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Fundamentos de CTBMF

Bases anestésicas
Os vasoconstritores são adicionados as bases anestésicas para dar poder de vasoconstrição
fazendo com que haja uma menor toxicidade e aumentando a sua duração.
São exemplos de base anestésicas: Lidocaína, Mepvacaína, Prilocaína, Articaína e
Bupivacaína.
Cada base anestésica tem um tempo de duração que depende se ela está ou não ligada a
um vasoconstritor. Alguns fatores influenciam na duração desses vasos anestésicos, tais
como: Resposta individual a substância, precisão na administração do anestésico (é
preciso injetar a anestesia no local certo; é preciso seguir a técnica anestésica correta),
condição dos tecidos (tecidos inflamados tem mais dificuldade de anestesia; faz a
anestesia a distância da região inflamada); variação anatômica, tipo de injeção
administrada (levar a anestesia o mais próximo possível do nervo; tem que ter cuidado
para não fazer uma injeção intravascular pois se não, a anestesia iria para a corrente
sanguínea e não faria efeito; se volta sangue no tubete anestésico na aplicação da
anestesia, é por conta que injetou dentro do vaso).
Tipo Éster
Procaína + Propoxicaína: 1º anestésico de uso odontológico, criado em 1904; a procaína
apresenta a maior vasodilatação entre todas as bases anestésicas; a procaína apresentava
maior vasodilatação entre as bases anestésicas; taxa de alergia superiores a anestésicas do
grupo amida; a propixicaína era associada a procaína para promover um início de ação
mais rápida, mais profunda e maior duração de anestesia.
Tipo Amida
Lidocaína
Primeiro anestésico do grupo Amida; Início de ação 3 a 5 minutos; metabolizada no
fígado; Dose máxima de 7,0 mg/kg e não pode exceder 500mg por seção; alergias são
raras; disponível na questão de 2%; propriedade vasodilatadora, não aconselhado a
utilização sem vasoconstritor.
Mepivacaína
Início de ação 3 a 5 minutos; metabolização no fígado; dose máxima de 6,6 mg/kg e não
pode exceder 400mg; disponível na concentração de 2 e 3%; produz discreta
vasodilatação, sendo o mais indicado para o uso sem vasoconstritor. Curta duração de
anestesia.
Prilocaína
Início de ação de 3 a 5 minutos; metabolização no fígado e gera metabólitos ativos
chamado Ortotoluidina e N-propilamina; dose máxima de 8,0 mg/kg e não pode exceder
600mg por seção; disponível na concentração de 3%; menor potência e menor toxicidade
que a lidocaína; é um dos anestésicos que se encontra associado a felipressina;
A maioria dos anestésicos, ao serem metabolizados, produzem metabolitos inativos
(substâncias farmacologicamente inativas, ou seja, não tem ação). A Prilocaína tem um
metabólito ativo que é a ortotoluidina que pode induzir a formação de metemoglobina,
produzindo a metemoglobinemia (alteração de carreamento do oxigênio; diminui a
capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue, causando cianose) caso seja
administrado em altas doses. O tratamento é a administração de 1 a 2 mg/kg de azul de
metileno.
O uso de prilocaína é relativamente contraindicado em pacientes com metemoglobinemia
congênita ou idiopática, anemia ou insuficiência cardíaca ou respiratória com hipóxia =
ou seja, qualquer alteração que esteja diminuindo a quantidade de oxigênio é
contraindicada o uso de Prilocaína; na anemia as células do sangue (hemoglobina) já estão
diminuídas.
Devem ser usadas com precaução em crianças devido ao volume plasmático menor (as
crianças têm menos sangue e transportam menos oxigênio) e em gestantes pelo mesmo
motivo em relação à circulação sanguínea da fase fetal (a quantidade de sangue que chega
ao bebê é pequena e se essa quantidade estiver diminuída, leva ainda menos sangue para
o feto, podendo dar alguma alteração).
