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Anestésicos locais

em odontologia
mepivacaína. A adrenalina é o vasoconstritor mais
DEFINIÇÃO utilizado.
São fármacos que inibem reversivelmente os → POTÊNCIA: 2
processos de excitação e condução do impulso ao → INÍCIO DA AÇÃO: rápido (2 a 4 minutos) sem
longo das fibras, sem produzir inconsciência. A vasoconstritor;
membrana nervosa é o lugar em que os anestésicos → MEIA-VIDA DO ANESTÉSICO: 1,6 hora (aprox. 90
locais exercem suas ações farmacológicas. min);
Os anestésicos locais utilizados com maior frequência no → CONCENTRAÇÃO ODONTOLÓGICA EFICAZ: 2%
âmbito odontológico são lidocaína, mepivacaína, → DOSE MÁXIMA RECOMENDADA: é de 7,0 mg/kg (com
articaína, prilocaína e bupivacaína. ou sem adrenalina) de peso em pacientes adultos e
CLASSIFICAÇÃO pediátricos, sem exceder a dose máxima absoluta de
500 mg ou até 7 tubetes anestésicos em adultos,
→ ÉSTERES: sem nenhum problema de saúde.
• ÉSTERES DO ÁCIDO BENZOICO: butacaína, → SOBREDOSAGEM: estimulação inicial do SNC, seguida
cocaína, benzocaína, hexilcaína, piperocaína e de depressão, convulsão e coma.
tetracaína. → TOXIDADE: nível 2 – 4,5 μg/mL no SNC e de 7,5 μg/mL
• ÉSTERES DO ÁCIDO PARA-AMINOBENZOICO: no sistema cardiovascular.
cloroprocaína, procaína e propoxicaína. CONTRAINDICAÇÃO
→ AMIDA: articaína, bupivacaína, dibucaína,
→ Bloqueio cardíaco, segundo ou terceiro grau
etidocaína, lidocaína, mepivacaína, prilocaína e
(sem marcapasso);
ropivacaína.
→ Reação adversa grave à droga aos anestésicos
LIDOCAÍNA locais lidocaína ou amida;
O mais empregado em todo o mundo, considerado como → Tratamento concomitante com agente
padrão do grupo para efeito de comparação com os antiarrítmico de classe I;
demais anestésicos. É metabolizado no fígado e → Doença hepática grave.
excretado pelos rins. MEPIVACAÍNA
Seguro para se utilizar em odontopediatria é a lidocaína
a 2% com adrenalina 1:200.000. A dose máxima com ou Produz discreta ação vasodilatadora. É bastante
sem o uso de vasoconstritor pode ser dada em um indicada em pediatria, pois é eliminada do local de ação
tubete para cada 9 kg de massa corporal. No caso de mais rapidamente minimizando os acidentes
atendimento a gestantes, indica-se a lidocaína a 2%, (mordedura ou mastigação) da área anestesiada.
com adrenalina 1:100.000, no máximo dois tubetes por Promove anestesia pulpar mais duradoura (por até 20
sessão. min na técnica infiltrativa e por 40 min na técnica de
Devido a sua ação vasodilatadora, o que promove sua bloqueio regional).
rápida eliminação do local da injeção, a duração da Por ter um pH mais alto que a lidocaína, quando usada
anestesia pulpar é limitada apenas 5-10 min. em ambiente ácido, favorece que a sua passagem
Quando associada a um agente vasoconstritor, através da membrana nervosa seja mais eficaz, o que
proporciona entre 40-60 min de anestesia pulpar. Em torna a mepivacaína uma boa escolha de anestésico
tecidos moles, sua ação anestésica pode permanecer em local quando há infecção. É metabolizado no fígado e
torno de 120-150 min. excretado pelos rins.
Possui ação anestésica tópica (5%). → CLASSIFICAÇÃO: tipo amida.
