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ANESTESIA LOCAL EM CONTRAINDICAÇÕES DO ANESTÉSICO LOCAL

→ Pacientes com doenças cardiovasculares em que


ODONTOPEDIATRIA não se pode utilizar vasoconstritores simpático
miméticos.
→ A maioria dos casos fatais ligados ao uso de
→ Diabéticos descompensados.
anestésicos locais em odontologia ocorre em
→ Pacientes que fazem uso de antidepressivos
crianças, devido por dose excessiva.
tricíclicos (amitripriptilina, imipramina),
→ Devemos saber claramente as diferenças
betabloqueadores não seletivos (propanol) e
anatômicas e fisiológicas entre a criança e o
anfetaminas.
adulto, que permitem estabelecer um padrão de
→ Não utilizar quando o paciente estiver
procedimento seguro no ato da anestesia local.
descompensado no quadro geral, principalmente
→ O volume de solução anestésica local em criança é
cardiorrespiratório.
menor, pois a criança é mais sensível a ação dos
fármacos depressores.
VANTAGENS
→ Níveis plasmáticos elevados de anestésico local
ocorrem facilmente na criança, pois seu volume de → O paciente continua acordado.
sangue corporal é menor do que o de um adulto → Pode ser utilizado em pacientes debilitados.
(criança de 3-4 anos tem 1 litro e meio de sangue, → Baixa incidência de morbidade.
adulto tem 6 litros). → Fácil execução.
→ Baixa taxa de insucesso.
→ Alimentação normal antes da anestesia.
PERCEPÇÃO DA DOR
PROPRIEDADES DESEJADAS
→ Crianças até 2 anos são mais sensíveis a dor.
→ Não causar hipersensibilidade.
→ Até os 12 anos as crianças tem dificuldade de
→ Baixo custo.
distinguir entre dor e desconforto à manipulação.
→ Ser hidrossolúvel e lipossolúvel.
→ Utilizar escalas (mecanismo) para quantificar a dor,
pode ser de 0-10 ou através de emojis, pois → Ter efeito local.
crianças não sabem definir a dor → Rápida duração.
→ Ser estável a luz, calor e armazenamento
prolongado.

FATORES DE INTERFERÊNCIA

→ pH tecidual muito ácido (infecção) ou muito


alcalino.
→ Suplementação excessiva.
→ Concentração do anestésico.
→ Distância da aplicação.
→ Absorção rápida do anestésico pela circulação.

TOXICIDADE
QUANDO E POR QUE ANESTESIAR?
→ Entende-se por toxicidade ou dose excessivamente
→ Sempre que houver possibilidade de sensação tóxica as manifestações decorrentes de dose ou
dolorosa. administração excessiva de uma droga.
→ Após observar anamnese. → Depende da concentração atingida na corrente
→ Construir uma relação de confiança com a criança sanguínea e do grau da dose de dependência,
devido a inexistência de dor. podendo afetar os sistemas nervoso central,
→ Anestésico local é considerado o mais seguro em respiratório e circulatório.
toda medicina, assim como o mais eficaz. → Fatores=
• A condição física geral do paciente no
momento da injeção.
• Condição emocional do paciente.
• Rapidez da injeção (tempo de injeção). • Alergia aos componentes do anestésico.
• Emprego de vasoconstritor. • Distúrbios de coagulação (prilocaína a
• Técnica adequada e aspiração. 3% com felipressina (octapressin)
• Quantidade utilizada da droga. deve ser evitada em crianças
→ Prevenção= portadoras de anemia, pois haverá
• Avaliar adequadamente as condições do risco de metamoglobinemia).
paciente antes de submetê-lo a uma
• Diabetes.
anestesia local.
• Disfunção renal ou hepática.
• Selecionar o anestésico mais adequado
• Hipertensão.
para cada caso.
• Hipotireidismo.
• A dose total utilizada por sessão deve ser
abaixo da dose máxima permitida. • Pacientes que fazem uso de
antidepressivos tricíclicos
• Reduzir a dose total máxima de
(amitripriptilina, imipramina),
anestésico local em 30%, quando se tratar
betabloqueadores não seletivos
de criança debilitada ou pré-medicada.
(propanol) e anfetaminas não devem
• Injetar lentamente a solução anestésica
usar vasoconstritores
para diminuir a ocorrência de
simpaticomiméticos.
concentrações sanguíneas
→ Na situação de estresse, a liberação de adrenalina
excessivamente altas.
e noradrenalina endógena na corrente sanguínea
→ Os sintomas tóxicos devem ser rapidamente
pode ser por volta de 40 vezes maior que em
reconhecidos e, para isso, o profissional precisa
condições normais.
estar atento ao paciente durante e após a
→ Sentir dor durante o procedimento, aumenta a
aplicação da solução anestésica. Havendo
concentração das catecolaminas, podendo causar
qualquer manifestação indesejável, deve-se
suspender a injeção e retirar a agulha. mais risco ao sistema cardiovascular do que
catecolaminas contidas numa solução anestésica.
VASOCONSTRITORES

