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Segurança do Trabalho

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3

2 - NOÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA RELATIVAS À SEGURANÇA E


SAÚDE DO TRABALHO ........................................................................................................................................4
2.2 - DEFINIÇÕES........................................................................................................................................................ 4
2.3 - RESPONSABILIDADES CIVIS E CRIMINAIS DO ACIDENTE DE TRABALHO .................................................................. 4
2.4 - RESPONSABILIDADE CRIMINAL ............................................................................................................................ 4

3 - NOÇÕES SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHO ..........................................................................................5


3.1 - O QUE É SEGURANÇA DO TRABALHO? ................................................................................................................ 5
3.2 - PORQUE MINHA EMPRESA PRECISA CONSTITUIR EQUIPE DE SEGURANÇA DO TRABALHO? .................................... 5
3.3 - QUE É ACIDENTE DE TRABALHO?........................................................................................................................ 5
3.4 - ONDE ATUA O PROFISSIONAL DE SEGURANÇA DO TRABALHO? ............................................................................ 6
3.5 - O QUE FAZ O PROFISSIONAL DE SEGURANÇA DO TRABALHO? .............................................................................. 6
3.6 - O QUE EXATAMENTE FAZ CADA UM DOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA DO TRABALHO? ..................................... 7
3.7 - COMO MINIMIZAR OS CUSTOS COM A SEGURANÇA DO TRABALHO? ..................................................................... 10
3.8 - NA MINHA EMPRESA NUNCA TEVE ACIDENTE DE TRABALHO. ACHO QUE INVESTIR EM SEGURANÇA ATUALMENTE É
PERDA DE TEMPO ..................................................................................................................................................... 11

3.9 - ACHO QUE MEU DEVER COMO ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E OU DONO DA EMPRESA É CONTRATAR O SERVIÇO
DE SEGURANÇA DO TRABALHO DA EMPRESA E PONTO FINAL .................................................................................... 11

3.10 - O QUE FAZER ENTÃO SE, SENDO DA DIRETORIA DA EMPRESA, NÃO SOU PROFISSIONAL DA ÁREA DE SEGURANÇA?
................................................................................................................................................................................ 11

4 - DICAS SOBRE ACIDENTES DOMÉSTICOS E OUTROS ............................................................................ 11


4.1 - EM CASA ......................................................................................................................................................... 11
4.2 - NA CONSTRUÇÃO ............................................................................................................................................. 13
4.3 - PIPAS E PAPAGAIOS ......................................................................................................................................... 13
4.4 - SUBESTAÇÕES, LINHAS E REDES ...................................................................................................................... 13
4.5 - NO TRÂNSITO ................................................................................................................................................... 14
4.6 - NA ÁREA RURAL .............................................................................................................................................. 14

5 - ESTATÍSTICA DOS ACIDENTES .................................................................................................................. 15


5.1 - ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES DE TRABALHO (1970-1999) ................................................................................. 15
5.2 - CAT- COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO ............................................................................................ 16
5.3 - CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO .............................................................................................. 17
5.4 - DOENÇAS OCUPACIONAIS ................................................................................................................................. 18
5.4.1 - O que é uma Doença Ocupacional? ................................................................................................... 18

6 - NORMAS REGULAMENTADORAS .............................................................................................................. 19


6.1 - NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................ 19
6.2 - NR5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ................................................................................ 21
6.2.1 - Do Objetivo ............................................................................................................................................ 21
6.2.2 - Da Constituição .................................................................................................................................... 22

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6.2.3 - Da Organização .................................................................................................................................... 22


6.2.4 - Das Atribuições .................................................................................................................................... 23
6.2.5 - Do Funcionamento .............................................................................................................................. 24
6.2.6 - Do Treinamento .................................................................................................................................... 25
6.2.7 - Do Processo Eleitoral .......................................................................................................................... 26
6.2.8 - Das Contratantes e Contratadas ........................................................................................................ 27
6.2.9 - Disposições Finais .............................................................................................................................. 27
6.3 - NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI (1006.000-7) ................................................................ 27
6.4 - NR 10 - INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE ....................................................................................... 34
6.4.1 – Dos Serviços........................................................................................................................................ 36
6.4.2 - Dos Procedimentos ............................................................................................................................. 36
6.4.3 - Das Situações de Emergência ............................................................................................................ 37
6.4.4 - Da Responsabilidade ........................................................................................................................... 38

7 - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO ........ 38


7.1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 38
7.2 - CAUSAS DOS ACIDENTES.................................................................................................................................. 39
7.2.1 - Ato Inseguro ou Ações fora do Padrão ............................................................................................. 39
7.2.2 - Condição Insegura ............................................................................................................................... 40
7.2.3 - Fator Pessoal de Insegurança ............................................................................................................ 41
7.3 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES .......................................................................................................................... 41
7.4 - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES .......................................................................................................................... 41
7.5 - ANÁLISE/INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES ............................................................................................................ 42

8 - MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS ....................................................................................................... 42


8.1 – VÍTIMA INCONSCIENTE ..................................................................................................................................... 42
8.2 - CONVULSÃO .................................................................................................................................................... 43
8.4 – INTOXICAÇÃO .................................................................................................................................................. 45
8.5 – INTOXICAÇÃO POR PLANTAS ............................................................................................................................ 46
Tabela ............................................................................................................................................................... 47
8.6 – PARADA CARDIO - RESPIRATÓRIA ................................................................................................................... 47
8.8 – TRAUMATISMO MÚSCULO-ESQUELÉTICO.......................................................................................................... 50
Luxação ............................................................................................................................................................ 51
Fratura .............................................................................................................................................................. 51
8.9 – QUEIMADURA .................................................................................................................................................. 53
Conceito ........................................................................................................................................................... 53
8.10 – CHOQUE ELÉTRICO ....................................................................................................................................... 54
8.11 - ORIENTAÇÃO FINAL ........................................................................................................................................ 54

9 - REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 54

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1 - Introdução

“O pensamento prevencionista é à base da modernidade”.

A incidência de acidentes de trabalho, embora seja grave e faça parte de várias estatísticas negativas,
parece ainda não chocar e indignar o conjunto de nossa sociedade. Os alarmantes números da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que, a cada ano, acontecem cerca de 250 milhões
de acidentes de trabalho e 160 milhões de doenças profissionais no mundo, dos quais 1,1 milhão
resultam em morte. Esses números, embora impressionantes recebem menos destaque do que outros,
também graves, como as mortes no trânsito, que ficam em torno de 900mil, por violência, que chegam a
560 mil ou pelo vírus HIV que vitimam 312 mil.

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2 - Noções Sobre a Legislação Trabalhista e Previdenciária


Relativas à Segurança e Saúde do Trabalho

O comportamento humano exige regras que tem como parâmetros o ordenamento jurídico. Assim
quando ação do homem esta de conformidade com a lei, este ato é chamado de licito; e quando o
homem viola o direito ou causa prejuízo a alguém, o ato é denominado de ilícito. E este pode gerar
responsabilidade civil e penal, ou até ambas se resultam da ação e omissão.
Tanto a ação quanto a omissão são analisadas sob dois aspectos: doloso e culposo. O ato é doloso
quando a ação e/ou omissão são intencionais e culposos quando a ação ou omissão são involuntárias.
Na culpa, o agente, por ação ou omissão, não deseja lesar a outrem, mas o dano ocorre pela ausência
de previsão daquilo que deverá ser previsto. O ato culposo é resultante de negligência, imprudência ou
imperícia.

2.2 - Definições

Ausência de diligência ou cuidado, ou ainda a demora para prevenir ou


NEGLIGÊNCIA
abastar que o dano ocorra.

Falta de observância de medidas de precaução e de segurança que se


IMPRUDÊNCIA
faziam necessárias, em dado momento, para evitar-se um mal.

Falta de aptidão especial, habilidade ou experiência, ou de previsão, no


IMPERÍCIA exercício de determinada função, arte ou ofício, segundo da lição do jurista
Pedro Nunes em seu Dicionário de Tecnologia jurídica.

DOLO Intenção deliberada de defender o direito ou de ocasionar prejuízo a outrem.

CULPA É a falta de diligência na observância de normas de conduta.

2.3 - Responsabilidades Civis e Criminais do Acidente de Trabalho

Resulta das obrigações por atos ilícitos:


Artigo 259 - Código Civil - “aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar dano”.

2.4 - Responsabilidade Criminal

Resulta em reparar o dano:


Artigo 132 - Código Penal - Expor a Vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente.
Pena - Detenção de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

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3 - Noções Sobre Segurança do Trabalho

3.1 - O que é Segurança do Trabalho?

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos
em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de
Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia
de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho,
Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil
e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação,
Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma
equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho,
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do
Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também
os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde
do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas
Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos e
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho,
ratificadas pelo Brasil.

3.2 - Porque minha Empresa Precisa Constituir Equipe de Segurança do


Trabalho?

Porque é exigido por lei. Por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a empresa se
organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas
no trabalho.

3.3 - Que é Acidente de Trabalho?

Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho. Equiparam-se aos acidentes de trabalho:
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1. O acidente que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa
fora do local de trabalho;
2. O acidente que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa;
3. O acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa;
4. Doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho);
5. Doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho).

O Acidente de Trabalho deve-se principalmente a duas causas:

I. Ato Inseguro
É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está
contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado
sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomada de aparelhos elétricos com as
mãos molhadas e dirigir em alta velocidade.

II. Condição Insegura


É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador.
São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados,
máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil
feitos com materiais inadequados.
Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes e as
doenças ocupacionais. Esse é o papel da Segurança do Trabalho.

3.4 - Onde atua o Profissional de Segurança do Trabalho?

O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante ampla. Ele atua em
todas as esferas da sociedade onde houver trabalhadores. Em geral ele atua em fábricas de
alimentos, construção civil, hospitais, empresas comerciais e industriais, grandes empresas estatais,
mineradoras e de extração. Também pode atuar na área rural em empresas agro-industriais.

3.5 - O que faz o Profissional de Segurança do Trabalho?

O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação quer seja


ele médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é muito
vasto. Em geral o engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas
organizando programas de prevenção de acidentes, orientando a CIPA, os
trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, elaborando
planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de segurança,
laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento.
Muitas vezes esse profissional também é responsável pela implementação de programas de meio
ambiente e ecologia na empresa.

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Segurança do Trabalho

O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional, prevenindo doenças,


fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, fazendo exames de admissão e periódicos
nos empregados.

3.6 - O que exatamente faz cada um dos Profissionais de Segurança do


Trabalho?

A seguir a descrição das atividades dos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho, de acordo
com a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO.

Engenheiro de Segurança do Trabalho

 Assessora empresas industriais e de outro gênero em assuntos


relativos à segurança e higiene do trabalho, examinando locais e
condições de trabalho, instalações em geral e material, métodos e
processos de fabricação adotados pelo trabalhador, para
determinar as necessidades dessas empresas no campo da
prevenção de acidentes;
 Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero, verificando se existem riscos
de incêndios, desmoronamentos ou outros perigos, para fornecer indicações quanto às
precauções a serem tomadas;
 Promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como óculos de proteção, cintos
de segurança, vestuário especial, máscara e outros, determinando aspectos técnicos funcionais
e demais características, para prevenir ou diminuir a possibilidade de acidentes;
 Adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da máquina ao homem e do
homem à máquina, para proporcionar maior segurança ao trabalhador;
 Executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, organizando palestras e
divulgações nos meios de comunicação, distribuindo publicações e outro material informativo,
para conscientizar os trabalhadores e o público, em geral;
 Estuda as ocupações encontradas num estabelecimento fabril, comercial ou de outro gênero,
analisando suas características, para avaliar a insalubridade ou periculosidade de tarefas ou
operações ligadas à execução do trabalho;
 Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais, consultando técnicos de
diversos campos, bibliografia especializada, visitando fábricas e outros estabelecimentos, para
determinar as causas desses acidentes e elaborar recomendações de segurança.

Técnico de Segurança do Trabalho

 Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa, observando


as condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes;
estabelece normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais
modificações nos equipamentos e instalações e verificando sua
observância, para prevenir acidentes;
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 Inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras, hidrantes,


extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para certificar-se de suas perfeitas
condições de funcionamento;
 Comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para propor a reparação
ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras medidas de segurança;
 Investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para identificar suas
causas e propor as providências cabíveis;
 Mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra instituição,
utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o atendimento necessário aos
acidentados;
 Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e elaborando
estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria das medidas de
segurança;
 Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a incêndios e
demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras e treinamento, para que
possam agir acertadamente em casos de emergência;
 Coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando instruções e
orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e desenvolver hábitos de
prevenção de acidentes;
 Participa de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos ao assunto,
apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas de segurança propostas,
para aperfeiçoar o sistema existente.