→ CLASSIFICAÇÃO: tipo amida; → PROPRIEDADES VASODILATADORAS: produz apenas
→ PROPRIEDADES VASODILATADORAS: menores que as uma ligeira vasodilatação.
da procaína e maiores que as da prilocaína ou da → POTÊNCIA: 2
→ INÍCIO DA AÇÃO: entre 1,5 – 2 min. Por ser hidrolisado muito rapidamente no sangue, o
Vanessa Gonçalves
→ MEIA VIDA DO ANESTÉSICO: 1,9 h risco de intoxicação sistêmica parece ser mais baixo do
→ CONCENTRAÇÃO ODONTOLÓGICA EFICAZ: 3% sem que com outros anestésicos. Difunde-se melhor através
vasoconstritor; 2% com vasoconstritor. dos ossos e tecidos moles do que outros anestésicos
→ DOSE MÁXIMA RECOMENDADA: 6,6 mg/kg ou 3,0 locais.
mg/kg de peso corporal, não devendo ultrapassar É metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo e
400 mg. excretada pelos rins.
→ TOXIDADE: 1,5 a 2 → CLASSIFICAÇÃO: molécula híbrida; classificada como
amida, mas possui características tanto de amida
PRILOCAÍNA como de éster.
Possui atividade vasoconstritora tendo como → PROPRIEDADES VASODILATADORAS: apresenta um
vasoconstritor a felipressina. Além da atividade efeito vasodilatador equivalente ao da lidocaína. A
anestésica, não exige a ação de vasoconstritor para procaína é ligeiramente mais vasoativa.
prolongar a duração de ação. É a droga de escolha para → POTÊNCIA: 1,5 maior do que a da lidocaína.
os pacientes com contraindicação ao uso da epinefrina. → INÍCIO DA AÇÃO: entre 1 e 2 minutos.
É metabolizada no fígado e nos pulmões e excretada → MEIA VIDA DO ANESTÉSICO: cerca de 40 minutos.
pelos rins. → CONCENTRAÇÃO ODONTOLÓGICA EFICAZ: 4% com
→ CLASSIFICAÇÃO: tipo amida. adrenalina a 1:100.000 ou 1:200.000.
→ PROPRIEDADES VASODILATADORAS: é um → DOSE MÁXIMA RECOMENDADA: 6,6 mg/kg, não
vasodilatador. Produz vasodilatação maior que a da ultrapassando 500 mg ou 6 tubetes.
mepivacaína, porém menor que a da lidocaína → TOXICIDADE: semelhante à da lidocaína.
→ POTÊNCIA: 2 CONTRAINDICAÇÃO
→ INÍCIO DA AÇÃO: 2 a 4 minutos.
→ Deve ser evitada em pacientes com
→ MEIA VIDA DO ANESTÉSICO: 1,6h metahemoglobinemia idiopática ou congênita,
→ CONCENTRAÇÃO ODONTOLÓGICA EFICAZ: pode ser anemia ou falha cardíaca ou respiratória
usada sem vasoconstritor, na concentração de 4%. evidenciada por hipóxia.
No Brasil, não é comercializada na forma pura (3%).
→ DOSE MÁXIMA RECOMENDADA: 6,0 mg/Kg, para
pacientes adultos, não ultrapassando 400mg ou 7 A articaína reúne as condições ideais
tubetes anestésicos. de ser o anestésico de escolha para uso
rotineiro em adultos, idosos e pacientes
→ SOBREDOSAGEM: produz o aumento dos níveis de
portadores de disfunção hepática. A
metemoglobina no sangue. Portanto, é
presença de um anel tiofeno em sua
recomendado maior cuidado no uso deste
estrutura química permite seu uso em
anestésico em pacientes com deficiência de
técnica infiltrativa, mesmo na
oxigenação.
mandíbula, dispensando assim o uso de
→ TOXICIDADE: 1
técnicas anestésicas de bloqueio
CONTRAINDICAÇÃO
→ Deve ser evitada em pacientes grávidas;
→ Pacientes com metahemoglobinemia
congênita; BUPIVACAÍNA
→ Pacientes com anemia falciforme, anemia
É indicada para procedimentos cirúrgicos de longa
crônica e insuficiência cardíaca ou
duração. A ação do anestésico depende de dois fatores:
respiratória com hipóxia.
velocidade de difusão através da bainha nervosa e
ARTICAÍNA tempo para união aos receptores de canais de sódio.
Esse período que decorre da administração até o início
É o único anestésico do tipo amida a possuir um anel
da ação anestésica (efeito) é denominado “período de
tiofeno como radical lipofílico. Possui baixa
latência”. Tem como vasoconstritor a adrenalina.
lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica.
Possui longa duração de ação. No bloqueio dos nervos → Produz dilatação das artérias coronárias,
alveolar inferior e lingual, produz anestesia pulpar por levando a um aumento do fluxo sanguíneo
4 h e em tecidos moles, por até 12 h. coronariano.
