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CONSIDERAÇÕES RELEVANTES EM ANESTESIOLOGIA

Anestésicos locais:
-
Ésteres - cocaina, benzocaina (mais usada), butacaína, piperocaína;
Amidas (passível de ser injetável) - lidocaina, mepivacaina, prilocaina, bupivacaina, articai-

:
na, etidacaina, dibucaina.

Conteúdo das soluções anestésicas:


Sal anestésico (amida)
Preservativo da solução anestésica (tubete plástico). Ex: metilparabeno. CONSERVANTE
: Vasocontrictor (opcional) ex: adrenalina, noradrenalina, fenilefrina, felipressina.
Preservativo do vasoconstritor (caso haja) - bissulfito de Na (sódio). Existem pacientes alérgi-
:
cos, logo utiliza-se sem vasoconstrictor. CONSERVANTE
Veículo - água bidestilada.

OBS: Reação alérgica ao anestésico local tem muito menos prevalência, grande parte dos casos é
reação do medo da anestesia (reação psicossomática).

Reação de medo a anestesia:


Uma doença psicossomática não afeta apenas o corpo - ela tem origem na alma e no psicológico,
podendo causar sintomas e doenças físicas.

Alguns dos sinais físicos que podem surgir:


1.Aumento dos batimentos cardíacos;
2.Tremores;
3.Respiração rápido e falta de ar;
4.Suor frio ou excessivo;
5.Boca seca;
6.Enjoos;
7.Dor no estômago;
8.Sensação de nó na garganta;
9.Dor no peito, nas costas e na cabeça;
10.Manchas vermelhas ou roxas na pele.

OBS: Sais anestésicos geralmente são metabolizados no fígado e excretados pelos rins.
Grupos de anestésicos locais
Classificação dos anestésicos locais (amidas) em relação a duração:

:
Curta duração: mepivacaína (sem vaso);
Média duração: lidocaína/mepivacaína/prilocaína/articaína;
Longa duração: bupivacaína (utilização hospitalar). 12h de anestesia
de tecido mole.

Necessidade de associar um vasoconstritor a solução anestésica:


Atividade dilatadora dos sais anestésicos:
Promove dilatação dos vasos sanguíneos com aumento da perfusão local;
Aumenta a velocidade de absorção do anestésico para a corrente sanguínea;
Aumenta os níveis plasmáticos do anestésico, aumentando o risco de toxicidade;
Diminui a profundidade e a duração da anestesia;
Aumenta o sangramento local.

-
Função do vasoconstrictor:
1. Ação antagonista à ação vasodilatadora do sal anestésico;
2. Absorção mais lenta do anestésico;
3. Maior duração do efeito anestésico;
4. Níveis menores de anestésico no sangue (diminuição da toxicidade);
5. Hemostasia no campo operatório (diminui sangramento).

Receptores adrenérgicos:
Estão presentes em vários tecidos espalhados pelo corpo;
: São ativados por seus ligantes endógenos (próprio corpo produz), as catecolaminas: adrenalina
(Epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina);
Muitas células possuem estes receptores, e a ligação de um agonista geralmente causará uma

:
resposta simpática, ou seja, respostas de luta ou fuga (ex: frequência cardíaca aumenta, pupi-
las se dilatam, há mobilização de energia e o fluxo sanguíneo é desviado de órgãos não essenci
ais para o músculo esquelético.

Aminas Simpaticomiméticas: produzidas em laboratório, são elas epinefrina (adrenalina), no


repinefrina, fenilefrina e levonordefrina.

OBS: Lidocaína não pode ser usada em pacientes com arritmia, pois gera alterações de arritmia
(bradicardia ou taquicardia) pois se liga ao beta 1.

OBS: Felipressina não faz parte do grupo das aminas simpaticomimétricas. Não tem a possibi
lidade de elevar ou abaixar a pressão arterial, como todas os outros que possuem a capaci-
dade de alterar a condição cardíaca.

Felipressina
Menor potência que as aminas simpatomiméticas;
Vasoconstritor associado ao sal anestésico Prilocaína;
: Atua em receptores a nível venoso não levando a alterações de pressão arterial;
Não causa arritmia;
: Não exerce efeito sobre a transmissão nervosa adrenérgica (seguro: hipertireoidismo, usuários
de antidepressivos triciclicos)
Contra indicado em gestantes;
: Não recomendado quando é necessário hemostasia.

Concentração dos vasoconstrictores:

1:50.000 1:100.000 é o mais

:
Em 50.000 de solução anestésica há 1g (1000mg) do vasoconstritor; utilizado no dia a
Em 1ml de solução anestésica há 0,02mg de vasoconstritor. dia, padrão.

1:100.000
Em 100.000 ml de solução anestésica há 1g (1000mg) do vasoconstritor;
Em 1ml de solução anestésica há 0,01mg de vasoconstritor.
1:200.000

:
Em 200.000ml de solução anestésica há 1g (1000mg) do vasoconstritor;
Em 1ml de solução anestésica há 0,005mg de vasoconstritor.

Uso de vasoconstritor em pacientes com risco cardiovascular:


Estresse causado pela dor leva a liberação de cetecolaminas endógenas para o sistema cardiovas
cular em nível aproximado de 40 vezes maior que em repouso, acarretando uma exacerbação de
problemas cardiovasculares pré-existentes.
Quando o paciente sente dor, ele libera cetecolaminas endógenas (adrenalina e noradrenalina),

:
que é a mesma substância que será injetada nele como vasoconstritor, sendo que a quantidade de
vasoconstritor injetada é bem menor que a liberada pelo corpo quando sente dor. Logo, paciente
cardíaco não pode sentir dor, pois assim na maioria das vezes não haverá elevação da pressão ar
terial e outros problemas cardíacos.

É melhor expor o paciente a uma dosagem mínima controlada de vasoconstritor


exógeno presente no anestésico local do que deixar o paciente sentir dor.

Lidocaína 2% + epinefrina (adrenalina) 1:100.000 é o anestésico odontológico mais utilizado


pois:
Rápida início de ação;
Bom tempo de anestesia: pulpar - 60min e tecidos moles - 3 a 5h;
: Baixa neurotoxicidade;

OBS: Pode ser usado com segurança em gestantes, idosos e crianças.


Mepivacaína é o anestésico local utilizado sem estar associado ao vasoconstritor pois:
É o sal anestésico que menos vasodilata, tendo um bom tempo de anestesia mesmo sem estar

:
associado a um vasoconstritor.

OBS: Todo sal anestésico dilata vaso.


Articaína
Mais tóxica para o nervo (4%), podendo gerar parestesia;
Com popularização da articaína no mercado, aumentaram também relatos de parestesia

:
relacionados ao seu uso. Define-se parestesia (pode ser de origem química ou trauma) como
anestesia persistente ou com duração maior que a esperada;
Uma das peculiaridades deste anestésico é a propriedade de causar a anestesia palatina por
apenas infiltração vestibular. Possui extrema lipossolubilidade e difusibilidade (passa com
facilidade pelo osso).

OBS: Quanto maior a % de solução anestésica, mais neurotóxico é.


OBS:Evitar utilizar para fazer bloqueio nervoso (ex: alveolar inferior, alveolar superior posterior,
alveolar superior médio), qualquer coisa que não seja infiltração, pois pode causar pares-
tesia.
OBS: Ao injetar articaína em pacientes que apresentam algum problema relacionado com mete-
moglobinemia (congênita ou idiopática) pode gerar cianose (falta de oxigenação em parte
do corpo que fica com aspecto azulado).

Para Lembrar:
Uma das funções da hemoglobima é o carregamento de oxigênio pelo corpo, quando é injetado
articaína ou prilocaína em um paciente tem uma pré-disposição a gerar essa falha na hemo-
globina (metemoglobinemia), o sal anestésico faz uma reação química com a hemoglobima e se
liga ao íon ferroso que não deixa espaço para carrear oxigênio, com isso as extremidades ficam
sem oxigenação (ficando azuladas) entrando em um quadro de cianose. Para reverter isso deve
ser aplicado azul de metileno que fará com que a hemoglobina libere o íon ferroso e volte a carre
ar oxigênio (deve-se levar o paciente ao hospital, não é o dentista que resolve).

Prilocaína
Menor potencial anestésico quando comparado a lidocaína;

:
Felipressina é o vasoconstritor mais comumente associado e o mesmo tem menor potencial de
vasoconstrição comparado com os que tem ação em receptores adrenérgicos;

OBS:Felipressina não deve ser usada em gestantes, por estar relacionada com a acitocina, que
possui potencial para causar contrações uterinas.

OBS:Praticamente não gera alteração cardiovascular (felipressina).


