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Aula 01

Magistratura
Federal -
Direito
Constitucional
2022 (Curso Regular)

Autor
Nelma Fontana 4 de Outubro de 2022
Estratégia Carreira Jurídica
Magistratura Federal - Direito Constitucional - Prof.: Nelma Fontana

Sumário
Considerações iniciais ........................................................................................................................................ 6

Princípios, regras e normas jurídicas ................................................................................................................. 6

1 – Conceitos .................................................................................................................................................. 6

2 – Conflito entre regras................................................................................................................................. 8

3 – Conflito entre princípios ........................................................................................................................... 9

4 – Conflito entre regras e princípios ........................................................................................................... 10

Princípios Fundamentais .................................................................................................................................. 12

Princípios Estruturantes ................................................................................................................................... 15

1 - Formas de Governo ................................................................................................................................. 15

1.1 República .............................................................................................................................................. 17

1.2 Monarquia ............................................................................................................................................ 18

2 - Formas de Estado .................................................................................................................................... 21

2.1 - A Federação (Estado Complexo/Estado Composto) .......................................................................... 21

2.2 - Estado Unitário (ou simples) .............................................................................................................. 27

2.3 - Estado Confederal .............................................................................................................................. 27

3 - Regimes Políticos..................................................................................................................................... 29

4 - Estado Democrático de Direito ............................................................................................................... 33

5 - Fundamentos da República Federativa do Brasil .................................................................................... 36

5.1 - Soberania ........................................................................................................................................... 36

5.2 - Cidadania............................................................................................................................................ 37

5.3 - Dignidade da Pessoa Humana............................................................................................................ 37

5.4 - Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa ............................................................................... 40

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5.5 - Pluralismo Político.............................................................................................................................. 40

Princípio da Separação dos Poderes ................................................................................................................ 41

Objetivos da República Federativa do Brasil.................................................................................................... 43

Princípios que regem as Relações Internacionais ............................................................................................ 46

Teoria dos Direitos Fundamentais ................................................................................................................... 48

1 - Considerações iniciais ............................................................................................................................. 48

2 - Origem..................................................................................................................................................... 50

3 - Os quatro status de Jellinek .................................................................................................................... 51

4 - Classificação trialista............................................................................................................................... 53

5 - Classificação em dimensões/gerações .................................................................................................... 54

6 - Dimensões objetiva e subjetiva ............................................................................................................... 57

7 - Incidência dos direitos fundamentais ..................................................................................................... 59

8 - Conflito entre direitos fundamentais ...................................................................................................... 62

9 - Características ......................................................................................................................................... 64

Direitos e garantias fundamentais na CRFB/88 ............................................................................................... 66

1 - Organização ............................................................................................................................................ 66

2 - Distinção entre direitos, garantias e deveres.......................................................................................... 67

3 - Enumeração aberta de direitos fundamentais ....................................................................................... 70

4 - Aplicabilidade imediata........................................................................................................................... 71

5 - Destinação............................................................................................................................................... 72

6 - Tribunal Penal Internacional ................................................................................................................... 74

7 - Tratados Internacionais .......................................................................................................................... 74

Resumo............................................................................................................................................................. 76

1 - Os princípios fundamentais compreendem: ........................................................................................... 77

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2 - Teoria dos Direitos e Garantias Fundamentais ....................................................................................... 78

Destaques da Legislação .................................................................................................................................. 81

Os Princípios Fundamentais estão enumerados entre os artigos 1º e 4º da Constituição Federal. ............ 81

Destaques da Jurisprudência ........................................................................................................................... 82

Súmulas Vinculantes .................................................................................................................................. 82

Decisão do STF no controle concentrado de constitucionalidade (efeito vinculante) .............................. 82

Decisão do STF com repercussão geral reconhecida ................................................................................. 83

Considerações Finais ........................................................................................................................................ 85

Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 85

Princípios Fundamentais .............................................................................................................................. 85

Magistratura............................................................................................................................................... 85

Promotor .................................................................................................................................................... 88

Procurador ................................................................................................................................................. 89

Defensor ................................................................................................................................................... 107

Outros....................................................................................................................................................... 110

Teoria dos Direitos Fundamentais.............................................................................................................. 111

Magistratura............................................................................................................................................. 111

Promotor .................................................................................................................................................. 115

Procurador ............................................................................................................................................... 120

Defensor ................................................................................................................................................... 133

Outros....................................................................................................................................................... 136

Lista de Questões ........................................................................................................................................... 140

Princípios Fundamentais ............................................................................................................................ 140

Magistratura............................................................................................................................................. 140

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Promotor .................................................................................................................................................. 142

Procurador ............................................................................................................................................... 143

Defensor ................................................................................................................................................... 153

Outros....................................................................................................................................................... 154

Teoria dos Direitos Fundamentais.............................................................................................................. 155

Magistratura............................................................................................................................................. 155

Promotor .................................................................................................................................................. 157

Procurador ............................................................................................................................................... 160

Defensor ................................................................................................................................................... 167

Outros....................................................................................................................................................... 169

Gabaritos ........................................................................................................................................................ 170

Princípios Fundamentais ............................................................................................................................ 170

Magistratura............................................................................................................................................. 170

Promotor .................................................................................................................................................. 171

Procurador ............................................................................................................................................... 171

Defensor ................................................................................................................................................... 172

Outros....................................................................................................................................................... 172

Teoria dos Direitos Fundamentais.............................................................................................................. 172

Magistratura............................................................................................................................................. 172

Promotor .................................................................................................................................................. 172

Procurador ............................................................................................................................................... 173

Defensor ................................................................................................................................................... 173

Outros....................................................................................................................................................... 174

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nesta aula, iniciaremos o estudo do Direito Constitucional Positivo. Trataremos do primeiro título da
Constituição Federal: Princípios Fundamentais.

O primeiro passo para compreensão do texto constitucional é o estudo sistematizado dos Princípios
Fundamentais, porque dos quatro primeiros artigos da Constituição Federal, todo o ordenamento jurídico
brasileiro é formado.

É comum que a doutrina aborde o tema dentro do estudo da Organização do Estado (título III da
Constituição Federal), mas por motivos didáticos, optamos por seguir a ordem dos artigos da Constituição
Federal.

Cabe alertar que, como se trata de matéria básica, nos editais diversos, o tema é explorado,
independentemente do cargo ou da banca. Duas são as formas de abordagem, sendo a mais frequente a
cobrança da tão simples memorização de artigos da Lei Maior, de modo a exigir que o candidato diferencie
fundamentos, de objetivos, de princípios das relações internacionais. A segunda maneira de cobrança é a
teorização do tema, como abordado nesta lição. Assim, é essencial estar preparado para as duas
realidades. Leia o material sem fazer filtros. A seleção do que é indispensável nós já fizemos por você.

Vamos lá. Iniciemos.

PRINCÍPIOS, REGRAS E NORMAS JURÍDICAS

1 – CONCEITOS
A Constituição é formada por um conjunto normativo aberto de princípios e regras, uma vez que o direito
se expressa por meio de normas jurídicas.

As normas constitucionais possuem valor jurídico supremo e representam o fundamento de validade de


todo o restante do ordenamento jurídico. Essas normas, porque dotadas de imperatividade e de
coercibilidade, têm o propósito de regulamentar a conduta dos indivíduos e do Estado, para resguardar a
ordem e a paz social.

Princípios e regras compõem as normas jurídicas, de modo que estas se comportam como gênero e
aquelas, como espécies.

Os princípios retratam o momento e o propósito de criação da norma e devem ser utilizados tanto na
interpretação quanto na aplicação do Direito Positivo.

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As leis, por mais que o legislador se empenhe, não alcançam todas as nuances da experiência humana,
razão por que, como os princípios são abstratos e mais abrangentes que as regras jurídicas, as situações
imprevistas na lei são resolvidas por meio da aplicação de princípios.

Os princípios são enunciações normativas de valor genérico que imprimem sentido lógico e harmônico às
normas jurídicas. Os princípios são os fundamentos das regras.

As regras, de outro modo, são consubstanciadas em dispositivos positivados, dotados de coercibilidade,


que determinam uma conduta, limitam um comportamento e criam obrigações.

Segundo Ronald Dworkin (2002), as regras têm aplicação absoluta, funcionam como um modelo de tudo-
ou-nada, como válido ou inválido. Dito de outra forma, ou as regras são aplicadas em sua inteireza ou não
são aplicadas. Doutra maneira, os princípios funcionam apenas como argumentos para que uma decisão
seja tomada. Vê-se que a diferença entre regras e princípios é lógica.

Dworkin refuta o modelo positivista de que um sistema jurídico é composto apenas de regras, tendo em
vista que estas não são suficientes para resolver os casos difíceis. Dessa sorte, os princípios orientam o
magistrado a dar a solução ao caso difícil, de forma que o juiz não decida por mera discricionariedade.

Noutro giro, na lição de Robert Alexy (2002), as regras são mandamentos definitivos e os princípios são
mandamentos de otimização. Ambos compõem as normas.

Note que Alexy refutou a tese de Dworkin de que as regras são aplicadas de maneira tudo-ou-nada, porque
não é possível conhecer todas as exceções a todas as regras, bem como não é possível conhecer todas as
exceções aos princípios.

Os princípios, de acordo com Alexy (2002), são “normas que demandam que algo seja realizado
na maior medida possível dentro das possibilidades fáticas e jurídicas”. Dessa forma, os
princípios podem ser concretizados (satisfeitos) em vários graus, a depender das realidades
fáticas e jurídicas. As regras, por sua vez, ainda conforme Alexy, são normas que ou são
satisfeitas ou não são satisfeitas. Se uma regra é válida, então o mandamento é fazer
exatamente o que ela determina.

Não obstante pequenas divergências entre Alexy e Dworkin, ambos concordaram que um sistema
normativo constituído exclusivamente por regras exigiria uma atuação legislativa exaustiva, completa, que
desse conta de prever todas as situações possíveis referentes à relação entre indivíduos ou à relação entre
o Estado e os indivíduos. Isso é inviável.

Com efeito, as normas são compostas de regras positivadas e de princípios, explícitos ou não.

As normas constitucionais têm maior valor hierárquico no ordenamento jurídico, de modo que,
consequentemente, os princípios constitucionais também têm supremacia hierárquica em relação a
qualquer outro princípio (seja infralegal ou derivado de regras internacionais) e devem ser seguidos pelos
magistrados, gestores, legisladores e hermeneutas.

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As normas constitucionais são compostas por princípios e regras.

Princípios Regras
• Utilizados na interpretação das • Determinam uma conduta;
regras; • Para Dworkin, têm aplicação
• Fundamentos das regras; absoluta;
• São mandamentos de otimização; • Para Alexy, são mandamentos
• Podem ser positivados ou implícitos. definitivos;
• São positivados.

2 – CONFLITO ENTRE REGRAS


Duas regras contraditórias entre si não podem ter, ao mesmo tempo, validade no ordenamento jurídico.
Ademais, como já estudado na lição anterior, segundo o princípio da unidade, não há contradição entre
normas constitucionais.

Com efeito, o que fazer quando se vislumbra, na prática, o conflito entre regras jurídicas? Depende das
regras e do grau de conflito.

Os conflitos entre regras podem ser classificados em: 1) conflito de primeiro grau e 2) conflito de segundo
grau.

O conflito de primeiro grau é resolvido por meio da fixação de uma cláusula de exceção.
Robert Alexy (2002) exemplifica da seguinte forma: a) regra 1: os alunos não deverão sair da
sala antes de o sinal tocar; b) regra 2: os alunos devem sair da sala sempre que ouvirem tocar o
alarme de incêndio. c) conclusão: as regras são contraditórias entre si, de forma que à primeira
regra deve ser incluída uma cláusula de exceção: os alunos não devem sair da sala antes de o
sinal tocar, salvo quando ouvirem o alarme de incêndio.

Tomemos agora como exemplo o artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, que diz ser inviolável o sigilo
das comunicações telefônicas, salvo por ordem judicial, nos casos autorizados por lei, para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal. Vê-se que a preocupação do Constituinte foi a de
assegurar a intimidade e a vida privada. Todavia, há razões contrárias que superam axiologicamente o
motivo da própria regra, de maneira que a fixação de uma exceção se torna razoável.

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Quando não for possível estabelecer uma cláusula de exceção, a contradição entre regras deve
ser resolvida por meio da aplicação do critério hierárquico ou do critério da especialidade.

Evidentemente, se houver contradição entre uma norma constitucional e uma infralegal, a primeira deverá
prevalecer, dada a superioridade hierárquica da Constituição (lex superior derogat inferior). Se houver
contradição entre uma regra geral e uma específica, a segunda deverá ser sobressaltada (lex generalis non
derogat speciali). Para ilustrar, tomemos a competência do tribunal do júri para julgar crimes dolosos
contra a vida. Suponhamos que a Constituição de São Paulo tenha dado ao Tribunal de Justiça a
competência para julgar o Diretor da Polícia Civil por crime comum. Se a referida autoridade praticar um
crime doloso contra a vida, será submetida ao júri popular, porque a competência deste foi dada pela
Constituição Federal e a daquele apenas pela Constituição estadual (critério hierárquico). Por outro lado,
caso o Presidente da República, nesta qualidade, pratique um crime doloso contra a vida, não será julgado
pelo júri, mas pelo Supremo Tribunal Federal, como determina o artigo 102, I, b, da Constituição Federal
(critério da especialidade).

Agora, é possível que ocorram conflitos de segundo grau, que são aqueles que envolvem a aplicação
simultânea de mais de um critério. Vejamos:

1. Norma constitucional anterior versus norma legal posterior: no caso, temos os critérios
hierárquico e cronológico. Deve sempre prevalecer o critério hierárquico.
2. Norma geral de lei anterior versus norma específica de lei posterior: estão presentes os
critérios especialidade e cronológico. No geral, deve prevalecer o critério da especialidade;
todavia, será preciso analisar o caso concreto.
3. Norma constitucional geral versus norma legal específica: no caso, são encontrados os
critérios hierárquicos e especialidade. Deve prevalecer o critério da hierarquia.

3 – CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS


Os princípios, diferentemente das regras, não são incompatíveis entre si; antes, são concorrentes. A colisão
de princípios não provoca antinomias jurídicas. Igualmente, a aplicação de um não implica a exclusão do
outro.

O conflito entre princípios deve ser resolvido, no caso concreto, conforme as circunstâncias fáticas e
jurídicas, por meio da ponderação dos bens jurídicos envolvidos.

Ao se analisar a situação fática, será preciso identificar quais as normas possíveis de serem aplicadas ao
caso e, posteriormente, definir o peso de cada princípio envolvido, a fim de que a ponderação seja feita.

Com efeito, a ponderação deve estar pautada sempre na presunção de constitucionalidade das leis; no
respeito à separação de Poderes, de modo a se garantir as escolhas feitas pelos órgãos administrativos e
legislativos; e no princípio democrático.

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A regra resultante de uma ponderação de princípios deve ser generalizável e aplicável a outros casos, para
simplificar os casos complexos.

Para ilustrarmos, tomemos como exemplos direitos fundamentais, que têm natureza de princípios e não
de regras. O Supremo Tribunal Federal, na Reclamação nº240-1/DF, ao fazer a ponderação dos bens
jurídicos envolvidos, diante de um conflito entre intimidade e honra, assegurou a honra. O caso foi de uma
cantora mexicana que estava presa na carceragem da Polícia Federal, a aguardar a decisão acerca de sua
extradição. Na ocasião, a cantora alegou ter sido estuprada por mais de sessenta pessoas, dentre policiais e
outros presos. Como consequência da violência sofrida, teria engravidado. Os policiais alegaram inocência
e para a defesa da própria honra, todos se prontificaram a fazer o exame de DNA. Por outro lado, a
mexicana se recusou, sob alegação de intimidade. Na decisão, o STF permitiu o uso de fios de cabelo da
extraditanda e, logo após o parto, de sua placenta, para a retirada de material genético. Note: houve a
relativização do direito de intimidade em favor do direito à honra.

4 – CONFLITO ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS


As regras legais ou constitucionais são frutos do sopesamento de princípios, pois quando de sua
elaboração, o legislador decide quais fatos são relevantes e como as razões por eles evidenciadas devem
ser equilibradas.

Os princípios são os fundamentos das regras, razão por que estas são interpretadas com base naqueles (os
princípios). Assim, ora as regras alcançam maior incidência, ora menor aplicação.

Nos casos em que regras e princípios, se aplicados simultaneamente, levarem a resultados distintos, o
que deverá prevalecer? Depende. Se estiverem num mesmo plano, a regra afasta o princípio, já que não
pode o intérprete substituir o legislador. Por outro lado, se houver conflito entre princípios e regras de
planos diferentes, a regra só será afastada se manifestamente inconstitucional ou em situações
excepcionais que não poderiam ter sido previstas pelo legislador.

Regra X Regra Princípio X Princípio Regras X Princípios

• Conflito de primeiro grau • Conforme o caso • Se estiverem num mesmo


é resolvido por meio de concreto, faz-se a plano, prevalecem as
uma cláusula de exceção ponderação dos bens regras;
ou pela aplicação do jurídicos envolvidos. • Se estiverem em planos
critério hierárquico ou do diferentes, prevalecem os
critério da especialidade princípios constitucionais.

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(2020/CESPE/CEBRASPE/MPE-CE/Promotor) Acerca de regras e princípios, consoante Robert Alexy,


assinale a opção correta.

A) Entre regras há colisão; entre princípios, conflito.

B) O sopesamento pode solucionar a colisão entre princípios.

C) A colisão entre princípios ocorre na dimensão da validade.

D) Quando há colisão entre princípios, um deles será invalidado.

E) Quando há conflito entre regras, uma delas deverá, necessariamente, ser invalidada.

Comentários:

Gabarito: B

Letra a: errada. Entre as regras, pode haver conflito, mas entre princípios, colisão.

Letra b: certa. O sopesamento (ou ponderação) é técnica destinada a resolver conflitos entre
princípios, para promover, na medida do possível, uma realização otimizada dos bens jurídicos em
confronto.

Letra c: errada. A colisão de princípios se dá no campo da aplicabilidade e não da validade.

Letra d: errada. Segundo Alexy, princípio é mandado de otimização, cumprido em maior ou menor
proporção. Na hipótese de concorrência entre princípios, aplica-se a ponderação, de modo que não
se fala de invalidação.

Letra e: errada. No conflito entre regras, há a possibilidade de explicar uma cláusula de exceção.

(PGE-MS/Procurador do Estado) Sobre as normas constitucionais e infraconstitucionais indique a


alternativa incorreta:

A) Sendo quase inevitável que diante da vagueza de normas constitucionais a ideologia ou visão de
mundo do intérprete constitucional influencie o processo interpretativo, como Procurador do Estado,
cabe ao técnico deferência ao resultado das urnas.

B) Regras legais infraconstitucionais manifestam o resultado da ponderação de princípios


constitucionais empreendida por um dos intérpretes mais legítimos da juridicidade.

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C) O estado de bem estar social caracterizado pelo emprego de legislação prospectiva estruturada na
forma de cláusulas gerais torna a judicialização de políticas públicas inevitável.

D) Princípios como o da dignidade da pessoa humana contribuem para enraizar o sentimento


constitucional no povo.

E) Princípios constitucionais, em razão de sua dimensão de peso axiológico, são normas dotadas de
maior relevância que as regras constitucionais, estruturadas segundo a lógica do tudo ou nada.

Comentário:

Gabarito: E

Não há hierarquia entre princípios e regras; não há hierarquia entre os dispositivos da Constituição.
Assim, um ordenamento jurídico não pode ser formado só por princípios, porque seria
demasiadamente flexível; mas também não pode ser formado só por regras, porque seria rígido em
excesso. Logo, não se pode dizer que os princípios são dotados de maior relevância que as regras.
Assim, a letra “E” é incorreta. As demais alternativas estão corretas.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Princípios fundamentais, de acordo com Canotilho, são “princípios definidores da Estrutura do Estado, dos
princípios estruturantes do regime político e dos princípios caracterizadores da forma de governo e da
organização política em geral.”

Os princípios são mandamentos essenciais, o núcleo do ordenamento jurídico brasileiro. Fundamentam


todos os demais artigos do texto da Constituição brasileira e dão norte à construção de atos
administrativos e políticos.

A Constituição Federal de 1988 elencou em seu primeiro título os denominados “Princípios Fundamentais
da República Federativa do Brasil”. Leia atentamente os quatro primeiros artigos da Constituição e observe
a marcação. Os pontos destacados são as normas estruturantes do Estado. Veja:

“Art. 1º: A República (1) Federativa (2) do Brasil, formada pela união indissolúvel (3) dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático (4) de Direito e
tem como fundamentos (5):

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

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V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (4).

“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.”(6)

“Art. 3º: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (7)

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”

“Art. 4º: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios: (8)

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.”

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(1) Forma de Governo: República


(2) Forma de Estado: Federação
(3) Princípio da indissolubilidade do pacto federativo
(4) Regime Político: Democracia semidireta
(5) Fundamentos da República Federativa do Brasil
(6) Princípio da separação de Poderes.
(7) Objetivos da República Federativa do Brasil
(8) Princípios das Relações Internacionais do Brasil

Prezado(a) leitor(a), o estudo sistematizado do texto constitucional requer organização. É preciso saber
classificar as normas constitucionais. Não se deve fazer a leitura da Constituição sem a preocupação de
classificar os seus dispositivos, pois o candidato a certames públicos poderá errar questões simples de
provas (e mais: o candidato erra tendo a certeza de que acertou!). Para exemplificar, analise e julgue a
seguinte afirmação: “Nos termos estabelecidos pela Constituição Federal, a concessão de asilo político é
um direito fundamental.” Resposta: Errado. Asilo político, nos termos do artigo 4º da CF/88, é um princípio
das relações internacionais, classificado como “Princípio Fundamental” e não como “direito fundamental”.
Friso mais uma vez: ao estudar as normas constitucionais, classifique-as.

Com efeito, depreende-se da leitura dos quatro primeiros artigos da Constituição Federal que são
princípios fundamentais: 1) forma de governo; 2) forma de Estado e preservação do vínculo federativo; 3)
regime político; 4) fundamentos; 5) separação de poderes; 6) objetivos e 7) princípios que regem as
relações internacionais. Note que o sistema presidencialista de governo não foi classificado como princípio
fundamental, embora esteja consolidado no texto constitucional, para definir as atribuições do Executivo e
do Legislativo.

No próximo tópico, discorreremos a respeito de cada princípio fundamental. Agora, vamos treinar um
pouco!

(TRT 2ª Região/ Juiz do Trabalho) No que tange aos princípios fundamentais da Constituição
Federal, de 1988, aponte a alternativa incorreta:

A) São princípios relativos à existência, forma e tipo de Estado, o princípio republicano e o princípio
federativo.

B) São princípios relativos à organização da sociedade o princípio da livre organização social e o


princípio da solidariedade.

C) São princípios relativos à vida política, o princípio da cidadania e do pluralismo político.

D) São princípios relativos ao regime democrático, o princípio da soberania popular e o princípio da


representação política.

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E) São princípios relativos à prestação positiva do Estado o princípio do desenvolvimento nacional e o


da prevalência dos direitos humanos.

Comentário:

Gabarito: A.

A República é forma de governo e federação é forma de Estado. A letra “A”, assim, está incorreta. No
mais, as assertivas estão corretas e classificam diferentes espécies de princípios constitucionais.

PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES
Os princípios estruturantes, também denominados “núcleo duro da Constituição”, são os que norteiam o
funcionamento do Estado, isto é, a sua organização político-administrativa. Dotados de grande abstração
e generalidade, constituem a base de todo o ordenamento jurídico, uma vez que todos os demais
dispositivos constitucionais são desdobramentos da estrutura elencada no primeiro artigo da Lei Maior.

Com efeito, são princípios estruturantes:

➢ o princípio republicano;
➢ o princípio federativo;
➢ o princípio do Estado Democrático de Direito;
➢ os fundamentos da República Federativa do Brasil.

Analisemos cada um deles.

1 - FORMAS DE GOVERNO

Forma de governo é a expressão que se refere à maneira como deve ser exercido o poder no
Estado, bem como quem poderá exercê-lo. Diz respeito à relação entre governante e
governados.

Um governo, quanto à sua origem, pode ser de direito (governo legítimo, instituído a partir da lei
fundamental do Estado) ou de fato (estabelecido mediante fraude ou imposição). Quanto à extensão do
poder, um governo pode ser constitucional (vinculado a uma Constituição) ou absolutista (todos os
poderes estão concentrados em um só órgão ou pessoa).

Aristóteles defendeu a existência de três formas de governo: a monarquia (governo de uma só pessoa); a
aristocracia (governo de uma minoria – aristocratas) e a democracia/politéia (governo de uma maioria,
governo do povo). Essas seriam formas puras, perfeitas, porque objetivam ao bem-comum.

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Vale dizer que atualmente a democracia não é classificada como forma de governo, mas como regime de
governo. Assim, alguns autores reproduzem o pensamento de Aristóteles, mas substituem o termo
“democracia” por “república”. É o caso de José Afonso da Silva, por exemplo (SILVA, 2007, p.103).

A degeneração dessas formas de governo, segundo o filósofo grego, dá origem a formas impuras,
corruptas, imperfeitas, porque não primam pelo interesse do povo, mas pelo interesse dos governantes.
Nessa toada, em oposição à monarquia, tem-se a tirania; em oposição à aristocracia, a oligarquia; em
oposição à democracia (ou república), a demagogia.

Maquiavel, em “Il príncipe” (o príncipe), reduziu a duas as formas de governo: república e monarquia. De
acordo com o filósofo e historiador, todos os domínios que exerceram ou exercem poder sobre os homens
ou foram ou são repúblicas ou principados. Maquiavel rechaçou a existência de formas puras e formas
impuras apontadas por Aristóteles.

A classificação dualista tem perdurado nos dias atuais, não obstante o fato de outras teorias terem sido
desenvolvidas, razão por que discorreremos sobre república e monarquia.

(FCC/TJ-GO/Juiz Substituto) Antiga linha de pensadores políticos, que inclui, por exemplo,
Aristóteles e Montesquieu, converge para uma determinada forma de governo, concebida como
apta a impedir a sua própria degeneração, e que pode ser descrita como

A) monarquia, em que um único sujeito detém o poder e o utiliza para o bem comum.

B) aristocracia, em que um grupo de sábios virtuosos detém o poder e o utiliza para o bem comum.

C) timocracia, em que uma elite honrada detém o poder e o utiliza para o bem comum.

D) oclocracia, em que a grande massa popular, ela própria, exerce o poder e o utiliza para o bem de
todos.

E) politeia, ou governo misto, em que elementos de diferentes formas de governo se combinam.

Comentários:

Gabarito: E

Politeia (ou república ou democracia) é o governo da maioria, o governo do povo. Faz oposição à
demagogia (ou autocracia). Aristóteles e Montesquieu convergiram para esse modelo de forma de
governo. Na aristocracia, o poder é exercido por um pequeno grupo de aristocratas. Na monarquia,
por uma só pessoa. Aristocracia, monarquia e república são formas puras de governo, pois objetivam

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o bem-comum. Entretanto, a convergência para o modelo republicano. A oclocracia e timocracia não


são formas de governo, mas a degeneração delas.

1.1 República

A República se origina da “res publica”, ou seja, da “coisa pública”, coisa do povo. Trata-se de forma de
governo oponível à monarquia em que o poder na sociedade é exercido por quem o povo elege para atuar
como seu representante, de maneira a garantir um governo em que prevaleça a vontade soberana do
povo. Esses líderes políticos recebem um mandato e adquirem o dever de prestação de contas de seus atos
aos titulares do poder – o povo.

No Brasil, a República foi estabelecida em 1889, embora a primeira Constituição republicana tenha sido a
de 1891. Todas as demais constituições brasileiras preservaram essa forma de governo. Assim, é
importante destacar que a atual Carta Magna apenas demonstra a opção brasileira pela república, ou seja,
confirma, mas não instaura o modelo republicano.

A forma republicana pressupõe, modernamente, que o representante do governo seja eleito pelo povo,
que este seja representado em câmaras ou assembleias populares e que os mandatos eletivos sejam
temporários.

Destaca-se, portanto, como um dos princípios republicanos a necessidade de meios de legitimação popular
para a investidura em cargos públicos eletivos (presidente da República, governadores, prefeitos,
deputados, senadores e vereadores).

No Brasil, a república é um dos princípios constitucionais sensíveis, de forma que a ofensa a princípios
republicanos pode ensejar a intervenção federal, nos termos do artigo 34, VII, da Constituição Federal.

Lado outro, a forma republicana de governo não é cláusula pétrea. Diferentemente das demais
constituições brasileiras, a Constituição vigente embora tenha especificado a república como modelo de
governo, não limitou expressamente a atuação do poder reformador quanto ao tema. É de se notar no
artigo 60, parágrafo 4º, que a forma federativa de Estado é cláusula pétrea, mas a forma republicana de
governo não foi elencada como limitação material.

Qual a razão da não inclusão da República? A resposta está no artigo 2º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, que trouxe previsão de plebiscito a respeito do tema. Nos termos do citado
artigo, em 1993, o povo deveria ser diretamente consultado a respeito de dois assuntos: forma de governo
e sistema de governo. Dessa forma, o poder constituinte originário não definiu a república como cláusula
pétrea, para que o povo pudesse fazer a sua escolha diretamente. Ocorre que no dia 21/04/1993, a
consulta popular foi feita e o povo optou por uma República presidencialista, motivo por que não foi
preciso alterar o texto constitucional. Evidentemente, caso a escolha fosse outra (República
parlamentarista ou monarquia parlamentarista), o texto constitucional teria que ter sido refeito.

Destarte, o poder originário, aquele que é ilimitado, atribuiu ao povo a prerrogativa de escolher
diretamente, motivo de a temática não ter sido posta como cláusula pétrea. Por outro lado, o plebiscito já
ocorreu e o povo já decidiu. Dessa sorte, parte da doutrina chega a uma conclusão lógica: o Congresso
Nacional não pode, sozinho, por emenda, implantar nem a monarquia e nem o parlamentarismo. A

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implementação da monarquia e/ou do parlamentarismo dependem ou de atuação do poder originário


(criação de nova Constituição) ou de nova consulta popular direta que autorize o Congresso Nacional fazer
a reforma da Constituição quanto aos pontos.

Sobre o assunto não há consenso. O tema chegou a ser questionado ao Supremo Tribunal Federal por meio
do MS 22972, mas a Corte deixou transcorrer um prazo de 21 anos sem análise. Em 2018, quando a ação
foi pautada para julgamento, seus impetrantes pediram desistência, motivo pelo qual foi arquivada sem
julgamento de mérito.

Diante do exposto, como o concursando deverá se posicionar para fins de prova? A Forma
republicana de governo é cláusula pétrea? Não. Há posicionamento doutrinário que vincula a
reforma constitucional destinada à implementação da monarquia e do parlamentarismo a uma
consulta popular? Sim. Há posicionamento doutrinário que defende ser a república limitação material
implícita ao poder de reforma da Constituição? Sim.

(2019/CESPE/CEBRASPE/PGM-Campo Grande/Procurador) Com relação à organização do Estado e


às funções essenciais à justiça, julgue o item subsecutivo.

A forma federativa de Estado é cláusula pétrea, porque a Constituição Federal de 1988 veda a
possibilidade de emenda constitucional tendente a aboli-la, não fazendo o mesmo em relação à
forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, podendo ser autorizada
intervenção federal no ente federado que a desrespeitar.

Comentários:

Gabarito: Certo.

Nos termos do artigo 60, §4º, da CF/88, a forma federativa de Estado é cláusula pétrea e não pode
ser abolida nem mesmo por emenda. Por outro lado, a forma republicana de governo não tem a
mesma proteção. Por outro lado, consoante artigo 34, VII, "a", da CF/88, a república é um dos
princípios constitucionais sensíveis, uma vez que a inobservância de seus pressupostos pode ensejar
a intervenção federal.

1.2 Monarquia

A Monarquia é diretamente contrária aos pressupostos republicanos, caracterizando-se como o governo


de um só ou o governo da minoria.

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O monarca não é escolhido pelo povo, ao contrário, ocorre a transferência do poder de sucessor para
sucessor (hereditariedade). Não se fala também em mandato temporário, pois vigora a vitaliciedade. Outra
importante característica é a de que o monarca, por não falar em nome do povo, não se vê obrigado a
prestar contas de seus atos de governo ao povo. Assim, tem-se a designação, a hierarquia e a vitaliciedade
como principais características monárquicas.

Atualmente, a maior parte dos Estados que adotam a Monarquia como forma de governo opta por uma
monarquia parlamentarista, de forma que o monarca atua como chefe de Estado e o primeiro ministro
como chefe de Governo. É o caso do Reino Unido, por exemplo. Lado outro, há ainda alguns países que
aplicam uma monarquia absolutista, em que o monarca governa por decreto. É o caso da Arábia Saudita.

Em resumo, temos as principais características de cada forma de governo:

República Monarquia

Eletividade (o governante é Hereditariedade (o monarca é


escolhido pelo povo. Não há a ungido por Deus. Seus sucessores
necessidade de eleição direta). são seus descendentes, que
herdam o trono).

Representatividade popular (o Não representatividade popular


governante é eleito para ser (há representatividade de uma
representante do povo). dada linhagem. Indiretamente, o
monarca representa Deus).

Responsabilidade (dever de prestar


contas ao povo). Irresponsabilidade (não
obrigatoriedade de prestação de
contas ao povo).

Temporalidade (o governante deve


ter mandato certo, com dia de início Vitaliciedade (o monarca não tem
e com dia de fim). mandato; antes, só deixa o trono
morto ou quando o abdica).

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(FUNDEP/DPE-MG/Defensor Público/Adaptada) O princípio republicano, que traduz a maneira


como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados, está
mantido na ordem constitucional, porém não está protegido formalmente contra a emenda
constitucional, pois não está previsto no art. 60, §4º, da CRFB/1988.

Comentário:

Gabarito: Certo.

A república não foi consagrada expressamente como cláusula pétrea, nos termos do artigo 60, §4º,
da CRFB/1988.

(PGR/Procurador da República) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:

A) Para o pensamento republicano, a liberdade como “não dominação" é o ideal regulador de todas
as medidas estatais e decisões políticas, e representa a possibilidade de os cidadãos se motivarem
pela ação política exatamente para não sofrerem uma interferência sobre bases arbitrarias;

B) O republicanismo contemporâneo aposta na confluência entre diversidade e aparato institucional,


de tal modo que o consenso não seja uma construção prévia, mas resultado de ideias conflitantes
contrastadas no interior das estruturas republicanas;

C) Mecanismos de dispersão e indelegabilidade de poder, império da lei em sentido estrito e


democracia formal são requisitos suficientes para a caracterização do Estado republicano
contemporâneo;

D) O Estado republicano da atualidade convive, permanentemente, com a instabilidade dos conceitos


de “público" e “privado", muito em função de lutas emancipatórias vitoriosas, que trazem para o
espaço público questões até então confinadas ao âmbito privado.

Comentários:

Gabarito: C

Para a caracterização do Estado Republicano contemporâneo, o bem-comum deve estar acima de


interesses privados ou de grupos. O governo deve ser eleito pelo povo e atuar como seu
representante, daí a necessidade de prestação de contas contínua de seus atos ao povo. O
governante tem que ter mandato por prazo certo. Deve haver separação de atribuições para
Executivo, Legislativo e Judiciário.

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2 - FORMAS DE ESTADO
Chama-se de forma de Estado o modo pelo qual o poder político é exercido num país. Diz respeito à
organização político-administrativa do Estado e à escolha por uma repartição ou não de poderes
autônomos regionalizados. No Estado, quando o poder é dividido entre diferentes unidades
governamentais autônomas, o modelo utilizado é o federativo, mas quando o poder é centralizado, de
forma a gerar unidade política no território, o modelo é o de Estado Unitário.

2.1 - A Federação (Estado Complexo/Estado Composto)

O modelo de Estado Federal foi criado, em 1787, nos Estados Unidos da América. Treze colônias britânicas
da América declararam a sua independência e se autodeclararam Estados soberanos. Para a continuidade
dessa soberania, com vistas a se protegerem das constantes ameaças sofridas por parte dos ingleses, a ex-
colônias, de início, optaram por uma confederação (união de diversos Estados soberanos que, mediante
tratado internacional, estabelecem direitos e obrigações recíprocas).

A Confederação dos Estados Americanos permitia a separação, a qualquer tempo, do pacto confederativo.
Isso favorecia as intenções da Inglaterra de recuperar as suas antigas colônias. Buscando solucionar tal
problema, foi criado o primeiro Estado Federal, de forma que, em 1787, na cidade da Filadélfia, os treze
países (antigas colônias britânicas) resolveram abrir mão de parcela de sua soberania em favor de um
órgão central que seria responsável por sua unificação. Proibiu-se também o direito de secessão
(desligamento do território).

A palavra “federação” significa pacto, aliança, união. O Estado Federal é caracterizado pela união de entes
políticos autônomos, dotados de personalidade jurídica de direito público. Na federação, a organização
político-administrativa do Estado é descentralizada, de modo que o Estado Federal é soberano e os entes
que o compõem são todos autônomos, isto é, têm autogoverno e capacidade para legislar. Numa
federação os entes políticos estão unidos por uma Constituição rígida, que a todos subordina, a fim de
preservar o pacto de união e impedir a secessão.

O modelo de Estado surgido nos Estados Unidos da América inspirou a tantos outros países, que
resolveram buscar uma organização interna descentralizada. Cada um ajustou o modelo federativo à sua
realidade.

No Brasil, a federação foi implantada em 1889, com o Decreto nº 1, de 5 de novembro. A primeira


Constituição brasileira a estabelecer a forma de Estado Federal foi a de 1891; as próximas Constituições
apenas mantiveram o modelo federativo.

O artigo 1º da Constituição Federal de 1988 estabelece que a República Federativa do Brasil é formada pela
união indissolúvel de Estados, Distrito Federal e Municípios. Conforme dito anteriormente, a junção de
coletividades regionais dá norte ao federalismo. No caso brasileiro, União, estados, Distrito Federal e
municípios são todos autônomos, pois apresentam capacidade de autogestão política e administrativa, não
havendo entre eles nenhum tipo de subordinação ou hierarquia.

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Importante se faz destacar que soberania e autonomia não se confundem. A primeira diz respeito à
condição de autodeterminação; a segunda, compreende governo próprio, desde que seguidos os ditames
traçados pela Constituição.

Note que a soberania pertence ao Estado Federal (ao todo, ao país), à pessoa jurídica de Direito Público
internacional. União, estados, Distrito Federal e municípios não são soberanos, tão somente detêm
autonomia.

Cuidado! A União, pessoa jurídica de Direito Público interno, é dotada de autonomia apenas. A
União não é por si soberana, pois não tem autodeterminação. Não se pode confundir a União
com o Estado Federal. A União integra a estrutura político-administrativa do Brasil, é um ente
federativo. Por sua vez, o Estado Federal é pessoa jurídica de direito internacional, é o país, é a
República Federativa do Brasil.

Vale, todavia, destacar que a representação da soberania do Estado Federal é feita pela União. Pense, por
exemplo, numa declaração de guerra. Ora, quem declararia guerra em nome do Brasil? O Distrito Federal?
Um município? Um estado membro? Por óbvio que não – a União, na figura do Presidente da República,
após autorização do Congresso Nacional. Assim, embora a União não seja soberana, exerce externamente a
soberania do Estado Federal.

Outrossim, a capacidade de auto-organização político-administrativa dos estados membros por meio de


constituições próprias é pressuposto federativo. Some-se a isso a capacidade de criação de leis próprias, de
autogestão da Administração Pública e de autogoverno. Tudo isso, evidentemente, seguindo os
parâmetros estabelecidos pela Constituição Federal. Municípios e Distrito Federal também têm autonomia,
mas é preciso lembrar que esses entes se organizam por meio de lei orgânica e não de Constituição.

É característica das Federações a inadmissibilidade do direito de secessão. Os Estados federados devem


preservar o pacto federativo, isto é, o pacto de união. Os entes federativos não podem se desligar do
território nacional para constituírem Estados soberanos e nem para integrarem outros Países.

A proibição de secessão não impede, porém, a reorganização interna do País. No caso brasileiro,
poderíamos aumentar ou diminuir o número de estados membros (hoje são 26), sem que houvesse
desligamento de qualquer deles do território nacional, conforme orientação do artigo 18, parágrafo
terceiro, da constituição Federal. Seria possível, por exemplo, criar o estado da Bahia do Sul, a partir do
desmembramento do estado da Bahia ou, por exemplo, unir Sergipe a Alagoas, transformando tudo em
Alagoas. Não haveria secessão, apenas uma reorganização territorial e política do Brasil.

Outra característica federativa é a necessidade de ter uma Constituição rígida, para que a estabilidade
institucional se materialize. Já que os entes políticos, em uma federação, são autônomos, a manutenção do
pacto de permanência é dada por meio da norma de maior hierarquia do ordenamento jurídico, à qual
todos os entes se subordinam. Já foi estudado em nossa primeira lição, que a supremacia formal da
Constituição é atributo de rigidez. Dessa sorte, só se fala em Lei Maior quando a Constituição tem mais
estabilidade que as demais leis, quando tem supremacia formal, ou seja, quando rígida.

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Além de Constituição rígida, uma federação precisa ter também um órgão que atue como guardião da
Constituição, a fim de interpretá-la com definitividade e do mesmo modo para todos. O que seria se cada
estado membro pudesse resolver os conflitos a partir de sua interpretação da Constituição Federal? Cada
qual interpretaria a Lei Maior da forma mais conveniente para si, o que poderia fazer com que a federação
se dissolvesse. É bem verdade que, no Brasil, todos os órgãos do Judiciário julgam com base na Lei Maior,
mas definitividade quanto ao entendimento da Constituição Federal só vem de decisões proferidas pelo
Supremo Tribunal Federal.

Outro aspecto merecedor de destaque é a necessidade de se criar um órgão que atue como representante
dos estados membros. No Brasil, esse órgão é o Senado Federal. Sendo as unidades políticas autônomas,
mas integrantes do todo, do país, é preciso garantir a participação das vontades parciais na vontade geral.
Cuidado! Não obstante o fato de os municípios também serem unidades políticas autônomas, não têm
representatividade no Senado Federal. O Distrito Federal, por sua vez, como também exerce papel de
estado e não apenas de município, tem representação no Senado.

Por fim, a forma federativa de Estado, no Brasil, é cláusula pétrea. Assim, não poderá ser
suprimida (nem qualquer de suas características) por emenda Constitucional.

