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2.

O USO DE VASOCONSTRITORES EM ODONTOLOGIA

Vasoconstritores
São drogas que contraem os vasos sanguíneos, controlando a perfusão
tecidual.
São adicionados aos anestésicos locais basicamente para equilibrar as
ações vasodilatadores deste.

a) Reduzir o fluxo sanguíneo para o local da injeção


b) Lentificar a absorção de anestésico para corrente sanguínea,
reduzindo os níveis sanguíneos da solução anestésica.
c) Reduzir o risco de sobredosagem do anestésico
d) Aumentam a duração de ação dos anestésicos
e) Reduzem sangramento local

Duração do Efeito Anestésico Local em Odontologia


“A potência de um anestésico local não é alterada pela associação de
um vasoconstritor.”

Vasoconstritores + utilizados:
Epinefrina
Norepinefrina
Lefonodornefrina
Felinefrina
Felipressina

Ação dos vasoconstritores adrenérgicos é semelhante à ação dos


mediadores do SNS (epinefrina e norepinefrina).

Vasoconstritores Adrenérgicos
 Mecanismos de Ação
São drogas de ação direta sobre os receptores adrenérgicos.
ɑ (Alfa): produz resposta de contração no músculo liso dos
vasos sanguíneos. ↑ P. A.
ɞ (Beta): produz relaxamento do músculo liso
(vasodilatação, broncodilatação, e estimulação cardíaca: ↑ F. C. e
↑ da força de contração do coração).
ɞ1 = coração (estimulação cardíada)
ɞ2 = leitos vasculares, brônquios e útero.
Inicialmente, o vasoconstritor tem ação sobre ɑ, mas depois tem uma
ação prolongada sobre ɞ, resultando em sangramento rebote.
Diluição: 1: 50.000
1: 80.000
1: 100.000 (segura)
1: 200.000 (segura para hipertensos)

Simpatomiméticos de Ação Direta – Agonistas –


ɑ1 ɑ2 ɞ1 ɞ2
Epinefrina
Norepinefrina ______________
Dobutamina
Fenilefrina ______________________________
Clonidina
Brimodina
Nafazolina

“De acordo com o estado de saúde do paciente e do controle da condição


clínica dele, os vasoconstritores podem ser aplicados em pequenas
quantidades, lentamente e com sucessivas aspirações.”

 Em pacientes cardiopatas
Extremo cuidado para evitar a injeção intravascular
Deve ser usada a menor quantidade possível de vasoconstritor
Epinefrina
Droga de referência
Mais segura
Atua diretamente sobre os receptores ɑ e ɞ adrenérgicos, predominando
os efeitos ɞ.

 Ações sistêmicas da Epinefrina:


↑ Pressão Sistólica e Diastólica
↑ Débito cardíaco
↑ Volume sistólico
↑ F. C.
↑ Força de contração
↑ Consumo de oxigênio pelo miocárdio
Vasoconstrição periférica
Broncodilatação
Estimulação do SCS (em doses elevadas)

P/ ataque anafilático: 1: 1.000

Tempo de Ação vasoconstritora: máximo de 30 minutos (depois disso tem o


efeito rebote).

 Efeitos Colaterais (sobre os vasos) e Sobredosagem:


Ansiedade | Tensão | Tremor | Agitação | Cefaleia pulsátil | Fraqueza |
Tontura | Palidez | Dificuldade respiratória

 Doses máximas permitidas


Deve ser empregada sempre a solução menos concentradas que
produza controle eficaz do tempo de anestesia e do sangramento.

Pacientes Normais
0,2mg (20 ml na [ ] 1: 100.000)
Pacientes Cardiopatas
0,04mg (4ml na [ ] de 1: 100.000)
Norepinefrina
Passa + tempo ligada ao receptor
Ação + fraca e + prolongada (que adrenalina/epinefrina)
Age nos receptores ɑ e ɞ
Possui ¼ da potência da epinefrina
Deve ser usado apenas para o controle do tempo de ação do
anestésico, (Procedimento sem sangramento) devido o risco de necrose
tecidual. (Em procedimentos cirúrgicos é contra indicado, pois diminui a
vascularização dos tecidos por muito tempo, podendo causar necrose tecidual,
portanto, nunca utilizar associado ao anestésico no palato).
Concentração clinicamente utilizável 1: 50.000

 Ações sistêmicas da Norepinefrina


↑ Pressão Sistólica / Diastólica
↑ Vol. Sístole
↑ Vasoconstrição Generalizada
Rebote ↓ F. C.
↓ Débito cardíaco discretamente ou não o altera
 Ok para Cardiopatas
X NUNCA para Hipertensos

 Efeitos Colaterais e Sobredosagem


↑ P. A.
Risco de AVC
Cefaléia
Angina
Arritmias cardíacas

 Dose máxima permitida


Paciente normal: 4 tubetes
0,34mg (10 ml de uma solução de 1: 30.000)
Pacientes com distúrbios cardiovasculares:
0,14mg (4 ml de uma solução de 1: 30.000)
Levonordefrina
É um vasconstritor sintético
Age em receptores ɑ e ɞ, com 15% de potência da Epinefrina

 Ações sistêmicas: iguais às da epinefrina, porém em menor grau e


extensão.
 Efeitos colaterais: os mesmos da epinefrina, mas mais brandos.
 Concentrações disponíveis: 1: 20.000 associado à mepivacaína.
 Doses máximas:
1 mg (20ml) por consulta para todos os pacientes.

Fenilefrina
Amina simpatomimética sintética.
Possui estrutura semelhante à da epinefrina, diferindo apenas por sua
afinidade pelos receptores ɑ1 do que ɑ2 e com potência de 5% desta.
Age sobre o músculo liso vascular, resultando em elevação nas
pressões sistólica e diastólica e bradicardia reflexa.
 Não é muito seletivo para ɑ2 (que + tem no cérebro), nem atravessa a
barreira hematoencefálica,
Não age sobre o SNC.
 Ações sistêmicas da Felinefrina
↑ P. A.
Bradicardia reflexa
Pequena redução do débito cardíaco
Prolongada vasoconstrição
 Efeitos colaterais e sobredosagem:
Cefaléia
Arritmias ventriculares
 Concentrações disponíveis:
1: 2.500 + lidocaína
 Dose máxima
Pacientes normais: 4 mg (10 ml)
Pacientes cardiopatas: (4 ml)
Fenilefrina
Só age sobre veias (portando, o sangue continua chegando pelas
artérias).
Análogo sintético do hormônio antidiurético vasopressina (mecanismo
secundário de vasoconstrição).
Para procedimentos sem sangramento.
Age como estimulante direto do músculo liso vascular (receptores V1).
Indicados para ↑ a absorção do anestésico e ↑ a duração de ação.
Possui ampla margem de segurança.
 Ações Sistêmicas:
Pode ↓ fluxo sanguíneo
Ação ocitócica, contra-indicada para gestantes.
 Uso em:
Dentística
Endodontia
Prótese
Nunca em Cirurgia ou procedimentos com sangramento
 Concentração 0,03 UI/ml associada à Prilocaína
Dose máxima com pacientes cardiopatas
5 tubetes (0,27 UI)
Não recomendada quando se deseja hemostasia.

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