Dificuldade de ação em região com infecção/inflamação
Acidificação do local de infiltração, reduz a eficácia da anestesia local.
PH tecido normal = 7,4 (básico);
PH região inflamada = 4,5 a 6 (ácido)

As preparações farmacêuticas são levemente acidas, com o pH variando de 4,5 a 6,0 em tubetes
:
odontológicos;
Acidez aumenta a estabilidade das soluções anestésicas. Uma vez injetadas nos tecidos, com
pH mais alcalino (pH = 7,4), há tamponamento do ácido, liberando base em forma não-
ionizada, passível de ser absorvida;
Quando o pH do meio não favorece essa transformação, a ação anestésica não se processa como
:
deveria;
É o que ocorre em presença de processos inflamatórios e/ou infecciosos, em que o pH tecidual
extremamente baixo promove ionização da molécula, chegando a impedir sua ação.
Quando tem um ambiente ácido (inflamação/infecção)e uma solução ácida não se ligam

:
muito bem, logo a anestesia funcionará muito mal, ação anestésica não se processa como
deveria;
Em situações de inflamação/infecção deve,ser feita uma anestesia troncular (onde o ambiente
é mais alcalino, não há infecção/inflamação).
Topografia do processo alveolar
-
Mandíbula é fácil de fazer infiltração pois a parede de osso é fina;
Mandíbula tem a cortical óssea maior, por isso infiltração na mandíbula é mais difícil, a

:
solução anestésica atravessar tão bem.

OBS:Técnica de bloqueio do N. Alveolar Inferior é mais comum, pois na mandíbula é mais


difícil de realizar infiltração.

Anestesia com segurança: sempre fazer refluxo ou aspiração.

Cuidados em anestesiar região de palato:


No palato há uma camada de tecido mole muito fina, logo não é necessário muita solução anes-
tésica;
Noradrenalida tem ótimo potencial de vasocontrição, não sendo bom para local com vasos pe-
:
quenos (vênulas), pois vai fechar demais os vasos podendo levar a necrose;
Isquemia e necrose dos tecidos moles, quando uma solução vasoconstritora muito concentrada
é utilizada para hemostasia por um período prolongado.
Região do palato é mais acometida, porém se utilizar muita solução anestésica em outras
:
regiões da boca, também pode gerar isquemia e até necrose;
Vaso constritor mais associado é a noradrenalina.

OBS: Cuidado com a artéria palatina - não deve passar o bisturi (encostando no osso) em região
de palato, deve se retirar planos sem encostar no osso para não seccionar a artéria palatina.

INSTRUMENTAIS EM CIRURGIA ORAL


Arrumar a mesa cirúrgica de forma cronológica;
: Instrumentais são sequenciados de acordo com os 4 tempos fundamentais;
Instrumentais acessórios (não são usados em todos os procedimentos mas podem ser usados).
: Tempos fundamentais da cirurgia: Diérese - exérese - hemostasia - síntese

Instrumentais:

Pinça Backhaus
Função: Fixar os campos cirúrgicos (tecidos) estéreis para a realização da cirurgia.
:
(Fixar o campo na roupa);
Receber o sistema de aspiração (mangueira fica dentro das argolas);

Sugador Cirúrgico (cânula) do tipo Frazier


Função: Aspiração de fluídos da cavidade oral;
: Desvantagem é que pode entupir as vezes.

Seringa do tipo Carpule


Função: Infiltrar anestésico;
: As seringas do tipo refluxo ....
Afastador de Minnesota
-
Função: Afastar retalho;
Parte convexa é mais brilhante;
: Usado com a mão auxiliar;

Diérese (todo ato que tem objetivo de separação tecidual mole e/ou duro).

Cabo bisturi n°3


Função: utilizado para fazer incisões, o cabo é o instrumental ao qual se acopla a lâmina de
:
bisturi.
Pega igual caneta;
Primeiro instrumental da diérese;

:
OBS: Incisão de espessura total/incisão magistral - mucosa, periósteo até o osso;
Incisão de espessura parcial - pega mucosa mas não pega conjuntivo.

Lâmina 15 ou 15C (se diferem pelo tamanho ponta ativa)


Função: utilizado para fazer incisões;
Descartado no descarpack.

:
Descolador de periósteo do tipo Molt
Função: Descolamento do mucoperiósteo (sindesmotomia - desinserção das fibras gengivais, ou
seja, descolar a gengiva);
Duas pontas ativas;

:
90% do tempo trabalho com o lado mais fino e mais cortante e 10% com o lado mais espesso.

Tesoura Cirúrgica de Metzembaun


Função: Divulsão (separação tecidual sem corte) e corte de tecidos delicados;
Ponta arredondada e não corta.
: Entra na incisão com ela fechada e depois abre a tesoura.

Exérese (objetivo da cirurgia, ato de tirar o dente)

Alavanca Apexo 303


Remoção do dente do alvéolo do paciente;
: Ponta ativa serrilhada;
Função: Luxação, rompendo as fibras do ligamento periodontal, expandido a cortical óssea.

:
OBS: Luxar - tirar da posição anatômica normal.
Alavanca Apical Reta 301
Função: Luxação, rompendo as fibras do ligamento periodontal, expandido a cortical óssea.
Remoção do dente do alvéolo do paciente;
: Ponta ativa reta e não tem serrilhado, é lisa.
Alavanca do tipo “Seldin” (bandeirinha)
-
Função: Luxação, rompendo as fibras do ligamento periodontal, expandido a cortical óssea;
Também pode ser utilizada para a remoção de fragmentos radiculares;
: 1R e 1L (direita e esquerda).

Fórceps
Representante principal da exérese;
: Existe um específico para cada grupamento dentário;

150 - extração de incisivos, caninos e pré-molares superiores;


N° 18R - molares superiores do lado direito (parte vestibular tem uma ponta ativa para divi-
dir a raiz mesio-vestibular e disto-vestibular);
N° 18L - molares superiores do lado esquerdo;
151 - incisivos, caninos e pré-molares inferiores;
N°17 - molares inferiores
23 - molares inferiores destruídos com exposição de furca (ponta ativa bem fina) “chifre de
vaca”;
65 - restos radiculares superiores (duas curvaturas na ponta ativa);
69 - restos radiculares inferiores (ponta ativa mais fina e mais longa que o 150).

OBS:Quanto mais apical entrar com o fórceps melhor.


OBS:Geralmente forceps mandibular tem curvatura na ponta ativa.

150 N°18R N°18L 151

N°17 23 65 65
Cureta alveolar tipo “lucas”
Função: Curetagem do alvéolo pós extração;
: Investigar no interior do alvéolo se há algum remanescente de dente (alguma lesão inflama-
tória, cisto);
Parece a colher de dentina.

:
Lima para osso
Função: Osteoplastia ou remodelação óssea;
Ao fazer uma extração ocorre a fratura as tábuas ósseas, e as vezes fica osso desapoiado (espí-

:
culas ósseas). Se suturar e tiver espícula, o paciente vai sentir “uma ponta espetanto”, por isso
deve ser feita a osteoplastia com a lima para osso.
Ponta serrilhada para arredondar e deixar o osso mais plano e sem ponta ativa.

Pinça Goiva
Função: Osteotomia (cortar osso) ou osteoplastia (remodelação óssea).

:
Brocas cirúrgicas esféricas
Função: Osteotomia (todas brocas esféricas em cirurgia servem para osteotomia);
Quanto maior o diâmetro da ponta ativa, mais rápido é o desgaste.

:
Brocas cirúrgicas 702
Função: Odontosecção (cortar o dente) e/ou osteotomia;
Brocas cirúrgicas são carbide
Broca Zekrya (material que é feito) ou aço
Função: Odontosecção. cirúrgico, não existe broca

:
diamantada em cirurgia.
Hemostasia

Pinça hemostática tipo “Halstead” mosquito (curva ou reta)


Função: Hemostasia (prevenção e interrupção de sangramento e hemorragias);
Em exodontia não se encontra vaso sanguíneo no alvéolo, pode ser usada para remoção de
:
fragmentos dentro da boca.
Serrilha em traços paralelos na parte interna da ponta ativa.

Síntese

Porta agulha tipo “Mayo-Hegar”


Função: Apreensão da agulha para sutura;
: Serrilhado na ponta ativa e traço em X.

Pinça anatômica de dissecação


Função: Manipulação tecidual e auxilia na sutura.

Pinça dente de rato


Função: Manipulação tecidual e auxilia na sutura. Apreensão tecidual;
: Tem um dentinho na ponta ativa;
Pinça Dietrich
-
Manipulação tecidual e auxilia na sutura.
Pontinha bem fina e tem uma precisão maior do que das outras duas.

:
Tesoura cirúrgica tipo iris
Função: Cortar o fio de sutura;

Pinça Allis
Função: Apreensão tecidual;
: Pontinha tem vários dentinhos, trava no tecido.

CIRURGIA ORAL
METODIZAÇÃO DA ABORDAGEM, PRINCÍPIOS E CONDUTAS PARA O SUCESSO

Metodização - a maioria das decisões importantes relacionadas a procedimentos de cirurgia oral


e maxilofacial é tomada bem antes do dentista administrar qualquer anestésicos.

4 pilares fundamentais para o sucesso:

Anamnese
Perguntas chaves:
História patológica pregressa?
: Alergias medicamentosas?
Uso de medicamentos regulares?

:
Obser vação
Como se comporta o meu paciente?
Em qual contexto ele se insere?
: Posso confiar no que ele me diz?

Diagnóstico
Qual o problema do meu paciente?
: A cirurgia está indicada?
Preciso de exames adicionais? Quais? (Tomografia, radiografia, de sangue).