Perceba que afirmar ser a forma federativa de Estado cláusula pétrea não é apenas dizer que o poder
reformador não será capaz de implantar um modelo unitário de Estado, mas também não poderá afetar
qualquer das características que compõem a federação. Por exemplo, uma emenda não poderá retirar da
Constituição a vedação à secessão ou mitigar a autonomia dos entes federativos ou extinguir o Senado
Federal.

Com efeito, cabe enfatizar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a respeito da matéria: a cláusula
pétrea forma federativa de Estado não diz respeito a um modelo ideal e apriorístico de federação, mas
objetiva resguardar a vontade do legislador constituinte (ADI 2.024). Dito de outra forma: a limitação
material sofrida pelo poder derivado quanto ao modelo de Estado diz respeito à federação no Brasil e não
a um modelo ideal de federação. Assim, por exemplo, embora em uma federação os municípios não
precisem ser autônomos, no Brasil, foram elevados à condição de entes federativos. Dessa forma, emenda
à Constituição não será capaz de tirar a sua autonomia, ou de prejudicar a repartição de suas receitas
tributárias.

Podemos então, diante do exposto, sistematizar os princípios que norteiam a federação


brasileira:

➢ descentralização político-administrativa;
➢ Soberania do Estado Federal;
➢ -Autonomia dos entes federativos (União, estados, DF e municípios);

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➢ proibição de secessão;
➢ órgão guardião da Constituição (STF);
➢ órgão representante dos estados membros (Senado);
➢ participação das vontades parciais (estados) nas vontades gerais (Estado Federal);
➢ Constituição rígida;
➢ Intervenção, para assegurar o pacto federativo e a Constituição.

2.1.1. Espécies de federação

O modelo federativo de Estado pode ser classificado de diferentes formas, conforme os critérios e a
doutrina escolhidos. Utilizaremos abaixo cinco distintos critérios apontados por Marcelo Novelino (2015).
Vejamos:

a) Quanto à origem

Quanto ao surgimento, o federalismo pode ser classificado como federalismo por segregação e
federalismo por aglutinação.

O federalismo por agregação foi o que surgiu primeiro e retrata o processo de formação dos Estados
Unidos da América, em que houve a fusão de treze Estados soberanos em um só. Esses Estados abriram
mão de sua soberania, em prol de um Estado maior que estava por nascer, mas preservaram autonomia
(capacidade de auto-organização política e administrativa). Tem-se um federalismo de princípio
aglutinador, nascido de um movimento centrípeto.

O federalismo por segregação retrata o modelo brasileiro, pois surgiu de um movimento centrífugo. O
Brasil era Estado Unitário quando optou pela implementação da federação. Assim, o Estado foi segregado,
dividido em partes menores, que passaram a ter autonomia.

b) Quanto à repartição de competência

Quanto à repartição de competência, o federalismo pode ser dualista, de integração ou de


cooperação.

Diz-se federalismo dualista aquele em que a repartição de competências entre a União e os estados
membros é horizontal. Típico dos Estados liberais, nesse modelo, a distribuição de competências é
estanque, de maneira que não existem competências comuns e concorrentes. Enumeram-se as
competências da União e o que remanescer, será competência dos estados.

No federalismo de integração, modelo muito parecido com o de Estado unitário descentralizado, os


estados-membros estão sujeitos ao Estado federal, há subordinação entre os entes federativos.

O federalismo de cooperação, típico de Estados sociais, busca o bem-estar social por meio da repartição
vertical de competências, a partir da fixação de competências concorrentes e comuns, a fim de que o

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Estado intervenha na economia e ampare o indivíduo menos favorecido socialmente. Esse é o modelo
brasileiro.

c) Quanto à concentração do poder

Quanto à concentração do poder, o federalismo pode ser centralizador, descentralizador ou de


equilíbrio.

No federalismo centralizador (ou centrípeto), a União tem as maiores atribuições, de maneira que o poder
central é fortalecido.

No federalismo descentralizador (ou centrífugo), é combatida a centralização excessiva, de maneira a


garantir aos estados-membros a autonomia.

Por último, no federalismo de equilíbrio, busca-se a harmonização entre unidade e diversidade, entre
autonomia e integração, de maneira que as competências são repartidas de modo equânime.

O Brasil adota um federalismo descentralizador, embora alguns autores critiquem a excessiva


centralização de poder por parte da União.

d) Quanto à distribuição de competências

Quanto à distribuição de competências, o federalismo pode ser simétrico ou assimétrico.

No federalismo simétrico, há um equilíbrio na repartição de competências entre os entes federativos de


mesmo grau, porque a realidade fática (cultura, língua, grau de desenvolvimento) é homogênea.

Por outro lado, no federalismo assimétrico, a repartição de competência não é igualitária entre entes
federativos de mesmo grau, em razão de grande desigualdade na realidade fática, seja em razão das
grandes diferenças culturais existentes, ou pelas diferenças linguísticas ou socioeconômicas, como se nota
no Canadá, por exemplo.

No Brasil, adotou-se um federalismo simétrico, dado que todos os estados têm as mesmas competências,
assim como também não há diferenças entre os municípios.

Vale dizer que os modelos simétrico e assimétrico podem também ser classificados quanto ao aspecto
externo, conforme maior ou menor aproximação do modelo de federalismo clássico. Sob esse prisma, o
primeiro tem maior aproximação do federalismo clássico e o segundo faz uma ruptura com as linhas
tradicionais.

No federalismo simétrico estão presentes as principais características federativas, quais sejam: repartição
de competências, intervenção federal, existência de poder constituinte reformador, autonomia dos entes
federativos, dentre outras. No federalismo assimétrico há uma deformação de institutos federais.

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Sob essa ótica, existem os que defendem ser o Brasil uma federação assimétrica, porque os municípios são
autônomos. Porém, não há sobre o tema consenso.

e) Quanto às esferas de competência

Quanto às esferas de competência em seu território, o federalismo pode ser típico ou atípico.

O federalismo típico (também denominado bipartite ou de 2º grau) é aquele em que os entes autônomos
são apenas dois: a União e os estados.

O federalismo atípico (também denominado tripartite ou de 3º grau) é aquele em que as competências


são repartidas em três esferas: central (União), regional (estados) e local (municípios).

O Brasil adota o modelo de federalismo de terceiro grau.

O Distrito Federal é autônomo, mas não há que falar em federalismo de quarto grau, porque o
DF acumula competências de estados (regionais) e de municípios (locais).

O Brasil adota o modelo de federalismo:

Por segregação

Atípico

De cooperação

Descentralizador

Simétrico

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2.2 - Estado Unitário (ou simples)

O Estado é unitário quando “possui um centro de poder que se estende por todo o território e
sobre toda a população e controla todas as coletividades regionais e locais” (SILVA, 2008, p.
99). Nesse modelo de Estado, as leis são nacionais, pois há um único órgão legislativo, e a
Administração Pública é nacional.

De acordo com o grau de centralização, o Estado Unitário pode ser classificado como puro ou
descentralizado.

É chamado Estado unitário puro aquele que adota uma absoluta centralização de poder.

O Estado unitário que descentraliza administrativamente todo o poder, de forma a permitir que
administradores possam executar e administrar as decisões políticas do Governo Nacional é tido por
Estado unitário descentralizado administrativamente.

Há ainda o Estado Unitário descentralizado administrativamente e politicamente, como a Espanha e a


França, por exemplo.

A forma de governo que predomina hoje no mundo é a de Estado unitário descentralizado administrativa
e politicamente. Por esse modelo, os administradores têm certa autonomia política para decidir a melhor
opção de execução de comando do Governo Central. Conforme o Estado, as descentralizações recebem
nomes diversos. Na Itália, comunas; no Uruguai, províncias; na Espanha, comunidades autônomas.

2.3 - Estado Confederal

A confederação é uma junção de Estados soberanos, ligados por tratado internacional, que estabelece
liame entre os países ao preceituar normas e obrigações. Os Estados que integram uma confederação não
perdem o status de países perante a comunidade internacional, pois continuam soberanos. As decisões
que dizem respeito aos interesses da confederação dependem das normas internas de cada Estado.

Com efeito, a confederação não se confunde com “federação”, pois, como vimos, os entes federativos são
apenas autônomos, tendo sido dada a soberania apenas ao Estado Federal. Já na confederação, todos que
a compõem preservam a sua soberania. Outro aspecto merecedor de atenção é que diferentemente da
federação, a confederação admite a secessão.

Federação Confederação
➢ Estado; ➢ Pessoa Jurídica de Direito Público;
➢ Os entes federativos estão unidos por ➢ A aglomeração de Estados é unida por tratado
uma Constituição; internacional;

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➢ Apenas o Estado Federal é soberano, os ➢ Todos os estados que compõem a


entes federativos são apenas confederação preservam a sua soberania;
autônomos; ➢ É permitida a secessão;
➢ É vedada a secessão; ➢ As atividades da confederação estão voltadas a
➢ As atividades do Estado são voltadas a negócios externos;
negócios internos e externos; ➢ A nacionalidade dos cidadãos é a conferida por
➢ Os cidadãos possuem a nacionalidade cada Estado;
daquele Estado; ➢ O Congresso Confederal é órgão comum, mas
➢ O poder central é dividido em cada Estado tem o seu próprio Executivo e
Executivo, Legislativo e Judiciário. próprio Legislativo.

FCC/DPE-SP/Defensor Público) A forma federativa de Estado é um importante instrumento para a


limitação do exercício do poder político. Sobre essa forma de Estado, é correto afirmar:

A) A ordem constitucional brasileira utiliza, desde a Constituição de 1891, as técnicas de repartição


horizontal e vertical para a repartição de competências.

B) Na repartição promovida pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, após análise
dos conteúdos das competências atribuídas aos entes federativos, pode-se observar uma acentuada
concentração de poderes entre as atribuições da União.

C) São características do Estado federal, entre outras, a autonomia de seus entes, a existência de uma
Constituição como fundamento jurídico, a existência de direito de secessão de seus entes, a
repartição de competências e a repartição de rendas.

D) Nos termos dos parágrafos do artigo 24 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
os Estados podem exercer a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades, na
inexistência de lei federal sobre normas gerais e a superveniência desta revoga a lei estadual, no que
lhe for contrário.

E) Essa forma de Estado surgiu na Constituição dos Estados Unidos da América, como resultado de
revisão aos “Artigos de Confederação”, que foi realizada, com a participação de todos os Estados, na
cidade de Filadélfia, em 1787.

Comentários:

Gabarito: B.

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A União centraliza todas as competências relacionadas ao interesse nacional, não obstante tenhamos
utilizado a repartição horizontal (competências privativas e exclusivas) e a repartição vertical de
competências (concorrentes).

A) Errado. Embora o modelo federativo tenha sido estabelecido na Constituição de 1981, nesta Carta,
foi utilizado apenas o critério de repartição horizontal de competências.

C) Errado. Na federação, é vedada a secessão.

d) Errado. Na competência concorrente, a superveniência de normas gerais suspende a aplicação da


lei estadual no que lhe for contrário.

E) Errado. Nem todos os Estados participaram, como por exemplo Rhode Island.

3 - REGIMES POLÍTICOS
Regime político é o que define a possibilidade de o povo poder ou não participar da tomada de decisão
no Estado, em que se incluem a eleição de seus representantes, a iniciativa popular no processo legislativo
das normas e a fiscalização da coisa pública.

Autocracia e a democracia são os regimes políticos atualmente existentes.

Na autocracia, os governantes impõem, unilateralmente, as suas regras ao povo, que não participa da
produção da política de governo.

A democracia se opõe à autocracia na medida em que sua essência é o fato de o titular do poder ser o
povo (princípio da soberania popular). Além de “poder do povo”, destaque-se a expressão “para o povo”,
visto que o governo deve centrar-se na libertação das imposições autoritárias ao povo e na garantia do
bem comum.

José Afonso da Silva (2008, p.136), citando Burdeau, define que “democracia é um processo de
convivência social em que o poder emana do povo, há de ser exercido, direta ou indiretamente,
pelo povo e em proveito do povo.”

A democracia pode ser exercida de três diferentes formas: democracia direta, indireta e
semidireta.

Na democracia direta, o povo toma as decisões políticas do Estado por si, de forma a criar as leis,
administrar o país e a dirimir conflitos por meio da jurisdição.

A democracia indireta, também chamada de representativa, é encontrada em boa parte do mundo. Por
esse modelo, o povo elege representantes para tomarem as decisões de governo. Tal designação se dá em

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virtude das barreiras encontradas para o exercício direto do poder, tais como grande extensão territorial e
alta densidade demográfica.

A participação popular na democracia representativa é indireta, periódica e formal. É o modo pelo qual o
povo atua na formação do governo e do processo político do país.

Já a democracia semidireta, também chamada de democracia participativa, reúne característica dos


outros dois modelos citados. É aquele em que o povo elege representantes para a tomada das decisões
políticas do Estado, mas preserva formas de atuação direta, tais como o plebiscito, o referendo e a
iniciativa popular no processo legislativo das normas.

O Brasil, conforme se depreende do parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal,


adotou a democracia semidireta: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

O poder do povo é exercido por sufrágio universal, através de voto direto e também mediante plebiscito,
referendo, iniciativa popular, ação popular, dentre outras formas.

Plebiscito e referendo são formas de consulta popular sobre assuntos de relevância legislativa,
constitucional e administrativa.

No plebiscito, o povo é consultado antes da materialização do ato administrativo ou legislativo, podendo


aprovar ou rejeitar o que lhe foi submetido à apreciação.

Na vigência da Constituição de 1988, apenas tivemos um plebiscito de caráter nacional: o plebiscito de


1993, nos termos do artigo 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, através do qual o povo
optou pela manutenção da forma republicana de governo e do sistema presidencialista de governo.

Cabe ao Congresso nacional, mediante decreto legislativo, convocar o plebiscito (art. 49, inciso XV da CF).
Há casos em que o plebiscito poderá ser convocado, mas há casos em que a consulta popular é obrigatória.

Conforme se depreende do artigo 18, § 3º, da CF, é obrigatória a convocação de plebiscito com a
população interessada no processo de criação de novos estados-membros. A consulta prévia às populações
interessadas, também é pressuposto de criação de novos municípios, mas nesse caso, a convocação deve
ser feita pela Assembleia Legislativa.

Com efeito, podemos concluir que o plebiscito poderá ser convocado nas questões de relevância nacional e
deverá ser convocado na criação de novos estados e de novos municípios.

O referendo é uma consulta que se faz ao povo posteriormente à criação da lei ou ao surgimento de ato
administrativo, com o intuito de confirmá-los (referendar) ou não (não referendar).

Em 23 de outubro de 2005, o eleitorado brasileiro foi convocado a responder à seguinte indagação: “O


comércio de arma de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”

Tal fato foi decorrente de determinação da Lei nº 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento, que em seu
artigo 35, proibiu a comercialização de armas de fogo e de munição em todo o território nacional, salvo

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para algumas pessoas descritas em seu artigo 6º. A referida proibição só poderia entrar em vigor depois de
sua aprovação popular, mediante referendo. O procedimento foi organizado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.

Conforme apurado pelo TSE, 63,94% dos eleitores brasileiros que participaram da consulta popular
votaram “não”. Assim, o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento não foi confirmado pelo povo brasileiro,
de sorte que a venda de arma de fogo e de munição ainda é permitida no Brasil.

Só tivemos, até o momento, esse caso de referendo.

Cabe ao Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo, autorizar referendo (artigo 49, XV,
da CF/88).

Conclusão: Plebiscito e referendo são formas de consulta popular que materializam a soberania
do povo. Distinguem-se quanto ao momento da manifestação dos cidadãos: se prévia, temos o
plebiscito; se posterior, temos o referendo.

Em que pesem afirmações contrárias, seguimos o posicionamento de parte da doutrinária brasileira, no


sentido de se aplicar a soberania popular, de forma que uma vez proclamado o resultado de plebiscito ou
referendo, o legislador não poderia alterar a vontade do povo por meio da edição de lei ou mesmo emenda
constitucional. Tal mudança, a nosso ver, só poderia ocorrer mediante nova consulta popular.

Passemos a tratar agora de mais um instituto da democracia participativa: a iniciativa popular. A condição
que o cidadão tem para dar início ao processo legislativo das leis é denominada iniciativa popular. Essa
forma de participação direta pode ser exercida em âmbito federal, estadual e municipal. Para cada
situação, há um regramento diferente, como se pode notar na tabela abaixo:

Âmbito federal Âmbito estadual Âmbito municipal


(CF, artigo 61, § 2º) (CF, artigo 27, § 4º) (CF, artigo 29, XIII)
O projeto de lei deve ser A iniciativa popular será A iniciativa popular requer a
subscrito por no mínimo 1% do definida por lei. Convencionou- manifestação de, no mínimo, 5% do
eleitorado nacional, dividido se interpretar que essa lei é eleitorado local.
por, pelo menos, cinco Estados estadual. Em cada estado, a
da federação, tendo cada um, iniciativa popular tem um
no mínimo, três décimos por regramento diferente.
cento dos seus eleitores.

Cabe enfatizar que o legislador constituinte não autorizou a iniciativa popular para o processo legislativo de
emenda à Constituição Federal. Porém, não há óbice de que as constituições estaduais admitam a iniciativa
popular no processo de reforma constitucional.

Ação popular é ação judicial, de natureza cível, proposta por cidadão (eleitor)para combater ato ilegal ou
abusivo contra o meio ambiente, a moralidade administrativa e o patrimônio histórico e cultural da

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humanidade. Note que os direitos amparados pela ação constitucional são difusos, mas o cidadão, sozinho,
tem legitimidade para acionar o Judiciário em defesa de toda a humanidade.

(VUNESP/TJ-SP/Juiz Substituto) Nossa ordem constitucional estabelece institutos de democracia


semidireta, dentre os quais:

I. a iniciativa popular, exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles;

II. o referendo, podendo ser utilizado pelo Congresso Nacional nos casos em que este decidir ser
conveniente, indicado em casos específicos como para a formação de novos Estados e de novos
Municípios;

III. o plebiscito, espécie de consulta popular semelhante ao referendo, mas o único apto a permitir
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional.

Está correto apenas o contido em

A) I.

B) II e III.

C) III.

D) II.

E) I e III.

Comentários:

Gabarito: A.

Conforme artigo 62, parágrafo 2º, da CF/88.

A assertiva II está errada, porque o item trata, na verdade, de plebiscito.

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Assertiva III está errada, porque compete ao Presidente da República, nos casos previstos em lei
complementar, permitir que forças estrangeiras transitem no território nacional (artigo 84, inciso
XXII, da CF).

4 - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO


O “Direito” tratado na expressão Estado de Direito diz respeito a um conjunto de normas e regras, que em
determinada sociedade especificam os fatos sociais, mediante interferência decisória do Poder. É o direito
positivo (direito posto pelo Estado, sistematizado a partir do reconhecimento da norma fundamental), a lei
vista em seu sentido amplo.

Estado de Direito é, singelamente, aquele que tem “limites e fundamentos definidos pelo
Direito (Roberto Lyra Filho)”, aquele cujo poder e atividade estão regulados e controlados pela
lei.

O Estado, como concepção jurídica ou política, não se cristaliza em uma fórmula acabada, está em contínua
mutação, por meio de processos progressivos de desenvolvimento (por vezes regressivos). Acerca do
desenvolvimento histórico do Estado, as correntes filosóficas do contratualismo, do individualismo e do
iluminismo, de que foram expoentes doutrinários Locke, Rousseau, Montesquieu e Kant, ligam-se ao
surgimento do Estado de Direito ou Constitucional, que tem por características a laicidade e a soberania.

A expressão “Estado de Direito” se originou do Liberalismo (Estado Liberal de Direito), caracterizado pela
submissão à lei, divisão de poderes e pela garantia dos direitos individuais, marcado pelo individualismo e
pela neutralidade.

O Estado de direito surge como Estado liberal, assente na ideia de liberdade, empenhado em nome dela a
limitar o poder político, tanto pela separação de poderes quando pela redução, ao mínimo, de suas funções
perante a sociedade.

Lado outro, no caminhar da história, o Estado Social de Direito surgiu da necessidade de superar a
individualidade e o abstencionismo (neutralidade) do Estado de Direito (Liberal), por meio da intervenção
do Estado no domínio econômico, para valorizar os direitos sociais. Todavia, foi insuficiente para a
realização de uma democratização econômica e social, de maneira que foi necessário implantar o Estado
Democrático de Direito, fundado na soberania popular.

O Estado Democrático de Direito surgiu ao fim da Segunda Guerra Mundial, na tentativa de suprir as
lacunas das experiências anteriores e buscar a integração de valores da liberdade, da igualdade e da
democracia.

No Estado de Direito, vigora o império da lei; no Estado Democrático de Direito, o império da Constituição
e da soberania popular.

Segundo José Afonso da Silva (2008, p. 119), “a configuração do Estado Democrático de Direito
não significa apenas unir formalmente os conceitos de Estado Democrático e Estado de Direito.
Consiste, na verdade, na criação de um conceito novo, que leva em conta os conceitos dos

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elementos componentes, mas os supera na medida em que incorpora um componente


revolucionário de transformação do status quo.”

A Constituição Federal de 1988, ao estabelecer em seu artigo 1º o Estado Democrático de Direito, primou
por uma realização social acentuada, pela prática social que assegura o exercício da cidadania.

Assim como no Estado de Direito, a lei é a fonte primária do Estado Democrático de Direito, que se firma
na Constituição e nas leis.

O ordenamento jurídico, por sua vez, se origina da vontade soberana do povo, manifestada por seus
representantes eleitos. A lei busca interferir na realidade social, de forma a garantir o princípio da
isonomia (igualdade de condições aos socialmente desiguais).

Destarte, podemos destacar como princípios basilares do Estado Democrático de Direito os


seguintes:

➢ princípio da legalidade (art. 5º, caput, da CF);


➢ princípio da igualdade (art. 5º, II, da CF);
➢ princípio da segurança jurídica (art. 5º, XXXV, da CF);
➢ princípio da justiça social (artigos 170 e 193 da CF).

Silva ainda destaca o princípio da constitucionalidade, segundo o qual o Estado Democrático de Direito
está firmado numa Constituição emanada da vontade popular. O princípio democrático legitima os
representantes do povo e o próprio povo a tomarem as decisões fundamentais do Estado.

Conclusão: São características essenciais do paradigma “Estado Democrático de Direito”: a vinculação


dos atos estatais à Constituição; a vinculação do legislador à Constituição; a afirmação do princípio da
soberania popular.

(FEPESE/PGE-SC/Procurador de Estado) A expressão “Estado Democrático de Direito”, inserida no


artigo 1° da Constituição da República:

A) Indica a adoção de um modelo onde a maioria é um caminho para a democracia, mas dela se
diferencia pelo respeito também aos direitos da minoria.

B) Significa o mesmo que “Estado de Direito”, especialmente no que se refere ao espaço político das
constituições após a 2ª Guerra Mundial.

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C) Aponta para a existência de um modelo centrado no chamado “estado legislativo de direito”, vale
dizer, a lei será o seu elemento central.

D) Foi utilizada em todas as Constituições brasileiras e sempre no início, o que lhe dá status de
cláusula pétrea.

E) É expressão que resulta do constitucionalismo norte-americano, especialmente a partir da


compreensão de que a vontade da maioria do povo deve sempre ser capturada pelo sistema
eleitoral.

Comentários:

Gabarito: A

No Estado Democrático de Direito, não basta apenas a lei, é preciso que esta seja feita por
representantes do povo e retrate a vontade da maioria, respeitando-se sempre os direitos da
minoria.

B) Errado. Estado Democrático de Direito não é o mesmo que Estado de Direito. No primeiro há uma
supervalorização da lei, da individualidade e da neutralidade. No segundo, a soberania popular e a
Constituição se destacam. Trata-se de um Estado Constitucional de Direito.

C) Errado. Esse é o modelo de Estado de Direito.

D) Errado. O Estado Democrático de Direito foi constitucionalizado em 1988 e não foi elencado
expressamente como cláusula pétrea.

E) Errado. O Estado de Direito é fruto do Constitucionalismo Americano.

(CONSULPLAN/TJ-MG/Juiz Substituto) Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre


elas.

I. “Os princípios fundamentais constituem os alicerces, a base, a fundação do edifício jurídico


constitucional, condição para que as demais normas assentem sobre a matriz político-constitucional
do Estado. Em nossa Constituição, o princípio republicano, não o princípio democrático, alicerça a
temática insculpida no art. 37, caput.”

II. “O princípio democrático é postulado do regime político e o princípio republicano é postulado da


forma de governo.”

A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.

A) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira.

B) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.

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C) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.

D) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.

Comentários:

Gabarito: C

Excelente questão!

Os princípios fundamentais constituem a base do ordenamento jurídico, dão origem às demais


normas constitucionais e fundamentam as leis infraconstitucionais e os atos praticados pelos
detentores de poder.

No artigo 37, caput, da Constituição Federal, constam os princípios da Administração Pública:


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Esses princípios são plenamente
compatíveis com a forma de governo adotada pelo Brasil, uma vez que numa República, o governo é
do povo, de modo que todos aqueles que exercem cargos, empregos e funções públicas devem
prestar contas de seus atos e estes devem estar vinculados a leis.

Democracia é regime político em que o povo exerce soberania, em que há convivência de ideologias
opostas, há liberdade e defesa da igualdade material.

5 - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


Os fundamentos de um Estado são os valores que servem de esteio para todo o ordenamento jurídico. São
normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata.

Preceitua o artigo 1° da Constituição Federal cinco fundamentos da República Federativa do Brasil, a saber:

5.1 - Soberania

A soberania, fundamento do próprio Estado, significa autodeterminação. Constitui poder supremo, ao


passo que não encontra barreiras internas. É também poder independente, pois não está subordinado, no
plano internacional, a ordens emanadas de outros Estados soberanos, tendo condição de acatar livremente
aquelas que lhes forem mais oportunas e em pé de igualdade.

Tem forte ligação com a independência nacional, a não intervenção e com a autodeterminação dos povos
princípios que regem as relações internacionais do Brasil (artigo 4º da CF).

Significa dizer que o Brasil tem povo capaz de organizar as suas próprias regras, leis, costumes, tradições.
Dessa sorte, não serão aceitas ingerências impositivas externas no país, assim como o Brasil não interferirá
na soberania de outros Estados.

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Cumpre esclarecer que, como vimos, o povo é titular do poder. Assim, a soberania é também aquela que o
povo exerce mediante plebiscito, referendo, iniciativa popular, sufrágio universal, dentre ouras hipóteses.
Trata-se de poder do povo.

O Supremo Tribunal Federal, com fundamento na soberania nacional, não conheceu de habeas
corpus em que se misturou na petição a língua espanhola e a língua portuguesa. Veja:

“A imprescindibilidade do uso do idioma nacional nos atos processuais, além de corresponder a


uma exigência que decorre de razões vinculadas à própria soberania nacional, constitui
projeção concretizadora da norma inscrita no art. 13, caput, da Carta Federal, que proclama ser
a língua portuguesa "o idioma oficial da República Federativa do Brasil". (STF. HC 72.391 QO).

5.2 - Cidadania

A cidadania como fundamento não se restringe ao exercício de direitos políticos – votar e ser votado. É,
sobretudo, a condição que o cidadão tem de atuar diretamente na tomada de decisões políticas no
Estado, ficando este vinculado à vontade soberano do povo.

Trata-se de conceito decorrente do Estado Democrático de Direito e assegura ao indivíduo o pleno


exercício da cidadania, isto é, a plena garantia de exercício de direitos fundamentais. Assim, o exercício de
direitos individuais, direitos sociais e direitos políticos é exercício de cidadania.

Faz parte da cidadania o respeito à Constituição e às leis que compõem o ordenamento jurídico, eis que o
fundamento não apenas assegura direitos, mas também o cumprimento de obrigações.

“Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de
autoridade judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se
o Estado de Direito.” Grifo. (STF HC 73.454).

5.3 - Dignidade da Pessoa Humana

A dignidade da pessoa humana é o fundamento mais abrangente, pois contempla todos os demais, bem
como todos os direitos fundamentais, inclusive e especialmente a vida.

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A dignidade da pessoa humana é o valor constitucional supremo e como tal deve orientar as decisões do
Estado e a aplicação e interpretação da Constituição e das leis.

De acordo com Alexandre de Moraes (2018), “a dignidade é um valor espiritual e moral


inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e
responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais
pessoas.”

Como forma de reação ao nazismo e ao fascismo, a dignidade da pessoa humana, após a Segunda Guerra
Mundial, ganhou papel de destaque nas constituições ocidentais, para que o ser humano não fosse
reduzido à condição de objeto, mas fosse tratado com o respeito inerente à sua própria condição humana.

A positivação da dignidade da pessoa humana objetivou seja reconhecida não apenas com valor moral,
mas também com valor jurídico, a fim de que o Poder Público desenvolva ações que assegurem aos
indivíduos o respeito, a proteção e a promoção dos meios necessários a uma vida digna.

A pessoa humana não é apenas um reflexo da ordem jurídica, mas o seu objetivo supremo. Dessa sorte, na
relação Estado X indivíduo, deve haver sempre uma presunção em favor do ser humano e de sua
personalidade.

A dignidade não é propriamente um direito, mas uma qualidade do ser humano, independentemente de
sua nacionalidade, gênero, idade, etnia ou qualquer outra característica.

Trata-se de uma metanorma, que atua como diretriz a ser observada quando da criação ou aplicação de
outras normas jurídicas. É também uma regra vinculante das ações do Estado, que proíbe o desprezo deste
pelos indivíduos. Por último, é princípio que impõe ao Poder Público o dever de proteção a uma vida digna.

O Supremo Tribunal Federal, com o intuito de resguardar a dignidade da pessoa humana e


combater atos abusivos, após algumas decisões sobre o uso de algemas, editou a Súmula
Vinculante 11 com a seguinte redação:

“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.” (Súmula Vinculante 11)

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A Corte Constitucional, ao aplicar a dignidade da pessoa humana, entendeu que a falta de


estabelecimento prisional adequado não autoriza a permanência do condenado em regime
prisional mais gravoso. Veja:

“A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em


regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados
no RE 641.320/RS.” (Súmula Vinculante 56)

O Supremo Tribunal Federal declarou a não recepção da expressão "para o interrogatório"


constante do art. 260 do CPP, e a incompatibilidade com a Constituição Federal da condução
coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de ilicitude das provas obtidas, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (ADPF 395 e ADPF 444)

Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, a pesquisa científica com células-


tronco embrionárias, autorizada pela Lei 11.105/2005, não ofende o direito à vida e nem a
dignidade da pessoa humana. (ADI 3.510)

A Corte Constitucional reconheceu o direito dos presos em presídios que contam com
superlotação à indenização decorrente do dano sofrido. Veja:

“Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua
responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento.” (RE 580.252)

Segundo posicionamento do STF, a mera instauração de inquérito nas hipóteses em que são
identificados indícios de autoria e tipicidade não afronta a dignidade da pessoa humana. Por
outro lado, se a conduta for claramente atípica ou se não houver minimamente indícios de
autoria, o indiciamento afrontará direitos fundamentais e a dignidade da pessoa humana.

“A mera instauração de inquérito, quando evidente a atipicidade da conduta, constitui meio


hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da dignidade
humana.” (HC 82.969)

A dignidade assegura a todos o direito de saber a verdade sobre sua paternidade, uma vez que
o direito ao nome traduz a origem da ancestralidade, a identidade e o reconhecimento da
família.

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“O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio alçado a


fundamento da República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, III).” (RE 248.869)

5.4 - Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa

O trabalho no Brasil constitui um direito social, pois dele os indivíduos garantem a sua subsistência. A
liberdade profissional é também direito individual (artigo 5º, inciso XIII), de forma que cada indivíduo,
atendidas as qualificações profissionais contidas em lei, poderá livremente exercer qualquer ofício,
trabalho ou profissão.

Embora seja o Estado brasileiro tipicamente capitalista, a relação capital e trabalho está firmada na
Constituição, que estabelece que a ordem econômica esteja firmada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa visando a assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social
(art. 170 da CF).

A liberdade de iniciativa, princípio básico do liberalismo econômico, contempla a liberdade de empresa e a


liberdade de contrato.

“O princípio da livre iniciativa não pode ser invocado para afastar regras de regulamentação do
mercado e de defesa do consumidor.” (RE 349.686)

5.5 - Pluralismo Político

A Constituição garantiu aos indivíduos a liberdade de defesa de diferentes ideologias e crenças ao


estabelecer como funcionamento do Estado o pluralismo político.

Gilmar Ferreira Mendes (2008) destaca o direito à diferença como inerente à dignidade da pessoa
humana, ou seja, o direito de acreditar no que bem entender e levar a vida como bem lhe aprouver, com a
condição de que tais escolhas não causem prejuízos a outrem.

Note que pluralismo político não se confunde com pluripartidarismo. No entanto, a possibilidade de
organização de diferentes partidos políticos resulta no pluralismo político.

Formas de Governo: República e Monarquia.

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Formas de Estado: Unitário, Federal e Confederal.

Regimes Políticos: Autocracia e Democracia.

Formas de participação direta: plebiscito, referendo, iniciativa popular, ação popular.

Modelo de organização jurídica e política: Estado Democrático de Direito.

O Brasil é uma República Federativa, que adora a democracia semidireta como regime
político. Constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa e o pluralismo político.

PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES


A tripartição de poderes está consagrada no atual texto constitucional brasileiro, que
estabelece em seu artigo 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Aristóteles, na obra "Política", foi quem primeiro vislumbrou a existência de três funções básicas do
Estado, quais sejam: administrar, legislar e julgar. Todavia, o pensador grego admitia a concentração das
três funções nas mãos de um só órgão: o soberano. Dessa forma, as funções de elaborar normas gerais e
abstratas, de aplicá-las aos casos concretos e de diminuir conflitos eram exercidas por uma só pessoa, o
soberano, que detinha poderes absolutos e incontestáveis.

Com o objetivo de reduzir os riscos de abusos no exercício do poder, no século XVIII, Charles de
Montesquieu publicou a obra “O Espírito das leis”, na qual defendeu que as três funções básicas do
Estado (administrar, legislar e julgar) deveriam ser exercidas por três órgãos distintos e independentes,
de forma a não haver ingerências de um sobre o outro, embora houvesse um controle recíproco entre eles.

Com efeito, cabe enfatizar que Montesquieu não é o responsável pela identificação das funções estatais,
mas pela divisão delas entre três distintos órgãos independentes, contrapondo-se ao Absolutismo, que
concentrava as três funções nas mãos do soberano. O francês acreditava que a separação dos poderes
implicaria automática e reciprocamente o controle da atividade estatal.

No entanto, nos dias atuais, essa separação rígida entre os poderes restou superada, pois, atipicamente,
um poder pode exercer a função designada ao outro. A própria expressão “separação de poderes” é
bastante criticada pela doutrina, embora conste no texto constitucional a palavra “poderes” (art. 2º).

Note-se que, na verdade, o Poder do Estado é uno, indivisível, manifestando-se através de diferentes
órgãos. Dessa sorte, o que se divide são as funções do Estado (e não o poder) em três órgãos distintos. É
uma mera divisão orgânica do poder – o poder do povo. Tais órgãos têm diversas formas de expressão, tais

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como a criação de leis, a solução de conflitos ao se estabelecer o direito no caso concreto e a


administração do país.

Destarte, cada órgão estatal exerce funções típicas e atípicas. Esse modelo de “separação flexível de
poderes” é o adotado pelo atual texto constitucional brasileiro, de maneira que as funções do Estado não
são exercidas exclusivamente por um órgão, pois, atipicamente, quando expressamente autorizado a fazê-
lo, um órgão exerce a função que é típica do outro. Assim, o Executivo administra, mas, atipicamente,
legisla; o Legislativo legisla, mas, atipicamente, administra e julga; o Judiciário julga, mas, atipicamente,
administra e legisla.

O Legislativo, por exemplo, além de função normativa, exerce a função jurisdicional quando o Senado
Federal julga o Presidente da República por crime de responsabilidade (artigo 52, I, da CF). Exerce a função
administrativa quando executa seus serviços internos (artigo 51, IV e 52,XIII, da CF).

O Judiciário, atipicamente, legisla quando, por exemplo, cria o seu regimento interno (artigo 96, I, da CF), e
administra, quando organiza os seus serviços (artigo 96, II, da CF).

O Executivo legisla quando o Presidente edita medidas provisórias (artigo 62 da CF), decretos autônomos
(artigo 84, VI, da CF) ou publica lei delegada (artigo 68 da CF). Quanto à função jurisdicional, a questão é
controvertida. Alguns autores defendem que o Executivo exerce jurisdição quando da análise de processos
administrativos. Outros autores, dentre os quais José dos Santos Carvalho Filho (2015, p. 3), afirmam que o
sistema constitucional brasileiro não conferiu ao Executivo a função jurisdicional, já que decisões
administrativas não fazem coisa julgada, dado o fato de o Brasil não adotar o contencioso administrativo.

Como se vê, não se adota na Constituição uma teoria de separação rígida entre os poderes, mas uma
concepção de atuação harmoniosa, embora independente. Tal entendimento deu origem à teoria do
sistema de freios e contrapesos (checks and balances), que visa a garantir o equilíbrio e a harmonia entre o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário, por meio do estabelecimento do controle recíproco, isto é, na
possibilidade de que um exerça, atipicamente, nos casos autorizados pela Lei Maior, a função do outro.

É bom esclarecer que o princípio da separação dos poderes é cláusula pétrea (art. 60, § 4°) e, por isso, não
poderá ser abolido da Constituição nem por emenda. Flexibilizar o exercício das três funções básicas do
Estado não permite que um órgão interfira nas atividades do outro sempre que quiser, pois tal
interferência só se dá nos casos expressamente estabelecidos na Constituição, caso contrário, configuraria
ofensa à cláusula pétrea da separação dos poderes.

Conclusão: não há no Estado brasileiro uma rigorosa separação de poderes; o que se divide
são as funções do Estado e também não de forma exclusiva.

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(NC-UFPR/UEGA /Advogado Júnior) "A tradicional noção de ‘separação de poderes’ caracteriza-se


pela técnica de distribuição de funções do poder político entre órgãos distintos e independentes,
evitando excessos, por meio de um sistema de freios e contrapesos". (BITENCOURT, Marcos
Vinícius Corrêa. Curso de Direito Constitucional. Belo Horizonte: Fórum, 2007).

A respeito do assunto tratado no trecho acima, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Os três poderes da República brasileira equivalem a três estruturas orgânicas independentes:


Executivo, Legislativo e Judiciário.

B) No Brasil, a Constituição adotou o sistema de jurisdição única (ou una) como meio de controle do
exercício da função administrativa.

C) O Poder Judiciário exerce como função atípica a função administrativa, e o Poder Executivo exerce
como função atípica a legislativa.

D) O Poder Executivo realiza atipicamente a função judicial em casos como o julgamento de


processos administrativos, assim como o Poder Legislativo exerce atipicamente essa função quando
realiza Comissões Parlamentares de Inquérito.

E) Os municípios, no Brasil, não contemplam em sua estrutura a existência de órgãos judiciais, que se
restringem à União Federal e aos Estados membros e ao Distrito Federal.

Comentários:

Gabarito: D.

A função jurisdicional não é exercida pelo Executivo. Ademais, a CPI não julga, tão somente investiga.
A atividade de uma CPI é fiscalizatória e assim constitui função típica do Legislativo. A letra D é
errada.

Quanto à alternativa A, Executivo, Legislativo e Judiciário são três estruturas orgânicas


independentes de um mesmo poder: o poder do povo. Na alternativa B, a banca aborda a teoria de
que não há coisa julgada administrativa. Na C, a teoria de funções típica e atípica. Na E, a organização
do Judiciário, que contempla a União e os Estados. Municípios só possuem Executivo e Legislativo.

OBJETIVOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


Os objetivos da República Federativa do Brasil elencados no artigo 3º da Constituição Federal fazem parte
de rol apenas exemplificativo, porque, por certo, o Estado tem outros desígnios. Todavia, é importante
que o(a) leitor(a) memorize cada objetivo enumerado, dada a grande quantidade de questões de prova
sobre o assunto.

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Os objetivos são normas constitucionais programáticas, metas que o Estado brasileiro pretende alcançar.
Constituem prestações positivas que obrigam o Estado a desenvolver políticas públicas que promovam a
igualdade entre os seres humanos.

Vale dizer que, embora tenham conteúdo programático, os objetivos são dotados de valor normativo e
são utilizados como parâmetros de controle de constitucionalidade.

Passemos a analisá-los:

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Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

• Busca-se a promoção do Estado de bem estar social, o bem-comum. Tem-se aqui


insculpido o princípio da solidariedade, já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal
em mais de uma situação. Em especial, merece destaque a decisão proferida no RE
450.855 AgR, em que se reconheceu que o sistema público de previdência está
pautado no princípio da solidariedade, motivo por que os inativos também devem
contribuir para com o regime geral.

Garantir o desenvolvimento nacional;

• As políticas públicas que objetivem o desenvolvimento nacional, de acordo com o


Supremo Tribunal Federal, não podem provocar o desequilíbrio ambiental; antes, o
desenvolvimento deve ser sustentável (ADI 3.540). De igual modo, os entes federativos
não podem, a pretexto de diversificar o potencial econômico-cultural de seu território,
hostilizar as populações indígenas (Pet 3388).

Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades


sociais e regionais;

• Busca-se aqui a implementação da igualdade material por meio de prestações positivas


e de ações afirmativas do Estado. O Supremo Tribunal Federal já reconheceu a
constitucionalidade de alíquota regionalizada de IPI incidente sobre açúcar, como
forma de concessão de incentivo fiscal, a fim de reduzir desigualdades regionais e de
desenvolvimento nacional (AI 630.997 AgR).

Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,


sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

• O objetivo está relacionado à dignidade da pessoa humana, ao pluralismo político e ao


princípio da isonomia. Foi com base nesse objetivo que o Supremo Tribunal Federal
deu interpretação conforme a Constituição ao artigo 58 da Lei 6.015/1973, para
assegurar aos transgêneros, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou
da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, o direito à alteração de
prenome e gênero diretamente no registro civil. Considerou desnecessário qualquer
requisito atinente à maioridade, ou outros que limitem a adequada e integral proteção
da identidade de gênero autopercebida. O procedimento deve ser célere, gratuito
(conforme o possível), confidencial e sem a obrigatoriedade de comprovar requisitos
tais como certificações médicas ou psicológicas. Não é necessário acionar o Judiciário
(ADI 4.275).
• De igual modo, foi dada interpretação conforme a Constituição ao artigo 1.723 do
Código Civil, para reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo (ADI
4.277).

