12.9O ponto de instalação de qualquer aparelho de içar materiais no andaime deve ser escolhido de
modo a não comprometer a sua estabilidade e a segurança do trabalhador.
18.12.10A manutenção do andaime deve ser feita por trabalhador capacitado, sob supervisão e responsa-
bilidade técnica de profissional legalmente habilitado, obedecendo às especificações técnicas do fabricante.
18.12.11É proibido trabalhar em plataforma de trabalho sobre cavaletes que possuam altura superior a 1,5
m (um metro e cinquenta centímetros) e largura inferior a 0,9 m (noventa centímetros).
18.12.12.1Os pontos de ancoragem de equipamentos e dos cabos de segurança devem ser independentes,
com exceção das edificações que possuírem projetos específicos para instalação de equipamentos definitivos
para limpeza, manutenção e restauração de fachadas.
18.12.12.2.1Os ensaios para comprovação da carga mínima do dispositivo de ancoragem devem atender
ao disposto nas normas técnicas nacionais vigentes ou, na sua ausência, às determinações do fabricante.
18.12.12.3A ancoragem deve apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis:
a)razão social do fabricante e o seu CNPJ;
b)modelo ou código do produto;
c)número de fabricação/série;
d)material do qual é constituído;
e)indicação da carga;
f)número máximo de trabalhadores conectados simultaneamente ou força máxima aplicável;
g)pictograma indicando que o usuário deve ler as informações fornecidas pelo fabricante.
Andaime simplesmente apoiado
18.12.14O acesso ao andaime simplesmente apoiado, cujo piso de trabalho esteja situado a mais de 1 m
(um metro) de altura, deve ser feito por meio de escadas, observando-se ao menos uma das seguintes alter-
nativas:
a)utilizar escada de mão, incorporada ou acoplada aos painéis, com largura mínima de 0,4 m (quarenta
centímetros) e distância uniforme entre os degraus compreendida entre 0,25 m (vinte e cinco centímetros) e 0,3
m (trinta centímetros);
b)utilizar escada para uso coletivo, incorporada interna ou externamente ao andaime, com largura mínima
de 0,6 m (sessenta centímetros), corrimão e degraus antiderrapantes.
18.12.15.1O entelamento deve ser feito desde a primeira plataforma de trabalho até 2 m (dois metros) acima
da última.
18.12.17É proibido o deslocamento das estruturas do andaime com trabalhadores sobre os mesmos.
Andaime suspenso
18.12.18Os sistemas de fixação e sustentação e as estruturas de apoio dos andaimes suspensos devem
suportar, pelo menos, 3 (três) vezes os esforços solicitantes e ser precedidos de projeto elaborado por profis-
sional legalmente habilitado.
18.12.19A sustentação de andaimes suspensos em platibanda ou beiral de edificação deve ser precedida
de laudo de verificação estrutural sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.
18.12.20É proibida a utilização do andaime suspenso com enrolamento de cabo no seu corpo.
18.12.21.1A placa de identificação do andaime suspenso deve ser fixada em local de fácil visualização e
conter a identificação do fabricante e a capacidade de carga em peso e número de ocupantes.
18.12.22O sistema de contrapeso, quando utilizado como forma de fixação da estrutura de sustentação do
andaime suspenso, deve:
a)ser invariável quanto à forma e ao peso especificados no projeto;
b)possuir peso conhecido e marcado de forma indelével em cada peça;
c)ser fixado à estrutura de sustentação do andaime;
d)possuir contraventamentos que impeçam seu deslocamento horizontal.
18.12.26O andaime suspenso com acionamento manual deve possuir piso de trabalho com comprimento
máximo de 8 m (oito metros).
18.12.27Quando utilizado apenas um guincho de sustentação por armação, é obrigatório o uso de um cabo
de aço de segurança adicional, ligado a um dispositivo de bloqueio mecânico automático, observando-se a
sobrecarga indicada pelo fabricante do equipamento.
Andaime suspenso motorizado
18.12.31Não é permitido o transporte de pessoas e materiais não vinculados aos serviços em execução na
plataforma de cremalheira.
18.12.32No caso de utilização de plataforma de chassi móvel, este deve ficar devidamente nivelado, patola-
do ou travado no início da montagem das torres verticais de sustentação da plataforma, permanecendo dessa
forma durante o seu uso e desmontagem.
Plataforma elevatória móvel de trabalho - PEMT
18.12.33Os requisitos de segurança e as medidas de prevenção, bem como os meios para a sua verifica-
ção, para as plataformas elevatórias móveis de trabalho destinadas ao posicionamento de pessoas, juntamente
com as suas ferramentas e materiais necessários nos locais de trabalho, devem atender às normas técnicas
nacionais vigentes.
18.12.34A PEMT deve atender às especificações técnicas do fabricante quanto à aplicação, operação, ma-
nutenção e inspeções periódicas.
18.12.36A manutenção da PEMT deve ser efetuada por pessoa com capacitação específica para a marca
e modelo do equipamento.
18.12.37Cabe ao operador, previamente capacitado pelo empregador, realizar a inspeção diária do local de
trabalho onde será utilizada a PEMT.
18.12.38Antes do uso diário ou no início de cada turno, devem ser realizadas inspeção visual e teste funcio-
nal na PEMT, verificando-se o perfeito ajuste e o funcionamento dos seguintes itens:
a)controles de operação e de emergência;
b)dispositivos de segurança do equipamento;
c)dispositivos de proteção individual, incluindo proteção contra quedas;
d)sistemas de ar, hidráulico e de combustível;
e)painéis, cabos e chicotes elétricos;
f)pneus e rodas;
g)placas, sinais de aviso e de controle;
h)estabilizadores, eixos expansíveis e estrutura em geral;
i)demais itens especificados pelo fabricante.
18.12.41A PEMT não deve ser operada quando posicionada sobre caminhões, trailers, carros, veículos
flutuantes, estradas de ferro, andaimes ou outros veículos, vias e equipamentos similares, a menos que tenha
sido projetada para este fim.
18.12.42Todos os trabalhadores na PEMT devem utilizar SPIQ conectado em ponto de ancoragem definido
pelo fabricante.
18.12.43Em qualquer atividade que não seja possível a instalação de andaime ou plataforma de trabalho, é
permitida a utilização de cadeira suspensa.
18.12.44A cadeira suspensa deve apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis, a
razão social do fabricante/importador, o CNPJ e o número de identificação.
18.12.46A cadeira suspensa deve atender aos requisitos, métodos de ensaios, marcação, manual de instru-
ção e embalagem de acordo com as normas técnicas nacionais vigentes.
18.12.47O trabalhador, quando da utilização da cadeira suspensa, deve dispor de ponto de ancoragem do
SPIQ independente do ponto de ancoragem da cadeira suspensa.
18.13 Sinalização de segurança
18.13.2É obrigatório o uso de vestimenta de alta visibilidade, coletes ou quaisquer outros meios, no tórax e
costas, quando o trabalhador estiver em serviço em áreas de movimentação de veículos e cargas.
18.14 Capacitação
18.14.1A capacitação dos trabalhadores da indústria da construção será feita de acordo com o disposto na
NR-01 (Disposições Gerais).