:
Plano de tratamento
Posso resolver o problema sozinho? (Precisa de especialista, ambiente hospitalar?)
O meu tratamento atende as expectativas do paciente?
: Qual o melhor momento para minha cirurgia? (Tratamento de orto depois de implante não é
possível)

Preparo do ato cirúrgico (princípios gerais, preparo do paciente, instrumental e equipe cirúrgica)
Sequência de paramentação:
1.Colocação de máscara, gorro e óculos de proteção;
2.Lavagem das mãos;
3.Colocação do avental cirúrgico estéril;
4.Colocação da luva cirúrgica estéril.
Montagem da mesa cirúrgica
1.Posição dos campos cirúrgicos que servirão de barreira de superfície (bancada, mesa cirúrgica,
refletores);
2.O auxiliar deve disponibilizar todo material necessário;
3.A disposição dos instrumentais deve respeitar a ordem de utilização, sempre da esquerda para
direita.

Preparo do paciente
1.Bochecho pré-operatório com clorexidina a 0,12%;
2.Atissepsia da região peri-oral com povidine a 10%, clorexidina alcoólica a 2% ou degermante;

Técnica cirúrgica - Anestesiologia

Técnica de injeção minimamente traumática:


1.Aplicar anestésico tópico (benzocaína 20%);
2.Manter a seringa fora da linha de visão do paciente;
3.Manter um apoio firme para a mão;
4.Tencionar o tecido;
5.Introduzir a agulha na mucosa com bisel orientado para o osso;
6.Verificar o refluxo;
7.Injetar lentamente a solução anestésica (aproximadamente 1minuto por tubete).

Necessidades básicas para a cirurgia


Boa visibilidade;
Acesso cirúrgico apropriado;
: Boa iluminação;
Campo cirúrgico livre de fluidos;

:
Tempos fundamentais da cirurgia
1. Diérese - momento de acesso cirúrgico, separação de tecidos.
2. Hemostasia - controle do sangramento (ex: pinçamento de vasos sangrantes com pinças
hemostáticas, compreensão com gaze);
3. Exérese - remoção total ou parcial de um tecido/órgão (objetivo da cirurgia);
4. Síntese - reorganização dos tecidos (ex: sutura).

OBS:A mesa cirúrgica tem relação direta com os tempos fundamentais da cirurgia.
Diérese
Tempo que mais oferece manobras. Exemplo:
Punção;
Divulsão (separação gradual de fibras elásticas com hemostaticas e tesoura de metzembaum);
: Dilatação (separação gradual de tecido por força);
Curetagem;
: Incisão;
Descolamento;
: Retalho cirúrgico (incisão + descolamento).

Os retalhos são realizados para oferecer acesso cirúrgico a uma área ou mover
tecidos de um local para o outro.
Princípios de uma incisão ideal
Corte firme e contínuo (melhora o pós operatório, menos dor, menos edema).

:
OBS:Incisão deve ser feita sempre do fundo de vestíbulo em direção ao dente por segurança. Se
está fazendo a incisão e sem querer faz um movimento mais brusco, a lâmina não corta o esmal
te, enquanto se estiver fazendo a incisão ao contrário qualquer escapada que der pode causar uma
dilaceração tecidual importante.

Laminas descartáveis;
Apoiada sobre tecido sadio;
: Perpendicular ao tecido;
Respeito as estruturas nobres;

:
Qual tamanho ideal de um incisão?
Conhecendo as estruturas nobres minimamente e tendo bom senso (aguçando o sentido de pal-
pação, de investigação).
Não se pode determinar um tamanho padrão de incisão pois são paciente diferentes, com tama-

:
nhos diferentes.

A dilaceração de retalho é complicação causada pelo cirurgião inexperiente que tenta realizar um
procedimento usando um retalho com acesso insuficiente.
Muitos cirurgiões tendem a usar pequenas incisões. Uma grande incisão cicatriza tão rápido

:
quanto uma pequena.

OBS:Incisões de diferentes tamanhos porém de mesma profundidade cicatrização no mesmo


tempo.

Retalho em envelope
Incisão interpapilar/intrasulcular;

OBS:Com o descolador levanta o tecido, rebate as papilas, encaixa o afastador de maneira que
seja possível visualizar a região óssea, sendo muitas vezes suficiente para conseguir encaixar o
fórceps ou para a broca trabalhar.

Retalho triangular ou em “L”


Incisão parapapilar (ao lado da papila)
: Divergente para o fundo de vestíbulo (para que a base seja maior que a área livre/cervical, "abrin
do para o fundo)com o intuito de nutrição vascular, prevenção de necrose de tecidos.
Incisão relaxante vertical (permite um compartimento mais amplo)
Relaxa o retalho, da mais mobilidade ao retalho.
: Nunca será feita no zénite gengival (ponto mais apical do contorno da gengiva de cada dente)
e nunca no meio da papila (pois deixa a papila bífida, sendo muito difícil de suturar, podendo
gerar blackspace).

OBS:Toda vez que tem incisão relaxante vertical a sutura inicial deve ser dada no vértice da
incisão relaxante, depois meio da incisão, depois o meio e depois papilas.

OBS:Toda vez que tem incisão relaxante vertical, a síntese de tecidos deve contemplar
primeiramente a região do vértice da incisão relaxante, pois se fizer isso no aleatório, na região
mais cervical pode não conseguir assentar o tecido no formato correto. Pode gerar um defeito
estético no assentamento tecido.
Retalho Trapezoidal
Duas incisões relaxantes verticais associada a uma interpapilar/intrasulcular (envelope);

:
Retalho semilunar
Não contempla grandes regiões de exploração;
Ótima para áreas circunscritas;
: Vantagem: não precisa mexer na papila do paciente.

Incisão linear
Pode ser feita em qualquer região da maxila e mandíbula respeitando áreas nobres;
: Mais usadas na maxila;
Muito usada em cirurgias ortognáticas;

:
Acesso de caldwell-luc
Acesso linear na fossa canina faz com que caia na parede anterior do seio maxilar;
Acesso a região da parede anterior do seio maxilar;
: Faz esse acesso para exploração do seio maxilar, pois muitas vezes implantes, dentes, broca,
agulha, guta-percha são deslocados para essa região;
Faz o acesso na parede anterior para uma melhor visualização do seio;
: Acesso exploratório para a remoção de qualquer conteúdo, detrito, dente deve ser feito na parede
anterior do seio maxilar.
PRINCÍPIOS DE EXODONTIA SIMPLES
Introdução
Se resumem a:
Extração dentária: princípios de cirurgia e mecânica física elementar;
Pré-operatório:
-
Planejamento - envolve autonomia cirúrgica;
Entendimento do caso do paciente (exame clinico, anamnese, exames complementares como,
:
radiografia, hemograma, coagulograma);
Exame minucioso do estado clinico do paciente;
Avaliar e determinar o grau de dificuldade de remoção do dente.

:
Um dente erupcionado pode ser extraído de duas maneiras:
Fechadas (simples);
Abertas (cirúrgica ou à retalho)
Mista (começa fechada e no meio do procedimento precisa ser aberto).

Requisitos fundamentais:
Acesso e visualização adequados;
Via sem impedimento para remoção do dente;
: Uso de força controlada (técnica associada a força).

Anestesia
Cirurgia está intimamente ligada a anestesia;
: Anestesia deve ser profunda e duradoura;
Mais seguro fazer um bloqueio troncular.
: Anestesia profundo - conhecimento da inervação de todos os dentes e precisão da técnica.
Não anestesia fibras proprioceptivas, atua apenas em fibras nociceptivas, ou seja, paciente não

:
sente dor mas sente pressão (dor aguda x pressão intensa).

Controle de ansiedade
Explicação realista e abordagem empática;
Uso de auxilio farmacológico: oral, óxido nitroso, sedação intravenosa.

:
Indicações para extração dentária
Necrose pulpar (não havendo mais alternativas endodônticas);
Doença periodontal severa (grandes perdas ósseas);
: Razões ortodônticas (falta de espaço);
Dentes mal posicionados (que não tenham possibilidades de serem aproveitados. Ex:

:
pericoronarite);

OBS:Pericoronarite - inflamação do capuz gengival, gengiva que cobre parcialmente a coroa


de um dente que acaba inflamando devido a maior dificuldade de higienização. Muito comum
nos sisos.

Dentes fraturados;
Extrações pré-protéticas;
: Dentes impactados e inclusos;
OBS:Impactado - Quando algo impede a saída do dente, pode estar coberto por osso em toda a
extensão do dente ou o dente vizinho;
Incluso - coberto apenas por gengiva (submucoso).

-
Dentes supranumerários (dentes a mais);
Dentes associados a lesões patológicas (ex: cisto, lesão tumoral);
: Terapia pré-radiação (radioterapia, quimioterapia). Evitar complicações de osteoradionecrose
pós-operatória (fazer a extração antes que o paciente inicie a terapia);
Dentes envolvidos em fraturas dos maxilares;
: Motivos econômicos (paciente não consegue arcar com o custo do tratamento).

Contra-indicação para extração dentária


Se dividem em:

Sistêmicas - capacidade de suportar o procedimento cirúrgico está comprometida (pacientes


descompensados).