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PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS


O artigo 4º da Constituição Federal enumera os princípios que devem nortear as relações do Brasil com os
outros países. São eles:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Independência nacional, autodeterminação dos povos e não-intervenção estão consubstanciados no


fundamento soberania. Assim, o Brasil tem total condição de se autogerir, de forma a definir as suas
próprias leis, costumes, tradições, cultura, religiosidade e economia. O Estado brasileiro não tem relação
de subordinação com nenhum outro Estado soberano, de maneira que não serão admitidas ingerências
externas no país. Igualmente, o Brasil reconhece a autodeterminação de outros povos, razão por que
também não poderá interferir em sua soberania.

A prevalência dos direitos humanos permeia as ações do Estado brasileiro no plano internacional e se
origina do fundamento dignidade da pessoa humana. Em casos excepcionais, a prevalência dos diretos
humanos possibilita uma possível intervenção na soberania de outro Estado, a fim de resguardar a
condição humana.

Igualdade entre os Estados, defesa da paz e solução pacífica dos conflitos também são princípios
correlatos. A igualdade que se quis assegurar foi a formal, sobretudo jurídica. Está associada à ideia de
reciprocidade entre os países, visto que no plano econômico, constata-se a desigualdade.

A defesa da paz prima pela solução desarmada de possíveis conflitos internacionais, buscando-se acordos e
debates diplomáticos.

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O repúdio ao terrorismo e o racismo tem o propósito de resguardar a condição humana do indivíduo, já


que são crimes contra a humanidade. O terrorismo está associado a ação de grupos que agem à margem
da lei e utilizam condutas vis para a persecução de seus objetivos. O racismo diz respeito a tratamento
discriminatório, que restringe direitos e não respeita a condição de ser humano de alguém.

Por fim, tem-se a concessão de asilo político ao estrangeiro que esteja sendo perseguido em seu país (ou
em terceiro) por crime político ou de opinião.

A concessão de asilo político a estrangeiro é ato de soberania estatal, discricionário, da competência do


Presidente da República (Extradição nº 524/DF). Note que o Brasil não está obrigado a conceder asilo
político, uma vez que cada caso será analisado e, de acordo com a conveniência e oportunidade da
situação, o governo tomará a melhor decisão.

Asilo político é espécie de princípio fundamental. Não se trata de direito fundamental, motivo pelo qual o
estrangeiro não poderá arguir direito líquido e certo ao asilo, ainda que mediante perseguição política em
seu país.

➢ A condição jurídica de asilado político não suprime, só por si, a possibilidade de o Estado
brasileiro conceder, presentes e satisfeitas as condições constitucionais e legais que a
autorizam, a extradição de estrangeiro, desde que o pedido de extradição não seja por
crime político e nem de opinião (Extradição 524).
➢ A soberania nacional funda-se no princípio da independência nacional, efetivada pelo
presidente da República. No campo da soberania, relativamente à extradição, é assente
que o ato de entrega do extraditando é exclusivo, da competência indeclinável do
presidente da República (Extradição 11.243).
➢ O assentimento do acusado com a extradição não dispensa, dada a prevalência dos
direitos humanos, o exame dos requisitos legais para o deferimento do pleito pelo STF
(Extradição 1.195).
➢ As distinções entre os homens por restrições ou preferências oriundas de raça, cor,
credo, descendência ou origem nacional ou étnica, inspiradas na pretensa superioridade
de um povo sobre outro, de que são exemplos a xenofobia, "negrofobia",
"islamafobia" e o antissemitismo são formas de racismo. (HC 82.424).
➢ O Supremo Tribunal, no HC nº 87.587 e no RE 466.343, atribuiu ao Pacto de San José da
Costa Rica o status de norma supralegal. Tal decisão se baseou na teoria de que os
tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo Congresso Nacional por
meio de procedimento simples, são incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro
com hierarquia supralegal. A partir desses julgados, a prisão civil do depositário infiel,
sob qualquer modalidade de depósito, ficou vedada (Súmula vinculante 25).

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TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
É muito comum a utilização das expressões “direitos humanos” e “direitos fundamentais” como sinônimas.
Porém, embora haja relação entre os termos, há diferenças conceituais significativas. A primeira diz
respeito a direitos positivados no plano internacional. A segunda, mais abrangente (contempla direitos
humanos e direitos extensíveis a pessoas jurídicas), diz respeito a um determinado ordenamento
jurídico, ao plano do direito interno, aos direitos positivados na Constituição.

A expressão direitos humanos, inspirada em bases jusnaturalistas, de natureza universalista, retrata as


condições inerentes ao ser humano. De origem essencialmente filosófica decorrente do Direito Natural,
não encontra respaldo numa ordem jurídica particular, mas em documentos de direito internacional.

Surgida na França, a expressão "direitos fundamentais" materializa os direitos humanos que foram
consagrados e positivados num determinado ordenamento jurídico, na Constituição de algum País. Seu
conteúdo tem vinculação com a soberania e a cultura de um povo, de forma que nem tudo que é
considerado direito fundamental em um Estado será também em outro. São direitos escritos em textos
normativos de um Estado (Constituição e leis) e estão relacionados às pessoas.

Com efeito, direitos humanos são extensíveis a qualquer indivíduo e não se sujeitam a ordens jurídicas
internas, pois têm como titular o homem, universalmente considerado, sem limitação geográfica. São
extraídos de tratados e convenções internacionais. Já os direitos fundamentais são aqueles positivados em
determinado ordenamento jurídico, razão por que têm como titulares principais os nacionais. Os direitos
fundamentais são encontrados essencialmente na Constituição do Estado.

Os direitos humanos e os direitos fundamentais têm o propósito de assegurar a dignidade da pessoa


humana e os direitos de liberdade e de igualdade, embora positivados em planos distintos (plano
internacional e plano externo).

No Brasil, a grande maioria dos direitos fundamentais é encontrada no título II da Constituição Federal. Diz-
se grande maioria, porque há direitos fundamentais espalhados na Constituição, embora se note um título
destinado a tratar do assunto. A referência constitucional a direitos humanos contida no artigo 5º,
parágrafo 3º, da Constituição Federal, diz respeito a tratados internacionais a respeito do tema, que
poderão ser recepcionados no País com valor de norma constitucional, desde que sejam aprovados pelo
Congresso Nacional por meio do mesmo processo rigoroso destinado à criação de emendas
constitucionais.

(2019/FCC/AFAP/Advogado) Considere o seguinte excerto da obra doutrinária ao final identificada:

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“Outra característica associada aos direitos fundamentais diz com o fato de estarem consagrados em
preceitos da ordem jurídica. Essa característica serve de traço divisor entre as expressões direitos
fundamentais e direitos humanos.

A expressão direitos humanos, ou direitos do homem, é reservada para aquelas reivindicações de


perene respeito a certas posições essenciais ao homem. São direitos postulados em bases
jusnaturalistas, contam índole filosófica e não possuem como característica básica a positivação
numa ordem jurídica particular.

A expressão direitos humanos, ainda, e até por conta da sua vocação universalista, supranacional, é
empregada para designar pretensões de respeito à pessoa humana, inseridas em documentos de
direito internacional.

Já a locução direitos fundamentais é reservada aos direitos relacionados com posições básicas das
pessoas, inscritos em diplomas normativos de cada Estado. São direitos que vigem numa ordem
jurídica concreta, sendo, por isso, garantidos e limitados no espaço e no tempo, pois são assegurados
na medida em que cada Estado os consagra.”(MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo
Gonet. Curso de Direito Constitucional, 13.ed., São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 147)

Com base no texto transcrito,

A) não há como distinguir doutrinariamente as expressões direitos fundamentais e direitos humanos,


dada a vocação universalista da proteção da pessoa humana, reconhecida nos documentos do direito
internacional.

B) a expressão direitos humanos possui natureza universalista, oriunda de uma concepção filosófica
derivada do Direito Natural.

C) a expressão direitos humanos diz respeito ao direito positivado por cada Estado soberano e, por
essa razão, se afasta das concepções jusnaturalistas.

D) a expressão direitos humanos, dado o caráter nacional da positivação jurídica, não constitui objeto
do Direito Internacional Público.

E) por se tratar de concepção filosófica jusnaturalista, não limitada ao tempo e ao espaço, os direitos
fundamentais não possuem conteúdo jurídico.

Comentários:

Gabarito: B

A alternativa A está errada, porque há algumas diferenças entre direitos humanos e direitos
fundamentais, sendo algumas delas as seguintes: direitos humanos dizem respeito a direitos do
homem, sem restrição geográfica, estão contidos em tratados internacionais e são universalistas.
Direitos fundamentais dizem respeito a um determinado ordenamento jurídico, estão contidos na
Constituição e nas leis e são extensíveis a pessoas físicas e jurídicas. Essa mesma argumentação
justifica que a alternativa B é correta e as demais estão erradas.

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2 - ORIGEM
Os primeiros direitos fundamentais surgiram da necessidade de limitar a atuação do Estado em face dos
indivíduos, para que estes não continuassem a sofrer a ingerência abusiva do Poder Público e de suas
autoridades constituídas. Trata-se de direitos negativos, que restringem a atuação estatal e impõem um
dever de abstenção em favor das liberdades individuais, de forma a assegurar a autodeterminação
individual. Esses direitos nasceram da Declaração dos Direitos do Homem (1789) e das declarações de
direitos dos Estados Americanos (Virginia Bill of Rights – 1776).

Num segundo momento, já no século XX, com o surgimento da 2ª geração dos direitos fundamentais,
novos direitos emergiram, agora como direitos de prestação e não mais como direitos de resistência. O
Estado passou a ser obrigado também a ter ações comissivas que pudessem proporcionar a igualdade
material e o bem-estar social.

As duas fases citadas coincidem com a primeira e com a segunda geração de direitos fundamentais.
Conclui-se, então, que os direitos fundamentais são frutos de liberdades positivas e de liberdades
negativas.

Vale dizer que há na doutrina autores que apontam ser a Magna Carta inglesa a precursora dos direitos
fundamentais. Todavia, sobre o assunto não há consenso, já que os direitos nesse documento contidos não
visavam à proteção da esfera individual de liberdades, mas apenas garantir o poder político aos barões a
partir da limitação dos poderes do monarca.

(2019/CESPE/CEBRASPE/Prefeitura de Campo Grande – MS/Procurador Municipal) Acerca dos


direitos e das garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue o item a
seguir.

Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria
personalidade, correspondem às chamadas liberdades negativas; os direitos sociais, por sua vez,
constituem as chamadas liberdades positivas, de observância obrigatória em um estado social de
direito para a concretização de um ideal de vida digna na sociedade.

Comentários:

Gabarito: Certo.

Os direitos negativos são aqueles que limitam uma atuação estatal em face das liberdades
individuais. Os direitos positivos, por sua vez, impõem um dever de agir ao Estado, a fim de assegurar
a dignidade da pessoa humana e a igualdade material.

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3 - OS QUATRO STATUS DE JELLINEK


Os direitos fundamentais, conforme características comuns, momento histórico do surgimento ou a partir
da relação do indivíduo com o Estado, podem ser classificados de diferentes maneiras. A classificação mais
comum é em gerações (ou dimensões), como estudaremos adiante.

Outra possibilidade de classificação foi desenvolvida por Georg Jellinek, no século XIX, levando-se em
consideração a natureza dos direitos fundamentais e como estes norteiam a relação do Estado com o
indivíduo.

Com efeito, os direitos fundamentais são elementos limitativos da Constituição, de maneira que ora
obrigam um fazer ao Estado e ora um não agir em face dos indivíduos; ora uma subordinação aos
indivíduos, ora uma participação na formação da vontade estatal.

A evolução histórica dos direitos fundamentais passa por quatro fases: na primeira, o indivíduo
deixa de ser objeto para ser sujeito de deveres perante o Estado. Na segunda, o indivíduo passa
a exigir bens e prestações de serviços. Na terceira, obtém uma participação ativa dentro do
Estado. Na quarta, o indivíduo se torna cidadão, sujeito do próprio poder político.

Conforme a posição assumida pelo Estado em relação aos indivíduos, segundo o professor alemão George
Jellinek, os direitos fundamentais podem ser classificados em quatro status: status passivo; status
negativo; status positivo e status ativo.

No status passivo (ou status subjectionis), o indivíduo assume uma posição de subordinação ao Estado, de
titular de deveres em relação Poder Público. A obrigação genérica de pagar impostos, por exemplo, ilustra
essa relação de submissão individual dos membros de uma comunidade aos deveres ou proibições estatais.

Por outro lado, em contrapartida, nessa relação do Estado com o indivíduo, há o status negativo (status
libertatis), que assegura ao indivíduo o direito de resistir às imposições e intervenções indevidamente
impostas pelo Poder Público.

Mantendo o exemplo anteriormente dado (a obrigação de pagar impostos), embora possa o Estado exigir o
pagamento de tributos, o indivíduo está amparado pelas limitações ao poder de tributar, que no caso
brasileiro, estão contidas no artigo 150 da Constituição Federal. A cada membro da sociedade é dado o
direito de se opor a pagar tributos sem lei que o estabeleça ou no mesmo exercício financeiro da lei que o
instituiu, dentre outras proteções.

Nota-se, assim, que o status passivo e o status negativo interagem entre si e compõem as obrigações
recíprocas de Estado e indivíduo, de maneira que fica o Estado proibido de agir, quando diante dos direitos
de resistência, e fica o indivíduo limitado, proibido de oferecer resistência, quando não tiver o direito
fundamental assegurado.

No status passivo encontram-se os deveres individuais (pagar impostos, cumprir as leis, zelar pelo
patrimônio público). No status negativo, os direitos e garantias individuais (liberdade de crença, liberdade
de locomoção, vedação à pena de morte).

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O indivíduo, além de exigir uma abstenção do Estado, para que possa usufruir de sua autodeterminação
(status negativo), tem também o direito de exigir uma fazer concreto do Poder Público, de requerer uma
atuação positiva em seu favor, de modo que o Estado lhe ofereça bens e serviços. Nesse caso, estamos
diante do status positivo.

No status positivo (status civitatis), o cidadão tem o direito de exigir do Estado prestações materiais, para
que possa alcançar os postulados constitucionais. Como exemplo, no Brasil, podemos citar o direito à
educação. Não é suficiente assegurar que educação é direito de todos, é necessário que o Estado
desenvolva ações concretas que possibilitem o acesso à cultura e ao letramento, pois se não assim, os mais
pobres não conseguirão ter acesso ao direito. Nesse caso, o indivíduo tem a prerrogativa de exigir que o
Estado haja em seu favor, ainda que para tal tenha que levar o caso ao Judiciário.

Por fim, há o status ativo, em que o indivíduo participa das decisões políticas, especialmente por meio do
voto. Trata-se do exercício de direitos políticos, da competência que o cidadão tem de influir sobre a
formação da vontade do Estado.

Os quatro status de Georg Jellinek


Status passivo O indivíduo é titular de deveres individuais. Está subordinado ao Estado.
Status negativo O indivíduo tem autodeterminação. É titular de direitos individuais, direitos
de resistência, que impedem um fazer do Estado.
Status positivo O indivíduo exige do Estado um agir que lhe proporcione bens e serviços.
Status ativo O indivíduo exerce direitos políticos. Participa da formação do Estado por
meio do voto.

(TRT 23ª Região/Juiz Substituto do Trabalho) O grande publicista alemão Georg Jellinek, na sua
obra "Sistema dos Direitos Subjetivos Públicos" (Syzstem der subjetktiv öffentlichen), formulou
concepção original, muito citada pela doutrina brasileira no estudo da teoria dos direitos
fundamentais, segundo a qual o individuo, como vinculado a determinado Estado, encontra sua
posição relativamente a este cunhada por quatro espécies de situações jurídicas (status), seja como
sujeito de deveres, seja como titular de direitos. Assinale qual das altemativas abaixo contém um
item que NÃO corresponde a um dos quatro status da teoria de Jellinek:

A) status passivo (status subjectionis).

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B) status negativus.

C) status civitatis.

D) status socialis.

E) status activus.

Comentários:

Gabarito: D

Os quatro status são: status passivo; status negativo; status positivo e status ativo.

4 - CLASSIFICAÇÃO TRIALISTA
A teoria dos quatro status de Jellinek é a base de outras classificações de direitos fundamentais, dentre as
quais se destaca a classificação trialista. Essa classificação é considerada pela doutrina como a mais
completa, eis que permite a identificação do conteúdo nuclear de cada espécie de direito.

A classificação trialista busca base em três dos quatro status de Georg Jellinek: o negativo, o positivo e o
ativo. O passivo ficou de lado, porque não aponta direitos, mas sim deveres dos indivíduos, decorrentes de
sua subordinação ao Estado. Assim, há os direitos de defesa, os direitos a prestações e os direitos de
participação.

Os direitos de defesa, também conhecidos como direitos de resistência, ou direitos negativos, impõem ao
Estado o dever de abstenção, de inércia, de modo a não ferir a autodeterminação de cada indivíduo. O
grande propósito é a preservação de direitos fundamentais por meio de um não fazer por parte do Estado.
Dito de outra forma, os direitos de defesa são caracterizados pela limitação ao poder estatal, para que
não haja intromissão nas liberdades individuais. Não cabe ao Estado embaraçar as ações dos particulares,
nem afetar as características físicas dos indivíduos e nem as situações da vida. O Poder Público não pode
intervir em bens que já estão juridicamente protegidos.

Os direitos a prestações, por outro lado, obrigam um agir concreto por parte do Estado, tanto para
proteger bens jurídicos em face de terceiros, quanto para garantir as condições necessárias à fruição
desses bens. Cabe ao Poder Público amparar os hipossuficientes, de modo que é seu dever oferecer bens e
serviços aos que não têm condição de adquiri-los sozinhos (alimentação, moradia, saúde), bem como
elaborar normas jurídicas que tutelem interesses de particulares, quando a relação é desequilibrada, como
é o caso da relação patrão e empregado (legislação trabalhista).

Os direitos de participação elevam o indivíduo à condição de cidadão, por meio do exercício dos direitos
políticos, sobretudo o direito de votar. Nota-se que os direitos políticos têm dupla dimensão: uma
negativa, que exige a abstenção do Poder Público, para não interferir na liberdade de escolha do povo, e
uma positiva, que exige a realização de eleições periódicas e de outros mecanismos de participação direta,
como o plebiscito e o referendo.

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Direitos de defesa Direitos a prestações Direitos de participação


Abstenção do Estado Atuação do Estado Abstenção e ação do Estado

(Status negativo) (Status positivo) (Status ativo)


Direitos individuais Direitos sociais Direitos políticos

Observe que a classificação trialista não aborda direitos coletivos e nem difusos, tais como
democracia, pluralismo político, meio ambiente equilibrado, dentre outros.

5 - CLASSIFICAÇÃO EM DIMENSÕES/GERAÇÕES
De acordo com o momento histórico de surgimento, os direitos fundamentais podem ser classificados em
gerações (ou dimensões). É sabido que os direitos fundamentais não nasceram todos de uma vez e nem de
uma vez por todas. Conforme a necessidade dos povos e de acordo com as alterações nos ordenamentos
jurídicos, novos direitos vão surgindo e com eles também novas gerações.

Vale dizer que o surgimento de uma geração nova não exclui a anterior, de maneira que vão apenas se
acumulando. Daí parte da doutrina optar pela palavra dimensão. Interessante também é perceber que a
conotação de um direito fundamental pode ser transformada em razão do surgimento de nova geração e
da percepção de nova realidade fática. É o caso, por exemplo, do direito de propriedade, pertencente à
primeira dimensão de direitos fundamentais. De início, o propósito foi o de garantir a propriedade privada,
mas com o surgimento da segunda geração, foi flexibilizado pela necessidade de cumprimento de sua
função social. A partir da terceira geração, a propriedade também precisa respeitar o equilíbrio ambiental.

A classificação mais admitida academicamente é a de Karel Vasak, que trabalha com a existência de três
gerações de direitos fundamentais. Essas gerações têm inspiração no lema da Revolução Francesa
(liberdade, igualdade e fraternidade). Vejamos:

Os direitos fundamentais de primeira geração são caracterizados pela defesa da liberdade. Surgiram ao
final do século XVIII e coincidem com o surgimento de constituições escritas. O contexto histórico de
surgimento foi notadamente o período das revoluções liberais (francesa e americana) e da passagem de
um Estado autoritário para um Estado de Direito. Daí falar-se em direitos negativos, em dever de
abstenção do Poder Público, a fim de resguardar as liberdades individuais e os direitos políticos. O
propósito da Constituição e das leis era o de assegurar igual liberdade a todos os indivíduos e uma
limitação para o Estado. Não havia preocupação com igualdade social. Nessa geração estão os direitos de
defesa dos indivíduos face ao Estado.

Os direitos fundamentais de segunda geração são relacionados à ideia de igualdade material e


contemplam os direitos sociais, culturais e econômicos. Surgiram no século XIX, mas só foram

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amplamente implementados por textos constitucionais já no século XX, após a passagem do Estado Liberal
(natureza individualista) para o Estado Social (igualdade entre os homens). O marco histórico foi a
Revolução Industrial Europeia, iniciada no século XIX.

Os direitos fundamentais de segunda geração são caracterizados por liberdades positivas e configuram
verdadeiros direitos de participação. Esses direitos impõem ao Estado o dever de agir, de realizar obras e
programas de governo que viabilizem acesso a direitos sociais e proteção aos desamparados.

Enquanto os direitos de primeira dimensão têm o propósito de proteger as liberdades públicas e de


impedir a intervenção do estado no âmbito da autonomia privada, os direitos de segunda dimensão
objetivam implementar a igualdade substantiva, a partir do intervencionismo estatal em favor do
hipossuficiente.

Por outro lado, os direitos de defesa têm mais efetividade que os direitos de participação, porque a
integralização destes depende de recursos orçamentários, muitas vezes confrontada pela reserva do
possível.

A terceira geração de direitos fundamentais está associada à fraternidade (ou solidariedade) entre os
povos. Marcada pela Segunda Guerra Mundial, mostra a necessidade de valorização da condição humana e
de atenuação das diferenças entre as nações desenvolvidas e as subdesenvolvidas.

Na terceira geração, são encontrados os direitos difusos, os direitos da humanidade, aqueles que
ultrapassam os interesses individuais. Geração marcada por direitos transindividuais, destinados à
proteção do ser humano em geral. Daí falar-se em fraternidade, pois o indivíduo deixa de se preocupar
apenas consigo mesmo e passa a pensar na humanidade.

São exemplos de direitos de terceira geração o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, a
defesa do consumidor, o patrimônio comum da humanidade, a paz, o progresso, o desenvolvimento, a
autodeterminação dos povos.

1) Nem todos os direitos de segunda geração são positivos. Sindicalização (artigo 8º) e greve
(artigo 9º) são direitos negativos, embora sociais.

2) Paulo Bonavides classifica “paz” como direito de quinta geração.

Além das três gerações/dimensões clássicas, descritas por Karel Vasak, parte da doutrina admite a
existência de outras gerações.

Os avanços genéticos e tecnológicos, conforme Norberto Bobbio, justificam o reconhecimento de direitos


de quarta dimensão.

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Direitos relacionados a reflexões sobre a vida e a morte impulsionam o debate sobre a ética na atividade
científica, de forma que manipulação genética, a biotecnologia e a bioengenharia devem ser alicerçados e
limitados pela Constituição. Assim sendo, busca-se a preservação da individualidade humana e da
diversidade do genoma, a partir da proibição de seu uso com fins não humanísticos.

O marco histórico dessa geração é a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos,
da UNESCO, que reconhece em seu artigo 1º o genoma humano como patrimônio da humanidade.

Por outro lado, Paulo Bonavides classifica os direitos de quarta geração como sendo aqueles decorrentes
de uma globalização política dos direitos fundamentais. Nessa toada, democracia, informação e
pluralismo político seriam direitos de quarta dimensão.

Bonavides ainda destaca a existência de uma quinta geração de direitos fundamentais em que se encaixa o
direito à paz, direito surgido da Declaração das Nações Unidas e da Declaração da Conferência de Teerã
sobre os Direitos Humanos.

Há divergências doutrinárias a respeito da quinta geração, pois alguns autores consideram em tal
dimensão os direitos relacionados à evolução da cibernética e de tecnologias, sobretudo a realidade virtual
e a Internet.

1ª geração LIBERDADE Direitos Negativos Exemplos: direitos individuais, direitos


civis, direitos políticos.
2ª geração IGUALDADE Direitos Positivos Exemplos: direitos sociais, direitos
culturais e direitos econômicos.

3ª geração FRATERNIDADE Direitos Difusos Exemplos: direito ao meio ambiente;


direito ao progresso; direito de
comunicação; direito ao patrimônio da
humanidade
4ª geração (------) Para Bonavides: Exemplos, segundo Bonavides:
direitos democracia, informação e pluralismo.
globalizados.
Exemplo, segundo Bobbio: manipulação
Para Bobbio: do patrimônio genético.
avanços genéticos e
tecnológicos.
5ª geração (------) Exemplo, segundo Bonavides: paz.

Outros autores: realidade virtual e


internet.

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(2018/IBFC/SEAP-MG) Os direitos fundamentais e sua evolução ao longo da história podem ser


divididos em gerações ou dimensões. Assinale a alternativa incorreta:

A) Primeira geração ou dimensão está ligada às liberdades negativas clássicas, que enfatizam o
princípio da liberdade, configurando os direitos civis e políticos. Surgiram nos finais do século XI e
representavam uma resposta do Estado liberal ao Absolutista

B) A Revolução Industrial foi o grande marco dos direitos de segunda geração, que se relacionam com
as liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio da igualdade material entre o ser
humano.

C) Os princípios da solidariedade ou fraternidade são características dos direitos de terceira geração


ou dimensão sendo atribuídos as formações sociais, que protegem os interesses de titularidade
coletiva ou difusa, não se destinando especificamente à proteção dos interesses individuais, de um
grupo ou de um determinado Estado, mostrando uma grande preocupação com as gerações
humanas, presentes e futuras

D) Os direitos fundamentais de quarta geração ou dimensão são decorrentes da evolução da


engenharia genética, relacionados à manipulação do patrimônio genético, processo que pode colocar
em risco a existência humana.

E) Alguns doutrinadores consideram a evolução da cibernética e de tecnologias tais como, realidade


virtual e a internet, direitos de quinta geração ou dimensão.

Comentário:

Gabarito: A

os direitos fundamentais de primeira dimensão têm origem no século XVIII. É isso mesmo. Só está
errada a assertiva por causa do século! No mais, as outras alternativas estão corretas, conforme
acabamos de estudar.

6 - DIMENSÕES OBJETIVA E SUBJETIVA


A aplicabilidade dos direitos fundamentais pode ser percebida em duas dimensões: subjetiva e objetiva.

A dimensão subjetiva é concebida sob a perspectiva do indivíduo, que detém direito previsto em uma
norma jurídica reguladora da relação Estado – indivíduo. Na dimensão subjetiva estão os direitos de defesa
(os direitos negativos) e os direitos de prestação (os direitos positivos).

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Por outro lado, a dimensão objetiva é concebida do ponto de vista da comunidade, como valores que esta
pretende seguir e que devem ser implementados pelo Estado. Na dimensão objetiva são encontrados os
direitos que regulam a atuação dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como norteiam a
relação entre particulares. Nessa perspectiva, os direitos fundamentais são valores básicos de conformação
do Estado Democrático de Direito.

A dimensão objetiva é também denominada eficácia irradiante dos direitos fundamentais, uma vez que
tais direitos são suficientes para orientação de como deverá o Estado proceder, seja na hora de governar
ou de legislar ou de julgar.

(2020/CONTEMAX/Prefeitura de Pedra Lavrada - PB/Procurador Jurídico) Os direitos fundamentais,


em seu desenvolvimento dentro da teoria constitucional, bem como permeando-se pelo
ordenamento jurídico brasileiro, se demonstra em alguns aspectos, algumas dimensões. Uma
dessas dimensões resulta do significado dos direitos fundamentais como princípios básicos da
ordem constitucional. Esses direitos são causa e condição do Estado de Direito democrático,
operando como limite do poder e como diretriz para a sua ação. São os tijolos que erguem as
constituições e instituições democráticas, servindo de norte para a ação de todos os poderes
constituídos. O elemento-chave dessa dimensão é que, aqui, os direitos fundamentais
transcendem a perspectiva da garantia de posições individuais, para alcançar a estatura de normas
que filtram os valores básicos da sociedade política, expandindo-os para todo o direito positivo,
como base do ordenamento jurídico do nosso Estado Democrático de Direito.

Com base nas informações acima, de qual dimensão dos direitos fundamentais estar-se-ia falando?

A) objetiva.

B) subjetiva.

C) ativa.

D) passiva.

E) jurisdicional.

Comentários:

Gabarito: A

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Os direitos fundamentais são a razão de ser do Estado Democrático de Direito, de modo que
transcendem a perspectiva do indivíduo para produzir eficácia em toda a ordem jurídica. Daí falar-se
em dimensão objetiva de direitos fundamentais.

(2018/FGV/AL-RO/Advogado) O juiz de direito, ao fundamentar uma decisão, afirmou que os


direitos fundamentais, além de criarem situações jurídicas favoráveis a pessoas em particular,
também estabelecem diretrizes para a atuação das estruturas estatais de poder.

O aspecto dos direitos fundamentais suscitado pelo juiz de direito é expressão

A) da concepção subjetiva dos direitos fundamentais.

B) da perspectiva objetiva dos direitos fundamentais.

C) da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

D) dos direitos de primeira dimensão.

E) do formalismo constitucional.

Comentário:

Gabarito: B

O aspecto dos direitos fundamentais abordado pelo magistrado é o de dimensão objetiva, porque
regula uma relação entre o Estado e os indivíduos.

7 - INCIDÊNCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


Os direitos fundamentais regulam não apenas a relação do Estado com o indivíduo, mas também a relação
entre os próprios indivíduos, de forma que são aplicáveis aos particulares.

Quando as normas definidoras de direitos fundamentais dispõem sobre as relações entre o Poder Público e
os particulares (pessoas naturais ou pessoas jurídicas de direito privado), ora mediante abstenções do
Estado, ora mediante prestações, tem-se a chamada eficácia vertical dos direitos fundamentais.

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Há ainda incidência dos direitos fundamentais nas relações privadas, não obstante existir certa divergência
doutrinária sobre o assunto, dada a garantia de autonomia de vontade. A projeção de direitos
fundamentais às relações nas quais os particulares (pessoas naturais ou jurídicas) se encontram em uma
hipotética condição de igualdade jurídica é denominada eficácia horizontal.

Considerando a aplicação dos direitos fundamentais às relações privadas, duas situações podem ser
vislumbradas: a) eficácia indireta (ou mediata); b) eficácia direta (ou imediata).

Na eficácia indireta, os direitos fundamentais exigem que o legislador se abstenha de criar lei que viole
direitos fundamentais e exigem que o mesmo legislador implemente os direitos fundamentais e indique
quais poderão ser aplicados aos particulares em suas relações. Essa concepção tem como ponto de partida
o reconhecimento de um direito geral de liberdade e não direitos subjetivos. A atuação do legislador é
primordial para que não se desconfigure o direito privado a partir de infringência da autonomia de
vontade. Esse modelo é adotado na Alemanha.

Na eficácia direta, os direitos fundamentais são aplicáveis às relações entre particulares,


independentemente da atuação do legislador ordinário, embora tal condição não seja absoluta e ainda que
se respeite a autonomia de vontade. Esse é o modelo adotado na Espanha, em Portugal e na Itália.

No Brasil, em algumas oportunidades, o Supremo Tribunal Federal já admitiu a eficácia horizontal dos
direitos fundamentais, inclusive a eficácia direta. Podemos citar como exemplo o RE 158.215-4, em que o
STF entendeu existir violação das garantias constitucionais de ampla defesa e devido processo legal na
exclusão de associado sem que este tenha o direito de se defender, por mera deliberação da assembleia.
Bastante ilustrativa também foi a decisão proferida no RE 161.243-6, em que se percebeu ofensa ao
princípio da isonomia no tratamento discriminatório dado a brasileiro, empregado de companhia aérea
francesa, em favor de empregado francês, ambos em condições idênticas de trabalho.

Há na doutrina ainda os que admitem a eficácia diagonal dos direitos fundamentais, quando se percebe
na relação contratual entre particulares uma desigualdade fática e/ou jurídica. São exemplos as relações
trabalhistas e as consumeristas.

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Eficácia vertical Eficácia horizontal Eficácia diagonal

Relação indivíduo (I) Relação indivíduo (I)


Relação Estado (E) e e indivíduo (I), em e indivíduo (I), em
indivíduo (I) condição de condição de
igualdade. desigualdade.

E I

I I

I I

(2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Considere as duas afirmações a seguir.

I Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da ampla defesa.


II Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à honra, sob
pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou moral.

As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a

A) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

B) eficácia externa dos direitos fundamentais.

C) eficácia diagonal dos direitos individuais.

D) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.

E) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

Comentários:

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Gabarito: D

No primeiro caso, há uma obrigação do Estado face ao indivíduo (eficácia vertical). No segundo caso,
há relação entre particulares (eficácia horizontal).

8 - CONFLITO ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS


Num caso concreto, é possível haver conflito entre direitos fundamentais. Tal conflito pode se dar por
concorrência ou por colisão.

A concorrência ocorre quando se percebe no comportamento de uma mesma pessoa, titular do direito, a
incidência cumulativa de dois ou mais direitos fundamentais que entram em choque, em razão da dúvida a
respeito dos limites de cada direito. É o caso, por exemplo, da concorrência entre liberdade de crença
religiosa e vida. Imaginemos um cidadão religioso, doente e necessitado de uma transfusão sanguínea. De
um lado, há a necessidade de fazer o tratamento médico, pois do contrário, a morte será certa. De outro
lado, há a crença segundo a qual o procedimento terapêutico levará a pessoa a perder a vida eterna.

A colisão de direitos acontece quando dois ou mais direitos entram em conflito, numa situação concreta,
porque dois ou mais titulares distintos querem, ao mesmo tempo, aplicá-los, independentemente de
serem direitos diferentes ou um mesmo direito visto por dois aspectos opostos (negativo ou positivo).
Acontece a colisão de direitos quando, por exemplo, um grupo de pessoas resolve fazer uma manifestação
numa rodovia de altíssimo fluxo, de modo a causar grande transtorno. De um lado há o direito de reunião e
de outro a liberdade de locomoção.

Os direitos fundamentais não são absolutos e, conforme a situação concreta, poderão ser relativizados.
Como não há hierarquia entre direitos fundamentais, não há falar em escolher um dos direitos para ser
integralmente aplicado ao ponto de aniquilar o outro.

Os conflitos entre direitos fundamentais devem ser resolvidos sempre por meio da interpretação do
caso, a partir de um juízo de ponderação dos bens jurídicos envolvidos, a fim de que um seja selecionado
e outro seja relativizado, evitando-se o sacrifício total de um deles.

Os critérios para a solução do conflito não são abstratos e devem ser encontrados a partir da análise do
caso, de modo que se numa situação “A” conflitou com “B” e “A” foi selecionado, noutra circunstância, o
direito selecionado poderá ser “B”.

Canotilho propõe, para a solução de conflito entre direitos fundamentais, a aplicação, sempre que possível,
do critério da especialidade (geral/especial). Se não possível, o da prevalência de direitos fundamentais
menos limitados.

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(2020/IPEFAE/Prefeitura de Águas da Prata – SP/Advogado) Leia o trecho da notícia veiculada pelo


UOL, publicada on-line em 26/04/2018:

“A Justiça de São Paulo autorizou, na última terçafeira, que a Santa Casa de São José do Rio Preto (SP)
realizasse uma transfusão de sangue em um bebê recém-nascido, internado no hospital. Os pais, fiéis
da religião Testemunha de Jeová, haviam negado o procedimento. [...] De acordo com os médicos do
hospital, a transfusão de sangue era indispensável para salvar sua vida. Ao serem consultados, os pais
da criança, Maria Eleni e Reizinaldo, negaram a operação. Em uma carta escrita e assinada por eles,
reconheceram o problema do filho, mas não liberaram o procedimento. [...] De acordo com o
processo judicial, o motivo da negativa seria a religião dos pais. ‘Ressalta que os genitores do menor
são seguidores da crença de Testemunha de Jeová e que tal crença não permite o procedimento
clínico indicado, posto que seus adeptos não admitem transfusão de sangue’, diz a liminar à qual o
UOL teve acesso.” Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-
noticias/redacao/2018/04/26/justica- autoriza-transfusao-de-sangue-em-bebe-de-pais-testemunha-
de-jeova.htm

Com base no trecho apresentado e considerando a teoria e a aplicação dos direitos fundamentais no
Brasil, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:

I - A autorização ou não para transfusão de sangue em bebê de pais testemunhas de Jeová é caso de
conflito entre direitos fundamentais de primeira geração, ou seja, de um lado se discute a liberdade
religiosa e, de outro, o direito à vida, sendo que este prevaleceu.

PORQUE

II - Segundo a decisão do Poder Judiciário paulista, o direito à vida foi tutelado em primeiro lugar pelo
Estado e não se revela um direito absoluto, ou seja, poderá sofrer relativizações quando aplicado,
além de servir de fundamento à aplicação dos demais direitos.

A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.

B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.

C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

D) As asserções I e II são proposições falsas.

Comentários:

Gabarito: A

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Os itens estão corretos e o II justifica o I, uma vez que as assertivas retratam conflito entre dois
direitos fundamentais (vida e liberdade de crença). Como não há hierarquia entre direitos
fundamentais e nenhum deles é absoluto, será preciso fazer a ponderação dos bens jurídicos
envolvidos, para que, no caso concreto, identifique-se a razoabilidade na situação.

9 - CARACTERÍSTICAS
A doutrina aponta várias características comuns de direitos fundamentais que os distinguem de outros
direitos. Dentre essas características, destacamos dez. Vejamos:

A) UNIVERSALIDADE: os direitos fundamentais são extensíveis aos indivíduos de um modo geral,


independentemente de nacionalidade, sexo, idade, etnia, credo ou convicção filosófica. Cabe deixar claro
que a universalidade não assegura a titularidade de TODOS os direitos fundamentais a TODOS os indivíduos
indistintamente. Há direitos fundamentais que são somente de nacionais; há outros só de estrangeiros. No
Brasil, como será melhor tratado adiante, brasileiros, estrangeiros (residentes ou não no País) e pessoas
jurídicas são titulares de direitos fundamentais.

B) LIMITABILIDADE (relatividade): os direitos fundamentais não têm caráter absoluto, podem ser
relativizados, desde que haja para isso razoabilidade. Um direito fundamental encontra limite em outros
direitos, eis que as liberdades públicas devem ser harmônicas, não havendo falar em direitos absolutos.
Numa situação concreta, um mesmo direito pode ser arguido por distintas pessoas, de maneira que o
direito de alguém sofrerá a relativização.

Vale dizer que, para Norberto Bobbio, há alguns direitos inegociáveis, direitos que não entram em conflito
com outros: direito de não ser escravizado (não há colisão com o direito de ter escravo); direito de não ser
torturado (não há colisão com o direito de torturar).

As restrições ao conteúdo de um direito fundamental buscam embasamento em requisitos formais e


materiais. Quando o Estado restringe direitos fundamentais também sofre restrição em sua atuação. Dessa
premissa, surgiu a denominada teoria do “limite dos limites”, de Karl August Batterman, segundo a qual
“as limitações aos direitos fundamentais, para serem legítimas, devem atender a um conjunto de
condições materiais e formais estabelecidas na Constituição, que são os limites dos limites dos direitos
fundamentais.”

O requisito formal é o que exige lei para a restrição de um direito. No caso brasileiro, a reserva legal é
extraída do princípio da legalidade (artigo 5º, II, da CF). Paralelamente, ao lado do requisito formal, é
preciso respeitar os requisitos materiais, quais sejam: princípio da irretroatividade, a proporcionalidade, a
abstração e a proteção ao núcleo essencial.

C) HISTORICIDADE: os direitos fundamentais já conhecidos e positivados na Constituição não integram rol


taxativo; antes, fazem parte de um conjunto aberto de normas, de forma que novos direitos podem surgir.
Igualmente, a interpretação dada a um direito fundamental pode, com o tempo, sofrer modificações, a
partir da realidade de uma comunidade.

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D) INALIENABILIDADE: os direitos fundamentais não podem ser negociados, vendidos, dados em


pagamento ou transferidos a outros, porque não possuem conteúdo patrimonial.

E) IMPRESCRITIBILIDADE: os direitos fundamentais não desaparecem pelo decurso de tempo, não perdem
a validade.

F) IRRENUNCIABILIDADE: ninguém pode renunciar definitivamente direito fundamental. Não se admite a


desistência ao núcleo substancial de um direito fundamental, ainda que de forma voluntária e consciente.

G) INVIOLABILIDADE: leis infraconstitucionais e atos de quaisquer autoridades públicas estão subordinados


aos direitos fundamentais.

H) EFETIVIDADE: os direitos fundamentais não dependem de regulamentação de lei infraconstitucional


para serem aplicados. Cabe ao Estado desenvolver, de pronto, obras e programas de ação que assegurem
aos indivíduos o imediato exercício desses direitos.

I) INTERDEPENDÊNCIA: os direitos e garantias fundamentais, para atingirem as suas finalidades, têm


pontos de intersecções. As garantias são assecuratórias dos direitos. É o caso da relação da liberdade de
locomoção e do habeas corpus, por exemplo.

J) COMPLEMENTARIEDADE: os direitos fundamentais não devem ser interpretados isoladamente, mas


como um todo, para que um complemente o outro e se cumpra o propósito do legislador constituinte.

(CESPE/CEBRASPE/TJ-SE/Analista – Direito) A historicidade, como característica dos direitos


fundamentais, proclama que seu conteúdo se modifica e se desenvolve de acordo com o lugar e o
tempo. Por isso, os direitos fundamentais podem surgir e se transformar.

Comentários:

Gabarito: Certo

Os direitos fundamentais não surgiram todos de uma vez e nem de uma vez por todas, de forma que,
com o passar do tempo, novos direitos poderão surgir, bem como novas interpretações poderão ser
feitas.

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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CRFB/88


O título II da Constituição Federal é destinado a tratar de “Direitos e Garantias Fundamentais”. A
assembleia constituinte, em 1988, positivou direitos humanos que seriam reconhecidos em nosso
ordenamento jurídico. Cabe dizer que o artigo 5º da CRFB/88 é praticamente uma repetição da Declaração
Universal dos Direitos do Homem.