18.14.1.1A carga horária, a periodicidade e o conteúdo dos treinamentos devem obedecer ao Anexo I desta
NR.
18.14.3O treinamento básico em segurança do trabalho, conforme o Quadro 1 do Anexo I desta NR, deve
ser presencial.
18.14.4Os treinamentos devem ser realizados em local que ofereça condições mínimas de conforto e higie-
ne.
18.14.5Os treinamentos devem possuir avaliação de modo a aferir o conhecimento adquirido pelo trabalha-
dor, exceto para o treinamento inicial.
18.15 Serviços em flutuantes
18.15.1As plataformas flutuantes devem estar regularmente inscritas na Capitania dos Portos e, portar:
a)Título de Inscrição de Embarcação - TIE ou Provisão de Registro de Propriedade Marítima - PRPM origi-
nais;
b)Certificado de Segurança de Navegação - CSN válido.
18.15.2Na periferia da plataforma flutuante, deve haver guarda-corpo de proteção contra quedas de traba-
lhadores (balaustrada), de acordo com a Norma da Autoridade Marítima (NORMAM- 02/DPC).
18.15.4Os locais de embarque, escadas e rampas devem possuir piso antiderrapante, em bom estado de
conservação e dotados de guarda-corpos e corrimão.
18.15.6Na execução de trabalho com risco de queda na água, deve ser usado colete salva-vidas, homolo-
gado pela Diretoria de Portos e Costas.
18.15.7Quando da execução de trabalhos a quente nas plataformas flutuantes, deve-se utilizar colete sal-
va-vidas retardante de chamas.
18.15.8Os coletes salva-vidas devem ser disponibilizados em número mínimo igual ao de pessoas a bordo.
18.15.9É obrigatório o uso de botas com elástico lateral nas atividades em plataformas flutuantes.
18.15.10Deve haver, nas plataformas flutuantes, iluminação de segurança estanque às condições climáti-
cas, quando da realização de atividades noturnas.
18.15.13Nas plataformas flutuantes, deve haver placa, em lugar visível e em língua portuguesa, indicativa
da quantidade máxima de pessoas e da carga máxima permitida a ser transportadas.
18.16 Disposições gerais
18.16.1Nas atividades da indústria da construção, a adoção das medidas de prevenção deve seguir a hie-
rarquia prevista na NR-01.
18.16.3O levantamento manual ou semimecanizado de cargas deve ser executado de acordo com a NR-17
(Ergonomia).
18.16.4Os materiais devem ser armazenados e estocados de modo a não ocasionar acidentes, prejudicar o
trânsito de pessoas, a circulação de materiais, o acesso aos equipamentos de combate a incêndio e não obs-
truir portas ou saídas de emergência.
18.16.4.1As madeiras retiradas de andaimes, tapumes, fôrmas e escoramentos devem ser empilhadas após
retirados ou rebatidos os pregos, arames e fitas de amarração.
18.16.6O transporte coletivo de trabalhadores em veículos automotores deve observar as normas técnicas
nacionais vigentes.
18.16.7O transporte coletivo dos trabalhadores deve ser feito por meio de transporte normatizado pelas
entidades competentes e adequado às características do percurso.
18.16.8A condução do veículo utilizado para o transporte coletivo de passageiros deve ser feita por condutor
habilitado.
18.16.9O canteiro de obras deve ser dotado de medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com
a legislação estadual e as normas técnicas nacionais vigentes.
18.16.10Os locais de trabalho devem dispor de saídas em número suficiente e dispostas de modo que aque-
les que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência.
18.16.12Nenhuma saída de emergência deve ser fechada à chave ou trancada durante a jornada de traba-
lho.
18.16.13As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil
abertura pelo interior do estabelecimento.
18.16.14O empregador deve informar todos os trabalhadores sobre utilização dos equipamentos de comba-
te ao incêndio, dispositivos de alarme existentes e procedimentos para abandono dos locais de trabalho com
segurança.
18.16.15O canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido, notadamente nas vias
de circulação, passagens e escadarias.
18.16.16A remoção de entulhos ou sobras de materiais deve ser realizada por meio de equipamentos ou
calhas fechadas.
18.16.17É proibido manter resíduos orgânicos acumulados ou expostos em locais inadequados do canteiro
de obras, assim como a sua queima.
18.16.18É obrigatória a colocação de tapume, com altura mínima de 2 m (dois metros), sempre que se exe-
cutarem atividades da indústria da construção, de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.
18.16.19Nas atividades da indústria da construção com mais de 2 (dois) pavimentos a partir do nível do
meio-fio, executadas no alinhamento do logradouro, deve ser construída galeria sobre o passeio ou outra medi-
da de proteção que garanta a segurança dos pedestres e trabalhadores, de acordo com projeto elaborado por
profissional legalmente habilitado.
18.16.21Os canteiros de obras devem possuir sistema de comunicação de modo a permitir a comunicabili-
dade externa.
18.16.22A madeira a ser usada para construção de escadas, rampas, passarelas e sistemas de proteção
coletiva deve ser de boa qualidade, sem nós e rachaduras que comprometam sua resistência, estar seca, sen-
do proibido o uso de pintura que encubra imperfeições.
18.16.23Em caso de ocorrência de acidente fatal, é obrigatória a adoção das seguintes medidas:
a)comunicar de imediato e por escrito ao órgão regional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, que repassará a informação ao sindicato da categoria profissional;
b)isolar o local diretamente relacionado ao acidente, mantendo suas características até sua liberação pela
autoridade policial competente e pelo órgão regional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
18.17.1O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho da indústria da construção (PCMAT) exis-
tente antes da entrada em vigência desta Norma terá validade até o término da obra a que se refere.
Contêiner
18.17.2É proibido reutilizar contêiner originalmente utilizado para transporte de cargas em área de vivência.
(Vide prazo - Portaria SEPRT nº 3.733, de 10/02/20)
Tubulões com pressão hiperbárica
18.17.3Nas atividades com uso de tubulões com pressão hiperbárica, devem ser adotadas as seguintes
medidas:
a)permitir a comunicação entre os trabalhadores do lado interno e externo da campânula pelo sistema de
telefonia ou similar;
b)executar plano de ação para acidentes com descompressão com duração menor que a prevista na tabela
de descompressão disponível em norma regulamentadora;
c)executar plano de ação de emergência em caso de acidentes no interior do tubulão;
d)manter no local grupo gerador de energia para emergência;
e)possuir compressores, prevendo um de reserva para cada frente de trabalho;
f)elaborar plano de manutenção com inspeções atualizadas das campânulas, compressores e dos grupos
geradores de energia;
g)atender ao disposto no Anexo IV da NR-07;
h)conter sistema de refrigeração do ar comprimido de modo a evitar temperaturas elevadas e desidratação
dos trabalhadores;
i)conter sistema de controle de ruído.
18.17.4O plano de ação para acidentes com descompressão deve conter: nome, CNPJ e endereço da clí-
nica responsável pelo tratamento com oxigenoterapia hiperbárica, bem como nome e CRM do responsável da
clínica.