Médico do Trabalho

 Executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial daqueles expostos a


maior risco de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais, fazendo o exame clínico
e/ou interpretando os resultados de exames complementares, para controlar as condições de
saúde dos mesmos a assegurar a continuidade operacional e a produtividade;
 Executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo feminino, menores, idosos ou
portadores de subnormalidades, fazendo anamnese, exame clínico e/ou interpretando os
resultados de exames complementares, para detectar prováveis danos à saúde em
decorrência do trabalho que executam e instruir a administração da empresa para possíveis
mudanças de atividades;
 Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou alterações agudas da
saúde, orientando e/ou executando a terapêutica adequada, para
prevenir conseqüências mais graves ao trabalhador;
 Avalia, juntamente com outros profissionais, condições de insegurança,
visitando periodicamente os locais de trabalho, para sugerir à direção da
empresa medidas destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;
 Participa, juntamente com outros profissionais, da elaboração e execução
de programas de proteção à saúde dos trabalhadores, analisando em
conjunto os riscos, as condições de trabalho, os fatores de insalubridade,
de fadiga e outros, para obter a redução de absenteísmo e a renovação
da mão-de-obra;
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Segurança do Trabalho

 Participa do planejamento e execução dos programas de treinamento das equipes de


atendimento de emergências, avaliando as necessidades e ministrando aulas, para capacitar
o pessoal incumbido de prestar primeiros socorros em casos de acidentes graves e
catástrofes;
 Participa de inquéritos sanitários, levantamentos de doenças profissionais, lesões
traumáticas e estudos epidemiológicos, elaborando e/ou preenchendo formulários próprios e
estudando os dados estatísticos, para estabelecer medidas destinadas a reduzir a morbidade
e mortalidade decorrentes de acidentes do trabalho, doenças profissionais e doenças de
natureza não-ocupacional;
 Participa de atividades de prevenção de acidentes, comparecendo a reuniões e
assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrências de acidentes do
trabalho;
 Participa dos programas de vacinação, orientando a seleção da população trabalhadora e o
tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir moléstias transmissíveis;
 Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as exigências
psicossomáticas de cada atividade, para elaboração das análises profissiográficas;
 Procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de candidatos a emprego
em ocupações definidas, baseando-se nas exigências psicossomáticas das mesmas, para
possibilitar o aproveitamento dos mais aptos;
 Participa da inspeção das instalações destinadas ao bem-estar dos trabalhadores, visitando,
juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e o enfermeiro de higiene do trabalho (0-
71.40) e/ou outros profissionais indicados, o restaurante, a cozinha, a creche e as instalações
sanitárias, para observar as condições de higiene e orientar a correção das possíveis falhas
existentes. Pode participar do planejamento, instalação e funcionamento dos serviços
médicos da empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes do trabalho, doenças
profissionais e condições de insalubridade. Pode participar de reuniões de órgãos
comunitários governamentais ou privados, interessados na saúde e bem-estar dos
trabalhadores. Pode participar de congressos médicos ou de prevenção de acidentes e
divulgar pesquisas sobre saúde ocupacional.

Enfermeiro do Trabalho

 Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa,


efetuando observações nos locais de trabalho e discutindo-as em
equipe, para identificar as necessidades no campo da segurança,
higiene e melhoria do trabalho;
 Elabora e executa planos e programas de proteção à saúde dos
empregados, participando de grupos que realizam inquéritos
sanitários, estudam as causas de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e
lesões traumáticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos de
morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações com as atividades
funcionais, para obter a continuidade operacional e aumento da produtividade;
 Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças profissionais ou não-
profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das
condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação de integridade física
e mental do trabalhador;

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Segurança do Trabalho

 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, fazendo


curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos e
providenciando o posterior atendimento médico adequado, para atenuar conseqüências e
proporcionar apoio e conforto ao paciente;
 Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos
trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho, controlando
sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, curativos, instalações e teses, coletando
material para exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo
profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, provendo pessoal e
material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem do trabalho,
atendentes e outros, para promover o atendimento adequado às necessidades de saúde do
trabalhador;
 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de
trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;
 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos e estimulando a
aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças profissionais, mantendo cadastros
atualizados, a fim de preparar informes para subsídios processuais nos pedidos de indenização
e orientar em problemas de prevenção de doenças profissionais.

Auxiliar de Enfermagem do trabalho

 Desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de


enfermagem, em geral (5-72.10), porém atua em dependências
de fábricas, indústrias ou outros estabelecimentos que
justifiquem sua presença.

Fonte: Código Brasileiro de Ocupação - CBO

3.7 - Como minimizar os custos com a Segurança do Trabalho?

A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na


prevenção de acidentes.
Muitos empresários têm a idéia errônea que devem diminuir seus
investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação de
pessoal de segurança do trabalho e medidas de segurança.
O custo de um acidente pode trazer inúmeros prejuízos à empresa.
O acidente leva a encargos com advogados, perdas de tempo e materiais e na produção. Sabem-se
casos de empresas que tiveram que fechar suas portas devido à indenização por acidentes de trabalho.
Com certeza seria muito mais simples investir em prevenção e em regularização da segurança nesta
empresa, evitando futuras complicações legais.

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Segurança do Trabalho

3.8 - Na minha Empresa nunca teve Acidente de Trabalho. Acho que


investir em Segurança atualmente é perda de Tempo

Isso não é correto. Investir em segurança também vai aumentar o grau de conscientização dos
empregados. Fazer treinamento de segurança vai melhorar o relacionamento entre eles. Se nunca
aconteceu acidente não quer dizer que nunca vai acontecer.
Já diz a Bíblia, "Vigiai e orai, pois não sabeis o dia nem a hora”. Nunca se sabe a hora que um acidente
pode acontecer, por isso deve estar sempre prevenido.

3.9 - Acho que meu dever como Administrador de Empresas e ou Dono da


Empresa é contratar o Serviço de Segurança do Trabalho da Empresa e
Ponto Final

Errado. Em uma campanha de segurança da empresa toda a diretoria deve estar envolvida.
De nada adianta treinar os funcionários, fazer campanhas, se a diretoria, a maior responsável pela
empresa, não estiver envolvida e engajada com a Segurança do Trabalho.
Se isso acontecer a empresa fica sendo acéfala, isto é, sem cabeça, sem coordenação, perdendo-se
tudo o que foi feito, caindo a Segurança do Trabalho no esquecimento em poucos meses.

3.10 - O que fazer então se, sendo da Diretoria da Empresa, não sou
Profissional da Área de Segurança?

A primeira coisa a fazer é manter a mente aberta, conversar com os


empregados, com o pessoal da área de segurança, participar do processo.
Também é de muita valia assistir palestras e seminários, fazer cursos de
atualização sobre gerenciamento, qualidade e meio ambiente.
Em muitos desses cursos são ministradas tópicos envolvendo Segurança do
Trabalho, que vem somar-se ao conhecimento necessário para fazer a
empresa mais eficiente, segura, organizada e produtiva.

4 - Dicas Sobre Acidentes Domésticos e Outros

4.1 - Em Casa

Em casa, utilizamos vários eletrodomésticos conectados à rede. É muito


importante observar certos cuidados, especialmente quando há crianças
por perto.
Ensine as crianças a não colocar os dedos ou quaisquer objetos dentro das tomadas. Para maior
segurança, instale protetores de plástico que só deverão ser retirados quando a tomada for utilizada.
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Segurança do Trabalho

Cuidado dobrado com os nenês. Não deixe que coloquem fios elétricos na
boca.

Ferros, torradeiras, ventiladores e aquecedores


devem ser guardados ou utilizados fora do alcance
das crianças.
E não deixe eletrodomésticos ligados sem alguém por perto.

As extensões e cabos dos aparelhos devem estar sempre em boas condições.


Não se arrisque.

Não passe os fios elétricos debaixo dos tapetes. Pode provocar incêndio!

Desligue os aparelhos corretamente, usando a


tecla ou botão de ligar e desligar. Nunca puxe
pelo fio.
Não ligue vários aparelhos numa só tomada. Essa é outra causa comum de
incêndios.

Aparelhos elétricos no banheiro é um grande risco. Utilize apenas rádios,


secadores e barbeadores a pilha. Certifique-se também de que o chuveiro
esteja bem instalado.

Nunca toque em eletrodomésticos ligados enquanto você estiver


trabalhando com as mãos mergulhadas na pia.
Faça uma coisa de cada vez.

Desligue a torradeira antes de retirar os pães com um garfo ou faca.

Se o seu eletrodoméstico começar a fazer barulhos


estranhos ou a soltar faíscas, desligue-o imediatamente. Conserte somente
em oficinas de confiança.
Sua casa está protegida por fusíveis ou disjuntores,
instalados na caixa do medidor ou no quadro de
distribuição.

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Segurança do Trabalho

Eles foram especialmente projetados para desligar o circuito em caso de defeito. Nunca bloqueie as
chaves dos disjuntores ou substitua os fusíveis por arame, moeda, papel de cigarro, etc.
Durante a instalação de antenas de rádio e TV, muitos cuidados devem ser
tomados. Os suportes dessas antenas em geral são metálicos e condutores
de eletricidade. Durante a instalação devem ser movimentados longe dos fios
da rede. As antenas devem ser instaladas de maneira que não toquem ou
caiam sobre os fios da rede elétrica.

4.2 - Na Construção

Ferros de construção, trilhos de cortina, escadas e outros objetos metálicos


também representam perigo e devem ser movimentados longe dos fios elétricos.

A utilização de ferramentas elétricas requer cuidados


especiais. Siga as instruções do fabricante e nunca
improvise extensões ou emenda dos fios.

Se for construir uma piscina, lembre-se de que no


processo de limpeza o equipamento usado não
pode encostar-se à fiação ou nas luminárias.
Planeje bem para ter segurança.

4.3 - Pipas e Papagaios

Soltar papagaio é uma brincadeira divertida, mas é preciso brincar longe dos fios elétricos.
Como os fios dos postes não são encapados, a linha do papagaio pode ser um grande perigo se estiver
suja, molhada ou com cerol.
A linha poderá conduzir eletricidade e a brincadeira pode terminar em tragédia. Use sempre linhas de
algodão, secas e sem cerol.

4.4 - Subestações, Linhas e Redes

Subestações elétricas, torres de transmissão e outras instalações de energia


elétrica mostram avisos de perigo. Todos os anos ocorrem inúmeros acidentes
com pessoas que desobedecem a esses avisos. Nunca suba em postes ou
torres de transmissão.
Um fio partido é extremamente perigoso. Nunca toque em nenhum fio, qualquer que seja a
circunstância. Ensine as crianças a jamais se aproximarem e avise o quanto antes o Plantão Coelba.

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Segurança do Trabalho

Subir em árvores é divertido, mas certifique-se de que não existam fios por
perto.
Se os galhos da árvore encostarem-se aos fios,
poderão conduzir eletricidade e acabar com a
brincadeira.

Os postes podem estar presos em estais.


Cuidado para não se machucar e cuidado dobrado ao trabalhar a terra e
campear o gado.

Nunca se deve podar ou cortar uma árvore, se


houver a possibilidade delas caírem sobre os fios
elétricos.
Também não se devem plantar árvores debaixo das
linhas de transmissão. Na dúvida, chame o Plantão
Coelba.

4.5 - No Trânsito

Infelizmente são muito comuns os acidentes automobilísticos envolvendo rede


elétrica.
No caso de colisão com um poste, não saia do carro se o fio estiver sobre ele.
Poderá tomar um choque se tocar o chão e o carro ao mesmo tempo, pois
fechará um curto-circuito.
Se tiver mesmo que abandonar o carro, pule com
os dois pés juntos o mais longe possível do carro.
Se você não for à vítima, mas a testemunha do acidente instrua as pessoas
do carro sobre como proceder para sair do carro e chame imediatamente o
Plantão Coelba.
Caminhões altos podem tocar a rede elétrica e nesse caso ficam
energizados. Não toque no caminhão.
Os responsáveis pelas obras em construção e os operadores de
guindastes, dragas, escavadeiras, tratores, caminhões basculantes, etc.,
devem manter e operar estas máquinas longe da rede elétrica.

4.6 - Na Área Rural

Na área rural, a situação é ainda mais perigosa, pois as propriedades em geral são
atravessadas por redes elétricas de alta-tensão.
Observe os seguintes cuidados:

14
Segurança do Trabalho

 Nunca abra ou feche a chave do transformador.


 Em caso de problema, chame a Coelba. Muitas vezes, a falta de energia
pode ser causada por desligamentos programados, necessários para a
execução de um serviço.
 Se verificar uma chave aberta num poste dentro de sua propriedade, nunca
tente fechá-la.

5 - Estatística dos Acidentes

As estatísticas de acidentes formam o conjunto de números relativos à ocorrência de acidentes e tem


por finalidade a identificação das áreas prioritárias em matéria de prevenção de acidentes e a aferição
dos resultados alcançados pelas mudanças realizadas.
As estatísticas de acidentes são de fundamental importância para estabelecer os planos de segurança a
serem traçados.
Embora hoje não há obrigatoriedade em lançar no corpo de atas das CIPAs, a estatísticas devem ser
elaboradas como uma ferramenta para servir de parâmetro das medidas que estão sendo implantadas
com o objetivo de garantir ACIDENTE ZERO, DOENÇA OCUPACIONAL ZERO.