Locais:
Radiação terapêutica para câncer (cabeça e pescoço);
: Dentes na área de um tumor maligno;
Processos de infecção;
: Dificuldade de abertura de boca (trismo - inflamação nos músculos da mastigação);
Anestesia local de difícil alcance (polpa é mais difícil de anestesiar, ainda mais se tiver
:
inflamada);
Pericoronarite grave/aguda: Estado inflamatório de caráter infeccioso ou não, envolvendo tecido
mole que recobre parcialmente a coroa de um dente.
Sintomas:
Dor;
Inchaço da gengiva no local acometido;
Linfadenomegalia cervical (íngua, linfonodos infartados);
Presença de um gosto na boca, que pode ser causado pelo vazamento de pus de gengiva na
cavidade oral.

OBS:Nem todo local inflamado está infectado, mas todo local infectado está inflamado.

Avaliação clinica dos dentes para extração

Acesso ao dente:
Amplitude de abertura de boca (trismo, infecção).

:
OBS:Dentes da maxila, o paciente pode abrir menos a boca, ficar com ela semi-fechada,
facilitando o cirurgião estender/puxar a mucosa julgal. Na mandíla é necessário que o paciente
tenha uma hiperextensão de abertura bucal, abrir o máximo que ele conseguir.

Localização e posição dos dentes: apinhamento e dentem mal posicionados (girovertido).

OBS:Dificulta que encaixe o fórceps, pega dente vizinho, não permite o encaixe
adequado.
Mobilidade do dente:
Quando aumentada:
Doença periodontal grave (exodontias simples e difícil manejo dos tecidos moles, pois são tecidos

:
moles friáveis, inflamados, sangrantes ).

Quando abaixo do normal:


Hipercementose (acumulo anormal de cemento). Pode acometer 1:27.
Anquilose (dente sem ligamento periodontal, não tem separação do cemento e osso alveolar).

:
Condições da coroa:
Presença de cáries ou restaurações extensas;
Grande acúmulo de cálculos;
: Dentes adjacentes: presença de dentes com grandes restaurações.

Exame radiográfico do dente a ser extraído

Condição das radiografias:


Atuais, exames com mais de 6 meses/um ano devem ser refeitos;
: Apropriados e posicionados de maneira adequeada;
Mostrar porções de coroa e raiz;
: Sem distorções, devidamente relevados;

Configuração das raizes:


Número de raízes;
: Curvatura das raízes;
Grau de divergência das raízes (quanto mais divergentes mais difícil a extração);
: Forma cônica e curta;
Longas e curvas;
: Cárie no interior das raízes (provavelmente ocorre fratura quando for extraído);
Reabsorção radicular;
: Tratamento endodôntico (se torna mais difícil a extração).

Condição do osso circunjacente:


Densidade do osso e presença de patologias apicais;
: Aspecto ósseo mais radiolúcido (pode ser indicativo de lesão inflamatória, periapical)
Aspecto radiopaco (pode ser indicativo de odontoma composto ou complexo).

:
Posição da cadeira
Maxila:
Posição reclinada aproximadamente 60°;
Boca ao nível do cotovelo.

:
Mandíbula:
Plano oclusal inferior paralelo ao solo, posição
mais baixa do que para a maxila.
Princípios mecânicos

Alavanca:
-
Divididas em: haste, cabo e lâmina.
Empunhadura: digito-palmar e dedo indicador sobre a haste (indicador não deixa perfurar uma
:
região próxima caso escape).
Movimentos: alavanca, cunha e roda e eixo.

OBS:Primeiro faz o movimento de cunha, depois roda e eixo e por último alavanca. (Pode
começar com outro movimento, mas essa ordem faz mais sentido)

Alavanca:
Transmitir uma força pequena se transforma em grande movimento.
: Fulcro (ponto de força da alavanca). Alavanca estabilizada em um ponto de fulcro que vai ser
executado o movimento e o dente será jogado para fora do alvéolo.
Pode ser aplicada em todos os dentes.
: Alavanca sempre deve estar posicionada perpendicular ao longo eixo do dente que será extraído.
Ponto de apoio da ponta da alavanca: geralmente na face mesiovestibular da base óssea (entre

:
dente e osso alveolar) dos dentes que serão extraídos (entra com a ponta da alavanca
subgengivalmente em direção ao osso alveolar)
Parte inferior da lâmina se apoia no osso alveolar (sadio);
Parte superior vai de encontro ao dente a ser extraído;
: Força apical na mesial e distal;
Evitar apoio no dente adjacente, por vestibular ou lingual.

: Cunha: para expandir a cortical óssea (espaço entre o osso e o dente).


Expandir o osso e forçar o dente para fora do alvéolo, ponta ativa do instrumento toma o lugar
do dente no interior do alvéolo. Alavanca deve estar paralela ao longo eixo durante esse
movimento.

Roda e eixo ou serrilho: cabo funciona como o eixo e a ponta como roda, elevando o dente do
alvéolo com movimento de rotação (semi-giro). Ex: seldin.
Princípios para o uso do fórceps
-
Dividido em: Ponta ativa, articulação e cabo.
Objetivo: expansão do alvéolo com a ponta ativa em forma de cunha e rompimento das fibras
:
apicais do ligamento periodontal.
Posição correta (mais apical possível) evita fratura radicular e coronária, e aplica maior eficá-
cia na expansão alveolar (transfere o ponto de fulcro mais apical).

Movimento: pressão apical, força vestibular, pressão palatina ou lingual,

:
pressão rotacional e força de tração.

Pressão Apical:
Primeiro movimento pressão apical (encaixar as pontas do fórceps o mais
apical possível, expan dindo o alvéolo/cortical óssea)
Inserção da ponta ativa dentro do espaço do ligamento periodontal visando a
:
expansão das corticais ósseas;
Centro de rotação do dente (fulcro) é deslocado apicalmente.

Força Vestibular:
Expansão da cortical vestibular (ao tracionar o dente para a vestibular,
:
consequentemente inclinando o ápice para a lingual);
Gera pressão apical no ápice lingual.

OBS:Tábua óssea na palatina da maxila é mais grossa, logo ao pegar um dente na maxila,
consegue remover mais fácil forçando para vestibular.

Pressão Palatina ou Lingual:


Expansão da crista óssea lingual;
: Impede pressões excessivas no osso apical vestibular.

Pressão Rotacional:
Rotacionar o fórceps expandindo as paredes do alvéolo;
: Expansão interna do alvéolo;
Ideais para raízes cônicas ou dentes unirradiculares;
: Evitar esse movimento em dentes com múltiplas raízes
(possivelmente vai fraturar).

OBS: Dentes com múltiplas raizes pode fraturar.


Força de Tração:
Liberar o dente do alvéolo;
: Limitada para etapa final, suave (precisa que o dente já esteja luxado);
Força pequena.

: Durante todos os movimentos com o fórceps continua fazendo o movimento de


pressão apical. Associa essa pressão apical com todos os movimentos.

Princípios para o uso do fórceps:


Combinação das forças vestibulo-linguais;
Pressão firme e controlada com movimentos lentos;
: Maior força no sentido da cortical mais delgada:
Arcada superior: cortical vestibular;
Arcada inferior: cortical vestibular da linha média aos pré-molares, cortical lingual dos
molares.

OBS: O dente não deve ser avulsionado até que o osso esteja totalmente expandido e as fibras
ligamentares rompidas.

Técnicas específicas para extração dentária

Dentes superiores:

Incisivos e Caninos
Fórceps 150
: Movimentos: Pressão Apical; Força Vestibular; Pressão Palatina e Movimento Rotacional.

OBS:A raiz d central é fácil de rotacionar (não tem angulação, geralmente está reta);
Incisivo lateral superior tem uma curvatura disto-palatina no terço apical, se não tomar cuidado
com a rotação tem chance fratura de ápice.

Primeiro Pré-molar Superior


Fórceps 150
: Movimentos: Pressão Apical, Força Vestibular; Pressão Palatina. Não faz rotação por ser um
dente com duas raízes.
Segundo Pré-molar Superior
Fórceps 150
: Movimentos: Pressão Apical, Força Vestibular, Pressão Palatina e Força de Tração.

Molares superiores
Fórceps 18R
: Fórceps 18L
Movimentos: Pressão Apical, Força Vestibular, Pressão Palatina e Força de Tração.

:
Dentes inferiores:

Incisivos e Caninos
Fórceps 151

Pré-molares Inferiores
Fórceps 151

:
OBS:Raiz fácil de ser rotacionada, sendo a rotação um ótimo movimento para a extração de pré-
molares inferiores.

Molares
Fórceps 17

OBS: Difícil de luxar molares (com fórceps ou alavanca) pois são dentes volumosos.
OBS: Pressão lingual será mais forte do que a força vestibular, por causa da resistên-
cia da cortical óssea.
Molares (dentes com coroa destruída e exposição de furca)
-
Fórceps 23

Cuidados com o alvéolo


Irrigação com soro fisiológico 0,9%;
: O alvéolo será debridado somente se houver lesão periapical ou detritos;
Curetagem delicada;
: Cuidado com presença de espículas ósseas (usar a lima para osso ou pinça goiva para
regularizar o osso e corrigir as espículas ósseas).

Sutura
Para controle da hemorragia, uma gaze úmida deve ser colocada sobre o alvéolo (e retirar antes
:
do paciente ser liberado) .
Principal função da sutura é manutenção do coágulo sanguíneo no interior do alvéolo.