18.17.5O empregador deve manter ambulância UTI com médico no canteiro de obras enquanto houver
trabalhador comprimido.
18.17.6Quando houver câmara hiperbárica de tratamento no canteiro de obras, esta deve seguir os seguin-
tes requisitos:
a)estar instalada em local coberto ao abrigo de alterações climáticas, em sala exclusiva obedecendo a to-
das as determinações da Resolução - RDC n° 50/2002, da ANVISA, sobre elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde;
b)atender à Nota Técnica n° 01/2008/GQUIP/GGTPS/ANVISA (Riscos nos Serviços de Medicina Hiperbá-
rica);
18.17.7Deve-se evitar trabalho simultâneo em fustes e bases alargadas em tubulões adjacentes, seja quan-
to à escavação ou à concretagem, visando impedir o desmoronamento de bases abertas.
18.17.9Para cada campânula deve haver dois compressores ligados em paralelo para que, em caso de
pane, o segundo equipamento entre em operação de modo automático.
18.17.10Quanto ao uso dos compressores e grupos geradores de energia, devem ser atendidas as seguin-
tes medidas:
a)ter silenciador de ruído;
b)ficar em área coberta;
c)manter no local das atividades peças para substituição emergencial como manômetros, termômetros,
válvulas, registros, juntas etc.;
d)ter cuidado especial na captação do ar quanto à descarga de fumaça de veículos ou outros equipamentos.
18.17.12O encarregado de ar comprimido deve possuir capacitação, conforme o Anexo I desta NR.
18.17.13Cada frente de trabalho deve possuir no mínimo 3 (três) trabalhadores com capacitação para atu-
ação como encarregado de ar comprimido.
18.17.15Os trabalhadores devem ser avaliados pelo médico, no máximo, até 2 (duas) horas antes de iniciar
as atividades em ambiente hiperbárico, não sendo permitida a entrada em serviço daqueles que apresentem
sinais de afecções das vias respiratórias ou outras moléstias.
18.17.16Os trabalhadores devem permanecer no canteiro de obras pelo menos 2 (duas) horas após o tér-
mino da descompressão.
18.17.17Deve haver, no canteiro de obras ou frente de trabalho, instalações para assistência médica, recu-
peração e observação dos trabalhadores.
18.17.19As obras iniciadas antes da vigência desta Norma estão dispensadas do atendimento da
alínea “b” do subitem 18.10.1.25.
ANEXO I - CAPACITAÇÃO: CARGA HORÁRIA, PERIODICIDADE E CONTEÚDO PROGRAMÁTI-
CO
1.1A carga horária e a periodicidade das capacitações dos trabalhadores da indústria da construção devem
seguir o disposto no Quadro 1 deste Anexo.
Quadro 1
1.2No caso das gruas e guindastes, além do treinamento teórico e prático, o operador deve passar por um
estágio supervisionado de pelo menos 90 (noventa) dias.
1.2.1O estágio supervisionado pode ser dispensado para o operador com experiência comprovada de, no
mínimo, 6 (seis) meses na função, a critério e sob responsabilidade do empregador.
2.Conteúdo programático
1.É obrigatória a observância das condições de utilização, dimensionamento e conservação dos cabos de
aço utilizados em obras de construção, conforme o disposto nas normas técnicas nacionais vigentes.
2.Os cabos de aço de tração não podem ter emendas nem pernas quebradas, que possam vir a compro-
meter sua segurança.
3.Os cabos de aço devem ter carga de ruptura equivalente a, no mínimo, 5 (cinco) vezes a carga máxima
de trabalho a que estiverem sujeitos e resistência à tração de seus fios de, no mínimo, 160 kgf/mm2 (cento e
sessenta quilogramas-força por milímetro quadrado).
4.Os cabos de aço devem atender aos requisitos mínimos contidos nas normas técnicas nacionais vigentes
e permitir a sua rastreabilidade.
5.O cabo de aço e o de fibra sintética devem ser fixados por meio de dispositivos que impeçam seu desli-
zamento e desgaste.
6.O cabo de fibra sintética ou o de aço utilizado no SPIQ e aquele utilizado para sustentação da cadeira
suspensa devem ser exclusivos para cada tipo de aplicação.
7.O cabo de aço e o de fibra sintética devem ser substituídos quando apresentarem condições que compro-
metam a sua integridade em face da utilização a que estiverem submetidos.
8.O cabo de fibra sintética utilizado no SPIQ como linha de vida vertical deve ser compatível com o trava-
-queda a ser utilizado.
9.O cabo de fibra sintética deve ser submetido aos ensaios, realizados pelo fabricante, conforme as normas
técnicas nacionais vigentes.
10.No manual do fabricante devem constar recomendações para inspeção, uso, alongamento, manutenção
e armazenamento dos cabos de fibra sintética.
11.O cabo de fibra sintética deve possuir no mínimo 22 kN (vinte e dois quilonewtons) de carga de ruptura
sem os terminais, podendo ser de 3 (três) capas ou capa e alma, sendo proibida a utilização de polipropileno
para sua fabricação.
GLOSSÁRIO
Ancoragem: ponto ou elemento de fixação instalado na edificação ou outra estrutura para a sustentação de
equipamento de trabalho ou EPI.
Andaime: plataforma de trabalho com estrutura provisória para realização de atividades em locais elevados.
Andaime simplesmente apoiado: plataforma de trabalho, fixa ou móvel, cujos pontos de sustentação estão
apoiados no piso.
1.1.1O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as
definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR relativas a segurança e saúde no trabalho e as diretri-
zes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e
Saúde no Trabalho - SST.
1.1.2Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, consideram-se os termos e definições
constantes no Anexo I.
1.2 Campo de aplicação
1.2.1.1As NR são de observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho -
1.2.1.2Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nas NR a outras relações jurídicas.
1.2.2A observância das NR não desobriga as organizações do cumprimento de outras disposições que, com
relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios,
bem como daquelas oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
1.3 Competências e estrutura
1.3.1A Secretaria de Trabalho - STRAB, por meio da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, é o órgão
de âmbito nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho para:
a)formular e propor as diretrizes, as normas de atuação e supervisionar as atividades da área de segurança
e saúde do trabalhador;
b)promover a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT;
c)coordenar e fiscalizar o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT;
d)promover a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurança e Saúde
no Trabalho - SST em todo o território nacional;
e)participar da implementação da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST; e
f)conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelo órgão
regional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, salvo disposição expressa em contrário.
1.3.2Compete à SIT e aos órgãos regionais a ela subordinados em matéria de Segurança e Saúde no Tra-
balho, nos limites de sua competência, executar:
g)fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho; e
1.3.3Cabe à autoridade regional competente em matéria de trabalho impor as penalidades cabíveis por
descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho.