5.1 - Estatísticas de Acidentes de Trabalho (1970-1999)

Ano Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Óbitos Total


1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 2.232 1.220.111
1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 2.587 1.330.523
1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 2.854 1.504.723
1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 3.173 1.632.696
1974 11.537.024 1.756.649 38.273 1.839 3.833 1.796.761
1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 4.001 1.916.187
1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 3.900 1.743.825
1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 4.445 1.614.750
1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 4.342 1.551.461
1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 4.673 1.444.627
1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 4.824 1.464.211
1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 4.808 1.270.465
1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 4.496 1.178.472
1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 4.214 1.003.115
1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 4.508 961.525

15
Segurança do Trabalho

1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 4.384 1.077.861


1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 4.578 1.207.859
1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 5.738 1.137.124
1988 23.661.579 926.356 60.202 5.025 4.616 991.583
1989 24.486.553 825.081 58.524 4.838 4.554 888.443
1990 23.198.656 632.012 56.343 5.217 5.355 693.572
1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 4.527 632.322
1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 3.516 532.514
1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 3.110 412.293
1994 23.667.241 350.210 22.824 15.270 3.129 388.304
1995 23.755.736 374.700 28.791 20.646 3.967 424.137
1996 23.838.312 325.870 34.696 34.889 4.488 395.455
1997 24.140.428 347.482 37.213 36.648 3.469 421.343
1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 3.793 414.341
1999 - 319.617 36.716 22.032 3.605 378.365
Total 546.600.455 30.039.594 1.319.722 269.652 121.719 31.628.968

Fonte: INSS/RIAS/SUB/CAT/DATAPREV

Para compreender mais as estatísticas de acidentes é preciso conhecer alguns conceitos básicos: dias
perdidos, dias transportados, dias debitados, taxa de freqüência, taxa de gravidade, homens horas
trabalhadas.
Dias Perdidos: são os dias que o empregado fica afastado após o dia do acidente. São contados de
forma corrida, ou seja, incluindo domingo e feriados, até o dia da alta médica, que sempre ocorre um dia
antes do retorno ao trabalho. Caso o acidentado volte a trabalhar no dia seguinte a ocorrência do
acidente não são contados dias perdidos.
Dias Debatidos: são dias correspondentes a perda de membros, parte do corpo ou morte. Representa
mais perda em prejuízo econômico da vida de um indivíduo, com base na vida ativa do empregado, que
corresponde a 20 (vinte) anos ou 6.000 (seis mil) dias.
Dias Transportados: refere-se à contagem de dias perdidos e lançados em cada mês por acidentes do
trabalho, ocorrido em mês (es) anterior (es), ou seja, são os dias perdidos nos meses posteriores ao
acidente até a lata médica.

5.2 - CAT- Comunicação de Acidente do Trabalho

A lei 8.213 de 24 de agosto de 1991 determina, no seu artigo 22, que todo acidente do trabalho ou
doença ocupacional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de
omissão.
Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do
formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário,
estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social. Havendo ou não afastamento, o acidente
de trabalho deverá ser comunicado.

16
Segurança do Trabalho

Art. 22 - A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia
útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade compete, sob pena de
multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente
aumentada na reincidência, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
§ 1º - Da comunicação a que se refere este artigo, recebendo cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes bem como o sindicato a que corresponde à categoria.
§ 2º - Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública,
não prevalecendo nestes casos, o prazo previsto neste artigo.
§ 3º - A comunicação a que se refere o parágrafo 2º não exime a empresa de responsabilidade pela
falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º - Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela
Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
Art. 2 - Considera-se como dia do acidente, nos casos de doença profissional ou do trabalho, a data do
início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação
compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo, para este efeito, o que ocorrer
primeiro.
A CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita em seis vias, com a seguinte
destinação:
1ª via 2ª via 3ª Via 4ª via 5ª via 6ª via
Segurado ou Sindicato de Sistema Único de
INSS Empresa DRT
dependente Classe Saúde

A responsabilidade da entrega das vias é do emitente da comunicação, cabendo a este comunicar ao


segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foram registrados a CAT.

5.3 - Conseqüências dos Acidentes do Trabalho

O acidente do trabalho é uma ocorrência que não interessa ninguém. São várias as conseqüências e
nesta ciranda quem mais perde é o trabalhador, pois além do sofrimento físico, arca também com todas
as despesas que um acidente custa para o país.
Vejamos as sérias conseqüências dos acidentes para o trabalhador, a empresa e a nação e assim
poderemos pensar que a prevenção é o melhor remédio para estes males.
Sofrimento físico;
Incapacidade para o trabalho;
Trabalhador
Desamparo à família;
Perdas financeiras.

Gastos com Primeiros Socorros e transporte do acidentado;


Tempo perdido por outros empregados para socorrerem um acidentado;
Empresa
Atraso na entrega de produtos e conseqüência descontentamento com o cliente;
Danificação ou perda de máquinas, ferramentas e matérias-primas.

Perda de elemento produtivo;


Nação Aumento do número de dependentes da coletividade;
Aumento do custo de vida.

17
Segurança do Trabalho

5.4 - Doenças Ocupacionais

Os seres humanos são complicados e seus corpos constituem um complexo de partes e sistemas.
Muitas dessas artes podem se comparadas ao aparelho mecânico a que estamos familiarizados.
Vejamos uma comparação de nosso corpo como partes de um automóvel:
NO AUTOMÓVEL NO CORPO HUMANO FUNÇÃO
Percorrer por toda parte levando
Fluído Sangue
combustível para gerar energia.
Bomba Coração Manter em funcionamento (andando).

Filtros Rins, fígado Eliminar os resíduos tóxicos.

Mas o corpo humano tem lago mais que uma máquina a auto-reparação, pois se for cortado poderá ser
emendado; se sofrer uma infecção poderá combater e com bastante freqüência, os germes estranhos
sem auxilio da medicina; se ferir, o corpo humano forma um coágulo de sangue para estancar a
hemorragia. Este sistema ajuda a manter vivo, dia após dia, ainda que vivamos num mundo de germes,
sujeira e outros riscos à saúde.
Tal sistema levou milhões de anos para se desenvolver e foram em função disso que as pessoas que
vivem em climas quentes, ensolarados, têm uma constituição de pele diferente das pessoas que vivem
em climas frios, as diferenças existem no sangue de pessoas cujos ancestrais vieram de áreas de
Malásia.
Porém, o que as pessoas têm em comum é que ninguém se desenvolveu para trabalhar em umas
fábricas cujo meio ambiente de trabalho seja ruidoso, sujo, cercado de névoas, poeira tóxicas, etc., sem
se protegerem adequadamente. O moderno ambiente de trabalho desafia constantemente as defesas
do corpo, embora o meio ambiente as mantenha sem cessar e, lamentavelmente ele as derrote em
muitos casos.

5.4.1 - O que é uma Doença Ocupacional?

Podemos definir doenças ocupacionais como sendo aquelas adquiridas pelo trabalhador no exercício de
suas atividades.
O artigo 20 da Lei 8.213 de 24/07/1991 considera com acidente de trabalho nos termos do artigo 19 da
mesma lei, as seguintes mórbidas:
1. Doença Profissional, assim entendida, a produzida ou desencadeada pelo trabalhador
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério
do Trabalho e Previdência.
2. Doença Profissional, assim entendida e adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais de trabalho realizado e com ele relacione diretamente, constante de relação
mencionada no inciso anterior.

Causas
As causas das doenças profissionais estão fundamentalmente ligadas às exposições dos trabalhadores
aos diversos agentes agressivos existentes nos locais de trabalho, sem proteção e controle. Daí a
importância dos CIPISTAS trabalharem em conjunto com o SESMT, quando houver, ou com a
Segurança do Trabalho buscando uma acentuada melhoria dos ambientes de trabalho.
18
Segurança do Trabalho

Quando for recomendado o uso de qualquer que seja um EPI - Equipamento de Proteção Individual - o
trabalhador deve usá-lo, pois a doença só prejudica a si próprio.
Os efeitos das doenças ocupacionais podem ser crônicos ou agudos. O efeito crônico é resultante da
exposição com manifestação mediata (médio e longo prazo); o efeito agudo é resultante da exposição com
manifestação imediata.
Meios de Contaminação
Respiratórias Processo de intoxicação resultante da inalação ou aspiração de substância tóxica.
V
Processo de intoxicação decorrentes da exposição direta da pele com
I Cutânea
substâncias químicas.
A
S Processo de intoxicação decorrente de contato bucal com as mãos contaminadas
Digestiva alimentar-se em local não apropriado, fumar em ambientes onde substâncias
tóxicas estão presentes.

6 - Normas Regulamentadoras

6.1 - NR 1 - Disposições Gerais

1.1. As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância
obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem
como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT.

1.1.1. As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras - NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores
avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas
categorias profissionais.

1.2. A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras
disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos
estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.

1.3. A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito nacional competente para
coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho,
inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação
do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional.
1.3.1. Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST conhecer, em última instância,
dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, matéria de
segurança e saúde no trabalho.
1.4. A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente para
executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de
Prevenção dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a
fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

19
Segurança do Trabalho

1.4.1. Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos
limites de sua jurisdição:

a) Adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e
medicina do trabalho;
b) Impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho;

c) Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de
trabalho, máquinas e equipamentos;

d) Notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de insalubridade;

e) Atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do trabalho nas
localidades onde não houver médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, registrado no
MTb.
1.5. Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo
Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

1.6. Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR considera-se:


a) Empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as
instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitem trabalhadores como empregados;

b) Empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não-eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário;
c) Empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de trabalho,
locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus
objetivos;
d) Estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como:
fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório;

e) Setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo


estabelecimento;
f) Canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e
execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;
g) Frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e
execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

h) Local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

1.6.1. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,
estiverem sob direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer
outra atividade econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, solidariamente
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
1.6.2. Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de engenharia, compreendendo ou
não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será considerada como um estabelecimento, a menos que se
disponha, de forma diferente, em NR específica.
1.7. Cabe ao empregador:

20
Segurança do Trabalho

a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
(101.001-8 / I1)

b) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com
os seguintes objetivos: (101.002-6 / I1)

I - Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II - Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir;

III - Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das
ordens de serviço expedidas;

IV - Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e


doenças profissionais ou do trabalho;
V - Adotar medidas determinadas pelo MTb;

VI - Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho.

c) Informar aos trabalhadores: (101.003-4 / I1)

I - Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

II - Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;

III - Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os
próprios trabalhadores forem submetidos;

IV - Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (101.004-2 / I1)

1.8. Cabe ao empregado:

a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as


ordens de serviço expedidas pelo empregador;

b) Usar o EPI fornecido pelo empregador;

c) Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR;


d) Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;

1.8.1. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.

1.9. O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho
acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
1.10. As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das Normas Regulamentadoras - NR
serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT.

6.2 - NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

6.2.1 - Do Objetivo

5.1. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

21
Segurança do Trabalho

6.2.2 - Da Constituição

5.2. Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas,
públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como
empregados.

5.3. As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que
lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores
econômicos específicos.

5.4. A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, deverá garantir a integração
das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no
trabalho.

5.5. As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou
designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação
da administração do mesmo.

6.2.3 - Da Organização

5.6. A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o
dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos
para setores econômicos específicos.
5.6.1. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.

5.6.2. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual
participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.
5.6.3. O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos
recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas
em atos normativos de setores econômicos específicos.
5.6.4. Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um responsável pelo
cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados,
através de negociação coletiva.
5.7. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.

5.8. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões
Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.9. Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na
empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto
nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
5.10. O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para a discussão e
encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.
5.11. O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos
empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
5.12. Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o término do
mandato anterior.

22
Segurança do Trabalho

5.13. Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os
componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador.

5.14. Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade
descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das
reuniões ordinárias.

5.15. Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não poderá ter seu
número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do
mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de
encerramento das atividades do estabelecimento.

6.2.4 - Das Atribuições

5.16. A CIPA terá por atribuição:

a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e
saúde no trabalho;

c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem


como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de
situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e
discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;

h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde


considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados
à segurança e saúde no trabalho;
j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e
convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

l) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
m) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na
segurança e saúde dos trabalhadores;
n) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho - SIPAT;
p) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

23
Segurança do Trabalho

5.17. Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas
atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

5.18. Cabe aos empregados:

a. Participar da eleição de seus representantes;


b. Colaborar com a gestão da CIPA;

c. Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria
das condições de trabalho;
d. Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho.

5.19. Cabe ao Presidente da CIPA:

a. Convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b. Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as


decisões da comissão;

c. Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

d. Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

e. Delegar atribuições ao Vice-Presidente;


5.20. Cabe ao Vice-Presidente:

a. Executar atribuições que lhe forem delegadas;

b. Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários;
5.21. O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:

a. Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos;

b. Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam
alcançados;

c. Delegar atribuições aos membros da CIPA;

d. Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

e. Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

f. Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;

g. Constituir a comissão eleitoral.


