Você está na página 1de 6

ANESTESIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA

Sensação de dor = física e emocional


Obs.: crianças até 2 anos são mais sensíveis a dor; até 11 ou 12 anos, não há distinção entre dor e
desconforto.
Anestésico local: bloqueia temporariamente a condução do estímulo nervoso.
Vantagens:
- Paciente desperto e cooperando;
- Baixa interferência fisiológica
- Baixo insucesso
Contraindicações:
- Alérgicos
- Pacientes especiais;
- Cirurgias orais maiores (BMF)
- Anomalias locais ou congênitas
Propriedades:
- Especificidade de ação
- Reversibilidade
- Solúvel em água (melhor distribuição pelo sangue) e em lipídeos (neurotransmissão)
- Potencial e baixa toxicidade.
Mecanismos de ação
- Teoria do receptor específico: anestésico impedindo a despolarização da célula nervosa (a entrada de na +)
- Anestésico: é um sal composto por uma base fraca e um ácido forte.
- pH do ácido: 50% ionizado e 50% não ionizado.
> Regiões inflamadas possuem pH baixo (com maior acidez) dificultando a entrada de íons do
anestésico para bloquear o neurônio;
* TIPO: éster ou amida (que unem partes hidrofóbicas e hidrofílicas);
- Éster: metabolismo por proteínas plasmáticas (sangue);
- Amida: metabolizada no fígado
Lidocaína 2%
- Sem vaso é pouco eficaz (2 a 10min)
- Com vaso (60min)
- 2 a 3 min para agir
- É o anestésico de escolha
Mepivacaína 2 e 3%
- Sem vaso- 20min
- Com vaso – 40min
Prilocaína 3%
- Efeito similar a lidocaína
- Ação mais demorada para iniciar – 3 a 4 min
- Hidrolizada por proteínas hepáticas, tranforma hemoglobina em metemoglobina que tem maior
dificuldade de transportar O2, causando falta de ar no paciente alguns minutos depois.
Articaína e Bupivacaína
- Maior duração e potência
-Indicada apenas em cirurgias BMF
- Contraindicadas em Odontopediatria

** Anestésicos sem vasoconstritores aumentam a dilatação dos vasos e caem na corrente sanguínea mais
rápido e distribuem-se por outros tecidos, aumentando a toxicidade e diminuindo a sua ação local.

CLASSIFICAÇÃO DOS VASOCONSTRITORES


São aminas simpaticomiméticas, subdivididas em catecolaminas e se dividem em epinefrina ou adrenalina
e norepinefrina ou noradrenalina
1. EPINEFRINA
- Pode ser aplicada em pacientes cardíacos, desde que estejam controlados e a dosagem seja a
correta.
- Vasoconstritor mais potente
- Atua em receptores alfa e beta adrenérgicos
> Alfa1: vasoconstritores locais;
> Beta1: aumenta frequência cardíaca, consumo de O2 e vasodilatação de artérias coronárias.
> Beta2: vasodilatação periférica e diminuição da pressão arterial.
- Usado em menores concentrações (1:100.000 ou 1:200.000)
2. NOREPINEFRINA
- Não é indicado em Odontopediatria
3. FELIPRESSINA
- Utilizada em pacientes cardíacos pois não tem efeitos nos receptores cardíacos. Geralmente
associada a Prilocaína.
* Contraindicações:
- Doenças cardiovasculares significantes;
- Hipertireoidismo não controlada ou diabetes;
- Uso de antidepressivos tricíclicos
- Pacientes sensíveis a sulfito.
ANESTÉSICOS DE ESCOLHA:
- Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000
- Mepivacaína com vaso
- Prilocaína e Felipressina
CALCULO DA DOSAGEM MÁXIMA
- Necessária dosagem máxima do anestésico
- Quantidade de anestésico local em mg.
Lidocaína 2% + epinefrina :4,4mg/kg
Mepivacaina 2% + epinefrina: 4,4mg/kg
Mepivacaína 3% sem vaso: 3 mg/kg
Prilocaína 3% com felipressina: 6 mg/kg
Articaína 4% + epinefrina: 7 mg/kg
Ex.: 10kg + lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000
1º PASSO: Identificar quantas gramas daquele anestésico tem em um tubete.
Se é 2%, significa dizer que existe 2g de anestésico em casa 100ml de solução. Entao...
2g ----------- 100ml
Xg ----------- 1,8ml do tubete.
X = 0,0036g ou 36mg
2º PASSO: Calcular a dosagem máxima que aquele paciente pode levar, de acordo com seu peso.
4,4mg -------- 1kg
X mg ---------- 10kg
X = 44mg
3º PASSO: De acordo com a quantidade em mg em um tubete, usamos a quantidade em mg que o
paciente pode tomar e achamos a quantidade máxima de tubetes ideal para o paciente.
1 tubete -------------- 36mg de anestésico
X tubetes ------------ 44 mg de anestésico
X = 1,2 tubetes.
TÉCNICAS ANESTÉSICAS