1.4 Direitos e deveres
1.4.1Cabe ao empregador:
a)cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;
b)informar aos trabalhadores:
I.os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;
II.as medidas de prevenção adotadas pela empresa para eliminar ou reduzir tais riscos;
III.os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios
trabalhadores forem submetidos; e
IV.os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
c)elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos trabalhadores;
d)permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regula-
mentares sobre segurança e saúde no trabalho;
e)determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao tra-
balho, incluindo a análise de suas causas;
f)disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à segurança e saúde no trabalho; e
g)implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo com a seguinte ordem de prio-
ridade:
I.eliminação dos fatores de risco;
II.minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;
III.minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de organização
do trabalho; e
IV.adoção de medidas de proteção individual.
1.4.1.1As organizações obrigadas a constituir CIPA nos termos da NR-05 devem adotar as seguintes medi-
das, além de outras que entenderem necessárias, com vistas à prevenção e ao combate ao assédio sexual e às
demais formas de violência no âmbito do trabalho: (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - Item
e alíneas entram em vigor no dia 20 de março de 2023)
a)inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência nas normas
internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às empregadas;
b)fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos
e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos
de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimen-
tos jurídicos cabíveis; e
c)realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações de capacitação, de orientação e de sensibiliza-
ção dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados
à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis, apropriados
e que apresentem máxima efetividade de tais ações.
1.4.2Cabe ao trabalhador:
1.4.2.1Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto nas alíneas do
subitem anterior.
1.4.3O trabalhador poderá interromper suas atividades quando constatar uma situação de trabalho onde, a
seu ver, envolva um risco grave e iminente para a sua vida e saúde, informando imediatamente ao seu superior
hierárquico.
1.4.3.1Comprovada pelo empregador a situação de grave e iminente risco, não poderá ser exigida a volta
dos trabalhadores à atividade enquanto não sejam tomadas as medidas corretivas.
1.4.4Todo trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que implique em alteração de risco,
deve receber informações sobre:
a)os riscos ocupacionais que existam ou possam originar-se nos locais de trabalho;
b)os meios para prevenir e controlar tais riscos;
c)as medidas adotadas pela organização;
d)os procedimentos a serem adotados em situação de emergência; e
e)os procedimentos a serem adotados, em conformidade com os subitens 1.4.3 e 1.4.3.1.
1.5.1O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e gerenciamento dos riscos ocupacio-
nais.
1.5.2Para fins de caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem ser aplicadas
as disposições previstas na NR-15 – Atividades e operações insalubres e NR-16 – Atividades e operações pe-
rigosas.
1.5.3Responsabilidades
1.5.3.1.2O PGR pode ser atendido por sistemas de gestão, desde que estes cumpram as exigências previs-
tas nesta NR e em dispositivos legais de segurança e saúde no trabalho.
1.5.3.1.3O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e outros documentos previstos
na legislação de segurança e saúde no trabalho.
1.5.3.4A organização deve adotar as medidas necessárias para melhorar o desempenho em SST.
1.5.4.1O processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais deve considerar o dispos-
to nas Normas Regulamentadoras e demais exigências legais de segurança e saúde no trabalho.
1.5.4.2.1.2A critério da organização, a etapa de levantamento preliminar de perigos pode estar contemplada
na etapa de identificação de perigos.
1.5.4.3Identificação de perigos
1.5.4.3.2A identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao trabalho
que possam afetar a saúde e segurança no trabalho.
1.5.4.4.1A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos perigos identificados em seu(s)
estabelecimento(s), de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção.
1.5.4.4.2Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da
severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.
1.5.4.4.2.1A organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que sejam ade-
quadas ao risco ou circunstância em avaliação.
1.5.4.4.3A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da
consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados.
1.5.4.4.4A gradação da probabilidade de ocorrência das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta:
a)os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras;
b)as medidas de prevenção implementadas;
c)as exigências da atividade de trabalho; e
d)a comparação do perfil de exposição ocupacional com valores de referência estabelecidos na NR-09.
1.5.4.4.5Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2,
para fins de identificar a necessidade de adoção de medidas de prevenção e elaboração do plano de ação.
1.5.4.4.6.1No caso de organizações que possuírem certificações em sistema de gestão de SST, o prazo
poderá ser de até 3 (três) anos.
1.5.5.Controle dos riscos
1.5.5.1.Medidas de prevenção
1.5.5.1.1A organização deve adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os riscos
sempre que:
a)exigências previstas em Normas Regulamentadoras e nos dispositivos legais determinarem;
b)a classificação dos riscos ocupacionais assim determinar, conforme subitem 1.5.4.4.5;
c)houver evidências de associação, por meio do controle médico da saúde, entre as lesões e os agravos à
saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de trabalho identificados.
1.5.5.1.3A implantação de medidas de prevenção deverá ser acompanhada de informação aos trabalhado-
res quanto aos procedimentos a serem adotados e limitações das medidas de prevenção.
1.5.5.2.Planos de ação
1.5.5.2.1A organização deve elaborar plano de ação, indicando as medidas de prevenção a serem introdu-
zidas, aprimoradas ou mantidas, conforme o subitem 1.5.4.4.5.
1.5.5.3.1A implementação das medidas de prevenção e respectivos ajustes devem ser registrados.
1.5.5.3.2.1As medidas de prevenção devem ser corrigidas quando os dados obtidos no acompanhamento
indicarem ineficácia em seu desempenho.
1.5.5.4.1A organização deve desenvolver ações em saúde ocupacional dos trabalhadores integradas às
demais medidas de prevenção em SST, de acordo com os riscos gerados pelo trabalho.
1.5.5.4.2O controle da saúde dos empregados deve ser um processo preventivo planejado, sistemático e
continuado, de acordo com a classificação de riscos ocupacionais e nos termos da NR-07.
1.5.6.1A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos de respostas aos cenários de
emergências, de acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das atividades.
1.5.7.2.1Os documentos integrantes do PGR devem estar sempre disponíveis aos trabalhadores interessa-
dos ou seus representantes e à Inspeção do Trabalho.
1.5.7.3.1Os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos ocupacionais devem ser conso-
lidados em um inventário de riscos ocupacionais.
1.5.7.3.3.1O histórico das atualizações deve ser mantido por um período mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo
período estabelecido em normatização específica.
1.5.8.1Sempre que várias organizações realizem, simultaneamente, atividades no mesmo local de trabalho
devem executar ações integradas para aplicar as medidas de prevenção, visando à proteção de todos os tra-
balhadores expostos aos riscos ocupacionais.
1.5.8.2O PGR da empresa contratante poderá incluir as medidas de prevenção para as empresas contra-
tadas para prestação de serviços que atuem em suas dependências ou local previamente convencionado em
contrato ou referenciar os programas d contratadas.
1.5.8.3As organizações contratantes devem fornecer às contratadas informações sobre os riscos ocupacio-
nais sob sua gestão e que possam impactar nas atividades das contratadas.
1.6.1As organizações devem prestar informações de segurança e saúde no trabalho em formato digital,
conforme modelo aprovado pela STRAB, ouvida a SIT.
1.6.1.1Os modelos aprovados pela STRAB devem considerar os princípios de simplificação e desburocra-
tização.
1.6.2Os documentos previstos nas NR podem ser emitidos e armazenados em meio digital com certificado
digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei es-
pecífica.