5.22. O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a. Acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura


dos membros presentes;

b. Preparar as correspondências; e

c. Outras que lhe forem conferidas.

6.2.5 - Do Funcionamento

5.23. A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.

24
Segurança do Trabalho

5.24. As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local
apropriado.

5.25. As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os
membros.
5.26. As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.

5.27. Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a) Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de
emergência;

b) Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) Houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28. As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

5.28.1. Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado
processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.
5.29. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado.

5.29.1. O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será
analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.
5.30. O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro
reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31. A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida à ordem de
colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada
do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.

5.31.1. No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias úteis,
preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.31.2. No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos


empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.

6.2.6 - Do Treinamento

5.32. A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.

5.32.1. O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a
partir da data da posse.
5.32.2. As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente treinamento para o designado
responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.

5.33. O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a. Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo;

b. Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

c. Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na
empresa;

d. Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas de prevenção;

e. Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho;

25
Segurança do Trabalho

f. Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;


g. Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.

5.34. O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será
realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35. O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores
ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas ministrados.

5.36. A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profissional que o
ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que
ministrará o treinamento.

5.37. Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a unidade
descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego determinará a complementação ou a realização de outro,
que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

6.2.7 - Do Processo Eleitoral

5.38. Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, até
sessenta dias antes do término do mandato em curso.

5.38.1. A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da
categoria profissional.
5.39. O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, com no mínimo 55 dias do
inicio do pleito, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do
processo eleitoral.
5.39.1. Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída pela empresa.

5.40. O processo eleitoral observará as seguintes condições:

a. Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no mínimo 45 dias antes da
data marcada para a eleição;

b. Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze dias;

c. Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou


locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

d. Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

e. Realização da eleição no mínimo trinta dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver;

f. Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que
possibilite a participação da maioria dos empregados.

g. Voto secreto;

h. Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do


empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral;

i. Faculdade de eleição por meios eletrônicos;


j. Guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco
anos.

5.41. Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não haverá a apuração
dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

26
Segurança do Trabalho

5.42. As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do MTE, até
trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.

5.42.1. Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, confirmadas irregularidades no


processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.
5.42.2. Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a contar da data de
ciência, garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3. Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do
mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.

5.43. Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.

5.44. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

5.45. Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem
decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

6.2.8 - Das Contratantes e Contratadas

5.46. Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, para
fins de aplicação desta NR, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

5.47. Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da
empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de
integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no
estabelecimento.

5.48. A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão implementar, de forma
integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a
garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do
estabelecimento.
5.49. A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA, os
designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos
presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.
5.50. A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o cumprimento pelas
empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.

6.2.9 - Disposições Finais

5.51. Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria específica.

6.3 - NR 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI (1006.000-7)

6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção
Individual - EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física do trabalhador.

27
Segurança do Trabalho

6.2. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito
estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; (106.001-5 / I2)

b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (106.002-3 / I2)

c) Para atender a situações de emergência. (106.003-1 / I2)

6.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e respeitando-se o disposto no item 6.2, o
empregador deve fornecer aos trabalhadores os seguintes EPI:

I - Proteção para a Cabeça:

a) Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas por
partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;

b) Óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos, provenientes de
impacto de partículas;
c) Óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e
outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos e metais em fusão;

d) Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos, provenientes de
poeiras;

e) Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras lesões
decorrentes da ação de radiações perigosas;
f) Máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;

g) capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:

1. Agentes meteorológicos (trabalhos a céu aberto);

2. Impactos provenientes de quedas, projeção de objetos ou outros;

3. Queimaduras ou choque elétrico.

II - Proteção para os Membros Superiores:

Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de
lesão provocada por:
1. Materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;

2. Produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes orgânicos
e derivados de petróleo;
3. Materiais ou objetos aquecidos;

4. Choque elétrico;

5. Radiações perigosas;
6. Frio;

7. Agentes biológicos.

III - Proteção para os Membros Inferiores:

a) Calçados de proteção contra riscos de origem mecânica;

28
Segurança do Trabalho

b) Calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos ou encharcados;

c) Calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;

d) Calçados de proteção contra riscos de origem térmica;

e) Calçados de proteção contra radiações perigosas;

f) Calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos;

g) Calçados de proteção contra riscos de origem elétrica;

h) Perneiras de proteção contra riscos de origem mecânica;

i) Perneiras de proteção contra riscos de origem térmica;

j) Perneiras de proteção contra radiações perigosas.

IV - Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível:

a) Cinto de segurança para trabalho em altura superior a 2 (dois) metros em que haja risco de queda;

b) Cadeira suspensa para trabalho em alturas em que haja necessidade de deslocamento vertical,
quando a natureza do trabalho assim o indicar;

c) Trava-queda de segurança acoplada ao cinto de segurança ligado a um cabo de segurança


independente, para os trabalhos realizados com movimentação vertical em andaimes suspensos de
qualquer tipo.

V - Proteção Auditiva

Protetores auriculares para trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído seja superior ao estabelecido
na NR 15, Anexos I e II.

VI - Proteção Respiratória, para Exposições a Agentes Ambientais em Concentrações Prejudiciais à


Saúde do Trabalhador, de acordo com os Limites estabelecidos na NR 15:

a) Respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de poeiras;


b) Máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jateamento de areia;

c) Respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos prejudiciais à saúde;

d) Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de trabalho onde o teor de
oxigênio seja inferior a 18 (dezoito) por cento em volume.

VII - Proteção do Tronco

Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em que haja perigo de lesões
provocadas por:

1. Riscos de origem térmica;


2. Riscos de origem radioativa;

3. Riscos de origem mecânica;

4. Agentes químicos;
5. Agentes meteorológicos;

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Segurança do Trabalho

6. Umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de lavagem.

VIII - Proteção do Corpo Inteiro

Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho onde haja exposição a agentes
químicos, absorvíveis pela pele, pelas vias respiratórias e digestivas, prejudiciais à saúde.

IX - Proteção da Pele

Cremes protetores

Os cremes protetores só poderão ser postos à venda ou utilizados como equipamentos de proteção individual,
mediante o Certificado de Aprovação - CA do Ministério do Trabalho, para o que serão enquadrados nos seguintes
grupos:
a) Grupo 1 - água-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmente
removíveis com água;
b) Grupo 2 - óleo-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmente
removíveis na presença de óleos ou substâncias apolares;

c) Grupo 3 - cremes especiais - são aqueles com indicações e usos definidos e bem especificados pelo
fabricante.

Para a obtenção do Certificado de Aprovação - CA, o fabricante deverá apresentar os documentos previstos na
NR 6, além dos seguintes procedimentos, exigências e laudos técnicos emitidos por laboratórios qualificados:
1. Comprovante laboratorial sobre a capacidade de proteção do creme produzido, informando através do
teste de solubilidade ou equivalente, o grupo ao qual se integra: se água-resistente; óleo-resistente ou
creme especial.
2. Relatório e garantia de que o creme não causa irritação, sensibilização da pele e de que não interfere no
sistema termo-regulador humano.

3. Cópia da publicação do registro do creme protetor no órgão de Vigilância Sanitária do Ministério da


Saúde, conforme previsto na Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976.
4. Laudo laboratorial comprovando que o creme não tem ação reagente ou catalisadora em contato com as
substâncias para as quais se destina proteger.
5. Cópia da anotação de responsabilidade técnica - ART de profissional responsável pela produção e
controle da qualidade do produto.

6. Cópia do registro no Ministério do Trabalho como Fabricante - CRF ou o de Importador - CRI.


6.3.1. O empregado deve trabalhar calçado, ficando proibido uso de tamancos, sandálias e chinelos. (106.004-0 /
I1).

6.3.1.1. Em casos especiais, poderá a autoridade regional do MTb permitir o uso de sandálias, desde que a
atividade desenvolvida não ofereça riscos à integridade física do trabalhador.
6.3.2. O Ministério do Trabalho - MTb poderá determinar o uso de outros EPI, quando julgar necessário.

6.3.3. Os EPI mencionados nas alíneas “e” e “f” do inciso I - Proteção para cabeça, do item 6.3, devem possuir
lentes ou placas filtrantes para radiações visível (luz), ultravioleta e infravermelha, cujas tonalidades devem
obedecer ao disposto no Quadro I, anexo. (103.005-8 / I2)

6.4. A recomendação ao empregador, quanto ao EPI adequado ao risco existente em determinada atividade, é de
competência:

30
Segurança do Trabalho

a) Do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT;

b) Da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o


SESMT.

6.4.1. Nas empresas desobrigadas de possuir CIPA, cabe ao empregador, mediante orientação técnica, fornecer e
determinar o uso do EPI adequado à proteção da integridade física do trabalhador.

6.5. O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser colocado à venda, comercializado ou utilizado,
quando possuir o Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração - MTA,
atendido o disposto no subitem 6.9.3. (106.006-6 / I2)

6.6. Obrigações do empregador.

6.6.1. Obriga-se o empregador quanto ao EPI a:

a) Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado; (106.007-4 / I2)

b) Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTA e de empresas cadastradas no DNSST/MTA;
(106.008-2 / I4)
c) Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado; (106.009-0 / I1)

d) Tornar obrigatório o seu uso; (106.010-4 / I2)

e) Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; (106.011-2 / I2)


f) Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica; (106.012-0 / I1)

g) Comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no EPI. (106.013-9 / I1)

6.7. Obrigações do empregado.


6.7.1. Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:

a) Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;

b) Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;

c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.

6.8. Obrigações do fabricante e do importador.

6.8.1. O fabricante nacional ou o importador obrigam-se, quanto ao EPI, a:


a) Comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA; (106.014-7 / I3)

b) Renovar o CA, o Certificado de Registro de Fabricante - CRF e o Certificado de Registro de Importador -


CRI subitem 6.8.4, quando vencido o prazo de validade estipulado pelo MTA; (106.015-5 / I4)
c) Requerer novo CA, quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado; (106.016-3 /
I2)

d) Responsabilizar-se pela manutenção da mesma qualidade do EPI padrão que deu origem ao Certificado
de Aprovação - CA; (106.017-1 / I1)
e) Cadastrar-se junto ao MTA, através do DNSST. (106.018-0 / I1)

6.8.2. Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, devidamente cadastrados, deverão requerer ao
Ministério do Trabalho e da Administração - MTA a aprovação e o registro do EPI.
6.8.3. O requerimento para a aprovação e registro do EPI de fabricação nacional deve ser instruído com os
seguintes elementos:
a) Cópia do Certificado de Registro de Fabricante - CRF atualizado;

31
Segurança do Trabalho

b) Memorial descritivo do EPI, incluindo, no mínimo, as suas características técnicas principais, os materiais
empregados na sua fabricação e o uso a que se destina;

c) Laudo de ensaio do EPI emitido por laboratório devidamente credenciado pelo DNSST;

d) Cópia do alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada.

6.8.3.1. Ao DNSST fica reservado o direito de solicitar amostra do EPI, marcada com o nome do fabricante e o
número de referência, além de outros requisitos para a sua aprovação, quando julgar necessário.

6.8.3.2. O requerimento para a aprovação e registro do EPI importado deve ser instruído com os seguintes
elementos:

a) Cópia do Certificado de Registro de Importador - CRI ou Certificado de Registro de Fabricante - CRF;

b) Memorial descritivo do EPI importado, em língua portuguesa, incluindo as suas características técnicas,
os materiais empregados na sua fabricação, o uso a que se destina e suas principais restrições;

c) Laudo de ensaio do EPI, emitido por laboratório devidamente credenciado pelo DNSST;

d) Cópia do registro no Departamento de Comércio Exterior - DECEX;

e) Cópia do alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada.

6.8.4. As empresas nacionais fabricantes de EPI, ou as pessoas jurídicas que promovam a importação de EPI de
origem estrangeira, deverão ser cadastradas no Ministério do Trabalho e da Administração - MTA, através do
Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador - DNSST, que expedirá o Certificado de Registro
do Fabricante - CRF e o Certificado de Registro de Importador - CRI.

6.8.4.1. O cadastramento de empresa nacional e a expedição do Certificado serão procedidos mediante a


apresentação do Anexo I, devidamente preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao DNSST, juntando
cópias dos documentos abaixo relacionados:

a) Contrato social em que esteja expresso ser um dos objetivos sociais da empresa a fabricação de EPI e
sua última alteração ou consolidação;

b) Cadastro Geral de Contribuinte - CGC atualizado;

c) Inscrição Estadual;
d) Inscrição Municipal atualizada;

e) Certidão Negativa de Débito - CND-MPS/INSS;

f) Certidão de Regularidade Jurídico-Fiscal - CRJF;


g) Alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada.

6.8.4.2. O cadastramento de empresa que promova a importação de EPI de origem estrangeira, não-possuidora
de CRF, e a expedição de Certificado de Registro de Importador - CRI serão procedidos mediante apresentação
do Anexo II devidamente preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao DNSST, juntando cópia dos
documentos abaixo relacionados:

a) Registro no Departamento de Comércio Exterior - DECEX;


b) Certidão Negativa de Débito - CND-MPS/INSS;

c) Certidão de Regularidade Jurídico-Fiscal - CRJF;

d) Alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada;


e) Comprovação de que está em condições de cumprir o disposto no art. 32 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor, quando a natureza do EPI importado exigir.