→ Reduz a toxicidade do anestésico.


→ Aumenta a duração do anestésico.
→ Possibilita o emprego de menores volumes de
anestésico.
→ Aumenta a eficácia das soluções anestésicas.
→ Hemostasia local.
→ Mais utilizados=
• Epinefrina (adrenalina)= baixa toxicidade
sistêmica, está contra indicada para
pacientes hipertireoidicos e cardiopatas.
• Norepinefrina (noradrenalina)= menos
atividade vasoconstritora e menos
duração do efeito quando comparada
com a epinefrina, contraindicada em
pacientes hipertireoidicos. Não deve ser
utilizada em volumes muito grandes, pois
pode provocar escaras nos tecidos.
PROTOCOLO DA ANESTESIA
• Octapressina= não simpatomimética,
indicado principalmente para o → Usar sempre anestésico tópico.
atendimento de diabéticos e hipertensos. → Preferir anestésicos com vasoconstritor.
• Fenilefrina= não catecolamina, apenas → Fazer a injeção lentamente.
15% da ação da epinefrina. → Conhecer a história médica do paciente.
→ Não utilizar fenilefrina e octapressina como → Conhecer a solução anestésica utilizada.
vasoconstritores, apenas se o paciente for → Respeitar a dose máxima.
hipertenso e diabético. → Controle de ansiedade, apoio emocional e
→ Contraindicações= linguagem adequada.
→ Contenção do paciente se necessário. • Maior difusão em tecido mole e osso.
→ Os sintomas da anestesia precisam ser explicados • Potência superior a lidocaína.
à criança, como a sensação de formigamento, • Metabolizado mais rápido.
crescimento, adormecimento ou mesmo • Metabolizada no fígado e plasma
endurecimento da região anestesiada. sanguíneo e excretada pelos rins.
→ Não deve exibir a agulha para o paciente, nem → Mepivacaína=
antes nem após o procedimento, pois agulhas, • Não está contraindicada na pediatria,
normalmente, são geradoras de ansiedade. pode ser utilizada a 2% com epinefrina
1:100.000 ou 3% sem vasoconstritor.
• O processo de metabolização e excreção
é mais lento, o que torna o risco de
toxicidade maior.
ANESTESIA TÓPICA • Seu efeito sobre a polpa será de 20 min
(nas anestesias infiltrativas) e 40 min (nos
→ Contribuem para minimizar ou até mesmo
bloqueios regionais).
suprimir a dor decorrente da puntura da agulha.
→ Prilocaína=
→ Deve-se dar preferência aos anestésicos sob a
• Potência semelhante a Lidocaína.
forma de pomada ou gel, evitando-se o uso de
• Inicio de 2 a 4 min.
spray, que não apresenta ação circunscrita,
levando o paciente a degluti-lo mesclado com a • Metabolizada no fígado e pulmão.
saliva, causando assim anestesia temporária de • Evitar em crianças anêmicas.
regiões como faringe, glote e laringe, com a • É rapidamente degradada pelo fígado, de
desagradável sensação de falta de respiração e forma que, caso surjam sintomas de
deglutição. intoxicação, estes serão de curta duração.
→ O uso do anestésico tópico sobre lesões ulceradas • Pacientes com histórico de alergia a
ou erosões não é bem indicado, uma vez que o sulfitos= epinefrina está contraindicada,
poder de absorção, nessas áreas, está bastante empregar prilocaína 3% com felipressina
ampliado, além do fato de esses fármacos serem 0,03 UI/ml.
mais tóxicos que os injetáveis. • Cuidado para evitar a sobredosagem, pelo
→ Técnica= risco de metemoglobulinemia.
• Secar a mucosa e aplicar anestésico por 2- → Mepvacaína sem vasoconstritor e prilocaína com
3 minutos. felipressina= somente usado em casos de
contraindicação à vasoconstritor.
ANESTÉSICOS → Bupvacaína está contraindicada em crianças por
sua longa duração de ação= tecidos moles 6 a 7
→ Anestésico de escolha= Lidocaína 2% com horas, aumenta o risco de trauma involuntário.
epinefrina 1:100.000.
→ Lidocaína=
• Padrão ouro em pediatria.
• Aproximadamente 1 hora de anestesia
em polpa e 3 horas em tecido mole.
• 2 a 3 minutos para o inicio da anestesia.
• Metabolizada no fígado e excretada pelos
rins.
→ Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou
1:200.000=
• Não é recomendada em crianças menores
de 4 anos, por não ter estudos e dados
suficientes.
• Tempo de ação da anestesia em tecidos
moles maior, então a chance de trauma
por mordedura labial é maior.
• Utilizar em casos de HDMI, maior
sensibilidade a dor.
• Mais rápido (1-2minutos).
TÉCNICAS ANESTÉSICAS