1.6.3Os documentos físicos, assinados manualmente, inclusive os anteriores à vigência desta NR, podem
ser arquivados em meio digital, pelo período correspondente exigido pela legislação própria, mediante processo
de digitalização conforme disposto em Lei.
1.6.3.1O processo de digitalização deve ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e,
se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
1.6.3.2Os empregadores que optarem pela guarda de documentos prevista no caput devem manter os ori-
ginais conforme previsão em lei.
1.6.4O empregador deve garantir a preservação de todos os documentos nato digitais ou digitalizados por
meio de procedimentos e tecnologias que permitam verificar, a qualquer tempo, sua validade jurídica em todo
território nacional, garantindo permanentemente sua autenticidade, integridade, disponibilidade, rastreabilida-
de, irretratabilidade, privacidade e interoperabilidade.
1.6.5O empregador deve garantir à Inspeção do Trabalho amplo e irrestrito acesso a todos os documentos
digitalizados ou nato digitais.
1.6.5.1Para os documentos que devem estar à disposição dos trabalhadores ou dos seus representantes, a
organização deverá prover meios de acesso destes às informações, de modo a atender os objetivos da norma
específica.
1.7 Capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho
1.7.1O empregador deve promover capacitação e treinamento dos trabalhadores, em conformidade com o
disposto nas NR.
1.7.1.1Ao término dos treinamentos inicial, periódico ou eventual, previstos nas NR, deve ser emitido certifi-
cado contendo o nome e assinatura do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local de reali-
zação do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura do responsável técnico do treinamento.
1.7.1.2.1O treinamento inicial deve ocorrer antes de o trabalhador iniciar suas funções ou de acordo com o
prazo especificado em NR.
1.7.1.2.2O treinamento periódico deve ocorrer de acordo com periodicidade estabelecida nas NR ou, quan-
do não estabelecido, em prazo determinado pelo empregador.
1.7.1.2.3.1A carga horária, o prazo para sua realização e o conteúdo programático do treinamento eventual
deve atender à situação que o motivou.
1.7.2O tempo despendido em treinamentos previstos nas NR é considerado como de trabalho efetivo.
1.7.3O certificado deve ser disponibilizado ao trabalhador e uma cópia arquivada na organização.
1.7.5Os treinamentos previstos em NR podem ser ministrados em conjunto com outros treinamentos da
organização, observados os conteúdos e a carga horária previstos na respectiva norma regulamentadora.
Aproveitamento de conteúdos de treinamento na mesma organização
1.7.6.1O aproveitamento de conteúdos deve ser registrado no certificado, mencionando o conteúdo e a data
de realização do treinamento aproveitado.
1.7.7Os treinamentos realizados pelo trabalhador podem ser avaliados pela organização e convalidados ou
complementados.
1.7.9Os treinamentos podem ser ministrados na modalidade de ensino a distância ou semipresencial, desde
que atendidos os requisitos operacionais, administrativos, tecnológicos e de estruturação pedagógica previstos
no Anexo II desta NR.
1.7.9.1O conteúdo prático do treinamento pode ser realizado na modalidade de ensino a distância ou semi-
presencial, desde que previsto em NR específica.
1.8.1.1A dispensa da obrigação de elaborar o PGR não alcança a organização contratante do MEI, que de-
verá incluí-lo nas suas ações de prevenção e no seu PGR, quando este atuar em suas dependências ou local
previamente convencionado em contrato.
1.8.2Serão expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho – SEPRT fichas com orientações
sobre as medidas de prevenção a serem adotadas pelo MEI.
1.8.4As microempresas e empresas de pequeno porte, graus de risco 1 e 2, que no levantamento preliminar
de perigos não identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, em conformi-
dade com a NR9, e declararem as informações digitais na forma do subitem 1.6.1, ficam dispensadas da ela-
boração do PGR.
1.8.4.1As informações digitais de segurança e saúde no trabalho declaradas devem ser divulgadas junto
aos trabalhadores.
1.8.5A dispensa prevista nesta Norma é aplicável quanto à obrigação de elaboração do PGR e não afasta a
obrigação de cumprimento por parte do MEI, ME e EPP das demais disposições previstas em NR.
1.8.6O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma do subitem
1.6.1 e não identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos, biológicos e riscos relacionados
a fatores ergonômicos, ficam dispensados de elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional - PCMSO.
1.8.6.1A dispensa do PCMSO não desobriga a empresa da realização dos exames médicos e emissão do
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.
1.8.7Os graus de riscos 1 e 2 mencionados nos subitens 1.8.4 e 1.8.6 são os previstos na Norma Regula-
mentadores nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT.
1.8.8O empregador é o responsável pela prestação das informações previstas nos subitens 1.8.4 e 1.8.6.
1.9 Disposições finais
1.9.1O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho
acarretará a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
1.9.2Os casos omissos verificados no cumprimento das NR serão decididos pela Secretaria de Trabalho,
ouvida a SIT.
ANEXO I DA NR-01
TERMOS E DEFINIÇÕES
Agente biológico: Microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de sua
natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos:
bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T humana, príon agente de doença de Creutzfeldt-Jakob,
fungo Coccidioides immitis.
Agente físico: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e exposição, é capaz
de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperatu-
ras extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes.
1.Objetivo
2.Disposições gerais
3.Estruturação pedagógica
5.Requisitos tecnológicos
6.Glossário
1. Objetivo
1.1Estabelecer diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino à distância e semi-
presencial para as capacitações previstas nas NR, disciplinando tanto aspectos relativos à estruturação peda-
gógica, quanto exigências relacionadas às condições operacionais, tecnológicas e administrativas necessárias
para uso desta modalidade de ensino.
2.Disposições gerais
2.1O empregador que optar pela realização das capacitações por meio das modalidades de ensino a distân-
cia ou semipresencial poderá desenvolver toda a capacitação ou contratar empresa ou instituição especializada
que a oferte, devendo em ambos os casos observar os requisitos constantes deste Anexo e da NR-01.
2.1.1A empresa ou instituição especializada que oferte as capacitações previstas nas NR na modalidade de
ensino à distância e semipresencial, deve atender aos requisitos constantes deste Anexo e da NR-01 para que
seus certificados sejam considerados válidos.
2.2O empregador que optar pela contratação de serviços de empresa ou instituição especializada deve
fazer constar na documentação que formaliza a prestação de serviços a obrigatoriedade pelo prestador de ser-
viço do atendimento aos requisitos previstos neste Anexo e nos itens relativos à capacitação previstos nas NR.
2.3As capacitações que utilizam ensino a distância ou semipresencial devem ser estruturadas com, no mí-
nimo, a duração definida para as respectivas capacitações na modalidade presencial.
2.4A elaboração do conteúdo programático deve abranger os tópicos de aprendizagem requeridos, bem
como respeitar a carga horária estabelecida para todos os conteúdos.
2.5As atividades práticas obrigatórias devem respeitar as orientações previstas nas NR e estar descritas no
Projeto Pedagógico do curso.