32
Segurança do Trabalho

6.8.5. O requerimento que não satisfizer as exigências dos itens 6.8.3, 6.8.3.2, 6.8.4.1 e 6.8.4.2 deverá ser
regularizado dentro de 60 (sessenta) dias, sob pena de arquivamento do processo.

6.8.6. O fabricante é responsável pela manutenção da mesma qualidade do EPI padrão que deu origem ao CA.

6.9. Certificado de Aprovação - CA.

6.9.1. O CA de cada EPI, para fins de comercialização, terá validade de 5 (cinco) anos, podendo ser renovado,
obedecido o disposto nos subitens 6.8.3 e 6.8.3.2.

6.9.2. A SSMT fica reservado o direito de estabelecer prazos inferiores ao citado no subitem 6.9.1, desde que as
características do EPI assim o exijam.

6.9.3. Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis bem visíveis, o nome comercial da empresa
fabricante ou importador e o número de CA. (106.019-8 / I1)

6.10. Competência do Ministério do Trabalho - MTb.

6.10.1. Cabe ao MTb, através da SSMT:

a) Receber, examinar, aprovar e registrar o EPI;

b) Credenciar órgãos federais, estaduais, municipais e instituições privadas a realizar pesquisas, estudos e
ensaios necessários, a fim de avaliar a eficiência, durabilidade e comodidade do EPI;

c) Elaborar normas técnicas necessárias ao exame e aprovação do EPI;


d) Emitir ou renovar o CA, CRF e o CRI;

e) Cancelar o CA, CRF e o CRI;

f) Fiscalizar a qualidade do EPI.


6.10.2. Compete ao MTb, através das DRT ou DTM:

a) Orientar as empresas quanto ao uso do EPI, quando solicitado ou nas inspeções de rotina;

b) Fiscalizar o uso adequado e a qualidade do EPI;

c) Recolher amostras de EPI e encaminhar a SSMT;

d) Aplicar as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR.

6.10.3. O DNSST, quando julgar necessário, poderá exigir do fabricante ou importador que o EPI seja
comercializado com as devidas instruções técnicas, orientando sua operação, manutenção, restrição e demais
referências ao seu uso.

6.11. Fiscalização para controle de qualidade do EPI.


6.11.1. A fiscalização para controle de qualidade de qualquer tipo de EPI deve ser feita pelos agentes da inspeção
do trabalho.

6.11.2. Por ocasião da fiscalização de que trata o subitem 6.11.1, poderão ser recolhidas amostras de EPI junto ao
fabricante ou importador, ou aos seus representantes ou, ainda, à empresa utilizadora, e encaminhadas ao
DNSST.

6.11.3. A Fundacentro realizará os ensaios necessários nas amostras de EPI recolhidas pela fiscalização,
elaborando laudo técnico, que deverá ser enviado à SSMT.
6.11.3.1. Se o laudo de ensaio concluir que as especificações do EPI analisado não correspondem às
características originais constantes do laudo de ensaio que gerou o CA, a SSMT cancelará o respectivo
certificado, devendo sua resolução ser publicada no Diário Oficial da União.

33
Segurança do Trabalho

6.4 - NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade

10.1. Esta Norma Regulamentadora - NR fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos
empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução,
operação, manutenção, reforma e ampliação e, ainda, a segurança de usuários e terceiros.

10.1.1. As prescrições aqui estabelecidas abrangem todos os que trabalham em eletricidade, em qualquer das
fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.
10.1.2. Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser observados no projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na falta
destas, as normas internacionais vigentes. (110.001-7 / I2)

10.2. Instalações.

10.2.1. Proteção contra o risco de contato.


10.2.1.1. Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível
prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes. (110.002-5 / I2)

10.2.1.2. As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem ser dispostas de
modo a permitir um espaço suficiente para trabalho seguro. (110.003-3/ I2)

10.2.1.3. As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na impossibilidade de se
conservarem distâncias que evitem contatos casuais, devem ser isoladas por obstáculos que ofereçam, de forma
segura, resistência a esforços mecânicos usuais. (110.004-1 / I2)

10.2.1.4. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente,
possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos. (110.005-0 / I2)
10.2.1.5. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado, obedecido ao disposto no subitem 10.1.2.

(110.006-8 / I2)

10.2.1.6. As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente possível, devem
ser providas de proteção complementar, através de controle à distância, manual e/ou automático. (110.007-6 / I2)

10.2.1.7. As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que possam permitir
fuga de corrente devem ser projetadas e executadas, considerando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2,
em especial quanto à blindagem, estanqueidade, isolamento e aterramento. (110.008-4 / I2)
10.2.2. Proteção contra riscos de incêndio e explosão.

10.2.2.1. Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas, executadas e conservadas de acordo
com as prescrições do subitem 10.1.2, para prevenir os riscos de incêndio e explosão. (110.009-2 / I2)

10.2.2.2. As instalações elétricas sujeitas a maior risco de incêndio e explosão devem ser projetadas e executadas
com dispositivos automáticos de proteção contra sob recorrente e sobretensão, além de outras complementares,
de acordo com as prescrições previstas no subitem 10.1.2. (110.010-6 / I3)

10.2.2.3. Os ambientes das instalações elétricas, que contenham risco de incêndio, devem ter proteção contra
fogo, de acordo com as normas técnicas vigentes no País. (110.011-4 / I2)
10.2.2.4. As partes das instalações elétricas sujeitas à acumulação de eletricidade estática devem ser aterradas,
seguindo-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2. (110.012-2 / I2)
10.2.3. Componentes das instalações.

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Segurança do Trabalho

10.2.3.1. Os transformadores e capacitores devem ser instalados, consideradas as recomendações do fabricante


e normas específicas, no que se refere à localização, distância de isolamento e condições de operação,
respeitando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2, em especial, e as prescrições dos subitens 10.2.1.3 e
10.2.1.4. (110.013-0 / I2)
10.2.3.2. Os transformadores e capacitores, localizados no interior de edificações destinadas a trabalho, deverão
ser instalados em locais bem ventilados, construídos de materiais incombustíveis e providos de portas corta-fogo,
de fechamento automático. (110.014-9 / I4)
10.2.3.3. Os postos de proteção, transformação e medição de energia elétrica devem obedecer às prescrições
contidas no subitem 10.1.2 e, em especial, àquelas referentes a espaço de trabalho, iluminação e isolamento de
ferramentas. (110.015-7 / I2)
10.2.3.4. Os dispositivos de desligamento e manobra de circuitos elétricos devem ser projetados e instalados,
considerando-se as prescrições previstas no subitem 10.1.2 e, em especial, as prescrições referentes à
localização, sinalização, comando e identificação. (110.016-5 / I2)
10.2.3.5. Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas elétricas atmosféricas, segundo as
prescrições do subitem 10.1.2 e, em especial, as prescrições referentes à localização, condições de ligação à terra
e zona de atuação dos pára-raios. (110.017-3 / I2)
10.2.3.6. Os condutores e suas conexões, condutos e suportes devem ser projetados e instalados, considerando-
se as prescrições previstas no subitem 10.1.2 e, em especial, as prescrições referentes a isolamento,
dimensionamento, identificação e aterramento. (110.018-1 / I2)
10.2.3.7. Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como telefonia, sinalização, controle e tração
elétrica, devem ser instalados, observando-se os cuidados especiais quanto à sua separação física e
identificação. (110.019-0 / I1)
10.2.3.8. Os Quadros de Distribuição e Painéis de Controle devem ser projetados, instalados, mantidos e
operados, considerando-se as prescrições previstas nos subitens 10.1.2 e 10.3.2.4 e, em especial, as prescrições
referentes à localização, iluminação, visibilidade, identificação dos circuitos e aterramento. (110.020-3 / I2)
10.2.3.9. As baterias fixas de acumuladores devem ser instaladas em locais ou compartimentos providos de piso
de material resistente a ácidos e dotados de meios que permitam a exaustão dos gases. (110.021-1 / I2)

10.2.3.9.1. Os locais ou compartimentos referidos no subitem 10.2.3.9 devem estar situados à parte do restante
das instalações. (110.022-0 / I2)
10.2.3.9.2. A instalação elétrica dos locais ou compartimentos referidos no subitem 10.2.3.9.1 devem obedecer às
prescrições previstas no subitem 10.1.2. (110.023-8 / I2)
10.2.4. Equipamentos de utilização da energia elétrica.

10.2.4.1. As instalações elétricas, destinadas à utilização de eletrodomésticos, em locais de trabalho e de


ferramentas elétricas portáteis, devem atender às prescrições dos subitens 10.2.1.4 e 10.2.1.7 e, ainda, quanto à
tomada de corrente, extensões de circuito, interruptores de correntes, especificação e qualidade dos condutores
devem obedecer às prescrições previstas no subitem 10.1.2. (110.024-6 / I2)

10.2.4.1.1. É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada de corrente, com o emprego
de acessórios que aumentem o número de saídas, salvo se a instalação for projetada com essa finalidade.
(110.025-4 / I2)

10.2.4.2. As máquinas elétricas girantes devem ser instaladas, obedecidas as recomendações do fabricante, as
normas específicas no que se refere à localização e condições de operação e, em especial, as prescrições
previstas nos subitens 10.2.1.3 e 10.2.1.4. (110.026-2 / I2)

10.2.4.3. Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que o desligue automaticamente toda vez que, por
funcionamento irregular, represente risco iminente de acidente. (110.027-0 /I2)

35
Segurança do Trabalho

10.2.4.4. Os equipamentos de iluminação devem ser especificados e mantidos durante sua vida útil, de forma a
garantir os níveis de iluminamento contidos na Norma Regulamentadora - NR 15 e posicionados de forma a
garantir condições seguras de manutenção. (110.028-9 / I1)

10.2.4.5. Os equipamentos de iluminação devem ser de tipo adequado ao ambiente em que serão instalados e
possuir proteção externa adequada. (110.029-7 / I1)

10.2.4.6. As lâmpadas elétricas portáteis serão utilizadas unicamente onde não possa ser conseguida uma
iluminação direta dentro dos níveis de iluminamento previstos na NR 15.(110.030-0 / I1)
10.2.4.7. Os aparelhos portáteis de iluminação devem ser construídos e utilizados de acordo com o subitem
10.1.2. (110.031-9 / I1)

10.2.4.8. As tomadas de correntes para instalação no piso devem possuir caixa protetora que impossibilite a
entrada de água ou de objetos estranhos, estando ou não o pino inserido na tomada. (110.032-7 / I1)

6.4.1 - Dos Serviços

10.3.1. Proteção do trabalhador.

10.3.1.1. No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas devem ser previstos Sistemas de Proteção
Coletiva - SPC através de isolamento físico de áreas, sinalização, aterramento provisório e outros similares, nos
trechos onde os serviços estão sendo desenvolvidos. (110.033-5 / I2)

10.3.1.1.1. Quando, no desenvolvimento dos serviços, os sistemas de proteção coletiva forem insuficientes para o
controle de todos os riscos de acidentes pessoais, devem ser utilizados Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC
e Equipamentos de Proteção Individual - EPI, tais como varas de manobra, escadas, detectores de tensão, cintos
de segurança, capacetes e luvas, observadas as prescrições previstas no subitem.
10.1.2. (110.034-3 / I3)

10.3.1.2. As ferramentas manuais utilizadas nos serviços em instalações elétricas devem ser eletricamente
isoladas, merecendo especiais cuidados as ferramentas e outros equipamentos destinados a serviços em
instalações elétricas sob tensão. (110.035-1 / I2)
10.3.1.3. Todo equipamento elétrico, tais como motores, transformadores, capacitores, devem conter, nas suas
especificações, o seu espectro sonoro em faixas de oitava freqüência, para controle do seu nível de pressão
sonora. (110.036-0 / I1)

6.4.2 - Dos Procedimentos

10.3.2.1. Durante a construção ou reparo de instalações elétricas ou obras de construção civil, próximas de
instalações sob tensão, devem ser tomados cuidados especiais quanto ao risco de contatos eventuais e de
indução elétrica. (110.037-8 /I2)
10.3.2.2. Quando forem necessários serviços de manutenção em instalações elétricas sob tensão, estes deverão
ser planejados e programados, determinando-se todas as operações que envolvam riscos de acidente, para que
possam ser estabelecidas as medidas preventivas necessárias. (110.038-6 / I2)
10.3.2.3. Toda ocorrência, não programada, em instalações elétricas sob tensão deve ser comunicada ao
responsável por essas instalações, para que sejam tomadas as medidas cabíveis. (110.039-4 / I3)
10.3.2.4. É proibido o acesso e a permanência de pessoas não autorizadas em ambientes próximos a partes das
instalações elétricas que ofereçam riscos de danos às pessoas e às próprias instalações. (110.040-8 / I2)

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Segurança do Trabalho

10.3.2.5. Os serviços de manutenção ou reparo em partes de instalações elétricas que não estejam sob tensão só
podem ser realizados quando as mesmas estiverem liberadas. (110.041-6/ I2)