Cuidados pós-operatório
Medicação: analgésico, anti-inflamatórios, colutório (enxaguante bucal), e em casos
:
específicos, antibioticoterapia.
Instruções/orientações pós operatórias por escrito.

Procedimentos para extração dentária


Mesa cirúrgica montada;
: Paciente posicionado;
Cirurgião, auxiliar e paciente paramentados;
: Anestesia;
Liberação dos tecidos moles que se inserem no dente (sindesmotomia);
: Luxação do dente com uma alavanca;
Adaptação do fórceps ao dente;
: Luxação do dente com fórceps;
Remoção do dente do alvéolo;
: Cuidados com alvéolo;
Sutura.

: BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de
riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento, tecnologia e
prestação de serviços visando à saúde do homem, dos animais e a preservação do meio ambiente.

Biossegurança é saúde. Amor ao trabalho seguro é a essência da biossegurança.

:
Conceitos importantes

Contaminação direta : Transferência rápida do agente etiológico, sem a interferência


de veículos. Ex: aerossóis, olhos.
Contaminação indireta: contaminação entre profissional e paciente ou entre pacientes através

:
de instrumentais ou superfícies.

Antissepsia: controle de infecção a partir do uso de substâncias microbiocidas ou microbios-


táticas de uso em pele ou mucosa (não se faz antissepsia de superfícies inanimadas). Ex: iodo
povidine, clorexidida 2% (clorexidina degermante), solução alcoólica de clorexidica 0,5%,
clorexidina oral.

Assepsia: Controle a partir do uso de substância microbiocidas ou microbiostáticas de uso em

:
superfícies, equipamentos e instrumentos.

Artigos críticos: Penetram através da pele ou mucosas adjacentes. Estão nesta categoria:
agulha, lâmina de bisturi, sonda exploradora, sondas periodontais, materiais cirúrgico e outros.
Exigem esterilização ou uso único.

Artigos semi-críticos: Entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras,

:
como condensadores de amálgama, espátulas de inserção de resinas, alicates de uso ortodôntico,
etc. Exigem desinfecção de alta atividade biocida ou esterilização (sempre que for possível).

Artigos não-críticos: Entram em contato com a pele íntegra. Requerem limpeza ou desinfecção
de baixo ou médio nível.
-
Artigos descartáveis: São aqueles que, após o uso, perdem suas características originais.

OBS: Devem ser descartados no descarpack: lâminas, fios de sutura, agulhas gengivais.
Barreiras: Meio físico utilizado para impedir ou dificultar o carreamento de agentes patogêni-

:
cos de um indivíduo para outro. Ex: Campo (de gramatura mais altas).

Descontaminação: Desinfecção ou esterilização terminal de objetos e superfícies contaminadas


de forma a torná-los seguros para manipulação. Ex: lavagem em água corrente, banho em algum
agente.

Desinfecção: processo físico ou químico, que destrói microrganismos presentes em objetos

:
inanimados, mas não necessariamente os esporo bacterianos. Ex: álcool 70%., ácido peracético.

Esterilização: É o processo físico ou químico, através do qual são destruídas todas as formas
microbianas, inclusive os esporos bacterianos. Ex: autoclave.
EPI (equipamento de proteção individual): São eles óculos, máscara, luvas, gorros, avental,

:
óculos para luz laser, calçado fechado, jaleco, avental plumbífero, face shield.

OBS:Mão de prece - profissional após paramentado deve manter a postura com


as mãos entrelaçada em posição de prece, não podendo colocar as mãos abaixo
da linha da cintura, que é considerada uma região contaminada, para evitar
contaminação das luvas.

Limpeza: É o processo pelo qual são removidos materiais estranhos (matéria orgânica, sujidade)
de superfícies e objetos. Normalmente é realizada através da aplicação de água e sabão ou de deter
gente e ação mecânica.

Antissepsia na cirurgia odontológica: conjunto de ações que devem ser executadas como um
ritual, independentemente de quem seja o paciente, já que não seria ético nem suficiente
submeter todos pacientes a exames.

1. Lavagem das mãos;


2. Uso de barreiras;
3. Manipulação e destino de materiais contaminados;

Sequência de paramentação:
1. Colocação de máscara, gorro e óculos;
2. Lavagem das mãos;
3. Colocação do avental cirúrgico estéril;
4. Colocação da luva cirúrgica estéril

Montagem da mesa cirúrgica:


1. Aposição dos campos cirúrgicos que servirão de barreira de superfície (bancada, mesa
cirúrgica, refletores);
2. Auxiliar deve disponibilizar todo o material necessário;
3. A disposição dos instrumentais deve respeitar a ordem de utilização, sempre da esquerda pra
direita;
Preparo do paciente:
1. Bochecho pré-operatório com clorexidina a 0,12%;
2. Antissepsia da região peri-oral com gaze e algum agente antimicrobiado de maneira centri-
fuga. Ex: Povidine a 10%, clorexidina alcoólica a 2% ou degermante;

O que fazer em caso de acidente perfuro-cortante?


1. Proceder à descontaminação do sítio exposto, limpando a ferida com água e sabão ou irrigando
as membranas mucosas com água limpa.
2. Solicitar sorologia de HIV e hepatites virais do acidentado e sorologia de HIV do paciente-
fonte. Prescrever: AZT (zidovudina) 100mg )2cps. VO 12/12h e Epivir (lamivudina) 150mg
01cp. VO 12/12h.

OBS:O uso do AZT como profilaxia, imediatamente após o acidente, reduz em até 81% o risco
de soroconversão pós-exposição. O uso combinado dos demais anti-retrovirais (ARV) visa
ampliar a proteção para o profissional acidentado.

COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA ORAL


Regras de anestesia local:
Dose segura (1 tubete a cada 10kg;
: Aspiração prévia (refluxo - verificar se a agulha está dentro de um vaso);
Injeção lenta (1 tubete por minuto).

:
Definição
Acidente:
Algo que não era previsto inicialmente na cirurgia;
Acontecimento fortuito, infeliz, casual, que pode resultar em prejuízo, dano ou avaria.
: Ex: Perfura o paciente com algo, fratura de agulha, sangramento excessivo, reação alérgica,
infecção pós operatória.

Complicação:
Algo que pode ser esperado na cirurgia;
: Obstáculo, dificuldade ou embaraço.
Ex: edema, dor.

:
Planejamento:
Ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir
um referencial futuro, o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o acoplamento se
destina. Sendo, portanto, o lado racional da ação.

Principais causas de complicação em exodontia:


1. Pré-operatório inadequado (anamnese, instrumental);
2. Diagnóstico incorreto;
3. Falta de planejamento;
4. Mau uso de instrumentais;
5. Aplicação de força excessiva;
6. Falta de visualização do campo operatório;
7. Despreparo do profissional.
Cuidados preventivos:
Apenas realizar procedimentos onde se tenha habilidades e conhecimentos necessários;
: Manuseio pré-operatório adequado do paciente
Plano cirúrgico detalhado (quais instrumentais usar, qual técnica fazer);
Controlar a ansiedade do paciente;
Instruções pré e pós operatório.
Exames radiográficos (terceiros molares deve ser feito panorâmica, demais dentes pode ser
:
periapical, porém se for remarcar o paciente fazer uma panorâmica)
Avaliação pré-operatória rigorosa:
Anamnese;
Exame clínico;
Exames complementares (Exames tomográficos - para ver o canal mandibular).
Instrumentais adequados (afastar, anestesiar, incisar, descolar, luxar, extrair, remoção de
:
osso, curetagem, lima pra osso, sutura) - montagem da mesa por ordem de utilizar.
Seguir princípios cirúrgicos básicos;
Iluminação adequada;
: Afastamento dos tecidos moles (lábios, bochecha, língua e retalho);
Sucção adequada;
: Dentes a serem extraídos devem ter via de acesso desimpedida (mais para dentes inclusos, para
avaliar a necessidade de osteotomia e de odontosecção);
Controlar a força para extração do dente (pode fraturar o próprio dente, mandíbula,
:
tuberosidade, dente adjacente);
Seguir princípios de assepsia, antissepsia, manuseio atraumático dos tecidos, hemostasia e
limpeza da ferida após o procedimento cirúrgico.

OBS:Paciente não pode sair da clinica sem prescrição pós operatória (analgésico e clorexidina)
e orientação pós operatória.

Fatores complicadores:
Raízes com curvaturas;
: Anquilose dentária (ausência de ligamento periodontal);
Extremos de idade (além de comorbidade em pacientes idosos, e a ansiedade e comportamento
:
de jovens);
Proximidade com o canal mandibular, seio maxilar (complica a cirurgia);
Limitação da abertura bucal;
: Comprometimento sistêmico;

OBS:A dor após a cirurgia atinge sua máxima intensidade 12 horas, tendo seu início logo
após o término do efeito anestésico local. Por isso se prescreve analgésico pós cirurgia durante
48h em caso de dor.