Os direitos e garantias fundamentais são elementos limitativos da Constituição, pois regulam a ação
estatal, impondo ora obrigação de fazer, ora dever de inércia. São também cláusulas pétreas, razão por
que o núcleo essencial do direito não poderá ser abolido nem mesmo por emenda à Constituição (para
maiores detalhes sobre o assunto, consultar a aula 00, poder constituinte reformador).

1 - ORGANIZAÇÃO
No título II da Constituição Federal, que compreende os artigos de 5º a 17, estão enumerados os direitos e
garantias fundamentais. A assembleia constituinte classificou tais direitos em cinco distintas categorias, a
saber:

➢ Capítulo I: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (artigo 5º da CF);


➢ Capítulo II: Direitos Sociais (do artigo 6º ao 11 da CF);
➢ Capítulo III: Direitos de Nacionalidade (do artigo 12 ao 13 da CF);
➢ Capítulo IV: Direitos Políticos (do artigo 14 ao 16 da CF);
➢ Capítulo V: Partidos Políticos (artigo 17 da CF).

Observe que a Constituição Federal organizou o rol de direitos e garantias fundamentais por assunto e não
por origem histórica ou por finalidade. É importante, para fins de prova, guardar essa classificação.

No primeiro capítulo, Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, constam os direitos diretamente


relacionados à pessoa humana e à sua personalidade, não obstante alguns desses direitos possam ser
estendidos também às pessoas jurídicas. São direitos negativos, que exigem uma omissão do Estado, para
que os indivíduos usufruam das liberdades constitucionais. No caput do artigo 5º estão enumerados os
chamados direitos fundamentais básicos (vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade). Desses
direitos são extraídos todos os outros, como a liberdade de crença, o direito de informação, o direito de
reunião e a vedação à pena de morte. Há também deveres individuais (como exemplo o de que a
propriedade cumpra a sua função social) e deveres para o Estado (dever de efetivação dos direitos
fundamentais; dever de indenizar o condenado por erro judiciário). Quanto aos direitos coletivos, não há
no artigo 5º da CRFB/88 direitos coletivos. Há, na verdade, direitos individuais de expressão coletiva,
como o direito de reunião e o direito de associação.

No capítulo II, Direitos Sociais, constam as liberdades positivas que têm por objetivo a melhoria das
condições de vida dos hipossuficientes. Nos termos do artigo 6º da CF, são direitos sociais: a educação, a
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.

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Os Direitos de Nacionalidade integram o Capítulo III. Tais direitos definem, a partir de fixação de vínculos
político-jurídicos entre indivíduos e entre estes e o Estado, quem é o povo brasileiro.

No Capítulo IV, Direitos Políticos, constam as regras que disciplinam as formas de participação popular na
democracia brasileira. Há o regramento para o exercício da capacidade eleitoral ativa e da capacidade
eleitoral passiva.

Por fim, no Capítulo V, Partidos Políticos, há o direito a existência e participação em partidos políticos.

(2020/CPCON/Câmara de Cerro Corá – RN/ Procurador) A Constituição Federal de 1988, ao arrolar


os direitos fundamentais, classifica-os em cinco grupos distintos: direitos individuais e coletivos,
direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos e direitos relacionados à existência,
organização e participação em partidos políticos.

Comentário:

Gabarito: Certo.

Nos termos do título II da Constituição Federal, os direitos fundamentais foram agrupados em cinco
distintas categorias: individuais e coletivos; sociais; nacionalidade; políticos e partidos políticos.

2 - DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E DEVERES


No título “Direitos e Garantias Fundamentais”, o legislador apontou que existe diferença conceitual entre
as expressões. Os direitos fundamentais declaram os bens em si considerados. As garantias são
instrumentos de proteção dos direitos, são normas constitucionais assecuratórias. As garantias permitem
que o indivíduo exija do Estado o respeito aos seus direitos fundamentais.

Veja alguns exemplos:

a) a liberdade de locomoção (artigo 5º, XV, da CF) é um direito; o habeas corpus, uma garantia (artigo 5º,
LXVIII, da CF);

b) a vida é um direito (artigo 5º, caput); a vedação à pena de morte, uma garantia (artigo 5º, XLVII, da CF);

c) são garantias processuais: o devido processo legal; o contraditório e a ampla defesa; juiz natural; a
gratuidade de justiça para os reconhecidamente pobres.

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No título II da CF, além de direitos e garantias fundamentais, há também os deveres fundamentais, que
ora são direcionados ao Estado e ora aos indivíduos. O exercício da cidadania plena não apenas assegura a
titularidade de direitos, mas também de deveres. Em algumas situações, o exercício de um direito depende
de que outros tenham cumprido os seus deveres.

Direcionando o assunto ao Poder Público, é possível apontar como deveres do Estado os seguintes: a) o
Estado deve ser prestacionista, deve agir para possibilitar a efetivação de direitos fundamentais; b) o
Estado possui deveres perante os indivíduos, como o de indenizar aquele que ficar preso além do tempo
determinado na sentença, o de garantir a integridade física e moral do preso; c) dever de tipificar e
criminalizar determinadas condutas delitivas, como o racismo e a tortura.

Os cidadãos, por sua vez, têm o dever exercer seus direitos de modo solidário, levando-se em consideração
os interesses da sociedade. Podemos exemplificar com o respeito à função social da propriedade; com o
dever dos pais de manterem seus filhos na escola (artigo 205 da CF); com o cumprimento do serviço militar
obrigatório (artigo 143 da CF).

(2019/FAFIPA/CREA-PR/Agente/Advogado) O que diferencia os direitos fundamentais das


garantias fundamentais?

A) As garantias fundamentais são espécies de direitos fundamentais.

B) As garantias fundamentais e os direitos fundamentais são sinônimos.

C) Os direitos fundamentais são bens e vantagens prescritos na norma constitucional, enquanto as


garantias fundamentais são instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos
direitos fundamentais (preventivamente) ou prontamente os repara, caso violados.

D) As garantias fundamentais são bens e vantagens prescritos na norma constitucional, enquanto os


direitos fundamentais são instrumentos através dos quais se assegura o exercício das aludidas
garantias fundamentais.

E) As garantias fundamentais e os direitos fundamentais são antônimos.

Comentários:

Gabarito: C

Direitos e garantias fundamentais não são expressões sinônimas e nem complementares. Os direitos
são normas declaratórias e as garantias são normas assecuratórias dos direitos.

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(2019/NC-UFPR/Titular de serviços de notas e registro) “Os direitos fundamentais do homem, ao


receberem positivação no Direito Constitucional, passam a desfrutar de uma posição de relevo, no
que toca ao ordenamento jurídico interno. Mas a mera declaração ou reconhecimento de um
direito não é suficiente, não bastando para sua plena eficácia, porque se torna necessário tutelar
esse direito nas situações em que seja violado” (TAVARES, 2012). Levando em consideração a
posição do autor, assinale a alternativa correta.

A) Em seu texto, o autor está se referindo à necessidade de regulamentação infraconstitucional dos


direitos fundamentais como condição para a sua autoaplicabilidade.

B) Para o autor, direitos fundamentais, pela sua própria natureza, possuem eficácia contida,
diferentemente dos demais direitos considerados não fundamentais.

C) O autor defende que os chamados remédios constitucionais não são aptos à tutela de direitos
fundamentais nas situações em que sejam violados, razão pela qual é necessário que a legislação
processual crie ações específicas para além do que prevê a Constituição.

D) O autor está se referindo em seu texto fundamentalmente às chamadas “garantias


constitucionais”.

E) O autor está se referindo apenas aos direitos fundamentais de terceira geração, pois os direitos de
primeira e segunda geração não necessitam de mecanismos especiais de tutela.

Comentários:

Gabarito: D

A letra A está errada, porque uma das características dos direitos fundamentais é a efetividade,
segundo a qual tais direitos não dependem de regulamentação para serem aplicados.

Os direitos fundamentais têm aplicação imediata (artigo 5º, parágrafo 1º) e, em sua maioria, são
classificados como normas de eficácia plena, embora alguns tenham eficácia contida e outros,
eficácia limitada. Assim, a letra B está errada.

A letra C também está errada, porque os remédios constitucionais são garantias de direitos
fundamentais.

A letra D está correta. Há diferenças entre direitos e garantias fundamentais. Os direitos são normas
constitucionais declaratórias; as garantias, assecuratórias dos direitos.

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Por último, a letra E está errada, porque os direitos fundamentais, independentemente da geração,
necessitam de tutela constitucional e tais proteções, normalmente, são destinadas a direitos de
primeira e de segunda geração.

3 - ENUMERAÇÃO ABERTA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS


A Constituição Federal dispõe no artigo 5º, § 2º, que os direitos e garantias nela expressos não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

Depreende-se do dispositivo que a enumeração dos direitos fundamentais é aberta, não exaustiva, de
forma que há direitos e garantias fundamentais espalhados na Constituição Federal (e não só no título II),
nas leis infraconstitucionais e nos tratados internacionais.

Os direitos expressos na Lei Maior são apenas exemplificativos. Não há impedimento de que novos direitos
surjam, pois acompanham a evolução histórica do povo, têm pertinência com a realidade socioeconômica
e cultural da comunidade.

De igual modo, da interpretação dada a um direito fundamental, outros direitos e/ou princípios poderão
surgir. É o caso do princípio da proporcionalidade, ou do mínimo existencial, ou da reserva do possível,
dentre outros.

(2018/VUNESP/Câmara de Nova Odessa/Assessor Jurídico I) A Constituição Federal estabelece no


parágrafo 2° do art. 5° que “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte.”

A cláusula em questão

A) é inclusiva, porque permite o reconhecimento de direitos implicitamente positivados, os quais não


encontram referência direta no texto constitucional.

B) é taxativa, ao considerar como direitos fundamentais somente aqueles que o constituinte desde
logo assegurou a condição explícita de direitos fundamentais.

C) deixou de considerar os direitos dispersos ao longo do texto constitucional.

D) considera como acréscimo aos direitos fundamentais os expressamente enunciados nos tratados
internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil.

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E) leva em conta que determinada norma atributiva de um direito ou enunciadora de garantia não é,
também, uma norma de direito fundamental.

Comentário:

Gabarito: A

A questão trata da enumeração aberta dos direitos e garantias fundamentais, que podem ser
encontrados na Constituição, nas leis infraconstitucionais e nos tratados internacionais de que o
Brasil seja parte.

4 - APLICABILIDADE IMEDIATA

O artigo 5º, § 1º, da CRFB/88, define que “as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.”

A aplicabilidade imediata contida no dispositivo significa dizer que os direitos fundamentais não têm
conteúdo meramente programático, não têm dependência de lei infraconstitucional que os
regulamentem. Os direitos fundamentais são autoexecutáveis, porque inerentes à condição humana.

Agora, é preciso ter cuidado. A aplicabilidade imediata dos direitos não significa dizer que todos eles são
normas de eficácia plena ou contida. Há os que têm eficácia limitada e estão condicionados à
regulamentação infraconstitucional. É o caso, por exemplo, do artigo 5º, inciso XXXII, que traz a seguinte
afirmação: “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor” ou ainda artigo 6º, que lista
uma série de direitos sociais, sendo que a maioria tem conteúdo programático.

A aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais deve ser interpretada como um mandamento de
otimização, de modo que tais direitos devem ser implementados na maior medida possível, de acordo com
as possibilidades fáticas e jurídicas.

(2020/UFPR/Câmara de Curitiba - PR/Procurador Jurídico) [...] não se pode deduzir que todos os
direitos fundamentais possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora todos eles
estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferido pelo legislador constituinte.
(HACHEM, Daniel Wunder. Mandado de Injunção e Direitos Fundamentais, 2012.)

Sobre o tema, assinale a alternativa correta.

A) É compatível com a posição do autor inferir-se que, não obstante o reconhecimento do princípio
da aplicabilidade imediata das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais, há

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peculiaridades nas consequências jurídicas extraíveis de cada direito fundamental, haja vista
existirem distintos níveis de proteção.

B) É compatível com a posição do autor a recusa ao reconhecimento do princípio da aplicabilidade


imediata das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais no sistema constitucional
brasileiro.

C) O autor se refere particularmente à distinção existente entre direitos fundamentais políticos e


direitos fundamentais sociais, haja vista a mais ampla proteção constitucional aos primeiros, que não
estão limitados ao mínimo existencial.

D) O autor se refere particularmente à distinção entre os direitos fundamentais que consistem em


cláusulas pétreas e os direitos fundamentais que não estão protegidos por essa cláusula, sendo que a
maior proteção dada aos primeiros os torna imunes à incidência da reserva do possível.

E) O autor se refere particularmente à distinção entre os direitos fundamentais que estão expressos
na Constituição de 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo dos princípios por ela adotados,
haja vista o expresso regime diferenciado de proteção estabelecido em nível constitucional para
esses dois grupos de direitos.

Comentários:

Gabarito: A

Os direitos e garantias fundamentais são inerentes à condição humana, relacionados aos direitos de
personalidade, e não dependem da vontade do poder político para ter incidência imediata, segundo
se depreende d artigo 5º, § 1º, da CF/88. Entretanto, a efetividade dos direitos fundamentais não
pode ser confundida com sua aplicabilidade. Há direitos fundamentais que carecem de
regulamentação para que possam ser integralizados; há outros que dependem de políticas públicas
específicas que lhes desenvolva a completude. Assim, dentre direitos fundamentais, existem aqueles
cuja eficácia é limitada.

5 - DESTINAÇÃO
O caput do artigo 5º da Constituição Federal dispõe que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País” direitos
fundamentais. Nesses termos, quem seriam os destinatários dos direitos e garantias fundamentais? Apenas
brasileiros e estrangeiros que moram no Brasil? Por certo que não. Quando o legislador utilizou a
expressão “aos estrangeiros residentes no País”, não teve o propósito de restringir direitos fundamentais,
mas de exemplificar, de mostrar que não somente brasileiros são titulares de direitos, mas também aos
estrangeiros.

Como já visto nesta aula, os direitos fundamentais correspondem à positivação, num determinado
ordenamento jurídico, de direitos humanos. Ocorre que no caso brasileiro, assim como tem acontecido em

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outros países, pessoas jurídicas também são detentoras de direitos fundamentais. Há uma ampliação de
destinatários desses direitos.

Com efeito, brasileiros, estrangeiros (residentes ou não no Brasil) e pessoas jurídicas (de direito público
ou de direito privado) são destinatários de direitos fundamentais. Evidentemente, nem todos os direitos
fundamentais são exercidos por todas essas pessoas. Há aqueles que só se destinam a pessoas naturais
(liberdade de locomoção); outros apenas aos cidadãos (iniciativa popular, ação popular); outros só de
pessoas jurídicas (existência, criação e funcionamento de partidos políticos de associações); alguns de
pessoas naturais e de pessoas jurídicas (propriedade, legalidade, assistência jurídica gratuita); alguns
destinados também ao Estado (propriedade, honra, legalidade).

(2019/MPE-PR/MPE/ Promotor Substituto) Sobre direitos fundamentais, é correta a afirmação:

A) A caracterização de um direito como fundamental não é determinada apenas pela relevância do


bem jurídico tutelado por seus predicados intrínsecos, mas também pela relevância que é dada a
esse bem jurídico pelo constituinte, mediante atribuição da hierarquia correspondente (expressa ou
implicitamente) e do regime jurídico-constitucional assegurado às normas de direitos fundamentais.

B) O princípio da universalidade significa que todas as pessoas, pelo fato de serem pessoas, são
titulares dos direitos fundamentais consagrados na Constituição, sendo ilegítima qualquer distinção
entre nacionais e estrangeiros.

C) O desfrute dos direitos fundamentais por parte dos brasileiros depende da efetiva residência em
território brasileiro, pois a titularidade não depende exclusivamente do vínculo jurídico da
nacionalidade.

D) As pessoas jurídicas de direito público são titulares de direitos fundamentais apenas de cunho
processual (por exemplo, o contraditório e a ampla defesa), sendo incompatíveis com sua natureza
direitos de natureza estritamente material.

E) Por serem dotadas de eficácia plena e de aplicabilidade direta, as normas de direitos fundamentais
não estão sujeitas à regulamentação, sendo imunes à imposição de restrições e limitações.

Comentários:

Gabarito: A

Nem tudo que é considerado direito fundamental num País será também em outro. Depende da
escolha do legislador. Há ainda direitos fundamentais expressos na Constituição; há outros apenas
implícitos e aqueles que estão nas leis ou em tratados internacionais.

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B) Errado. A universalidade dos direitos fundamentais não assegura indistintamente tais direitos a
brasileiros e a estrangeiros. Por exemplo, estrangeiros não exercem direitos políticos no Brasil.

C) Errado. Nacionalidade não depende de residência no País, bem como a titularidade de direitos
fundamentais não é só de brasileiros.

D) Errado. Pessoas jurídicas também são titulares de direitos fundamentais de cunho material, como
o direito de propriedade, por exemplo.

E) Errado. Nem todos os direitos fundamentais têm eficácia plena, embora a aplicação desses direitos
seja imediata. O parágrafo 4º do artigo 5º da Constituição Federal estabelece que o “Brasil se
submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Tem-
se no dispositivo o acatamento de jurisdição internacional, o que flexibiliza a soberania do Brasil.

6 - TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL


Tribunal Penal Internacional é competente para julgar crimes contra a humanidade, genocídio, os crimes
de guerra e o crime de agressão de um Estado a outro.

A jurisdição do Tribunal Penal Internacional está submetida ao princípio da complementaridade, segundo


o qual a competência do Tribunal Internacional não se sobrepõe à competência dos tribunais com
jurisdição penal que integram o Estado soberano. Destarte, a atuação da Corte Internacional só se dará nos
casos de incapacidade do Estado soberano e em situações excepcionais.

O Brasil se submete ao Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma, assinado pelo Brasil em
07/02/2000, e aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo 112, de 06/06/2002.
Portanto, o Brasil fez adesão expressa ao ato internacional de criação da Corte Internacional.

7 - TRATADOS INTERNACIONAIS
Tratados internacionais, regra geral, são incorporados ao ordenamento brasileiro com hierarquia de leis.
Todavia, se o tratado internacional for sobre direitos humanos, dada a relevância da matéria, terá
hierarquia superior à da lei.

Nos termos do artigo 5º, parágrafo 3º, da Constituição Federal, se o tratado internacional for sobre direitos
humanos (somente direitos humanos!) e se for aprovado pelo Congresso Nacional por meio do mesmo
procedimento utilizado para aprovar PEC, isto é, votado em dois turnos em cada Casa do Congresso, com
quórum de 3/5, terá o valor de emenda constitucional.

Caso o tratado internacional seja sobre direitos humanos, mas tenha sido aprovado pelo Congresso por
meio de procedimento simples, segundo o Supremo Tribunal Federal, seu valor será o de norma
supralegal.

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No momento, já temos quatro tratados internacionais sobre direitos humanos com valor de emenda.
Todos já foram promulgados pelo Presidente da República. São eles:

1) Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em
Nova Iorque, em 30 de março de 2007. O tratado foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e
promulgado pelo Decreto nº 6.949/2009.

2) Protocolo adicional à Convenção da ONU sobre o Direito das Pessoas com Deficiência.

3) Tratado de Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto
Impresso, concluído no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), celebrado em
Marraqueche, em 28 de junho de 2013. O tratado foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 261/2015 e
promulgado pelo Decreto nº 9.522/2018.

4) Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas correlatas de


Intolerância, tratado no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), adotado em 05 de junho de
2013, na Guatemala. No Brasil, foi referendado pelo Congresso Nacional (Decreto Legislativo 1 de 2021) e
promulgado por Decreto Presidencial em 12/05/2021.

(2019/Instituto UniFil/Prefeitura de Sengés – PR/Procurador) Conforme disposto na Constituição


da República Federativa do Brasil de 1988 – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, analise
as assertivas e assinale a alternativa correta.

I. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em três turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.

II. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.

III. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

IV. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão.

A) Somente uma assertiva está correta.

B) Somente duas assertivas estão corretas.

C) Somente três assertivas estão corretas.

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D) Todas as assertivas estão corretas.

Comentários:

Gabarito: C

I. Errada. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

II. Certa. A assertiva trata da enumeração aberta dos direitos fundamentais contida no artigo 5º, § 2º,
da CF/88.

III. Certa. A assertiva dispõe sobre a efetividade dos direitos fundamentais, conforme artigo 5º, § 1º,
da CF/88.

IV. Certa. A sujeição do Brasil a Tribunal Penal Internacional está contida no artigo 5º, § 4º, da CF/88.

RESUMO
Princípios e regras compõem as normas jurídicas. Os princípios são abstratos e mais abrangentes que as
regras jurídicas, que são mandamentos absolutos.

Solução de conflitos

regra X regra princípio X princípio regra X princípio

Os conflitos entre regras


jurídicas são resolvidos a O conflito entre princípios Quando há conflito entre
partir da fixação de uma deve ser resolvido, no caso regras e princípios que estão
cláusula de exceção. concreto, conforme as no mesmo plano, prevalece a
circunstâncias fáticas e regra. Se estiverem em
Quando não é possível, por jurídicas, por meio da planos diferentes, a regra
meio da aplicação do critério ponderação dos bens será afastada quando
hierárquico ou do critério da jurídicos envolvidos. inconstitucional.
especialidade.

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1 - OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS COMPREENDEM:

• O Brasil adota a forma republicana de governo.


• As principais características republicanas são:
Formas de Governo eletividade, temporalidade, representatividade
República popular e responsabilidade.
Monarquia • A República, embora não tenha sido consagrada
expressamente como cláusula pétrea, é princípio
constitucional sensível.

• O Brasil adota o modelo federativo de Estado.


• As principais características federativas são: autonomia
Formas de Estado dos entes federativos; soberania do Estado Federal;
Unitário vedação à secessão; Constituição rígida; órgão
Federal representantes dos Estados-membros; órgão guardião
da Constituição.
• A forma federativa de Estado é cláusula pétrea.

• O regime político adotado no Brasil é o democrático.


Regimes Políticos
• A democracia é semidireta (participativa), de maneira
Autocracia que o povo elege representantes, mas preserva
Democracia mecanismos de participação direta, tais como o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.

• Soberania;
• Cidadania;
Fundamentos da República
• Dignidade da pessoa humana;
Federativa do Brasil
• Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
• Pluralismo político.

• Não há no Estado brasileiro uma rigorosa separação de


Poderes, o que se divide são as funções do Estado:
administrar, legislar e julgar.
Separação de Poderes • Executivo, Legislativo e Judiciário atuam de modo
independente, mas também harmônico, de modo que
atipicamente um Poder pode exercer a função que é
típica do outro.

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• São objetivos da República Federativa do Brasil:


• construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• garantir o desenvolvimento nacional;
Objetivos • erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
• promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

• independência nacional;
• prevalência dos direitos humanos;
• autodeterminação dos povos;
• não-intervenção;
• igualdade entre os Estados;
Princípios que regem as relações
internacionais do Brasil • defesa da paz;
• solução pacífica dos conflitos;
• repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
• concessão de asilo político.

2 - TEORIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


Há diferença entre direitos humanos e direitos fundamentais:

Direitos Previstos em tratados


internacionais
Inerentes de seres humanos
Humanos

Previstos na
Direitos Destinados a pessoas naturais e
Constituição e nas jurídicas
Fundamentais leis de um dado País.

Os direitos fundamentais surgiram de liberdades negativas (século XVIII) e de liberdades positivas (séculos
XIX e XX).

Segundo o professor alemão George Jellinek, os direitos fundamentais podem ser classificados em quatro
status: status passivo; status negativo; status positivo e status ativo:

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Os quatro status de Georg Jellinek

Status passivo Status negativo Status positivo Status ativo

O indivíduo tem
O indivíduo é titular autodeterminação. É O indivíduo exige do O indivíduo exerce
de deveres titular de direitos Estado um agir que direitos políticos.
individuais. Está individuais, direitos lhe proporcione Participa da
subordinado ao de resistência, que bens e serviços. formação do Estado
Estado impedem um fazer por meio do voto.
do Estado.

A partir da teoria de Jellinek, surgiu a classificação trialista dos direitos fundamentais: direitos de defesa
(status negativo), direitos de prestação (status positivo) e direitos de participação (status ativo).

Os direitos fundamentais também são classificados em gerações (dimensões):

1ª GERAÇÃO 2ª GERAÇÃO 3ª GERAÇÃO 4ª GERAÇÃO 5ª GERAÇÃO

Liberdade Igualdade Fraternidade


(XVIII) (XX/XXI) (XXI)
(XIX/XX) (XX)

Negativos Positivos Difusos --- ---

direito ao meio
Bonavides:
ambiente;
democracia, Bonavides: paz.
direitos direito ao
informação e Outros autores:
individuais, direitos sociais, progresso;
pluralismo. realidade
civis e direitos culturais e direito de
Bobbio: virtual e
políticos. econômicos comunicação;
manipulação internet.
direito ao
do patrimônio
patrimônio da
genético
humanidade.

A aplicabilidade dos direitos fundamentais pode ser percebida em duas dimensões: subjetiva e objetiva.

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A dimensão subjetiva é concebida sob a perspectiva do indivíduo e compreende os direitos de defesa (os
direitos negativos) e os direitos de prestação (os direitos positivos).

A dimensão objetiva (eficácia irradiante) é concebida do ponto de vista da comunidade e nela constam os
direitos que regulam a atuação dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e norteiam a relação entre
particulares.

Os direitos fundamentais têm incidência na relação entre os Estado e os indivíduos (eficácia vertical) e na
relação entre particulares (eficácia horizontal).

Os conflitos entre direitos fundamentais (colisão ou concorrência) devem ser resolvidos sempre por meio
da interpretação do caso, a partir de um juízo de ponderação dos bens jurídicos envolvidos, a fim de que
um seja selecionado e outro seja relativizado, evitando-se o sacrifício total de um deles.

As principais características dos direitos fundamentais são:

Limitabilidade

Universalidade Imprescritibilidade

Irrenunciabilidade Inalienabilidade

No Brasil, os direitos e garantias fundamentais estão organizados em cinco categorias. São elas:

Capítulo I: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (artigo 5º da CF);

Capítulo II: Direitos Sociais (do artigo 6º ao 11 da CF);

Capítulo III: Direitos de Nacionalidade (do artigo 12 ao 13 da CF);

Capítulo IV: Direitos Políticos (do artigo 14 ao 16 da CF);

Capítulo V: Partidos Políticos (artigo 17 da CF).

São titulares de direitos e garantias fundamentais os brasileiros, os estrangeiros e as pessoas jurídicas.

Os direitos fundamentais listados no título II da Constituição Federal são apenas exemplificativos. Há


outros nas leis infraconstitucionais, em outros artigos da Constituição e nos tratados internacionais.

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As normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO

OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ESTÃO ENUMERADOS ENTRE OS


ARTIGOS 1º E 4º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

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III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

DESTAQUES DA JURISPRUDÊNCIA
Súmulas Vinculantes

“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.” (Súmula Vinculante 11).

"É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito."
(Súmula Vinculante 25).

“A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em


regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados
no RE 641.320/RS.” (Súmula Vinculante 56).

Decisão do STF no controle concentrado de constitucionalidade (efeito vinculante)

ADPF 395, que dispõe sobre condução coercitiva de investigados e réus:

"(...) 4. Presunção de não culpabilidade. A condução coercitiva representa restrição temporária


da liberdade de locomoção mediante condução sob custódia por forças policiais, em vias
públicas, não sendo tratamento normalmente aplicado a pessoas inocentes. Violação.

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5. Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88). O indivíduo deve ser reconhecido como
um membro da sociedade dotado de valor intrínseco, em condições de igualdade e com
direitos iguais. Tornar o ser humano mero objeto no Estado, consequentemente, contraria a
dignidade humana (NETO, João Costa. Dignidade Humana: São Paulo, Saraiva, 2014. p. 84). Na
condução coercitiva, resta evidente que o investigado é conduzido para demonstrar sua
submissão à força, o que desrespeita a dignidade da pessoa humana.

6. Liberdade de locomoção. A condução coercitiva representa uma supressão absoluta, ainda


que temporária, da liberdade de locomoção. Há uma clara interferência na liberdade de
locomoção, ainda que por período breve.

7. Potencial violação ao direito à não autoincriminação, na modalidade direito ao silêncio.


Direito consistente na prerrogativa do implicado a recursar-se a depor em investigações ou
ações penais contra si movimentadas, sem que o silêncio seja interpretado como admissão de
responsabilidade. Art. 5º, LXIII, combinado com os arts. 1º, III; 5º, LIV, LV e LVII. O direito ao
silêncio e o direito a ser advertido quanto ao seu exercício são previstos na legislação e
aplicáveis à ação penal e ao interrogatório policial, tanto ao indivíduo preso quanto ao solto –
art. 6º, V, e art. 186 do CPP. O conduzido é assistido pelo direito ao silêncio e pelo direito à
respectiva advertência. Também é assistido pelo direito a fazer-se aconselhar por seu
advogado.

8. Potencial violação à presunção de não culpabilidade. Aspecto relevante ao caso é a vedação


de tratar pessoas não condenadas como culpadas – art. 5º, LVII. A restrição temporária da
liberdade e a condução sob custódia por forças policiais em vias públicas não são que
normalmente possam ser aplicados a pessoas inocentes. O investigado é claramente tratado
como culpado.

9. A legislação prevê o direito de ausência do investigado ou acusado ao interrogatório. O


direito de ausência, por sua vez, afasta a possibilidade de condução coercitiva. 10. Arguição
julgada procedente, para declarar a incompatibilidade com a Constituição Federal da condução
coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, tendo em vista que o imputado não é
legalmente obrigado a participar do ato, e pronunciar a não recepção da expressão “para o
interrogatório”, constante do art. 260 do CPP. "

Decisão do STF com repercussão geral reconhecida

Indenização do preso em condição degradante (RE 582.252)

1. Recurso extraordinário representativo da controvérsia. Repercussão Geral. Constitucional.


Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º.

2. Violação a direitos fundamentais causadora de danos pessoais a detentos em


estabelecimentos carcerários. Indenização. Cabimento. O dever de ressarcir danos, inclusive
morais, efetivamente causados por ato de agentes estatais ou pela inadequação dos serviços
públicos decorre diretamente do art. 37, § 6º, da Constituição, disposição normativa

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autoaplicável. Ocorrendo o dano e estabelecido o nexo causal com a atuação da Administração


ou de seus agentes, nasce a responsabilidade civil do Estado.

3. "Princípio da reserva do possível". Inaplicabilidade. O Estado é responsável pela guarda e


segurança das pessoas submetidas a encarceramento, enquanto permanecerem detidas. É seu
dever mantê-las em condições carcerárias com mínimos padrões de humanidade estabelecidos
em lei, bem como, se for o caso, ressarcir danos que daí decorrerem.

4. A violação a direitos fundamentais causadora de danos pessoais a detentos em


estabelecimentos carcerários não pode ser simplesmente relevada ao argumento de que a
indenização não tem alcance para eliminar o grave problema prisional globalmente
considerado, que depende da definição e da implantação de políticas públicas específicas,
providências de atribuição legislativa e administrativa, não de provimentos judiciais. Esse
argumento, se admitido, acabaria por justificar a perpetuação da desumana situação que se
constata em presídios como o de que trata a presente demanda.

5. A garantia mínima de segurança pessoal, física e psíquica, dos detentos, constitui dever
estatal que possui amplo lastro não apenas no ordenamento nacional (Constituição Federal,
art. 5º, XLVII, “e”; XLVIII; XLIX; Lei 7.210/84 (LEP), arts. 10; 11; 12; 40; 85; 87; 88; Lei 9.455/97 -
crime de tortura; Lei 12.847/13 – Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura), como,
também, em fontes normativas internacionais adotadas pelo Brasil (Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos das Nações Unidas, de 1966, arts. 2; 7; 10; e 14; Convenção Americana
de Direitos Humanos, de 1969, arts. 5º; 11; 25; Princípios e Boas Práticas para a Proteção de
Pessoas Privadas de Liberdade nas Américas – Resolução 01/08, aprovada em 13 de março de
2008, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos; Convenção da ONU contra Tortura e
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, de 1984; e Regras Mínimas
para o Tratamento de Prisioneiros – adotadas no 1º Congresso das Nações Unidas para a
Prevenção ao Crime e Tratamento de Delinquentes, de 1955).

6. Aplicação analógica do art. 126 da Lei de Execuções Penais. Remição da pena como
indenização. Impossibilidade. A reparação dos danos deve ocorrer em pecúnia, não em redução
da pena. Maioria.

7. Fixada a tese: “Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo,
manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento
jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de
ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência
da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento”.

8. Recurso extraordinário provido para restabelecer a condenação do Estado ao pagamento de


R$ 2.000,00 (dois mil reais) ao autor, para reparação de danos extrapatrimoniais, nos termos do
acórdão proferido no julgamento da apelação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma lição, prezado(a) concursando(a). Vencemos o estudo do primeiro título da
Constituição Federal e agora já temos base para interpretação dos demais dispositivos.

Valorize a parte teórica, mas não se esqueça de memorizar o básico (fundamentos, objetivos, princípios
que regem as relações internacionais do Brasil). Esse assunto é cobrado em qualquer tipo de concurso,
independentemente do grau de dificuldade.

Faça muitos exercícios. Comece pelas questões de prova que constam deste material, mas faça vários
outros exercícios. O Treino é o segredo para uma aprovação mais rápida.

QUESTÕES COMENTADAS

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Magistratura

1. (TRT 14ª Região/ Juiz do Trabalho) A respeito da República Federativa do Brasil, é CORRETO
afirmar que:
A) É formada pela união de Estados e Municípios, constituindo-se Estado Democrático de Direito;
B) Tem como fundamentos, dentre outros, a soberania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa e o desenvolvimento nacional;
C) Um de seus objetivos é erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
nacionais;
D) É regida, em suas relações internacionais, por princípios constitucionais, dentre os quais o da
prevalência dos direitos humanos;
E) Por determinação constitucional, deverá buscar a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América.

Comentários:

Gabarito: D. De acordo com o artigo 4º da Constituição Federal.


A) É formada pela união indissolúvel de Estados, Municípios e Distrito Federal, constituindo-se Estado
Democrático de Direito.
B) Tem como fundamentos, dentre outros, a soberania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa. Desenvolvimento nacional é objetivo.
C) Um de seus objetivos é erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais.

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E) Por determinação constitucional, deverá buscar a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina.
2. (TJ-SC/Juiz) Com base nas proposições abaixo, assinale a alternativa correta:
I. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a
cidadania; a prevalência dos direitos humanos; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o
pluralismo político.
II. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
III. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; garantir o desenvolvimento
nacional; construir uma sociedade livre, justa e solidária.
IV. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: a
independência nacional; a dignidade da pessoa humana; a autodeterminação dos povos; a não-
intervenção; a igualdade entre os Estados; a defesa da paz; a solução pacífica dos conflitos; o repúdio ao
terrorismo e ao racismo; a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; a concessão de
asilo político.
A) Todas as proposições estão corretas.
B) Somente as proposições I, II e III estão corretas.
C) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
D) Somente as proposições II e III estão corretas.
E) Somente as proposições II, III e IV estão corretas.

Comentários:

Gabarito: D.
As assertivas II e III dispõem sobre texto literal do artigo 4º, parágrafo único, e artigo 3º, ambos da
Constituição Federal.
Na assertiva I, a prevalência dos direitos humanos é princípio das relações internacionais.
Na assertiva IV, a dignidade da pessoa humana é fundamento.
3. (TRT 3ª Região/Juiz do Trabalho) Na literalidade da Constituição de 1988, não se inclui entre os
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
A) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
B) Garantir o desenvolvimento nacional
C) Promover a dignidade da pessoa humana
D) Erradicar a pobreza e a marginalização
E) Reduzir as desigualdades sociais e regionais

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Comentários:

Gabarito: C.
Conforme artigo 3º da Constituição Federal.
4. (CESPE/TJ-PI/Juiz Substituto) Quanto às teorias das formas de governo e da soberania, assinale a
opção correta.
A) Para Maquiavel, as formas de governo são os principados, as repúblicas e as democracias.
B) Jean Bodin passou para a história do pensamento político como o teórico da soberania. Como para ele
soberania significa poder supremo, o soberano não estaria submetido a qualquer regra, salvo as leis
naturais, as divinas e o direito privado.
C) Para Hobbes, o poder soberano deve ser dividido, pois a melhor forma de governo seria a do governo
misto.
D) Para Montesquieu, três são as formas de governo: monarquia, aristocracia e politia ou timocracia, que
se degeneram por meio da tirania, da oligarquia e da democracia, respectivamente.
E) Para Aristóteles, os governos são republicanos — no qual todo o povo, ou pelo menos uma parte dele,
detém o poder supremo —; monárquico — em que uma só pessoa governa — e despótico — em que um
só arrasta tudo e todos com sua vontade e seus caprichos, sem leis ou freios.

Comentários:

Gabarito: B.
Para Jean Bodin, a soberania é a principal característica do Estado. O poder do rei foi concedido por Deus,
de forma que a sujeição ao monarca é a sujeição ao poder transcendental.
A) Errado. Para Maquiavel, as formas de governo são: principados e república.
C) Errado. Hobbes defendeu o poder absoluto, para conter a natureza destrutiva do homem, eivada de
hedonismo. O Estado passa a ser um homem artificial (o Leviatã), mais forte que o homem natural, a fim de
controlar as paixões deste último.
D) Errado. Essa foi a definição de Aristóteles. Pra Montesquieu, as formas de governo são: republicana,
monárquica e despótica.
E) Errado. Essa é a visão de Montesquieu.
5. (FCC/TJ-MS/Juiz Substituto) Relativamente aos princípios fundamentais da Constituição brasileira
de 1988, é INCORRETO afirmar que
A) a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
B) a República Federativa do Brasil tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
C) todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio dos seus representantes nos
Poderes Executivo (Presidente da República, Governadores de Estado e Prefeitos municipais), Legislativo
(parlamentares) e Judiciário (juízes).

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D) constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre,
justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
E) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não intervenção,
igualdade entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao
racismo, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, concessão de asilo político.

Comentários:

Gabarito: C.
Não há representatividade popular no âmbito do Poder Judiciário. Juízes não são escolhidos pelo povo.
A) Certo. Literalidade do parágrafo único do artigo 4º da Constituição Federal.
B) Certo. Conforme artigo 1º da Constituição Federal.
D) Certo. Conforme artigo 3º da Constituição Federal.
E) Certo. De acordo com o artigo 4º da Constituição Federal.

Promotor

6. (2020/CESPE/CEBRASPE/MPE-CE/Promotor) Ao tratar dos princípios fundamentais, a CF


estabelece, em seu art. 1.º,
A) a forma republicana de Estado, cláusula pétrea expressa, caracterizada pela eletividade, temporariedade
e responsabilidade do governante.
B) a forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e responsabilidade do
governante.
C) a forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, caracterizada pela tripartição dos poderes da
União.
D) a forma federativa de Estado e o sistema presidencialista de governo.
E) a forma republicana de governo e a forma federativa de Estado, cláusulas pétreas expressas.

Comentários:

Gabarito: B

A) Errada. A alternativa possui dois erros. Um quando diz que a forma republicana é de Estado, o que não é
correto, pois a republica é forma de governo. Outro erro está em afirmar que a forma republicana é
clausula pétrea expressa e não é verdade. A republica foi definida pelo constituinte como principio sensível
art 34,II, alínea a” da CRFB/88. Ademais, Importante frisar que uma parcela da doutrina, ainda que
minoritária, entende que a forma republicana de governo e o sistema de governo presidencialista seriam
clausulas pétreas implícitas, pelo fato de já terem sido submetidos a plebiscito, conforme o ADCT 2.

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B) Correta. É o que corresponde as características que são eletividade (igualdade de condições),


temporariedade (Alternância no poder) e responsabilidade do governante perante a lei, sem quaisquer
privilégios.
C) Errada. A forma Federativa de Estado também não é clausula pétrea implícita, mas de forma expressa
conforme o art 60
D) Errada. A alternativa se torna errada quando afirma que o sistema de governo presidencialista está
posto expresso na Constituição em seu artigo 1.
7. (2019/FUNDEP (Gestão de Concursos) /MPE-MG/Promotor) De acordo com a Constituição de
1988, a República tem como fundamento, exceto:
A) a soberania
B) o pluralismo político
C) a livre iniciativa
D) a cidadania
Comentários:

Gabarito: C

A única alternativa que não corresponde ao que está no rol do art. 1 da CRFB/88 é a letra “C” que cita “a
livre iniciativa” como fundamento da República.
8. (2019/Instituto Consulplan/MPE-SC/Promotor de Justiça) Dentre os objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil estão promover os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
construir uma sociedade livre, justa e solidária, e garantir o desenvolvimento nacional.

Comentário:

Gabarito: Errada.

Errada. “Promover” corresponde a um dos objetivos fundamentais, conforme art 3, inciso IV


IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

Procurador

9. (COPS-UEL/Agente Universitário/Advogado) Estando a República Federativa do Brasil constituída


sob a forma de Estado Democrático de Direito e em relação aos seus objetivos constitucionais
específicos, considere as afirmativas a seguir.
I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
II. Erradicar a pobreza e a marginalização.
III. Reduzir as desigualdades sociais e regionais.
IV. Garantir o livre exercício da autonomia da vontade.

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Assinale a alternativa correta.


A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Comentários:

Gabarito: D.

De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal. A afirmativa IV não consta expressamente na


Constituição.
10. (IESES/CRA-SC/Advogado) Após a leitura das assertivas abaixo, indique aquelas em que considera
corretas de acordo com a Constituição Federal de 1988:
I. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais por alguns princípios,
destacando-se: os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
II. Constitui como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: erradicar a pobreza e reduzir
as igualdades sociais e regionais.
III. Constituem como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade
livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional.
IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação” está elencado como objetivo fundamental da República brasileira estampado no
Título I da Constituição Federal Brasileira.
A sequência correta é:
A) Somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
B) Apenas a assertiva IV está correta.
C) Somente as assertivas III e IV estão corretas.
D) Somente as assertivas I, II e IV estão corretas.

Comentários:

Gabarito: C.

Os itens III e IV estão em conformidade com o artigo 3º da Constituição Federal. O item I está errado,
porque os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político são fundamentos (artigo 1º
da CF). O item II também está errado, porque constitui objetivo da República Federativa do Brasil reduzir as
“desigualdades” e não as “igualdades”, como citado.
11. (IESES /CRA-SC /Advogado) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:

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A) Não concessão de asilo político.


B) Intervenção em outros países.
C) Autodeterminação dos povos.
D) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, apenas com os países que mantém
relações econômicas e diplomáticas com o Brasil.