10.3.2.5.1. Entende-se por instalação elétrica liberada para estes serviços aquela cuja ausência de tensão pode
ser constatada com dispositivos específicos para esta finalidade.
10.3.2.5.2. Para garantir a ausência de tensão no circuito elétrico, durante todo o tempo necessário para o
desenvolvimento destes serviços, os dispositivos de comando devem estar sinalizados e bloqueados, bem como o
circuito elétrico aterrado, considerando-se as prescrições previstas no subitem 10.3.1.1. (110.042-4 / I3)
10.3.2.6. Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes de instalações elétricas, sob tensão, só podem ser
executados por profissionais qualificados, devidamente treinados, em cursos especializados, com emprego de
ferramentas e equipamentos especiais, atendidos os requisitos tecnológicos e as prescrições previstas no subitem
10.1.2. (110.043-2 / I2)

10.3.2.7. As instalações elétricas devem ser inspecionadas por profissionais qualificados, designados pelo
responsável pelas instalações elétricas nas fases de execução, operação, manutenção, reforma e ampliação.
(110.044-0 / I2)
10.3.2.7.1. Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de trabalhos de execução, reforma ou ampliação de
instalações elétricas, elaborado por profissional devidamente qualificado e que deverá ser apresentado, pela
empresa, sempre que solicitado pelas autoridades competentes. (110.045-9 / I1)

10.3.2.8. Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujeitas a risco de contato durante os trabalhos de
reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições
de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco. (110.046-7 /
I2)

10.3.2.8.1. Quando os dispositivos de interrupção ou de comando não puderem ser manobrados, por questão de
segurança, principalmente em casos de manutenção, devem ser cobertos por uma placa indicando a proibição,
com letreiro visível a olho nu, a uma distância mínima de 5 (cinco) metros e uma etiqueta indicando o nome da
pessoa encarregada de recolocação, em uso normal, do referido dispositivo. (110.047-5 / I2)
10.3.2.9. Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizinhanças de partes elétricas expostas não devem ser
utilizados como passagem. (110.048-3 / I3)

10.3.2.10. É proibido guardar objetos estranhos à instalação próximo das partes condutoras da mesma. (110.049-
1 / I1)
10.3.2.11. Medidas especiais de segurança devem ser tomadas nos serviços em circuitos próximos a outros
circuitos com tensões diferentes. (110.050-5 / I2)
10.3.2.12. Quando da realização de serviços em locais úmidos ou encharcados, bem como quando o piso oferecer
condições propícias para condução de corrente elétrica, devem ser utilizados cordões elétricos alimentados por
transformador de segurança ou por tensão elétrica não superior a 24 volts. (110.051-3 / I3)

6.4.3 - Das Situações de Emergência

10.3.3.1. Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas, deve estar apto a
prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente através das técnicas de reanimação cardiorrespiratória.
(110.052-1 / I1)
10.3.3.2. Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas, deve estar apto a
manusear e operar equipamentos de combate a incêndios utilizados nessas instalações. (110.053-0 / I1)

10.4. Pessoal.

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Segurança do Trabalho

10.4.1. Autorização para trabalhos em instalações elétricas.

10.4.1.1. Estão autorizados a instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas, somente os
profissionais qualificados que estiverem instruídos quanto às precauções relativas ao seu trabalho e apresentarem
estado de saúde compatível com as atividades desenvolvidas no mesmo. (110.054-8 / I1)
10.4.1.1.1. Cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, o
estabelecimento e avaliação dos procedimentos a serem adotados pela empresa visando à autorização dos
empregados para trabalhos em instalações elétricas, conforme o previsto no subitem 10.4.1.1.
10.4.1.2. São considerados profissionais qualificados aqueles que comprovem, perante o empregador, uma das
seguintes condições:

a) Capacitação, através de curso específico do sistema oficial de ensino;

b) Capacitação através de curso especializado ministrado por centros de treinamento e reconhecido pelo
sistema oficial de ensino;
c) Capacitação através de treinamento na empresa, conduzido por profissional autorizado.

10.4.1.3. Das instruções relativas às precauções do trabalho, prescritas no subitem 10.4.1.1., devem constar
orientação quanto à identificação e controle dos riscos e quanto aos primeiros socorros a serem prestados em
casos de acidentes do trabalho.
10.4.1.4. Todo profissional qualificado, autorizado a trabalhar em instalações elétricas, deve ter essa condição
anotada no seu registro do empregado. (110.055-6 / I2).

6.4.4 - Da Responsabilidade

10.4.2.1. Todo responsável pelas instalações elétricas e os profissionais qualificados e autorizados a trabalhar em
instalações elétricas devem zelar pelo cumprimento desta Norma Regulamentadora.

7 - Metodologia de Investigação e Análise de Acidentes e Doenças


do Trabalho

7.1 - Introdução

A investigação de acidentes envolve o exame metódico de um acontecimento não desejado que resulte
ou pode resultar em danos físicos às pessoas, ou danos à propriedade, ao processo e ao meio
ambiente.
Acidente: é um acontecimento não desejado que resulte em danos às pessoas, a propriedade, ao
processo e ao meio ambiente.
Acidente Pessoal: é aquele que é sofrido pelo empregado no desempenho de suas tarefas habituais,
no ambiente de trabalho ou fora deste quando estiver a serviço de empregador.

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Segurança do Trabalho

Acidente de Trajeto: é um acontecimento não desejado, relacionado com o empregado no percurso


habitual da residência para o trabalho, ou vice versa.
Acidente com Lesão com Perda de Tempo - (CPT): é um acontecimento não desejado que resulte em
lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou que
resulta em perda da vida, incapacidade permanente total, incapacidade permanente parcial ou
incapacidade temporária total.
Acidente com Lesão sem Perda de Tempo - (SPT): é um acontecimento não desejado que resulte em
lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente.
Acidente com Danos Materiais e ao Meio Ambiente: é um acontecimento não desejado, que gerou
perdas de estruturas, equipamentos, veículos, materiais ou dano ao meio ambiente.
Incidente (quase Acidente): é um acontecimento não desejado que em circunstâncias ligeiramente
diferentes, poderia resultar em lesões à pessoa, danos à propriedade ou perda no processo ou ao meio
ambiente.
Informação do Acontecimento: todos os acidentes/incidentes não importam o quanto insignificante
possam parecer, devem ser informados ao setor de segurança do trabalho de sua empresa/CIPA para
averiguações.
Comunicação de acidente fatal: em caso de ocorrência de acidente fatal, é obrigatória a adoção das
seguintes medidas:
1. Comunicar o acidente fatal, de imediato, à autoridade policial competente e ao órgão regional
do ministério do trabalho, que repassará imediatamente ao sindicato da categoria profissional do
local da obra;
2. Isolar o local diretamente relacionado ao acidente, mantendo suas características até sua
liberação pela autoridade policial competente e pelo órgão regional do ministério do trabalho;
Comunicação ao INSS: toda comunicação de acidentes com lesão será feita através de CAT.
Investigação de Acidentes: cabe a CIPA participar em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com
o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho. Além disso, no caso de
acidente grave, a CIPA deverá reunir-se extraordinariamente, para análise e proposição de medidas de
caráter corretivo.

7.2 - Causas dos Acidentes

São três os motivos que podem gerar ocorrência de acidentes:


 Ato inseguro/ações fora do padrão;
 Condição insegura/condições fora do padrão;
 Fator pessoal de insegurança.

7.2.1 - Ato Inseguro ou Ações fora do Padrão

É tudo aquilo que o trabalhador faz, voluntariamente ou não, e que pode provocar um acidente,
exemplos:

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Segurança do Trabalho

 O excesso de confiança dos que têm muita prática profissional e se julgam imunes aos
acidentes;
 A imperícia, isto é, a falta de habilidade para o desempenho da atividade (pode decorrer de
aprendizado e/ou treinamento insuficiente);

 As idéias preconcebidas como, por exemplo, a idéia de que o acidente acontecerá por
fatalidade, não sendo necessário cuidar de sua prevenção;
 O exibicionismo;
 A vontade de revelar-se corajoso ou indiferente ao perigo só para impressionar os
companheiros;

Fatos mais comuns de Ato Inadequado praticado no dia a dia de Trabalho:


 A falta de uso de proteções individuais;
 A inutilização de equipamentos de segurança;
 O emprego incorreto de ferramentas ou o emprego de ferramentas com defeito;
 O ajuste, a lubrificação e a limpeza de máquinas em movimento;
 A permanência debaixo de carga suspensa;
 As correrias em escadarias e em outros locais perigosos.

7.2.2 - Condição Insegura

São situações existentes no ambiente de trabalho que podem vir a causar acidentes, tais como:
 Prédio com áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares;
 Iluminação deficiente ou mal distribuída;
 Ventilação deficiente ou excessiva;
 Instalações sanitárias impróprias e insuficientes;
 Excesso de ruído e trepidações;
 Falta de ordem e limpeza;
 Instalações elétricas impróprias ou com defeito.

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Segurança do Trabalho

7.2.3 - Fator Pessoal de Insegurança

É o que podemos chamar de “problemas pessoais” do individuo e que, agindo sobre o trabalhador,
podem vir a provocar acidentes, como por exemplo:
 Problemas de saúde não tratados;
 Conflitos familiares;
 Falta de interesse pela atividade que desempenha;
 Alcoolismo;
 Uso de substâncias tóxicas;
 Problemas diversos de ordem social e /ou psicológica.

7.3 - Investigação de Acidentes

A investigação de acidentes não poderá ter aspecto punitivo, pois o objetivo maior não é descobrir
culpados, mas sim causas que provocam os acidentes, para que seja evitada a sua repetição.
A cuidadosa investigação de acidente oferece elementos valiosos para a análise que deve ser feita.
Além disso, as conseqüências dos acidentes acarretam uma série de providências administrativas,
técnicas, médicas, psicológicas, educativas dentro da empresa, repercutindo também na área da
previdência social que ampara por muitas formas os acidentados.

7.4 - Comunicação de Acidentes

A comunicação de acidente é uma obrigação legal. Assim o acidentado, ou quem possa fazer isso por
ele, deve comunicar o acidente logo que se de a ocorrência.

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7.5 - Análise/Investigação de Acidentes

1. Com base nos dados a seguir, determine as causas dos acidentes.


a) Um operador de martelete pneumático, com dois anos de trabalho, especificamente na função,
no final de uma jornada de 10 horas de trabalho, teve os dedos do pé esquerdo amputados pela
lâmina de corte do martelete, por não haver retirado o pé no momento em que manobrava o
mesmo.
b) Um operário, após quatro horas de trabalho contínuo, foi levantar sozinho um objeto cujo peso
aproximado era de 60 kg. Sentiu fortes dores na coluna, além de um corte na mão esquerda
provocado por arestas do objeto levantado.
c) Um eletricista de manutenção, em trabalho rotineiro, sofreu um acidente em conseqüências de
choque elétrico, caindo de uma plataforma de 5m de altura, fraturando o fêmur direito. A análise
do acidente constatou que a queda se dera por falhas técnicas na plataforma, que não tinha
grade de proteção lateral nem rodapé.
d) Um operário, cujo salário mensal é de 5.000,00, trabalhava numa ocupação periculosa e
insalubre (grau máximo), classificada entre as previstas no decreto 83.080 de 24/01/79. A empresa
decidiu resolver todas as questões de ordem legal e chamou os trabalhadores para que
optassem entre os adicionais de insalubridade ou periculosidade. O nosso operário decidiu-se
pelo adicional de insalubridade, visando mais a aposentadoria especial que o valor pecuniário do
referido beneficio.
Pergunta-se:
a) Esse trabalhador fez a opção correta? Por quê?
b) O trabalhador teria outra opção que fosse mais vantajosa? Qual? Explique.

8 - Manual de Primeiros Socorros

8.1 - Vítima Inconsciente

A primeira medida que devemos tomar diante de uma vítima que não se comunica é verificar o grau de
consciência.
Para isto devemos saber se ela se comunica; responde ao toque; responde à dor.

1. Se a vítima está inconsciente, não responde nem ao toque nem à dor, devemos perceber se ela
respira.
2. Se a vítima está inconsciente e respirando, a musculatura fica relaxada e a língua pode
"escorregar" para trás e impedir a passagem do ar; podem ocorrer vômitos ou eliminação de
mucosas. Para evitar que isto aconteça, devemos deixar a vítima na posição "de bruços”.
3. Se a vítima está inconsciente e sem respiração, devemos estendera cabeça dela para trás; se
não voltarem os movimentos respiratórios, inicie a Respiração Artificial.