3.1Sempre que a modalidade de ensino a distância ou semipresencial for utilizada, será obrigatória a elabo-
ração de projeto pedagógico que deve conter:
a)objetivo geral da capacitação;
b)princípios e conceitos para a proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores, definidos nas NR;
c)estratégia pedagógica da capacitação, incluindo abordagem quanto à parte teórica e prática, quando
houver;
d)indicação do responsável técnico pela capacitação;
e)relação de instrutores, quando aplicável;
f)infraestrutura operacional de apoio e controle;
g)conteúdo programático teórico e prático, quando houver;
h)objetivo de cada módulo;
i)carga horária;
j)estimativa de tempo mínimo de dedicação diária ao curso;
k)prazo máximo para conclusão da capacitação;
l)público-alvo;
m)material didático;
n)instrumentos para potencialização do aprendizado; e
o)avaliação de aprendizagem.
3.2O projeto pedagógico do curso deverá ser validado a cada 2 (dois) anos ou quando houver mudança na
NR, procedendo a sua revisão, caso necessário.
4.Requisitos operacionais e administrativos
4.1O empregador deve manter o projeto pedagógico disponível para a Inspeção do Trabalho, para a re-
presentação sindical da categoria no estabelecimento e para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
- CIPA. (redação vigente até 19 de março de 2023)
4.1O empregador deve manter o projeto pedagógico disponível para a Inspeção do Trabalho, para a repre-
sentação sindical da categoria no estabelecimento e para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de
Assédio - CIPA (Portaria MTP nº 4.219, de 20 de dezembro de 2022 - redação que entra em vigor no dia 20 de
março de 2023)
4.1.1A empresa ou instituição especializada deve disponibilizar aos contratantes o projeto pedagógico.
4.2Deve ser disponibilizado aos trabalhadores todo o material didático necessário para participar da capa-
citação, conforme item 3.1 deste Anexo.
4.3Devem ser disponibilizados recursos e ambiente que favoreça a concentração e a absorção do conheci-
mento pelo empregado, para a realização da capacitação.
4.5Deve ser mantido canal de comunicação para esclarecimento de dúvidas, possibilitando a solução das
mesmas, devendo tal canal estar operacional durante o período de realização do curso.
4.6A verificação de aprendizagem deve ser realizada de acordo com a estratégia pedagógica adotada para
a capacitação, estabelecendo a classificação com o conceito satisfatório ou insatisfatório.
4.6.1A avaliação da aprendizagem se dará pela aplicação da prova no formato presencial, obtendo, dessa
forma, o registro da assinatura do empregado, ou pelo formato digital, exigindo a sua identificação e senha
individual.
4.6.2Quando a avaliação da aprendizagem for online, devem ser preservadas condições de rastreabilidade
que garantam a confiabilidade do processo.
4.6.3O processo de avaliação da aprendizagem deve contemplar situações práticas que representem a roti-
na laboral do trabalhador para a adequada tomada de decisões com vistas à prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.
4.7Após o término do curso, as empresas devem registrar sua realização, mantendo o resultado das avalia-
ções de aprendizagem e informações sobre acesso dos participantes (logs).
4.7.1O histórico do registro de acesso dos participantes (logs) deve ser mantido pelo prazo mínimo de 2
(dois) anos após o término da validade do curso.
5.Requisitos tecnológicos
Norma Regulamentadora nº 7
Prezado(a),
Para estudo do tópico solicitado pelo edital, indicamos que verifique o material complementar, que pode
ser encontrado em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/
nr-07-atualizada-2022-1.pdf
A indicação se dá devido ao formato e extensão do material em questão, que não cabe na estrutura de
nossas apostilas. Por isso, e para manter protegido os direitos de autor do conteúdo, sugerimos acesso direto
na fonte oficial e estudo do documento tal como solicitado pelo edital.
Bons estudos!
Norma Regulamentadora nº 9
9.2.1As medidas de prevenção estabelecidas nesta Norma se aplicam onde houver exposições ocupacio-
nais aos agentes físicos, químicos e biológicos.
9.2.1.1A abrangência e profundidade das medidas de prevenção dependem das características das exposi-
ções e das necessidades de controle.
9.2.2Esta NR e seus anexos devem ser utilizados para fins de prevenção e controle dos riscos ocupacionais
causados por agentes físicos, químicos e biológicos.
9.3.1A identificação das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos deverá consi-
derar:
a)descrição das atividades;
b)identificação do agente e formas de exposição;
c)possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições identificadas;
d)fatores determinantes da exposição;
e)medidas de prevenção já existentes; e
f)identificação dos grupos de trabalhadores expostos.
9.4 Avaliação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e Biológicos
9.4.1Deve ser realizada análise preliminar das atividades de trabalho e dos dados já disponíveis relativos
aos agentes físicos, químicos e biológicos, a fim de determinar a necessidade de adoção direta de medidas de
prevenção ou de realização de avaliações qualitativas ou, quando aplicáveis, de avaliações quantitativas.
9.4.2A avaliação quantitativa das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, quan-
do necessária, deverá ser realizada para:
a)comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados;
b)dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores;
c)subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção.
9.4.2.1A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição ocupacional, abrangendo aspectos
organizacionais e condições ambientais que envolvam o trabalhador no exercício das suas atividades.
9.4.3Os resultados das avaliações das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos
devem ser incorporados ao inventário de riscos do PGR.
9.4.4As avaliações das exposições ocupacionais devem ser registradas pela organização, conforme os
aspectos específicos constantes nos Anexos desta NR.
9.5 Medidas de Prevenção e Controle das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos
e Biológicos
9.5.1As medidas de prevenção e controle das exposições ocupacionais referentes a cada agente físico,
químico e biológico estão estabelecidas nos Anexos desta NR.
9.5.2Devem ser adotadas as medidas necessárias para a eliminação ou o controle das exposições ocupa-
cionais relacionados aos agentes físicos, químicos e biológicos, de acordo com os critérios estabelecidos nos
Anexos desta NR, em conformidade com o PGR.
9.6.1Enquanto não forem estabelecidos os Anexos a esta Norma, devem ser adotados para fins de medidas
de prevenção:
a)os critérios e limites de tolerância constantes na NR-15 e seus anexos;
b)como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância;
c)como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose.
9.6.1.1Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15 e seus anexos, devem ser utilizados como
referência para a adoção de medidas de prevenção aqueles previstos pela American Conference of Govern-
mental Industrial Higyenists - ACGIH.
9.6.1.2Considera-se nível de ação, o valor acima do qual devem ser implementadas ações de controle sis-
temático de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ocupacionais ultrapassem os limites de
exposição.
ANEXO I DA NR-09
VIBRAÇÃO
(Portaria MTP n.º 426, de 07 de setembro de 2021)
SUMÁRIO
1.Objetivos
2.Campo de Aplicação
3.Disposições Gerais
6.Medidas de Prevenção
1.Objetivos
2.1As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam onde houver exposição ocupacional às Vibrações
em Mãos e Braços - VMB e às Vibrações de Corpo Inteiro - VCI.
3.1As organizações devem adotar medidas de prevenção e controle da exposição às vibrações mecânicas
que possam afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores, eliminando o risco ou, onde comprovadamente
não houver tecnologia disponível, reduzindo-o aos menores níveis possíveis.