Controle da dor: Dor, edema e trismo são esperados após o ato


Dipirona monohidratada (primeira escolha); da cirurgia oral e apesar de transitórias são
: Paracetamol; fontes de ansiedade para o paciente.
Cetorolaco trometamol (deosil);
: Dipirona + cafeína;
Ibuprofeno;
: Dipirona + Cloridrato de adifenina + Cloridrato de prometazina.
Principais acidentes em cirurgia oral:
-
Trismo;
Lesões em tecidos moles;
: Lesões de dentes adjacentes;
Complicações com um dente durante sua extração (ex: fratura de coroa);
: Lesões a estruturas ósseas (ex: fratura de mandíbula, fratura de tuberosidade);
Comunicação bucosinusal (primeiro e segundo molar superior são os mais próximos);
: Sangramento trans e pós operatório;
Fratura de agulha;
: Lesões a estruturas adjacentes;
Infecção.

:
Trismo: Resultado da inflamação dos músculos da mastigação, e pode ter origem na
disseminação do processo inflamatório ou mesmo nas múltiplas injeções de anestésico local nos
músculos, sendo a sua resolução gradativa e espontânea na maioria dos casos.

OBS: As vezes ao remover o ponto e no mesmo dia o paciente sente uma melhora. O trismo pode
estar sendo causado pela inflamação local gerada pelo ponto.

Lesões em tecidos moles:


Laceração do retalho mucoso (boa visualização do campo operatório, fazer um retalho de acordo
com o dente que será extraído);
Perfuração tecidual pelos instrumentos (alavanca, ponta do molt);
: Perfuração tecidual pela broca;
Abrasão ou esgarçamento (geralmente no terceiro molar superior).

:
Lesões em elementos dentários adjacentes:
Inadequada utilização do fórceps ou alavanca;
Cáries extensas;
:Curvaturas radiculares;
Força excessiva.

:
Complicações com um dente durante sua extração:
Fratura da raiz

OBS: Todo dente que for extraído e fraturar a raíz, deve-se remover a raiz fraturada. No caso de
terceiro molar, se for observado que o dente está próximo ao seio maxilar ou ao nervo mandibular
e fraturou uma raiz de 3 a 4mm, pode deixar a raiz estando livre de infecção, não pode estar
luxada, etc.

Deslocamento de dente ou raiz para o seio maxilar (se tentar extrair o dente pode acabar deslo-
cando para dentro do seio maxilar).

OBS:Relação dos ápices dentários com o seio maxilar - 2˚ molar, 1˚molar e 3˚ molar.
OBS:Prevenção é através da odontossecção utilizando uma broca. Fazendo uma odon-
tossecção mésio distal (separando as duas raízes vestibulares da palatina) e outra na
vestibular (separando as duas raízes vestibulares). A .odontossecção terá formato de T.
Caso tenha caído no seio maxilar deve ser feito o Acesso de Caldwell Luc para remover o corpo es-
:
tranho de dentro do seio maxilar.
Consiste na osteotomia que visa fazer uma loja na fossa canina da maxila para acessar o seio
maxilar.
Acesso feito na fossa canina para acessar o interior do seio maxilar através de uma loja.

:
OBS:Se o terceiro molar for para dentro do seio maxilar, faz-se o acesso na altura do dente e não
na fossa canina.

Lesões a estruturas ósseas:


Fratura do processo alveolar;
Fratura de tuberosidade maxilar (se após a fratura puxar o dente, sairá toda mucosa envolta
:
junto);
Fratura de mandíbula (incidência é baixa).

Comunicação bucosinusal ou fístula Oroantral


Acesso direto entre o seio maxilar e a cavidade bucal, que frequentemente é realizada

:
acidentalmente durante a extração dentária, quando o ápice do dente apresenta uma íntima
relação com a cavidade sinusal.
Menor que 2mm fecha espontaneamente;
Maior que 3mm requer procedimento cirúrgico.

:
50% terão sinusite após 48h e 90%
terão sinusite após 2 semanas.

OBS: Vários métodos de fechamento de comunicação foram relatados na literatura, como reta-
lhos locais, retalhos a distância e uso de bola de gordura.

Hemorragias trans-operatórias
1. Tamponamento com gaze dentro do alvéola por uns 5/10min (se for sangramento do alveolar
inferior não irá parar);
2. Sutura oclusiva (para manter o coágulo).

Hemostasia trans-operatória
Hemostop (para sangramentos gengivais, a nível de mucosa);
Hemospon (muito utilizado para previnir);
: Cera para osso (em casos de sangramento intraósseo. Ex: Alveolar inferior).
Hemostasia pós-operatória (enquanto o paciente não volta ao consultório)
Repouso;
: Cabeceira elevada;
Morder gaze no local do sangramento;
: Bastante gelo do lado de fora;
Transamin (se for possível). Dose de ataque de até 1g (normalmente pede para tomar 2 compri-

:
midos logo)

Fratura de agulha
Caso o paciente não esteja sentindo dor, é indicado a não retirar a agulha.

Lesões a estruturas adjacentes


Lesões a estruturas nervosas (ex: parestesia);
: Lesões a articulação temporomandibular (caso tenha DTM pode luxar a mandíbula).

OBS:Parestesia - condição localizada de insensibilidade da região inervada pelo nervo em


questão, que ocorre quando se provoca a lesão dos nervos sensitivos (N. alveolar inferior e
lingual). Na maioria das vezes em cirurgia oral é temporário.

Tratamento:
ETNA e Citoneurin (3x ao dia de 30 a 60 dias);
: Laser terapia de baixa intensidade sempre associado a medicação (mais eficaz hoje em dia).

Luxação mandibular
Abertura máxima da boca que resulta em deslocamento do processo condilar para fora da
:
cavidade glenóide, de forma a se posicionar sobre a face anterior da eminência articular.
Côndilo ultrapassa a eminência articular e trava anterior a eminência articular.
Reduzir: Polegar na oclusal dos molares e joga a mandíbula para baixo e para trás.

:
Infecções
Pericoronarite (leve, moderada ou severa);
Alveolite seca ou úmida;
: Deiscência de Feridas;
Abscessos dentário.

:
Pericoronarite
Quando o dente esta parcialmente impactada com grande quantidade de tecido mole
na superfície oclusal e a gengiva está inflamada (por retenção de resíduo ou trauma
do dente superior).
-
Leve - dor local e a área está um pouco traumatizada. Orientar o paciente a usar clorexidina e
pode fazer a cirurgia.
Moderada - paciente reclama de muita dor e a região está muito avermelhada. Nesse caso pode
:
se prescrever anti-inflamatório, analgésico e anti-colutório (clorexidina)
Severa - dor, secreção purulenta, edema em face, mal hálito, pode causar trismo.
Prescrever antibiótico (caso haja secreção purulenta e abscesso), Anti-inflamatório
(hiperemiado), analgésico (dor), clorexidina (para manter a região limpa).
Após a melhora é feita a extração do dente (se remover apenas a mucosa, ela cresce de novo).

Deiscência de ferida
Quando um retalho de tecido mole é suturado sem um adequado osso de sustentação ou
:
um fechamento sobre pressão.
Sutura sem suporte ósseo ou aperta muito o ponto, podendo causa necrose.
Tratamento: anestesia, curetagem e raspagem do osso necrótico, abundante lavagem com

:
soro fisiológico e sutura.

Alveolite seca ou úmida


Ocorre devido a uma extração de um dente, quando não é formado um coágulo ou quando este
se forma, mas depois se desloca ou infeciona.

Alveolite Seca

:
Perda do coágulo, alvéolo vazio com exposição óssea;
Dor intensa a partir do 3˚ ou 4˚ dia no local da cirurgia;
Odor e mau hálito
Tratamento: Anestesia, irrigação com água fenolada aquecida e fazer curativo com
Eugenol e Benzocaína. Não curetar.

Anestesia Úmida
Presença de coágulo com desarranjo, alvéolo com corpos estranhos, não é possível ver osso;
Dor moderada a intensa além do odor e gosto desagradável;
Tratamento: Anestesia, curetagem, preenchimento com sangue e sutura.
Abscessos Dentários
Quadro infeccioso agudo;
iEtiologia: cáries, cistos periapicais infectados e corpo estranho;
Tratamento: remoção da causa da infecção e drenagem cirúrgica.
Fase inicial:

i
Dor localizada;
Hipersensibilidade local;
Mucosa alveolar hiperemiada; Quase evoluiu para uma
Fase de evolução: mediastinite (quando a
Aumento das sintomatologia; infecção desce para o
Trismo; mediastino).
Fase final

i
Regressão dos sintomas;
Ponto de flutuação (área mais amolecida e avermelhada. Local onde deve ser feita a drena-
gem).

CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA
Conceito:
São todos os procedimentos cirúrgicos que tenham por finalidade o favorecimento da
propedêutica/reabilitação protética visando a recuperação funcional e estética do paciente.
A cirurgia pré-protética é um ato cirúrgico com indicação para os pacientes que serão
i
submetidos à reabilitação oral protética.
Em candidatos de reabilitação protética, com o objetivo de aumentar a área de suporte da prótese,
melhorar a retenção e adaptação com o processo alveolar.

Objetivo:
Criar uma adequada estrutura de suporte (tecidos moles e osso alveolar) para subsequente

i
colocação de uma prótese.