Por ser mais potente, sua cardiotoxicidade
Vanessa também é4
Gonçalves → Promove a dilatação dos vasos sanguíneos da
vezes maior em relação à lidocaína. musculatura esquelética.
É metabolizada pelo fígado e excretada pelo rim. → A dosagem de epinefrina deve ser minimizada
→ CLASSIFICAÇÃO: tipo amida. Vanessa Gonçalves para os pacientes com doença cardiovascular.
→ PROPRIEDADES VASODILATADORAS: relativamente → É eficaz na redução da perda de sangue
significativas. Maior que a lidocaína, mepivacaína e durante os procedimentos cirúrgicos
prilocaína. odontológicos.
→ POTÊNCIA: quatro vezes a da lidocaína, mepivacaína
e prilocaína.
NOREPINEFRINA
→ INÍCIO DA AÇÃO: 6-10 minutos. → Aumenta a pressão sistólica e diastólica e não
→ MEIA VIDA DO ANESTÉSICO: 2,7 h altera a frequência cardíaca.
→ CONCENTRAÇÃO ODONTOLÓGICA EFICAZ: 0,5% → Não apresenta vantagens sobre a epinefrina,
→ DOSE MÁXIMA RECOMENDADA: 1,3 mg/Kg, não tendo 25% da potência vasoconstritora desta.
excedendo 90 mg ou 10 tubetes. → A maioria dos relatos de reações adversas
→ TOXICIDADE: menos de quatro vezes a da lidocaína devidas ao uso de vasoconstritores parece ter
e mepivacaína. ocorrido com a norepinefrina.
CONTRAINDICAÇÃO → Seu uso em odontologia está sendo cada vez
mais restrito ou até mesmo abolido.
→ Não é recomendado para pacientes menos de
12 anos, pelo risco de lesões por mordedura FENILEFRINA
dos lábios.
→ Pode promover vasoconstrição com duração
VASOCONSTRITORES mais prolongada.
→ Nos casos de sobredosagem de fenilefrina
A associação de vasoconstritores aos sais anestésicos
(relativa ou absoluta), os efeitos adversos
produz uma interação farmacológica desejável, pois
também são mais duradouros.
essa ação vasoconstritora faz com que o sal anestésico
fique por mais tempo em contato com as fibras → Não apresenta qualquer vantagem em relação
nervosas, prolongando a duração da anestesia e à epinefrina.
reduzindo o risco de toxicidade sistêmica. FELIPRESSINA
As principais vantagens do uso dos vasoconstritores
são: absorção mais lenta do sal anestésico; redução da Análogo sintético da vasopressina, está contida em
toxicidade; aumento do tempo de efeito do anestésico; soluções cujo sal anestésico é a prilocaína. É uma amina
uso de quantidade menor de anestésico; e melhora na simpaticomimética.
hemostasia, com exceção da felipressina. → Promove ligeira redução do débito cardíaco
Os tipos de vasoconstritores mais utilizados são a devido ao aumento da pressão arterial e da
adrenalina/ epinefrina, a noradrenalina/noraepinefrina, bradicardia.
a fenilefrina e o octapressin/felipressina. → Tem valor mínimo no controle da hemostasia, o
que explica o maior sangramento observado
EPINEFRINA
durante os procedimentos cirúrgicos.
O mais utilizado em todo o mundo, devendo ser o agente → Pode causar crises de angina com isquemia
de escolha para a quase totalidade dos procedimentos miocárdica, isso em pacientes com alteração
odontológicos em pacientes saudáveis, incluindo na circulação coronariana.
crianças, gestantes e idosos.
CONTRAINDICAÇÃO
→ Tem como efeito sistêmico o aumento da
pressão sistólica e da frequência cardíaca. Os vasoconstritores estão contraindicados em pacientes
→ Promove a constrição dos vasos das redes com angina pectóris instável, infarto do miocárdio
arteriolar e venosa da área injetada. recente (até 6 meses), acidente vascular cerebral
recente, cirurgia de revascularização miocárdica
recente, arritmias refratárias, insuficiência cardíaca
congestiva intratável ou não controlada,
hipertireoidismo não controlado, diabetes mellitus não
controlado, feocromocitoma e hipersensibilidade a
sulfitos.

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