3.1.1No processo de eliminação ou redução dos riscos relacionados à exposição às vibrações mecânicas
devem ser considerados, entre outros fatores, os esforços físicos e aspectos posturais.
3.2A organização deve comprovar, no âmbito das ações de manutenção preventiva e corretiva de veículos,
máquinas, equipamentos e ferramentas, a adoção de medidas que visem o controle e a redução da exposição
a vibrações.
3.3As ferramentas manuais vibratórias que produzam acelerações superiores a 2,5 m/s2 nas mãos dos
operadores devem informar junto às suas especificações técnicas a vibração emitida pelas mesmas, indicando
as normas de ensaio que foram utilizadas para a medição.
4.Avaliação Preliminar da Exposição
4.1Deve ser realizada avaliação preliminar da exposição às VMB e VCI, considerando os seguintes aspec-
tos:
a)ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição;
b)características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho;
c)informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por ferramentas, veículos,
máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando disponíveis;
d)condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, incluin-
do componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento que interfiram na exposição de operadores ou
condutores;
e)características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de operação, no caso de
VCI;
f)estimativa de tempo efetivo de exposição diária;
g)constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento dos efeitos
decorrentes da exposição;
h)esforços físicos e aspectos posturais;
i)dados de exposição ocupacional existentes; e
j)informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores
expostos.
4.2Os resultados da avaliação preliminar devem subsidiar a adoção de medidas preventivas e corretivas,
sem prejuízo de outras medidas previstas nas demais NR.
4.3Se a avaliação preliminar não for suficiente para permitir a tomada de decisão quanto à necessidade de
implantação de medidas preventivas e corretivas, deve-se proceder à avaliação quantitativa da exposição.
5.1A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e
condições ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções.
5.1.1Os procedimentos de avaliação quantitativa para VCI e VMB, a serem adotados no âmbito deste ane-
xo, são aqueles estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional – NHO, publicadas pela FUNDACENTRO.
5.2.1A avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e braços deve ser feita utilizando-se siste-
mas de medição que permitam a obtenção da aceleração resultante de exposição normalizada (aren), parâme-
tro representativo da exposição diária do trabalhador.
5.2.2O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços corres-
ponde a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 2,5 m/s2.
5.2.3O limite de exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços corresponde a um valor de ace-
leração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2.
5.2.4As situações de exposição ocupacional superior ao nível de ação, independentemente do uso de equi-
pamentos de proteção individual, implicam obrigatória adoção de medidas de caráter preventivo, sem prejuízo
do disposto no subitem 1.5.5 da NR-01
5.3.1A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deve ser feita utilizando-se sistemas
de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do valor
da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador.
5.3.2O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corres-
ponde a um valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 0,5m/s2, ou ao valor da dose
de vibração resultante (VDVR) de 9,1m/s1,75.
5.3.3O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde ao:
a)valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; ou
b)valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.
5.3.3.1Para fins de caracterização da exposição, a organização deve comprovar a avaliação dos dois parâ-
metros acima descritos.
5.3.5As situações de exposição ocupacional superiores ao limite de exposição ocupacional implicam obriga-
tória adoção de medidas de caráter corretivo, sem prejuízo do disposto no subitem 1.5.5 da NR-01.
6.Medidas de Prevenção
6.1.1As medidas de prevenção descritas neste item não excluem outras medidas que possam ser conside-
radas necessárias ou recomendáveis em função das particularidades de cada condição de trabalho.
6.2As medidas de caráter corretivo devem contemplar, no mínimo, uma das medidas abaixo, obedecida a
hierarquia prevista na alínea “g” do subitem 1.4.1 da NR-01:
a)no caso de exposição às VMB, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver:
a substituição de ferramentas e acessórios; a reformulação ou a reorganização de bancadas e postos de traba-
lho; a alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho; a adequação do tipo de ferramenta, do acessório
utilizado e das velocidades operacionais;
b)no caso de exposição às VCI, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver:
o reprojeto de plataformas de trabalho; a reformulação, a reorganização ou a alteração das rotinas ou dos
procedimentos e organização do trabalho; a adequação de veículos utilizados, especialmente pela adoção de
assentos antivibratórios; a melhoria das condições e das características dos pisos e pavimentos utilizados para
circulação das máquinas e dos veículos;
c)redução do tempo e da intensidade de exposição diária à vibração; e
d)alternância de atividades ou operações que gerem exposições a níveis mais elevados de vibração com
outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis.
6.2.1As medidas de caráter corretivo mencionadas não excluem outras medidas que possam ser considera-
das necessárias ou recomendáveis em função das particularidades de cada condição de trabalho.
1.Objetivos
3.Responsabilidades da organização
4.Medidas de prevenção
5.Aclimatização
6.Procedimentos de Emergência
1.O bjetivos
1.1Estabelecer os requisitos para a avaliação da exposição ocupacional ao agente físico calor, quando iden-
tificado no Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-01, e subsidiá- lo quanto às medidas
de prevenção.
2.Campo de Aplicação
2.1As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam onde houver exposição ocupacional ao agente
físico calor.
3.Responsabilidades da organização
3.1A organização deve adotar medidas de prevenção, de modo que a exposição ocupacional ao calor não
cause efeitos adversos à saúde do trabalhador.
3.1.1A organização deve orientar os trabalhadores especialmente quanto aos seguintes aspectos:
a)fatores que influenciam os riscos relacionados à exposição ao calor;
b)distúrbios relacionados ao calor, com exemplos de seus sinais e sintomas, tratamentos, entre outros;
c)necessidade de informar ao superior hierárquico ou ao médico a ocorrência de sinais e sintomas relacio-
nados ao calor;
d)medidas de prevenção relacionadas à exposição ao calor, de acordo com a avalição de risco da atividade;
e)informações sobre o ambiente de trabalho e suas características; e
f)situações de emergência decorrentes da exposição ocupacional ao calor e condutas a serem adotadas.
3.1.2Devem ser realizados treinamentos periódicos anuais específicos, quando indicados nas medidas de
prevenção.
3.2A avaliação preliminar da exposição ocupacional ao calor deve considerar os seguintes aspectos, quan-
do aplicáveis:
a)a identificação do perigo;
b)a caracterização das fontes geradoras;
c)a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho;
d)identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;
e)a caracterização das atividades e do tipo da exposição, considerando a organização do trabalho;
3.2.1A avaliação preliminar deve subsidiar a adoção de medidas de prevenção, sem prejuízo de outras me-
didas previstas nas demais Normas Regulamentadoras.
3.2.1.1Se as informações obtidas na avaliação preliminar não forem suficientes para permitir a tomada de
decisão quanto à necessidade de implementação de medidas de prevenção, deve-se proceder à avaliação
quantitativa para:
a)comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de avaliação preli-
minar;
b)dimensionar a exposição dos trabalhadores; e
c)subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção.