→ As técnicas são as mesmas dos adultos, somente o


bloqueio do nervo alveolar inferior tem alterações
devido a anatomia.
→ Bloqueio do alveolar inferior=
• O ramo ascendente é mais curto.
• A largura anteroposterior do ramo é
menor.
• Quanto mais jovem a criança, mais
aberto é o ângulo goníaco.
• A linha oblíqua interna raramente
DOSAGEM está presente.
• A língula da mandíbula pode estar
→ Superdosagem= situada abaixo do plano oclusal.
• Dose elevada. • Inferior a 6 anos= língula abaixo do
• Injeção intravascular.
plano oclusal.
• Injeção rápida.
• 6-10 anos= língula no nível do plano
• Não usar vasoconstritor.
oclusal.
• Não respeitar a dose certa para cada
• 10-16= língula 5mm acima do plano
paciente.
• Inquietude, calafrios, fala desconecta, oclusal
tremores dos músculos faciais e • Tendo-se em conta essas considerações
extremidades, convulsões. anatômicas, pode-se visualizar que a
• Parestesia da língua e região perioral, anestesia pterigomandibular na
sensação de pele quente, tontura e criança deverá ser realizada em uma
náusea. posição ligeiramente mais baixa e mais
→ Cálculo do peso aproximado da criança= posteriorizada do que no adulto.

Peso= (idade da criança x 2) + 9

→ Agulhas=
• Extra curta= maxila de crianças abaixo de
4 anos e anestesia intra-papilar.
• Curtas= mandíbula de crianças abaixo de
4 anos e mandíbula e maxila de crianças
acima de 4 anos.
ACIDENTES COM ANESTESIA

→ Dores pós-anestesia=
• Sucessivas punturas.
• Injeção rápida.
• Agulha danificada.
• Infecção.
• Trismo= pterigóideo medial e masseter.
→ Parestesia=
• Nervo facial, nervo mentoniano.
• Média de 8 semanas.
→ Hematoma ou equimose=
• 7 a 14 dias para melhora.
• Colocar gelo no dia seguinte.

RECOMENDAÇÕES

→ Empregar um anestésico tópico antes da injeção


de solução anestésica local, para minimizar o
desconforto provocado pela penetração da agulha
→ Respeitar as doses máximas do anestésico
empregado
→ A absorção sistêmica do anestésico tópico deve ser
considerada no cálculo da quantidade total de
anestésico administrado
→ Usar soluções anestésicas com vasoconstritor,
para diminuir a velocidade de absorção aumentar
a duração da ação e reduzir o risco de toxicidade
→ Prevenir a injeção intravascular, por meio da
aspiração previa da solução
→ Injetar lentamente
→ Empregar as menores concentrações do
anestésico e os menores volumes da solução que
produzam anestesia perfeita
→ Reduzir o volume habitual da solução quando a
criança estiver sedada
→ Fazer aspiração antes de injetar.

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