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Segurança do Trabalho

8.2 - Convulsão

Conceito
É a perda súbita da consciência, acompanhada de contrações musculares bruscas e involuntárias.
Acontece repentinamente.
Causas
Pode ser causada por febre muito alta, epilepsia, traumatismo na cabeça e intoxicações.
Sintomas
A pessoa perde a consciência e cai no solo, agita todo o corpo, com batimentos na cabeça, braços e
pernas, e a sua face fica com expressão retorcida, como se estivesse fazendo expressões faciais
agressivas, com olhos revirados para cima e salivação abundante. Após a convulsão, a pessoa entra
em sono profundo.
Conduta
1. Evitar se possível, a queda da vítima contra o chão;
2. Colocar um pano entre os dentes para que a vítima não morda a língua;
3. Não se deve impedir os movimentos convulsivos; devemos afastar os objetos próximos para que ela
não se machuque, batendo contra eles;
4. Afrouxar a roupa da vítima;
5. Evitar estímulos como sacudidas, aspiração de vinagre, álcool ou amoníaco;
6. Não ficar com medo da salivação abundante. Ela não é contagiosa;
7. Durante a convulsão, observar as partes do corpo que estão apresentando movimentos convulsivos
para relatar ao serviço de saúde.
8. Quando as contratações desaparecem acomode a vítima de forma confortável, orientando-a quanto
ao tempo e espaço e confirmado se ela respira bem;
9. Encaminhar, em seguida, à Assistência Qualificada.

8.3 - Hemorragia

Conceito
Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria,
alterando o fluxo normal da circulação.
A Hemorragia abundante e não controlada pode causar morte de 3 a 5 minutos.

Classificação
1. Segundo o Local:
Externa: Origem visível, o sangue verte para o exterior.
Interna: quando se produz numa cavidade fechada. Ex: fígado, baço, etc.
Mista: Interna no momento de produzir-se, e externa quando verte para o exterior.

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Segurança do Trabalho

2. Segundo a Espécie:
Arteriais: Mais perigosas; o sangue é vermelho vivo e sai em jato forte, rápida e intermitentemente.
Venosas: O sangue é mais vermelho-escuro, e sai de forma contínua e lentamente.
Capilares: O sangue é de cor intermediária, e brota como pequenas gotas.

Fatores que Interferem e Modificam o Efeito de uma Hemorragia


 Idade: menor tolerada nas crianças e velhos;
 Sexo: menor tolerada nas mulheres;
 Estado de saúde anterior;
 Outros.
O que fazer Diante de uma Hemorragia?
As providências que você deve tomar para estancar a hemorragia vão depender da parte do corpo em
que ela se localiza.

1. Hemorragia Interna
Uma colisão, um choque com objeto pesado pode acarretar ao trabalhador, muitas vezes, uma
hemorragia interna. A hemorragia se traduz pelo rompimento de vasos internamente ou de órgãos
importantes como o fígado ou o baço. Como não vemos o sangramento, temos que prestar atenção
alguns sinais externos, para podermos diagnosticar e encaminhar ao tratamento médico imediatamente
e evitar o estado de choque.
Verificar:
Pulsação - Se o pulso está fraco e acelerado;
Pele - Se está fria, pálida e as mucosas dos olhos e da boca estão brancas;
Mãos e dedos (extremidades) - Ficam arroxeados pela diminuição da circulação sanguínea.
O que fazer:
1. Deitar o acidentado, com a cabeça num nível mais baixo que o do corpo, mantendo-o o mais
imóvel possível;
2. Colocar uma bolsa de gelo ou compressas frias no local do trauma;
3. Tranqüilizar o acidentado se ele estiver consciente;
4. Suspender a ingestão de líquidos;
5. Observar rigorosamente a vítima para evitar parada cardíaca e respiratória;
6. Providenciar auxílio médico.

2. Hemorragia Externa
Nos membros Superiores (Braços) e Inferiores (Pernas): São casos que você encontra com facilidade.
Acidentes que podem acontecer a qualquer momento quando lidamos com materiais cortantes ou
mesmo quando se leva um tombo e há sangramento na ferida.
O que fazer:
1. Deitar a vítima imediatamente;
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Segurança do Trabalho

2. Levante o braço ou a perna ferida e deixe assim o maior tempo possível;


3. Coloque sobre a ferida um curativo de gaze ou pano limpo e pressione;
4. Amarre um pano ou atadura por cima do curativo;
5. Se continuar sangrando, fazer compressão na artéria mais próxima da região;
6. Providenciar auxílio médico.
7. Ao cessar a hemorragia, evitar os movimentos da parte afetada.

3. Hemorragia Nasal
De todas as hemorragias que podem acontecer, esta é a mais comum em crianças ou adultos; causada
pelo rompimento dos vasos sanguíneos do nariz devido a esforços físicos, excesso de sol, trabalhos
expostos a altas temperaturas, diminuição de pressão atmosférica, saídas bruscas de câmaras
pneumáticas de submersão, ou ainda em conseqüência de algumas doenças, o que requer uma
investigação imediata.
O que fazer?
1. Tranqüilizar a vítima;
2. Afrouxar a roupa que esteja comprimindo o pescoço e o tórax da vítima;
3. Sentar a vítima em local fresco, verificando o pulso (se estiver cheio e forte, deixar sair certa quantidade de
sangue);

4. Comprimir a narina sangrante com os dedos (5 a 10 minutos);


5. Usar um chumaço de algodão tampando a narina sangrante;
6. Colocar compressa de pano frio ou bolsa degelo no nariz, testa e nuca;
7. Se não cessou desta forma, encaminhar a vítima imediatamente ao médico.
Recomendações
 Não deixe que assue o nariz.
 Peça à vítima que respire pela boca;

8.4 - Intoxicação

Vivemos diariamente cercados por substâncias tóxicas, seja no ambiente de trabalho,como no caso dos
Farmacêuticos, ou no nosso lar, onde existem produtos variados: desinfetantes, inseticidas, tintas, água
sanitária, remédios, etc., e trabalhamos com elas diariamente. Saiba que todas podem causar sérias
intoxicações, pois: ·.
"Qualquer substância pode ser tóxica, dependendo da dose e maneira de usá-la”.
Vias de Penetração
Boca: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, química ou natural.
Pele: contato direto com plantas de substâncias químicas tóxicas.
Vias respiratórias: aspiração de vapores ou gases emanados de substâncias tóxicas.
Contaminação dos olhos: Por contato com substâncias tóxicas ou naturais.

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Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas normalmente variam conforme a substância tóxica e via de penetração.
Porém, de maneira geral podemos observar:
1. Sinais evidentes na boca ou na pele de que a vítima tenha mastigado, engolido, aspirado ou
contato com substâncias químicas ou naturais (medicamentos, plantas, etc.);
2. Hálito com odor estranho, no caso de ingestão ou inalação de um tóxico;
3. Modificação na coloração dos lábios e exterior da boca;
4. Dor, sensação de queimação na boca, garganta ou estômago;
5. Sonolência, confusão mental, torpor;
6. Delírios, alucinações e estado de coma;
7. Lesões na pele, queimaduras intensas com limites bem nítidos;
8. Depressão respiratória.

8.5 - Intoxicação por Plantas

Plantas tóxicas são encontradas em todos os lugares: quintais, terrenos baldios e dentro de casa.
Quando colocadas na boca ou manipuladas podem ser perigosas, principalmente para as crianças.
Os efeitos das plantas variam com as diferentes espécies, sendo comuns náuseas, vômitos, diarréia e
desidratação.

Prevenção
1. Mantenha longe do alcance das crianças.
2. Ensine as crianças que não se colocam plantas na boca.
3. Conheça as plantas que tem em casa e arredores pelo nome e características.
4. Não use remédios caseiros feitos de plantas sem orientação médica.
5. Não coma plantas desconhecidas. Lembre-se de que há regras ou testes seguros para distinguir
as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.

Primeiros Socorros
1. Retire da boca o que resta da planta, cuidadosamente.
2. Enxágüe a boca com água corrente abundante.
3. Faça ingerir água, leite, clara de ovo.
4. Examine a língua e a garganta para verificar a irritação causada.
5. Procure um Médico.
6. Guarde a planta para posterior identificação.

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Tabela
Nome Partes Tóxicas Tóxico / Efeito Característico
Comigo Ninguém Pode Látex Oxalato de Cálcio, Dor em queimação
Copo de Leite Folhas Irritação de mucosas, Edema
Antúrio Caule Náuseas e Vômitos
Toxalbumina, Vômitos
Pinhão de Purga
Sementes Cólicas, Diarréia sanguinolenta e
Mamona
Insuficiência Renal
Alcalóides, Pele quente e seca
Saia Branca
Toda Planta Agitação, Alucinação e
Figueira do Inferno
Rubor de face
Glicosídio Cianogênico:
Mandioca Brava Entrecasca da raiz Vômitos, Cólicas, Sonolência
Convulsões / Coma e Asfixia
Espirradeira Glicosídeo Cardiotóxico:
Toda Planta
Chapéu de Napoleão Vômitos , Diarréia , Alterações cardíacas
Látex Irritante:
Coroa de Cristo
Látex Salivação, Vômitos
Estrela de Cadete Leitera
Queimaduras

8.6 - Parada Cardio - Respiratória

Vários são os acidentes que provocam uma parada da respiração: asfixia, afogamento, intoxicação por
medicamentos e monóxido de carbono, sufocamento, choque elétrico. Se as funções respiratórias não
forem restabelecidas dentro de 3 a 5 minutos, as atividades cerebrais cessarão totalmente ocasionando
a morte.
Assim sendo, a manutenção da oxigenação dos tecidos à custa da respiração artificial tem possibilitado
a recuperação de muitas pessoas. Alguns sinais de que houve parada respiratória são a ausência de
respiração (expansão do tórax) e a dilatação das pupilas.
O que fazer
1. Afastar a causa ou a vítima da causa se for necessário;
2. Verificar nível de consciência;
3. Retirar da vítima a dentadura, pontes, restos de alimentos;
4. Abrir e manter desobstruída a passagem de ar;
5. Iniciar imediatamente a Respiração Artificial (boca a boca);
6. Levantar a nuca da vítima com uma das mãos e com outra inclinar a cabeça para trás ficando a
ponta do queixo voltada para cima;
7. Tampar as narinas da vítima com o polegar e o indicador, e abrir completamente a boca da vítima;
8. Encher bem os pulmões e colocar a sua boca sobre a da vítima, sem deixar nenhuma abertura,
assoprando com força até perceber que o tórax da vítima está se elevando;
9. Iniciar novamente a operação, repetindo-a de 12 a 18 vezes por minuto, uniformemente e sem
interrupção;
10. Encaminhar a vítima para um Pronto-Socorro, mas continuar a técnica durante todo percurso;
11. Se não houver pulsação efetuar ao mesmo tempo a massagem cardíaca.

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Respiração Boca a Nariz


1. É usada quando a vítima sofreu fratura de mandíbula, cortes (com Hemorragia) na boca, ou quando
não se consegue abrir sua boca.
2. Levantar a nuca da vítima com uma das mãos e com a outra, inclinar a cabeça para trás, ficando
a ponta do queixo para cima.
3. Apertar o maximilares para evitar a saída de ar pela boca.
4. Colocar sua boca em contato com as narinas da vítima e soprar com força.
5. Afastar a boca.
6. Abrir a boca da vítima o quanto puder e observar o esvaziamento natural dos pulmões.
7. Recomeçar a operação e prosseguir num ritmo de 12 a 18 vezes por minuto.
8. Encaminhar a vítima para um Pronto Socorro e continuar a técnica no percurso.
Parada Cárdio - Respiratória
Parada cardíaca é a cessação repentina dos batimentos cardíacos. Nos ambientes de trabalho onde se
encontram trabalhadores expostos a determinados agentes químicos, como monóxido de carbono,
defensivos agrícolas, etc. há o perigo de ocorrer a parada cardíaca. Também podem estar presente no
infarto do coração, em choques elétricos, intoxicações, acidentes graves e outros.
Sinais de que houve Parada Cardíaca
a. Pulso Ausente;
b. Insuficiência Respiratória;
c. Dilatação nas pupilas dos olhos;
d. Perda da Consciência;
e. Cianose (Coloração arroxeada da pele e lábios);
f. Ausência de batimentos cardíacos.
O que fazer
1. Colocar a vítima deitada de costas em uma superfície rígida;
2. Apoiar a metade inferior da palma da mão no terço inferior do osso esterno e colocar a outra
mão por cima da primeira (os dedos e o restante da palma da mão devem encostar no tórax da vítima);
3. Esticar os braços e comprimir verticalmente o tórax do acidentado;
4. Fazer regularmente compressões curtas e fortes (cerca de 60 por minuto);
5. Concomitantemente, associar a respiração artificial, seguindo um ritmo de cinco compressões
para cada respiração aplicada.
Técnica de Massagem Cardíaca
Nos casos de parada cardíaca e respiratória iniciar a reanimação cardiopulmonar - massagem cardíaca
e respiração artificial. Se tiver apenas um socorrista, este deverá aplicar após cada 15 compressões
cardíacas, 2 insuflações de ar boca a boca, alternadamente, até que chegue outra pessoa para auxiliá-
lo ou até que a vítima se reanime. Nos casos em que houver dois socorristas, fazer 5 compressões
cardíacas, e uma insuflação de ar boca a boca, alternadamente até que seja providenciado assistência
médica ou até que a vítima se reanime.
ATENÇÃO: Este é o socorro mais urgente e importante que você deverá aplicar para salvar uma
pessoa.