3.3A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base na metodologia e procedimentos des-
critos na Norma de Higiene Ocupacional n° 06 - NHO 06 (2ª edição - 2017) da Fundacentro, nos seguintes
aspectos:
a)determinação de sobrecarga térmica por meio do índice IBUTG - Índice de Bulbo Úmido Termômetro de
Globo;
b)equipamentos de medição e formas de montagem, posicionamento e procedimentos de uso dos mesmos
nos locais avaliados;
c)procedimentos quanto à conduta do avaliador; e
d)medições e cálculos.
3.3.1A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação da atividade realizada pelo trabalhador
com as opções apresentadas no Quadro 3 deste anexo.
3.3.1.1Caso uma atividade específica não esteja apresentada no Quadro 3 deste anexo, o valor da taxa
metabólica deverá ser obtido por associação com atividade similar do referido Quadro.
3.3.1.1.1Na impossibilidade de enquadramento por similaridade, a taxa metabólica também pode ser esti-
mada com base em outras referências técnicas, desde que justificadas tecnicamente.
3.3.2Para atividades em ambientes externos sem fontes artificiais de calor, alternativamente ao previsto
nas alíneas “b”, “c”, e “d” do subitem 3.3, poderá ser utilizada ferramenta da Fundacentro, para estimativa do
IBUTG, se disponível.
4.1Medidas preventivas
4.1.1Sempre que os níveis de ação para exposição ocupacional ao calor, estabelecidos no Quadro 1 forem
excedidos, devem ser adotadas pela organização, uma ou mais das seguintes medidas:
a)disponibilizar água fresca potável (ou outro líquido de reposição adequado) e incentivar a sua ingestão; e
b)programar os trabalhos mais pesados (acima de 414W - quatrocentos e quatorze watts), preferencial-
mente nos períodos com condições térmicas mais amenas, desde que nesses períodos não ocorram riscos
adicionais.
4.1.2Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do subitem 4.1.1, o empregador
deve fornecer vestimentas de trabalho adaptadas ao tipo de exposição e à natureza da atividade.
4.2Medidas corretivas
4.2.1As medidas corretivas visam reduzir a exposição ocupacional ao calor a valores abaixo do limite de
exposição.
4.2.2Quando ultrapassados os limites de exposição estabelecidos no Quadro 2, devem ser adotadas pela
organização uma ou mais das seguintes medidas corretivas:
a)adequar os processos, as rotinas ou as operações de trabalho;
b)alternar operações que gerem exposições a níveis mais elevados de calor com outras que não apresen-
tem exposições ou impliquem exposições a menores níveis, resultando na redução da exposição; e
c)disponibilizar acesso a locais, inclusive naturais, termicamente mais amenos, que possibilitem pausas
espontâneas, permitindo a recuperação térmica nas atividades realizadas em locais abertos e distantes de
quaisquer edificações ou estruturas naturais ou artificiais.
4.2.2.1Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do subitem 4.2.2, a organização
deve:
a)adaptar os locais e postos de trabalho;
b)reduzir a temperatura ou a emissividade das fontes de calor;
c)utilizar barreiras para o calor radiante;
d)adequar o sistema de ventilação do ar; e
e)adequar a temperatura e a umidade relativa do ar.
4.2.3O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, previsto na Norma Regulamenta-
dora nº 07, deve prever procedimentos e avaliações médicas considerando a necessidade de exames com-
plementares e monitoramento fisiológico quando ultrapassados os limites de exposição previstos no Quadro
2 deste anexo e caracterizado risco de sobrecarga térmica e fisiológica dos trabalhadores expostos ao calor.
4.2.3.1Fica caracterizado o risco de sobrecarga térmica e fisiológica com possibilidade de lesão grave a
integridade física ou a saúde dos trabalhadores:
a)quando não forem adotadas as medidas previstas no item 4 deste Anexo; ou
5.1Para atividades de exposição ocupacional ao calor acima do nível de ação, deve ser considerada a acli-
matização dos trabalhadores descrita no PCMSO.
5.2Quando houver a necessidade de elaboração de plano de aclimatização dos trabalhadores, devem ser
considerados os parâmetros previstos na NHO 06 da Fundacentro ou outras referências técnicas emitidas por
organização competente.
6.Procedimentos de emergência
6.1A organização deve possuir procedimento de emergência específico para o calor, contemplando:
a)meios e recursos necessários para o primeiro atendimento ou encaminhamento do trabalhador para aten-
dimento; e
b)informação a todas as pessoas envolvidas nos cenários de emergências.
QUADRO 1 - NÍVEL DE AÇÃO PARA TRABALHADORES ACLIMATIZADOS
Nota 1: Os limites estabelecidos são válidos apenas para trabalhadores com uso de vestimentas que não
incrementem ajuste de IBUTG médio, conforme correções previstas no Quadro 4 deste anexo.
Nota 2: Os limites são válidos para trabalhadores com aptidão para o trabalho, conforme avaliação médica
prevista na NR-07.
QUADRO 3 - TAXA METABÓLICA POR TIPO DE ATIVIDADE
TIPO DE ROUPA
ADIÇÃO AO
IBUTG [°C]
Uniforme de trabalho (calça e camisa de manga comprida) 0
Macacão de tecido 0
Macacão de polipropileno SMS (Spun-Melt-Spun) 0,5
Macacão de poliolefina 2
Vestimenta ou macacão forrado (tecido duplo) 3
Avental longo de manga comprida impermeável ao vapor 4
Macacão impermeável ao vapor 10
Macacão impermeável ao vapor sobreposto à roupa de tra- 12
balho
*O valor do IBUTG para vestimentas com capuz deve ter seu valor acrescido em 1 °C
Exercícios
2. O princípio da norma mais favorável serve para dirimir conflitos de normas no espaço, prevalecendo a
mais favorável ao trabalhador, salvo se a interpretação levar a conclusão que desconsidere a hierarquia das
normas.
3. O princípio in dubio pro operario autoriza a conclusão de que na Justiça do Trabalho o empregado pre-
ferencialmente sai ganhando.
4. O princípio da primazia da realidade significa que, em caso de discordância entre o que ocorre na prática
e o que emerge de documentos ou acordos, deve prevalecer o que sucede no terreno dos fatos.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.
7. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área Judiciária
A Tecelagem Fios Quentinhos Ltda. precisou cortar gastos, preservando os postos de trabalho de seus co-
laboradores. Assim, decidiu suprimir o turno da noite, compreendido entre as 22:00 hs. e às 6:00 hs., bem como
as horas extras habituais. Roberto, que trabalhava nesse turno por 8 anos, foi informado que a partir do mês
1. Os pisos dos locais de trabalho podem apresentar pequenas saliências, desde que prejudiquem de ma-
neira acentuada a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.
2. Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho, onde houver perigo de es-
corregamento, serão empregados materiais ou processos antiderrapantes.
3. As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas de modo a evitar insolação
excessiva ou falta de insolação.
4. As escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para suportar apenas as cargas fixas, des-
considerando as cargas móveis e temporárias.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
(A) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
(B) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
(C) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
(D) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
(E) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
1 A
2 C
3 D
4 B
5 B
6 A
7 E
8 A
9 B
10 C
11 E
12 E
13 B
14 E
15 B
16 ERRADO
17 D
18 C
19 C
20 A
21 B
22 D
23 E
24 B
25 B