Deve ser avaliado em um paciente que precisa de uma reabilitação protética:


(Características ideais para o paciente que necessita de reabilitação protética)
Nenhuma evidência de condições patológicas (Ex: abscesso, ponto de infecção, alveolo em
quadro infeccioso, lesão cística, lesão tumoral, perda óssea;
Espessura e altura desejável (quanto mais espessura e altura, maior a estabilidade e melhor
i
para a reabilitação);
Ausência de espículas ósseas (prótese pode começar a traumatizar caso haja espícula);
Ausência de hiperplasia de tecido mole (muitas vezes causados por traumas repetitivos, próteses
i
mal adaptadas);
Processo alveolar mais espesso possível e em configuração adequada;
Profundidade de vestíbulo adequada;
i Relação maxilomandibular;
Palpação;

i
Avaliação do tecido ósseo (através de exames de imagem):
Radiografia oclusal;
Radiografia panorâmica;
Tomografia computadorizada (tipo cone beam).
OBS:Usado em odontologia para planejamento de implante, terceiros molares, observação de
lesões.

Procedimentos Cirúrgicos

Anormalidades de tecidos ósseos:

Osteoplastias (dividas em vários procedimentos cirúrgicos)


Aveoloplastia simples imediata associada com exodontias;

i Feito um retalho,
descolamento vestibular
expondo a tábua óssea;
Feito a regularização do rebordo
alveolar. Pode ser feito em um
alvéolo ou em vários dependendo
da cirurgia.

Alveoloplastia Intraseptal - é uma variante da alveoloplastia imediata, onde se remove os septos


dentários/ósseos que ficam entre os alvéolos.

OBS:Podem ser feitas de forma manual, com a pinça goiva ou lima pra osso, ou pode ser feita
com o motor com a broca esférica 702 (osteotomia e osteoplastia).

e
Exostose vestibular e irregularidades ósseas

Incisão triangular com o retalho em L ou incisão de newman


(incisão na crista associada a uma incisão relaxante anterior).
Redução da tuberosidade maxilar

Exostose removida com Sutura do tipo


a pinça goiva. continuo festonada.
Torus palatino (exostoses ósseas)
Indicação principal da cirurgia de remoção de torus palatino é pacientes que serão submetidos a
i
reabilitação com prótese total superior ou por questão de estética.
Causa idiopática;
Uma das únicas cirurgias que permite incisões relaxantes no palato (incisão tipo Y ou duplo Y);

i
OBS:Deve tomar cuidado na osteotomia para não tirar osso em excesso e perfurar o palato e criar
uma comunicação buco nasal (muito mais difícil de resolver do que a buco sinusal).

Torus Mandibular
Indicação principal da cirurgia de remoção de torus mandibular é pacientes que serão sub-
metidos a reabilitação com prótese total inferior ou por questão de estética.

Incisão na crista, descolamento dos tecidos moles


linguais, exposição do torus.

Broca em forma de
Osteotomia com a broca de chama para realizar o
alta rotação para deixar o osso acabamento.
regular.

Lima pra osso para garantir que o


osso esteja bem regular e Sutura.
OBS:Não se pode fazer incisão relaxante na face lingual da mandíbula, deve ser feito uma In-
cisão intrasulcular ou envolope sem incisão relaxante.

Adenoma pleomorfico
Lesão patológica tumoral;
Não fica centralizada na linha média do palato;
Lesão vascularizada;
Provavelmente com conteúdo no interior.

Anormalidade do tecido mole:


Hiperplasia fibrosa (hiperplasia fibrosa inflamatória, epúlide fissurada ou épulis
fissurada)
Frenectomia labial
}
i Frenectomia lingual indicadas em casos de reabilitação protética e ortodontia.

Hiperplasia fibrosa
Aumento de tecido devido ao aumento de quantidade de células fibrosas;

i
Frenectomia Labial
Remoção do freio que se interpõem entre os incisivos centrais superiores;
Sequência cirúrgica: Técnica da dupla pinçagem;
Duas pinças hemostáticas (uma fica presa na inserção do freio, na parte do lábio e a
outra na parte do lábio;
Fazer uma incisão por fora da pinça, contornando-as;
Remoção da inserção palatina (quando houver);
Divulsão com a tesoura de metzembaun soltando as fibras da parte mais interna do
lábio e liberação do periósteo para que não haja recidiva;
Sutura;
e
Cirurgia de simples execução, de duração rápida (média de 20 minutos) e com poucas
intercorrências.

Frenectomia Lingual
Indicada para pacientes com anquiloglossia (lingua presa);

i
Teste para saber se tem indicação para cirurgia:
Abrir a boca e encostar a ponta da língua na face palatina dos incisivos e o paciente não
consegue;
Pede para o paciente colocar a língua para fora, porém a língua quase não sai.
Cirurgia simples, dura em média 20 minutos e sangra mais por ser em região
lingual.
OBS:As vezes após o procedimento é necessário que o paciente seja encaminhado para fonoau-
dióloga para que aprenda a pronunciar determinadas palavras.

Sequência cirúrgica:
Reparo com fio de sutura no ápice da língua para evidenciar o freio;

iPinçamento único: 1 pinça hemostática curva, na bissetriz do ângulo


formado pelo freio lingual;
Incisão abaixo da pinça hemostática, contornando-a;
e
Divulsão e liberação tecidual (tesoura metzembaun);
Sutura.

i
OBS:Tomar cuidado com a sutura na parte mais inferior do freio por conta da carúncula da
glândula sublingual (saída do ducto salivar). Caso suture essa região e feche a saída da
carúncula, acaba gerando rânula (remoção é feita através de uma excisão cirúrgica).

Excisão - remoção;
Incisão - corte.

Hiperplasia fibrosa
Aumento de tecido normalmente causada por próteses mal adaptadas que geram traumas
repetitivos;

Excisão cirúrgica do
tecido mole em excesso.
Implantodontia
A especialidade de maior crescente na atualidade;
i Algumas relações anatômicas devem ser observadas:
Pneumatização de seio maxilar;
Rebordos atrésicos;
iProximidades com estruturas nobres (canal mandibular, forame mantual, seio maxilar);
Indicações: Perdas dentárias;

i
OBS:Deve ser feita a manutenção do rebordo pós operatório imediato após exodontias. É feito
enxerto e colocação de uma membrana no local para preservar o alvéolo para recepção de um futuro
implante (regeneração óssea guiada - ROG).

Melhor maneira de preservar o alvéolo após exodontia é através da Regeneração Óssea Guiada
(ROG), que é a reconstrução do rebordo alveolar concomitante ou previamente a instalação de
implantes dentários.

e
O meio mais eficaz de preservar o alvéolo é a instalação do implanteimediato com subsequente
preenchimento do GAP vestibular com enxerto ósseo (biomaterial).

Colocação da membrana que fica


interposta dentro do alvéolo e depois é
retirada na próxima consulta.

Membrana de colágeno reabsorvível


(não precisa ser removida).

Alvéolo não enxertado


Perda de espessura óssea progressiva (50% do tamanho

i
original em 06 a 12 meses após extração);
Osso inadequado para a instalação de implantes;
Necessidade de cirurgia adicional para reconstrução óssea
gerando maior custo ao paciente.
Alvéolo enxertado
Manutenção da espessura óssea ideal;
iOsso suficiente para a instalação de implantes;
O enxerto alveolar é instalado
no mesmo momento da extração dentária.

OBS: Adiar a instalação dos implantes em 3 meses pode resultar em reabsorções tão severas que
só permitem a instalação de implantes de diâmetro reduzido, principalmente na região anterior
da maxila.

Materiais utilizados na regeneração óssea guiada (ROG)

Membranas reabsorvíveis Membrana de colágeno

i
OBS:Membranas podem ser confeccionadas do próprio paciente. Faz uma coleta de sangue
periférico, coloca em uma centrifuga e gera L-PRF (plasma rico em fibrina) que é usada como
membrana.
Substitutos ósseos;

Membranas não-reabsorvíveis

i
(precisa ser removída depois)

PTFE PTFE + titânio

Cirurgia de aumento de rebordo alveolar


Enxertos ósseos;
Bloco/granulados.

OBS:Biomateriais são materiais de preenchimento utilizados essencialmente sob a forma


granulosa para preencher alvéolos de extração, perdas peri-implantares ou usados como
enxerto no seio maxilar.
Levantamento de seio maxilar

OBS: Muitas vezes o seio fica pneumático e é feito


uma cirurgia para levantar o seio maxilar para que
tenha espaço para reabilitação futura.

Faz-se um retalho e depois uma janela na parede do seio, após isso descola/levanta a membrana

i
em que o seio fica envolto, criando um espaço vazio onde é colocado o biomaterial.

Enxerto em bloco autógeno (retirado do próprio paciente)

Removeu-se um bloco do mento e interpôs na região anterior da maxila.

CIRURGIA DE DENTE INCLUSO/IMPACTADO


Avaliação do paciente:
Anamnese;
Saúde e estado geral (história médica);
i Necessidade ou não de tratamento de doença de base (hipertenso, diabético);
Alergias (penicilina, dipirona);
i História de hemorragias: tipo e local do sangramento;
Necessidade de exames laboratoriais (hemograma, coagulograma, glicose, ureia, creatinina,

i
hemoglobina glicada, etc).