Comentários:

Gabarito: C.
De acordo com o artigo 4º da Constituição Federal.
12. (IESES/CRMV – SC/Advogado) Na Constituição Federal de 1988 encontram-se estampados os
direitos fundamentais ínsitos à necessidade humana, servindo de fulcro o princípio da dignidade da
pessoa humana e o princípio da igualdade (CF, art. 1º, 3º e 5º). Baseado nestes princípios, podemos
afirmar que:
I. A construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.
II. A erradicação da pobreza e da marginalização, bem como a redução das desigualdades sociais e
regionais e prevalência dos direitos humanos.
III. A promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
IV. Não poderá ser assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva, em respeito a laicidade do estado.
A sequência correta é:
A) Apenas a assertiva III está correta.
B) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
C) Somente as assertivas I, II, III estão corretas.
D) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.

Comentários:

Gabarito: C.
As três primeiras afirmativas estão em conformidade com o artigo 3º da Constituição Federal. O item IV
está errado, porque contrário ao disposto no artigo 5º, inciso VII, da Constituição Federal.
13. (IBADE/SEJUDH – MT/Advogado) A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como um de seus fundamentos o(a):
A) erradicação da pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
B) construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
C) pluralismo político.

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D) desenvolvimento nacional.
E) promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

Comentários:

Gabarito: C.
Conforme artigo 1º da Constituição Federal. As demais assertivas tratam de objetivos da República
Federativa do Brasil (CRFB/1988).
14. (IDECAN/HC-UFPE/Advogado) A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Título I –
Dos Princípios Fundamentais, indica os fundamentos da República Federativa do Brasil, seus objetivos
fundamentais e os princípios que a regem nas relações internacionais. Sobre o tema, relacione
adequadamente as colunas. 1. Fundamentos. 2. Objetivos fundamentais. 3. Princípios que regem as
relações internacionais. ( ) Prevalência dos direitos humanos e igualdade entre os Estados. ( ) Dignidade
da pessoa humana e soberania. ( ) Garantir o desenvolvimento nacional e construir uma sociedade livre,
justa e solidária.
A sequência está correta em
A) 1, 2, 3.
B) 1, 3, 2.
C) 3, 1, 2.
D) 3, 2, 1.
E) 2, 1, 3.

Comentários:

Gabarito: C.
Prevalência dos direitos humanos e igualdade entre os Estados são princípios das relações internacionais
(artigo 4º da CF); Dignidade da pessoa humana e soberania são fundamentos (artigo 1º da CF); garantir o
desenvolvimento nacional e construir uma sociedade livre, justa e solidária são objetivos (artigo 3º da CF).
15. (CEPERJ/FSC/Advogado) Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil está aquele
que não está limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da:
A) democracia
B) cooperação
C) dignidade
D) cidadania
E) soberania

Comentários:

Gabarito: E.

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Nos termos do artigo 1º da Constituição Federal, soberania é um dos fundamentos da República Federativa
do Brasil. Soberania significa autodeterminação.
16. (CESPE/PGE-SE/Procurador do Estado) Quanto à forma, o Estado brasileiro é classificado como
A) democrático, embasado no princípio da igualdade.
B) republicano, fundamentado na alternância do poder.
C) republicano, sendo essa forma protegida como cláusula pétrea.
D) Estado democrático de direito.
E) federativo, sujeito ao princípio da indissolubilidade.

Comentários:

Gabarito: E.
A forma de Estado adotada pelo Brasil é o modelo federativo (CF, artigo 1º, caput). Democracia é regime
político; república é forma de governo e não é cláusula pétrea
17. (LEGALLE/Câmara de Vereadores de Guaíba – RS/Procurador) Os primeiros quatro artigos da
Constituição Federal Brasileira apresentam os princípios fundamentais que norteiam o ordenamento
jurídico nas suas mais diversas nuances de cidadania. Um dos princípios destinados às relações
internacionais da República Federativa do Brasil pode ser expresso como o(a)__________.
Qual das alternativas NÃO preenche corretamente a lacuna do fragmento acima?
A) Prevalência dos direitos humanos.
B) Óbice de asilo político.
C) Autonomia dos povos.
D) Repúdio ao terrorismo.
E) Defesa da paz.

Comentários:

Gabarito: B.
Conforme artigo 4º da Constituição Federal.
18. (IBEG/IPREV/Procurador Previdenciário) Levando em consideração os itens abaixo, assinale a
alternativa que contém apenas objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I) construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II) repudiar ao terrorismo e ao racismo;
III) conceder asilo político;
IV) garantir a independência nacional.
A) I e II
B) Apenas I

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C) II e IV
D) III e IV
E) I, II e IV

Comentários:

Gabarito: B. Conforme artigo 3º da Constituição Federal.


Os itens II, III e IV dispõem sobre princípios que regem as relações internacionais do Brasil, de acordo com
o artigo 4º da CF.
19. (IBEG/Prefeitura de Teixeira de Freitas – BA/Procurador Municipal) O município de Teixeira de
Freitas, de acordo com as disposições na sua Lei Orgânica, integrante da República Federativa do Brasil,
como participante do Estado de Direito, compromete-se a respeitar, valorizar e promover seus
fundamentos básicos. Indique qual das assertivas abaixo não corresponde a um desses fundamentos
básicos:
A) A soberania nacional.
B) A cidadania.
C) A dignidade da pessoa humana.
D) A promoção da cultura e da educação.
E) Os valores sociais do trabalho e livre iniciativa.

Comentários:

Gabarito: D.
Conforme artigo 1º da Constituição Federal.
20. (IADHED/Prefeitura de Araguari – MG/Procurador Municipal) Assinale a alternativa que não
corresponde a um princípio fundamental que rege a República Federativa do Brasil de 1988 nas relações
internacionais, conforme disposição expressa no texto constitucional:
A) Independência nacional;
B) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
C) Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
D) Defesa da paz.

Comentários:

Gabarito: B.
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são fundamentos (artigo 1º da CRFB/88). Nas demais
assertivas há princípios que regem a República Federativa do Brasil de 1988 nas relações internacionais
(artigo 4º da CRFB/88).
21. (FEPESE/MPE-SC/Procurador do Estado) Assinale a alternativa correta

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A) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a
cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo
político
B) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade
soberana, justa e solidária; garantir o desenvolvimento internacional; erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
C) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
independência nacional; prevalência legalista de direitos; autodeterminação dos povos; intervenção
mínima; igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e
ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; concessão de asilo político.
D) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou indiretamente, nos
termos desta Constituição.
E) São Poderes da União, dos Estados e dos Municípios, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário.

Comentários:

Gabarito: A. De acordo com o artigo 1º da Constituição Federal.


B) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre,
justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
C) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
independência nacional; prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos povos; não intervenção;
igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao
racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; concessão de asilo político.
D) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição.
E) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
22. (PGR/Procurador da República) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
A) o STF, em tema de violência doméstica contra a mulher, entende que, para o início da ação penal, outros
valores constitucionais devem ser ponderados, especialmente a preservação da entidade familiar e o
respeito à vontade da mulher;
B) a concepção deliberativa da democracia vê a política como um empreendimento cooperativo, em que
tão importante quanto a decisão é o debate que a precede;
C) o republicanismo contemporâneo assenta- se principalmente nas seguintes ideias: liberdade como “não
dominação”; direito à participação popular na vida pública; e igualdade, inclusive em sua dimensão
material;

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D) o tratamento constitucional da atualidade no que se refere à questão indígena tem como seu
pressuposto central o pluralismo.

Comentários:

Gabarito: A.
O STF, na ADI 4424/DF, entendeu que, nos casos de violência doméstica, a ação penal é publica
incondicionada.
23. (CESGRANRIO/Petrobras/Advogado) De acordo com a doutrina, os princípios constitucionais
fundamentais estabelecidos no Título I da Constituição Federal de 1988 podem ser discriminados em
princípios relativos (i) à existência, forma e tipo de Estado; (ii) à forma de governo; (iii) à organização dos
Poderes; (iv) à organização da sociedade; (v) à vida política; (vi) ao regime democrático; (vii) à prestação
positiva do Estado e (viii) à comunidade internacional. Adotando essa classificação, é exemplo típico de
princípio fundamental relativo à forma de governo o princípio
A) federalista.
B) republicano.
C) de soberania.
D) do pluralismo político.
E) do Estado Democrático de Direito.

Comentários:

Gabarito: B.
Federação é forma de Estado; soberania e pluralismo político são fundamentos; democracia é regime
político.
24. (FUNCAB/DER-RO/Procurador Autárquico) Pedro Lenza anota que, no magistério de J. J. Gomes
Canotilho, este festejado autor português identifica a existência de vários “movimentos constitucionais”,
como o inglês, o americano e o francês, definindo o constitucionalismo como uma “...teoria (ou
ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão
estruturante da organização político-social de uma comunidade.” Assinale a alternativa correta.
A) O totalitarismo constitucional é vedado pela Constituição Federal de 1988, pois impede o florescer da
constituição dirigente defendida por Canotilho.
B) A Constituição Federal de 1988 não contemplou a democracia participativa, pois estabeleceu que todo o
poder emana do povo e por ele será exercido por meio de representantes eleitos.
C) A democracia direta é prevalente sobre a democracia representativa, constituindo um sistema híbrido,
aplicável conforme a Constituição Federal de 1988.
D) O resultado de plebiscito ou referendo tem natureza de consulta popular e não é vinculante, podendo o
Congresso Nacional editar lei ou Emenda Constitucional em sentido contrário.
E) A competência para autorizar um referendo é do Congresso Nacional, mas somente o Presidente da
República pode convocar um plebiscito.

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Comentários:

Gabarito: C.
No Brasil, de acordo com o parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal, a titularidade do poder é
do povo. O exercício do poder está, na maior parte das vezes, nas mãos dos representantes do povo, mas
há meios de participação direta, como o plebiscito e o referendo. Em caso de consulta direta ao povo, a
vontade deste deve prevalecer. Ademais, é preciso lembrar que os representantes do povo devem prestar
contas de seus atos ao titular do poder (o povo).
A) Errado. O totalitarismo constitucional, segundo Uadi Bulos, é fruto co Constitucionalismo
contemporâneo, que instituiu um modelo de Constituição em documento escrito, amplo, garantidor de um
conteúdo social. Trata-se de uma constituição dirigente, como é o caso da Constituição brasileira.
B) Errado. A Constituição Federal de 1988 adotou a democracia participativa, de forma que o povo elege
representantes para a tomada de decisões, mas também preserva mecanismos de participação direta.
D) O resultado de plebiscito ou referendo é vinculante.
E) As competências para autorizar um referendo e convocar um plebiscito são exclusivas do Congresso
Nacional, conforme artigo 49, XV, da Constituição Federal.
25. (2020/IPEFAE/Prefeitura de Campos do Jordão – SP/Advogado) Com relação aos princípios
fundamentais do Estado brasileiro e sobre os direitos e garantias fundamentais são feitas as seguintes
afirmações:
I - A soberania, a cidadania e a dignidade da pessoa humana são fundamentos do Estado brasileiro,
segundo a Constituição Federal de 1988.
II - No Brasil, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato e, no caso de violação da
honra ou da imagem das pessoas, assegura-se o direito à indenização pelo dano material ou moral.
III - Todas as pessoas podem exercer o direito de reunião pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo dispensável prévio aviso à autoridade competente.
Após a leitura é possível concluir que:
A) As afirmações I, II e III estão corretas.
B) Apenas as afirmações I e II estão corretas.
C) Apenas as afirmações II e III estão corretas.
D) Apenas a afirmação III está correta.

Comentários:

Gabarito: B
I. Certo. Consoante disposto no artigo 1º da Constituição Federal, a soberania; a cidadania; a dignidade da
pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e o pluralismo político são fundamentos
da República Federativa do Brasil.
II. Certo. O item está compatível com o disposto no artigo 5º, incisos, IV e X, da CF/88:

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IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
III. Errado. Nos termos do inciso XVI do artigo 5º da CF/88, é necessário o prévio aviso à autoridade
competente, razão pela qual o item foi julgado pela banca examinadora como errado. Entretanto, hoje, o
item seria correto, de acordo com posicionamento do STF firmado nos autos do RE 806.339, segundo o
qual a comunicação prévia não é indispensável para o exercício do direito de reunião.
26. (2020/Instituto Consulplan/Câmara de Arcos - MG /Advogado) Os fundamentos são a base, os
pilares do nosso ordenamento jurídico. Assinale a alternativa que NÃO contenha um fundamento da
República Federativa do Brasil.
A) Pluralismo político.
B) Dignidade da pessoa humana
C) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
D) Construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

Comentários:

Gabarito: D
Os fundamentos da República Federativa do Brasil estão elencados no artigo 1º da CF/88, de modo que as
alternativas A, B, C estão corretas. Por outro lado, na alternativa D, há objetivo do Estado ( e não
fundamento), nos termos do artigo 3º, I, da CF/88.
27. (2020/IBADE/Prefeitura de Santa Luzia D`Oeste – RO/Advogado) Preconiza o Art. 4º, da
Constituição de 1988, que a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais por
princípios. Assinale a alternativa que corresponde a um desses princípios.

A) Repúdio ao terrorismo e ao racismo.

B) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

C) Ninguém será submetido à tortura nem à tratamento desumano ou degradante.

D) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

E) Construir uma sociedade livre, justa e solidária.

Comentários:

Gabarito: A
Conforme artigo 4º, VIII, da CF/88, repúdio ao terrorismo e ao racismo constitui princípio que rege as
relações internacionais do Brasil, motivo pelo qual a letra A está correta.
Nas alternativas B, C e D há direitos fundamentais, nos termos do artigo 5º, incisos de II e a IV, da CF/88.
Por fim, na letra E, há objetivo da República Federativa do Brasil (art. 3º, inciso I, da CF/88).

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28. (2020/GUALIMP/Prefeitura de Conceição de Macabu – RJ/Procurador) A luz da Constituição


Federal de 1988, é CORRETO afirmar que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá
reger-se em suas relações internacionais.
A) Soberania.
B) Garantir o desenvolvimento nacional.
C) A dignidade da pessoa humana.
D) Autodeterminação dos povos.

Comentários:

Gabarito: D
Os princípios que regem as relações internacionais do Brasil constam do artigo 4º da CF/88, de modo que a
alternativa correta é a letra D (autodeterminação dos povos – inciso III). Soberania e dignidade da pessoa
humana são fundamentos (art. 1º, incisos I e III) e garantir o desenvolvimento nacional é objetivo.
29. (2020/Dédalus Concursos/COREN-SC/Advogado) O princípio da supremacia constitucional
determina que a Constituição figura como fundamento de validade de todo ordenamento normativo.
Sobre o assunto, assinale a alternativa correta:
A) A supremacia formal da Constituição indica a maior importância das normas constitucionais, já que a
estrutura fundamental do Estado é delineada na Lex Legum.
B) A Constituição é suprema em relação às demais espécies normativas, vez que foi estabelecida em
decorrência do exercício dos poderes constituídos, e não pelo poder constituinte originário.
C) O princípio da supremacia não se confunde com o princípio da rigidez da Constituição, contudo são
princípios correlacionados, sendo certo que a supremacia, necessariamente, assegura a rigidez da
Constituição.
D) A rigidez constitucional necessariamente assegura a supremacia da Constituição, visto que o controle de
constitucionalidade em face de Constituição flexível é limitado a aspectos formais.
E) O princípio da supremacia constitucional designa que a Constituição atribui caráter sistemático ao
ordenamento jurídico, porque é informado por valores diferentes no processo de densificação
principiológica.

Comentários:

Gabarito: C
a) Errada. A alternativa retrata, na verdade, o conceito de supremacia material da Constituição.
b) Errada. A Constituição é fruto da atuação do Poder Constituinte Originário, que tem atuação ilimitada e
eleva as normas constitucionais ao ápice do ordenamento jurídico.
c) Certa. O gabarito dado pela banca foi a letra C. De fato, rigidez não se confunde com supremacia e os
conceitos são correlatos. Entretanto, ao nosso ver, a banca se equivocou ao estabelecer causa e
consequência, uma vez que a supremacia formal é decorrente da rigidez e não o inverso. No item, ao que
parece, o examinador utilizou doutrina minoritária.

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d) Errada. Em constituição flexível, não há inconstitucionalidade.


e) Errada. A Constituição, em decorrência do princípio da supremacia, é a norma da maior hierarquia do
ordenamento jurídico, de modo a não se falar em caráter sistemático.
30. (2019/INAZ do Pará/CRF-AC/Advogado) Qual das alternativas a seguir não representa um
fundamento da República Federativa do Brasil?
A) Igualdade.
B) Cidadania.
C) Dignidade da pessoa humana.
D) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
E) Pluralismo político.
Comentários:
Gabarito: A
De todas as alternativas, não se encontra fundamento da CRFB/88 é o item “a” que cita a igualdade,
conforme se vê no artigo 1 da CF/88.
31. (2019/NC-UFPR/Prefeitura de Matinhos - PR /Advogado) Com base no texto da Constituição da
República, assinale a alternativa que apresenta apenas fundamentos da República brasileira.
A) Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, pluralismo político e erradicação da pobreza.
B) Soberania, dignidade da pessoa humana, igualdade entre os estados, defesa da paz e cidadania.
C) Solidariedade, dignidade da pessoa humana, construção de uma sociedade livre, justa e solidária e
pluralismo político.
D) Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e
pluralismo político.
E) Solidariedade, cidadania, pluralismo político e construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

Comentários:

Gabarito: D
A alternativa “a” está incorreta, pois erradicação da pobreza não se refere a um dos fundamentos, mas
trata-se de um dos objetivo fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme consta no art 3, inc
III da CRFB/88.
A alternativa “b” está incorreta em razão de citar como fundamentos a igualdade entre os Estados e defesa
da paz porque trata na verdade de princípios internacionais que consta no rol do art 4 da CRFB/88.
A alternativa “C” está incorreta. A solidariedade não é fundamento por não constar no rol do art 1,
CRFB/88.
A alternativa “D” está correta. É o que consta perfeitamente no art. 1 da CRFB/88.
32. (2019/IBFC/Emdec/Advogado Jr) A Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 1° os
fundamentos da República Federativa do Brasil. Sendo assim, leia o trecho abaixo.

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“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - _____
V - o pluralismo político.”
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente a lacuna.
A) O desenvolvimento nacional
B) A sociedade livre, justa e igualitária
C) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
D) A acessibilidade às pessoas com deficiência

Comentários:

Gabarito: C
A alternativa “A’ corresponde a um objetivo fundamental, conforme o art 3, inciso II da CRFB/88.
A alternativa “B” possui dois erros. Primeiro por não se tratar de fundamento e em segundo por apresentar
a expressão “igualitária”, portanto está em desacordo com o artigo 3, inciso I da CRFB/88.
A alternativa correta é a letra C, conforme consta no art 1 da CRFB, inciso IV.
Quanto à letra D trata-se da igualdade material.
33. (2019/Quadrix/CRF-PR/Advogado) No que se refere aos princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil, assinale a alternativa correta.
A) Na visão moderna, não mais se fala em separação de Poderes, que viram suas fronteiras irem
desaparecendo até formarem um único Poder: o Estatal.
B) O regime político adotado pelo Brasil é a democracia puramente representativa, cláusula pétrea.
C) A república, como forma de governo, é cláusula pétrea e, portanto, não admite alteração.
D) A autonomia dos entes federativos lhes confere, além de autogoverno, soberania.
E) A união indissolúvel dos entes da federação impede a chamada secessão.

Comentários:

Gabarito: E
A) Errada. A constituição de 1988 segue o modelo Federativo de Constituição em que há a descentralização
de poder e que veda o direito à secessão. Importante dizer que tem como princípio basilar a separação dos
poderes e, portanto, não há em que se falar na concentração de um único poder.
B) Errada. O regime político é a democracia semidireta.

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C)Errada. A República é princípio constitucional sensível, nos termos do art. 34, CF, inciso VII.
D)Errada. Os entes federativos não são dotados de Soberania, mas de autonomia.
E) Certa. Está de acordo com o artigo 1, caput da CRFB/88.
34. (2019/UPENET/IAUPE /Advogado) São princípios que regem a República Federativa do Brasil em
suas Relações Internacionais, todos os citados abaixo, EXCETO
A) independência nacional.
B) prevalência dos direitos humanos.
C) igualdade entre os Estados.
D) imposição da força na solução dos conflitos.
E) concessão de asilo político.

Comentários:

Gabarito: D
A única alternativa que não segue o texto Constitucional é letra D. Conforme o art . 4º,
inciso VII- Solução pacifica dos conflitos.
35. (2019/UPENET/IAUPE/UPE /Advogado) Assinale a alternativa que NÃO representa um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil.
A) A dignidade da pessoa humana
B) A soberania
C) A cidadania
D) O pluralismo político
E) Garantir o desenvolvimento nacional

Comentários:

Gabarito: E
A única alternativa que está em desacordo com o texto constitucional é a letra E, pois se trata de um
objetivo fundamental em seu artigo 3, inciso II.
36. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado)
Leia as afirmativas a seguir:
I. É vedado ao Ministério Público promover ações de inconstitucionalidade.
II. O pluralismo político não é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.

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C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.


D) As duas afirmativas são falsas.

Comentários:

Gabarito: D
Item I errado. O Ministério Público atua como fiscal da lei e uma de suas funções é promover a ação direta
de inconstitucionalidade.
Conforme expressa na Constituição Art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público:

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da


União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

Item II Errado. Pluralismo político é fundamento da república Federativa do Brasil, conforme o art 1, inciso
IV da CRFB/88.
37. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado) Leia as afirmativas a seguir:
I. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa é um dos fundamentos da República Federativa do
Brasil. II. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição. Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa
D) As duas afirmativas são falsas.

Comentários:

Gabarito: A
Item I Correta, conforme expressa o art 1, inciso IV da CRFB/88.
Item II Correta, conforme o art 1, paragrafo único da CRFB/88.
A única alternativa que está correta é a letra “A”.
38. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado) Leia as afirmativas a seguir:
I. No Brasil, nenhum cidadão pode ser obrigado pelo governo a fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
II. São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Organizativo, o Deliberativo e o
Evolucionário. Marque a alternativa CORRETA
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
D) As duas afirmativas são falsas.

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Comentários:

Gabarito: B
Item I está correto, pois conforme a Constituição Federal.

Art 5, inciso II ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei.

Item II errado, pois está em desacordo com a Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.

Portanto, a alternativa correta é a letra B.


39. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado) Leia as afirmativas a seguir:
I. A dignidade da pessoa humana não é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
II. No Brasil, é ilegal qualquer prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva.
Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa
D) As duas afirmativas são falsas.

Comentários:

Gabarito: D
Item I errado, porque se trata de um fundamento da República Federativa do Brasil.
Item II errado, pois desconformidade com a Constituição, pois é assegurada, nos termos da lei, a prestação
de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva (art. 5, inciso VII).
Portanto, a alternativa correta é a letra D.
40. (2019/FAFIPA/Prefeitura de Nova Esperança – PR/Advogado) Nos termos da Constituição Federal
de 1988, assinale a alternativa que apresenta um dos objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil:
A) O pluralismo político.
B) Garantir o desenvolvimento nacional.
C) Defender a paz.
D) Repudiar o terrorismo e o racismo.
E) Conceder asilo político.

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Comentários:

Gabarito: B
A alternativa “A” corresponde a um dos fundamentos as Republica Federativa do Brasil, conforme expressa
o art 1, inciso V.
A única alternativa que está de acordo com o texto constitucional é a letra B, pois corresponde ao artigo 3,
inciso II da CRFB/88.
As alternativas C,D e E referem-se aos princípios internacionais que constam no artigo 4, incisos VI, VIII e X
da CRFB/88.
41. (2018/Instituto Águia/CEAGESP/Advogado) Segundo o disposto na Constituição Federal de 1988,
constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
A) Construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
B) Construir uma sociedade livre; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza; promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor; e manter a ordem e progresso.
C) Construir uma sociedade livre e justa; garantir o desenvolvimento empresarial; erradicar a pobreza e
reduzir as desigualdades sociais e continentais; e promover o bem de todos.
D) Construir uma sociedade solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza; e
promover o bem de todos.

Comentários:

Gabarito: A
Letra A é a correta, pois está em conformidade ao art 3 incisos, I,II,III e IV da CRFB/88.
A Alternativa “B” A ordem e Progresso não são objetivos fundamentais elencados no art 3 da CRFB/88.
A alternativa “C” apresenta dois erros. Primeiro ao mencionar “garantir o desenvolvimento empresarial”, o
que não é correto, pois o certo é garantir o desenvolvimento nacional, conforme o art 3, inciso II da
CRFB/88 e em segundo quando fala em desigualdades continentais, é na verdade, desigualdades regionais.
A alternativa D está incompleta.
42. (2018/Instituto Águia/CEAGESP/Advogado) Segundo o disposto na Constituição Federal de 1988,
a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
A) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político.
B) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa, uma sociedade livre e justa.
C) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a função social do contrato e o pluralismo
político.

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D) A soberania, a cidadania, o desenvolvimento do país e da américa latina, os valores sociais do trabalho e


da livre iniciativa e o pluralismo político.

Comentários:

Gabarito: A
A) Correta. A alternativa está conforme o que está no texto constitucional, art 1 incisos, I,II,III,IV e V da
CRFB/88.
B) Errada. Erra ao mencionar que um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito é uma sociedade
livre e justa.
C)Esta corresponde a um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
D)Errada. Função social do contrato é um princípio utilizado no Direito Privado e não na Constituição
Federal de 1988.
43. (2018/CKM Serviços/CAU-SP/Advogado) Ainda quanto à Constituição vigente, certo que dentre
os fundamentos explicitamente previstos à República Federativa do Brasil encontra-se:
A) Pluralismo político.
B) Defesa da paz.
C) Independência nacional.
D) Não-intervenção.
E) Prevalência dos direitos humanos.

Comentários:

Gabarito: A
Somente a alternativa “A” está conforme o que está escrito no texto constitucional. As demais alternativas
B,C,D e E são princípios internacionais expressos no art 4, incisos VI, I, IV e II da CRFB/88.
44. (2018/IPEFAE/IPSJBV – SP/Procurador) Segundo estabelece a Constituição Federal no Título I
(arts. 1º ao 4º) sobre os princípios fundamentais, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa
correta.
A) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios,
dentre outros: independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos e
não concessão de asilo político.
B) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social, cultural e trabalhista
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
C) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre,
justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional e erradicar a pobreza, a marginalização, as
desigualdades sociais e regionais;
D) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, dentre outros, a
soberania, a cidadania, os valores sociais do trabalho e o pluralismo político.

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Comentários:

Gabarito: D
A)Errada. A alternativa está errada ao mencionar que a concessão de asilo politico não é um principio
internacional, o que não é verdade. O texto constitucional assegura o asilo politico. Conforme expressa o
art 4, inciso X, da CRFB/88.
B)Errada. A alternativa está incorreta, pois a constituição em seu art 4 da CF/88, parágrafo único não
expressa a integração trabalhista como a questão expõe. As demais estão de acordo com o texto.
C)Errada. A alternativa ao citar que o Brasil almeja erradicar as desigualdades sociais e regionais. O erro
está em utilizar o verbo “erradicar” e não o “Reduzir”. Termos distintos e que torna assim, a questão
incorreta.
D)Correta. A alternativa corresponde ao que está no texto constitucional em seu art 1 da CF/88, incisos
I,II,IV e V.

Defensor

45. (FCC/DPE-RS/Defensor Público) Na Constituição Federal está previsto que “A República


Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.” Para tanto, ela traz como
princípios pelos quais se rege nas relações internacionais, expressamente a
A) construção de uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional.
B) erradicação da pobreza e a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais.
C) prevalência dos direitos humanos, a solução pacífica dos conflitos e o repúdio ao terrorismo e ao
racismo.
D) soberania, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
E) garantia dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.

Comentários:

Gabarito: C.
Conforme artigo 4º da Constituição Federal.
46. (CS-UFG/DPE-GO/Defensor Público) A propósito dos princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil, reconhece-se que:
A) o pluralismo político está inserido entre seus objetivos.
B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se contrapõe ao valor social do trabalho.
C) a dignidade é também do nascituro, o que desautoriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez
quando decorrente de estupro.
D) a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma
de discriminação, é um de seus objetivos.
E) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, dependentes e harmônicos entre si, são poderes da União.

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Comentários:

Gabarito: D. De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal.


A) o pluralismo político é fundamento.
B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se agrega ao valor social do trabalho.
C) O direito à vida não é absoluto, de forma que o aborto pode ser praticado em alguns casos, dada a
razoabilidade da situação. A gravidez proveniente de estupro é um desses casos, conforme artigo 128 do
Código Penal.
E) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si, são poderes da União.
47. (FCC/DPE-RS/Defensor Público) O ideal preconizado na Constituição Federal de 1988 é o de
instituir um Estado Democrático de Direito, cujo ponto de equilíbrio são os direitos fundamentais, que
também limitam o poder estatal. Vários de seus dispositivos indicam o cidadão como um dos maiores
protagonistas na tomada de decisões relevantes para o País, por isso ela também é denominada de
Constituição Cidadã. Na prática, porém, a participação popular ainda é incipiente, tanto que poucas são
as leis de iniciativa popular.
De acordo com tais aspectos, é correto afirmar que
A) a Constituição Federal contempla um modelo de democracia participativa, também denominada
semidireta.
B) a participação popular é exercida através do sufrágio universal, garantido a todos, sem exceção, bem
como por meio do referendo.
C) todo o poder emana do povo, que o exerce sempre por meio de representantes eleitos pelo voto
secreto.
D) a iniciativa popular propriamente dita consiste, no âmbito federal, na apresentação de projeto de lei ao
Congresso Nacional, subscrito por 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos dez Estados-
Federados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
E) a competência para autorizar referendo e convocar plebiscito é privativa do Congresso Nacional e é
materializada por meio de resolução.

Comentários:

Gabarito: A.
A democracia semidireta está expressamente definida no artigo 1º, parágrafo único, da Constituição
Federal.
B) Errado. O sufrágio é universal (garantido a homens e mulheres; pobres e ricos; analfabetos e letrados;
brancos e negros), mas não é irrestrito. Estrangeiros, menores de 16 anos, conscritos e aqueles que
sofreram perda/suspensão dos direitos políticos não podem votar.
C) O voto é secreto e a titularidade do poder é do povo. Porém, o exercício desse poder é dos
representantes do povo, embora alguns institutos de participação direta tenham sido preservados, como o
plebiscito e o referendo.

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D) A iniciativa popular no âmbito federal, conforme redação do artigo 61, parágrafo segundo, da
Constituição Federal, exige que o projeto de lei seja subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional,
distribuído por pelo menos cinco estados da federação, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um
deles.
E) Nos termos do artigo 49, inciso XV, da Constituição Federal, a competência para convocar plebiscito e
autorizar referendo é exclusiva do Congresso Nacional, que atua mediante decreto legislativo.
48. (FCC/DPE-SP - Defensor Público) Assinale a afirmativa correta.
A) Nosso federalismo prevê a atuação do poder constituinte derivado decorrente, por meio de instituições
que correspondam à ideia centralizadora de afirmação do estado que atua em bloco único.
B) A teoria da 'tripartição de poderes' confirma o princípio da indelegabilidade de atribuições, por isso
qualquer exceção, mesmo advinda do poder constitucional originário, deve ser considerada
inconstitucional.
C) O princípio do pluralismo político refere-se à ideologia unitária da preferência político-partidária, já que
nesse terreno é imperativa a aplicação da reserva da constituição.
D) Nas relações internacionais aplica-se o princípio constitucional da intervenção, com repúdio ao
terrorismo e defesa da paz, além da solução pacífica dos conflitos.
E) O princípio republicano, que traduz a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a
relação entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional, mas hoje não mais
protegido formalmente contra emenda constitucional.

Comentários:

Gabarito: E.
República é a forma de governo adotada pelo Brasil e está expressamente definida no artigo 1º da
Constituição Federal. Diferente do modelo federativo de Estado, em razão do plebiscito marcado para o
ano de 1993 (ADCT, art. 2º), a República não foi consagrada expressamente como cláusula pétrea,
conforme se verifica no artigo 60, parágrafo 4º, da Constituição Federal.
A) Errado. Uma das principais características do federalismo é a organização descentralizada do Estado. No
Brasil, os entes federativos (União, estados, Distrito Federal e municípios) são dotados de autonomia.
B) Errado. De início, cabe ressaltar que não admitimos controle de constitucionalidade de normas
constitucionais originárias, visto que o poder originário é ilimitado, incondicionado e inicial. Assim, não há
normas constitucionais originárias inconstitucionais. Em segundo lugar, a Constituição Federal (artigo 2º)
estabelece não apenas a independência de poderes, mas também a harmonia entre eles. Assim, um poder
pode, atipicamente, nos casos autorizados pela Lei Maior, exercer a função típica de outro.
C) Errado. O pluralismo político assegura a pluralidade de pensamento, a liberdade de consciência. Em
decorrência desse fundamento, há a garantia também de pluripartidarismo.
D) Errado. O artigo 4º da Constituição Federal elenca os dez princípios que regem as relações
internacionais do Brasil. No inciso IV, consta como princípio a “não intervenção”.

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Outros

49. (2019/IBADE/Prefeitura de Vilhena – RO) A Constituição Federal de 1988 em seu Art. 3° dispõe
que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária.
II - garantir o desenvolvimento nacional.
III - erradicar a pobreza e a marginalização (com o uso de armas quando necessário) e reduzir as
desigualdades sociais e regionais.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação, excetuando-se a distinção de gênero.
Estão corretas:
A) somente I e II.
B) somente I e III.
C) somente I e IV
D) somente II e III.
E) somente II e IV.

Comentários:

Gabarito: A
O item I está correto, conforme preceitua o art 3, Inc I da CRFB/88.
O item II está correto, conforme preceitua o art 3, inc II da CRFB/88
O item III está correto, conforme preceitua o art 3, inc III da CRFB/88
O item IV está incorreto, pois ao excetuar a distinção de gênero como forma de discriminação, torna a
questão errada. O item está em desacordo com que consta no art 3, inc IV, no qual a Constituição
expressamente proíbe quaisquer outras formas de discriminação.
50. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Carneiros - AL ) Leia as afirmativas a seguir e marque a opção
CORRETA:
A) A Constituição Federal de 1988 procura barrar a construção de uma sociedade fundada na harmonia
social.
B) O direito à segurança é proibido pela Constituição Federal de 1988.
C) O direito à justiça é negado pela Constituição Federal de 1988.
D) A Constituição Federal de 1988 procura vedar a construção de uma sociedade comprometida, na ordem
interna, com a solução pacífica das controvérsias.
E) A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

Comentários:

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Gabarito: E
A alternativa “A” está incorreta. Não se trata de fundamento, mas de um principio preambular da
Constituição.
A alternativa “B” está errada, porque o direito à segurança é garantido pela CRFB/88 em seu caput do art 5.
A alternativa “C” é um direito fundamental previsto no inciso XXXV do Artigo 5º da CRFB/88.
A alternativa “D” está errada, porque se trata de um princípio preambular da Constituição.
A alternativa “E” é a única alternativa que está correta, conforme o art 1, inciso III da CRFB/88.

TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Magistratura

51. (2019/CESPE/TJ-BA /Juiz de Direito Substituto) A respeito da situação conhecida como estado de
coisas inconstitucional, assinale a opção correta.
A) Tal situação resulta sempre de má vontade de autoridade pública em modificar uma conjuntura de
violação a direitos fundamentais.
B) Constatada a ocorrência dessa situação, verifica-se, em consequência, violação pontual de direito social
a prestação material pelo Estado.
C) No plano dos remédios estruturais para saneamento do estado de coisas inconstitucional, estão a
superação dos bloqueios institucionais e políticos e o aumento da deliberação de soluções sobre a
demanda.
D) Em função do caráter estrutural e complexo do litígio causador do estado de coisas inconstitucional, não
é admitido ao Poder Judiciário impor medidas concretas ao Poder Executivo.
E) De modo tácito, o reconhecimento do estado de coisas inconstitucional autoriza o Poder Judiciário a
assumir tarefas do Poder Legislativo na coordenação de medidas com o objetivo de assegurar direitos.

Comentários:

Gabarito: C
A) Errado. O estado de coisas inconstitucional pode também ser causado pela inércia ou incapacidade
reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a conjuntura de violação a direitos
fundamentais. Além disso, a restrição de recursos orçamentários também configura obstáculo à
implementação de políticas públicas voltadas a esse tema.
B) Errado. A ocorrência dessa situação gera violência generalizada e sistêmica de direitos fundamentais.
C) Certo. No plano dos remédios estruturais, a Corte mostra-se capaz de superar os bloqueios políticos e
institucionais que impedem o avanço de soluções, ou seja, cumpre ao STF o papel de retirar as autoridades
públicas da inércia, provocar a implementação de novas políticas públicas (como a agilização de audiências
de custódia e estabelecimentos de penas alternativas à prisão) e monitorar os resultados obtidos.

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D) Errado. Uma vez que há um grande número de pessoas atingidas pelas violações de direitos, fazem-se
necessárias a formulação e a execução de políticas públicas, acarretando em uma postura de ativismo
estrutural do Judiciário diante da omissão do Executivo e do Legislativo em tomar medidas concretas para
resolução do problema.
E) Errado. A Suprema Corte entendeu que não pode o Judiciário substituir o papel do Legislativo e do
Executivo na consecução de suas tarefas próprias. Somente cabe ao STF o diálogo com os outros poderes a
fim de retirá-los da letargia, coordenando as políticas sem, contudo, definir seus conteúdos, detalhes e
meios a serem empregados e monitorando os resultados alcançados.
52. (2016/CESPE/TJDFT/Juiz substituto) Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da
Constituição brasileira, assinale a opção correta.
A) A constituição consagra expressamente a teoria absoluta do núcleo essencial de direitos fundamentais.
B) Direitos fundamentais formalmente ilimitados, desprovidos de reserva legal, não podem sofrer
restrições de qualquer natureza.
C) O gozo da titularidade de direitos fundamentais pelos brasileiros depende da efetiva residência em
território nacional.
D) Há direitos fundamentais cuja titularidade é reservada aos estrangeiros.
E) A reserva legal estabelecida para a inviolabilidade das comunicações telefônicas é classificada como
simples, e para a identificação criminal reserva qualificada.

Comentários:

Gabarito: D
A) Errado. A CF não consagrou qualquer teoria direta expressa a respeito da proteção do núcleo essencial
de direitos fundamentais. Porém, a jurisprudência do STF é firme no sentido de adoção da teoria relativa, a
qual dispõe que os limites de um direito fundamental são determinados por meio de um processo externo
ao direito.
B) Errado. Todo e qualquer direito fundamental pode sofrer restrições, desde que não afetem seu núcleo
essencial.
C) Errado. Os brasileiros são titulares de direitos fundamentais, independentemente do local onde residem.
D) Certo. É o caso, por exemplo, da vedação à extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
E) Errado. No âmbito da reserva legal simples, a CF limita-se a autorizar a intervenção legislativa sem fazer
qualquer exigência quanto à finalidade da lei e ao seu conteúdo. Já na reserva legal qualificada, a
Constituição já define, previamente, o conteúdo da lei, suas restrições, os fins a serem perseguidos e os
meios a serem utilizados. Portanto, a inviolabilidade das comunicações telefônicas caracteriza-se pela
reserva legal qualificada e a identificação criminal, pela reserva legal simples.
53. (2019/CESPE/CEBRASPE/TJ-SC/Juiz Substituto) A respeito da eficácia mediata dos direitos
fundamentais, assinale a opção correta segundo a doutrina e a jurisprudência do STF.
A) A eficácia mediata dos direitos fundamentais independe da atuação do Estado.
B) De acordo com o STF, as normas de direitos fundamentais que instituem procedimentos têm eficácia
mediata.

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C) Nas relações privadas, a eficácia dos direitos fundamentais é necessariamente mediata.


D) A eficácia mediata desobriga o juiz de observar o efeito irradiante dos direitos fundamentais no caso
concreto.
E) A eficácia mediata dos direitos fundamentais dirige-se, primeiramente, ao legislador.

Comentários:

Gabarito: E
A)Errada. A eficácia mediata ou indireta é aquela que depende da atuação do Estado.
B)Errada. O STF já se posicionou no sentido de que normas que instituem procedimentos têm eficácia
imediata (RE nº 161.243/DF)
C)Errada. Alguns direitos não necessitam de atuação legislativa como, por exemplo, a aplicação de devido
processo legal ( art 5, inc LIV da CF/88).
D)Errada. A alternativa equivocou-se, pois trata da dimensão objetiva dos direitos fundamentais.
E)É a correta.
54. (2019/CESPE/CEBRASPE/TJ-BA/Juiz de Direito Substituto) A respeito da situação conhecida como
estado de coisas inconstitucional, assinale a opção correta.
A) Tal situação resulta sempre de má vontade de autoridade pública em modificar uma conjuntura de
violação a direitos fundamentais.
B) Constatada a ocorrência dessa situação, verifica-se, em consequência, violação pontual de direito social
a prestação material pelo Estado.
C) No plano dos remédios estruturais para saneamento do estado de coisas inconstitucional, estão a
superação dos bloqueios institucionais e políticos e o aumento da deliberação de soluções sobre a
demanda.
D) Em função do caráter estrutural e complexo do litígio causador do estado de coisas inconstitucional, não
é admitido ao Poder Judiciário impor medidas concretas ao Poder Executivo.
E) De modo tácito, o reconhecimento do estado de coisas inconstitucional autoriza o Poder Judiciário a
assumir tarefas do Poder Legislativo na coordenação de medidas com o objetivo de assegurar direitos.

Comentários:

Gabarito: C
A)Errada. Não resulta sempre de uma má vontade do Estado, mas muito se dá pela inercia ou
incompetência por parte do poder público.
B)Errada. Segundo o STF, trata-se de violação generalizada e sistemática dos direitos fundamentais e não
ao direito social como a alternativa tenta demostrar.
C)Correta
D)Errado. É admitido ao Judiciário impor medidas concretas para viabilizar a garantia aos direitos
fundamentais, ou seja, é uma forma de se retirar dos poderes (legislativo e Executivo) o estado de inercia.