Articaína
Possui características tanto de Amida quanto de Ester; início de ação se dá em 1 a 2
minutos para infiltração e 2 a 3 minutos para bloqueio regional; alergia são mais
frequentes por conta da sua parte Ester, mas ainda sim são raras; sua potência
vasodilatadora é similar à da lidocaína, ou seja, não deve ser usada sem vasoconstritor;
concentração de 4%; dose máxima de 7,0 mg/kg não é citada dose máxima por seção.
Possui um anel tiopental como sua porção lipofílica, isto confere extrema
lipossolubilidade e difusibilidade (se difunde mais pelo organismo; quando injetamos o
anestésico, ele não faz ação somente na zona de punção, ele se dissolve, mas a grande
maioria dos anestésicos não tem uma penetração óssea significativa, ao contrário da
articaína. Estudos mostram que há a possibilidade da articaína fazer uma anestesia
palatina causada por apenas uma infiltração vestibular de pré-molares.); comparada com
a lidocaína é 1.5x mais potente com uma toxicidade menor 0,6; alguns estudos relacionam
essa droga a casos de parestesia na técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior,
principalmente no nervo lingual; encontrada principalmente associada a Adrenalina
1:100.000 ou 1:200.000.
Bupvacaína
4x mais potente que a lidocaína; metabolização hepática; propriedade vasodilatadora
maior que a lidocaína, ou seja, não deve ser utilizada sem vasoconstritor; início de ação
entre 6 à 10 minutos; não é recomendada para crianças pois mesmo em pequena
quantidade causa grande duração do anestésico.
Anestésico tópico
Benzocaína: é do grupo éster; inadequado para injeção; utilizada topicamente a 20%,
insolúvel em água.
EMLA: lidocaína 2,5% com prilocaína 2,5%; fornece anestesia em superfície de pele
intacta; deve ser aplicada 1h antes do procedimento; contra-indicada em paciente com
risco de metemoglobinemia; mais usada por dermatologista.
Seleção do anestésico local:
• Tempo pelo qual se faz necessário o controle da dor
• A necessidade de homeostasia (felipressina não confere homeostasia; AL sem
vasoconstritor não oferece homeostasia).
• Existência de contraindicação a administração a um anestésico local (prilocaína -
não pode ser usada em pacientes que tem problemas em difusão de oxigênio;
felipressina não pode ser usada em gestantes pois induz a parto prematuro ou a
aborto; adrenalina não pode ser utilizada em pacientes com glicemia
descompensada pelo risco de aumentar a glicemia).
• A necessidade de controle da dor após o tratamento.

Contraindicação
A única contraindicação absoluta é por alergias. As outras são contraindicações relativas.
Doses máximas

Toxicidade
O risco para desenvolvimento de toxicidade é baixo, porém quando ocorre, o risco de
dano ao paciente é grande; ocorre quando as concentrações sanguíneas do AL atingem
um nível que leva a efeito adversos no SNC (tem que considerar as alterações no paciente;
se ele é hepatopata ou nefropata); geralmente ocorre na hora da administração, sendo que
raramente ocorre após o procedimento ter sido completado.
Ocorre devido a injeção intravascular de AL (a toxicidade ocorre quando chega uma
quantidade exacerbada de AL no SNC; quando o AL é injetado direto na corrente
sanguínea, a concentração de AL é maior, aumentando a toxicidade); Superdosagem
relativa/absoluta; Retardo na eliminação da anestesia (principalmente em pacientes
nefropatas); Combinação desses fatores.
Sintomas iniciais: Gosto metálico, parestesias periorais, dormência na língua, náuseas,
borramento de visão e cefaleia.
Sintomas intermediários: Agitação ou lentidão de movimentos, comportamento
irracional, tremores, calafrios.
Sintomas avançados: Convulsões, vômitos, paralisia muscular e coma.

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