Prescrição pré e pós operatório


Controle da ansiedade (Ansiolíticos, óxido nitroso, sedação em centro cirúrgico);
Controle da dor e edema (menor manipulação, gelo, prescrever anti-inflamatório esteroidal no
i
pré operatório para controle de dor e edema no pós);
Controle da infecção.

OBS:Corticoide (anti-inflamatório esteroidal) pode ser utilizado no pré operatório (no mínimo
uma hora antes) para controle de dor e edema no pós operatório. Ex: Dexametazona 4mg - tomar
01 comprimido 01h antes.

OBS:
Analgésico de primeira escolha - dipirona 1mg.
Antibiótico de primeira escolha - amoxicilina 2g.
OBS:Caso ache necessário prescrever antibiótico, pois a higiene do paciente é precária, ou por
outro motivo, pode prescrever por 3/5 dias (profilaxia antibiótica). Ex: 2g de amoxicilina, 500mg
de azitromicina, 600mg de clindamicina.

OBS:A extração de terceiros molares é um dos procedimentos mais comuns em cirurgia bucal.
Dez milhões de dentes são extraídos de, aproximadamente, cinco milhões de indivíduos, todos os
anos nos EUA.

Todo dente incluso tem que ser extraído? não


Todo dente incluso tem indicação para ser extraído? Sim

Definição: Dente Incluso, também denominado dente retido ou impactado por alguns, é um
órgão dentário que, mesmo que completamente desenvolvido, encontra-se no interior do osso,
totalmente rodeado por tecido ósseo e mucosa (intra-ósseo ou submucoso).

Etiologia: Geralmente, a impactação é o resultado de uma obstrução mecânica, que impede a


formação e a migração de um dente ao seu estado normal ou posição fisiológica na arcada.

OBS:Patologia mais comum para que um dente permaneça incluso é o odontoma.


Indicação para extração:
Falta de espaço;
i Posicionamento incorreto;
Prevenção de pericoronarite;
i Prevenção de reabsorção radicular ou cárie;
Indicações protéticas ou ortodônticas;
i Prevenção de cistos e tumores;
Tratamento da Dor de Origem Desconhecida;
i Dente interferindo em cirurgia ortognática (localizado em região de osteotomia sagital).

Estudos dos dentes inclusos


É considerado um dente incluso o elemento que, chegada a sua época normal de erupção, não

i
irrompeu na cavidade oral;
Todo dente incluso deve ser removido, desde que os benefícios sejam maiores que os malefícios;
Quando não removidos devem ser proservados (todo ano deve ser feito uma radiografia);
A remoção precoce reduz a morbidade pós-operatória e permite melhor a cicatrização;
Período ideal para cirurgia, após primeiro terço radicular e antes da formação do segundo terço
(normalmente entre 16 e 18 anos).

OBS:Só extrai terceiros molares com o paciente em tratamento ortodôntico se estiver causando
algum dano ao paciente ou se o ortodontista indicar.
Contra-indicações:
Má condição sistêmica do paciente;
iProximidade com acidentes anatômicos importantes;
Pacientes idosos (extremo de idade) - problema de saúde severo, osso mais calcificado e
menos elástico;
Pacientes muito jovens (extremo de idade) - colaboração do paciente e não há certeza
i
se o dente terá espaço para erupcionar;
Processos infecciosos agudos.
Fatores que complicam uma extração:
Curvatura anormal das raízes (dilaceração da raiz);
i Hipercementose;
Proximidade com o canal mandibular ou seio maxilar;
Grande densidade óssea (idosos);
i Espaço folicular coberto de osso (totalmente dentro do osso e não tem raiz, ao tentar extraí-lo, o
dente começa a rodas na cavidade. O planejamento deve ser: Acesso - decolar o periósteo -
osteotomia - odontosecção no sentido vestibulo-lingual - remover a distal e mesial);
e
Anquilose;
Abertura de boca limitada.

i
OBS:Contraindicar é diferente de complicar a extração.
OBS:Quando o dente está perto do nervo, deve pedir uma tomografia.
Classificação dos dentes inclusos
Classificação de Winter: avalia o posicionamento do terceiro molar em relação ao longo eixo
fisiológico do segundo molar (vertical);
Pode ser: mésio-angular, disto-angular, vertical, línguo-versão/ lingual total, vestíbulo-
e

versão/ vestibulo total, horizontal ou invertido.


Mésio-angular Disto-angular

OBS:
Em relação a classificação de winter o dente inferior mais complexo a ser extraído é o disto-
i
angulado, pois o longo eixo de saída será em direção ao ramo mandibular.
Em relação a classificação de winter o dente superior mais complexo a ser extraído é o mésio-
angulado, pois como há a tuberosidade existe um risco de ser fraturada ao ser realizada força ao
extrair o dente.

Horizontal Vertical (paralelo ao longo eixo fisiológico do segundo molar)

Línguo-versão/ Lingual total ou Invertido


Vestíbulo-versão/ Vestíbulo total (coroa do dente está invertida em relação ao 2º molar)

(coroa voltada para


vestibular ou para a língual,
possível verificar apenas
através da tomografia).
e
Classifcação de Pell e Gregory: avalia posicionamento do elemento no sentido ocluso-apical e
entre a distal do segundo molar e ramo mandibular.
Classificados em posição A, B e C - posicionamento do elemento no sentido ocluso-apical
i
(oclusal do segundo molar é a referência);
Classificados em classe I, II e III - posicionamento do elemento em relação ao ramo mandibular.

A - o plano oclusal do elemento está no B - o plano oclusal do elemento


mesmo nível ou extruído (acima do está entre a oclusal e a cervical
plano oclusal) do segundo molar; do segundo molar;

C - o plano oclusal do elemento


incluso está abaixo da cervical
do segundo molar.

I - posicionamento II - parcialmente dentro do ramo III - completamente dentro


completamente fora do mandibular (ramo mandibular do ramo mandibular.
ramo mandibular; está no meio da coroa);

OBS:O dente mais difícil de ser extraído de acordo com a classificação de pell e gregory é posição
A classe III.
TÉCNICA CIRÚRGICA

5 passos básicos:
Exposição da área do dente impactado (incisão, descolamento);
i Avaliar a necessidade de remoção óssea suficiente (osteotomia/ostectomia);
Avaliar a necessidade de odontossecção;
Remoção do dente;
i Limpeza do alvéolo (irrigar com soro estéril) e sutura.

OBS:A osteotomia nunca vai até a lingual e a odontossecção nunca vai até o fundo do dente e
nem até a região lingual.

OBS:Feito isso tudo, não terá problema com infecção.


Acesso Cirúrgico
A incisão do terceiro molar inferior sempre é levemente voltada para vestibular em cima de osso
i
(incisão contra lateral);
Fazer uma incisão magistral até o sulco principal do segundo molar e depois contornar o
segundo molar com uma incisão intrasulcular;

OBS:Quando chega na região do trígono retromolar a mandíbula diverge, beirando a região


lingual há o N. Lingual e Artéria Lingual, logo, se for feita uma incisão voltada para a
lingual (reta acompanhando o sulco principal), pode causar parestesia e hemorragia.

Em região de
palato ou lingual,
não é feita incisão
relaxante, apenas
intrasulcular.
Depois de feita a incisão, deve-se rebater o retalho (expor o dente);

iAvaliar necessidade de osteotomia;


A osteotomia não deve chegar até a lingual e nem até a região de furca (passa o N. Alveolar
Inferior);

Avaliar a necessidade de odontossecção;

:
A odontossecção é sempre no sentido de pendulo no sentido vestibulo lingual;

OBS:
Em um dente horizontal é seccionado na cervical;
Em um dente disto angulado é seccionado na cúspide distal;
Em um dente mésio angulado é seccionado na cúspide mesial;

Limpeza do alvéolo (irrigar, remover resíduo de osso, remover resíduo de dente);


Sutura (não pode suturar com sangramento ativo, caso tenha sangramento ativo deve colocar
uma gaze no fundo do alvéolo e esperar de 5 a 10min, umedecer a gaze e retirará-la)
Orientações Pós-operatórias

Morder a compressa de gaze por cerca de 20 minutos;


i Não colocar o dedo, nem mexer na região operada e não falar muito;
Ao deitar, manter a cabeça um pouco mais alta (usar dois travesseiros). Evitar deitar sobre o
lado operado;
Evitar exercícios físicos de 3 a 7 dias;
: Não fumar;
Não consumir bebidas alcoólicas por 7 dias;
: Não ficar exposto ao sol ou em locais fechados muito quentes nas primeiras 48h;
Escovar os dentes normalmente, evitando a região operada;
: Não fazer bochechos por 48h;
Aplicar compressas geladas por 10 a 15 minutos para diminuir o edema;
: Em casos de hemorragia (sangramento excessivo), comunicar o dentista imediatamente;
Tomar medicação prescrita pelo dentista;
: Retornar ao dentista na data marcada para avaliação pós operatória e retirada das suturas;
Alimentação: líquida ou pastosa, fria ou gelada nas primeiras 48h (sorvete, gelatina, pudim,
iogurte, açaí na tigela), pastosa, morna depois de 48h (purê morno, macarrão, sopa não muito
quente).

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