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O que não pode ocorrer é a substituição do papel do Legislativo e do Executivo na aplicação de medidas
próprias em respeito à separação de poderes.
E)Errado. Vide alternativa anterior.
55. (2018/TRF - 2ª Região/TRF - 2ª REGIÃO/Juiz Federal Substituto) Julgue os itens abaixo e marque a
alternativa correta:
I - A chamada eficácia horizontal dos direitos fundamentais impõe a sua observância mesmo nas relações
jurídicas estabelecidas entre particulares. Portanto, afigura-se possível a revisão judicial da exclusão de
associado dos quadros de associação privada, quando violado direito individual previsto na Constituição
Federal.
II - Não há direito subjetivo à nomeação de candidato aprovado em concurso público, fora do número de
vagas ofertadas no edital.
III - Deputados e Senadores possuem imunidade material mesmo quando exerçam a liberdade de opinião
em ambiente privado, desde que as manifestações guardem conexão com o desempenho da função
legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela.
A) Todas as assertivas estão incorretas.
B) Estão corretas as assertivas II e III.
C) Somente a assertiva III está correta.
D) Todas as assertivas estão corretas.
E) Estão corretas as assertivas I e III.

Comentários:

Gabarito: D
Item I Correto. A eficácia horizontal é a relação entre particulares que estão no mesmo campo de
igualdade e até mesmo pessoa jurídicas. Então, é possível a revisão no caso de violação de um direito
fundamental. Ademais o STF já decidiu caso de expulsão de associado em que houve violação ao direito a
ampla defesa e contraditório. STF – RE 158.215/RS: “COOPERATIVA - EXCLUSÃO DE ASSOCIADO - CARÁTER
PUNITIVO - DEVIDO PROCESSO LEGAL. Na hipótese de exclusão de associado decorrente de conduta
contrária aos estatutos, impõe-se a observância ao devido processo legal, viabilizado o exercício amplo da
defesa. Simples desafio do associado à assembleia geral, no que toca à exclusão, não é de molde a atrair
adoção de processo sumário. Observância obrigatória do próprio estatuto da cooperativa.”
Item II Correto. Refere-se em tese firmada pela Suprema Corte, em que firmou decisão no sentido de que
somente tem direito subjetivo aquele que estiver dentro do numero de vagas previstas no edital do
concurso. RE 598.099/MS. Portanto, torna-se a questão errada.
Item III Correto. Ofensas ocorridas em local fora do Parlamento: a imunidade é relativa. Para que o
parlamentar seja imune é necessário que a manifestação feita tenha relação com o exercício do seu
mandato ou em razão dela. IMUNIDADE PARLAMENTAR Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma
que determinada Deputada "não merece ser estuprada" não está protegido pela imunidade material /STF.
1ª Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 (Info 831)

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Promotor

56. (2018/IDHTEC/CRQ - 19ª Região (PB)/Advogado) São características dos direitos fundamentais,
exceto:
A) Inalienabilidade
B) Universalidade
C) Imprescritibilidade
D) Irrenunciabilidade
E) Ilimitabilidade

Comentários:

Gabarito: E
A) Certo. Os direitos fundamentais não podem ser cedidos, vendidos e negociados.
B) Certo. Os direitos fundamentais alcançam todos os seres humanos indistintamente e também pessoas
jurídicas.
C) Certo. Os direitos fundamentais não são perdidos pela passagem do tempo.
D) Certo. O titular dos direitos fundamentais não pode livre e definitivamente dispor deles.
E) Errado. Nenhum direito fundamental é absoluto, podendo sofrer restrições em estados de crise (Estado
de Defesa e Estado de Sítio) e em casos de colisão de direitos, quando faz-se necessário utilizar a
razoabilidade para que não se esvazie totalmente nenhum direito. Dessa forma, possuem, como
característica, a limitabilidade.
57. (2017/FMP Concursos/MPE-RO/Promotor de Justiça Substituto) Sobre a metódica da ponderação
em matéria de direitos humanos e fundamentais, assinale a alternativa CORRETA.
A) A ponderação é um princípio utilizado para a resolução dos casos de colisão entre direitos fundamentais.
B) A ponderação é aplicada para a solução do conflito entre a reserva do possível e o mínimo existencial,
dependendo do livre convencimento do julgador no caso concreto.
C) A regra da ponderação sofre críticas doutrinárias consistentes no decisionismo judicial e no excessivo
grau de abstração em cotejo com o mundo prático trazido pelo caso concreto.
D) A racionalidade da ponderação decorre do seu caráter argumentativo voltado à necessidade de
justificação da intensidade da intervenção em um determinado direito fundamental, de modo que as
manifestações culturais e a liberdade religiosa preponderam, por exemplo, sobre a proteção dos animais.
E) Tendo em vista que a liberdade de imprensa tem um peso absoluto, segundo a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, não é aplicável ao referido direito fundamental a metódica da ponderação.

Comentários:

Gabarito: C

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A) Errado. A ponderação é um método ou técnica de interpretação constitucional utilizada para solução de


casos de colisão entre direitos fundamentais, não sendo, portanto, um princípio.
B) Errado. Não se pode falar em livre convencimento do julgador no caso concreto, pois a reserva do
possível não será oponível quando da tutela dos núcleos essenciais dos direitos fundamentais, o que
corresponde ao mínimo existencial segundo o STF.
C) Certo. Uma das críticas doutrinárias ao neoconstitucionalismo diz respeito ao destaque dado à aplicação
dos princípios constitucionais e à ponderação, em detrimento das regras da subsunção da regra ao caso
concreto, de modo que ele tenderia a alimentar o decisionismo judicial, gerando insegurança jurídica.
D) Errado. O STF entendeu em sentido diverso ao julgar procedente a ADI 4983, na qual considerou haver
“crueldade intrínseca” aplicada aos animais na prática cultural da vaquejada.
E) Errado. Nenhum direito fundamental é absoluto.
58. (2019/FUNDEP (Gestão de Concursos)/MPE-MG/Promotor de Justiça Substituto) A propósito do
direito ao reconhecimento, leia o texto a seguir:
“É possível falar em um direito fundamental ao reconhecimento, que é um direito ao igual respeito da
identidade pessoal. Trata-se de um direito que tem tanto uma faceta negativa como outra positiva. Em sua
faceta negativa ele veda as práticas que desrespeitam as pessoas em sua identidade, estigmatizando-as. Na
dimensão positiva, ele impõe ao Estado a adoção de medidas voltadas ao combate dessas práticas e à
superação de estigmas existentes.” (SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana. 2. ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2016. p. 257).
De acordo com o posicionamento doutrinário acima, as assertivas seguintes harmonizam-se com o direito
ao reconhecimento, exceto:
A) As liberdades públicas são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira absoluta, observadas
as diretrizes definidas na própria Constituição Federal.
B) Há que se distinguir entre o discurso religioso (que é centrado na própria crença e nas razões da crença)
e o discurso sobre a crença alheia, especialmente quando feito com o intuito de atingi-la, rebaixá-la ou
desmerecê-la (ou a seus seguidores).
C) Para o transexual, ter uma vida digna importa em ver reconhecida a sua identidade sexual, sob a ótica
psicossocial, a refletir a verdade real por ele vivenciada e que se reflete na sociedade.
D) Toda a axiologia constitucional é tutelar de segmentos sociais brasileiros historicamente desfavorecidos,
culturalmente sacrificados e até perseguidos, como, por exemplo, o segmento dos negros e dos índios. Não
por coincidência, os que mais se alocam nos patamares patrimonialmente inferiores da pirâmide social.

Comentários:

Gabarito: A
A) Errada. Nenhum direito fundamental é absoluto, tampouco o direito ao Esquecimento. As liberdades
públicas são na verdade condicionais, pois a atuação Estatal está limitada na própria Constituição e devem
operar de forma harmônica.
B) Correta.

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C)Correta. A transexualidade recebe amparo jurisprudenciais no Tribunais Superiores muito baseado no


princípio da dignidade da pessoa humana. tese definida pelo STF:" O transgênero tem direito fundamental
subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo,
para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto
pela via judicial como diretamente pela via administrativa” RE 670.422.
D)Correta. É a chamada igualdade material.
59. (2019/MPE-GO/Promotor de Justiça Substituto) Segundo doutrina de Samuel Sales Fonteles, “em
toda a história do Direito Constitucional, jamais a Constituição recebeu tanto protagonismo como nos
dias atuais. Hoje, todos os ramos da árvore jurídica gravitam em torno da Constituição, de onde emana
uma força irradiante, o que se pode denominar de constitucionalização do Direito”. Tendo por base tal
assertiva, é incorreto afirmar:
A) O Direito do Consumidor recebeu assento constitucional nos arts. 5°, XXXII e 170, V, além do artigo 48
do ADCT;
B) O Direito da Criança e do Adolescente também sofreu sensíveis transformações a partir da influência dos
Direitos Fundamentais, tendo suas normas sido positivadas constitucionalmente nos artigos 227 a 229 da
Carta Magna;
C) Os interesses metaindividuais, seus institutos, princípios e normas, estão diretamente ligados aos
Direitos Fundamentais, o que marca uma das características do neoconstitucionalismo;
D) O Direito Ambiental, incluído na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 225, deixou a desejar no
tocante à defesa do meio ambiente, uma vez que não previu institutos já consagrados em outros países,
como o princípio do poluidor pagador e da vedação do retrocesso ambiental.

Comentários:

Gabarito: D
A) Correta. O direito do Consumidor recebe amparo legal na Constituição nos arts. 5°, XXXII e 170, também
no ADCT (art 48).
B) Correta. Também estão positivados no capítulo VII da CF.
C) Correta. O Neoconstitucionalismo trouxe uma valoração as minorias e que muito se fundamenta no
princípio da dignidade da pessoa humana e assim, estabelecendo um estado social garantidor.
D) Errada. A Constituição possui uma proteção especial ao Direito Ambiental com princípios basilares e
instrumentos para sua efetivação no seu art 225, da CF/88.
60. (2019/MPE-GO/MPE-GO/Promotor) Assinale a alternativa correta:
A) A natureza fundamental dos direitos, no sistema constitucional brasileiro, decorre exclusivamente do
conteúdo dos direitos, ou seja, da circunstância de consubstanciarem decisões fundamentais sobre a
estrutura do Estado e da sociedade.
B) O sistema constitucional brasileiro alberga direitos fundamentais não expressos no texto constitucional,
mas que sejam decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição Federal.
C) A natureza fundamental dos direitos, no sistema constitucional brasileiro, decorre, exclusivamente, da
opção constituinte de elencá-los como tal em um catálogo de direitos fundamentais.

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D) Outros direitos fundamentais não previstos pelo Constituinte originário podem ser incorporados ao
sistema constitucional brasileiro, por meio de tratados internacionais, ratificados pelo Brasil, os quais,
independentemente da forma da incorporação, terão hierarquia normativa equivalente a emenda
constitucional.

Comentários:

Gabarito: B
a) Errada. Não depende exclusivamente do conteúdo material, mas de sua inserção no texto constitucional.
b) Correta. Os direitos fundamentais apresenta um rol exemplificativo, conforme expressa o art 5 § 2º da
cf.
c) Errada. A alternativa erra mais uma vez ao utilizar a expressão “exclusivamente”.
d) Errada. Não independe de qualquer forma de incorporação. A sua inserção no texto constitucional
assume a forma de Emenda Constitucional e por este fato, o procedimento mais dificultoso é mais
dificultoso do que as das leis.
61. (2019/MPE-GO /MPE-GO/Promotor de Justiça) Seguindo as lições de J. J. Gomes Canotilho
quanto aos direitos sociais, culturais e econômicos, em que consiste a chamada “metodologia fuzzy"?
A) A análise desses direitos, os quais se valem de uma metodologia extremamente vaga, exige, em
contrapartida, premissas objetivas cujas bases podem ser encontradas, ainda que parcialmente, na reserva
do possível, no mínimo existencial e no princípio da vedação de retrocesso.
B) Também chamada de “fuzzysmo”, essa metodologia defende que o princípio da vedação de retrocesso
deve ter aplicação restrita ao âmbito dos direitos sociais, culturais e econômicos. Segundo essa visão, a
vedação de retrocesso não poderia ser estendida aos demais direitos fundamentais.
C) Consiste em críticas quanto à falta de bases objetivas para solucionar o conflito entre a reserva do
possível e os direitos sociais que compõem o mínimo existencial. Essa metodologia parte da premissa de
que não existe um direito definitivo ao mínimo existencial.
D) Em virtude de a dogmática e a teoria jurídica dos direitos sociais, culturais e econômicos expressarem
uma metodologia vaga ou mesmo indeterminada, a teoria da ciência, por meio de tons caricaturais,
conferiu-lhe o apelido de “metodologia fuzzy”. Traduz-se, na verdade, em forte censura aos juristas, no
sentido de que estes, na abordagem dos complexos problemas dos direitos sociais, culturais e econômicos,
não sabem o que dizem.

Comentários:

Gabarito: D
A respeito do tema é possível extrair o fuzzy na obra de Pedro Lenza (21° edição, pag 1270) ao fazer
referência de Canotilho que entende a metodologia utilizada pelos juristas como uma censura porque os
juristas não sabem aquilo que falam a respeito das problemáticas sociais e culturais. Ainda é um assunto
pendente na Corte.
62. (2019/Instituto Consulplan/MPE-SC/Promotor de Justiça) Os direitos fundamentais são bens e
vantagens prescritos na norma constitucional, ao passo que as garantias fundamentais são os

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instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos, destacando-se que a
garantias nem sempre estarão nas regras definidas constitucionalmente como remédios constitucionais.

Comentários:

Gabarito: C
Os direitos fundamentais são as normas declaratórias e as garantias são normas assecuratórias, ou seja,
esta última são mecanismos adequados que possibilitam exigir do Estado à fruição daquele direito violado.
63. (2019/MPE-PR/MPE-PR/Promotor Substituto) Sobre direitos fundamentais, é correta a
afirmação:
A) A caracterização de um direito como fundamental não é determinada apenas pela relevância do bem
jurídico tutelado por seus predicados intrínsecos, mas também pela relevância que é dada a esse bem
jurídico pelo constituinte, mediante atribuição da hierarquia correspondente (expressa ou implicitamente)
e do regime jurídico-constitucional assegurado às normas de direitos fundamentais.
B) O princípio da universalidade significa que todas as pessoas, pelo fato de serem pessoas, são titulares
dos direitos fundamentais consagrados na Constituição, sendo ilegítima qualquer distinção entre nacionais
e estrangeiros.
C) O desfrute dos direitos fundamentais por parte dos brasileiros depende da efetiva residência em
território brasileiro, pois a titularidade não depende exclusivamente do vínculo jurídico da nacionalidade.
D) As pessoas jurídicas de direito público são titulares de direitos fundamentais apenas de cunho
processual (por exemplo, o contraditório e a ampla defesa), sendo incompatíveis com sua natureza direitos
de natureza estritamente material.
E) Por serem dotadas de eficácia plena e de aplicabilidade direta, as normas de direitos fundamentais não
estão sujeitas à regulamentação, sendo imunes à imposição de restrições e limitações.

Comentários:

Gabarito: A
A)Correta.
B)Errada. A universalidade abrange aos brasileiros e estrangeiros, mas o direito em si não ampara a todos
em razão das prerrogativas e peculiaridades que cada pessoa possui. Por exemplo, estrangeiro não
possuem direitos políticos no Brasil.
C)Errada. Não é requisito para os nacionais a fruição dos direitos fundamentais, a residência em território
brasileiro. Não é o que o texto Constitucional trás. O STF firmou entendimento fundamentado no principio
da dignidade da pessoa humana no sentido de que estrangeiros não residentes e apátridas gozam dos
direitos fundamentais.
D)Errado. As pessoas jurídicas podem exercer outros direitos como, por exemplo: STJ súmula nº 227 - "A
pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
E)Errada. Os direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata ( art 5, § 1º da CF/88), no entanto, é
importante que se diga que determinados direitos necessitam de um mandado de otimização para que se

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ocorra o exercício pleno como por exemplo as A norma de eficácia limitada é o art. 37, inciso VII, da CF/88,
que trata do direito de greve dos servidores públicos.

Procurador

64. (2018/IDECAN/IPC - ES - Procurador Previdenciário) A noção de “mínimo existencial” compreende


um complexo de prerrogativas cuja concretização se revela capaz de garantir condições adequadas de
existência digna, assegurando, à pessoa humana, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também,
a prestações positivas do Estado, tais como o direito à educação, à saúde, à moradia, à alimentação, à
segurança, dentre outros. Nesse cenário, analise os itens abaixo:
I. Mesmo nas demandas de saúde com risco de morte, a cláusula da reserva do possível deve ser aplicada
pelo Poder Judiciário, já que os recursos orçamentários são limitados.
II. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal reconhece a possibilidade de o Poder Judiciário, diante de
situações graves, que demandem o reconhecimento do mínimo existencial, ordenar, em favor do paciente,
o fornecimento gratuito de medicamento pelo Sistema Único de Saúde.
III. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não estão obrigados a executar as políticas
públicas decorrentes de normas constitucionais de eficácia plena, limitada ou de conteúdo programático.
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.

Comentários:

Gabarito: B
I – Errado. O direito à saúde é abrangido pelo princípio do mínimo existencial, que limita a cláusula da
reserva do possível. Não pode o Estado deixar de assegurar o mínimo necessário à preservação da
dignidade humana. Portanto, cabe ao Judiciário ordenar aos Poderes Públicos os meios que garantam a
manutenção da vida.
II – Certo. Conforme pacificado pelo STF, o Poder Judiciário pode, sem que se configure violação ao
princípio da separação dos poderes, determinar a implantação de políticas públicas voltadas à área da
saúde.
III – Errado. Tanto a doutrina como a jurisprudência do STF entendem que os entes federativos possuem
responsabilidade solidária pela saúde. Além disso, o fato de as normas programáticas dependerem de
concretização do Poder Público para serem efetivadas não quer dizer que não possuam eficácia. São
normas dotadas de imperatividade constitucional, impondo-se, portanto, aos órgãos públicos.
65. (2018/IDHTEC/CRQ - 19ª Região (PB)/Advogado) Os direitos fundamentais são tradicionalmente
classificados pela Doutrina Majoritária em três gerações, referindo-se aos momentos de evolução
histórica no qual surgiram. Tendo isto em vista, a única alternativa que apresenta a correta
correspondência entre o direito indicado e a geração à qual pertence é:

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A) Direito de propriedade – Segunda Geração


B) Direito de associação – Terceira Geração
C) Direito à educação – Primeira Geração
D) Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – Terceira Geração.
E) Direito à locomoção – Segunda Geração

Comentários:

Gabarito: D
A) Errado. Direito de propriedade pertence à primeira geração.
B) Errado. Direito de associação pertence à primeira geração.
C) Errado. Direito à educação pertence à segunda geração
D) Certo.
E) Errado. Direito à locomoção pertence à primeira geração.
66. (2018/FGV/AL-RO/Advogado) O juiz de direito, ao fundamentar uma decisão, afirmou que os
direitos fundamentais, além de criarem situações jurídicas favoráveis a pessoas em particular, também
estabelecem diretrizes para a atuação das estruturas estatais de poder.
O aspecto dos direitos fundamentais suscitado pelo juiz de direito é expressão
A) da concepção subjetiva dos direitos fundamentais.
B) da perspectiva objetiva dos direitos fundamentais.
C) da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
D) dos direitos de primeira dimensão.
E) do formalismo constitucional.

Comentários:

Gabarito: B
A) Errado. A concepção subjetiva dos direitos fundamentais está ligada a exigência por parte de indivíduos,
titulares desses direitos, de não intervenção estatal em sua liberdade individual.
B) Certo. A perspectiva objetiva dos direitos fundamentais diz respeito à compreensão dos direitos
fundamentais como critérios de controle da ação estatal, estabelecendo diretrizes para a atuação dos
poderes públicos e para as relações entre particulares. É o que se conhece como eficácia irradiante dos
direitos fundamentais.
C) Errado. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais refere-se à aplicação desses direitos nas relações
privadas (particulares) e não apenas entre Estado e particular.
D) Errado. Direitos de primeira geração correspondem a direitos negativos, políticos e civis, caracterizados
pela exigência de uma abstenção por parte do Estado.

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E) Errado. O formalismo constitucional funciona como uma garantia de liberdade do cidadão contra a
arbitrariedade dos órgãos públicos e como proteção dos excessos de uma parte em relação à outra,
buscando-se o equilíbrio formal.
67. (2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Os direitos destinados a assegurar a soberania
popular mediante a possibilidade de interferência direta ou indireta nas decisões políticas do Estado são
direitos
A) políticos de primeira dimensão.
B) políticos de terceira dimensão.
C) políticos de segunda geração.
D) sociais de segunda geração.
E) sociais de primeira dimensão.

Comentários:

Gabarito: A
A) Certo. Direitos de primeira dimensão abrangem liberdades públicas, assim como direitos individuais,
civis e políticos.
B) Errado. Direitos políticos pertencem à primeira dimensão.
C) Errado. Direitos políticos pertencem à primeira dimensão.
D) Errado. O caso em questão diz respeito a um direito político de primeira dimensão.
E) Errado. Direitos sociais pertencem à segunda dimensão.
68. (2018/VUNESP/Prefeitura de São Bernardo do Campo/Procurador) A respeito dos direitos
fundamentais, assinale a alternativa correta.
A) Historicidade, universalidade, ilimitabilidade, irrenunciabilidade e imprescritibilidade são algumas das
características dos direitos fundamentais.
B) À aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre os particulares e o Poder Público dá-se o nome
de eficácia externa ou objetiva dos direitos fundamentais.
C) Segundo a teoria dos quatro status de Jellinek, no status positivo o indivíduo possui o poder de
influenciar na formação da vontade do Estado, por meio do exercício dos direitos políticos.
D) Por afrontar o direito à liberdade de expressão previsto na Constituição, é inconstitucional dispositivo
que proíbe, no âmbito da programação das emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de
proselitismo.
E) As entidades associativas, ainda que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

Comentários:

Gabarito: D
A) Errado. Os direitos fundamentais não são ilimitados.

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B) Errado. A relação entre os particulares e o Poder Público é caracterizada pela eficácia vertical, pública ou
interna dos direitos fundamentais.
C) Errado. Segundo a teoria dos quatro status de Jellinek, no status ativo o indivíduo possui o poder de
influenciar na formação de vontade do Estado.
D) Certo. Foi o que decidiu o plenário do STF quando julgou procedente a ADI 2566.
E) Errado. As entidades associativas necessitam de expressa autorização para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente (art. 5°, XXI).
69. (2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Considere as duas afirmações a seguir.
I Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da ampla defesa. II Nas
relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à honra, sob pena de
consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou moral.
As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a
A) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
B) eficácia externa dos direitos fundamentais.
C) eficácia diagonal dos direitos individuais.
D) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
E) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

Comentários:

Gabarito: D
A) Errado. A afirmação I refere-se à eficácia vertical dos direitos fundamentais.
B) Errado. A afirmação I refere-se à eficácia interna (vertical) dos direitos fundamentais.
C) Errado. A afirmação I refere-se à eficácia vertical dos direitos fundamentais e a II refere-se à eficácia
horizontal desses direitos.
D) Certo.
E) Errado. A afirmação I refere-se à eficácia interna (vertical) dos direitos fundamentais e a II refere-se à
eficácia externa (horizontal) desses direitos.
70. (2017/FAFIPA/Fundação Araucária – PR/Advogado) Conforme a teoria dos direitos fundamentais,
assinale a alternativa CORRETA.
A) Os direitos de primeira geração caracterizam-se por uma dimensão positiva ou liberdades positivas,
exigindo uma prestação positiva por parte do Estado.
B) Os direitos de primeira geração são considerados direitos de defesa, direitos do indivíduo frente ao
Estado, caracterizando-se pela abstenção do Estado e por direito de liberdade do indivíduo.
C) Os direitos de segunda geração são direitos de fraternidade ou solidariedade, tendo como objetivo a
proteção da coletividade.
D) Os direitos de terceira geração correspondem aos direitos civis e políticos, caracterizam-se por
liberdades positivas, exigindo prestação positiva por parte do Estado.

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Comentários:

Gabarito: B
A) Errado. Os direitos de primeira geração caracterizam-se por uma dimensão negativa ou liberdades
negativas, exigindo uma abstenção do Estado.
B) Certo.
C) Errado. Os direitos de segunda geração são direitos de igualdade, exigindo prestação positiva por parte
do Estado.
D) Errado. Os direitos de terceira geração são direitos de fraternidade e correspondem aos direitos da
coletividade e da humanidade, tais como direito ao meio ambiente, à paz, ao patrimônio.
71. (2017/BANPARÁ/Advogado) Sobre os Direitos Humanos e acerca dos Direitos Fundamentais é
CORRETO afirmar que:
A) Os Direitos Fundamentais são absolutos no sentido de que, devido sua importância, não podem sofrer
quaisquer limitações válidas.
B) Pela teoria dos “custos dos direitos”, desenvolvida por Cass Sunstein e Stephen Holmes, apenas a
proteção dos denominados Direitos de 1º geração não implicaria em um custo econômico para o Estado.
Tratar-se-iam (os Direitos de 1ª geração) de Direitos negativos, ou seja, sua proteção estaria condicionada
apenas a um não fazer estatal.
C) Acerca do aborto, o Supremo Tribunal Federal, em recente julgado de sua 1ª Turma, afirmou ser
necessário conferir interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal (que
tipificam o crime de aborto) para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação
efetivada no primeiro trimestre do período gestacional.
D) Acerca das denominadas ações afirmativas, o Supremo Tribunal Federal deixou assentado, no caso das
universidades públicas, que a metodologia de seleção diferenciada pode levar em consideração critérios
étnico-raciais ou socioeconômicos, de modo a assegurar que a comunidade acadêmica e a própria
sociedade sejam beneficiadas pelo pluralismo de ideias. Decidiu, ainda, o mesmo STF, que as vantagens
decorrentes das Ações Afirmativas poderiam perdurar indefinidamente no tempo.

Comentários:

Gabarito: C
A) Errado. Os direitos fundamentais não são absolutos, de modo que podem sofrer restrições, desde que
seja preservado seu núcleo essencial.
B) Errado. A teoria dos “custos dos direitos” ratifica que todas as dimensões dos direitos fundamentais
possuem custos públicos, mesmos os negativos de primeira geração, pois todos eles podem exigir
prestações estatais.
C) Certo. É o que dispõe o informativo 849 do STF.
D) Errado. As vantagens decorrentes das Ações Afirmativas não podem perdurar indefinidamente no
tempo, porque, segundo o STF, podem configurar nova desigualdade. Logo, devem durar enquanto há
necessidade de compensar uma desigualdade sofrida por certo grupo de indivíduos que foi marginalizado
em determinada época.

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72. (2017/FMP Concursos/PGE-AC/Procurador do Estado) A CF/88 contempla verdadeiro sistema de


direitos fundamentais que se caracteriza, dentre outras circunstâncias, pela previsão expressa de normas
de sistematização que disciplinam a aplicação dos direitos fundamentais em espécie; quanto às normas
de sistematização, é correto afirmar que
A) independentemente de qualquer intervenção legislativa, nos termos do art. 5°, § 1°, as normas jus
fundamentais são aptas a produzir todos os seus efeitos a partir da mera previsão expressa no texto
constitucional.
B) os brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil, tal como previsto no caput do art. 5°, são, em
igualdade de condições, sujeitos dos direitos fundamentais.
C) os turistas, assim como as pessoas jurídicas, não contemplados no caput do art. 5° não são sujeitos de
quaisquer direitos fundamentais.
D) pessoas jurídicas não são sujeitos de direitos fundamentais.
E) direito humano internalizado no ordenamento pátrio como direito fundamental, não obstante
permissivo expresso no art. 5°, LXVII, impede a prisão civil do depositário infiel por dívida.

Comentários:

Gabarito: E
A) Errado. Não se pode confundir aplicação com aplicabilidade. O termo aplicação disposto no art. 5°, § 1°
quer dizer que, uma vez existentes, os direitos fundamentais podem ser exigidos do Estado. Porém, a
questão se refere à aplicabilidade, termo que diz respeito à eficácia das normas constitucionais e, dessa
forma, há, por exemplo, as normas de eficácia limitada, as quais necessitam de regulamentação para
produzirem todos os seus efeitos.
B) Errado. Apesar de titulares de direitos fundamentais, brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil não
os possuem em igualdade de condições. Há entre outros, exemplos de direitos políticos, como o caso do
voto, que só são exercidos por brasileiros, de vedações absolutas para brasileiros, como o caso da
extradição, que pode ser aplicada a estrangeiros
C) Errado. É firme o entendimento, entre doutrina e jurisprudência, de que turistas e pessoas jurídicas são
titulares de direitos fundamentais.
D) Errado. Pessoas jurídicas são sujeitas de alguns direitos fundamentais como, por exemplo, direitos de
imagem e de propriedade.
E) Certo. Apesar de autorizada pela CF, a prisão civil do depositário infiel perdeu a eficácia desde a
internalização do Pacto de San José da Costa Rica, que foi recebido como norma supralegal, revogando
todas as regulações infraconstitucionais a respeito dessa modalidade de prisão. Entendimento esse já
pacificado pelo STF na Súmula Vinculante n° 25.
73. (2016/IBEG/Prefeitura de Guarapari – ES/Procurador Municipal) Como afirmava o saudoso
professor Norberto Bobbio: “os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos
históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas
liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez
por todas”. Assim, acerca da Teoria dos Direitos Fundamentais, marque a alternativa incorreta:

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A) Pode-se afirmar que os direitos fundamentais são uma construção histórica, isto é, a concepção sobre
quais são os direitos considerados fundamentais varia de época para época e de lugar para lugar. Que o
que parece fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em
outras épocas e em outras culturas.
B) No sistema constitucional brasileiro pode-se dizer que há direitos ou garantias fundamentais que se
revistam de caráter absoluto.
C) Via de regra os direitos fundamentais são imprescritíveis, inalienáveis e indisponíveis, sendo permitidas
algumas exceções, desde que não afetem a dignidade humana.
D) Pode-se dizer que os direitos fundamentais se aplicam não só nas relações entre o Estado e o cidadão
(eficácia vertical), mas também nas relações entre os particulares-cidadãos (eficácia horizontal).
E) Os direitos de terceira geração, também conhecidos como direitos metaindividuais, têm como exemplos:
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito à paz, ao desenvolvimento, direitos dos
consumidores.
Comentários:
Gabarito: B
A) Certo. A historicidade é característica intrínseca dos direitos fundamentais.
B) Errado. Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias fundamentais absolutos.
C) Certo. Há algumas exceções como é o caso de direitos de cunho patrimonial (ex: propriedade), que
podem ser renunciados, e de direitos de propriedade e indenização por danos morais, que podem ser
prescritíveis.
D) Certo. O Brasil adota a Teoria da eficácia direta e imediata dos direitos fundamentais, a qual dispõe que
eles são aplicados a todas as relações privadas (particulares).
E) Certo.
74. (2020/IPEFAE/Prefeitura de Águas da Prata – SP/Advogado) Os direitos e garantias fundamentais
têm como destinatários diretos os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e têm como destinatários
indiretos o povo brasileiro, que é receptor da aplicação do texto constitucional. Neste contexto, tanto os
estrangeiros residentes quanto os passantes fazem jus aos direitos fundamentais, no limite da soberania
do Estado brasileiro. Com relação aos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta:
A) A teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, de origem alemã, defende a aplicação dos
direitos fundamentais nas relações entre os particulares, sendo que o Poder Judiciário brasileiro já a
utilizou, por exemplo, em relação às cooperativas de plano de saúde não poderem exigir fidelidade
associativa dos médicos que compõem seu quadro social.
B) O direito à vida é protegido no Brasil sob um triplo aspecto, ou seja, protege-se o direito de nascer com
vida, o direito de subsistir ou de sobreviver e o direito à morte digna, sendo que este último autoriza
hipóteses de eutanásia no Brasil como forma de manutenção da dignidade de pessoa com moléstia
incurável ou gravemente enferma.
C) A possibilidade de aborto do feto anencéfalo foi apreciada pelo STF através de ADPF ajuizada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, situação em que se pleiteou interpretação conforme à
Constituição Federal sem redução de texto para que o profissional da saúde pudesse negar, de plano, os
pedidos de aborto dos fetos com anencefalia, mesmo que atestada por médico habilitado.

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D) A pena de morte é a pena capital consistente em retirar a vida do criminoso pelo seu alto grau de
periculosidade ou gravidade do delito praticado e a sua aplicação é proibida no Brasil, mesmo em caso de
guerra declarada, pois eventual aplicação violaria a proteção absoluta do direito à vida.

Comentários:

Gabarito: A
A) É a correta. A alternativa refere às relações entre particulares.
B) Errada. O direito a vida é apresentado na doutrina sobre dois vieses. Primeiro é o direito de continuar
vivo (acepção negativa) e em segundo, o direito a uma vida digna (acepção positiva) que está intimamente
à dignidade da pessoa humana, que se refere por ser um dos fundamentos da República Federativa do
Brasil. A respeito da eutanásia, embora se tenha posicionamentos divergentes por questões religiosas,
ideológicas, principalmente por ser um Estado laico. Então, é importante que se diga que a Eutanásia no
Brasil é considerada crime, tornando assim, a questão errada.
C)Errada. É inconstitucional interpretação de a interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser conduta
tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal. (...) (ADPF 54, Relator(a): MARCO
AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 12/04/2012)
D)Somente há pena de morte na situação de guerra declarada na forma da lei (art. 5º · XLVII), o que não
retrata nesta alternativa da questão. Outro erro é afirmar que a proteção à vida é um direito absoluto, o
que não é verdade. Os direitos fundamentais são dotados relativização a depender do caso concreto.
75. (2020/IPEFAE/Prefeitura de São João da Boa Vista – SP/Procurador) Veja a charge de Miguel
Paiva, publicada no jornal O Estado de São Paulo, em 05/10/1988:

Considerando a teoria e efetividade dos direitos e garantias fundamentais no Brasil, bem como a temática
da charge, assinale a opção correta:
A) A Constituição Federal brasileira de 1988 prevê que as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata, mas uma parcela dos cidadãos brasileiros não consegue ter acesso
sequer aos direitos mais básicos.
B) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados pelo processo
legislativo ordinário serão equivalentes às emendas constitucionais e terão eficácia plena e imediata a
todos os brasileiros.

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C) Direitos fundamentais de primeira dimensão contemplam os direitos econômicos, sociais e culturais,


sendo exemplos a liberdade religiosa e o direito de associação.
D) Direitos e garantais fundamentais são termos sinônimos, referindo-se a bens e vantagens que os
cidadãos brasileiros, destinatários diretos dos direitos e garantias fundamentais, podem receber do Estado.

Comentários:

Gabarito: A
A) Correta. É o intitulado pela doutrina de principio do mínimo existencial em que é garantida uma vida
digna, tais como alimentação, educação e dentre outros. Embora a Constituição contenha dispositivo legal
expressando que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais possuem aplicação imediata
conforme o art 5, § 1º da CRFB/88, ainda assim é necessário um agir do Estado com medidas concretas
para efetivar tais direitos.
b) Está errada, pois os Tratados de Direitos Humanos aprovados pelo rito ordinário possui status
supralegal.
c) Errada. Faz referência aos direitos de segunda geração.
d) Errada. Direitos e garantias não são termos sinônimos. Enquanto aqueles são disposições declaratórias
que expressa uma vantagem, estas últimas são disposições assecuratórias em que são utilizados como
instrumentos para viabilizar tais direitos violados por meio dos chamados remédios constitucionais.
76. (2019/FAFIPA/CREA-PR/Advogado) Os direitos fundamentais da 1ª dimensão marcam a
passagem de um Estado autoritário para um Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades
individuais, em uma verdadeira perspectiva de absenteísmo estatal. Sobre os direitos fundamentais de
1ª dimensão, é considerado um documento histórico da 1ª dimensão de direitos fundamentais:
A) Bill of Rights (1688).
B) Constituição do México de 1917.
C) Constituição do Brasil de 1934.
D) Tratado de Versales, 1919 (OIT).
E) Bill of Trues (1969).

Comentários:

Gabarito: A
A letra “a” é a que corresponde ao direito fundamental de 1° dimensão.
Nas alternativas “b”, “c” e “d” são direitos fundamentais de 2° dimensão.
77. (2019/INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO/Prefeitura de Massapê – CE/Procurador) Sob à luz da
Constituição Federal, ao ter como base a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criou os direitos
fundamentais, e estes possuem características próprias, como a vedação da renúncia de tais direitos e a
universalidade destes. Assim, regem a sociedade como um todo, servindo de norte para as normas que
surgem da Constituição ou que nela visam se enquadrar. Com base neste enunciado, analise as seguintes
afirmativas e marque a opção correta:

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I. Os direitos da primeira geração, ou primeira dimensão, são os inerentes aos Direitos de Igualdade, como
na proteção ao trabalho contra o desemprego, direito à educação no combate ao analfabetismo, à inserção
na cultura, garantia da saúde;
II. O direito a reunião é considerado amplo e universal, porém encontra limites na legislação. Estes podem
dizer respeito, inclusive, quanto à legalidade do que se pretende discutir, encontrar ou manifestar, como
no caso de manifestação à favor das drogas, que encontra óbice quanto à legalidade do caráter da reunião,
sendo considerado um ato ilícito;
III. Todo ser humano já nasce com direitos e garantias, não podendo estes ser considerados como uma
concessão do Estado.
Marque a opção correta:
A) Estão incorretas as afirmativas I e III, apenas;
B) Está incorreta a afirmativa II, apenas;
C) Está correta a afirmativa III, apenas;
D) Estão corretas as afirmativas I e II, apenas.

Comentários:

Gabarito: C
Item I Errada. A alternativa refere-se aos direitos de segunda dimensão.
Item II Errado. A existência do direito de reunião está LIMITADA aos seguintes elementos: 1) elemento
teleológico; 2) finalidade pacífica; 3) ausência de armas; 4) prévio aviso às autoridades competentes. A
suprema corte teve decisão (ADPF 187) em que considerou legitimo a manifestação da chamada “Marcha
da Maconha”, que a tal reunião “não se confunde com incitação à pratica de delito nem se identifica com
apologia do fato criminoso.
Item III correto. Os direitos fundamentais possuem caráter universal, ou seja, basta ser humano, ou seja,
abarca todos os indivíduos independente de nacionalidade, sexo, idade, etnia, credo ou ideologias.
78. (2019/SELECON/Empresa Cuiabana de Saúde Pública – MT/Advogado) No percurso para garantir
direitos e garantias para toda a sociedade, podem ser admitidos no âmbito da interpretação do princípio
da isonomia, algumas diferenciações. Nesse tema, seguindo a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, admite-se lei que estabelece:
A) sistema de cotas por etnia
B) discriminação negativa de gênero
C) remuneração genérica inferior ao salário mínimo
D) exclusão de direitos previdenciários para determinado segmento profissional

Comentários:

Gabarito: A
A) Correta. É a chamada igualdade material, por meio de ações afirmativas que “tratar desigualmente os
desiguais, na medida de sua desigualdade”. Como exemplo podemos citar uma decisão da Suprema Corte.

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“É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos
efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta.” STF. Plenário. ADC
41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
B) Errada. Está incorreta, pois mencionou descriminação negativa, pois o correto seria descriminação
positiva.
C)Errada. A remuneração não pode ser inferior ao mínimo.
D)Errada. Ao mencionar “exclusão” já torna a questão incorreta, pois igualdade material é equivaler os
desiguais conforme as suas desigualdades.
79. (2019/VUNESP/SERTPREV – SP/Procurador Jurídico) Nos termos da doutrina, é correto afirmar
que as garantias fundamentais em sentido amplo
A) geram o chamado dever de proteção e exigem que o Estado leve em conta os direitos humanos
envolvidos antes de adotar determinada conduta.
B) são aquelas que têm como função exigir do Estado que estruture órgãos e corpo institucional apto, por
sua competência e atribuição, a oferecer bens ou serviços indispensáveis à efetivação dos direitos
humanos.
C) equivalem à criação de medidas específicas de combate à inércia do Estado em legislar, como ocorreu
no Brasil com a criação do mandado de injunção e da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
D) têm como consequência inicial a transformação dos direitos humanos em um escudo contra o poder
estatal, concretizando exigências de abstenção, derrogação e até mesmo anulação de atos do Estado.
E) consistem em um conjunto de meios de índole institucional e organizacional que visa assegurar a
efetividade e a observância dos direitos humanos.

Comentários:

Gabarito: E
Garantias fundamentais são mecanismos que viabilizam a fruição de um direito violado. A alternativa que
mais se aproxima do conceito da questão é a letra E.
80. (2019/VUNESP/Câmara de Mauá – SP/Procurador Legislativo) Sobre a chamada doutrina da
“reserva do possível”, é correto afirmar, com base na legislação nacional, que
A) se trata de doutrina desenvolvida originalmente no direito brasileiro, a partir da aplicação no direito
financeiro da chamada “inexigibilidade de conduta diversa”, inicialmente empregada no direito penal.
B) consiste em defesa subsidiária do Poder Público contra ações movidas por descumprimento de direitos
fundamentais previstos na Constituição que demandem, para sua plena eficácia, prestações positivas por
parte do Estado, quando o seu descumprimento se dê por motivo de demonstrada e justificada escassez de
recursos.
C) encontra expressa previsão na lei de responsabilidade fiscal, na medida em que esta prevê a
impossibilidade absoluta de realização de gastos acima da previsão de ingresso de recursos no próprio
exercício fiscal.

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D) pode ser invocada sempre que houver comprometimento grave do núcleo básico que qualifica o mínimo
existencial, de modo a justificar o inadimplemento de deveres estatais de prestação constitucionalmente
impostos ao poder público.
E) encontrava expressa previsão na Constituição Federal de 1967 com Emenda Constitucional no 1 de 1969,
tendo sido rejeitada pelo constituinte de 1988, que deixou de repetir os artigos constitucionais que lhe
davam amparo em matéria financeira.

Comentários:

Gabarito: B
A) Errada. A teoria da reserva do possível teve sua origem no Tribunal Constitucional Alemã na década de
70 do século XX, conhecido como numerus clausus.
B) É a correta.
C)Errada. Não há previsão expressa em lei a respeito da teoria da reserva do possível, tendo seu estudo
ocorrido no âmbito jurisprudencial.
D)Errada. Não pode ser invocada quando comprometer direitos do núcleo básico e também essenciais a
sua subsistência, pois estariam ferindo o intitulado princípio do mínimo existencial.
E) Errada. Como já mencionado anteriormente, não há previsão na Carta Magna tal instituto.
81. (2019/CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/Procurador de Contas) No que se refere à teoria geral dos
direitos fundamentais e aos direitos e deveres individuais e coletivos, é correto afirmar que
A) o chamado direito de resistência inclui-se entre os direitos fundamentais de segunda dimensão.
B) a igualdade formal é característica típica dos direitos fundamentais de segunda dimensão.
C) o direito de greve é classificado como direito fundamental de terceira dimensão.
D) a titularidade dos direitos fundamentais de terceira dimensão é sempre individual.
E) o direito à comunicação inclui-se entre os direitos fundamentais de terceira dimensão.

