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Anestésicos Locais
Bloqueiam a condução da dor, impedindo que ela chegue até o tálamo por conta de sua atuação ao bloquear
as fibras C e Aδ. Os anestésicos locais são derivados da cocaína, com o mesmo efeito de bloquear os canais de
sódio em uma ação anestésica local, mas são formulados para não atuar na recaptação dos neuro-hormônios
adrenérgicos. Além disso, possuem efeito estimulante e vasodilatador.
1. Procaína (éster)
Uso apenas pra infiltração. É de baixa potência, inicio lento e curta duração.
2. Clorprocaína (éster)
Rápido inicio de ação e curta duração. Toxicidade aguda reduzida pela rápida metabolização. A toxicidade
parece ser consequência do metabisulfito como conservante.
3. Tetracaína (éster)
De inicio lento e de longa duração. É mais potente e tem maior duração de ação do que a procaína e lidocaína.
Alta lipossolubilidade (grupo butila), permanece mais tempo no canal. Apresenta maior toxicidade pela lenta
metabolização do que os outros ésteres. É usado na anestesia espinhal e tópica.
4. Articaína (amida)
Rápido início de ação (1 a 6 minutos) e duração de 1 hora. O grupo éster no anel tiofeno é metabolizado pelas
esterases. O rápido metabolismo diminui a toxicidade. Usada na odontologia.
5. Prilocaína (amida)
Causa pouca vasodilatação e pode ser usado sem vasoconstritores. Causa metemoglobinemia que pode ser
tratada com administração IV de azul de metileno.
Combinação de prilocaína + lidocaína usada topicamente. É clinicamente útil porque possui maior
concentração de AL do que as preparações tópicas convencionais.
7. Bupivacaína (amida)
Mistura racêmica. Rápido inicio de ação e longa duração. É usada no parto e na analgesia pós-operatória para
produzir maior bloqueio sensorial do que motor. Produz cardiotoxicidade (arritmia ventricular e depressão
miocárdica) por dissociar mais lentamente do canal de Na+ do que a lidocaína durante a diástole. A
levobupivacaína é mais potente, mais segura e menos cardiotoxica.
8. Ropivacaína (amida)
Rápido inicio de ação e longa duração. Menos cardiotóxica do que a bupivacaína. É um pouco menos potente
do que a bupivacaína em produzir anestesia.
9. Etidocaína (amida)
Rápido início de ação e longa duração. Não é usada no parto e na analgesia pós-operatória.
Caroline Pereira Martins – carolinepereiramartins@gmail.com
CASO CLÍNICO 2
Mulher, 40 anos, trabalhadora da zona rural. Apresenta-se à clínica odontológica com queixas de dor, edema
e secreção purulenta na região de um dente. Após análise do paciente, o dentista conclui que será
necessário realizar extração dentária. Para a realização do procedimento cirúrgico, optou-se pela associação
do anestésico local LIDOCAÍNA com FENILEFRINA. Após 15 minutos da administração não houve redução da
sensibilidade no local. Dessa forma, o profissional suplementou a dose do anestésico, contudo, sem sucesso
na indução anestésica.
PERGUNTAS:
a) Qual o mecanismo de ação dos anestésicos locais?
Os anestésicos locais atuam de forma irreversível em receptores dentro dos canais de sódio na membrana do
axônio dos neurônios, reduzindo a permeabilidade da membrana, impedindo propagação da despolarização
celular pela geração do potencial de ação.
c) Qual a finalidade da associação do anestésico com vasoconstritor? O dentista deve se preocupar com essa
associação? Qual a sua sugestão quanto aos vasoconstritores?
A duração do efeito do anestésico é proporcional ao tempo de contato com o nervo e por conta disso, o fluxo
sanguíneo no local determina a taxa de absorção do anestésico. Dessa forma, os agentes vasoconstritores
quando associado aos anestésicos atuam potencializando o efeito do anestésico, ao manter uma maior
concentração no local em contato com a fibra.
Sim, o dentista deve ser preocupar com essa associação, pois o uso de agentes vasoconstritores em pacientes
hipertensos deve ser meticulosamente determinado com segurança. Dessa forma, no uso clinico ou cirúrgico
com pacientes hipertensos, recomenda-se o uso de Mepivacaína 3% sem associação a vasoconstritor, com
ação de 30 minutos, ou Prilocaína 3% com Felipressina 0,3U por 60 minutos. Por mais de 60 minutos, é
recomendado o máximo de 2 tubetes de Mepivacaína 2% com Epinefrina 1:100:000 ou no máximo de 4
tubetes de Mepivacaína 2% com Epinefrina 1:200:000.
A principal sugestão de vasoconstritores mais seguros para os pacientes hipertensos são os benzodiazepínicos.