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8.7 - Picadas de Peçonhentos

São muito comuns envenenamentos causados por picada de animais peçonhentos, facilmente
encontrados em qualquer parte do Brasil, como escorpiões, aranhas e serpentes. Esses animais
inoculam ativamente sua peçonha no homem, que produz sintomas que variam segundo a espécie,
quantidade de veneno injetado, condições de nutrição, peso e altura.
Caracterização de Animais Peçonhentos - Condutas

1. Escorpiões
Os acidentes com escorpiões são pouco freqüentes. Os escorpiões são pouco agressivos e têm hábitos
noturnos. Encontram-se em pilhas de madeiras, cercas, tijolos, cupinzeiros. Sapatos e botas são ótimos
esconderijos. O veneno escorpiônico ataca o sistema nervoso (neuro-tóxico). É um veneno potente e pode
provocar a morte de indivíduos subnutridos e de pequeno porte, como é o caso das crianças.
Sinais e Sintomas
1. Nos casos graves, há fortes dores no local da picada, com tendência a se espalhar para regiões
vizinhas;
2. A temperatura do corpo cai, e o suor torna-se excessivo;
3. Aumento da pressão, enjôo e vômitos.
4. Há risco de vida nas primeiras 24 horas, principalmente em crianças.

2. Aranhas
Este é um animal tão comumente encontrado que nem mesmo nos damos conta do perigo que ele pode
representar. Isto acontece porque nem todas as aranhas representam perigo de vida. Os tipos que
representam maiores perigos são: Aranha Marron - Loxosceles Armadeiras - Phoneutria - 75% de
incidência de acidentes; Tarântulas - Lycosa;
Conduta frente a Picadas de Aranhas e Escorpiões
1. Evitar que o paciente se movimente muito;
2. Não fazer torniquete no membro acidentado;
3. Aplicar compressas frias (10 a 15 ºC) nas primeiras horas;
4. Aplicar respiração artificial, caso a pessoa não estiver espirando bem.;
5. Encaminhar ao serviço médico.

3. Serpentes
O grau de toxicidade da picada depende da potência, quantidade de veneno injetado e do tamanho da
pessoa atingida. No Brasil, a maioria dos acidentes ofídicos é devida a serpentes dos gêneros
Botrópico, Crotálico e Elapídico.
Sinais e Sintomas
Botrópicos: (Urutu, Jararaca, Jararacuçu) - Fortes dores no local, inchaço, vermelhidão ou arroxeamento e
aparecimento de bolhas. O sangue torna-se de difícil coagulação e pode-se observar hemorragia no
local da picada, bem como na gengiva;

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Crotálico (Cascavel): Quase não se vê o sinal da picada,e também há pouco inchaço no local. Algumas
horas após o acidente se observa a dificuldade que o paciente tem de abrir os olhos, acompanhada de
visão "dupla" (vê os objetos duplicados). O paciente fica com "cara de bêbado". Outro sinal é o
escurecimento da urina, após 6 e 12 horas da picada, caracterizando pela cor de coca-cola.
Responsável por 9% dos acidentes.
Elapídico (Corais): Pequena reação no local da picada. Poucas horas após, ocorre a "visão dupla",
associada à queda das pálpebras; a vítima também fica com "cara de bêbada". Outro sinal é a falta de
ar, que pode, em poucas horas, causar a morte do paciente. Responsável por 1% dos acidentes.
Conduta em Casos de Picadas de Serpentes (de qualquer tipo)
Lembre-se: "A vida do acidentado depende primordialmente da rapidez com que se fizer o tratamento
pelo soro”.
1. Trazer se possível, a serpente causadora do acidente;
2. Não fazer torniquete;
3. Dirigir-se urgentemente a um serviço médico;
4. O acidentado não deve locomover-se pelos próprios meios, principalmente se picado no membro
inferior; Sempre há uma maneira de transportá-lo;
5. Não perca tempo em fazer tratamento local, o tempo é precioso.
Orientação de prevenção contra animais peçonhentos
1. Não trabalhar ou andar descalço em jardins;
2. Não mexer em buracos no chão ou em paredes;
3. Olhar bem para o chão ou em paredes;
4. Olhar bem para o chão quando estiver caminhando;
5. Ter cuidado com montes de folhas ou cupim seco, e com mato;
6. Lugares onde aparecem muitos roedores (ratos) são os melhores para as cobras se alimentarem;
7. Mantenha jardim e quintais limpos; não deixe perto de casa restos de materiais de construção.

8.8 - Traumatismo Músculo-Esquelético

Entorse
Conceito
É uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de uma articulação.
Normalmente, ocasiona uma distensão dos ligamentos e da cápsula articular.
Sinais e Sintomas
 Dor intensa ao redor da articulação;
 Dificuldade de movimentação em graus variáveis;
 Pode haver sangramentos internos.
Conduta
1. Aplicar frio intenso no local (bolsa de gelo, toalhas frias, etc.). Não fazer massagens ou aplicações
quentes (apenas 24 horas após o entorse).

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2. Imobilizar a articulação atingida e não movimentá-la;


3. Procurar um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequados.

Contusão
Conceito
É o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma lesão nos tecidos moles da
superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos articulares. Algumas vezes a lesão é profunda,
tornando difícil determinar a sua extensão.
Sinais e Sintomas
 Coloração roxa da pele. (Hematoma)
 Dor na área de contato.
Conduta
1. Aplicar gelo no local imediatamente. Não massagear ou aplicar calor (apenas 24 horas após a
contusão);

2. Procurar um serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequado.

Luxação
Conceito
É o deslocamento de um osso da articulação, geralmente acompanhado de uma grave lesão de
ligamentos articulares. Isso resulta no posicionamento anormal dos dois ossos da articulação. A luxação
pode ser total ou parcial (os dois ossos da articulação ainda permanecem em contato).
Sinais e Sintomas
 Deformidade e movimento anormal da articulação;
 Cavidade entre as superfícies articulares;
 Dor intensa;
 Sangramento intenso;
Conduta
1. Cuidadosamente colocar os dois ossos numa posição de conforto que permita a imobilização e o
transporte com o mínimo de dor. A articulação só deve ser recolocada no lugar por profissionais
médicos;
2. Não fazer massagem ou aplicação de calor;
3. Procurar imediatamente um Serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequado.

Fratura
Conceito
É o rompimento total ou parcial de qualquer osso.
Classificação
Quanto à relação do osso como o meio externo:

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1. Fechada: Quando a pele não é rompida pelo osso quebrado;


2. Aberta ou Exposta: Quando o osso atravessa a pele e fica exposto. A possibilidade de infecção neste
tipo de fratura é muito grande, e deve ser observada com atenção.
Quanto à extensão da fratura:
1. Completa: Abrange toda a espessura do osso;
2. Incompleta: Abrange parte da espessura do osso.
Sinais e Sintomas
 Dor intensa no local e que aumenta ao menor movimento;
 Inchaço no local;
 Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de um papel);
 Hematoma (rompimento de vaso, com acúmulo de sangue no local);
 Paralisia por lesão de nervos.

Conduta
1. Não tentar colocar o osso no lugar, pois isto poderá causar complicações. Colocar os ossos
numa posição mais próxima do natural, lentamente, junto ao corpo;
2. Só movimentar o segmento do corpo fraturado após sua imobilização. Esta pode ser feita com
um pedaço de madeira, cabo de vassoura, guarda-chuva, jornal enrolado ou outro material
estável. Deve-se imobilizar as articulações acima e abaixo do local fraturado;
3. Evitar limpar qualquer ferida; qualquer movimento desnecessário poderá causar complicações
(exposição da fratura, corte de vasos ou ligamentos, etc.);

4. Aplicar gelo para reduzir a inflamação;


5. Procurar um Serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequados.

IMPORTANTE: Se existe dúvida se o osso está ou não quebrado, agir como se realmente
houvesse um fratura e imobilizar.

Fraturas na Coluna Vertebral


A Coluna Vertebral é feita de vários ossos pequenos (vértebras), empilhados uns sobre os outros. Num
canal interno passam os nervos (medula) que levam e trazem mensagens do cérebro para o restante do
organismo, para que se realizem todas as atividades do corpo humano (respiração, movimentação, etc.). Uma
fratura da coluna vertebral pode causar lesões na medula, levando a danos irreversíveis ou não à saúde
da pessoa (exemplo: paralisia das pernas).
Sinais e Sintomas
 Dor nas costas ou pescoço;
 Formigamento de parte do corpo, geralmente nas pernas;
 Dificuldade ou impossibilidade de movimento, ou de sentir alguma parte do corpo (geralmente
as pernas).

Conduta
1. Não deixar a vítima se movimentar, ou não tentar remover a pessoa do local sem ajuda;

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2. Imobilizar a pessoa (sem movimentá-la bruscamente) completamente de tal forma que ao levá-lo a um
Serviço de Saúde NÃO haja movimento da coluna ou da cabeça.

8.9 - Queimadura

Conceito
Queimaduras são ferimentos produzidos nos tecidos pela ação de agentes:
→ Físicos (Frio, Calor) Ex: Eletricidade, raios solares, fogo, vapores, etc.
→ Químicos (Produtos Corrosivos) Ex: Ácidos ou Bases Fortes.
Classificação
1. Quanto à Profundidade
Primeiro Grau: Quando a lesão é superficial, provocando apenas a vermelhidão da pele, sem formar
bolhas. Geralmente ocorre muita dor pela irritação das terminações nervosas da pele.
Segundo Grau: Quando a lesão é mais profunda, provocando a formação de bolhas.
Terceiro Grau: Quando a pele é destruída e são atingidos músculos e/ou órgãos internos do corpo.

2. Quanto à Extensão
As queimaduras são classificadas quanto à área do corpo atingida. Quando a área afetada é maior que
a da palma da mão, a vítima deve receber assistência qualificada depois que lhe forem prestados os
primeiros socorros.
Conduta
Retirar a pessoa do contato com a causa da queimadura. Exemplos:
Agentes Químicos
→ Lavar a área queimada com bastante água, retirando a roupa se ainda contiver alguma substância.
Fogo
 Apagar de forma adequada (extintor apropriado, areia, água ou outro). Pode-se abafar com cobertor ou
rolar o acidentado no chão. Não correr.
 Verificar se a respiração, o batimento cardíaco e o nível de consciência estão normais. Se não
proceder ao atendimento conforme explicação anterior.
 Aliviar ou reduzir a dor e prevenir a infecção.
 Mergulhar a área afetada em água limpa ou em água corrente até aliviar a dor. Não romper as
bolhas ou retirar roupas queimadas que estiverem aderidas à pele. Se as bolhas estiverem
rompidas, não colocar em contato com a água.
 Não aplicar pomadas, líquidos, cremes e outras substâncias sobre a queimadura. Estas podem
complicar o tratamento e necessitam de indicação médica.
 Se a pessoa estiver consciente e sentir sede, deve ser-lhe dada toda a água que deseja beber,
lentamente e com cuidado.
 Encaminhar logo à assistência de saúde, para avaliação e tratamento.

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8.10 - Choque Elétrico

Acidentes com eletricidade oferecem perigo também a quem presta socorro. Não deixe ninguém se
aproximar.
Lembre-se: nunca tente soltar alguém preso a um fio de alta tensão. A primeira coisa a se fazer é
desligar a corrente elétrica. Se isto não for possível, separe a vítima do contato usando algum material
que seja mal condutor de eletricidade: Madeira, couro, pano ou borracha, sempre seco e resistentes.
Se a pessoa não estiver respirando aplique à respiração artificial. Se constatar a parada cardíaca, inicie
a massagem cardíaca.
OBS: NÃO CESSE A REANIMAÇÃO CARDIO RESPIRATÓRIA (MASSAGEM CARDÍACA E RESPIRAÇÃO
ARTIFICIAL), ATÉ QUE A VÍTIMA SEJA CONDUZÍDA PARA UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA,
MESMO DURANTE O TRANSPORTE, 03 A 05 MINUTOS SEM OXIGENAÇÃO, PODE SER FATAL
PARA A VÍTIMA.
Choques elétricos podem provocar queimaduras com vários graus de intensidade. Elas devem ser
lavadas delicadamente com água fervida fria, cuidando-se para não deslocar a pele queimada.
Não retire coágulos para não provocar hemorragia. Quando o local atingido for um membro, imobilize-
o. Se a vítima estiver consciente e com sede, molhe seus lábios e língua com compressas úmidas.

8.11 - Orientação Final

Procure permanecer o mais calmo possível em uma situação de emergência; seja ágil, mas não
apavore, não perca a lucidez. Correria sem raciocínio, pode ser fatal para a vítima. Pense somente nos
atos necessários para resolver a situação, conduza a vítima para um serviço médico o mais rápido
possível.

9 - Referências

Sites da CEMIG, Ministério do trabalho e AREASEG.


Apostila curso de CIPA PREVCON Segurança Ocupacional.
Revista Proteção e CIPA.
Manuais de Legislação Atlas, Editora Atlas.

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