Comentários:

Gabarito: E
A) Errada. O direito de resistência faz referência aos direitos fundamentais de primeira dimensão.
B) Errada. Enquanto a igualdade formal é caracterizada pela igualdade perante a lei dos direitos
fundamentais de primeira dimensão, a igualdade material diz respeito aos direitos de segunda dimensão.
C)Errada. Direito de greve trata-se de um direito social de segunda dimensão.
D)Errado. A titularidade dos direitos fundamentais de terceira dimensão transcende o individuo, atingindo
a coletividade como um todo como, por exemplo, o Direito Ambiental e Direito do Consumidor.
E) É a correta.
82. (2019/FUNDEP (Gestão de Concursos)/CAU-MG/Advogado) Os direitos fundamentais ganham
grande relevância na sociedade ao inverterem a lógica anterior de subordinação do indivíduo ao Estado,
reconhecendo que, anteriormente aos deveres, o indivíduo tem direitos que devem ser respeitados.

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A respeito da teoria geral dos direitos fundamentais, assinale a alternativa incorreta.


A) Os direitos de primeira geração, considerados indispensáveis a todos os homens, traduzem-se em
postulados de abstenção dos governantes, criando obrigações de não fazer, de não intervir sobre aspectos
da vida pessoal de cada indivíduo.
B) Enquanto os direitos de abstenção visam a assegurar o status quo do indivíduo, os direitos a prestação
exigem que o Estado aja para atenuar desigualdades, com isso estabelecendo moldes para o futuro da
sociedade.
C) Em razão da previsão expressa no texto constitucional, os direitos fundamentais são, em sua
integralidade, reconhecidos a todos, independentemente da nacionalidade do indivíduo, porquanto estão
ligados diretamente ao princípio da dignidade da pessoa humana.
D) O direito à privacidade, que impede a divulgação de dados não autorizados acerca de uma pessoa a
terceiros, pode ceder, em certas ocasiões, a um valor, como a liberdade de expressão, que, no caso
concreto, se revele preponderante, segundo um juízo de prudência.

Comentários:

Gabarito: C
As alternativas “A” e “B” estão erradas.
A alternativa “C” está correta.
A alternativa “D” está errada. O que deve haver é um juízo de ponderação, tendo em vista que nenhum
direito é absoluto.
Restando como correta a alternativa “C”
83. (2019/VUNESP/Câmara de Monte Alto – SP/Procurador Jurídico) O elemento externo capaz de
limitar ou até de restringir o acesso dos titulares de um direito fundamental social específico, face à
limitação orçamentária do Estado, denomina-se
A) intervenção orçamentária.
B) intervenção seletiva.
C) reserva do possível.
D) interferência financeira.
E) fundo residual.

Comentários:

Gabarito: C
A reserva do possível é um argumento que o poder público traz para justificar a limitação de sua atuação
para a concretização efetiva aos direitos sociais, alegando falta de verbas. Imperioso ressaltar que, não
basta a mera alegação do Estado de que inexistem verbas orçamentárias porque é necessário que haja o
ônus de provar que não é possível efetivar tal direito.

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Defensor

84. (2017/ CESPE / DPU/Defensor Público Federal) A respeito da teoria e do regime jurídico dos
direitos fundamentais, julgue o item que se segue à luz das disposições da CF. Os direitos fundamentais
individuais incluem o direito à intimidade, o direito ao devido processo legal e o direito de greve.

Comentários:

Gabarito: Errado.
A assertiva se mostra errada ao incluir o direito de greve no rol dos direitos individuais. O direito de greve é
um direito social garantido aos trabalhadores em geral e aos servidores públicos, mas vedado aos militares
(arts. 9°, CAPUT, 37, VIII, e 142, § 3°, IV) e aos servidores ligados à segurança pública (jurisprudência do STF
-ARE – 654432).
85. (2017/FCC/DPE-SC/Defensor Público Substituto) A proibição do retrocesso garante que direitos
humanos conquistados não sejam reduzidos. Sobre o tema é INCORRETO afirmar:
A) Trata-se de uma decorrência do princípio da confiança e da segurança jurídica.
B) A vedação ao retrocesso já foi utilizada pelo Supremo Tribunal Federal em matéria previdenciária,
garantindo que direitos sociais não fossem alterados.
C) A dignidade da pessoa humana é preservada, em uma de suas vertentes, pelo entrincheiramento.
D) A vedação do retrocesso já foi aplicada em caso de direitos políticos, proibindo-se o retorno ao voto
impresso.
E) Para doutrina majoritária, a vedação ao retrocesso é garantida como cláusula pétrea (Artigo 60,
Parágrafo 4°, inciso IV).

Comentários:

Gabarito: B
A) Certo. A proibição do retrocesso social está relacionada tanto ao princípio da confiança quanto ao da
segurança jurídica (art. 5°, XXXVI).
B) Errado. O STF entendeu em sentido oposto ao declarar a constitucionalidade da contribuição de inativos
no julgamento das ADIs 3105 e 3128.
C) Errado. O “entrincheiramento” tem relação com o princípio da vedação ao retrocesso, uma vez que
consiste na preservação do mínimo já concretizado dos direitos fundamentais.
D) Certo. A vedação do retrocesso foi aplicada no julgamento da ADI 4543.
E) Certo. É o que entende a doutrina majoritária.
86. (2017/FCC/DPE-SC/Defensor Público Substituto) A respeito do princípio da proibição de
retrocesso, considere:
I. É considerado pela doutrina um princípio constitucional implícito.
II. A sua aplicação está restrita ao âmbito dos direitos sociais, não alcançando outros direitos fundamentais.

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III. A vinculação ao referido princípio é restrita à figura do legislador, não alcançando outros poderes ou
entes estatais.
IV. A sua fundamentação constitucional pode ser extraída, entre outros, dos princípios da dignidade da
pessoa humana e da segurança jurídica, bem como das garantias constitucionais da propriedade, do direito
adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
Está correto o que se afirmar APENAS em
A) I, III e IV.
B) II e III.
C) I, II e III.
D) II, III e IV.
E) I e IV.

Comentários:

Gabarito: E
I – Certo. O princípio da proibição do retrocesso não está explícito na CF, decorrendo de construção
doutrinária do ordenamento jurídico brasileiro.
II – Errado. Embora seja aplicado mais aos direitos sociais pela exigência de uma atuação prestativa do
Estado, o princípio da proibição ao retrocesso visa à proteção de todos os direitos fundamentais.
III – Errado. A proibição do retrocesso não alcança apenas o legislador, mas toda e qualquer medida que
vise dirimir ou suprimir a efetividade dos direitos por ela protegidos.
IV – Certo. A vedação ao retrocesso pode ser extraída, dentre outros, do princípio da dignidade da pessoa
humana, do princípio da máxima efetividade, da segurança jurídica, a fim de que os direitos sejam
aperfeiçoados, não sendo suprimidos ou dirimidos de maneira arbitrária.
87. (2016/FCC/DPE-BA/Defensor Público) No âmbito da Teoria dos Direitos Fundamentais,
A) a dimensão subjetiva dos direitos fundamentais está atrelada, na sua origem, à função clássica de tais
direitos, assegurando ao seu titular o direito de resistir à intervenção estatal em sua esfera de liberdade
individual.
B) em que pese a doutrina reconhecer a eficácia dos direitos fundamentais nas relações entre particulares
(eficácia horizontal), a tese em questão nunca foi apreciada ou acolhida pelo Supremo Tribunal Federal.
C)a cláusula de abertura material do catálogo de direitos fundamentais expressa no § 2º do art. 5º da
Constituição Federal não autoriza que direitos consagrados fora do Título II do texto constitucional sejam
incorporados ao referido rol.
D) o princípio da proibição de retrocesso social foi consagrado expressamente no texto da Constituição
Federal.
E) os direitos fundamentais de primeira dimensão ou geração possuem função normativa de natureza
apenas defensiva ou negativa.

Comentários:

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Gabarito: A
A) Certo. A dimensão subjetiva dos direitos fundamentais diz respeito ao direito de o titular resistir à
intervenção estatal em sua esfera de liberdade individual, correspondendo ao que se configura status
negativo de Jellinek e à teoria liberal dos direitos fundamentais.
B) Errado. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais já foi apreciada pelo STF em alguns casos como,
por exemplo, o da Air France, em que o Supremo decidiu que uma empresa estrangeira não pode tratar
empregados brasileiros de forma discriminatória, pois deve respeitar o direito fundamental à igualdade.
C) Errado. Os direitos fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, expressa ou
implicitamente, e, até mesmo, em tratados e convenções internacionais.
D) Errado. O princípio da proibição de retrocesso está implícito na CF.
E) Errado. Embora possuam dominantemente natureza negativa, os direitos fundamentais de primeira
geração exigem uma mínima prestação (atuação positiva) do Estado para preservação de direitos
essenciais como a vida, a liberdade, a segurança, entre outros.
88. (2018/FGV/AL-RO/Advogado) O juiz de direito, ao fundamentar uma decisão, afirmou que os
direitos fundamentais, além de criarem situações jurídicas favoráveis a pessoas em particular, também
estabelecem diretrizes para a atuação das estruturas estatais de poder.
O aspecto dos direitos fundamentais suscitado pelo juiz de direito é expressão
A) da concepção subjetiva dos direitos fundamentais.
B) da perspectiva objetiva dos direitos fundamentais.
C) da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
D) dos direitos de primeira dimensão.
E) do formalismo constitucional.

Comentários:

Gabarito: B
A)Errada. A dimensão subjetiva é aquela que diz respeito aos direitos de proteção (direitos negativos) e aos
direitos prestacionais do Estado (direitos positivos).
B)Correta. É a que corresponde ao gabarito. Os direitos fundamentais trazem um agrupamento de valores
básicos de conformação do Estado, estabelecendo diretrizes na atuação dos poderes legislativo, Executivo
e Judiciário e nas suas relações com particulares.
C)Errada. Por se tratar de uma relação entre particulares na aplicação dos direitos fundamentais.
D)Errada. Conceito muito distante do que a questão expõe, pois se trata dos direitos negativos.
E)Errada. A alternativa está distante daquilo que propõe a questão.
89. (2018/CESPE/CEBRASPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Considere as duas afirmações a seguir.
I Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da ampla defesa. II Nas
relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à honra, sob pena de
consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou moral.

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As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a


A) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
B) eficácia externa dos direitos fundamentais.
C) eficácia diagonal dos direitos individuais.
D) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
E) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.
Comentários:
Gabarito: D
Item I refere-se à eficácia vertical quando trata da relação do Estado versus particular.
Item II refere-se a eficácia horizontal que é uma relação entre particulares.
As alternativas A,B,C e E estão erradas
A alternativa correta é a letra D.

Outros

90. (2019/Quadrix /CREF - 20ª Região) A respeito dos direitos fundamentais na Constituição Federal
de 1988, julgue o item. A positivação dos direitos humanos em direitos fundamentais reforçou sua
efetividade ao mesmo tempo em que ampliou sua abrangência.

Comentários:

Gabarito: Errado.
Direitos fundamentais são aqueles considerados essenciais em determinado Estado e momento histórico,
baseando-se tanto no Estado de Direito como na dignidade humana. Embora possuam conteúdos
semelhantes ao dos direitos humanos, com estes não se confundem: os direitos fundamentais são direitos
internos, garantidos pela Constituição de cada país, e possuem maior efetividade e abrangência, incluindo
direitos humanos e também direitos de pessoa jurídica. Já os direitos humanos são restritos, referindo-se
apenas aos direitos de seres humanos e previstos em tratados e legislações internacionais.
91. (2018/UERR/IPERON - RO /Administrador) O direito de comunicação é um direito fundamental
de:
A) quinta geração
B) quarta geração.
C) primeira geração.
D) segunda geração.
E) terceira geração.

Comentários:

Gabarito: E

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A) Errado. Quinta geração abrange os direitos voltados à tecnologia.


B) Errado. Quarta geração refere-se aos direitos globalizados e à origem da vida.
C) Errado. Primeira geração contempla a ideia de liberdade, abrangendo direitos negativos individuais, civis
e políticos.
D) Errado. Segunda geração contempla o valor de igualdade, abrangendo direitos positivos sociais,
econômicos e culturais.
E) Certo. Direito de comunicação está ligado aos valores de fraternidade ou solidariedade, sendo, assim,
um direito de terceira geração.
92. (2018/FCC/SEAD-AP/Analista Jurídico) Em relação à eficácia horizontal dos direitos fundamentais,
são destinatários das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:
A) as Entidades autárquicas.
B) os Órgãos do Poder Executivo.
C) as Entidades paraestatais.
D) os Particulares.
E) os Órgãos do Poder Judiciário.

Comentários:

Gabarito: D
A eficácia horizontal dos direitos fundamentais diz respeito à incidência desses direitos nas relações entre
particulares, sendo pessoas físicas ou jurídicas. O STF já vem consagrando essa eficácia em alguns casos,
como, por exemplo, o da necessidade de contraditório e ampla defesa na expulsão de associado de uma
cooperativa (RE 158.215-4) e o da proibição da revista íntima de mulheres em fábricas de lingerie (RE 160.
222-8).
93. (2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa) À
vista das disposições constitucionais, os direitos e garantias fundamentais
A) são apenas aqueles especificamente expressos na Constituição Federal, no tópico a eles especialmente
destinado, podendo ser aumentados ou diminuídos por meio de Emenda Constitucional.
B) expressos na Constituição Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
C) poderão ser assegurados em tratados e convenções internacionais, que serão equivalentes às emendas
constitucionais se forem aprovados, em dois turnos, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, pelo
voto de 2/5 de seus membros.
D) não expressos na Constituição Federal serão assegurados em território nacional apenas se constarem de
tratados internacionais que forem aprovados pela maioria absoluta dos integrantes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal e homologados por Decreto do Presidente da República.
E) somente terão aplicação, por meio de suas normas definidoras, após a edição de lei complementar
aprovada por 4/5 dos membros do Congresso Nacional.

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Comentários:

Gabarito: B
A) Errado. Os direitos e garantias fundamentais não se restringem aos expressos na CF, uma vez que há
também direitos fundamentais implícitos ou, ainda, decorrentes de tratados e convenções internacionais
de que o Brasil seja parte (art. 5°, § 2°). Ademais, eles podem ser modificados por meio de Emenda
Constitucionais, desde que não diminuídos ao ponto de se afetar seus núcleos essenciais.
B) Certo. Vide comentário da letra A.
C) Errado. O quórum de aprovação desses tratados e convenções internacionais é de 3/5 dos membros de
cada Casa (art. 5°, § 3°).
D) Errado. Vide comentário da letra A.
E) Errado. Os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (art. 5°, § 1°).
94. (2018/CESPE/ STJ) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue,
tendo como referência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
O rol dos direitos fundamentais previsto na Constituição Federal de 1988 é taxativo, isto é, o Brasil adota
um sistema fechado de direitos fundamentais.

Comentários:

Gabarito: Errado.
Conforme já ratificado pelo STF, o rol dos direitos fundamentais não se restringe apenas ao que está
expresso na Constituição. Pode haver, também, direitos fundamentais implícitos ou, ainda, derivados de
tratados e convenções internacionais de que o Brasil seja parte (art. 5°, § 2°). Por isso, diz-se que tal rol é
meramente exemplificativo e que o Brasil adota um sistema aberto de direitos fundamentais.
95. (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB) Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais
estendem-se aos estrangeiros em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta
de previsão constitucional expressa.

Comentários:

Gabarito: Errado.
Embora o texto constitucional faça expressa previsão apenas aos brasileiros natos e naturalizados e aos
estrangeiros residentes no Brasil, o STF entende que, além de estrangeiros em trânsito, as pessoas jurídicas
também podem ser titulares de direitos fundamentais, desde que compatíveis com sua natureza.
96. (2018/Quadrix/CRM/DF) Enquanto os direitos fundamentais traduzem viés declaratório, as
garantias possuem caráter instrumental, ou seja, constituem os meios segundo os quais se pretende
assegurar os direitos.

Comentários:

Gabarito: Correto.

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Direitos possuem caráter declaratório e principal, reconhecem bens protegidos pela CF. Garantias
correspondem a normas assecuratórias e acessórias, capazes de efetivar, reparar e proteger os direitos
fundamentais de forma preventiva ou repressiva. Os direitos são iniciais, já as garantias são secundárias.
97. (2018/Quadrix/CRM/DF) A relatividade é uma característica dos direitos fundamentais, que, na
medida em que podem colidir entre si, demandam necessária harmonização que viabilize sua
convivência, sem que, contudo, se sacrifique qualquer deles.

Comentários:

Gabarito: Certo.
Não existe direito fundamental absoluto. Nota-se que até mesmo o direito à vida pode ser relativizado
(arts. 5°, XLVII, a, e 84, XIX). Isso é devido ao fato de que nenhum direito fundamental pode ser usado
como justificativa para a prática de atos ilícitos e porque os direitos podem, eventualmente, entrar em
colisão e, nessa situação, não se pode estabelecer abstratamente qual direito deve prevalecer: deve-se
analisar o caso concreto e solucionar conforme critérios de proporcionalidade. Ainda assim, é necessária a
busca de uma solução, que, com base na ponderação, atribua máxima efetividade possível aos direitos em
colisão, não sacrificando, portanto, de forma total qualquer um deles.
98. (2018/Quadrix/CRM/DF) Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais
na Constituição Federal de 1988 (CF).
Os direitos fundamentais cujo exercício demande regulamentação pela legislação infraconstitucional não
possuem eficácia ou aplicação imediatas.

Comentários:

Gabarito: Errado.
Nessa questão deve-se ter cuidado para não confundir aplicação com aplicabilidade. Os direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata (art. 5°, § 1°), isso quer dizer que, uma vez existentes, podem
ser exigidos do Estado. Por outro lado, o termo aplicabilidade diz respeito à característica da eficácia das
normas constitucionais e, portanto, somente as normas de eficácia plena ou contida possuem
aplicabilidade imediata.
99. (2018/Quadrix/CRM/DF) Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais
na Constituição Federal de 1988 (CF). Os direitos fundamentais de terceira geração guardam relação com
os chamados direitos difusos, de que são exemplo um meio ambiente saudável e a paz.

Comentários:

Gabarito: Correto.
Uma vez que os direitos fundamentais são uma construção progressiva e histórica, foram então
classificados em gerações por Norberto Bobbio. Os direitos de terceira geração, também chamados
transindividuais, difusos e coletivos, derivam da 3ª Revolução Industrial e visam alcançar a fraternidade.
São direitos que transcendem o ser humano isoladamente considerado (transindividual), e que são de
todos (difusos) ou de grupos sociais (coletivos), mas não podem ser exercidos individualmente. São
exemplos dessa geração direitos do consumidor, direito à paz e ao desenvolvimento, direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, entre outros.

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100. (2018/INDEPAC/Câmara de Guarujá – SP) A respeito dos direitos e garantias fundamentais,


assinale a alternativa correta.
A) A teoria da eficácia horizontal direta defende que a incidência dos direitos fundamentais deve ser
estendida às relações privadas mediante intermediação legislativa.
B) Os direitos fundamentais, na dimensão objetiva, são vistos como um conjunto de valores ou fins a que a
ação estatal deve perseguir, podendo ser utilizados como critérios de controle da ação estatal.
C) O postulado da proporcionalidade se destina a definir o âmbito de aplicação das regras constitucionais.
D) Considerando que os direitos fundamentais defendem os particulares de ações do poder público, o
Supremo Tribunal Federal entende que tais direitos não se aplicam às relações privadas.
E) Os direitos fundamentais de quarta dimensão estão diretamente ligados à igualdade material,
compreendendo os direitos sociais, econômicos e culturais.

Comentários:

Gabarito: B
A) Errada. O conceito faz referência à teoria da eficácia horizontal indireta em que a atuação do legislador é
necessária.
B) É a correta.
C)Errada. A proporcionalidade não de destina a definir o âmbito de aplicação das regras constitucionais,
mas serve de instrumento para reduzir os excessos do Poder Público.
D)Errado. O STF já teve decisão a respeito da incidência dos direitos fundamentais sobre as relações
privadas.
E) Errado. Diz respeito a direitos de segunda geração. Os direitos de 4ª dimensão, para Paulo Bonavides,
são aqueles relacionados à globalização política.

LISTA DE QUESTÕES

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Magistratura

1. (TRT 14ª Região/ Juiz do Trabalho) A respeito da República Federativa do Brasil, é CORRETO
afirmar que:
A) É formada pela união de Estados e Municípios, constituindo-se Estado Democrático de Direito;
B) Tem como fundamentos, dentre outros, a soberania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa e o desenvolvimento nacional;
C) Um de seus objetivos é erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
nacionais;

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D) É regida, em suas relações internacionais, por princípios constitucionais, dentre os quais o da


prevalência dos direitos humanos;
E) Por determinação constitucional, deverá buscar a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América.
2. (TJ-SC/Juiz) Com base nas proposições abaixo, assinale a alternativa correta:
I. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a
cidadania; a prevalência dos direitos humanos; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o
pluralismo político.
II. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
III. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; garantir o desenvolvimento
nacional; construir uma sociedade livre, justa e solidária.
IV. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: a
independência nacional; a dignidade da pessoa humana; a autodeterminação dos povos; a não-
intervenção; a igualdade entre os Estados; a defesa da paz; a solução pacífica dos conflitos; o repúdio ao
terrorismo e ao racismo; a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; a concessão de
asilo político.
A) Todas as proposições estão corretas.
B) Somente as proposições I, II e III estão corretas.
C) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
D) Somente as proposições II e III estão corretas.
E) Somente as proposições II, III e IV estão corretas.
3. (TRT 3ª Região/Juiz do Trabalho) Na literalidade da Constituição de 1988, não se inclui entre os
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
A) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
B) Garantir o desenvolvimento nacional
C) Promover a dignidade da pessoa humana
D) Erradicar a pobreza e a marginalização
E) Reduzir as desigualdades sociais e regionais
4. (CESPE/TJ-PI/Juiz Substituto) Quanto às teorias das formas de governo e da soberania, assinale a
opção correta.
A) Para Maquiavel, as formas de governo são os principados, as repúblicas e as democracias.
B) Jean Bodin passou para a história do pensamento político como o teórico da soberania. Como para ele
soberania significa poder supremo, o soberano não estaria submetido a qualquer regra, salvo as leis
naturais, as divinas e o direito privado.

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C) Para Hobbes, o poder soberano deve ser dividido, pois a melhor forma de governo seria a do governo
misto.
D) Para Montesquieu, três são as formas de governo: monarquia, aristocracia e politia ou timocracia, que
se degeneram por meio da tirania, da oligarquia e da democracia, respectivamente.
E) Para Aristóteles, os governos são republicanos — no qual todo o povo, ou pelo menos uma parte dele,
detém o poder supremo —; monárquico — em que uma só pessoa governa — e despótico — em que um
só arrasta tudo e todos com sua vontade e seus caprichos, sem leis ou freios.
5. (FCC/TJ-MS/Juiz Substituto) Relativamente aos princípios fundamentais da Constituição brasileira
de 1988, é INCORRETO afirmar que
A) a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
B) a República Federativa do Brasil tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
C) todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio dos seus representantes nos
Poderes Executivo (Presidente da República, Governadores de Estado e Prefeitos municipais), Legislativo
(parlamentares) e Judiciário (juízes).
D) constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre,
justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
E) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não intervenção,
igualdade entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao
racismo, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, concessão de asilo político.

Promotor

6. (2020/CESPE/CEBRASPE/MPE-CE/Promotor) Ao tratar dos princípios fundamentais, a CF


estabelece, em seu art. 1.º,
A) a forma republicana de Estado, cláusula pétrea expressa, caracterizada pela eletividade, temporariedade
e responsabilidade do governante.
B) a forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e responsabilidade do
governante.
C) a forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, caracterizada pela tripartição dos poderes da
União.
D) a forma federativa de Estado e o sistema presidencialista de governo.
E) a forma republicana de governo e a forma federativa de Estado, cláusulas pétreas expressas.
7. (2019/FUNDEP (Gestão de Concursos) /MPE-MG/Promotor) De acordo com a Constituição de
1988, a República tem como fundamento, exceto:
A) a soberania

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B) o pluralismo político
C) a livre iniciativa
D) a cidadania
8. (2019/Instituto Consulplan/MPE-SC/Promotor de Justiça) Dentre os objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil estão promover os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
construir uma sociedade livre, justa e solidária, e garantir o desenvolvimento nacional.

Procurador

9. (COPS-UEL/Agente Universitário/Advogado) Estando a República Federativa do Brasil constituída


sob a forma de Estado Democrático de Direito e em relação aos seus objetivos constitucionais
específicos, considere as afirmativas a seguir.
I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
II. Erradicar a pobreza e a marginalização.
III. Reduzir as desigualdades sociais e regionais.
IV. Garantir o livre exercício da autonomia da vontade.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
10. (IESES/CRA-SC/Advogado) Após a leitura das assertivas abaixo, indique aquelas em que considera
corretas de acordo com a Constituição Federal de 1988:
I. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais por alguns princípios,
destacando-se: os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
II. Constitui como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: erradicar a pobreza e reduzir
as igualdades sociais e regionais.
III. Constituem como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade
livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional.
IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação” está elencado como objetivo fundamental da República brasileira estampado no
Título I da Constituição Federal Brasileira.
A sequência correta é:
A) Somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
B) Apenas a assertiva IV está correta.
C) Somente as assertivas III e IV estão corretas.

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D) Somente as assertivas I, II e IV estão corretas.


11. (IESES /CRA-SC /Advogado) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
A) Não concessão de asilo político.
B) Intervenção em outros países.
C) Autodeterminação dos povos.
D) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, apenas com os países que mantém
relações econômicas e diplomáticas com o Brasil.
12. (IESES/CRMV – SC/Advogado) Na Constituição Federal de 1988 encontram-se estampados os
direitos fundamentais ínsitos à necessidade humana, servindo de fulcro o princípio da dignidade da
pessoa humana e o princípio da igualdade (CF, art. 1º, 3º e 5º). Baseado nestes princípios, podemos
afirmar que:
I. A construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.
II. A erradicação da pobreza e da marginalização, bem como a redução das desigualdades sociais e
regionais e prevalência dos direitos humanos.
III. A promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
IV. Não poderá ser assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva, em respeito a laicidade do estado.
A sequência correta é:
A) Apenas a assertiva III está correta.
B) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
C) Somente as assertivas I, II, III estão corretas.
D) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
13. (IBADE/SEJUDH – MT/Advogado) A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como um de seus fundamentos o(a):
A) erradicação da pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
B) construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
C) pluralismo político.
D) desenvolvimento nacional.
E) promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
14. (IDECAN/HC-UFPE/Advogado) A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Título I –
Dos Princípios Fundamentais, indica os fundamentos da República Federativa do Brasil, seus objetivos
fundamentais e os princípios que a regem nas relações internacionais. Sobre o tema, relacione
adequadamente as colunas. 1. Fundamentos. 2. Objetivos fundamentais. 3. Princípios que regem as

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relações internacionais. ( ) Prevalência dos direitos humanos e igualdade entre os Estados. ( ) Dignidade
da pessoa humana e soberania. ( ) Garantir o desenvolvimento nacional e construir uma sociedade livre,
justa e solidária.
A sequência está correta em
A) 1, 2, 3.
B) 1, 3, 2.
C) 3, 1, 2.
D) 3, 2, 1.
E) 2, 1, 3.
15. (CEPERJ/FSC/Advogado) Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil está aquele
que não está limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da:
A) democracia
B) cooperação
C) dignidade
D) cidadania
E) soberania
16. (CESPE/PGE-SE/Procurador do Estado) Quanto à forma, o Estado brasileiro é classificado como
A) democrático, embasado no princípio da igualdade.
B) republicano, fundamentado na alternância do poder.
C) republicano, sendo essa forma protegida como cláusula pétrea.
D) Estado democrático de direito.
E) federativo, sujeito ao princípio da indissolubilidade.
17. (LEGALLE/Câmara de Vereadores de Guaíba – RS/Procurador) Os primeiros quatro artigos da
Constituição Federal Brasileira apresentam os princípios fundamentais que norteiam o ordenamento
jurídico nas suas mais diversas nuances de cidadania. Um dos princípios destinados às relações
internacionais da República Federativa do Brasil pode ser expresso como o(a)__________.
Qual das alternativas NÃO preenche corretamente a lacuna do fragmento acima?
A) Prevalência dos direitos humanos.
B) Óbice de asilo político.
C) Autonomia dos povos.
D) Repúdio ao terrorismo.
E) Defesa da paz.
18. (IBEG/IPREV/Procurador Previdenciário) Levando em consideração os itens abaixo, assinale a
alternativa que contém apenas objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I) construir uma sociedade livre, justa e solidária;

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II) repudiar ao terrorismo e ao racismo;


III) conceder asilo político;
IV) garantir a independência nacional.
A) I e II
B) Apenas I
C) II e IV
D) III e IV
E) I, II e IV
19. (IBEG/Prefeitura de Teixeira de Freitas – BA/Procurador Municipal) O município de Teixeira de
Freitas, de acordo com as disposições na sua Lei Orgânica, integrante da República Federativa do Brasil,
como participante do Estado de Direito, compromete-se a respeitar, valorizar e promover seus
fundamentos básicos. Indique qual das assertivas abaixo não corresponde a um desses fundamentos
básicos:
A) A soberania nacional.
B) A cidadania.
C) A dignidade da pessoa humana.
D) A promoção da cultura e da educação.
E) Os valores sociais do trabalho e livre iniciativa.
20. (IADHED/Prefeitura de Araguari – MG/Procurador Municipal) Assinale a alternativa que não
corresponde a um princípio fundamental que rege a República Federativa do Brasil de 1988 nas relações
internacionais, conforme disposição expressa no texto constitucional:
A) Independência nacional;
B) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
C) Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
D) Defesa da paz.
21. (FEPESE/MPE-SC/Procurador do Estado) Assinale a alternativa correta
A) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a
cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo
político
B) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade
soberana, justa e solidária; garantir o desenvolvimento internacional; erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
C) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
independência nacional; prevalência legalista de direitos; autodeterminação dos povos; intervenção

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mínima; igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e
ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; concessão de asilo político.
D) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou indiretamente, nos
termos desta Constituição.
E) São Poderes da União, dos Estados e dos Municípios, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário.
22. (PGR/Procurador da República) ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
A) o STF, em tema de violência doméstica contra a mulher, entende que, para o início da ação penal, outros
valores constitucionais devem ser ponderados, especialmente a preservação da entidade familiar e o
respeito à vontade da mulher;
B) a concepção deliberativa da democracia vê a política como um empreendimento cooperativo, em que
tão importante quanto a decisão é o debate que a precede;
C) o republicanismo contemporâneo assenta- se principalmente nas seguintes ideias: liberdade como “não
dominação”; direito à participação popular na vida pública; e igualdade, inclusive em sua dimensão
material;
D) o tratamento constitucional da atualidade no que se refere à questão indígena tem como seu
pressuposto central o pluralismo.
23. (CESGRANRIO/Petrobras/Advogado) De acordo com a doutrina, os princípios constitucionais
fundamentais estabelecidos no Título I da Constituição Federal de 1988 podem ser discriminados em
princípios relativos (i) à existência, forma e tipo de Estado; (ii) à forma de governo; (iii) à organização dos
Poderes; (iv) à organização da sociedade; (v) à vida política; (vi) ao regime democrático; (vii) à prestação
positiva do Estado e (viii) à comunidade internacional. Adotando essa classificação, é exemplo típico de
princípio fundamental relativo à forma de governo o princípio
A) federalista.
B) republicano.
C) de soberania.
D) do pluralismo político.
E) do Estado Democrático de Direito.
24. (FUNCAB/DER-RO/Procurador Autárquico) Pedro Lenza anota que, no magistério de J. J. Gomes
Canotilho, este festejado autor português identifica a existência de vários “movimentos constitucionais”,
como o inglês, o americano e o francês, definindo o constitucionalismo como uma “...teoria (ou
ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão
estruturante da organização político-social de uma comunidade.” Assinale a alternativa correta.
A) O totalitarismo constitucional é vedado pela Constituição Federal de 1988, pois impede o florescer da
constituição dirigente defendida por Canotilho.
B) A Constituição Federal de 1988 não contemplou a democracia participativa, pois estabeleceu que todo o
poder emana do povo e por ele será exercido por meio de representantes eleitos.
C) A democracia direta é prevalente sobre a democracia representativa, constituindo um sistema híbrido,
aplicável conforme a Constituição Federal de 1988.

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D) O resultado de plebiscito ou referendo tem natureza de consulta popular e não é vinculante, podendo o
Congresso Nacional editar lei ou Emenda Constitucional em sentido contrário.
E) A competência para autorizar um referendo é do Congresso Nacional, mas somente o Presidente da
República pode convocar um plebiscito.
25. (2020/IPEFAE/Prefeitura de Campos do Jordão – SP/Advogado) Com relação aos princípios
fundamentais do Estado brasileiro e sobre os direitos e garantias fundamentais são feitas as seguintes
afirmações:
I - A soberania, a cidadania e a dignidade da pessoa humana são fundamentos do Estado brasileiro,
segundo a Constituição Federal de 1988.
II - No Brasil, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato e, no caso de violação da
honra ou da imagem das pessoas, assegura-se o direito à indenização pelo dano material ou moral.
III - Todas as pessoas podem exercer o direito de reunião pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo dispensável prévio aviso à autoridade competente.
Após a leitura é possível concluir que:
A) As afirmações I, II e III estão corretas.
B) Apenas as afirmações I e II estão corretas.
C) Apenas as afirmações II e III estão corretas.
D) Apenas a afirmação III está correta.
26. (2020/Instituto Consulplan/Câmara de Arcos - MG /Advogado) Os fundamentos são a base, os
pilares do nosso ordenamento jurídico. Assinale a alternativa que NÃO contenha um fundamento da
República Federativa do Brasil.
A) Pluralismo político.
B) Dignidade da pessoa humana
C) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
D) Construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
27. (2020/IBADE/Prefeitura de Santa Luzia D`Oeste – RO/Advogado) Preconiza o Art. 4º, da
Constituição de 1988, que a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais por
princípios. Assinale a alternativa que corresponde a um desses princípios.
A) Repúdio ao terrorismo e ao racismo.
B) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
C) Ninguém será submetido à tortura nem à tratamento desumano ou degradante.
D) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
E) Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
28. (2020/GUALIMP/Prefeitura de Conceição de Macabu – RJ/Procurador) A luz da Constituição
Federal de 1988, é CORRETO afirmar que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá
reger-se em suas relações internacionais.

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A) Soberania.
B) Garantir o desenvolvimento nacional.
C) A dignidade da pessoa humana.
D) Autodeterminação dos povos.
29. (2020/Dédalus Concursos/COREN-SC/Advogado) O princípio da supremacia constitucional
determina que a Constituição figura como fundamento de validade de todo ordenamento normativo.
Sobre o assunto, assinale a alternativa correta:
A) A supremacia formal da Constituição indica a maior importância das normas constitucionais, já que a
estrutura fundamental do Estado é delineada na Lex Legum.
B) A Constituição é suprema em relação às demais espécies normativas, vez que foi estabelecida em
decorrência do exercício dos poderes constituídos, e não pelo poder constituinte originário.
C) O princípio da supremacia não se confunde com o princípio da rigidez da Constituição, contudo são
princípios correlacionados, sendo certo que a supremacia, necessariamente, assegura a rigidez da
Constituição.
D) A rigidez constitucional necessariamente assegura a supremacia da Constituição, visto que o controle de
constitucionalidade em face de Constituição flexível é limitado a aspectos formais.
E) O princípio da supremacia constitucional designa que a Constituição atribui caráter sistemático ao
ordenamento jurídico, porque é informado por valores diferentes no processo de densificação
principiológica.
30. (2019/INAZ do Pará/CRF-AC/Advogado) Qual das alternativas a seguir não representa um
fundamento da República Federativa do Brasil?
A) Igualdade.
B) Cidadania.
C) Dignidade da pessoa humana.
D) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
E) Pluralismo político.
31. (2019/NC-UFPR/Prefeitura de Matinhos - PR /Advogado) Com base no texto da Constituição da
República, assinale a alternativa que apresenta apenas fundamentos da República brasileira.
A) Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, pluralismo político e erradicação da pobreza.
B) Soberania, dignidade da pessoa humana, igualdade entre os estados, defesa da paz e cidadania.
C) Solidariedade, dignidade da pessoa humana, construção de uma sociedade livre, justa e solidária e
pluralismo político.
D) Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e
pluralismo político.
E) Solidariedade, cidadania, pluralismo político e construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
32. (2019/IBFC/Emdec/Advogado Jr) A Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 1° os
fundamentos da República Federativa do Brasil. Sendo assim, leia o trecho abaixo.

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“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - _____
V - o pluralismo político.”
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente a lacuna.
A) O desenvolvimento nacional
B) A sociedade livre, justa e igualitária
C) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
D) A acessibilidade às pessoas com deficiência
33. (2019/Quadrix/CRF-PR/Advogado) No que se refere aos princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil, assinale a alternativa correta.
A) Na visão moderna, não mais se fala em separação de Poderes, que viram suas fronteiras irem
desaparecendo até formarem um único Poder: o Estatal.
B) O regime político adotado pelo Brasil é a democracia puramente representativa, cláusula pétrea.
C) A república, como forma de governo, é cláusula pétrea e, portanto, não admite alteração.
D) A autonomia dos entes federativos lhes confere, além de autogoverno, soberania.
E) A união indissolúvel dos entes da federação impede a chamada secessão.
34. (2019/UPENET/IAUPE /Advogado) São princípios que regem a República Federativa do Brasil em
suas Relações Internacionais, todos os citados abaixo, EXCETO
A) independência nacional.
B) prevalência dos direitos humanos.
C) igualdade entre os Estados.
D) imposição da força na solução dos conflitos.
E) concessão de asilo político.
35. (2019/UPENET/IAUPE/UPE /Advogado) Assinale a alternativa que NÃO representa um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil.
A) A dignidade da pessoa humana
B) A soberania
C) A cidadania
D) O pluralismo político
E) Garantir o desenvolvimento nacional

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36. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado)


Leia as afirmativas a seguir:
I. É vedado ao Ministério Público promover ações de inconstitucionalidade.
II. O pluralismo político não é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
D) As duas afirmativas são falsas.
37. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado) Leia as afirmativas a seguir:
I. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa é um dos fundamentos da República Federativa do
Brasil. II. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição. Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa
D) As duas afirmativas são falsas.
38. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado) Leia as afirmativas a seguir:
I. No Brasil, nenhum cidadão pode ser obrigado pelo governo a fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
II. São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Organizativo, o Deliberativo e o
Evolucionário. Marque a alternativa CORRETA
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
D) As duas afirmativas são falsas.
39. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Poção – PE/Advogado) Leia as afirmativas a seguir:
I. A dignidade da pessoa humana não é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
II. No Brasil, é ilegal qualquer prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva.
Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa
D) As duas afirmativas são falsas.

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40. (2019/FAFIPA/Prefeitura de Nova Esperança – PR/Advogado) Nos termos da Constituição Federal


de 1988, assinale a alternativa que apresenta um dos objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil:
A) O pluralismo político.
B) Garantir o desenvolvimento nacional.
C) Defender a paz.
D) Repudiar o terrorismo e o racismo.
E) Conceder asilo político.
41. (2018/Instituto Águia/CEAGESP/Advogado) Segundo o disposto na Constituição Federal de 1988,
constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
A) Construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
B) Construir uma sociedade livre; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza; promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor; e manter a ordem e progresso.
C) Construir uma sociedade livre e justa; garantir o desenvolvimento empresarial; erradicar a pobreza e
reduzir as desigualdades sociais e continentais; e promover o bem de todos.
D) Construir uma sociedade solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza; e
promover o bem de todos.
42. (2018/Instituto Águia/CEAGESP/Advogado) Segundo o disposto na Constituição Federal de 1988,
a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
A) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político.
B) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa, uma sociedade livre e justa.
C) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a função social do contrato e o pluralismo
político.
D) A soberania, a cidadania, o desenvolvimento do país e da américa latina, os valores sociais do trabalho e
da livre iniciativa e o pluralismo político.
43. (2018/CKM Serviços/CAU-SP/Advogado) Ainda quanto à Constituição vigente, certo que dentre
os fundamentos explicitamente previstos à República Federativa do Brasil encontra-se:
A) Pluralismo político.
B) Defesa da paz.
C) Independência nacional.
D) Não-intervenção.
E) Prevalência dos direitos humanos.

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44. (2018/IPEFAE/IPSJBV – SP/Procurador) Segundo estabelece a Constituição Federal no Título I


(arts. 1º ao 4º) sobre os princípios fundamentais, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa
correta.
A) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios,
dentre outros: independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos e
não concessão de asilo político.
B) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social, cultural e trabalhista
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
C) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre,
justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional e erradicar a pobreza, a marginalização, as
desigualdades sociais e regionais;
D) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, dentre outros, a
soberania, a cidadania, os valores sociais do trabalho e o pluralismo político.

Defensor

45. (2022/FCC/DPE-PB/Defensor Público) Em relação ao texto expresso da Constituição da República


Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana consiste em
A) direito individual e coletivo.
B) direito e garantia fundamental.
C) fundamento da República.
D) objetivo fundamental.
E) princípio das relações internacionais.
46. (CS-UFG/DPE-GO/Defensor Público) A propósito dos princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil, reconhece-se que:
A) o pluralismo político está inserido entre seus objetivos.
B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se contrapõe ao valor social do trabalho.
C) a dignidade é também do nascituro, o que desautoriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez
quando decorrente de estupro.
D) a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma
de discriminação, é um de seus objetivos.
E) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, dependentes e harmônicos entre si, são poderes da União.
47. (FCC/DPE-RS/Defensor Público) O ideal preconizado na Constituição Federal de 1988 é o de
instituir um Estado Democrático de Direito, cujo ponto de equilíbrio são os direitos fundamentais, que
também limitam o poder estatal. Vários de seus dispositivos indicam o cidadão como um dos maiores
protagonistas na tomada de decisões relevantes para o País, por isso ela também é denominada de
Constituição Cidadã. Na prática, porém, a participação popular ainda é incipiente, tanto que poucas são
as leis de iniciativa popular.