 Tópica
 Infiltrativa
 Iinterpapilar
 Pterigomandibular
 Outras
- TÓPICA:
Previne a dor da puntura da agulha
Usada para remoção de dentes decíduos com raiz totalmente reabsorvida
Não utilizada em lesões ulceradas
Não utilizar sprays.
> TÉCNICA: seca a mucosa na área a ser anestesiada e deposita o anestésico com um penso de algodão.
Mantém por 3min em contato com a mucosa.
- INFILTRATIVA
Usada em dentes superiores e anteroinferiores e em dentes posteriores antes da erupção do 1° molar
permanente. Usada também em molares inferiores para restaurações.
> TÉCNICA: estira-se o lábio do paciente e coloca-se a agulha curta (20mm) no fundo de vestíbulo – região
periapical. Traciona-se o lábio contra o bisel da agulha e aprofunda-a delicadamente até a região
periapical. Deposita-se então a solução anestésica lentamente.
- INTERPAPILAR
Anestesia a mucosa lingual ou palatina sem provocar dor decorrente da puntura da agulha.
Necessário a colocação de grampos, isolamento absoluto e uso de matriz de aço. Usada também em
exodontias.
- PTERIGOMANDIBULAR
Usada em molares inferiores decíduos e permanentes e para intervenções em tecido ósseo, em língua e no
lábio inferior.
Nervos envolvidos: alveolar inferior, lingual e bucal.
Variações anatômicas:
Ramo ascendente da mandíbula é mais curto em relação ao remo horizontal em crianças.
Há um menor diâmetro anteroposterior do ramo da mandíbula
Ângulo goníaco mais aberto (entre processos coronoide e cabeça da mandíbula).
Língula:
< 6 anos: abaixo do plano oclusal
6 a 10 anos: nível do plano oclusal
10 a 16 anos: 5mm acima do plano oclusal
> 16 anos: 10mm acima do plano oclusal.
Métodos:
INDIRETO: Anestesia nervos lingual, bucal e alveolar inferior

 Localiza a linha oblíqua externa e fossa retromolar. Vira-se o dedo de forma que a unha fique
voltada para o plano sagital e introduz-se a agulha tangenciando a linha oblíqua interna, ao mesmo
tempo que se injeta parte do anestésico. Afasta-se do periósteo e avança-se 6mm, injetando o
resto do anestésico (anestesia do n. bucal e lingual)
 Após isso, leva-se a seringa para o lado oposto na altura dos molares inferiores ou pré-molares.
Aprofunda-se a agulha até que encoste no periósteo. Recua-se ligeiramente e deposita-se o
anestésico (anestesia do n. alveolar inferior)
DIRETO: anestesia nervos alveolar inferior e complementa anestesias.

 Põe a seringa na altura dos molares inferiores ou pré-molares. E faz o mesmo processo da segunda
etapa do método indireto.
Sintomas observados:
- 5 a 10min;
- Calor e formigamento no lábio
- Dormência e entumecimento
- Formigamento de 2/3 da língua
- INTRALIGAMENTAR:
- Utilizada para anestesia de dentes superiores e inferiores para exodontias
- Técnicas anestésica complementar.
- Não aconselhada para dentes decíduos
- INTRAPULPAR:
- Presença de inflamação/infecção endodônticas
- Dor inicial
COMPLICAÇÕES DAS TÉCNICAS ANESTÉSICAS

 Derivada dos componentes dos anestésicos


 Urticárias e dermatites
 Angioedema ou anafilaxia
 Causados mais por anestésicos do tipo éster, por possuírem ácido paraminobenzoico.
LESÕES DE TECIDO MOLE
PARESTESIA: efeito do anestésico persistente. Pode ser causada pela contaminação do anestésico com
álcool, trauma por lesão da agulha. Pode durar até 8 semanas.
PARALISIA FACIAL: quando se introduz o anestésico próximo aos ramos terminais do nervo facial, erro na
técnica. Deve-se tranquilizar o paciente e esperar o efeito passar.
TRISMO: espasmo muscular persistente, edema e perda da função muscular. Causada por repetições na
punção da agulha ou volume excessivo de anestésico aplicado ou uma hemorragia.
- Deve-se recomendar 20min de compressa quente, analgésicos e relaxantes musculares para alívio da dor.
Espera-se melhoras em 72h.
FRATURA DA AGULHA: remover o resto da agulha com pinça e encaminha ao serviço de BMF. Para
prevenir: estabilização protetora e uso de abridores bucais.
Como evitar as complicações acima:

 Conhecer a solução anestésica


 Fazer aspiração prévia
 Usar menor volume de anestésico e menor concentração
 Proceder corretamente a técnica
 Conhecer história médica do paciente

Você também pode gostar