URGÊNCIAS ENDODÔNTICAS
(pulpectomia)
Definição e classificação das urgências
Dor de origem pulpar geralmente é difusa e o
paciente não sabe dizer onde está. Já a dor
periapical é bem específica, mostra exatamente
onde dói.
Os principais quadros clínicos associados a dor
aguda considerados como urgências endodônticas
são:
- Pulpite sintomática/irreversível;
- Periodontite apical sintomática infecciosa;
- Abcesso periapical sem fístula
Fase I – Inicial
Fase II – Em evolução
Fase III – evoluído
* Ao atender um paciente de urgência, o clínico
deve determinar o melhor tratamento de acordo
com o diagnóstico. O tratamento pode variar
dependendo da condição pulpar e periapical, da
intensidade e duração da dor e da presença de um
edema difuso ou com ponto de flutuação.
Controle da urgência endodôntica
ALTERAÇÕES PULPARES NORMAIS:
Pulpalgia hiper-reativa: o paciente relata que
sente dor provocada por estímulos térmicos que
sessa após a remoção do mesmo. É um modo de
proteção normal por exemplo em áreas de
recessão gengival ou dentina exposta por
restaurações infiltradas.
TRATAMENTO: proteção do complexo dentino-
pulpar com restaurações provisórias (CIV) ou
permanentes em resina.
Caso não seja tratado, pode evoluir para uma:
Pulpite Assintomática ou Pólipo Pulpar: o
paciente possui cavitação extensa com polpa
hiperplasiada. Não relata dor espontânea, porém,
se ‘’cutucar’’, o paciente vai sentir dor.
TRATAMENTO: pulpotomia ou pulpectomia. A
depender da situação da polpa (se está muito
inflamada) ou se para restaurar o dente será
necessário um retentor intra-radicular
Pulpite sintomática/Irreversível: paciente não
possui cavitação mas sente dor espontânea. O
tratamento deverá ser endodôntico e o mais rápido
possível.
TRATAMENTO: pulpotomia, em casos de polpa
apenas inflamada, mas com sangramento
vermelho vivo, abundante e de consistência boa
para corte, sem necessidade de retentor intra-
radicular para restauração.
Em casos de urgência, se remover apenas a polpa
coronária já remove 90% das fibras nervosas +
otosporin (antibiótico corticóide) + selamento
provisório (CIV)
Concluir o tratamento em 7 dias!.
Se não tratado, pode evoluir para:
Necrose Pulpar: e geralmente já estará associada
a algum tipo de alteração periapical.
TRATAMENTO: radical. Pulpectomia.
ALTERAÇÕES PERIAPICAIS:
- Periodontite apical Assintomática:
Não é um quadro de urgência verdadeira porque o
paciente não sente dor.
Testes de vitalidade negativos.
TRATAMENTO: limpeza/ penetração desinfetante
dos canais e MIC
- Periodontite Apical Sintomática Traumática
O paciente tem dor e é causada por um trauma, ou
contatos prematuros com restaurações altas
(geralmente vai causar dor no ápice do dente).
Sem infecção.
Geralmente com dor à palpação ou percussão,
inflamação apical.
TRATAMENTO: Alívio oclusal (remoção da
causa) + analgésico/ anti-inflamatório (alívio dos
sintomas)
- Periodontite Apical Sintomática Infecciosa
Dor pré/pós operatória, espontânea e pode ter dor
à palpação.
Sala de espera do abcesso. MIC = hidróxido de cálcio PA com água
destilada ou soro. Faz a restauração provisória e
Não responde aos testes.
prescreve analgésico, anti-inflamatório e
Evolução da necrose pulpar. antibiótico.

Infecção presente. Fase III: dor menos exuberante

Pode ou não ter lesão na radiografia. TRATAMENTO: anestesiar e isolar, abrir a

cavidade e IRRIGAR muito com hipoclorito de
TRATAMENTO: penetração desinfetante, PQM, sódio (1 ou2,5%). Alarga o canal com lima 20/25
MIC e fechamento provisório. para ajudar no preparo. Se possível fazer todo o
Se tem dor + infecção: ANTIBIÓTICOS PQM.

Em casos de urgência: abertura coronária, Drenagem cirúrgica intra ou extraoral

exploração dos canais radiculares e preparo MIC = hidróxido de cálcio PA com água
cervical, se possível. Só em abrir a coroa já destilada ou soro. Faz a restauração provisória e
diminui a dor porque vai dar diferença de pressão prescreve analgésico, anti-inflamatório e
entre as bactérias. Colocar hipoclorito de sódio, antibiótico.
uma bolinha.
Procurar concluir o tratamento em 7 dias.
Abcesso periapical com fístula não é urgência
porque não tem dor.
-ABCESSO PERIAPICAL SEM FÍSTULA
Fase I: secreção purulenta apenas no ELP, com
muita dor a palpação, percussão e dor espontânea,
sensação de dente crescido;
Radiograficamente pode ou não ver lesão
TRATAMENTO: anestesiar e isolar, abrir a
cavidade e IRRIGAR muito com hipoclorito de
sódio (1 ou2,5%). Alarga o canal com lima 20/25
para ajudar no preparo. Se possível fazer todo o
PQM.
MIC = hidróxido de cálcio PA com água
destilada ou soro. Faz a restauração provisória e
prescreve analgésico, anti-inflamatório e
antibiótico.
Fase II: dor espontânea, pulsátil e localizada,
menos agressivo que na fase I. Edema, sem ponto
de flutuação e sem reagir a testes.
Já alcançou o periósteo. Há edema!
Radiograficamente o ELP pode estar aumentado.
TRATAMENTO: anestesiar e isolar, abrir a
cavidade e IRRIGAR muito com hipoclorito de
sódio (1 ou 2,5%). Alarga o canal com lima 20/25
para ajudar no preparo. Se possível fazer todo o
PQM.