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De acordo com tais aspectos, é correto afirmar que


A) a Constituição Federal contempla um modelo de democracia participativa, também denominada
semidireta.
B) a participação popular é exercida através do sufrágio universal, garantido a todos, sem exceção, bem
como por meio do referendo.
C) todo o poder emana do povo, que o exerce sempre por meio de representantes eleitos pelo voto
secreto.
D) a iniciativa popular propriamente dita consiste, no âmbito federal, na apresentação de projeto de lei ao
Congresso Nacional, subscrito por 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos dez Estados-
Federados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
E) a competência para autorizar referendo e convocar plebiscito é privativa do Congresso Nacional e é
materializada por meio de resolução.
48. (FCC/DPE-SP - Defensor Público) Assinale a afirmativa correta.
A) Nosso federalismo prevê a atuação do poder constituinte derivado decorrente, por meio de instituições
que correspondam à ideia centralizadora de afirmação do estado que atua em bloco único.
B) A teoria da 'tripartição de poderes' confirma o princípio da indelegabilidade de atribuições, por isso
qualquer exceção, mesmo advinda do poder constitucional originário, deve ser considerada
inconstitucional.
C) O princípio do pluralismo político refere-se à ideologia unitária da preferência político-partidária, já que
nesse terreno é imperativa a aplicação da reserva da constituição.
D) Nas relações internacionais aplica-se o princípio constitucional da intervenção, com repúdio ao
terrorismo e defesa da paz, além da solução pacífica dos conflitos.
E) O princípio republicano, que traduz a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a
relação entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional, mas hoje não mais
protegido formalmente contra emenda constitucional.

Outros

49. (2019/IBADE/Prefeitura de Vilhena – RO) A Constituição Federal de 1988 em seu Art. 3° dispõe
que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária.
II - garantir o desenvolvimento nacional.
III - erradicar a pobreza e a marginalização (com o uso de armas quando necessário) e reduzir as
desigualdades sociais e regionais.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação, excetuando-se a distinção de gênero.
Estão corretas:
A) somente I e II.
B) somente I e III.

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C) somente I e IV
D) somente II e III.
E) somente II e IV.
50. (2019/ADM&TEC/Prefeitura de Carneiros - AL ) Leia as afirmativas a seguir e marque a opção
CORRETA:
A) A Constituição Federal de 1988 procura barrar a construção de uma sociedade fundada na harmonia
social.
B) O direito à segurança é proibido pela Constituição Federal de 1988.
C) O direito à justiça é negado pela Constituição Federal de 1988.
D) A Constituição Federal de 1988 procura vedar a construção de uma sociedade comprometida, na ordem
interna, com a solução pacífica das controvérsias.
E) A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Magistratura

51. (2019/CESPE/TJ-BA /Juiz de Direito Substituto) A respeito da situação conhecida como estado de
coisas inconstitucional, assinale a opção correta.
A) Tal situação resulta sempre de má vontade de autoridade pública em modificar uma conjuntura de
violação a direitos fundamentais.
B) Constatada a ocorrência dessa situação, verifica-se, em consequência, violação pontual de direito social
a prestação material pelo Estado.
C) No plano dos remédios estruturais para saneamento do estado de coisas inconstitucional, estão a
superação dos bloqueios institucionais e políticos e o aumento da deliberação de soluções sobre a
demanda.
D) Em função do caráter estrutural e complexo do litígio causador do estado de coisas inconstitucional, não
é admitido ao Poder Judiciário impor medidas concretas ao Poder Executivo.
E) De modo tácito, o reconhecimento do estado de coisas inconstitucional autoriza o Poder Judiciário a
assumir tarefas do Poder Legislativo na coordenação de medidas com o objetivo de assegurar direitos.
52. (2016/CESPE/TJDFT/Juiz substituto) Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da
Constituição brasileira, assinale a opção correta.
A) A constituição consagra expressamente a teoria absoluta do núcleo essencial de direitos fundamentais.
B) Direitos fundamentais formalmente ilimitados, desprovidos de reserva legal, não podem sofrer
restrições de qualquer natureza.
C) O gozo da titularidade de direitos fundamentais pelos brasileiros depende da efetiva residência em
território nacional.
D) Há direitos fundamentais cuja titularidade é reservada aos estrangeiros.

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E) A reserva legal estabelecida para a inviolabilidade das comunicações telefônicas é classificada como
simples, e para a identificação criminal reserva qualificada.
53. (2019/CESPE/CEBRASPE/TJ-SC/Juiz Substituto) A respeito da eficácia mediata dos direitos
fundamentais, assinale a opção correta segundo a doutrina e a jurisprudência do STF.
A) A eficácia mediata dos direitos fundamentais independe da atuação do Estado.
B) De acordo com o STF, as normas de direitos fundamentais que instituem procedimentos têm eficácia
mediata.
C) Nas relações privadas, a eficácia dos direitos fundamentais é necessariamente mediata.
D) A eficácia mediata desobriga o juiz de observar o efeito irradiante dos direitos fundamentais no caso
concreto.
E) A eficácia mediata dos direitos fundamentais dirige-se, primeiramente, ao legislador.
54. (2019/CESPE/CEBRASPE/TJ-BA/Juiz de Direito Substituto) A respeito da situação conhecida como
estado de coisas inconstitucional, assinale a opção correta.
A) Tal situação resulta sempre de má vontade de autoridade pública em modificar uma conjuntura de
violação a direitos fundamentais.
B) Constatada a ocorrência dessa situação, verifica-se, em consequência, violação pontual de direito social
a prestação material pelo Estado.
C) No plano dos remédios estruturais para saneamento do estado de coisas inconstitucional, estão a
superação dos bloqueios institucionais e políticos e o aumento da deliberação de soluções sobre a
demanda.
D) Em função do caráter estrutural e complexo do litígio causador do estado de coisas inconstitucional, não
é admitido ao Poder Judiciário impor medidas concretas ao Poder Executivo.
E) De modo tácito, o reconhecimento do estado de coisas inconstitucional autoriza o Poder Judiciário a
assumir tarefas do Poder Legislativo na coordenação de medidas com o objetivo de assegurar direitos.
55. (2018/TRF - 2ª Região/TRF - 2ª REGIÃO/Juiz Federal Substituto) Julgue os itens abaixo e marque a
alternativa correta:
I - A chamada eficácia horizontal dos direitos fundamentais impõe a sua observância mesmo nas relações
jurídicas estabelecidas entre particulares. Portanto, afigura-se possível a revisão judicial da exclusão de
associado dos quadros de associação privada, quando violado direito individual previsto na Constituição
Federal.
II - Não há direito subjetivo à nomeação de candidato aprovado em concurso público, fora do número de
vagas ofertadas no edital.
III - Deputados e Senadores possuem imunidade material mesmo quando exerçam a liberdade de opinião
em ambiente privado, desde que as manifestações guardem conexão com o desempenho da função
legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela.
A) Todas as assertivas estão incorretas.
B) Estão corretas as assertivas II e III.
C) Somente a assertiva III está correta.

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D) Todas as assertivas estão corretas.


E) Estão corretas as assertivas I e III.

Promotor

56. (2022/FCC/MPE-PE/Promotor de Justiça Substituto) De acordo com a jurisprudência do Supremo


Tribunal Federal acerca da disciplina constitucional dos direitos e garantias fundamentais,
A) a previsão em lei da obrigatoriedade de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas
públicas estaduais é compatível com a liberdade de consciência e de crença, bem como com a
facultatividade do ensino religioso nas escolas públicas, não havendo que se falar em violação aos
princípios da laicidade estatal e da isonomia.
B) é inconstitucional a imposição de limites à realização de atividades religiosas presenciais e coletivas
como medida de prevenção ao avanço da pandemia de Covid-19, por ferir a garantia do livre exercício dos
cultos religiosos e a proteção aos locais de culto e suas liturgias.
C) para satisfazer o dever constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião, não basta a
veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma
pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local, sendo necessária a comunicação formal e
registrada de tal ato à autoridade competente.
D) a tese da legítima defesa da honra é constitucional, diante da inviolabilidade do direito à honra e das
garantias do contraditório e da ampla defesa, não implicando contrariedade aos princípios da igualdade de
gênero, de proteção à vida e da dignidade da pessoa humana.
E) a noção de um direito ao esquecimento é incompatível com a Constituição, devendo eventuais excessos
ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação ser analisados caso a caso, diante dos
parâmetros constitucionais e das expressas e específicas previsões legais cíveis e penais pertinentes.
57. (2017/FMP Concursos/MPE-RO/Promotor de Justiça Substituto) Sobre a metódica da ponderação
em matéria de direitos humanos e fundamentais, assinale a alternativa CORRETA.
A) A ponderação é um princípio utilizado para a resolução dos casos de colisão entre direitos fundamentais.
B) A ponderação é aplicada para a solução do conflito entre a reserva do possível e o mínimo existencial,
dependendo do livre convencimento do julgador no caso concreto.
C) A regra da ponderação sofre críticas doutrinárias consistentes no decisionismo judicial e no excessivo
grau de abstração em cotejo com o mundo prático trazido pelo caso concreto.
D) A racionalidade da ponderação decorre do seu caráter argumentativo voltado à necessidade de
justificação da intensidade da intervenção em um determinado direito fundamental, de modo que as
manifestações culturais e a liberdade religiosa preponderam, por exemplo, sobre a proteção dos animais.
E) Tendo em vista que a liberdade de imprensa tem um peso absoluto, segundo a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, não é aplicável ao referido direito fundamental a metódica da ponderação.
58. (2019/FUNDEP (Gestão de Concursos)/MPE-MG/Promotor de Justiça Substituto) A propósito do
direito ao reconhecimento, leia o texto a seguir:
“É possível falar em um direito fundamental ao reconhecimento, que é um direito ao igual respeito da
identidade pessoal. Trata-se de um direito que tem tanto uma faceta negativa como outra positiva. Em sua

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faceta negativa ele veda as práticas que desrespeitam as pessoas em sua identidade, estigmatizando-as. Na
dimensão positiva, ele impõe ao Estado a adoção de medidas voltadas ao combate dessas práticas e à
superação de estigmas existentes.” (SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana. 2. ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2016. p. 257).
De acordo com o posicionamento doutrinário acima, as assertivas seguintes harmonizam-se com o direito
ao reconhecimento, exceto:
A) As liberdades públicas são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira absoluta, observadas
as diretrizes definidas na própria Constituição Federal.
B) Há que se distinguir entre o discurso religioso (que é centrado na própria crença e nas razões da crença)
e o discurso sobre a crença alheia, especialmente quando feito com o intuito de atingi-la, rebaixá-la ou
desmerecê-la (ou a seus seguidores).
C) Para o transexual, ter uma vida digna importa em ver reconhecida a sua identidade sexual, sob a ótica
psicossocial, a refletir a verdade real por ele vivenciada e que se reflete na sociedade.
D) Toda a axiologia constitucional é tutelar de segmentos sociais brasileiros historicamente desfavorecidos,
culturalmente sacrificados e até perseguidos, como, por exemplo, o segmento dos negros e dos índios. Não
por coincidência, os que mais se alocam nos patamares patrimonialmente inferiores da pirâmide social.
59. (2019/MPE-GO/Promotor de Justiça Substituto) Segundo doutrina de Samuel Sales Fonteles, “em
toda a história do Direito Constitucional, jamais a Constituição recebeu tanto protagonismo como nos
dias atuais. Hoje, todos os ramos da árvore jurídica gravitam em torno da Constituição, de onde emana
uma força irradiante, o que se pode denominar de constitucionalização do Direito”. Tendo por base tal
assertiva, é incorreto afirmar:
A) O Direito do Consumidor recebeu assento constitucional nos arts. 5°, XXXII e 170, V, além do artigo 48
do ADCT;
B) O Direito da Criança e do Adolescente também sofreu sensíveis transformações a partir da influência dos
Direitos Fundamentais, tendo suas normas sido positivadas constitucionalmente nos artigos 227 a 229 da
Carta Magna;
C) Os interesses metaindividuais, seus institutos, princípios e normas, estão diretamente ligados aos
Direitos Fundamentais, o que marca uma das características do neoconstitucionalismo;
D) O Direito Ambiental, incluído na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 225, deixou a desejar no
tocante à defesa do meio ambiente, uma vez que não previu institutos já consagrados em outros países,
como o princípio do poluidor pagador e da vedação do retrocesso ambiental.
60. (2019/MPE-GO/MPE-GO/Promotor) Assinale a alternativa correta:
A) A natureza fundamental dos direitos, no sistema constitucional brasileiro, decorre exclusivamente do
conteúdo dos direitos, ou seja, da circunstância de consubstanciarem decisões fundamentais sobre a
estrutura do Estado e da sociedade.
B) O sistema constitucional brasileiro alberga direitos fundamentais não expressos no texto constitucional,
mas que sejam decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição Federal.
C) A natureza fundamental dos direitos, no sistema constitucional brasileiro, decorre, exclusivamente, da
opção constituinte de elencá-los como tal em um catálogo de direitos fundamentais.

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D) Outros direitos fundamentais não previstos pelo Constituinte originário podem ser incorporados ao
sistema constitucional brasileiro, por meio de tratados internacionais, ratificados pelo Brasil, os quais,
independentemente da forma da incorporação, terão hierarquia normativa equivalente a emenda
constitucional.
61. (2019/MPE-GO /MPE-GO/Promotor de Justiça) Seguindo as lições de J. J. Gomes Canotilho
quanto aos direitos sociais, culturais e econômicos, em que consiste a chamada “metodologia fuzzy"?
A) A análise desses direitos, os quais se valem de uma metodologia extremamente vaga, exige, em
contrapartida, premissas objetivas cujas bases podem ser encontradas, ainda que parcialmente, na reserva
do possível, no mínimo existencial e no princípio da vedação de retrocesso.
B) Também chamada de “fuzzysmo”, essa metodologia defende que o princípio da vedação de retrocesso
deve ter aplicação restrita ao âmbito dos direitos sociais, culturais e econômicos. Segundo essa visão, a
vedação de retrocesso não poderia ser estendida aos demais direitos fundamentais.
C) Consiste em críticas quanto à falta de bases objetivas para solucionar o conflito entre a reserva do
possível e os direitos sociais que compõem o mínimo existencial. Essa metodologia parte da premissa de
que não existe um direito definitivo ao mínimo existencial.
D) Em virtude de a dogmática e a teoria jurídica dos direitos sociais, culturais e econômicos expressarem
uma metodologia vaga ou mesmo indeterminada, a teoria da ciência, por meio de tons caricaturais,
conferiu-lhe o apelido de “metodologia fuzzy”. Traduz-se, na verdade, em forte censura aos juristas, no
sentido de que estes, na abordagem dos complexos problemas dos direitos sociais, culturais e econômicos,
não sabem o que dizem.
62. (2019/Instituto Consulplan/MPE-SC/Promotor de Justiça) Os direitos fundamentais são bens e
vantagens prescritos na norma constitucional, ao passo que as garantias fundamentais são os
instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos, destacando-se que a
garantias nem sempre estarão nas regras definidas constitucionalmente como remédios constitucionais.
63. (2019/MPE-PR/MPE-PR/Promotor Substituto) Sobre direitos fundamentais, é correta a
afirmação:
A) A caracterização de um direito como fundamental não é determinada apenas pela relevância do bem
jurídico tutelado por seus predicados intrínsecos, mas também pela relevância que é dada a esse bem
jurídico pelo constituinte, mediante atribuição da hierarquia correspondente (expressa ou implicitamente)
e do regime jurídico-constitucional assegurado às normas de direitos fundamentais.
B) O princípio da universalidade significa que todas as pessoas, pelo fato de serem pessoas, são titulares
dos direitos fundamentais consagrados na Constituição, sendo ilegítima qualquer distinção entre nacionais
e estrangeiros.
C) O desfrute dos direitos fundamentais por parte dos brasileiros depende da efetiva residência em
território brasileiro, pois a titularidade não depende exclusivamente do vínculo jurídico da nacionalidade.
D) As pessoas jurídicas de direito público são titulares de direitos fundamentais apenas de cunho
processual (por exemplo, o contraditório e a ampla defesa), sendo incompatíveis com sua natureza direitos
de natureza estritamente material.
E) Por serem dotadas de eficácia plena e de aplicabilidade direta, as normas de direitos fundamentais não
estão sujeitas à regulamentação, sendo imunes à imposição de restrições e limitações.

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Procurador

64. (2018/IDECAN/IPC - ES - Procurador Previdenciário) A noção de “mínimo existencial” compreende


um complexo de prerrogativas cuja concretização se revela capaz de garantir condições adequadas de
existência digna, assegurando, à pessoa humana, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também,
a prestações positivas do Estado, tais como o direito à educação, à saúde, à moradia, à alimentação, à
segurança, dentre outros. Nesse cenário, analise os itens abaixo:
I. Mesmo nas demandas de saúde com risco de morte, a cláusula da reserva do possível deve ser aplicada
pelo Poder Judiciário, já que os recursos orçamentários são limitados.
II. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal reconhece a possibilidade de o Poder Judiciário, diante de
situações graves, que demandem o reconhecimento do mínimo existencial, ordenar, em favor do paciente,
o fornecimento gratuito de medicamento pelo Sistema Único de Saúde.
III. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não estão obrigados a executar as políticas
públicas decorrentes de normas constitucionais de eficácia plena, limitada ou de conteúdo programático.
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
65. (2018/IDHTEC/CRQ - 19ª Região (PB)/Advogado) Os direitos fundamentais são tradicionalmente
classificados pela Doutrina Majoritária em três gerações, referindo-se aos momentos de evolução
histórica no qual surgiram. Tendo isto em vista, a única alternativa que apresenta a correta
correspondência entre o direito indicado e a geração à qual pertence é:
A) Direito de propriedade – Segunda Geração
B) Direito de associação – Terceira Geração
C) Direito à educação – Primeira Geração
D) Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – Terceira Geração.
E) Direito à locomoção – Segunda Geração
66. (2018/FGV/AL-RO/Advogado) O juiz de direito, ao fundamentar uma decisão, afirmou que os
direitos fundamentais, além de criarem situações jurídicas favoráveis a pessoas em particular, também
estabelecem diretrizes para a atuação das estruturas estatais de poder.
O aspecto dos direitos fundamentais suscitado pelo juiz de direito é expressão
A) da concepção subjetiva dos direitos fundamentais.
B) da perspectiva objetiva dos direitos fundamentais.
C) da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
D) dos direitos de primeira dimensão.
E) do formalismo constitucional.

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67. (2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Os direitos destinados a assegurar a soberania


popular mediante a possibilidade de interferência direta ou indireta nas decisões políticas do Estado são
direitos
A) políticos de primeira dimensão.
B) políticos de terceira dimensão.
C) políticos de segunda geração.
D) sociais de segunda geração.
E) sociais de primeira dimensão.
68. (2018/VUNESP/Prefeitura de São Bernardo do Campo/Procurador) A respeito dos direitos
fundamentais, assinale a alternativa correta.
A) Historicidade, universalidade, ilimitabilidade, irrenunciabilidade e imprescritibilidade são algumas das
características dos direitos fundamentais.
B) À aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre os particulares e o Poder Público dá-se o nome
de eficácia externa ou objetiva dos direitos fundamentais.
C) Segundo a teoria dos quatro status de Jellinek, no status positivo o indivíduo possui o poder de
influenciar na formação da vontade do Estado, por meio do exercício dos direitos políticos.
D) Por afrontar o direito à liberdade de expressão previsto na Constituição, é inconstitucional dispositivo
que proíbe, no âmbito da programação das emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de
proselitismo.
E) As entidades associativas, ainda que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
69. (2018/CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Considere as duas afirmações a seguir.
I Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da ampla defesa. II Nas
relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à honra, sob pena de
consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou moral.
As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a
A) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
B) eficácia externa dos direitos fundamentais.
C) eficácia diagonal dos direitos individuais.
D) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
E) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.
70. (2017/FAFIPA/Fundação Araucária – PR/Advogado) Conforme a teoria dos direitos fundamentais,
assinale a alternativa CORRETA.
A) Os direitos de primeira geração caracterizam-se por uma dimensão positiva ou liberdades positivas,
exigindo uma prestação positiva por parte do Estado.
B) Os direitos de primeira geração são considerados direitos de defesa, direitos do indivíduo frente ao
Estado, caracterizando-se pela abstenção do Estado e por direito de liberdade do indivíduo.

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C) Os direitos de segunda geração são direitos de fraternidade ou solidariedade, tendo como objetivo a
proteção da coletividade.
D) Os direitos de terceira geração correspondem aos direitos civis e políticos, caracterizam-se por
liberdades positivas, exigindo prestação positiva por parte do Estado.
71. (2017/BANPARÁ/Advogado) Sobre os Direitos Humanos e acerca dos Direitos Fundamentais é
CORRETO afirmar que:
A) Os Direitos Fundamentais são absolutos no sentido de que, devido sua importância, não podem sofrer
quaisquer limitações válidas.
B) Pela teoria dos “custos dos direitos”, desenvolvida por Cass Sunstein e Stephen Holmes, apenas a
proteção dos denominados Direitos de 1º geração não implicaria em um custo econômico para o Estado.
Tratar-se-iam (os Direitos de 1ª geração) de Direitos negativos, ou seja, sua proteção estaria condicionada
apenas a um não fazer estatal.
C) Acerca do aborto, o Supremo Tribunal Federal, em recente julgado de sua 1ª Turma, afirmou ser
necessário conferir interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal (que
tipificam o crime de aborto) para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação
efetivada no primeiro trimestre do período gestacional.
D) Acerca das denominadas ações afirmativas, o Supremo Tribunal Federal deixou assentado, no caso das
universidades públicas, que a metodologia de seleção diferenciada pode levar em consideração critérios
étnico-raciais ou socioeconômicos, de modo a assegurar que a comunidade acadêmica e a própria
sociedade sejam beneficiadas pelo pluralismo de ideias. Decidiu, ainda, o mesmo STF, que as vantagens
decorrentes das Ações Afirmativas poderiam perdurar indefinidamente no tempo.
72. (2017/FMP Concursos/PGE-AC/Procurador do Estado) A CF/88 contempla verdadeiro sistema de
direitos fundamentais que se caracteriza, dentre outras circunstâncias, pela previsão expressa de normas
de sistematização que disciplinam a aplicação dos direitos fundamentais em espécie; quanto às normas
de sistematização, é correto afirmar que
A) independentemente de qualquer intervenção legislativa, nos termos do art. 5°, § 1°, as normas jus
fundamentais são aptas a produzir todos os seus efeitos a partir da mera previsão expressa no texto
constitucional.
B) os brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil, tal como previsto no caput do art. 5°, são, em
igualdade de condições, sujeitos dos direitos fundamentais.
C) os turistas, assim como as pessoas jurídicas, não contemplados no caput do art. 5° não são sujeitos de
quaisquer direitos fundamentais.
D) pessoas jurídicas não são sujeitos de direitos fundamentais.
E) direito humano internalizado no ordenamento pátrio como direito fundamental, não obstante
permissivo expresso no art. 5°, LXVII, impede a prisão civil do depositário infiel por dívida.
73. (2016/IBEG/Prefeitura de Guarapari – ES/Procurador Municipal) Como afirmava o saudoso
professor Norberto Bobbio: “os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos
históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas
liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez
por todas”. Assim, acerca da Teoria dos Direitos Fundamentais, marque a alternativa incorreta:

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A) Pode-se afirmar que os direitos fundamentais são uma construção histórica, isto é, a concepção sobre
quais são os direitos considerados fundamentais varia de época para época e de lugar para lugar. Que o
que parece fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em
outras épocas e em outras culturas.
B) No sistema constitucional brasileiro pode-se dizer que há direitos ou garantias fundamentais que se
revistam de caráter absoluto.
C) Via de regra os direitos fundamentais são imprescritíveis, inalienáveis e indisponíveis, sendo permitidas
algumas exceções, desde que não afetem a dignidade humana.
D) Pode-se dizer que os direitos fundamentais se aplicam não só nas relações entre o Estado e o cidadão
(eficácia vertical), mas também nas relações entre os particulares-cidadãos (eficácia horizontal).
E) Os direitos de terceira geração, também conhecidos como direitos metaindividuais, têm como exemplos:
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito à paz, ao desenvolvimento, direitos dos
consumidores.
74. (2020/IPEFAE/Prefeitura de Águas da Prata – SP/Advogado) Os direitos e garantias fundamentais
têm como destinatários diretos os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e têm como destinatários
indiretos o povo brasileiro, que é receptor da aplicação do texto constitucional. Neste contexto, tanto os
estrangeiros residentes quanto os passantes fazem jus aos direitos fundamentais, no limite da soberania
do Estado brasileiro. Com relação aos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta:
A) A teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, de origem alemã, defende a aplicação dos
direitos fundamentais nas relações entre os particulares, sendo que o Poder Judiciário brasileiro já a
utilizou, por exemplo, em relação às cooperativas de plano de saúde não poderem exigir fidelidade
associativa dos médicos que compõem seu quadro social.
B) O direito à vida é protegido no Brasil sob um triplo aspecto, ou seja, protege-se o direito de nascer com
vida, o direito de subsistir ou de sobreviver e o direito à morte digna, sendo que este último autoriza
hipóteses de eutanásia no Brasil como forma de manutenção da dignidade de pessoa com moléstia
incurável ou gravemente enferma.
C) A possibilidade de aborto do feto anencéfalo foi apreciada pelo STF através de ADPF ajuizada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, situação em que se pleiteou interpretação conforme à
Constituição Federal sem redução de texto para que o profissional da saúde pudesse negar, de plano, os
pedidos de aborto dos fetos com anencefalia, mesmo que atestada por médico habilitado.
D) A pena de morte é a pena capital consistente em retirar a vida do criminoso pelo seu alto grau de
periculosidade ou gravidade do delito praticado e a sua aplicação é proibida no Brasil, mesmo em caso de
guerra declarada, pois eventual aplicação violaria a proteção absoluta do direito à vida.
75. (2020/IPEFAE/Prefeitura de São João da Boa Vista – SP/Procurador) Veja a charge de Miguel
Paiva, publicada no jornal O Estado de São Paulo, em 05/10/1988:

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Considerando a teoria e efetividade dos direitos e garantias fundamentais no Brasil, bem como a temática
da charge, assinale a opção correta:
A) A Constituição Federal brasileira de 1988 prevê que as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata, mas uma parcela dos cidadãos brasileiros não consegue ter acesso
sequer aos direitos mais básicos.
B) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados pelo processo
legislativo ordinário serão equivalentes às emendas constitucionais e terão eficácia plena e imediata a
todos os brasileiros.
C) Direitos fundamentais de primeira dimensão contemplam os direitos econômicos, sociais e culturais,
sendo exemplos a liberdade religiosa e o direito de associação.
D) Direitos e garantais fundamentais são termos sinônimos, referindo-se a bens e vantagens que os
cidadãos brasileiros, destinatários diretos dos direitos e garantias fundamentais, podem receber do Estado.
76. (2019/FAFIPA/CREA-PR/Advogado) Os direitos fundamentais da 1ª dimensão marcam a
passagem de um Estado autoritário para um Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades
individuais, em uma verdadeira perspectiva de absenteísmo estatal. Sobre os direitos fundamentais de
1ª dimensão, é considerado um documento histórico da 1ª dimensão de direitos fundamentais:
A) Bill of Rights (1688).
B) Constituição do México de 1917.
C) Constituição do Brasil de 1934.
D) Tratado de Versales, 1919 (OIT).
E) Bill of Trues (1969).
77. (2019/INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO/Prefeitura de Massapê – CE/Procurador) Sob à luz da
Constituição Federal, ao ter como base a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criou os direitos
fundamentais, e estes possuem características próprias, como a vedação da renúncia de tais direitos e a
universalidade destes. Assim, regem a sociedade como um todo, servindo de norte para as normas que
surgem da Constituição ou que nela visam se enquadrar. Com base neste enunciado, analise as seguintes
afirmativas e marque a opção correta:

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I. Os direitos da primeira geração, ou primeira dimensão, são os inerentes aos Direitos de Igualdade, como
na proteção ao trabalho contra o desemprego, direito à educação no combate ao analfabetismo, à inserção
na cultura, garantia da saúde;
II. O direito a reunião é considerado amplo e universal, porém encontra limites na legislação. Estes podem
dizer respeito, inclusive, quanto à legalidade do que se pretende discutir, encontrar ou manifestar, como
no caso de manifestação à favor das drogas, que encontra óbice quanto à legalidade do caráter da reunião,
sendo considerado um ato ilícito;
III. Todo ser humano já nasce com direitos e garantias, não podendo estes ser considerados como uma
concessão do Estado.
Marque a opção correta:
A) Estão incorretas as afirmativas I e III, apenas;
B) Está incorreta a afirmativa II, apenas;
C) Está correta a afirmativa III, apenas;
D) Estão corretas as afirmativas I e II, apenas.
78. (2019/SELECON/Empresa Cuiabana de Saúde Pública – MT/Advogado) No percurso para garantir
direitos e garantias para toda a sociedade, podem ser admitidos no âmbito da interpretação do princípio
da isonomia, algumas diferenciações. Nesse tema, seguindo a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, admite-se lei que estabelece:
A) sistema de cotas por etnia
B) discriminação negativa de gênero
C) remuneração genérica inferior ao salário mínimo
D) exclusão de direitos previdenciários para determinado segmento profissional
79. (2019/VUNESP/SERTPREV – SP/Procurador Jurídico) Nos termos da doutrina, é correto afirmar
que as garantias fundamentais em sentido amplo
A) geram o chamado dever de proteção e exigem que o Estado leve em conta os direitos humanos
envolvidos antes de adotar determinada conduta.
B) são aquelas que têm como função exigir do Estado que estruture órgãos e corpo institucional apto, por
sua competência e atribuição, a oferecer bens ou serviços indispensáveis à efetivação dos direitos
humanos.
C) equivalem à criação de medidas específicas de combate à inércia do Estado em legislar, como ocorreu
no Brasil com a criação do mandado de injunção e da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
D) têm como consequência inicial a transformação dos direitos humanos em um escudo contra o poder
estatal, concretizando exigências de abstenção, derrogação e até mesmo anulação de atos do Estado.
E) consistem em um conjunto de meios de índole institucional e organizacional que visa assegurar a
efetividade e a observância dos direitos humanos.
80. (2019/VUNESP/Câmara de Mauá – SP/Procurador Legislativo) Sobre a chamada doutrina da
“reserva do possível”, é correto afirmar, com base na legislação nacional, que

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A) se trata de doutrina desenvolvida originalmente no direito brasileiro, a partir da aplicação no direito


financeiro da chamada “inexigibilidade de conduta diversa”, inicialmente empregada no direito penal.
B) consiste em defesa subsidiária do Poder Público contra ações movidas por descumprimento de direitos
fundamentais previstos na Constituição que demandem, para sua plena eficácia, prestações positivas por
parte do Estado, quando o seu descumprimento se dê por motivo de demonstrada e justificada escassez de
recursos.
C) encontra expressa previsão na lei de responsabilidade fiscal, na medida em que esta prevê a
impossibilidade absoluta de realização de gastos acima da previsão de ingresso de recursos no próprio
exercício fiscal.
D) pode ser invocada sempre que houver comprometimento grave do núcleo básico que qualifica o mínimo
existencial, de modo a justificar o inadimplemento de deveres estatais de prestação constitucionalmente
impostos ao poder público.
E) encontrava expressa previsão na Constituição Federal de 1967 com Emenda Constitucional no 1 de 1969,
tendo sido rejeitada pelo constituinte de 1988, que deixou de repetir os artigos constitucionais que lhe
davam amparo em matéria financeira.
81. (2019/CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/Procurador de Contas) No que se refere à teoria geral dos
direitos fundamentais e aos direitos e deveres individuais e coletivos, é correto afirmar que
A) o chamado direito de resistência inclui-se entre os direitos fundamentais de segunda dimensão.
B) a igualdade formal é característica típica dos direitos fundamentais de segunda dimensão.
C) o direito de greve é classificado como direito fundamental de terceira dimensão.
D) a titularidade dos direitos fundamentais de terceira dimensão é sempre individual.
E) o direito à comunicação inclui-se entre os direitos fundamentais de terceira dimensão.
82. (2019/FUNDEP (Gestão de Concursos)/CAU-MG/Advogado) Os direitos fundamentais ganham
grande relevância na sociedade ao inverterem a lógica anterior de subordinação do indivíduo ao Estado,
reconhecendo que, anteriormente aos deveres, o indivíduo tem direitos que devem ser respeitados.
A respeito da teoria geral dos direitos fundamentais, assinale a alternativa incorreta.
A) Os direitos de primeira geração, considerados indispensáveis a todos os homens, traduzem-se em
postulados de abstenção dos governantes, criando obrigações de não fazer, de não intervir sobre aspectos
da vida pessoal de cada indivíduo.
B) Enquanto os direitos de abstenção visam a assegurar o status quo do indivíduo, os direitos a prestação
exigem que o Estado aja para atenuar desigualdades, com isso estabelecendo moldes para o futuro da
sociedade.
C) Em razão da previsão expressa no texto constitucional, os direitos fundamentais são, em sua
integralidade, reconhecidos a todos, independentemente da nacionalidade do indivíduo, porquanto estão
ligados diretamente ao princípio da dignidade da pessoa humana.
D) O direito à privacidade, que impede a divulgação de dados não autorizados acerca de uma pessoa a
terceiros, pode ceder, em certas ocasiões, a um valor, como a liberdade de expressão, que, no caso
concreto, se revele preponderante, segundo um juízo de prudência.

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83. (2019/VUNESP/Câmara de Monte Alto – SP/Procurador Jurídico) O elemento externo capaz de


limitar ou até de restringir o acesso dos titulares de um direito fundamental social específico, face à
limitação orçamentária do Estado, denomina-se
A) intervenção orçamentária.
B) intervenção seletiva.
C) reserva do possível.
D) interferência financeira.
E) fundo residual.

Defensor

84. (2017/ CESPE / DPU/Defensor Público Federal) A respeito da teoria e do regime jurídico dos
direitos fundamentais, julgue o item que se segue à luz das disposições da CF. Os direitos fundamentais
individuais incluem o direito à intimidade, o direito ao devido processo legal e o direito de greve.
85. (2017/FCC/DPE-SC/Defensor Público Substituto) A proibição do retrocesso garante que direitos
humanos conquistados não sejam reduzidos. Sobre o tema é INCORRETO afirmar:
A) Trata-se de uma decorrência do princípio da confiança e da segurança jurídica.
B) A vedação ao retrocesso já foi utilizada pelo Supremo Tribunal Federal em matéria previdenciária,
garantindo que direitos sociais não fossem alterados.
C) A dignidade da pessoa humana é preservada, em uma de suas vertentes, pelo entrincheiramento.
D) A vedação do retrocesso já foi aplicada em caso de direitos políticos, proibindo-se o retorno ao voto
impresso.
E) Para doutrina majoritária, a vedação ao retrocesso é garantida como cláusula pétrea (Artigo 60,
Parágrafo 4°, inciso IV).
86. (2017/FCC/DPE-SC/Defensor Público Substituto) A respeito do princípio da proibição de
retrocesso, considere:
I. É considerado pela doutrina um princípio constitucional implícito.
II. A sua aplicação está restrita ao âmbito dos direitos sociais, não alcançando outros direitos fundamentais.
III. A vinculação ao referido princípio é restrita à figura do legislador, não alcançando outros poderes ou
entes estatais.
IV. A sua fundamentação constitucional pode ser extraída, entre outros, dos princípios da dignidade da
pessoa humana e da segurança jurídica, bem como das garantias constitucionais da propriedade, do direito
adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
Está correto o que se afirmar APENAS em
A) I, III e IV.
B) II e III.
C) I, II e III.

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D) II, III e IV.


E) I e IV.
87. (2016/FCC/DPE-BA/Defensor Público) No âmbito da Teoria dos Direitos Fundamentais,
A) a dimensão subjetiva dos direitos fundamentais está atrelada, na sua origem, à função clássica de tais
direitos, assegurando ao seu titular o direito de resistir à intervenção estatal em sua esfera de liberdade
individual.
B) em que pese a doutrina reconhecer a eficácia dos direitos fundamentais nas relações entre particulares
(eficácia horizontal), a tese em questão nunca foi apreciada ou acolhida pelo Supremo Tribunal Federal.
C)a cláusula de abertura material do catálogo de direitos fundamentais expressa no § 2º do art. 5º da
Constituição Federal não autoriza que direitos consagrados fora do Título II do texto constitucional sejam
incorporados ao referido rol.
D) o princípio da proibição de retrocesso social foi consagrado expressamente no texto da Constituição
Federal.
E) os direitos fundamentais de primeira dimensão ou geração possuem função normativa de natureza
apenas defensiva ou negativa.
88. (2018/FGV/AL-RO/Advogado) O juiz de direito, ao fundamentar uma decisão, afirmou que os
direitos fundamentais, além de criarem situações jurídicas favoráveis a pessoas em particular, também
estabelecem diretrizes para a atuação das estruturas estatais de poder.
O aspecto dos direitos fundamentais suscitado pelo juiz de direito é expressão
A) da concepção subjetiva dos direitos fundamentais.
B) da perspectiva objetiva dos direitos fundamentais.
C) da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
D) dos direitos de primeira dimensão.
E) do formalismo constitucional.
89. (2018/CESPE/CEBRASPE/PGE-PE/Procurador do Estado) Considere as duas afirmações a seguir.
I Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da ampla defesa. II Nas
relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à honra, sob pena de
consequências como direito de resposta e indenização por dano material ou moral.
As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a
A) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
B) eficácia externa dos direitos fundamentais.
C) eficácia diagonal dos direitos individuais.
D) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
E) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

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Outros

90. (2019/Quadrix /CREF - 20ª Região) A respeito dos direitos fundamentais na Constituição Federal
de 1988, julgue o item. A positivação dos direitos humanos em direitos fundamentais reforçou sua
efetividade ao mesmo tempo em que ampliou sua abrangência.
91. (2018/UERR/IPERON - RO /Administrador) O direito de comunicação é um direito fundamental
de:
A) quinta geração
B) quarta geração.
C) primeira geração.
D) segunda geração.
E) terceira geração.
92. (2018/FCC/SEAD-AP/Analista Jurídico) Em relação à eficácia horizontal dos direitos fundamentais,
são destinatários das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:
A) as Entidades autárquicas.
B) os Órgãos do Poder Executivo.
C) as Entidades paraestatais.
D) os Particulares.
E) os Órgãos do Poder Judiciário.
93. (2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa) À
vista das disposições constitucionais, os direitos e garantias fundamentais
A) são apenas aqueles especificamente expressos na Constituição Federal, no tópico a eles especialmente
destinado, podendo ser aumentados ou diminuídos por meio de Emenda Constitucional.
B) expressos na Constituição Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
C) poderão ser assegurados em tratados e convenções internacionais, que serão equivalentes às emendas
constitucionais se forem aprovados, em dois turnos, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, pelo
voto de 2/5 de seus membros.
D) não expressos na Constituição Federal serão assegurados em território nacional apenas se constarem de
tratados internacionais que forem aprovados pela maioria absoluta dos integrantes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal e homologados por Decreto do Presidente da República.
E) somente terão aplicação, por meio de suas normas definidoras, após a edição de lei complementar
aprovada por 4/5 dos membros do Congresso Nacional.
94. (2018/CESPE/ STJ) A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue,
tendo como referência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
O rol dos direitos fundamentais previsto na Constituição Federal de 1988 é taxativo, isto é, o Brasil adota
um sistema fechado de direitos fundamentais.

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95. (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB) Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais


estendem-se aos estrangeiros em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta
de previsão constitucional expressa.
96. (2018/Quadrix/CRM/DF) Enquanto os direitos fundamentais traduzem viés declaratório, as
garantias possuem caráter instrumental, ou seja, constituem os meios segundo os quais se pretende
assegurar os direitos.
97. (2018/Quadrix/CRM/DF) A relatividade é uma característica dos direitos fundamentais, que, na
medida em que podem colidir entre si, demandam necessária harmonização que viabilize sua
convivência, sem que, contudo, se sacrifique qualquer deles.
98. (2018/Quadrix/CRM/DF) Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais
na Constituição Federal de 1988 (CF).
Os direitos fundamentais cujo exercício demande regulamentação pela legislação infraconstitucional não
possuem eficácia ou aplicação imediatas.
99. (2018/Quadrix/CRM/DF) Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais
na Constituição Federal de 1988 (CF). Os direitos fundamentais de terceira geração guardam relação com
os chamados direitos difusos, de que são exemplo um meio ambiente saudável e a paz.
100. (2018/INDEPAC/Câmara de Guarujá – SP) A respeito dos direitos e garantias fundamentais,
assinale a alternativa correta.
A) A teoria da eficácia horizontal direta defende que a incidência dos direitos fundamentais deve ser
estendida às relações privadas mediante intermediação legislativa.
B) Os direitos fundamentais, na dimensão objetiva, são vistos como um conjunto de valores ou fins a que a
ação estatal deve perseguir, podendo ser utilizados como critérios de controle da ação estatal.
C) O postulado da proporcionalidade se destina a definir o âmbito de aplicação das regras constitucionais.
D) Considerando que os direitos fundamentais defendem os particulares de ações do poder público, o
Supremo Tribunal Federal entende que tais direitos não se aplicam às relações privadas.
E) Os direitos fundamentais de quarta dimensão estão diretamente ligados à igualdade material,
compreendendo os direitos sociais, econômicos e culturais.

GABARITOS

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Magistratura

1. D
2. D
3. C
4. B

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5. C

Promotor

6. B
7. C
8. ERRADA

Procurador

9. D
10. C
11. C
12. C
13. C
14. C
15. E
16. E
17. B
18. B
19. D
20. B
21. A
22. A
23. B
24. C
25. B
26. D
27. A
28. D
29. C
30. A
31. D
32. C
33. E

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34. D
35. E
36. D
37. A
38. B
39. D
40. B
41. A
42. A
43. A
44. D

Defensor

45. C
46. D
47. A
48. E

Outros

49. A
50. E

TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Magistratura

51. C
52. D
53. E
54. C
55. D

Promotor

56. E

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172
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57. C
58. A
59. D
60. B
61. D
62. C
63. A

Procurador

64. B
65. D
66. B
67. A
68. D
69. D
70. B
71. C
72. E
73. B
74. A
75. A
76. A
77. C
78. A
79. E
80. B
81. E
82. C
83. C

Defensor

84. ERRADO
85. B

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173
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86. E
87. A
88. B
89. D

Outros

90. ERRADO
91. E
92. D
93. B
94. ERRADO
95. ERRADO
96. CORRETO
97. CERTO
98. ERRADO
99. CORRETO
100. B

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